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A Análise do Impacto da Origem Escolar do Aluno no
Processo de Criação de Significado em Sala de Aula
Allane de Souza Pedrotti (LATEC/UFF)
Emmanuel Paiva de Andrade
Orientador
(LATEC/UFF)
Resumo: Formar um aluno na educação básica de nível médio constitui-se um processo
complexo. A atuação futura do egresso em sociedade faz parte das preocupações que
transformam as práticas de sala de aula, tendo em vista que o estímulo à análise crítica das
informações tem princípio em ambientes nos quais a interação social é o mote para os caminhos
pelos quais o conhecimento passa, criando-se, transformando-se, transmitindo-se e refazendo-se
enquanto novas informações. A escola e a sala de aula, especificamente, são, então, um
ambiente ricamente propício a tais trocas de informações que permitem que o conhecimento
passe por todo o processo que naturalmente demanda. Neste ambiente, foi analisado, através da
abordagem do sensemaking, se a origem escolar do aluno egresso no CEFET/RJ causa impacto
na iniciação do processo de criação de significado na sala de aula, tendo em vista que a retenção
do conhecimento oriundo das experiências vividas em suas escolas de origem possui grande
importância para o processo de interpretação da informação, de administração das
ambiguidades e de construção do conhecimento. A metodologia utilizada baseou-se na
abordagem da pesquisa qualitativa, através de um estudo de caso com os alunos egressos no
primeiro ano do Ensino Técnico Integrado de Nível Médio no CEFET/RJ, tendo sido o
instrumento de coleta de dados um questionário com perguntas fechadas baseadas na escala do
tipo Likert e perguntas abertas de livre resposta.
Palavras-chaves: Sensemaking, Sala de Aula, Práticas Didáticas, Gestão do
Conhecimento.
ISSN 1984-9354
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1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Há muito tempo discute-se sobre o espaço de troca entre professor e aluno, o qual constitui em
grande medida o locus por excelência do trabalho docente. Este espaço é mediado por artefatos
variados dentre os quais o próprio conhecimento, tanto docente quanto discente. Ou seja, há aí
uma imbricação dialética entre os mediadores da produção do conhecimento e o próprio
conhecimento em si, muito especialmente se este for visto não como objeto independente do
sujeito, mas como uma atividade em si.
Em sua explicação tradicional, a sala de aula e a escola têm a função de mediar um espaço de
multiculturas, colocando-as em diálogo, transmitindo valores e seus significados. Sendo assim, a
sala de aula constitui-se em um ambiente rico de informações, envolvendo relações de trocas e
experimentação de conhecimentos, criando e recriando significados (VYGOTSKY, 1978; CHOO,
2006; RIBEIRO e RIBEIRO, 2011).
Rego (2002), ao comentar o trabalho de Vygotsky, afirma que o indivíduo, constituindo-se como
membro de uma comunidade ou grupo sócio-cultural determinado, “vivencia um conjunto de
experiências e opera sobre todo o material cultural (conceitos, valores, ideias, objetos concretos,
concepção de mundo etc.) a que tem acesso" (p. 76). Neste sentido, a partir do contato com os
demais membros da sociedade na qual está inserido, este sujeito se constrói, interagindo e
assimilando novos conceitos e valores que antes não faziam parte de sua estrutura social. A partir
de então, iniciam-se as trocas mediadas pelos ambientes para que os demais indivíduos possam, do
mesmo modo, assimilar novas ideias, de forma a construir novos grupos e relações, incluindo,
neste processo, as motivações para buscas de conhecimentos diversificados.
A interação dos indivíduos em sala de aula, tanto entre o professor e o aluno, quanto dos alunos
entre si, constitui-se no compartilhamento de conhecimentos que são construídos, desconstruídos,
modificados, adaptados, ao se expor e discutir os conceitos e valores entre eles. Sendo assim, com
o intuito de alinhar as perspectivas dos dois lados, deve haver um espaço de reflexões e críticas
acerca dos significados que o ato de ensinar possui. O ambiente escolar deve ser propício para que
os conceitos possam ser ampliados, tornando-se mais abrangentes e adquirindo maior
complexidade (REGO, 2002, p. 78). A sociedade do conhecimento avança e faz com que a
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produção e disseminação de informação e do próprio conhecimento seja componente importante
da mudança social e econômica.
Rego (2002, p. 79) indica que o ensino escolar propicia ao indivíduo “um conhecimento
sistemático sobre aspectos que não estão associados ao seu campo de visão ou vivência direta”. O
mesmo autor afirma ainda que este ensino escolar possibilita "(...) que o indivíduo tenha acesso ao
conhecimento científico construído e acumulado pela humanidade”. A partir desta ideia, pode-se
depreender a relevância dos docentes no processo de ensino-aprendizagem, enquanto agentes que
têm a função de levar ao campo de aprendizagem novos conhecimentos.
É necessário e urgente a atenção ao entorno de todo o processo que envolve a formação do aluno,
dando a devida relevância não só às presentes demandas, como também às demandas que dão
origem aos processos presentes. Tal origem corresponde ao fluxo de informações que formam a
bagagem anterior de vivências retidas para a utilização atual nas interpretações que surgem na sala
de aula.
1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA
A LDB (BRASIL, 1996) prevê, em seu Capítulo II, que “a educação básica tem por finalidades
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”. Tomando a
escola como formadora de conceitos, além, portanto, do mero repasse unilteral de informações,
resta saber em que medida o ambiente por ela criado permite trocas que passem tanto pela relação
aluno/aluno quanto pela relação aluno/professor. De que maneira também a LDB e o ENEM
contribuem ou induzem à criação deste espaço de formação global.
A realidade das estruturas físicas e sociais, na qual as escolas públicas de Ensino Fundamental se
inserem, visivelmente clama por uma atenção diferenciada. Há um conjunto de problemáticas que
envolvem estas escolas e as consequências, além de atingir a prática docente, recaem,
principalmente, sobre os alunos, de maneira que a sua formação fica prejudicada. Tal defasagem
neste segmento de ensino traz consequências irreparáveis ao prosseguimento acadêmico que a
própria LDB visa e espera que os alunos concretizem.
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Sendo assim, coube a este estudo analisar de que forma a origem escolar do aluno hoje egresso no
CEFET/RJ influencia no processo de criação de significado que a sala de aula permite ao ser
percebida como um espaço de construção conjunta de conhecimento, com a identidade de um
grupo, sempre em (re)construção. Da mesma forma, de que maneira esta origem escolar
prejudicou ou favoreceu os processos de retenção do conhecimento que formam o rol de
informações que são utilizadas para suprir e interpretar as ambiguidades surgidas no ambiente de
discussões da sala de aula atualmente.
Para isso a pesquisa lançará mão de um modelo originário do estudo de organizações que, ao
considerar os membros da organização como produtores coletivos de significado, mostra o seu
papel na construção da identidade organizacional, criando significado, reduzindo as ambiguidades
do ambiente mutante, e forjando um tipo de coletivo adaptativo.
O campo da pesquisa, conforme será posteriormente detalhado, foram os alunos e as salas de aula
do CEFET/RJ, correspondentes ao segmento de formação de Ensino Técnico Integrado de Nível
Médio, levando em consideração os três modelos de uso da informação, proposto por Choo (2006,
p. 46), na parte que pertence à criação de significado, conforme abaixo.
Quadro 01 - Os três modelos de uso da informação organizacional / Fonte: Choo (2006, p. 46)
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1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
O ambiente em que o sujeito vive quase diariamente pode e deve induzir a vontade de saber, em
todos os níveis de ensino. Sendo assim, o objetivo principal deste estudo é a investigação do
quanto a origem escolar do aluno influenciou em sua formação de forma que o ambiente hoje
vivenciado no Ensino Médio pode ser melhor aproveitado para a criação de significados novos
oriundos do ambiente da sala de aula do CEFET/RJ, ajudando-os a, coletivamente, criar
significado que dê sentido e relevância a sua formação de cidadãos.
Ou seja, levando em consideração a sala de aula tomada como um coletivo, investigar de que
forma as informações retidas das situações vivenciadas nas salas de aulas de Ensino Fundamental
podem potencializar a aprendizagem para além da mera absorção de conhecimento. Ou ainda,
verificar se há realmente a visível distinção entre a bagagem de informações retidas entre alunos
oriundos de escola pública e alunos oriundos de escola particular.
1.3.2 Objetivos Específicos
- Analisar o processo de retenção de conhecimento dos alunos oriundos de escola pública e alunos
oriundos de escola particular.
- Analisar a utilização atual desta retenção de informações do segmento de ensino anterior nas
dinâmicas atuais de sala de aula, no que se refere ao entendimento e à participação.
- Averiguar, através de questionários, os processos que disparam a dinâmica de criação de
significado, através da abordagem de sensemaking, tentando identificar a linha que vai de
conhecimentos anteriores sobre o assunto abordado até conhecimentos novos adquiridos e
possíveis modificações de concepções sobre o assunto após a aula e discussões.
- Avaliar a possível diferenciação quanto ao início da dinâmica do processo de criação de
significado entre alunos oriundos da rede particular e alunos oriundos da rede pública.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A GESTÃO DO CONHECIMENTO
O conhecimento é integrado, dinâmico e processual, o que significa que se revela sempre na
dimensão situada, coletiva. Junto a isso, o próprio conhecimento pessoal do indivíduo e a
ampliação de seus horizontes vai além do objetivo puramente científico. Como explica Nonaka
(1994) existem diversos “gatilhos” que induzem os modos de conversão de conhecimento. A
socialização inicia-se com a construção de um campo de interações, proporcionando a troca de
perspectivas e experiências entre seus componentes. Sendo assim, o sentido do estudo se dá
quando este é fundamentado em uma prática, seja ela de trabalho ou mesmo de compartilhamento
de informação. Nonaka (1994) afirma ainda que “o conhecimento é profundamente enraizado na
ação, no comprometimento e no envolvimento em um contexto específico”.
Choo (2006) indica que as três formas de uso da informação, quais sejam, a interpretação, a
conversão e o processamento, se articulam de forma dinâmica, em processos que se constituem e
se reconstituem de forma constante, recriando os significados. É um processo gradativo e não
linear que culmina em novas produções de conhecimento, com as quais constroem, processam e
analisam as informações. Tal interpretação do mundo, junto à conversão e ao processamento da
informação partem de uma motivação que o ambiente proporciona ao indivíduo, fazendo com que,
de alguma forma, traga a este o desejo pela busca de algo novo ou de aprofundamento de algo que
o interessou primariamente.
O conhecimento humano é criado e disseminado em função das interações sociais. Ao se
implantar iniciativas de gestão do conhecimento, deve-se considerar as características do ambiente
no qual serão implementadas, a fim de se conhecer a natureza do conhecimento, a cultura que
envolve os indivíduos e o seu comportamento em relação à informação e ao conhecimento,
atentando para as condições peculiares de comunicação do próprio ambiente no qual tais
indivíduos estão inseridos. Desta forma, a prática da gestão do conhecimento deve sempre ser
direcionada às características do ambiente com suas especificidades, tendo um modelo
diretamente apropriado para ele.
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2.2 A FERRAMENTA DE CRIAÇÃO DE SIGNIFICADO, O SENSEMAKING
Em linhas gerais, o sensemaking constitui-se da ideia do “processo de fazer ou de gerar sentido de
algo ainda desconhecido” (FONSÊCA, 2009, p.2) construindo-o e reconstruindo-o de forma que
passe a ser um evento com maior coerência, levando-se em consideração 'o que é', 'como' e 'por
quê' é construído. Fonsêca (2009) completa ainda que ao entender que pelo fato da realidade não
ser completa e constante, as ambiguidades são geradas, sendo a realidade uma percepção subjetiva
oriunda de processos racionais e emocionais.
Desta forma, o processo de criação de significado inicia-se com a interação entre os indivíduos,
que surge através desta necessidade da busca pela informação. Leitão e Nassif (2012, p. 135),
afirmam que “a base social é o sustentáculo para o processo de produção de sentido”. Esta
interação recíproca constitui-se como fonte de aprendizagem, tornando o processo de sensemaking
cada vez mais facilitado, seja esta interação realizada pessoalmente ou virtualmente, como em
comunidades de prática ou virtuais, que na atualidade constituem os melhores meios de trocas de
ideias e estudo de soluções de problemas enfrentados nas organizações.
Neste sentido, os modos de uso da informação constituem-se processos sociais dinâmicos porque
continuamente constroem e reconstroem os significados, que originam novos conhecimentos e
consequentemente influencia nas ações. O indivíduo seleciona quais informações possuem
importância para um tratamento especial após a interpretação do que circula em seu ambiente,
bem como do que recebe como informação. Durante este processo de construção do
conhecimento, os pares entram no circuito articulando os saberes e partilhando os conhecimentos
de forma intuitiva e, através da ação, inicia o processamento das informações (CHOO, 2006, p.
30).
No quadro 2, abaixo, Choo (2006, p. 120) demonstra um ciclo interligado, baseado na
interpretação, na seleção e na retenção da informação para a criação de significado.
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Quadro 02: O método de criação de significado
Fonte: Choo, 2006, p. 128
Observando-se o quadro de Choo (2006), percebe-se que a interpretação constitui-se, então, um
processo de criação e de observação do ambiente o qual o indivíduo vivencia. Este processo de
recriação baseia-se na experiência que este indivíduo possui armazenada, desde o momento em
que ele percebe que ocorreu alguma inferência ou modificação da informação que destoa do que
previamente possui.
Assim, ele destaca os dados ambíguos que recebeu e assim os interpretou, os selecionando para
recriações de significados sobre tais dados, tornando o seu ambiente mais significativo. Então,
prossegue com o processo de reter estes dados armazenando-o para utilizá-los como referencial
para novas interpretações futuras que surgirão, de forma cíclica, como supracitado.
2.3 A ESCOLA E A SALA DE AULA / INTERAÇÕES SOCIAIS
NECESSÁRIAS AO APRENDIZADO
Trazendo o olhar da educação escolar como meio de vivência e convivência entre indivíduos, a
escola possui fundamental papel na construção social e permite que estes indivíduos
desempenhem papéis que se constituem ensaios das experiências a serem vividas após sua
formação básica, no mundo do trabalho ou dos próprios relacionamentos sociais. As trocas
possíveis na escola explicitam a via de mão dupla da atuação na coletividade e constituem-se base
para a sua formação social.
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Sendo a escola, em sua essência, a grande produtora de conhecimento e interpretando o
conhecimento como o mote de propulsão das ações em sociedade, vale a reflexão de que as
criações de significados básicos sobre o mundo ocorrem na institucionalização destes
conhecimentos a partir dela. Faz parte de sua característica básica a abertura de espaço que
proporcione a sistematização do conhecimento, deixando a ideia da mera disseminação de lado.
Saviani (2000, p.27) ressalta a mediação de saberes na escola como um “movimento dialético, isto
é, a ação escolar permite que se acrescentem novas determinações que enriquecem as anteriores e
estas, portanto, de forma alguma são excluídas.”
Ao citar a teoria da facilitação social, Weick (1973, p. 16) explica que quando os indivíduos
encontram-se em grupos, apresentam respostas com maior frequência, rapidez e intensidade,
devido à excitação estar elevada pela situação da reunião de pessoas. Em um processo adaptativo,
eles tendem a criar um ambiente no qual possam se adaptar, sendo este ambiente, então, fruto da
constituição de diversos atores interdependentes (WEICK, 1973, p. 28).
Neste sentido, a escola como geradora de processos de transformação social deve fornecer um
ambiente aberto às construções de pensamentos críticos, através dos quais formem indivíduos com
consciência da importância de sua participação no desenvolvimento da sociedade na qual está
inserido. Para isso, o professor possui fundamental ação nos caminhos de formação deste aluno,
tendo em vista que é na sala de aula, principalmente, que ele poderá mediar toda esta construção
de interpretações e ressignificações sobre a sociedade.
3 METODOLOGIA
3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA
O estudo baseou-se em uma abordagem de pesquisa qualitativa, fundamentado em um estudo de
caso, sobre uma amostra relativa a cinco turmas, contendo em cada uma aproximadamente trinta e
cinco alunos.
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3.2 MÉTODO DE PESQUISA
O método utilizado foi o estudo de caso e a pesquisa bibliográfica para o embasamento teórico e,
posteriormente, a observação e a utilização de questionários investigativos, a fim de se analisar o
ambiente de criação de significados nas salas de aula do CEFET/RJ, que foram tabulados e
interpretados, para serem relacionados com a teoria anteriormente estudada e analisada.
3.3 CARACTERÍSTICA DA POPULAÇÃO E CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
A amostra escolhida para este estudo foram os alunos de primeiro ano do Ensino Médio Integrado
(1º Ano E.M.) dos cursos de Eletrônica, Eletrotécnica, Informática e Administração. Tal escolha
se deu pela completude de possibilidade de análise dos alunos que estão em seu primeiro ano de
curso, com o conhecimento básico, porém considerável, da instituição na qual estão inseridos e
por estarem iniciando seu processo de formação média profissional, em um novo nível de ensino,
em uma nova instituição.
A faixa etária dos participantes está de acordo com o padrão de ingresso de alunos em Ensino
Médio, que varia entre 14 e 16 anos, sendo 91% dos participantes com 15 e 16 anos. O perfil de
gênero e de faixa etária encontra-se delimitado na tabela 1 abaixo relacionada.
Tabela 1: Perfil de Gênero e idade dos participantes
PERFIL DO PARTICIPANTE
GÊNERO IDADE
FEM MASC 14 15 16 17 18 19
f 40 95 4 46 77 6 2 0
fr (%) 30% 70% 3% 34% 57% 4% 2% 0%
(f = frequência absoluta; fr (%) = frequência relativa)
Fonte: Resultados da Pesquisa
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3.4 PROCEDIMENTO E INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
O instrumento selecionado para a coleta de dados em campo para a presente pesquisa foi o
questionário, através do qual os alunos foram convidados a responder. O questionário permeou
questões de relação direta com a bibliografia encontrada e discutida, a fim de se realizar as
identificações de pontos de convergência e de críticas acerca do ambiente avaliado, constituindo
respostas aos questionamentos propostos.
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
A pesquisa teve como um dos objetivos verificar se na sala de aula são utilizadas ferramentas que
propiciem a troca de conhecimentos entre os alunos ressaltando, principalmente, se em sua origem
escolar teve bagagem criada pela retenção do conhecimento ou não para futuras trajetórias
acadêmicas, como a atualmente analisada. No que se refere ao aprendizado anterior do aluno, a
pesquisa retornou os seguintes dados.
Gráfico 01: Aproveitamento da aprendizagem anterior para discussões atuais.
Fonte: Dados da Pesquisa
Considerando as variáveis “sempre” e “frequentemente”, observa-se que 54% dos alunos julga
que o aprendizado oriundo do Ensino Fundamental de sua escola de origem traz aporte teórico
para a sua participação nas discussões em sala de aula no Ensino Médio no CEFET/RJ. Ainda,
seguindo esta linha de pensamento, cabe o questionamento da origem dos alunos e do seu
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cruzamento com a pergunta em questão, levando em consideração a possibilidade de alunos
oriundos de escolas públicas não possuírem aporte teórico suficiente para as discussões atuais do
Ensino Médio. Sendo assim, o resultado destes cruzamentos de dados apresentou o seguinte
cenário:
Gráfico 02: Oriundo de escola particular.
Fonte: Dados da Pesquisa
Gráfico 03: Oriundo de escola pública.
Fonte: Dados da Pesquisa
Novamente considerando as variáveis “Frequentemente” e “Sempre” constatou-se que 74% dos
alunos oriundos de escola particular julgam ter o aproveitamento do aprendizado adquirido nas
discussões no Ensino Médio. Em contrapartida, o que delimita e detalha o cenário inicial é o fato
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de apenas 32% dos alunos oriundos de escola pública considerarem tal aproveitamento,
completando os dados de 68% dos alunos julgando pouco ou nenhum aproveitamento do
aprendizado atualmente no CEFET/RJ com as variáveis “eventualmente”, “raramente” e “nunca”.
Levando-se em consideração o método de criação de significado, descrito na introdução do
presente estudo, o qual ressalta a sequência de interpretação, seleção e retenção sugerida por Choo
(2006, p. 128), observa-se que as experiências armazenadas nas escolas de origens destes alunos
possuem substancial importância para dar início à dinâmica do processo de criação de significado
deles, tendo em vista que trazem os subsídios dos quais necessitam para a participação e para as
discussões em sala de aula.
Após a análise destes dados, surgiu a eminente curiosidade de entender por quê os alunos vindos
de escolas públicas expuseram tão desanimador cenário. Sendo assim, professores de escolas
públicas de 2º segmento do Ensino Fundamental (5o ao 9o ano) foram questionados acerca do
motivo pelo qual este resultado do questionamento aos alunos veio à tona. Foram obtidas as
seguintes respostas, contidas no quadro 03 abaixo.
PROFESSOR
A que você atribui esta defasagem no aproveitamento da "bagagem" da escola
anterior aos alunos oriundos de escola pública, levando em consideração a sua
experiência com alunos deste mesmo perfil nas escolas nas quais trabalha ou
trabalhou?
1
Atribuo primeiramente às questões sociais relacionadas à realidade material dos dois
grupos analisados. Sabemos que o sistema econômico que vivemos gera
desigualdades sociais que provocam diferenças tanto no cotidiano dos estudantes
quanto na bagagem cultural que trazem. Os alunos da escola particular provavelmente
possuem acesso mais facilitado a todo tipo de conhecimento e informação do que
quando comparamos a maioria dos alunos da escola pública. No início do ano letivo
de 2013, solicitei aos alunos que realizassem uma pesquisa na internet e trouxessem,
individualmente, alguns dados, para um posterior debate. Um de meus alunos, filho
de um viúvo desempregado, não sabia manipular um mouse. Apesar dos
investimentos em tecnologia, a escola pública não consegue neutralizar as diferenças
sociais dos alunos menos favorecidos economicamente. Além disso, suas vidas
familiares são comumente desestruturadas, há falta de espaço físico para estudo em
suas residências, suas rotinas são cheias de atividades domésticas, cuidado com os
numerosos irmãos mais novos e ausência de responsáveis (ocupados por jornadas
longas de trabalho e deslocamento para o serviço, além de alguns desempenharem
mais de uma atividade profissional). Além disso, as solicitações por parte das
coordenadorias (orientadas pela Secretaria Municipal de Educação) da assinatura de
documentos pelos diretores de redução constante do número de reprovações, gera
uma cobrança no nível dos conteúdos cada vez menor. O aluno não encontra em sua
família condições de aprendizagem de conteúdos escolares e não é estimulado a se
desenvolver ao máximo suas habilidades intelectuais no espaço escolar, uma vez que
sabendo que não poderão reprovar, os professores exigem menos. O aluno da escola
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particular consegue ter acesso a mais conceitos e conhecimentos por vir de uma
condição social melhor e por ter um ambiente escolar que o exige e estimula mais,
conseguindo, assim, reconhecer esse conhecimento mais amplo que possui nas aulas
do CEFET/ RJ.
2
(...) existe um auto índice de violência entre os alunos, pouca ou quase nenhuma
participação dos responsáveis e familiares na comunidade escolar, apesar de esforços
de ambas direções, pouco se consegue: tanto no que diz respeito aos conteúdos,
currículo mínimo e projetos escolares de cada ano letivo. (...) Em turmas de 45
alunos, em média 5 ou menos procuram escolas como CEFET ou FAETEC. Não por
falta de estímulos de professores ou coordenação mas por falta de apoio ou
conhecimento familiar. Posso arriscar a dizer que quando um aluno das escolas que
lecionava chega ao CEFET é por apoio da família e muita força de vontade. Além do
que este aluno encontrará uma enorme defasagem em sua bagagem escolar, pois
estudava em horário diferenciado sem recreio com 5 tempos seguidos em turmas de
até 50 alunos, em salas que as vezes só tinham um ventilador (quando o tinham), com
conflitos entre policiais e traficantes que dependendo da situação, chega a ter dois ou
três dias por mês(no mínimo) sem aulas. Ou em certas ocasiões em que elas (as aulas)
acontecem em clima de guerra com "caveirões ", helicópteros e rajadas de tiros como
trilha sonora de fundo. Com colegas/alunos que não respeitam professores, e não
possuem o menor interesse em nenhum conteúdo aplicado. Em alguns casos
(comum), meninas engravidam durante o ensino fundamental e acabam
interrompendo seus estudos. No final, vários alunos acabam se matriculando em
escolas estaduais das redondezas, pela comodidade de estar próximo de casa.
3
Na minha opinião, a defasagem no aproveitamento da “bagagem” trazida pelos alunos
da escola pública é atribuída a diminuição da própria carga horária das disciplinas
lecionadas, que não atendem o mínimo necessário exigido na grade curricular ,
diminuídas em decorrência de inúmeros fatores como: greves, falta de professor nas
disciplinas, falta de comprometimento dos professores com seus alunos, gestões ruins,
etc. Vejo que os alunos oriundos das escolas públicas já entram no CEFET perdendo,
pois levam apenas 40% do seu conhecimento. A matemática, a física e a química são
disciplinas calcadas para a Universidade e pede maior maturidade por parte dos
alunos, e o que trazem na verdade é insuficiente, para o aproveitamento e o bom
rendimento escolar. Hoje o aluno entra sem nenhuma seleção no 2º segmento do E.
Fundamental e sai da escola pública com três (3) a quatro (4) anos de “farra”. No
passado o professor era respeitado, admirado por ser o acelerador do aprendizado,
hoje o professor é visto como o aliviador do aprendizado. No passado havia respeito
por parte dos responsáveis e alunos, o professor tinha autonomia, hoje essa autonomia
não existe, e o professor está sempre correndo o risco de ser processado pelos
responsáveis e alunos. Em função de tudo isso, temos inúmeros profissionais, frutos
desse sistema, que se dizem professores, reflexo do que a própria Educação está
retribuindo à sociedade. Diferente do que acontece na escola particular, onde os
professores estabelecem metas e as cumprem, em função das inúmeras exigências e
do próprio comprometimento.
4
Acredito que a uma qualidade de ensino inferior às instituições particulares. Isso
atrelado às diversas questões políticas e administrativas (como pressões das
secretarias pela aprovação de um número X de alunos, por exemplo) vindas do
panorama histórico de nossa cidade e não à má qualidade dos professores. Quadro 03: Questão Complementar e Respostas de Professores da rede Pública de Ensino Fundamental
Fonte: Dados da Pesquisa
Conforme pode ser observado, diversas problemáticas dominam os discursos dos professores, mas
os aspectos familiares, a aprovação automática e as condições básicas de ambiente de estrutura
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tanto na escola quanto em casa são preponderantes. O aluno oriundo de escolas públicas da rede
municipal não possuem possibilidades de um rol mais completo de informações teóricas devido ao
ambiente no qual ele está inserido. A iniciar pela estrutura física da escola, a qual, conforme os
relatos, abrigam alunos em meio a condições precárias de permanência que envolvem, inclusive,
as localizações próximas a áreas de turbulência civil, atrapalhando todo e qualquer processo de
tentativa de procedimentos didático-pedagógicos, sejam eles básicos ou inovadores.
No mesmo escopo, o ambiente familiar no qual este aluno encontra-se inserido não possui noção
alguma do quão necessária é a formação do aluno, por não entender que significado a escola
possui. Esta realidade em forma de identidade familiar, influencia basicamente na escolha que
esse aluno poderá realizar em suas decisões futuras, quando nem mesmo conhecem as
possibilidades existentes como as escolas técnicas. Quando, de alguma forma, conhecem estas
possibilidades, contam com o seu esforço muitas vezes solitário na tentativa de modificar a sua
situação e conseguem acesso a escolas como o CEFET/RJ, compondo os alunos oriundos de
escolas públicas com o cenário acima descrito.
O fato destas escolas estarem recebendo orientações para a aprovação automática, conforme
relatado pelos professores, faz com que estes alunos que não possuem a formação da identidade
escolar se respaldem na falta de mensuração da aprendizagem para deixar de lado qualquer
tentativa de mudança em sua postura de desinteresse pela escola. Vale ressaltar que tal
desinteresse não é aqui julgado, tendo em vista que estes alunos não possuem, como supracitado,
possibilidades sociais de entendimento do motivo pelo qual é obrigado a estar matriculado na
escola.
Sendo assim, torna-se óbvio que os professores desta rede não poderão direcionar seus esforços
para que os conteúdos necessários à formação básica do aluno no Ensino Fundamental sejam
ministrados. E assim, conclui-se que o aporte teórico levado a estas salas de aula será diminuído a
medida que não pode ser aprofundado diante da realidade destes alunos e dos ambientes onde eles
estão.
Ao cruzar os dados entre a origem escolar destes alunos e a iniciação do processo de criação de
significado, foi percebido que há diferença neste processo, conforme os gráficos 4 e 5.
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Gráfico 4 – Origem de Escola Pública e Criação de Significado
Fonte: Dados da pesquisa
Gráfico 5 – Origem de Escola Particular e Criação de Significado
Fonte: Dados da pesquisa
Tais dados não significam que os 34% de alunos oriundos das escolas públicas não conseguirão
dar início aos processos de criação de significado em sala de aula, mas que neste dado momento,
através deste estudo transversal, estes alunos de algum modo ainda não estão imersos na nova
realidade curricular e social que o CEFET/RJ representa, assim como os 27% dos alunos oriundos
de escolas particulares. Esta diferença de 7% dá início a uma reflexão acerca da influência de sua
origem escolar para que este aluno esteja propício e aberto a todas as possibilidades de criações
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que a sala de aula oferece, quando tomada como um grupo de construção de conhecimento
conjunto.
Possivelmente, os relatos dos professores corroboram com os valores percentuais, dos quais 73%
de alunos oriundos de escolas particulares conseguem se inserir neste processo e dar início às
interpretações das ambiguidades com maior facilidade, tendo em vista que as informações retidas
em seus antigos colégios provavelmente possuem um rol maior de conhecimentos do que as
retenções dos alunos oriundos de ensino público. Se existe a necessidade dos currículos serem
diminuídos, as informações que perpassariam estas salas de aula são prejudicadas e também
diminuídas, prejudicando a amplitude de conhecimentos que os alunos oriundos de escolas
públicas poderiam reter para suas próximas interpretações.
5 CONCLUSÃO
Um dos principais mecanismos produtores da dinâmica de criação de significado são os debates
em sala de aula, que produzem variações nos fluxos de experiências e interpretações. É através
destas experiências e interpretações que o aluno trabalha com as ambiguidades surgidas,
transformando-as em significados.
Tendo em vista que as informações que os alunos recebem na dinâmica da aula são atravessadas
por um misto de ordem e caos, fruto não apenas dos inputs que vêm do docente, mas também da
interrelação entre os alunos, ordená-las requer a interação entre as ambiguidades, fazendo com que
ao menos uma pequena parte das informações seja organizada, tornando-se razoavelmente
inequívoca.
O processo dinâmico de criação de significado depende de ações mediadoras, que devem ser
desempenhadas pela escola. Elas funcionam como start-up da modificação ambiental a partir da
qual o sensemaking opera. Ao incentivar os momentos de discussão, o professor está garantindo
um ambiente propício às interações, comunicações e portanto a criação de significado. Com isso, a
exemplo do que acontece nas organizações, conforme as teorias expostas ao longo do trabalho,
cria-se uma espécie de "espírito" de turma, o que só vem favorecer o processo de ensino-
aprendizagem.
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Percebeu-se uma diferenciação entre a dinâmica de criação de significado dos alunos oriundos de
escolas privadas e dos alunos oriundos de escolas públicas, tendo em vista os processos políticos-
pedagógicos pelos quais estas últimas perpassam na atualidade. Futuramente, cabe uma pesquisa
sob a ótica dos alunos, quando ao recolher os seus depoimentos sobre este processo em sua visão,
tornar-se-á mais amplo o rol de possibilidades de triangulação metodológica que abarque esta
problemática de forma mais completa. Outra possibilidade de estudo futuro é a realização da
pesquisa em salas de aulas de mais disciplinas de diferentes áreas do conhecimento, que
perpassem mais cursos técnicos da instituição.
Por fim, a pesquisa mostrou também a importância da constituição dos coletivos estudantis no
espaço da sala de aula como suporte não apenas para o ensino-aprendizagem como também para a
construção de identidades que resgatem as histórias dos alunos ao mesmo tempo que se constroem
como sujeitos na escola. A utilização das teorias e constructos organizacionais, devidamente
adaptados ao ambiente escola, mostrou que pode iluminar aspectos engessados há muito tempo no
ethos acadêmico trazendo novos olhares, novas experiências, novas possibilidades, enfim, um
ensaio de projeto transformador.
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