9º encontro de delegados 2011 - bcsd portugal...no âmbito da declaração, pela união europeia,...

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No dia 2 de Junho decorreu no Hotel Olissippo Oriente, em Lisboa, o 9º Encontro de Delegados do BCSD Portugal. Sob o tema “Gerar Valor através da Sustentabilidade”, o encontro reuniu os responsáveis pela sustentabilidade das empresas associadas do BCSD Portugal e representantes de algumas empresas convidadas. Neste encontro foram debatidos temas como o Voluntariado, o pensamento lean, a gestão de risco, entre outros. Como já vendo sendo habitual, neste encontro foi igualmente premiado o Delegado que em 2010 se destacou no papel de dinamizar a sustentabilidade na sua organização. Maria João Alegria, da Sumol+Compal, foi eleita Delegada do Ano 2010. “O Delegado BCSD é o missionário da Sustentabilidade na empresa: exige-se-lhe uma fé inquebrantável, capacidade de convencimento e espírito de sacrifício. Batalha por um futuro melhor... neste mundo.” Luís Paulo, Delegado CTT “Ser Delegado é passar a paixão e emoção pelo Desenvolvimento Sustentável para dentro da nossa empresa. Ao nível externo, somos também Embaixadores da Sustentabilidade pela nossa empresa”. Luciana Macedo, Delegada BANIF “Ser Delegado é saber passar a mensagem da sustentabilidade para dentro da nossa organização”. Sofia Jorge, Delegada CELBI BCSD Portugal | Julho 2011 | Distribuição gratuita | www.bcsdportugal.org 9º ENCONTRO DE DELEGADOS 2011 EDIÇÃO ESPECIAL CRIAR VALOR ATRAVÉS DA SUSTENTABILIDADE AGENDA DO ENCONTRO 09h30 Abertura José Honório | Presidente da Direcção do BCSD Portugal Luís Rochartre | Secretário-Geral do BCSD Portugal 10h00 Voluntariado: como criar valor para a Sociedade, Empresas e Colaboradores Rui Mendes da Costa | Galp Suzana Ferreira | CGD Franco Caruso | Brisa Moderação: Eurico Sousa | BCSD Portugal 11h30 A gestão da Cadeia de Valor em tempos de crise João Paulo Pinto | Comunidade Lean Thinking 12h00 BCSD Portugal: Balanço de 10 anos de actividade e orientações para o futuro 12h45 Delegado do Ano 14h30 Apresentação das edições portuguesas das publicações do WBCSD 14h45 Actividade “MIND – Mapa Interactivo de Diagnóstico”: Como gerar valor pela participação no BCSD Portugal: o papel do Delegado 16h30 Mesa Redonda “Sustentabilidade e Gestão de Risco” Cristina Tomé | KPMG António Neves de Carvalho | EDP Moderação: Francisco Ferreira da Silva | Diário Económico 17h30 Professor Vítor Gonçalves | ISEG 18h00 Encerramento “Como delegados, a nossa missão é garantir uma proximidade estreita entre os stakeholders da organização e os valores que pautam o seu desempenho, de forma a permitir um desenvolvimento sustentável e maior facilidade em alcançar o seu sucesso”. Bruno Oliveira, Delegado Abreu Advogados

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Page 1: 9º ENCONTRO DE DELEGADOS 2011 - BCSD Portugal...No âmbito da declaração, pela União Europeia, de 2011 como o Ano Europeu do Voluntariado, o BCSD Portugal convidou 3 representantes

No dia 2 de Junho decorreu no Hotel Olissippo Oriente, em Lisboa, o 9º Encontro de Delegados do BCSD Portugal. Sob o tema “Gerar Valor através da Sustentabilidade”, o encontro reuniu os responsáveis pela sustentabilidade das empresas associadas do BCSD Portugal e representantes de algumas empresas convidadas. Neste encontro foram debatidos temas como o Voluntariado, o pensamento lean, a gestão de risco, entre outros. Como já vendo sendo habitual, neste encontro foi igualmente premiado o Delegado que em 2010 se destacou no papel de dinamizar a sustentabilidade na sua organização. Maria João Alegria, da Sumol+Compal, foi eleita Delegada do Ano 2010.

“O Delegado BCSD é o missionário da Sustentabilidade na empresa: exige-se-lhe uma fé inquebrantável, capacidade de convencimento e espírito de sacrifício. Batalha por um futuro melhor... neste mundo.” Luís Paulo, Delegado CTT

“Ser Delegado é passar a paixão e emoção pelo Desenvolvimento Sustentável para dentro da nossa empresa. Ao nível externo, somos também Embaixadores da Sustentabilidade pela nossa empresa”. Luciana Macedo, Delegada BANIF

“Ser Delegado é saber passar a mensagem da sustentabilidade para dentro da nossa organização”.Sofia Jorge, Delegada CELBI

BCSD Portugal | Julho 2011 | Distribuição gratuita | www.bcsdportugal.org

9º ENCONTRO DE DELEGADOS 2011

EDIÇÃO ESPECIA

L

CRIAR VALOR ATRAVÉS DA SUSTENTABILIDADE AGENDA DO ENCONTRO

09h30 AberturaJosé Honório | Presidente da Direcção do BCSD PortugalLuís Rochartre | Secretário-Geral do BCSD Portugal

10h00 Voluntariado: como criar valor para a Sociedade, Empresas e ColaboradoresRui Mendes da Costa | GalpSuzana Ferreira | CGDFranco Caruso | BrisaModeração: Eurico Sousa | BCSD Portugal

11h30 A gestão da Cadeia de Valor em tempos de criseJoão Paulo Pinto | Comunidade Lean Thinking

12h00 BCSD Portugal: Balanço de 10 anos de actividade e orientações para o futuro

12h45 Delegado do Ano

14h30 Apresentação das edições portuguesas das publicações do WBCSD

14h45 Actividade “MIND – Mapa Interactivo de Diagnóstico”: Como gerar valor pela participação no BCSD Portugal: o papel do Delegado

16h30 Mesa Redonda “Sustentabilidade e Gestão de Risco”Cristina Tomé | KPMGAntónio Neves de Carvalho | EDPModeração: Francisco Ferreira da Silva | Diário Económico

17h30 Professor Vítor Gonçalves | ISEG

18h00 Encerramento

“Como delegados, a nossa missão é garantir uma proximidade estreita entre os stakeholders da organização e os valores que pautam o seu desempenho, de forma a permitir um desenvolvimento sustentável e maior facilidade em alcançar o seu sucesso”. Bruno Oliveira, Delegado Abreu Advogados

Page 2: 9º ENCONTRO DE DELEGADOS 2011 - BCSD Portugal...No âmbito da declaração, pela União Europeia, de 2011 como o Ano Europeu do Voluntariado, o BCSD Portugal convidou 3 representantes

BCSD Portugal: 10 anos por uma sociedade mais sustentável...

Mudar comportamentos, sair do “business as usual” para uma nova forma de trabalhar, fazer diferente, aprender com as boas práticas dos parceiros e, até, dos concorrentes, procurar o desejável e necessário em vez do inevitável. Estes foram alguns dos motivos que levaram empresas como a Sonae, a Cimpor e a Soporcel, associadas ao WBCSD - World Business Council for Sustainable Development, em conjunto com mais 33 empresas de primeira linha da economia nacional, a constituir o BCSD Portugal - Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, em Outubro de 2001.

MISSÃOAcreditando no papel das empresas como parte integrante da sociedade, o BCSD Portugal procura que a acção liderada pelo sector empresarial seja catalisadora de uma mudança rumo ao Desenvolvimento Sustentável, promovendo nas empresas a ecoeficiência, a inovação e a responsabilidade social.

OBJECTIVOSDivulgação e promoção dos princípios e práticas do • Desenvolvimento Sustentável;Disponibilização de serviços e ferramentas de implementação aos • membros;Promoção da divulgação das boas práticas das empresas membro;• Acompanhar as políticas públicas.•

PERCURSO HISTÓRICO

Constituição do BCSD Portugal Presidente: Belmiro de AzevedoEventos

1ª Conferência Anual• 1º Encontro de Delegados• Liaison Delegates Meeting do • WBCSD

Acções de Divulgação / Sensibilização

Seminário “A Economia do • Carbono – Mercado de Emissões de GEE”Seminário “Economia Paralela”•

Presidente: Francisco SánchezEventos

1º Encontro de Presidentes• 1ª edição do Programa “Young Managers Team”• 5ª Conferência Anual – “Eficiência Energética”• 1ª Oferta Formativa: “Caminho para um Mundo • Melhor”

Grupos de TrabalhoEficiência Energética• Simbioses Industriais•

PublicaçõesProtocolo de Gases com Efeito de Estufa• Marketing e Desenvolvimento Sustentável• Comunicar o Desenvolvimento Sustentável• A Eco-Eficiência: criar mais valor com menos • impactoGerir o Risco• Carbono e Alterações Climáticas• Medir a Eco-Eficiência• Os indicadores para as empresas• Biomassa• O papel das empresas na sociedade de amanhã• As Empresas e a Biodiversidade•

2001 | 2004Divulgação e promoção dos princípios e das práticas do Desenvolvimento Sustentável As Empresas e os Ecossistemas•

Sistemas de Saúde: Factos e Tendências• Eficiência Energética em Edifícios•

ComunicaçãoCriação do website• Lançamento da newsletter “Sustentabilidade”• 1ª edição do Anuário de Sustentabilidade•

Acções de Divulgação / SensibilizaçãoWorkshop “Conhecimento e Mudança”• Workshop “Acelerar para a Sustentabilidade”• Workshop Como elaborar um Relatório de • SustentabilidadeWorkshop Eco-Eficiência • Workshop Eficiência Energética• Estudo da KPMG sobre a Publicação de • Relatórios de Sustentabilidade em Portugal Lançamento do livro “Os Desafios da • Sustentabilidade – uma ruptura urgente” Sessão de Esclarecimento sobre Relatórios de • Sustentabilidade Conferência Simbioses Industriais•

Presidente: Vasco de MelloGrupos de Trabalho

Sustentabilidade no Sector das TIC• Sustentabilidade na Construção• Sustentabilidade no Sector • Financeiro

Acções de Divulgação / Sensibilização

Ciclo de Implementar a • SustentabilidadeMicrofinança• Mobilidade Empresarial• Biodiversidade• Relacionamento com Stakeholders• Chronos• Gestão Estratégica da Água•

WorkshopsDesenvolvimento Sustentável: os • primeiros passosPegada Ecológica•

Presidente: José HonórioEventos

9º Encontro de Delegados – “Gerar • Valor através da Sustentabilidade”10ª Conferência Anual – “Visão de um • Futuro Sustentável”

GRAF’sEnergia & Clima• Ecossistemas• Papel das Empresas• Desenvolvimento•

Grupos de TrabalhoSustentabilidade nos Recursos • Humanos

BCSD Portugal, uma organização dirigida e direccionada pelos membros.

2001 2002 2003 2004 2005 2006 207 2008 2009 2010

138126

115

101

8577

64

383837

NÚMERO DE EMPRESAS ASSOCIADAS

138 Empresas associadas9.000 Participantes em eventos34 Publicações editadas

Sector da Água• Action Tank•

PublicaçõesO Protocolo de Contabilização de • GEE para ProjectosEnergia para Mudar• Eficiência Energética em Edifícios – • Transformar o Mercado

ComunicaçãoRenovação do website•

WorkshopsPegada Hídrica•

Biodiversidade e Serviços dos • EcossistemasInovação• Responsabilidade Social Empresarial•

PublicaçõesÁgua: Factos e Tendências• Caminhos para 2050: Energia e • Alterações ClimáticasEnergia para um Futuro Sustentável• O Papel das Empresas na Sociedade• Sustentabilidade no Sector das • Tecnologias de Informação e Comunicação

ParceriasInstituto Superior Técnico• Fundação Luso-Americana• Diário Económico• ICNB• Agência Portuguesa do Ambiente• CELPA•

Workshop Responsabilidade Social • da EmpresaWorkshop Tratamento dos • Resíduos IndustriaisWorkshop Learning and Leadership • in PortugalWorkshop Toolkit Eco-Eficiência•

2004 | 2007Disponibilização de serviços e ferramentas de implementação aos membrosPromoção da divulgação das boas práticas das empresas membro

2007 | 2010Acompanhar as políticas públicas

2010 | 2013

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VOLUNTARIADO: Como criar valor para a Sociedade, Empresas e Colaboradores

GALP VOLUNTÁRIA Rui Mendes da Costa, Galp EnergiaO projecto Galp Voluntária é o programa de Responsabilidade Social da Galp Energia, destinado a Colaboradores que desejem contribuir voluntariamente em iniciativas em prol da comunidade. Com este programa, os colaboradores podem despender 48 horas do seu trabalho (6 dias por ano) em acções de voluntariado.

Através de iniciativas próprias ou em parceria com outras entidades, os projectos de Voluntariado desenvolvidos incidem sobretudo nos seguintes eixos de actuação: Educação; Ambiente e eficiência energética; Segurança Rodoviária; e Saúde.

Este projecto foi desde logo abraçado pelos Colaboradores da Galp. De acordo com Rui Mendes da Costa, Responsável pela Comunicação e Desenvolvimento Interno e Social da Galp, “mais de 600 colaboradores mostraram-se imediatamente disponíveis para participar em projectos de Voluntariado”.

Contando actualmente com 195 Voluntários que participaram em 10 projectos e com 750 Colaboradores inscritos, Rui Mendes da Costa referiu ainda que “o nosso objectivo é ter pelo menos 200 Voluntários até ao final do ano”.

PROGRAMA DE VOLUNTARIADO DO GRUPO JOSÉ DE MELLO Franco Caruso, BrisaTransversal a todas as empresas do Grupo, o Programa de Voluntariado do Grupo José de Mello é um projecto de Responsabilidade Social, que pretende criar valor para a sociedade através do envolvimento das partes interessadas, de externalidades positivas da actividade e do contributo voluntário dos colaboradores e da empresa. Neste âmbito, são de destacar 2 projectos de Responsabilidade Social:

Aprender a Apreender, da Junior • Achievement, em que cerca de 40 colaboradores participam em projectos que visam promover o empreendedorismo, criatividade e inovação junto de crianças e jovens dos 6 aos 25 anos;Ser Solidário, iniciado em 2008, os • colaboradores são convidados a doar, pelo menos, um euro do seu salário mensal para um fundo de solidariedade social. No final do ano o valor do fundo reverte a favor de duas instituições de solidariedade social escolhidas pelos Centros Operacionais e pelos colaboradores. Mais de 600 colaboradores já aderiram a esta iniciativa.

Em todas as acções de Voluntariado, a empresa cobre os custos com um seguro sobre as actividades a desenvolver, bem como despesas de transporte.

POLÍTICA DE ENVOLVIMENTO COM A COMUNIDADE DA CGDSuzana Ferreira, Caixa Geral de DepósitosO Voluntariado surge na CGD de uma forma organizada e no âmbito da sua Política de Envolvimento com a Comunidade. “Esta atitude é muito espontânea na CGD. Ao longo do tempo tem havido muitas iniciativas e acções que os nossos colaboradores desenvolvem por si próprios ou com apoio institucional”, refere Suzana Ferreira, Directora de Comunicação da CGD.

Algumas das acções de Voluntariado que a CGD tem desenvolvido:

“Fundo Caixa Fã”, que apoia projectos de • cariz social, através das receitas originadas pela utilização do Cartão “Caixa Fã”;Banco do Tempo, lançado este ano, • pretende ser um mercado de dádiva, em que os colaboradores da CGD reformados e/ou no activo oferecem o seu tempo e as suas competências a quem precisa;Bolsa de Voluntariado, a CGD colabora • com a Entrajuda desde o início da sua actividade, através de apoio financeiro e trabalho em regime de voluntariado, dos seus colaboradores e reformados.

Este ano a CGD pretende ainda lançar uma iniciativa que visa o aumento da literacia financeira junto de crianças.

No âmbito da declaração, pela União Europeia, de 2011 como o Ano Europeu do Voluntariado, o BCSD Portugal convidou 3 representantes de empresas nacionais a partilharam como é que os programas de Voluntariado podem criar valor para a sociedade, empresas e colaboradores.

NOVAS EDIÇÕES PORTUGUESAS DAS PUBLICAÇÕES DO WBCSD:• O Protocolo de Contabilização da GEE para ProjectosEste relatório deriva do segundo módulo da iniciativa do Protocolo de Gases com Efeito de Estufa, uma parceria do WBCSD e World Resources Institute (WRI), que reúne empresas, organizações não-governamentais, governos, universidades e outras entidades, com o objectivo de desenvolver normas internacionalmente aceites para a contabilização de GEE. A tradução portuguesa desta publicação foi possível com o patrocínio da CELBI, EDP e REN.

[Clique aqui para aceder à publicação]

• Energia para MudarO BCSD Portugal lançou, com o patrocínio da EDP e o apoio da BioRumo, mais uma tradução do WBCSD. Esta publicação resulta dos trabalhos do projecto do sector eléctrico do WBCSD e pretende ajudar as empresas de serviços de electricidade a enfrentarem os desafios das alterações climáticas e, ao mesmo tempo, oferecerem preços acessíveis.

[Clique aqui para aceder à publicação]

• Eficiência Energética em Edifícios – Transformar o MercadoCom base no estudo Eficiência Energética em Edifícios (EEE) desenvolvido nos últimos 4 anos, neste relatório final são reunidos factos e tendências sobre a eficiência energética de edifícios no Brasil, China, Europa, Índia, Japão e EUA. São ainda elaboradas recomendações e um roteiro de medidas para transformar o sector da construção mais eficiente do ponto de vista energético. A edição portuguesa desta publicação foi lançada com o apoio da Sonae Sierra.

[Clique aqui para aceder à publicação]

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COMO CRIAR VALOR...Vítor Gonçalves, Professor Catedrático no ISEG e Vice-Reitor da Universidade Técnica de Lisboa, partilhou com os Delegados presentes a importância da sustentabilidade no processo de criação de valor das empresas. João Paulo Pinto, Professor e Presidente da Comunidade Lean Thinking, revelou como o pensamento lean pode constituir um driver de criação de valor para as organizações.

... através da sustentabilidade

Qual a importância da sustentabilidade no contexto económico actualmente vivido?Apesar da crise nacional e internacional que existe, a problemática da sustentabilidade está cada vez mais na ordem do dia de muitas organizações, e começa a estar no âmbito das principais preocupações de gestão de muitas empresas. Este facto é comprovado por vários estudos que têm vindo a ser feitos. Por exemplo o estudo realizado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e pelo Boston Consulting Group (BCG), constata que em 2010 mais de metade das empresas analisadas aumentaram os seus esforços em sustentabilidade em relação ao ano anterior. Actualmente, a sustentabilidade surge como um factor fundamental para o sucesso continuado de uma organização, especialmente no contexto conturbado que experienciamos.

Como podem as empresas criar valor através da sustentabilidade?A sustentabilidade pode constituir um driver de criação de valor, uma vez que as empresas ao incorporarem preocupações económicas, sociais e ambientais no seu negócio, passam a disponibilizar produtos e serviços mais adequados às necessidades, preferências e expectativas dos consumidores e da sociedade em geral. Desta forma, através da sustentabilidade as organizações podem obter benefícios como o aumento da reputação, a entrada em novos mercados, o aumento das margens, uma maior inovação, menores níveis de risco, uma maior eficiência operacional, entre outros.

Que recomendações faria às organizações que pretendam integrar os princípios da sustentabilidade no seu negócio?A principal recomendação que faria às empresas é que estas entendam e implementem a sustentabilidade de uma forma adequada: desenvolvam as suas actividades com lucro, tendo em conta preocupações sociais e sem prejudicar o ambiente, o que implica:

Integrar a sustentabilidade na gestão estratégica da • organização, de forma a orientar as actividades de inovação e que a performance seja orientada por propósitos partilhados;Promover uma cultura organizacional que incentive e premeie • verdadeiras práticas de sustentabilidade e que não favoreça o greenwashing;Prestar informação atempada, credível e de forma transparente, • para que as várias partes interessadas possam tomar decisões responsáveis e conscientes.

Vítor Gonçalves, Professor Catedrático no ISEG e Vice-Reitor da Universidade Técnica de Lisboa

Como é que, em tempos de crise, o Lean Thinking pode contribuir para a criação de valor pelas empresas?Pensar lean ajuda nos tempos de crise porque orienta as empresas no sentido da eliminação gradual de todas as fontes de desperdício. Entenda-se desperdício como todas as actividades que o cliente não reconhece como valor e não está disposto a pagar. Exemplos disso são os defeitos de qualidade, atrasos, problemas com fornecedores e avarias. Muitos de nós fazemos na perfeição aquilo que não precisa de ser feito e isso resulta na maior oneração de produtos e serviços retirando competitividade às empresas.

Como pode o pensamento lean contribuir para a sustentabilidade das organizações?No seguimento da sua actividade de ID+I, a Comunidade Lean Thinking (CLT) criou o conceito sustentabilidade lean, o qual assenta nos seguintes pilares:

Melhoria contínua - procura incessante pela redução dos • desperdícios nas organizações (ex: tempos, custos, erros e energia);Liderança de pessoas em ambiente • lean – através das pessoas criar uma cultura assente em valores de suporte à sustentabilidade (ecologicamente correcto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente diverso);Criação de valor para todas as partes interessadas através • de metodologias orientadas para o cliente e demais partes interessadas.

Quais os principais passos a dar para uma organização se tornar mais lean? O roadmap a seguir para que uma empresa se torne lean (magra e ágil) consiste, em primeiro lugar, na identificação e caracterização dos seus stakeholders (ou partes interessadas), seguindo-se a definição do valor que cada uma destas partes espera receber da empresa. Em segundo lugar é necessário mapear a cadeia de valor para cada um dos stakeholders e nesta identificar os desperdícios e as oportunidades de melhoria de forma a optimizar fluxos (materiais, informação e capital). Em terceiro lugar adoptar uma filosofia de melhoria contínua assente na eliminação dos desperdícios e na constante criação de valor para o cliente e demais partes interessadas. A criação de valor será o maior dos desafios dado que a existência de métodos e ferramentas com esse propósito é exígua. Criatividade e inovação serão fundamentais para atingir esse objectivo.

João Paulo Pinto, Presidente da Direcção da Comunidade Lean Thinking www.leanthinkingcommunity.org

... através de um pensamento lean

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Qual deve ser o papel do Delegado na promoção da integração dos princípios do Desenvolvimento Sustentável na respectiva organização? Considero que o papel do Delegado dentro da organização onde trabalha deve ser de sensibilização e consciencialização para os conceitos da sustentabilidade, de divulgação dos temas que o BCSD Portugal desenvolve e, acima de tudo, deve ser um exemplo de práticas de sustentabilidade. É como o papel do iniciador num “flashmob”, contaminando positivamente os que o rodeiam; acreditando que com a sua convicção e o seu empenho, numa organização facilitadora, e em que todos tenham vontade de o acompanhar e estejam disponíveis para a aprendizagem, o resultado do conjunto será um verdadeiro êxito de sustentabilidade.

Como é que vê a sua nomeação como Delegada do Ano? Na sua opinião, quais os factores que mais contribuíram para esta nomeação? Foi totalmente inesperada pois, sendo verdade que procurei sistematicamente ser um interface activo com o BCSD Portugal e que me preocupei em dinamizar o tema na Sumol+Compal, não senti que

DO ANO 2010 DELEGADO

Desde 2007 que o BCSD Portugal tem vindo a eleger o Delegado do Ano. Esta nomeação recai sobre o Delegado que, ao longo do último ano, se destacou no papel de dinamizar e incorporar os princípios da sustentabilidade na respectiva organização.Este ano, a nomeação de “Delegado do Ano” coube a Maria João Alegria, da Sumol+Compal.

Maria João Alegria, Delegada Sumol+Compal

fosse uma actuação extraordinária, sobretudo porque eu própria estou a aprender. Na verdade, sinto-me ainda uma caloira quando olho para vários Delegados que há muito desbravam terreno nestas matérias e que têm conduzido, paulatinamente, as suas organizações no trilho da sustentabilidade. Penso que o entusiasmo que coloco no que faço terá sido um factor importante para a nomeação; estou certa que muitos outros Delegados desenvolveram iniciativas muito relevantes no sentido do desenvolvimento sustentável. O prémio é por isso, também, de todos eles.

O papel de dinamizador da sustentabilidade dentro de uma empresa nem sempre é uma tarefa fácil. Que recomendações é que faria a outros Delegados para que estes consigam desempenhar este papel de forma eficaz? Confesso que ainda não me sinto muito capaz de fazer recomendações aos outros Delegados, a não ser que acreditem que com o nosso envolvimento contribuiremos certamente para um planeta melhor para os nossos filhos e para filhos melhores para o nosso planeta.

O PAPEL DO DELEGADO Como gerar valor pela participação no BCSD Portugal

“A mudança começa em cada um dos Delegados nas suas organizações, actuando como «energizadores» da mudança”.Pedro Norton de Matos, My Change

PAPEL DOS DELEGADOSSer o embaixador das práticas de sustentabilidade promovidas • pelo BCSD Portugal nas diferentes áreas da empresa;Participar activamente nas diversas iniciativas do BCSD Portugal;• Ser mais exigente na relação com o BCSD Portugal, lançando • desafios e novos projectos.

PERFIL DOS DELEGADOSPró-actividade;• Capacidade de comunicação;• Mobilizador / Agente de Mudança;• Conhecimento da organização;• Conhecimento sobre o tema.•

COMO ULTRAPASSAR OS OBSTÁCULOS

Promover a partilha das responsabilidades do Delegado por mais do que um elemento;Integrar objectivos da função de Delegado e o desempenho em sustentabilidade na avaliação de desempenho individual.

Incluir compromissos de sustentabilidade nos objectivos estratégicos de empresa;Maior compromisso e envolvimento da gestão de topo.

Criar um perfil associado ao Delegado (pelo BCSD Portugal em conjunto com as Empresas);Investir mais tempo na divulgação do papel do Delegado.

OBSTÁCULOS AO PAPEL DE DELEGADO Pouca disponibilidade/ tempo. Falta de autonomia/ poder de decisão.

Pouca relevância que é dada, internamente, ao papel do Delegado.

EMPRESAS ASSOCIADAS

DELEGADOS

BCSD PORTUGAL

1

2

3

1

2

3

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EDIÇÃO

ficha técnica

REDACÇÃO E DESIGN PROPRIEDADE

BCSD Portugal | Av. de Berna, 11 - 8º, 1050-036 Lisboa | PortugalTel.: +351 217 819 001 | Fax: +351 217 819 126e-mail: [email protected] | www.bcsdportugal.org

Eurico Sousa Karina Rodrigues

COORDENAÇÃO

SUSTENTABILIDADE E GESTÃO DE RISCOA última mesa redonda desta sessão destinou-se ao debate acerca de como pode a sustentabilidade contribuir para uma mais eficaz gestão dos vários riscos a que uma organização se encontra naturalmente exposta. Para debater esta questão, estiveram presentes António Neves de Carvalho da EDP e Cristina Tomé da KPMG, moderados por Francisco Ferreira da Silva do Diário Económico.

Questionada acerca da relação entre sustentabilidade e gestão de risco, Cristina Tomé referiu que “as empresas devem olhar para a sustentabilidade como uma forma de criar valor e não apenas como uma forma de comunicar o desempenho. Daí que criação de valor e gestão de risco sejam temas coexistentes.

De facto, explicou a consultora, “não é possível que uma empresa crie valor sustentável se não houver uma gestão de risco efectiva, o que consiste em prevenir e antecipar aquilo que pode afectar o desempenho social, económico e ambiental da organização”.

António Neves de Carvalho da EDP reforçou ainda esta questão referindo que “Sustentabilidade é gerir o risco.

RESUMO DO ENCONTRO...

Todas as acções que uma empresa desenvolve no sentido de se tornar mais sustentável são acções que vêm no sentido de tornar o risco o mais controlado possível. Se pensarmos que actualmente não existe nenhuma actividade que não envolva riscos, esta questão torna-se ainda mais importante para o sucesso continuado de uma organização”.

Em suma, ambos defendem que uma eficaz gestão de risco é um factor crítico de sucesso a médio-longo prazo para uma qualquer organização. No entanto, é ainda necessário ter em conta que uma eficaz gestão de risco integra a prevenção e o controlo de riscos associados a aspectos económicos, sociais, ambientais e de governance.

Abertura da sessão por José Honório, Presidente da Direcção do BCSD Portugal.

9h30Apresentação do balanço de 10 anos de actividade do BCSD Portugal e as respectivas orientações para o futuro.

12h00

Apresentação do Delegado do Ano 2010 e respectivo testemunho sobre o reconhecimento.

12h45Actividade MIND – Debate, em grupo, pelos vários Delegados sobre “Como gerar valor pela participação no BCSD Portugal: o papel do Delegado”.

14h45Encerramento e balanço dos resultados do 9º Encontro de Delegados por Luís Rochartre.

18h00

Mesa redonda sobre “Voluntariado: como criar valor para a Sociedade, Empresas e Colaboradores”.

10h00