9 a 11 novembro 2017 centro de congressos epic sana #diga33º congresso 2017... · trabalho de...

16
Distribuição gratuita no Congresso // 1ª edição / 09.11.17 // 9 a 11 novembro 2017 / Centro de Congressos Epic Sana / Algarve 33º CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA 33 rd PNEUMOLOGY CONGRESS #DIGA 33

Upload: vuongmien

Post on 10-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

Distribuição gratuita no Congresso // 1ª edição / 09.11.17

// 9 a 11 novembro 2017 / Centro de Congressos Epic Sana / Algarve

33º CONGRESSO DE PNEUMOLOGIA33rd PNEUMOLOGY CONGRESS

#DIGA33

Page 2: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

Prof Doutor Venceslau Hespanhol/ Presidente do 33º Congressode Pneumologia

Page 3: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

SPP info // 1ª edição / 9 novembro 2017

3XXXIII Congresso de Pneumologia / Pneumology Congress

7 e 8 janeiro / Trainees Summit 2017

1 fevereiro / Audição da SPP e outras entidades ligadas à saúde respiratória sobre a proposta de Lei do Governo que introduz alterações Lei do Tabaco (proposta de Lei 38/XIII) na Assembleia da República

24 e 25 fevereiro / Reunião Conjunta da CT de Reabilitação Respiratória da SPP e da GEFERC

17 março / Campanha “Dormir mal pode ser um pesadelo na vida de um casal” da CT de Patologia Respiratória do Sono da SPP para assinalar o Dia Mundial do Sono

18 março / Reunião Anual da Comissão de Trabalho de Patologia Respiratória do Sono da SPP

1 abril / Reunião Anual da Comissão de Trabalho de Pneumologia Oncológica da SPP

8 abril / Reunião Anual da Comissão de Trabalho de Tabagismo da SPP

21 abril / Campanha “Exercite mais, respire melhor” da CT de Reabilitação Respiratória da SPP para assinalar o Dia Nacional da Reabilitação Respiratória

6 maio / Reunião Anual da Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da SPP

7 maio / Campanha “Corra com a Asma” da CT de Trabalho de Alergologia Respiratória da SPP para assinalar o Dia Mundial da Asma

12 maio / Reunião Anual da CT de Fisiopatologia Respiratória e DPOC da SPP

Já cá estamos, prestes a dar início a este XXXIII Congresso de Pneumologia, com o mote “Diga 33”. O evento incluirá três cursos pós-congresso: ecografia torácica, estratégias complementares em programas de reabilitação respiratória e ventilação nos doentes neuromusculares. Mantivemos os objetivos principais, privile-giando os conteúdos científicos, promovendo a diversificação temática, aumentando a participação dos mais jovens e facilitando a troca de experiências. Iremos testar, pela primeira vez, o modelo “meet professor” fundamentalmente destinado à criação de pro-ximidade científica, facilitando o intercâmbio de conhecimentos. Os instrumentos de comunicação da SPP - SPPNews, SPPInfo e SPPTV - têm vindo a ser redefinidos e otimizados ao longo do últi-mo ano. Prevê-se que a partilha de informação seja mais simples

DIGA 33

13 maio / Reunião Anual da CT de Interstício e Doenças Ocupacionais da SPP

18 e 19 maio / Workshop sobre cessação tabágica no 2.º Curso de e-learning em Tabagismo, organizado pela CT de Tabagismo da SPP

27 maio / 25º Curso da Escola de Pneumologia sobre o tema "Interstício Pulmonar"

27 maio / Reunião Anual do Núcleo de Estudos de Bronquiectasias Não Fíbrose Quística

31 de maio / Campanha “Orgulho Sem Tabaco” da CT de Trabalho de Tabagismo da SPP para assinalar o Dia Mundial Sem Tabaco

3 de junho / Reunião Anual da CT de Infecciologia Respiratória da SPP

3 de julho / Congresso “Além Fronteiras” da ARELP, da qual a SPP faz parte

7 e 8 julho / Reunião Anual da Comissão de Trabalho de Técnicas Endoscópicas da SPP

10 a 14 julho / 2ª Edição da "Escola de Ciência" sobre Bioestatística

24 julho / Publicação e divulgação de recomendações para os dias de calor excessivo e época de incêndios pela CT de Fisiopatologia Respiratória e DPOC

Agosto / Campanha “Não conduza de olhos fechados” da CT de Trabalho de Patologia Respiratória do Sono da SPP

9 setembro / Sessão Conjunta em Espanhol e Português, organizada pela SPP e

pela SEPAR, no Congresso da European Respiratory Society

17 setembro / Campanha “Ex-fumador e Ex-fumador feliz” da CT de Tabagismo da SPP para assinalar o Dia Mundial do Ex-Fumador

19 setembro / Apresentação do Relatório do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias da DGS com apresentação do estudo da SPP sobre pneumonias

23 setembro / 26.º Curso de Pós-graduação da Escola da SPP sobre o tema “DPOC e Função Pulmonar”, organizado pela CT de Fisiopatologia Respiratória e DPOC da SPP

7 outubro / Reunião Anual da Comissão de Trabalho de Pneumologia Oncológica da SPP

14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de Alfa-1 Antitripsina da SPP

18 outubro / Divulgação dos primeiros resultados da 9.ª Edição do Vacinómetro época gripal 2017/2018, iniciativa promovida pela SPP em conjunto com outros parceiros

19 e 20 outubro / 1º Curso de Jovens Pneumologistas da SPP sobre Estatística com SPSS

21 outubro / Reunião Anual da Comissão de Trabalho de Fisiopatologia Respiratória e DPOC da SPP

9 a 11 novembro / XXXIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Pneumologia

12 novembro / Cursos Pós-Congresso

atividades na SPP em 2017Foi um ano de intensa atividade científica na SPP, com novos formatos, novos temas, novas dinâmicas de organização e de comuni-cação. Neste ano em que assinalamos a 33.ª edição do Congresso de Pneumologia, salientamos 33 atividades que são o resultado do empenho de todos! Ora recorde.

33

e eficiente ao longo de todo o congresso. Preparámos também algumas melhorias nas estruturas físicas de apoio às sessões cien-tíficas, nomeadamente, criando uma área extra para exposição da investigação submetida para apresentação no congresso. Espera-mos que contribua para melhorar a dinâmica e minimizar atrasos. Registamos com agrado a forte adesão da industria ao modelo “Sessão Patrocinada” permitindo fomentar a discussão científica e a participação de todos. Melhorámos a informação interativa e as condições logísticas globais do congresso. Para além do programa científico, o programa social e o amplo convívio serão da maior importância pelo que esperamos que seja do agrado de todos. Esperamos que o programa que preparámos para este ano vá ao encontro das expectativas de todos. Um abraço e #DIGA33.

Caros Colegas,

Page 4: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

4 XXXIII Congresso de Pneumologia / Pneumology Congress

HOJE / TODAY // 08H30 / SALA SUL

Patologia respiratória neuromuscularAno Pneumológico em Revisão

Dr.ª Bebiana Conde

Cirurgia TorácicaAno Pneumológico em Revisão

Dr.ª Magda Alvoeiro

A Cirurgia Torácica é cada vez mais uma disci-plina presente na realidade do diagnóstico e tratamento das doenças pulmonares, pleurais

as indicações, os resultados e como avaliar a equivalência oncológica destes procedimen-tos. Discute-se ainda o papel da cirurgia no tratamento multimodal do mesotelioma pleural maligno, após o resultado desfavorável do es-tudo MARS.Terminando, e para dar uma nova força à rea-lidade da Cirurgia Torácica nacional, conhece-mos este ano os primeiros especialistas em Ci-rurgia Torácica, formados em serviços de valor reconhecido e altamente dedicados à patologia torácica não-cardíaca.

/ Assistente Hospitalar de Cirurgia Torácica, Hospital Pulido Valente, CHLN

/ Pneumologista do Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro

São múltiplas as patologias que, envolvendo os músculos respiratórios, comprometem a ventila-ção, necessitando, por isso, de suporte ventilató-rio para corrigir esta disfunção, preferencialmen-te antes que a insuficiência respiratória ocorra.Tem havido um interesse crescente por esta área, uma vez que a intervenção ventilatória tem alterado o curso natural de algumas destas patologias, como aconteceu na Miodistrofia de

descreve uma linha histórica da ventilação me-cânica nos doentes neuromusculares desde o “Iron lung” até a atualidade. Enumerando con-sensos nesta temática, como o que se refere à traqueostomia nestes doentes, estando exclu-sivamente indicada na ausência de proteção da via aérea (VA), como acontece na grave disfun-ção bulbar, particularmente quando associada a espasticidade da VA.Em conclusão, posso dizer que este tema se torna importante e interessante, pelas especi-ficidades destes doentes e das suas patologias, o que leva a que a ventilação mecânica destes doentes seja um desafio constante, mas igual-mente encorajador pelos resultados obtidos.

Duchénne ou incrementado significativamente a sua sobrevida como nas doenças do neurónio motor, sendo a de pior prognóstico a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).Assim, é notório o recente incremento do nú-mero de publicações nesta área, evidenciando o benefício do suporte ventilatório, devendo este ser precoce e estando disponíveis vários modos ventilatórios não invasivos. Têm sido publicados protocolos de avaliação funcional e de seguimento, para além de parâ-metros funcionais indicadores da necessidade de suporte ventilatório. A evidência científi-ca mantém a indicação para esta terapêutica quando há compromisso da função pulmonar e diminuição da força dos músculos respiratórios (FVC <50% ou <70% na ELA; PIM <60mmHg ou SNIP <40mmHg) ou existência de hipercapnia diurna (paCo2> 45mHg), no entanto, a existên-cia de critérios de hipoventilação noturna ou grave disfunção diafragmática (diminuição do FVC em supina> 12-25%) são, de igual forma, indicadores para a necessidade deste suporte. A Cough Peak Flow (CPF) aparece este ano não apenas como indicador para a necessidade de assistência na tosse (CPF <270l/min) mas tam-bém associado à necessidade de suporte venti-latório, quando o seu valor é inferior a 300l/min.Foi publicado este ano, um importante artigo de revisão, pelo Prof. John Bach, palestrante do XXXIII Congresso de Pneumologia, onde

e do mediastino. A participação ativa em am-biente de interação multidisciplinar é o espe-lho de uma atitude interessada e consciente à sua posição como uma peça essencial na abor-dagem conjunta da patologia do tórax. Nas últimas décadas, observou-se uma evolu-ção da capacidade técnica cirúrgica e com isto uma tendência de mudança para uma cirurgia progressivamente menos invasiva, mesmo em cirurgia complexa, com menor morbilidade para o doente, tendo sempre em conta a pre-servação do rigor oncológico. A investigação em cirurgia centra-se agora na avaliação cuidada das novas abordagens e dos seus resultados, comparativamente ao previa-mente concebido como standard of care, par-ticularmente no cancro do pulmão, e na defi-nição das melhores estratégias para doenças complexas como o mesotelioma, em cujo con-senso parece estar ainda distante, entre outras. Provavelmente o tema mais “quente” em dis-cussão refere-se à cirurgia de ressecção limi-tada – ressecção em cunha / segmentectomia – vs. lobectomia, e a SBRT vs. lobectomia para o cancro do pulmão em estádio inicial, quais

Nas últimas décadas, ob-servou-se uma evolução da capacidade técnica cirúrgi-ca e com isto uma tendên-cia de mudança para uma cirurgia progressivamente menos invasiva.

É notório o recente incremento do número de publicações nesta área, evidenciando o benefício do suporte ventilatório, devendo este ser precoce e estando disponíveis vários modos ventilatórios não invasivos.

Page 5: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

5XXXIII Congresso de Pneumologia / Pneumology Congress

HOJE / TODAY // 08H30 / SALA SUL

HOJE / TODAY // 08H30 / SALA CENTRO

Infeções respiratórias na diabetes: que mensagens reter?

Dr.ª Teresa Azevedo

/ Endocrinologista no Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Nutrição do Centro Hospitalar do Baixo Vouga

A especialista avança à SPP-Info que “a hi-perglicemia apresenta efeitos deletérios no sistema imunológico e na função pulmonar”, acrescentado que “está bem documentada a maior incidência de infeções respiratórias nas pessoas com diabetes em comparação com

pessoas da mesma idade sem diabetes”. Para além disso, frisa a médica, a diabetes está as-sociada a um maior risco de hospitalizações e morbimortalidade.“As infeções respiratórias mais frequentes nos doentes com diabetes são as provocadas pelo vírus Influenza e pelo streptococcus pneumoniae. A incidência de infeções provocadas pelo myco-plasma tuberculosis, por fungos e por agentes atípicos é também superior na população dia-bética”, esclarece. Assim, alerta a Dr.ª Teresa Azevedo, “a vacinação e a aquisição de medidas preventivas, ocupam um papel de destaque”. Importante também salientar que, nos doentes internados, “a diabetes deve ser rapidamente identificada e tratada de forma adequada”, sen-do que os objetivos glicémicos devem ser indi-vidualizados e o tratamento de eleição é a in-

Falando sobre a palestra que irá apresentar no âmbito da sessão conjunta das Comissões de Trabalho de Tuberculose e de Infecciologia Respiratória, a Dr.ª Teresa Azevedo, endocrinologista no Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Nutrição do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, introduz o tema “Infeções res-piratórias na diabetes”, explicando que “as doenças do aparelho respiratório são a segunda causa de internamento hospitalar em adultos com diabetes (ex-cluindo os internamentos com duração inferior a 24 horas)”, de acordo com os dados do Observatório Nacional da Diabetes 2015.

Dr. José Pedro Boléo Tomé

/ Pneumologista no Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca

“A hiperglicemia apresen-ta efeitos deletérios no sistema imunológico e na função pulmonar...está bem documentada a maior incidência de infeções respiratórias nas pessoas com diabetes em compara-ção com pessoas da mesma idade sem diabetes”.

TabagismoAno Pneumológico em Revisão

É indiscutível o papel que o tabaco continua a ter como maior epidemia mundial, devastadora nos seus efeitos na saúde e com enormes im-pactos sociais, económicos e culturais. No en-tanto, grande progresso tem sido feito a nível mundial, com um movimento de luta crescente

que atinge gradualmente melhores resultados. O gigantesco estudo publicado na Lancet em abril (1) mostra alguns desses ganhos, apesar de grande heterogeneidade nas várias regiões do globo, entre homens e mulheres e países ricos e pobres. Também a OMS tem divulgado a evolução da implementação das medidas da Convenção-Quadro para o Controlo do Tabaco, o maior tratado de saúde pública da história e que abrange já mais de 90% da população do globo. Dois terços dos países (63% da popu-lação mundial) já implementaram pelo menos uma medida de controlo ao nível mais alto, e registam-se também progressos nos países de baixo e médio rendimento.Com este panorama, apesar da intensa in-vestigação dedicada a esta área, continua a não existir uma cura para a dependência ta-bágica. Para aqueles que já são fumadores, a única medida eficaz de prevenção da doença é a cessação e sabemos bem que este é um processo difícil. No entanto, há mais de 10 anos que foi aprovado o último medicamento eficaz para a cessação tabágica e, apesar de algumas drogas em investigação, não se pre-vê aprovação de nenhuma a curto prazo. Um novo estudo mostra efeitos prometedores da L-cisteína em pastilhas como adjuvante para deixar de fumar, praticamente sem efeitos se-

cundários. Outras drogas já bem conhecidas poderão vir a generalizar-se, como a Citisi-na, utilizada apenas no leste da Europa, que tem taxas de eficácia muito comparáveis às terapêuticas de primeira linha e baixo custo. Também se sabe mais sobre utilizações mais intensivas dos fármacos – uma meta-análise sobre a terapêutica combinada bupropio-na – vareniclina revela maior eficácia versus monoterapia, sobretudo em homens e com scores de dependência elevados, mas são ne-cessários mais dados sobre segurança.A ideia de que os cigarros electrónicos e dis-positivos análogos possam ajudar a deixar de fumar continua a não ter qualquer fundamen-to sério. A última revisão sistemática publi-cada não encontra qualquer utilidade dada a baixa qualidade da evidência dos vários es-tudos, apenas ligeira superioridade dos e-cig com nicotina versus os sem nicotina. No entan-to, sabe-se agora que até os líquidos do e-cig sem nicotina produzem compostos tóxicos quando aquecidos: o glicerol e propilenoglicol originam formaldeído, acetaldeído e acroleína altamente tóxicos.

1. GBD 2015 Tobacco Collaborators. Smoking prevalence and attributable disease burden in 195 countries and territories, 1990–2015: a systematic analysis from the Global Burden of Disease Study 2015. Lancet 2017. (published online April 5).

sulina, finaliza a palestrante da sessão que está agendada para hoje, às 08h30, na Sala Centro.

Page 6: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

6 XXXIII Congresso de Pneumologia / Pneumology Congress

Pneumonia e diabetes mellitus: qual a relação?

Prof. Dr. João Gonçalves Pereira

/ Diretor do Serviço de Medicina Intensiva do Hospital Vila Franca de Xira

A diabetes mellitus (DM) é responsável por um conjunto vasto de alterações patológicas no organismo, relacionadas com a hiperglicémia e as alterações do metabolismo celular indu-zidas por esta.Entre as consequências patológicas da DM está o compromisso da imunidade celular com con-sequente aumento do risco de infeção. Essa situação é bem conhecida quando se referem às infeções cutâneas, mas é também uma reali-dade para a pneumonia.Números recolhidos em Portugal mostram que a CAP é mais prevalente nos doentes diabéti-cos. Paralelamente, tem sido repetidamente identificado que os doentes com CAP, que têm também DM, têm internamentos mais prolon-gados, mais complicados e com maior mortali-dade que os doentes sem esta patologia.Acresce a este risco precoce o aumento do risco de mortalidade tardia. Koskela e cols. mostra-ram que a DM é, após o próprio status funcional do doente, o maior risco de mortalidade para um doente tratado a uma CAP. Esse risco perpe-tua-se pelo menos até aos 7 anos.Uma palavra de otimismo chega de Seminog e

cols. Embora o risco para os doentes com DM se mantenha mais elevado, esta diferença tem vindo a esbater-se, o que se atribui à eficácia da vacinação também neste grupo de doentes.

A ligação entre a diabetes e a tuberculoseInserida numa mesa da Comissão de Trabalho de Tuberculose e Infecciologia Respiratória, o Dr. Hans Dabó, pneumologista do Hospital da Senhora da Olivei-ra, em Guimarães, fará uma comunicação sobre “Tuberculose e Diabetes”.

Dr. Hans Dabó

/ Pneumologista do Hospital da Senhora da Oli-veira, Guimarães / Pneumologista do Centro de Diagnóstico Pneumológico de Paços de Ferreira

O especialista afirma que apesar da taxa de in-cidência da tuberculose ter vindo a baixar com alguma consistência ao longo dos últimos anos, a verdade é que a prevalência desta doença ainda continua muito alta, pelo que, alerta, “es-tamos ainda muito longe do cenário traçado re-lativamente ao controlo da epidemia”.No mesmo sentido, o pneumologista explica que se tem observado um aumento da taxa de inci-

dência e prevalência da diabetes, sobretudo em países de baixa e média capacidade económica, e que é também nesses países que se constata que existe uma taxa de incidência e prevalência da tuberculose mais elevada. Portanto, concluiu, “não estamos de facto a conseguir controlar a tuberculose como seria de esperar pelas estra-tégias que nos últimos anos foram implemen-tadas”. Em resultado deste cenário, o Dr. Hans Dabó vaticina que têm de ser identificadas as causas deste panorama, sob pena de nunca ser atingido o controlo desta patologia.A este propósito, refere que, sobretudo nas últi-mas duas décadas, se percebeu que a diabetes pode estar de facto a ter um papel importante na justificação para não se atingir o patamar previsto no controlo da tuberculose. “Nos últimos anos têm sido realizados vários estudos para se perceber exatamente quais são os mecanismos que estão por detrás deste processo, pois já se percebeu que doentes com diabetes têm maior risco de ter tuberculose. Não entendemos ainda muito bem como tudo se processa, mas há estudos que demonstram que indivíduos com diabetes têm maior risco elevado de terem tuberculose. O que neste momento sabemos é que a diabetes tem um impacto negativo na imunidade, tanto na imu-nidade inata como na imunidade adquirida. Esse é já um dado adquirido. Os estudos ainda

não são claros, mas mostram claramente este impacto negativo.” Estando provado então que a diabetes influencia de forma clara o risco de desenvolvimento da tuberculose, o pneumolo-gista não tem dúvidas de que no futuro a abor-dagem perante as duas doenças terá de ser di-ferente da que hoje está instituída.“No futuro, provando-se que a diabetes é um fator de risco para desenvolver tuberculose, teremos de lidar com essa questão e talvez os doentes com diabetes, à semelhança do que acontece com VIH, tenham de vir a ser rastreados para tuberculose e vice-versa, de forma a identi-ficar rapidamente a existência de qualquer uma das patologias e implementar de forma precoce e rápida o tratamento”, afirma o Dr. Hans Dabó, acrescentando que apenas desta maneira se po-derá atuar de forma mais decisiva para baixar os números de tuberculose e controlar a doença, e que estas medidas têm de ser adotadas não só a nível nacional mas também mundial.

HOJE / TODAY // 08H30 / SALA CENTRO

Entre as consequências patológicas da DM está o compromisso da imunidade celular com consequente aumento do risco de infeção. Esse situação é bem conhecida quando se referem as infeções cutâneas, mas é também uma realidade para a pneumonia.

A diabetes pode ter um papel importante na justificação para não se atingir o patamar previsto no controlo da tuberculose.

Page 7: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

7XXXIII Congresso de Pneumologia / Pneumology Congress

HOJE / TODAY // 10H30 / SALA SUL

Doença Pulmonar Intersticial Inclassificável

Dr.ª Susana Clemente

/ Pneumologista no Hospital Beatriz Ângelo

As doenças pulmonares difusas constituem um grupo heterogéneo de doenças e caracteri-zam-se por alterações intersticiais decorrentes

um diagnóstico específico, admitindo-se, en-tão, como doença pulmonar intersticial inclas-sificável. Muito embora este problema tivesse sido reconhecido anteriormente, esta entidade apenas foi formalmente reconhecida na atuali-zação da classificação das Pneumonias Intersti-ciais Idiopáticas pela American Thoracic Society/European Respiratory Society, em 2013.A maior crítica a esta designação como entida-de distinta é poder desencorajar uma avaliação completa, uma vez que se admite ser possível a atribuição desta designação, mesmo que a investigação não tenha culminado na biópsia pulmonar cirúrgica. O seu prognóstico mos-trou-se distinto do das restantes pneumonias intersticiais idiopáticas, parecendo ser inter-médio entre o da fibrose pulmonar idiopática e o de outras doenças pulmonares fibrosantes.A avaliação do comportamento clínico da doen-ça e a sua discussão multidisciplinar, onde se define o diagnóstico mais provável, orienta os objetivos do tratamento e a definição de estra-tégias de monitorização. O tratamento é parti-cularmente desafiante nestes doentes e não assenta em recomendações específicas, consti-tuindo uma área de investigação.

Dr. Rui Cunha

/ Radiologista do Hospital de São João/ Assistente da Faculdade de Medicina da FMUP

Pneumonia organizativa: um diagnóstico a não esquecerEstá agendada para hoje às 10h30 a Sessão Freitas e Costa que reúne a Socie-dade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e a Sociedade Portuguesa de Radio-logia Nuclear (SPRN) numa sessão dedicada ao Interstício e à Imagiologia. A representar a SPRN estará o radiologista Dr. Rui Cunha para abordar o tema da pneumonia organizativa. À SPP-Info, o médico avança alguns tópicos que serão abordados nesta palestra.

“A pneumonia organizativa representa uma res-posta inespecífica de reparação tecidular, com produção de tecido de granulação, preenchen-do o alvéolo e ductos alveolares, a infiltrado intersticial inflamatório ligeiro”. De acordo com o orador da sessão, a pneumo-nia organizativa trata-se de uma entidade clíni-ca, radiológica e histológica classificada como Pneumonia Intersticial major, dentro do grupo das doenças agudas/sub-agudas segundo o

último consenso da ATS/ERS, salientando que a diferenciação entre formas idiopáticas e se-cundárias não é possível tendo por base a ava-liação exclusiva das alterações parenquimato-sas pulmonares. “Daí a importância da reunião multidisciplinar de doença pulmonar difusa integrando a Pneumologia, Radiologia e Anato-mia-Patológica, avança o radiologista”.Nesta palestra, serão discutidas de forma abre-viada as características epidemiológicas, clí-nicas, laboratoriais e patológicas, sendo que a apresentação terá ênfase na “discussão das manifestações imagiológicas em TC de alta re-solução”. Neste âmbito, o Dr. Rui Cunha explica que “as formas mais típicas de apresentação são as consolidações migratórias bilaterais, eventualmente assimétricas, com padrão de distribuição subpleural e peribroncovascular”. Serão discutidas formas de apresentação nodu-lar e multinodular e exemplificadas característi-cas imagiológicas descritas mais recentemente, as quais “podem sugerir o diagnóstico como o padrão perilobular, bandas parenquimatosas

e o sinal do halo invertido”. Serão também discutidos os diagnósticos diferenciais com manifestação imagiológica semelhante e abor-dada de forma sucinta a relação entre a doença organizativa, a pneumonia intersticial não es-pecífica e a forma fibrosante de COP-AFOP tam-bém será discutida”, conclui o orador.

de uma combinação variável de inflamação e fibrose. Embora partilhem diversas caracterís-ticas, podem ter prognósticos e tratamentos distintos, impondo a necessidade de se obter um diagnóstico preciso. A metodologia diagnóstica consensualmente aceite assenta na discussão multidisciplinar de dados clínicos, radiológicos e, quando disponí-veis, os patológicos. A TC de alta resolução veio revolucionar o diagnóstico das doenças pulmo-nares difusas. Contudo, estima-se que, em pelo menos 10% dos casos, não seja possível obter

A avaliação do comportamen-to clínico da doença e a sua discussão multidisciplinar, onde se define o diagnósti-co mais provável, orienta os objetivos do tratamento e a definição de estratégias de monitorização.

Nesta palestra, serão discutidas de forma abreviada as características epidemiológicas, clínicas, laboratoriais e patológicas, sendo que a apresentação terá ênfase na “discussão das manifestações imagiológicas em TC de alta resolução”.

Page 8: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

8 XXXIII Congresso de Pneumologia / Pneumology Congress

tando que a abordagem da patologia do sono é multidisciplinar, consiste na parceria com outras sociedades científicas, nomeadamente com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia e de Anestesiologia, com construção de algorit-mos para a avaliação da síndrome de apneia do sono. Para além disso, a CT tem um papel importante na divulgação e alerta para as con-sequências dos distúrbios do sono e essa mis-são só se consegue alcançar com a proximidade com a população.

SPPI: Para o próximo ano, o que podemos es-perar? Já existem eventos agendados?

FT e SS: Para já, está agendada a reunião anual, para o dia 17 de março 2018, a ter lugar na re-gião sul do país, para manter a alternância re-gional que foi nossa intenção desde o início. Depois do centro e norte, chegou a vez do sul receber a reunião. Outras iniciativas da CT jun-to dos profissionais de saúde e da população serão divulgadas através dos meios habituais e novos canais de comunicação da SPP.

HOJE / TODAY // 12H00 / SALA CENTRO

CT de Patologia Respiratória do Sono: dos objetivos alcançados para os projetos futurosA Comissão de Trabalho (CT) de Patologia Respiratória do Sono organiza mais uma vez a sua reunião no Congresso de Pneu-mologia, contando com a presença do reputado especialista Prof. Doutor Samuel Verges para apresentar a palestra “Papel da reabilitação na apneia obstrutiva do sono”. A sessão conta também com um momento para refletir sobre a atividade desen-volvida pela CT e projetos a implementar no futuro. Em entrevista conjunta à SPP-Info, a Dr.ª Fátima Teixeira e a Dr.ª Susana Sousa, coordenadora e secretária desta comissão de trabalho, respetivamente, abordam estes tópicos temáticos.

Dr.ª Susana Sousa e Dr.ª Fátima Teixeira

SPP-Info (SPPI): Que atividades destacariam do trabalho desenvolvido pela CT de Patologia Respiratória do Sono ao longo do ano de 2017?

Dr.ª Fátima Teixeira e Dr.ª Susana Sousa (FT e SS): Durante o ano de 2017 destaca-se a re-união anual da CT, decorrida no Dia Mundial do Sono, que juntou em Ílhavo os elementos da Comissão, num momento de debate sobre a relação entre DPOC e SAOS, síndromes de hipoventilação e a ligação entre Oncologia e sono. Houve ainda espaço para discutir um dos projetos da Comissão que se prende com o documento de consenso sobre a avaliação do doente no pré-operatório, numa parceria com a Sociedade Portuguesa de Anestesiologia. Depois, para assinalar o Dia Mundial do Sono propriamente dito, a Comissão de Trabalho lan-çou uma campanha de sensibilização focada no impacto que os distúrbios do sono têm na vida conjugal. E, no período de férias, a CT lançou a campanha «Não conduza de Olhos Fechados» em parceria com a Linde, a GNR e a Prevenção Rodoviária Portuguesa, para alertar para o peri-go da sonolência ao volante, a qual teve ótima aceitação e divulgação pelos diferentes canais de comunicação.

SPPI: Quais os conceitos/objetivos que têm norteado a CT na sua atividade, quer dirigida à população, quer entre os profissionais da área?

FT e SS: Um dos principais objetivos, acredi-

Reabilitação: também para os doentes com AOS?

SPPI: Qual o tema selecionado este ano para a sessão da CT no Congresso da SPP e porquê?

FT e SS: Nesta sessão vamos abordar o papel

da reabilitação na apneia obstrutiva do sono (AOS). No contexto dos distúrbios respiratórios de sono, a AOS é a doença mais prevalente e estimativas recentes (Peppard et al., 2013) in-dicam que 13% dos homens e 6% das mulhe-res adultos (30-70 A) sofrem de AOS moderada a grave (AHI ≥15). A prevalência aumenta se incluirmos doenças mais ligeiras e determi-nados grupos de risco, como por exemplo os candidatos a cirurgia de obesidade. A AOS não tratada está associada a elevada morbilidade cardiovascular, cerebrovascular e metabólica e representa um enorme problema de saúde publica. Existem tratamentos cuja eficácia está demonstrada, como por exemplo a aplicação de pressão aérea positiva, mas a adesão e tolerabi-lidade é baixa. O papel do exercício no tratamento da AOS tem sido objeto de grande interesse e alguns estudos indicam que indivíduos com maior ati-vidade física têm menor risco de desenvolver a doença. Adicionalmente a investigação rea-lizada em doentes com AOS tende a favor do benefício, com redução do IAH e sonolência diurna, com os diversos tipos de intervenções aplicadas, desde a reabilitação pulmonar á esti-mulação do hipoglosso. Há necessidade de perceber quais os doentes que podem beneficiar com programas de rea-bilitação e que tipo de intervenção conduz ao melhor resultado para o doente.

SPPI: Quais os convidados da palestra sobre este tema?

Um dos principais obje-tivos, acreditando que a abordagem da patologia do sono é multidisciplinar, consiste na parceria com outras sociedades cientí-ficas, nomeadamente com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia e de Anes-tesiologia, com constru-ção de algoritmos para a avaliação da síndrome de apneia do sono.

Page 9: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

9XXXIII Congresso de Pneumologia / Pneumology Congress

HOJE / TODAY // 12H00 / SALA CENTRO

FT e SS – Tem sido prática desta comissão in-cluir outras especialidades na nossa reunião. Consideramos que isto enriquece a discussão com partilha de experiências e conhecimento que são sempre benéficos para a nossa práti-ca clínica. Este ano convidámos a equipa de Grenoble (Prof. Samuel Verges) que tem feito investigação nesta área específica. A mesa será moderada por colegas da Fisiatria e Pneumolo-gia (Dr.ª Paula Almeida e Dr.ª Inês Sanches) que partilham o nosso interesse neste tema.

SPPI: Quais expectativas para esta sessão?

FT e SS: Pensamos que o tema proposto abran-ge várias áreas de interesse da Pneumologia. Sabemos que a AOS tem uma elevada prevalên-cia em doentes com doença pulmonar obstruti-va cronica e asma, e é um fator importante no controlo sintomático destes doentes. A reabili-tação pulmonar tem particular interesse nestas doenças, assim como noutras patologias que cursam com hipoventilação e eventual necessi-dade de ventilação não invasiva. Convidamos os membros da nossa comissão de trabalho assim como os restantes colegas de Pneumologia e outras especialidades, com interesse nestas áreas, a participar e enriquecer este encontro. Vamos todos aprender um pou-

A NÃO PERDER

The role of rehabilitation in obstructive sleep apnea

Obstructive sleep apnea syndrome is a chronic di-sease characterized by repeated partial or comple-te upper airway obstruction that leads to chronic intermittent hypoxia and sleep fragmentation du-ring the night. Obstructive sleep apnea syndrome has a large prevalence (5-10%) and represents a major health concern. This disease not only impairs sleep quality and in-creases daytime sleepiness but it also has major car-diovascular and neurological consequences which justify appropriate treatment strategy. Currently, the standard treatment is continuous po-sitive airway pressure (CPAP) but low patient adhe-rence to CPAP is an important issue. Alternative or synergic treatment strategies for sleep apnea are required and among them exercise training is an attractive option. Several recent studies show that exercise training in patients with sleep apnea syndrome is able to redu-ce the number of respiratory events during the night, to improve sleep quality and potentially to improve the cardiovascular health status of the patients. In this lecture we will review the current evidence regarding the effects of exercises training in sleep apnea syndrome and underline the clinical and re-search perspectives in the field.

SPPI: Qual a importância de existir um grupo de

trabalho na SPP dedicado à patologia do sono?

FT e SS: A CT de distúrbios respiratórios do sono tem sentido enquanto grupo de trabalho inseri-do na SPP por vários motivos. Historicamente, no SNS, o doente com distúrbio respiratório do sono (DRS) tem sido estudado e tratado pela pneumo-logia. A AOS manifesta-se por alterações da ven-tilação que a pneumologia se habituou a integrar na sua prática e existem síndromas de hipoven-tilação, da área da Pneumologia, que se manifes-tam inicialmente durante o sono. Atualmente, os DRS constituem uma fração significativa da patologia observada em consultas de pneumolo-gia e a coordenação da maioria dos laboratórios de estudos de patologia do sono está a cargo de jovens pneumologistas. O novo programa de formação do internato médico de pneumologia introduz um estágio obrigatório em patologia do sono de três meses e manifesta a relevância des-ta patologia na pneumologia. Temos, por isso, o dever de manter uma CT ativa de forma a promo-ver a investigação, a formação e interesse na área dos distúrbios respiratórios do sono.

co mais sobre o papel da reabilitação no trata-mento da AOS nos seus diversos fenótipos.

Sessão Thomé Villar09 de novembro / 17H30 / Sala Sul

Transplante pulmonar: uma história de sucesso

Antes da sessão de abertura oficial do XXXIII Congresso de Pneumologia, irá decorrer uma palestra sobre o tema Transplante Pulmonar, na qual será apresentado um caso de sucesso. A apresentação ficará a cargo da Dr.ª Luísa Semedo, pneumologista res-ponsável pela equipa de transplan-tes pulmonares do Hospital de Santa Marta, sob moderação do presidente da SPP, Prof. Doutor Venceslau Hespa-nhol. Não falte e venha partilhar con-nosco esta história de sucesso.

Sessão de abertura09 de novembro | 19h30 | Sala Sul

Está agendada para cerca das 19h30 a sessão de abertura oficial da 33.ª edição do Congresso da SPP. Porque este Congresso anuncia uma revo-lução na Pneumologia, vale a pena marcar presença na sessão e ficar a conhecer os projetos para o futuro da comunidade respiratória e da organi-zação da SPP em primeira mão. Esta sessão conta com várias surpresas e com a habitual homenagem a uma personalidade da área, sem esquecer o momento de entrega de prémios. A SPP convida todos os congressistas a reunirem na Sala Sul para comemo-rarem o 33 e, de seguida, aderirem ao momento de convívio entre pares num cocktail de boas-vindas.

In this lecture we will review the current evidence regarding the ef-fects of exercises training in sleep apnea syndrome and underline the clinical and resear-ch perspectives in the field.

/ Samuel Verges, PhD

Grenoble Alpes University, INSERM (French Institute of Health and Medical Research)

Page 10: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

XXXIII Congresso de Pneumologia / Pneumology Congress

SPP info // 1ª edição / 9 novembro 2017

10

O que passa na TV?

Desde o dia 1 de outubro já se vacina-ram 50,1% pessoas com 65 ou mais anos, 45,6% dos doentes crónicos, 33,8% dos profissionais de saúde com contacto direto com doentes e 27,9% dos portugueses com idades com-preendidas entre os 60 e os 64 anos.

No total do grupo de indivíduos vacina-dos, os motivos indicados para a vaci-nação foram:

O Vacinómetro 2017/2018 indica tam-bém que, do total do grupo inquirido nesta vaga: 7,7% das pessoas perten-centes a estes grupos prioritários vaci-naram-se pela primeira vez e que, den-tro da população não vacinada, 34,4% tenciona ainda vacinar-se contra a gripe durante esta época, ou seja, até ao fim do ano civil.A Direção-Geral da Saúde (DGS) di-vulgou uma orientação, no dia 26 de setembro deste ano, dirigida aos pro-fissionais de saúde sobre a vacinação contra a gripe para a época 2017/2018. No documento consta a recomendação da vacina contra a gripe para os seguin-tes grupos-alvos prioritários: pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos (a partir dos 6 meses de idade), grávidas, profissionais de saúde ou outros pres-tadores de cuidados (por exemplo, pes-soas que trabalhem em lares de idosos). A vacinação é também aconselhada para pessoas com idade entre os 60 e os 64 anos.A 9.ª edição do Vacinómetro é promovi-da pela Sociedade Portuguesa de Pneu-mologia (SPP) e pela Associação Por-tuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), com o apoio da Sanofi Pasteur. Lançado em 2009, permite monitorizar em tempo real a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe nos grupos prioritários recomendados pela DGS.

Dados da segunda vaga do relatório do Vacinómetro, que monitoriza a vacinação contra a gripe em grupos prioritários, indicam que, entre os inquiridos, 57% das pessoas se va-cinaram por recomendação médica.

Mais de um milhão de portugue-ses com 65 ou mais anos já se vacinaram contra a gripe

As CTs e os GEs convidam…

A Dr.ª Inês Ladeira e a Dr.ª Filipa Viveiros deixam o convite para começar o Congres-so da melhor forma: a participar na sessão conjunta da Comissão de Trabalho de Tu-berculose e da Comissão de Trabalho de Infecciologia Respiratória, que terá lugar no primeiro tempo do Congresso, entre as 08h30 e as 10h00, na Sala Centro. A sessão será dedicada ao tema das infeções respira-tórias e diabetes.

A Dr.ª Susana Sousa deixa o convite aos pa-res para participarem na sessão da Comis-são de Trabalho de Patologia Respiratória do Sono, agendada para hoje, às 12h00, na Sala Centro, em torno do tema principal “Papel da reabilitação respiratória na ap-neia obstrutiva do sono”.

A Dr.ª Lurdes Barradas e a Dr.ª Jéssica Jones apresentam a sessão da Comissão de Tra-balho de Pneumologia Oncológica, em que serão abordados os temas da Biologia Mo-lecular enquanto ferramenta de diagnós-tico e tratamento no cancro do pulmão e do algoritmo de tratamento do cancro do pulmão de não pequenas células. Poderá assistir à sessão amanhã, cerca das 17h00, na Sala Centro.

O Dr. Paulo Lopes convida todos os con-gressistas a assistir à sessão do Grupo de Estudos de Défice de Alfa-1 Antitripsina sob o tema geral “Um novo rumo para o dé-fice de alfa-1 antripsina em Portugal”, agen-dada para o último dia do Congresso, a abrir a manhã de trabalhos, ou seja, às 08h30 na Sala Centro.

A Dr.ª Ana Sofia Oliveira e a Dr.ª Inês Gonçalves deixam o convite aos participantes do 33.º Congresso de Pneumologia para par-ticiparem na sessão conjunta das Comissões de Trabalho de Fisiopatologia Respiratória e DPOC, de Tabagismo e de Doenças do In-terstício e Doenças Ocupacionais, cujo tema selecionado é “Envelhecimento pulmonar: do normal ao patológico”. A sessão decorrerá no dia 11 de novembro, às 09h30, na Sala Centro.

57,0% por recomendação médica;0,5% por recomendação de um farmacêutico;13,6% no contexto de uma inicia-tiva laboral;5,5% porque sabem que fazem par-te de um grupo de risco para a gripe; 21,6% por iniciativa própria.

Page 11: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

Sobre o Vacinómetro: Objetivo - Monitorizar a cobertura vacinal contra o vírus da gripe na época gripal de 2016/2017, junto de quatro grupos de indivíduos pertencentes ao grupo recomendado e a grupos de vacinação prioritária, indicados pela DGS: (grupo 1) indivíduos com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos; (grupo 2) indivíduos com 65 ou mais anos; (grupo 3) indivíduos portadores de doenças crónicas; (grupo 4) profissionais de saúde em contacto com doentes (ou seja, indivíduos trabalhadores em instituições de saúde).Metodologia - Questionários de aplicação telefónica, através do sistema CATI.Universo - População portuguesa residente em território continental e Ilhas, com idade compreendida entre os 60 e os 64 anos, ou com idade igual ou superior a 65 anos, ou portadora de doenças crónicas, ou trabalhadora em instituições de saúde, de ambos os géneros e telefone fixo ou móvel.Amostra - À amostra em causa está associada uma margem de erro de ±2,5% para um IC de 95% no total da amostra (n=1500); uma margem de erro de ± 5,4% para um IC de 95% dentro do Target 60-64 anos (n=333); uma margem de erro de ± 5,5% para um IC de 95% dentro do Target profissionais de saúde com contacto direto com doentes (n=313); uma margem de erro de ±4,3% para um IC de 95% dentro do Target Doentes Crónicos (n=517); uma margem de erro de ±3,6% para um IC de 95% dentro do Target 65 ou mais anos (n=759). SAPT

.VA

XI.1

7.11

.055

1

RESULTADOS DA 9ª EDIÇÃO 2a VAGA

50,1% dos indivíduos

com 65 ou mais anos

45,6%dos indivíduos portadores

de doenças crónicas

33,8% dos profissionais de saúde com contato direto com doentes

27,9% dos indivíduos com idades entre os 60 e os 64 anos

34,4%dos indivíduos de grupos prioritários

que ainda tencionam vacinar-se

Os dados do Vacinómetro®, que monotoriza a cobertura vacinal contra a gripe em grupos prioritários, revelam que, em Portugal, desde o dia 1 de Outubro de 2017 já se vacinaram contra a gripe sazonal:

Lançado em 2009, o Vacinómetro® na sua 9ª edição, permite monitorizar em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Este relatório é desenvolvido pela Spirituc, realizado através de questionários de aplicação telefónica, através do sistema CATI.

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), com o apoio da Sanofi Pasteur, divulgam os resultados da segunda vaga do Vacinómetro® desta época gripal.

Page 12: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

XXXIII Congresso de Pneumologia / Pneumology Congress12

O papel da reabilitação respiratória na DPOC graveInserida na sessão “DPOC Grave”, a Dr.ª Cidália Rodrigues, pneumologista do Cen-tro Hospitalar e Universitário de Coimbra (Hospital Geral), apresentará uma pales-tra sobre a importância da Reabilitação Respiratória (RR), focando os benefícios destes programas para os doentes com DPOC grave.

Dr.ª Cidália Rodrigues

/ Pneumologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

HOJE / TODAY // 12H00 / SALA SUL

Segundo a especialista, “a RR está atualmente indicada para todos os doentes com patologia respiratória crónica, em particular nos doentes com DPOC, que se mantêm sintomáticos apesar da terapêutica médica otimizada”, pois “com-plementa e potencia o efeito da terapêutica farmacológica, nomeadamente dos broncodi-latadores, pelo que todos os doentes benefi-ciam”, explica a pneumologista. Estão já bem estudados na literatura científica os efeitos da RR, lembra a médica, desde a melhoria da capacidade de exercício, a redução dos sinto-mas como dispneia e cansaço, até à melhoria da qualidade de vida relacionada com a saúde. Verifica-se ainda a redução das exacerbações e de recursos ao Serviço de Urgência, bem como uma melhoria dos estados de ansiedade e me-lhor autogestão da doença. “É, portanto, uma es-tratégia com uma boa relação custo-benefício”, sintetiza a palestrante. Focando-se no tema que vai apresentar, a pneumologista explica que os programas de RR têm “benefícios em todos os níveis de gravidade da DPOC”, revelando con-tundo “maior evidência de benefício na doença moderada a grave”.Neste âmbito, a Dr.ª Cidália Rodrigues esclarece que “a gravidade da DPOC depende de muitos fatores”, tais como a severidade da obstrução, a sintomatologia, o número de exacerbações, a

existência de hipoxémia e/ou hipercapnia, as comorbilidades associadas, a depleção do es-tado nutricional, entre outros. Além disso, “os doentes com DPOC grave devem realizar RR em meio hospitalar, pela complexidade do quadro/patologia, pela necessidade de monitorização e dependência de cuidados”, frisa a especialista. Alerta, contudo, que, “pela sua gravidade, deve haver adaptação dos programas de reabilitação e prescrição individualizada do exercício e in-tervenções neste tipo de doentes”, mantendo a segurança e a compliance do doente. Isto por-que, conforme explica a oradora desta sessão, “este grupo de doentes tem habitualmente grande limitação ao exercício e dificuldade de tolerar treino com cargas elevadas por um pe-ríodo de tempo considerável”.Nas estratégias adaptadas a estes doentes, in-cluem-se o treino com oxigenioterapia, a ven-tilação não invasiva, o treino intervalado e, no doente muito debilitado, com fraqueza marca-da dos quadricípites, eventualmente o recurso à estimulação elétrica neuromuscular.Para a médica, os doentes com DPOC que apre-sentem comorbilidades associadas também devem ser incluídos em programas de reabili-tação respiratória, nos quais a atividade física regular e o exercício físico devem ser incluídos, pois para além dos benefícios demonstrados na DPOC, denotam também benefícios na doença cardiovascular, músculo-esquelética, arterial periférica, entre outras. Neste sentido, “as co-morbilidades devem ser identificadas e trata-das de forma a otimizar resultados e diminuir os riscos”, sublinha a Dr.ª Cidália Rodrigues.A palestrante reforça a importância de expandir a implementação de programas de RR, justifican-do que “as contraindicações são muito poucas

e associam-se particularmente a condições que não permitem realizar exercício de forma segura ou que interfira substancialmente com o proces-so de reabilitação, como por exemplo doença articular, neurológica ou cardíaca instável”.Refletindo sobre o panorama da RR em Por-tugal, a médica avança que “de acordo com o último levantamento feito pela Comissão de Reabilitação Respiratória da SPP, em 2014, cer-ca de 3000 doentes eram tratados anualmente, nos 25 centros de reabilitação existentes no país. Apesar do baixo número de centros, estes tinham maioritariamente programas hospitala-res, em regime de ambulatório ou internamen-to”, esclarece. Sinalizando problemas na aces-sibilidade a estes programas no nosso país, a Dr.ª Cidália Rodrigues aponta a “assimetria na distribuição dos centros”, pois a maioria locali-za-se na região litoral e a norte do rio Tejo. As-sim sendo, “apesar da evidência de benefícios, a reabilitação é subutilizada e frequentemente inacessível aos doentes com DPOC”, afirma.

Aumentar o número de centros, nomeadamente nas regiões onde existe maior depleção;

Capacitar os centros de maiores recursos humanos e técnicos, incluindo capacidade de monitorizar doentes graves;

Novos modelos de programas de reabilitação, programas domiciliários e/ou utilização das tecnologias de informação e comunicação na área da saúde (telemedicina/teler-reabilitação);

Criar uma rede de referenciação e de prestação de cuidados, entre os cuidados de saúde primários e meio hospitalar.

Questionada sobre estratégias possíveis para aumentar a acessibilidade dos doentes aos programas de reabilitação, colmatando as dificuldades existentes, a Dr.ª Cidália Rodrigues aponta as seguintes:

“Este grupo de doentes tem habitualmente grande limitação ao exercício e dificuldade de tolerar treino com cargas elevadas por um período de tempo considerável”.

Nas estratégias adaptadas a estes doentes, incluem-se o treino com oxigenioterapia, a ventilação não invasiva, o trei-no intervalado e, no doente muito debilitado, com fraque-za marcada dos quadricípites, o recurso à estimulação elétri-ca neuromuscular.

Page 13: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

Tosse Crónica: A visão do pneumologista e do otorrinolaringologista

/ Pneumologista do Hospital Sr.ª da Oliveira

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é anualmente responsável por cerca de 6% de todas as causas de morte a nível mundial. Atual-mente morrem mais de 3 milhões de pessoas por ano vítimas desta doença que, curiosamen-te é prevenível e tratável. O número de doentes diagnosticados por ano continua a aumentar, quer no panorama nacional quer à escala mun-dial, em particular nos países pouco desenvol-vidos ou em vias de desenvolvimento.A atualização da Global Initiative for Chronic Obs-tructive Lung Disease (GOLD guidelines 2017), considera o recurso a Ventilação Não Invasiva (VNI) quando a DPOC cursa com insuficiência res-piratória hipercápnica, o que acontece habitual-mente nos doentes mais graves, em fase aguda (nível de evidência A), mas ainda não de forma

Qual o lugar da Ventilação Não Invasiva no tratamento da DPOC?

Hoje, pelas 15h30, a Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da SPP rea-liza a sua sessão no Congresso da SPP, este ano dedicada ao tema da tosse crónica. Contando com a participação de um pneumologista e um otorrinolaringologista, a sessão pretende dar conta das visões diferentes mas complementares das suas especialidades na abordagem desta doença. Em declarações à SPP-Info, os pales-trantes Prof. Doutor Jorge Ferreira, pneumologista da Unidade Local de Saúde de Matosinhos, e o Dr. Carlos Macor, otorrinolaringologista no Hospital Beatriz Ângelo, avançam alguns tópicos que serão alvo de debate nas suas apresentações.

O Prof. Doutor Jorge Ferreira começa por ex-plicar que “a tosse é a causa isolada mais co-mum de visita aos médicos dos cuidados de saúde primários, sendo, também, um motivo frequente para referenciação para consulta de Pneumologia”, definindo esta patologia como “o quadro de tosse que apresenta uma duração superior a oito semanas, geralmente não cau-sada por uma doença potencialmente fatal”. No entanto, frisa o médico, “a frequência desta queixa, o efeito sobre a qualidade de vida e a preocupação em relação a uma causa subja-

cente potencialmente grave, tornam a tosse crónica num problema importante”. Assim, o pneumologista assume que determinar a causa da tosse crónica é frequentemente muito desa-fiador. “Como princípio geral, os resultados dos testes que tentam determinar uma causa para a tosse crónica são pobres, o que implica que a atribuição da causa depende de uma resposta à terapêutica específica. Por outro lado, calcula--se que em 18% a 62% dos pacientes existam duas causas significativas para a tosse, e em até 42% existam três causas simultâneas de tosse

crónica”, refere. Conforme afirma à SPP-Info o diretor do serviço de Pneumologia da Unidade Local de Saúde de Matosinhos, dados de vários estudos realizados em clínicas especializadas de tosse sugerem que há pouco ou nenhum valor diagnóstico em características descritivas como a frequência da tosse, caráter ou produ-ção da expetoração. “Por tudo isto, a visão do pneumologista é fundamental na abordagem do doente com tosse crónica”, finaliza o Prof. Doutor Jorge Ferreira.É neste contexto que o especialista de Otor-rinolaringologia Dr. Carlos Macor lembra que “abordagem da tosse crónica é necessariamente multidisciplinar”, acrescentando que “o papel da Otorrinolaringologia é fundamental já que as três etiologias mais frequentes de tosse crónica são a síndrome da tosse das vias aéreas supe-riores, a doença do refluxo faringo laríngeo e a asma”, representando as três cerca de 90 a 95% de todas as causas de tosse crónica. O médico frisa, porém, que “na última década foram apre-sentadas na literatura outras entidades ligadas com a tosse crónica, respetivamente, a tosse neurogénica, a laringe disfuncional, a microaspi-ração da insuficiência da glote e a tosse crónica refratária”. Conclui afirmando que esta especia-lidade “contribui de forma decisiva para a mu-dança do paradigma da tosse crónica”.

Dr.ª Maria José Guimarães

consensual nos doentes crónicos estáveis. O re-curso à VNI domiciliária nos doentes mais graves parece melhorar significativamente a hipercap-nia diurna e mais recentemente, se associada a oxigenoterapia de longa duração, melhora o número de readmissões hospitalares e de forma indireta a mortalidade associada à doença. Há ainda benefícios económicos, na performance ao exercício e na qualidade de vida dos doentes com DPOC que associadamente apresentam hi-percapnia diurna. O objetivo desta apresentação é fazer uma revisão exaustiva da evidência cien-tífica atual sobre o papel da VNI domiciliária no tratamento da DPOC e tentar perceber que tipo-logia de doentes é a mais provável de beneficiar deste tipo de terapia.

HOJE / TODAY // 12H00 / SALA SUL

HOJE / TODAY // 15H30 / SALA CENTRO

Page 14: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

XXXIII Congresso de Pneumologia / Pneumology Congress

Amanhã, pelas 11H30, decorrerá uma conferência a cargo da Sociedade Brasilei-ra de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) cuja palestra “Pneumonias na comunidade: retrato do Brasil” será apresentada pelo próprio presidente da SBPT, o Dr. Fernan-do Lundgren. Em declarações à SPP-Info, o especialista avança alguns tópicos que serão debatidos, lembrando que “a pneumonia adquirida na comunidade persiste sendo um desafio".

14

AMANHÃ / TOMORROW // 11H30 / SALA SUL

Pneumonias na comunidade: Retrato do Brasil

e o papel da interação entre o agente pato-génico e o hospedeiro melhoraram conside-ravelmente”, avança, frisando que “melhores condições de saúde envolvendo melhores condições sanitárias, mais acesso a serviços, e campanhas de vacinação, vêm reduzindo o impacto na morbimortalidade”. Neste contexto, o médico avança que irá apre-sentar dados sobre a mudança de população atingida e sobre a mortalidade que ocorreu no Brasil. “Relatarei também as ações gerais que influenciaram essa mudança e apresentarei dados de vigilância epidemiológica e resistên-cia bacteriana, bem como um resumo de como tratamos os nossos casos”, finaliza, deixando o convite a todos os congressistas para assistir à sessão, onde haverá espaço para questões e partilha de opiniões.

Dr. Fernando Lundgren

/ Presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

A ecoendoscopia brônquica é um método de diagnóstico que pela obtenção de imagens ecográficas através da parede brônquica permi-te efetuar biopsias aspirativas transbrônquicas em tempo real (EBUS-TBNA), possibilitando o acesso ao mediastino de forma minimamente invasiva. A sua ampla implementação e aplica-bilidade clínica fazem dela um dos principais avanços técnicos da Pneumologia.A sua utilização teve um grande impulso no es-tadiamento do cancro do pulmão. O seu bom desempenho neste domínio levou à extensão

inúmeras outras indicações. O algoritmo de 2014 para o estadiamento mediastínico acon-selhado pela European Society of Thoracic Surgeons (ESTS) (1) elege, como primeiro passo, os métodos endoscópicos ultrassonográficos, EBUS-TBNA combinada com EUS-FNA (ecoen-doscopia por via esofágica com punção aspira-tiva), sempre que existam adenopatias identifi-cadas pela TAC de tórax ou com hipercaptação de FDG na PET ou outras situações associadas a risco elevado de envolvimento ganglionar. Tem como principal limitação o valor preditivo nega-tivo subóptimo que implica a confirmação dos resultados negativos por métodos cirúrgicos de estadiamento. Estas recomendações foram corroboradas, em 2015, pelas principias socie-dades científicas envolvidas no estadiamen-to (ESTS), European Respiratory Society (ERS) e European Society of Gastrointestinal Endoscopy (ESGE) (2), reforçando-se a importância do es-tadiamento mediastínico completo, se possí-vel, através da combinação de EBUS-TBNA com EUS-FNA. Recentemente, foi demonstrada a exequibilidade, sem prejuízo da rentabilidade, de se realizar ecoendoscopia esofágica com o broncoscópio de EBUS-TBNA (EUS-B-FNA), tor-nando-se esta uma abordagem acessível aos broncologistas, menos dispendiosa e passível de ser realizada num ato único. O treino em EU-S-B-FNA é um desafio premente.A EBUS-TBNA tem sido também amplamente utilizada no estudo de massas e adenopatias hilares ou mediastínicas de etiologia não es-clarecida. Permite estabelecer o diagnóstico de doenças granulomatosas, como a sarcoido-

se tipo I e II, sendo o exame isolado com maior rentabilidade nesse contexto. O seu papel no estudo de doenças linfoproliferativas é mais controverso, tendo maior utilidade no diagnós-tico da doença recorrente e menos no diagnós-tico “de novo”. Outras indicações frequentes são a tuberculose ganglionar e o envolvimento mediastínico por neoplasias extratorácicas.A taxa de complicações é muito baixa. Porém, à medida que o seu uso se propaga, casos pon-tuais de complicações graves, como mediastini-te e hemorragia, entre outras, têm sido descritos. Após mais de uma década de utilização a nível mundial, em 2016 foram publicadas recomen-dações (3) relativas a aspetos técnicos específi-cos, como o tipo de sedação, agulha, número de punções, recolha e processamento da amostra, exame extemporâneo, entre outros. Com a sua utilização crescente, colocam-se novos desafios. Impõe-se a utilização de critérios de adequação da amostra uniformes e uma valorização correta dos resultados negativos no contexto da preva-lência de cada doença. A metodologia de ensino e de avaliação são motivo de discussão e de im-plementação a curto prazo (4).Em conclusão, a EBUS-TBNA, é uma técnica mini-mamente invasiva, com elevada acuidade diag-nóstica, realizável em ambulatório, que em muitas situações clínicas, evita a realização de exames mais invasivos, sendo, neste momento, um exame de eleição para estudar a patologia do mediastino.

Referências - 1. De Leyn P et al. Eur J Cardiothorac Surg. 2014 May; 45 (5):787-98. | 2. Vilmann et al. Eur Respir J 2015; 46:40-60 | 3. Wahidi et al. CHEST 2016; 149(3):816-835. | 4. Sehghal S et al. Respirology (2017) 22, 1547-1557.

O pneumologista começa por explicar que “a pneumonia adquirida na comunidade é a prin-cipal causa de morte no mundo devido a doen-ças infeciosas” e que “o número de casos de pneumonia está a aumentar de forma gradual, em paralelo com alterações demográficas”, uma vez que a incidência da pneumonia adqui-rida na comunidade aumenta com a idade.Nos anos mais recentes, o conhecimento sobre esta patologia tem aumentado, princi-palmente a partir de dados das redes multi-cêntricas em Espanha, Inglaterra, Alemanha e EUA. “Temos aprendido mais sobre o curso da doença, as suas complicações, os fatores de risco para o aumento da mortalidade e a efetividade dos vários antibióticos”, aponta o palestrante. Adicionalmente, “o conhecimen-to dos mecanismos patogénicos da bactéria

Dr.ª Gabriela Fernandes

/ Pneumologista do Centro Hospitalar S. João

EBUS-TBNA: que desafios?

AMANHÃ / TOMORROW // 14H30 / SALA SUL

Page 15: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de

XXXIII Congresso de Pneumologia / Pneumology Congress

SPP info // 1ª edição / 9 novembro 2017

15

EDIÇÃO:

PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS

EQUIPA:

COORDENAÇÃO / Patrícia Rebelo / [email protected]

PUBLICIDADE/ Luís Biscaia / [email protected]

REDAÇÃO / Cátia Jorge / [email protected]

FOTOGRAFIA E MULTIMÉDIA/ Ricardo Gaudêncio / [email protected]

DESIGN / Sofia Rebelo / [email protected]

COLABORAÇÕESMargarida Queirós / [email protected] Gonçalves / [email protected]

Rua Hermínia Silva, nº8, loja A2620-520 [email protected]

www.raiox.pt

IMPRESSÃO / Senses Design

PROPRIEDADE:

COM A COLABORAÇÃO:

EVENTOS BY TRANSALPINO, LDA

www.transalpino-eventos.com

Avenida Guerra Junqueiro, 28C1000-167 Lisboa, PortugalT. +351 211 316 [email protected]

SOCIEDADE PORTUGUESA DE PNEUMOLOGIA

Rua Ivone Silva, nº 6 (Edifício ARCIS), 6º Esq.1069-130 Lisboa, PortugalT. +351 217 962 [email protected]

www.sppneumologia.pt

SPP 2017 / Todos os direitos reservados C

PROGRAMA / PROGRAM

SALA SUL SALA CENTRO

08:30 - 10:00 / ANO PNEUMOLÓGICO EM REVISÃO

/ Moderador: Fernando Meneses

Cessação Tabágica / JP Boléo-Tomé

Cirurgia Torácica / Magda Alvoeiro

Patologia Respiratória Neuromuscular / Bebiana Conde

10:00 - 10:30 / CAFÉ

10:30 - 12:00 / SESSÃO FREITAS E COSTA SPP E SPRMN

Interstício e Imagiologia / Moderadores: Paula Campos e António Morais

Doença Pulmonar Intersticial Inclassificável / Susana Clemente

Pneumonia Organizativa: Um Diagnóstico a Não Esquecer / Rui Cunha

12:00 - 13:00 / SESSÃO DPOC GRAVE / Moderadora: Fátima Rodrigues

Ventilação Não Invasiva / Maria José Guimarães

Reabilitação Respiratória / Cidália Rodrigues

13:00 - 14:30 / ALMOÇO

14:30 - 15:30 / SESSÃO PATROCINADA BMS CANCRO DO PULMÃO E O FUTURO / Moderadora: Encarnação Teixeira

Conceito Científico / José Carlos Machado

Perspectivas Clínicas / Mariano Provencio

15:30 - 16:30 / LANÇAMENTO DO LIVRO “100 PERGUNTAS NO CANCRO DO PULMÃO”

16:30 - 17:10 / APRESENTAÇÃO DO ESTUDO SLS ASMA

SLS Asma: A Perspectiva Clínica / Susan Collier

SLS Asma: A perspectiva Farmacológica / Peter Daley-Yates

Sessão Patrocinada by GSK

17:10 - 17:30 / CAFÉ

17:30 - 18:30 / SESSÃO THOMÉ VILLAR / Moderador: Venceslau Hespanhol

Transplante Pulmonar, uma história de sucesso / Luísa Semedo

18:30 / SESSÃO ABERTURA

19:30 / COCKTAIL DE BOAS-VINDAS

08:30 - 10:00 / COMISSÃO DE TRABALHO DE TUBERCULOSE E COMISSÃO DE TRA- BALHO DE INFECCIOLOGIA RESPIRATÓRIA

Infecções Respiratórias e Diabetes / Moderadores: Filipa Viveiros e Ana Mineiro

As Infecções Respiratórias na Diabetes / Teresa Azevedo

Diabetes no Doente com Pneumonia. Alguma Influência? / João Gonçalves Pereira

Tuberculose e Diabetes / Hans Dabó

10:00 - 10:30 / CAFÉ

12:00 - 13:00 / COMISSÃO DE TRABALHO DE PATOLOGIA RESPIRATÓRIA DO SONO

Papel da Reabilitação na Apneia Obstrutiva do Sono / Moderadores: Paula Almeida e Inês Sanches

Papel da Reabilitação na Apneia Obstrutiva do Sono / Samuel Verges

Atividade Desenvolvida e Projetos Futuros da Comissão de Trabalho / Fátima Teixeira e Susana Sousa

13:00 - 14:30 / ALMOÇO

15:30 - 16:30 / COMISSÃO DE TRABALHO DE ALERGOLOGIA RESPIRATÓRIA

/ Moderadores: Filipa Todo-Bom e Rita Gerardo

Visão do Pneumologista / Jorge Ferreira

Visão do Otorrinolaringologista / Carlos Macor

Sessão Patrocinada by TEVA

16:30 - 17:00 / CAFÉ

19:30 / COCKTAIL DE BOAS-VINDAS

Page 16: 9 a 11 novembro 2017 Centro de Congressos Epic Sana #DIGA33º Congresso 2017... · Trabalho de Tabagismo da SPP ... 14 outubro / Reunião Anual do Grupo de Estudos de Défice de