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Page 1: 8CCADCFSOUT02 AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE PIMENTEIRAS ... · As comunidades de Macacos e Furnas estão localizadas no entorno da reserva ecológica e são compostas por cerca de 30

UFPB-PRAC X Encontro de Extensão

AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE PIMENTEIRAS ORNAMENTAIS (Capsicum spp.) PRODUZIDAS EM ESTUFA PARA DISPONIBILIZAÇÃO AOS PEQUENOS AGRICULTORES

DA RESERVA MATA DO PAU-FERRO Moryb Jorge L. C. Sapucay (2); Elizanilda Ramalho do Rego (3); Mailson Monteiro do Rêgo (4); Rusthon Magno Cortês dos Santos (2); Damiana Ferreira da Silva (2); Denizia Ribeiro da Silva (2); Severino João da Silva Júnior (2); Eliane Agostinho da Silva (2); Elizabeth de Brito Silva (2)

Centro de Ciências Agrárias/Departamento de Ciências Fundamentais e Sociais/Outros

RESUMO

O objetivo desse trabalho foi avaliar acessos do Banco de Germoplasma de Hortaliças do

CCA/UFPB para caracteres relacionados ao porte das plantas para seleção de plantas com

potencial ornamental para disponibilização aos pequenos agricultores do entorno da reserva

Mata do Pau-Ferro-Areia-PB. Foi montado um experimento em estufa com 23 acessos de

pimenteiras do BGH/CCA/UFPB, em delineamento inteiramente casualizado com três

repetições. Após a frutificação e maturação dos frutos as plantas foram avaliadas para os

seguintes descritores: altura da planta, maior e menor largura da copa, tamanho da folha com

pecíolo e sem pecíolo, maior e menor largura da folha. Os dados assim obtidos foram

submetidos à análise de variância e as médias foram agrupadas pelo teste de Scott-Knott, em

nível 1% de probabilidade. Os acessos que apresentaram menor valor de maior largura da

folha e menor valor de comprimento da folha com pecíolo foram: 01, 134 e 137 , com potencial

para serem utilizadas como variedades ornamentais.

PALAVRAS CHAVE: Melhoramento genético, geração de renda, agricultura familiar

INTRODUÇÃO

A correlação entre conservação ambiental e geração de renda e os fundamentamos da

possibilidade de superação da pobreza a partir de atividades que possam ser desenvolvidas e

geridas por pessoas da comunidade, fundamenta-se na perspectiva de Economia solidária que

de acordo com Gaiger (2007) os empreendimentos solidários hoje se multiplicam e se

diversificam no país, a partir de ações desenvolvidas por “grupos de produção agroecológica,

associações rurais, cooperativas, empresas autogestionárias, iniciativas de poupança e crédito,

redes de comercialização”. Para o autor, tais iniciativas têm contribuído em grande medida para

redução das desigualdades e assegurar melhores níveis de renda e segurança econômica.

Especificamente neste programa a perspectiva de economia solidária é tomada como

fundamental na estratégia de conservação dos recursos naturais.

8CCADCFSOUT02

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

1) Bolsista, (2) Voluntário/colaborador, (3) Orientador/Coordenador, (4) Prof. colaborador, (5) Técnico colaborador.

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UFPB-PRAC X Encontro de Extensão

Criada através do decreto nº 14.832, de 19 de outubro de 1992 a reserva ecológica

estadual Mata do Pau-Ferro conta com uma extensa área de mata nativa, com córregos,

trilhas, diversos animais silvestres e uma barragem. São 600 hectares de mata de brejo de

altitude com clima quente e úmido. As comunidades de Macacos e Furnas estão localizadas no

entorno da reserva ecológica e são compostas por cerca de 30 famílias que sobrevivem de

agricultura de familiar e extrativismo vegetal, principalmente de plantas ornamentais da mata. É

válido salientar que a derrubada da Mata Atlântica para implantação de monocultivos no

entorno da Unidade de Conservação tem aumentado significativamente nos últimos anos.

O gênero Capsicum pertence à família Solanaceae, e possui cinco espécies que são

largamente cultivadas: C. annuum, C. baccatum, C. chinense, C. frutescens e C. pubescens,

sendo esta última não cultivada no Brasil (CASALI; COUTO, 1984). Capsicum contém

aproximadamente 33 espécies, entre domesticadas, semi-domesticadas e silvestres, sendo

que novas espécies têm sido descobertas e nomeadas à medida que expedições de coleta são

realizadas (PICKERSGILL, 1971; Bosland, 1993).

O local de origem e centro de dispersão desse gênero, é a grande região tropical do

continente americano, abrangendo o México, América Central e América Latina (NUEZ;

ORTEGA; COSTA, 1996). Essas civilizações utilizavam os frutos para dar aroma, cor e sabor

aos alimentos. Esses povos selecionaram variedades para usos específicos como o de

preservar os alimentos de contaminação por bactérias e fungos patogênicos, contribuindo para

a saúde daquele povo (REIFSCHNEIDER, 2000).

No mercado de plantas ornamentais, as características de cor dos frutos e arquitetura

da planta são de grande importância, sendo que as plantas baixas e de frutos coloridos são

preferidas, bem como resistência a doenças e pragas e a estresse abiótico (POULOS, 1994).

Para o uso eficiente dos recursos genéticos nos programas de melhoramento de

plantas é necessário o conhecimento detalhado da extensão e distribuição da variação

genética disponível nas espécies cultivadas e seus parentes silvestres (BUSO et al., 2003;

Rêgo, et al., 2006).

O objetivo desse trabalho foi avaliar acessos do Banco de Germoplasma de Hortaliças

do CCA/UFPB para caracteres relacionados ao porte das plantas para seleção de plantas com

potencial ornamental para disponibilização aos pequenos agricultores do entorno da reserva

Mata do Pau-Ferro-Areia-PB.

MATERIAL E MÉTODOS

Foi montado um experimento em estufa com 23 acessos de pimenteiras do

BGH/CCA/UFPB, em delineamento inteiramente casualizado com três repetições.

As pimenteiras foram semeadas em tubetes contendo areia, esterco e barro, em

proporções iguais e após um mês foram transplantadas para sacos contendo 1000 mL desse

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mesmo substrato (Figura 1). Após a frutificação e maturação dos frutos as plantas foram

avaliadas para os seguintes descritores: altura da planta, maior e menor largura da copa,

tamanho da folha com pecíolo e sem pecíolo, maior e menor largura da folha. As medidas de

altura da planta, maior e menor largura da copa foram feitas utilizando-se uma trena já as

medidas de tamanho da folha com pecíolo e sem pecíolo, maior e menor largura da folha foram

obtidas utilizando-se o paquímetro (IBPGR, 1995).

Os dados assim obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias foram

agrupadas pelo teste de Scott-Knott, em nível 1% de probabilidade.

Figura 1 – Plantas em estufa mostrando diferentes tamanhos (A) e plantas de diferentes

variedades Capsicum frutescens (B).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todas as características apresentaram efeitos significativos, pelo teste F, exceto menor

largura da copa e menor largura da folha. As plantas que apresentaram menor e maior altura

da planta foram os acessos (136; 146; 137; 14; 150; 58; 149; 4) e (07; 09; 06 e 02),

respectivamente.

Os acessos que apresentaram menores valores de maior largura da copa e menor

comprimento da folha sem pecíolo: (58; 137; 150; 136; 146; 149; 14; 134; 201; 01; 04; 196; 09

e 02) e (137; 134; 58; 136; 149; 150; 146; 01; 144; 14), respectivamente.

Os acessos que apresentaram menor valor de maior largura da folha e menor valor de

comprimento da folha com pecíolo foram: 01, 134 e 137 (Tab. 1).

Os acessos com menores valores das características avaliadas neste trabalho, estão

sendo multiplicadas em estufa e serão distribuídas aos agricultores familiares da Mata do Pau-

Ferro para comercialização como plantas ornamentais.

A B

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Tabela 1 – Médias de 7 características de porte em pimenteiras

Acesso A.P

(cm)

MADC

(cm)

MEDC

(cm)

COFCP

(cm)

COFSP

(cm)

MALF

(cm)

MELF

(cm)

04 27,00 d 22,66 b 21,13 a 12,86 b 10,33 b 5,56 b 0,29 a

13 39,66 c 32,66 a 31,33 a 18,60 a 14,33 a 8,33 a 0,26 a

150 21,96 d 17,03 b 12,66 a 9,01 c 6,68 c 4,30 c 0,18 a

136 15,00 d 19,00 b 18,00 a 8,93 c 6,36 c 3,23 c 0,20 a

137 17,00 d 16,16 b 14,50 a 4,83 d 2,56 c 1,50 d 0,17 a

144 46,33 b 31,66 a 26,33 a 12,73 b 8,36 c 5,93 b 0,29 a

01 37,00 c 22,16 b 19,00 a 6,43 d 8,30 c 2,36 d 0,23 a

14 17,66 d 20,00 b 17,66 a 12,16 b 8,66 c 6,30 b 0,24 a

06 60,66 a 27,00 a 23,66 a 14,70 b 11,50 b 5,96 b 0,20 a

07 74,06 a 25,73 a 23,50 a 18,16 a 14,23 a 7,56 a 0,32 a

196 40,83 c 23,26 b 21,13 a 12,86 b 9,33 b 5,00 b 0,17 a

183 44,56 b 30,13 a 25,23 a 13,26 b 9,56 b 4,60 b 0,52 a

10 37,30 c 27,56 a 20,20 a 14,00 b 9,73 b 5,76 b 0,18 a

146 15,50 d 19,16 b 16,33 a 9,88 c 7,50 c 5,18 b 0,28 a

149 24,8 d 19,33 b 16,66 a 9,64 c 6,56 c 4,23 c 0,20 a

134 29,90 c 20,43 b 19.23 a 6,59 d 4,78 c 2,03 d 0,17 a

58 23,23 d 15,80 b 10,86 a 7,94 c 5,57 c 3,68 c 0,20 a

12 48,00b 26,36 a 23,16 a 14,58 b 10,16 b 5,67 b 0,24 a

15 32,00 c 25,00 a 23,66 a 13,97 b 10,66 b 5,56 b 0,36 a

09 69,33 a 23,33 b 19,00 a 18,96 a 14,5 a 7,90 a 0,26 a

201 54,60 b 21,73 b 19,90 a 12,29 b 10,01 b 5,35 b 0,25 a

200 34,50 c 22,70 a 23,13 a 13,38 b 10,32 b 5,74 b 0,35 a

02 58,76 a 23,90 b 21,23 a 12,88 b 10,19 b 5,42 b 0,29 a

As médias seguidas de uma mesma letra, na coluna, pertencem ao mesmo grupo pelo critério de Scott-Knott. AP– altura da planta; MADC- maior diâmetro da copa; MEDC-menor diâmetro da copa; COFCP- comprimento da folha com pecíolo; COFSP- comprimento da folha sem pecíolo; MALF- maior largura da folha; MELF- menor largura da folha. CONCLUSÃO

Os acessos 01, 134 e 137 podem ser disponibilizados a pequenos agricultores para

multiplicação e comercialização como pimenteiras ornamentais.

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BIBLIOGRAFIA

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p. 25-31, 1993.

BUSO, G.S.C.; AMARAL, Z.P.S.; MACHADO, F.R.B.; BEM, L.; FERREIRA, M.E. Variedade

Genética e Análise Filogenética de Espécies Brasileiras de Pimenta e Pimentão

(Capsicum spp). 2° CONGRESSO BRASILEIRO DE MELHORAMENTO DE PLANTAS, 2003,

Centro de Convenções do Descobrimento. Porto Seguro-BA, 2003.

CASALI, V.W.D.; COUTO, F.A.A. Origem e botânica de Capsicum. Informe Agropecuário da

Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - EPAMIG, Belo Horizonte, n. 113, p. 08-

10, maio de 1984.

INTERNATIONAL PLANT GENETIC RESOURCES INSTITUTE. IPGRI. Descriptors for

Capsicum. Rome, IBPGR, 1995. 49p.

NUEZ, F.; GIL ORTEGA, R.; COSTA, J. In: El Cultivo de Pimentos. Chiles y Ajies. Ediciones

Mundi-Prensa, 1996.

PICKERGILL, B. Relationships between weedy and cultivated forms in some species of chili

peppers (Genus Capsicum). Evolution 25: , p. 683-691, 1971.

POULOS, J.M. Pepper Breeing (Capsicum spp.): achievements, challenges and possibilities.

Plant Breeding Abstracts, 64: no 2, 144-155, 1994.

REIFSCHNEIDER, F.J.B. (org), Capsicum: pimentas e pimentões no Brasil. EMBRAPA-

Hortaliças, Brasília. p. 113, 2000.

RÊGO, E. R.; FINGER, F.L; CRUZ, C. D. & RÊGO, M.M.;. Caracterização, diversidade e

estimação de parâmetros genéticos em pimenteiras (Capsicum spp.). Anais do II Encontro

Nacional do Agronegócio Pimentas (Capsicum spp.), 2006.