90874139-download

154
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 1 MÓDULO DE: ADMINISTRAÇÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA AUTORIA: Edmar Lyrio Temporim Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

Upload: gilcilene-santos

Post on 12-Aug-2015

27 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

1

MÓDULO DE:

ADMINISTRAÇÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA

AUTORIA:

Edmar Lyrio Temporim

Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

Page 2: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

2

Módulo de: Administração Contábil e Financeira

Autoria: Edmar Lyrio Temporim

Primeira edição: 2008

CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS

Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes

e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando

tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos.

Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente na aplicação didática, beneficiando e

divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização

e direitos autorais.

E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas

de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial.

Todos os direitos desta edição reservados à

ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA

http://www.esab.edu.br

Av. Santa Leopoldina, nº 840/07

Bairro Itaparica – Vila Velha, ES

CEP: 29102-040

Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

Page 3: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

3

Apresentação

Este módulo tem como linha lógica o desenvolvimento de temas que possam apresentar as

principais ferramentas de administração financeira, num contexto de uma empresa moderna.

A utilização de pressupostos contábeis visa facilitar o entendimento do aluno, de forma que

ele conheça os principais demonstrativos contábeis e suas utilidades enquanto mecanismos

de formação e informação de dados. Cumpre identificar como esses instrumentos de

“finanças” estruturam o pensamento do gestor financeiro, tanto na necessidade de informar

ao sócio/investidor, quanto na gestão do empreendimento que ele possa produzir no

ambiente profissional que escolher.

Objetivo

Introduzir o estudo da administração contábil e financeira enquanto processo de

aprendizagem sobre a produção de dados contábeis, a natureza financeira desses dados, e

sua utilidade enquanto elemento que denuncia as necessidades, os conflitos financeiros e as

possíveis correções recomendáveis a uma empresa.

Ementa

São elementos técnicos de caráter acadêmico, que se servem dos conceitos básicos de

contabilidade; dos instrumentos que diagnosticam momentos dinâmicos e estáticos da

informação contábil, sempre sob a ótica da gestão financeira empresarial.

Page 4: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

4

Sobre o Autor

Sou Edmar Lyrio Temporim

Graduado em Ciências Econômicas;

Pós graduado em Administração Bancária, com ênfase em Gestão Financeira;

MBA em Finanças Corporativas - Executivo em Finanças - pelo IBMEC (Instituto Brasileiro de

Mercado de Capitais).

Page 5: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

5

SUMÁRIO

UNIDADE 1 ........................................................................................................ 8

Uma visão geral ............................................................................................... 8

UNIDADE 2 ...................................................................................................... 10

Precedentes Históricos Europeus .................................................................. 10

UNIDADE 3 ...................................................................................................... 13

SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS ................................................ 13

AGO .............................................................................................................. 15

UNIDADE 4 ...................................................................................................... 17

O MÉTODO CONTÁBIL E O INTERESSE PELA INFORMAÇÃO ................. 17

UNIDADE 5 ...................................................................................................... 20

AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ....................................................... 20

UNIDADE 6 ...................................................................................................... 23

OBRIGATORIEDADE NAS Demonstrações Contábeis ................................. 23

UNIDADE 7 ...................................................................................................... 25

Uma visão pontual sobre a nova Lei .............................................................. 25

UNIDADE 8 ...................................................................................................... 28

Aplicação Formal da Lei nº 11.638, de 2007 ................................................. 28

UNIDADE 9 ...................................................................................................... 35

ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL ............................................... 35

UNIDADE 10 .................................................................................................... 44

Equação Patrimonial e suas variações .......................................................... 44

UNIDADE 11 .................................................................................................... 47

Balanço Social: Características e Formalidades ............................................ 47

UNIDADE 12 .................................................................................................... 51

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados .................................... 51

Page 6: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

6

UNIDADE 13 .................................................................................................... 57

VARIAÇÕES DO PATRMÔNIO LÍQUIDO ..................................................... 57

UNIDADE 14 .................................................................................................... 60

APURAÇÃO DO RESULTADO ..................................................................... 60

UNIDADE 15 .................................................................................................... 65

Demonstração do resultado do exercício ....................................................... 65

UNIDADE 16 .................................................................................................... 76

Demonstração dos Fluxos de Caixa .............................................................. 76

UNIDADE 17 .................................................................................................... 83

DEMONSTRAÇÕES DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS ...... 83

UNIDADE 18 .................................................................................................... 87

ANÁLISE FINANCEIRA ................................................................................. 87

UNIDADE 19 .................................................................................................... 90

Estrutura do balanço para análise ................................................................. 90

UNIDADE 20 .................................................................................................... 95

Análise da situação patrimonial ..................................................................... 95

UNIDADE 21 .................................................................................................... 98

ANÁLISE DE LIQUIDEZ ................................................................................ 98

UNIDADE 22 .................................................................................................. 102

Procedência e Aplicação de Capitais ........................................................... 102

UNIDADE 23 .................................................................................................. 107

Rentabilidade ............................................................................................... 107

UNIDADE 24 .................................................................................................. 110

Rotação e Renovação de Estoques ............................................................. 110

UNIDADE 25 .................................................................................................. 112

Rotação e Renovação de Recebimentos e Pagamentos ............................. 112

UNIDADE 26 .................................................................................................. 116

ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO ................................................. 116

Page 7: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

7

UNIDADE 27 .................................................................................................. 123

PONTO DE EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM FINANCEIRA ....................... 123

UNIDADE 28 .................................................................................................. 130

PLANILHAS DE CÁLCULO ......................................................................... 130

UNIDADE 29 .................................................................................................. 137

AVALIAÇÃO DE PROJETOS ...................................................................... 137

UNIDADE 30 .................................................................................................. 145

A REGRA DO PERÍODO PAYBACK ........................................................... 145

GLOSSÁRIO .................................................................................................. 150

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 154

Page 8: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

8

UNIDADE 1

Objetivo: Introduzir o módulo e o estudo da Administração Contábil e Financeira

Uma visão geral

No desenvolvimento dos negócios de qualquer empresa, seus administradores financeiros

precisam obter respostas para três perguntas fundamentais:

Primeiramente, que investimentos devem ser feitos pela empresa?

Essa é uma decisão que envolve orçamento/planejamento sobre estratégia de atuação. Em

segundo lugar, como se devem levantar recursos para financiar os investimentos exigidos?

Dizemos que essa é uma decisão de financiamento. Em terceiro lugar, que investimentos de

curto prazo a empresa deve fazer, e como devem ser financiados/gerenciados?

Propositadamente, nosso estudo fará movimentos mais objetivos na direção das finanças de

curto prazo, procurando sustentar análises que possam contribuir para a gestão financeira

mais imediata de uma empresa.

Vamos caminhar pelos conceitos de um sistema de informações contábeis, o método

contábil, o universo que manifesta interesse pela informação contábil, culminando nas

demonstrações financeiras, inclusive aquelas que são obrigadas pela Lei 6.404/76, trazidas a

efeito através da Lei 11.638/07.

A segunda parte do nosso curso talvez esteja mais afeta ao seu título. A análise financeira

impõe uma dinâmica própria, permitindo ao gestor financeiro conhecer situações de liquidez,

seja ela econômica ou financeira, de forma a evidenciar momentos do ciclo operacional e

financeiro da empresa.

Como um médico que antecipa um diagnóstico preventivo sobre seu paciente, ao gestor é

permitido imprimir correções que sustentem o fluxo de caixa necessário ao cumprimento de

Page 9: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

9

obrigações urgentes, ou apontar mudanças estratégicas que recomendem ou não a decisão

sobre novos investimentos.

Na terceira parte, procuramos enfatizar com alguma especificidade instrumentos modernos

de gestão financeira como a avaliação de projetos e a regra do período payback, os quais,

apesar de abordados em suas fases iniciais, cumprem informar sobre a importância desses

instrumentos no mundo financeiro atual.

A Administração Contábil e Financeira é o termômetro que procura assegurar o crescimento

e a continuidade de um empreendimento. Ela agrega valor ao conjugar capacidade técnica,

financeira e administrativa, sempre interagindo informações e controles, como instrumentos

vitais para quem pretende produzir, vender e receber com sucesso.

O ensino à distância tem como mérito estimular a disciplina do aluno, dando-lhe a liberdade

de administrar seu tempo de estudo, segundo suas próprias necessidades.

Por exemplo, se seu rendimento é melhor imprimindo o conteúdo, faça-o, em nome das

facilidades que irá subtrair dessa decisão.

Portanto, a partir dos recursos disponíveis, organize um “padrão bom” de aprendizagem e

planeje utilizá-lo com o melhor grau de aproveitamento.

Contabilidade Introdutória Equipe de Professores da FEA/USP, Ed. Atlas.

Page 10: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

10

UNIDADE 2

Objetivos: Apresentar uma breve revisão da evolução histórica Contabilidade, com foco apenas nas tendências e formas evolutivas. Toda e qualquer citação busca, exclusivamente, ilustrar a forma evolutiva da Contabilidade e a síntese histórica será feita com base em avaliação crítica.

Precedentes Históricos Europeus

Após o surgimento inicial do método contábil, na Itália, provavelmente no século XVIII ou

XIV, de sua divulgação no século XV (obra de Frà Luca Pacioli), da disseminação da “escola

italiana” por toda a Europa, surge no século XIX um período que muitos denominaram de

científico, e outros preferem chamar de “romântico”.

É neste período que, talvez pela primeira vez, a teoria avança com relação às necessidades

e às reais complexidades das sociedades. Esta fase também teve seus expoentes máximos

na Itália, que denominou o cenário contábil provavelmente até os primeiros vinte e cinco

anos do século XX.

No fim do período denominado romântico ou em seus limites, surgem os vultos, entre outros,

de Fábio Besta, Giuseppe Cerboni, e, no fim do século XIX e inícios do século XX, Gino

Zappa e outros; mais recentemente, Aldo Amaduzzi, TeodoroD‘Ippolito e muitos outros.

A explosão Norte-Americana (escola anglo-saxônica)

O surgimento das gigantescas corporations, principalmente em inícios do século, aliado ao

formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de

desenvolvimento que aquele país experimentou e ainda experimenta, constitui um campo

fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis norte-americanas.

Não podemos esquecer-nos, também, de que os Estado Unidos herdaram da Inglaterra uma

excelente tradição no campo da auditoria, criando, lá sólidas raízes.

Page 11: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

11

A evolução da Contabilidade nos Estados Unidos apóia-se, portando, em um sólido

embasamento. A saber:

• O grande avanço e o refinamento das instituições econômicas e sociais;

• O investidor médio é um homem que deseja estar permanentemente bem informado,

colocando pressões não percebidas no curtíssimo prazo, mas frutíferas no médio e

longo prazos, sobre os elaboradores de demonstrativos financeiros, no sentido de que

possam evidenciar tendências.

• O governo, as universidades e os institutos de contadores empregam grandes

quantias para pesquisas sobre princípios contábeis;

• O Instituto dos Contadores Públicos Americanos é um órgão atuante em matéria de

pesquisa contábil, ao contrário do que ocorre em outros países;

• Mais recentemente, a criação da Financial Accounting Standards Board (FASB) e, há

muitos anos, da SEC (a CVM deles), têm propiciado grandes avanços na pesquisa

sobre procedimento contábeis.

O avanço Brasileiro

Apesar de alguns vestígios de uma escola verdadeiramente brasileira, a Contabilidade no

Brasil evolui sob a influência da escola Italiana, até que algumas empresas de auditoria de

origem anglo-americana, certos cursos de treinamento em Contabilidade e Finanças,

oferecidos por grandes empresas, tais como o excelente BTC da General Eletric, e a

Faculdade de Economia e Administração da USP, em seu curso básico de Contabilidade

Geral, acabassem exercendo forte influência e revertendo a tendência.

Por outro lado, a legislação comercial, que até a Lei das Sociedades por Ações era

inspiração européia (com traços marcantes brasileiros na classificação dos balanços das

S.A.), passa adotar uma filosofia nitidamente norte-americana, a partir, principalmente, da

Resolução nº. 220 e da Circular nº. 179 do Banco Central.

Page 12: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

12

A influência das empresas de auditoria anglo-americanas

Talvez essa tenha sido a mais antiga influência no sentido da “americanização” do

entendimento das normas e dos procedimentos de Contabilidade.

Obviamente, pelo menos de início, estas firmas levaram uma grande vantagem, em termos

de auditoria, sobre as congêneres puramente nacionais, em virtude da sólida tradição e

estrutura preexistentes, dos procedimentos e dos manuais adotados (poucas ou nenhuma

firma de auditoria nacional possuía) e a mentalidade existente.

Aos poucos foram associando-se a firmas nacionais preexistentes, com exceção notável da

Arthur Andersen & Co, que permaneceu nitidamente com as mesmas características

originais.

Perspectivas profissionais: Para o especialista em finanças, as perspectivas são excelentes.

Na verdade, ainda estamos no limiar de uma era em que será reconhecida toda a

importância da função contábil/financeira dentro das entidades.

No momento, o número de bons profissionais, com ampla visão de administração financeira é

muito escasso. Isso faz com que, os poucos que a possuem, consigam alcançar uma

valorização profissional extremamente positiva, conjugada com uma remuneração também

satisfatória.

São profissionais que normalmente habitam o staf maior das empresas, como Controladores,

Diretores Financeiros, Chefes de Departamento de Controladoria, etc. Portanto, todo esforço

adicional que aprofunda o conhecimento na área, cria “valor” profissional e estabelece

sintonia com um mercado cada vez mais exigente.

Page 13: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

13

UNIDADE 3

Objetivo: Destacar de forma espacial a dinâmica de coleta, registro, interpretação e os interessados que demandam as informações contábeis.

SISTEMA DE INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

Conforme definem a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o IBRACON (Instituto

Brasileiro de Contadores), “A Contabilidade é, objetivamente, um Sistema de Informação e

Avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza

econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de

contabilização.

Os objetivos da Contabilidade, pois, devem ser aderentes, de alguma forma explícita ou

implícita, àquilo que o usuário considera como elementos importantes para o seu processo

decisório. Esta conceituação é importante para entendermos os objetivos e a abrangência do

Sistema de Informação Contábil Gerencial.

Trata-se, portanto, de um conjunto de procedimentos, envolvendo normas de controle

interno, rotinas de processamento da escrituração e relatórios, suficientemente delineados,

de modo a prover o administrador de informações para tomada de decisões gerenciais.

Toda empresa tem que dispor de sistemas de informações adequados para que possa

desenvolver com segurança e confiabilidade suas atividades de controle e tomada de

decisão.

Os sistemas são desenvolvidos especialmente para atender aos aspectos gerenciais de cada

setor da atividade. Assim, por exemplo, na administração financeira o “orçamento de caixa”,

tem por objetivo antever o fluxo monetário da empresa, evitando surpresas desagradáveis,

como a falta de disponibilidade para pagar as dívidas.

Page 14: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

14

Entre todos os recursos instrumentais utilizados pela administração, o “Sistema de

Informações Contábeis” surge como um meio especialmente desenvolvido e aperfeiçoado ao

longo do tempo para coletar, registrar, acumular, resumir, medir e interpretar os fenômenos

que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer atividade.

Iudícibus, em seu livro Análise de Balanço, Editora Atlas, p.22, comenta: “O Sistema de

informação contábil, embora comandado pela política contábil adotada pela empresa, contém

outras fases: 1. Fase de Coleta de Dados, 2. Fase de Ajustes, 3. Saídas dos Sistemas. Os

relatórios de saída, segundo o autor podem ser classificados da seguinte forma: a- Relatórios

financeiros, b- Relatórios de mudança (fluxos) ex. DRE, c- Dados de planejamento, d- Dados

para estudos especiais)”.

Page 15: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

15

A seguir, apresentamos um organograma básico de um sistema de Informações Contábeis.

Documentos

Doc. (In e Ext)

Conferência e Classific. classific.classificação

Ficha de Lanc. Contábil

Diário

Inventários Revisão e Análise

Declar. I.R. Análise

Livros Fiscais Caixa Cont. Interno

Razão

Balancete

D.F. (Balanço)

Relat. Admin. Parecer Fiscal e Auditores Orçamentos

AGO

Page 16: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

16

Contabilidade – Instrumental para tomada de decisões.

Do seu ponto de vista a Contabilidade é fator importante da viabilização do sucesso

empresarial?

Quais os erros mais comuns quando a Contabilidade é utilizada apenas como instrumento de

gestão fiscal?

É possível administrar uma empresa sem apurar custo de produtos, confrontar receitas e

despesas, apurar fluxos de caixa gerados, rotatividade de estoques, etc?

Manifeste seu ponto de vista e conheça a opinião dos outros participantes.

Page 17: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

17

UNIDADE 4

Objetivo: Apresentar o método na sua concepção conceitual e o universo de interesse da informação.

O MÉTODO CONTÁBIL E O INTERESSE PELA INFORMAÇÃO

O método contábil tem sua aplicação a uma pessoa física ou jurídica, com finalidades

lucrativas ou não, que tenha necessidade de exercer atividades econômicas para alcançar

seus objetivos.

Podemos atribuir à contabilidade o seguinte conceito: “Contabilidade é um sistema de

mensuração cujos registros são feitos somente dos fatos e eventos que podem ser

expressos em formas monetárias”.

Pelo conceito, não é difícil concluir que a mensuração da moeda é claramente essencial,

porquanto o seu uso implica em homogeneidade e similaridade básica entre R$ 1,00 e outro.

A contabilidade tem por objetivo registrar as transações provenientes de uma série de

fatores, tais como:

a) Dinâmica empresarial (gestão);

b) Veracidade das transações ocorridas ou por ocorrerem;

c) As dívidas contraídas;

d) Os bens adquiridos;

e) O capital investido pelos proprietários;

f) Os reflexos que as transações provocam na situação econômico-financeira;

g) O progresso, estagnação ou regresso para ciência dos interessados em seu passado,

presente ou futuro.

Page 18: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

18

Embora os interesses não sejam coincidentes, muitas são as pessoas que demandam a

informação contábil:

USUÁRIO DA INFORMAÇÃO

CONTÁBIL

META QUE DESEJARIA MAXIMIZAR OU

TIPO DE INFORMAÇÃO MAIS IMPORTANTE

Acionista minoritário Fluxo regular de dividendos.

Acionista majoritário ou com

grande participação

Fluxo de dividendos, valor de mercado da ação, lucro

por ação.

Acionista preferencial Fluxo de dividendos mínimos ou fixos.

Emprestadores em geral Geração de fluxo de caixa futuros suficientes para

receber de volta o capital mais juros, com segurança.

Entidades governamentais valor adicionado, produtividade, lucro tributável.

Empregados em geral Fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons

aumentos ou manutenção de salários, com segurança;

liquidez.

Média e alta administração Retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio

líquido; situação de liquidez e endividamento

confortável.

Page 19: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

19

Pela abordagem ética, a contabilidade deveria apresentar-se como justa e não enviesada

para todos os interessados. O apelo ético pressupõe repousar nas noções que sustentam e

são sustentadas por um contexto de “verdades”.

Ao mesmo tempo em que todos concordam que a Contabilidade deveria ser “verdadeira”,

“justa” e não “enviesada”, é muito difícil definir, objetivamente, o que vem a ser “justo”,

“verdadeiro” ou “não enviesado” (Hendriksen).

Já pela abordagem comportamental, as informações contábeis deveriam ser feitas “sob

medida”, de forma que os usuários reagissem para tomar a decisão correta.

Esta abordagem atinge os campos da Psicologia, da Sociologia e da Economia. É dada

ênfase à forma pela qual os relatórios contábeis são utilizados mais do que ao

desenvolvimento lógico dos demonstrativos.

Page 20: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

20

UNIDADE 5

Objetivo: Apresentar, de forma sucinta, o balancete e as demonstrações financeiras.

AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

O objetivo das Demonstrações Contábeis

O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a posição patrimonial

e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade, que sejam

úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão

econômica.

Demonstrações contábeis preparadas de acordo com os pressupostos do parágrafo anterior

atendem às necessidades comuns da maioria dos usuários.

Entretanto, as demonstrações contábeis não fornecem todas as informações que os usuários

possam necessitar, uma vez que elas retratam os efeitos financeiros de acontecimentos

passados e não incluem, necessariamente, informações não-financeiras.

Demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da

Administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto aos

recursos que lhe foram confiados.

Aqueles usuários que desejam avaliar a atuação ou prestação de contas da Administração

fazem-no com a finalidade de estar em condições de tomar decisões econômicas que podem

incluir, por exemplo, manter ou vender seus investimentos na entidade ou reeleger ou

substituir a Administração.

Page 21: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

21

Balancetes

Os balancetes são relatórios contábeis, emitidos pela contabilidade, não só no intuito de

verificar a correção dos lançamentos contábeis, mas principalmente a de informar

periodicamente a evolução econômico-financeira. A periodicidade dos balancetes é mensal,

podendo, no entanto este período ser aumentado ou diminuído.

A listagem de um elenco de contas com seus respectivos saldos não são suficientemente

hábeis para atender às necessidades de planejamento e controle das atividades da empresa.

A eficiência de um balancete somente será válida se estiver estruturado em nível de balanço,

onde:

a) Todas as apropriações (provisões, depreciações, amortizações...) ajustes e custos

integrados, são considerados no devido tempo, vejamos;

b) Estar disposto em forma de balanço;

c) Apresentação em forma comparada;

d) Apresentar as mutações patrimoniais;

e) Apresentar a demonstração de origem e aplicação de recursos.

Demonstrações

• Balanço Patrimonial;

• Demonstração do Resultado do Exercício;

• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados;

• Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos;

• Demonstração da Mutação do Patrimônio Liquido;

Page 22: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

22

• Demonstração dos Fluxos de Caixa;

• Demonstração do Valor Adicionado.

Vale destacar a importância das demonstrações financeiras serem acompanhadas por notas

explicativas, o que valoriza a informação, melhorando o esclarecimento sobre a situação

patrimonial e os resultados do exercício.

Obs: A Lei nº 11.638/2007, publicada no Diário Oficial da União de 28/12/2007, determina um

elenco de mudanças trazidas anteriormente pela Lei 6.404/76, inclusive aspectos que

unificam as demonstrações contábeis segundo padrões adotados no ambiente internacional.

A matéria já possui regulamentação pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), atendendo

interesses tanto científico, quanto societário. O objetivo é cumprir exigências formais de

publicação dos demonstrativos para as companhias de capital aberto, alcançando a todos

quantos possam interessar a informação contábil – trataremos do assunto com a propriedade

devida.

Fonte de Informações atualizadas sobre assuntos contábeis:

www.portaldecontabilidade.com.br

Page 23: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

23

UNIDADE 6

Objetivo: Destacar o enfoque da Lei 11.638/2007 no que diz respeito obrigatoriedade de publicação das demonstrações contábeis.

OBRIGATORIEDADE NAS Demonstrações Contábeis

Segundo o Art. 176 da Lei Societária, ao fim de cada exercício social, a diretoria fará

elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações

financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as

mutações ocorridas no exercício:

I – Balanço Patrimonial (BP);

II – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);

III – Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE);

IV – Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)

V – Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

As demonstrações referidas nos itens IV e V poderão ser divulgadas, em relação aos

exercícios encerrados em 2008, sem a indicação dos valores correspondentes ao exercício

anterior. Ou seja, a demonstração dos fluxos de caixa - DFC, por exemplo, poderá ser

apresentado, em 31.12.2008, sem o comparativo com o ano anterior (31.12.2007). Já em

relação ao exercício encerrado em 31.12.2009, este deverá ter o comparativo com o DFC de

31.12.2008.

EMPRESAS DE GranDE PORTE - EXERCÍCIOS ENCERRADOS A PARTIR DE 01.01.08

O Art. 3º da Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, determina que se aplique às

sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por

ações, as disposições da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Isto sobre escrituração,

Page 24: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

24

elaboração de demonstrações financeiras e obrigatoriedade de auditoria independente, por

auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários.

Para os efeitos desta determinação, considera-se de grande porte, a sociedade ou conjunto

de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior

a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior

a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).

Desta forma, as demonstrações financeiras das sociedades limitadas de grande porte

devem, doravante, obedecer aos ditames da Lei 6.404/1976, dos exercícios sociais

encerrados a partir de 2008.

Restam dúvidas sobre a obrigatoriedade de publicação dos balanços e demonstrações

financeiras (tanto no Diário Oficial como em um jornal de grande circulação) para

as sociedades limitadas de grande porte. Isto porque o texto da Lei nº 11.638/2007

expressamente obriga à "escrituração e elaboração de demonstrações financeiras", não

mencionando a palavra "publicação".

Desta forma, salvo legislação futura em contrário, entende-se que as normas publicadas na

Lei 11.638 são restritivas, ou seja, não permitem concluir que a publicação precise ser

realizada, para as sociedades limitadas.

Page 25: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

25

UNIDADE 7

Objetivo: Realçar pontos objetivos da Lei 11.638/07, com destaque às mudanças mais representativas para a comunidade financeira/contábil.

Uma visão pontual sobre a nova Lei

Após sete longos anos de tramitação o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei

11.638/2007 (passa a vigorar a partir de 01.01.2008), publicada na Edição Extra do Diário

Oficial da União de 28.12.2007.

O trecho que alterava o Art. 181 da Lei 6.404/76 que define o que pode ser classificado como

resultados de exercícios futuros; teve o veto presidencial já que a nova lei contábil ampliava

o alcance desse artigo, incluindo operações feitas entre empresas de um mesmo grupo

(controladoras e controladas).

Na visão da Receita Federal, que sugeriu o veto presidencial, a nova redação poderia causar

problemas para o controle fiscal das empresas, já que poderia "gerar inobservância do

regime de competência" no Balanço das empresas, especialmente se a controlada ou

controladora for domiciliada no exterior.

A nova legislação harmoniza a contabilidade brasileira aos padrões internacionais, o que

facilita o investimento estrangeiro. Além disso, obriga as grandes empresas de capital

fechado a divulgarem seus balanços. Com as novas regras, diversas alterações significativas

ocorreram, dentre as quais destacamos:

a) A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR foi extinta;

b) Torna-se obrigatória a elaboração e publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa

- DFC e da Demonstração do Valor Adicionado – DVA;

c) A DFC não é obrigatória às pessoas jurídicas com patrimônio líquido inferior a R$

2.000.000,00 (dois milhões de reais);

Page 26: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

26

d) A DVA é exigida para todas as companhias abertas;

e) O Ativo Permanente agora possui um novo grupo chamado “Intangível”, além dos já

existentes “Investimentos”, “Imobilizado” e “Diferido”;

f) Fora extinta a “Reserva de Reavaliação” que deu lugar a conta “Ajustes de Avaliação

Patrimonial” que possui características diferentes;

g) Ainda no Patrimônio líquido, fora incluído também a rubrica “Ações em Tesouraria”;

h) Foram extintas as reservas de capital “Prêmio Recebido na Emissão de Debêntures” e

“Doações e Subvenções para Investimentos”, sendo esta última, controlada na conta

“Reserva de Incentivos Fiscais” e poderá ser excluída da base de cálculo dos

dividendos obrigatórios;

i) A conta "Lucros e Prejuízos Acumulados" deixa de existir, dando lugar a conta

"Prejuízos Acumulados", assim o resultado positivo deve ser controlado nas contas de

reservas de lucros ou destinado de acordo com a determinação social;

j) Ocorreram alterações para a avaliação dos investimentos pelo Método da

Equivalência Patrimonial, as quais não mais precisam ser relevantes.

Além das alterações relacionadas, foram adequados os critérios de avaliação dos ativos e

passivos, a fim de contemplar os novos grupos de contas.

A Comissão de Valores Mobiliários – CVM deverá elaborar normas de acordo com os

padrões internacionais que se tornarão obrigatórias para as sociedades abertas e grandes

empresas e poderão ser observadas pelas demais sociedades.

Page 27: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

27

Atenção: As bancas examinadoras de concursos públicos têm cobrado algumas mudanças

abordadas nesta Unidade 7. Apesar da existência de algumas transitoriedades na sua

aplicação, previstas na própria Lei, a sua vigência é válida e a inobservância desses pontos

pode incorrer na perda de pontos valiosos para os menos atentos.

Page 28: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

28

UNIDADE 8

Objetivo: Dar conhecimento sobre a regulamentação pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários, da Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007, através da Instrução nº 469 de 02.05.2008, publicada no D.O.U. de 05.05.2008.

A PRESIDENTE DA CVM - COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS torna público que o

Colegiado, em reunião realizada em 30 de abril de 2008, com fundamento nos §§ 3º e 5º do

art. 177 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, combinados com os incisos II e IV do §

1º do art. 22 da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e tendo em vista, ainda, o disposto

na Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, aprovou a seguinte Instrução:

Aplicação Formal da Lei nº 11.638, de 2007

Art. 1º O disposto na Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, aplica-se às demonstrações

financeiras de encerramento do exercício social iniciado a partir de 1º de janeiro de 2008, e

às demonstrações especialmente elaboradas para atendimento do disposto no §2º do art. 45

e no § 1º do art. 204 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

Parágrafo único. As companhias abertas deverão divulgar, em nota explicativa às

Informações Trimestrais - ITR de 2008, uma descrição das alterações que possam ter

impacto sobre as suas demonstrações financeiras de encerramento do exercício, bem como

uma estimativa dos seus possíveis efeitos no patrimônio líquido e no resultado do período ou

os esclarecimentos das razões que impedem a apresentação dessa estimativa.

Art. 2º É facultado às companhias abertas a aplicação imediata, nas ITR de 2008 e nas

demonstrações especialmente elaboradas para fins de registro na CVM nos termos do art.

7º, inciso X, da Instrução CVM nº 202, de 6 de dezembro de 1993, de todas as disposições

contábeis contidas na Lei nº 11.638, de 2007.

Page 29: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

29

§ 1ºAs companhias abertas que optarem pela aplicação imediata da Lei nº 11.638, de 2007,

deverão fazê-lo:

I - com base nas normas emitidas pela CVM, inclusive as constantes desta Instrução e, na

sua ausência, nas normas emitidas pelo International Accounting Standards Board - IASB

que tratem da matéria; e

II - de forma consistente em todas as informações trimestrais de 2008.

§ 2º As companhias abertas que exercerem a faculdade prevista no caput deverão divulgar,

em nota explicativa às ITR de 2008, uma descrição dos efeitos no resultado e no patrimônio

líquido decorrentes da adoção das disposições da Lei nº 11.638, de 2007. Saldos das

Reservas de Capital Alteradas pela Lei nº 11.638, de 2007

Art. 3º, Os prêmios recebidos na emissão de debêntures e as doações e subvenções,

decorrentes de operações e eventos ocorridos a partir da vigência da Lei nº 11.638, de 2007,

serão transitoriamente registrados em contas específicas de resultado de exercícios futuros,

com divulgação do fato e dos valores envolvidos, em nota explicativa, até que a CVM edite

norma específica sobre a matéria.

Parágrafo único. Os saldos das reservas de capital referentes a prêmios recebidos na

emissão de debêntures e doações e subvenções para investimento, existentes no início do

exercício social de 2008, poderão ser mantidos nessas respectivas contas até a sua total

utilização, na forma prevista em lei.

Reserva de Reavaliação

Art. 4º Os saldos das reservas de reavaliação constituídas até a vigência da Lei nº 11.638, de

2007, inclusive as reavaliações reflexas decorrentes da aplicação do método da equivalência

patrimonial, poderão ser mantidos nessas respectivas contas até a sua efetiva realização ou

até serem estornados.

Page 30: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

30

§ 1º As companhias abertas que optarem pelo estorno deverão realizá-lo até o final do

primeiro exercício social iniciado a partir de 1º de janeiro de 2008.

§ 2º Sem prejuízo do disposto na Instrução CVM nº 358, de 3 de janeiro de 2002, as

companhias abertas deverão divulgar, até a apresentação da 2ª ITR do exercício iniciado em

2008, sua opção quanto às alternativas previstas no caput deste artigo.

§ 3º No caso de estorno, os efeitos da reversão da reserva de reavaliação e dos ajustes nas

respectivas obrigações fiscais diferidas deverão retroagir ao início do exercício social,

devendo esses efeitos ser objeto de divulgação em nota explicativa.

§ 4º No caso de manutenção dos saldos da reserva de reavaliação, deverá ser observado o

seguinte:

I - a sua realização para a conta de lucros e prejuízos acumulados deverá ser feita nos

termos da Deliberação CVM nº 183, de 19 de junho de 1995 e o valor do ativo imobilizado

reavaliado existente no início do exercício social deverá ser considerado como o novo valor

de custo para fins de mensuração futura e de determinação do valor recuperável; e

II - a obrigatoriedade de realização de reavaliações periódicas, prevista na Deliberação CVM

nº 183, de 1995, deixa de ser aplicável.

§ 5º As companhias abertas deverão utilizar a mesma alternativa para as reavaliações

próprias e reflexas e determinar a suas controladas a adoção da mesma alternativa, devendo

a investidora, no caso de coligadas e equiparadas, ajustar, se necessário, os balanços

daquelas companhias para adequá-los à alternativa utilizada.

Lucros Acumulados

Art. 5º No encerramento do exercício social, a conta de lucros e prejuízos acumulados não

deverá apresentar saldo positivo.

Page 31: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

31

Parágrafo único. Eventual saldo positivo remanescente na conta de lucros e prejuízos

acumulados deverá ser destinado para reserva de lucros, nos termos dos art. 194 a 197 da

Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, ou distribuído como dividendo.

Demonstração do Valor Adicionado - DVA

Art. 6º A demonstração do valor adicionado poderá ser elaborada e divulgada com base nas

orientações contidas no item 1.12 do Ofício Circular CVM/SNC/SEP/nº 01, de 14 de fevereiro

de 2007, enquanto a CVM não emitir norma específica regulando essa matéria.

Remuneração baseada em Ações

Art. 7º As companhias abertas deverão divulgar informações sobre remuneração baseada

em ações nas ITR e nas demonstrações financeiras de acordo com as orientações contidas

no item 25.10 do Ofício Circular CVM/SNC/SEP/nº 01, de 14 de fevereiro de 2007, enquanto

a CVM não emitir norma específica regulando essa matéria.

Ajustes a Valor Presente - AVP

Art. 8º Os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de operações de longo

prazo, ou de curto prazo quando houver efeitos relevantes, deverão ser ajustados a valor

presente com base em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações atuais do

mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos específicos do ativo e do passivo.

Parágrafo único. As companhias abertas deverão adotar os seguintes procedimentos,

enquanto a CVM não emitir norma específica sobre essa matéria:

I - a quantificação do ajuste a valor presente deverá ser realizada em base exponencial "pro

rata die", a partir da origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas

a que se vinculam;

Page 32: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

32

II - as reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários qualificáveis

devem ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras;

III - as notas explicativas deverão detalhar as premissas e fundamentos que justificaram as

taxas de desconto adotadas pela Administração;

IV - as premissas e fundamentos que justificarem as estimativas contábeis relativas ao

cálculo dos ajustes a valor presente, inclusive as taxas de desconto, serão objeto de

avaliação quanto à razoabilidade e pertinência pelos auditores independentes; e

V - no cálculo do ajuste a valor presente devem ser também observadas as disposições

contidas nas Deliberações CVM nº 527, de 1º de novembro de 2007 e nº 489, de 3 de

outubro de 2005, nas operações objeto dessas deliberações.

Operações de Incorporação, Fusão e Cisão

Art. 9º Nas operações de incorporação, fusão ou cisão, realizadas entre partes

independentes e vinculadas à efetiva transferência de controle, nos termos do § 3º do art.

226 da Lei nº 6.404, de 1976, devem ser determinados os valores de mercado de todos os

ativos e passivos, inclusive contingentes, identificáveis e passíveis de mensuração.

Parágrafo único. As operações referidas no caput deste artigo realizadas no decorrer de

2008 poderão ser contabilizadas pelo seu valor contábil, devendo ser ajustadas ao valor de

mercado até o encerramento do exercício social em curso, enquanto a CVM não emitir

norma específica sobre esta matéria.

Companhias Patrocinadoras de Programa de BDR

Art. 10. Fica dispensada a apresentação da nota explicativa de reconciliação referida no

inciso III do § 2º do art. 5º da Instrução CVM nº 331, de 4 de abril de 2000, para as

companhias patrocinadoras de programa de certificados de depósito de valores mobiliários -

Page 33: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

33

BDR cujas demonstrações financeiras, no país de origem ou divulgadas em mercado externo

para fins de registro sejam elaboradas adotando-se as normas contábeis internacionais

emitidas pelo International Accounting Standards Board - IASB.

Art. 11. O artigo 5º da Instrução 331, de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Artigo 5º (...)

§3º As informações citadas nas alíneas "b" e "c" do inciso IV do caput, bem como aquelas

previstas no §2º deste artigo, devem ser apresentadas em moeda de apresentação nacional

segundo o Pronunciamento Técnico 2 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis aprovado

pela Deliberação CVM nº 534, de 29 de janeiro de 2008.

(...)" (NR)

Avaliação de Investimentos em Coligadas

Art. 12. Os art. 5º e 16 da Instrução CVM nº 247, de 27 de março de 1996, passam a vigorar

com a seguinte redação:

"Artigo 5º (...)

I –o investimento em cada controlada direta ou indireta;

II - o investimento em cada coligada ou sua equiparada, quando a investidora tenha

influência significativa na administração ou quando a porcentagem de participação, direta ou

indireta, da investidora representar 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante; e

III - o investimento em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam

sob controle comum.

(...)(NR)"

"Artigo 16. (...)

Parágrafo único. Não obstante o disposto no art. 12, o resultado negativo de equivalência

patrimonial terá como limite o valor contábil do investimento, que compreende o custo de

Page 34: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

34

aquisição mais a equivalência patrimonial, o ágio e o deságio não amortizados e a provisão

para perdas. (NR)

Art. 13. As companhias abertas com investimentos em coligadas e equiparadas que

deixarem de ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial em função do disposto

nesta Instrução deverão observar o seguinte:

I - considerar o valor contábil do investimento no balanço anterior à entrada em vigor da Lei

nº 11.638, de 2007, incluindo o ágio ou o deságio não-amortizados, como novo valor de

custo para fins de mensuração futura e de determinação do seu valor recuperável, deixando

de aplicar imediatamente a equivalência patrimonial;

II - contabilizar, em contrapartida desses investimentos, os dividendos recebidos por conta de

lucros que já tiverem sido reconhecidos por equivalência patrimonial; e

III - indicar, em nota explicativa nas ITR e demonstrações financeiras de 2008, o valor

contábil daqueles investimentos.

Disposições Gerais

Art. 14. Ficam revogados os art. 4º e 8º e o inciso IV do art. 16 da Instrução CVM nº 247, de

27 de março de 1996.

Art. 15. Esta Instrução entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União,

aplicando-se, inclusive, às ITR relativas ao primeiro trimestre de 2008.

Page 35: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

35

UNIDADE 9

Objetivo: Apresentar as características fundamentais do balanço patrimonial e seus registros, segundo o grau de liquidez do ativo e a exigibilidade do passivo.

ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL

O balanço patrimonial é uma apresentação sintética e ordenada do saldo monetário de todos

os valores integrantes do patrimônio de uma empresa numa determinada data. Ele divide-se

em dois grandes grupos, relacionando de um lado - ativo - as aplicações de recursos em

bens e direitos e, de outro – passivo e patrimônio líquido - as várias fontes de recursos, que

possibilitam as aplicações no Ativo.

O ativo indica a natureza - dos valores sobre os quais a empresa aplicou seus recursos:

dinheiro, estoques, créditos, valores mobiliários, bens de uso, etc., enquanto o passivo e o

patrimônio líquido indicam a origem desses mesmos recursos: fornecedores, empréstimos,

capital, lucro, etc.

No Balanço as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio, e agrupadas

de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da empresa.

Ativo Passivo

Bens e Direitos Obrigações e Deveres

Aplicações de Recursos Origem de Recursos

Page 36: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

36

ATIVO PASSIVO

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

DISPONIBILIDADE FORNECEDORES

Caixa EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS

Bancos C/ Movimento OBRIGAÇÕES SOCIAIS

VALORES A RECEBER Ornedados E Salários

Duplicatas a Receber INSS a recolher

(-)Duplicatas Descontadas FGTS a recolher

(-)Prov. P/ Dev. Duvidosos OBRIGAÇÕES FISCAIS

Títulos e Valores Mobiliários PIS a recolher

COFINS a recolher

MOBILIÁRIOS ICMS

ESTOQUES Imposto de Renda

Mercadorias para Revenda Contribuição Social

Matérias Primas PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Produtos em elaboração Empréstimos e Financiamentos

Produtos Elaborados RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS

DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE Rec. De Exercícios Futuros

Prêmios de seguros diferidos (-)Custos Atrib. A Rec. Fut.

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Page 37: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

37

DIREITOS A RECEBER CAPITAL SOCIAL REALIZADO

De empregados Capital Social Subscrito

De administradores (-)Capital Social a Integralizar

ATIVO PERMANENTE RESERVAS DE CAPITAL

INVESTIMENTOS Reserva C. Mon. Do Cap. Realizado

Aplic. P/ Incentivos Fiscais RESERVAS DE LUCROS

Participação Societária Reserva Legal

Reserva para Plano de Investimentos

IMOBILIZADO LUCROS ACUMULADOS (PREJUÍZOS)

Terrenos Lucro Acumulado (Prejuízo)

Edificações e Benfeitorias

Veículos

Máquinas e Equipamentos

Instalações Industriais

Instalações Administrativas

(-)Depreciações Acumuladas

DIFERIDO

Despesa Pré-Operacionais

(-)Amortização Acumulada

Page 38: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

38

O ativo são todos os bens e direitos de propriedade da empresa:

Bens: máquinas, terrenos, estoques, dinheiro, veículos, instalações, etc.

Direitos: contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, depósitos em

contas bancárias, títulos de créditos, etc.

Todo o ativo representa benefícios presentes ou futuros para a empresa.

O passivo representa toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros:

fornecedores, obrigações trabalhistas e tributárias, empréstimos bancários, etc.

O patrimônio líquido representa os recursos dos proprietários aplicados no negócio.

Além do capital dos proprietários, soma-se ao patrimônio líquido o Lucro. O lucro é resultante

da atividade operacional da empresa.

Contas do ativo

As contas do ativo são agrupadas de acordo com a sua rapidez de conversão em dinheiro,

ou seja, de acordo com o seu grau de liquidez.

Assim, agrupamos em primeiro lugar as contas que já são dinheiro (na ordem decrescente

de liquidez – do maior para o menor), a seguir aquelas que se converterão em dinheiro

rapidamente (títulos a receber, estoques, etc.). A este grupo de contas denominamos de

circulante.

Em segundo lugar, serão agrupadas as contas que serão transformadas em dinheiro mais

lentamente. São ativos de menor grau de liquidez. A este grupo denominamos de ativo

realizável em longo prazo.

Em terceiro lugar, serão agrupados os itens que dificilmente serão transformados em

dinheiro, que não são vendidos, mas utilizados como meio de consecução dos objetivos

operacionais da empresa.

Page 39: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

39

Outra característica desse grupo é que são itens utilizados pela empresa por vários anos -

vida útil longa - (prédios, veículos, máquinas, etc.), por isso são denominados de ativo

permanente.

O circulante e o conceito de ciclo operacional

Como já vimos é o Circulante, o primeiro grupo de contas, tanto para o Ativo como para o

Passivo. Para melhor entender este grupo de contas, vamos partir de uma empresa

industrial. No processo de industrialização, a primeira preocupação básica é adquirir matéria-

prima para transformá-la em produto acabado.

Essa aquisição de matéria-prima pode ser feita à vista ou a prazo. Se à vista, a empresa

utilizará seus recursos disponíveis (dinheiro); se a prazo a empresa utilizará capital de

terceiros, contraindo uma dívida denominada fornecedores.

Essa matéria-prima é utilizada na industrialização (em parte ou no todo) e, agregada aos

custos de mão-de-obra e demais custos, permite-nos chegar ao custo do produto acabado.

Esse produto acabado é, por sua vez, vendido. Se a vista, aumentará a disponibilidade, se a

prazo, resultará em um dinheiro a receber, denominado contabilmente de duplicatas a

receber. O período entre a aquisição da matéria-prima (início do processo produtivo) até o

recebimento das duplicatas é denominado de Ciclo Operacional.

Realizável em longo prazo

No ativo existe ainda um grupo de contas que serão transformadas em dinheiro no futuro,

mas que não são circulantes. Se, por exemplo, a empresa colocar a venda um prédio que

normalmente demora muito tempo para ser negociado - dois anos - observamos que não se

trata de Permanente nem de circulante, mas de um Realizável em longo prazo.

Page 40: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

40

Entende-se por longo prazo períodos superiores a um ano ou superior ao ciclo operacional

da empresa, quando este for maior que um ano. Há certos direitos a receber que, mesmo

pressupondo recebimentos em curto prazo, devem ser classificados no realizável em longo

prazo.

É o caso de empréstimos a diretores ou empresas coligadas. O realizável em longo prazo, de

maneira geral, é o grupo de contas cuja participação em relação aos outros dois grupos já

estudados (circulante e permanente) é bastante pequena.

Em resumo, classifica-se no realizável em longo prazo os direitos a realizar a mais de 360

dias da data do encerramento do Balanço.

Contas do ativo permanente

Pela sua intitulação, podemos entender o seu conteúdo: são itens que não se destinam à

venda; seus valores não são alterados freqüentemente; não há uma conotação de giro. São

bens e direitos de vida útil longa. A empresa utiliza o permanente praticamente como meio

para atingir seus objetivos sociais.

Investimentos: são participações permanentes em outras sociedades, isto é, não há

interesse de a empresa vender sua participação. Por exemplo: ações de outras companhias

e outros itens não necessários à atividade da empresa (não utilizados na manutenção do

negócio principal), mas com características de permanente, os quais devem ser classificados

em investimentos.

Prédios não utilizados pela empresa, alugados para terceiros como rendimento (aluguel) e,

portanto, sem utilização na atividade principal da empresa; terrenos adquiridos para futura

expansão (ociosos no momento); obras de arte, quadros adquiridos pela empresa para

ornamentar suas instalações, etc.

Page 41: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

41

Imobilizado: são os bens ou direitos destinados à manutenção da atividade principal da

empresa, ou exercidos com esta finalidade. A atividade básica ou principal da empresa está

descrita no estatuto ou contrato social.

Diferido: são aplicações que beneficiam a empresa por um longo período (vários anos). Os

casos mais comuns são os gastos pré-operacionais, onde a empresa investe recursos antes

de começar a operar (funcionar): propaganda institucional, contratação e treinamento do

pessoal, abertura de firma, etc. O diferido refere-se basicamente a gastos com serviços que

beneficiem a empresa por vários anos.

Intangíveis: O termo tangível significa literalmente, “perceptível ao toque”, capaz de ser

possuído ou realizado. Intangível, é um ativo de capital que não tem existência física, cujo

valor é limitado pelos direitos e benefícios que antecipadamente sua posse confere ao

proprietário. Exs.: Marcas e patentes, direitos de autor, franquias.

Contas retificadoras do ativo

No circulante

Duplicatas a Receber: a parcela estimada pela empresa que não será recebida em

decorrência dos maus pagadores deverá ser subtraída de duplicatas a receber, com o título

de Provisão para Devedores Duvidosos.

Parte das duplicatas a receber, negociadas com as instituições financeiras com o objetivo de

realização antecipada daqueles títulos deverá ser subtraída de duplicatas a receber, com o

título de Duplicatas Descontadas.

No permanente

Imobilizado: os bens, pelo uso com o passar do tempo, vão sofrendo deterioração física ou

tecnológica, o que implica na perda da sua eficiência funcional. Esta perda vai sendo

Page 42: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

42

acumulada de forma aproximada, na conta Depreciação Acumulada, que subtrairá o

imobilizado.

Diferido: a perda (parcial ou total) da capacidade dos gastos classificados no diferido em

trazer benefícios futuros para a empresa vai sendo acumulada, de forma aproximada, na

conta Amortização Acumulada, que subtrairá o diferido.

Contas do passivo

As contas do passivo são agrupadas de acordo com seu vencimento, isto é, aquelas a serem

liquidadas mais rapidamente serão destacadas daquelas a serem pagas em um prazo mais

longo (na ordem decrescente de exigibilidade – primeiro as mais exigíveis, depois as menos

exigíveis).

Em primeiro lugar agrupamos as contas que serão pagas mais rapidamente (Fornecedores,

salários a pagar, impostos, etc.). Este grupo de contas é chamado de passivo circulante.

Em segundo lugar, agrupamos as contas que serão pagas num prazo mais longo. Este grupo

é chamado de passivo exigível em longo prazo.

Exigível a longo prazo

Todas as obrigações com vencimento superior a um ano serão classificadas no exigível em

longo prazo (exceção para casos onde o ciclo operacional é superior a um ano). Portanto, no

exigível em longo prazo serão classificadas obrigações com vencimento após os 12 meses

seguintes ao encerramento do balanço. Todavia, se o ciclo operacional da empresa for de 24

meses, o Longo Prazo será acima desse prazo. São exemplos: financiamentos, empréstimos

de acionistas, empréstimos de sociedades coligadas, etc.

Page 43: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

43

Contas do patrimônio líquido

Estas contas praticamente não serão pagas. São obrigações com os proprietários da

empresa (capital e lucros). O lucro é resultante da atividade operacional das empresas.

Grau de liquidez: No ativo aparecerão em primeiro lugar as contas que se converterão mais

rapidamente em dinheiro e, a seguir as contas mais lentas de realização em dinheiro; no

passivo serão destacadas prioritariamente, as contas que deverão ser pagas mais

rapidamente e, a seguir, aquelas que serão acertadas a longo prazo.

Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE

AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES.

Grau de LiquidezDecrescente Ativo

Passivo ePatrimônio Líquido

Rápida

Lenta

Não há

Circulante

Realizável a Longo Prazo

Permanente

Circulante

Exigível a Longo Prazo

Ativo

Page 44: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

44

UNIDADE 10

Objetivo: Destacar a equação patrimonial, como forma de permitir uma visão espacial sobre os fundamentos do registro do patrimônio, segundo a ciência contábil.

Equação Patrimonial e suas variações

PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVO

Situações Patrimoniais

a) Ativo > Passivo � Patrimônio Líquido é Positivo / Superavitário

• Situação Favorável � PL + ou SL +

• Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) excedem o valor das obrigações com

terceiros (Passivo Exigível)

b) Ativo < Passivo � Patrimônio Líquido é Negativo / Deficitário

• Situação Desfavorável � PL (-) ou SL (-) ou Passivo a Descoberto

• Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem menores que as obrigações com

terceiros (Passivo Exigível)

c) Ativo = Passivo � Patrimônio Líquido é Nulo / Equilibrado

• Situação Nula, Equilíbrio Aparente � A = PE, logo PL = 0.

• Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem iguais às obrigações com

terceiros (Passivo Exigível); nessa hipótese o patrimônio líquido será nulo.

d) Ativo = Patrimônio Líquido �

• Situação Plena ou Propriedade Total � A = PL, logo PE = 0

Page 45: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

45

• Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem iguais ao patrimônio líquido;

nessa hipótese, as obrigações com terceiros (Passivo Exigível) serão nulas.

e) Passivo Exigível = Patrimônio Líquido �

• Situação de Inexistência de Ativos � PE = ( PL ) , logo A = 0

• Ocorre quando as obrigações com terceiros (Passivo Exigível) for igual ao

patrimônio líquido negativo; nessa hipótese, o ativo será nulo.

Representação Gráfica dos Estados Patrimoniais

�Na representação gráfica apresentada temos, de um lado, os Bens e os Direitos, que

formam o grupo dos elementos positivos; e, do outro lado, as Obrigações, que formam o

grupo dos elementos negativos.

• Na maioria das empresas comerciais, o Ativo suplanta o Passivo Exigível

(obrigações). Assim, a representação mais comum do patrimônio de uma empresa

comercial assume a forma:

Ativo = Passivo Exigível + Patrimônio Líquido

• Diz-se que a:

o Situação Líquida é Negativa quando o Ativo Total é:

� menor que o Passivo Exigível.

o Situação Patrimonial inconcebível quando a:

� Situação Líquida maior que o Ativo.

o Aumenta o patrimônio líquido quando há:

� Recebimento de duplicatas com juros.

Page 46: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

46

o Diminui o patrimônio líquido quando há:

� Pagamento de duplicatas com juros.

Com base nas informações das unidades 09 e 10 monte um balanço patrimonial, tomando

como base um “caso real” de qualquer balanço publicado em jornal ou revista. Sobre as

rubricas que eventualmente não forem identificadas ou que suscitarem dúvidas, vamos trocar

informações, de forma a extrair conhecimentos e aproximar a teoria ao caso real.

Page 47: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

47

UNIDADE 11

Objetivo: Apresentar de forma didática e objetiva o Balanço Social aos nossos alunos, por tratar-se de recurso contemporâneo indispensável para demonstrar à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade.

Balanço Social: Características e Formalidades

A partir de 01.01.2006 a Resolução CFC 1003/2004 aprovou a NBC T 15 - Informações de

Natureza Social e Ambiental, tratando especificamente dos procedimentos para

apresentação de informações de natureza social e ambiental, com o objetivo de demonstrar

à sociedade a participação e a responsabilidade social da entidade.

As Normas Contábeis são de utilização obrigatória pelas empresas e profissionais,

independentemente do porte empresarial.

Balanço Social é um conjunto de informações demonstrando atividades de uma entidade

privada com a sociedade que a ela está diretamente relacionada, com objetivo de divulgar

sua gestão econômico-social, e sobre o seu relacionamento com a comunidade,

apresentando o resultado de sua responsabilidade social.

Entende-se por informações de natureza social e ambiental:

a) a geração e a distribuição de riqueza;

b) os recursos humanos;

c) a interação da entidade com o ambiente externo;

d) a interação com o meio ambiente.

A primeira tarefa do profissional de contabilidade e finanças para uma adequada formação

de dados para o balanço social é ajustar o plano de contas da entidade. Quanto mais cedo o

Page 48: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

48

fizer, mais facilitada será sua tarefa, já que o incremento de informações exigidas nem

sempre será suprido pelos relatórios internos ou estatísticos das entidades.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

1. Quem tem que elaborar o Balanço Social? (tipo de empresa, porte, etc.)

Resposta: Todas as entidades, independente de porte, que querem demonstrar à sociedade

a sua responsabilidade social, devem divulgar Informações de Natureza Social e Ambiental.

2. As empresas obrigadas a apresentar são somente aquelas que têm alguma atividade com

o social e meio ambiente ou todas independente de ter ou não algum projeto ou ação sócio-

ambiental?

Resposta: Nenhuma empresa/entidade está obrigada a elaborar ou divulgar Informações de

Natureza Social ou Ambiental. Aquela que optar por sua apresentação, deve adotar as regras

estabelecidas pela NBC T 15. Não compete ao Conselho Federal de Contabilidade obrigar as

empresas a elaborarem Demonstrações, mas somente discipliná-las.

De acordo com o item 1.5.1.3. da Resolução CFC nº 1.003/04: "A Demonstração de

Informações de Natureza Social e Ambiental, ora instituída, quando elaborada, deve

evidenciar os dados e as informações de natureza social e ambiental da entidade, extraídos

ou não da contabilidade, de acordo com os procedimentos determinados por esta norma".

3. A Resolução menciona entidades, isso tem gerado grande dúvida com relação a quem

deve fazer o balanço. O termo entidade na resolução engloba todas as empresas da

iniciativa privada e as entidades sem fins lucrativos?

Resposta: Sim. O Termo entidade foi utilizado no sentido amplo, englobando todas as

unidades com ou sem fins lucrativos.

4. Empresas do segmento de prestação de serviços, terceirizações, comércio, que trabalham

Page 49: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

49

com lucro real e/ou lucro presumido, devem apresentar o balanço?

Resposta: Conforme resposta ao item 2, não há obrigatoriedade; no entanto, as empresas

que optarem por sua apresentação devem adotar as regras estabelecidas pela NBC T 15.

5. Qual o ano que é obrigado a transcrever no Livro Diário as Demonstrações?

Resposta: De acordo com o item 1.5.1.5 da NBC T 15 "a Demonstração de Informações de

Natureza Social e Ambiental deve ser apresentada, para efeito de comparação, com as

informações do exercício atual e do exercício anterior".

6. As empresas, independente do porte ou constituição, deverão publicar o Balanço Social

em jornal ou revista?

Resposta: As empresas poderão divulgar o Balanço Social no veículo habitualmente

adotado para a publicação das demais demonstrações contábeis.

7. Quais as outras formas aceitáveis de divulgação do Balanço Social?

Resposta: Não existe outra forma, a não ser aquela a que se refere a NBC T 15. A entidade

pode, no entanto, divulgar outras informações adicionais que entender relevantes, conforme

o item 1.5.1.3 da NBC T 15: "além das informações contidas no item 1.5.2, a entidade pode

acrescentar ou detalhar outras que julgar relevantes".

O CFC, por meio dos Conselhos Regionais, exercerá fiscalização sobre as divulgações? E

também sobre o Contabilista e/ou Auditores envolvidos nos trabalhos?

Resposta: Sim, de acordo como processo de fiscalização das demais demonstrações

contábeis. Inclui também os profissionais envolvidos no trabalho, em função da própria

demonstração.

9- Como se dará a fiscalização?

Resposta: De acordo com os procedimentos fiscalizatórios adotados pelos Conselhos

Regionais de Contabilidade que tem por obrigação legal fiscalizar o Exercício Profissional.

Page 50: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

50

10-As Informações de Natureza Social e Ambiental, quando elaboradas devem ser assinadas

por Contabilista e auditadas por Auditor Independente?

Respostas: As Informações de Natureza Social e Ambiental, quando elaboradas devem ser

assinadas por Contabilista e auditadas por Auditor Independente, "A Demonstração de

Informações de natureza Social e Ambiental deve ser objeto de revisão por auditor

independente, a ser publicada como relatório deste, quando a entidade for submetida a esse

procedimento".

Conselho Federal de Contabilidade

Resolução CFC 1003/2004

www.cfc.org.br

Page 51: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

51

UNIDADE 12

Objetivo: Apresentar a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, evidenciando conceitos e exemplos, segundo obrigatoriedade de publicação determinado pela Lei 6.404/76 e 11.638/07.

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados

A DLPA evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos

acumulados, no Patrimônio Líquido.

De acordo com o artigo 186, § 2º da Lei nº. 6.404/76, adiante transcrito, a companhia poderá,

à sua opção, incluir a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados nas demonstrações

das mutações do patrimônio líquido.

"A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante

do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração

das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia."

Nota: Em virtude da edição da Lei 11.638/07 que extinguiu a conta "Lucros Acumulados", o

demonstrativo em questão deverá ser renomeado através de um novo pronunciamento do

órgão fiscalizador. Os artigos que tratam da DLPA na Lei Societária devem sofrer alterações

para espelhar a nova nomenclatura e as novas normas para a elaboração do relatório.

Outras Sociedades

A DLPA é obrigatória para as sociedades limitadas e outros tipos de empresas, conforme a

legislação do Imposto de Renda (art. 274, do RIR/99).

Composição

A demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados deverá discriminar:

1. O saldo do início do período e os ajustes de exercícios anteriores ;

Page 52: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

52

2. As reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; e

3. As transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital

e o saldo ao fim do período.

Ajustes de Exercícios Anteriores

Como ajustes de exercícios serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da

mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício

anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.

Reversões de Reservas

Corresponde às alterações ocorridas nas contas que registram as reservas, mediante a

reversão de valores para a conta Lucros Acumulados, em virtude daqueles valores não

serem mais utilizados.

Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício

É o resultado líquido do ano apurado na Demonstração do Resultado do Exercício, cujo valor

é transferido para a conta de Lucros Acumulados.

Transferências para Reservas

São as apropriações do lucro feitas para a constituição das reservas patrimoniais, tais como:

reserva legal, estatutária, de lucros a realizar, para contingências.

Page 53: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

53

Substituição pela Demonstração das Mutações do PL (DMPL)

De acordo com o § 2º do artigo 186 da Lei nº. 6.404/76 a Demonstração dos Lucros ou

Prejuízos Acumulados poderá ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio

líquido, se elaborada e divulgada pela companhia. Ela (DMPL) não inclui somente o

movimento da conta de lucros ou prejuízos acumulados, mas também o de todas as demais

contas do patrimônio líquido.

MODELO

CIA. OLÍMPICA - DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

EXERCÍCIO FINDO EM 31.12. X1 - SALDO EM 31.12. X1

RECURSOS:

1. Saldo inicial de lucros acumulados

2. Ajustes credores de Exercícios Anteriores

3. Reversão de reservas

• De contingências

• De lucros a realizar

4. Outros recursos

5. Lucro líquido do exercício

6. (-) Saldo anterior de prejuízos acumulados

7. (-) Ajustes devedores de exercícios anteriores

8. (-) Prejuízo líquido do ano

9. Total dos recursos.

Page 54: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

54

APLICAÇÕES:

10. Transferência para reservas

• Reserva legal

• Reserva estatutária

• Reserva p/ contingências

• Reserva de lucros a realizar

• Reserva p/ investimentos

11. Dividendos ou lucros distribuídos, pagos ou creditados (R$. por ação)

12. Parcela dos lucros incorporados ao capital

13. Outras aplicações

14. Total das aplicações

15. Lucros ou prejuízos acumulados (recursos - aplicações)

Exemplo:

Em 31.12.2006, o saldo da conta de Lucros Acumulados da Cia. Temporal registrava o valor

de R$ 39.000,00.

Durante o exercício de 2007, houve os seguintes lançamentos na conta Lucros Acumulados:

Destinação proposta para Distribuição de Dividendos (R$ 0,11 por ação) - R$ 10.500,00

Transferência Para Reserva de Investimentos - R$ 6.000,00

Transferência Para Reserva de Contingências - R$ 1.100,00

Transferência Para Aumento de Capital - R$ 20.000,00

Page 55: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

55

Reversão das Reservas de Lucros a Realizar - R$ 9.000,00

Reversão da Reserva de Contingências - R$ 10.000,00

Diferença a Maior de CMV p/ Mudança de Critério de Avaliação - R$ 3.000,00

Transferência Para Reserva Estatutária - R$ 5.000,00

Lançamento a Menor na conta Provisão de Férias - R$ 1.000,00

Transferência Para Reservas de Lucros a Realizar - R$ 1.500,00

Constituição da Reserva Legal - R$ 1.750,00

Page 56: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

56

CIA. TEMPORAL

DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.2007

RECURSOS: Valor - R$

1. Saldo inicial do exercício 39.000,00

2. Ajustes credores de exercícios anteriores

• Efeitos de mudança de critério contábil 3.000,00

3. Reversão de reservas

• De contingências 10.000,00

• De lucros a realizar 9.000,00

4. Lucro líquido do exercício 35.000,00

5. (-) Ajuste de exercícios anteriores

• Retificação de erro de exercício anterior 1.000,00

6. Total dos recursos 97.000,00

APLICAÇÕES:

7. Transferência para reservas

• Reserva legal 1.750,00

• Reserva estatutária 5.000,00

• Reserva para contingência 1.100,00

• Reserva para investimentos 6.000,00

• Reserva de lucros a realizar 1.500,00

8. Dividendos a distribuir (R$ 0,11 por ação) 10.500,00

9. Transferência para aumento de capital 20.000,00

10. Total das aplicações 45.850,00

11. Lucros Acumulados (Recursos - Aplicações) 51.150,00

Page 57: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

57

UNIDADE 13

Objetivo: Destacar o lucro como orientação do investidor/sócio, a sua formação e os registros no patrimônio líquido.

VARIAÇÕES DO PATRMÔNIO LÍQUIDO

O lucro como uma boa fonte do PL

A principal fonte de fortalecimento do capital próprio (PL) é o bom “lucro”. Diferente do

“prejuízo”, que enfraquece a posição da empresa, ele representa o resultado positivo

(remunera os sócios) e valoriza o empreendimento. A parcela do lucro não distribuída aos

proprietários (retida na empresa) é que fortalece a situação econômica, permitindo novos

investimentos e a continuidade da empresa.

Outras fontes do PL

Ao patrimônio líquido podem ser acrescidos novos aumentos de capital, originários de

investimentos dos proprietários, objetivando a expansão da empresa.

Todavia, em outros momentos, diante de problemas na situação patrimonial (e mesmo

financeira) é comum que os proprietários promovam um aumento de capital (reforço) na

tentativa de buscar um equilíbrio, o que não seria recomendável enquanto política de gestão.

O bom e constante lucro (principalmente a parte não distribuída aos sócios) é fator de

equilíbrio da situação econômica da empresa e, por conseqüência, da situação financeira e

patrimonial. Ressalte-se, entretanto, que, se o PL apresentar crescimento, durante vários

períodos, em proporção menor que o capital de terceiros, a situação geral da empresa tende

a enfraquecer, caracterizando dependência externa e dificuldade na geração de resultados.

Page 58: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

58

Demonstração das mutações do PL (DMPL)

A demonstração das mutações do patrimônio líquido visa avaliar as modificações sofridas

por seus componentes durante o exercício social. As modificações nos valores monetários

dos elementos formadores do patrimônio líquido podem ser geradas de:

• Ajuste de Exercícios Anteriores;

• Capitalização de Reserva de C.M. do Capital Realizado;

• Formação de Reservas de Capital;

• Capitalização ou Utilização de Reservas de Capital;

• Formação de Reservas de Reavaliação (Ajuste de Avaliação Patrimonial);

• Capitalização de Reservas de Reavaliação (Ajuste de Avaliação Patrimonial);

• Reversão de Reservas para Contingências;

• Reversão de Reservas de Lucros a Realizar;

• Retenção de parte do Lucro Líquido de Exercício sob forma de Lucros Acumulados;

• Retenção de parte do Lucro Líquido de Exercício sob forma de reservas de lucros;

• Capitalização de Reservas de Lucros;

• Capitalização de Lucros Acumulados;

• Aumento do Capital Social por Subscrição de Ações;

• Destinação de Lucro no Exercício para Dividendos Intermediários ou Antecipados.

Obs: No caso das empresas de capital aberto, a Demonstração das Mutações do Patrimônio

Líquido (DMPL) substitui a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).

Page 59: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

59

Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido - DMPLDemonstração de Mutação do Patrimônio Líquido - DMPL

Reserva de Capital Reserva de LucroLucro

AcumuladoCapital

RealizadoTotalÁgio na

Emissãode Ações

C.M.Capital Legal Estat.

P/Conting. Orçam.

Lucro aRealizar

Movimentação

Saldo Inicial

(+ / - Ajustes)

C. MonetáriaA u m e n t o d eC a p i t a lR e v e r s ã o d eR e s e r v a sL u c r o L í q u id od o E x e r c í c io

Reserva Legal

Reserva Estat.

Reserva Orçam.

Reserva p/ Cont.R e s e r v a L e g a la R e a l iz a r

Dividendos

Saldo Final

Page 60: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

60

UNIDADE 14

Objetivo: Visa separar receitas de despesas e apurar o resultado do exercício.

APURAÇÃO DO RESULTADO

Resultado

A cada exercício social ou período contábil (que será no máximo de 12 meses) a empresa

apurará o resultado de suas operações. Todavia é recomendável que a empresa apure o

sucesso (lucro) ou insucesso (prejuízo) em períodos mais curtos, trimestrais, quadrimestrais,

etc. O resultado é a diferença entre as receitas e as despesas. Sendo positivo - lucro. Sendo

negativo - prejuízo.

Receita

Corresponde, em geral, às vendas de mercadorias ou prestações de serviços. Ela aparece

no balanço através de entrada de dinheiro no caixa - vendas à vista, ou entrada em forma de

direitos a receber - vendas a prazo - duplicatas a receber.

Despesas

É todo o sacrifício (consumo de bens ou serviços para a obtenção de receita) da empresa

para obter receita. Ela é refletida no balanço através de uma redução do caixa (quando é

paga no ato - à vista) ou através de um aumento de uma dívida - passivo (para ser paga no

futuro).

Page 61: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

61

Despesas operacionais

São todos aqueles gastos incorridos, que se relacionam diretamente com o objetivo do

negócio de uma empresa. Suponhamos o exemplo de uma empresa comercial que vende

móveis.

Os salários e encargos do pessoal da administração, do setor de vendas ou dos outros

setores, estão diretamente ligados ao objetivo do negócio. Isto porque, sem o pessoal da

administração a empresa não sobreviveria. Da mesma forma, sem os vendedores a empresa

não teria receitas e, de maneira semelhante, sem os empregados dos outros setores, a

empresa não teria o apoio necessário ao seu desenvolvimento.

Assim, são considerados custos e despesas operacionais todos aqueles gastos incorridos

com o objetivo final de gerar receitas diretamente relacionadas com a natureza específica

dos negócios de uma empresa.

As despesas operacionais nas demonstrações financeiras

Seja qual for o tamanho de uma empresa, as despesas exigidas para desenvolver suas

operações são variadas, devendo ser contabilizadas em contas específicas para cada tipo.

Dessa forma, as empresas necessitam manter um grande número de contas que

representam e identificam as diversas despesas operacionais incorridas.

Para simplificar a apresentação das demonstrações financeiras, bem como para fornecer

informações resumidas à administração da empresa, algumas despesas operacionais são

agrupadas sob títulos indicativos de sua natureza.

Outras, por terem importância e representarem parcelas relevantes em relação ao total de

despesas não são agrupadas, sendo apresentadas com títulos separados. Damos a seguir

alguns exemplos de grupamentos que compõe essas despesas.

Page 62: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

62

Despesas tributárias sobre vendas

Esse grupo contém as despesas tributárias geradas, conforme dito anteriormente.

• ICMS S/vendas

• ISS

• PIS Faturamento

• COFINS

Estas despesas são subtraídas das vendas brutas para se chegar as vendas líquidas.

Despesas com vendas

Nesse grupo são agregadas todas as despesas que se relacionam com as vendas. Deve ser

observado que muitas contas de despesas agrupadas, como despesas administrativas,

também podem ser classificadas com as despesas de vendas, desde que se relacionem

diretamente com as mesmas, e desde que a contabilidade mantenha contas separadas para

cada tipo de despesa.

Salários e encargos sociais do pessoal de vendas; Aluguéis de salas ou lojas de vendas;

Material de expediente do setor de vendas; Viagens, estadias e representações dos

vendedores; Água, luz, telefones das lojas ou setor de vendas; Comissões de vendedores;

Prêmios e seguros (sob bens utilizados p/setor de vendas); Manutenção de veículos

utilizados em vendas; Amostras grátis; Propaganda e publicidade dos produtos; Provisão

para devedores duvidosos (necessária para cobrir as perdas estimadas na cobrança de

contas a receber).

Page 63: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

63

Honorários da diretoria

Nas sociedades anônimas, os diretores são eleitos pelos acionistas reunidos em assembléia

geral, quando seus honorários são fixados. Até alguns anos atrás, os honorários dos

diretores eram considerados como despesas administrativas.

Embora essa classificação esteja correta, é cada vez maior o número de empresas que

apresenta os honorários dos diretores destacados dos demais grupos de despesas. O

destaque mostra a influência que a remuneração dos diretores provoca no resultado do

exercício, comparativamente com as outras despesas.

Despesas administrativas

Nesse grupo são agregadas as despesas relacionadas com a administração da empresa,

com exceção dos honorários da diretoria, com já exposto.

Salários e encargos sociais do pessoal administrativo; Aluguéis de escritório ou referentes a

administração; Material de expediente; Serviços de terceiros; Viagens, estadias e

representações; Água, luz, telefones; Conservação e manutenção; Prêmios e seguros;

Transporte do pessoal administrativo; Manutenção e reparos de veículos da administração;

Outras despesas.

Despesas financeiras líquidas

Representam o custo das operações de empréstimos e financiamentos. Nesse grupo estão:

Despesas de juros de empréstimos e financiamentos; Despesas de comissões bancárias;

Juros pagos s/atrasos de duplicatas; Receitas financeiras que devem ser deduzidas das

despesas.

Page 64: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

64

Despesas não operacionais

São aquelas não relacionadas diretamente com a natureza específica dos negócios de uma

empresa: Prejuízos na venda do Ativo Imobilizado; Multas (decorrente do não cumprimento

de uma obrigação); Perdas com sinistros;

Débitos de provisão para desvalorização de investimentos (é considerado como despesa não

operacional, desde que aplicar numerário em investimentos não seja o objetivo da empresa).

Esse grupo de contas é demonstrado após as receitas não operacionais.

Page 65: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

65

UNIDADE 15

Objetivo: Estudar a importância e a dinâmica do demonstrativo em revelar o lucro ou prejuízo da empresa, oportuno e cumpre demonstrar os componentes que permitiram alcançar o resultado.

Demonstração do resultado do exercício

A demonstração do resultado do exercício, conforme o próprio nome sugere, demonstra o

resultado obtido pela empresa no período, isto é, o lucro ou prejuízo.

É importante notar que, enquanto o Balanço Patrimonial representa a posição da empresa

em determinado momento, a Demonstração do Resultado acumula as receitas, os custos e

as despesas relativas a um período de tempo, mostrando o resultado e possibilitando

conhecermos seus componentes principais.

O artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações),

instituiu a Demonstração do Resultado do Exercício.

A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de forma

vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num

determinado período, normalmente, de doze meses.

De acordo com a legislação mencionada, as empresas deverão na Demonstração do

Resultado do Exercício discriminar:

• A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os

impostos;

• A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos

e o lucro bruto;

Page 66: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

66

• As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as

despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

• O lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais;

• O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o

imposto;

• As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias,

e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de

empregados;

• O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados em obediência

ao princípio da competência:

a) As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua

realização em moeda; e

b) Os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a

essas receitas e rendimentos.

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

Vendas de Produtos

Vendas de Mercadorias

Prestação de Serviços

(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

Devoluções de Vendas

Page 67: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

67

Abatimentos

Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

(-) CUSTOS DAS VENDAS

Custo dos Produtos Vendidos

Custo das Mercadorias

Custo dos Serviços Prestados

= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO

(-) DESPESAS OPERACIONAIS

Despesas Com Vendas

Despesas Administrativas

(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS

Despesas Financeiras

(-) Receitas Financeiras

Variações Monetárias e Cambiais Passivas

(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas

(-) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS

= RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO

RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS

Receitas Não Operacionais

Despesas Não Operacionais

Page 68: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

68

= LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E

SOBRE O LUCRO

(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES

(-) Participações de Administradores, Empregados, Debêntures e Partes

Beneficiárias

(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

Compreende a receita bruta das vendas de bens e serviços prestados em operações

realizadas pela empresa.

Na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os descontos incondicionais

concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou

contratante dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero

depositário (parágrafo único do art. 31 da Lei 8.981/1995).

Os impostos não cumulativos citados correspondem ao IPI e ao ICMS quando cobrado como

substituição tributária.

Assim, para a aplicação do conceito legal de Receita Operacional Bruta, é recomendável que

a empresa que contabiliza o IPI e o ICMS como Receita de Vendas, o faça em conta de

“Faturamento Bruto” e não em “Receita de Venda de Produtos”, ficando assim o plano de

contas da empresa:

Faturamento Bruto

(-) IPI Faturado

(-) ICMS Substituição Tributária

Page 69: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

69

(=) Receita Bruta de Vendas e Serviços

DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

Devoluções de Vendas

Nesta conta, de natureza devedora, são registradas as devoluções de vendas relativas à

anulação de valores registrados como receita bruta de vendas e serviços. Assim sendo, as

devoluções não devem ser deduzidas diretamente da conta de vendas, mas registradas

nessa conta devedora.

Abatimentos

Nessa conta serão registrados os descontos incondicionais concedidos aos clientes relativos

às vendas e serviços.

Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

A receita bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre ela

incidentes (exceto IPI e ICMS substituição tributária), que são registrados em contas

devedoras.

Desta forma, os valores dos impostos incidentes sobre as vendas, tais como: ISS, ICMS,

PIS, COFINS, serão diminuídos da receita bruta.

Custos das Vendas

Estas contas registram os custos de bens ou serviços vendidos. A apuração do custo das

mercadorias vendidas está diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois

representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no período e é

apurado através da equação CMV=EI+C-EF.

Page 70: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

70

Despesas de Vendas e Administrativas

As despesas de vendas representam os gastos de promoção, colocação e distribuição dos

produtos da empresa, bem como os riscos assumidos pela venda, tais como:

a) Despesas com folha de pagamento da área de vendas;

b) Comissões sobre vendas;

c) Propaganda e publicidade;

d) Gastos com garantia de produtos;

e) Utilidades e serviços: transporte, depreciação e manutenção de bens, energia elétrica,

telefone, água.

As despesas administrativas representam os gastos, pagos ou incorridos, para direção ou

gestão da empresa, tais como:

a) Despesas com o pessoal: salários, gratificações, férias, encargos, assistência médica,

transporte;

b) Utilidades e serviços: energia elétrica, água, telefone, fax, correio, seguros;

c) Despesas gerais: material de escritório, material de limpeza, viagens, alimentação,

jornais e revistas, despesas legais e judiciais, serviços profissionais contratados,

depreciação e manutenção de bens;

d) Impostos e taxas: IPTU, IPVA, ITR, Contribuição Sindical.

Receitas e Despesas Financeiras

Nesse grupo são incluídos os juros, os descontos e a atualização monetária pré-fixada, além

de outros tipos de receitas ou despesas, bem como aquelas decorrentes de aplicações

financeiras.

Page 71: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

71

As atualizações monetárias ou variações cambiais de empréstimos são registradas

separadamente no grupo variações monetárias.

As Receitas Financeiras compreendem:

• Descontos obtidos, decorrentes de pagamentos antecipados de duplicatas de

fornecedores ou outros títulos;

• Juros recebidos referentes aos juros cobrados pela empresa de seus clientes, por

atraso de pagamento e outras operações similares;

• Receitas de aplicações financeiras que englobam as receitas decorrentes de

aplicações financeiras, correspondentes à diferença entre o valor aplicado e o valor

resgatado, do tipo Certificado de Depósito Bancário (CDB), etc.;

• Outras receitas de investimentos temporários.

As Despesas Financeiras compreendem:

• Descontos concedidos aos clientes pelo pagamento antecipado ou pontual de

duplicatas;

• Juros de empréstimos, financiamentos, desconto de títulos e outras operações;

• Comissões e despesas bancárias cobradas pelos bancos nas operações de desconto,

de concessão de crédito, etc.

• Correção monetária prefixada de empréstimos.

As Variações Monetárias de Obrigações e Créditos compreendem:

• Variação cambial incorrida pela atualização periódica de obrigações ou créditos a

serem pagos ou recebidos em moeda estrangeira;

Page 72: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

72

• Atualização monetária que registra as atualizações sobre obrigações ou créditos

sujeitos à cláusula de atualização monetária.

Outras Receitas e Despesas Operacionais

Abrange outras receitas e despesas operacionais decorrentes de atividades acessórias do

objeto da empresa, tais como:

a) Lucros e prejuízos em participações societárias;

b) Vendas de sucatas ou sobras de estoques.

Resultados Não Operacionais

Nesse grupo são segregados os resultados não operacionais, ou seja, aqueles decorrentes

de outras operações não ligadas às atividades principais ou acessórias da empresa, tais

como:

a) ganhos e perdas na alienação de investimentos permanentes;

b) ganhos e perdas na alienação de bens e direitos do ativo permanente;

c) ganhos e perdas por desapropriação, baixa por perecimento, extinção, desgaste,

obsolescência de bens do ativo permanente.

Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

Nessas contas devem ser registrados os valores relativos à Contribuição Social Sobre o

Lucro e do Imposto de Renda devido sobre o resultado.

Page 73: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

73

Participações e Contribuições

Essas participações e contribuições devem ser contabilizadas na própria data do balanço,

mediante débito nas contas de participações no resultado e crédito nas contas de provisão

no Passivo Circulante.

De acordo com o artigo 189 da lei das S/A, do resultado do exercício, serão deduzidos, antes

de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o imposto sobre a

renda.

Dessa forma, toma-se o lucro líquido depois do imposto de renda e contribuição social, antes

das participações e dele se deduz o saldo eventual de prejuízos acumulados, apurando-se

assim a base inicial de cálculo das participações.

Ressalte-se que o cálculo das participações não é feito sobre o mesmo valor. Deve ser

calculado extra contabilmente, primeiramente, a participação das debêntures. Do lucro

remanescente se calcula a participação dos empregados, do lucro remanescente desse

cálculo, se calcula a participação dos administradores, e do saldo, a participação das partes

beneficiárias.

Exemplo:

Considerando-se que determinada empresa tenha definido no seu estatuto, que as

debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias tenham direito à

participação de 5% do lucro do exercício. A empresa tem um saldo de prejuízos acumulados

no valor de R$ 20.000,00, e o seu resultado do exercício após o Imposto de Renda e

Contribuição Social corresponde a R$ 100.000,00, teremos:

Lucro após Imposto de Renda e Contribuição Social 100.000,00 (-) Prejuízo acumulado 20.000,00 (=) Base de cálculo das participações de Debêntures 80.000,00 (-) Debêntures = 5% de R$ 80.000,00 4.000,00 (=) Base de cálculo da participação dos Empregados 76.000,00

Page 74: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

74

(-) Empregados = 5% de 76.000,00 3.800,00 (=) Base de cálculo da participação dos Administradores: 72.200,00 (-) Administradores = 5% de R$ 72.200,00 3.610,00 (=) Base de cálculo da participação das Partes Beneficiárias 68.590,00 (-) Partes beneficiárias = 5% de R$ 68.590,00 3.429,50 (=) Lucro líquido após as participações 65.160,50

Lucro Por Ação

O artigo 187 da Lei nº 6.404/76 determina a indicação do montante do lucro ou prejuízo

líquido por ação do Capital Social, o que possibilita melhor avaliação pelos investidores dos

resultados apurados pela companhia em relação às ações que possui.

O lucro por ação é apurado pela divisão do lucro líquido de exercício pelo número de ações

em circulação do capital social.

Contabilidade e finanças, apesar das técnicas utilizadas e suas cientificidades, não constitui

“verdade” se não tiver associação prática com nosso cotidiano. Em razão disso, é sempre

importante que façamos um esforço no sentido de aproximarmos a técnica ao nosso dia a

dia. Se o caminho for organizar nossas finanças pessoais, já terá sido de grande valia, o que

agrega valor na fixação do aprendizado.

Page 75: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

75

A partir dos conhecimentos pronunciados na Unidade 13, busque informações “reais” de uma

empresa (pode ser uma microempresa) e, com base no MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO

RESULTADO DO EXERCÍCIO, monte a referida demonstração e apure o resultado da

empresa escolhida.

Page 76: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

76

UNIDADE 16

Objetivo: Apresentar a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), enquanto ferramenta gerencial, sua elaboração e as transações que o afetam.

Demonstração dos Fluxos de Caixa

A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), ao contrário da DOAR, passou a ser um

relatório obrigatório pela contabilidade para todas as sociedades de capital aberto ou com

patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).

Esta obrigatoriedade vigora desde 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, e desta forma

torna-se mais um importante relatório para a tomada de decisões gerenciais.

De forma condensada, esta demonstração indica a origem de todo o dinheiro que entrou no

caixa em determinado período e, ainda, o Resultado do Fluxo Financeiro. Assim como a

Demonstração de Resultados de Exercícios, a DFC é uma demonstração dinâmica e

também está contida no balanço patrimonial.

A Demonstração do Fluxo de Caixa irá indicar quais foram às saídas e entradas de dinheiro

no caixa durante o período e o resultado desse fluxo.

As Principais Transações que Afetam o Caixa

A seguir, relacionaremos em dois grupos as principais transações que afetam o caixa.

a) Transações que Aumentam o Caixa (Disponível)

• Integralização do Capital pelos proprietários em dinheiro;

• Empréstimos bancários e financiamentos oriundos das instituições financeiras;

Page 77: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

77

• Vendas de Ativos Permanentes;

• Outras entradas (juros recebidos, indenizações de seguros, etc.).

b) Transações que Diminuem o Caixa (Disponível)

• Pagamento de dividendos aos acionistas;

• Pagamento de juros, correção monetária de dívidas;

• Aquisicão de itens do Ativo Permanente;

• Compra à vista e pagamento de fornecedores;

• Pagamentos de despesas(custo), contas a pagar e outros.

c) Transações que não Afetam o Caixa

Dentre as transações realizadas pela empresa, algumas não afetam o caixa, isto é, não há

encaixe e nem desencaixe de dinheiro, como por exemplo: - Depreciação, amortização e

exaustão; - Provisão para devedores duvidosos; - Correção monetária de balanço; -

Acréscimo ou diminuições de investimentos avaliados pelo método de equivalência

patrimonial, sem significar que houve vendas ou novas aquisições.

Apresentação do Relatório de Fluxo de Caixa

Seguindo as tendências internacionais, o fluxo de caixa pode ser incorporado às

demonstrações contábeis tradicionalmente publicadas pelas empresas. Basicamente, o

relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas:

I - Atividades Operacionais;

II - Atividades de Investimento;

III - Atividades de Financiamento.

Page 78: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

78

As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos decorrentes da

industrialização, comercialização ou prestação de serviços da empresa. Estas atividades têm

ligação com o capital circulante líquido da empresa.

As Atividades de Investimentos são os gastos efetuados no Realizável em Longo Prazo ou

no Ativo Permanente, bem como as entradas por venda de ativos imobilizados.

As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Exigível em Longo Prazo e do

Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os empréstimos e financiamentos de curto

prazo. As saídas correspondem à amortização destas dívidas e os valores pagos aos

acionistas a título de dividendos, distribuição de lucros.

RECEBIMENTOS ATIVIDADES PAGAMENTOS

a fornecedores

de salários e comissões

de juros e impostos

outros desembolsosdas operações

outros desembolsosdas operações

de juros e dividendoss/ investimentos

de clientes (vendas + red. Conta clientes)

Operações

aquisição de imobilizado

compra de investimentosque não equiv. caixa

liberação deempréstimos concedidos

recebimento deempréstimos concedidos

venda de investimentosque não equiv. caixa

venda de imobilizado

Investimentos

de dividendos

Principal de empréstimosbancários

resgate títulos de dívidacaptação recursos viaemissão títulos de dívida

recebimento deempréstimos bancários

emissão de ações

Financiamento

Fonte: Horngren, 1996

Page 79: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

79

Método Direto

De posse da conta “Caixa”, ordenando as operações de acordo com a sua natureza e

condensando-as, podemos extrair todos os dados necessários, detalhando as entradas e

saídas de caixa.

É uma questão de ordenamento das entradas e saídas de caixa. Para os ingressos de

recursos, considerar os valores positivos, para as saídas, negativos.

A seguir mostraremos um modelo simplificado de DFC pelo método direto, baseado no

modelo FAS 95, ou seja, fazendo uma segregação dos tipos de atividades:

1. Das Atividades Operacionais

(+) Recebimentos de Clientes e outros

(-) Pagamentos a Fornecedores

(-) Pagamentos a Funcionários

(-) Recolhimentos ao Governo

(-) Pagamentos a Credores Diversos

2. Das Atividades de Investimentos

(+) Recebimento de Venda de Imobilizado

(-) Aquisição de Ativo Permanente

(+) Recebimento de Dividendos

3. Das Atividades de Financiamentos

(+) Novos Empréstimos

(-) Amortização de Empréstimos

Page 80: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

80

(+) Emissão de Debêntures

(+) Integralização de Capital

(-) Pagamento de Dividendos

4. Aumento/Diminuição nas Disponibilidades

Método Indireto

De posse das Demonstrações Financeiras, uma vez que nem sempre temos acesso à ficha

(ou livro) da “conta Caixa”, lançamos mão de uma técnica bastante prática, o que nos

permite elaborar a DFC para empresas diversas.

O Método Indireto é aquele em que os recursos provenientes das atividades operacionais

são demonstrados a partir do lucro líquido, ajustado pelos itens considerados na contas de

resultado, porém sem afetar o caixa da empresa. O Método Indireto é feito com base nos

ajustes do lucro líquido do exercício que se encontra na Demonstração de Resultado.

Primeiro passo: Os itens operacionais que não usaram dinheiro, mas foram deduzidos como

despesas devem ser acrescentados de volta ao lucro do exercício, como é o caso da

depreciação.

Segundo passo: As alterações ocorridas no Capital Circulante Líquido (AC e PC) também

devem ser ajustadas, porque estão relacionadas com as atividades operacionais.

1. Fluxo de Caixa Operacional Líquido

Lucro Líquido

(- ) Aumento de Estoques

(+) Depreciação

Page 81: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

81

(- ) Aumento de Clientes

(+) Pagamento a Funcionários

(+) Contas a Pagar

(+) Pagamentos de Impostos e Tributos

(+) Aumentos de Fornecedores

2. Das Atividades de Investimentos

(+) Recebimento de Venda de Imobilizado

(- ) Aquisição de Ativo Permanente

(+) Recebimento de Dividendos

3. Das Atividades de Financiamentos

(+) Novos Empréstimos

(- ) Amortização de Empréstimos

(+) Emissão de Debêntures

(+) Integralização de Capital

(- ) Pagamento de Dividendos

4. Aumento/Diminuição nas Disponibilidades

Quando há um aumento nos ativos circulantes (estoques, contas a receber), o raciocínio é

que foi usado dinheiro do caixa, para comprar estoques ou conceder crédito a clientes. De

maneira inversa, se os estoques ou clientes diminuírem é porque a empresa está tendo

receita ou recebimento de clientes.

Nota: Os aumentos do Ativo Circulante usam caixa, as diminuições produzem caixa.

Page 82: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

82

Os aumentos do Passivo Circulante têm o efeito oposto sobre o caixa. Quando os

fornecedores concedem créditos, o caixa é liberado para outras atividades. Quando a

empresa diminui a conta de fornecedores, é que ela está usando caixa para solver

compromissos.

Nota: Os aumentos do Passivo Circulante produzem caixa, as diminuições usam caixa.

Todos estes ajustes fazem parte das atividades operacionais. As demais atividades de

investimento e de financiamento serão elaboradas nos mesmos moldes do Método Direto,

usando-se para tanto os dados do Balanço Patrimonial.

Conclusão

A demonstração é uma ferramenta que permite ao administrador financeiro melhorar o

planejamento financeiro da empresa, conseguindo, com isso, que o Caixa fique livre de

excessos e que a empresa conheça antecipadamente as suas necessidades de dinheiro.

Dessa maneira, deverá sempre ser comparada com o efetivo desempenho de Caixa da

empresa para poder alcançar toda a sua utilidade nas previsões orçamentárias e de

investimentos, assim como ser aperfeiçoada para tornar-se cada vez mais objetiva e próxima

da realidade.

Page 83: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

83

UNIDADE 17

Objetivo: Demonstrar as modificações na posição financeira da empresa, a partir de mudanças que afetam o capital de giro.

DEMONSTRAÇÕES DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

A demonstração das origens e aplicações de recursos visa avaliar num dado momento, as

modificações na posição financeira da companhia. A lei das S.A. define “modificações na

posição financeira” como sendo as mudanças processadas no capital de giro da companhia,

confrontando dois períodos sociais.

O capital circulante é a expressão de capital de giro e resulta da diferença positiva entre o

ativo e o passivo circulantes. Quando a diferença entre o ativo e o passivo circulantes for

positiva, diz-se que o capital circulante é líquido (CCL). Em caso contrário será capital

circulante negativo. Essa demonstração, também denominada fluxo de fundos, origina-se da

análise das variações ocorridas nos saldos das contas que integram o sistema patrimonial da

empresa, confrontando dois balanços.

Muitas dentre todas as operações contábeis que produzem modificações nos elementos que

integram o patrimônio líquido da empresa, de um dado exercício social para outro, são

registrados segundo o regime de competência.

O conceito de fluxo de fundos não leva em consideração a competência do exercício social,

por isso é preciso retificar o lucro líquido gerado, adicionando-se a depreciação, exaustão,

amortização e certos tipos de provisões.

A parte do lucro líquido gerado no exercício, retificado com a adição de elementos não

monetários retidos na empresa, constitui autêntica fonte de recursos.

Por outro lado, a empresa poderá obter novos recursos através de financiamentos em longo

prazo, ou de aumento de capital social mediante subscrição de ações em dinheiro, ou ainda,

Page 84: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

84

de alienação (venda) de bens e direitos que integram seu ativo realizável em longo prazo e

permanente.

Os novos recursos obtidos de várias fontes poderão ser aplicados na aquisição de bens que

venham integrar seu ativo imobilizado na aquisição de direitos, na redução de suas

exigibilidades em longo prazo, assim como na distribuição de dividendos em função do lucro

gerado, e no aumento do capital de giro ou capital circulante.

DOAR x Capital Circulante Líquido (CCL)

Para elaboração de uma DOAR é necessário, além do balanço patrimonial, a demonstração

do resultado do exercício, a demonstração das mutações do patrimônio líquido e algumas

outras informações que permitam identificar as ocorrências que afetaram os seguintes

grupos: o resultados de exercícios futuros, o ativo permanente, o realizável e o exigível em

longo prazo.

O conceito de demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR) está

fundamentalmente relacionado com o conceito de capital circulante líquido (CCL). Desse

modo, para uma boa compreensão da DOAR, é necessário que identifiquemos, entre as

operações praticadas pela empresa, aquelas que modificam o CCL e aquelas que não

modificam.

O CCL é a diferença entre o ativo e o passivo circulantes (CCL=AC-PC). Em razão da

equação patrimonial apresentada pelo balanço, o ativo circulante menos o passivo circulante

é igual ao passivo não circulante menos o ativo não circulante (AC-PC = PñC-AñC).

É sempre importante destacar que quando falamos de CCL, estamos envolvendo apenas os

itens circulantes do balanço. A DOAR abrange a variação do CCL, mais as variações nos

ativos e passivos não circulantes, compreendendo, portanto, todo o balanço patrimonial, com

a seguinte característica:

I – Os itens circulantes são apresentados diretamente pela diferença entre o ativo e o

passivo circulantes;

Page 85: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

85

II – Os itens não circulantes precisam ser detalhados para identificarmos as causas que

provocaram suas variações.

Se olharmos para os itens não circulantes afetando o CCL, ou seja, visualizando a equação

CCL = PñC – AñC, temos:

Eventos que provocam a redução do CCL devem ser entendidos como aplicação de

recursos. A redução do CCL pode ser decorrência:

# da diminuição do passivo não circulante;

# do aumento do ativo não circulante;

Por outro lado, os fenômenos que aumentam o CCL devem ser compreendidos como origens

de recursos. O aumento do CCL pode decorrer dos seguintes fatos:

# do aumento no passivo não circulante;

# da diminuição no ativo não circulante.

A soma das origens e aplicações de recursos, ocorridas no exercício social, objeto da

demonstração, visa determinar o aumento ou a redução do capital circulante. Se houver

excesso de origens de recursos em relação às aplicações, verificado no mesmo período

social, o valor respectivo corresponderá ao aumento do capital circulante. Em caso contrário,

se houver insuficiência, o valor respectivo indicará redução do capital circulante.

Como “modelo”, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos indicará as

modificações na posição financeira da companhia, discriminando:

As origens de recursos, agrupadas em:

Lucro do exercício, acrescido da depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela

variação nos resultados de exercícios futuros;Realização do capital social e contribuições

para reservas de capital;

Page 86: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

86

Recursos de terceiros originários do aumento do passivo exigível em longo prazo, da

redução do ativo realizável em longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do

ativo imobilizado.

As aplicações de recursos, agrupadas em:

Dividendos distribuídos;

Aquisição de direitos do Ativo Imobilizado;

Aumento do Ativo Realizável em Longo Prazo, dos Investimentos e do Ativo Diferido;

Redução do Passivo Exigível em Longo Prazo.

Não é demais lembrar que no balanço patrimonial, o ativo representa as aplicações de

recursos em bens e direitos, enquanto o passivo representa as fontes de recursos.

Esses recursos podem ser originários dos lucros da atividade da empresa, de aporte de

capital efetuado pelos acionistas, ou ainda de dívidas junto a terceiros. A Demonstração das

Origens e Aplicação de Recursos (DOAR) objetiva mostrar as variações ocorridas nas

aplicações durante dado período, comparativamente às suas respectivas fontes.

Por que a contabilidade é obrigatória em todas as empresas?

1) Por exigência legal?

2) Por necessidade de caráter gerencial?

3) Identifique outros motivos em que a ausência da contabilidade poderia prejudicar a

empresa.

Emita sua opinião e observe a visão dos outros participantes.

Page 87: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

87

UNIDADE 18

Objetivo: Destacar e analisar números do balanço que possam identificar deficiências ou apontar soluções sobre a evolução patrimonial de uma empresa e suas conseqüências financeiras.

ANÁLISE FINANCEIRA

A análise financeira e de balanços deve ser entendida dentro de suas possibilidades e

limitações. Apontando mais problemas que soluções; mas quando manuseada de forma

conveniente, transforma-se num poderoso painel de controle administrativo.

Um contador com mentalidade gerencial pode apontar deficiências e assessorar a diretoria

financeira, tanto de forma preventiva, quanto corretiva. Cada caso requer um nível de

aprofundamento, mas não é incomum que se possa obter resultados com as ferramentas de

análise mais conhecidas no ambiente financeiro.

As limitações das análises financeiras podem ser creditadas a diversos fatores,

principalmente de natureza operacional.

O ambiente de onde se extrai a informação, a atualização dos números no tempo e os

pareceres independentes estão entre as várias condições de qualidade da informação

contábil, a saber:

A contabilidade da empresa deve ser mantida com esmero e sem interferências

manipuladoras ou normalizantes de resultados;

Ainda que a área de contabilidade tudo faça para executar os serviços de forma correta, nas

médias e grandes empresas, é imprescindível o parecer do auditor independente ou pelo

menos o acompanhamento da auditoria interna;

Na medida do possível, os demonstrativos devem ser corrigidos detalhadamente, levando-se

em conta as variações do poder aquisitivo da moeda;

Page 88: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

88

Não devemos restringir nossa análise ao balanço patrimonial e a demonstração de resultado.

Todas as demonstrações constantes nos relatórios contábeis devem ser analisadas (leia-se:

Balanço, DRE, DMPL, etc).

Uma análise adequada requer qualidade de dados e disposição adequados. Portanto, os

valores devem ser arredondados e, desde que não haja necessidade de uma analise vertical

e horizontal extremamente detalhada, certas contas podem ser fundidas dentro de outras

denominações mais genéricas.

Reclassificação para análise

A reclassificação para análise significa o remanejamento de contas para novos grupamentos

dentro do balanço patrimonial e demonstração de resultados.

De forma sucinta, indicamos alguns remanejamentos necessários:

Duplicatas descontadas: do ativo circulante para o passivo circulante, visando dar um

tratamento uniforme para as empresas que não trabalham com descontos;

Despesas do exercício seguinte: do ativo circulante para o diferido do ativo, por se tratar

de um grupamento que não será convertido em dinheiro, mas despesas no exercício

seguinte.

Resultados de exercícios futuros: Embora muitos analistas o considerem como uma

obrigação futura, classificando-o no passivo circulante, optamos pela reclassificação no

grupo diferido do passivo, uma vez que devemos considerar como uma receita que não será

devolvida.

Outras reclassificações serão abordadas em momento oportuno.

Page 89: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

89

Análise horizontal e vertical

A análise horizontal pode à primeira vista detectar itens cujo crescimento está acima ou

abaixo do desejado, crescimento este que pode passar despercebido quando analisamos

diretamente os valores, principalmente se o valor inicial for pequeno.

Uma análise horizontal, por exemplo, dos itens do disponível pode revelar pequeno

crescimento anual deste item. Este pequeno crescimento, entretanto, pode ser significativo

se a política da empresa for evitar disponível excedente.

É claro, que o disponível pode ter crescido em razão do crescimento total da empresa. Isto é,

pode ser que a participação percentual tenha se mantido constante sobre o ativo ou até

diminuído. Por isso, em alguns casos, apenas a análise horizontal não resolve, como

indicador de áreas a serem investigadas com maior profundidade. É preciso acoplá-la com a

análise vertical.

A análise horizontal é importante para denotar a estrutura de composição de itens e sua

evolução no tempo. Sendo que a análise vertical, enquanto coeficiente ou percentual que

demonstra a participação relativa de um determinado número de um subgrupo contábil sobre

uma base, possui maior utilidade quando analisa a participação de cada item dos

demonstrativos operacionais.

Conveniente destacar alguns passos vitais que garantam o sucesso da análise: de cada

conta, análise matemática, análise gráfica, análise comentada e comparativa com empresas

do mesmo setor.

Page 90: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

90

UNIDADE 19

Objetivo: Estruturar com números, o Balanço completo e a Demonstração de Resultados, de forma que eles possam sustentar análises posteriores que justifiquem a evolução do patrimônio.

Estrutura do balanço para análise

Reclassificando o balanço

Suponhamos o seguinte balanço patrimonial de uma empresa:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

1990 1991 1992 1990 1991 1992ATIVOCIRCULANTE

7366.000 1.018.000 1.353.000 PASSIVOCIRCULANTE

558.000 518.000 729.000

Caixa 30.000 40.000 67.000 Fornecedores 266.000 371.000 458.000Bancos 49.000 44.000 79.000 Imp. De

Renda133.000 19.000 150.000

Aplic. c/ Liq.Imediata

- 6.000 15.000 Bancos c/empréstimos

30.000 25.000 33.000

Dupl. aReceber

703.000 1.041.000 1.124.000 Impostos aRecolher

33.000 48.000 9.000

(-) Dev.Duvidosos

(27.000) (39.000) (44.000) INSS aRecolher

5.000 6.000 5.000

Estoques 171.000 241.000 466.000 Gratificaçõesa Pagar

4.000 5.000 74.000

DuplicatasDescontadas

(190.000) (315.000) (354.000) Financiamentos 87.000 44.000

Real. A LongoPrazo

218.000 320.000 400.000

Page 91: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

91

ATIVO PASSIVO

1990 1991 1992 1990 1991 1992Dupl. aReceber

185.000 259.000 342.000 Exig. a LongoPrazo

484.000 1.305.000 1.257.000

C/ CorrenteDevedoras

33.000 61.000 58.000 Financiamentos 480.000 1.305.000 1.257.000

Empréstimosde Terceiros

4.000

ATIVOPERMANENTE

95.000 1.492.000 1.883.000

INVESTIMENTOS

86.000 153.000 189.000 PATRIMÔNIOLÍQUIDO

862.000 1.007.000 1.650.000

Ações Out.Empresas

66.000 131.000 165.000 CAPITAL 500.000 800.000 1.241.000

Obras de Arte 20.000 22.000 24.000 Capital 500.000 800.000 2.500.000IMOBILIZADO 808.000 1.247.000 1.515.000 (-) Capital a

Integralizar(1.259.000)

Terrenos 173.000 195.000 245.000 RESERVASDE LUCROS

37.000 34.000 54.000

Edificações 130.000 270.000 400.000 ReservaLegal

37.000 34.000 54.000

Maquinas eEquip.

441.000 666.000 790.000 RESULT.ACUMULADO

325.000 173.000 355.000

ATIVO PASSIVO

1990 1991 1992 1990 1991 1992Inst.Industriais

101.000 171.000 236.000 LucrosAcumulados

325.000 173.000 355.000

Veículos 26.000 22.000 34.000Mov. Utensílios 12.000 35.000 43.000Aces. /Ferramentas

10.000 14.000 16.000

Laboratório 14.000 19.000 29.000(-)Depreciação

(99.000) (145.000) (278.000)

DIF. – EX.SEGUINTE

56.000 92.000 179.000

Dep. Judiciais 3.000 8.000 3.000Oper. deFinanc.

53.000 84.000 176.000

TOTAL 1.904.000 2.830.000 3.636.000 TOTAL 1.904.000 2.830.000 3.636.000

Page 92: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

92

DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS 1.990 1991 1992 RECEITA OPER.BRUTA

Vdas Mercad. Prazo 3.223.000 4.057.000

5.218.000

CMV (1.677.000) 2.224.000

2.798.000

LUCRO BRUTO 1.546.000 1.833.000 2.420.000 DESP.OPERAC.

Despesas c/vdas (769.000) 1.205.000

1.261.000

Despesas Financ. (108.000) 214.000 205.000

Despesas Administrativas (180.000) 292.000

316.000

Depreciações (36.000) 1.093.000 46.000 1.757.000 133.000 1.915.000

LUCRO OPERACIONAL 453.000 76.000 505.000 RESULT. NÃO OPERACIONAL Receita não operacional 80.000 315.000

149.000

Despesas não operacionais (92.000) (500.000)

(182.000)

Correção Monet. 12.000 - 185.000 - 33.000 -

Provisão p/Dev. Duvidosos 10.000 12.000

5.000

Provisão p/I. R. 133.000 143.000 19.000 31.000 150.000 155.000

LUCRO LÍQUIDO 310.000 45.000 350.000

OUTROS DADOS

Compras do ano 1.760.000 2.294.000

3.023.000

Estoque ano anterior 88.000 Lucro Acumulado Anterior 15.000

Page 93: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

93

Reclassificando as contas patrimoniais da seguinte forma:

• Duplicatas descontadas: do ativo circulante para o passivo circulante.

• Despesas do exercício seguinte: do ativo circulante para o diferido do ativo.

• Resultado de exercícios futuros: reclassificação no grupo diferido do passivo.

Teremos a seguinte estrutura de balanço para análise.

ESTRUTURA DOS BALANÇOS RECLASSIFICADOS

1.990 1.991 1.992 1. ATIVO ATIVO CIRCULANTE 926.000 1.333.000 1.707.000 Realizável - L. Prazo 218.000 320.000 400.000 Subtotal 1.144.000 1.653.000 2.107.000 ATIVO PERMANENTE 894.000 1.400.000 1.704.000 ATIVO REAL 2.038.000 3.053.000 3.811.000 Diferido 56.000 92.000 179.000 Acertos TOTAL 2.094.000 3.145.000 3.990.000

2. PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE 748.000 833.000 1.083.000 Exigível - L. Prazo 484.000 1.305.000 1.257.000 PASSIVO REAL 1.232.000 2.138.000 2.340.000 P. Liquido 862.000 1.007.000 1.650.000 Resultado Exerc. Futuro - - - Acertos TOTAL 2.094.000 3.145.000 3.990.000

Page 94: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

94

Elementos específicos para análise

3. ELEMENTOS ESPECÍFICOS 1990 191 1992 Estoque 171.000 241.000 466.000 Capital Integralizado 500.000 800.000 1.241.000 C.M.V. 1.677.000 2.224.000 2.798.000 Estoque Médio 129.500 206.000 353.500 Vendas a Prazo 3.223.000 4.057.000 5.218.000 Sd. Md Dup. a Rec. = [DR(0)+DR(1)]/2 703.000 872.000 1.082.500 Compras 1.760.000 2.294.000 3.023.000 Sd Md C. a Pagar = [FORN(0)+FORN(1)]/2 266.000 318.500 414.500 Pgto de Lucros/Dividendos - 200.000 148.000

PLANILHA PARA CÁLCULO DOS ELEMENTOS ESPECÍFICOS

1990 1991 1992 1990 1991 1992

Estoque Anterior 88.000 171.000 241.000EstoqueAnterior 88.000 171.000 241.000

(+) Compras 1.760.000 2.294.000 3.023.000(+) EstoqueAtual 171.000 241.000 466.000

(=) Subtotal 1.848.000 2.465.000 3.264.000(=) Subtotal 259.000 412.000 707.000

(-) Estoque Atual 171.000 241.000 466.000(:) 2 2 2 2

(=) C.M.V. 1.677.000 2.224.000 2.798.000(=) EstoqueMédio 129.500 206.000 353.500

Dupl a Receber0 703.000 703.000 1.041.000Dupl a Pagar 0 266.000 266.000 371.000

(+) Duplic a Receber 1 703.000 1.041.000 1.124.000(+) Duplic aPagar 1 266.000 371.000 458.000

(=) Subtotal 1.406.000 1.744.000 2.165.000 (=) Subtotal 532.000 637.000 829.000(:) 2 2 2 2(:) 2 2 2 2

(=) Saldo Médio Dupl a rec. 703.000 872.000 1.082.500

(=) SaldoMédio Dupl apagar 266.000 318.500 414.500

Lucro Acumulado 0 15.000 325.000 173.000

(+) Lucro Exercício 1 310.000 45.000 350.000(+) Reversão de reservas 1 - 3.000 -

(=) Subtotal 325.000 373.000 523.000

(-) Lucro Acumulado 1 325.000 173.000 355.000

(-) Reservas 1 - - 20.000

(=) Pagto Lucros/Divid. - 200.000 148.000

Page 95: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

95

UNIDADE 20

Objetivo: Apresentar formas alternativas para mensurar a evolução patrimonial.

Análise da situação patrimonial

Alguns usam denominá-la, erroneamente, de situação econômica. A posse de bens e direitos

corresponde à situação patrimonial. Situação econômica diz respeito à capacidade de gerar

lucros. A Situação Patrimonial pode ser analisada sob vários aspectos:

Patrimônio líquido - evolução

Patrimônio líquido atual: Apresenta o valor do P.L. calculado. É diferente do valor dos

demonstrativos contábeis por que o item diferido é excluído.

Evolução nominal – ano base: Mostra o crescimento “nominal” do P.L. sem considerar a

inflação, comparando-a a um índice 100 fixado para o ano base. No período inflacionário, o

crescimento nominal constante pode passar uma “ilusão” aos proprietários, facilmente

anulada quando se apura o crescimento real.

Evolução nominal – ano anterior: Da mesma forma que o índice precedente, apenas

calculado em relação ao ano anterior, mostrando o crescimento anual.

Ano base corrigido: Apresenta o valor do P.L. do ano base, corrigido através de índices de

variação da inflação.

Evolução real – ano base: Mostra o crescimento real, face à deflacão dos valores. Sendo

superior a 100, indica um crescimento efetivo (real). Quando inferior a 100, significa perda de

valor do patrimônio dos proprietários.

Page 96: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

96

Ano anterior corrigido: Indica o valor do P.L. do ano anterior, corrigido através de índices

de variação da inflação.

Evolução real – ano anterior: Apresenta o crescimento real anual. Abaixo de 100, significa

uma involução.

Garantia do capital de terceiros: Este quociente é observado com muita atenção pelos

credores da empresa. Mostra quanto estão garantidos seus créditos. Quanto mais alto seu

resultado, tanto melhor e mais sólida patrimonialmente é a empresa. Um quociente de 1,70,

indica que “para cada real de dívida, a empresa conta com R$ 1,70”. Num caso de liquidação

da empresa, todas as dívidas podem ser pagas e ainda restam 70%.

Leverage: Revela o grau de endividamento. O grau máximo permissível é de 3,33.

Ultrapassada essa faixa, a empresa pode ser considerada de grande risco.

Endividamento de curto prazo: Mostra o percentual de endividamento em curto prazo em

relação ao Ativo Real. Seu comportamento nos diversos períodos indica uma tendência de

bom ou mau uso do capital de terceiros.

Endividamento de longo prazo: Mostra o comportamento da dependência dos capitais de

longo prazo, ao longo dos períodos.

1. SITUAÇÃO GLOBAL – PATRIMONIAL1990 1991 1992

A – Patrimônio LíquidoATIVO REAL 2.038.000 3.053.000 3.811.000(-) Passivo Real 1.232.00 2.138.000 2.340.000(=) PATTRIMÔNIO LÍQUIDO REAL 806.000 915.000 1.471.000Ind. Evol. Anual Nominal do PL – Ano Base 100% 114% 183%Ind. Evol. Anual Nominal do PL – Ano Anterior 100% 114% 161%B – Garantia Cap. TerceirosATIVO REAL 2.038.000 3.053.000 3.811.000( : ) Passivo Real 1.232.000 2.138.000 2.340.000( = ) QUOC. GARANT. CAP. TERCEIROS 1,65 1,43 1,63

Page 97: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

97

Comentário:

Situação global - patrimonial: Nos três exercícios a empresa apresenta um considerável

crescimento das suas atividades, resultando numa expansão nominal do seu patrimônio

líquido real. Tomando por base o ano 1990: 14% em 1991 e 83% em 1992, resultando num

crescimento nominal em relação ao ano anterior de 14% em 1991 e 61% em 1992.

Existe uma boa margem de garantia para os capitais de terceiros com índices estáveis nos

últimos exercícios: 1,65 (1990), 1,43 (1991) e 1,63 (1992), ou seja, uma margem de 0,63 na

situação mais recente. Isto revela que em 1992 a empresa tem 1,63 para cada 1,00 de

unidade de dívida.

Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua SALA DE

AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES.

EVOLUÇÃO DO P.L.

0%

50%

100%

150%

200%

Ind.Evol.Anual Nominal do PL - Ano Base Ind.Evol.Anual Nominal do PL - Ano Ant.

1990

1991

1992

Page 98: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

98

UNIDADE 21 Objetivo: Destacar os principais indicadores da saúde financeira empresarial, abordando itens relacionados com o grau de liquidez.

ANÁLISE DE LIQUIDEZ

Índice de liquidez - solvência

Liquidez corrente: Um dos principais indicadores da situação financeira de uma empresa.

Mostra a capacidade teórica de pagar suas dívidas de curto prazo. Teórica porque compara

valores a receber até um ano com valores a pagar em igual período, cujos perfis de

vencimento são distintos.

Resultados bem superiores a 1 (um) mostram segurança financeira e servem para indicar

quanto a empresa poderá retirar de seu ativo circulante para aplicar em imobilização ou

amortizar o exigível a longo prazo, ou ainda manter uma margem de segurança.

O fato mais importante, porém, está na observação do comportamento ao longo dos

períodos. Se as tendências são decrescentes, há um sintoma de que a empresa está

caminhando para uma das situações: Falência ou Mudança de Proprietário.

Liquidez seca: Mantidas as mesmas observações do item anterior, este índice mostra como

fica a situação da empresa face às dívidas se, por qualquer razão, ela não puder vender

seus estoques, o que, acaba por demonstrar certa “dependência” em relação aos estoques.

Indica quantos reais possui por real de dívida.

Liquidez geral: (bruta) Indica a dependência em relação ao capital de terceiros de longo

prazo. Resultados inferiores a 1,00 podem indicar excesso de financiamentos de longo

prazo.

Há, porém, que considerar o fato de as empresas dificilmente terem valores realizáveis em

prazos superiores a um ano. Em contrapartida, podem possuir dívidas contabilizadas e

Page 99: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

99

vencíveis em 5, 7, 8 ou até mais anos. Quanto menor o resultado, maior a necessidade de

lucros para cumprir com as dívidas de longo prazo. Importante analisar a tendência ao longo

do tempo.

1. SITUAÇÃO FINANCEIRA1990 1991 1992

Ativo Circulante 926.000 1.333.000 1.707.000(:) Passivo Circulante 748.000 833.000 1.083.000(=) A – Solvência Líquida 1,24 1,60 1,58Ativo Circulante 926.000 1.333.000 1.707.000(-) Estoque (171.000) (241.000) (466.000)(=) Subtotal 755.000 1.092.000 1.241.000(:) Passivo Circulante 748.000 833.000 1.083.000(=) B - Solvência Seca 1,01 1,31 1,15Ativo Circulante + Real L. Prazo 1.144.000 1.653.000 2.107.000(:) Passivo Real 1.232.000 2.138.000 2.340.000(=) C – Solvência Bruta 0,93 0,77 0,90

SOLVENCIA

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

Solvência Líquida Solvência Seca Solvência Bruta

1990

1991

1992

Page 100: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

100

Comentários:

Situação financeira - solvência:

A Solvência Líquida apresenta-se favorável, com tendência estacionária nos últimos anos,

havendo um excesso de 60% em 1991 e 58% em 1992 para cada unidade de dívida a curto

prazo.

A Solvência Seca (subtraindo-se dos estoques) configura-se, evidentemente, com uma

margem menor, porém ainda aceitável 31% em 1991 e 15% em 1992.

A Solvência Bruta apresentou uma queda em 1991 em relação a 1992, voltando a crescer

em 1992, contudo, demonstra uma aparente situação de aperto.

Apesar de algumas limitações atribuídas aos índices de liquidez, restritas às particularidades

de cada segmento empresarial, não raro, eles conseguem superar sua função objetiva de

diagnosticar a eficácia financeira, indicando, até mesmo, o encerramento ou a continuidade

de um empreendimento.

Page 101: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

101

Dissolução, Liquidação e Extinção de uma sociedade.

Tente diagnosticar problemas pontuais que levam um gestor financeiro a recomendar o

encerramento de um empreendimento;

Procure objetivamente traçar as diferenças básicas entre dissolução, liquidação e extinção de

uma sociedade;

Do ponto de vista formal, naquilo que a Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/1976) trata

dos procedimentos relacionados à dissolução, à liquidação e a extinção, reflita sobre as

formas de desfazimento societário.

Registre sua participação no FORUM e conheça a manifestação dos outros participantes.

Page 102: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

102

UNIDADE 22

Objetivo: Visa identificar a origem dos capitais aplicados na empresa, se próprios ou de terceiros, sua aplicação desconcentrada e os benefícios ou desvantagens que isso pode implicar.

Procedência e Aplicação de Capitais

Capital próprio: Este item apresenta a percentagem total de capitais próprios. Seu

crescimento ao longo dos períodos analisados indica a correta direção empresarial.

Capital de terceiros: Este item mostra a percentagem total de capitais de terceiros

existentes na empresa. Está claro que, se os capitais de terceiros forem “não onerosos” ou

empréstimos a juros subsidiados, pode haver vantagens, apesar da percentagem elevada.

2. PROCEDÊNCIA DE CAPITAIS

1990 1991 1992

A - Patrimônio Líquido AR - 100 806.000 915.000 1.471.000

Ativo Real PL - X 2.038.000 3.053.000 3.811.000

(=) Capital Próprio 40% 30% 39%

B - Passivo Real AR - 100 1.232.000 2.138.000 2.340.000

Ativo Real PR - X 2.038.000 3.053.000 3.811.000

(=) Capital de Terceiros 60% 70% 61%

C - Cap. Total

(A + B = C = S = 100%)

100% 100% 100%

Page 103: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

103

Comentários:

Procedência de capitais: Observando o quadro 2, concluímos que a participação própria

decresceu em 1991 para 30%, restabelecendo em 1992 os mesmos níveis de 1990 (39%),

em virtude de lucros crescentes, os quais, na maior parte permanecem na empresa, para

desenvolvimento de seus negócios.

Aplicação de capitais

Ativo circulante: É preciso identificar a percentagem de capitais aplicados neste grupo e

seu comportamento nos períodos analisados. As causas das variações devem ser buscadas,

a fim de se aquilatar vantagens ou desvantagens.

Realizável a longo prazo: O diagnóstico acima também se aplica aqui.

PROCEDENCIA DE CAPITAL

0%10%20%30%40%

50%60%70%80%

Capital Próprio Capital de Terceiros

1990

1991

1992

Page 104: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

104

3. APLICAÇÃO DE CAPITAIS

1990 1991 1992

ATIVO REAL 2.038.000 3.053.000 3.811.000

Ativo Circulante 926.000 1.333.000 1.707.000

Percentual no Circulante 45% 44% 45%

Real. Longo Prazo 218.000 320.000 400.000

Percentual no RLP 11% 10% 10%

Ativo Permanente 894.000 1.400.000 1.704.000

Percentual no Permanente 44% 46% 45%

Permanente: Percentagem de capitais aplicados no permanente. A manutenção de

equilíbrio sustenta a continuidade do negócio.

Disponível: Indica a percentagem existente em disponibilidade, às épocas do encerramento

dos demonstrativos contábeis.

Duplicatas a receber: Percentual aplicado em duplicatas a receber. Seu crescimento pode

significar melhoria de venda ou inadimplência da clientela, inclusive com habilitação em

concordatas e falências. Requer administração

Estoques: Percentual aplicado em estoque. Seu aumento pode ter várias causas: Retração

de vendas, face às condições recessivas de mercado; obsolescência dos estoques;

deterioração, ou há especulação com eles por compras elevadas que precisam ser

justificadas.

Outros valores a receber: Este percentual também merece estudos especiais, caso atinja

montantes relevantes (acima de 20% do circulante).

Page 105: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

105

APLICAÇÃO DE CAPITAL

0%

10%

20%

30%

40%

50%

1.990 1.991 1.992

Percentual no Circulante

Percentual no RLP

Percentual no Permanente

APLICAÇÃO DE CAPITAL

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Percentual noC irculante

Percentual no RLP Percentual noPermanente

199019911992

Page 106: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

106

Comentários:

Aplicação de capitais: Pela distribuição de capitais, observa-se que nos últimos anos a

empresa manteve sempre os mesmo percentuais de aplicação – 45% no circulante, 10% no

realizável em longo prazo e 45% no Permanente.

Page 107: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

107

UNIDADE 23 Objetivo: Demonstrar resultados efetivos, ou seja, parâmetros que autorizam sócios e investidores a acreditarem no empreendimento.

Rentabilidade

Taxa de Retorno Sobre o Investimento dos Proprietários

A T.R.S.I.P. é considerada a mais importante entre as outras, por indicar a rentabilidade

obtida pelos proprietários e mostrar o percentual de lucro líquido obtido após o imposto de

renda, sobre o valor do Patrimônio Líquido Médio.

Taxa de Retorno Sobre o Investimento Total

A T.R.S.I.T. é um dos principais indicadores da capacidade econômica empresarial. Todo o

comportamento da empresa para atingir esta meta é mostrado nos diagramas “Du Pont”.

Taxa de Retorno Sobre o Ativo Permanente

A T.R.S.A.P. busca evidenciar o percentual gerado pelo AP. Adquire mais relevância nos

relatórios de empresas industriais.

Page 108: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

108

4. RENTABILIDADE

1990 1991 1992

A – Resultado do Exercício 310.000,00 45.000,00 350.000,00

(:) Patrimônio Líquido 806.000,00 915.000,00 1.471.000,00

(=) TRSIP (%) 38% 5% 24%

B – Resultado do Exercício 310.000,00 45.000,00 350.000,00

(: ) Ativo Permanente 894.000,00 1.400.000,00 1.704.000,00

(=) TRSAP (%) 35% 3% 21%

C – Resultado do Exercício 310.000,00 45.000,00 350.000,00

(:) Capital Integralizado 500.000,00 800.000,00 1.241.000,00

(=) Percentual Anual 62% 6% 28%

D – Resultado do Exercício 310.000,00 45.000,00 350.000,00

(:) Ativo Real 2.038.000,00 3.053.000,00 3.811.000,00

(=) TRSIT 15% 1% 9%

RENTABILIDADE

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

TRSIP (%) TRSAP (%) Per cent ual

anual

TRSIT

1990

1991

1992

Page 109: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

109

Comentários:

Rentabilidade: A empresa apresenta um nível ascendente no último ano de sua

rentabilidade comprometida em 1991. Porém, houve notável recuperação em 1992.

O lucro líquido sobre o ativo permanente indica o acerto de suas inversões fixas,

evidenciando pleno conhecimento do ramo de atividade por parte de seus diretores.

Page 110: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

110

UNIDADE 24

Objetivo: Apresentar medidas que acompanhe o comportamento dos estoques, permitindo diagnosticar variações e otimizar resultados sem comprometer o fluxo operacional da empresa.

Rotação e Renovação de Estoques

Dias de giro de estoque

É um indicador da tendência de evolução do comportamento dos estoques ao longo dos

períodos. Uma elevação no número de dias pode significar excesso de compras, retração de

vendas, concorrência acirrada, produtos obsoletos ou ainda especulação com estoques.

Dias de financiamento total

Corresponde à soma dos dias de Intervalo com os dias de giro de estoques, mostrando o

número total de dias financiados pela empresa.

5. ROTAÇÃO DE ESTOQUE

1990 1991 1992

CMV 1.677.000 2.224.000 2.798.000

(:) Estoque Médio 129.500 206.000 353.500

(=) QRE 13 11 8

Page 111: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

111

Comentários:

Rotação de estoque: O índice de rotação de estoques que era de 13 em 1990, apresenta

tendência decrescente, chegando a 8 em 1992 (por motivos que desconhecemos), talvez

devido às dificuldades de aquisição de matérias primas e a contingência de ter que adquirir

lotes maiores para assegurar o seu funcionamento normal, diversificação de linha de

produção, etc...

Renovação de estoques: Esclarecendo o coeficiente anterior, a renovação de estoques era

de 28 dias em 1990 (termos médios) passou para 45 dias em 1992.

6. RENOVAÇÃO DE ESTOQUE

1990 1991 1992

Dias 360 360 360

(:) QRE 13 11 8

(=) DGE 28 33 45

DIAS DE GIRO DE ESTOQUE

-

10

20

30

40

50

DGE

1990

1991

1992

Page 112: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

112

UNIDADE 25

Objetivo: Destacar a importância desses indicadores de giro sobre a administração do fluxo de recebimentos e recebimentos, como fator de geração de receitas e continuidade do empreendimento.

Rotação e Renovação de Recebimentos e Pagamentos

Dias de giro de recebimentos

Mostra, em dias, o prazo médio que a empresa está recebendo seus créditos. Tomando

como base o prazo médio concedido pela empresa, a diferença a maior corresponderá ao

atraso da clientela, o que recomenda medidas que acelerem as cobranças, tanto amigáveis

quanto judiciais. Além disso, serve também para comparar com os dias de giro de

pagamentos, avaliando o intervalo entre eles (o ideal é receber com prazo menor e pagar

com prazo maior).

7. ROTAÇÃO DE RECEBIMENTOS

1990 1991 1992

Vendas a Prazo 3.223.000 4.057.000 5.218.000

(:) Sd. Médio Dupl. a Receber 703.000 872.000 1.082.500

(=) QRR 4,6 4,7 4,8

8. RENOVAÇÃO DE RECEBIMENTOS

1990 1991 1992

Dias do Ano 360 360 360

(:) QRR 4,6 4,7 4,8

(=) DGR 79 77 75

Page 113: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

113

Comentários:

Rotação e Renovação de Recebimentos

O coeficiente de rotação de recebimentos passou de 4,6 em 1990 para 4,8 em 1992,

significando, em termos médios, que o prazo médio de vendas concedido reduziu de 79 dias

em 1990 para 75 dias em 1992 (não muito expressivo).

Rotação e Renovação de Pagamentos

Dias de giro de pagamentos

Indica o prazo médio em que são pagos os compromissos com fornecedores.

Intervalo

Corresponde à diferença entre os dias de giro de recebimento e os dias de giro de

pagamento. Sempre é conveniente que ele seja negativo, o que indica que a empresa recebe

antes de pagar seus compromissos. Para melhorar expressivamente o capital de giro,

conveniente vender a vista e comprar a prazo.

9. ROTAÇÃO DE PAGAMENTOS

1990 1991 1992

Compras 1.760.000 2.294.000 3.023.000

(:) Sd. Médio Créd. Fornecedores 266.000 318.500 414.500

(=) QRP 6,6 7,2 7,3

10. RENOVAÇÃO DE PAGAMENTOS

1990 1991 1992

Dias do Ano 360 360 360

(:) QRP 6,6 7,2 7,3

(=) DGP 54 50 49

Page 114: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

114

Comentários:

Rotação e Renovação de Pagamentos: A empresa obteve uma redução em seu prazo médio

de pagamentos de 54 dias em 1990 para 49 dias em 1992. Suportou em média uma

defasagem entre recebimento em pagamento de 26 dias.

1990 1991 1992Dias de Giro de Recebimento 79 77 75Dias de Giro de Pagamento 54 50 49Intervalo 25 27 26

RECEBIMENTO - PAGAMENTO E INTERVALO

DGR

DGP

INTERVALO

1990 1991 1992

INTERVALO

DGP

DGR

Page 115: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

115

Exercício de fixação

Porque numa empresa o descasamento de prazos pode denunciar dificuldades financeiras?

Qual a diferença entre Rotação e Renovação?

Qual o prazo ideal de Renovação de Recebimentos para uma empresa?

Qual o prazo ideal de Renovação de Pagamentos para uma empresa?

Page 116: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

116

UNIDADE 26

Objetivo: Identificar as origens e aplicações de recursos, dando ênfase à administração do capital de giro, em razão da sua importância enquanto instrumento de gerência do caixa de qualquer empresa.

ADMINISTRAÇÃO DE CAPITAL DE GIRO

Necessidade líquida de capital de giro

É estimada através do nível de capital de giro adequado ao funcionamento de uma empresa.

Se positiva (aplicações de capital de giro maior que as fontes de capital de giro) indica o

quanto de recursos a empresa necessita para financiar o giro de seus negócios e, se

negativa (fontes de capital de giro maior que as aplicações de capital de giro) tem-se que a

empresa não necessita de recursos para o giro dos negócios, dispondo de fontes para

financiar outras aplicações.

Aplicações de capital de giro

Refere-se às contas do ativo circulante que refletem atividades permanentes da empresa

(duplicatas a receber, estoques, etc.).

Origens de capital de giro

Refere-se às contas do passivo circulante que refletem atividades permanentes da empresa

(fornecedores, obrigações trabalhistas e fiscais, etc.).

NLCDG = Aplicações de Cap. De Giro - Origens de Capital de Giro

Page 117: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

117

As outras contas do ativo circulante e passivo circulante são aquelas que não se relacionam

com as atividades da empresa e, que uma vez realizadas, transformam-se em entradas ou

saídas de caixa e não são necessariamente renovadas.

As diferenças entre as outras contas do ativo circulante e as outras contas do passivo

circulante representam a variável normalmente denominada de Tesouraria.

A variável Tesouraria quando positiva expressa uma situação financeira folgada de curto

prazo, em caso contrário, indica a aplicação de recursos de terceiros financiando atividades

operacionais da empresa.

T = Outras do AC - Outras do PC

ATIVO 1990 1991 1992 PASSIVO 1990 1991 1992

ATIVO CIRCULANTE 736.000 1.018.000 1.353.000 PASSIVO CIRCULANTE 558.000 518.000 729.000Caixa 30.000 40.000 67.000 Fornecedores 266.000 371.000 458.000Bancos 49.000 4.000 79.000 Imposto de Renda 133.000 19.000 150.000Aplic. c/ Liq. Imediata 6.000 15.000 Bancos c/ Empréstimos 30.000 25.000 33.000Dupl. a Receber 703.000 1.041.000 1.124.000 Impostos a Recolher 33.000 48.000 9.000(-) Dev. Duvidosos (27.000) (39.000) (44.000) INSS a Recolher 5.000 6.000 5.000Estoques 171.000 241.000 466.000 Gratificações a Pagar 4.000 5.000 74.000Tít. Descontados (190.000) (315.000) (354.000) Financiamento 87.000 44.000

Page 118: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

118

1.990 1.991 1.992 1.990 1.991 1.992 Aplic de Cap. Giro 847.000 1.243.000 1.546.000

Outras Contas do AC 79.000 90.000 161.000

(-) Fontes de Cap. Giro 308.000 430.000 546.000

(-) Outras Contas do PC 440.000 403.000 537.000

(=) NLCDG 539.000 813.000 1.000.000 (=) TESOURARIA (361.000) (313.000) (376.000)

Tesouraria

(400.000)

(300.000)

(200.000)

(100.000)

-

(=) TESOURARIA1990

1991

1992

NLCDG

-

500.000

1.000.000

1.500.000

(=) NLCDG

1990

1991

1992

RECLASSIFICAÇÃO

ATIVO CIRCULANTE 1990 1991 1992 PASSIVO CIRCULANTE 1990 1991 1992Aplicação de Cap. De Giro 847.000 1.243.000 1.546.000 Fontes de Cap. De Giro 308.000 430.000 546.000Estoques 171.000 241.000 466.000 Fornecedores 266.000 371.000 458.000Dupl. a Receber 703.000 1.041.000 1.124.000 Impostos a Recolher 33.000 48.000 9.000(-) Dev. Duvidosos (27.000) (39.000) (44.000) INSS a Recolher 5.000 6.000 5.000

Gratificações a Pagar 4.000 5.000 74.000Outras Contas do AC 79.000 90.000 161.000 Outras Contas do PC 440.000 403.000 537.000Caixa 30.000 40.000 79.000 Financiamentos 87.000 44.000 -Bancos 49.000 44.000 79.000 Tít. Descontados 190.000 315.000 354.000Aplic. c/ Liq. Imediata - 6.000 15.000 Imposto dde Renda 133.000 19.000 150.000

Bancos c/ Empréstimos 30.000 25.000 33.000

Page 119: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

119

Comentários

Necessidade Líquida de Capital de Giro: Como se pode observar, nos anos de 1990 a

1992 a empresa mostra um aumento da NLCDG indicando um acréscimo em suas

necessidade de capital de giro, já que nos três anos em análise as aplicações de capital de

giro foram superiores às origens de capital de giro.

Tesouraria: Esta variável é apresentada de forma negativa nos três anos em análise, o que

demonstra a utilização de recursos de terceiros em curto prazo para financiar suas atividades

operacionais.

Fluxo de Tesouraria

Fluxo de Tesouraria = Aplicações – Fontes = 178.000 – 130.000 = 48.000

Outras Contas AC e PC 1990 1991 Fontes Aplicações

Caixa 30.000 40.000 - 10.000

Bancos 49.000 44.000 5.000 -

Aplic. c/ Liq. Imediata - 6.000 - 6.000

Financiamentos 87.000 44.000 - 43.000

Tít. Descontados 190.000 315.000 125.000 -

Imposto de Renda 133.000 19.000 - 114.000

Bancos c/ Empréstimos 30.000 25.000 - 5.000

Totais 130.000 178.000

Page 120: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

120

Fluxo de Tesouraria = Aplicações – Fontes = 115.000 – 178.000 = - 63.000

Ciclo Financeiro e NLCDG

O Ciclo Financeiro representa um parâmetro que indica as necessidades líquidas de capital

de giro em relação ao nível de atividade da empresa. O Ciclo Financeiro, para melhor

análise, deve ser desmembrado nos vários itens que compõe a NLCDG.

Outras Contas AC e PC 1991 1992 Fontes Aplicações

Caixa 40.000 67.000 - 27.000

Bancos 44.000 79.000 - 35.000

Aplic. c/ Liq. Imediata 6.000 15.000 - 9.000

Financiamentos 44.000 - - 44.000

Tít. Descontados 315.000 354.000 39.000 -

Imposto de Renda 19.000 150.000 131.000 -

Bancos c/ Empréstimos 25.000 33.000 8.000 -

Totais 178.000 115.000

Ciclo Financeiro = NLCDG . nº de giro do período Vendas Brutas - Vendas Canceladas

C.F =Dupl.Receber

Vendas.360 + Estoque

Vendas.360 -

Fornecedores

Vendas.360 - Imp. Recolher

Vendas.360 -

INSS - Pagar

Vendas.360 - Grat. Pagar

Vendas.360

Page 121: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

121

Desta forma, podemos verificar qual ou quais dos itens que compõe o Ciclo Financeiro está

pressionando a NLCDG.

Capital de Giro

O Capital de Giro representa a parcela de recursos próprios que se encontra disponível para

aplicações.

O CDG representa a parcela do capital que não está aplicada no ativo permanente e se

encontra disponível para outras aplicações.

Dentre os relatórios financeiros o DOAR (demonstrativos de Origens e Aplicações de

Recursos) é o que melhor expressa os fatores que acarretam variações na variável CDG

(Capital de Giro). Sendo assim, a análise do DOAR é um dos principais instrumentos para a

análise das variações do Capital de Giro

CDG = Patrimônio Líquido - Ativo Permanente

Demonstrativo de Evolução do Capital de Giro

CDG ano 19x0 000,00

000,00

000,00

000,00

000,00

000,00

000,00

000,00

CDG ano 19x1

Fontes (aplicações) de RecursosFontes (aplicações) de Recursos

Lucro Líquido ou (-) Prejuízo

(+) Depreciações

(+) Incentivos Fiscais

(+) Valor Contábil dos Bens Baixados

Aplicações de RecursosAplicações de Recursos

(-) Aplicações no Ativo Permente

Page 122: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

122

Variável de longo prazo (LP)

Esta variável expressa a presença de fontes ou aplicações de recursos de Longo Prazo na

atividade da Empresa

azoLongoaalizavelazoLongoaExigivelLP PrRePr −=

Atividade Complementar

Programas de Contabilidade:

Aproveite para conhecer alguns programas contabilidade com demonstração gratuita:

RT Almeida Contabilidade

www.rtalmeida.com.br/download-contabil.phd

Contab 5 Contabilidade 5.2

www.plandata.com.br/cont/condownvis.htm

Bling! - Sistema de Finanças Online

www.bling.com.br/login.phd

Free Contábil 1.5.5.100

www.freecontabil.com.br/web/Arquivos/Produtos/5/InstalaFreeCont.exe

Page 123: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

123

UNIDADE 27

Objetivo: Iniciar conceitos do ponto de equilíbrio e alavancagem financeira. O primeiro respondendo onde a empresa começa definir seus lucros, e o segundo procurando identificar a capacidade de geração de riquezas e o conseqüente resultado dos investidores.

PONTO DE EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM FINANCEIRA

Ponto de Equilíbrio

É potencialmente conhecida dos planejadores a utilização do gráfico do ponto de equilíbrio

para a análise dos níveis produtivos de uma unidade industrial. Para calculá-lo faz-se

necessário antes, pontuar a definição de custo e sua composição com o retorno do

investimento, visando a racionalizar conceitos que distinguem custos fixos, variáveis e semi-

variáveis.

Custos operacionais

É oportuna a visão espacial do organograma abaixo, apenas com a finalidade de sistematizar

algumas noções de custos, particularmente entre os custos variáveis e semi-variáveis.

O organograma define a inter-relação entre os vários custos operacionais com as vendas, o

investimento fixo e o capital circulante, e ainda, o conseqüente retorno ou lucratividade.

Os custos são classificados conforme induz a prática, embora haja variações de empresa a

empresa, sendo necessária cuidadosa análise sobre a variabilidade ou não de cada custo, a

fim de não originar distorções nos resultados.

Page 124: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

124

Definições de termos

Custos variáveis: Proporcionais ao volume produzido, tais como: matéria prima,

embalagens, serviços (energia, vapor, combustíveis etc.), royalties, fretes... etc.

Custos semi-variáveis: Faz-se presente desde o ponto de produção nula e crescem não

proporcionalmente com o aumento da produção: Mão de obra, despesas gerais, materiais

secundários, reparos, manutenção, supervisão, encargos sociais.

Custos fixos: Os que se realizam pela simples implantação da unidade fabril e não se

alteram com o volume produzido: despesas financeiras, depreciação, seguros, imposto

predial e territorial, aluguéis.

Conforme o organograma, os custos podem ser classificados em: custos não correlatos à

produção, custos diretos e custos indiretos. Os custos diretos são os que podem ser

diretamente imputados à produção: matéria prima, materiais secundários, serviços, mão de

obra, supervisão, reparos, manutenção, etc.

Os custos indiretos são os encargos sociais, despesas gerais de produção, embalagens. Já

os custos não correlatos à produção são as despesas de administração, de vendas, fretes,

despesas financeiras, pesquisas e fomento.

Page 125: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

125

Nomenclatura dos termos

CF = Custos Fixos

CV = Custos Variáveis

Csv = Custos semi-variáveis

CT = Custos Totais = CF + CV + Csv

PT = Produção Total

PRE = Produção no Ponto de Equilíbrio

RE = Receita no Ponto de Equilíbrio

RT = Receitas Totais

ESQUEMA I

DESP. GER AISD E ADMIN IST.

( SV )

D ESPESASDE V ENDAS

(V)

FR ETES(V )

D ESPESASFINAN CEIRAS

(F)

PESQU ISAS EFOMENTO

DESP.OPER ACION AIS

M.P.(V)

MATERIA ISSECUNDARIO S

(SV)

M.O. ESU PERVISÃO

(SV)

REPARO S EMANUTEN ÇÃO

SERVI ÇOS(V)

ROYALT IES(V)

C USTOSDIR ETOS DEPRO DUÇÃO

C ONT ROLESD E PROD UÇÃO

(SV)

ESC . SO CIAISE D ESP. G ERAIS PROD UÇÃO

(SV)

EMBALAGENS(V)

CU ST OSIND IRETO S D EPRODU ÇÃO

DEPRECIAÇ ÃO(F)

IMP. SOBREPRO P. E SEGURO S

(F)

ALUG UEIS E/OUAR REND AMENTO S

(F)

C USTOSFIX OS DEPRO DUÇÃO

CUSTO S D E PR ODU ÇÃO

LUCRO (sem impos tos )

REC. FINAN C.E

VAL. A RECEB ER

ESTOQUES M.P.+ PROD . S.AC AB.+ PR OD. AC ABADO

CAPITA LCIRC ULANT E

REA LIZÁVELL. PRAZO

INVESTIMEN TOS

I MO BILIZADO

DIFERIDO

PERMANENTE

INVESTIMEN TOT OTAL

RETOR NO D O INVESTI MEN TOANTES DO I.R. OUREN TABILIDADE

Page 126: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

126

PE = Ponto de Equilíbrio

Fórmulas:

Gráfico do ponto de equilíbrio

Traça-se um sistema de eixos cartesianos, cujas ordenadas (y) representam valores em

reais e as abcissas (x) representam percentagem, meses do ano e dias do mês ou ainda a

produção em unidades físicas.

Determinamos então o ponto A tendo como coordenadas:

Unindo o ponto A a origem, teremos a reta das receitas.

Traça-se em seguida uma paralela a eixo dos x (abcissas), no ponto correspondente em

reais aos custos fixos, denominado ponto B. A seguir, define-se C que corresponderá aos

custos totais (CT = CF + CV).

As coordenadas desse ponto são:

PE = CFRT - CV

PE = CF + (X% . Csv)RT - CV + (v% . Csv[ ] PRE = PT . PE

RE = RT . PE

X = Prod. Total (PT)

Y = Receita Total (RT)

X = PT

Y = CT

Page 127: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

127

Uma vez determinado o ponto C, ele será unido ao ponto B, obtendo-se uma reta dos custos.

A intercessão das retas de receitas e custos determina o Ponto de Equilíbrio.

As coordenadas desse ponto nos fornecerão:

Conclusão: A empresa atinge o Ponto de Equilíbrio quando as vendas se igualam ao total

dos custos e despesas. Recomenda-se apurar o Ponto de Equilíbrio antes (como uma

previsão), durante (acompanhamento) e após (como avaliação).

X = Produção de Equilíbrio

Y = Receita de Equilíbrio

PE

A

C

B

y

x

Custos Fixos

Custos Variáveis

Page 128: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

128

Alavancagem Financeira – Leverage

Está claro que o Retorno Sobre o Investimento Total (TRSIT) mede a eficiência do

administrador financeiro. Já o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (TRSIP) vai representar o

“valor” da empresa para seus acionistas ou proprietários.

Essas duas taxas diferem porque uma parcela do ativo operacional (ativo real ou,

simplesmente, investimento) foi suprida pelos credores, os quais recebem também uma Taxa

de Retorno, sob forma dos juros.

Os fundos que investimos e os lucros que concordamos em deixar na empresa, constituem o

nosso patrimônio líquido, ou nossa participação no ativo.

Com a garantia de nosso PL, estamos em condições de obter recursos de terceiros. Assim

sendo, estamos trading on the equity (significa: aumento dos lucros resultantes da tomada de

capital a uma taxa baixa e sua utilização em um negócio de renda mais alta).

O termo mais comumente usado nos círculos financeiros para exprimir tal fenômeno é

LEVERAGE.

A Leverage (de elevar/alavancar) vai propiciar um multiplicador (uma alavanca) para o

Retorno do Patrimônio Líquido. Isso pode ser entendido se observarmos que:

Leverage =Ativo Real

P.L.ou L = I

P.L.TRSIT =

Lucro

Ativo Reale TRSIP = Lucro

P.L.

Leverage =Ativo Real

P.L.=

TRSITLucro

TRSIPLucro

=TRSIT

TRSIPou TRSIP = TRSIT . Leverage

Page 129: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

129

Com isto, podemos reforçar ainda mais a compreensão sobre o conceito de LEVERAGE:

Mede a relação da Rentabilidade dos donos ou acionistas com a Rentabilidade Total.

Em qualquer método de ensino-aprendizagem, a dúvida é fonte rica em aprendizado, até

porque motiva o aluno a buscar outros conteúdos. Existem recursos de toda ordem, seja nos

livros ou nas bibliotecas on line, etc.

Nós, enquanto facilitadores desse processo dinâmico nos colocamos à disposição para as

eventuais dúvidas existentes ao longo do curso. A propósito das dúvidas, bom registrar a

importância de consultar os registros já formulados por outros alunos em outras

oportunidades. Eles aceleram a fixação dos conhecimentos e contribuem para a solução das

provas.

Page 130: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

130

UNIDADE 28

Objetivo: Reproduzir as planilhas utilizadas até aqui, como fonte sobre os cálculos realizados ou ferramenta de auxílio na resolução de exercícios.

PLANILHAS DE CÁLCULO

As planilhas de cálculo disponibilizadas abaixo servem de auxílio à

compreensão/identificação dos números estruturados em alguns quadros anteriores,

inclusive sobre a origem de seus cálculos.

PASSIVO CIRCULANTE

Estrutura dos Balanços Reclassificado

1. ATIVO

ATIVO CIRCULANTE

Realizável - L. Prazo

Subtotal

ATIVO PERMANENTE

ATIVO REAL

Diferido

Acertos

TOTAL

2. PASSIVO

Exigível - L. Prazo

PASSIVO REAL

P. Líquido

Resultado Exercício

Futuro

Acertos

TOTAL

Page 131: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

131

3. ELEMENTOSESPECÍFICOS

Estoque

Capital Integralizado

C.M.V.

Estoque Médio

Vendas a Prazo

Sd. Md Dup. A Rec. =DR(0) + DR (1) /2[ ]

Compras

Sd. Md Contas a Pagar =FORN (0) + FORN (1) 2 [ ]

Pagamento de Lucros /Dividendos

Estoque AnteriorEstoque Anterior

(+) Compras(=) Subtotal(-) Estoque Atual

(=) C.M.V.

Dupl. a Receber 0

(+) Dupl. a Receber 1(=) Subtotal

(:) 2(=) Saldo Medio Dp. a Rec.

Lucro Acumulado 0

(+) Lucro Exercício 1(+) Reversão de reservas 1

(=) Subtotal(-) Lucro Acumulado 1

(-) Reservas 1(=) Pagamento

(=) PagamentoLucros/Divid.

Estoque AnteriorEstoque Anterior

(+) Estoque Atual(=) Subtotal

(:) 2

Dupl. a Pagar 0(+) Dupl. A Pagar 1

(=) Subtotal(:) 2

(=) Estoque Médio

(=) Saldo Médio Dupl. A Pagar

PLANILHA PARA CÁLCULO DOS ELEMENTOS ESPECÍFICOS

Page 132: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

132

A - Patrimônio LíquidoATIVO REAL(-) Passivo Real(=) Patrimônio Líquido Real

Ind. Evol. Anual Nominal doPL - Ano Base

Ind. Evol. Anual Nominal doPL - Ano Anterior

B - Garantia Cap. TerceirosATIVO REAL(:) Passivo Real

(=) QUOC. GARANT. CAP.TERCEIROS

1. SITUAÇÃO GLOBAL - PATRIMONIAL1. SITUAÇÃO GLOBAL - PATRIMONIAL

A - Patrimônio Líquido AR - 100

Ativo Real PL - X

(=) Capital Próprio

B - Passivo Real AR - 100

Ativo Real PR - X

(=) Capital de Terceiros

C - Cap. Total(A + B = C = S = 100%)

3. PROCEDÊNCIA DE CAPITAIS

(=) Capital Próprio

(=) Capital de Terceiros

Page 133: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

133

Ativo Circulante

(:) Passivo Circulante

(=) A - Solvência Líquida

Ativo Circulante

(-) Estoque

(=) Subtotal

(:) Passivo Circulante

(=) B - Solvência Seca

Ativo Circulante

+ Real. L. Prazo

(:) Passivo Real

(=) C - Solvência Bruta

2. SITUAÇÃO FINANCEIRA2. SITUAÇÃO FINANCEIRA

ATIVO REAL

Ativo Circulante

Percentual no Circulante

Real. L. Prazo

Percentual no RLP

Ativo Permanente

Percentual no Permanente

4. APLICAÇÃO DE CAPITAIS

Page 134: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

134

A - Resultado do Exercício

(:) Patrimônio Líquido

(=) TRSIP (%)

B - Resultado do Exercício

(:) Ativo Permanente

(=) TRSAP (%)

C - Resultado do Exercício

5. RENTABILIDADE

(:) Capital Integralizado

(=) Percentual Anual

D - Resultado do Exercício

(:) Ativo Real

(=) TRSIT

Dias

(:) QRE

(=) QGE

7. RENOVAÇÃO DE ESTOQUE

Page 135: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

135

Vendas a prazo

(:) Sd. Médio Dupl. A Receber

(=) QRR

8. ROTAÇÃO DE RECEBIMENTOS

Dias do ano

(:) QRR

(=) DGR

9. RENOVAÇÃO DE RECEBIMENTOS

Compras

(:) Sd. Médio Cred.

Fornecedores

10. ROTAÇÃO DE PAGAMENTOS

(=) QRP

Dias do ano

(:) QRP

(=) DGP

11. RENOVAÇÃO DE PAGAMENTOS

Page 136: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

136

ATIVO CIRCULANTE

Aplicação de Cap. De GiroEstoque

Dupl. a Receber

(-) Dev. Duvidosos

Outras Contas do AC

CaixaBancos

Aplic. C/ Liq. Imediata

Passivo Circulante

Fontes de Cap. GiroFornecedores

Impostos a Recolher

Outras Contas do PC

FinanciamentosTít. Descontados

INSS a Recolher

Imp. de Renda

RECLASSIFICAÇÃO

Gratificações a Pagar

Bancos c/ Empréstimos

Aplicação de Cap. de Giro

(-) Fontes de Cap. de Giro(=) NLCDG

Outras Contas do AC

(-) Outras Contas do PC(=) Tesouraria

FLUXO DE TESOURARIA - FLUXO BÁSICO

(=) NLCDG (=) Tesouraria

Outras Contas AC e PC

Caixa

Bancos

Aplic. c/ Liq. Imediata

Financiamentos

Tít. Descontados

Imp. de Renda

Bancos c/ Empréstimos

Fontes Aplicações

Totais

Page 137: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

137

UNIDADE 29

Objetivo: Iniciar conceitos de avaliação de projetos de investimentos em ativos permanentes, tomando por base a definição do fluxo de caixa do projeto, com destaque para o estudo do critério do Valor Atual Líquido (VAL) ou Valor Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR).

AVALIAÇÃO DE PROJETOS

Visão conceitual

O maior investimento de uma empresa industrial é em ativos permanentes, que são os ativos

que efetivamente geram os lucros das empresas.

Os ativos circulantes, como caixa, duplicatas a receber, estoques, etc., ainda que

necessários para a atividade empresarial, não são capazes de proporcionar ganhos, exceto

em empresas comerciais.

Os investimentos em ativos permanentes envolvem maiores volumes de recursos que outros

dispêndios e têm um efeito mais duradouro na vida da empresa. Por isso, os dispêndios de

capital, associados a investimentos em ativos permanentes, merecem uma atenção especial

do analista financeiro.

À exemplo de outras operações financeiras, a avaliação de projetos de investimento em

ativos permanentes repousa na definição do fluxo de caixa do projeto e na determinação da

equivalência de conjuntos de capitais. Entretanto, devido as suas características próprias, o

processo de decisão envolve técnicas específicas.

Em função da forma do fluxo de caixa associado, os projetos de investimento são

classificados em convencionais, quando a um desembolso inicial se seguem entradas

líquidas de recursos, e não-convencionais, quando, após uma saída inicial de caixa, se

sucedem fluxos líquidos positivos e negativos.

Page 138: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

138

Os projetos não-convencionais podem apresentar dificuldades para sua avaliação por meio

de alguns critérios usuais. Entretanto, trataremos basicamente de fluxos convencionais, por

serem mais freqüentes, indicando, quando for o caso, as dificuldades que podem surgir com

os não-convencionais.

Outros Conceitos

Custo do Capital: Os critérios de avaliação de projetos partem do pressuposto de que é

conhecida uma taxa de desconto adequada para atualização dos fluxos futuros, taxa essa

que mede o custo de capital da empresa.

Em linhas gerais, o custo de capital é a remuneração que a empresa paga pelos recursos

que utiliza recursos esses que são basicamente de duas naturezas: os recursos próprios, de

propriedade dos acionistas, e os capitais de terceiros, obtidos através de empréstimos.

O custo de capital é dado pela média ponderada dos custos de capitais próprios e de

terceiros, onde a ponderação é feita com base na proporção de cada um no financiamento

dos ativos. Ao financiar um projeto, os bancos exigem uma taxa de juros básica do mercado,

mais um prêmio pelo risco inerente à empresa.

Para nossos propósitos, importa saber que há meios de avaliar o custo de cada tipo de

capital. A partir dessa avaliação, a empresa determina a sua estrutura ótima de capital (a

relação entre capitais próprios e de terceiros), que é a que minimiza seu custo de capital

total.

Custo de Oportunidade: Ao se analisar um projeto, qualquer receita que se abra mão em

decorrência da aceitação do projeto representa um custo de oportunidade do projeto e, como

tal, deve ser computada negativamente na montagem do fluxo de caixa.

Se um projeto, cujo investimento inicial é de R$100.000, proporcionar fluxos de caixa

positivos de R$50.000, em cada um dos próximos cinco anos, mas implicar na ocupação de

Page 139: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

139

uma área que poderia ser alugada, qual o valor máximo do aluguel anual, para que o projeto

seja aceito à taxa de desconto de 12% aa?

O projeto será aceito se sua TIR (taxa interna de retorno) for pelo menos 12% aa, o que

implica em fluxos líquidos anuais mínimos de R$27.740,97. Logo, o custo de oportunidade do

projeto, medido pelo valor dos aluguéis perdidos, não pode ser superior a R$22.259,03 por

ano.

Critério de Avaliação de Projetos

Diversos critérios são usados para avaliação de projetos de investimentos e, embora a

maioria leve em conclusões erradas, a sua utilização justifica que sejam mencionados.

Taxas médias de retorno: Os critérios baseados na taxa média de retorno do projeto são

aqueles que julgam a aceitabilidade do projeto com base na relação

Taxa média de retorno = lucro onde são usados valores médios do lucro e do

investimento ao longo da vida útil do projeto.

Existem variantes deste critério, ora usando valores contábeis, ora entradas efetivas de

caixa. Independentemente da variável empregada, tais critérios são falhos, pois não

consideram as épocas de realização das receitas e, consequentemente, o valor temporal do

dinheiro.

Suponha dois projetos, A e B, ambos com investimento inicial de R$10.000, e vida útil de 2

anos. O projeto A gera uma receita líquida inicial de R$12.000, no primeiro ano e R$1.000,

no segundo, ao passo que as receitas líquidas de B são de R$1.200, no primeiro ano e

R$12.000, no segundo.

Por esse critério, o projeto B seria melhor que o A, o que só será verdadeiro usando-se

técnicas mais sofisticadas de avaliação, para taxas de juros inferiores a 1,85%aa.

Page 140: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

140

Prazo de recuperação do capital: Um critério bastante usado para avaliar projetos é o do

prazo de recuperação do capital, segundo o qual o projeto é aceito se as receitas geradas

acumuladas igualarem o capital investido em um prazo inferior a um máximo estipulado.

Por esse critério, entre dois projetos alternativos, o que apresentar o menor prazo de

recuperação do capital será o melhor.

Novamente, este critério não considera o valor do dinheiro no tempo (o que poderia ser

contornado, usando-se os retornos descontados). Porém, o mais grave é que nenhum valor é

atribuído às receitas posteriores ao prazo de recuperação.

Se, por exemplo, o prazo de recuperação aceitável for de três anos, um projeto C com

investimento inicial de R$12.000 e receitas líquidas de R$5.000 pelos próximos três anos, e

de R$1.000 pelos sete seguintes, seria aceito, enquanto que o outro, D, com o mesmo

investimento inicial e receitas líquidas de R$3.000 durante 10 anos, seria rejeitado.

O primeiro projeto seria aprovado mesmo que o critério fosse modificado e as receitas

fossem descontadas a 12%aa.

Note-se que, numa comparação com o critério anterior, quando decidindo entre os projetos A

e B, o critério da taxa média de retorno levaria à escolha de B, enquanto que no prazo de

recuperação de capital indicaria A como melhor.

Em relação a C e D, as conclusões também seriam opostas.

O grande mérito desse critério é indicar a liquidez do projeto. Ele encontra maior aceitação

em ambientes com elevado grau de incerteza, como inflação elevada, ou quando há

instabilidade econômica ou política.

Ainda que existam técnicas que procuram associar o retorno exigido de um projeto ao seu

risco, a aplicabilidade dessas técnicas pressupõe um conhecimento pelo menos aproximado

das probabilidades dos diversos resultados possíveis, como meio de medir o risco do projeto,

o que não acontece nas situações descritas.

Page 141: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

141

A menos dessas situações extremas, o critério do prazo de recuperação deve ser evitado.

Além disso, por razões óbvias, ele não pode ser aplicado a projetos do tipo não-

convencional.

Outros critérios são eventualmente empregados. Não obstante, os únicos que levam às

decisões corretas são: o critério do valor atual líquido (VAL) ou valor presente líquido (VPL) e

o da taxa interna de retorno (TIR), apesar de este último apresentar problemas em alguns

casos.

Ambos os critérios levam em consideração o valor do dinheiro no tempo e descontam os

fluxos de caixa a uma taxa de juros especificada ou taxa de desconto, que mede o custo de

oportunidade do capital ou, no caso de empresas, o custo de capital da empresa.

Valor atual líquido (VAL): O valor atual líquido de um projeto é definido como a diferença

entre o valor atual das receitas do projeto e o valor atual das suas despesas, calculados à

taxa de desconto especificada.

Normalmente, a data de referência para o cálculo do valor atual é a de início do projeto.

Deste modo, em projetos do tipo convencional, nos quais, após um investimento inicial se

seguem receitas líquidas, o valor atual líquido é a diferença entre o valor atual das receitas e

o investimento inicial.

Suponha que a taxa de desconto utilizada represente o custo de oportunidade do capital, isto

é, a melhor remuneração que poderia ser obtida numa aplicação alternativa. Se o capital

fosse aplicado nessa opção alternativa, o valor atual líquido da operação seria

necessariamente nulo, quando calculado à taxa de desconto.

Assim, se o valor atual líquido do projeto, à mesma taxa de desconto, for positivo, terá havido

um ganho em relação à aplicação alternativa.

Similarmente, se a taxa representar o custo de capital da empresa e o valor atual líquido do

projeto for positivo, as receitas geradas pelo projeto serão maiores que as despesas

decorrentes do custo do capital e, portanto, ocorrerá um aumento do valor da empresa.

Page 142: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

142

Em vista disso, o critério do VAL estabelece que se deva aceitar o projeto se o seu valor for

positivo e rejeitá-lo se negativo. Se o VAL for nulo, somos indiferentes a aceitá-lo ou rejeitá-

lo.

O mesmo critério determina que, no caso de dois ou mais projetos mutuamente excludentes

(a opção por um anula o outro), aquele de maior VAL deve ser preferido.

Considerando o exemplo dado para o caso do prazo de recuperação, se o custo de capital

da empresa for de 10%aa, teremos:

VAL(C) = R$4.091,98

VAL(D) = R$6.433,70

E ambos os projetos serão aceitos.

Se o custo do capital fosse 14%aa, os valores atuais líquidos seriam:

VAL(C) = R$618,40

VAL(D) = R$577,42

E teríamos uma inversão na preferência entre os dois projetos, o que mostra que a decisão

depende da taxa de desconto utilizada.

Taxa interna de retorno (TIR): A taxa interna de retorno é a taxa de desconto que anula o

seu valor atual líquido.

Como o valor atual líquido é a diferença entre os valores atuais das receitas e das despesas,

a taxa interna de retorno é a taxa que torna esses dois conjuntos de capitais equivalentes e,

portanto mede a remuneração efetiva do projeto.

O critério da taxa interna de retorno estabelece que, se a TIR de um projeto for maior que

uma taxa predefinida, normalmente o custo de capital da empresa, o projeto deve ser aceito.

Neste caso, o projeto estará remunerando o capital acima do seu custo e, como

conseqüência aumentando o valor da empresa.

Page 143: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

143

Se a TIR for menor que a taxa de referência, o projeto será rejeitado e em caso de igualdade,

será indiferente aceitá-lo ou não.

Quando for necessário decidir entre projetos mutuamente excludentes, aquele que

apresentar a maior TIR será o escolhido.

Suponha que tenhamos dois projetos, E e F, ambos com investimento inicial igual a

R$30.000, e vida útil de 4 anos, com fluxos de caixa líquidos:

Fluxo de Caixa Líquido

Ano E F

1 11.000 7.000

2 11.000 12.000

3 11.000 13.000

4 11.000 13.000

As taxas internas desses projetos são:

TIR(E) = 17,30% aa

TIR(F) = 16,70% aa

De modo que para um custo de capital de 10% aa, por exemplo, ambos os projetos seriam

bons, ao passo que se o custo de capital fosse de 17% aa, apenas o projeto E seria aceito.

Na hipótese de eles serem mutuamente excludentes, a escolha recairia sobre o projeto E,

por ter uma TIR mais elevada.

Dada uma taxa de desconto para um VAL de um projeto, se ela for usada como ponto de

corte no critério da TIR, qualquer projeto que for aceito segundo um dos critérios, também

será pelo outro.

Page 144: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

144

Retomando os projetos dos exemplos anteriores e considerando três taxas de desconto

diferentes, de 10%, 17% e 22%, obtemos os seguintes resultados:

À taxa de 10%, todos os projetos são aceitos por ambos os critérios. A 17%, os projetos B e

F são recusados pelos dois e, finalmente, a 22%, apenas os projetos A e C são aceitos por

qualquer dos critérios.

Page 145: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

145

UNIDADE 30

Objetivo: apresentar o a Regra do Período Payback como uma das alternativas de análise de investimentos, sua utilidade e os problemas que a referida técnica pode produzir.

A REGRA DO PERÍODO PAYBACK

Definição da Regra

Uma das alternativas ao VAL ou VPL é a regra do período Payback. Eis como funciona essa

regra:

Considere um projeto com um investimento inicial de –R$50.000. Os fluxos de caixa são de

R$30.000, R$20.000, e R$10.000, nos três primeiros anos, respectivamente. Esses fluxos

são ilustrados na figura 1 abaixo. Uma maneira útil de representar investimentos como o

citado envolve a seguinte notação:

(-R$50.000, R$30.000, R$20.000, R$10.000)

Page 146: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

146

O sinal negativo, à frente dos R$50.000, serve para avisar que se trata de uma saída de

caixa para o investidor, e as vírgulas entre os vários números indicam que são recebidos –

ou, se forem saídas de caixa, que são pagos – em momentos diferentes.

Neste exemplo, estamos imaginando que os fluxos de caixa ocorrem a intervalos de um ano,

sendo o primeiro no momento em que tomamos a decisão de fazer o projeto.

A empresa recebe fluxos de caixa de R$30.000, e R$20.000, nos dois primeiros anos, o que

totaliza o mesmo que o investimento inicial, ou seja, R$50.000,. Isto quer dizer que a

empresa teria recuperado seu investimento em dois anos. Neste caso, dois anos é o período

payback do investimento.

A regra do período payback para a tomada de decisões de investimento é simples. Um

determinado período de tempo, dois anos, digamos, é escolhido. Todos os projetos de

investimento que possuem período payback de dois anos ou menos são aceitos, e aqueles

que recuperam o investimento em mais de dois anos – quando isso ocorrer – são rejeitados.

Problemas com o Método do Período Payback

Há pelo menos três problemas com o método do período payback. Para ilustrar os dois

primeiros problemas, consideremos os três projetos apresentados na tabela 1. Todos os três

projetos têm o mesmo período de recuperação do investimento, e por isso deveriam ser

igualmente atraentes, não é mesmo?

Na realidade, não são igualmente atraentes, como pode ser percebido por uma comparação

de pares diferentes de projetos.

Problema número 1: A Distribuição dos Fluxos de Caixa dentro do Período de

Recuperação

Comparemos o projeto A ao projeto B. Nos anos 1 até 3, os fluxos de caixa do projeto A se

elevam de R$20 a R$50, enquanto os fluxos de caixa do projeto B diminuem de R$50 a

R$20.

Page 147: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

147

Como o fluxo maior, de R$50, ocorre mais cedo com o projeto B, seu valor presente líquido

deve ser maior. Não obstante, vimos anteriormente que os períodos de payback dos dois

projetos são idênticos.

Assim vê-se que um dos problemas com o período payback é não considerar a distribuição

dos fluxos de caixa dentro do período de recuperação. Isto mostra que este método é inferior

ao VAL ou VPL, porque, como indicamos anteriormente, o enfoque o VPL desconta os fluxos

de caixa adequadamente.

Problema número 2: Fluxos de Caixa Posteriores ao Período de Recuperação

Considere agora os projetos B e C, que possuem fluxos de caixa idênticos dentro do período

de recuperação. Entretanto, o projeto C é evidentemente preferível, porque promete o

recebimento de R$60.000 no quarto ano.

Assim, um outro problema com o período payback é o de ignorar todos os fluxos de caixa

posteriores ao momento em que o investimento é recuperado. Esta deficiência inexiste no

enfoque do VPL, pois, como já enfatizamos, este considera todos os fluxos de caixa do

projeto.

O método do payback força os administradores a adotarem uma visão artificial de curto

prazo, o que pode levar à decisões em desacordo com os interesses dos acionistas.

Page 148: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

148

Problema número 3: Padrões Arbitrários no Período Payback

Não precisamos recorrer à tabela 1 quando discutimos um terceiro problema com o enfoque

do período payback. Quando uma empresa utiliza o enfoque do VPL, pode recorrer ao

mercado de capitais para identificar a taxa de desconto apropriada. Não há orientação

comparável para escolher o período de recuperação do investimento, e por isso a escolha é

arbitrária, pelo menos em parte.

Ponto de Vista Gerencial

O período payback é frequentemente utilizado por empresas de grande porte e sofisticadas,

quando tomam decisões de investimento relativamente pouco importantes. A decisão de

construir um pequeno depósito, por exemplo, ou de pagar o conserto do motor de um

caminhão, é o tipo de decisão frequentemente tomada por níveis administrativos inferiores.

Normalmente, um administrador poderia considerar que o conserto de um motor talvez

custasse R$200, e se levasse à economias de R$120, por ano, em termos de consumo

menor de combustível, pagaria a si mesmo em menos de dois anos. A decisão seria tomada

nessas bases.

Resumindo, o período de payback não é equivalente à regra do VPL, e é por isso

conceitualmente incorreto. Com sua data arbitrária de corte e a desconsideração dos fluxos

de caixa após esse momento, pode conduzir a decisões claramente tolas, se for empregado

em sentido muito literal.

Apesar disso, porque é tão simples, as empresas frequentemente o emprega para fazer uma

primeira triagem na tomada das numerosas decisões de pequena magnitude que enfrentam

continuamente.

Page 149: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

149

Importante: Antes de fazer as provas on line faça os exercícios das atividades propostas.

Elas irão “facilitar” seu desempenho durante as referidas provas.

Antes de dar início a sua Prova Online é fundamental que você acesse sua SALA DE AULA e

faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.

Page 150: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

150

GLOSSÁRIO CONTABILIDADE: É a ciência especialmente concebida para captar, acumular, resumir e

interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeira e econômicas de

qualquer ente, seja pessoa física, entidade de finalidade não-lucrativa, empresa ou mesmo

pessoa de Direito Público, tais como: Estado, Municípios, União, Autarquias, etc.

PLANO DE CONTAS: É uma peça na técnica contábil que estabelece previamente a conduta

a ser adotada na escrituração.

CONTA: É um instrumento memorizador dos fatos acontecidos ou por acontecer da mesma

natureza.

TÍTULO DE CONTA: É dar nome a conta, que representa a forma pela qual expressamos

com clareza e sinteticamente o seu objeto.

PATRIMÔNIO: É um conjunto de bens, direitos e obrigações.

PATRIMÔNIO BRUTO: São todos os bens e direitos.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO: É a diferença entre o Ativo e o Passivo.

ATIVO: Compreende os bens e direitos.

PASSIVO: Compreende as obrigações.

ATIVO CIRCULANTE: São todos os bens e direitos realizáveis no exercício seguinte (Curto

Prazo, até 360 dias).

ATIVO CIRCULANTE Em LONGO PRAZO: São todos os bens e direitos realizáveis após o

encerramento do exercício seguinte (mais de 360 dias).

PASSIVO CIRCULANTE: São todas as obrigações vencíveis no exercício seguinte (Curto

Prazo, até 360 dias).

Page 151: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

151

PASSIVO EXIGÍVEL Em LONGO PRAZO: São todas as obrigações vencíveis após o

exercício seguinte (mais de 360 dias).

DISPONÍVEL: Representa as disponibilidades imediatas em dinheiro-caixa e Banco.

VALORES A RECEBER Em CURTO PRAZO: Representa os valores transformáveis em

dinheiro a curto prazo.

ESTOQUES: Embora com menor grau de conversibilidade os valores dos estoques são

classificados no Ativo Circulante.

ATIVO PERMANENTE: Representa o capital fixo investido em bens necessários para atingir

seu fim econômico.

INVESTIMENTOS: Representa a participação permanente em outras sociedades.

IMOBILIZADO: São todos os bens destinados à atividade econômica da empresa, ou,

exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial.

DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE: São despesas diferidas a amortizar ou apropriar

no exercício seguinte. São classificados no Ativo Circulante. Para fins de análise são

lançadas após o Ativo Real.

DIFERIDO: São despesas a amortizar apropriáveis aos custos após o exercício seguinte.

Estas despesas são classificáveis no Ativo Permanente. Para fins de análise são lançadas

após o Ativo Real.

CONTAS RETIFICADORAS DO ATIVO: São contas que expressam bens e direitos

patrimoniais do Ativo, as quais poderão ser retificadas em seu valor mediante a formação de

provisões.

PROVISÃO PARA AJUSTE DE TÍTULOS E VALORES MOBILÍARIOS: Expressa as

provisões adequadas para ajustes ao valor provável de realização de direitos, não

classificados no Ativo de Investimentos.

Page 152: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

152

PROVISÃO PARA AJUSTE DE ESTOQUE: Expressa a provisão adequada, nos casos em

que o valor do mercado seja inferior ao custo de aquisição.

PROVISÃO PARA DEPRECIAÇÃO: Expressa a provisão adequada, pela diminuição de valor

dos bens físicos, sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou

obsolescência.

CAPITAL SOCIAL: Representa o capital dos investidores, que juridicamente, representa a

responsabilidade dos componentes da empresa.

RESERVA DE CORREÇÃO MONETÁRIA DO CAPITAL REALIZADO: Será constituída

anualmente por ocasião do encerramento do exercício social. Representa o aumento do

valor do Capital para correção.

RESERVA DE CAPITAL: Representa o aumento de valor em qualquer elemento do Ativo;

não sendo proveniente do resultado econômico da empresa, pode gerar a formação de

reserva.

• Ágio como contribuição de subscritores de ações com valor nominal;

• Doação de bens imobilizados;

• Subvenção para investimentos;

• Resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado.

RESERVA DE LUCROS: Expressa as contas representativas de apropriação de lucros.

LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS: Expressa o lucro ou prejuízo acumulado ao

longo de exercícios.

DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (DFC): Relaciona o conjunto de ingressos e

desembolsos financeiros em determinado período. Procura-se analisar todo deslocamento de

cada unidade monetária dentro da empresa.

Page 153: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

153

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO: Demonstra as Receitas, os Custos e

as Despesas de forma dedutiva, isto é, na vertical.

RECEITA OPERACIONAL: É o produto da venda de bens ou serviços nas operações de

conta própria.

CUSTOS OPERACIONAIS: São todos os gastos necessários para produzir um bem ou

serviço. Podem ser diretos ou indiretos.

CUSTO DIRETO: É aquele que pode ser identificado diretamente com o processo produtivo.

CUSTO INDIRETO: Ë aquele que não pode ser relacionado diretamente com nenhum

processo produtivo.

DESPESAS OPERACIONAIS: São custos que foram aplicados contra a renda de um

determinado período. As despesas não podem estar quer diretamente ou indiretamente

relacionadas com qualquer produto.

LUCRO BRUTO OPERACIONAL: É a diferença entre a Receita Operacional e os Custos

Operacionais.

LUCRO OPERACIONAL LÍQUÍDO: Ë a diferença entre o Lucro Bruto Operacional e as

Despesas Operacionais.

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO: É o resultado obtido após deduzirmos do Lucro Bruto

Operacional os efeitos inflacionários, provisões, etc.

MUTAÇÃO NAS CONTAS DO PATRIMÔNIO LIQUIDO: Indica a movimentação nas contas

integrantes do Patrimônio Líquido.

Page 154: 90874139-Download

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

154

BIBLIOGRAFIA Iudicibus, Sérgio. Análise de Balanço. São Paulo: Atlas, 1998.

Iudicibus, Sérgio. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.

SANTI FILHO, Armando e OLINQUEVITH, José Leônidas. Analise de Balanços para

Controle Gerencial. São Paulo: Atlas, 1995.

PADOVEZI, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação

contábil – São Paulo: Atlas, 2004

Para os participantes que não tem domínio da disciplina Contabilidade

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. São Paulo; Atlas, 1998.

Iudicibus, Sérgio. Contabilidade Comercial. São Paulo: Atlas, 1998

SILVA, JOSÉ PEREIRA, Análise Financeira das Empresas.São Paulo: Atlas, 1995

PERES JR, José Hernandez. Elaboração das Demonstrações Contábeis. São Paulo: Atlas,

1999.

HENDRICKSEN, Elton S. Acouting theory.Homewood: Richard D. Irwin, 1971 e 1977.

Sugestões:

Site de Comissão de Valores Mobiliários http://www.cvm.gov.br e baixar o programa DIVEXT

para baixar as Demonstrações Contábeis e relatórios das Cias de Capital Aberto.

O livro "Contabilidade e Finanças para Não Especialistas" de Hong Yuh Ching, Fernando

Marques e Lucilene Prado, Professores da USP, Unicamp e PUC, é apropriado para aqueles

que não são contadores(administradores, engenheiros, profissionais liberais, estudantes de

MBA, etc) e destaca-se por sua didática e linguagem voltada para esse grupo.