a ars magna da alquimia

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A ARS MAGNA DA ALQUIMIA

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A ARS MAGNA DA

ALQUIMIA

TítuloA Ars Magna da Alquimia

AutorEduardo Amarante, Nicolas Flamel, Paracelso, Alberto Magno

PrefácioDulce Leal Abalada

CoordenaçãoDulce Leal Abalada

TraduçãoAlberto Figueiredo

RevisãoIsabel Nunes

Grafismo, Paginação e Arte finalDiv'Almeida Atelier Gráficowww.divalmeida.com/atelier

Design da capaDiv'Almeida Atelier Gráficowww.divalmeida.com

Impressão e AcabamentoEspaço Gráfico, Lda.www.espacografico.pt

DistribuiçãoCESODILIVROSGrupo Coimbra Editora, [email protected]

1ª edição Abril 2011

ISBN 978-989-8447-13-5

Depósito Legal nº 324879/11

©Apeiron Edições

Reservados todos os direitos de reprodução, total ou parcial, por qualquer meio, seja mecânico, electrónico ou fotográficosem a prévia autorização do editor.

Projecto Apeiron, Lda.Portimão - [email protected]

apeirone d i ç õ e s

Eduardo Amarante Nicolas Flamel

Paracelso Alberto Magno

A Ars Magna da Alquimia

Prefácio

MAGOS, SÁBIOS E ALQUIMISTAS- A Ars Magna (A Grande Arte) -Eduardo Amarante

I

1. Introdução à Alquimia2. Os três ramos da alquimia3. As diferentes fases da operação Alquímica4. Conclusão

II

1. Origem primitiva da Alquimia2. A Alquimia na Idade Média3. Alquimistas e Ocultistas a partir do século XIV4. O Bestiário alquímico5. Fabricações alquímicas

A CHAVE DO SEGREDO DA OBRANicolas Flamel

1. A Oração do Alquimista2. O Breviário 2.1 O Prefácio 2.2 A Teoria 2.3 A Prática 2.4 A Circulação da Roda 2.5 A Multiplicação 2.6 O Fermento 2.7 Produzir frutos da Primavera no Inverno 2.8 Como utilizar a medicina 2.9 Como preparar o Pó de Projecção do elixir 2.10 Glossário

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ÍNDICE

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Eduardo Amarante, Nicolas Flamel, Paracelso, Alberto Magno

OS CÂNONES FILOSÓFICOSParacelso

COMPOSITUM DE COMPOSITIS (O Composto dos Compostos)Alberto Magno

1. Prefácio2. Da Formação dos Metais em Geral. Pelo Enxofre e pelo Mercúrio3. Do Enxofre4. Da Natureza do Mercúrio5. Do Arsénio6. Da Putrefacção7. Do Regime da Pedra8. Da Sublimação do Mercúrio9. Da Preparação das Águas de onde se extrai a Água Ardente10. Água Segunda preparada pelo Sal Amoníaco11. Água Terceira preparada por meio do Mercúrio Sublimado12. Água Quarta que reduz os corpos calcinados à sua Matéria-prima13. Propriedade deste Mercúrio14. Multiplicação do Mercúrio Filosófico15. A Prática do Mercúrio dos SábiosGlossário Medidas de Peso

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PREFÁCIO

“A natureza é encontrada pela natureza; A natureza vence a natureza;

A natureza domina a natureza.”

As origens mágico-míticas da Alquimia perdem-se na noi-te dos tempos. Este aforismo zoroastriano, acima citado, re-flecte o princípio básico desta Arte. De acordo com os estudi-osos desta ciência, a alquimia é o nome da química praticada na Idade Média, que se baseava no pressuposto de que todos os metais evoluem até alcançar o Ouro. Assim sendo, os al-quimistas, mimetizando o processo natural, operavam nos seus laboratórios alquímicos, visando descobrir a Pedra Filo-

sofal, a preciosa Pedra, capaz de transformar tudo em Ouro a partir dos quatro elementos constitutivos da Natureza: Fogo, Água, Terra e Ar.

Na época, os alquimistas eram vistos como pessoas es-tranhas, pois passavam horas a fio a contemplar uma planta. Contudo, o simples facto de observarem a Natureza parece tê-los feito compreender os seus mecanismos, e a actual física quântica corrobora o seu princípio de que todo o universo está interligado. Inclusive Paracelso (1493-1541) ficou famo-so por curar pessoas a partir deste conhecimento holístico. Recorria a conceitos de alquimia, e afirmava que o Sal, o Mercúrio e o Enxofre são princípios constitutivos de tudo o que existe, incluindo o homem.

Na Idade Média a Alquimia foi a principal ciência, a pre-cursora da química e da medicina. A demanda da Pedra Filo-sofal e da possibilidade real de transmutar os metais, incluía não só experiências químicas, como também uma série de rituais. A filosofia hermética (a que não está alheia a Cabala e a Magia) era um dos seus pilares de conhecimento. Se hoje a Magia (entenda-se a Magia Branca) é confundida com bru-xaria e superstição, no passado era, porém, uma ciência dig-

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na dos mais sábios, iniciados; por seu turno, a Cabala em-prestou à Alquimia os seus signos, a lei das analogias, em suma, o resultado da harmonia dos contrários em que as operações alquímicas se fundamentavam.

A palavra alquimia, al-khimia, (do árabe al que significa Ser Supremo, a química de Al, ou a Ciência de Deus) tem o mesmo significado de química, só que antigamente era de-signada por espagíria, uma química espiritualista, que não é de todo a que hoje conhecemos.

Todavia, a Alquimia também estudava outros assuntos tão englobantes quanto os já citados, para o conhecimento do Universo, como a Cosmogonia, a Astrologia e a Matemática. Todo este saber mesclado de modo hermético tinha por objec-tivo não cair nas mãos do vulgo, dos indignos, para que não tivessem acesso ao Segredo da Obra Alquímica, da Grande Arte (Ars Magna). Daí não ser estranho os escritos alquími-cos serem codificados (fechados), acessíveis a poucos, isto é, apenas inteligíveis aos sábios, aos iniciados.

Com o tempo, alguns alquimistas deram-se conta de que a verdadeira transmutação acontece, sobretudo, no próprio homem, semelhante a uma Alquimia da Alma; porém, outros permaneceram fiéis ao seu princípio originário, no intuito de almejar a transmutação dos metais menos nobres em Ouro. Muitos ficaram pelo caminho, outros, mais persistentes e conhecedores da Arte, conseguiram o seu intento, mas man-tiveram o segredo incólume.

Neste sentido, a Alquimia é a arte de trabalhar e aperfei-çoar os corpos em ligação com a Natureza. Desse modo, esta ciência transmite uma técnica com uma forte componente prática. E, nestes termos, a alquimia operativa não é mais do que a aplicação directa da teórica, cujo objectivo é a Pedra Filosofal.

A Alquimia, como ciência de uma Arte sagrada, desen-volvia-se por uma cadeia de transmissão de conhecimento entre Mestre e discípulos. Para que esse saber não se perdes-se, alguns mestres dedicaram-se à escrita, tendo alguns dos seus livros chegado até nós, se bem que alguns deles tives-sem sido escritos sob pseudómino e de forma velada, recor-

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rendo a alegorias, símbolos ou figuras. Pela configuração dos seus símbolos, é também referenciada como Arte Simbólica (Ars Symbollica). Daí a dificuldade de estudo desta ciência oculta. Como interpretar as figuras e os símbolos desta Arte? Saberemos nós hoje compreender o Universo, a Natureza que nos rodeia para nos aproximarmos da Ciência Alquímica? Tão imbuídos que estamos de materialismo, como é que poderemos intelegir a Arte, a Obra, que se pauta em operar na energia espiritual do Universo e interage em tudo o que existe?

Dulce Leal Abalada

MAGOS, SÁBIOS E ALQUIMISTAS

- A Ars Magna (a grande arte) -

Eduardo Amarante

A Ars Magna da Alquimia

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I

1. Introdução à Alquimia

Normalmente, entende-se por Alquimia uma pretensa ci-ência, um tanto obscura, praticada na Idade Média, e cuja finalidade se reduzia a tentar, por processos primários e o-cultos, a transmutação dos metais impuros em ouro. Tudo consistiria, assim, em obter a pedra filosofal capaz, igual-mente, de produzir o elixir da longa vida e a panaceia, espé-cie de regenerador celular. É evidente que estes conceitos germinados durante o período medieval, eminentemente inculto e inquisitorial, iriam cair no maior dos descréditos com a chegada do cartesianismo e das teorias positivistas. A Alquimia passou a ser, então, interpretada simultaneamente como uma lenda e como os primeiros ensaios da humanidade, no seu período mágico-religioso, em busca de princípios mais sérios e experimentais. A Química seria, consequentemente, o corolário lógico desta evolução. Mas… será realmente as-sim?

As origens da Alquimia remontam a um período muito anterior à Idade Média. Como iremos ver mais adiante, o berço desta ciência milenária é o Egipto.