a alegria de ser vicentino

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  • 8/15/2019 A Alegria de Ser Vicentino

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    A alegria de ser

    vicentino

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    A ALEGRIA DE SER VICENTINO

    Para falar do tema A ALEGRIA DE SER VICENTINO

    é necessário entender primeiro o que faz alguém ser um

    vicentino. Bom, vamos conversar. Primeiro precisamos

    saber o que é ser Cristão, pois isto faz parte inerente docaminho para ser um vicentino.

    Como São Vicente encarou essa questão de fundo? O

    que era ser Cristão para São Vicente? Na sua vida doistextos bíblicos iluminaram, profundamente, essa

     problemática. O primeiro foi o de São Lucas 4, 14-21

    que narra assim: “Jesus voltou  para a Galiléia, com aforça do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda

    redondeza. Ele ensinava nas sinagogas, e todos o

    elogiavam. Jesus foi à cidade de Nazaré, onde se tinha

    criado. Conforme seu costume, no sábado entrou na

    sinagoga, e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lheo livro do profeta Isaias. Abrindo o livro, Jesus,

    encontrou a passagem onde estava escrito: ‘O Espíritodo Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou

    com a unção, para anunciar a boa nova aos pobres;

    enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aoscegos a recuperação da vista; para libertar os

    oprimidos, e para proclamar o ano da graça do

    Senhor(...). Hoje se cumpriu essa passagem da

    Escritura que vocês acabam de ouvir.” 

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    Ora, para São Vicente estava claro que ser Cristão era

    seguir os passos de Jesus, o Cristo. E como segui-lo?

    Eis aí o projeto de vida de Jesus. Ser Cristão é anunciar

    a boa nova a todas as pessoas, e preferencialmente aos

     pobres. Ser Cristão é libertar os oprimidos de todo tipo

    de amarra que os impedem de ser gente e ter dignidade.Ser Cristão é curar as feridas, levar as pessoas a

    descobrirem sua dignidade de filho de Deus. Ser

    Cristão é dar vista aos que estão cegos pelo egoísmo,

     pela maldade, pelo desamor e pelo materialismo; coisasque os privam de enxergar a beleza do outro e do Reino.

    Por entender o Cristão como o continuador de Cristo,

     proclamará São Vicente, que a missão do Vicentino é

    seguir e imitar Jesus Cristo Evangelizador dos Pobres.

    Essa é a base de toda espiritualidade vicentina. “Nesta vocação vivemos de modo mui conforme a Nosso

    Senhor Jesus Cristo que, quando veio a este mundo,escolheu como principal tarefa a de assistir e cuidar dos

     pobres. MISIT ME EVANGELIZARE

    PAUPERIBUS. E se perguntam a Nosso Senhor: ‘Oque veio fazer na terra?’  –  ‘Assistir os pobres’ –  ‘Algo

    mais?’ –  ‘Assistir os pobres’.” (XI, 33s) 

    Estava muito clamo para São Vicente, a partir do texto

    de Lucas, que a grande missão que Deus lhe confiara

    era sublime, pois os vicentinos seriam na terra os

    continuadores da obra de Jesus. Por isso afirma: “(...)evangelizar os pobres é um ofício tão alto que é, por

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    excelência, o ofício do Filho de Deus! E nós nos

    dedicamos a isso como instrumentos pelos quais o

    Filho de Deus segue fazendo do céu o que fez na terra”(XI, 387) Pois, “Não são os pobres os membros aflitosde Nosso Senhor? (...) E se os sacerdotes (ou

    vicentinos: sacerdotes, irmãs, irmãos e leigos) osabandonam, quem quereis que os assistam? (...) Fazer

    isto é evangelizar por palavras e por obras, é o mais

     perfeito” (XI, 393). E São Vicente resume: Portanto, a

    nossa vocação é a continuação daquela de Jesus Cristo”(XI, 387).

    O outro texto que norteou toda a vida de São Vicente

    foi a passagem de Mateus (Mt 25, 31-46), que relata o

     juízo final, onde o Senhor separará as ovelhas dos

    cabritos, o os colocará um à esquerda e outro à direita

    respectivamente. Assim, o texto apresenta-nos duas

    realidades: a dos cabritos e a das ovelhas. Quem são oscabritos? São aqueles que escutando o grito dos pobres

    fecham os ouvidos; que vendo suas dores desviam o

    rosto. Por isso são malditos! Serão lançados no fogo

    eterno, onde o calor nunca diminui e o fogo nunca se

    apaga. Por quê? Porque quando deixaram de fazer o bem aos pequenos, aos pobres, aos idosos, aos doentes,

    as crianças abandonadas, aos jovens desesperados, etc;

    foi a Jesus Cristo que não o fizeram. Para São Vicente

    o critério para seguir Jesus é este: “Devemos gemer porcausa da carga dos pobres e sofrer com os que sofrem,

    senão não somos discípulos de Jesus Cristo” (XI, 573) 

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    Quem são as ovelhas? São aqueles que escutando o

    apelo dos pobres não cerraram os ouvidos, mas os

    acolheram em suas necessidades; que vendo os

    famintos, os nus, os doentes, as crianças, os idosos

    alquebrados, os jovens sedentos de amor ecompreensão, os assistiram. Estes receberão o título de

     benditos! Para estes, as portas do céu se abrirão e os

    anjos do Senhor os conduzirão para dentro com

    cânticos de alegria dizendo: Venham benditos de meuPai, tomem posse, como herança, do Reino dos céus

     preparado para vós. Porque eu estava presente naquelas

     pessoas que vocês não desprezaram; e todas as vezes

    que vocês as assistiam era a mim que serviam.

    Para São Vicente quando vamos a um pobre vamos ao

     próprio Jesus. E quando servimos um pobre servimos

    ao próprio Cristo. Daí dizia São Vicente: “Quandovamos ver os pobres, temos de entrar em seus

    sentimentos para sofrer com eles.” (XI, 233) Sofrercom eles significava, para Vicente, entrar em plena

    comunhão com o Cristo servo sofredor. Com razão

    dizia São Vicente: “Se vais à missa e no meio do

    caminho vires um pobre doente precisando de tuaajuda, vais acolhe-o e assiste-o, e terás rezado a melhor

    missa de tua vida. Pois estás deixando Deus por Deus.”(SV às FC) Para São Vicente “(...) não devemos perderum único momento de fazer o que podemos” (XI, 268). 

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    Deus não pede nada muito além das nossas forças. Ele

    quer que nos indignemos diante da realidade desumana

    vivida pelos pobres. Quer que a insensibilidade não

    endureça nosso coração. Pois afirma, o próprio, São

    Vicente: “A insensibilidade faz também que não nosimpressionem as misérias corporais e espirituais do

     próximo; não se tem caridade, não se tem zelo, não

    sentem as ofensas contra Deus. Não sejamos desses

    missionários sem zelo: quando lhes mandam às

    missões, vão (...); mas, como o fazem? Onde está seuzelo? Seu zelo está apagado pela insensibilidade” (XI,601).

    Deus pede que tenhamos um autêntico zelo pela missão

    a nós confiada, quer que sejamos apaixonado pela

    evangelização dos pobres e a promoção da vida. “Ozelo é a quinta máxima, que consiste em um puro

    desejo de fazer-se agradável a Deus e útil ao próximo.Zelo de estender o Reino de Deus, zelo de procurar a

    salvação do próximo (e zelo de cuidar das coisas de

    Deus antes que das nossas). Há no mundo algo mais

     perfeito? Se o amor de Deus é fogo, o zelo é a chama;

    se o amor é o sol, o zelo é seu raio. O zelo é o que mais puro há no amor de Deus" (XI, 590)

    Deus pede também que tenhamos um amor profundo

    capaz de quebrar todas as barreiras que impedem de ver

    o Cristo na face do irmão. Para São Vicente, “Amaralguém, propriamente falando, é querer seu bem.” E

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    dizia mais: “Não há ninguém mais obrigado a isso doque nós, e nenhuma comunidade deve se dedicar mais

    ao exercício de uma caridade cordial. E por quê?

    Porque Deus suscitou esta Companhia, como a todas as

    demais, por seu amor e beneplácito.

    Por fim, Deus pede que não deixemos passar nenhuma

    oportunidade de servi-lo. E São Vicente tinha isso bem

    claro; “Que credes que Deus pede de nós? (...) Deus

     pede nossa boa vontade, uma boa e verdadeiradisposição para abraçar todas as ocasiões de servir-lhe”(XI, 281)

    Para São Vicente, Deus nos deu uma Grande missão e

    nisso consiste a alegria de ser vicentinos. Nossa alegria

    é: Evangelizar os pobres. E São Vicente se expressa

    assim: “Ó que felicidade, meus irmão! Maior prazerninguém jamais terá! Pois nem mesmo o Santo Padre

     pode ter a paz e o prazer que Deus nos dá aqui neste

    lugar” (IX, 464). 

    Podemos, assim, concluir dizendo que a alegria do

    vicentino é evangelizar os pobres, pois fomoschamados a essa missão. “Fomos chamados a isso”(XI, 386) “Sim, Nosso Senhor pede de nós queevangelizemos os pobres: é o que Ele fez e quer

    continuar fazendo através de nós. (...) O Pai Eterno nos

    destina à mesma atividade que destinou seu Filho, queveio evangelizar os pobres, e que indicou isto como

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    sinal de que era Filho de Deus e que havia vindo o

    Messias que o povo esperava” (XI, 386) 

    Portanto, os pobres são a nossa herança: “não há naIgreja de Deus uma companhia que tenha como

    herança própria os pobres e que se entregue por

    completo aos pobres (...).“Eu não posso durar muitotempo. (...) Não importa! Nossa vocação é:

    EVANGELIZARE PAUPERIBUS.” (XI, 395). 

    Pe. Fântico Nonato Silva Borges, CM

    Fonte: Blog do Pe. Fantico(http://fanticoteologia.blogspot.com.br/2009/10/alegria-de-ser-

    vicentino.html) 

    http://fanticoteologia.blogspot.com.br/2009/10/alegria-de-ser-vicentino.htmlhttp://fanticoteologia.blogspot.com.br/2009/10/alegria-de-ser-vicentino.htmlhttp://fanticoteologia.blogspot.com.br/2009/10/alegria-de-ser-vicentino.htmlhttp://fanticoteologia.blogspot.com.br/2009/10/alegria-de-ser-vicentino.htmlhttp://fanticoteologia.blogspot.com.br/2009/10/alegria-de-ser-vicentino.htmlhttp://fanticoteologia.blogspot.com.br/2009/10/alegria-de-ser-vicentino.html