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Meu nome é Doralice e vou

contar a você, nas páginas do

meu cordel, uma história de

amor, tristeza e valentia, que

se passou com uma mocinha

chamada Bertulina.

Esta mocinha se apaixonou por

um cabra cangaceiro, curtido

e sertanejo, que tinha olhos de

lonjuras e estrelas faiscantes

nos dentes do seu sorriso.

Em uma noite de lua cheia,

ele chegou chegado e roubou

o primeiro beijo da vida dela.

Seria paixão ou pura ousadia

do valentão?

Ilustrações JOANA LIRA

Posfácio Luiz Raul Machado sylv ia orthof

9 7 8 8 5 6 6 8 1 1 0 6 3

ISBN 978-85-66811-06-3

9540303000002

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sylv ia orthofIlustrações JOANA LIRA


sylv ia orthofIlustrações JOANA LIRA

1a. edição

São Paulo – 2018


Copyright © 2018 by herdeiros de Sylvia Orthof

Todos os direitos reservados àEMPRESA BRASILEIRA DE SISTEMAS DE ENSINO LTDA

Rua Manoel Dutra, 225 – 6o andarBela Vista – CEP 01328-010 – São Paulo – SP

Tel. (0-XX-11) 3598-6300

Editora assistente Camila Lacreta Saraiva Revisora Bruna Perrella Brito

SYLVIA ORTHOF nasceu no Rio de Janeiro em 1932. Estudou na Escola Educação pelo Teatro, em Paris, e trabalhou como atriz no Teatro Brasileiro de Comédia e na TV Record. Publicou mais de 120 títulos, entre eles peças e livros para crianças e jovens.

JOANA LIRA é artista gráfica pernambucana, formada em Design pela Universidade Federal de Pernambuco.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Orthof, SylviaCordel adolescente, ó xente! / Sylvia Orthof ;

ilustrações Joana Lira. — 1. ed. — São Paulo : BR Educação, 2018.

ISBN 978-85-66811-06-3 (aluno)

ISBN 978-85-66811-09-4 (professor)

1. Cordel – Literatura infantojuvenil I. Lira, Joana. II. Título.

18-16566 CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático:1. Literatura de cordel : Literatura infantil 028.5

2. Literatura de cordel : Literatura infantojuvenil 028.5

Iolanda Rodrigues Biode – Bibliotecária – CRB-8/10014


Convite à leitura

Olá, leitor.

Você já leu uma história contada em forma

de cordel? Esta aqui é contada por Doralice,

uma menina de 13 anos e muito boa de rima.

Nas páginas deste poema em cordel, ela narra

uma história de amor, tristeza e valentia, na

qual a personagem principal é Bertulina, uma

mocinha que se apaixona por um cangaceiro.

Para entrar no clima, leia os versos das pró-

ximas páginas como se eles estivessem sendo

contados e cantados para você por uma voz

melodiosa e feminina.

Conheça mais informações sobre a autora

e sua obra no posfácio de Luiz Raul Machado.


8

Sou mocinha nordestina,

meu nome é Doralice,

tenho treze anos de idade,

conto e reconto o que disse,

pois me chamo Doralice,

sou quem vende meu cordel

nas feiras lindas do longe

onde a poesia se esconde

nas sombras do meu chapéu!

Eu falo tudo rimado

no adoçado da palavra

do Nordeste feiticeiro;

no meu jeito brasileiro,

aqui vim dizer e digo

que escrevo muito livro

que penduro num cordel,

todo fato acontecido

eu coloco no papel!


10

Vim pra feira, noutro dia,

armei a minha poesia

num cordel de horizonte.

Quem passasse no defronte

daquilo que eu vendia,

parava e me escutava,

pois sou mocinha falante,

declamava o que escrevia!

Contei de uma garota

que amava um cangaceiro,

era um tal cabra da peste,

um valentão do Nordeste

que montava a ventania,

trazia susto e coragem

por cada canto que ia!

Virge Maria!

O nome da tal mocinha?

Não digo... é um segredo,

escrevo o que não devo,

invento, pois tenho medo

de contar que a tal menina

era... toda fantasia!


12

Era a moça que esconde

a tristeza na alegria,

morava no perto-longe

daquilo que nunca digo,

o seu nome era antigo,

era... talvez... Bertulina...

Quem sabe da tal menina?

Um dia de azul e noite,

pernoite de cavalgada,

na sombra, muito assustada,

Bertulina viu o moço

que, ao longe, galopava.

Ai, xente!

Um luar se balançava

num cordel adolescente!

O vento corria tanto,

espanto: não alcançava

a ligeireza perfeita

que o galope desenhava!


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