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Plano de Parto: Direitos e Humanização

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Page 1: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Plano de Parto: Direitos e Humanização

Page 2: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

POR QUE FALAR SOBRE

PLANO DE PARTO

- Auxilia a melhoria da comunicação

entre a mulher e a equipe que assistirá

ao parto. Um documento contendo os

desejos da mulher para o momento do

parto registra o que muitas vezes é

difícil comunicar oralmente quando a

mulher está parindo.

- Ao elaborar o plano de parto a mulher pode ter intimidade com termos médicos e

acadêmicos e conhecer como funciona a fisiologia do parto, empoderando-se das

informações pertinentes àquele momento e conhecendo melhor seu próprio corpo.

- Esse processo de elaboração de plano de parto tranquiliza a mãe – e em

consequência, o bebê - e seu companheiro, o que incentiva um parto com menos

necessidade de intervenções.

Page 3: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Você Quer? Implicações

1) Presença de um acompanhante de escolha da

gestante durante todo o parto, desde a admissão

ao nascimento.

A presença do pai propicia a formação dos laços familiares com o

novo membro que vai nascer. É direito garantido por lei federal.

2) Presença de outra pessoa. A presença de outras pessoas significa mais apoio para a gestante

e seu parceiro. Em Blumenau foi aprovada por lei municipal a

permissão pelos hospitais do acompanhamento de doulas também.

3) Liberdade para caminhar. Caminhar estimula o útero a funcionar eficientemente.

4) Liberdade para mudar de posição. Sentar, deitar de lado, ajoelhar, acocorar, ficar em “quatro apoios”:

são possibilidades de movimento que podem ser adotadas durante

o parto.

5) Uso da água no trabalho de parto. Diminui a necessidade de medicamentos para dor.

6) Bebidas e alimentos com alto teor de

carboidratos e pouca gordura à vontade.

Permitem digestão rápida e suprimento energético necessário

durante o trabalho de parto. Líquidos previnem a desidratação.

7) Infusão intravenosa apenas se houver

indicação médica.

A infusão intravenosa restringe a mobilidade e interfere no

relaxamento.

8) Monitoramento fetal eletrônico apenas se

houver indicação médica.

A auscultação intermitente dos batimentos cardíacos fetais pode

substituir tranquilamente os aparelhos num parto de baixo risco.

DURANTE O TRABALHO DE PARTO

Page 4: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Você Quer? Implicações

9) Rompimento espontâneo da bolsa das

águas.

O líquido amniótico contido na bolsa tem um efeito de proteção.

10) Medicação para alívio da dor administrada

apenas quando solicitado e com informações

completas sobre possíveis efeitos.

Todo e qualquer medicamento tem um efeito potencial que pode

afetar a gestante, seu bebê e o trabalho de parto.

11) Presença de acompanhante de parto

profissional para suporte contínuo.

A presença de uma doula pode: reduzir suas chances de ter

uma cesárea em até 50%; encurtar o trabalho de parto; diminuir

a necessidade de se fazer o uso de ocitocina; reduzir a

necessidade de anestesia e de uso do fórceps.

12) Ocitocina ou drogas de efeito similar para

indução ou aceleração do trabalho de parto

apenas sob necessidade médica.

As contrações induzidas por ocitocina são mais difíceis de

serem suportadas do que as contrações naturais, tanto para a

gestante como para o bebê. Os riscos do parto induzido incluem

restrição do suprimento de oxigênio do bebê e parto prematuro.

13) Uso de suíte de parto ou a mesma

sala/quarto para o trabalho de parto e parto.

Evita a transferência às pressas, da sala de pré-parto para a

sala de parto. O uso do apartamento fora do centro obstétrico

para o parto normal de baixo risco, sem intervenções, também é

uma excelente opção.

DURANTE O TRABALHO DE PARTO

Page 5: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

DURANTE O PARTO

Você Quer? Implicações

1) Posição confortável para a gestante e

eficiente para expulsão.

Deitar de costas comprime o cóccix, diminui o diâmetro da pélvis,

pode ser desconfortável e faz o útero pesar sobre artérias

importantes, impedindo um bom fluxo sanguíneo.

2) Não usar estribos ou perneiras (posição de

litotomia).

Estribos abertos, fazem o períneo esticar demasiadamente,

aumentando as chances de laceração.

3) Episiotomia apenas se for necessário. Ao permitir que a cabeça do bebê emerja vagarosamente, apenas

sob as forças uterinas, o períneo tem maiores chances de

distensão, o que minimiza as chances de lacerações.

4) Anestesia peridural ou raquidiana apenas se

for necessária alguma intervenção cirúrgica ou

a pedido materno.

No caso de uma episiotomia, um anestésico local pode ser

aplicado na hora.

5) Clampeamento do cordão apenas depois que

parar de pulsar.

Permite que o bebê continue recebendo oxigênio pelo cordão

umbilical . Diminui o risco de anemia em bebês até 6 meses. Não

piora outros parâmetros.

6) O pai corta o cordão umbilical. Aumenta a participação do pai no nascimento sem aumentar

riscos.

Page 6: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Você Quer? Implicações

7) Bebê colocado imediatamente no colo da mãe

(ou sobre a barriga ou nos seus braços).

O contato imediato pele-a-pele é benéfico. Se mãe e bebê forem

cobertos com uma manta, a temperatura do bebê é mantida.

8) Bebê amamentado assim que possível. A sucção do bebê estimula a produção materna de ocitocina, que

induz o delivramento da placenta e reduz o sangramento pós-parto.

O reflexo de sucção do bebê é mais forte nas primeiras horas após

o nascimento.

9) Antibiótico oftálmico ou nitrato de prata apenas

depois do período de formação do vínculo

(primeiras horas após o parto).

Esses produtos interferem na visão do bebê, que é muito importante

durante o período de vínculo, logo após o parto.

10) Placenta expulsa espontaneamente da

parede do útero.

Em caso de sangramento normal, o ideal é aguardar o

descolamento natural.

11) Vínculo precoce mãe-bebê. As primeiras horas após o parto são muito importantes no

desenvolvimento da ligação afetiva entre os pais e o bebê. Eles não

deveriam ser separados em nenhum momento.

12) Tirar fotografias ou filmar durante o parto. São formas maravilhosas de se lembrar desses momentos incríveis.

Algumas mulheres sentem-se constrangidas, discuta a questão

antes.

DURANTE O PARTO

Page 7: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

PÓS-PARTO

Você Quer? Implicações

1) Amamentar. Ajuda o útero a contrair e voltar mais rapidamente ao tamanho

normal.

2) Não deverá haver separação entre mãe e

bebê a menos que haja indicação médica.

O contato contínuo mãe-bebê favorece a formação do vínculo

entre eles.

3) Não oferecer ao bebê água, leite em pó

(fórmulas), chupeta ou bicos.

Se o bebê é alimentado no berçário entre as mamadas, ele não

vai sugar adequadamente para o estímulo mamário da

produção de leite.

4) Pai deverá ficar no apartamento com mãe e

bebê até a alta.

Reforça os laços familiares. Permite que o pai participe dos

cuidados com o bebê.

5) Visitação à vontade dos irmãos mais velhos. Ajuda as crianças mais velhas a perceberem que você está

bem. Encoraja a aceitação do novo bebê pelos irmãos.

Page 8: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

EM CASO DE CESÁREA

Você Quer? Implicações

1) Participação de um acompanhante de sua

escolha durante a cesárea.

A presença de uma pessoa querida poderá prover segurança

emocional durante esse processo tão delicado, além de estar

garantido por lei federal.

2) Permitir o início do trabalho de parto antes de

efetuar a cesárea.

O trabalho de parto é a indicação de que o bebê está pronto

para nascer.

3) Ser informada de cada procedimento

associado à cesárea (testes, tricotomia, sonda

urinária, etc).

Saber passo a passo o que está acontecendo, permite que

você fique mais relaxada e mais participante do processo.

4) Tricotomia parcial (do abdome até a altura do

osso púbico).

Diminui o desconforto quando os pelos começam a crescer

novamente, sem aumento nas chances de infecção.

5) Uso de anestesia peridural/raquidiana (não

utilização da anestesia geral).

Permite que você esteja acordada no nascimento do bebê e

facilita a interação.

6) Rebaixamento do protetor ou uso de espelho

na hora do nascimento.

Permite que mãe e pai assistam ao nascimento do bebê e

sintam-se mais integrados à experiência de nascimento.

Page 9: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Você Quer? Implicações

7) Amamentação tão logo seja possível,

mesmo na mesa de cirurgia ou na sala de

recuperação.

Isso dá à mãe e ao bebê as mesmas vantagens do aleitamento

precoce obtido nos partos vaginais.

8) Vínculo precoce mãe-bebê. Segurar e tocar o bebê pode reduzir a ansiedade dos pais,

além de trazer os benefícios do vínculo precoce.

9) Sem o uso de sedativos pós-operatórios. Sedativos podem provocar amnésia materna e atrapalham a

interação mãe-bebê.

10) Alojamento conjunto com flexibilidade. Permite que você cuide do bebê de acordo com suas

possibilidades.

http://www.maternidadeativa.com.br/artigo22.html - Ana Cristina Duarte

EM CASO DE CESÁREA

Page 10: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

SITES SUGERIDOS

Colírio

http://www.scielo.br/pdf/rbof/v70n1/12.pdf

Vitamina K

http://partonormal.expert/2015/08/11/administracao-de-vitamina-k-para-o-recem-nascido-

sim-ou-nao/

Cochrane

http://cochrane.bireme.br/portal/php/index.php

Dra Melania Amorim

http://estudamelania.blogspot.com.br/

Reanimação neonatal - Sociedade Brasileira de Pediatria

http://www.sbp.com.br/pdfs/PRN-SBP-Reanima%C3%A7%C3%A3oNeonatal-

atualiza%C3%A7%C3%A3o-1abr2013.pdf/

Modelo de Plano de Parto

http://artemis.org.br/wp-content/uploads/2014/07/Modelo-de-plano-de-Parto-Artemis-

Defensoria.pdf

Page 11: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Plano de Parto: o que diz a lei?

Visão jurídica sobre o

plano de parto

Page 12: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Código de ética médica

– VII - O médico exercerá sua profissão com AUTONOMIA, não

sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de

sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as

situações de AUSÊNCIA DE OUTRO MÉDICO, em caso de

URGÊNCIA ou EMERGÊNCIA, ou quando sua recusa possa

trazer DANOS À SAÚDE DO PACIENTE.

– VIII - O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob

nenhum pretexto, renunciar à sua liberdade profissional, nem

permitir quaisquer restrições ou imposições que possam

prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho.

Page 13: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

PRINCÍPIOS

– XVI - Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital

ou de instituição, pública ou privada, limitará a escolha, pelo

médico, dos MEIOS CIENTIFICAMENTE RECONHECIDOS a

serem praticados para o estabelecimento do diagnóstico e da

execução do tratamento, SALVO QUANDO EM BENEFÍCIO DO

PACIENTE.

– XIX - O médico se responsabilizará, em caráter pessoal e nunca

presumido, pelos seus atos profissionais, resultantes de relação

particular de confiança e executados com diligência,

competência e prudência.

Page 14: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

PRINCÍPIOS

– XXI - No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com

seus ditames de consciência e as previsões legais, o médico ACEITARÁ

AS ESCOLHAS DE SEUS PACIENTES, relativas aos procedimentos

diagnósticos e terapêuticos por eles expressos, desde que ADEQUADAS

AO CASO E CIENTIFICAMENTE RECONHECIDAS.

Page 15: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

DIREITOS DOS MÉDICOS

• II - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas

CIENTIFICAMENTE RECONHECIDAS e respeitada a legislação vigente

• IX - Recusar-se a realizar atos médicos que, embora permitidos por lei,

sejam contrários aos ditames de sua consciência.

Page 16: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

RESPONSABILIDADE

PROFISSIONAL

• É vedado ao médico:

– Art. 1º - Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável

como imperícia, imprudência ou negligência.

– Art. 4º - Deixar de assumir a responsabilidade de qualquer ato

profissional que tenha praticado ou indicado, ainda que solicitado ou

consentido pelo paciente ou por seu representante legal.

Page 17: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

DIREITOS HUMANOS

• É vedado ao médico:

– Art. 22 - Deixar de obter CONSENTIMENTO do paciente ou de seu

representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser

realizado, salvo em caso de RISCO IMINENTE DE MORTE.

– Art. 24 - Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir

livremente sobre sua pessoa ou seu bem estar, bem como exercer sua

autoridade para limitá-lo.

Page 18: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

RELAÇÃO COM

PACIENTES E FAMILIARES

• É vedado ao médico:

– Art. 31 - Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante

legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas

ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte.

– Art. 32 - Deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e

tratamento, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do

paciente.

– Art. 34 - Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os

riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta

possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a

seu representante legal.

Page 19: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Legalidade do Plano de parto

• É um documento válido, no que tange aos procedimentosmédicos a serem adotados ou evitados;

• Assegura ao paciente que sejam respeitados seus desejos;

• Trata-se de um consentimento ou recusa previamenteestipulados;

• Protege o profissional da saúde , tendo em vista que terá oconsentimento ou a recusa informada já assinada pelo paciente;

Page 20: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Supressão do consentimento

• A ausência de consentimento pode ser suprimida apenas por RISCO

IMINENTE DE MORTE (arts. 22 e 31 do Código de ética médica).

• É imperativo que o médico entenda que nos casos de não emergência,

deve ele ter o consentimento expresso ou tácito do seu paciente ou

familiares, pois aí está prevalecendo apenas interesse de ordem pessoal.

Assim, para o tratamento compulsório é preciso não apenas a existência de

PERIGO DE VIDA, mas também que essa intervenção seja URGENTE,

NECESSÁRIA e INADIÁVEL, numa IMINÊNCIA DE MORTE, para justificar

tal conduta.

Page 21: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Configuração de ilícito penal

• Dolo eventual (art. 18, I do CP): conhece os possíveis danos resultados do

procedimento, assumindo conscientemente o risco de produzi-los – com o

conhecimento técnico disponível sobre o assunto, já sabe as consequências

possíveis e prováveis do procedimento – assume o risco de concretiza-lo;

• Culposo: negligência, imprudência ou imperícia.

• Constrangimento ilegal (art. 146 do CP): conduta médica realizada sem

autorização do paciente;

• Lesão corporal (art. 129 do CP): Ofender a integridade corporal ou a saúde de

outrem. Grave: se resulta a aceleração de parto

• Agravante (art. 61, II, “g” do CP): praticado por profissional da saúde;

Page 22: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

• RESPONSABILIDADE CIVIL. Médico. Consentimento informado. A despreocupação do

facultativo em obter do paciente seu consentimento informado pode significar - nos casos

mais graves - negligência no exercício profissional. As exigências do princípio do

consentimento informado devem ser atendidas com maior zelo na medida em que

aumenta o risco, ou o dano. Recurso conhecido. (REsp 436.827/SP,j 1º.10.2001 Min. Ruy

Rosado Aguiar, D.J.: 18/11/2002)

• O termo de consentimento informado é mais que uma simples faculdade do paciente de

recusar ou não o médico ou um tratamento. É um processo de diálogo, de recíprocas

trocas informações entre médico e paciente para, assim, iniciar o tratamento (VAZ

RODRIGUES, João. O consentimento informado para o acto médico no ordenamento

jurídico português (elemento para o estudo das manifestações de vontade do paciente).

Coimbra Ed., 2001, p. 25. Apud KFOURI NETO, Miguel. Culpa e ônus da prova. São

Paulo: RT, 2002, p. 28)

Page 23: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

• No diálogo médico/paciente, o médico elucidará todas as informações sobre otratamento a que o paciente será submetido, informando todos os riscos, osefeitos colaterais e as consequências do tratamento. Além disso, é necessário queo médico não informe apenas um tratamento, mas que forneça informações sobreoutros procedimentos possíveis, ou que o paciente receba até mesmo umasegunda opinião.

• Para que o termo de consentimento informado seja completo, faz-se necessárioque o paciente obtenha o direito de escolher a forma de intervenção com base nasinformações recebidas no decorrer do diálogo.

Page 24: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

• A sentença do Tribunal de Nuremberg do ano de 1947 resume

especificamente o que vem a ser o termo de consentimento informado e

voluntário, demonstrando que este é essencial, uma vez que é o meio pelo

qual o paciente exerce o seu direito de escolha após receber todas as

informações do procedimento a que se submeterá (Trials of war before the

Nuremberg Military Tribunals. Contol Council Law 1949;10(2):181-

182 Apud CLOTET, Joaquim; FRANCISCONI, Carlos F.; GOLDIM, José R

(org).n Consentimento informado e a sua prática na assistência e pesquisa

no Brasil. Porto Alegre, EDIPCUCRS, 2000, p. 38)

• Logo, o termo de consentimento informado constitui o direito do paciente de

participar das decisões pertinentes ao seu tratamento, devendo o médico

alertá-lo sobre os benefícios e riscos do procedimento.

Page 25: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

• Não há uma forma correta para a elaboração do termo de consentimento

informado. Este pode ser realizado tanto pela forma oral como pela escrita.

Há preferência de que o termo de consentimento informado seja escrito,

porque dessa maneira haverá um registro, facilitando e possibilitando

provar que o médico obteve o consentimento, de forma simplificada.

• Nos casos realizados na forma oral, será necessária a presença de uma

testemunha, para confirmar que o ato foi devidamente satisfatório. A

doutrina aconselha que, nos casos em que há grandes margens para

danos corporais, não seja adotada a utilização do termo de consentimento

informado oral (CLOTET, Joaquim; FRANCISCONI, Carlos F.; GOLDIM,

José R (org).n Consentimento informado e a sua prática na assistência e

pesquisa no Brasil. Porto Alegre, EDIPCUCRS, 2000.)

Page 26: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Como evitar um processo de

responsabilidade civil?

• Instrumentos de defesa do médico podem ser o Prontuário Médico (artigo

69 do CEM), o Laudo Médico (artigo 71 do CEM) ou o relatório médico,

todos preenchidos com clareza, por completo e corretamente, de modo que

outro médico não terá qualquer dúvida de como proceder ou aproveitar o

tratamento iniciado. Outras provas materiais, em não sendo caso de

internação hospitalar, são a ficha de atendimento, o registro no consultório,

assim como o receituário, todos também preenchidos com clareza, por

completo e corretamente, sendo tais elementos suficientes à prova de

conduta profissional irreprovável, provando o zelo profissional. Todos esses

documentos são de obrigatório preenchimento pelo profissional, sendo que

em alguns casos, ainda se faz necessário elaborar o competente Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido do paciente.

Page 27: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Sites e legislações sugeridas

• Leis:

• http://www4.planalto.gov.br/legislacao

– 6.437/1977

– 7.498/1986

– 8.080/1990

– 11.108/2005

– 11.634/2007

– Decreto 20.931/1932

– 15.894/2013 da cidade de SP - http://www.legislacao.sp.gov.br/legislacao/index.htm

– 16.161/2015 da cidade de SP - http://www.legislacao.sp.gov.br/legislacao/index.htm

– 15.759/2015 do estado de SP - http://www.legislacao.sp.gov.br/legislacao/index.htm

Page 28: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Sites e legislações sugeridas

• Portarias do Ministério da Saúde:

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/portarias

– 569/2000

– 466/2000

– Pacto pela Redução da Mortalidade materna

– 1.067/2005

– 1.459/2011

– 1.920/2013

– 371/2014

– 11/2015

Page 29: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Sites e legislações sugeridas

• ANVISA:

– RDC 36/2008

– http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/rdc-n-36-

de-03-de-junho-de-2008

– RDC 36/2013

– http://www.sinurgs.org.br/anvisa_rdc36.pdf

• ANS:

– Res. 338/2013

– http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=

raw&id=2591

– Res. 368/2015

– http://www.ans.gov.br/index2.php?option=com_legislacao&view=legislacao&task=Text

oLei&format=raw&id=2892

Page 30: 9ª MIPE - Plano de Parto: Direitos e Humanização

Sites e legislações sugeridas

• FEBRASGO

– Parecer que recomenda a não realização de episiotomia indiscriminada/de rotina

– http://www.febrasgo.org.br/site/wp-content/uploads/2013/05/feminav37n7p367-71.pdf

• Projeto de lei 7.633/2014 (lei para atenção humanizada ao parto)

– http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1257785&fil

ename=PL+7633/2014

• Parecer CRESMESP sobre a responsabilidade sobre o recém-

nascido

– http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Pareceres&dif=s&ficha=1&id=3435&tipo=PARE

CER&orgao=Conselho%20Regional%20de%20Medicina%20do%20Estado%20de%2

0S%E3o%20Paulo&numero=26574&situacao=&data=00-00-1992