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Manual de Supervisão Ambiental de

Obras Rodoviárias

Consórcio Contécnica – Concremat

Gerenciadora / Supervisora Ambiental da BR 163/PA

2011

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2

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................. 7

MÓDULO 1 – ASPECTOS LEGAIS, NORMATIVOS E AMBIENTAIS.............................................................. 8

1 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICÁVEL ........................................................................................................ 8

1.1 O ARTIGO 225 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ........................................................................................................... 9

1.2 A LEI Nº 6.938/81 – POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ............................................................................... 10

1.3 A LEI Nº 4.771/65 – CÓDIGO FLORESTAL ........................................................................................................... 15

1.4 A LEI Nº 9.605/98 – LEI DE CRIMES AMBIENTAIS ................................................................................................. 19

1.5 A LEI Nº 9.985/00 – SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ............................................................... 25

2 LICENCIAMENTO AMBIENTAL ................................................................................................................. 28

2.1 DEFINIÇÃO E NORMAS REGULAMENTARES ........................................................................................................... 28

2.2 A RESOLUÇÃO CONAMA 001/86 .................................................................................................................... 29

2.3 A RESOLUÇÃO CONAMA 009/87 .................................................................................................................... 30

2.4 A RESOLUÇÃO CONAMA 237/97 .................................................................................................................... 31

2.5 A RESOLUÇÃO CONAMA 009/90 .................................................................................................................... 33

2.6 A RESOLUÇÃO CONAMA 273/00 .................................................................................................................... 33

2.7 A RESOLUÇÃO CONAMA 303/02 .................................................................................................................... 34

2.8 A RESOLUÇÃO CONAMA 369/06 .................................................................................................................... 36

3 CORPO NORMATIVO DO DNIT ................................................................................................................ 37

4 PUBLICAÇÕES ......................................................................................................................................... 70

5 OUTRAS NORMAS ................................................................................................................................... 70

6 PROGRAMAS AMBIENTAIS DO PLANO BÁSICO AMBIENTAL SOB RESPONSABILIDADE DIRETA DA

SUPERVISÃO AMBIENTAL ............................................................................................................................... 71

6.1 PLANO AMBIENTAL PARA CONSTRUÇÃO – PAC..................................................................................................... 71

6.2 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS – PRAD ............................................................................. 72

6.3 PROGRAMA DE SEGURANÇA E SAÚDE DOS TRABALHADORES – PSST ......................................................................... 73

6.4 PLANOS DE SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO - PSV ...................................................................................................... 73

7 IMPACTOS AMBIENTAIS SIGNIFICATIVOS ............................................................................................... 74

7.1 SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO ............................................................................................................................... 74

7.2 EXECUÇÃO DE SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO FORA DA FAIXA DE DOMÍNIO ...................................................................... 74

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3

7.3 DEPOSIÇÃO DE RESTOS DE SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO NO INTERIOR DE CORPOS HÍDRICOS ............................................. 74

7.4 DERRUBADA SOBRE A VEGETAÇÃO REMANESCENTE ................................................................................................ 76

7.5 QUEIMA DE RESTOS DE SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO ................................................................................................ 77

7.6 TERRAPLENAGEM ............................................................................................................................................ 77

7.7 DRENAGEM – IMPLANTAÇÃO DE OBRAS DE ARTE CORRENTES E OBRAS DE ARTE ESPECIAIS .............................................. 81

7.8 CANTEIROS DE OBRAS E USINAS DE ASFALTO ......................................................................................................... 83

7.9 ABERTURA DE CAIXAS DE EMPRÉSTIMO ................................................................................................................ 85

7.10 ATROPELAMENTO DE FAUNA ..................................................................................................................... 86

7.10.1 Medidas de mitigação ................................................................................................................................ 88

7.11 MATRIZ DE IMPACTOS ................................................................................................................................ 93

8 ATRIBUIÇÕES DA SUPERVISÃO AMBIENTAL .......................................................................................... 105

8.1 SUPERVISOR AMBIENTAL ................................................................................................................................. 105

8.1.1 Acompanhamento diário das atividades de obras ................................................................................... 105

8.1.2 Verificação do atendimento ao PAC, PRAD, PSST .................................................................................... 105

8.1.3 Acompanhamento da recuperação dos passivos ambientais causados pela obra .................................. 106

8.1.4 Acompanhamento dos demais Programas Ambientais do PBA executados em campo .......................... 106

8.1.5 Acompanhamento das atividades de supressão de vegetação ................................................................ 107

8.1.6 Elaboração dos Registros de Supervisão Ambiental................................................................................. 108

8.1.7 Cumprimento de rotina de trabalho ......................................................................................................... 112

8.1.8 Acompanhamento dos Registros de Supervisão Ambiental expedidos – Follow-up ................................ 112

8.1.9 Participação em reuniões com a Supervisora de Obras dos lotes sob sua supervisão ............................. 113

8.1.10 Verificação do atendimento das condicionantes de licenciamento do empreendimento e das Autorizações

de Supressão de Vegetação - ASV ....................................................................................................................... 113

8.1.11 Acompanhamento do licenciamento, implantação, operação e desmobilização das áreas de apoio ..... 113

8.1.12 Acompanhar o avanço das obras e a abertura de novas frentes de trabalho ......................................... 114

8.1.13 Acompanhar a implantação de passagens de fauna ............................................................................... 114

8.1.14 Apoio ao registro de atropelamento de animais silvestres ...................................................................... 114

8.2 QUADRO-RESUMO DAS AÇÕES DE SUPERVISÃO AMBIENTAL .................................................................................... 115

8.3 COORDENADOR SETORIAL DE SUPERVISÃO AMBIENTAL ......................................................................................... 134

9 ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS TÉCNICOS .......................................................................................... 136

9.1 IMPESSOALIDADE .......................................................................................................................................... 136

9.2 USO DO PADRÃO CULTO DA LINGUAGEM ............................................................................................................ 137

9.3 CONCISÃO E CLAREZA ..................................................................................................................................... 137

Page 5: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

4

9.4 UNIFORMIDADE ............................................................................................................................................ 137

9.5 PADRONIZAÇÃO ............................................................................................................................................ 137

MÓDULO 2: CARACTERÍSTICAS DE OBRAS RODOVIÁRIAS / ASPECTOS DE ENGENHARIA ........... 138

10 PROJETO BÁSICO E PROJETO EXECUTIVO .............................................................................................. 138

10.1 PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA IMPLANTAÇÃO E PAVIMENTAÇÃO DE RODOVIA FEDERAL .............................. 139

10.1.1 Volume 1 - Relatório do Projeto e Documentos para Concorrência ......................................................... 140

10.1.2 Volume 2 - Projeto de Execução ............................................................................................................... 141

10.1.3 Volume 3 - Memória Justificativa ............................................................................................................. 142

10.1.4 Volume 3A - Relatório de Avaliação Ambiental ....................................................................................... 143

10.1.5 Volume 3B - Estudos Geotécnicos ............................................................................................................ 144

10.1.6 Volume 3D - Notas de Serviço e Cálculo de Volumes ............................................................................... 144

10.1.7 Volume 3E - Projeto de Desapropriação ................................................................................................... 145

10.1.8 Volume 4 - Orçamento e Plano de Execução da Obra .............................................................................. 145

10.2 PROJETO EXECUTIVO DE ENGENHARIA PARA CONSTRUÇÃO DE OBRAS DE ARTE ESPECIAL ............................................ 145

10.2.1 Volume 1 - Relatório do Projeto ............................................................................................................... 146

10.2.2 Volume 2 - Projeto de Execução ............................................................................................................... 146

10.2.3 Volume 3 - Memória Justificativa ............................................................................................................. 146

10.2.4 Volume 3A - Estudos Geotécnicos ............................................................................................................ 146

10.2.5 Volume 3B - Memória de Cálculo das Estruturas ..................................................................................... 147

10.2.6 Volume 3C - Relatório Final de Avaliação Ambiental – RFAA ................................................................... 147

10.2.7 Volume 4 - Orçamento e Plano de Execução das Obras ........................................................................... 147

12 CANTEIRO DE OBRAS, ÁREAS DE EMPRÉSTIMO E JAZIDAS .................................................................... 148

12.1 INSTALAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS ................................................................................................................ 148

12.2 ÁREAS DE EMPRÉSTIMO.................................................................................................................................. 153

12.3 JAZIDAS ....................................................................................................................................................... 155

13 LIMPEZA, DESMATAMENTO E DESTOCAMENTO ................................................................................... 158

13.1 EQUIPAMENTOS EMPREGADOS NA LIMPEZA ........................................................................................................ 160

13.1.1 Emprego de Correntes .............................................................................................................................. 160

13.1.2 Emprego de Lâmina Desmatadora ........................................................................................................... 161

13.1.3 Emprego da Lâmina Angulável................................................................................................................. 161

13.1.4 Emprego do Destocador ........................................................................................................................... 162

13.1.5 Emprego do Ancinho ................................................................................................................................ 163

13.2 DESTINO DO MATERIAL ORGÂNICO................................................................................................................... 163

Page 6: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

5

14 CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS DE SERVIÇO ............................................................................................. 164

15 TERRAPLENAGEM, CORTE, ATERRO E BOTA-FORA ................................................................................ 165

15.1 CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO DE TERRAPLENAGEM ............................................................................................ 165

15.2 REMOÇÃO DE SOLOS MOLES ........................................................................................................................... 168

15.2.1 Características dos Solos Brejosos e Turfosos: ......................................................................................... 169

15.3 EXECUÇÃO DOS CORTES .................................................................................................................................. 171

15.3.1 Tipos de Cortes ......................................................................................................................................... 171

15.3.2 Controle Topográfico da Execução dos Cortes ......................................................................................... 172

15.4 EXECUÇÃO DE ATERROS .................................................................................................................................. 177

15.4.1 Execução e Compactação de Aterros ....................................................................................................... 179

15.5 BOTA-FORA ................................................................................................................................................. 184

16 BASES E SUB-BASES .............................................................................................................................. 186

17 PAVIMENTAÇÃO - MODALIDADES E CONSTITUIÇÃO DE PAVIMENTOS ................................................. 193

17.1 MODALIDADES E CONSTITUIÇÃO DE PAVIMENTOS ............................................................................................... 193

17.2 CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS .................................................................................................................... 196

17.3 RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA O USO DE MATERIAIS ASFÁLTICOS EM OBRAS ......................................................... 196

17.4 USINAS ASFÁLTICAS ....................................................................................................................................... 203

17.4.1 Tipos de Usinas de Asfalto para Misturas a Quente................................................................................. 203

18 DRENAGEM RODOVIÁRIA, OBRAS DE ARTE CORRENTE E PASSAGEM DE FAUNA .................................. 205

18.1 DRENAGEM RODOVIÁRIA ................................................................................................................................ 205

18.1.1 Projeto de Drenagem ............................................................................................................................... 207

18.2 TIPOS DE BUEIROS ......................................................................................................................................... 225

19 OBRAS DE ARTE ESPECIAL ..................................................................................................................... 228

19.1 PONTES E VIADUTOS ...................................................................................................................................... 228

19.1.1 Requisitos Principais de uma Ponte .......................................................................................................... 229

19.1.2 Classificação das Pontes ........................................................................................................................... 230

20 PROJETOS ............................................................................................................................................. 239

20.1 PROJETO BÁSICO ........................................................................................................................................... 239

20.2 PROJETO EXECUTIVO ...................................................................................................................................... 240

20.3 PROJETO PLANIALTIMÉTRICO ........................................................................................................................... 241

20.3.1 Seções transversais típicas da plataforma ............................................................................................... 244

Page 7: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

6

20.3.2 Detalhamento dos projetos especiais ...................................................................................................... 246

20.4 PROJETO DE TERRAPLENAGEM ......................................................................................................................... 246

20.5 PROJETO DE DRENAGEM ................................................................................................................................. 248

21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 251

22 EQUIPE TÉCNICA ................................................................................................................................... 253

Page 8: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

7

APRESENTAÇÃO

A supervisão ambiental de obras rodoviárias caracteriza-se pela integração de

uma diversidade conhecimentos em diferentes áreas, que se faz necessária diante da

interface entre aspectos legais, de engenharia e ambientais, inerente a essa atividade.

Este Manual de Supervisão Ambiental de Obras Rodoviárias tem por objetivo

orientar o trabalho de supervisão ambiental e servir como material básico para a

realização de cursos de capacitação em supervisão ambiental de obras rodoviárias,

ministrados aos profissionais recém contratados para essa função, bem como aos já

atuantes nessa área. Nesse sentido, o Manual estabelece, em seu Módulo 1, preceitos,

rotinas e procedimentos executivos de supervisão ambiental, tendo como referência

principal o corpo normativo ambiental do DNIT e a legislação ambiental aplicada a

obras rodoviárias. O Módulo 2, por sua vez, incorpora aspectos gerais de engenharia de

obras rodoviárias e sua relação com a área ambiental, visando dotar os profissionais

atuantes nessa área de conhecimentos básicos que os permitam exercer suas atribuições

com maior eficiência e eficácia.

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MÓDULO 1 – ASPECTOS LEGAIS, NORMATIVOS E AMBIENTAIS

1 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICÁVEL

O Brasil possui um dos mais completos arcabouços de normas ambientais do

mundo, sendo que, a partir da década de 90, a legislação ambiental brasileira tem

demandado cada vez mais a institucionalização do desenvolvimento sustentável nas

diferentes organizações, governamentais ou não.

A implantação de empreendimentos em cumprimento a estas normas,

desenvolvendo iniciativas capazes de priorizar a preservação dos recursos naturais, é

condição essencial para uma gestão ambiental eficiente.

Focado nesta idéia, o DNIT vem promovendo o fortalecimento da questão

ambiental internamente, no intuito de regularizar a malha rodoviária federal, com ações

como a criação da Coordenação-Geral de Meio Ambiente, a edição de normas e

instruções de serviço voltadas ao tema e a contratação de empresas especializadas para

realização de atividades de Gestão e Supervisão Ambiental de suas obras.

Vale ressaltar que a execução da Gestão Ambiental de um empreendimento

transcende o mero cumprimento das normas legais vigentes, constituindo também uma

importante ferramenta de otimização do uso dos recursos, tanto naturais quanto

financeiros.

Neste contexto, é tarefa do Gestor Ambiental a interpretação e aplicação

adequada dos dispositivos legais de forma a respaldar a organização, privilegiando o

crescimento econômico aliado ao desenvolvimento da cultura ambiental.

Assim, apresentam-se na seqüência as principais normas ambientais a serem

observadas no âmbito da execução das atividades de Gestão e Supervisão Ambiental,

especialmente no que diz respeito aos empreendimentos rodoviários.

Page 10: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

9

1.1 O Artigo 225 da Constituição Federal

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente

equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à

coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as

presentes e futuras gerações.”

Este artigo expressa o mais importante princípio do Direito Ambiental: o

direito ao meio ambiente é um direito humano fundamental.

O segundo princípio mais importante decorrente do artigo 225 da Carta Magna

é o princípio da precaução. Segundo este princípio, diante da incerteza científica,

entende-se que a prudência é a melhor alternativa no intuito de evitar danos ambientais

irrecuperáveis.

Este princípio aparece expresso na Declaração do Rio (Princípio nº 15) que

resultou da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento

– Rio 92, a saber:

“Com o fim de proteger o meio ambiente, os estados

devem aplicar amplamente o critério da precaução conforme as

suas capacidades. Quando haja perigo de dano grave ou

irreversível, a falta de uma certeza absoluta não deverá ser

utilizada para postergar-se a adoção de medidas eficazes em

função do custo para impedir a degradação do meio ambiente.”

A materialização deste princípio veio com a exigência legal e constitucional do

Estudo de Impacto Ambiental, como instrumento de avaliação dos efeitos e impactos da

Page 11: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

10

implantação de um empreendimento ou atividade potencialmente causador de

degradação ambiental.

O terceiro princípio fundamental do Direito Ambiental é o princípio do

poluidor-pagador, o qual considera que tendo em vista que os recursos naturais são

escassos e que seu uso na produção e consumo ocasionam a sua redução e degradação, é

necessário garantir que os preços dos produtos e serviços reflitam os custos ambientais,

repassando ao empreendedor, preventivamente, os custos relativos às medidas públicas

necessárias à redução da poluição ou degradação do meio ambiente. Significa dizer, em

outras palavras, que o poluidor deve arcar com os custos da execução de medidas de

controle e mitigação para assegurar que o meio ambiente não sofra degradação

irreversível.

1.2 A lei nº 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente

A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,

melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no

País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança

nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:

I - ação governamental na manutenção do equilíbrio

ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio

público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em

vista o uso coletivo;

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água

e do ar;

III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos

ambientais;

Page 12: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

11

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de

áreas representativas;

V - controle e zoneamento das atividades potencial ou

efetivamente poluidoras;

VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias

orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos

ambientais;

VII - acompanhamento do estado da qualidade

ambiental;

VIII - recuperação de áreas degradadas;

IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X - educação ambiental a todos os níveis do ensino,

inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la

para participação ativa na defesa do meio ambiente.

A PNMA tem por objetivo, conforme estabelecido em seu Artigo 4º:

I - à compatibilização do desenvolvimento econômico

social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do

equilíbrio ecológico;

II - à definição de áreas prioritárias de ação

governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico,

atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito

Federal, dos Territórios e dos Municípios;

III - ao estabelecimento de critérios e padrões da

qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de

recursos ambientais;

Page 13: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

12

IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias

nacionais orientadas para o uso racional de recursos

ambientais;

V - à difusão de tecnologias de manejo do meio

ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à

formação de uma consciência pública sobre a necessidade de

preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;

VI - à preservação e restauração dos recursos

ambientais com vistas à sua utilização racional e

disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção

do equilíbrio ecológico propício à vida;

VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da

obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao

usuário, de contribuição pela utilização de recursos

ambientais com fins econômicos.

Para a consecução de seus objetivos, a PNMA dispõe dos seguintes

instrumentos (Artigo 9º):

Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do

Meio Ambiente:

I - o estabelecimento de padrões de qualidade

ambiental;

II - o zoneamento ambiental;

III - a avaliação de impactos ambientais;

Page 14: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

13

IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva

ou potencialmente poluidoras;

V - os incentivos à produção e instalação de

equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados

para a melhoria da qualidade ambiental;

VI - a criação de espaços territoriais especialmente

protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal,

tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse

ecológico e reservas extrativistas;

VII - o sistema nacional de informações sobre o meio

ambiente;

VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e

Instrumento de Defesa Ambiental;

IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias

não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou

correção da degradação ambiental.

X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio

Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro

do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;

XI - a garantia da prestação de informações relativas

ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las,

quando inexistentes;

XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades

potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos

ambientais;

Page 15: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

14

XIII - instrumentos econômicos, como concessão

florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros.

A consagração do licenciamento ambiental como instrumento de controle do

uso dos recursos naturais está expressa no Artigo 10 da PNMA, a saber:

“Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e

funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de

recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente

poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de

causar degradação ambiental, dependerão de prévio

licenciamento de órgão estadual competente, integrante do

Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis -

IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças

exigíveis.”

O SISNAMA é composto pelos seguintes órgãos:

I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de

assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas

diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais;

II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao

Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio

ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência,

sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente

equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;

Page 16: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

15

III - órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a

finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão

federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio

ambiente;

IV - órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis, com a finalidade de executar e fazer executar,

como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas para o meio

ambiente;

V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis

pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de

atividades capazes de provocar a degradação ambiental;

VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis

pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.

1.3 A lei nº 4.771/65 – Código Florestal

A Lei nº 4.771/65 agregou importante contribuição ao arcabouço legal

brasileiro, disciplinando o uso das florestas e demais formas de vegetação. O Artigo 1º

da referida lei estabelece que:

“Art. 1° As florestas existentes no território nacional e

as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às

terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os

habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade,

com as limitações que a legislação em geral e especialmente

esta Lei estabelecem.”

Page 17: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

16

Para os profissionais que trabalham com gestão ambiental rodoviária, os

conceitos importantes trazidos pelo Código Florestal dizem respeito, sobretudo, à

definição e critérios de utilização e intervenção em Áreas de Preservação Permanente.

De acordo com o Art. 1º, § 2º inciso III da lei, entende-se por Área de

Preservação Permanente a “área coberta ou não por vegetação nativa, com a função

ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a

biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar

das populações humanas.”

Desta forma, considera-se de preservação permanente, pelo só efeito da lei, as

florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

“a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água

desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura

mínima será:

1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de

menos de 10 (dez) metros de largura;

2 - de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que

tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura;

3 - de 100 (cem) metros para os cursos d'água que

tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que

tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;

5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água

que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água

naturais ou artificiais;

Page 18: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

17

c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos

chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação

topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de

largura;

d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;

e) nas encostas ou partes destas, com declividade

superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive;

f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou

estabilizadoras de mangues;

g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da

linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100

(cem) metros em projeções horizontais;

h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos)

metros, qualquer que seja a vegetação;

i) nas áreas metropolitanas definidas em lei.

Art. 3º Consideram-se, ainda, de preservação

permanente, quando assim declaradas por ato do Poder

Público, as florestas e demais formas de vegetação natural

destinadas:

a) a atenuar a erosão das terras;

b) a fixar as dunas;

c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e

ferrovias;

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18

d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério

das autoridades militares;

e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor

científico ou histórico;

f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de

extinção;

g) a manter o ambiente necessário à vida das

populações silvícolas;

h) a assegurar condições de bem-estar público.”

Ressalta-se que, de acordo com o § 2º do mesmo artigo, “as florestas que

integram o Patrimônio Indígena ficam sujeitas ao regime de preservação permanente

(letra g) pelo só efeito da lei.”

Para efeito de implantação de empreendimentos ou atividades, a supressão total

ou parcial de florestas de preservação permanente pode ser admitida, desde que

mediante autorização prévia do órgão ambiental competente, e para atender à utilidade

pública ou interesse social, conforme Artigo 4º da mesma lei.

Page 20: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

19

1.4 A lei nº 9.605/98 – Lei de Crimes Ambientais

A lei de crimes ambientais dispõe sobre as sanções penais e administrativas

derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

É fundamental para o Gestor Ambiental saber que, tanto a concorrência para a

prática de crimes ambientais quanto a omissão no sentido de impedir sua prática são

puníveis com as penas discriminadas na referida lei, conforme seu Artigo 2º:

“Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a

prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes

cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o

diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão

técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de

pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem,

deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-

la.”

A culpa ou dolo, neste caso, é punível administrativa, civil e penalmente para a

pessoa jurídica, de acordo com o Artigo 3º, nos casos em que a infração seja cometida

por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no

interesse ou benefício da sua entidade.

As penalidades aplicadas classificam-se em:

a) Multas

b) Restritivas de Direito

Prestação de serviços à comunidade – desenvolvimento de tarefas

gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação,

Page 21: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

20

e no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na

restauração desta, se possível.

Interdição temporária de direitos – proibição de contratar com o

Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros

benefícios, bem como participar de licitações, pelo prazo de cinco

anos, no caso de dolo, ou três anos no caso de culpa;

Suspensão parcial ou total de atividades;

Prestação pecuniária – pagamento em dinheiro à vítima ou à

entidade pública ou privada com fim social, de importância fixada

pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e

sessenta salários mínimos (valor será deduzido do montante de

eventual reparação civil a que for condenado o infrator);

Recolhimento domiciliar – baseia-se na autodisciplina e senso de

responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar,

freqüentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo

recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer

local destinado à sua moradia habitual, conforme estabelecido na

sentença condenatória.

São agravantes da pena (Art. 5º), dentre outros:

I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;

II - ter o agente cometido a infração:

(...)

e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do

Poder Público, a regime especial de uso;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

g) em período de defeso à fauna;

h) em domingos ou feriados;

i) à noite;

Page 22: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

21

j) em épocas de seca ou inundações;

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

(...)

o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização

ambiental;

(...)

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades

competentes;

c) Privativas de liberdade

Prestação de serviços à comunidade – desenvolvimento de tarefas

gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação,

e no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na

restauração desta, se possível.

Interdição temporária de direitos – proibição de contratar com o

Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros

benefícios, bem como participar de licitações, pelo prazo de cinco

anos, no caso de dolo, ou três anos no caso de culpa;

Suspensão parcial ou total de atividades;

Prestação pecuniária – pagamento em dinheiro à vítima ou à

entidade pública ou privada com fim social, de importância fixada

pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e

sessenta salários mínimos (valor será deduzido do montante de

eventual reparação civil a que for condenado o infrator);

Recolhimento domiciliar – baseia-se na autodisciplina e senso de

responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar,

freqüentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo

recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer

local destinado à sua moradia habitual, conforme estabelecido na

sentença condenatória.

Page 23: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

22

São agravantes da pena (Art. 5º), dentre outros:

I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;

II - ter o agente cometido a infração:

(...)

e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do

Poder Público, a regime especial de uso;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

g) em período de defeso à fauna;

h) em domingos ou feriados;

i) à noite;

j) em épocas de seca ou inundações;

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

(...)

o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização

ambiental;

(...)

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades

competentes;

d) Privativas de liberdade

Page 24: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

23

Exemplos de crimes contra o meio ambiente afetos ao licenciamento ambiental

de empreendimentos rodoviários:

“Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar

espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória,

sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade

competente, ou em desacordo com a obtida;

Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou

carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna

aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou

águas jurisdicionais brasileiras;

Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de

preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la

com infringência das normas de proteção;

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de

preservação permanente, sem permissão da autoridade

competente;

Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de

Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº

99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua

localização;

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta;

Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou

consideradas de preservação permanente, sem prévia

autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais;

Page 25: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

24

Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em

florestas e nas demais formas de vegetação, sem licença ou

registro da autoridade competente;

Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação

conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para caça ou

para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem

licença da autoridade competente;

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em

níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde

humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a

destruição significativa da flora;

Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de

recursos minerais sem a competente autorização, permissão,

concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida;

Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou

fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional,

estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores,

sem licença ou autorização dos órgãos ambientais

competentes, ou contrariando as normas legais e

regulamentares pertinentes;

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou

ambas as penas cumulativamente.

Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou

local especialmente protegido por lei, ato administrativo ou

decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico,

turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico,

Page 26: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

25

etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade

competente ou em desacordo com a concedida.”

1.5 A lei nº 9.985/00 – Sistema Nacional de Unidades de Conservação

De acordo com o Artigo 7º da Lei 9.985/00, as Unidades de Conservação

integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos:

I. Unidades de Proteção Integral – cujo objetivo é preservar os recursos

naturais, sendo admitido apenas seu uso indireto, salvo nos casos

previstos na lei.

II. Unidades de Uso Sustentável – cujo objetivo é compatibilizar a

conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus

recursos naturais.

I. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL:

A. ESTAÇÃO ECOLÓGICA – UC de posse e domínio públicos, onde é

proibida a visitação pública, exceto para fins educacionais ou para pesquisa

científica previamente autorizada pela administração da unidade.

B. RESERVA BIOLÓGICA – UC de posse e domínio públicos, onde é

proibida a visitação pública, exceto para fins educacionais ou para pesquisa

científica previamente autorizada pela administração da unidade.

C. PARQUE NACIONAL – UC de posse e domínio públicos, onde são

permitidas visitações públicas e atividades de recreação em contato com a

natureza e turismo ecológico, sujeitas às normas e restrições estabelecidas

no Plano de Manejo da unidade.

D. MONUMENTO NATURAL – tem como objetivo preservar sítios naturais

raros, singulares ou de grande beleza cênica. UC que pode ser de domínio

particular, desde que compatibilizados os objetivos da unidade com a

utilização da terra e dos recursos naturais pelos proprietários. Pode haver

visitação pública, sujeita às condições e restrições estabelecidas no Plano de

Manejo da unidade.

E. REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE - UC que pode ser de domínio

particular, desde que compatibilizados os objetivos da unidade com a

Page 27: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

26

utilização da terra e dos recursos naturais pelos proprietários. Pode haver

visitação pública, sujeita às condições e restrições estabelecidas no Plano de

Manejo da unidade.

II. UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL:

A. ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL – área extensa, constituída por

terras públicas ou privadas, com um certo grau de ocupação, que tem como

objetivo disciplinar o processo de ocupação de forma a assegurar a

sustentabilidade dos recursos naturais.

B. ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO – área em geral de

pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, constituída

por terras públicas ou privadas, com características naturais extraordinárias

ou que exemplares raros da biota regional.

C. FLORESTA NACIONAL – UC de posse e domínio públicos, cujo objetivo

básico é o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa

científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas

nativas, sendo nela admitida a permanência de populações tradicionais que

já a habitavam quando de sua criação.

D. RESERVA EXTRATIVISTA – UC de domínio público, com uso concedido

à populações extrativistas tradicionais cuja subsistência baseia-se no

extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na

criação de animais de pequeno porte.

E. RESERVA DE FAUNA – UC de posse e domínio públicos, destinada a

abrigar populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas,

residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre

o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. A visitação pública

pode ser permitida, desde que compatível com o manejo da unidade.

F. RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – UC de

domínio público, a RDS é uma área natural que abriga populações

tradicionais cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de

exploração dos recursos naturais. A visitação pública pode ser permitida,

desde que compatível com o manejo da unidade.

G. RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL – área privada

que tem por objetivo conservar a diversidade biológica, onde pode ser

permitida, mediante regulamento, a pesquisa científica e a visitação com

objetivos turísticos, recreativos e educacionais.

Page 28: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

27

Observações:

As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público

(Artigo 22)

As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser

transformadas total ou parcialmente em unidades do grupo de Proteção

Integral, por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que

criou a unidade (§ 5º);

A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem

modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto,

pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do

que criou a unidade (§ 6º)

A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só

pode ser feita mediante lei específica (§ 7º).

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28

2 LICENCIAMENTO AMBIENTAL

2.1 Definição e Normas Regulamentares

Conforme o inciso I do Artigo 1º da Resolução CONAMA 237/97,

“licenciamento ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental

competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de

empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva

ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar

degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as

normas técnicas aplicáveis ao caso.”

O licenciamento ambiental é o mais importante mecanismo de controle do

Poder Público, por meio do qual são estabelecidas condições e limites para o exercício

de determinadas atividades.

Os atos administrativos que determinam estas condições são as licenças e

autorizações ambientais, a qual, assim como a licença administrativa, possui caráter de

definitividade, só podendo ser revogada por interesse público ou violação das normas

legais, mediante indenização.

As principais normas que regulamentam o licenciamento ambiental são as

resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente, notadamente as resoluções

CONAMA 001/86, 006/86, 009/90, 237/97, 303/02, 369/06; e o Decreto nº 99.274/90.

Tanto a Resolução CONAMA 001/86 quanto a 237/97 e o Decreto nº

99.274/90 (Capítulo IV) estabelecem as etapas constituintes do licenciamento ambiental

e outros critérios.

Page 30: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

29

2.2 A Resolução CONAMA 001/86

A Resolução CONAMA 001/86 foi a primeira norma a estabelecer critérios

para classificação dos empreendimentos ou atividades sujeitos ao licenciamento

ambiental e o conteúdo mínimo dos estudos ambientais a serem elaborados.

De acordo com o Artigo 2º da Resolução CONAMA 001/86, serão licenciadas

atividades modificadoras do meio ambiente tais como:

“I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;

II - Ferrovias;

(...)”

O Artigo 5º estabelece que o Estudo de Impacto Ambiental deverá contemplar

os seguintes aspectos:

I. Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto,

confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto;

II. Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas

fases de implantação e operação da atividade;

III. Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada

pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando,

em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza;

IV. Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em

implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade.

Para isso, o conteúdo mínimo do EIA deverá ser composto pelos seguintes

capítulos (Artigo 6º):

I. Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, de modo a

caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do

projeto, considerando:

Page 31: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

30

a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os

recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos

d'água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes

atmosféricas;

b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora,

destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor

científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de

preservação permanente;

c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e

a sócio-economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos,

históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre

a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização

futura desses recursos.

II. Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas;

III. Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos;

IV. Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos

impactos.

Como parte integrante do EIA deverá ser elaborado o Relatório de Impacto

sobre o Meio Ambiente – RIMA, o qual deverá apresentar os resultados do EIA de

forma objetiva e adequada ao público geral, em linguagem acessível.

2.3 A Resolução CONAMA 009/87

Esta resolução normatiza a necessidade de dar publicidade ao EIA/RIMA

elaborado em subsídio ao licenciamento ambiental de determinado empreendimento ou

atividade, garantido a participação popular no processo.

De acordo com o seu Art. 2º, o órgão ambiental promoverá audiência pública

para determinado empreendimento sempre que julgar necessário, ou quando solicitado

por entidade civil, pelo Ministério Público ou por 50 ou mais cidadãos.

Page 32: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

31

A partir da data de aceite do EIA/RIMA, o órgão ambiental fixará em edital a

abertura do prazo de 45 dias para a solicitação de audiência pública, sem a qual

eventuais licenças concedidas não terão validade.

2.4 A Resolução CONAMA 237/97

De acordo com o § 1º do Artigo 2º da Resolução CONAMA 237/97, estão

sujeitas ao licenciamento ambiental os empreendimentos ou atividades relacionados em

seu Anexo 1, dentre os quais obras civis – rodovias, ferrovias e hidrovias.

A licença ambiental para empreendimentos ou atividades de significativo

impacto ambiental dependerá da elaboração prévia do Estudo de Impacto Ambiental e

respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente – EIA/RIMA, ao qual deverá

ser dada publicidade (Artigo 3º).

Quando a atividade ou empreendimento não for classificado como sendo de

significativo impacto, o órgão ambiental definirá os estudos ambientais pertinentes

(parágrafo único).

Esta resolução estabelece, ainda, quais atividades ou empreendimentos serão

licenciados em nível federal, estadual ou municipal. De acordo com o Artigo 4º,

compete ao IBAMA o licenciamento de atividades ou empreendimentos que se

enquadrem nos seguintes critérios:

I. localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no

mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em

terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União;

II. localizados ou desenvolvidos em dois ou mais Estados;

III. cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou

de um ou mais Estados;

IV. destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e

dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia

Page 33: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

32

nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da

Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN;

V. bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação

específica.

Para o licenciamento destas atividades o Poder Público emitirá as seguintes

licenças (Artigo 8º):

I. Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do

empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção,

atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e

condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

II. Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou

atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e

projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais

condicionantes, da qual constituem motivo determinante;

III. Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou

empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das

licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes

determinados para a operação.

De acordo com o Artigo 10 da Resolução, o procedimento de licenciamento

ambiental, resumidamente, é composto pelas seguintes etapas:

I. Definição dos estudos ambientais necessários ao início do processo de

licenciamento correspondente à licença a ser requerida;

II. Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, dando-se a devida

publicidade;

III. Análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a

realização de vistorias técnicas, quando necessárias;

IV. Solicitação de esclarecimentos e complementações, uma única vez, em

decorrência da análise dos documentos apresentados, quando couber, podendo

haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e

complementações não tenham sido satisfatórios;

V. Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;

Page 34: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

33

VI. Solicitação de esclarecimentos e complementações decorrentes de audiências

públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os

esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;

VII. Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;

VIII. Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida

publicidade.

O Artigo 18 estabelece os prazos de validade das licenças ambientais, a saber:

I. Licença Prévia (LP) – máximo 5 (cinco) anos;

II. Licença de Instalação (LI) – máximo 6 (seis) anos;

III. Licença de Operação (LO) – mínimo 4 (quatro) anos e máximo 10 (dez) anos.

2.5 A Resolução CONAMA 009/90

Esta resolução estabelece as etapas e documentos necessários ao licenciamento

de atividades de lavra e/ou beneficiamento mineral das classes I, III, IV, V, VI, VII,

VIII e IX, excetuado o regime de permissão de lavra garimpeira (Artigo 2º).

No que se refere às obras rodoviárias, esta resolução se aplica ao licenciamento

ambiental das áreas de apoio (jazidas, caixas de empréstimo, bota-fora, usina de

asfalto).

2.6 A Resolução CONAMA 273/00

A Resolução CONAMA 273 de 29 de novembro de 2000 regulamenta o

licenciamento de instalações e sistemas de armazenamento de derivados de petróleo e

outros combustíveis. Destacam-se, entre as disposições desta resolução:

“Art. 1º A localização, construção, instalação, modificação, ampliação e

operação de postos revendedores, postos de abastecimento, instalações de sistemas

Page 35: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

34

retalhistas e postos flutuantes de combustíveis dependerão de prévio licenciamento do

órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.

§ 1º Todos os projetos de construção, modificação e ampliação dos

empreendimentos previstos neste artigo deverão, obrigatoriamente, ser realizados,

segundo normas técnicas expedidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas-

ABNT e, por diretrizes estabelecidas nesta Resolução ou pelo órgão ambiental

competente.

§ 2º No caso de desativação, os estabelecimentos ficam obrigados a apresentar

um plano de encerramento de atividades a ser aprovado pelo órgão ambiental

competente.

(...)

§ 4º Para efeito desta Resolução, ficam dispensadas dos licenciamentos as

instalações aéreas com capacidade total de armazenagem de até quinze m³, inclusive,

destinadas exclusivamente ao abastecimento do detentor das instalações, devendo ser

construídas de acordo com as normas técnicas brasileiras em vigor, ou na ausência

delas, normas internacionalmente aceitas.”

2.7 A Resolução CONAMA 303/02

Esta resolução dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de

Preservação Permanente, regulamentando os critérios estabelecidos no Artigo 2º da Lei

nº 4.771/65 – Código Florestal.

De acordo com o seu Artigo 3º “constitui Área de Preservação Permanente a

área situada:

I. em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção

horizontal, com largura mínima, de:

a) trinta metros, para o curso d`água com menos de dez metros

de largura;

Page 36: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

35

b) cinqüenta metros, para o curso d`água com dez a cinqüenta

metros de largura;

c) cem metros, para o curso d`água com cinqüenta a duzentos

metros de largura;

d) duzentos metros, para o curso d`água com duzentos a

seiscentos metros de largura;

e) quinhentos metros, para o curso d`água com mais de

seiscentos metros de largura;

II. ao redor de nascente ou olho d`água, ainda que intermitente, com raio

mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a

bacia hidrográfica contribuinte;

III. ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem mínima de:

a) trinta metros, para os que estejam situados em áreas urbanas

consolidadas;

b) cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os

corpos d`água com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal

será de cinqüenta metros;

IV. em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura

mínima de cinqüenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e

encharcado;

V. no topo de morros e montanhas, em áreas delimitadas a partir da curva de

nível correspondente a dois terços da altura mínima da elevação em

relação a base;

VI. nas linhas de cumeada, em área delimitada a partir da curva de nível

correspondente a dois terços da altura, em relação à base, do pico mais

baixo da cumeada, fixando-se a curva de nível para cada segmento da

linha de cumeada equivalente a mil metros;

Page 37: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

36

VII. em encosta ou parte desta, com declividade superior a cem por cento ou

quarenta e cinco graus na linha de maior declive;

VIII. nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e chapadas, a partir da linha de

ruptura em faixa nunca inferior a cem metros em projeção horizontal no

sentido do reverso da escarpa;

IX. nas restingas:

a) em faixa mínima de trezentos metros, medidos a partir da

linha de preamar máxima;

b) em qualquer localização ou extensão, quando recoberta por

vegetação com função fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues;

X. em manguezal, em toda a sua extensão;

XI. em duna;

XII. em altitude superior a mil e oitocentos metros, ou, em Estados que não

tenham tais elevações, à critério do órgão ambiental competente;

XIII. nos locais de refúgio ou reprodução de aves migratórias;

XIV. nos locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna ameaçadas

de extinção que constem de lista elaborada pelo Poder Público Federal,

Estadual ou Municipal;

XV. nas praias, em locais de nidificação e reprodução da fauna silvestre.

2.8 A Resolução CONAMA 369/06

A Resolução CONAMA 369/06 define os casos excepcionais em que o órgão

ambiental competente pode autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em Área

de Preservação Permanente-APP para a implantação de obras, planos, atividades ou

projetos de utilidade pública ou interesse social, ou para a realização de ações

consideradas eventuais e de baixo impacto ambiental (Art. 1º).

Page 38: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

37

De acordo com o parágrafo 1º do mesmo artigo, é vedada a intervenção ou

supressão de vegetação em APP de nascentes, veredas, manguezais e dunas

originalmente providas de vegetação, salvo nos casos de utilidade pública e para acesso

de pessoas e animais para obtenção de água.

O órgão ambiental autorizará a intervenção ou supressão de vegetação em APP

em procedimento administrativo específico, com a conseqüente emissão da Autorização

de Supressão de Vegeteção – ASV. Dentre os casos de utilidade pública passíveis de

autorização para intervenção em APP destacam-se: (i) as obras essenciais de infra-

estrutura destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia; e (ii) as

atividades de pesquisa e extração de substância minerais, outorgadas pela autoridade

competente, exceto areia, argila, saibro e cascalho.

O órgão ambiental estabelecerá as medidas ecológicas de caráter mitigador e

compensatório no âmbito do licenciamento ambiental dos empreendimentos ou

atividades (Art. 5º), que consistirão, basicamente, na efetiva recuperação ou

recomposição de APP e deverão ocorrer na mesma sub-bacia hidrográfica, e

prioritariamente:

I. na área de influência do empreendimento, ou

II. nas cabeceiras dos rios.

3 CORPO NORMATIVO DO DNIT

O DNIT possui um amplo conjunto de normas voltadas para a regulamentação das

diversas atividades envolvidas em obras rodoviárias. Dentre estas, destacam-se:

Especificações de Serviço – ES;

Normas Tipo Procedimento – PRO;

Instrução de Proteção Ambiental – IPA;

Especificações Ambientais Complementares – EAC; e

Especificações Ambientais Particulares – EAP.

Page 39: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

38

No âmbito da supervisão ambiental de obras rodoviárias, atenção especial deve ser dada

às normas diretamente relacionadas à prevenção, mitigação e recuperação de impactos

ambientais. O quadro a seguir apresenta uma listagem de normas ambientais e sua

relação com as atividades típicas de obras rodoviárias, trazendo um resumo dos seus

conteúdos mais relevantes.

Page 40: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

39

Atividade Norma Conteúdo

Canteiro de obras e

instalações industriais

DNIT 070/2006 – PRO -

Condicionantes ambientais

das áreas de uso de obras

Procedimentos para instalação, funcionamento e desativação de canteiro de

obras, instalações industriais e seus componentes

“A instalação do canteiro de obras deverá contemplar a instalação de

um sistema de drenagem específico para cada local e, quando

necessário, de um sistema de contenção de erosão específico e/ou de

estabilização, dentre outros”

“Deverá ser procedida a reabilitação ambiental das áreas do canteiro

de obras; de caixas e jazidas de empréstimo; de botaforas; de trilhas,

caminhos de serviço e estradas de acesso; de áreas de disposição de

resíduos sólidos; e de outras áreas de apoio alteradas”

“Todos os efluentes provenientes da lavagem e manutenção de

máquinas e equipamentos (óleos, graxas, etc.) devem ter como

destino uma caixa separadora, para o devido tratamento no sistema

específico do canteiro de obras”

Page 41: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

40

Atividade Norma Conteúdo

EAP – MA – CDI – 001 /

2005 – Implantação,

operação e remoção de

acampamentos e áreas

industriais

Tem por objetivo definir as ações para implantação, gerenciamento e

remoção dos acampamentos e áreas industriais necessários ao apoio logístico

à execução das obras

“Caberá à construtora, a Implantação, Operação e Remoção dos

Acampamentos e Áreas Industriais”

“A camada vegetal (solo de topo), oriunda das operações de

desmatamento, limpeza e preparo do terreno, será removida para

estocagem em áreas previamente escolhidas. Este material (estocado

e protegido de modo a evitar o carreamento) será utilizado,

futuramente, na recuperação ambiental das áreas afetadas pelas

obras”

“As redes de coleta de efluentes líquidos serão implantadas

distintamente, uma para os efluentes domésticos e sanitários e outra

para os industriais. Em nenhuma hipótese deverão ser interligados os

sistemas de drenagem de águas pluviais e sistemas de esgotamento

sanitário”

“As áreas de descarte de resíduos sólidos serão implantadas nas

seguintes condições:

Distância de pelo menos 200m de corpos hídricos;

Em função das características do material de descarte, o terreno

destinado a execução de bota-foras será objeto de compactação prévia

e / ou outro tipo de preparo que se fizer necessário (concretagem,

revestimento plástico, outros)”

“As instalações dos refeitórios serão protegidas pelo uso de telas e

equipadas por sistema de ventilação”

“Todos os estabelecimentos terão Planos de Prevenção contra

incêndio”

“As áreas de estocagem de combustíveis, óleos e graxas serão

envolvidas por sistema de diques, de modo a conter vazamentos”

“Os depósitos, oficinas, áreas de abastecimento, estocagem de óleos,

Page 42: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

41

Atividade Norma Conteúdo

IPA 06 – Controle de

processos erosivos na faixa

de domínio

Estabelece condições para instalação de canteiros visando à prevenção de

processos erosivos

“A área de implantação dos canteiros não pode ser susceptível à

instalação de processos erosivos”

“A instalação do canteiro de obras deverá contemplar a implantação

de um sistema de drenagem específico para cada local, de contenção

de erosão específico, e de estabilização, dentre outros”

Page 43: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

42

Atividade Norma Conteúdo

Supressão de vegetação

DNIT 070/2006 – PRO -

Condicionantes ambientais

das áreas de uso de obras

Procedimentos para execução de desmatamento e limpeza

“O material do desmatamento e da limpeza do terreno não pode ser lançado dentro

de talvegues e de corpos d'água”

“Nos desmatamentos e limpeza de terrenos nas proximidades de corpos d'água

deverão ser implantados dispositivos que impeçam o carreamento de sedimentos

(enleiramento do material removido, valetas para condução das águas superficiais,

valetas paralelas ao corpo d'água etc.)”

“Deve ser limitado o desmatamento ao estritamente necessário à implantação das

obras na faixa estradal (pista + acostamento + aceiros laterais)”

“Deverá ser limitada ao máximo a abertura de novas frentes, sem que as já abertas

(terraplenagem do corpo estradal), tenham os elementos de proteção estabelecidos

(drenagem, cobertura vegetal de proteção, bacias de sedimentação etc.)”

“Não será permitido um avanço desnecessário das frentes de desmatamento em

relação às frentes de terraplanagem”

“Em nenhuma hipótese serão queimados restos de vegetação”

“Para os espécimes vegetais com DAP > 10 cm fazer o corte seletivo com moto-

serra e proceder ao empilhamento da madeira para posterior transporte. A madeira

oriunda do corte só poderá ser transportada com a respectiva ATPF (Autorização

para o Transporte de Produtos Florestais) a ser obtida no órgão florestal

licenciador” Atualmente: DOF (Documento de Origem Florestal)

“O solo orgânico proveniente da limpeza dos “off-sets” – bem como os resíduos

provenientes dos desmatamentos e limpeza de terrenos (folhas, paus, tocos etc.)

deverão ser estocados/enleirados em áreas pré-definidas, para posterior utilização

nas atividades de reabilitação ambiental dos locais de empréstimo, botaforas e

demais áreas a serem recuperadas”.

Page 44: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

43

Atividade Norma Conteúdo

IPA 06 - Controle de

processos erosivos na faixa

de domínio

Apresenta procedimentos de supressão de vegetação orientados ao controle

do surgimento de processos erosivos

“Orientar e limitar o desmatamento ao estritamente necessário à

implantação das obras na faixa estradal (pista + acostamento +

aceiros laterais)”

“Estocar adequadamente o solo orgânico proveniente da limpeza dos

“off-sets”. O referido solo orgânico deverá ser reaplicado nos locais

de empréstimo, bota-foras e demais áreas a serem recuperadas”

Page 45: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

44

Atividade Norma Conteúdo

Caminhos de serviço

DNIT 070/2006 – PRO -

Condicionantes ambientais

das áreas de uso de obras

Condicionantes de cunho ambiental, a serem obrigatoriamente atendidos, em

conjunto com os procedimentos ordinariamente adotados para execução e

utilização de caminhos de serviço

“As áreas selecionadas para a abertura de trilhas, caminhos de serviço

e estradas de acesso devem (...) estar situadas, preferencialmente,

dentro da faixa de domínio da rodovia, à exceção dos acessos a

jazidas, caixas de empréstimo e bota-foras,”

“As áreas selecionadas para a abertura de trilhas, caminhos de serviço

e estradas de acesso não podem (...) interferir com fisionomias

vegetais protegidas em lei, tais como remanescentes da Mata

Atlântica e Áreas de Preservação Permanente (matas de galeria,

restingas etc.).”

“As áreas selecionadas para a abertura de trilhas, caminhos de

serviços e estradas de acesso não devem (...) estar sujeitas a

instabilidades físicas passíveis de ocorrência em cotas superiores (a

exemplo: escorregamentos, deslizamentos, depósitos de tálus, etc.)”

IPA 06 - Controle de

processos erosivos na faixa

de domínio

Condições para abertura de caminhos de serviço

As áreas selecionadas para a abertura de trilhas, caminhos de serviço

e entradas de acesso não devem ser susceptíveis a processos erosivos

Page 46: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

45

Atividade Norma Conteúdo

IPA 07 – Recuperação de

Áreas Degradadas

Especifica as ações que devem ser realizadas, durante obras rodoviárias para

recuperação de áreas cujas características preexistentes foram alteradas pela

inserção do empreendimento

Plantio de árvores e arbustos

Implantação de drenagem superficial (implantação de valetas sem

revestimento, revestidas em concreto de cimento ou com cobertura

vegetal)

Implantação de cobertura vegetal (plantio de gramíneas e

leguminosas por hidrossemeadura)

Page 47: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

46

Atividade Norma Conteúdo

EAC – MA – CDI 001 /

2005 – Caminhos de

Serviço

Complementa a Especificação DNER – ES 279/97 Terraplenagem –

Caminhos de Serviço (subst. DNIT 105/2009-ES - Terraplenagem -

Caminhos de serviço), pela inclusão do uso e conseqüências de Vias de

Acesso Locais.

O Projeto deverá visar a mínima interferência com o meio ambiente,

buscando facilitar a execução da drenagem e garantindo a não

ocorrência de processos erosivos ou desmatamentos excessivos

Nas transposições de cursos d'água / linhas de drenagem, as obras

deverão ser dimensionadas de modo a garantir o livre escoamento das

águas, evitando-se a concentração dos fluxos a jusante (formação de

processos erosivos / assoreamentos) e represamentos a montante

Os Caminhos de Serviço poderão ser mantidos, a critério das

Prefeituras ou dos Departamentos Estaduais ou Federais de estradas

de rodagem. Caso contrario, serão totalmente erradicados

Page 48: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

47

Atividade Norma Conteúdo

Jazidas e caixas de

empréstimo

DNIT 070/2006 – PRO -

Condicionantes ambientais

das áreas de uso de obras

Condicionantes de cunho ambiental, a serem obrigatoriamente atendidos, em

conjunto com os procedimentos ordinariamente adotados para exploração de jazidas

e caixas de empréstimos

“Com vistas à elaboração dos Planos de Recuperação das Áreas Degradadas

para as jazidas, caixas de empréstimo e bota-foras, as empreiteiras deverão

contatar os órgãos ambientais estaduais, visando obter orientação, roteiros

de procedimentos, modelos e impressos próprios, bem como a normatização

e documentação exigidos nos requerimentos de licenciamentos específicos”

“A instalação de jazidas e caixas de empréstimo deverá se situar,

preferencialmente, em locais afastados de cursos d’água, centros urbanos,

ou unidades habitacionais”

“As áreas selecionadas para a instalação de jazidas e caixas de empréstimo

não podem (...) ser susceptíveis a cheias e inundações, bem como as áreas

de instalação de jazidas de materiais argilosos não devem apresentar lençol

freático aflorante”

“O aceleramento de processos erosivos em áreas de jazidas e caixas de

empréstimo deverá ser evitado através de medidas preventivas (a exemplo,

revegetação de taludes expostos e com alta declividade, terraceamento e

drenagem, amenização da declividade de taludes, hidrossemeadura, manejo

e compactação do solo etc)”

“As jazidas e caixas de empréstimo deverão ser operadas com gradiente de

declividade suficiente para promover o escoamento das águas pluviais”

“As áreas de instalação de jazidas e caixas de empréstimo serão

contempladas com a implantação de um sistema de drenagem específico a

ser executada, eventualmente, com os próprios equipamentos de

terraplenagem”

Page 49: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

48

Atividade Norma Conteúdo

IPA 06 - Controle de

processos erosivos na faixa

de domínio

Condições para prevenção de processos erosivos na instalação de jazidas e caixas de

empréstimo

“As áreas de instalação de jazidas e caixas de empréstimo não podem ser

susceptíveis a cheias e inundações, bem como as áreas de instalação de

jazidas de materiais argilosos não devem apresentar lençol freático

aflorante”

“As áreas destinadas à (...) instalação de jazidas e caixas de empréstimo (...)

não podem estar sujeitas às instabilidades físicas passíveis de ocorrência em

cotas superiores, como por exemplo escorregamentos de materiais

instáveis”

IPA 07 – Recuperação de

Áreas Degradadas

Especifica as ações que devem ser realizadas, durante obras rodoviárias para

recuperação de áreas cujas características preexistentes foram alteradas pela

inserção do empreendimento

Plantio de árvores e arbustos

Implantação de drenagem superficial (implantação de valetas sem

revestimento, revestidas em concreto de cimento ou com cobertura

vegetal)

Implantação de cobertura vegetal (plantio de gramíneas e

leguminosas por hidrossemeadura)

Page 50: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

49

Atividade Norma Conteúdo

Recuperação de passivos

ambientais / áreas

degradadas

DNIT 071/2006 – ES -

Tratamento ambiental de

áreas de uso de obras e do

passivo ambiental de áreas

consideradas planas ou de

pouca declividade por

vegetação herbácea

Define a sistemática para ser usada no tratamento ambiental de áreas afetadas

pelo uso ou pela implantação de obras rodoviárias e do passivo ambiental de

áreas classificadas como planas ou de baixa declividade.

Modelagem ou conformação geométrica da área de uso, remoção de

entulhos e construção de drenagem de proteção

Reposição da camada vegetal estocada

Aração

Calagem

Adubação

Plantio de espécies vegetais

Irrigação

Page 51: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

50

Atividade Norma Conteúdo

DNIT 072/2006 – ES -

Tratamento ambiental de

áreas de uso de obras e do

passivo ambiental de áreas

íngremes ou de difícil

acesso pelo processo de

revegetação herbácea

Define a sistemática para ser usada no tratamento ambiental de áreas afetadas

pelo uso ou degradadas pela implantação de obras rodoviárias e do passivo

ambiental de áreas classificadas como íngremes ou de difícil acesso. Inclui

fotografias

Espécies vegetais

Hidrossemeadura

Rip-rap de solo vegetal

Recuperação ambiental de áreas voçorocadas

Implantação de diques de contenção

DNIT 073/2006 -

Tratamento ambiental de

áreas de uso de obras e do

passivo ambiental de áreas

consideradas planas ou de

pouca declividade por

revegetação arbórea e

arbustiva

Define a sistemática para ser usada no tratamento ambiental de áreas afetadas

pelo uso ou pela implantação de obras rodoviárias e do passivo ambiental de

áreas classificadas como planas ou de baixa declividade. Descreve o método

conhecido como revegetação arbórea e arbustiva

Plantio de mudas arbóreas e arbustivas

Viveiro para produção de mudas

Page 52: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

51

Atividade Norma Conteúdo

IS 03- Programa de

Recuperação de Áreas

Degradadas

(IPR – 729)

Estabelece requisitos para elaboração e execução do Programa de

Recuperação de Áreas Degradadas

“O avanço longitudinal das obras de implantação ao longo da pista

deverá coincidir, em todas as etapas, com o avanço longitudinal dos

serviços de recuperação das áreas degradadas, de sorte que, para cada

segmento, a conclusão das obras deverá corresponder, igualmente, à

conclusão dos serviços de recuperação das áreas degradadas

identificadas nos respectivos segmentos”

IPA 07 – Recuperação de

Áreas Degradadas

Especifica as ações que devem ser realizadas, durante obras rodoviárias para

recuperação de áreas cujas características preexistentes foram alteradas pela

inserção do empreendimento

Plantio de árvores e arbustos

Implantação de drenagem superficial (implantação de valetas sem

revestimento, revestidas em concreto de cimento ou com cobertura

vegetal)

Implantação de cobertura vegetal (plantio de gramíneas e

leguminosas por hidrossemeadura)

Page 53: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

52

Atividade Norma Conteúdo

IPA 08 – Recuperação de

Passivos Ambientais

Especifica as ações que devem ser realizadas para recuperação de

degradações instaladas em função da existência da rodovia.

Classificação dos problemas

Proposição de soluções-tipo (retaludamento, aterro de sustentação,

execução e estabilização de bota-foras, enrocamento, solo cimento

ensacado, gabiões, plantio consorciado a rip-rap para reconformação

de taludes, implantação de drenagem superficial, bacias de

amortecimento, recuperação de pequenas e grandes erosões, entre

outras)

Ilustrações

Page 54: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

53

Atividade Norma Conteúdo

EAP – MA – CDI – 005 /

2005 – Controle de

Erosões e Assoreamentos

Tem por objetivo definir as ações que devem ser obedecidas, para contenção

/ erradicação de processos erosivos; na Fase de Obras, quando estes

processos decorrem diretamente das atividades da implantação; na Fase

Operacional, quando estes processos forem deflagrados pelo corpo estradal já

implantado; ou mesmo em decorrência de ações de terceiros, neste último

caso quando estas degradações ameacem a integridade da rodovia ou de seus

dispositivos de proteção e segurança

“Dentre os elementos de prevenção destacam-se os seguintes:

Execução de taludes das áreas exploradas como fonte de material de

construção (caixas de empréstimo, jazidas e botaforas) com

inclinação compatível as características geotécnicas dos solos locais.

Os taludes dos maciços dos terraplenos do corpo estradal obedecerão

ao prescrito no Projeto Executivo de Engenharia”

Implantação de sistema de drenagem de serviço, durante as operações

de terraplenagem do corpo estradal, operações de escavações das

áreas utilizadas como fonte de material de construção. Após o

término das atividades exploratórias, implantar sistema de drenagem

definitivo e cobertura vegetal adequada

Serão objetos de medição, de acordo com os critérios do DNIT e

especificações de Projeto, os dispositivos implantados em caráter

definitivo; todos os elementos relativos à drenagem de serviço não

serão medidos, embora tenham sua execução fiscalizada”

Page 55: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

54

Atividade Norma Conteúdo

Cortes e aterros

DNIT 070/2006 – PRO -

Condicionantes ambientais

das áreas de uso de obras

Condicionantes de cunho ambiental a serem obrigatoriamente atendidos em

conjunto com os procedimentos ordinariamente adotados para execução de

aterros e cortes

“Eventuais desmoronamentos provocados pelas atividades de

terraplenagem serão motivo de soluções técnicas específicas,

oferecidas pela empresa projetista, aprovadas pelo DNIT, e

acompanhadas pela supervisão ambiental da obra, que documentará

adequadamente o evento”

“Os aterros de encontros de pontes, e os aterros que apresentem faces

de contato com o corpo hídrico, serão realizados contemplando

medidas de proteção contra processos erosivos e desmoronamentos,

até a cota de máxima cheia (terra armada, enrocamento, pedra

argamassa, etc.)”

“Adotar sistema de drenagem específico temporário, nas áreas com

operação de atividades de terraplenagem, sendo indicada para tanto a

construção e bacia de sedimentação, conforme preconizado no

Manual de Atividades Rodoviárias Ambientais”

Page 56: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

55

Atividade Norma Conteúdo

DNIT 072/2006 – ES -

Tratamento ambiental de

áreas de uso de obras e do

passivo ambiental de áreas

íngremes ou de difícil

acesso pelo processo de

revegetação herbácea

Define a sistemática a ser usada no tratamento ambiental de áreas afetadas

pelo uso ou degradadas pela implantação de obras rodoviárias e do passivo

ambiental de áreas classificadas como íngremes ou de difícil acesso. Inclui

fotografias

Espécies vegetais

Hidrossemeadura

Rip-rap de solo vegetal

DNIT 074/2006 – ES -

Tratamento ambiental de

taludes e encostas por

intermédio de dispositivos

de controle de processos

erosivos

Define e fixa a sistemática do tratamento ambiental de superfícies de taludes

de corte, aterros e encostas a montante da rodovia, de modo a reduzir custos

de manutenção e controlar processos erosivos. Descreve os métodos da

chamada bioengenharia. Traz informações sobre controle, medição e

pagamento. Inclui fotografias e ilustrações

Plantio de bambu

Plantio de capim

Diques de bambu

Septos de rip-rap de solo vegetativo

Proteção de taludes e encostas com biomantas ou mantas vegetais

Bacia de siltagem

Page 57: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

56

Atividade Norma Conteúdo

DNIT 075/2006 – ES -

Tratamento ambiental de

taludes com solos

inconsistentes

Define e fixa a sistemática do tratamento ambiental de superfícies de taludes

de cortes que apresentam solos inconsistentes ou pedras soltas, oferecendo

riscos à segurança dos usuários

Imprimação asfáltica

Revestimento de argamassa

Revestimento de concreto projetado (gunitagem),

Ancoragem de tela metálica

Construção de contrafortes e vigamentos de concreto armado

IPA 06 – Controle de

processos erosivos na faixa

de domínio

Estabelece condições para execução de cortes e aterros com vistas à

prevenção de processos erosivos

“Executar medidas de proteção contra processos erosivos e

desmoronamentos, em aterros de encontros de pontes e em aterros que

apresentem faces de contato com corpo hídrico. As medidas de proteção

pertinentes envolvem a construção de terra armada, enrocamento, pedra

argamassada, argamassa projetada etc., devendo se estender até a cota

máxima da cheia”

Page 58: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

57

Atividade Norma Conteúdo

IPA 07 – Recuperação de

Áreas Degradadas

Especifica as ações que devem ser realizadas, durante obras rodoviárias para

recuperação de áreas cujas características preexistentes foram alteradas pela

inserção do empreendimento

Plantio de árvores e arbustos

Implantação de drenagem superficial (implantação de valetas sem

revestimento, revestidas em concreto de cimento ou com cobertura

vegetal)

Implantação de cobertura vegetal (plantio de gramíneas e

leguminosas por hidrossemeadura)

Page 59: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

58

Atividade Norma Conteúdo

EAC – MA – CDI 002 /

2005 – Terraplenagem –

Alargamento de Aterros

Complementa a Especificação DNER – ES 282/97 Terraplenagem – Aterros

(subst. DNIT 108/2009-ES - Terraplenagem - Aterros), quanto à destinação

dos volumes de bota – foras em alargamentos de aterros

Na confecção dos alargamentos de aterros deve-se fazer concordância

dos maciços nas aproximações das obras de arte correntes, evitando o

prolongamento destas obras.

O método construtivo para execução das concordâncias compreende:

Compactar o alargamento do aterro com a mesma energia do

aterro principal

Respeitar distância mínima de 10,0 m do talvegue ou margem de

corpos d`água;

Proteger a saia do aterro com enrocamento

Page 60: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

59

Atividade Norma Conteúdo

EAC – MA – CDI 003 /

2005 – Terraplenagem -

Cortes em Rocha

Complementa a Especificação DNER – ES 282/97 Terraplenagem – Cortes

(subst. DNIT 106/2009-ES - Terraplenagem - Cortes), quanto à destinação de

material em 3ª categoria decorrente da implantação do corpo estradal.

“Proceder à britagem do material rochoso, considerando que:

Caso se enquadre nos parâmetros técnicos exigidos: utilização nas

obras

Caso não de enquadre nos padrões técnicos exigidos:

Incorporar ao revestimento primário ou na erradicação de atoleiros

em segmentos ainda não atacados pelas obras, onde necessário

manter o tráfego

Repasse às Prefeituras locais para utilização em obras sem

necessidade de controle técnico.”

Page 61: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

60

Atividade Norma Conteúdo

EAP – MA – CDI

011/2004 – Terraplenagem

– Aterros com material de

3ª categoria

Tem por objetivo definir as ações necessárias a execução de aterros de rocha,

evitando a execução de bota-foras deste material

“O corpo dos aterros de rocha será construído em camadas

sucessivas, para toda a largura da seção transversal, com espessura

máxima de 0,75 m. A maior dimensão de qualquer pedra utilizada

deverá ser no máximo, igual a 0,60 m”

“A primeira camada deverá ser executada mediante descarga da rocha

no ponto mais baixo do trecho em execução e utilização de trator de

esteiras com lâmina para espalhamento do material na espessura

indicada”

“Os interstícios entre as pedras maiores serão preenchidos com

pedras de menor tamanho e com os fragmentos produzidos por essa

operação e pela colocação de carregamentos sucessivos de material”

“Os últimos 2,0 m do aterro serão executados em camada cuja

espessura não poderá ser superior a 0,30 m nem conter pedras com

dimensão superior a 2/3 da espessura da camada, devendo ser usados

rolos vibratórios apropriados”

“A camada final será constituída com granulometria tal que assegure

uniformidade a superfície”

Page 62: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

61

Atividade Norma Conteúdo

Botaforas

DNIT 070/2006 – PRO -

Condicionantes ambientais

das áreas de uso de obras

Condicionantes de cunho ambiental a serem obrigatoriamente atendidos em

conjunto com os procedimentos ordinariamente adotados para execução de

bota-foras

“As áreas de bota-fora não podem (...) apresentar fisionomias

vegetais protegidas em lei, tais como, remanescentes da Mata

Atlântica e Áreas de Preservação Permanente (matas de galeria,

restingas, etc.)”

“As áreas de bota-fora deverão ser reconformadas de modo a permitir

usos alternativos posteriores, a partir da reabilitação ambiental das

mesmas”

IPA 06 – Controle de

processos erosivos na faixa

de domínio

Condições para execução de botaforas

“As áreas destinadas à instalação (...) de bota-fora não podem estar

sujeitas às instabilidades físicas passíveis de ocorrência em cotas

superiores, como por exemplo escorregamentos de materiais

instáveis”

Page 63: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

62

Atividade Norma Conteúdo

IPA 07 – Recuperação de

Áreas Degradadas

Especifica as ações que devem ser realizadas, durante obras rodoviárias para

recuperação de áreas cujas características preexistentes foram alteradas pela

inserção do empreendimento

Plantio de árvores e arbustos

Implantação de drenagem superficial (implantação de valetas sem

revestimento, revestidas em concreto de cimento ou com cobertura

vegetal)

Implantação de cobertura vegetal (plantio de gramíneas e

leguminosas por hidrossemeadura)

IPA 08 – Recuperação de

Passivos Ambientais

São apresentadas recomendações para execução de botaforas, que deverão

ser utilizadas/adaptadas de acordo com a situação encontrada.

Parâmetros Básicos para botaforas

“No entorno da linha de "off-set" do bota-fora deverá ser construído

um aterro-barreira com material compactado de acordo com as

Especificações de Serviço do DNIT”

“Nas proximidades de cursos d'água, (proteger o aterro-barreira com

enrocamento)”

“Implantar colchão drenante entre o bota-fora e o terreno natural”

“Entre a saia do aterro e a crista do bota-fora executar drenagem”

“Implantar sistema de drenagem superficial (canaletas, descidas

d'água, etc)”

“Executar proteção vegetal em toda área do bota-fora”

Page 64: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

63

Atividade Norma Conteúdo

EAP – MA – CDI – 006 /

2005 – Manejo de

Descartes de Solos Moles

Define as ações que devem ser obedecidas durante as obras com a finalidade

de evitar ou minimizar os impactos decorrentes das atividades relativas ao

manejo de descartes de solos moles.

“Os solos moles resultantes das escavações serão manejados de modo a

constituírem material de base para os plantios visando à recuperação de

passivos ambientais e das áreas utilizadas para apoio às obras. Para tal, serão

realizadas as seguintes atividades:

Transportar os solos moles para as áreas objeto de recuperação

Posteriormente ao Preparo do Terreno, depositar os solos – moles em

leiras de aproximadamente 0,5 m de altura efetivando a cobertura de

toda a área a recuperar

Caso necessário conter os solos – moles através da implantação de

maciços de solos inertes, com o objetivo de evitar carreamentos /

assoreamentos

Aguardar a secagem do material para se obter melhores condições de

trabalho

Reincorporar a camada de solo mole ao terreno reconformado,

procedendo a sua descompactação e destorroamento, pelo

gradeamento por métodos comuns de agricultura (grade de discos,

rebocada por trator de pneus)

Page 65: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

64

Atividade Norma Conteúdo

Obras de arte correntes

DNIT 070/2006 – PRO -

Condicionantes ambientais

das áreas de uso de obras

Condicionantes de cunho ambiental, a serem obrigatoriamente atendidos, em

conjunto com os procedimentos ordinariamente adotados para efeito de

execução de obras de arte correntes

“Todo o material excedente de escavação ou sobras deverá ser

removido das proximidades dos dispositivos de drenagem e de obras

de arte, evitando provocar o seu entupimento, cuidando-se ainda que

este material não seja conduzido para os cursos d’água, de modo a

não causar assoreamento”

“O material excedente removido, será transportado para local pré

definido em conjunto com a Fiscalização cuidando-se ainda que este

material não seja conduzido para os cursos d’água, de modo a não

causar assoreamento”

Page 66: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

65

Atividade Norma Conteúdo

Obras de arte especiais

DNIT 070/2006 – PRO -

Condicionantes ambientais

das áreas de uso de obras

Condicionantes de cunho ambiental, a serem obrigatoriamente atendidos, em

conjunto com os procedimentos ordinariamente adotados para efeito de

execução de obras de arte especiais

“Na execução de escoramento para a construção de obras de arte,

somente deverá ser autorizada a utilização de madeiras, roliça ou

serrada, com a licença ambiental para exploração”

“O material resultante do descimbramento será removido do local,

para área pré definida e aprovada pela Fiscalização, não podendo ser

lançado nos cursos d’água, ou disposto de modo aleatório. A

população local deverá ser consultada para verificar seu interesse em

dispor deste material no caso da execução de fundações de obras de

arte, quando necessária a execução de barragens ou desvios de cursos

d’água, para facilitar métodos executivos, tais procedimentos não

podem alterar, em definitivo, o leito dos rios”

Page 67: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

66

Atividade Norma Conteúdo

Drenagem

DNIT 070/2006 – PRO -

Condicionantes ambientais

das áreas de uso de obras

Condicionantes de cunho ambiental, a serem obrigatoriamente atendidos, em

conjunto com os procedimentos ordinariamente adotados para efeito de

execução de obras de drenagem

“Nos pontos de deságüe dos dispositivos deverão ser executadas

obras de proteção, para impedir a erosão das vertentes ou

assoreamento de cursos d’água”

Page 68: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

67

Atividade Norma Conteúdo

Segurança rodoviária e

de áreas lindeiras

DNIT 078/2006 – PRO -

Condicionantes ambientais

pertinentes à segurança

rodoviária na fase de obras

Apresenta critérios de implantação de sinalização de advertência associados

a uma campanha social e de educação ambiental

“Exigir a regulamentação e o controle da velocidade de operação dos

equipamentos e veículos de obras, de modo a assegurar a segurança

rodoviária almejada”

“Determinar a aspersão de água e/ou a remoção da lama, no caso da

formação de nuvens de poeira e de áreas enlameadas”

“Exigir o uso obrigatório, em caminhos de serviço, de lonas sobre os

caminhões que saem das áreas de empréstimo, a fim de evitar o

despejo de excedentes sobre a pista, gerando condições propícias a

acidentes, notadamente em caso de chuvas”

“Instalar os sinais antes do início das obras, mantendo-os e

conservando-os nos mesmos locais, durante todo o período da obra”

“Nos serviços móveis e situações de emergências, tais como: serviços

de medição, topografia, sinalização de solo etc, deverá ser obrigatória

à utilização do colete. Os sinaleiros (bandeirinhas) também deverão

utilizar este dispositivo em qualquer situação. Os dispositivos

deverão ser confeccionados em material leve e arejados a fim de

proporcionar segurança e conforto ao usuário, nas cores laranja

(fosforescente) e branco, disposta em faixas horizontais e refletivas

para uso noturno”

Page 69: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

68

Cabe acrescentar, ainda, as seguintes normas ambientais:

DNIT 076/2006-ES - Tratamento ambiental acústico das áreas lindeiras

da faixa de domínio

DNIT 077/2006-ES - Cerca viva ou de tela para proteção da fauna

DNIT 102/2009-ES - Proteção do corpo estradal - Proteção vegetal

Dentre as normas listadas, merece destaque a Norma DNIT 070/2006 – PRO em função

da sua abrangência e especificidade às questões normalmente afetas à Supervisão

Ambiental, incorporando ao processo de construção rodoviária um vasto elenco de

condicionamentos ambientais, a serem rigorosamente observados. O quadro a seguir

ilustra, de forma bastante sumária, o respectivo conteúdo e orienta o processo de

consulta/aplicação da Norma.

Quadro 1 - Sumário da Norma 070/2006-PRO. Fonte: Manual Para Atividades

Ambientais Rodoviárias – IPR 730, 2006.

Page 70: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

69

Além das normas diretamente relacionadas ao meio ambiente, citadas acima, cabe

ressaltar que as diversas Especificações de Serviço existentes no corpo normativo do

DNIT apresentam em seu conteúdo o item “Condicionantes Ambientais”, que

estabelece procedimentos que devem ser seguidos na execução do serviço em questão e

também remetem a normas ambientais específicas, com vistas à proteção ambiental.

Nesse sentido, são destacadas a seguir algumas normas indiretamente relacionadas a

questões ambientais, dada a natureza do serviço ao qual se aplicam (por exemplo,

atividades de grande movimentação de terra tais como cortes, aterros e escavações, que

possuem considerável potencial de geração de impactos), e cujas condicionantes

ambientais merecem especial atenção.

DNIT 015/2006- ES - Drenagem - Drenos subterrâneos

DNIT 018/2006- ES - Drenagem - Sarjetas e valetas de drenagem

DNIT 022/2006- ES - Drenagem - Dissipadores de energia

DNIT 023/2006- ES - Drenagem - Bueiros tubulares de concreto

DNIT 025/2004- ES - Drenagem - Bueiros celulares de concreto

DNIT 031/2006- ES - Pavimentos Flexíveis – Concreto Asfáltico

DNIT 104/2009-ES - Terraplenagem - Serviços preliminares

DNIT 105/2009-ES - Terraplenagem - Caminhos de serviço

DNIT 106/2009-ES - Terraplenagem - Cortes

DNIT 107/2009-ES - Terraplenagem - Empréstimos

DNIT 108/2009-ES - Terraplenagem - Aterros

DNIT 144/2010-ES: Pavimentação asfáltica – Imprimação com ligante

asfáltico convencional

Todo o corpo normativo do DNIT está disponível em http://ipr.dnit.gov.br/.

Page 71: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

70

4 PUBLICAÇÕES

Entre as publicações do DNIT/IPR no âmbito de meio ambiente e rodovias, destacam-se

as seguintes em função da sua relevância para o exercício da Supervisão Ambiental de

obras rodoviárias:

Manual rodoviário de conservação, monitoramento e controle ambientais,

2005. (IPR. Publ., 711): traz os procedimentos para monitoramento / supervisão

de obras rodoviárias e identificação de impactos ambientais significativos (IAS),

com ênfase nas atividades de instalação e remoção de canteiros, desmatamento e

limpeza do terreno, caminhos de serviço, terraplenagem, empréstimos e

botafora.

Instruções de proteção ambiental das faixas de domínio e lindeiras das

rodovias federais, 2005. (IPR. 713): contém as IPA 01 a 08; destaque para a

IPA 08 – Recuperação de Passivos Ambientais, que apresenta um rol de

soluções-tipo para diferentes passivos ambientais.

Manual para Atividades Ambientais Rodoviárias (IPR 730): relaciona

legislação, normas e diretrizes ambientais aplicadas a obras rodoviárias; traz

procedimentos para caracterização e recuperação de passivos ambientais

rodoviários; traz procedimentos para gestão ambiental rodoviária (fases de

planejamento, projeto, execução e operação), matrizes de impactos e

procedimentos e ações ambientais apresenta diretrizes para o licenciamento

ambiental de empreendimentos rodoviários; traz orientações para o

monitoramento ambiental na fase de obras.

Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e Programas Ambientais

Rodoviários (IPR 729): traz Escopos Básicos (EB) e Instruções de Serviço (IS)

para a elaboração e execução de Programas Ambientais Rodoviários.

5 OUTRAS NORMAS

Instrução de Serviço Sobre Responsabilidade Ambiental das Contratadas -

RAC – IS/DG nº 003/2011: Determina como obrigação específica da empresa

Page 72: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

71

contratada obter, perante o órgão ambiental competente, as autorizações

ambientais para localizar, instalar e operar as respectivas áreas de uso das obras

indicadas no projeto ou que venham a ser necessárias; determina estrita

obediência à Norma DNIT 070/2006- PRO.

ABNT NBR 14605-2 – Armazenamento de líquidos inflamáveis e

combustíveis – Sistema de drenagem oleosa. Parte 2: Projeto, metodologia

de dimensionamento de vazão, instalação, operação e manutenção para

posto revendedor veicular: a ser seguida na instalação e operação de canteiros

de obra, orienta a implantação de dispositivos de tancagem e sistemas de

separação de água e óleo.

6 PROGRAMAS AMBIENTAIS DO PLANO BÁSICO AMBIENTAL SOB

RESPONSABILIDADE DIRETA DA SUPERVISÃO AMBIENTAL

Dos Programas Ambientais integrantes do PBA, constitui objeto de fiscalização da

Supervisão Ambiental a execução, pelas empreiteiras contratadas, do Plano Ambiental

de Construção – PAC, do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD e do

Programa de Segurança e saúde dos Trabalhadores – PSST.

6.1 Plano Ambiental para Construção – PAC

O PAC tem por objetivo estabelecer ações, medidas mitigadoras e de controle para

prevenir e reduzir os Impactos Ambientais Potenciais (IAP) identificados; e promover a

inserção dessas nos escopos de estudos e atividades do empreendimento. Nesse sentido,

o documento traz os seguintes subsídios à consecução desse objetivo:

Listagem das Normas do DNIT (Especificações de Serviço e Especificações

Ambientais Complementares e Particulares) a serem seguidas na execução das

obras;

Listagem das Áreas de Preservação Permanente - APP existentes;

Page 73: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

72

Listagem das obras de arte correntes - OAC e obras de arte especiais - OAE

onde deverão ser instaladas passagens de fauna, bem como os locais onde

deverão ser instaladas passagens secas e seus respectivos projetos – tipo;

Matriz que relaciona as fases do empreendimento, as atividades de obras e o

corpo normativo pertinente.

6.2 Programa de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD

Elaborado em atendimento às condicionantes emitidas pelo IBAMA na Licença Prévia

(LP) nº 225/2005, o PRAD tem como principal objetivo estabelecer as ações necessárias

para promover a recomposição e a recuperação das áreas identificadas como Passivos

Ambientais, trazendo em seu conteúdo:

Inventário dos passivos ambientais;

Indicação da solução corretiva para cada passivo ambiental cadastrado;

Apresentação de projetos-tipo de engenharia para cada solução prevista;

Apresentação dos quantitativos previstos na execução dos serviços necessários à

recuperação das áreas degradadas;

Indicação das Especificações de Serviço relativas aos serviços previstos

É importante ressaltar que o PRAD constante do PBA contempla os passivos ambientais

existentes previamente ao início das obras na rodovia, cuja recuperação é de

responsabilidade das empresas construtoras e cujos quantitativos foram inseridos nas

respectivas planilhas de custo dos contratos. A recuperação de jazidas, canteiros de obra

e demais áreas degradadas em função das obras em curso é objeto de PRAD específicos

elaborados pelas empreiteiras como requisito para o licenciamento ambiental dessas

áreas de apoio. Assim, é necessário que a Supervisão Ambiental, de posse desses

documentos, verifique também a efetiva e tempestiva execução das atividades propostas

nesses planos de recuperação.

Page 74: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

73

6.3 Programa de Segurança e saúde dos Trabalhadores – PSST

O Programa de Segurança e Saúde dos Trabalhadores tem por objetivo geral a

prevenção de acidentes e doenças, assegurando a promoção da saúde do trabalhador e

do meio ambiente de trabalho através do estabelecimento de normas e procedimentos

que deverão ser adotados pelas empresas contratadas para prestação de serviços nas

obras rodoviárias, em ações preventivas para garantir a segurança e saúde ocupacional

de todos os trabalhadores e colaboradores envolvidos, contribuindo para a preservação e

proteção ambiental. Para tal, o PSST determina a elaboração e execução pelas empresas

construtoras dos seguintes subprogramas:

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO;

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA;

Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria de

Construção – PCMAT

Ainda, o Programa traz uma listagem das Normas Regulamentadoras (NR) do

Ministério do Trabalho e Emprego, cujo cumprimento deverá ser verificado pela

Supervisão Ambiental.

6.4 Planos de Supressão de Vegetação - PSV

Os Planos de Supressão de Vegetação – PSV, elaborados como requisito à emissão das

Autorizações de Supressão de Vegetação – ASV, contém informações importantes para

o acompanhamento pela Supervisão Ambiental das atividades de supressão de

vegetação, tais como:

Caracterização e quantificação da vegetação existente na faixa de domínio;

Identificação e delimitação das Áreas de Preservação Permanente;

Identificação de espécies protegidas e ameaçadas de extinção;

Medidas mitigadoras e compensatórias;

Destinação do material suprimido.

Page 75: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

74

7 IMPACTOS AMBIENTAIS SIGNIFICATIVOS

Obras rodoviárias notadamente causam impactos ambientais, que são inerentes à

natureza das diversas atividades envolvidas na sua execução. Caberá ao Supervisor

Ambiental averiguar a ocorrência de impactos ambientais significativos, isto é, impactos

cuja intensidade ou magnitude é maior do que o inerente à atividade em execução. Essa

observação implica, inevitavelmente, certo grau de subjetividade na avaliação do

Supervisor, o que demandará experiência e conhecimento do problema para uma correta

avaliação de cada caso. Objetivando fornecer parâmetros iniciais para orientar essa

avaliação, são apresentados a seguir os impactos ambientais mais freqüentes decorrentes

de obras rodoviárias, em suas fases de implantação e operação.

7.1 Supressão de vegetação

A supressão de vegetação é um impacto ambiental inerente á construção rodoviária. O

que a torna um impacto ambiental significativo é a sua execução inadequada,

incorrendo em danos desnecessários ao meio ambiente, conforme os casos apresentados

a seguir.

7.2 Execução de supressão de vegetação fora da faixa de domínio

Não é admitida a supressão de vegetação para além dos limites da faixa de domínio,

acarretando danos a propriedades de terceiros ou Unidades de Conservação. Assim, a

empresa construtora deverá proceder à delimitação da faixa de domínio, sempre que

esta for inexistente (ausência de cerca), evitando extrapolação.

7.3 Deposição de restos de supressão de vegetação no interior de corpos hídricos

A supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente é autorizada através da

emissão da ASV e deverá posteriormente ser compensada com o plantio de espécies

arbóreas nativas do bioma em questão. Contudo, os restos de supressão de vegetação

deverão ter destinação correta, jamais sendo depositados no interior de corpos hídricos.

Page 76: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

75

Árvores com diâmetro à altura do peito (DAP) maior ou igual a 10 cm deverão ser

seccionadas com motosserras (devidamente licenciadas) em comprimento de cerca de 1

m para madeira destinada a lenha e em comprimentos de 3 m a 5 m para madeiras com

possível aproveitamento em serraria. Estas deverão ser empilhadas na faixa de domínio

até que seja dada sua destinação final, que deverá ser a doação para uso não comercial,

sem fins lucrativos. Restos de vegetação com DAP < 10 cm (folhas, ramos e galhos)

deverão ser estocados em leiras dentro da faixa de domínio para posterior utilização na

recuperação de áreas degradadas.

Figura 1 - Restos de supressão de vegetação depositados no interior de corpo

hídrico

Page 77: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

76

7.4 Derrubada sobre a vegetação remanescente

O procedimento adequado para supressão (feita normalmente com trator de lâmina) é a

derrubada longitudinal da vegetação sempre que possível, ou seja, paralelamente à

rodovia, de modo a não comprometer remanescentes de vegetação nas áreas não

desmatadas ou ocasionar a queda de árvores sobre a rodovia.

Figura 2 - - Vegetação suprimida empurrada para cima da vegetação

remanescente

Page 78: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

77

7.5 Queima de restos de supressão de vegetação

É vedada a eliminação de restos vegetais por queima.

Figura 3 - Queima de vegetação suprimida

7.6 Terraplenagem

Grandes movimentações de terra, execução de cortes e aterros, e a presença de solo

exposto (sem cobertura vegetal) por períodos prolongados favorecem o surgimento de

processos erosivos e de assoreamento. Esses impactos têm ocorrência mais freqüente

em casos de avanço excessivo das frentes de terraplenagem, sem que haja a sucessiva

execução de sub-base e base, implantação do pavimento e dos dispositivos de drenagem

definitiva. Enquanto não for possível a implantação da drenagem definitiva, é

recomendada a execução de drenagem provisória, por meio de valetas não revestidas,

sempre associadas a dispositivos provisórios de dissipação de energia hídrica, tais como

bacias de contenção em solo (bacias de siltagem ou bacias de sedimentação), barreiras

de pedra arrumada, barreiras de sacaria com solo-cimento, entre outros.

Page 79: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

78

É recomendada, também, a implantação desses dispositivos e contenção (em especial

aqueles confeccionados em pedra) nos flancos de deságüe em corpos hídricos, visando à

contenção de sedimentos.

A execução de cortes e aterros deverá ser sucedida, assim que atingida a conformação

final de inclinação desses corpos, de implantação de dispositivos de drenagem definitiva

(valetas de proteção de corte – VPC e valetas de proteção de aterro – VPA) e proteção

vegetal, normalmente por hidrossemeadura. Nos casos em que a hidrossemeadura for

ineficaz (solos inconsistentes, por exemplo) é recomendada a adoção de outras técnicas

de proteção, tais como envelopamento com solo orgânico e colocação de biomanta.

Figura 4 - Assoreamento provocado por ausência de dispositivos de contenção

Page 80: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

79

Figura 5 - Assoreamento causado por ausência de dispositivos de

drenagem e contenção de sedimentos e execução inadequada de corte e aterro

Figura 6 - Enrocamento para contenção de sedimentos

Page 81: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

80

Figura 7 - Processo erosivo em sulco ao longo da borda do leito estradal e

barreiras de contenção com sacaria.

Page 82: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

81

Figura 8 - Talude com solo inconsistente

7.7 Drenagem – implantação de obras de arte correntes e obras de arte especiais

Processos de assoreamento são freqüentes durante a implantação de obras de arte

corrente, ocasionados principalmente por erro de procedimento. A terra removida para

implantação de bueiros deve ser transportada a uma distância segura do corpo hídrico,

de modo a evitar o carreamento do material para o seu interior na ocorrência de chuvas.

Page 83: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

82

Figura 9 - Material de escavação depositado em local inapropriado

Figura 10 - Material de escavação depositado em local inapropriado

Page 84: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

83

Cabe ressaltar que, da mesma forma, a execução de obras de arte especiais requer o

emprego de dispositivos de contenção de materiais diversos (sedimentos, nata de

cimento, etc.) evitando sua deposição no interior do corpo hídrico.

7.8 Canteiros de obras e usinas de asfalto

O principal impacto ambiental associado à instalação e operação de canteiros de obras

está associado à presença de óleos, graxas, materiais betuminosos e combustíveis

advindos das atividades de manutenção e lavagem de maquinário, usinagem de asfalto e

abastecimento de veículos, que podem ocasionar contaminação do solo e da água. A

instalação dos locais destinados a essas finalidades deverá contemplar a construção de

sistema de drenagem específico, com canaletas que conduzam a caixas separadoras de

água e óleo, piso impermeabilizado nos locais passíveis de derramamento (sob e em

redor de tanques, áreas de abastecimento, áreas de carga de CBUQ, etc.). É

recomendada, ainda, a construção de mureta de contenção em redor de tanques de

combustível e de materiais betuminosos.

Page 85: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

84

Figura 11 - Área de abastecimento de veículos sem piso impermeabilizado e

sistema de drenagem

Page 86: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

85

7.9 Abertura de caixas de empréstimo

Um dos problemas freqüentes associados à abertura de caixas de empréstimo é o

acúmulo de águas pluviais na faixa de domínio, favorecendo a proliferação de vetores

de doenças. Assim, a conformação do terreno no interior dessas caixas de empréstimo

deverá ser feita de modo a estabelecer uma inclinação suficiente para o escoamento da

água, sem contudo conferir potencial erosivo ao escoamento.

Outro aspecto a ser observado em caixas de empréstimo e áreas semelhantes, onde

houve a remoção da camada superficial do solo (jazidas e cortes), é que estas

necessitam de tratamento especial para que se promova a sua revegetação, pelo fato de

que a regeneração natural é fortemente dificultada pela ausência de características

químicas (fertilidade) e físicas (compactação) favoráveis ao desenvolvimento da

vegetação no solo de sub-superfície. Portanto, a recuperação dessas áreas deverá incluir,

entre outras medidas, a utilização de material orgânico (solo de superfície e

serrapilheira) estocado para esta finalidade e/ou um incremento de fertilidade via

aplicação de nutrientes por adubação ou diluídos na calda de hidrossemeadura, sendo

também necessária, em alguns casos, a descompactação prévia do solo por escarificação

ou aração.

Page 87: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

86

Figura 12 - Carga e transporte de material orgânico para utilização em

recuperação de áreas degradadas

7.10 ATROPELAMENTO DE FAUNA

O atropelamento de fauna silvestre, sobretudo em áreas como a Amazônia

Legal, representam um impacto à biodiversidade que, se não mitigado, pode ser

significativo.

Monitorar essas ocorrências nas fases de instalação e operação dos

empreendimentos rodoviários pode contribuir para a definição eficaz de medidas de

mitigação e áreas prioritárias para conservação, com base nos padrões de deslocamento

e dinâmica das populações presentes na área de influência dessas rodovias.

Os atropelamentos ocorrem em função de quatro aspectos principais:

1º - A rodovia corta o habitat de determinado táxon, interferindo na faixa de

deslocamento natural da espécie, ou rotas de migração;

Page 88: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

87

2º - A disponibilidade de alimentos ao longo das rodovias, que serve de

atrativo para fauna.

3º - Termorregulação

4º - Atropelamentos intencionais

No primeiro grupo situam-se espécies que vivem ao longo dos diversos

habitats encontrados na margem da rodovia. Esses animais por terem seu habitat

fragmentado pela rodovia ou pela simples movimentação entre uma área e outra a

atravessam sendo, ocasionalmente, atropelados.

No segundo grupo estão animais que descobriram na rodovia uma fonte de

alimento. Nesse grupo estão aves granívoras que se alimentam em grande número de

soja e milho caído das carretas de transporte de grãos, o que pode conduzir a um ciclo

de atropelamentos. Também animais carnívoros oportunistas que utilizam a rodovia

como uma oportunidade de captura de presas ou animais mortos. Nesse grupo está o

lobinho (Cerdocyon thous). Carniceiros especialistas como o urubu também são atraídos

pelos animais atropelados.

No terceiro grupo estão animais que utilizam o calor absorvido pelo asfalto da

rodovia para termorregulação, ou seja, manter sua temperatura basal através de fonte

externa. Nesse grupo estão répteis e anfíbios, especialmente os noturnos.

O quarto grupo corresponde aos atropelamentos intencionais, os quais são mais

freqüentes com animais que inspiram medo na população como serpentes e lagartos.

Page 89: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

88

7.10.1 Medidas de mitigação

Como medidas que podem ser adotadas para mitigação deste impacto

destacam-se:

1) Monitoramento do Atropelamento de Fauna Silvestre, quando couber

Para rodovias que já operam, ainda que em leito natural, é fundamental a

realização do monitoramento dos atropelamentos de animais silvestres durante as fases

de instalação e operação do empreendimento, por meio do qual será possível:

Identificar os pontos críticos com maior índice de atropelamento;

Identificar os grupos faunísticos mais afetados pelo tráfego na

rodovia;

Definir os tipos de dispositivos de passagem de fauna e dispositivos

de contenção mais adequados aos grupos mais impactados em

determinada rodovia.

2) Implantação de Dispositivos de Passagem de Fauna e outros dispositivos de

contenção

Sinalização para redução de velocidade colocada cerca de 500

metros antes do início da estrutura de passagem ou de pontes;

Redutores de velocidade – sonorizadores – colocados cerca de 50

metros antes da estrutura de passagem ou em áreas de relevante

interesse ecológico;

Placas educativas sobre a preservação da biodiversidade;

Pontes com passagem seca em ambos os lados do curso d’água;

Page 90: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

89

Cercas direcionadoras nos dois lados da estrada colocadas antes e

depois das passagens, com altura e malha adequadas à fauna

existente na região;

Page 91: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

90

Bueiros - a literatura especializada registra cada vez mais o uso de bueiros por

animais para cruzar estradas;

Educação Ambiental

Figura 24 - Bueo para passagem de

fauna com cerca direcinadora.

Figura 25 - Bueiro para passagem

de fauna com cerca direcionadora.

Page 92: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

91

REGISTRO FOTOGRÁFICO DE ESPÉCIES IDENTIFICADAS NA BR-230/PA

Sucuri Jibóia

Gato-maracajá Tamanduá-mirim

Tatu-galinha Caninana

Page 93: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

92

Iguana Cachorro-do-mato

Macaco guariba Cuíca

Page 94: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

93

7.11 MATRIZ DE IMPACTOS

IMPACTO M

EIO

NA

TU

RE

ZA

FO

RM

A

AB

RA

NG

ÊN

CIA

DU

RA

ÇÃ

O

TE

MP

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AL

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RE

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IBIL

IDA

DE

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OR

NC

IA

SIG

NIF

ICÂ

NC

IA

VA

LO

RA

ÇÃ

O

MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

Alteração na Paisagem Natural

Físico/ Biótico

N D L CP MP

TEMP REV P PS -1

Evitar efetuar obras em remanescentes florestais e locais de valor paisagístico; Adotar procedimentos que minimizem o impacto visual

em locais onde não for possível evitar a intervenção

em áreas mais frágeis.

Perda de Biodiversidade

Biótico N D L

CP MP

PERM IRREV M S -2

Evitar ao máximo a supressão de vegetação, instalando estruturas que

exijam menor área suprimida e realizando corte seletivo

sempre que possível; Executar Programa de

Page 95: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

94

IMPACTO

ME

IO

NA

TU

RE

ZA

FO

RM

A

AB

RA

NG

ÊN

CIA

DU

RA

ÇÃ

O

TE

MP

OR

AL

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RE

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RS

IBIL

IDA

DE

IMP

OR

NC

IA

SIG

NIF

ICÂ

NC

IA

VA

LO

RA

ÇÃ

O

MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

Recuperação de Áreas Degradadas;

Execução de plantio compensatório em área

equivalente àquela a sofrer a supressão vegetal ao longo

da APP.

Alteração das Condições Naturais

do Solo

Físico N D L MP TEMP REV M S -2

Executar o Programa de Recuperação de Áreas

Degradadas e de Controle dos Processos Erosivos, bem como o Plano Ambiental para

Construção (PAC); Proteger as áreas de solos

expostos com materiais naturais ou artificiais,

evitando propagação de processos erosivos,

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MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

deslizamentos e assoreamentos.

Criação de Ambientes

Favoráveis à Proliferação de

Vetores

Físico/ Biótico

N D L MP TEMP REV P PS -1

Implantação do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas e Plano

Ambiental para a Construção; Promover o escoamento das

águas, evitando alagamentos.

Alteração das Drenagens para Implantação de Obras de Arte

Corrente

Físico/ Biótico

N D L CP TEMP REV P PS -1

Execução do Programa de Recuperação de Áreas

Degradadas e de Controle de Processos Erosivos, além do

Plano Ambiental para a Construção.

Contaminação de Cursos Hídricos

Físico N D

L OU R

CP TEMP REV G MS -3 Atender às recomendações

do PAC; Seguir as especificações

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MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

técnicas de segurança para transporte de materiais perigosos e medidas

emergenciais de contenção.

Instalação de Processos Erosivos

Físico N D L MP TEMP REV M S -2

Seguir o Programa de Controle da Propagação de

Processos Erosivos, Programa de Recuperação de Áreas Degradadas e o Plano Ambiental para a Construção;

Instalar sistemas de drenagem provisória e

definitiva.

Afugentamento da Fauna Silvestre

Biótico N D L CP TEMP REV P PS -1

Supressão lenta e gradual da vegetação, de forma a

favorecer a fuga dos animais.

Efeito de Borda

Biótico N D L LP PERM IRREV M S -2 Evitar ao máximo a

supressão de vegetação,

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MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

instalando estruturas que exijam menor área suprimida

e realizando corte seletivo sempre que possível; Executar Programa de Recuperação de Áreas

Degradadas; Execução de plantio

compensatório em áreas de preservação permanente.

Alterações na Qualidade do Ar

Físico/ Socioeconômico

N D L CP MP

TEMP REV P PS -1

Uso de EPI por parte da equipe envolvida nas obras;

Dar conhecimento à população das etapas de

instalação do empreendimento e plano de

fogo; Aspersões periódicas,

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MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

especialmente nos locais de acesso às obras;

Transportar rejeitos compostos por materiais finos

em contêiner fechado ou coberto por lona, evitando a

dispersão através dos ventos.

Aumento do Nível de Ruídos

Físico/Biótico/ Socioeconômico

N D L CP MP

TEMP REV P PS -1

Atender às recomendações do PAC e do Programa de

Comunicação Social; Seleção de equipamentos

menos ruidosos e manutenção de máquinas e equipamentos regulados e

com silenciadores; Utilização, por parte dos

trabalhadores e operários da obra, de equipamento de

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MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

proteção auricular; Evitar trabalho noturno em

locais próximos às aglomerações urbanas; Proceder à supervisão constante das obras.

Relocação e Reassentamento de

Famílias

Socioeconômico P D L MP LP

PERM IRREV G MS +3 Implantar o Programa de Relocação, Indenização e

Reassentamento

Alteração no Cotidiano da População

Socioeconômico N D R CP TEMP REV P PS -1

Dar preferência à contratação de mão-de-obra local;

Executar programas de educação sexual e

comunicação social, contemplando, inclusive,

aspectos como

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MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

conscientização dos trabalhadores vindos de outras regiões no que diz respeito ao trato com as

populações locais; Elaboração de cadastro de

identificação da mão-de-obra local disponível.

Aumento de Oferta nos Postos de

Trabalho

Socioeconômico P D R CP MP

TEMP REV G MS +3

Dar preferência para contratação da mão-de-obra

local; Veicular informações sobre o

empreendimento; Divulgar o quantitativo de

vagas existentes, o perfil e a qualificação necessária à

mão-de-obra a ser contratada.

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MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

Pressão sobre a Infra-Estrutura de

Serviços Essenciais Socioeconômico N D R

CP MP

TEMP REV P PS -1

Fornecimento de serviços básicos nos próprios

canteiros de obras, evitando sobrecarregar a infra-

estrutura dos municípios próximos.

Geração de Resíduos Sólidos

Físico/ Socioeconômico

N D L MP TEMP REV M S -2

Correta manipulação do resíduo sólido, incluindo as

etapas de acondicionamento, coleta, transporte e

tratamento e/ou disposição final;

Uso de recipientes apropriados para o

acondicionamento, atendendo as normas da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT);

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MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

Instalação do Plano de Controle de Resíduos

Sólidos.

Atropelamento da Fauna

Biótico N D L LP PERM IRREV P PS -1

Realizar programa de monitoramento de

atropelamento de animais silvestres, para que sejam

verificados os grupos faunísticos que mais utilizam

a rodovia; A partir daí, avaliar a

pertinência de implantação de dispositivos de passagem de

fauna; Implantar sinalização

ambiental na rodovia, como placas, sinalizadores sonoros nos trechos críticos, além de

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MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

redutores de velocidade, quebra-molas e barreiras

eletrônicas, se necessário.

Melhoria na qualidade de vida da

população

Socioeconômico P D R LP PERM IRREV G MS +3

Instalação de Processos Erosivos

Físico N D L LP CICL REV M S -2

Efetuar permanente sistema de monitoramento e

conservação das estruturas de drenagem.

Alteração na Organização e

Dinâmica Territorial

Socioeconômico P D R LP PERM IRREV G MS +3

Implantação, por parte do empreendedor, de ações de apoio ao desenvolvimento e

implementação do Plano Diretor do Município e ao

ordenamento da ocupação das áreas lindeiras ao

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MEDIDAS MITIGADORAS OU OTIMIZADORAS

empreendimento.

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105

8 ATRIBUIÇÕES DA SUPERVISÃO AMBIENTAL

8.1 Supervisor ambiental

8.1.1 Acompanhamento diário das atividades de obras

A Supervisão Ambiental deverá, sempre que possível, agir preventivamente, orientando

as empresas construtoras de modo a minimizar a ocorrência de danos ambientais ou, em

caso de ocorrências ambientais deflagradas, orientar as construtoras e as Supervisoras

de Obras para que estas sejam sanadas.

8.1.2 Verificação do atendimento ao PAC, PRAD, PSST

A verificação do cumprimento das diretrizes estabelecidas no Plano Ambiental para

Construção e no Programa de Segurança e Saúde dos Trabalhadores deve se dar com

frequência diária, nas inspeções das atividades em andamento na obra. Dado que esses

Programas remetem às Especificações de Serviço, Normas de Procedimento,

Especificações Ambientais Complementares e Particulares e Normas Regulamentadoras

(NR) do Ministério do Trabalho e Emprego, a verificação do atendimento de suas

diretrizes implica o conhecimento do referido corpo normativo.

Para verificação da execução do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas pelas

empresas construtoras, se faz necessário o conhecimento in loco pelo Supervisor

Ambiental de todos os passivos ambientais cadastrados no PRAD e das soluções

propostas para cada um destes. Uma vez que este programa não é executado em caráter

contínuo, como é o caso do PAC e do PSST, a verificação do seu cumprimento

dependerá do conhecimento pelo Supervisor Ambiental dos planos de ataque das

empresas construtoras, demandando destas a tempestiva inclusão das atividades de

recuperação ambiental em seus cronogramas executivos. De acordo com a IS 03 -

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (IPR – 729), “O avanço longitudinal

das obras de implantação ao longo da pista deverá coincidir, em todas as etapas, com o

avanço longitudinal dos serviços de recuperação das áreas degradadas, de sorte que,

para cada segmento, a conclusão das obras deverá corresponder, igualmente, à

Page 107: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

106

conclusão dos serviços de recuperação das áreas degradadas identificadas nos

respectivos segmentos”.

8.1.3 Acompanhamento da recuperação dos passivos ambientais causados pela

obra

Além dos passivos ambientais existentes previamente ao início das obras, inventariados

no PRAD, é prevista a geração de novos passivos ambientais a partir das atividades de

obra e de apoio (jazidas e canteiros).

Os danos ambientais originados das atividades de construção por erro de procedimento,

método construtivo inadequado ou não implantação tempestiva dos dispositivos de

proteção previstos em projeto, deverão ser sanados pelas empresas construtoras,

cabendo exclusivamente a estas o ônus de sua recuperação.

As áreas degradadas em função da instalação e operação de áreas de apoio, tais como

jazidas e canteiros de obra, deverão possuir Planos de Recuperação específicos,

elaborados pelas empresas construtoras e submetidos ao órgão ambiental licenciador

como requisito ao seu licenciamento. De posse desses documentos, a Supervisão

Ambiental deverá proceder à verificação do atendimento às diretrizes desses Planos de

Recuperação e da conformidade das ações de recuperação com o corpo normativo

ambiental pertinente.

8.1.4 Acompanhamento dos demais Programas Ambientais do PBA executados

em campo

A Supervisão Ambiental representa os “olhos” do Gerenciamento Ambiental em campo.

Assim, a verificação da efetiva realização das atividades de campo previstas nos demais

Programas Ambientais do PBA, que possuem interface direta com as atividades de

obras, demandará o seu acompanhamento pelos Supervisores Ambientais, remetendo ao

Gerenciamento Ambiental as informações comprobatórias necessárias.

Os programas com interface com as atividades de obra são:

Page 108: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

107

Programa de Educação Ambiental, Aspectos Educativos do Programa de

Capacitação e Treinamento de Mão de Obra e do Programa de Segurança e

saúde dos Trabalhadores, que prevêem a realização de palestras educativas

com trabalhadores nos canteiros de obras;

Programa de Plantio Compensatório em Áreas de preservação Permanente,

que deverá ser executado imediatamente após o término das intervenções nas

APP (pontes e bueiros) e guarda relação com os métodos de revegetação por

mudas arbóreas nativas preconizados nas Especificações Ambientais e

Especificações de Serviço contidas no Plano de Recuperação de Áreas

Degradadas.

8.1.5 Acompanhamento das atividades de supressão de vegetação

A supressão de vegetação deverá ser acompanhada para verificação dos seguintes

aspectos:

Método de derrubada;

Seccionamento das árvores com DAP>10cm;

Estocagem e destinação do material suprimido;

Armazenamento de solo orgânico e serrapilheira;

Presença de espécies protegidas por lei (castanheira, seringueira e mogno), que

implica a adoção das medidas estabelecidas pelo IBAMA no Ofício nº 331 /

2009 - COTRA/CGTMO/DILIC/IBAMA;

Cumprimento de condicionantes das Autorizações de Supressão de Vegetação –

ASV.

A Supervisão Ambiental também deverá solicitar às empresas construtoras que

informem os quantitativos volumétricos do material suprimido, obtidos pela cubagem

do material empilhado em metros estéreos. Tais informações deverão constar dos

Relatórios Mensais de Andamento e Trimestrais de Acompanhamento do PBA,

encaminhados ao Gerenciamento Ambiental.

Page 109: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

108

8.1.6 Elaboração dos Registros de Supervisão Ambiental

Constituem instrumentos de registro e orientação da Supervisão Ambiental às

construtoras os Registros de Orientação, os Informes de Ocorrência e os Registros

de Não Conformidade, documentos sequencialmente expedidos em caso de não

atendimento tempestivo das solicitações feitas nas primeiras instâncias ou conforme

forem detectadas, respectivamente, faltas leves, significativas ou graves. Os registros

feitos são, então, encaminhados ao DNIT, que procederá às ações cabíveis no âmbito de

sua competência.

Deverão sempre constar dos registros expedidos a sua numeração, a ocorrência

deflagrada, a solicitação de correção da mesma, a localização da ocorrência por

coordenadas UTM, estaca, quilometragem e lote de construção, a construtora

responsável pelo lote, a(s) norma(s) de referência que orienta(m) o atendimento à

solicitação feita, registro fotográfico detalhado e de boa qualidade, data de expedição,

prazo dado para o cumprimento e assinaturas e carimbos do Supervisor Ambiental, da

Coordenação Setorial de Supervisão, da Construtora, da Supervisora de Obras e do

representante da Unidade Local (UL) do DNIT.

A seguir apresentam-se modelos dos referidos registros.

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8.1.7 Cumprimento de rotina de trabalho

O percorrimento do trecho para supervisão ambiental das obras deverá se dar com

frequência diária, quatro dias por semana. O quinto dia útil da semana deverá ser

reservado ao desenvolvimento de atividades de escritório, ou seja, a elaboração e

organização dos registros expedidos (agendamento dos prazos, conferência de prazos a

vencer), a elaboração de relatórios semanais, contendo a descrição das atividades

executadas na semana, registros feitos, fechamento de caixa, etc. Essas informações

deverão ser encaminhadas ao final do quinto dia útil de cada semana à Coordenação

Setorial de Supervisão Ambiental. O relatório da última semana do mês deverá conter,

também, uma previsão das atividades a serem desenvolvidas no próximo mês, que

consistirão na verificação do atendimento pelas empreiteiras das solicitações feitas

através dos registros expedidos e cujo prazo vence no período em questão.

8.1.8 Acompanhamento dos Registros de Supervisão Ambiental expedidos –

Follow-up

Constitui condição indispensável para o exercício da atividade de Supervisão Ambiental

a organização do trabalho em uma agenda a ser cumprida, para verificação do

atendimento das solicitações feitas nos Registros de Supervisão Ambiental dentro dos

prazos definidos. Assim, deve-se estar atento para o vencimento dos prazos, procedendo

à baixa do registro, em caso de regularização da situação objeto da autuação, ou ao

registro subseqüente (Registro de Orientação, Informe de Ocorrência e Registro de Não

Conformidade, nesta ordem), em caso de não atendimento do solicitado. Caso se tenha

chegado ao nível de registro de Não Conformidade e a ocorrência não tenha sido

solucionada dentro do prazo acordado, este Registro de Não Conformidade deverá ser

encaminhado à Coordenação Setorial de Supervisão, que o encaminhará para a

Coordenação Geral da Gerenciadora Ambiental para que esta informe a CGMAB/DNIT

sobre a ocorrência não solucionada.

Page 114: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

113

8.1.9 Participação em reuniões com a Supervisora de Obras dos lotes sob sua

supervisão

Deverá ser buscada uma relação de parceria com a Supervisora de Obras, visando

propor soluções em conjunto com a mesma e garantir o atendimento pelas construtoras

das solicitações feitas nos registros expedidos.

8.1.10 Verificação do atendimento das condicionantes de licenciamento do

empreendimento e das Autorizações de Supressão de Vegetação - ASV

As licenças ambientais para instalação do empreendimento possuem condicionantes

eventualmente relacionadas ao método construtivo a ser adotado ou a elementos de

projeto, devendo seu atendimento ser verificado em campo.

Da mesma forma, as condicionantes das ASV estabelecem diretrizes a serem seguidas

quando da realização da atividade de supressão de vegetação, tendo o Supervisor

Ambiental a responsabilidade sobre a verificação do seu pleno atendimento.

8.1.11 Acompanhamento do licenciamento, implantação, operação e

desmobilização das áreas de apoio

Uma vez licenciada a implantação do empreendimento, os canteiros de obras, jazidas,

pedreiras, britadores, usinas de asfalto e demais áreas de apoio previstos no Projeto

Executivo são também possuidores de Licença de Instalação (LI), não sendo necessário

licenciamento específico para sua implantação. Não obstante, se o empreendimento não

possui Licença de Operação (LO), as áreas de apoio, ainda que previstas em projeto,

necessitam da obtenção de LO pelas construtoras para seu funcionamento. A sua

operação sem a devida licença caracteriza uma não conformidade ambiental.

Para a instalação de áreas de apoio não previstas em projeto, as empresas construtoras

deverão cumprir o rito ordinário do licenciamento ambiental, com a expedição das

Licenças Prévia, de Instalação e de Operação.

Caberá ao Supervisor Ambiental a observância do cumprimento pelas construtoras de

todas as condicionantes postuladas nas licenças ambientais das áreas de apoio, nas suas

fases de implantação, operação e desmobilização.

Page 115: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

114

8.1.12 Acompanhar o avanço das obras e a abertura de novas frentes de trabalho

A Supervisão Ambiental deverá registrar o avanço das obras, informando nos relatórios

periódicos o status de andamento das mesmas. Da mesma forma, faz-se necessário o

acompanhamento da abertura de novas frentes de trabalho, verificando o avanço

coordenado das atividades de obra, isto é, evitando-se o avanço excessivo de serviços

como supressão de vegetação e terraplenagem, por exemplo, sem que os demais

serviços (sub-base, base, revestimento, drenagem, proteção vegetal, etc.) as sucedam

tempestivamente, prevenindo-se a instalação de impactos ambientais como erosão e

assoreamento.

8.1.13 Acompanhar a implantação de passagens de fauna

É atribuição do supervisor ambiental acompanhar a implantação de passagens de fauna

na rodovia, de modo a assegurar que as mesmas estejam sendo instaladas conforme as

especificações do Plano Básico Ambiental e recomendações do órgão licenciador.

8.1.14 Apoio ao registro de atropelamento de animais silvestres

Sempre que possível, o supervisor ambiental deverá registrar as ocorrências de

atropelamento de fauna silvestre no trecho rodoviário sob sua responsabilidade, por

meio de registro fotográfico e georreferenciamento, para posterior identificação do

animal pela equipe de técnicos responsável pelo monitoramento.

Page 116: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

115

8.2 Quadro-resumo das ações de supervisão ambiental

O quadro a seguir apresenta o resumo das ações da supervisão ambiental relacionadas

aos impactos ambientais potenciais em cada atividade de obra e estabelece a

periodicidade para sua execução.

Implantação e Operação de Canteiros de Obra

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

----

Verificar se o canteiro

possui a devida Licença de

Instalação (LI)

Durante as obras de

instalação

Verificar o prazo de

validade da LI

Durante as obras de

instalação

Verificar o atendimento a

todas as condicionantes das

LI

Durante as obras de

instalação

Verificar se o canteiro

possui a devida Licença de

Operação (LO)

Ao imediato início das

atividades

Verificar o prazo de

validade da LO e

recomendar a sua

tempestiva renovação

Ao imediato início das

atividades e seis meses

antes do vencimento

Verificar o atendimento a

todas as condicionantes da

LO

Quinzenal

Proliferação de vetores de

doenças, contaminação do

solo e da água

Verificar a disposição

correta de resíduos sólidos Diária

Verificar as condições de

instalação das áreas de

descarte de resíduos sólidos

em relação aos seguintes

aspectos:

Distância de pelo menos

200m de corpos hídricos;

Em função das

características do material

de descarte, o terreno

destinado a execução de

bota-foras será objeto de

compactação prévia e / ou

outro tipo de preparo que se

fizer necessário

Durante as obras de

instalação

Page 117: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

116

Implantação e Operação de Canteiros de Obra

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

(concretagem, revestimento

plástico ou outros)

Erosão e assoreamento

Observar a susceptibilidade

da área à instalação de

processos erosivos e,

quando necessário,

verificar e/ou recomendar a

implantação de um sistema

de contenção de erosão

específico e/ou de

estabilização, dentre outros

Durante as obras de

instalação

Verificar a instalação de

sistemas de drenagem

específicos para cada local

Durante as obras de

instalação

Poluição do ar

Verificar a aspersão de

água sobre os caminhos de

serviço e estradas de acesso

em épocas de geração de

poeira

Diária

Verificar a manutenção das

usinas de concreto

devidamente reguladas,

com utilização de filtros de

Diária

Observar a emissão das

descargas dos veículos e

máquinas

Diária

Poluição sonora Demandar o controle de

ruídos por motores Diária

Contaminação do solo e da

água superficial e

subterrânea

Verificar a correta

destinação dos efluentes

provenientes da lavagem e

manutenção de máquinas e

equipamentos (óleos,

graxas, etc.) a uma caixa

separadora, para o devido

tratamento no sistema

específico do canteiro de

obras

Durante as obras de

instalação

Observar se as redes de

coleta de efluentes líquidos

estão sendo implantadas

Durante as obras de

instalação

Page 118: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

117

Implantação e Operação de Canteiros de Obra

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

distintamente, uma para os

efluentes domésticos e

sanitários e outra para os

industriais, sem

interligação com os

sistemas de drenagem de

águas pluviais

Observar se as áreas de

abastecimento e estocagem

de combustíveis, óleos e

graxas possuem piso em

concreto e estão

devidamente envolvidas

por sistema de diques e

sistema de drenagem com

canaletas de concreto, de

modo a conter vazamentos

Durante as obras de

instalação

Checar as condições das

áreas de tancagem, usinas

de asfalto, abastecimento e

lavagem de máquinas

quanto à existência de

vazamentos de óleos,

graxas, materiais

betuminosos ou

combustíveis para fora dos

limites dos dispositivos de

contenção (piso

impermeabilizado, muretas

de contenção, sistemas

separadores de água e óleo)

Diária

Verificar a ausência de

vazamentos nos sistemas de

coleta de efluentes líquidos

industriais e de

esgotamento sanitário

Diária

Baixa qualidade de vida

Checar a colocação de

proteção dos refeitórios por

telas e a instalação de

sistema de ventilação

Durante as obras de

instalação

Verificar as condições

gerais dos alojamentos

Durante as obras de

instalação

Page 119: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

118

Implantação e Operação de Canteiros de Obra

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

(leitos, ventilação, lotação

por cômodo, aspectos

sanitários) em

conformidade com as

Normas Regulamentadoras

(NR) do Ministério do

Trabalho e Emprego

Checar as condições de

conservação de telas

protetoras e o

funcionamento dos

sistemas de ventilação dos

refeitórios

Diária

Observar as condições

gerais dos alojamentos,

instalações sanitárias,

refeitórios e equipamentos

para dessedentação quanto

à conformidade com as NR

do Ministério do Trabalho

Diária

Geração de doenças nos

trabalhadores

Verificar oscilações no

contingente de

trabalhadores

Mensal

Verificar as condições de

captação e abastecimento

de água e coleta de

efluentes sanitários

Durante as obras de

instalação

Danos ao patrimônio

histórico e cultural

Verificar indícios da

presença de sítios

arqueológicos

Diária

Acidentes de trabalho

Verificar o uso correto de

Equipamentos de Proteção

Individual – EPI

Diária

Checar a existência de

Planos de Prevenção contra

incêndio

Nos trinta dias iniciais

Verificar o funcionamento

de equipamentos de

segurança (extintores)

Anual para extintores com

carga de água ou pó

químico, semestral para

extintores com carga de

CO2.

Page 120: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

119

Implantação e Operação de Jazidas

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental

Periodicidade

------

Verificar se a jazida

encontra-se devidamente

licenciada (LI)

Ao início da instalação

Verificar o prazo de

validade da LI Ao início da instalação

Verificar o atendimento a

todas as condicionantes da

LI

Durante a instalação, até a

obtenção de LO

Verificar se a jazida possui

a devida Licença de

Operação (LO)

Ao imediato início das

atividades

Verificar o prazo de

validade da LO e

recomendar a sua

tempestiva renovação

Ao imediato início das

atividades e seis meses

antes do vencimento

Verificar o atendimento a

todas as condicionantes da

LO

Quinzenal

Verificar a movimentação

de máquinas e caminhões

para identificação da

operação de jazidas sem

licenciamento

Diária

Danos ao patrimônio

histórico e cultural

Verificar indícios da

presença de sítios

arqueológicos

Diária

Erosão e assoreamento

Observar as áreas em

exploração para

identificação de processos

erosivos

Diária

Acusar a presença de lençol

freático aflorante Durante a implantação

Verificar a execução de

medidas de prevenção de

processos erosivos em

áreas de jazidas e caixas de

empréstimo

(terraceamento, drenagem,

Semanal

Page 121: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

120

Implantação e Operação de Jazidas

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental

Periodicidade

amenização da declividade

de taludes,

hidrossemeadura, manejo e

compactação do solo, etc)

Verificar a execução de

taludes das áreas

exploradas como fonte de

material de construção

(caixas de empréstimo,

jazidas e botaforas) com

inclinação compatível com

as características

geotécnicas dos solos locais

(conforme Projeto

Executivo de Engenharia)

Durante a implantação e

posteriormente semanal

Poluição do ar

Observar a emissão das

descargas dos veículos e

máquinas

Diária

Proliferação de vetores de

doenças

Checar a implantação e

efetividade de dispositivos

de drenagem

Durante a implantação

Verificar a execução de

gradiente de declividade

suficiente para promover o

escoamento das águas

pluviais

Durante a implantação

Verificar a susceptibilidade

das áreas de jazidas a

cheias e inundações

Durante a implantação

Verificar a ocorrência de

empoçamento de água e

proliferação de vetores

Diária

Acidentes

Exigir o uso obrigatório de

lonas sobre os caminhões

que saem das jazidas e

áreas de empréstimo, a fim

de evitar o despejo de

material sobre a pista,

gerando condições

propícias a acidentes,

notadamente em caso de

chuvas

Diária

Page 122: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

121

Implantação e Operação de Jazidas

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental

Periodicidade

Áreas degradadas

Obter, junto às empresas

construtoras, os Planos de

Recuperação das Áreas

Degradadas para as áreas

de apoio, submetidos ao

órgão ambiental licenciador

na ocasião do

licenciamento, para

posterior verificação do seu

cumprimento na

reabilitação dessas áreas

Durante a implantação

Frentes de terraplenagem / execução de cortes e aterros

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

Erosão e assoreamento

Verificar a destinação

correta de solo inservível

para bota-foras localizados

em local apropriado (sem

presença de espécies

protegidas por lei, fora de

áreas protegidas e não

sujeitas a instabilidades

físicas) e em conformidade

com o Projeto Executivo

aprovado para

licenciamento da obra

Diária

Verificar a compactação

dos bota-foras Diária

Verificar a ocorrência ou

susceptibilidade dos

terraplenos a processos

erosivos e de assoreamento

de corpos hídricos

Diária

Checar a existência de

dispositivos provisórios de

contenção de materiais nos

aterros localizados nas

proximidades de corpos

hídricos

Diária

Page 123: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

122

Frentes de terraplenagem / execução de cortes e aterros

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

Erosão e Assoreamento

Verificar a instalação de

dispositivos de drenagem

provisória nos locais de

maior susceptibilidade a

processos erosivos

Diária

Verificar a execução de

taludes com inclinação

compatível com as

características geotécnicas

dos solos locais (prescrita

no Projeto Executivo de

Engenharia)

Semanal

No entorno da linha de off-

set dos bota-foras verificar

a construção de aterro-

barreira com material

compactado de acordo com

as Especificações de

Serviço do DNIT

Semanal

Nas proximidades de

cursos d'água, verificar a

proteção do aterro-barreira

com enrocamento

Semanal

Verificar a execução de

drenagem entre a saia do

aterro e a crista dos bota-

foras

Quinzenal

Após o término das

atividades de

movimentação de solo,

verificar a implantação de

sistema de drenagem

definitivo e cobertura

vegetal adequada em todos

os taludes de corte e aterro

e áreas desprovidas de

vegetação

Ao final das atividades de

terraplenagem em cada

local

Danos ao patrimônio

histórico e cultural

Verificar indícios da

presença de sítios

arqueológicos

Diária

Page 124: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

123

Frentes de terraplenagem / execução de cortes e aterros

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

Áreas degradadas

Orientar as empresas

construtoras quanto ao

correto manejo de solos

moles resultantes das

escavações, de modo a

constituírem material de

base para os plantios

visando à recuperação de

passivos ambientais e das

áreas utilizadas para apoio

às obras

Diária

Verificar a reconformação

das áreas de bota-fora de

modo a permitir usos

alternativos posteriores, a

partir da reabilitação

ambiental das mesmas

Mensal

Acidentes rodoviários

Verificar a adequação e

suficiência da sinalização

de segurança

Diária

Exigir a regulamentação e

o controle da velocidade de

operação dos equipamentos

e veículos de obras, de

modo a assegurar a

segurança rodoviária

Diária

Determinar a aspersão de

água e/ou a remoção da

lama, no caso da formação

de nuvens de poeira e/ou de

áreas enlameadas

Diária

Exigir o uso obrigatório de

lonas sobre os caminhões

que realizam o transporte

de material terroso

Diária

Poluição do ar

Observar a emissão das

descargas dos veículos e

máquinas

Diária

Poluição sonora Demandar o controle de

ruídos por motores Diária

Acidentes de trabalho

Verificar o uso correto de

EPI Diária

Page 125: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

124

Frentes de terraplenagem / execução de cortes e aterros

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

Acidentes de trabalho

Nos serviços móveis e

situações emergenciais, tais

como: serviços de medição,

topografia, sinalização de

obras, controle de tráfego,

etc, verificar a utilização

obrigatória do colete

sinalizador

Diária

Frentes de supressão de vegetação

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental

Periodicidade

-------

Verificar o cumprimento de

todas as condicionantes das

Autorizações de Supressão

de Vegetação – ASV

Diária

Erosão e assoreamento

Observar a correta

disposição do material do

desmatamento e da limpeza

do terreno, o qual não

deverá ser lançado dentro

de talvegues e de corpos

d'água

Diária

No desmatamento e

limpeza de terrenos nas

proximidades de corpos

d'água verificar a

implantação de dispositivos

que impeçam o

carreamento de sedimentos

(enleiramento do material

removido, valetas para

condução das águas

superficiais, valetas

paralelas ao corpo d'água

etc.)

Diária

Determinar a limitação do

desmatamento ao

estritamente necessário à

implantação das obras na

faixa estradal (pista +

acostamento + aceiros)

Diária

Page 126: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

125

Frentes de supressão de vegetação

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental

Periodicidade

Erosão e assoreamento

Determinar a limitação da

abertura de novas frentes,

sem que as já abertas

(terraplenagem do corpo

estradal) tenham os

elementos de proteção

estabelecidos (drenagem,

cobertura vegetal de

proteção, bacias de

sedimentação etc.)

Diária

Áreas degradadas

Verificar a remoção da

camada vegetal (solo de

topo), oriunda das

operações de

desmatamento, limpeza e

preparo do terreno para

estocagem em áreas

previamente escolhidas e

utilização futura na

recuperação ambiental das

áreas afetadas pelas obras

Diária

Poluição atmosférica e

risco de incêndio

Acusar a queima de restos

de vegetação Diária

Poluição sonora Demandar o controle de

ruídos por motores Diária

Poluição atmosférica

Observar a emissão das

descargas dos veículos e

máquinas

Diária

Acidentes

Orientar os executores da

supressão de vegetação

para priorização do sentido

longitudinal de derrubada

(paralelamente à pista) de

maneira a se evitarem

derrubadas sobre o leito

estradal ou sobre a

vegetação remanescente

Diária

Verificar a sinalização de

segurança nas áreas de

derrubada de espécimes

arbóreos de maior porte

Diária

Page 127: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

126

Frentes de supressão de vegetação

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental

Periodicidade

Acidentes

Verificar a correta

utilização de equipamentos

de Proteção Individual –

EPI Diária

Danos ao patrimônio

histórico e cultural

Verificar indícios da

presença de sítios

arqueológicos

Diária

Supressão de espécimes

imunes ao corte

Observar a presença de

espécies protegidas por lei

(castanheira, seringueira e

mogno), e acompanhar a

adoção das medidas

estabelecidas pela

Legislação Federal e

Estadual e pelas

condicionantes das

Autorizações de Supressão

de Vegetação – ASV do

empreendimento

Diária

------

Para os espécimes vegetais

com DAP > 10 cm verificar

a realização do corte

seletivo com moto-serra e

empilhamento da madeira

para posterior transporte

Diária

Realizar a aferição dos

quantitativos volumétricos

do material suprimido,

obtidos pela cubagem do

material empilhado, para

repasse dessas informações

pelo DNIT ao IBAMA

através dos Relatórios

Trimestrais de

Acompanhamento do PBA

Diária

Elaborar Relatórios Finais

de Supressão de Vegetação

Ao final das atividades de

supressão

Page 128: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

127

Construção de OAC

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

Erosão e assoreamento

Verificar a remoção para

local previamente definido

de todo o material

excedente de escavação das

proximidades dos

dispositivos de drenagem e

das obras de arte, evitando

que este material seja

conduzido para os cursos

d’água

Diária

Verificar a correta

deposição do material de

escavação a ser utilizado

para reaterro, de maneira

que o mesmo não seja

carreado para o interior do

curso d’água

Diária

Na execução de corta-rios,

para que se evite

assoreamento, assegurar

que seja primeiramente

aberto o novo canal por

onde passará o curso

d’água, para que, somente

então, seja bloqueado o

curso d’água original,

promovendo-se o desvio do

mesmo

Diária

Nos alargamentos de aterro

para construção de OAC,

verificar a execução de

compactação do

alargamento com a mesma

energia do aterro principal

Semanal

Verificar a proteção da saia

do aterro com

enrocamento, de modo a

evitar assoreamento do

corpo hídrico

Semanal

Page 129: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

128

Acúmulo de resíduos

sólidos em APP, talvegues

e OAC

Observar a correta

disposição dos resíduos de

construção (formas,

escoras, sacos de cimento,

etc.) os quais jamais devem

permanecer dentro das

Áreas de Proteção

Permanente (APP)

Diária

Construção de OAE

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

Erosão e assoreamento

Verificar a execução de

aterros de encontros de

pontes e aterros que

apresentem faces de

contato com o corpo

hídrico de modo que estes

sejam realizados

contemplando medidas de

proteção contra processos

erosivos e

desmoronamentos, até a

cota de máxima cheia (terra

armada, enrocamento,

pedra argamassa, etc.)

Mensal

Utilização de madeira

ilegal

Na execução de

escoramento para a

construção de obras de arte,

verificar a utilização de

madeiras com a licença

ambiental para exploração

Previamente ao início da

construção da

mesoestrutura

Poluição de águas

superficiais e assoreamento

Verificar a execução de

dispositivos e medidas de

contenção de sedimentos e

nata de cimento,

objetivando evitar seu

carreamento para o interior

do corpo hídrico

Diária

Page 130: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

129

Construção de OAE

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

Acúmulo de resíduos

sólidos em APP e cursos

hídricos

Observar a correta

disposição dos resíduos de

construção (formas,

escoras, sacos de cimento,

etc.) os quais jamais devem

permanecer dentro das

Áreas de Proteção

Permanente (APP)

Diária

Verificar a correta

destinação do material

resultante do

descimbramento para área

pré-definida, não podendo

este ser lançado nos cursos

d’água ou disposto de

modo aleatório

Quinzenal

Degradação de áreas

protegidas

Verificar a instalação de

áreas de apoio

(acampamentos, depósito

de materiais inertes) fora

dos limites das APP

Durante as obras de

instalação

Caminhos de Serviço

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

Supressão de vegetação

fora dos limites da faixa de

domínio

Verificar se as áreas

selecionadas para a

abertura de trilhas,

caminhos de serviço e

estradas de acesso estão

situadas dentro da faixa de

domínio da rodovia (à

exceção dos acessos a

jazidas, caixas de

empréstimo e bota-foras)

Quinzenal

Danos ao patrimônio

histórico e cultural

Verificar indícios da

presença de sítios

arqueológicos

Diária

Page 131: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

130

Caminhos de Serviço

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

Supressão de espécies

imunes ao corte e

interferência em APP

Verificar a não

interferência dos caminhos

de serviço e estradas de

acesso com fisionomias

vegetais e espécies

protegidas por lei

Quinzenal

Erosão e assoreamento

Verificar a susceptibilidade

dos caminhos de serviço a

instabilidades físicas

passíveis de ocorrência em

cotas superiores

(escorregamentos,

deslizamentos, depósitos de

tálus, etc.)

Quinzenal ou diária em

período de chuva

Nas transposições de cursos

d'água / linhas de drenagem

por caminhos de serviço,

observar o

dimensionamento de OAC

provisórias de modo a

garantir o livre escoamento

das águas, evitando-se a

concentração dos fluxos a

jusante (formação de

processos erosivos /

assoreamentos) e

represamentos a montante

Quinzenal ou diária em

período de chuva

Áreas degradadas

Verificar a demolição e

retirada das obras

provisórias, desimpedindo

o fluxo dos talvegues

Quinzenal

Page 132: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

131

Desmontes de rocha dentro da faixa de domínio

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

Erosão e assoreamento

Verificar a implantação de

medidas de prevenção de

carreamento de materiais

desagregados

Diária

Verificar a implantação de

drenagem de serviço Quinzenal

Acidentes

Verificar a vigilância

contínua dos paióis

Diária

Não permitir o transporte

de explosivos em veículos

inadequados

Diária

Verificar a manutenção de

caminhos de serviço em

segurança

Diária

Exigir o controle da

velocidade dos veículos e

máquinas

Diária

Verificar a superfície dos

caminhos de serviço e pista

de rolamento com relação à

presença de resíduos

Diária

Verificar a localização

segura dos paióis

Na implantação dos paióis

Não permitir o estoque

conjunto de materiais

explosivos distintos

No recebimento dos

materiais

Verificar a devida

comunicação com a

população local

A cada detonação

Verificar a evacuação da

região lindeira à área de

detonação

A cada detonação

Exigir a cobertura com lona

dos caminhões que

realizarem o transporte de

sobras de material

Diária

--------

Verificar o atendimento ao

método de extração

projetado e licenciado

Quinzenal

Page 133: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

132

Proliferação de vetores de

doenças

Orientar para que não haja

depressões na praça da

pedreira, evitando-se

alagamentos

Quinzenal

Poluição atmosférica

Observar a emissão das

descargas dos veículos e

máquinas

Diária

Áreas degradadas Verificar a recuperação da

área explorada Quinzenal

Drenagem superficial e profunda

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

Erosão, assoreamento e

alagamento

Verificar a tempestiva

implantação do sistema de

drenagem definitivo assim

que as condições de avanço

da obra o permitirem

(conclusão da

pavimentação / atingimento

do greide)

Quinzenal

Nos pontos de deságüe dos

dispositivos de drenagem,

verificar a execução de

obras de proteção (ex.

dissipadores de energia), a

fim de impedir a erosão das

vertentes ou assoreamento

de cursos d’água

Quinzenal

Verificar a ocorrência de

processos erosivos

paralelos ao sistema de

drenagem e à rodovia

(eficiência do sistema de

drenagem)

Quinzenal

Verificar o entupimento de

bueiros e talvegues

Semanal e após a

incidência de chuvas

Page 134: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

133

Áreas degradadas

Impactos Ambientais Ação da Supervisão

Ambiental Periodicidade

Degradação de áreas

utilizadas provisoriamente

Orientar as empresas

construtoras para que o

avanço longitudinal das

obras de implantação ao

longo da pista coincida, em

todas as etapas, com o

avanço longitudinal dos

serviços de recuperação das

áreas degradadas, de sorte

que, para cada segmento, a

conclusão das obras deverá

corresponder, igualmente, à

conclusão dos serviços de

recuperação das áreas

degradadas identificadas

nos respectivos segmentos

Mensal

Verificar a reabilitação

ambiental das áreas do

canteiro de obras, caixas de

empréstimo, jazidas, bota-

foras, caminhos de serviço

e estradas de acesso, de

áreas de disposição de

resíduos sólidos e de outras

áreas de apoio alteradas

Mensal

Page 135: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

134

8.3 Coordenador Setorial de Supervisão Ambiental

O Coordenador Setorial de Supervisão Ambiental possui as seguintes atribuições:

Orientar os Supervisores Ambientais quanto às suas atribuições;

Coordenar os trabalhos dos Supervisores Ambientais;

Realizar vistorias periódicas aos trechos em obras e respectivas áreas de apoio,

em separado ou em conjunto com os Supervisores Ambientais, Gestores de

Contratos de Obras, Supervisores de Obras, Técnicos da Unidade Local do

DNIT e Técnicos da Superintendência Regional do DNIT;

Acompanhar vistorias realizadas pelos órgãos licenciadores / fiscalizadores;

Analisar e sistematizar a documentação enviada pelos Supervisores Ambientais,

elaborando relatórios mensais e trimestrais a serem encaminhados à

Coordenação Geral de Gerenciamento Ambiental;

Assessorar o Coordenador Geral na execução da Gestão Ambiental do

empreendimento;

Atuar juntamente com o Coordenador de Gerenciamento Ambiental no

desenvolvimento das atividades dos Programas Ambientais integrantes do Plano

Básico Ambiental – PBA;

Discutir providências e prover apoio técnico à Coordenação Geral de Meio

Ambiente – CGMAB/DPP/DNIT e ä Superintendência Regional do DNIT;

Elaborar comunicações internas para ciência das atividades e providências

quanto aos trabalhos desenvolvidos pela Supervisão Ambiental;

Page 136: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

135

Elaborar relatórios especiais, pareceres técnicos, notas técnicas, encaminhando-

os, conforme o caso, à Coordenação Geral de Gerenciamento Ambiental, à

Unidade Local do DNIT, às Supervisoras de Obras ou às empresas construtoras;

Acompanhar o processo de licenciamento ambiental das áreas de apoio;

Verificar o cumprimento das condicionantes de licenciamento e das

Autorizações de Supressão de Vegetação

Autorizar formalmente a supressão de indivíduos de Bertholetia excelsa

(castanheira), conforme determinado pelo IBAMA no Ofício nº 331 / 2009 -

COTRA/GCTMO/DILIC/IBAMA, informando os quantitativos da supressão à

Coordenação de Gerenciamento Ambiental para inclusão nos Projetos de Plantio

Compensatório;

Promover reuniões técnicas periódicas com os Supervisores Ambientais sobre as

providências e encaminhamentos a serem tomados no âmbito dos trabalhos de

Supervisão Ambiental;

Reunir-se periodicamente, ou sempre que algum fato relevante o exigir,com as

Supervisoras de Obras, Supervisor da Unidade Local do DNIT, Gestores de

Contrato e técnicos de meio ambiente das empreiteiras;

Comunicar à Coordenação Geral de Gerenciamento Ambiental, ao Supervisor da

Unidade Local do DNIT e à Supervisora de Obras o não cumprimento dos

prazos estipulados nos Registros de Não Conformidade emitidos ou qualquer

outra situação que demande providências superiores.

Page 137: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

136

9 ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS TÉCNICOS

No desenvolvimento de suas atribuições, o Gestor Ambiental/Supervisor

Ambiental elabora documentos técnicos destinados a diferentes públicos, tanto internos

(DNIT, Superintendências, Unidades Locais, Supervisoras de Obras, etc) quanto

externos (IBAMA, FUNAI, Ministério Público, etc), tais como:

Documentos de Registro da Supervisão Ambiental (registros de

orientação, informes de ocorrência, registros de não-conformidade);

Notas Técnicas;

Correspondências;

Relatórios de Viagem;

Relatórios de Atividades.

Por se tratarem de peças administrativas oriundas do relacionamento entre a

gestora ambiental e o DNIT, a elaboração destes documentos deve obedecer às regras da

redação oficial, primando pela uniformidade e padronização da linguagem, em

observância aos critérios descritos abaixo:

9.1 Impessoalidade

O primeiro aspecto a ser observado na elaboração de documentos oficiais, e

também o mais importante. O Gestor/Supervisor ambiental deve ter em mente que os

documentos por ele elaborados constituem peças técnicas que compõem um processo

administrativo público, e que por vezes integram posicionamentos oficiais do DNIT.

Desta forma, os documentos devem ser elaborados de forma impessoal, ainda

que emitam juízo de valor.

Page 138: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

137

9.2 Uso do padrão culto da linguagem

Segundo o Manual de Redação Oficial da Presidência da República, as

comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por

todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, deve-se evitar o uso de

expressões de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão

técnico.

9.3 Concisão e clareza

A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial.

Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo

de palavras.

A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definir

como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor.

9.4 Uniformidade

As comunicações oficiais devem sempre permitir uma única interpretação e ser

estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem.

9.5 Padronização

A finalidade básica da redação oficial – comunicar com impessoalidade e

máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira

diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular, etc.

Page 139: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

138

MÓDULO 2: CARACTERÍSTICAS DE OBRAS RODOVIÁRIAS / ASPECTOS DE

ENGENHARIA

10 PROJETO BÁSICO E PROJETO EXECUTIVO

Projeto Básico, segundo a lei brasileira 8.666 de 21 de junho de 1993, é o

conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para

caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços, elaborado com base

nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e

o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a

avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução.

As soluções técnicas adotadas no Projeto Básico deverão ser suficientemente

detalhadas no Projeto Executivo, o qual deve conter os elementos necessários à

execução completa da obra. O Projeto Executivo, segundo a lei 8.666 de 21 de junho de

1993 do Brasil, é o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução

completa da obra.

O Projeto executivo deve possuir o conjunto de informações técnicas necessárias

e suficientes à realização do empreendimento a ser executado, com o nível máximo de

detalhamento possível de todas as suas etapas. Deve também conter de forma clara,

precisa e completa todas as indicações e detalhes construtivos para a perfeita instalação,

montagem e execução dos serviços e obras objeto do contrato. Além disso, deve estar de

acordo com as normas pertinentes da ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas).

Page 140: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

139

10.1 Projeto executivo de engenharia para implantação e pavimentação de

rodovia federal

O Projeto Executivo de Engenharia para Implantação e Pavimentação de

Rodovia Federal é geralmente composto pelos volumes discriminados a seguir:

VOLUME 1

o RELATÓRIO DO PROJETO E DOCUMENTOS PARA

CONCORRÊNCIA

VOLUME 2

o PROJETO DE EXECUÇÃO

VOLUME 3

o RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL

o ESTUDOS GEOTÉCNICOS

o NOTAS DE SERVIÇO E CÁLCULO DE VOLUMES

o PROJETO DE DESAPROPRIAÇÃO

o MEMÓRIA JUSTIFICATIVA

VOLUME 4

o ORÇAMENTO E PLANO DE EXECUÇÃO DA OBRA

O conteúdo de cada volume é descrito a seguir.

Page 141: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

140

10.1.1 Volume 1 - Relatório do Projeto e Documentos para Concorrência

Este volume contém uma síntese dos serviços a executar, os documentos

necessários para a licitação, informações para a elaboração do Plano de Execução da

Obra e as especificações pertinentes aos serviços a serem executados. É constituído

pelos seguintes itens:

Apresentação;

Mapa de Situação;

Resumo do Projeto;

o Estudos (tráfego, geológicos, estudo de traçado, hidrológico, topográfico,

geotécnico, ambiental);

o Projetos (geométrico, terraplanagem, drenagem e obras de arte corrente,

pavimentação, interseções, sinalização, obras complementares,

ambiental);

Documentos Para Concorrência;

o Quadros de Quantidades;

o Quadro Resumo das Distâncias de Transportes;

o Equipamento Mínimo;

o Cronograma de Utilização de Equipamentos;

o Cronograma Físico;

o Características Técnicas, Operacionais da Rodovia;

Informações para Elaboração do Plano de Execução das Obras;

o Fatores Condicionantes (localização, clima e pluviometria, apoio

logístico, aspectos particulares);

Premissas e Critérios Adotados para Mobilização/ Desmobilização e para o

projeto do Canteiro de Obra e dos Acampamentos;

Especificações (Especificações Gerais do DNIT a serem adotadas no projeto.

Exemplos: terraplenagem, drenagem e obras de arte corrente, drenos profundos

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141

longitudinais, obras complementares e sinalização, pavimentação, proteção

ambiental, materiais);

Responsáveis pela Elaboração do Projeto e Declaração de Responsabilidade

Técnica;

Termo de Referência.

10.1.2 Volume 2 - Projeto de Execução

Este volume, apresentado em tamanho A3, contém plantas, listagens de serviços,

projetos-tipo, seções transversais e demais informações de interesse para a execução do

projeto. É constituído pelos seguintes itens:

Projeto Geométrico;

Projeto de Terraplenagem;

o Localização dos Empréstimos;

o Localização dos Depósitos - Bota fora;

Projeto de Pavimentação;

o Localização e Distribuição dos Materiais para Pavimentação;

Projeto de Drenagem e Obras de Arte Correntes;

Projeto de Sinalização e Segurança de Trânsito;

Obras complementares;

Projeto de Proteção Ambiental;

o Reabilitação Ambiental - Conformação de Talude;

o Reabilitação Ambiental - Cobertura Vegetal.

Page 143: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

142

10.1.3 Volume 3 - Memória Justificativa

Este volume reúne todas as metodologias que possibilitaram a definição das

soluções a serem adotadas para os diversos itens de serviços. Apresenta, também, todos

os estudos realizados que, de alguma forma, orientaram as tomadas de decisões com

relação às soluções adotadas. É constituída pelos seguintes itens:

Estudo de Tráfego;

Estudo Geológico;

Estudo de Traçado;

Estudo Hidrológico;

Estudo Topográfico;

Estudo Geotécnico;

Estudo Ambiental;

Projeto Geométrico;

Projeto de Terraplenagem;

Projeto de Drenagem e Obras de Arte Corrente;

Projeto de Pavimentação;

Projeto de Interseções;

Projeto de Sinalização;

Projeto de Obras Complementares;

Projeto de Proteção Ambiental;

Projeto de Desapropriação.

Page 144: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

143

10.1.4 Volume 3A - Relatório de Avaliação Ambiental

Este volume apresenta as informações básicas necessárias à abertura de processo

de licenciamento ambiental junto ao órgão ambiental competente. É composto de dados

do empreendimento, resumo do projeto das obras e componentes ambientais,

estruturados da seguinte forma:

Estudos Ambientais;

o Diagnóstico Ambiental;

o Diagnóstico Ambiental do Meio Físico;

Relevo e Topografia;

Geologia e Solos;

Clima e Hidrografia;

Qualidade das Águas Fluviais;

Diagnóstico Ambiental do Meio Biótico;

o Flora;

o Fauna;

o Desmatamento;

Síntese Socioeconômica;

o Importância Socioeconômica do Projeto;

o Síntese Socioeconômica por Segmentos;

o Edificações nas Adjacências da Faixa de Domínio;

o Comunidades Indígenas e Áreas de Uso Especial;

o Sítios Arqueológicos;

Levantamentos Ambientais e Medidas de Proteção para Erradicação do Passivo

Ambiental;

Projeto Ambiental;

o Quantificação dos Serviços de Reabilitação Ambiental;

o Memória de Cálculo dos Serviços de Reabilitação Ambiental;

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144

o Medidas para Recuperação e Controle da Faixa de Domínio;

o Listagem das Espécies Vegetais a serem Utilizadas na Revegetação;

o Implantação de Passagens de Fauna;

Resumo do Projeto de Engenharia para Implantação e Pavimentação da

Rodovia;

o Linear de Localização dos Empréstimos;

o Linear das Ocorrências de Materiais para Pavimentação e Instalações

Industriais;

o Características das Ocorrências de Materiais para Pavimentação e

Terraplenagem.

10.1.5 Volume 3B - Estudos Geotécnicos

Este volume reúne todas as informações de campo e de laboratório, inerentes ao

subleito, empréstimos, jazidas de solos, areais e pedreiras utilizadas no projeto. É

constituído pelos seguintes itens:

Estudo de Subleito;

Materiais para Terraplenagem e Pavimentação;

Jazidas;

Areal;

Pedreira;

Perfil de Sondagem.

10.1.6 Volume 3D - Notas de Serviço e Cálculo de Volumes

Este volume apresenta as Notas de Serviço e Cálculo de Volumes para a rodovia

projetada.

Page 146: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

145

10.1.7 Volume 3E - Projeto de Desapropriação

Este volume apresenta as desapropriações a serem efetuadas na faixa de domínio

da rodovia, apresentadas em formulários próprios, para cada proprietário, constando as

características do imóvel e a sua avaliação.

10.1.8 Volume 4 - Orçamento e Plano de Execução da Obra

Este volume apresenta o demonstrativo de quantidades, distâncias médias de

transporte, consumo de materiais, plano de execução da obra, resumo dos preços, o

demonstrativo do orçamento e as composições de preços unitários, elaboradas com base

na metodologia vigente no DNIT.

10.2 Projeto Executivo de Engenharia para Construção de Obras de Arte Especial

O Projeto Executivo de Engenharia para Implantação de pontes é composto dos

volumes discriminados a seguir:

VOLUME 1

o RELATÓRIO DO PROJETO

VOLUME 2

o PROJETO DE EXECUÇÃO

VOLUME 3

o MEMÓRIA JUSTIFICATIVA

o ESTUDOS GEOTÉCNICOS

o MEMÓRIA DE CÁLCULO DE ESTRUTURAS

o RELATÓRIO FINAL DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL – RFAA

Page 147: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

146

VOLUME 4

o ORÇAMENTO E PLANO DE EXECUÇÃO DAS OBRAS

O conteúdo de cada volume é descrito a seguir:

10.2.1 Volume 1 - Relatório do Projeto

Este volume contém uma síntese dos serviços a executar, os documentos

necessários para a licitação, informações para a elaboração do Plano de Execução das

Obras e as especificações pertinentes aos serviços a serem executados.

10.2.2 Volume 2 - Projeto de Execução

Este volume, apresentado em tamanho A3, contém plantas e demais informações

de interesse para a execução do projeto.

10.2.3 Volume 3 - Memória Justificativa

Este volume reúne todas as metodologias que possibilitaram a definição das

soluções a serem adotadas para os diversos itens de serviço.

10.2.4 Volume 3A - Estudos Geotécnicos

Este volume reúne todas as informações de campo e de laboratório utilizadas no

projeto.

Page 148: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

147

10.2.5 Volume 3B - Memória de Cálculo das Estruturas

Este volume reúne todos os cálculos realizados para a definição das

infraestruturas e das superestruturas do projeto.

10.2.6 Volume 3C - Relatório Final de Avaliação Ambiental – RFAA

Este volume constitui no documento para entendimento do DNIT com o órgão

ambiental competente para proceder ao licenciamento do empreendimento. É composto

de dados do empreendimento, resumo do projeto das obres e componentes ambientais.

10.2.7 Volume 4 - Orçamento e Plano de Execução das Obras

Este volume apresenta o resumo dos preços, o demonstrativo do orçamento e as

composições de preços unitários, elaboradas com base na metodologia vigente no

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte – DNIT.

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148

12 CANTEIRO DE OBRAS, ÁREAS DE EMPRÉSTIMO E JAZIDAS

12.1 Instalação do canteiro de obras

O canteiro de obras é a disposição física das fontes de materiais, edificações e

construções necessárias para concentrar a estrutura e o apoio logístico indispensáveis ao

gerenciamento e à execução da obra.

A escolha do local para a implantação do canteiro deve levar em consideração a

topografia da região e do local, as condições de acesso, a infraestrutura de energia e

telecomunicações, a presença de água e às instalações industriais necessárias para a

produção e/ou beneficiamento dos materiais que constituirão as camadas do pavimento

nos volumes previstos no cronograma da obra. É importante ressaltar que a concepção

do canteiro deve ter como principal objetivo a minimização dos custos de produção e a

racionalidade do gerenciamento.

O canteiro de obras central deve ser a primeira providência a ser tomada pelo

executor dos trabalhos. Em função da dimensão da obra, maior ou menor proximidade

aos centros urbanos, tempos de execução, facilidades locais de energia elétrica e água

potável, entre outras, a construção do canteiro terá características bastante diversas

quanto às instalações a serem exigidas, como alojamento para o pessoal, escritórios,

almoxarifados e oficinas. De modo geral, escolhe-se um lugar, tanto quanto possível,

perto dos serviços.

Existe a possibilidade de se alojar o pessoal em centros urbanos próximos, o que

pode limitar as instalações do canteiro ao atendimento operacional dos equipamentos.

Embora esta situação seja economicamente interessante não é recomendada pela

experiência, pois, além do deslocamento diário ao local da obra, que pode resultar em

perda de tempo significativa, o comportamento e o desempenho dos trabalhadores

também pode ser afetado de forma a reduzir a produtividade. Assim, muitos

empreiteiros de obras rodoviárias preferem construir os seus acampamentos oferecendo

certas compensações e facilidades materiais ao seu pessoal, afastando-o dos centros

Page 150: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

149

urbanos, muitas vezes foco de problemas, e criando um ambiente de trabalho autônomo,

vinculado à execução da obra.

Um canteiro padrão a uma obra de implantação rodoviária deve conter

instalações tais como:

Escritório da obra - o escritório de obra é uma construção,

normalmente de madeira, cujo acabamento é feito com maior ou menor esmero,

conforme a previsão do prazo de funcionamento no local ou das características

da obra. Compõem-se, geralmente, de dependências para os seguintes elementos

da Administração da Obra:

engenharia (Gerentes e Engenheiros);

estagiários e técnicos;

mestre de obras;

encarregado de escritório e auxiliares;

segurança do trabalho;

ambulatório;

sanitários;

encarregados.

É comum a previsão de uma sala de reuniões destinada a estudar

o planejamento e a coordenar os serviços, além de possibilitar o controle da

execução e desenvolvimento da obra.

Na sala do encarregado de escritório deve constar uma relação de

telefones de emergência, e no caso de a obra não comportar enfermaria, deve ser

disponibilizado estojo de primeiros socorros.

A sala de segurança do trabalho deve possuir também elementos

de apoio da obra, tais como: assistente Social do trabalho, psicóloga do trabalho,

nutricionista, etc.

Almoxarifado - o almoxarifado é um local destinado à estocagem

de materiais volumosos ou de uso corrente, podendo ser a céu

aberto ou cercado. Deve ser construído de preferência separado

Page 151: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

150

dos escritórios, porém em suas proximidades. Deve também ser

mantido limpo e arrumado. Sua localização deve ser próxima das

entradas do canteiro de obras e permitir uma fácil distribuição dos

materiais pelo canteiro.

Oficina de manutenção - a oficina de manutenção deve possuir

uma quantidade de boxes compatível com o número de máquina

utilizadas na obra. Em obras de grande porte são construídos dois

blocos, em forma de galpões, um para as máquinas, outro para os

veículos. Nas oficinas são realizadas manutenções preventivas e

corretivas dos equipamentos. No galpão principal, devem ser

construídos boxes para as ferramentas, torno, prensa, setor

elétrico, ajustagem de motor, soldagem, e boxes externos para

laternagem e pintura. Normalmente os galpões possuem estrutura

metálica, e, na sua localização, deve-se levar em conta a posição

do nascer e pôr do sol, além da direção dos ventos dominantes. A

manutenção nas frentes de serviços habitualmente é realizada com

o apoio de um caminhão onde se instalam todos os equipamentos,

ferramentas e peças indispensáveis às correções de pequeno e

médio porte.

Instalações Sanitárias - as instalações sanitárias devem:

ter portas de acesso que impeçam o seu devassamento e

ser construídas de modo a manter o resguardo conveniente.

estar situadas em locais de fácil e seguro acesso e no

máximo a 150 metros de distância do posto de trabalho.

ser constituídas de um conjunto composto de lavatório,

vaso sanitário e mictório, para cada grupo de 20 trabalhadores ou

fração, além de um chuveiro, para cada grupo de 10 trabalhadores

ou fração.

A fim de estimar a área necessária para as instalações

sanitárias, devem ser considerados:

número máximo de trabalhadores na obra;

Page 152: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

151

para cada vaso sanitário: 1,00m2;

para cada chuveiro: 0,80m2;

para lavatório, espaçamento: 0,60m2;

para mictório, espaçamento: 0,60m2.

Vestiário - todo canteiro de obras deve possuir vestiário para troca

de roupa dos trabalhadores que não residam no local. Os

vestiários devem:

possuir armários individuais dotados de fechadura ou

dispositivo com cadeado;

possuir bancos com largura mínima de trinta centímetros.

Alojamento - o alojamento do Canteiro de Obras deve:

possuir área mínima de três metros quadrados por módulo

e armário;

possuir no máximo duas camas na vertical (beliche);

possuir lençol, fronha e travesseiro por cama, em

condições adequadas de higiene, além de cobertor

dependendo das condições climáticas;

possuir armários duplos individuais.

Local para as refeições - é obrigatória a existência de local

adequado para as refeições, que deve:

possuir capacidade e assentos em número suficiente para

garantir o atendimento de todos os trabalhadores no

horário das refeições;

possuir lavatório instalado em suas proximidades ou no

seu interior;

independentemente do número de trabalhadores e da

existência ou não da cozinha deve haver local exclusivo

para o aquecimento das refeições.

Cozinha - quando houver cozinha no canteiro de obras, esta deve:

possuir pia para lavar os alimentos e utensílios;

Page 153: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

152

possuir instalações sanitárias de uso exclusivo dos

funcionários da cozinha;

possuir equipamentos de refrigeração para garantir a

preservação dos alimentos.

Lavanderia - deve haver um local próprio, coberto, ventilado e

iluminado, para que o trabalhador alojado possa lavar, secar e

passar suas roupas de uso pessoal. Este local deve ter tanques

individuais ou coletivos em número adequado.

Área de lazer - devem ser previstos locais para recreação dos

trabalhadores alojados. O local de refeições pode ser utilizado

para este fim.

Ambulatório - as frentes de trabalho com 50 ou mais

trabalhadores devem possuir um ambulatório. Neste ambulatório

deve haver o material necessário à prestação de primeiros

socorros conforme as características da atividade desenvolvida.

Este material deve ser mantido guardado aos cuidados de pessoa

treinada para esse fim.

Água potável e sistema de esgotamento sanitário - é obrigatório o

fornecimento de água potável, filtrada e fresca no alojamento, na

proporção de um bebedouro para cada grupo de 25 trabalhadores

ou fração. Além disto, deverão ser providenciado esgotamento

sanitário e condições de higiene através de fossas sépticas, com o

cuidado para que o esgoto não atinja os cursos d’água.

Page 154: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

153

12.2 Áreas de Empréstimo

As áreas de empréstimo de solo devem ser escolhidas de modo que o custo de

transporte seja reduzido. Entretanto, muitas vezes observa-se a utilização do método do

“bota espera”, em que tratores escavam o terreno natural perpendicularmente ao eixo da

futura rodovia e acumulam material sobre a plataforma projetada. Este método

construtivo pode criar uma série imensa de “piscinas” ao longo das rodovias, tanto a

jusante como a montante, gerando dois problemas:

ambiente favorável para a proliferação de vetores de doenças;

taludes altíssimos compostos pela soma das alturas do aterro

construído e da caixa de empréstimo explorada.

A interligação das caixas de empréstimo construídas deste modo tem sido prática

comum na mitigação dos efeitos sobre a drenagem. Contudo, há que se ter atenção nos

volumes d’água que acumulam e na velocidade que o escoamento pode atingir em

trechos longos.

Page 155: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

154

Os empréstimos que não puderem ser obtidos por alargamento de cortes devem

ser localizados de preferência em terrenos que possuam declividade (se possível suave),

com o fundo também em declive, facilitando o escoamento. Não devem ser obtidos

materiais de empréstimo em talvegues, prejudicando o escoamento natural. De

preferência, as caixas de empréstimo concentrado devem ter seus bordos afastados do

talude da rodovia e de outras benfeitorias vizinhas. Em áreas de solos suscetíveis à

erosão os empréstimos devem ser feitos longe da rodovia, conservando-se o terreno e a

vegetação natural em uma faixa de, pelo menos, cinquenta metros de largura, separando

a estrada e a caixa. Deve-se procurar evitar a obtenção de empréstimos próximos a

zonas urbanizadas, que terminam sendo usadas como depósitos de lixo, retendo a

drenagem e causando proliferação de insetos, roedores e répteis, além de contribuir com

mau cheiro e afetar o aspecto visual de toda a área. Tomam-se, como consequência, a

causa da degradação de uso de toda área, o foco de doenças infecciosas e, ainda causam

transtornos e custos adicionais aos serviços de conservação rodoviária.

Geralmente têm-se várias possibilidades de áreas de empréstimo e, cada uma

destas, tem diversas camadas de solo com diferentes características e em profundidades

distintas. Isto requer um estudo de alternativas, procurando identificar entre elas a

melhor alternativa técnica e econômica de empréstimo.

Portanto, tratando da questão técnica, é preciso projetar a execução do aterro

com conhecimento prévio dos solos existentes, mais próximos ao local da obra e nas

áreas de menor custo de escavação. O aterro deveria ser projetado para os solos de

menor custo, existente próximo à obra. Contrariando, a prática que se vem observando,

é que se desenvolve um projeto e depois disto é que se parte para procurar um

empréstimo.

Sabe-se também que alguns profissionais “experientes”, até por força do mito

criado, praticam o contrario. Mas, é justamente este um dos objetivos do presente texto,

mostrar uma realidade aplicável por ser boa para a sociedade, contrariando uma prática

sócio-patólogica que onera e traz riscos a todos.

Os solos para execução dos aterros são provenientes e escavações e através dos

ensaios de laboratório, se determinam as propriedades de resistência, compressibilidade

e ou permeabilidade, se e quando necessárias para as diferentes obras. Com estes

Page 156: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

155

parâmetros tornam-se possíveis os cálculos de engenharia geotécnica, que então

proporcionarão o dimensionamento dos taludes, aterros e demais camadas.

12.3 Jazidas

O estudo das ocorrências de Materiais para Pavimentação é feito em duas fases

com base nos dados de geologia e pedologia da região isto é:

a) Prospecção Preliminar

b) Prospecção Definitiva durante os trabalhos é feita também a localização das

fontes de abastecimento de água.

A prospecção é feita para se identificar as ocorrências que apresentam a

possibilidade de seu aproveitamento, tendo em vista a qualidade do material e seu

volume aproximado, a prospecção preliminar, compreende:

Inspeção expedita no campo;

Sondagens; e

Ensaios de Laboratório.

Delimita-se, aproximadamente, a área onde existe a ocorrência do material.

Faz-se 4 ou 5 furos de sondagem na periferia e no interior da área delimitada,

convenientemente localizados até a profundidade necessária, ou compatível com os

métodos de extração a serem adotados.

Coleta-se em cada furo e para cada camada, uma amostra suficiente para o

atendimento dos ensaios desejados. Anota-se as cotas de mudança de camadas,

adotando-se uma denominação expedita que as caracterize. Assim, o material

Page 157: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

156

aparentemente imprestável, constituinte da camada superficial, será identificado com o

nome genérico de capa ou expurgo. Os outros materiais próprios para o uso serão

identificados pela sua denominação corrente do lugar, como: cascalho, seixos, etc.;

Faz-se a amarração dos furos de sondagem, anotando-se as distâncias

aproximadas entre os mesmos e a posição da ocorrência em relação à rodovia em

estudo.

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157

A prospecção preliminar das pedreiras é realizada mediante as indicações

geológicas, procurando-se avaliar no local por meio de sondagens e de levantamento

expeditos:

O volume de capa ou de expurgo da pedreira;

A altura e a largura da frente de exploração de rocha aparentemente sã da

pedreira.

A prospecção definitiva das ocorrências de materiais compreende:

Sondagens e coleta de amostras

Ensaios de laboratório

Avaliação de volume das ocorrências

Uma vez verificada a possibilidade de aproveitamento técnico-econômico de

uma ocorrência, com base nos ensaios de laboratório – realizados nas amostras

coletadas nos furos feitos de acordo com a prospecção preliminar, será, então, feito o

estudo definitivo da mesma e sua cubagem. Para isso, lança-se um reticulado com

malha de 30 metros ou mais de lado, dentro dos limites da ocorrência selecionada, onde

serão feitos os furos de sondagem e também os ensaios de laboratório para que somente

após a aquisição dos resultados esse material possa ou não utilizado na rodovia.

Page 159: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

158

13 LIMPEZA, DESMATAMENTO E DESTOCAMENTO

Em terraplenagem, a limpeza, se inicia na retirada da vegetação de modo a

permitir a perfeita execução dos serviços de terraplenagem; evitando, principalmente, a

presença de raízes que, apodrecendo, podem causar abatimentos. Chama-se limpeza,

normalmente, quando a vegetação removida é bastante dispersa. Quando existe

vegetação de maior porte a limpeza é chamada desmatamento, que pode ser leve ou

pesado, conforme a altura e quantidade de arvores.

Quando as arvores têm troncos mais volumosos e raízes profundas é preciso

fazer também o destocamento. É comum classificar a operação em três tipos, de acordo

com o porte das arvores: até 20 cm de diâmetro; entre 20 e 40 cm de diâmetro e

finalmente o desmatamento de árvores com diâmetros superiores a 40 cm. O diâmetro

das árvores deverá ser medido a uma altura de um metro da cota do terreno.

Na operação de limpeza e desmatamento são usados tratores de esteiras e

motoserras. Quando as arvores são de pequeno porte são usados os tratores de esteiras,

que executam todas as tarefas, desde o desmatamento até ajuntamento para a remoção

ou queima. Com as árvores de maior porte, quando a potência do trator de esteiras não é

suficiente para derrubá-las, será necessário o uso de motoserras. Nesses casos, após a

derrubada da árvore, será necessário executar o destocamento, que consiste em retirar

do solo o toco que ficou.

Toda vez que se limpa grandes áreas é preciso remover a vegetação que foi

derrubada. Isto pode ser feito com o uso de pás-carregadeiras e caminhões. Quando é

necessário remover grandes troncos deve-se cortá-los de maneira a facilitar o manuseio,

carga e transporte. Pedaços de 3 a 6 metros são mais facilmente movimentados. Estes

cortes são feitos normalmente com uso de motoserras.

Os serviços de limpeza devem ser executados conforme as indicações do

projeto, especialmente no que se refere à queima e depósito dos restos do material. Em

muitos casos é preciso de licença do órgão controlador, hoje o IBAMA, para realizar a

operação.

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159

Os Projetos Finais de Engenharia, mesmo quando só se tratam terraplenagem,

compreendem estudos ambientais e planos de recuperação de áreas degradadas (PRAD),

sendo previamente submetidos aos órgãos governamentais controladores do meio

ambiente, que fornecem as autorizações de implantação. Tais licenças são geralmente

providenciadas pelo órgão contratante.

No passado, as limpezas e os desmatamentos eram feitos em toda a faixa de

domínio da estrada. Hoje, com as fortes exigências ambientais, os desmatamentos são

sempre feitos na menor área possível, deixando apenas uma pequena folga entre o fim

do desmatamento e a crista do corte, ou entre ele e a saia do aterro.

Após a limpeza, ou enquanto ela está sendo feita, ou ainda, mesmo antes de

iniciá-la, podemos encontrar linhas de transmissão de telefone, ou cercas, construções e

outras benfeitorias, inclusive plantações. Quando isso ocorre, deve-se tomar muito

cuidado para evitar danos.

Quando se trata de linhas, sejam elétricas ou telefônicas, elas não podem ser

retiradas sem que antes se tenha autorização do proprietário. As linhas de transmissão

ainda apresentam perigo de vida quando estão ligadas. As providências para sua

retirada devem ser tomadas o mais rápido possível, pois as autorizações para remoção

são geralmente bastante burocráticas e demoradas.

Quando se tratar de construções ou outras benfeitorias é preciso saber se podem

ser destruídas, se já passaram por um processo de indenização. Dependendo da região

em que se trabalhe esse tipo de obstrução pode causar atrasos no desenvolvimento da

obra.

No caso de retirada de cercas, deve-se sempre construir primeiro a nova antes de

remover a antiga, visando evitar estragos em plantações ou pastagens, ou ainda saída de

animais para a faixa de trabalho, trazendo perigo ao trânsito dos equipamentos.

De qualquer forma, é preciso sempre ter em mente o respeito à propriedade

alheia, manter as melhores relações com o pessoal local e evitar destruições e remoções

desnecessárias. Permitir, por exemplo, que se faça a colheita antes de destruir uma

plantação ou que se aproveite um telhado ou as portas e janelas de uma construção antes

de derrubá-la. É uma atitude simpática e que deve ser observada desde que isto não

venha a atrasar o serviço. O proprietário deve ser avisado com antecedência, de forma

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160

tal que possibilite estes aproveitamentos. O bom atendimento com o pessoal local

sempre ajuda no andamento do trabalho e deixa uma boa impressão da empresa.

Com a fiscalização ambiental, logo após ocorrer o desmatamento das árvores,

sempre tentando preservar o máximo, o destino da madeira é de competência dos órgãos

ambientais responsáveis, onde a empresa, nem os engenheiros têm autorização para

indicar para onde será removido, este fim pode ser uma doação, leilão etc.

Uma limpeza mais rápida ou mais lenta dependerá diretamente da distância de

transporte do trator. Em estradas, onde a faixa a limpar vai de geralmente 80 metros no

máximo, deve-se executar a limpeza do eixo para casa um dos lados, pois assim se

consegue uma distância de deslocamento do trator até 40 metros, no máximo, o que é

razoável. Quando a área possuir grandes dimensões é importante dividi-la de modo a

fazer o trator andar, no máximo, de 20 a 40 metros de cada vez. Ainda, a limpeza está

diretamente ligada ao tipo de vegetação, topografia do terreno e o clima.

13.1 Equipamentos empregados na limpeza

13.1.1 Emprego de Correntes

O desmatamento poderá também ser feito com o emprego de correntes pesadas e

reforçadas, arrastadas por dois tratores de mesmo modelo que trabalham em paralelo.

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161

Especialmente indicado para a limpeza de grandes áreas de vegetação de arbustos ou

árvores de pequeno porte, ou seja, nos cerrados.

13.1.2 Emprego de Lâmina Desmatadora

A máquina se aproxima da árvore com certa quantidade de movimento que

permite o corte direto do tronco pela faca. Há, na parte superior, uma barra transversal

que empurra os detritos, impedindo que atinjam o trator e a cabina do operador.

13.1.3 Emprego da Lâmina Angulável

Enquanto a lâmina desmatadora faz a derrubada cortando o tronco, a lâmina

normal executa o tombamento total da árvore, inclusive das raízes, que são arrancadas

do solo. Caso se empregue a lâmina desmatadora será necessário, em seguida, proceder-

se à operação por vezes demorada e onerosa do destocamento.

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162

13.1.4 Emprego do Destocador

O destocador é um implemento destinado à remoção de tocos deixados após o

corte da árvore com a lâmina desmatadora.

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163

13.1.5 Emprego do Ancinho

Este implemento é frequentemente usado na derrubada de capoeiras e cerrados

que apresentem vegetação de pequeno porte e diâmetros de troncos menor do que 20

cm.

13.2 Destino do Material Orgânico

Os materiais derivados da operação de desmatamento deverão ser destinados

conforme se segue:

Material lenhoso: deverá ter aproveitamento ou na própria construção

(escoramentos, por exemplo), ou em último caso como fonte de energia,

mantendo registros de volumes por destino;

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164

Massa verde: juntamente com o material lenhoso não usado na forma

estabelecida acima picado em cavacos de até 3 kg, será misturado com o

solo orgânico (vegetal) e estocado para compor o “mulching” (camada de

solo enriquecida);

O “mulching” que não for usado imediatamente na proteção contra

erosão, ou na recomposição da vegetação de áreas degradadas, deverá ser

removido para áreas de bota-fora e ali dispostos de modo a evitar a

erosão e facilitar a posterior reutilização, se e quando for o caso;

Em hipótese alguma esses materiais serão lançados em rios, baixadas ou

reservatórios, sendo vedada também a eliminação destes materiais pelo

fogo. (Resolução CONAMA 020/86 e Decreto 2661/98).

14 CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS DE SERVIÇO

Com o objetivo de proporcionar a facilidade de acesso a todos e quaisquer

pontos do trecho que será implantado, dando condições para que os equipamentos

pesados possam chegar até as frentes de serviços, as estradas provisórias devem ser

providenciadas para que o desenvolvimento da obra não seja prejudicado.

Em geral são obras de baixo custo, com movimento de terra mínimo,

abrangendo a largura de 4 ou 5 metros de plataforma. Proporciona-se apenas um

melhoramento do “greide”, eliminando ou suavizando as rampas mais acentuadas.

Nos declives, para evitar solos de má qualidade ou afastar o perigo de

inundações, é necessária a execução de pequenos aterros, com os respectivos bueiros de

drenagem.

Para essa tarefa os tratores de esteiras com lâmina angulável são os mais

indicados já que, na maioria dos casos, procura-se um traçado a meia-encosta, com

seção mista de corte e aterro.

Os caminhos de serviço e as vias de acesso deverão evitar traçados que resultem

na necessidade de desmatamento. Esta mesma regra deverá ser respeitada na seleção de

áreas para acampamentos e instalações industriais de apoio. Tais áreas serão

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165

desmatadas e limpas apenas nas dimensões mínimas realmente necessárias. Utilizam-

se, normalmente, os caminhos rurais existentes, executando melhorias nestes caminhos,

tais como reforços e reformas mata-burros e pontilhões, e melhorias na plataforma. A

partir dos caminhos rurais existentes implantam-se trechos de acesso direto aos locais

de obra.

15 TERRAPLENAGEM, CORTE, ATERRO E BOTA-FORA

15.1 Caracterização do Serviço de Terraplenagem

O serviço de terraplenagem tem como objetivo a conformação do relevo terrestre

para implantação de obras de engenharia, tais como açudes, canais de navegação, canais

de irrigação, rodovias, ferrovias, aeroportos, pátios industriais, edificações, barragens e

plataformas diversas.

A literatura técnica brasileira de engenharia carece de uniformização normativa,

não existindo uma definição de terraplenagem de consenso, cada autor definindo

terraplenagem do modo que julga mais conveniente. Alerta-se, portanto, que a definição

aqui adotada não tem validade de norma.

Terraplenagem é a técnica de engenharia de escavação e movimentação de solos

e rochas. O termo técnico mais usualmente adotado para terraplenagem em rocha é

desmonte de rocha.

O serviço de terraplenagem compreende quatro etapas:

Escavação: é um processo empregado para romper a compacidade do

solo em seu estado natural tornando possível o seu manuseio.

Carga do Material Escavado: corresponde ao enchimento da caçamba ou

ao acúmulo diante da lâmina da máquina, do material escavado.

Transporte: é a movimentação de terra do local escavado (origem) para o

local onde será depositado em definitivo e posterior retorno do

equipamento descarregado.

Descarga e Espalhamento: é a execução do aterro propriamente dito,

seguido da operação de adensamento do solo, se determinado.

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166

Alguns autores incluem, logo após a etapa de transporte, a etapa de descarga.

Consideramos, porém, que a etapa de descarga não é significativa, estando incluída na

etapa transporte, visto que todo equipamento de transporte provém à descarga do

material. Outros autores e especificações incluem, ainda, a compactação de aterros

como uma quinta etapa do serviço de terraplenagem. Entendemos, no entanto, que a

compactação de aterros é um serviço à pane do serviço de terraplenagem, existindo três

fortes justificativas para apoiar este ponto de vista:

todo serviço de terraplenagem sempre contém as quatro etapas citadas

acima;

nem todo material escavado em terraplenagem é destinado à confecção

de aterro, podendo ser descartado como bota-fora;

os equipamentos de compactação de aterros são de natureza diferente dos

equipamentos de terraplenagem.

Na conformação do relevo terrestre o serviço de terraplenagem sempre contém

duas atividades características: escavação de material em um determinado local e

espalhamento deste material em local distinto do primeiro. Podem-se ter duas

condições para cada uma destas atividades. Para melhor compreensão, a análise a seguir

terá por base a construção de uma plataforma:

a região a ser escavada está contida na região da plataforma, sendo que

as cotas do terreno natural estão acima das cotas de projeto da

plataforma, caracterizando regiões em cortes, ou simplesmente cortes;

a região a ser escavada está fora da região da plataforma, sendo que o

material escavado virá de locais externos denominados empréstimos;

a região onde o material escavado será espalhado está contida na região

da plataforma, sendo que as cotas do terreno natural estão abaixo das

cotas de projeto da plataforma, caracterizando regiões de aterro, ou

simplesmente aterros;

a região onde o material (ou parte do material) escavado será espalhado é

externa à região da plataforma, caracterizando região de bota-fora, ou

simplesmente bota-fora.

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Em uma obra pode-se ter as quatro condições citadas acima. Casos típicos são os

de terraplenagens em rodovias e ferrovias, cujos projetos de terraplenagem são

constituídos por uma sucessão de cortes e aterros; o aproveitamento de eventuais sobras

de cortes para aterros distantes com falta de material pode ser antieconômico, devido às

grandes distâncias de transporte do material escavado, havendo a necessidade de definir

bota-foras e empréstimos laterais.

É usual que o responsável pela terraplenagem, pautado pela

produtividade, execute simultaneamente movimentos de terra em toda a área do

empreendimento, com cortes e aterros para construção de um sistema viário. Essa

prática deixa os terrenos sem proteção superficial até o início efetivo das obras, o que

usualmente acarreta intenso e extenso processo erosivo. Tal prática precisa ser

modificada, pois seus resultados são ambientalmente bastante impactantes, inclusive

elevando o custo do empreendimento para o usuário, para o próprio empreendedor e

para o Poder Público.

A franca exposição de solos é provavelmente um dos mais abrangentes

causadores de danos ambientais no período de obras. Seus efeitos transcendem a área

da construção do empreendimento, atingindo o entorno e contribuindo, não raro, para

problemas gerais que se verificam nas obras como um todo. Solos expostos durante

chuvas são transportados, assoreando drenagens naturais ou construídas, favorecendo-se

a ocorrência de inundações. Isso leva a recomendar que projetos de movimento de terra

transcendam, em muito, a questão da geometria a ser atingida, enveredando

necessariamente pela prescrição de procedimentos e de dispositivos a adotar nas

movimentações de solo. É necessária a adoção de outros expedientes, envolvendo

principalmente o projeto e instalação de sistemas provisórios de drenagem para o

período de obras, compreendendo aparatos capazes de reter pelo menos o solo

eventualmente erodido na própria área e evitar processos erosivos nos terrenos

circunvizinhos. É também importante aplicar algum tratamento superficial aos taludes

que dispensem obras de contenção, tão logo eles atinjam sua configuração final. O

tratamento normalmente é feito com o plantio de gramíneas ou, ainda, conforme a

configuração geométrica e a qualidade dos solos, com tela argamassada.

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Taludes devem ainda receber, assim que possível canaletas de drenagem de

crista e de pé. Cabe alertar que os sistemas de drenagem executados tendem a receber

solo particulado em quantidades expressivas, tendo em vista a permanência de áreas

com solo desprotegido. É necessário assegurar que, ao término das obras, proceda-se

uma cuidadosa inspeção do sistema, recuperando eventuais trechos assoreados ou

obstruídos, pois somente assim ele funcionará, evitando alagamentos e inundações. Um

problema ambiental também associado à permanência de solos expostos diz respeito à

geração de poeira para o entorno, devido à movimentação de veículos no interior da

obra, o que leva à necessidade, nos casos aplicáveis, de adoção de rotina de aspersão de

água nos trechos mais utilizados para circulação.

15.2 Remoção de Solos Moles

Considera-se remoção de solos moles o processo de retirada de camadas de solos

impróprios para utilização em aterros e como terreno de fundação, para qualquer obra

de terra, mediante o emprego de equipamentos adequados.

Os solos moles quando encontrados em obras de movimentação de terras, para

espessuras inferiores a 4,00 m devem ser removidos e depositados em forma de bota-

fora.

Para espessuras superiores a 4,00 m devem ser estabilizados para possibilitar seu

emprego como terreno de fundação dos aterros.

A necessidade de remoção de solos moles deve ser indicada na fase de projeto,

definindo as espessuras das camadas a remover.

São considerados solos moles:

Depósitos de solos orgânicos;

Solos turfosos;

Areias muito fofas; e

Solos hidromórficos, em geral, existentes em zonas baixas, alagadiças,

mangues, brejos, várzeas de rios, antigos leitos de cursos d'água e

planícies de sedimentação marinha.

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15.2.1 Características dos Solos Brejosos e Turfosos:

Presença considerável de matéria orgânica;

Alto teor de umidade;

Localização abaixo do nível do lençol freático;

Baixa capacidade de suporte e baixa resistência ao cisalhamento;

A remoção é difícil devido à presença do lençol freático e da consistência

muito mole do solo, impedindo até a circulação de veículo de esteira;

Quando o solo brejoso apresenta baixo teor de umidade atinge

capacidade de suporte razoável. Então se deve tentar neste caso fazer o

rebaixamento do lençol freático.

Equipamentos Utilizados:

Trator de esteira leve;

Escavadeira de arrasto ("drag-line");

Escavadeira de mandíbulas ("clam-shell").

Escavadeiras Hidráulicas.

Equipamentos de apoio:

Bomba para esgotamento;

Caminhão basculante.

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A seleção dos equipamentos deve ser feita em função:

das características dos materiais a serem extraídos (resistência ao

deslocamento do equipamento, posição do lençol freático, etc);

da profundidade do material a remover; e

da distância de transporte requerida.

Exemplos de remoção de solos turfosos:

uso da escavadeira drag-line com caçamba perfurada para escoamento da

água;

bombeamento;

uso dos tratores; e

enchimento com solo escolhido – deve-se iniciar o espalhamento do solo

em camadas, da extremidade para o centro.

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171

Os materiais moles das escavações devem ser depositados em áreas predefinidas

de bota-fora, podendo ser aproveitado no recobrimento vegetal de áreas degradadas.

Deve receber conformação a fim de incorporá-los à paisagem local.

A definição dos locais para depósitos ou bota-fora deve obedecer a critérios de

conservação/preservação ambiental.

Devem ser evitados bota-foras que interceptem ou perturbem cursos d’água,

caminhos preferenciais de drenagem ou locais que apresentem sinais erosivos.

A responsabilidade civil e ético-profissional pela qualidade, solidez e segurança

do serviço de remoção e deposição é do executante.

Alguns órgãos rodoviários estabelecem preços unitários para o corte, remoção e

espalhamento dos materiais turfosos.

15.3 Execução dos Cortes

São segmentos da rodovia que requerem a escavação do material constituinte do

terreno natural, ao longo do eixo e no interior dos limites das seções do projeto que

definem o corpo estradal.

15.3.1 Tipos de Cortes

Cortes de seção plena - tem o encaixe completo na seção transversal no

terreno natural.

Cortes em meia-encosta - tem o encaixe parcial na seção transversal

terreno natural. Apresenta parte em aterro.

Corte em Raspagem – quando a altura do corte não ultrapassa 0,40

metros em seção plena ou 0,80 metros em seção mista.

São também considerados serviços de cortes:

rebaixamento da plataforma, quando o subleito é inadequado;

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escavação de degraus de aterros fortemente inclinados;

escavação mecânica com equipamento convencional de terraplenagem

destinada à alteração de cursos d'água, posicionando-as mais

convenientemente ao traçado. Escavação de bueiros e degraus:

15.3.2 Controle Topográfico da Execução dos Cortes

Pelas especificações gerais do DNIT, os off-set não são colocados na posição

exata, ficando afastados 5m de cada lado, por segurança, já que as máquinas começam a

escavar nestes pontos e os piquetes podem desaparecer.

Nos pontos dos off-sets são colocados piquetes com indicação da altura de corte

do lado esquerdo (He) e lado direito (Hd), tomando por base o eixo da estrada.

É fundamental observar o ângulo de talude estabelecido em projeto, caso

contrário a largura da plataforma pode estreitar ou alargar, provocando correções

onerosas.

Controle do Ângulo de Talude

A inclinação do talude de corte deve ser tal que garanta a estabilidade dos

maciços, evitando o desprendimento de barreiras. A inclinação deste tipo de talude é

variável com a natureza do terreno, sendo que as Normas para projeto de estradas

recomendam o seguinte:

terrenos com possibilidade de escorregamento ou desmoronamento: V/H

= 1/1;

terrenos sem possibilidade de escorregamento ou desmoronamento: V/H

= 3/2;

terrenos de rocha viva: vertical.

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Materiais de 1ª Categoria

Compreendem solos em geral, residuais ou sedimentares, seixos rolados ou não,

com diâmetro máximo inferior a 0,15m, qualquer que seja o teor de umidade que

apresentem.

Equipamentos usados:

trator de esteiras com lâmina ou com placa de empuxo ("pusher");

motoscraper;

escavadeira hidráulica ou pá-carregadeira e caminhão transportador;

motoniveladora – para acabamento dos taludes e da plataforma.

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Materiais de 2ª Categoria

Compreendem os materiais com resistência ao desmonte mecânico inferior à da

rocha não alterada, cuja extração se processe por combinação de métodos que obriguem

a utilização do maior equipamento de escarificação exigido contratualmente; a extração

eventualmente poderá envolver o uso de explosivos ou processos manuais adequados.

Estão incluídos nesta classificação os blocos de rocha, de volume inferior a 2,0 m³ e os

matacões ou pedras de diâmetro médio compreendido entre 0,15m e 1,00m.

Materiais de 2ª Categoria com Escarificação:

Estes materiais não podem ser escavados com os equipamentos usuais devido à

resistência mecânica à compressão. Compreendem as pedras soltas, rochas fraturadas

em blocos maciços, de volume inferior a 1,0m³, rochas em decomposição não incluídas

na 1ª Categoria e as de resistência inferior à do granito (rochas brandas).

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Materiais de 2ª Categoria com Uso de Explosivos Leves:

Perfuratriz pneumática ou elétrica;

Trator de esteiras c/ lâmina e escarificador pesado;

Escavadeira hidráulica ou pá carregadeira associado à unidade de

transporte;

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Materiais de 3ª Categoria

Compreendem os materiais com resistência ao desmonte mecânico equivalente à

da rocha não alterada e blocos de rocha com diâmetro médio superior a 1,0 m, ou de

volume igual ou superior a 2,0 m³, cuja extração e redução, a fim de possibilitar o

carregamento, se processem somente com o emprego contínuo de explosivos.

Uso de Explosivos

Compreendem os materiais com resistência ao desmonte mecânico igual ou

superior à do granito são blocos de rocha com volume superior a 1,0 m3.

Equipamentos:

compressor de ar ;

perfuratriz pneumática ou elétrica;

escavadeira hidráulica ou pá carregadeira associado à unidade de

transporte (Caminhão basculante, fora de estrada, etc);

trator de esteiras com lâmina.

uso de explosivos - exploração de jazida:

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Controles Aplicáveis à Escavação de Solos

Toda escavação de solos ou materiais, antes de qualquer coisa, deve estar atenta

aos manejos ambientais necessários. Tenha-se presente que uma escavação mal

planejada pode ser a fonte de inúmeros problemas como o carreamento de solo para rios

e mananciais, implicando assoreamentos, alteração da qualidade da água (turbidez),

entre os acidentes. A escavação deverá ainda considerar aspectos relacionados a

alterações no regime de águas subterrâneas e potencial erosivo dos solos.

Mitigados os aspectos ambientais, os serviços de escavação desde o princípio

são objeto de controle, sendo previamente necessária a locação topográfica das linhas de

off-set, da posição do eixo e demais pontos notáveis da plataforma estradal. Todos os

pontos a serem locados para o início da escavação devem constar das notas de serviço

de terraplenagem, com indicação de alturas de corte, larguras de plataformas e

inclinações dos taludes de corte a serem respeitadas.

A locação é fundamental, seja o corte da plataforma estradal ou em jazida

afastada do eixo da obra.

15.4 Execução de Aterros

O trabalho começa com o desmatamento, quando necessário, e a marcação dos

off-sets de aterro, como já visto. As estacas são colocadas à 5 m das cruzetas de

marcação, que indicam alturas da plataforma em relação ao pé do aterro.

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No caso de aterros de grande altura, as cruzetas devem ser escalonadas, até atingir a

cota do greide da plataforma. O eixo é remarcado pela equipe de topografia varias

vezes, e o controle das rampas pode ser feito por gabaritos de madeira, como no caso de

corte. É bom conferir sempre, com a equipe de topografia, pois a correção de erros na

inclinação dos taludes é sempre onerosa.

Conferindo o ângulo do talude de aterro e acertando o talude com uma

motoniveladora. Onde a motoniveladora não alcança, o acerto é feito manualmente.

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15.4.1 Execução e Compactação de Aterros

A maior preocupação será sempre a de se obter as massas específicas indicadas

pelas Especificações da Obra.

Regras Básicas do Serviço:

Iniciar o aterro nas cotas mais baixas, em camadas horizontais;

Prever caimento lateral, para rápido escoamento de água de chuva;

Escalonar ou zonear praças de trabalho, onde as três etapas do trabalho

de aterro não se atrapalhem, enquanto em uma praça é feito o

descarregamento de material, em outra está sendo espalhado na espessura

prevista para compactação, outra está sendo compactada.

A situação mais sensível à um chuva é quando o material está espalhado

e pulverizado, antes da compactação, pois uma pancada de chuva poderia

transformá-lo num mar de lama. Na possibilidade desta ocorrência, a

camada deverá ser "SELADA", isto é, ser rapidamente compactada com

rolos lisos ou equipamento de pneus para que seu topo seja adensado e

tornado impermeável. Uma vez que a camada já possui um caimento, a

água de chuva escorre sem penetrar na camada, e a secagem posterior é

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rápida, por escarificação e gradeamento. Se não, a camada encharcada

deverá ser totalmente removido para bota-fora antes do prosseguimento

dos serviços.

Durante a execução do aterro, os bordos “beiradas” devem ser mantidas mais

altas, o que aumenta a segurança. Mas as tais beiradas podem ser rapidamente

removidas com tratores e motoniveladoras. Essas beiradas sempre devem ser removidas

ao final da jornada de trabalho.

Os taludes dos aterros, principalmente os de grande altura, geralmente ficam mal

compactados, pois os rolos compactadores não atuam bem nas beiradas, ou estas

recebem menos passadas. Fica então uma faixa lateral mal compactada de 30 a 50 cm,

que poderia produzir uma superfície de escorregamento, com consequente ruptura.

Embora seja um serviço difícil, é preciso compactar a superfície da saia de aterro, após

o acerto final. Isto pode ser conseguido com pequenos rolos compactadores tracionados

por guincho acoplado a tratores.

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Preparo para a Compactação: Espalhamento, Homogeneização, Secagem e

Umedecimento

Espalhamento

Geralmente é feito um primeiro espalhamento com tratores de lâmina,

completado com motoniveladoras, ou apenas com as mesmas.

Aplainamento

Motoniveladoras: ( plaina ou "patrol" )

As motoniveladoras são as máquinas mais versáteis na terraplanagem. Para

acabamento, trabalham por raspagem, fazendo pequenos cortes e espalhamento,

conformando as cotas finas, acerto de taludes, manutenção de estradas de terra,

pequenas valetas, escarificação e trabalho final de limpeza da faixa.

Gradeamento

As grades são utilizadas para homogeneização solo quando necessário este é

pulverizado com água antes de ser compactado sem a presença de torrões muito secos,

blocos ou fragmentos de rocha. Esse procedimento assume grande importância quando

deve ser aumentado o teor de umidade, para se atingir a umidade ótima em todo o

volume da camada, pela percolação uniforme da água.

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Carros Tanque (Caminhões-Pipa)

Usados no transporte de água, em terraplanagem são munidos de um registro e

uma barra de aspersão, que permite a regulagem da vazão. Esta, conjugada à velocidade

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do veículo, permite que, com razoável precisão, seja espalhada no solo a quantidade de

água necessária para colocá-lo na umidade desejada. Usados na umidificação ou

umedecimento de aterros antes de compactação, controle de poeira no ambiente de

trabalho, transporte de água.

Compactação

É o processo pelo qual se obtém mecanicamente o aumento de resistência do

solo. Os solos são geralmente divididos em três grupos: granulares, coesivos e

orgânicos. Para fins de compactação, consideraremos separadamente os granulares e os

coesivos. Em qualquer deles, apenas no teor de umidade ótimo se atinge o máximo peso

específico seco, que corresponde à maior resistência do solo. São raras as exceções,

principalmente com argilas muito plásticas, que adensadas com rolos médios ou leves,

um pouco acima da umidade ótima, atingem resultados comparáveis aos obtidos com

rolos pesados na umidade ótima. Nesses casos, apenas testes em pistas experimentais

permitem argumentação. Também nos solos muito arenosos o efeito de variações no

teor de umidade real na compactação é menos sensível, e pequenas variações, não

chegam a causar densidade real abaixo das especificações de projeto. Para o

adensamento de areias e materiais granulares, é preferível o efeito dinâmico da

vibração, aplicadas com placas vibratórias, são suficientes, trabalhando em camadas de

até 50 cm.

Nos solos argilosos, a compactação é obtida principalmente pelo efeito da

compressão e cisalhamento, com a vibração exercendo pouco efeito sobre o aumento de

densidade, tanto menor quanto maior for a coesão do material. Vale dizer que quanto

maior a coesão do solo, maior deverá ser a pressão aplicada pelo rolo.

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15.5 Bota-Fora

Quando não há compensação entre os volumes de corte e aterro, havendo

excesso do primeiro, as sobras das massas de terra são colocadas em depósitos

definitivos denominados “bota-foras”. Esses depósitos devem ser feitos em locais

previamente escolhidos; junto aos aterros, alargando as plataformas ou modificando os

caimentos das saias dos aterros, diminuindo-lhes as declividades a fim de evitar o risco

de escorregamento. Para melhor entrosamento das massas de terra, essa operação deve

ser feita concomitantemente com a execução do aterro.

A execução de bota-foras mal dispostos, mal conformados e sem qualquer

compactação, causa erosão do material depositado, levando ao assoreamento da rede de

drenagem, que perde a capacidade de vazão, reduz o potencial do uso de várzeas

assoreadas, mata a vegetação existente, suja os mananciais e, até, impede a

sobrevivência de espécies aquáticas, ao mesmo tempo em que podem criar condições

para a proliferação de espécies indesejáveis (mosquitos, principalmente). Recomenda-

se que, em havendo excesso de material, procure-se executar alargamentos de aterros

(reduzindo a inclinação dos taludes, por exemplo) e até construindo plataformas

contínuas à estrada, que sirvam de áreas de escape. No caso de bota-fora com materiais

de 3ª categoria (rochosos) seu uso é possível e desejável como dissipadores de energia

nas áreas de descarga dos sistemas de drenagem.

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Os bota-foras devem ser preferencialmente, localizados na faixa de domínio e à

jusante da rodovia, com relação ao sistema de drenagem natural, evitando-se bota-foras

que interceptem ou perturbem cursos d’água, caminhos preferenciais de drenagem ou

em locais que apresentem sinais de processos erosivos.

Antes do espalhamento do material, deve ser efetuada a limpeza da área, com a

remoção de todo material vegetal e do solo orgânico existente.

O material lenhoso eventualmente removido deve ser desdobrado, sendo que as

galhadas e a vegetação de menor porte devem ser cortadas em pequenos pedaços e

estocadas para serem reincorporadas à área.

O solo orgânico removido deve ser estocado, em pilhas de pequena altura, que

podem ser recobertas com restos vegetais e circundadas por valetas de drenagem, de

modo a preservar suas propriedades e protegê-las de processos erosivos.

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Os bota-foras podem ser compactados ou mesmo conformados sem

compactação, devendo a solução ser devidamente justificada no “Projeto Final de

Engenharia” e aprovada pela Fiscalização.

Os bota-foras compactados em alargamento de aterro devem ser compactados

com a mesma energia utilizada no aterro.

O espalhamento de material para constituição de bota-foras deve ser efetuado

com trator de esteira com lâmina, em camadas com espessura máxima de 0,30m.

Os taludes dos bota-foras devem ter inclinação suficiente para evitar

escorregamentos, e o maciço deve ser conformado de modo a se enquadrar o melhor

possível na paisagem.

Após a conformação do bota-fora, deve ser implantado sistema de drenagem das

águas pluviais compatível com as características de deformabilidade e

compressibilidade do maciço, de forma a evitar que o escoamento das águas pluviais

possa carrear o material depositado causando erosões e assoreamentos.

Deve ser feito revestimento vegetal dos bota-foras, inclusive os de 3ª categoria,

após conformação final, a fim de protegê-los contra processos erosivos e incorporá-los à

paisagem local.

Os materiais turfosos resultantes das escavações devem ser depositados em áreas

apropriadas de bota-foras, para posterior aproveitamento no recobrimento vegetal de

áreas degradadas. A definição dos locais para depósito ou bota-foras deve sempre

obedecer a critérios de conservação/preservação ambiental.

16 BASES E SUB-BASES

Pode-se concluir que os esforços verticais transmitidos ao subleito devem ser

compatíveis com sua capacidade de resistir-lhes. Essa assertiva é naturalmente válida

para qualquer outra camada superior do pavimento. Para aliviar as pressões sobre as

camadas de solo inferiores, surgem as camadas de base e sub-base, que também podem

desempenhar papel importante na drenagem subsuperficial dos pavimentos.

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Quando a camada de base exigida para desempenhar tal função é muito espessa,

procura-se, por razões de natureza construtiva e econômica, dividi-la em duas camadas,

criando-se, assim, uma sub-base, geralmente de menor custo.

As bases podem ser constituídas por solo estabilizado naturalmente, misturas de

solos e agregados.

As camadas com materiais que não empregam estabilização com ligante

hidráulico ou asfáltico são camadas que recebem estabilização puramente mecânica por

efeito de compressão e adensamento dos materiais constituintes; além disso, quando

bem graduadas, dizemos que são estabilizadas granulometricamente. Camadas desse

tipo, compostas por granulares (agregados), por solos ou ainda por mistura de ambos,

ocorrem em bases, sub-bases e eventualmente em reforços de subleitos de pavimentos.

São apresentados os principais materiais ou misturas para camadas abaixo do

revestimento:

BC (Bica Corrida) – é um material britado que não passou por processo de

classificação, ou seja, após sua retirada do britador secundário, não é encaminhado para

peneiramento e separação das frações britadas, sendo transportado diretamente para

estocagem ou para aplicação imediata na pista.

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Brita Graduada Simples (BGS) – as britas graduadas simples são materiais

resultantes da mistura (em usina apropriada) de agregados britados que passaram por

processo de peneiramento e classificados, sendo todas as suas frações provenientes de

britagem, em geral de uma mesma rocha, resultando em mistura bem graduada, com

umidade controlada em usina, seguida de compactação do material em pista.

Macadame Hidráulico (MH) – é uma camada resultante da compressão de

agregados graúdos seguida do preenchimento de vazios do agregado graúdo por

agregados miúdos, o que é realizado com o auxílio de varrição, de água e de

compressão mecânica.

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Macadame Seco (MS) – é a camada composta de materiais granulares

resultante da compactação de pedra-pulmão (rachão, obtido no britador primário)

seguida de seu preenchimento por agregado miúdo com grande esforço de compactação.

Solo Arenoso Fino Laterítico (SAFL) – os solos arenosos finos lateríticos em

extensas áreas em vários Estados Brasileiros, a fração arenosa constitui-se

predominantemente de areia fina, são empregados como camadas de base ou sub-base

de pavimentos.

Solo-Brita, Solo Agregado ou Solo Estabilizado Granulometricamente (SB) – o

aproveitamento de um solo de características medíocres ou com propriedades

indesejáveis para fins de pavimentação poderá ocorrer com o emprego de

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190

procedimentos de melhoria do solo com agregados, o que se denomina mistura solo-

agregado ou solo-brita (SB).

Brita Graduada Tratada com Cimento (BGTC) – compreende uma mistura

de agregados do tipo BGS (pedras britadas) com uma pequena quantidade de cimento

Portland, em geral de 3 a 4% em peso da mistura total.

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191

Solo Melhorado com Cimento (SMC) – o solo melhorado com cimento é um

material resultante da mistura do solo natural com ligante hidráulico, que pode ser

realizada tanto em pista quanto na usina de solos. O teor adotado fica em torno de 2 a

4% de cimento.

Solo-Cimento (SC) – as misturas de SC são empregadas em camadas de base e

de sub-base de pavimentos. Seu emprego é geralmente mais difundido em regiões onde

não são disponíveis, à distância e custos razoáveis, material britado (rochas ou

cascalhos) ou agregados naturais ou artificiais. O teor adotado usualmente é da ordem

de 6 a 10 %.

Solo-Cal (SCA) – trata-se de mistura de solos expansivos (em geral argilosos)

com cal hidráulica. Adições de cal e água em solos resultam em reações de cimentação

com a formação de compostos hidratados de cálcio, na presença de água, quando a cal

reage com a sílica ou com óxidos de alumínio, resultando em modificações que podem

estabilizar dramaticamente a expansibilidade de solos a princípio não aproveitáveis em

pavimentos.

Concreto Compactado com Rolo (CCR) – não existe tal rigor em normativas

nacionais para o enquadramento do CCR para as bases e sub-bases em outra categoria,

mas uma tendência, dadas certas similaridades com a BGTC, e mesmo uma forte

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tendência no meio técnico mais voltado para a estabilização com cimento, de tratá-lo

como camada cimentada ou estabilizada com cimento. Com um consumo de cimento

por volta de 120 kg/m³.

Materiais Alternativos Ambientais

Tendo em vista as grandes demandas de infraestrutura urbana, rodoviária, de

aeroportos e de portos no País, há espaço e necessidade para o crescimento do emprego

de materiais alternativos, incluindo a incorporação, em diferentes escalas, de agregados

alternativos, que muitas vezes têm sido subutilizados ou mesmo descartados de maneira

não sustentável ambientalmente.

Entre tais tipos de materiais descartados, atualmente os mais comuns são os

entulhos de construção civil e de demolição, seja de edificações, seja de outras

estruturas de concreto, bem como entulhos de demolição de antigas e degradadas capas

asfalticas de pavimentos urbanos, em especial. Neste último caso, os agregados

resultantes da trituração com equipamentos ditos fresadores em pista são denominados

simplesmente fresados.

Além dos dois tipos de materiais acima mencionados, são ainda disponíveis, em

grande volume, borracha triturada de pneus inservíveis ou mesmo de descarte de

indústria de pneus, e também de volumes muito grandes, as escórias granuladas

resultantes de processos siderúrgicos.

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193

17 PAVIMENTAÇÃO - MODALIDADES E CONSTITUIÇÃO DE

PAVIMENTOS

17.1 Modalidades e Constituição de Pavimentos

O pavimento é uma estrutura não perene, composta por camadas sobrepostas de

diferentes materiais compactados a partir do subleito do corpo estradal, adequada para

atender estrutural e operacionalmente o tráfego, de maneira durável e ao mínimo custo

possível, considerados diferentes horizontes para serviços de manutenção preventiva,

corretiva e de reabilitação, obrigatórios.

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194

A estrutura do pavimento é concebida, em seu sentido puramente estrutural, para

receber e transmitir esforços de maneira a aliviar pressões sobre as camadas inferiores,

que geralmente são menos resistentes, embora isso não seja tomado como regra geral.

Pavimento de uma rodovia é a superestrutura constituída de camadas de

espessuras finitas, assentes sobre um semi-espaço considerado teoricamente como

infinito – a infraestrutura ou terreno de fundação, a qual é designada de subleito.

O subleito, limitado assim superiormente pelo pavimento, deve ser estudado e

considerado até a profundidade onde atuam de forma significativa, as cargas impostas

pelo tráfego.

O pavimento, por injunções de ordem técnico-econômicas é uma estrutura de

camadas em que materiais de diferentes resistências e deformabilidades são colocados

em contato resultando daí um elevado grau de complexidade no que respeita ao cálculo

de tensões e deformações e atuantes nas mesmas resultantes das cargas impostas pelo

tráfego.

Seção Transversal do Pavimento

Subleito – é o terreno de fundação do pavimento;

Leito – é a superfície obtida pela terraplenagem ou obra-de-arte e

conformada ao seu greide e perfis transversais;

Greide do leito – é o perfil do eixo longitudinal do leito;

Regularização – é a camada posta sobre o leito, destinada a conformá-lo

transversal e longitudinalmente de acordo com as especificações; a

regularização não constitui propriamente uma camada de pavimento,

sendo, a rigor, uma operação que pode ser reduzida em corte do leito

implantado ou em sobreposição a este, de camada com espessura

variável.

Reforço do subleito – é a camada de espessura constante, posta por

circunstâncias técnico-econômicas, acima da de regularização, com

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195

características geotécnicas inferiores ao material usado na camada que

lhe for superior, porém melhores que o material do subleito;

Sub-base – é a camada complementar à base, quando por circunstâncias

técnico-econômicas não for aconselhável construir a base diretamente

sobre regularização;

Base – é camada destinada a resistir e distribuir os esforços oriundos do

tráfego e sobre a qual se constrói o revestimento. É a camada, tanto

quanto possível impermeável, que recebe diretamente a ação do

rolamento dos veículos e destinada a melhorá-la, quanto à comodidade e

segurança e a resistir ao desgaste.

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196

17.2 Classificação dos Pavimentos

De uma forma geral, os pavimentos são classificados em flexíveis, semi-rígidos

e rígidos:

Flexível: aquele em que todas as camadas sofrem deformação elástica

significativa sob o carregamento aplicado e, portanto, a carga se distribui

em parcelas aproximadamente equivalentes entre as camadas. Exemplo

típico: pavimento constituído por uma base de brita (brita graduada,

macadame) ou por uma base de solo pedregulho, revestido por uma

camada asfáltica.

Semi-Rígido: caracteriza-se por uma base cimentada por algum

aglutinante com propriedades cimentícias como, por exemplo, por uma

camada de solo cimento revestida por uma camada asfáltica.

Rígido: aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em

relação às camadas inferiores e, portanto, absorve praticamente todas as

tensões provenientes do carregamento aplicado. Exemplo típico:

pavimento constituído por lajes de concreto de cimento Portland.

17.3 Recomendações Gerais para o Uso de Materiais Asfálticos em Obras

Existem algumas recomendações básicas relativas à utilização dos materiais

asfálticos, preconizadas Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP, 1990), que são recordadas

na sequência, devendo ser também objeto de fiscalização e controle por partes dos

usuários destes materiais, tendo em vista questões de garantia e de segurança.

Durante o transporte de CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) em caminhões-

tanque, quando aquecido por meio de maçaricos, o material deverá estar em circulação

para que o calor seja distribuído de maneira uniforme. Os tanques de estocagem

deverão estar limpos e secos para o depósito do material asfáltico.

O aquecimento de tanques de estocagem de cimentos asfálticos de petróleo ou

de asfaltos diluídos deve ser realizado preferencialmente por meio de vapor d’água ou

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197

de serpentinas instaladas dentro dos tanques, por onde circulará óleo aquecido,

evitando-se o aquecimento por chama direta.

Asfaltos Diluídos

Os asfaltos diluídos resultam da diluição de um cimento asfáltico de petróleo por

destilados leves de petróleo, em frações que se aproximam da nafta, do querosene e do

diesel, com o objetivo de reduzir temporariamente sua viscosidade, facilitando sua

aplicação, geralmente exigindo temperaturas menores que a do cimento asfáltico nessa

aplicação. A classificação atual resultou de estudos aprofundados, reduzindo o número

para dois apenas, de acordo com a natureza do diluente utilizado:

CR – Asfaltos diluídos de cura rápida, tendo como diluente uma nafta na

faixa de destilação da gasolina;

CM - Asfaltos diluídos de cura média, tendo como diluente o querosene.

Tipos e Aplicações dos Asfaltos Diluídos:

CM-30 – Imprimação de superfícies com textura fechada;

CM-70 – Imprimação de superfícies com textura aberta;

CR-70 – Pintura de ligação sobre superfícies não absorventes;

CM-250 – Tratamentos superficiais invertidos e pré-misturados a frio.

Emulsões Asfálticas

Chama-se emulsão à mistura de dois constituintes não-miscíveis entre si que,

entretanto, constituem fases separadas. A fase dispersante ou fase contínua é

normalmente um líquido, enquanto a fase dispersa ou descontínua pode ser constituída

por um líquido viscoso, um sólido ou um semi-sólido, como por exemplo, um asfalto ou

um alcatrão.

Em termos práticos, as emulsões vieram atender as expectativas de poder

dissolver os asfaltos com água num processo desenvolvido inteiramente a frio.

Podem-se agrupar as emulsões em dois tipos:

emulsões diretas: óleo ou betume dispersado em água;

emulsões inversas: água dispersada no óleo ou ligante hidrocarbonado.

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As proporções entre o ligante asfáltico e o agente emulsificante que geralmente

entram na mistura são da ordem de 0,2 a 1,0%, com um máximo de 2,0% para o agente

e da ordem de 60 a 70% para o asfalto.

Em função da velocidade de ruptura, as emulsões são classificadas pelos tipos:

de ruptura rápida (RR), de ruptura média (RM) e de ruptura lenta (RL).

Aplicações das Emulsões asfálticas

RR-1C – Pintura de ligação, tratamentos superficiais, macadame

betuminoso;

RR-2C – Pintura de ligação, tratamentos superficiais, macadame

betuminoso;

RM-1C – Pintura de ligação, pré-misturado a frio, areia-asfalto;

RM-2C – Pintura de ligação, pré-misturado a frio, areia-asfalto;

RL-1C – Pintura de ligação, pré-misturado a frio, areia-asfalto, solo-

betume;

LA-1C – Lama asfáltica, solo-betume;

LA-2C – Lama asfáltica, solo-betume;

Misturas asfálticas usinadas a frio

Imprimações entre Camadas

Entre muitas das camadas de pavimento mencionadas, faz-se necessária a

execução de um filme asfáltico, que será denominado “pintura de ligação” (com função

de aderir uma camada à outra) ou “imprimação impermeabilizante” (com a função de

impermeabilizar uma camada de solo ou granular antes do lançamento da camada

superior). Entre quaisquer camadas de revestimento asfáltico, sempre é aplicada uma

pintura de ligação. As pinturas de ligação são aplicadas com emulsões asfálticas, e as

imprimações impermeabilizantes, com asfaltos diluídos.

Os pré-misturados a frio (PMF) consistem em misturas usinadas de agregados

graúdos, miúdos e de enchimento, misturados com emulsão asfáltica de petróleo (EAP)

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199

à temperatura ambiente. Dependendo do local da obra, podem ser usadas para misturar

os PMFs: usinas de solo ou de brita graduada, usinas de concreto asfáltico sem ativar o

sistema de aquecimento dos agregados, usinas de pequeno porte com misturadores tipo

rosca sem fim, ou usinas horizontais dotadas de dosadores especiais.

As lamas asfálticas consistem basicamente de uma associação, em consistência

fluida, de agregados minerais, material de enchimento ou fíler, emulsão asfáltica e água,

uniformemente misturadas e espalhadas no local da obra, à temperatura ambiente.

A lama asfáltica tem sua aplicação principal em manutenção de pavimentos,

especialmente nos revestimentos com desgaste superficial e pequeno grau de

trincamento, sendo nesse caso um elemento de impermeabilização e rejuvenescimento

da condição funcional do pavimento.

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200

Microrrevestimento asfáltico

Esta é uma técnica que pode ser considerada uma evolução das lamas asfálticas,

pois usa o mesmo princípio e concepção, porém utiliza emulsões modificadas com

polímero para aumentar a sua vida útil. O microrrevestimento é uma mistura a frio

processada em usina móvel especial, de agregados minerais, fíller, água e emulsão com

polímero, e eventualmente adição de fibras (ABNT NBR 14948/2003).

Misturas Asfálticas Recicladas

Quando um pavimento asfáltico em uso torna-se deteriorado estruturalmente, há

necessidade de restaurar sua capacidade de carga através de colocação de espessuras

adicionais de camadas ou através do corte de todo ou parte do revestimento deteriorado

por equipamento especial – fresadora – e execução de nova camada de revestimento

asfáltico. O material gerado no corte pode ser reaproveitado por reciclagem.

Entende-se por reciclagem de pavimentos o processo de reutilização de misturas

asfálticas envelhecidas e deterioradas para produção de novas misturas, aproveitando os

agregados e ligantes remanescentes, provenientes da fresagem, com acréscimo de

agentes rejuvenescedores, espuma de asfalto, CAP ou EAP novos, quando necessários,

e também com adição de aglomerantes hidráulicos.

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201

Fresagem é a operação de corte, por uso de máquinas especiais, de parte ou de

todo o revestimento asfáltico existente em um trecho de via, ou até englobando outra

camada do pavimento, como forma de restauração da qualidade ao rolamento da

superfície, ou como melhoria da capacidade de suporte.

Tratamentos Superficiais

Os chamados tratamentos superficiais consistem em aplicação de ligantes asfálticos

e agregados sem mistura prévia, na pista, com posterior compactação que promove o

recobrimento parcial e a adesão entre agregados e ligantes.

As principais funções do tratamento superficial são:

proporcionar uma camada de rolamento de pequena espessura, porém, de

alta resistência ao desgaste;

impermeabilizar o pavimento e proteger a infraestrutura do pavimento;

proporcionar um revestimento antiderrapante;

proporcionar um revestimento de alta flexibilidade que possa

acompanhar deformações relativamente grandes da infraestrutura.

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202

De acordo com o número de camadas sucessivas de ligantes e agregados, podem ser:

TSS – tratamento superficial simples;

TSD – tratamento superficial duplo;

TST – tratamento superficial triplo.

Concreto Asfáltico Usinado a Quente (CAUQ)

Também costumeiramente designado Concreto Betuminoso Usinado a Quente

(CBUQ), pode ser considerado a mais comum e tradicional mistura asfáltica a quente

empregada no País, seja pelos materiais empregados em sua fabricação, seja também

pelos processos de controle exigidos para sua execução, em usina e em pista.

O CAUQ é um material para a construção de revestimentos de pavimentos,

incluindo as capas de rolamento e camadas de ligação imediatamente subjacente aos

revestimentos, obtido a partir da mistura e homogeneização de agregados minerais

(naturais ou artificiais, britados ou em sua forma disponível), em geral bem graduados,

de material fino de enchimento – fíler (pó de pedra, finos calcários ou cimento Portland)

e de cimento asfáltico de petróleo (CAP).

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203

Trata-se de uma mistura elaborada a quente, em usina misturadora (central de

usinagem ou descontínua, de grande, médio ou pequeno porte.

17.4 Usinas Asfálticas

A obtenção de uma mistura asfáltica envolve a associação de agregado com

ligante asfáltico em proporções predeterminadas no projeto de dosagem para produzir

uma massa homogênea de acordo com especificações e critérios adotados. Antes da

mistura com o ligante asfáltico, o agregado deve ser composto na graduação

especificada por meio de mistura de diferentes frações granulométricas. Se o ligante a

ser misturado é um cimento asfáltico de petróleo, o agregado deve ser aquecido

previamente para remoção de umidade e sua temperatura elevada para que seja possível

o seu envolvimento pelo ligante asfáltico. Esses procedimentos são realizados em

instalações apropriadas conhecidas como usinas de asfalto, simplificação da designação,

visto que se trata de usinas para a produção de misturas asfálticas a quente. Caso o

ligante utilizado seja emulsão asfáltica, as usinas são para misturas a frio.

17.4.1 Tipos de Usinas de Asfalto para Misturas a Quente

O objetivo básico das usinas de asfalto é proporcionar de forma adequada a

mistura de frações de agregados, aquecer essa mistura e o ligante asfáltico, e misturar

Page 205: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

204

todos esses materiais, produzindo misturas asfálticas dentro de características

previamente especificadas. Uma usina de asfalto é um conjunto de equipamentos

mecânicos e eletrônicos interconectados de forma a produzir misturas asfálticas. Variam

em capacidade de produção e princípios de proporcionamento dos componentes,

podendo ser estacionárias ou móveis. Existem dois tipos básicos de usina de asfalto que

são: a usina de produção por batelada ou gravimétrica, que produz quantidades unitárias

de misturas asfálticas, e a usina de produção contínua ou drum-mixer, cuja produção é

contínua, como a própria designação classifica.

Page 206: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

205

18 Drenagem Rodoviária, Obras de Arte Corrente e Passagem de Fauna

18.1 Drenagem Rodoviária

O objetivo do estudo de drenagem rodoviária é orientar e permitir ao engenheiro

a utilização adequada dos dispositivos de drenagem, ao projetar, construir ou restaurar

rodovias. Fornecer o conhecimento indispensável para a escolha de medidas de

proteção à estrada contra a ação prejudicial das águas que a atingem, sob forma de

chuvas, infiltrações, torrentes ou acondiciona em lençóis freáticos ou artesianos.

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Principais Danos:

Não há dúvidas de que a água é a principal causa de insucessos dos pavimentos,

procura-se localizar as piores situações decorrentes da ação da água, o que leva a

considerar, em primeiro lugar que é o excesso de água no subleito é a principal causa da

deterioração dos pavimentos;

A água atinge a base e/ou sub-base de um pavimento (rodoviário, ferroviário,

pista de aeroporto, etc.) ocasionado uma redução em sua capacidade de suporte;

Quando a água livre preenche completamente as camadas, o tráfego, por meio

das rodas, produz impacto sobre a água, surgindo pressões pulsantes que causam

movimento, com erosão e ejeção de material ou mesmo o desprendimento de partes da

capa asfáltica, desintegração de solos estabilizados com cimento, enfraquecimento de

bases granulares pelo rearranjo das partículas finas das misturas dos agregados etc.;

A redução da proteção da camada superficial abre caminho para novas

infiltrações, o que agrava o problema, dando origem assim a um círculo vicioso;

Algumas considerações:

A perda de serventia nos pavimentos rígidos e flexíveis é muito maior quando as

estruturas contêm água livre;

Nesse caso, alterar o projeto reforçando ou robustecendo a estrutura do

pavimento, sem alterar o sistema de drenagem, não é solução;

Considerando todos os custos acumulados e homogeneizados ao longo da vida

útil do pavimento, aquele bem drenado será sempre o mais econômico;

Para o projeto de drenagem deve-se levar em conta a percolação de água,

estimando-se assim, com mais precisão, a vazão de saída;

A água deve ser objeto de duas atitudes quando se pretende proteger um

pavimento de seus efeitos danosos: desviar as águas que possam causar danos e remover

rapidamente as águas que penetram no pavimento;

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207

18.1.1 Projeto de Drenagem

Evita o acúmulo e a retenção da água na rodovia e suas cercanias através de:

Previsão da intensidade e frequência das chuvas, visando o escoamento

superficial;

Remoção dos excessos de água prejudiciais do subsolo;

Proporcionar a disposição mais eficiente das instalações de drenagem, de

acordo com o custo, importância da rodovia, economia na conservação e

normas em vigor.

Principais divisões da drenagem rodoviária

Drenagem superficial

A drenagem superficial de uma rodovia tem como objetivo interceptar e captar,

conduzindo ao deságue seguro, as águas provenientes de suas áreas adjacentes e aquelas

que se precipitam sobre o corpo estradal, resguardando sua segurança e estabilidade.

Para um sistema de drenagem superficial eficiente, utiliza-se uma série de

dispositivos com objetivos específicos, a saber:

Valetas de proteção de corte;

Valetas de proteção de aterro;

Sarjetas de corte;

Sarjetas de aterro;

Sarjeta de canteiro central;

Descidas d'água;

Saídas d'água;

Caixas coletoras;

Bueiros de greide;

Dissipadores de energia;

Corta-rios.

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208

Valetas de Proteção de Corte

As valetas de proteção de cortes têm como objetivo interceptar as águas que

escorrem pelo terreno natural a montante, impedindo-as de atingir o talude de corte.

As valetas de proteção serão construídas em todos os trechos em corte onde o

escoamento superficial proveniente dos terrenos adjacentes possa atingir o talude,

comprometendo a estabilidade do corpo estradal. Deverão ser localizadas

proximamente paralelas às cristas dos cortes, a uma distância entre 2,0 a 3,0 metros. O

material resultante da escavação deve ser colocado entre a valeta e a crista do corte e

apiloado manualmente, conforme indicado na figura.

As valetas de proteção de cortes podem ser trapezoidais, retangulares ou

triangulares como indicam as figuras abaixo.

Na escolha do tipo de seção deve-se observar que as seções triangulares criam

plano preferencial de escoamento d'água, por isso são pouco recomendadas para

grandes vazões. Por motivo de facilidade de execução, a seção a adotar nos cortes em

rocha deverá ser retangular.

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As valetas com forma trapezoidal são mais recomendáveis por apresentarem

maior eficiência hidráulica.

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Valetas de Proteção de Aterro

As valetas de proteção de aterros têm como objetivo interceptar as águas que

escoam pelo terreno a montante, impedindo-as de atingir o pé do talude de aterro. Além

disso, têm a finalidade de receber as águas das sarjetas e valetas de corte, conduzindo-as

com segurança ao dispositivo de transposição de talvegues.

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Sarjetas de Corte

A sarjeta de corte tem como objetivo captar as águas que se precipitam sobre a

plataforma e taludes de corte e conduzi-las, longitudinalmente à rodovia, até o ponto de

transição entre o corte e o aterro, de forma a permitir a saída lateral para o terreno

natural ou para a valeta de aterro, ou então, para a caixa coletora de um bueiro de

greide.

As sarjetas devem localizar-se em todos os cortes, sendo construídas à margem

dos acostamentos, terminando em pontos de saída convenientes (pontos de passagem de

corte para aterro ou caixas coletoras).

Sarjeta trapezoidal

Quando a sarjeta triangular de máximas dimensões permitidas for insuficiente

para atender à descarga de projeto, deve-se adotar a sarjeta de seção trapezoidal.

Conforme indicado na figura, a sarjeta é dotada de uma barreira tipo meio-fio,

com a finalidade de proteger os veículos desgovernados que tendam a cair na mesma.

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Quando a seção triangular não atender à vazão para a descarga de projeto, ou em

caso de cortes em rocha pela facilidade de execução, pode-se optar pela sarjeta

retangular.

Usa-se nesse caso também o meio fio de proteção com a mesma finalidade já

citada, conforme indicado na figura abaixo.

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Sarjetas de Aterro

A sarjeta de aterro tem como objetivo captar as águas precipitadas sobre a

plataforma, de modo a impedir que provoquem erosões na borda do acostamento e/ou

no talude do aterro, conduzindo-as ao local de deságue seguro. A indicação da sarjeta

de aterro deve fundamentar-se nas seguintes situações:

trechos onde a velocidade das águas provenientes da pista provoque

erosão na borda da plataforma;

trechos onde, em conjunto com a terraplenagem, for mais econômica a

utilização da sarjeta, aumentando com isso a altura necessária para o

primeiro escalonamento de aterro;

interseções, para coletar e conduzir as águas provenientes dos ramos,

ilhas, etc.

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Valeta do Canteiro Central

Quando uma rodovia for projetada em pista dupla, isto é, onde as pistas são

separadas por um canteiro central côncavo, torna-se necessário drená-lo

superficialmente através de um dispositivo chamado de valeta do canteiro central.

Esta valeta tem como objetivo captar as águas provenientes das pistas e do

próprio canteiro central e conduzi-las longitudinalmente até serem captadas por caixas

coletoras de bueiros de greide.

Valetas do canteiro central sem revestimento devem ser evitadas, a não ser em

casos de canteiros muito largos e planos.

Descidas d’água

As descidas d’água têm como objetivo conduzir as águas captadas por outros

dispositivos de drenagem, pelos taludes de corte e aterro, conforme apresentado na

figura abaixo.

Tratando-se de cortes, as descidas d'água têm como objetivo principal conduzir

as águas das valetas quando atingem seu comprimento crítico, ou de pequenos

talvegues, desaguando numa caixa coletora ou na sarjeta de corte.

No aterro, as descidas d'água conduzem as águas provenientes das sarjetas de

aterro quando é atingido seu comprimento crítico, e, nos pontos baixos, através das

saídas d'água, desaguando no terreno natural.

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Caixas Coletoras

As caixas coletoras têm como objetivos principais:

coletar as águas provenientes das sarjetas e que se destinam aos bueiros

de greide;

coletar as águas provenientes de áreas situadas a montante de bueiros de

transposição de talvegues, permitindo sua construção abaixo do terreno

natural;

coletar as águas provenientes das descidas d'água de cortes, conduzindo-

as ao dispositivo de deságue seguro;

permitir a inspeção dos condutos que por elas passam, com o objetivo de

verificação de sua funcionalidade e eficiência;

possibilitar mudanças de dimensão de bueiros, de sua declividade e

direção, ou ainda quando a um mesmo local concorre mais de um bueiro.

As caixas coletoras, quanto à sua função, podem ser: caixas coletoras, caixas de

inspeção ou caixas de passagem e, quanto ao fechamento, podem ser com tampa ou

abertas.

As caixas coletoras localizam-se:

nas extremidades dos comprimentos críticos das sarjetas de corte,

conduzindo as águas para o bueiro de greide ou coletor longitudinal, que

as levará para o deságue apropriado.

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217

nos pontos de passagem de cortes para aterros, coletando as águas das

sarjetas de modo a conduzi-las para o bueiro, nos casos em que as águas

ao atingir o terreno natural possam provocar erosões;

nas extremidades das descidas d'água de corte, quando se torna

necessária a condução das águas desses dispositivos para fora do corte

sem a utilização das sarjetas;

no terreno natural, junto ao pé do aterro, quando se deseja construir um

bueiro de transposição de talvegues abaixo da cota do terreno, sendo,

portanto, inaplicável a boca convencional;

nos canteiros centrais das rodovias com pista dupla;

em qualquer lugar onde se torne necessário captar as águas superficiais,

transferindo-as para bueiros.

As caixas de passagem localizam-se:

onde houver necessidade de mudanças de dimensão, declividade, direção

ou cotas de instalação de um bueiro;

nos lugares para os quais concorra mais de um bueiro.

As caixas de inspeção localizam-se nos locais destinados a vistoriar os condutos

construídos tendo em vista verificar sua eficiência hidráulica e seu estado de

conservação e nos trechos com drenos profundos com o objetivo de vistoriar seu

funcionamento.

Bueiros de Greide

Os bueiros de greide são dispositivos destinados a conduzir para locais de

deságue seguro as águas captadas pelas caixas coletoras.

Localizam-se nos seguintes pontos:

nas extremidades dos comprimentos críticos das sarjetas de corte em

seção mista ou quando, em seção de corte for possível o lançamento da

água coletada através de janela de corte. Nas seções em corte, quando

não for possível o aumento da capacidade da sarjeta ou a utilização de

Page 219: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

218

abertura de janela no corte a jusante, projeta-se um bueiro de greide

longitudinalmente à pista até o ponto de passagem de corte-aterro.

nos pés das descidas d'água dos cortes, recebendo as águas das valetas de

proteção de corte e/ou valetas de banquetas, captadas através de caixas

coletoras.

nos pontos de passagem de corte-aterro, evitando-se que as águas

provenientes das sarjetas de corte deságuem no terreno natural com

possibilidade de erodi-lo.

nas rodovias de pista dupla, conduzindo ao deságue as águas coletadas

dos dispositivos de drenagem do canteiro central.

As caixas coletoras poderão ser construídas de um lado da pista, dos dois lados da

pista e ainda no canteiro central. As caixas coletoras que atendem aos bueiros de greide,

por estarem posicionadas próximo às pistas, são geralmente dotadas de tampa em forma

de grelha.

O corpo do bueiro de greide é constituído em geral de tubos de concreto armado ou

metálicos, obedecendo às mesmas considerações formuladas para os bueiros de

transposição de talvegues.

A boca será construída à jusante, ao nível do terreno ou no talude de aterro, sendo

neste caso necessário construir uma descida d'água geralmente dotada de bacia de

amortecimento.

Page 220: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

219

Dissipadores de Energia

Dissipadores de energia, como o nome indica, são dispositivos destinados a

dissipar energia do fluxo d´água, reduzindo consequentemente sua velocidade, quer no

escoamento através do dispositivo de drenagem, quer no deságue para o terreno natural.

Os dissipadores de energia classificam-se em dois grupos:

Dissipadores localizados

Dissipadores contínuos

É recomendável a utilização de dissipador tipo "rip-rap" na saída das bacias de

amortecimento, saída de bueiros, e na saída de outros dispositivos cuja velocidade da

Page 221: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

220

água não comprometa seriamente o terreno natural, justificando neste caso o projeto

completo de uma bacia de amortecimento.

A extensão do “rip-rap” deve ser adequada para a velocidade e volume d’água

que sai do dissipador e as condições do leito a jusante. Deve ser construído com as

pedras dispostas em desordem, as quais devem possuir formas irregulares, afim de que

permaneçam estáveis.

Entrando no gráfico com a velocidade de saída da água do dispositivo a

montante e com a inclinação longitudinal do terreno de jusante, determina-se o diâmetro

esférico equivalente da pedra, em metros.

Corta-rios

Os corta-rios são canais de desvio abertos com a finalidade de:

evitar que um curso d'água existente interfira com a diretriz da rodovia,

obrigando a construção de sucessivas obras de transposição de talvegues.

afastar as águas que ao serpentear em torno da diretriz da estrada,

coloquem em risco a estabilidade dos aterros.

melhorar a diretriz da rodovia.

Page 222: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

221

Drenagem do Pavimento

O objetivo dessa técnica é defender o pavimento das águas que possam danificá-

lo. Essas águas, de um modo geral, são de duas procedências: infiltrações diretas das

precipitações pluviométricas e provenientes de lençóis d'água subterrâneos.

Os dispositivos usados são a base drenante e os drenos rasos longitudinais, não

obstante sejam recomendados, no caso de índices pluviométricos inferiores aos citados,

os drenos transversais e os drenos laterais de base.

Camada drenante - é uma camada de material granular, com granulometria

apropriada colocada logo abaixo do revestimento, seja ele asfáltico ou de concreto de

cimento, com a finalidade de drenar as águas infiltradas para fora da pista de rolamento.

Drenos rasos longitudinais - são drenos que recebem as águas drenadas pela

camada drenante, aliviadas pelos drenos laterais e transversais que recebem as águas por

ele transportadas, quando atingida sua capacidade de vazão, conduzindo-as para fora da

faixa estradal.

Drenos laterais de base - são drenos que tem a função de recolher as águas que

se infiltram na camada de base, sendo usualmente utilizados nas situações em que o

material da base dos acostamentos apresenta baixa permeabilidade, encaminhando-as

para fora da plataforma.

Drenos transversais - são os drenos posicionados transversalmente à pista de

rolamento em toda a largura da plataforma, sendo, usualmente, indicada sua localização

nos pontos baixos das curvas côncavas, ou em outros locais onde se necessitar drenar as

bases permeáveis.

Page 223: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

222

Drenos Rasos Longitudinais

A função dos drenos rasos longitudinais, como foi dito anteriormente, é receber

as águas drenadas pela base drenante, conduzindo-as longitudinalmente até o local de

deságue.

Deverão ser construídos quando:

não é técnica e economicamente aconselhável a extensão da camada

drenante a toda largura da plataforma;

não é possível, ou aconselhável, interconectar a camada drenante com

drenos longitudinais profundos que se façam necessários ao projeto.

Os drenos longitudinais são localizados abaixo da face superior da camada

drenante e de modo que possam receber todas as suas águas.

Os materiais usados terão, no mínimo, a mesma condutividade hidráulica da

camada drenante.

Drenos Laterais de Base

São drenos que tem a mesma função dos drenos rasos longitudinais, qual seja a

de recolher a água drenada pela camada drenante, porém explorando mais a sua

capacidade de escoamento.

As águas drenadas passam a correr junto à base dos acostamentos até esgotar a

capacidade da camada drenante quando serão captadas pelos drenos laterais de base que

as conduzirão a lugar de deságue seguro, atravessando os acostamentos.

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223

Drenos Transversais

São drenos destinados a drenar as águas que atravessam as camadas do

pavimento, ou suas interfaces, longitudinalmente.

Os drenos transversais do pavimento são indicados nos seguintes locais:

em pontos baixos das curvas verticais côncavas;

nos locais em que se deseje drenar águas acumuladas nas bases

permeáveis, não drenadas por outros dispositivos (caso das restaurações).

Drenagem Subterrânea ou Profunda

No que interessa à drenagem das estradas, a água das chuvas, tem dois destinos:

parte escorre sobre a superfície dos solos e parte se infiltra, podendo formar lençóis

subterrâneos.

É claro que estas situações não são únicas e distintas, havendo variação das

condições em função das graduações que tornam os solos mais ou menos permeáveis ou

impermeáveis, criando condições próprias para cada região, influenciadas pelo tipo de

solo, topografia e clima.

No presente estudo, indicam-se os recursos selecionados ao longo dos anos para

resolver os problemas causados pela água de infiltração, por meio dos seguintes

dispositivos:

drenos profundos;

drenos espinha de peixe;

colchão drenante;

drenos horizontais profundos;

valetões laterais;

drenos verticais de areia.

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224

Drenos Profundos

Os drenos profundos têm por objetivo principal interceptar o fluxo da água

subterrânea através do rebaixamento do lençol freático, impedindo-o de atingir o

subleito.

Os drenos profundos são instalados, preferencialmente, em profundidades da

ordem de 1,50 a 2,00m, tendo por finalidade captar e aliviar o lençol freático e,

consequentemente, proteger o corpo estradal.

Devem ser instalados nos trechos em corte, nos terrenos planos que apresentem

lençol freático próximo do subleito, bem como nas áreas eventualmente saturadas

próximas ao pé dos taludes.

Drenos em Espinhas de Peixe

São drenos destinados à drenagem de grandes áreas, pavimentadas ou não,

normalmente usados em série, em sentido oblíquo em relação ao eixo longitudinal da

rodovia ou área a drenar.

Geralmente são de pequena profundidade e, por este motivo, sem tubos, embora

possam eventualmente ser usados com tubos.

Podem ser exigidos em cortes, quando os drenos longitudinais forem

insuficientes para a drenagem da área.

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225

Podem ser projetados em terrenos que receberão aterros e nos quais o lençol

freático estiver próximo da superfície. Podem também ser necessários nos aterros

quando o solo natural for impermeável.

18.2 Tipos de Bueiros

Para simplificar a representação dos bueiros em planta e perfil, padronizou-se a

terminologia:

BSTC - Bueiro Simples Tubular de Concreto

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BDTC - Bueiro Duplo Tubular de Concreto

BTTC - Bueiro Triplo Tubular de Concreto

BSCC - Bueiro Simples Celular de Concreto

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227

BDCC - Bueiro Duplo Celular de Concreto

BTCC - Bueiro Triplo Celular de Concreto

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228

Existem, ainda, nas rodovias brasileiras bueiros metálicos com a seguinte

nomenclatura:

BSTM – Bueiro Simples Tubular Metálico;

BDTM – Bueiro Duplo Tubular Metálico;

BSTM – Bueiro Triplo Tubular Metálico;

Essas OAC estão comumente sendo substituídas por bueiros de concreto,

devido ao seu potencial poluidor de liberação de óxidos metálicos no ambiente.

19 OBRAS DE ARTE ESPECIAL

19.1 Pontes e Viadutos

Denomina-se ponte a obra a permitir a transposição de obstáculos à continuidade

de uma via de comunicação qualquer. Os obstáculos podem ser: rios, braços de mar,

vales profundos, outras vias, etc.

Propriamente, denomina-se ponte quando o obstáculo transposto é um rio.

Denomina-se viaduto quando o obstáculo transposto é um vale ou outra via.

Quando temos um curso d’água de grandes dimensões, a ponte necessita de uma

parte extensa antes de atravessar o curso d’água. Esta parte em seco é denominada de

viaduto de acesso.

Infraestrutura é a parte da ponte constituída por elementos que se destinam a

apoiar no terreno (rocha ou solo) os esforços transmitidos da superestrutura para a

meso-estrutura.

A infraestrutura é constituída por blocos de estacas, sapatas, tubulões, etc.

Meso-estrutura é a parte da ponte constituída pelos pilares. É o elemento que

recebe os esforços da superestrutura e os transmite à infraestrutura.

A superestrutura é constituída de vigas e lajes. É o elemento de suporte do

estrado por onde se trafega, sendo assim, a parte útil da obra.

Page 230: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

229

19.1.1 Requisitos Principais de uma Ponte

1- Funcionalidade

Quanto à funcionalidade, deverá a ponte satisfazer de forma perfeita as

exigências de tráfego, vazão, etc.;

2- Segurança

Quanto à segurança, a ponte deve ter seus materiais constituintes solicitados por

esforços que neles provoquem tensões menores que as admissíveis ou que possam

provocar rupturas;

3- Estética

Quanto à estética, a ponte deve apresentar aspecto agradável e se harmonizar

com o ambiente em que se situa;

4- Economia

Quanto à economia, deve-se fazer sempre um estudo comparativo de várias

soluções, escolhendo-se a mais econômica, desde que atendidos os itens 1, 2, 3,4 e 5.

5- Durabilidade

Quanto à durabilidade, a ponte deve atender as exigências de uso durante um

certo período previsto.

Page 231: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

230

19.1.2 Classificação das Pontes

1) Segundo a extensão do vão (total)

Vão até 2 metros - Bueiros

Vão de 2 m a 10 m - Pontilhões

Vão maior do que 10 m - Pontes

2) Segundo a Durabilidade

Pontes permanentes são aquelas construídas em caráter definitivo, sendo que sua

durabilidade deverá atender até que forem alteradas as condições da estrada.

Pontes provisórias são as construídas para uma duração limitada, geralmente até

que se construa a obra definitiva, prestam-se quase sempre a servir como desvio de

tráfego.

Pontes desmontáveis são construídas para uma duração limitada, sendo que

diferem das provisórias por serem reaproveitáveis.

3) Segundo a natureza do tráfego

Pontes rodoviárias

Pontes para pedestres (passarelas)

Pontes aqueduto

Pontes mistas

Pontes ferroviárias

Pontes canal

Pontes aeroviárias

Page 232: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

231

4) Segundo o desenvolvimento planimétrico

Ao considerarmos a projeção do eixo da ponte em um plano horizontal (planta),

podemos ter:

a) Pontes retas – ortogonais, esconsas

b) Pontes curvas

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232

5) Segundo o desenvolvimento altimétrico

Ao considerarmos a projeção do eixo da ponte num plano vertical (elevação),

podemos ter:

a) Pontes horizontais ou em nível

b) Pontes em rampa, retilíneas ou curvilíneas

Page 234: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

233

6) Segundo o sistema estrutural da superestrutura:

em vigas

em pórticos

em arco

pênseis

pontes atirantadas

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234

7) Segundo o material da superestrutura

Pontes de madeira

Pontes de alvenaria (pedras e tijolos)

Pontes de concreto armado

Pontes de concreto protendido

Pontes de aço

8) Segundo a posição do tabuleiro

a) Tabuleiro superior

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235

b) Tabuleiro intermediário

c) Tabuleiro inferior

9) Segundo a mobilidade dos tramos

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236

Page 238: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

237

10) Segundo o tipo estático da superestrutura

Isostáticas

Hiperestáticas

11) Segundo do tipo construtivo da superestrutura

a) “In loco”

A superestrutura é executada no próprio local da ponte, na posição definitiva,

sobre o escoramento apropriado (cimbramento, treliça, etc.), apoiando-se diretamente

nos pilares.

b) “Pré-moldada”

Os elementos da superestrutura são executados fora do local definitivo (na

própria obra, em canteiro apropriado ou em usina distante) e, a seguir, transportados e

colocados sem os pilares. Este processo construtivo é muito usual em pontes de

concreto protendido, principalmente quando houver muita repetição de vigas principais.

A pré-moldagem da superestrutura, em geral, não é completa (são pré-moldados apenas

os elementos do sistema principal, vigas principais), o restante da superestrutura deve

ser executado “in loco”.

c) “Em balaços sucessivos”

Neste caso, a ponte tem sua superestrutura executada progressivamente a partir

dos pilares já construídos. Cada parte nova da superestrutura apoiando-se em balanço

na parte já executada. A grande vantagem deste processo construtivo é a eliminação

total (quase sempre) dos escoramentos intermediários, isto é, eliminando-se os

cimbramentos, treliças, etc. Trata-se de uma execução “In loco”, porém, com

características especiais. O processo é empregado em superestruturas de concreto

protendido, embora a primeira parte deste tipo de ponte tenha sido executada em

concreto armado. A utilização em concreto protendido é indicada em grandes vãos, e

quando o cimbramento é muito dispendioso ou mesmo impossível de ser executado.

Page 239: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

238

d) “Em aduelas ou segmentos”

Este processo construtivo é semelhante ao dos balanços sucessivos, permitindo

eliminar o cimbramento, sendo também utilizado em obras de concreto protendido.

Difere, porém, do processo anterior, em que as partes sucessivamente colocadas em

balanço e apoiadas no trecho já construído são pré-moldadas.

Alguns exemplos de viadutos:

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239

20 PROJETOS

20.1 Projeto Básico

É o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão

adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços. Deve

ser elaborado com base nas indicações de estudos técnicos preliminares.

Tem como objetivo assegurar a viabilidade técnica e o adequado tratamento

do impacto ambiental do empreendimento.

Possibilita a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do

prazo de execução.

A legislação determina que o projeto básico, relativamente a obras, deve

conter os seguintes elementos:

Desenvolvimento da solução escolhida;

Soluções técnicas globais e localizadas;

Identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e

equipamentos a incorporar à obra;

Informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos

construtivos;

Subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra;

Orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em

quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados.

O projeto básico, além de ser peça imprescindível para execução de obra ou

prestação de serviços, é o documento que propicia à Administração conhecimento pleno

do objeto que se quer licitar, de forma detalhada, clara e precisa. Deve permitir ao

licitante as informações necessárias à boa elaboração de sua proposta, mediante regras

estabelecidas pela Administração, a que estará sujeito.

Em qualquer licitação de obras e serviços, se o projeto básico for falho ou

incompleto, a licitação estará viciada e a contratação não atenderá aos objetivos da

Administração.

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240

20.2 Projeto Executivo

Projeto executivo é o conjunto de elementos necessários e suficientes à

realização do empreendimento a ser executado, com o nível máximo de detalhamento

possível de todas as suas etapas.

Para realização do procedimento licitatório não há obrigatoriedade da

existência prévia de projeto executivo, uma vez que este poderá ser desenvolvido

concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que autorizado pela

Administração. No caso, a licitação deverá prever a elaboração do competente projeto

executivo por parte da contratada ou por preço previamente fixado pela Administração.

As soluções técnicas adotadas no projeto básico deverão estar suficientemente

detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de serem reformuladas durante as fases

de elaboração do projeto executivo.

O desenvolvimento das linhas do projeto geométrico deve obedecer,

também, às recomendações dos estudos geológicos e geotécnicos, procurando

minimizar os problemas construtivos. O projeto geométrico, nesta fase, deve ser

elaborado detalhadamente, de maneira a apresentar condição de ser locado na fase do

projeto executivo, devendo constar o seguinte:

Quadro de características técnicas e operacionais;

Projeto em planta, na escala de 1:2.000, contendo: composição das

curvas horizontais;

Projeto em perfil, nas escalas de 1:2.000 (H) e 1:200 (V), contendo:

composição das curvas verticais, rampas, pontes, viadutos e bueiros;

Seções transversais típicas da plataforma.

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241

Este projeto deve constituir-se de:

Projeto planialtimétrico, nas escalas de 1:2.000 (H) e 1:200 (V);

Determinação das seções transversais do projeto, nas escalas de 1:200

ou 1:100;

Detalhamento dos elementos especiais do projeto, tais como: retornos e

acessos em nível;

20.3 Projeto Planialtimétrico

Em planta

Eixo estaqueado de 20 m em 20 m, assinalando as estacas

correspondentes aos quilômetros inteiros, bem como as estacas

correspondentes às centenas de metros;

Indicar os rumos dos alinhamentos e as curvas numeradas, constando

seus elementos em tabelas laterais;

Os pontos de segurança da linha devem ser todos amarrados,

organizando-se, para eles, croquis laterais, o mesmo ocorrendo com as

RN (referências de nível), que devem ter suas localizações e cotas

assinaladas no projeto;

Representar as bordas da plataforma e as projeções dos off-sets

hachurados em convenções, diferenciando cortes e aterros;

No caso de existência de 3 ª faixa, esta deve ter sua indicação na

planta. Devem ser representadas as linhas de transmissão de

concessionárias no interior da faixa de domínio, com indicação da

procedência e número das posteações;

Representar as pontes, pontilhões com os nomes dos rios, acessos,

interseções, passarelas e instalações para operação de rodovias

existentes e a construir, com os nomes das localidades, indicando o

número do volume e folhas que contém os projetos específicos;

Page 243: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

242

Os bueiros devem ser indicados em convenções-tipo (linhas tracejadas),

com a extensão total no pé do aterro e sua esconsidade. Outros

dispositivos (valetas de proteção, corta-rios, caixas de empréstimo)

devem ser representados, indicando onde se encontram e seus detalhes

construtivos;

Indicar o zoneamento paisagístico, assinalando as áreas de repouso,

recreação, estacionamento e arborização, cujos detalhes devem ser

apresentados em capítulo próprio.

O mesmo tratamento deve ser dado aos postos de policiamento

rodoviário e às balanças;

A faixa de domínio deve ser representada em todas as pranchas,

indicando-se os limites e suas coordenadas, em relação ao eixo;

A altimetria da área compreendida pela faixa de domínio deve ser

mostrada por curvas de nível, as quais, nos terrenos planos ou pouco

ondulados, terão intervalos de 1 m ou menos, de modo a não deixar

espaço maior que 2,5 cm, sem visualização no desenho original, no

tamanho A1; nas regiões onduladas, fortemente onduladas e

montanhosas devem ser indicadas curvas de nível de 5 m a 5 m.

Page 244: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

243

Exemplo de Projeto Geométrico – Planimetria.

Exemplo de Projeto Geométrico – Locação.

Page 245: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

244

Em perfil

Indicar a linha de terreno e do projeto, representando este a superfície

do greide da pavimentação no eixo da plataforma;

As estacas devem ser numeradas para cada 1 m e indicadas as

porcentagens e comprimentos das rampas, o comprimento das

projeções horizontais das curvas de concordância vertical (Y), o

comprimento da flecha "e" das curvas verticais, quilômetros e cotas do

PIV, PCV e PTV de cada curva vertical. As obras-de-arte especiais e os

bueiros devem ser representados por convenções-tipo, indicando-se,

para estes últimos, o seu tipo e seção e os dispositivos de drenagem por

linhas em convenção. Deve ser representado o perfil geotécnico, com

a classificação dos solos;

No perfil devem ser, também, destacadas as extensões com soluções

particulares (divergindo da seção transversal-tipo), para alargamento de

cortes, escalonamento ou mudança de inclinação dos taludes.

20.3.1 Seções transversais típicas da plataforma

Devem ser levantadas e desenhadas as seções transversais tipo da

plataforma, faixa de domínio, pontes e túneis, nas diversas características previstas para

a rodovia, em tangente e em curva, mostrando o critério de distribuição da superlargura

e da superelevação ao longo das concordâncias das curvas horizontais.

Devem ser levantadas e desenhadas as seções transversais indicando o

terreno natural, a plataforma, as posições dos off-sets e taludes.

Page 246: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

245

Deve ser desenhada a marcação da faixa de domínio, assimetricamente em

relação ao eixo e em função da linha de off-sets, considerando eventual construção de

outras pistas.

Exemplo de Projeto Geométrico – Seção Transversal Tipo.

Exemplo de Projeto Geométrico – Altimetria.

Page 247: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

246

20.3.2 Detalhamento dos projetos especiais

São os constituídos por interseções, retornos e acessos, marcação de

eventuais alterações da seção transversal da rodovia, bem como a indicação da

localização das instalações para operação da rodovia.

20.4 Projeto de Terraplenagem

O Projeto de Terraplenagem tem por objetivo:

A determinação dos quantitativos de serviços de terraplenagem;

A determinação dos locais de empréstimos e bota-foras, a

caracterização precisa, em termos de todos os parâmetros geotécnicos

dos materiais a serem utilizados; e

A apresentação de quadros de distribuição e orientação do movimento

de terra.

Deve ser apresentado estudo preliminar de terraplenagem, com

detalhamento compatível com a precisão do trabalho nesta fase.

Este estudo deve avaliar, cuidadosamente, as alternativas que se apresentem

quanto à movimentação dos volumes de terraplenagem, de modo a ajustar, entre outras,

as necessidades de empréstimos e bota-foras com disponibilidade de áreas para tal,

levando ainda em conta os planos de urbanização e paisagismo existentes ou planejados,

para mútua compatibilização, além da proteção ao meio ambiente. Considerar, também,

a conveniência e possibilidade de deslocamentos longitudinais extensos de volumes de

terra, para fins de compensação.

Iniciar pesquisas para a determinação de possíveis locais de caixas de

empréstimos. Para tanto, identificar, com base em dados pré-existentes, as áreas

empregadas para obtenção de material de empréstimo para outras obras na região e

verificar, ainda, a conveniência da localização de cada uma em relação ao projeto em

foco, sob o duplo aspecto de distância e interferência com o tráfego urbano.

Page 248: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

247

Considerar, também, os solos moles, identificados e quantificados nos

estudos geotécnicos.

Tais estudos, adicionalmente, devem definir as soluções alternativas para

construção de aterros sobre solos moles. Em sequência, com base em análise técnico-

econômica, deve ser selecionada a solução mais adequada para cada caso.

Exemplo de Projeto de Pavimentação – Seção Transversal Tipo.

Page 249: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

248

Exemplo de Projeto de Pavimentação – Seção Transversal Tipo.

20.5 Projeto de Drenagem

O Projeto de Drenagem tem por objetivo:

- definir a concepção respectiva, possibilitando a escolha da melhor solução,

através da análise dos elementos básicos condicionantes.

- detalhar as soluções eleitas e relacionar os elementos necessários à construção

da obra.

Nesta fase, em relação às obras de drenagem, devem ser definidos: número,

natureza, localização provável, aspectos locais considerados, condições de acesso,

aproveitamento de materiais e mão-de-obra da região, com tipos, quantidades e

estimativa de custos.

Devem ser considerados os seguintes elementos básicos condicionantes do

projeto:

Page 250: 98353405 Manual de Supervisao Ambiental de Obras Rodoviarias

249

- Estudos hidrológicos, elaborados para o Projeto de Engenharia, necessários

para a determinação da descarga em cada ponto e indispensáveis para a fixação das

seções a adotar e as condições de escoamento.

- Os projetos geométricos, de terraplenagem e de pavimentação, da Fase de

Projeto Básico, elaborados para o Projeto de Engenharia, definem as obras de drenagem

a projetar, bem como os estudos complementares a realizar.

- Os estudos topográficos, elaborados em sua Fase de Projeto Básico para o

Projeto de Engenharia, devem ser complementados, a fim de definir a implantação das

obras de drenagem, utilizando medidas específicas para este fim.

- Os estudos geotécnicos, elaborados em sua fase de Projeto Básico para o

Projeto de Engenharia, devem ser complementados, a fim de definir e caracterizar

materiais e condições de fundação das obras a serem projetadas.

- No caso de rodovia já implantada, os dispositivos de drenagem existentes

devem ser cadastrados e vistoriados, verificando-se a suficiência de vazão e o estado de

conservação. Os dispositivos identificados como problemáticos devem ser objeto de

estudos específicos, com o objetivo de proceder ao reparo ou substituição daqueles que

se encontrem danificados.

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Exemplo de Projeto de Drenagem – Planta Geral.

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251

21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Salvador- BA. 2000.

RICARDO, Hélio de Souza e CATALANI, Guilherme. Manual Prático de

Escavação. 2000

BALBO, José Tadeu. Pavimentação Asfáltica: materiais, projeto e restauração.

2ºed. Oficina de Textos. 2009.

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ambientais. 2ª Ed. Rio de Janeiro. 2005. (IPR. 711).

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de Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto de

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lindeiras das rodovias federais. 2ª Ed. Rio de Janeiro. 2005. (IPR. 713).

BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Diretoria

de Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto de

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Ambientais Rodoviários. Rio de Janeiro. 2006. (IPR 729) .

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252

BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Diretoria

de Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto de

Pesquisas Rodoviárias. Manual para Atividades Ambientais Rodoviárias. Rio de

Janeiro. 2006 (IPR 730)

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SENÇO, Wlastermiler. Terraplenagem. Universidade de São Paulo. Escola

Politécnica. 1980.

Terraplenagem e Escavação de Rocha. 3ºed. Editora PINI. 2007.

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22 EQUIPE TÉCNICA

Breno Ferreira de Melo - Eng. Florestal

Fernando Luís Pohl Figueiredo – Eng. Agrônomo

Juliana Karina P. Silva - Bióloga

Paulo Rodrigues Alves de Barros - Eng. Ambiental

Willkerson Victor da Silva - Eng. Civil