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A Análise do Impacto da Origem Escolar do Aluno no Processo de Criação de Significado em Sala de Aula Allane de Souza Pedrotti (LATEC/UFF) Emmanuel Paiva de Andrade Orientador (LATEC/UFF) Resumo: Formar um aluno na educação básica de nível médio constitui-se um processo complexo. A atuação futura do egresso em sociedade faz parte das preocupações que transformam as práticas de sala de aula, tendo em vista que o estímulo à análise crítica das informações tem princípio em ambientes nos quais a interação social é o mote para os caminhos pelos quais o conhecimento passa, criando-se, transformando-se, transmitindo-se e refazendo-se enquanto novas informações. A escola e a sala de aula, especificamente, são, então, um ambiente ricamente propício a tais trocas de informações que permitem que o conhecimento passe por todo o processo que naturalmente demanda. Neste ambiente, foi analisado, através da abordagem do sensemaking, se a origem escolar do aluno egresso no CEFET/RJ causa impacto na iniciação do processo de criação de significado na sala de aula, tendo em vista que a retenção do conhecimento oriundo das experiências vividas em suas escolas de origem possui grande importância para o processo de interpretação da informação, de administração das ambiguidades e de construção do conhecimento. A metodologia utilizada baseou-se na abordagem da pesquisa qualitativa, através de um estudo de caso com os alunos egressos no primeiro ano do Ensino Técnico Integrado de Nível Médio no CEFET/RJ, tendo sido o instrumento de coleta de dados um questionário com perguntas fechadas baseadas na escala do tipo Likert e perguntas abertas de livre resposta. Palavras-chaves: Sensemaking, Sala de Aula, Práticas Didáticas, Gestão do Conhecimento. ISSN 1984-9354

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A Análise do Impacto da Origem Escolar do Aluno no

Processo de Criação de Significado em Sala de Aula

Allane de Souza Pedrotti (LATEC/UFF)

Emmanuel Paiva de Andrade

Orientador

(LATEC/UFF)

Resumo: Formar um aluno na educação básica de nível médio constitui-se um processo

complexo. A atuação futura do egresso em sociedade faz parte das preocupações que

transformam as práticas de sala de aula, tendo em vista que o estímulo à análise crítica das

informações tem princípio em ambientes nos quais a interação social é o mote para os caminhos

pelos quais o conhecimento passa, criando-se, transformando-se, transmitindo-se e refazendo-se

enquanto novas informações. A escola e a sala de aula, especificamente, são, então, um

ambiente ricamente propício a tais trocas de informações que permitem que o conhecimento

passe por todo o processo que naturalmente demanda. Neste ambiente, foi analisado, através da

abordagem do sensemaking, se a origem escolar do aluno egresso no CEFET/RJ causa impacto

na iniciação do processo de criação de significado na sala de aula, tendo em vista que a retenção

do conhecimento oriundo das experiências vividas em suas escolas de origem possui grande

importância para o processo de interpretação da informação, de administração das

ambiguidades e de construção do conhecimento. A metodologia utilizada baseou-se na

abordagem da pesquisa qualitativa, através de um estudo de caso com os alunos egressos no

primeiro ano do Ensino Técnico Integrado de Nível Médio no CEFET/RJ, tendo sido o

instrumento de coleta de dados um questionário com perguntas fechadas baseadas na escala do

tipo Likert e perguntas abertas de livre resposta.

Palavras-chaves: Sensemaking, Sala de Aula, Práticas Didáticas, Gestão do

Conhecimento.

ISSN 1984-9354

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Há muito tempo discute-se sobre o espaço de troca entre professor e aluno, o qual constitui em

grande medida o locus por excelência do trabalho docente. Este espaço é mediado por artefatos

variados dentre os quais o próprio conhecimento, tanto docente quanto discente. Ou seja, há aí

uma imbricação dialética entre os mediadores da produção do conhecimento e o próprio

conhecimento em si, muito especialmente se este for visto não como objeto independente do

sujeito, mas como uma atividade em si.

Em sua explicação tradicional, a sala de aula e a escola têm a função de mediar um espaço de

multiculturas, colocando-as em diálogo, transmitindo valores e seus significados. Sendo assim, a

sala de aula constitui-se em um ambiente rico de informações, envolvendo relações de trocas e

experimentação de conhecimentos, criando e recriando significados (VYGOTSKY, 1978; CHOO,

2006; RIBEIRO e RIBEIRO, 2011).

Rego (2002), ao comentar o trabalho de Vygotsky, afirma que o indivíduo, constituindo-se como

membro de uma comunidade ou grupo sócio-cultural determinado, “vivencia um conjunto de

experiências e opera sobre todo o material cultural (conceitos, valores, ideias, objetos concretos,

concepção de mundo etc.) a que tem acesso" (p. 76). Neste sentido, a partir do contato com os

demais membros da sociedade na qual está inserido, este sujeito se constrói, interagindo e

assimilando novos conceitos e valores que antes não faziam parte de sua estrutura social. A partir

de então, iniciam-se as trocas mediadas pelos ambientes para que os demais indivíduos possam, do

mesmo modo, assimilar novas ideias, de forma a construir novos grupos e relações, incluindo,

neste processo, as motivações para buscas de conhecimentos diversificados.

A interação dos indivíduos em sala de aula, tanto entre o professor e o aluno, quanto dos alunos

entre si, constitui-se no compartilhamento de conhecimentos que são construídos, desconstruídos,

modificados, adaptados, ao se expor e discutir os conceitos e valores entre eles. Sendo assim, com

o intuito de alinhar as perspectivas dos dois lados, deve haver um espaço de reflexões e críticas

acerca dos significados que o ato de ensinar possui. O ambiente escolar deve ser propício para que

os conceitos possam ser ampliados, tornando-se mais abrangentes e adquirindo maior

complexidade (REGO, 2002, p. 78). A sociedade do conhecimento avança e faz com que a

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produção e disseminação de informação e do próprio conhecimento seja componente importante

da mudança social e econômica.

Rego (2002, p. 79) indica que o ensino escolar propicia ao indivíduo “um conhecimento

sistemático sobre aspectos que não estão associados ao seu campo de visão ou vivência direta”. O

mesmo autor afirma ainda que este ensino escolar possibilita "(...) que o indivíduo tenha acesso ao

conhecimento científico construído e acumulado pela humanidade”. A partir desta ideia, pode-se

depreender a relevância dos docentes no processo de ensino-aprendizagem, enquanto agentes que

têm a função de levar ao campo de aprendizagem novos conhecimentos.

É necessário e urgente a atenção ao entorno de todo o processo que envolve a formação do aluno,

dando a devida relevância não só às presentes demandas, como também às demandas que dão

origem aos processos presentes. Tal origem corresponde ao fluxo de informações que formam a

bagagem anterior de vivências retidas para a utilização atual nas interpretações que surgem na sala

de aula.

1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA

A LDB (BRASIL, 1996) prevê, em seu Capítulo II, que “a educação básica tem por finalidades

desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da

cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Tomando a

escola como formadora de conceitos, além, portanto, do mero repasse unilteral de informações,

resta saber em que medida o ambiente por ela criado permite trocas que passem tanto pela relação

aluno/aluno quanto pela relação aluno/professor. De que maneira também a LDB e o ENEM

contribuem ou induzem à criação deste espaço de formação global.

A realidade das estruturas físicas e sociais, na qual as escolas públicas de Ensino Fundamental se

inserem, visivelmente clama por uma atenção diferenciada. Há um conjunto de problemáticas que

envolvem estas escolas e as consequências, além de atingir a prática docente, recaem,

principalmente, sobre os alunos, de maneira que a sua formação fica prejudicada. Tal defasagem

neste segmento de ensino traz consequências irreparáveis ao prosseguimento acadêmico que a

própria LDB visa e espera que os alunos concretizem.

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Sendo assim, coube a este estudo analisar de que forma a origem escolar do aluno hoje egresso no

CEFET/RJ influencia no processo de criação de significado que a sala de aula permite ao ser

percebida como um espaço de construção conjunta de conhecimento, com a identidade de um

grupo, sempre em (re)construção. Da mesma forma, de que maneira esta origem escolar

prejudicou ou favoreceu os processos de retenção do conhecimento que formam o rol de

informações que são utilizadas para suprir e interpretar as ambiguidades surgidas no ambiente de

discussões da sala de aula atualmente.

Para isso a pesquisa lançará mão de um modelo originário do estudo de organizações que, ao

considerar os membros da organização como produtores coletivos de significado, mostra o seu

papel na construção da identidade organizacional, criando significado, reduzindo as ambiguidades

do ambiente mutante, e forjando um tipo de coletivo adaptativo.

O campo da pesquisa, conforme será posteriormente detalhado, foram os alunos e as salas de aula

do CEFET/RJ, correspondentes ao segmento de formação de Ensino Técnico Integrado de Nível

Médio, levando em consideração os três modelos de uso da informação, proposto por Choo (2006,

p. 46), na parte que pertence à criação de significado, conforme abaixo.

Quadro 01 - Os três modelos de uso da informação organizacional / Fonte: Choo (2006, p. 46)

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1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

O ambiente em que o sujeito vive quase diariamente pode e deve induzir a vontade de saber, em

todos os níveis de ensino. Sendo assim, o objetivo principal deste estudo é a investigação do

quanto a origem escolar do aluno influenciou em sua formação de forma que o ambiente hoje

vivenciado no Ensino Médio pode ser melhor aproveitado para a criação de significados novos

oriundos do ambiente da sala de aula do CEFET/RJ, ajudando-os a, coletivamente, criar

significado que dê sentido e relevância a sua formação de cidadãos.

Ou seja, levando em consideração a sala de aula tomada como um coletivo, investigar de que

forma as informações retidas das situações vivenciadas nas salas de aulas de Ensino Fundamental

podem potencializar a aprendizagem para além da mera absorção de conhecimento. Ou ainda,

verificar se há realmente a visível distinção entre a bagagem de informações retidas entre alunos

oriundos de escola pública e alunos oriundos de escola particular.

1.3.2 Objetivos Específicos

- Analisar o processo de retenção de conhecimento dos alunos oriundos de escola pública e alunos

oriundos de escola particular.

- Analisar a utilização atual desta retenção de informações do segmento de ensino anterior nas

dinâmicas atuais de sala de aula, no que se refere ao entendimento e à participação.

- Averiguar, através de questionários, os processos que disparam a dinâmica de criação de

significado, através da abordagem de sensemaking, tentando identificar a linha que vai de

conhecimentos anteriores sobre o assunto abordado até conhecimentos novos adquiridos e

possíveis modificações de concepções sobre o assunto após a aula e discussões.

- Avaliar a possível diferenciação quanto ao início da dinâmica do processo de criação de

significado entre alunos oriundos da rede particular e alunos oriundos da rede pública.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A GESTÃO DO CONHECIMENTO

O conhecimento é integrado, dinâmico e processual, o que significa que se revela sempre na

dimensão situada, coletiva. Junto a isso, o próprio conhecimento pessoal do indivíduo e a

ampliação de seus horizontes vai além do objetivo puramente científico. Como explica Nonaka

(1994) existem diversos “gatilhos” que induzem os modos de conversão de conhecimento. A

socialização inicia-se com a construção de um campo de interações, proporcionando a troca de

perspectivas e experiências entre seus componentes. Sendo assim, o sentido do estudo se dá

quando este é fundamentado em uma prática, seja ela de trabalho ou mesmo de compartilhamento

de informação. Nonaka (1994) afirma ainda que “o conhecimento é profundamente enraizado na

ação, no comprometimento e no envolvimento em um contexto específico”.

Choo (2006) indica que as três formas de uso da informação, quais sejam, a interpretação, a

conversão e o processamento, se articulam de forma dinâmica, em processos que se constituem e

se reconstituem de forma constante, recriando os significados. É um processo gradativo e não

linear que culmina em novas produções de conhecimento, com as quais constroem, processam e

analisam as informações. Tal interpretação do mundo, junto à conversão e ao processamento da

informação partem de uma motivação que o ambiente proporciona ao indivíduo, fazendo com que,

de alguma forma, traga a este o desejo pela busca de algo novo ou de aprofundamento de algo que

o interessou primariamente.

O conhecimento humano é criado e disseminado em função das interações sociais. Ao se

implantar iniciativas de gestão do conhecimento, deve-se considerar as características do ambiente

no qual serão implementadas, a fim de se conhecer a natureza do conhecimento, a cultura que

envolve os indivíduos e o seu comportamento em relação à informação e ao conhecimento,

atentando para as condições peculiares de comunicação do próprio ambiente no qual tais

indivíduos estão inseridos. Desta forma, a prática da gestão do conhecimento deve sempre ser

direcionada às características do ambiente com suas especificidades, tendo um modelo

diretamente apropriado para ele.

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2.2 A FERRAMENTA DE CRIAÇÃO DE SIGNIFICADO, O SENSEMAKING

Em linhas gerais, o sensemaking constitui-se da ideia do “processo de fazer ou de gerar sentido de

algo ainda desconhecido” (FONSÊCA, 2009, p.2) construindo-o e reconstruindo-o de forma que

passe a ser um evento com maior coerência, levando-se em consideração 'o que é', 'como' e 'por

quê' é construído. Fonsêca (2009) completa ainda que ao entender que pelo fato da realidade não

ser completa e constante, as ambiguidades são geradas, sendo a realidade uma percepção subjetiva

oriunda de processos racionais e emocionais.

Desta forma, o processo de criação de significado inicia-se com a interação entre os indivíduos,

que surge através desta necessidade da busca pela informação. Leitão e Nassif (2012, p. 135),

afirmam que “a base social é o sustentáculo para o processo de produção de sentido”. Esta

interação recíproca constitui-se como fonte de aprendizagem, tornando o processo de sensemaking

cada vez mais facilitado, seja esta interação realizada pessoalmente ou virtualmente, como em

comunidades de prática ou virtuais, que na atualidade constituem os melhores meios de trocas de

ideias e estudo de soluções de problemas enfrentados nas organizações.

Neste sentido, os modos de uso da informação constituem-se processos sociais dinâmicos porque

continuamente constroem e reconstroem os significados, que originam novos conhecimentos e

consequentemente influencia nas ações. O indivíduo seleciona quais informações possuem

importância para um tratamento especial após a interpretação do que circula em seu ambiente,

bem como do que recebe como informação. Durante este processo de construção do

conhecimento, os pares entram no circuito articulando os saberes e partilhando os conhecimentos

de forma intuitiva e, através da ação, inicia o processamento das informações (CHOO, 2006, p.

30).

No quadro 2, abaixo, Choo (2006, p. 120) demonstra um ciclo interligado, baseado na

interpretação, na seleção e na retenção da informação para a criação de significado.

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Quadro 02: O método de criação de significado

Fonte: Choo, 2006, p. 128

Observando-se o quadro de Choo (2006), percebe-se que a interpretação constitui-se, então, um

processo de criação e de observação do ambiente o qual o indivíduo vivencia. Este processo de

recriação baseia-se na experiência que este indivíduo possui armazenada, desde o momento em

que ele percebe que ocorreu alguma inferência ou modificação da informação que destoa do que

previamente possui.

Assim, ele destaca os dados ambíguos que recebeu e assim os interpretou, os selecionando para

recriações de significados sobre tais dados, tornando o seu ambiente mais significativo. Então,

prossegue com o processo de reter estes dados armazenando-o para utilizá-los como referencial

para novas interpretações futuras que surgirão, de forma cíclica, como supracitado.

2.3 A ESCOLA E A SALA DE AULA / INTERAÇÕES SOCIAIS

NECESSÁRIAS AO APRENDIZADO

Trazendo o olhar da educação escolar como meio de vivência e convivência entre indivíduos, a

escola possui fundamental papel na construção social e permite que estes indivíduos

desempenhem papéis que se constituem ensaios das experiências a serem vividas após sua

formação básica, no mundo do trabalho ou dos próprios relacionamentos sociais. As trocas

possíveis na escola explicitam a via de mão dupla da atuação na coletividade e constituem-se base

para a sua formação social.

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Sendo a escola, em sua essência, a grande produtora de conhecimento e interpretando o

conhecimento como o mote de propulsão das ações em sociedade, vale a reflexão de que as

criações de significados básicos sobre o mundo ocorrem na institucionalização destes

conhecimentos a partir dela. Faz parte de sua característica básica a abertura de espaço que

proporcione a sistematização do conhecimento, deixando a ideia da mera disseminação de lado.

Saviani (2000, p.27) ressalta a mediação de saberes na escola como um “movimento dialético, isto

é, a ação escolar permite que se acrescentem novas determinações que enriquecem as anteriores e

estas, portanto, de forma alguma são excluídas.”

Ao citar a teoria da facilitação social, Weick (1973, p. 16) explica que quando os indivíduos

encontram-se em grupos, apresentam respostas com maior frequência, rapidez e intensidade,

devido à excitação estar elevada pela situação da reunião de pessoas. Em um processo adaptativo,

eles tendem a criar um ambiente no qual possam se adaptar, sendo este ambiente, então, fruto da

constituição de diversos atores interdependentes (WEICK, 1973, p. 28).

Neste sentido, a escola como geradora de processos de transformação social deve fornecer um

ambiente aberto às construções de pensamentos críticos, através dos quais formem indivíduos com

consciência da importância de sua participação no desenvolvimento da sociedade na qual está

inserido. Para isso, o professor possui fundamental ação nos caminhos de formação deste aluno,

tendo em vista que é na sala de aula, principalmente, que ele poderá mediar toda esta construção

de interpretações e ressignificações sobre a sociedade.

3 METODOLOGIA

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA

O estudo baseou-se em uma abordagem de pesquisa qualitativa, fundamentado em um estudo de

caso, sobre uma amostra relativa a cinco turmas, contendo em cada uma aproximadamente trinta e

cinco alunos.

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3.2 MÉTODO DE PESQUISA

O método utilizado foi o estudo de caso e a pesquisa bibliográfica para o embasamento teórico e,

posteriormente, a observação e a utilização de questionários investigativos, a fim de se analisar o

ambiente de criação de significados nas salas de aula do CEFET/RJ, que foram tabulados e

interpretados, para serem relacionados com a teoria anteriormente estudada e analisada.

3.3 CARACTERÍSTICA DA POPULAÇÃO E CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

A amostra escolhida para este estudo foram os alunos de primeiro ano do Ensino Médio Integrado

(1º Ano E.M.) dos cursos de Eletrônica, Eletrotécnica, Informática e Administração. Tal escolha

se deu pela completude de possibilidade de análise dos alunos que estão em seu primeiro ano de

curso, com o conhecimento básico, porém considerável, da instituição na qual estão inseridos e

por estarem iniciando seu processo de formação média profissional, em um novo nível de ensino,

em uma nova instituição.

A faixa etária dos participantes está de acordo com o padrão de ingresso de alunos em Ensino

Médio, que varia entre 14 e 16 anos, sendo 91% dos participantes com 15 e 16 anos. O perfil de

gênero e de faixa etária encontra-se delimitado na tabela 1 abaixo relacionada.

Tabela 1: Perfil de Gênero e idade dos participantes

PERFIL DO PARTICIPANTE

GÊNERO IDADE

FEM MASC 14 15 16 17 18 19

f 40 95 4 46 77 6 2 0

fr (%) 30% 70% 3% 34% 57% 4% 2% 0%

(f = frequência absoluta; fr (%) = frequência relativa)

Fonte: Resultados da Pesquisa

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3.4 PROCEDIMENTO E INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

O instrumento selecionado para a coleta de dados em campo para a presente pesquisa foi o

questionário, através do qual os alunos foram convidados a responder. O questionário permeou

questões de relação direta com a bibliografia encontrada e discutida, a fim de se realizar as

identificações de pontos de convergência e de críticas acerca do ambiente avaliado, constituindo

respostas aos questionamentos propostos.

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

A pesquisa teve como um dos objetivos verificar se na sala de aula são utilizadas ferramentas que

propiciem a troca de conhecimentos entre os alunos ressaltando, principalmente, se em sua origem

escolar teve bagagem criada pela retenção do conhecimento ou não para futuras trajetórias

acadêmicas, como a atualmente analisada. No que se refere ao aprendizado anterior do aluno, a

pesquisa retornou os seguintes dados.

Gráfico 01: Aproveitamento da aprendizagem anterior para discussões atuais.

Fonte: Dados da Pesquisa

Considerando as variáveis “sempre” e “frequentemente”, observa-se que 54% dos alunos julga

que o aprendizado oriundo do Ensino Fundamental de sua escola de origem traz aporte teórico

para a sua participação nas discussões em sala de aula no Ensino Médio no CEFET/RJ. Ainda,

seguindo esta linha de pensamento, cabe o questionamento da origem dos alunos e do seu

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cruzamento com a pergunta em questão, levando em consideração a possibilidade de alunos

oriundos de escolas públicas não possuírem aporte teórico suficiente para as discussões atuais do

Ensino Médio. Sendo assim, o resultado destes cruzamentos de dados apresentou o seguinte

cenário:

Gráfico 02: Oriundo de escola particular.

Fonte: Dados da Pesquisa

Gráfico 03: Oriundo de escola pública.

Fonte: Dados da Pesquisa

Novamente considerando as variáveis “Frequentemente” e “Sempre” constatou-se que 74% dos

alunos oriundos de escola particular julgam ter o aproveitamento do aprendizado adquirido nas

discussões no Ensino Médio. Em contrapartida, o que delimita e detalha o cenário inicial é o fato

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de apenas 32% dos alunos oriundos de escola pública considerarem tal aproveitamento,

completando os dados de 68% dos alunos julgando pouco ou nenhum aproveitamento do

aprendizado atualmente no CEFET/RJ com as variáveis “eventualmente”, “raramente” e “nunca”.

Levando-se em consideração o método de criação de significado, descrito na introdução do

presente estudo, o qual ressalta a sequência de interpretação, seleção e retenção sugerida por Choo

(2006, p. 128), observa-se que as experiências armazenadas nas escolas de origens destes alunos

possuem substancial importância para dar início à dinâmica do processo de criação de significado

deles, tendo em vista que trazem os subsídios dos quais necessitam para a participação e para as

discussões em sala de aula.

Após a análise destes dados, surgiu a eminente curiosidade de entender por quê os alunos vindos

de escolas públicas expuseram tão desanimador cenário. Sendo assim, professores de escolas

públicas de 2º segmento do Ensino Fundamental (5o ao 9o ano) foram questionados acerca do

motivo pelo qual este resultado do questionamento aos alunos veio à tona. Foram obtidas as

seguintes respostas, contidas no quadro 03 abaixo.

PROFESSOR

A que você atribui esta defasagem no aproveitamento da "bagagem" da escola

anterior aos alunos oriundos de escola pública, levando em consideração a sua

experiência com alunos deste mesmo perfil nas escolas nas quais trabalha ou

trabalhou?

1

Atribuo primeiramente às questões sociais relacionadas à realidade material dos dois

grupos analisados. Sabemos que o sistema econômico que vivemos gera

desigualdades sociais que provocam diferenças tanto no cotidiano dos estudantes

quanto na bagagem cultural que trazem. Os alunos da escola particular provavelmente

possuem acesso mais facilitado a todo tipo de conhecimento e informação do que

quando comparamos a maioria dos alunos da escola pública. No início do ano letivo

de 2013, solicitei aos alunos que realizassem uma pesquisa na internet e trouxessem,

individualmente, alguns dados, para um posterior debate. Um de meus alunos, filho

de um viúvo desempregado, não sabia manipular um mouse. Apesar dos

investimentos em tecnologia, a escola pública não consegue neutralizar as diferenças

sociais dos alunos menos favorecidos economicamente. Além disso, suas vidas

familiares são comumente desestruturadas, há falta de espaço físico para estudo em

suas residências, suas rotinas são cheias de atividades domésticas, cuidado com os

numerosos irmãos mais novos e ausência de responsáveis (ocupados por jornadas

longas de trabalho e deslocamento para o serviço, além de alguns desempenharem

mais de uma atividade profissional). Além disso, as solicitações por parte das

coordenadorias (orientadas pela Secretaria Municipal de Educação) da assinatura de

documentos pelos diretores de redução constante do número de reprovações, gera

uma cobrança no nível dos conteúdos cada vez menor. O aluno não encontra em sua

família condições de aprendizagem de conteúdos escolares e não é estimulado a se

desenvolver ao máximo suas habilidades intelectuais no espaço escolar, uma vez que

sabendo que não poderão reprovar, os professores exigem menos. O aluno da escola

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particular consegue ter acesso a mais conceitos e conhecimentos por vir de uma

condição social melhor e por ter um ambiente escolar que o exige e estimula mais,

conseguindo, assim, reconhecer esse conhecimento mais amplo que possui nas aulas

do CEFET/ RJ.

2

(...) existe um auto índice de violência entre os alunos, pouca ou quase nenhuma

participação dos responsáveis e familiares na comunidade escolar, apesar de esforços

de ambas direções, pouco se consegue: tanto no que diz respeito aos conteúdos,

currículo mínimo e projetos escolares de cada ano letivo. (...) Em turmas de 45

alunos, em média 5 ou menos procuram escolas como CEFET ou FAETEC. Não por

falta de estímulos de professores ou coordenação mas por falta de apoio ou

conhecimento familiar. Posso arriscar a dizer que quando um aluno das escolas que

lecionava chega ao CEFET é por apoio da família e muita força de vontade. Além do

que este aluno encontrará uma enorme defasagem em sua bagagem escolar, pois

estudava em horário diferenciado sem recreio com 5 tempos seguidos em turmas de

até 50 alunos, em salas que as vezes só tinham um ventilador (quando o tinham), com

conflitos entre policiais e traficantes que dependendo da situação, chega a ter dois ou

três dias por mês(no mínimo) sem aulas. Ou em certas ocasiões em que elas (as aulas)

acontecem em clima de guerra com "caveirões ", helicópteros e rajadas de tiros como

trilha sonora de fundo. Com colegas/alunos que não respeitam professores, e não

possuem o menor interesse em nenhum conteúdo aplicado. Em alguns casos

(comum), meninas engravidam durante o ensino fundamental e acabam

interrompendo seus estudos. No final, vários alunos acabam se matriculando em

escolas estaduais das redondezas, pela comodidade de estar próximo de casa.

3

Na minha opinião, a defasagem no aproveitamento da “bagagem” trazida pelos alunos

da escola pública é atribuída a diminuição da própria carga horária das disciplinas

lecionadas, que não atendem o mínimo necessário exigido na grade curricular ,

diminuídas em decorrência de inúmeros fatores como: greves, falta de professor nas

disciplinas, falta de comprometimento dos professores com seus alunos, gestões ruins,

etc. Vejo que os alunos oriundos das escolas públicas já entram no CEFET perdendo,

pois levam apenas 40% do seu conhecimento. A matemática, a física e a química são

disciplinas calcadas para a Universidade e pede maior maturidade por parte dos

alunos, e o que trazem na verdade é insuficiente, para o aproveitamento e o bom

rendimento escolar. Hoje o aluno entra sem nenhuma seleção no 2º segmento do E.

Fundamental e sai da escola pública com três (3) a quatro (4) anos de “farra”. No

passado o professor era respeitado, admirado por ser o acelerador do aprendizado,

hoje o professor é visto como o aliviador do aprendizado. No passado havia respeito

por parte dos responsáveis e alunos, o professor tinha autonomia, hoje essa autonomia

não existe, e o professor está sempre correndo o risco de ser processado pelos

responsáveis e alunos. Em função de tudo isso, temos inúmeros profissionais, frutos

desse sistema, que se dizem professores, reflexo do que a própria Educação está

retribuindo à sociedade. Diferente do que acontece na escola particular, onde os

professores estabelecem metas e as cumprem, em função das inúmeras exigências e

do próprio comprometimento.

4

Acredito que a uma qualidade de ensino inferior às instituições particulares. Isso

atrelado às diversas questões políticas e administrativas (como pressões das

secretarias pela aprovação de um número X de alunos, por exemplo) vindas do

panorama histórico de nossa cidade e não à má qualidade dos professores. Quadro 03: Questão Complementar e Respostas de Professores da rede Pública de Ensino Fundamental

Fonte: Dados da Pesquisa

Conforme pode ser observado, diversas problemáticas dominam os discursos dos professores, mas

os aspectos familiares, a aprovação automática e as condições básicas de ambiente de estrutura

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tanto na escola quanto em casa são preponderantes. O aluno oriundo de escolas públicas da rede

municipal não possuem possibilidades de um rol mais completo de informações teóricas devido ao

ambiente no qual ele está inserido. A iniciar pela estrutura física da escola, a qual, conforme os

relatos, abrigam alunos em meio a condições precárias de permanência que envolvem, inclusive,

as localizações próximas a áreas de turbulência civil, atrapalhando todo e qualquer processo de

tentativa de procedimentos didático-pedagógicos, sejam eles básicos ou inovadores.

No mesmo escopo, o ambiente familiar no qual este aluno encontra-se inserido não possui noção

alguma do quão necessária é a formação do aluno, por não entender que significado a escola

possui. Esta realidade em forma de identidade familiar, influencia basicamente na escolha que

esse aluno poderá realizar em suas decisões futuras, quando nem mesmo conhecem as

possibilidades existentes como as escolas técnicas. Quando, de alguma forma, conhecem estas

possibilidades, contam com o seu esforço muitas vezes solitário na tentativa de modificar a sua

situação e conseguem acesso a escolas como o CEFET/RJ, compondo os alunos oriundos de

escolas públicas com o cenário acima descrito.

O fato destas escolas estarem recebendo orientações para a aprovação automática, conforme

relatado pelos professores, faz com que estes alunos que não possuem a formação da identidade

escolar se respaldem na falta de mensuração da aprendizagem para deixar de lado qualquer

tentativa de mudança em sua postura de desinteresse pela escola. Vale ressaltar que tal

desinteresse não é aqui julgado, tendo em vista que estes alunos não possuem, como supracitado,

possibilidades sociais de entendimento do motivo pelo qual é obrigado a estar matriculado na

escola.

Sendo assim, torna-se óbvio que os professores desta rede não poderão direcionar seus esforços

para que os conteúdos necessários à formação básica do aluno no Ensino Fundamental sejam

ministrados. E assim, conclui-se que o aporte teórico levado a estas salas de aula será diminuído a

medida que não pode ser aprofundado diante da realidade destes alunos e dos ambientes onde eles

estão.

Ao cruzar os dados entre a origem escolar destes alunos e a iniciação do processo de criação de

significado, foi percebido que há diferença neste processo, conforme os gráficos 4 e 5.

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Gráfico 4 – Origem de Escola Pública e Criação de Significado

Fonte: Dados da pesquisa

Gráfico 5 – Origem de Escola Particular e Criação de Significado

Fonte: Dados da pesquisa

Tais dados não significam que os 34% de alunos oriundos das escolas públicas não conseguirão

dar início aos processos de criação de significado em sala de aula, mas que neste dado momento,

através deste estudo transversal, estes alunos de algum modo ainda não estão imersos na nova

realidade curricular e social que o CEFET/RJ representa, assim como os 27% dos alunos oriundos

de escolas particulares. Esta diferença de 7% dá início a uma reflexão acerca da influência de sua

origem escolar para que este aluno esteja propício e aberto a todas as possibilidades de criações

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que a sala de aula oferece, quando tomada como um grupo de construção de conhecimento

conjunto.

Possivelmente, os relatos dos professores corroboram com os valores percentuais, dos quais 73%

de alunos oriundos de escolas particulares conseguem se inserir neste processo e dar início às

interpretações das ambiguidades com maior facilidade, tendo em vista que as informações retidas

em seus antigos colégios provavelmente possuem um rol maior de conhecimentos do que as

retenções dos alunos oriundos de ensino público. Se existe a necessidade dos currículos serem

diminuídos, as informações que perpassariam estas salas de aula são prejudicadas e também

diminuídas, prejudicando a amplitude de conhecimentos que os alunos oriundos de escolas

públicas poderiam reter para suas próximas interpretações.

5 CONCLUSÃO

Um dos principais mecanismos produtores da dinâmica de criação de significado são os debates

em sala de aula, que produzem variações nos fluxos de experiências e interpretações. É através

destas experiências e interpretações que o aluno trabalha com as ambiguidades surgidas,

transformando-as em significados.

Tendo em vista que as informações que os alunos recebem na dinâmica da aula são atravessadas

por um misto de ordem e caos, fruto não apenas dos inputs que vêm do docente, mas também da

interrelação entre os alunos, ordená-las requer a interação entre as ambiguidades, fazendo com que

ao menos uma pequena parte das informações seja organizada, tornando-se razoavelmente

inequívoca.

O processo dinâmico de criação de significado depende de ações mediadoras, que devem ser

desempenhadas pela escola. Elas funcionam como start-up da modificação ambiental a partir da

qual o sensemaking opera. Ao incentivar os momentos de discussão, o professor está garantindo

um ambiente propício às interações, comunicações e portanto a criação de significado. Com isso, a

exemplo do que acontece nas organizações, conforme as teorias expostas ao longo do trabalho,

cria-se uma espécie de "espírito" de turma, o que só vem favorecer o processo de ensino-

aprendizagem.

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Percebeu-se uma diferenciação entre a dinâmica de criação de significado dos alunos oriundos de

escolas privadas e dos alunos oriundos de escolas públicas, tendo em vista os processos políticos-

pedagógicos pelos quais estas últimas perpassam na atualidade. Futuramente, cabe uma pesquisa

sob a ótica dos alunos, quando ao recolher os seus depoimentos sobre este processo em sua visão,

tornar-se-á mais amplo o rol de possibilidades de triangulação metodológica que abarque esta

problemática de forma mais completa. Outra possibilidade de estudo futuro é a realização da

pesquisa em salas de aulas de mais disciplinas de diferentes áreas do conhecimento, que

perpassem mais cursos técnicos da instituição.

Por fim, a pesquisa mostrou também a importância da constituição dos coletivos estudantis no

espaço da sala de aula como suporte não apenas para o ensino-aprendizagem como também para a

construção de identidades que resgatem as histórias dos alunos ao mesmo tempo que se constroem

como sujeitos na escola. A utilização das teorias e constructos organizacionais, devidamente

adaptados ao ambiente escola, mostrou que pode iluminar aspectos engessados há muito tempo no

ethos acadêmico trazendo novos olhares, novas experiências, novas possibilidades, enfim, um

ensaio de projeto transformador.

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