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1 APOSTILA INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE E ORÇAMENTO PÚBLICO Prof. Marcelo Cardoso de Azevedo

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APOSTILA

INTRODUÇÃO A

CONTABILIDADE E ORÇAMENTO

PÚBLICO

Prof. Marcelo Cardoso de Azevedo

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2

Í N D I C E

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3

PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES APLICADAS A CONTABILIDADE PÚBLICA ..................... 3

SERVIÇO PÚBLICO .................................................................................................................. 4

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................................................................. 6

CONTABILIDADE PÚBLICA ................................................................................................... 9

REGIMES CONTÁBEIS .......................................................................................................... 16

ORÇAMENTO PÚBLICO ........................................................................................................ 17

RECEITAS PÚBLICAS ............................................................................................................ 43

DESPESA PÚBLICA ................................................................................................................. 52

RESTOS A PAGAR ................................................................................................................... 66

DÍVIDA PÚBLICA .................................................................................................................... 67

REGIME DE ADIANTAMENTO ............................................................................................. 71

CRÉDITOS ADICIONAIS ........................................................................................................ 72

ANÁLISE DE BALANÇOS ....................................................................................................... 74

ATIVIDADES PRÁTICAS........................................................................................................ 90

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 106

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INTRODUÇÃO

Ainda hoje no Brasil, são raras as pesquisas e publicações na área da Contabilidade Pública que espelhem a realidade diária do acompanhamento do planejamento orçamentário e sua execução na gestão pública. Esta ausência de subsídios científicos e práticos faz com que as Entidades Governamentais ao adotarem os procedimentos de planejamento padronizados pela União, só modifiquem os conteúdos monetários das tabelas já existentes de um exercício para outro, deixando em segundo plano o desenvolvimento do planejamento setorial e por atividades, não demonstrando com total clareza a relação custo benefício de cada novo projeto implantado, nem mesmo se as metas planejadas foram alcançadas, ou tão pouco, estágio real que se encontram, apesar destas prerrogativas estarem fixadas em Lei. Então, este trabalho vêm colaborar no sentido de demonstrar todas as etapas do planejamento orçamentário, dando maior ênfase nos problemas encontrados quando da elaboração dos projetos e posterior divulgação à população (transparência) de seus objetivos e metas, para que se possa ter subsídios para entendermos se o interesse da administração pública é o bem estar da comunidade.

Principais Legislações Aplicadas a Contabilidade Pública

� Constituição Federal de 1988.

◊ Arts. 29, 29-A, dispõe sobre o limite de despesa do Poder Legislativo.

◊ Arts. 163 a 169, dispõe sobre finanças públicas, orçamento e despesa com pessoal e seus limites.

� Lei 4.4320/64

Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos Orçamentos e Balaços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

� Lei Complementar nº 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal.

Estabelece Normas de Finanças Públicas voltadas para Responsabilidade Fiscal e dá outras providências.

� Portaria nº 42/99

Dispõe sobre a classificação da despesa orçamentária por Funções, Subfuções, Programs, Projetos / Atividades e Operações Especiais.

� Portaria nº 163/01

Portaria Interministerial dispõe sobre a padronização da classificação da receita e da despesa orçamentária.

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SERVIÇO PÚBLICO

É o conjunto de atividades e bens que são exercidos ou colocados á disposição da coletividade, visando abranger e proporcionar o maior grau possível de bem-estar social ou da “prosperidade pública”, ou seja, abundância de serviços públicos.

Entende-se, também, como todos aqueles serviços prestados pelo Estado ou delegados por concessão ou permissão sob condições impostas e fixadas por ele, visando a satisfação de necessidades da comunidade.

Podemos considerar como exemplo de condições impostas e fixadas: cobrança de impostos; quando tratamos de transporte coletivo, o bom estado de conservação dos veículos; abrangência do sinal de celular;... .

• Serviço Privativo do Estado

São serviços prestados exclusivamente pelo Estado, denominados “serviços públicos” propriamente ditos.

Exemplos:

� Relações diplomáticas e consulares;

� Defesa e segurança Nacional;

� Emissão de moeda;

� Estabelecimento e execução de planos nacionais de educação e de saúde, bem como planos regionais de desenvolvimento;

� Os que relacionam com o poder de polícia e segurança pública; entre outros...

• Serviços de Utilidade Pública

São serviços públicos prestados por delegação (concessão ou permissão).

- Concessão:

Procedimento pelo qual uma pessoa de direito público, denominada autoridade concedente, normalmente o Prefeito no caso de Município, confia mediante delegação contratual a uma pessoa física ou jurídica, chamada concessionária, o encargo de explorar um serviço público. Em contra partida, o concessionário deve sujeitar-se a certas obrigações impostas pelo Poder Público, que devem estar claramente descritas no Edital de Licitação, os quais serão fiscalizados pelo Poder Público. Se houver necessidade, essas atribuições podem ser modificadas pelo Estado, sempre que o interesse público o exigir, para melhor atendimento e adequação dos serviços, bem como também revogar a concessão, caso a concessionária não cumpra eficientemente a delegação concedida.

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Características principais:

� Autorização Legislativa

� Licitação prévia

� Contrato de Concessão

Exemplos:

� Transportes coletivos;

� Fornecimento de energia elétrica;

� Comunicações telefônicas;

� Radiodifusão;

� Utilização de terrenos nos cemitérios com túmulos de família; entre outros...

- Permissão:

Procedimento através do qual uma pessoa de direito público, denominada autoridade pertinente, faculta mediante delegação a título precário a uma pessoa física ou jurídica, chamada permissionário, a execução de obras e serviços de utilidade pública, ou uso excepcional de bem público, podendo ser outorgado de forma gratuita ou remunerada, atendendo a condições estabelecida pelo Poder Público.

Características:

� Não depende de autorização legislativa;

� Outorgado por decreto;

� Ato unilateral a título precário.

Exemplos:

� Serviço de transporte coletivo (facultativo);

� Colocação de banca de venda de jornais em vias públicas; ...

- Prestação de Serviços Mista

Serviços prestados pela Administração, por seu dever de Estado e, entretanto, pode ser executada também por pessoa física ou jurídica de caráter privado, independente de delegação para tanto.

Exemplos:

� Educação;

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� Saúde;

� Previdência.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Administração Pública é todo o aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas.

o Organização Político-Administrativa do Brasil

São pessoas jurídicas de direito público interno (arts. 25,29 e 32 da C.F.):

� União – Constituição Federal, 1.988;

� Estados – Constituição Estadual, 1.989;

� Municípios – Lei Orgânica Municipal;

� Distrito Federal – Lei Orgânica; e

- Curiosidades:

� Distrito Federal é administrado por um governador, eleito, portanto, em tese com organizações de Estado; em sua estruturação, é vedada a sua divisão em municípios, mas a sua parte legislativa é composta por atribuições reservadas aos Estados e Municípios, exercidas em câmaras legislativas, por deputados distritais.

o Organização da Administração Pública

Nas três esferas de governo em que a administração brasileira se processa, ou seja, as pessoas de direito público interno, União, Estados, Distrito Federal e Municípios, possuem três Poderes independentes e harmônicos entre si, que são:

� Legislativo (Elaboração de Leis e Fiscalização do Executivo);

� Executivo (Administra); e

� Judiciário (função judicial, ou a que se refere à aplicação aos litigantes1).

o Estruturação

1 Quem discute no processo.

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Pelo Decreto-Lei nº 200/67, alterado pelo Decreto-Lei nº 900/69, diz que a Administração Federal compreende:

� Administração Direta, e

� Administração Indireta.

o Administração Direta ou Centralizada

Serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da Republica e dos Ministérios, no âmbito Federal. O mesmo vale para os Estados e Municípios.

A nível Municipal:

� Prefeitura e

� Câmara

o Administração Indireta ou Descentralizada

São entidades que o desempenho da atividade pública é exercido de forma descentralizada, por outras pessoas de direito público ou privado, que, no caso, proporcionarão ao estado a satisfação de seus fins administrativos. São dotadas de personalidade jurídica própria.

� Autarquias;

� Empresas Públicas;

� Sociedade de Economia Mista e

� Fundações.

o Autarquias

Serviço autônomo e descentralizado, tem personalidade de direito público interno, com patrimônio e receita próprios, tem a função de auxiliar indireta do serviço público. Sua criação é feita por lei; patrimônio inicial é oriundo do Ente que a criou; possui receita própria; exerce a Contabilidade Pública; seus processos de compras, serviços e obras estão sujeitos as normas de licitação; é auditada pelo T. C. E. –Tribunal de Contas do Estado. Exemplo: INSS, IPESP (Instituto Previdenciário do Estado de S. P.), CRC,CRA, Banco do Brasil, USP, DNER, Hospital da Clinicas, ...

o Entidades Paraestatais

Serviços com maior grau de especialização

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Entidades paraestatais são pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação é autorizada por lei, com patrimônio público ou misto, para a realização de atividades, obras e serviços de interesse coletivo, sob normas e controle do Estado. A realização de despesas com compras, serviços ou obras sujeita-se ao sistema licitatório especial.

Tipos de Entidades Paraestatais:

� Empresas Públicas

� Sociedade de Economia Mista

� Fundações

o Empresas Públicas

Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivamente governamental, criação autorizada por lei, para exploração de atividade econômica ou industrial. Exemplos: Rede Ferroviária Federal, casa da Moeda do Brasil, Caixa Econômica Federal e Estadual, empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Imprensa Oficial do Estado.

o Sociedades de Economia Mista

Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio, criação autorizada por lei, com participação do poder público e de particulares, é uma S/A, com ações com direito a voto, pertencentes em sua maioria à União, Estados ou Municípios. Executa a contabilidade comercial baseada na Lei 6.404/76. Exemplos: Petrobrás, Banco do Brasil S/A, Banco Nossa Caixa S/A.

o Fundações

Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio, criação autorizada por lei, com objetivo e interesse coletivo, geralmente de educação, ensino, pesquisa, assistência social etc., com personificação de bens públicos, sob o amparo e controle do Estado, são auditadas pelo TCE, caracterizam-se por ser entidades do tipo cooperação. Podem executar a contabilidade comercial ou pública, dependendo da determinação na lei que a criou. Exemplos: Funai - Fundação Nacional do Índio (Assistência Social); Fundação Universidade de Brasília (Ensino); Fundação Padre Anchieta (Educação); ...

o Serviços Sociais Autônomos

São dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e administração particular, com finalidade específica de assistência e ensino a certas categorias sociais ou determinadas categorias profissionais, sem fins lucrativos, são serviços de cooperação ao serviços público. Por receberem dinheiro público, sujeitam-se a prestação de contas ao órgão estatal que estejam vinculadas e por ele são

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supervisionadas. Exemplos: SESI – Serviço Social a Indústria; SESC – Serviço Social do Comércio; SENAI; SEBRAE; SENAC.

DIAGRAMA

PREFEITURA

CÂMARA

AUTARQUIA

FUNDAÇÃOFUNDAÇÕES

EMPRESA PÚBLICA

EMPR.ECONOMIA MISTA

CONTABILIDADE PÚBLICA

Entendem-se nos tempos atuais, a Contabilidade como técnica capaz de produzir, com oportunidade e fidelidade, relatórios que sirvam à administração no processo de tomada de decisões e de controle de seus atos, demonstrando, por fim, os efeitos produzidos por esses atos de gestão no patrimônio da entidade.

Como a Contabilidade Pública sendo uma das divisões da Contabilidade, agregou-se a seguinte definição a anterior:

CONT. PRIVADA

CONT. PÚBLICA ADM. DIRETA

ADM. INDIRETA

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“É o ramo da Contabilidade que estuda, orienta, controla e demonstra a organização e execução da Fazenda Pública; o Patrimônio Público e suas variações”.

Breve Histórico

• Contabilidade no Mundo:

o Surgimento - século XII E XIV na Itália;

o 1a. Escrituração por partidas dobradas – Gênova em 1.340;

o 1o. Livro de Contabilidade – Frei Franciscano Luca Pacioli – Veneza em 1494.

• Contabilidade no Brasil:

o 1.808 – Alvará de D. João obrigando os contadores a adotarem as partidas dobradas;

o 1.850 – Código Comercial obriga escrituração contábil e elaboração de Balanço Anual;

o 1.889 – Com a que do Imperador D. Pedro II e a Proclamação da República, faz-se necessário maior controle das coisas públicas. Controle exercido pelo Parlamento;

o 1.922 – Surge o Código de Contabilidade da União;

o 1.940 – Surgem normas para elaboração da contabilidade dos Estados e Municípios;

o 1.964 – Lei 4.320/64 – estatui normas gerais de finanças públicas;

o 2.000 – Lei 101/00 (LRF) – estabelece normas de fianças públicas.

• Campo de Atuação

A metodologia especial de escrituração que a Contabilidade Pública exerce, é obrigatório a todas as entidades de direito público interno, como a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas entidades autárquicas.

A Contabilidade Pública não deve ser entendida apenas como destinada ao registro e escrituração contábil, mas também à observância da legalidade dos atos da execução orçamentária, através do controle e do acompanhamento, que será prévio, concomitante e subseqüente.

Sendo um dos ramos mais complexos da Contabilidade, tem por objetivo captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais das entidades de direito público interno, ou seja, União, Estados, Distrito Federal e Municípios e respectivas Autarquias.

De acordo com o art. 85, da Lei Federal 4.320/64, a escrituração contábil deverá ser feita através do sistema orçamentário, financeiro, patrimonial e de compensação.

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Já o art. 101 determina que os resultados gerais do exercício serão demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração das Variações Patrimoniais, segundo os Anexos nº 12, 13, 14 e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos Anexos nº 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.”

Balanço é uma palavra oriunda do latim bis lanx, que quer dizer “dos dois lados”, significando os pratos de uma balança, onde se observa uma compensação entre pesos que se coloca de um lado, e o objeto que se queira medir do outro, buscando o equilíbrio.

• Sistema Orçamentário

Evidencia o registro contábil da receita e despesa, durante a execução orçamentária, ao final, faz um comparativo entre a previsão e a execução orçamentária.

O Sistema orçamentário Registra, à vista do orçamento, a previsão orçamentária e, a vistas das leis, decretos ou portarias, as alterações das previsões; registra o empenhamento da despesa e a execução orçamentária; controla os empenhos-estimativas. No final do exercício compara a previsão com a realização, pondo em destaque as diferenças apuradas.

o Balanço Orçamentário

Diretamente relacionado com a Lei Orçamentária, o balanço orçamentário que de acordo com o art. 102 da Lei nº 4.320/64, “demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas”.

Este balanço deve ser elaborado obedecendo-se a um modelo agregado a Lei nº 4.320/64, na qual se apresenta como Anexo nº 12, conforme exemplo demonstrado abaixo:

BALANÇO ORÇAMENTÁRIO

ANEXO –Nº 12 (Lei 4.320/64)

RECEITA DESPESA Títulos Previsão Execução Diferença Título Fixação Execução Diferença

Receitas Correntes Receita Tributária Receita Patrimonial Transferências Correntes Receitas Diversas Receitas de Capital Soma Déficit

Total

Créditos Orçamentários e Suplementares Créditos Especiais Créditos Extraordinários Soma Superávit Total

• Sistema Financeiro (Contabilidade Financeira)

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Engloba todas as operações que resultem de débitos e créditos de natureza financeira, ou seja, recebimentos e pagamentos das receitas e das despesas orçamentárias e extra-orçamentárias; ativos e passivos financeiros.

Exemplo: movimentação das contas da tesouraria, caixa, bancos e todos com que eles se relacionam, quer em partidas quer em contrapartidas, e que representam os débitos e créditos financeiros.

o Balanço Financeiro

“O Balanço Financeiro demonstrará a receita e despesas orçamentárias, bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se referem para o exercício seguinte.”2

Referente aos restos a pagar, temos:

“Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extra-orçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária.”3

Deve-se observar que no Balanço Financeiro são demonstrados os movimentos financeiros do exercício, isto é, a somatória das operações realizadas durante o exercício, e não o saldo das contas.

BALANÇO FINANCEIRO

ANEXO Nº 13 (Lei 4.320/64)

RECEITA DESPESA Títulos Títulos

Orçamentária Receitas Correntes Receita Tributária Receita Patrimonial Transferências Correntes Receitas Diversas Receita de Capital Extra-Orçamentária Restos a pagar (contrapartida da

Despesa a Pagar) Serviços da Dívida a Pagar

(contrapartida) Saldo do Exerc. Anterior Disponível: Caixa Bancos Vinculados em C/C Bancárias TOTAL GERAL

Orçamentária Funções de Governo Legislativa Administração Agricultura Educação Habitação Extra-Orçamentária Restos a Pagar (pagamento no exercício) Serviços da Dívida a Pagar (pagos) Saldo para o Exerc. Seguinte Disponível: Caixa Bancos Vinculados em C/C Bancárias TOTAL GERAL

• Sistema Patrimonial (Contabilidade Patrimonial)

2 Art. 103 da Lei nº 4.320/64. 3 Parágrafo único do art. 103 da Lei nº 4.320/64.

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Registra analiticamente todos os bens de caráter permanente, as alterações da situação líquida patrimonial que abrangem os resultados da execução orçamentária, assim como suas variações.

Registram os ativos e passivos permanentes, os bens móveis (menos dinheiro), imóveis, valores (ações, títulos, jóias, etc.), a dívida pública, a dívida ativa, os bens industriais, as variações patrimoniais decorrentes ou não da execução orçamentária e o saldo patrimonial.

o Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é o quadro de contabilidade com duas seções, ativo e passivo, em que se distinguem os elementos do patrimônio público, igualando-se as duas somas com a conta do patrimônio líquido (Ativo Real Líquido) no caso da existência de superávit, ou Passivo Real a Descoberto, quando houver déficit patrimonial.

O art. 105, da Lei nº 4.320/64, o descreve:

“ O Balanço Patrimonial demonstrará:

I. o Ativo Financeiro;

II. o Ativo Permanente;

III. o Passivo Financeiro;

IV. o Passivo Permanente;

V. o Saldo Patrimonial; e

VI. as Contas de Compensação.

O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e dos valores numerários.

O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores cujo mobilização ou alienação dependa da autorização legislativa.

O Passivo Financeiro compreenderá os compromissos exigíveis cujo pagamento independa de autorização orçamentária.

O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.

Nas Contas de Compensação, serão registrados os bens, valores e obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que mediata ou imediatamente, possam vir a afetas o patrimônio.”

A estrutura do Balanço Patrimonial será evidenciada pelo Anexo nº 14 da Lei nº 4.320/64, como segue:

BALANÇO PATRIMONIAL

ANEXO Nº 14 (Lei 4.320/64)

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ATIVO PASSIVO ATIVO FINANCEIRO Disponível: Caixa Bancos Vinculados em C/C Bancária Realizável ATIVO PERMANENTE Bens Móveis Bens Imóveis Bens de Natureza Industrial Créditos Diversos Soma Ativo Real SALDO PATRIMONIAL Passivo Real Descoberto Soma

ATIVO COMPENSADO Valores de Terceiros Valores Nominais Emitidos Diversos TOTAL GERAL

PASSIVO FINANCEIRO Restos a Pagar (inscrito) Serviços da Dívida a Pagar Depósitos Débitos de Tesouraria PASSIVO PERMANENTE Dívida Fundada Interna por Contratos Soma do Passivo Real SALDO PATRIMONIAL Ativo Real Líquido Soma PASSIVO COMPENSADO Contrapartida de Valores de Terceiros Contrapartida de Valores Nominais

Emitidos Diversos TOTAL GERAL

• Sistema de Compensação

Registra e movimenta as contas representativas de direitos e obrigações, geralmente decorrentes de contas de contratos, convênios ou ajustes. Muito embora seja um sistema escriturado com elaboração de balancetes mensais, independentes, a Lei 4.320/64 o considerou, simplesmente, como contas de compensação e, quando forem elaborados os balanços, no final do exercício, os saldos de suas contas serão incluídos no balanço do sistema patrimonial.

Variação Patrimonial é a alteração de valor, de qualquer elemento do patrimônio público, por alienação, aquisição, dívida contraída, dívida flutuante, depreciação ou valorização, amortização, superveniência, insubsistência, efeitos da execução orçamentária e resultado do exercício financeiro.

As alterações do patrimônio público são efetuadas por incorporação, desincorporação ou baixa.

o Demonstração das Variações Patrimoniais

A Demonstração das Variações Patrimoniais é um quadro com duas seções, “Variações Ativas” e “Variações Passivas”, distribuídas em três grandes grupos: resultantes da Execução Orçamentária, Mutações Patrimoniais e Independente da Execução Orçamentária.

Têm a função de evidenciar as alterações ocorridas durante o exercício.

Acompanham o este demonstrativo os Anexos nos 16 e 17. O Anexo nº 16 é destinado à Demonstração da Dívida Fundada interna e o Anexo nº 17 à Divida Flutuante.

A utilização desses dois anexos não oferece dificuldades; apenas o saldo das dívidas para o exercício seguinte deverá corresponder aos totais constantes do Balanço Patrimonial, segundo a espécie.

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Demonstração das Variações Patrimonias

(Anexo 15 – Lei nº 4.320/64)

VARIAÇÕES ATIVAS VARIAÇÕES PASIVAS TÍTULOS R$ R$ R$ TÍTULOS R$ R$ R$

RESULTADO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA RECEITA ORÇAMENTÁRIA Receita Corrente Receita Tributária Receita Patrimonial Receita Industrial Transferências Correntes Receitas Diversas Receitas de Capital MUTAÇÕES PATRIMONIAIS Aquisição de Bens Móveis Construção e Aquisição de Bens Imóveis Construção e Aquisição de Bens de Natureza Industrial Aquisição de Títulos e Valores Empréstimos Concedidos Diversas TOTAL INDEPENDENTE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Inscrição da Dívida Ativa Inscrição de Outros Créditos Incorporações de Bens (doações,

legados, etc.) Cancelamento de Dívidas Passivas Diversas TOTAL DAS VARIAÇÕES ATIVAS RESULTADO PATRIMONIAL Déficit Verificado (se for o caso) TOTAL GERAL

RESULTADO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DESPESA ORÇAMENTÁRIA Despesas Correntes Despesas de Custeio Transferências Correntes Despesas de Capital Investimentos Inversões Financeiras Transferências de Capital MUTAÇÕES PATRIMONIAIS Cobrança da Dívida Ativa Alienação de Bens Móveis Alienação de Bens Imóveis Alienação de Bens de Natureza Industrial Alienação de Bens de Títulos e Valores Empréstimos Tomados Recebimento de Créditos Diversas TOTAL INDEPENDENTE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA Cancelamento da Dívida Ativa Encampação de Dívidas Passivas Diversas TOTAL DAS VARIAÇÕES PASSIVAS RESULTADO PATRIMONIAL Superávit Verificado (se for o caso) TOTAL GERAL

REGIMES CONTÁBEIS

• Conceito

Os Regimes contábeis de Escrituração, também são chamados de “Princípios e Convenções Contábeis Geralmente Aceitos” , que podem ser conceituados como premissas básicas acerca dos fenômenos econômicos refletidos pela contabilidade e que são a cristalização de análises e observações.

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• Regimes

Ano Financeiro é o período durante o qual se executa o orçamento, podendo coincidir ou não com o ano civil. A coincidência do ano financeiro com o ano civil ocorre no Brasil, França, Austrália, Hungria, Espanha, Bélgica e outros. Há, entretanto, países, onde o ano financeiro não é o mesmo que o civil; são os casos, por exemplo, da Inglaterra, Dinamarca e Alemanha, onde o ano financeiro tem início no dia 1º de abril e termina em 31 de março; na Argentina, abrange o período de 1º de novembro a 31 de outubro; nos Estados Unidos, México, Suécia, Venezuela, Portugal e Noruega, o ano financeiro começa em 1º de julho e termina em 30 de junho.

• Regime de Caixa

É aquele que considera como receitas e despesas do exercício, tudo o que se receber ou se pagar durante o ano financeiro, mesmo que se trate de receita e despesa referentes a exercícios anteriores. Neste regime, encerrado o exercício, as receitas e as despesas que, apesar de lhe pertencerem, não tiveram sido arrecadadas ou pagas, serão transferidas para o exercício do ano seguinte.

• Regime de Competência

No regime de competência, os tributos lançados e não arrecadados, bem como as despesas empenhadas e não pagas, são apropriados ao exercício como se de fato tais receitas e despesas houvessem sido realizadas. Assim no encerramento do exercício, as receita lançada e não recolhida é apropriadas à receita do exercício e classificadas como resíduos ativos ou restos a arrecadar. Por sua vez, a despesa empenhada e não paga é também apropriada à despesa do exercício e levada à conta financeira como resíduos passivos ou restos a pagar.

• Regime Contábil adotado no Brasil

O regime adotado no Brasil é o REGIME MISTO, isto é, adota-se ao mesmo tempo o regime de caixa e o regime de competência. O regime misto é consagrado pela nossa legislação financeira pelo art. 35 da Lei 4.320/64, que dispõe: “Pertencem ao exercício financeiro: I – As receitas nele arrecadadas; II – As despesas nele legalmente empenhadas”.

As despesas empenhadas e não pagas até 31 de dezembro são apropriadas como despesas do exercício e classificadas na conta financeira restos a pagar, é o regime de competência. Com relação à receita adota-se, no sistema financeiro, o regime de caixa; a receita lançada e não arrecadada não é apropriada mas é inscrita no Sistema Patrimonial como dívida ativa; isto significa que embora não arrecadada e não considerada e não considerada como tal no Sistema Financeiro, o patrimônio sofre, com tal procedimento, uma variação ativa, como se de fato a receita tivesse sido arrecadada.

Assim a receita lançada e não arrecadada no ano financeiro irá constituir, no futuro, receita do exercício em que for arrecadada. Ao ser arrecadada, dar-se-á baixa da dívida ativa no Sistema Patrimonial. Como se vê, a arrecadação de receita relativa ao exercício anterior, inscrita na dívida ativa, produz no patrimônio uma variação ativa que é, ao mesmo tempo, anulada por equivalente variação passiva decorrente da baixa da inscrição de dívida ativa.

ORÇAMENTO PÚBLICO

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O ORÇAMENTO PÚBLICO surgiu da necessidade do Estado prestar melhores serviços a população, canalizando as energias sociais para o desenvolvimento nacional, prevenir os desequilíbrios que venham interferir na vida econômica governamental, proteger e aumentar o bem estar geral. Para que isto ocorra, o Estado é forçado a apropriar-se de parcelas cada vez mais crescentes dos recursos coletivos e redistribui-las segundo planejamentos pré-estabelecidos para alcançar os objetivos comuns a toda a sociedade.

O orçamento tornou-se, assim, instrumento apropriado para redistribuir os recursos sociais, bem como uma ferramenta indispensável que o poder público possui, para analisar e corrigir o desequilíbrio de investimentos que possam ser direcionados a setores mais remunerativos, ou seja, que “vislumbrem os olhos”, que investimentos em outros setores, que pela própria natureza, ou não produzem dividendos compensadores, como certos serviços de utilidade pública, ou só os produzem depois de longo período de evolução.

Assim, nesta linha de pensamento, o orçamento não desempenha apenas um papel de redistribuidor de riquezas e equilibrador de iniciativas, más também o de um meio de planejamento das atividades governamentais, por este motivo, normalmente, diz-se que o orçamento representa as autênticas aspirações da sociedade, vez que é elaborado pelo Poder Executivo e aprovado pelo Poder Legislativo, refletindo desta forma, ampla participação da comunidade, por intermédio de seus legítimos representantes.

Essa participação popular é aumentada quando o governante adota o orçamento participativo, dando a oportunidade, tão esperada pela sociedade de participar desse processo de ordenação dos gastos públicos.

• HISTÓRICO

Do ponto de vista histórico, a importância do orçamento tem sofrido numerosas variações. Inicialmente, o orçamento era considerado um dispositivo de controle político do parlamento sobre o rei. Era um meio de que se valiam primeiro os nobres e, mais tarde, os representantes do povo para conhecer antecipadamente e controlar, até certo ponto, os caprichos da cabeça coroada do momento.

Poucos autores citam a origem do orçamento público, mas nos poucos encontrados é de comum acordo mencionarem a Carta Magna de 1212, apesar de não haver na localização temporal (ano), como primeiro documento escrito nesse sentido.

A história que nos é relatada reavive a preocupação dos barões feudais ingleses em limitar o poder “tributador” de João Sem Terra, e exigiram que este poder de cobrar tributos dos súditos da Coroa do Rei João, fosse lhes transmitida. Observa-se que a preocupação, já naquela época era em se arrecadar receita, em nenhum momento a Carta Magna, segundo Jameson (1963), não faz alusão à autorização da despesa, esta só foi aparecer em 1689, junto com a participação popular do parlamento inglês. Estes dois momentos são alguns dos vários acontecimentos históricos que deram origem ao orçamento público. Outros momentos históricos que ajudaram para o fortalecimento do orçamento público foram, conforme Santos (2001), a Revolução Americana, em 1776, a Revolução Francesa, em 1789, a crise econômica de 1929, a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), período que surge nos Estados Unidos uma nova metodologia de elaboração do orçamento público voltado ao planejamento, denominado PPBS - Planning, Programming and Budgeting (Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento), fazendo uma integração entre planejamento e orçamento.

O grande marco brasileiro veio através do advento da Constituição Federal de 5 de outubro de 1.988 em seus artigos 165 a 169, que regulamentou os procedimentos para a elaboração do orçamento, criando assim um ciclo orçamentário unificado, que para isto teve como base a Lei 4.320 de 17 de março de 1.964, que estatui normas gerais do direito público para elaboração e controle dos orçamentos e balanços dos diferentes níveis governamentais, que posteriormente agregou-se para um aprimoramento técnico na elaboração e fiscalização da execução orçamentária a Portaria n.º 42, de 14 de abril de 1.999; pela Lei

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Complementar n.º 101, de 4 de maio de 2.000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), e pela Portaria Interministerial n.º 163, de 4 de maio de 2001.

• PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Tendo o orçamento público a função de servir como instrumento de controle das atividades econômico-financeiras do Governo, tem que estar vinculado a determinadas regras ou princípios orçamentários, para uma melhor transparência em sua elaboração e posterior execução.

Dentre os diferentes escritores especialistas na doutrina financeira, há uma divergência nas fixações dos princípios, o que resulta em inúmeras definições, dentre elas destacam-se alguns que já se confirmaram na constância com que são defendidos pela maioria dos financistas, que são: anualidade, unidade, universalidade, exclusividade, especificação, publicidade e equilíbrio.

� ANUALIDADE

Conforme nos explica Hely Lopes Meirelles:

(...) a anualidade exige que a previsão orçamentária se renove em cada ano, para que fique mais próxima da realidade financeira. Se os orçamentos pudessem prolongar-se por vários anos, haveria, por certo, um grande desajuste na previsão da receita e na fixação da despesa, dada a instabilidade dos fatores políticos, econômicos e sociais, que se modificam de ano para ano. No Brasil, como na maioria dos países, o ano financeiro coincide com o ano civil, conforme dispõe expressamente a Lei 4.320/64 (artigo 34), só permitindo o empenho4 da despesa, em cada exercício, até 31 de dezembro (artigo 32, II)5, data em que termina a vigência do orçamento em execução.

� UNIDADE

Segundo este princípio o orçamento deve ser único, isto é, deve existir apenas um orçamento e não mais que um para cada exercício financeiro, o qual deva constar todas as receitas previstas e as despesas fixadas, de modo a demonstrar, no confronto dos saldos, no final do exercício, se há equilíbrio, superávit ou déficit. Visa-se com esse princípio eliminar a existência de orçamentos paralelos.

� UNIVERSALIDADE

De acordo com este princípio, todas as receitas e despesas devem ser incluídas no orçamento. Este princípio de origem francesa e era indispensável para oferecer ao Parlamento um controle mais efetivo sobre as operações financeiras realizadas pelo poder Executivo, possibilita ao Legislativo:

a) conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para a respectiva arrecadação e realização;

4 Empenho, é o ato emanado de autoridade competente que cria para o poder público obrigação de

pagamento. É o empenho que gera a obrigação de pagar. (ANGÉLICO, 1994) 5 Onde se lê (art. 32, II), deve-se ler (art. 35, II).

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b) impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e despesa sem prévia autorização parlamentar;

c) conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a cobrança dos tributos estritamente necessários para atendê-las.

� EXCLUSIVIDADE

De acordo com a Constituição Federal em seu parágrafo 8º, a lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e a fixação da despesa, este princípio foi introduzido par evitar que o legislador inclua na lei orçamentária matérias estranhas às previsões de receita e despesa, como era comum antes do advento da Constituição de 1988. Chegou-se ao cúmulo de alterar, por meio de dispositivo incluído na lei orçamentária, o processo de ação de desquite, como nos frisa Angélico (1994).

A única possibilidade de alteração da lei do orçamento é através da abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, que deverá estar contida na lei que instituir o orçamento para o período, conforme nos acrescenta o parágrafo citado.

� ESPECIFICAÇÃO

Este princípio também é conhecido como princípio da discriminação, e tem por escopo vedar autorizações globais, como forma de especificação pormenorizada dos atos da Administração Pública, tanto na arrecadação de tributos quanto na aplicação dos recursos financeiros, possibilitando uma análise mais concreta por parte dos Legisladores e das pessoas comuns da sociedade. De acordo com o artigo 15 da Lei 4320/64 a discriminação da despesa far-se-á, no mínimo por elemento. A definição mais simples de elemento de despesa está descrito no parágrafo 3º, do artigo 3º, da Portaria Interministerial n.º 163, de 4 de maio de 2001, que nos diz:

§ 3º O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gastos, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados de qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortizações e outros de que a administração pública se serve para a consecução de seus fins.

� PUBLICIDADE

O conteúdo orçamentário deve ser amplamente divulgado (publicado) através dos veículos oficiais de comunicação/divulgação para conhecimento público e para eficácia de sua validade que é o princípio exigido por todos os atos oficiais do governo.”.

No que tange a transparência da Gestão Fiscal, o artigo 48 da Lei Complementar 101/2000, cria-se a necessidade de divulgação de instrumentos de controle da gestão fiscal, em que o ponto principal é a transparência dos atos públicos, a qual é dada ampla divulgação, tanto do Executivo como do Legislativo, inclusive via Internet.

Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o

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respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses instrumentos.

Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante o processo de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos.

� EQUILÍBRIO

Pelo princípio do equilíbrio financeiro entende-se que para cada exercício financeiro, o montante destinado à despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o período. Uma razão fundamentada para defender esse princípio é a convicção de que ele constitui o único meio de limitar o crescimento dos gastos governamentais, incluindo-se as despesas de capital para o exercício subseqüente.

� PROCESSO DE PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO

Planejamento, atualmente é a palavra de ordem na administração pública, principalmente com a vinda salutar da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC-101/00) em conjunto com a Lei n.º 10.028 de 19 de outubro de 2.000, que alterou inúmeros artigos do Código Penal do Decreto-Lei n.º 201/67, criando responsabilidades Penais, Pecuniária e Financeiras aos Agentes Políticos detentores de mandato eletivo, como é o caso dos Prefeitos Municipais, Presidentes de Câmaras e determinados servidores envolvidos diretamente com a gestão financeira local.

Foi a partir destas mudanças, criando responsabilidades àqueles que administram a coisa pública, é que a palavra de ordem hoje é: PLANEJAMENTO.

O propósito principal do planejamento é estabelecer, com base em políticas públicas predefinidas, a forma pela qual se deve adequar a oferta à demanda por serviços públicos em um horizonte de tempo determinado, estabelecendo-se os objetivos e metas a serem cumpridos e, para tal, dimensionando-se os recursos físicos, humanos e financeiros.

O PLANEJAMENTO PÚBLICO:

� Facilita o diálogo entre a sociedade e o governo;

� Combate à descontinuidade administrativa;

� Equaciona o crescente desequilíbrio entre demanda e oferta de serviços públicos;

� Facilita / possibilita o controle da ação e a avaliação dos resultados.

Planejar é função de importância fundamental para a racionalização de qualquer questão. O ato de planejar é exercício de adequar os recursos aos objetivos da gestão, medidas pelos princípios que orientam uma equipe de governo.

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• Os fundamentos indissociáveis do planejamento são:

� Responsabilidade fiscal e social e;

� Capacidade técnica.

� Fases do Planejamento Público

As fases do Planejamento Público, conforme o art. 165 da C. F., divide-se em três etapas:

a) Plano Plurianual (PPA);

b) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO);

c) Lei Orçamentária Anual (LOA).

É de extrema importância frisar que para darmos início ao processo de planejamento e das peças orçamentárias PPA, LDO e LOA, têm que se ter não só uma projeção orçamentária e financeira para quatro anos, mas sim um planejamento macroeconômico, para um período de tempo de no mínimo três décadas, para que faça um estudo mais profundo das necessidades econômico-social da população em função do crescimento demográfico da cidade ao passar dos anos. Para entendermos este processo do planejamento estratégico governamental, teremos como foco principal o Plano Diretor, que é parte integrante do Estatuto da Cidade e é à base do estudo sobre planejamento governamental.

PLANO DIRETOR

Uma conceituação básica, nos é dada por Hely Lopes Meirelles, que nos diz: “o instrumento técnico legal definidor de cada Municipalidade e, por isso mesmo, com supremacia sobre os outros, para orientar toda a atividade da Administração e dos ministrados nas realizações públicas que interessem ou afetem a coletividade”.

Nesta definição, Meirelles nos deixa bem claro que o Plano Diretor é a peça orçamentária mais importante para dar os rumos que a Municipalidade deva seguir no que se refere o planejamento, colocando-o como principal peça orçamentária com supremacia sobre o PPA, a LDO e a LOA.

O Plano Diretor é obrigatório para cidades, conforme artigo 41 da Lei Federal 10.257/2001: com mais de 20 (vinte) mil habitantes; integrantes de áreas de especial interesse turístico; inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.

Conforme a pesquisa efetuada frente ao Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) em 1999, dentre os 5.506 municípios pesquisados, 4.640 municípios não dispunham de Plano Diretor, como demonstrado no quadro abaixo.

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• ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DO PLANO DIRETOR:

A primeira etapa tinha como base de desenvolvimento o conhecimento geral e preliminar do município, através da identificação dos principais problemas e dos agentes mais importantes do desenvolvimento local, culminando com propostas para a solução dos problemas locais mais urgentes.

Após um diagnóstico das prioridades (problemas) levantado na etapa anterior, esta etapa era voltada aos estudos das alternativas de intervenção; a solução para os principais problemas e pontos de estrangulamento; os instrumentos legislativos necessários para continuidade do projeto; a demanda de recursos; e a análise dos programas setoriais relevantes.

Esta etapa final tinha por conteúdo a definição dos planos setoriais ou anteprojetos; do o organismo local de planejamento; a determinação de projetos; o detalhamento dos instrumentos administrativos; culminando no Orçamento Programa.

Um dos aspectos importantes deste tipo de planejamento é que nas fases de estudo preliminar, de diagnóstico e de definição de objetos são desenvolvidas sem maiores intervenções da administração, leia-se política. Esta comparece apenas na final, para definir as diretrizes de ação da prefeitura, a instrumentação do plano e o plano de ação do prefeito.

PLANO PLURIANUAL

A base legal para elaboração do Plano Plurianual está especificado no inciso I, § 1º do artigo 165 da Constituição Federal, expondo que a lei que criar o plano plurianual deve estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e metas da Administração pública para as despesas de capital (basicamente investimentos) e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada (contratos com mais de um exercício de duração).

Este processo de planejamento e orçamentação que define as prioridades do Governo e que tem características orçamentárias têm seu início no primeiro ano de mandato do poder executivo, que deverá elaborar o Plano Plurianual (PPA) para quatro exercícios, a contar do segundo ano de mandato e com vigência para até o primeiro ano do mandato seguinte. Deverá ser remetida a apreciação do legislativo até 30 de agosto do primeiro ano de mandato, ou outro prazo que estiver estipulado pela Lei Orgânica, no âmbito estadual ou municipal. O Legislativo devolverá para sanção, até o encerramento do primeiro período de sessão Legislativa.

• Objetivos:

o Definir com clareza as metas e prioridades da administração, bem como os resultados esperados;

o Organizar, em programas, as ações que resultem em oferta de bens ou serviços que atendam as demandas da sociedade;

o Nortear a alocação de recursos nos orçamentos anuais compatível com as metas e recursos do Plano;

o Integrar as ações desenvolvidas pela União, Estado e Governo local;

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o Estimular parcerias com entidades privadas, na busca de fontes e gastos governamentais;

o Dar transparência à aplicação de recursos e aos resultados obtidos.

•••• O conteúdo do PPA divide-se em:

o Programa;

o Ações do programa (orçamentárias e não-orçamentárias);

o Ação orçamentária e;

o Ação não-orçamentária.

- Programa:

Programa é o instrumento de organização da atuação governamental, que articula o conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores, visando à solução de um problema ou ao atendimento de necessidade ou demanda da sociedade.

O PPA poderá conter uma previsão do valor global. Ou seja, dos recursos orçamentários e outros recursos, a serem consumidos durante o período de sua vigência.

CIDADE

Situação atual x futuro desejado

• Direção da mudança; • Parcerias possíveis

Levantamento das ações setoriais

• Ações em andamento; • Propostas de novas ações; • Parcerias possíveis.

Participação Popular

• Demandas populares.

Condicionamento do Planejamento Municipal

• Projeções das Receitas; • Restrições legais;

Orientação Estratégica do Prefeito:

Definição dos Macro-objetivos

Definição de Recursos por Órgão

/ Entidade

Orientação Estratégica:

• Dos dirigentes dos

Órgãos/Entidade.

DEFINIÇÃO DE PROGRAMAS

Proposta de Programas

Validação e Consolidação pelo Grupo

PPA

Documentação Final

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Deverá expressar o objetivo do planejamento, expressando a vontade do gestor público em garantir o resultado desejado em relação ao público-alvo, descrevendo a sua finalidade, com concisão, sempre mensurável por um indicador. Expresso sempre por um verbo no infinitivo

Deverá justificar a abrangência do objetivo do planejamento, através de uma justificativa sucinta do problema (ou demanda) que o programa tem por objetivo solucionar e sua contribuição esperada para o alcance das diretrizes de governo e dos objetivos setoriais.

Fazendo parte do corpo do PPA serão evidenciados os indicadores que quantificam a situação que o programa tenha por fim modificar de modo a explicitar o impacto das ações sobre o público-alvo. Pode ser uma taxa entre variáveis associadas ao fenômeno sobre o qual se pretenda atingir diretamente com os resultados esperados pela execução do programa.

- Ações do programa

Produto:

É a descrição do bem ou serviço que resulta a ação.

Exemplo: acervo adquirido; evento realizado.

Meta do período:

É a quantidade de bens ou serviços produzidos ou executados no âmbito do programa, para consecução do objeto pretendido.

Unidade de medida:

É a unidade de mensuração do produto.

Exemplo: quilômetro, pessoa, unidade, etc.

- Ação orçamentária

Divide-se em atividade ou projeto. São ações que contribuem para a consecução do objetivo do programa e demandam recursos do Orçamento Governamental.

Exemplo: projeto viva-leite; programa da saúde na família (PSF).

- Ação não-orçamentária

São ações que contribuem para a consecução do objetivo do programa e não demandam recursos do Orçamento Governamental.

Exemplo: repasse ao INSS das contribuições de seus funcionários.

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Prazo de encaminhamento

Os prazos para o encaminhamento do PPA ao legislativo municipal ou, na omissão desta, prevalecem os períodos fixados na Carta de 1988 (art. 35, § 2o, I, ACDT) já que a Constituição do Estado de São Paulo não o dispõe.

Prescritos na Constituição Federal, os prazos para tramitação legislativa do plurianual são os que seguem:

•••• Até 31 de agosto do primeiro ano de mandato executivo: envio do projeto ao Poder Legislativo.

•••• Até o encerramento da sessão legislativa (meados de dezembro): Legislativo devolve o autógrafo para sanção executiva.

LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos anuais, compreendidos aqui o orçamento fiscal, o orçamento de investimentos das empresas e o orçamento da seguridade social, de forma a adequá-los às diretrizes, objetivos e metas da administração pública, estabelecidos no Plano Plurianual

Tem sua base legal no § 2º, do artigo 165 da CF:

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Sendo assim, a Lei de Diretrizes Orçamentária – LDO é considerada um instrumento imprescindível ao planejamento da Administração, no qual deve constar as metas e prioridades da administração, incluindo as despesas de capital e outras despesas delas decorrentes; as orientações para elaboração e execução da lei orçamentária anual – LOA; a políticas das agências financeiras oficiais de fomento6; as disposições sobre alterações na legislação tributária; autorização específica para aumento de despesa de pessoal ou alteração de sua estrutura; e os Anexos de Metas Fiscais e de Ricos Fiscais.

A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, na Gestão Fiscal, veio incrementar e padronizar os processos orçamentários, estabelecendo normas para elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Dentre as novidades destacam-se os Anexos de Metas Fiscais e dos Riscos Fiscais.

O que vem a ser essas metas fiscais?

Meta fiscal é o que se espera arrecadar, gastar e fazer “sobrar”. “Sobrar”, no caso, visando a pagar juros e o principal da dívida, seja ela flutuante ou permanente. Essa sobra é chamada de superávit primário.

O que vem a ser riscos fiscais?

6 Este item refere-se principalmente as ações dos Governos Federal e Estadual, por meio de suas

instituições financeiras.

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Refere-se à ocorrência de pagamentos, eventuais, que sobrevêm ao longo da execução orçamentária.

Exemplo: ação judiciária que poderá elevar, muito, a despesa daqui a um ano.

Destaca-se que as prioridades e metas da administração pública municipal para o exercício seguinte são expressas em conformidade com os programas e ações previstos no PPA, garantindo a perfeita aderência entre os dois instrumentos – PPA e LDO.

o O que é Resultado Primário? O que é Resultado Nominal?

Em vários trechos, a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF refere-se a resultados primário e nominal.

Em síntese, resultado primário é a diferença entre todas as receitas arrecadadas e todas as despesas empenhadas, o resultado primário delas retira o conteúdo relativo a dívida, recebido ou pago pela entidade pública.

Um dos intuitos marcantes da Lei Fiscal é fazer com que o superávit primário abata a dívida pública.

Assim temos:

Receitas orçamentárias arrecadadas

( - ) Operações de Crédito

( - ) Receitas Escriturais (anulação de restos a pagar)

( - ) Receitas abatidas com aplicações financeiras

( - ) Despesas empenhadas

( - ) Despesas com juros e principal dom a dívida

( = ) Resultado Primário

o Prazo de encaminhamento e aprovação

Caso não estejam previstos na lei orgânica municipal, os prazos de apreciação legislativa da LDO serão os que apresentam na Constituição do Estado de São Paulo (art. 39 – Das Disposições Transitórias): até 8 meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período de sessão legislativa (30/04 e 30/06).

Além das disposições constitucionais, a LDO deverá dispor sobre, de acordo com o inciso I do art. 4º da LRF:

• equilíbrio entre receita e despesa;

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• critérios de forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 3º;

• normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;

• demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas.

O Anexo de Metas Fiscais, deverá conter, conforme preceitua o § 2º do art. 4º da LFR:

• avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;

• demonstrativos das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

• a evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

• a avaliação da situação financeira e atuarial, especialmente dos regimes próprios de previdência social; e

• demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

Já o § 3º, do mesmo artigo, diz que o Anexo de Riscos Fiscais é um demonstrativo no qual serão avaliados os passivos contingentes7 e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso concretizem. Com a elaboração desses Anexos, pretende-se evitar surpresas, muitas vezes desastrosas, para as finanças públicas.

o Preparação e Elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias

- Preparação

Compreende os levantamentos das prioridades estabelecidas pela Administração, dos objetivos estratégicos, das diretrizes e de informações de caráter geral, voltados à elaboração da proposta orçamentária anual, sempre em perfeita harmonia com o Plano Plurianual.

- Elaboração

Para a elaboração da LDO a Administração deverá avaliar quais os programas que serão priorizados e estabelecer as metas fiscais relativas às receitas, despesas e resultados a serem atingidos na execução orçamentária e cumprir as demais exigências previstas na Constituição Federal e na LRF, formulando as diretrizes para a elaboração da Lei Orçamentária Anual.

7 Passivo Contingente são reservas para pagamento de despesas de exercícios anteriores. Exemplo: processos judiciais cujos pagamentos possam necessitar de recursos financeiros do orçamento fiscal.

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- Pontos de Destaque da LDO

As informações apresentadas na LDO devem estar em perfeita sintonia com o PPA, ou seja, nenhum programa poderá ser discutido sem que esteja incluído nos programas constantes do PPA.

Os valores que serão definidos para cada programa, nesta fase orçamentária, corresponde ao custo de execução do projeto para o exercício financeiro que se refere a LDO.

Podemos destacar a necessidade da apresentação na LDO de alguns Anexos constantes no PPA:

• Estrutura de Órgãos e Unidades Orçamentárias;

• Descrição dos Programas Governamentais.

O Tribunal de Contas do Estado, visando uma uniformidade nos dados apresentados, determina a elaboração dos seguintes Anexos a LDO:

• Anexo V - Descrição dos Programas Governamentais, Metas e Custos para o Exercício;

• Anexo VI – Unidades Executoras e Ações Voltadas ao Desenvolvimento do Programa Governamental;

• Anexos STN – Demonstrativos de Metas Fiscais:

o Anexos de Metas Fiscais

� Demonstrativo I – Metas Anuais;

� Demonstrativo II – Avaliação do Cumprimento das Metas Fiscais do Exercício Anterior;

� Demonstrativo III – Metas Fiscais Atuais Comparadas com as Fixadas nos Três Exercícios Anteriores;

� Demonstrativo IV – Evolução do Patrimônio Líquido;

� Demonstrativo V – Origem e Aplicação dos Recursos Obtidos com Alienação de Ativos;

� Demonstrativo VI – Receitas e Despesas Previdenciárias do RPPS;

� Demonstrativo VII – Estimativa e Compensação da Renúncia de Receita;

� Demonstrativo VIII – Margem de Expansão das Despesas Obrigatória das Despesas de Caráter Continuado

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o Anexo de Riscos Fiscais

� Demonstrativo I – Demonstrativos de Riscos Fiscais e Providências;

Apresentação das Prioridades do Governo

Após a elaboração do plano de governo (PPA), o gestor municipal deve definir quais dos programas/projetos que serão considerados prioritários para aquele exercício. Assim deverá contemplá-los nos Anexo V e VI da LDO, tendo como base o Anexo II – descrição dos Programas Governamentais/Metas/Custos, e o Anexo III – Unidades Executoras e Ações Voltadas ao Desenvolvimento do Programa Governamental, definidos no PPA.

O Anexo V – Descrição dos Programas Governamentais / Metas / Custos para o Exercício:

Tem a finalidade de demonstrar os programas governamentais a serem executados, quer sejam de caráter continuado ou não, a unidade responsável pelo seu encaminhamento, a especificação do seu objetivo, a justificativa para a sua implementação, as metas a serem atingidas e a estimativa do seu custo total em valores correntes, cuja apuração deverá corresponder à somatória dos custos das ações envolvidas demonstrada no Anexo VI.

O Anexo VI – Unidades Executoras e Ações Voltadas ao Desenvolvimento do Programa Governamental:

Demonstrará em cada unidade executora os programas em que ela atuará, especificando, em cada programa, quais ações (projetos/atividades/operações especiais) serão desenvolvidas, visando o cumprimento das metas pré-estabelecidas.

Assim temos:

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** 4 dígitos - iniciando pelo Programa “0001” (PPA) – duração continuada, OU

** 4 dígitos - para duração limitada no exercício, não contemplados pelo PPA, iniciar com o dígito “9” ( 9.001).

Início X Alteração Inclusão ExclusãoMunicípio: XING LINGPrograma:** Código do Programa: 2.001Unidade Responsável pelo Programa:Código da Unidade Responsável no.: 01.01.00Objetivo:* Finalidade do Programa;

* Qual o problema a ser minimizado

ou solucionado.

Justificativa:* Motivação para implementação

do Programa.

IndicadoresFuncionários e Servidores

PREVISÃO DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES POR EXERCÍCIO2009

43

Funcionários e Servidores Unidade 43 43Indice Futuro

PREFEITURA MUNICIPAL DE XING LINGESTADO DE SÃO PAULO

ANEXO II - PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO - PPADESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS/METAS/CUSTOS

43

* Motivação e a Lei que a aprovou

JUSTIFICATIVAS DAS MODIFICAÇÕES

43R$ 11.000.000,00Custo Estimado do Programa

43

Dotar o órgão de recursos humanos necessários para permitir o desenvolvimento de suas atividades de caráter continuado.

2006 2007 2008

METAS/INDICADORES NO EXERCÍCIOIndicadores Unidade de Medida Indice Recente

Manutenção das Atividades do Legislativo

Câmara Municipal

Manutenção dos serviços existentes das despesas com pagamento de pessoal e seus reflexos, com ampliação se necessário, dentro das normas legais vigentes e das disponibilidades orçamentárias.

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Prof. Marcelo C. de Azevedo - [email protected]

Contabilidade e Orçamento Público 32

** Portaria 42/99.

Início X Alteração Inclusão ExclusãoXING LING

01.01.00Legislativa.01

.031

.0001

2.001

Custo Total Estimado para o Programa:

Câmara Municipal

Ação Legislativa

Administração de Pessoal

** Código da Função:

43 Unidade

** Função:

** Subfunção:

Quantidade Total

ESTADO DE SÃO PAULO

ANEXO III - PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO - PPAUNIDADES EXECUTORAS E AÇÕES VOLTADAS AO DESENVOLVIMENTO

R$ 3.110.000,00R$ 2.340.000,00Custo por Fonte/Categoria Econômica 2007 2008 20092006Despesas Corrrentes R$ 2.600.000,00 R$ 2.950.000,00Despesas de Capital R$R$R$R$

Município:Unidade Executora:Código da Unidade:

Unidade de Medida

** Código da Subfunção:Programa:

Manutenção das Atividades do Legislativo

43 43

Código do Programa no.:

Projeto:Código do Projeto no.:

2006 2007PREVISÃO DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DO EXERCÍCIO

TIPOS AÇÕES GOVERNAMENTAIS

METAS POR EXERCÍCIO

R$ 11.000.000,00CUSTO POR EXERCÍCIO

DO PROGRAMA GOVERNAMENTAL

META PPA

2008 2009 META PPA43 43 43

R$ 11.000.000,002006 2007 2008

R$ 2.340.000,00 R$ 2.600.000,00 R$ 2.950.000,00 R$ 3.110.000,002009

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Contabilidade e Orçamento Público 33

Início X Alteração Inclusão ExclusãoMunicípio: XING LINGExercício: 2008Programa:Código do Programa: 2.001Unidade Responsável pelo Programa:Código da Unidade Responsável no.: 01.01.00Objetivo:* Finalidade do Programa;

* Qual o problema a ser minimizado

ou solucionado.

Justificativa:* Motivação para implementação

do Programa.

PREFEITURA MUNICIPAL DE XING LINGESTADO DE SÃO PAULO

ANEXO V - PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO - LDODESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS/METAS/CUSTOS PARA O EXERCÍCIO

METAS/INDICADORES NO EXERCÍCIOIndicadores Unidade de Medida Indice Recente Indice Futuro

Funcionários e Servidores Unidade 43 43

R$

Custo Estimado do Programa43

PREVISÃO DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DO EXERCÍCIO2006

* Motivação e Lei que a aprovou

JUSTIFICATIVAS DAS MODIFICAÇÕES

IndicadoresFuncionários e Servidores

Categoria Econômica ValorDespesas CorrentesDespesas de Capital

R$ 2.600.000,00

Dotar o órgão de recursos humanos necessários para permitir o desenvolvimento de suas atividades de caráter continuado.

Manutenção das Atividades do Legislativo

Câmara Municipal

Manutenção dos serviços existentes das despesas com pagamento de pessoal e seus reflexos, com ampliação se necessário, dentro das normas legais vigentes e das disponibilidades orçamentárias.

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Contabilidade e Orçamento Público 34

Início X Alteração Inclusão ExclusãoXING LING

Exercício 2.008

01.01.00Legislativa.01

.031

.0001

2.001

* Motivação e a Lei que a aprovou

Custo Financeiro para o Exercício R$ 2.600.000,00

Câmara Municipal

Ação Legislativa

Administração de PessoalCódigo do Programa no.:

Função:Código da Função:Subfunção:Código da Subfunção:Programa:

PREFEITURA MUNICIPAL DE XING LINGESTADO DE SÃO PAULO

ANEXO VI - PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO - LDOUNIDADE EXECUTORA E AÇÕES VOLTADAS AO DESENVOLVIMENTO GOVERNAMENTAL

Município:

Unidade Executora:Código da Unidade:

Projeto:TIPOS AÇÕES GOVERNAMENTAIS

Manutenção das Ativ idades do Legislativo

JUSTIFICATIVAS DAS MODIFICAÇÕES

Meta Física para o Exercício Unidade de Medida

Código do Projeto no.:METAS POR EXERCÍCIO

43 Unidade

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LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA

Dentro do processo de planejamento orçamentário, que compreende o Plano Plurianual – PPA e a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a Lei Orçamentária Anual – LOA é tida como a mais importante ferramenta para o administrador público e para a sociedade, pois é através dela que quantificamos, monetariamente, cada projeto pré-definido pela Lei de Diretrizes Orçamentárias, visto que nesta última não se determina o custo global de cada projeto previsto para o ano subseqüente.

É neste orçamento que consta a intenção do governo no que se refere à arrecadação dos recursos necessários para cumprir com as metas de aplicações, como por exemplo, continuidade ou início de novas obras; aquisição de equipamentos; pagamento de pessoal; pagamento de dívidas. Ao mesmo tempo, são demonstrados os gastos com as funções governamentais como: educação, saúde, habitação e administração.

Juntamente com esta lei, deve-se elaborar um relatório de desembolso de caixa, para se ter um controle mais eficaz da despesa, sempre comparando-as com as receitas, procurando assim, um perfeito equilíbrio orçamentário, que é a prerrogativa desta lei.

A base legal para a elaboração da LOA está na Constituição Federal, na Lei Federal 4320, de 17/03/1964, na Lei Complementar n.º 101, de 04/05/2000 (Lei de responsabilidade Fiscal) e nas Portarias do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, e do Ministério da Fazenda – Secretaria do Tesouro Nacional.

Na Lei Orçamentária Anual constará8:

• Orçamento Fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta, inclusive fundações Instituídas e mantidas pelo Poder Público;

• o Orçamento de Investimento das empresas em que o governo, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; e

• Orçamento da Seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração Direta ou Indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo do efeito sobre as receitas e as despesas, decorrentes de isenções, anistias, remissões e subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia9.

A Constituição Federal estabelece também que a Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e a fixação das despesas, não se incluindo na proibição a autorização de créditos suplementares e contratações de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei10. Isso significa que a LOA não pode autorizar a concessão de aumento ou vantagem aos servidores municipais ou o estabelecimento de aumento de alíquota, como por exemplo, de Imposto sobre Serviços (ISS). Essas duas hipóteses devem ser objeto de lei específica que não a Lei Orçamentária.

8 Artigo 165, § 5º da C. F. 9 Artigo 165, § 6º da C. F. 10 Artigo 165, § 8º da C. F.

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Contabilidade e Orçamento Público 36

Além dos quadros e anexos previstos na Constituição Federal e na Lei 4320/64, não se pode esquecer das exigências contidas na Lei Complementar n.º 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal, que acrescenta em seu artigo 5º, que o Projeto de Lei Anual:

• deve ser elaborado de forma compatível com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias;

• conter demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais da LDO;

• será acompanhado de: demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de renúncia de receita; documento contendo as medidas de compensação a renuncia de receita e documento contendo medidas de compensação ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;

• conterá reserva de contingência para atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos;

• refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei orçamentária e nas de crédito adicional;

• vedação de consignar na LOA crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada;

• a determinação de que não consignará dotação para investimento com duração superior ao exercício financeiro que não esteja previsto no PPA ou em lei que autorize a sua inclusão.

Prazo para encaminhamento e aprovação

O orçamento de um exercício é elaborado no ano anterior a sua execução, observando-se as diretrizes fixadas na LDO, portanto em sintonia, também, com o PPA. A lei orçamentária anual orça as receitas e despesas do Município.

Prazo para encaminhamento do projeto de lei orçamentária ao Poder Legislativo, se omisso pela lei orgânica municipal, valerão os prazos fixados pela Constituição do Estado de São Paulo (art. 39 – Das Disposições Transitórias): até 3 meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa – 30/09 e 31/12.

� Interface entre os instrumentos de planejamento

� Plano Plurianual (PPA) – 4 anos

o Diretrizes

o Programas / Objetivos

o Ações / metas

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� Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) - anual

o Programas – prioridades / metas

o Orienta a elaboração da proposta orçamentária

o Propostas de alterações na legislações tributária

o Política de aplicação das agencias do fomento

o Da administração da Dívida Ativa

o Limites

� Lei Orçamentária Anual (LOA) – anual

o Programas / ações / metas / valor

o Ações-fim / produtos

o Ações-meio

o Despesas totais inclusive dívida, sentenças, transferências constitucionais

o Margem orçamentária

� Execução Orçamentária e Financeira – mensal

o Medidas para manter o equilíbrio entre receita e despesa

o Quotas financeiras

o Limites financeiros

o Contingenciamento

o Avaliação dos programas

o Alterações orçamentárias

Dentro das Demonstrações elaboradas nesta fase do processo orçamentário, destaca-se o Anexo - 2 descrito na Lei 4.320/64, que evidencia o Quadro Demonstrativo da Natureza da Despesa segundo as Categorias Econômicas por Unidade Orçamentária, conforme exemplo abaixo:

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Contabilidade e Orçamento Público 38

Anexo 2 (4.320/64) – Quadro Demonstrativo da Natureza da Despesa segundo as Categorias

Econômicas por Unidade Orçamentária - Exercício 2010 (Exemplo)

Órgão:

Unidade Orçamentária:

Unidade Executora:

01.00.00

01.01.00

PODER LEGISLATIVO

CÂMARA MUNICIPAL

Código Especificação Elemento Modalidade

de Aplicação

Categoria

Econômica

3.0.00.00.00

3.1.00.00.00

3.1.90.00.00

3.1.90.11.00

3.1.90.13.00

3.1.90.16.00

3.3.00.00.00

3.3.90.00.00

3.3.90.30.00

3.3.90.35.00

3.3.90.39.00

4.0.00.00.00

4.4.00.00.00

4.4.90.00.00

4.4.90.51.00

4.4.90.52.00

DESPESAS CORRENTES

Pessoal e Encargos Sociais

Aplicações Diretas

Venc. e Vantagens Fixas – Pessoal Civil

Obrigações Patronais

Venc. e Vantagens Variáveis – Pessoal Civil

Outras Despesas Correntes

Aplicações Diretas

Material de Consumo

Serviços de Consultoria

Outros Serv. de Terceiros – Pessoa Jurídica

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Aplicações Diretas

Obras e Instalações

Equipamentos e Material Permanente

Total da Unidade:

Total do Órgão:

1.400.000,00

400.000,00

335.900,00

350.000,00

18.500,00

400.000,00

69.000,00

100.000,00

2.135.900,00

768.500,00

169.000,00

2.904.400,00

2.135.900,00

768.500,00

169.000,00

169.000,00

3.073.400,00

3.073.400,00

TIPOS DE ORÇAMENTOS PÚBLICOS

O orçamento em seu desenvolvimento histórico e evolutivo pode ser dividido em dois estágios, o primeiro é o chamado “Orçamento Tradicional de Receitas e Despesas”, e o segundo, “Orçamento-Programa”.

o Orçamento Tradicional

O Orçamento Tradicional era a fase organizacional em que a administração analisava em primeiro lugar os recursos disponíveis, para em seguida definir a distribuição desses recursos na rede de serviços públicos existentes. O orçamento, como ainda é feito hoje em dia, era elaborado pelos órgãos de contabilidade sem a participação efetiva da cúpula da administração.

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Contabilidade e Orçamento Público 39

Teoricamente a exposição acima é bastante válida, já na prática, a maneira que os orçamentistas da época encontravam para a elaboração do orçamento era, em primeiro lugar, levantar as necessidades básicas da população, claro que pelo método da observação da evolução da despesa ao passar dos anos, e em segundo lugar filtrar as necessidades políticas do governante, suas promessas de campanha, ou seja, os orçamentistas da época, eram verdadeiros malabaristas, tinham que prever uma arrecadação fictícia, sempre acima da realidade, para alcançar o mesmo patamar das necessidades políticas e administrativas dos governantes, o que não se demonstra ser tão diferente dos tempos atuais.

o Orçamento-Programa

O Orçamento-Programa tomou força nos tempos atuais, com o advento da Lei Complementar 101/00 (LRF), pois a filosofia deste tipo de orçamento coincide com as necessidades reais de planejamento do governo, priorizando as metas, os objetivos e as intenções do Governo, prerrogativas já existentes na Lei 4320/64, porém ainda não haviam sanções a quem não as cumprisse.

É um plano de trabalho do governo, no qual se especificam as proposições concretas que se pretende realizar durante o ano financeiro.

Orçamento-programa é aquele que apresenta os propósitos, objetivos e metas para as quais a administração solicita os fundos necessários, identifica os custos dos programas propostos para alcançar tais objetivos e os dados quantitativos que medem as realizações e o trabalho realizado dentro do programa.

É uma sistemática para ordenar a aplicação dos recursos financeiros, visando objetivos definidos, dentro de uma programação e um planejamento coordenados.

Também é considerado como um instrumento que cumpre o propósito de combinar os recursos disponíveis no futuro imediato para consecução dos objetivos de longo e médio prazo.

Segundo João Angélico (1995, p. 23), o Orçamento-Programa:

Consolida um grupo de programas que o governo se propõe a realizar durante um período. Os planos são expressos em unidades mensuráveis e seus custos definidos. É um programa de trabalho e constitui, portanto, um instrumento de planejamento.

Enquanto o orçamento tradicional mostrava o que se pretendia gastar ou comprar, o orçamento-programa realça o que se pretende realizar. É um programa de trabalho definindo objetivos a serem alcançados, seus custos e as fontes dos recursos. O orçamento comum restringe os gastos e as compras ao montante da receita estimada, enquanto o orçamento-programa não limita as metas governamentais aos recursos orçamentários previstos.

Orçamento por Programas é uma modalidade de orçamento em que, do ponto de vista de sua apresentação, os recursos financeiros para cada unidade orçamentária vinculam-se direta ou indiretamente aos objetivos a serem alcançados.

O processo de planejamento-orçamento desenvolve-se através dos seguintes passos:

o Determinação da situação;

o Diagnóstico da situação;

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Contabilidade e Orçamento Público 40

o Estabelecimento de prioridades;

o Apresentação de soluções / alternativas;

o Definição dos objetivos

o Determinação das atividades para concretização dos objetivos;

o Determinação dos recursos humanos e financeiros.

ο Características do orçamento-programa

♦ Plano de trabalho.

♦ Aplicação dos recursos com objetivos definidos.

♦ Mostra os objetivos e metas para os quais se solicitam as dotações necessárias.

♦ Identifica o custo dos programas propostos.

♦ Os dados quantitativos medem realizações e o esforço realizado em cada programa.

♦ Evolução da conceituação tradicional de orçamento.

♦ Instrumento de programação econômica.

O orçamento-programa, técnica e corretamente elaborado, constitui-se em eficaz instrumento de:

a) Planejamento e programação:

•••• Indica, mostra, retrata o plano de ação do governo.

•••• Define objetivos, prioridades e meios.

•••• Reflete decisões políticas.

b) Instrumento de gerência administrativa

•••• Facilita a coordenação pelo Executivo.

•••• Evidencia distorções.

•••• Possibilita correções tempestivas.

•••• Evidencia duplicações, superposições, irracionalidades.

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Contabilidade e Orçamento Público 41

c) Controle e avaliação

•••• É o documento-base da contabilidade.

•••• Especifica a origem dos recursos e a destinação dos gastos.

•••• Permite medir o rendimento do sistema administrativo pela comparação: previsões x resultados.

•••• Permite o acompanhamento da gestão e a tomada de medidas corretivas.

•••• Permite medir a eficiência dos métodos e a eficiência dos objetivos.

A estrutura de planejamento de programas e ações constitui o que se denomina de “modelo de gestão por programas”, focado em resultados – resgata o orçamento-programa.

CICLO ORÇAMENTÁRIO

O orçamento, embora seja anual, não pode ser concebido ou executado isoladamente do período imediatamente anterior e do posterior, pois sofre influências condicionais daquele que o precede, assim como constitui uma base informativa para os futuros exercícios.

Daí a necessidade de compreensão do Ciclo Orçamentário, que é a seqüência das etapas do desenvolvidas pelo processo orçamentário, como segue:

o Elaboração;

o Estudo e aprovação;

o Execução; e

o Avaliação.

• Elaboração

A elaboração do orçamento, de conformidade com o disposto da LDO, compreende a fixação de objetivos concretos (plano de governo) para o período considerado, bem como o cálculo dos recursos humanos, materiais e financeiros, necessários para a sua materialização.

Caberá aos órgãos de contabilidade ou arrecadação organizar demonstrações mensais da receita arrecadada, segundo as rubricas, para servirem de base à estimativa da receita, na proposta orçamentária.

A estimativa da receita terá por base as demonstrações mencionadas, da arrecadação dos três últimos exercícios pelo menos, bem como as circunstâncias de ordem conjuntural e outra que possam afetar a produtividade de cada fonte de receita.

De acordo com o art. 22 da Lei 4320/64, a Proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo, nos prazos estabelecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios, compor-se-á de:

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Contabilidade e Orçamento Público 42

I – mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da situação econômico-financeira, documentada com demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de crédito especiais, restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis; exposição e justificação da política econômico-financeira do Governo; justificação da receita e despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital;

II – Projeto de Lei de Orçamento;

III – tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receita e despesa, constarão, em colunas distintas e para fins de comparação:

a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele elaborou-se a proposta;

b) A receita prevista para o exercício em que se refere a proposta;

c) A despesa realizada no exercício imediatamente anterior;

d) A despesa fixada para o exercício em que se elabora a proposta;

IV – especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais, em termos de metas visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e administrativa.

Constará da proposta orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição sucinta de suas principais finalidades, com indicação da respectiva legislação.

• Estudo e Aprovação

Esta fase é de competência do Poder Legislativo, e o seu significado está configurado na necessidade de que o povo, através de seus representantes, intervenha na decisão de suas próprias aspirações, bem como na maneira de alcançá-las.

Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei Orçamentária vigente.

As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem, somente podem ser aprovados caso:

I – sejam compatíveis ao PPA e com a LDO;

II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas o proveniente de anulação de despesas, excluídas as que incidam sobre:

• Dotação para pessoal e encargos;

• Serviços da dívida;

• Transferências tributárias constitucionais ou

III – sejam relacionadas;

• Com a correção de erros ou omissões; ou

• Com os dispositivos do texto do projeto de lei. (art. 166, § 3o da C.F.).

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• Execução

A execução do orçamento constitui a concretização anual dos objetivos e metas determinados para o setor público, no processo de planejamento integrado, e implica a mobilização de recursos humanos, materiais e financeiros.

• Avaliação

A avaliação refere-se à organização, aos critérios e trabalhos destinados a julgar o nível dos objetivos fixados no orçamento e as modificações nele incorridas durante a execução; à eficiência com que se realizam as ações empregadas para tais fins e o grau de racionalidade na utilização dos recursos correspondentes.

• Alteração

As alterações da LOA poderão ser efetuadas, tanto na fase de discussão quanto na de execução, caso sejam detectadas distorções ou necessidade de eventuais ajustes, como por exemplo, nas prioridades ou nas metas fiscais definidas, ou ainda no texto da LOA; entretanto deverá ser observado que eventualmente poderá ocorrer a necessidade de se efetuar modificações no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias, como exclusões ou inclusões, aumentos ou diminuições de programas ou das ações (projetos,atividades e operações especiais), inclusive nas metas estabelecidas.

Estas alterações deverão percorrer os mesmos caminhos da sua elaboração inicial, ou seja, deverá haver transparência e discussão com a sociedade através de audiências públicas encaminhando-as à Câmara Municipal para ampla discussão e aprovação, que será devidamente formalizada através de lei específica, conforme dispões o § 1o. do art. 167 da Constituição Federal;portanto tais operações não poderão ser efetuadas através de mero decreto, mesmo que haja somente troca, de mesmo valor, entre programas.

Após a aprovação pela Câmara Municipal, deverão ser encaminhadas ao Tribunal de Contas do Estado, as leis em questão, bem como as informações das modificações ocorridas.

• A Importância da Contabilidade no Ciclo Orçamentário

A Contabilidade é um instrumento que proporciona a administração as informações e controles necessários à melhor condução dos negócios públicos.

Isto quer dizer que a Contabilidade Pública deve abastecer de informações todo o processo de planejamento e orçamentação e, em especial, as etapas que compõe o Ciclo Orçamentário.

RECEITAS PÚBLICAS

Para fazer face a suas necessidades, o Estado dispõe de recursos ou rendas que lhe são entregues pela contribuição da coletividade.

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Contabilidade e Orçamento Público 44

O conjunto desses recursos constitui a denominada receita pública e com ela o Estado vai enfrentar todos os encargos com a manutenção de sua organização, com o custeio de seus serviços, com a segurança de sua soberania, com as iniciativas do fomento e desenvolvimento econômico e social e com seu próprio patrimônio.

As administrações públicas não têm dispensado às suas receitas o mesmo cuidado que têm dispensado às despesas, tanto no controle de sua arrecadação, como na sua estimativa para efeito de elaboração orçamentária. Assim ainda existem entidades públicas que ao elaborarem seus orçamentos, primeiramente fazem um levantamento de suas despesas, e posteriormente se utilizam de artifícios, tais como Operações de Créditos, sem base legal, apenas para manter um equilíbrio orçamentário fictício. Tais situações têm provocado, no final do exercício, déficit orçamentário e, conseqüentemente, uma série de compromissos sem a devida cobertura financeira.

• Classificação da Receita

Receita resultante da execução orçamentária – são receitas arrecadadas e propriedade do ente, que resultam de aumento do patrimônio líquido. Exemplo: receita de tributos.

Receita independente da execução orçamentária – são fatos que resultam em aumento do patrimônio liquido, que ocorre independente da execução orçamentária. Exemplo;. Inscrição em dívida ativa; incorporação de bens (doação), etc.

• Classificação Orçamentária

De acordo com a Lei 4.320/64, no artigo 11, classifica a receita orçamentária em duas categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital. A Portaria Interministerial STN/SOF nº 338, de 26 de abril de 2006, estabelece, ainda, a necessidade de identificação das receitas correntes intra-orçamentárias e receitas de capital intra-orçamentárias.

As receitas intra-orçamentárias são ingressos provenientes do pagamento das despesas realizadas na modalidade de aplicação “91 – Aplicação Direta Decorrente de Operações entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscais e da Seguridade Social”. Dessa forma, na consolidação das contas públicas, essas despesas e receitas são identificadas, evitando-se as duplas contagens decorrentes de sua inclusão no orçamento.

São Receitas Correntes as Receitas: Tributárias, Patrimonial, Industrial e Diversas e ainda as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes (art. 11o, §1o da Lei 4.320/64).

São Receitas de Capital as provenientes: da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas, da conversão em espécie de bens e direitos, os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do orçamento corrente (art. 11o, § 22o da Lei 4.320/64).

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Contabilidade e Orçamento Público 45

• Classificação da Receita por fontes obedecerá ao seguinte esquema:

♦ Receitas Correntes

ο Receita Tributária:

- Impostos;

- Taxas e

- Contribuições de melhoria

ο Receita de Contribuições:

- Decorrente de contribuições para a previdência social

ο Receita Patrimonial:

- Decorrente da fruição de bens mobiliários ou imobiliários, ou advinda de participações societárias.

ο Receita Patrimonial:

- Decorrente da exploração da agricultura, pecuária, silvicultura ou reflorestamento e extração de produtos vegetais.

ο Receita Industrial:

- Recursos provenientes de atividade industrial.

ο Receita de Serviços:

- Receitas advindas da prestação de serviços como comércio, transporte, armazenagem, culturais, recreativos, etc.

ο Transferências Correntes:

- Recursos recebidos de outra pessoa de direito público ou privado, independente da contraprestação direta de bens ou serviços, podendo ocorrer dentro do âmbito do próprio governo, intragovernamental ou entre diferentes níveis de governo, intergovernamental, assim como ser recebidos de instituições privadas, do exterior e de pessoas.

ο Outras Receitas Correntes:

- Multas e juros de mora, indenizações e restituições, receita da dívida ativa e receitas diversas.

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Contabilidade e Orçamento Público 46

♦ Receita de Capital

ο Operações de Crédito:

- Recursos decorrentes da colocação de títulos públicos ou de empréstimos obtidos junto a entidades estatais ou particulares internos ou externos.

ο Alienação de Bens:

- Proveniente de alienação de bens móveis ou imóveis.

ο Amortização de Empréstimos:

- Provenientes da amortização de empréstimos concedidos.

ο Transferência de Capital:

- Mesmo conceito de transferências correntes com a ressalva que os recursos provenientes dessas transferências devem ser destinados necessariamente para as despesas de capital.

ο Outras Despesas de Capital:

- Serão classificadas aquelas despesas de capital que não entendem às especificações anteriores.

Lei 4.320/64 – (Resumo)

• Receita Extra-orçamentária

Receita extra-orçamentária é aquela que não integra o orçamento público, sua arrecadação não depende de autorização legislativa. Sua realização não se vincula à execução do orçamento, nem constitui renda do Estado, que apenas depositário desses valores, seu ingresso gera aumento de igual valor no ativo financeiro e no passivo financeiro, mantendo inalterado o saldo do patrimônio financeiro.

CORRENTE

• Tributária • Contribuições • Patrimonial • Agropecuária • Industrial • Serviços • Transferências Correntes • Outras Receitas Correntes

CAPITAL

• Operações de Crédito

• Alienação de Bens

• Amortização da Dívida

• Transferência de Capital

• Outras Receitas de Capital

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Contabilidade e Orçamento Público 47

São entradas que provocam alterações do patrimônio financeiro, no entanto, sem modificação do seu saldo.

Em casos especiais, uma receita extra-orçamentária pode converter-se em receita orçamentária. É o caso, por exemplo, de alguém perder, a favor do Poder Público, o valor de uma caução por inadimplência contratual. O mesmo pode ocorrer com depósito para garantia de instância na hipótese de o contribuinte decair na ação. Os salários não reclamados e outras obrigações liquidadas e certas, inscritas em restos a pagar, são reclassificados como receitas orçamentárias em decorrência da prescrição administrativa.

Modelo de Classificação das Receitas

1000.00.00 – Receitas Correntes

1100.00.00 – Receita Tributária

1110.00.00 – Impostos

1112.00.00 – Impostos s/ Patrimônio e Renda

1112.02.00 – IPTU

1112.02.01 – Imposto Predial

1112.02.02 – Imposto Territorial

1120.00.00 – Taxas

1121.00.00 – Taxa p/ exerc. de poder de polícia

1121.01.00 – Taxa de localização

1121.01.01 – Taxa de licença p/ comércio

1121.01.02 – Taxa de licença p/ indústria

Categoria Econômica

Fonte

Fonte (discriminação)

Rubrica

Item

Sub-item

Sub-item

Fonte (discriminação)

Rubrica

Item

Sub-item

• Equilíbrio entre Receita e Despesa

O Equilíbrio entre a Receita e a Despesa é um ponto pacifico entre os profissionais envolvidos na gestão pública, pois, é um dos princípios fundamentais da contabilidade. No setor público é princípio maior da fase de planejamento orçamentário, faz parte com destaque da Lei 4.320/64, na Constituição Federal de 1.988 e principalmente na Lei Complementar n.º 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF), onde a palavra de ordem é o Planejamento.

Planejamento é, pois, condição indispensável na aplicação dos recursos (receita) financeiros provenientes da efetiva arrecadação dos valores estimados no orçamento. Estas receitas deverão ser canalizadas nas despesas que estão previstas no Plano Plurianual (PPA), na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e, devem estar contidas de maneira mais específica na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Para ter o equilíbrio orçamentário, é fundamental que se obtenha recurso necessário para suprir as necessidades orçamentárias previstas, para isso deve-se fazer um estudo do potencial de arrecadação do Município em todos os níveis, a fim de se evitar, ao final da execução orçamentária, o déficit orçamentário, que demonstra a falta de planejamento já na previsão orçamentária.

Conforme Angélico (1994, p. 33-34):

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Contabilidade e Orçamento Público 48

Considera-se equilibrado o orçamento que o total da receita prevista coincide com o total da despesa fixada; deficitário, o orçamento em que a receita orçada é inferior à despesa autorizada; e orçamento superavitário aquele em que a receita estimada supera o total da despesa. Assim, segundo a natureza da diferença entre as somas da receita e da despesa, ou inexistindo diferença, diz-se que há um déficit previsto, um superávit previsto, ou um orçamento equilibrado. Trata-se de uma situação prevista na ocasião em que a lei orçamentária é sancionada.

Entretanto, no final do exercício, o resultado financeiro alcançado, após a execução orçamentária, poderá coincidir ou não com a peça orçamentária original.

Ainda conforme Angélico (1994), os fatores que podem modificar os resultados orçamentários durante a sua execução, podem ser classificados em dois grupos: os fatores negativos e os fatores positivos.

• Fatores negativos:

Os fatores negativos resultam da queda na arrecadação; da ausência de economia orçamentária, gastando mais do que se arrecada, o que era comum antes do advento da LC-101/00 (LRF); e da abertura de créditos adicionais com recursos provenientes de operação de crédito, o qual foi regulamentado pelo artigo 32 ao 40 da LC-101/00 (LRF), tendo sua definição ilucidada pelo artigo 29, III da referida lei.

Artigo 29...

III – operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivados financeiros.

• Fatores positivos:

Por sua vez resultam do excesso de arrecadação e da economia ou ausência de créditos adicionais sustentados por operação de crédito.

Os fatores positivos são uma demonstração de sensibilidade administrativa quanto no emprego de uma política econômica planejada, que visa suplantar as metas fixadas na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, utilizando-se de programas que estimulem o crescimento econômico, ou simplesmente que se antecipem a problemas que possam surgir durante a execução orçamentária.

• Receitas Próprias e Receitas Transferidas

o Receitas Próprias

As receitas próprias do Município são aquelas estabelecidas na Constituição Federal e na forma do Código Tributário Municipal, ou seja:

- Impostos: IPTU, ISS, Transmissão Intervivos, Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos;

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- Taxas:Taxas pelo Exercício de Polícia, pela Prestação de Serviços;

- Contribuição de Melhoria

- Outras Receitas Próprias: Receitas Patrimonial, Industrial, Diversas e de Capital.

o Receitas Transferidas

São receitas transferidas dos Municípios aqueles provenientes de disposições constitucionais e legais, podendo advir da participação em tributos, de auxílios ou de contribuições de outras entidades públicas ou privadas.

RECEITAS TRANSFERIDAS

De entidades de direito público

o Da União:

- Fundo de Participação dos Municípios

- Imposto Territorial Rural

- Auxílios e Contribuições

o Do Estado:

- Participação no Impostos de Circulação de Mercadorias e Serviços

- IPVA

- Auxílios e Contribuições

o De outras entidades de direito público:

- Auxílios

- Contribuições

o De entidades de direito privado:

- Auxílios, Contribuições

ο Vinculações Constitucionais

- Incentivo ao Desenvolvimento Científico (art. 271 CE; § 5o.do art. 218 da CF): Transferência de 1% da receita tributária à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

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Contabilidade e Orçamento Público 50

- Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (art. 255 da CE, art. 212 da CF): Aplicação de, no mínimo, 30% da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências.

- Repasse de Receita aos Municípios (art. 159, da CF, e art. 167, da CE)

o 25% do ICMS;

o 50% do IPVA;

o 25% do IPI (exportação) repassado ao Estado pela União.

• Estágios da Receita

A receita pública flui para os cofres públicos dentro de uma sistemática evolutiva, tendo em vista a seqüência operacional de que resulta seu recebimento.

Os estágios são os seguintes:

o Previsão;

o Lançamento;

o Arrecadação;

o Recolhimento.

a) Previsão

A previsão indica a expectativa da receita por parte da Fazenda Pública e configura o que se pretende arrecadar no exercício financeiro com o objetivo de custear os serviços públicos programados para o mesmo período.

b) Lançamento

É o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal, a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.

c) Arrecadação

O terceiro estágio da receita é o ato pelo qual o Estado recebe os tributos, multas e demais créditos a ele devidos. Tais recebimentos são promovidos pelos agentes de arrecadação, que recebem os recursos dos contribuintes e os entregam ao Tesouro Público.

d) Recolhimento

O recolhimento é constituídos da entrega do numerário arrecadado pelos agentes públicos ou privados às repartições ou ao Banco Oficial. É o momento a partir do qual o valor está disponível para o Tesouro do Estado. (Regime de Caixa).

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Contabilidade e Orçamento Público 51

FORMAÇÃO DO CÓDIGO DA RECEITA

PORTARIA MF/STN 163/01

Código: 1113.02.00 - Imposto Sobre Circulação De Mercadorias

CATEGORIA ECONÔMICA

1- Receitas Correntes

“2 - Receitas de Capital”

GRUPO DE FONTE

Receita Tributária

FONTE: Impostos

RUBRICA: Imposto sobre a Produção e Circulação

ALÍNEA: ICMS

ALÍNEA: Definido pelos Municípios

1 00 3 02 1 1

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Contabilidade e Orçamento Público 52

♦ Dívida Ativa

Importâncias relativas a tributos, multas e créditos da Fazenda Pública, lançados mas não cobrados ou não recebidos no prazo de vencimento, a partir da data de sua inscrição.

Dívida ativa tributária é crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, dívida ativa não tributária são os demais empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multas, exceto tributárias, aluguéis ou taxas de ocupações, indenizações, restituições, entre outros.

RENÚNCIA DE RECEITA

A renúncia de receita, ou seja, a anistia, a remissão, o crédito presumido, a isenção em caráter geral, a alteração de alíquota de algum tributo ou modificação da base de cálculo, que tenha como impacto a diminuição da receita pública, deverá estar acompanhada de estimativa de impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois exercícios seguintes. Essas normas não se aplicam nos casos de cancelamento de débitos de valor inferior ao respectivo custo de cobrança.

Além disso, para estar de acordo com a LRF, cada governante deverá demonstrar que a renúncia de receita foi considerada na Lei Orçamentária Anual (LOA) e que não afetará as metas previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Alternativamente o governo deverá demonstrar que esta renúncia de receita será compensada por aumento de receita proveniente de alíquotas, ampliação da base de cálculo, aumento ou criação de tributo ou contribuição. Nesse caso, o ato que implique em renúncia só entrará em vigor quando estiver assegurada a compensação pelo aumento de receita.

Exemplo: isenção de IPTU para um bairro pobre terá, em contrapartida, a elevação do valor venal dos imóveis de um bairro rico.

A LDO e a LOA deverão conter um demonstrativo da estimativa e das medidas de compensação da renúncia de receita.

Essa maior dificuldade para distribuir isenções inibirá a guerra fiscal entre os municípios.

DESPESA PÚBLICA

“Uso efetivo que o Estado faz de seus bens e recursos para ocorrer às necessidades morais e materiais da vida política.”

“O gasto da riqueza pública autorizada pelo poder público autorizada pelo poder competente, com a finalidade de ocorrer a uma necessidade pública.”

“Conjunto dos dispêndios do Estado ou de outra pessoa de direito público, para o funcionamento dos serviços públicos.”

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Contabilidade e Orçamento Público 53

“Saídas financeiras que modificam o saldo do patrimônio financeiro, vale dizer, que o reduzem, são despesas orçamentárias.”

“Constituem despesas os compromissos assumidos pela Administração necessários ao atendimento de encargos, para desenvolver as necessidades da coletividade.”

• Classificação da despesa orçamentária

As classificações orçamentárias permitem a visualização da despesa orçamentária sob diferentes enfoques ou abordagens, conforme o ângulo que se pretende analisar. Cada uma delas possui uma finalidade específica, um objetivo original, que justificam sua criação, e podem ser associadas a uma questão ou uma faceta do orçamento.

Uma história ...

Maria, filha de João, neta de José, pretende utilizar uma parte de seu salário e uma parte do salário de seu marido, para construir, num prazo máximo de 2 anos, uma casa para cada um de seus filhas, que moram atualmente em regiões com grande risco de enchente. Ela contratou os serviços de alguns empreiteiros e, mensalmente, compra tijolos, areia, cimento, cal.

Interpretando a história sob a ótica do orçamento público:

Classificação Institucional

Classificação Programática

Classificação Econômica

Quem?

Maria, filha de João, neta de José ...

Para quê?

... para construir, num prazo máximo de 2 anos, uma casa para cada um de seus filhos, que moram atualmente em regiões com grande risco de enchente.

Como? O quê?

... ela contratou os serviços de alguns empreiteiros e, mensalmente, compra tijolos, areia, cimento, cal.

Além da classificação da despesa orçamentária, percebemos ainda na história uma outra importante informação – a fonte de recurso (com que dinheiro?): “(...) pretende utilizar uma parte de seu salário e uma parte do salário de seu marido”.

Alerta – A aplicação das classificações orçamentárias responde:

1) Quem na administração municipal é responsável pela prestação de serviço ou produção do bem, ou seja, uma classificação local, onde se definem a Unidades Orçamentárias, responsáveis pelo gasto. A portaria 9/74 estabeleceu que o código de identificação da unidade orçamentária será estabelecido em cada área de governo, estabelecendo a codificação do programa de trabalho (classificação institucional);

2) Em que área de ação governamental a despesa será realizada. Composto de funções e subfunções, não colide, nem acrescenta informação, é meramente um agregador de despesa (classificação funcional);

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Contabilidade e Orçamento Público 54

3) O que será implementado, para quê, serviços e bens a serem obtidos – essa classificação reflete a estrutura de programas e ações definida no PPA e validada na LDO (classificação programática);

4) Quais os insumos utilizados, adquiridos ou contratados na prestação de serviço ou produção do bem no âmbito da ação (classificação econômica da despesa).

A constituição vigente proíbe a realização de despesa sem a competente dotação orçamentária, que representa o montante dos recursos destinados a cada elemento de despesa, constantes de cada Projeto ou Atividade a serem desenvolvidos pelas Unidades Orçamentárias.

♦ Tipos de Classificação

INSTITUCIONAL

- ÓRGÃO

- UNIDADES

FUNCIONAL

- FUNÇÃO

- SUBFUNÇÃO

- FUNÇÃO “ENCARGOS ESPECIAIS”

PROGRAMÁTICA

- PROGRAMA

- PROJETO

- ATIVIDADE

- OPERAÇÕES ESPECIAIS

ECONÔMICA

- CORRENTE E CAPITAL

♦ Classificação Institucional

A classificação institucional acompanha a estrutura administrativa da esfera de governo para o qual o orçamento é elaborado.

Independentemente do nível de governo (federal, estadual ou municipal), a classificação institucional desdobra-se por órgão e unidade orçamentária e, no Estado de São Paulo, esta última é desdobrada em unidades de despesa.

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Contabilidade e Orçamento Público 55

•••• Definições

o Unidade orçamentária: constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas próprias (art. 14, Lei federal no. 4.320/64). Serão consideradas unidades orçamentárias os órgãos subordinados ou vinculados diretamente ao governador ou secretário de Estado (Decreto-lei no. 233/70).

o Unidade de despesa: serão consideradas unidades de despesa as repartições subordinadas, direta ou indiretamente, aos dirigentes responsáveis pelas unidades orçamentárias (Decreto-lei no. 233/70). Observação: toda unidade de despesa é uma unidade gestora executora no sistema de execução orçamentária e financeira.

♦ Esquema da classificação institucional:

♦ Classificação funcional

De acordo com a Portaria no. 42 de 14/4/1999, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

o Programa: instrumento de organização da ação governamental visando a concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecido no plano plurianual. É o módulo integrador entre o plano do orçamento.

o Projeto: é o instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para expansão ou aperfeiçoamento da ação de governo.

ÓRGÃO

Unidade

Orçamentária 1

Unidade

Orçamentária 2

Unidade de Despesa 1

Unidade de Despesa 1

Unidade de Despesa 2

Unidade de Despesa 2

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Contabilidade e Orçamento Público 56

o Atividade: é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo.

o Operações especiais: despesas que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. Normalmente as operações especiais estão associadas à função “encargos especiais”.

♦ Classificação econômica de despesa

A classificação econômica da despesa é definida na Lei federal no. 4320/64, nos artigos 12 a 21.

As despesas são classificadas em dois grandes grupos: despesas correntes e de capital.

o DESPESAS CORRENTES (despesas operacionais ou de manutenção)

o DESPESAS CORRENTES

o Despesas de Custeio

• Pessoal; material de consumo; serviços de terceiros e encargos; diversas despesas de custeio.

o TRANDSFERÊNCIAS CORRENTES

o Intragovernamentais; intergovernamentais; de instituições privadas; do exterior, de pessoas; encargos da dívida interna e externa; diversas transferências correntes.

o DESPESAS DE CAPITAL (criação, constituição ou aquisição de Bens de Capital)

o INVESTIMENTOS

o Obras e instalações; equipamentos e material permanente; outros

o INVERSÕES FINANCEIRAS

o Aquisição de imóveis e de outros bens de capital já em utilização; aquisição de bens para revenda, títulos de crédito, depósitos compulsórios; outros

o TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL

o Intragovernamentais; intergovernamentais; de instituições privadas; do exterior, de pessoas; amortização da dívida interna e externa; diversas transferências correntes.

Classificam-se como Despesa de Custeio, as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.

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Contabilidade e Orçamento Público 57

Classificam co Transferências Correntes as dotações para despesas às quais não corresponda contraprestação direta de bens ou serviços, inclusive para manutenção de outras entidades de direito público ou privado.

Classificam como Investimentos as dotações para planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários aa realização destas últimas, bem como para programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente, constituição de aumento de capital de empresas, que não sejam de caráter comercial ou financeiro

Classificam como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

- aquisição de imóveis e de outros bens de capital já em utilização;

- aquisição de títulos representativos do capital de empresas que visem objetivos comerciais e financeiros, inclusive operações bancárias e de seguros.

São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devem realizar, independente de contraprestação direta de bens e serviços, constituindo essas transferências, auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou lei especial anterior, bem como dotações para amortização da dívida pública.

• DESPEAS EXTRA-ORÇAMENTÁRIA

São pagamentos que não dependem de autorização legislativa; aquelas que não estão vinculados ao orçamento público. Correspondem à restituições ou valores arrecadados sob o título de receita extra-orçamentária.

• Cauções (garantias)

• Depósitos (em que o município é intermediário)

• Pagamento de Restos a Pagar

• Resgate de operações de ARO (Antecipação de Receita Orçamentária)

• Quaisquer valores que constituam receitas extra-orçamentárias

Visando a consolidação das contas públicas em obediência ao disposto no art. 51 da Lei de Responsabilidade Fiscal, a Secretaria do Tesouro Nacional e a Secretaria de Orçamento Federal editaram a Portaria no. 163, de 4/5/2001, unificando a classificação econômica da receita e despesa, a serem observadas nos orçamentos e balanços de todas as esferas de governo, a partir do exercício de 2002.

A classificação econômica das despesas orçamentária dá ênfase nos efeitos dos gastos sobre a economia e responde às seguintes interrogações:

o Que recursos se destinam à manutenção?

o Que recursos se destinam à aplicação da capacidade instalada?

o Que recursos se destinam às transferências?

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Contabilidade e Orçamento Público 58

EXEMPLO DE CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA PÚBLICA

F G T S

01.01 12.366.001.2.001 3.1.90.13.01

Institucional

Órgão/UO

Funcional Programática

Função/Subfunção

Categoria Econômica

Programa/Ação

(Atividade/Projeto)

INSTITUCINAL

GERENCIAL 01 ÓRGÃO SEC. MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO

GERENCIAL 01 UNIDADE ORÇAMENTÁRIA DEVISÃO DE ENSINO

Funcional Programática - Portaria 42

PADRÃO 12 FUNÇÃO EDUCAÇÃO

PADRÃO 366 SUBFUNÇÃO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

GERENCIAL 001 PROGRAMA MUNICIPALIZAÇÃO DO ENSINO

GERENCIA 2001 ATIVIDADE MANUTENÇÃO DE ESCOLA

Categoria Econômica - Portaria 163

PADRÃO c 3 CATEGORIA ECONÔMICA DESPESAS CORRENTES

PADRÃO g 1 GRUPO DE NATUREZA DE DESPESA

PESOAL E ENCARGOS SOCIAIS

PADRÃO mm 90 MODALIDADE DE APLICAÇÃO

APLICAÇÃO DIRETA

PADRÃO ee 13 ELEMENTO DE DESPESA OBRIGAÇÕES PATRONAIS

* AUDESP dd 01 DESDOBRAMENTO FGTS

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Contabilidade e Orçamento Público 59

* Sistema Audesp?

O projeto Auditoria Eletrônica de Órgãos Públicos é uma iniciativa do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo no aperfeiçoamento do controle de gestão governamental que objetiva, através do concurso da tecnologia da informação, aprimorar os procedimentos de coleta de dados e informações dos órgãos fiscalizados, buscando maior agilidade nos trabalhos, aumento da qualidade dos dados e como conseqüência natural, o cumprimento da missão constitucional de fiscalizar e controlar as contas públicas paulistas com o máximo grau de eficiência e eficácia, em benefício da sociedade.

Objetivo do Sistema AUDESP:

Disponibilizar, para os envolvidos com o processo de fiscalização, um banco de dados contendo informações de cada órgão, em especial a sua contabilidade, com conteúdo padronizado e atualizado diretamente pelos próprios órgãos objeto de fiscalização. As informações constantes do banco de dados resultante desse processo serão também disponibilizadas, via Internet, ao público em geral.

Nota:

O conjunto função/subfunção/programa/atividade ou projeto é chamado de categoria de programação ou programa de trabalho.

Função é o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público (Saúde, Transporte, Educação, Habitação, ...).

Subfunção representa uma partição da função, visando agregar determinado subconjunto de despesa do setor público.

� Algumas FUNÇÕES e SUBFUNÇÕES (Portaria no. 42/99)

FUNÇÕES SUBFUNÇÕES

10 - Saúde 301 – Atenção Básica

302 – Assistência Hospitalar Ambulatorial

303 – Suporte Profilático e Terapêutico

304 – Vigilância Sanitária

305 – Vigilância Epidemiológica

306 – Alimentação e Nutrição

11 – Trabalho 331 – Proteção e Benefícios ao Trabalhador

332 – Relação de Trabalho

333 – Empregabilidade

334 – Fomento ao Trabalho

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Contabilidade e Orçamento Público 60

12 – Educação 361 – Ensino Fundamental

362 – Ensino Médio

363 – Ensino Profissional

364 – Ensino Superior

365 – Educação Infantil

366 – Educação de Jovens e Adultos

367 – Educação Especial

Conforme a Categoria Econômica – Portaria 163

1O. digito Indica a categoria econômica da despesa (X.0.00.00.00)

Qual o efeito econômico da realização da despesa.

2o. digito Indica o grupo de despesa (0.X. 00.00.00)

Agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto do gasto:

1. pessoal e encargos sócias;

2. juros e encargos da dívida;

3. outras despesas correntes;

4. investimentos;

5. inversões financeiras;

6. amortização da dívida.

3o.e 4o. Digitos

Indicam a modalidade de aplicação (0.0.00.XX.00.00)

“Como” serão aplicados os recursos?

Tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgão ou entidade no âmbito da mesma esfera de governo ou por outro ente da Federação e suas respectivas entidades, objetivando a eliminação de dupla contagem de recursos transferidos ou descentralizados.

5o. e 6o. dígitos

Indicam o elemento de despesa (0.0.00.XX.00)

Qual o objeto do gasto?

O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, amortização e outros que a administração pública se serve para a consecução de seus fins.

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Contabilidade e Orçamento Público 61

7o. e 8o. dígitos

Indicam o item de despesa (0.0.00.00.XX)

“O que” será adquirido?

Indica especificamente “o que”será “adquirido”.

Exemplo: limpeza; água e esgoto; serviço gráfico; veículos etc.

É o detalhamento do elemento de despesa.

Portanto, a partir de 2002 passa a ser obrigatória a dotação por todos os entes da Federação da classificação da despesa conforme a tabela a seguir:

TIPO DESCRIÇÃO

A – CATEGORIAS ECONÔMICAS

“ c ”

3 – Despesas Correntes

4 – Despesas de Capital

B – GRUPOS DE NATUREZA DE DESPESA

“ g ”

1 – Pessoal e Encargos Sociais

2 – Juros e Encargos da Dívida

3 – Outras Despesas Correntes

4 – Investimentos

5 – Inversões Financeiras

6 – Amortização da Dívida

C - MODALIDADE DE APLICAÇÃO

“ mm ”

20 – Transferências a União

30 – Transferências a Estado e ao Distrito Federal

40 – Transferências a Municípios

50 – Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos

60 – Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos

70 – Transferências a Instituições Multigovernamentais Nacionais

80 – Transferências ao Exterior

90 – Aplicações Diretas

99 – A Definir

D – ELEMENTOS DE * AS MAIS USADAS

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Contabilidade e Orçamento Público 62

DESPESA

“ dd ”

01 – Aposentadoria e Reformas

03 – Pensões

04 – Contratação por Tempo Determinado

05 – Outros Benefícios Previdenciários

06 – Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso

07 – Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência

08 – Outros Benefícios Assistências

09 – Salário Família

10 – Outros Benefícios de Natureza Social

11 – Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Civil

12 - Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Militar

13 – Obrigações Patronais

14 – Diárias – Civil

15 – Diárias – Militar

16 – Outras Despesas Variáveis – Pessoal Civil

17 – Outras Despesas Variáveis – Pessoal Militar

18 – Auxílio Financeiro a Estudantes

19 – Auxílio – Fardamento

20 – Auxílio Financeiro a Pesquisadores

21- Juros sobre a Dívida por Contrato

22 – Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato

23 – Juros, Deságio e Desconto da Dívida Mobiliária

24 – Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária

25 – Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação de Receita

30 – Material de Consumo

32 – Material de Distribuição Gratuita

33 – Passagens e Despesas com Locomoção

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Contabilidade e Orçamento Público 63

35 – Serviços de Consultoria

37 – Locação de Mão de Obra

39 – Outros serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica

46 – Auxílio Alimentação

49 – Auxílio – Transporte

51 – Obras e Instalações

52 – Equipamentos e Material Permanente

61 – Aquisição de Imóveis

62 – Aquisição de Produtos para Revenda

91 – Sentenças Judiciais

92 – Despesas de Exercícios Anteriores

94 – Indenizações e Restituições Trabalhistas

99 – A Classificar

ESTÁGIOS DA DESPESA

• Programação da Despesa

• Licitação

• Empenho

• Liquidação (Ordem de Pagamento)

• Suprimento

• Pagamento

Programação da Despesa

É o primeiro estágio da despesa pública. Após a publicação da Lei Orçamentária, o Poder Executivo, através de Decreto, traçará um programa de utilização dos créditos orçamentários aprovados para o exercício (arts. 47 a 50, da Lei 4.320/64). Essa programação visa disciplinar os gastos à mesma medida que se realizam as receitas. Este estágio divide-se nas seguintes fases:

a) Cronograma de desencaixe fixo;

b) Projeções do comportamento das receitas;

c) Decreto do executivo normativo.

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Contabilidade e Orçamento Público 64

Licitação

Segundo estágio da despesa, só terá início após decretada a programação da despesa, com as fixações das cotas mensais de desembolso de caixa.

Licitação é o procedimento administrativo que tem por objetivo verificar, entre vários fornecedores habilitados, quem oferece condições mais vantajosas. Esta fase da despesa é regida pela lei 8.666/93 e suas alterações posteriores, que em seu artigo 22, estabelece modalidades de licitação:

a) Concorrência;

b) Tomada de Preços;

c) Convite;

d) Concurso;

e) Leilão e

f) Pregão.

Empenho

Terceiro estágio da despesa, é o ato emanado de autoridade competente, que cria para o poder público obrigação de pagamento. Empenho gera obrigação de pagar. Logo a ausência de empenho não obriga o pagamento.

O momento de realizar esse estágio é aquele imediatamente após a homologação ou concomitantemente com a assinatura do contrato, entrega do pedido de fornecimento de mercadorias, autorização para início de obra ou serviço. Observe que o empenhamento da despesa deve ser prévio, isto é deve ser emitido antes de se encomendar a mercadoria.

MODALIDADES DE EMPENHO

a) Empenho-ordinário (Empenho comum)

É aquele emitido para determinado credor e relativo a uma única prestação, de valor indivisível, sem parcelamento do pagamento.

b) Empenho-global

Engloba pagamentos parcelados relativos a determinado contrato. Quase sempre refere-se a pagamentos mensais sucessivos e do mesmo valor. Ex.: pagamento de Pessoal, aluguel, ...

c) Empenho-estimativa

Pagamentos parcelados sem o conhecimento certo do valor absoluto da despesa. Para o pagamento destas parcelas, emite-se a nota se subempenho.

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Contabilidade e Orçamento Público 65

- Liquidação

Liquidação da Despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Esta verificação tem por fim apurar a origem e o objeto do pagamento, a importância exata e a quem se deve pagar para extinguir a obrigação.

- Suprimento

É o estágio da despesa em que o Tesouro Público entrega aos agentes pagadores os meios de pagamento para a liquidação dos compromissos financeiros marcados para determinado dia ou período.

- Pagamento

O pagamento é o último estágio da despesa. O credor comparece perante o agente pagador, identifica-se, recebe seu crédito e dá a competente quitação.

ALGUMAS DESPESAS CONSIDERADAS IMPRÓPRIAS PELO T.C.E.

- Aluguéis pagos sem lei ou convênio que o autorize. Ex: Correio, Fórum, Polícia Civil, Polícia Militar;

- Bebidas alcóolicas e refrigerantes; Cartões de visita e de Natal;

- Celebração de Missa; Churrasco, carvão;

- Coquetéis; Flores;

- Fogos de artifícios;

- Multas de trânsito;

- Notas Fiscais sem especificações;

- Promoção Pessoal e Partidária;

- Publicação de fotos; publicidade e propaganda; etc.

• LIMITES DE GASTOS COM PESSOAL

Vinculações da Lei de Diretrizes Orçamentárias

- Limites para as Universidades Estaduais:

o 9,57% do ICMS, inclusive das transferências da União referentes à desoneração (Lei no. 87/96).

- Limites para Despesas de Pessoal e Encargos (art. 169 da CF, art. 115 da CE, arts. 19 e 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal):

60% da Receita Corrente Líquida, sendo:

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Estado:

o Poder Legislativo: 3%;

o Poder Judiciário: 6%;

o Poder Executivo: 49%;

o Ministério Público: 2%.

Municípios:

o Poder Executivo: 6%;

o Poder Legislativo: 54%.

Receita Corrente Líquida é o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, outras receitas correntes e as transferências correntes, dessas excluídas as transferências intragovernamentais, deduzidas as repartições constitucionais e legais de sua receita tributária para municípios.

RESTOS A PAGAR

Restos a Pagar é a despesa orçamentária empenhada, mas não paga até o último dia do ano financeiro, é apropriada ao exercício em contrapartida com a conta financeira resíduos a passivos ou restos a pagar, com subsídios financeiros (dinheiro em caixa) para o seu pagamento no exercício seguinte.

Conforme o art. 36 da Lei n.° 4.320/64, dispõe que são considerados restos a pagar as despesas empenhadas mas não pagas até 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não processadas.

o Despesas Processadas e não Processadas

Por despesas processadas entende-se aquelas despesas que completam o estágio da “liquidação”, pelo menos até a fase de liquidação.

Já as despesas não processadas são as que não concluíram o estágio da liquidação, mesmo que nele já tenha ingressado.

o Liquidação da Despesa

A liquidação da despesa é efetuada através da emissão da Ordem de Pagamento, que é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga e só pode ser lavrada em documentos processados pelo serviço de contabilidade.

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Contabilidade e Orçamento Público 67

A realização da despesa, portanto, ocorre com a liquidação e não com pagamento. Porque termina, nesta fase ou estágio, a contabilização do Sistema Orçamentário, demonstrando que a despesa foi considerada realizada e, concomitantemente, inicia-se a contabilização do Sistema Financeiro.

DÍVIDA PÚBLICA

Antes do novo direito financeiro só se verificavam os limites de endividamento quando a Administração pretendia realizar operações de crédito. Somente neste momento. Em nenhum outro. Diferentemente, a Lei Complementar nº 101/00 quer que a dívida consolidada seja periodicamente verificada, mesmo que a entidade não esteja pleiteando empréstimo ou financiamento. De quatro em quatro meses. O resultado desse exame comporá o Relatório de Gestão Fiscal.

Então, Dívida Pública é o conjunto de compromissos assumidos pelo Estado com terceiros. A Dívida Pública é classificada em dois grupos: divida consolidada ou fundada e dívida flutuante.

o Dívida Consolidada ou Fundada

É aquela que apresenta um compromisso à longo prazo, pode ser interna ou externa, conforme o empréstimo seja feito dentro ou fora do país, depende de autorização administrativa para ser contraída. O resgate da Dívida Consolidada constitui despesa orçamentária do exercício.

De acordo com o art. 98, da Lei 4320/64, a dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços públicos.

o Dívida Flutuante

A dívida flutuante restringe-se à área nacional e seu resgate é sempre programado a curto prazo. Compreende dívida flutuante toda receita extra-orçamentária, os restos a pagar, restituições a pagar e os débitos de tesouraria. (art. 92 da 4320/64).

C U I D A D O

Art. 42 da LRF: é vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois

quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida

integralmente dentro dele, ou tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que

haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

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Contabilidade e Orçamento Público 68

• Limites de Endividamento

Antes do novo direito financeiro só se verificavam os limites de endividamento quando a Administração pretendia realizar operações de crédito. Somente neste momento. Em nenhum outro. Diferentemente, a Lei Complementar nº 101/00 quer que a dívida consolidada seja periodicamente verificada, mesmo que a entidade não esteja pleiteando empréstimo ou financiamento. De quatro em quatro meses. O resultado desse exame comporá o Relatório de Gestão Fiscal.

• Recondução da Dívida

Ao final do 15º Exercício Financeiro (2015), contados à partir do encerramento do ano da publicação da Resolução nº 40/01, do Senado Federal, não excederá 1,2 vezes a R.C.L.. Após este prazo quem ultrapassar o limite ao final de um quadrimestre, deverá reconduzi-lo até o término de três (quadrimestres) subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% no primeiro quadrimestre.

A Divida Consolidada do Município não inclui as obrigações existentes entre o Município e seus respectivos Fundos, Autarquias, Fundações e Empresas Estatais dependentes, ou entre estes.

LIMITES COM GASTOS – ESFERA MUNICIPAL

o ENSINO

No mínimo 25% das Receitas Provenientes de Impostos devem ser aplicadas no ensino

25%

60% 40%

ENSINO FUNDAMENTAL EDUCAÇÃO INFANTIL

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Contabilidade e Orçamento Público 69

o Aplicação do FUNDEB

Aplicação mínima anual de 100% dos recursos transferidos, no ensino fundamental (atenção básica).

• Aplicação do FUNDEB

Da mesma forma que a distribuição dos recursos do Fundeb, a aplicação desses recursos, pelos

gestores estaduais e municipais, deve ser direcionada levando-se em consideração os respectivos âmbitos de

atuação prioritária. Os §§ 2 e 3 do art. 211 da C.F., diz que: “os Municípios devem utilizar recursos do

Fundeb na educação infantil e no ensino fundamental e os Estados no ensino fundamental e médio”, sendo:

� O mínimo de 60% na remuneração dos profissionais do magistério da educação básica pública

(professores e profissionais que exercem atividades de suporte pedagógico, tais como: direção ou

administração escolar, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional em efetivo exercício

na educação básica pública (regular, especial, indígena, supletivo).

O art. 70 da LDB enumera as ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino:

a) Remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e dos profissionais da educação;

b) Aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino;

c) Uso e manutenção de bens vinculados ao sistema de ensino;

d) Levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino;

e) Realização de atividade–meio necessária ao funcionamento do ensino;

f) Concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas;

g) Aquisição de material didático-escolar e manutenção de transporte escolar;

RECURSOS RECEBIDOS

60%

40%

VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO

GASTOS GERAIS

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Contabilidade e Orçamento Público 70

h) Amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender ao disposto nos itens acima.

� O restante dos recursos (máximo de 40%), deverá ser aplicada nas demais ações de manutenção e

desenvolvimento, também da educação básica pública.A Lei no 9.394/96 – LDB estabelece quais despesas

podem ser consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino.

O art. 71 da Lei 9.394/96 - LDB - prevê que não constituem despesas de manutenção e

desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com:

a) pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou quando efetivada fora dos sistemas de

ensino, que não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua qualidade ou à sua

expansão;

b) subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial, desportivo ou cultural;

c) formação de quadros especiais para Administração Pública, sejam militares ou civis, inclusive

diplomáticos;

d) programas suplementares de alimentação, assistência médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e

outras formas de assistência social;

e) obras de infra–estrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar;

f) pessoal docente e demais trabalhadores da educação, quando em desvio de função ou em atividade alheia

à manutenção e ao desenvolvimento do ensino.

Embora os recursos para remuneração é de no mínimo 60% do valor anual, não há impedimento para

que se utilize até 100% dos recursos do Fundeb na remuneração dos profissionais do magistério.

o Aplicação na Saúde

O Município deve aplicar, no mínimo 15% das Receitas provenientes de impostos (Emenda Constitucional no.29).

o Limite de Gastos com Pessoal – a nível municipal

De acordo com a L.R.F., os gastos com pessoal não poderão exceder a 60% de R.C.L. de cada quadrimestre, com período de apuração de 12 meses.

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o Limites de despesas com pessoal do Legislativo

Além dos limites pré-fixados na L.R.F., deve-se observar os limites impostos pela EC-25, que modificou o artigo 29 e criou o art. 29-A da C.F., e o de 5% da Receita Total do Município, para gastos com os subsídios dos vereadores. Tem sua base de cálculo no somatório da Receita Tributária mais as Transferências Constitucionais, conhecido como Receita Tributária Ampliada - RTA.

No montante apurado deve-se aplicar até 70% com gastos com pessoal, incluindo os subsídios dos vereadores e excluídos os inativos e, até 30% nos outros gastos de manutenção.

Até 100 mil habitantes - 8% da RTA

100.001 a 300.000 hab. - 7% da RTA

300.001 a 500.001 hab. - 6% da RTA

Acima de 500 mil hab. - 5% da RTA

REGIME DE ADIANTAMENTO

Regime de Adiantamento é o processo especial da despesa pública orçamentária, através da qual se coloca numerário à disposição de um funcionário ou servidor, a fim de dar-lhe condições de realizar gastos que, por sua natureza, não possam obedecer ou depender dos trâmites normais. Deve ser sempre precedida de empenho na dotação própria.

Sendo assim, o responsável por adiantamento equipara-se ao ordenador da despesa, sujeito as mesmas sanções administrativas e legais.

As normas reguladoras do adiantamento, art. 65 e 68 da Lei 4320/64 e art. 267 e 287 a 304 do Regulamento de Contabilidade Pública estabelecem que, para se adotar esse regime de pagamento, observar-se-ão as seguintes condições:

a) As espécies de despesas têm de ser previamente definidas em lei;

b) Deve ser utilizado em casos excepcionais;

c) Que a natureza da despesa ou a sua urgência não permitam o processo normal de aplicação.

60% da R.C.L.

6% LEGISLATIVO 54% EXECUTIVO

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CRÉDITOS ADICIONAIS

São autorizações de despesas não incluídas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento Anual, detectadas durante a execução orçamentária, podendo o Poder Executivo solicitar ao Legislativo a abertura de novos créditos adicionais, que serão adicionados aos já existentes no orçamento ora em andamento.

Os créditos adicionais, de acordo com suas finalidades, classificam-se em:

- créditos suplementares;

- créditos especiais e

- créditos extraordinários.

• Crédito suplementar

Os créditos suplementares destinam-se a reforçar saldo de dotação já existente e insuficiente para arcar com as despesas projetadas até o final do exercício financeiro. É autorizado por Lei e aberto por Decreto pelo Poder Executivo, sua vigência é até 31 de dezembro, jamais permitida sua prorrogação para o exercício seguinte.

• Crédito especial

Os créditos especiais destinam-se a dar suporte orçamentário a despesas não previstas no orçamento, a qual não haja programação orçamentária específica. Ë autorizado por Lei e aberto por Decreto pelo Executivo. Sua vigência é do exercício que foi criado, mas se for aberto dentro dos últimos quatro meses do ano, sua vigência poderá estender-se até o final do exercício seguinte. A indicação dos recursos é obrigatória.

• Crédito extraordinário

Destina-se a atender despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública. São abertos por Decreto do Poder Executivo (artigo 44, da Lei Nº4320/64), independente de prévia autorização legislativa. Tão logo seja aberto o crédito extraordinário, o chefe do Poder Executivo dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo (artigo 44, Lei Nº 4320/64). Sua vigência é do exercício que foi criado, mas se for aberto dentro dos últimos quatro meses do ano, sua vigência poderá estender-se até o final do exercício seguinte, ou poderá terminar antes do previsto, se cessarem as causas que determinaram sua abertura

• Recursos para abertura de Créditos Adicionais

Para a abertura de créditos adicionais suplementares e especiais, torna-se necessário a existência de fontes de recursos para financiá-los. No caso dos créditos extraordinários, não há necessidade de fontes específicas. As fontes de recursos legítimos para abertura de créditos suplementares e especiais, conforme artigo 43, § 1º, da Lei nº 4320/64.

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Contabilidade e Orçamento Público 73

a) superávit financeiro;

b) excesso de arrecadação;

c) anulação, total ou parcial, de dotações orçamentárias;

d) produto de operações de crédito autorizadas, de forma que, juridicamente, possibilite o Poder Executivo realizá-las;

e) havendo prévia autorização legislativa, os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesa correspondente.

• Superávit financeiro

Dos recursos das operações de crédito, é considerado o mais legítimo para salvaguardar o aumento das despesas. Superávit financeiro significa que em exercícios anteriores tivemos uma receita maior que a despesa, acarretando um disponível maior que o esperado em caixa.

• Excesso de Arrecadação

É o saldo das diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. Também são considerados como recursos legítimos para equilibrarmos o aumento das despesas, porém devemos considerar sua “real previsão”, se a apuração for feita após um acúmulo maior de meses, preferencialmente após o segundo semestre para não incorremos em falsas previsões, por não se considerar as variações de arrecadações.

CONTROLE INTERNO

• Previsão Legal

- Constituição Federal: artigo 70, caput e artigo 74.

- Constituição Estadual: artigo 35.

- Instruções Consolidadas no 02 de 2002: artigos 42 e 43.

- Lei 709/93 : artigo 14, parágrafo único.

O Poder Executivo Municipal manterá, de forma integrada, sistema de controle interno com a

finalidade de:

a) Avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e

do orçamento municipal;

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b) Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,

financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração municipal, bem como da aplicação de

recursos públicos por entidades de direito privado;

c) Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres do

Município;

d) Apoiar o controle externo, exercido pela Câmara Municipal com o auxílio do Tribunal de Contas do

Estado de São Paulo, no exercício de sua missão constitucional;

Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou

ilegalidade, dela darão ciência a este Tribunal, sob pena de responsabilidade solidária.

Com o advento da Lei Fiscal, o responsável pelo Sistema de Controle Interno passou a ter maior

importância na Administração Pública, uma vez que assina o Relatório de Gestão Fiscal e demais

demonstrativos, juntamente com o Prefeito Municipal e o Diretor/Secretário Municipal de Finanças.

Para o cumprimento de suas funções, o Tribunal de Contas poderá utilizar-se dos elementos apurados

pelas unidades internas de controle da Prefeitura Municipal.

• DAS INFORMAÇÕES A SEREM PRESTADAS AO TRIBUNAL DE CONTAS

a. O responsável pelo Sistema de Controle Interno da Prefeitura Municipal arquivará e colocará à disposição

da fiscalização do Tribunal de Contas cópia de todos os relatórios e pareceres exarados em cada mês.

b. E m ocorrendo qualquer ofensa aos princípios consagrados no artigo 37 da Constituição Federal, deverá o

fato ser comunicado ao Tribunal de Contas, impreterivelmente, em até 3

(três) dias da elaboração do relatório ou parecer respectivo, sob pena de responsabilidade solidária.

ANÁLISE DE BALANÇOS

• Balanços

Balanço é uma palavra oriunda do latim bis lanx, que quer dizer “dos dois lados”, significando os pratos de uma balança, onde se observa uma compensação entre pesos que se coloca de um lado, e o objeto que se queira medir do outro, buscando o equilíbrio.

Segundo a Lei 4.320/64, que dedica-se, em seu Cap. IV, à instrução e à normatização da sua elaboração, onde destacamos o artigo 101:

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Contabilidade e Orçamento Público 75

“Artigo 101 – Os resultados gerais do exercício serão demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração das Variações Patrimoniais, segundo os Anexos nº 12, 13, 14 e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos Anexos nº 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.”

• Balanço Orçamentário

Diretamente relacionado com a Lei Orçamentária, o balanço orçamentário que de acordo com o art. 102 da Lei nº 4.320/64, “demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas”.

Este balanço deve ser elaborado obedecendo-se a um modelo agregado a Lei nº 4.320/64, na qual se apresenta como Anexo nº 12, conforme exemplo demonstrado abaixo:

BALANÇO ORÇAMENTÁRIO

ANEXO –Nº 12 (Lei 4.320/64)

RECEITA DESPESA Títulos Previsão Execução Diferença Título Fixação Execução Diferença

Receitas Correntes Receita Tributária Receita Patrimonial Transferências Correntes Receitas Diversas Receitas de Capital Soma Déficit

Total

Créditos Orçamentários e Suplementares Créditos Especiais Créditos Extraordinários Soma Superávit Total

Em determinadas situações há possibilidade de proceder arrecadação de um valor que não está discriminado na tabela explicativa da receita prevista na Lei Orçamentária11, como por exemplo, a assinatura de um novo convênio com outra entidade pública para que o Município possa receber transferências, em razão do cumprimento dos objetivos do convênio; para que isto há a necessidade de abertura de uma rubrica própria para atender essa arrecadação.

Quando da feitura do Balanço Patrimonial, na discriminação da Receita Orçamentária a ser apresentada no Anexo nº 10, comparativo da Receita Orçada com a Arrecadada, deve-se abrir em Títulos uma rubrica própria, colocando na coluna Orçada o valor zero; na coluna Arrecadada, o valor efetivamente arrecadado, uma vez que, não tendo sido feita uma previsão para esse caso, foi considerado zero para efeito de escrituração e registro contábil e, portanto, todo valor arrecadado será tratado como diferença para mais.

Ressalve-se que esse procedimento não se aplica, especificamente, aos tributos, em razão de eles merecerem tratamento especial12, ou seja, “nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada exercício sem prévia autorização orçamentária.”13

11 Art. 57, da Lei nº 4.320/64. 12 Art. 150, incisos I e II, a e b. 13 Art. 51 da Lei nº 4.320/64.

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• Análise do Balanço Orçamentário

O Balanço Orçamentário deverá ser analisado em conjunto com o: Anexo nº 1 – Demonstração da Receita e Despesa segundo as categorias econômicas; Anexo nº 10 – Comparativo da Receita Orçada com a Arrecadada; e o Anexo nº 11 – Comparativo da Despesa Autorizada com a Realizada; para haja uma demonstração dos pontos de evolução de cada conta que o compõe, podendo assim, dar maior transparência nos resultados obtidos.

Além desta análise evolutiva das contas, pode-se dar ênfase as análises por índices de quocientes na interpretação dos resultados apresentados pelo Balanço Orçamentário, que poderão ser divididos em:14

� Quociente da Execução da Receita;

� Quociente do Equilíbrio Orçamentário;

� Quociente de Cobertura dos Créditos Adicionais;

� Quociente de Execução da Despesa; e

� Quociente do Resultado Orçamentário.

Quociente da Execução da Receita:

Este quociente representa quanto foi realizado de Receita Executada em comparação com Receita Prevista.

FÓRMULA = Receita Executada Receita Prevista

Significado do quociente:

1 = Receita Executada é igual à receita Prevista

maior que 1 = Receita Executada é maior que a Prevista, portanto, a diferença representa o excesso de arrecadação.

menor que 1 = Receita Executada é menor que a Prevista, portanto, a diferença representa a falta de arrecadação em relação à previsão.

Quociente do Equilíbrio Orçamentário

Esse quociente demonstra quanto da Despesa Fixada é maior do que a Receita Prevista, pois revelará também quanto foi aberto de Crédito Adicional.

FÓRMULA = Despesa Fixada Receita Prevista

14 Heilo Kohama – Balanços Públicos

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Contabilidade e Orçamento Público 77

Significado do quociente:

1 = Despesa Fixada é igual a Receita Prevista.

maior que 1 = Despesa Fixada é maior que a Receita Prevista, portanto, a diferença representa o montante de créditos adicionais abertos.

menor que 1 = Despesa Fixada é menor que a Receita Prevista. Essa situação, embora dificilmente ocorra, deve-se refletir o fato de que a Lei Orçamentária pode Ter sido aprovada com superávit orçamentário.

Quocientes de Cobertura de Créditos Adicionais:

Esse quociente demonstra quanto o Excesso de Arrecadação representa de cobertura para Créditos Adicionais Abertos.

FÓRMULA = Excesso de Arrecadação Créditos adicionais Abertos

Significado do quociente:

1 = Excesso de Arrecadação é igual aos Créditos Adicionais Abertos.

maior que 1 = Excesso de Arrecadação é maior que os Créditos Adicionais Abertos. O montante de Créditos Adicionais Abertos possui cobertura total do Excesso de Arrecadação.

Menor que 1 = Excesso de Arrecadação é menor que os Créditos Adicionais Abertos. O montante de Créditos Adicionais Abertos não possui cobertura total do Excesso de Arrecadação.

Quociente de Execução da Despesa

Demonstra quanto da Despesa Fixada foi utilizada em Despesa Executada.

FÓRMULA = Despesa Executada Despesa Fixada

Significado do quociente:

1 = Despesa é igual a Despesa Fixada, demonstrará que o total das dotações orçamentárias autorizadas foram utilizadas por meio de empenhos.

maior que 1 = Despesa maior que a Despesa Fixada, demonstrará a utilização de dotação orçamentária sem a devida autorização legal.

menor que 1 = Despesa menor que a Despesa Fixada, representa economia orçamentária.

Quociente do Resultado Orçamentário

Este quociente demonstrará quanto da receita Executada serve de cobertura para a Despesa Executada, evidenciando se no exercício houve superávit ou déficit orçamentário.

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Contabilidade e Orçamento Público 78

FÓRMULA = Receita Executada Despesa Executada

Significado do quociente:

1 = Receita Executada igual a Despesa Executada.

maior que 1 = Receita Executada maior que a Despesa Executada, demonstrando um superávit de execução orçamentária.

menor que 1 = Receita Executada menor que a Despesa Executada, indica a existência de déficit orçamentário.

• Análise do Balanço Financeiro

Antes da análise e interpretação do Balanço Financeiro devemos observar alguns pontos que são importantes, segundo a legislação.

“O Balanço Financeiro demonstrará a receita e despesas orçamentárias, bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se referem para o exercício seguinte.”15

Referente aos restos a pagar, temos:

“Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extra-orçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária.”16

Deve-se observar que no Balanço Financeiro são demonstrados os movimentos financeiros do exercício, isto é, a somatória das operações realizadas durante o exercício, e não o saldo das contas.

15 Art. 103 da Lei nº 4.320/64. 16 Parágrafo único do art. 103 da Lei nº 4.320/64.

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Contabilidade e Orçamento Público 79

BALANÇO FINANCEIRO

ANEXO Nº 13 (Lei 4.320/64)

RECEITA DESPESA Títulos Títulos

Orçamentária Receitas Correntes Receita Tributária Receita Patrimonial Transferências Correntes Receitas Diversas Receita de Capital Extra-Orçamentária Restos a pagar (contrapartida da

Despesa a Pagar) Serviços da Dívida a Pagar

(contrapartida) Saldo do Exerc. Anterior Disponível: Caixa Bancos Vinculados em C/C Bancárias TOTAL GERAL

Orçamentária Funções de Governo Legislativa Administração Agricultura Educação Habitação Extra-Orçamentária Restos a Pagar (pagamento no exercício) Serviços da Dívida a Pagar (pagos) Saldo para o Exerc. Seguinte Disponível: Caixa Bancos Vinculados em C/C Bancárias TOTAL GERAL

Além desta análise evolutiva das contas, pode-se dar ênfase as análises por índices de quocientes na interpretação dos resultados apresentados pelo Balanço Orçamentário, que poderão ser divididos em:17

� Quociente da Execução Orçamentária;

� Quociente Financeiro Real da Execução Orçamentária;

� Quociente da Execução Orçamentária Corrente;

� Quociente da Execução Orçamentária de Capital;

� Quociente da Execução Extra-Orçamentária;

� Quociente do Resultado da Execução Financeira;

� Quociente do Resultado dos Saldos Financeiros.

Quociente da Execução Orçamentária

Demonstra quanto a Receita Orçamentária representa para o pagamento da Despesa Orçamentária.

FÓRMULA = Receita Orçamentária Despesa Orçamentária

Significado do quociente:

1 = Receita Orçamentária igual a Despesa Orçamentária.

maior que 1 = Receita Orçamentária maior que a Despesa Orçamentária, demonstrando um superávit orçamentária. na execução e movimentação financeira.

17 Heilo Kohama – Balanços Públicos

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Contabilidade e Orçamento Público 80

menor que 1 = Receita Orçamentária menor que a Despesa Orçamentária, indica a existência de déficit orçamentário na execução e movimentação financeira.

Quociente financeiro Real da Execução Orçamentária

Demonstra quanto da Receita Orçamentária recebida representa em relação à Despesa Orçamentária paga.

Observação: Despesa Orçamentária Paga = Despesa Orçamentária - (Restos a Pagar Inscritos no exercício + Serviço da Dívida a Pagar, que passa para o exercício seguinte).

FÓRMULA = Receita Orçamentária Desp. Orçamentária Paga

Significado do quociente:

1 = demonstrará haver igualdade na execução orçamentária e financeira, se fosse utilizado o regime de caixa para a Despesa Orçamentária.

maior que 1 = demonstra um superávit na execução orçamentária e financeira.

menor que 1 = indica a existência de déficit na execução orçamentário e financeira.

Quociente da Execução Orçamentária Corrente

Este quociente demonstra quanto a receita corrente recebida representa em relação à despesa corrente paga.

FÓRMULA = Receita Corrente Despesa Corrente

Significado do quociente:

1 = demonstrará haver equilíbrio entre a Receita e Despesa Corrente.

maior que 1 = demonstra um superávit corrente.

menor que 1 = indica a existência de déficit corrente, ou seja, a receita corrente não será suficiente para cobrir as despesas correntes, haverá necessidade de se utilizar receita de capital para supri-la dos recursos necessários. Em se tratando de receita de capital, fatalmente provocará alienação de bens ou valores e consequentemente diminuição do patrimônio, ou operação de crédito (empréstimo) legalmente autorizado.

Quociente da Execução Orçamentária de Capital

Este quociente demonstra quanto a receita de capital recebida representa em relação à despesa de capital paga.

FÓRMULA = Receita Capital Despesa Capital

Significado do quociente:

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Contabilidade e Orçamento Público 81

1 = demonstrará haver equilíbrio entre a Receita e Despesa Capital.

maior que 1 = demonstra um superávit de Capital, o que demonstrará Ter havido alienação de bens e valores e, portanto, diminuição do patrimônio, ou operação de crédito (empréstimo) legalmente autorizado.

menor que 1 = indica a existência de déficit de Capital, em parte tenderá a ser considerada normal, uma vez que pressupõe e se admite que o eventual superávit do orçamento corrente sirva como recurso de cobertura para as despesas de capital. O que se deve sempre evitar é que essa relação provoque ou agrave um déficit orçamentário.

Quociente da Execução Extra-Orçamentária

Este quociente demonstra quanto a Receita Extra-orçamentária foi recebida, em confronto com a Despesa Extra-orçamentária.

FÓRMULA = Receita Corrente Despesa Corrente

Significado do quociente:

1 = demonstrará haver equilíbrio entre a Receita e Despesa Extra-orçamentária.

maior que 1 = reflete um recebimento superiores de pagamentos de ordem extra-orçamentária, podendo indicar um aumento na dívida flutuante.

menor que 1 = indica recebimentos inferiores aos pagamentos de ordem extra-orçamentária, podendo indicar uma diminuição da dívida flutuante.

O ideal, para este quociente, é quanto mais próximo de 1, será o mais desejável.

Quociente do Resultado da Execução Financeira

Por esse quociente se verificará o resultado do exercício financeiro que está sendo demonstrado no balanço financeiro, no comparativo entre a somatória das Receitas (Orçamentárias + Extra-orçamentárias) em confronto com a somatória entre as Despesas (Orçamentárias + Extra-orçamentárias).

FÓRMULA = Receita (Orçamentária + Extra-orçamentária) Despesa (Orçamentária + Extra-orçamentária)

Significado do quociente:

1 = demonstrará haver equilíbrio entre a Receita e Despesa.

maior que 1 = reflete um superávit financeiro, ou seja, os recebimentos foram maiores que os pagamentos.

menor que 1 = indica recebimentos inferiores aos pagamentos, refletindo um déficit financeiro, ou seja, os recebimentos foram menores que os pagamentos.

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Quociente do Resultado dos Saldos Financeiros

Está é outra forma de se obter o resultado do exercício financeiro, pois, este quociente demonstra o Saldo que passa para o Exercício Seguinte, em confronto com o Saldo do Exercício Anterior. Esse quociente, por meio dessa relação, apresentará o Resultado do Balanço Financeiro, de outra forma, porém, com o mesmo significado.

FÓRMULA = Saldo que passa para o Exercício Seguinte Saldo do Exercício Anterior

O significado dos resultados são iguais aos do quociente do Resultado da Execução Financeira, onde o resultado considerado ideal é 1, ou pouco maior que 1.

• Análise do Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é o quadro de contabilidade com duas seções, ativo e passivo, em que se distinguem os elementos do patrimônio público, igualando-se as duas somas com a conta do patrimônio líquido (Ativo Real Líquido) no caso da existência de superávit, ou Passivo Real a Descoberto, quando houver déficit patrimonial.

O art. 105, da Lei nº 4.320/64, o descreve:

“ O Balanço Patrimonial demonstrará:

VII. o Ativo Financeiro;

VIII. o Ativo Permanente;

IX. o Passivo Financeiro;

X. o Passivo Permanente;

XI. o Saldo Patrimonial; e

XII. as Contas de Compensação.

O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e dos valores numerários.

O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores cujo mobilização ou alienação dependa da autorização legislativa.

O Passivo Financeiro compreenderá os compromissos exigíveis cujo pagamento independa de autorização orçamentária.

O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.

Nas Contas de Compensação, serão registrados os bens, valores e obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que mediata ou imediatamente, possam vir a afetas o patrimônio.”

A estrutura do Balanço Patrimonial será evidenciada pelo Anexo nº 14 da Lei nº 4.320/64, como segue:

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BALANÇO PATRIMONIAL

ANEXO Nº 14 (Lei 4.320/64)

ATIVO PASSIVO ATIVO FINANCEIRO Disponível: Caixa Bancos Vinculados em C/C Bancária Realizável ATIVO PERMANENTE Bens Móveis Bens Imóveis Bens de Natureza Industrial Créditos Diversos Soma Ativo Real SALDO PATRIMONIAL Passivo Real Descoberto Soma

ATIVO COMPENSADO Valores de Terceiros Valores Nominais Emitidos Diversos TOTAL GERAL

PASSIVO FINANCEIRO Restos a Pagar (inscrito) Serviços da Dívida a Pagar Depósitos Débitos de Tesouraria PASSIVO PERMANENTE Dívida Fundada Interna por Contratos Soma do Passivo Real SALDO PATRIMONIAL Ativo Real Líquido Soma PASSIVO COMPENSADO Contrapartida de Valores de Terceiros Contrapartida de Valores Nominais

Emitidos Diversos TOTAL GERAL

Além da análise evolutiva das contas, pode-se dar ênfase as análises por índices de quocientes na interpretação dos resultados apresentados pelo Balanço Patrimonial, que poderão ser divididos em:

� Quociente da Situação Financeira;

� Quociente da Situação Permanente;

� Quociente do Limite do Endividamento;

� Quociente do resultado Patrimonial.

Quociente da Situação Financeira

Este quociente verifica a existência, ou não, de superávit financeiro apurado no balanço patrimonial.

FÓRMULA = Ativo Financeiro Passivo Financeiro

Significado do quociente:

1 = Equilíbrio Financeiro.

maior que 1 = Reflete um excesso de recursos financeiros, portanto um superávit financeiro, que poderá servir como recurso de cobertura para abertura de créditos suplementares.

Menor que 1 = reflete um ativo Financeiro insuficiente para cobrir o Passivo Financeiro, representando assim, um déficit financeiro apurado no balanço patrimonial.

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Quociente da Situação Permanente

Este quociente permite a análise de endividamento a longo prazo apresentado no balanço patrimonial, por evidenciar por meio da relação entre a soma dos bens, créditos e valores, ou seja, bens e direitos de longo prazo e a soma das obrigações a longo prazo.

FÓRMULA = Ativo Permanente Passivo Permanente

Significado do quociente:

1 = Ativo Permanente igual ao Passivo Permanente.

maior que 1 = Indica um superávit, pois o Ativo Permanente é maior que o Passivo Permanente, geralmente representado pela conta ATIVO REAL LÍQUIDO.

Menor que 1 = Essa hipótese reflete que o Ativo Permanente é inferior ao Passivo Permanente, isto é, a soma dos bens, créditos e valores de caráter permanente, é inferior à soma da dívida fundada (obrigações a longo prazo) e , portanto, há um déficit na parte permanente do balanço patrimonial. Será representado pelo PASSIVO REAL LÍQUIDO.

Quociente do Limite de Endividamento

Este quociente está diretamente ligado aos limites de endividamento do setor público.

FÓRMULA = Dívida Fundada Receita Corrente Líquida

Significado do quociente:

1 = Soma da Dívida Fundada igual a Receita Corrente Líquida.

maior que 1 = Representa que a soma das obrigações a longo prazo, representadas pela dívida fundada, é superior a Receita Corrente Líquida realizada no exercício.

menor que 1 = Representa que a soma das obrigações a longo prazo, representadas pela dívida fundada, é inferior a Receita Corrente Líquida realizada no exercício.

O que considerado normal é o resultado 1. Caso o resultado seja maior do que 1, há que se atentar para o fato que o Senado Federal, por meio da Resolução nº 40/01, admite que o saldo total da dívida não poderá superar o valor equivalente a 1,2 vezes a R.C.L., e que ao final do 15º Exercício Financeiro (2015), contados à partir do encerramento do ano da publicação da Resolução.

Quociente do Resultado Patrimonial

Este quociente demonstrará o resultado do Balanço Patrimonial.

FÓRMULA = Soma do Ativo Real Soma do Passivo Real

Caso o resultado da soma Ativo Real seja maior que a soma do Passivo Real, estaremos diante de um superávit patrimonial, caso contrário, teremos um déficit patrimonial.

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Contabilidade e Orçamento Público 85

O resultado considerado normal é o 1, pois demonstra o equilíbrio patrimonial, caso seja menor que 1, deverá ser considerado preocupante, neste caso devemos verificar na Demonstração da Variações Patrimoniais as causas que originaram este efeito patrimonial negativo.

As mais prováveis, tenderão a ser as baixas patrimoniais e as construções de obras, esta última, sem ocorrência de mutação patrimonial.

Essas duas possibilidades demonstram causas possíveis a serem verificadas no trabalho de análise e interpretação, para a obtenção de elementos e informações bastante úteis.

Obs.: Soma do Ativo Real compreende o Ativo Financeiro mais o Ativo Permanente, já a Soma do Passivo Rela compreende o Passivo Financeiro mais o Passivo Permanente.

• Análise da Demonstração das Variações Patrimoniais

Variação Patrimonial é a alteração de valor, de qualquer elemento do patrimônio público, por alienação, aquisição, dívida contraída, dívida flutuante, depreciação ou valorização, amortização, superveniência, insubsistência, efeitos da execução orçamentária e resultado do exercício financeiro.

As alterações do patrimônio público são efetuadas por incorporação, desincorporação ou baixa.

A Demonstração das Variações Patrimoniais é um quadro com duas seções, “Variações Ativas” e “Variações Passivas”, distribuídas em três grandes grupos: resultantes da Execução Orçamentária, Mutações Patrimoniais e Independente da Execução Orçamentária.

Têm a função de evidenciar as alterações ocorridas durante o exercício.

Acompanham o este demonstrativo os Anexos nos 16 e 17. O Anexo nº 16 é destinado à Demonstração da Dívida Fundada interna e o Anexo nº 17 à Divida Flutuante.

A utilização desses dois anexos não oferece dificuldades; apenas o saldo das dívidas para o exercício seguinte deverá corresponder aos totais constantes do Balanço Patrimonial, segundo a espécie.

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Demonstração das Variações Patrimonias

(Anexo 15 – Lei nº 4.320/64)

VARIAÇÕES ATIVAS VARIAÇÕES PASIVAS TÍTULOS R$ R$ R$ TÍTULOS R$ R$ R$

RESULTADO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA RECEITA ORÇAMENTÁRIA Receita Corrente Receita Tributária Receita Patrimonial Receita Industrial Transferências Correntes Receitas Diversas Receitas de Capital MUTAÇÕES PATRIMONIAIS Aquisição de Bens Móveis Construção e Aquisição de Bens Imóveis Construção e Aquisição de Bens de Natureza Industrial Aquisição de Títulos e Valores Empréstimos Concedidos Diversas TOTAL INDEPENDENTE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Inscrição da Dívida Ativa Inscrição de Outros Créditos Incorporações de Bens (doações,

legados, etc.) Cancelamento de Dívidas Passivas Diversas TOTAL DAS VARIAÇÕES ATIVAS RESULTADO PATRIMONIAL Déficit Verificado (se for o caso) TOTAL GERAL

RESULTADO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DESPESA ORÇAMENTÁRIA Despesas Correntes Despesas de Custeio Transferências Correntes Despesas de Capital Investimentos Inversões Financeiras Transferências de Capital MUTAÇÕES PATRIMONIAIS Cobrança da Dívida Ativa Alienação de Bens Móveis Alienação de Bens Imóveis Alienação de Bens de Natureza Industrial Alienação de Bens de Títulos e Valores Empréstimos Tomados Recebimento de Créditos Diversas TOTAL INDEPENDENTE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA Cancelamento da Dívida Ativa Encampação de Dívidas Passivas Diversas TOTAL DAS VARIAÇÕES PASSIVAS RESULTADO PATRIMONIAL Superávit Verificado (se for o caso) TOTAL GERAL

A análise sugerida para a Demonstração das Variações Patrimoniais, divide-se na obtenção dos resultados dos seguintes quocientes, que deverão ser acompanhados, para uma melhor interpretação, do Anexo nº 1 – Demonstração da Receita e Despesa segundo as categorias econômicas; Anexo nº 10 – Comparativo da Receita Orçada com a Arrecadada; e o Anexo nº 11 – Comparativo da Despesa Autorizada com a Realizada, que também compõe a análise dos balanço orçamentário:

� Quociente da Mutação Patrimonial Passiva;

� Quociente da Mutação Patrimonial Ativa;

� Quociente do Resultado das Mutações Patrimoniais;

� Quociente do Resultado das Variações Patrimoniais Independentes da Execução Orçamentária;

� Quociente do Resultado das Variações na Parte Permanente;

� Quociente Patrimonial da Execução Orçamentária; e

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Contabilidade e Orçamento Público 87

� Quociente do Resultado das Variações Orçamentárias.

Quociente da Mutação Patrimonial Passiva

FÓRMULA = . Receita Ambivalente . Mutação Patrimonial Passiva

Observação: entenda-se por Receita Ambivalente aquela que provém de fatos que causam, ao mesmo tempo, dois aspectos opostos, do ponto de vista das Variações Patrimoniais, ou seja, um Ativo Resultante da Execução Orçamentária e outro Passivo pela Mutação Patrimonial que produz.

A receita Ambivalente Deverá ser composta pelos seguintes recebimentos:

- Cobrança da Divida Ativa;

- Operações de Crédito;

- Alienação de Bens a Valores;

- Amortização de Empréstimos (Concedidos).

Significado do quociente:

1 = Receita Ambivalente igual à Mutação Patrimonial Passiva.

maior que 1 = Representa que a receita arrecadada e que provocará a diminuição dos bens, créditos e valores da parte permanente, ou aumento das dívidas fundadas interna ou externa, é superior à Mutação Patrimonial Passiva que deveria produzir.

menor que 1 = Representa que a receita recebida relativa a cobrança da dívida ativa, mais operações de crédito, mais alienação de bens e valores e amortização de empréstimos concedidos, são inferiores ao valor das baixas de bens, valores e créditos e das incorporações da dívida fundada interna ou externa que provoca Mutação Patrimonial Passiva.

Quociente da Mutação Patrimonial Ativa

FÓRMULA = Despesas Ambivalente Mutação Patrimonial Ativa

O entendimento de Despesa Ambivalente é o mesmo que a Receita Ambivalente, descrita anteriormente.

A Despesa Ambivalente constitui-se geralmente de:

- Material de Consumo;

- Investimentos;

- Inversões Financeiras;

- Amortização da Dívida Interna e Externa.

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Contabilidade e Orçamento Público 88

Significado do quociente:

1 = Despesa Ambivalente igual à Mutação Patrimonial Passiva.

maior que 1 = Representa que a despesa realizada e que provocará aumento dos bens, créditos e valores da parte permanente, ou da diminuição das dívidas fundadas interna ou externa, é superior à Mutação Patrimonial Ativa que deveria produzir.

menor que 1 = Representa que a despesa realizada no exercício e que causa incorporação no ativo permanente, ou baixa do passivo permanente, é inferior ao valor da Mutação Patrimonial Ativa.

Quociente do Resultado das Mutações Patrimoniais.

FÓRMULA = Mutação Patrimonial Ativa Mutação Patrimonial Passiva

Significado do quociente:

1 = Equilíbrio Patrimonial.

maior que 1 = Representa que a despesa orçamentária realizada causou um aumento patrimonial maior do que a receita orçamentária arrecadada.

menor que 1 = Representa que houve uma diminuição patrimonial, provocado pelas variações ativas e passivas, decorrente da execução orçamentária.

Quociente do resultado das Variações Patrimoniais Independente da Execução Orçamentária.

FÓRMULA = Independente da Execução Orçamentária Ativa Independente da Execução Orçamentária Passiva

Significado do quociente:

1 = Equilíbrio, deve ser considerado normal.

maior que 1 = O resultado Independente da Execução Orçamentária Ativa sendo maior que a Passiva, contribuirá para a ocorrência do aumento patrimônio, por meio dos acréscimos nas contas do ativo permanente (bens, créditos e valores) ou diminuição nas contas do passivo permanente (dívida fundada).

menor que 1 = O resultado Independente da Execução Orçamentária Ativa sendo menor que a Passiva, contribuirá para a ocorrência de diminuição patrimônio, que deverá ser identificado.

Quociente do resultado das Variações na parte Permanente

(Soma das Mutações Patrimoniais Ativas + FÓRMULA = . Independente da Execução Patrimonial Ativa) .

(Soma das Mutações Patrimoniais Passivas + Independente da Execução Patrimonial Passivas)

Significado do quociente:

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Contabilidade e Orçamento Público 89

1 = Equilíbrio, deve ser considerado normal.

maior que 1 =. Indicará uma situação patrimonial em que houve aumento do ativo patrimonial e diminuição do passivo permanente.

menor que 1 = Demonstra que houve uma diminuição do ativo permanente ou aumento do passivo permanente.

Quociente Patrimonial da Execução Orçamentária

Em teoria, esse quociente servirá para ajudar a elucidar e explicar os resultados apresentados pela execução orçamentária, tendo em vista as prescrições legais que determinam tratamento dicotômico18 na escrituração da receita orçamentária e da despesa orçamentária

Receita Orçamentária + FÓRMULA = (Dívida Ativa do Exercício + Direitos Contratuais)

Despesa Orçamentária

Observação: Dívida ativa do Exercício = Dívida Ativa Inscrita no Exercício – Dívida Ativa Cobrada no Exercício.

Direitos Contratuais = Operações de Crédito, convênios e outros a receber, cuja despesa já tenha sido empenhada no exercício.

Significado do quociente:

1 = Demonstrará que se a Receita Orçamentária for escriturada pelo regime de competência, haverá igualdade com a Despesa Orçamentária.

maior que 1 = Essa hipótese reflete que, se a Receita Orçamentária for escriturada pelo regime de competência, haverá superávit orçamentário de execução.

menor que 1 = Essa hipótese reflete que, se a Receita Orçamentária for escriturada pelo regime de competência, haverá déficit orçamentário de execução.

Quociente dos Resultados das Variações Patrimoniais

Este quociente demonstra o resultado patrimonial do exercício, superávit ou déficit.

FÓRMULA = Total das Variações Ativas Total das Variações Passivas

Significado do quociente:

1 = Situação patrimonial estável.

maior que 1 = Demonstra que houve um superávit patrimonial no exercício.

menor que 1 = Demonstra que houve um déficit patrimonial no exercício.

18 dicotônico: divisão em duas partes

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ATIVIDADES PRÁTICAS

1) Qual a diferença conceitual entre serviço público e serviço de utilidade pública?

2) Quando uma empresa passa a ser Concessionária do Estado?

3) Quando uma prestadora de serviços é considerada MISTA?

4) O que é Administração Indireta? Cite exemplos de cada uma delas?

5) Efetue a classificação dos itens das Despesas a seguir:

ITENS DE DESPESA CLASSIFICAÇÃO

Horas Extra-orçamentárias dos Servidores Municipais

Despesas com FGTS dos Servidores Municipais

INSS sobre folha de pagamento (Empregador)

Despesas com medicamentos p/ uso do P.S. Municipal

Subsídios dos vereadores

Despesas com Inativos da Prefeitura

INSS descontados dos Servidores Municipais

Aquisição de veículo usado

Aquisição de microcomputadores novos

Contratação de Auditoria Contábil

Reserva de Contingência

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Contabilidade e Orçamento Público 91

6) Classifique as Receitas a seguir, segundo sua categoria econômica, ou seja, Receita Corrente e Receita de Capital.

Imposto sobre Propriedade Urbana

Imposto sobre Serviços

IRRF salários do Poder Legislativo

Alienações de Bens Móveis

Aluguéis

Amortização de Empréstimos Concedidos

Juros sobre Empréstimos Concedidos

Receita da Dívida Ativa não Tributária

Cota–Parte do ICMS

FPM

Recursos recebidos para construção de Escola

Cota-Parte IPVA

7) Município de Xing Ling apresentou no ano de 2004, o seguinte demonstrativo de receita:

IMPOSTOS DE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA - ISS 2.600.000,00

ALUGUEIS RECEBIDOS 10.000,00

TRANSFERÊNCIA DE CAPITAL 5.780.000,00

TAXA DE PUBLICIDADE 400.000,00

CONVÊNIO COM O SENAI 10.000,00

MULTAS E JUROS DE MORA DOS TRIBUTOS 5.000,00

DEDUÇÃO DA RECEITA P/ FORMAÇÃO DO FUNDEF (2.940.000,00)

ALIENAÇÃO DE BENS MÓVEIS 100.000,00

DESCONTO DE INSS DE SERVIDORES 30.000,00

RECEITA DE CEMITÉRIOS 20.000,00

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Contabilidade e Orçamento Público 92

CONVÊNIO - FORTALECENDO A FAMÍLIA 20.000,00

COTA PARTE DO FUNDEF 10.320.000,00

CAUSÃO DAS EMPRESAS LICITANTES 32.000,00

RENDIMENTOS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS TRIBUTÁRIA 135.000,00

Tomando por base o demonstrativo de Receita apresentado encontre:

a) Receita Proveniente de Impostos;

b) Receita Orçamentária Total;

c) Receita Extra-Orçamentária

8) O Prefeito da cidade de XING-LING tem como prioridade máxima da sua gestão à melhoria do

atendimento a população carente de seu Município através do Fundo Social de Solidariedade, que segundo a

LDO conta com um Programa de Governo (abaixo) que está atrelado ao Gabinete do Prefeito, que deverá

atingir por completo todas as metas estabelecidas para este exercício financeiro.

GABINETE DO PREFEITO E DEPENDÊNCIAS

PROGRAMAS

PROJETOS OBJETIVOS METAS

Manutenção dos serviços existentes e das despesas com pagamento com pessoal e seus reflexos, com a ampliação, se necessário, dentro das normas legais vigentes e das possibilidades orçamentárias.

Atender munícipes e funcionários.

Melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Reequipar e Reforma das instalações do Fundo Social de Solidariedade, com ampliação se necessário.

Ampliar e modernizar o atendimento.

Garantir subsídios para as necessidades básicas de sobrevivência à população carente e suas necessidades emergenciais.

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Contabilidade e Orçamento Público 93

Programa e Ações de enfrentamento à pobreza.

Atender a população carente do Município

Proporcionar assistência imediata, através de Plantão Social, para superação de problema e dificuldades.

Dados complementares:

� O limite das despesas está fixado em R$ 900.000,00 para este exercício, divididos da seguinte forma:

Despesas Correntes R$ 600.000,00 e Despesas de Capital R$ 300.000,00.

� O F.S.S. conta com os seguintes servidores: 1a. Dama (presidente do FSS) - VOLUNTÁRIA; 1 –

Assistente Social – R$ 1.500,00; 1 – Auxiliar de Serviço Social – R$ 800,00; 1 – Oficial Administrativo –

R$ 800,00; 1 – Motorista – R$ 1.400,00; onde todos contribuem com o INSS (21%) e contam com mais

de um ano de serviços prestados a comunidade dentro do Fundo Social.

� Não considerar o limite de 60% de gastos com pessoal, pois será absorvido quando do cálculo total do

Executivo.

� O F.S.S. já possui um projeto assistencial em andamento onde atende 50 famílias carentes para

distribuição de cestas-básicas.

� O veículo que é utilizado tem um custo de manutenção anual de R$ 1.000,00 e combustível estimado em

R$ 2.500,00.

� Todo controle de atendimento é feito manualmente, pois não possui equipamentos de informática.r

Pede-se:

Elaborar o Anexo 2 (4.320/64) – Quadro Demonstrativo da Natureza da Despesa segundo as

Categorias Econômicas por Unidade Orçamentária - Exercício 2010.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE XING-LING

� Anexo 2 (4.320/64) – Quadro Demonstrativo da Natureza da Despesa segundo as Categorias

Econômicas por Unidade Orçamentária.

Órgão:

Unidade

Orçamentária:

Unidade Executora:

Código Especificação Elemento Modalidade

de Aplicação

Categoria

Econômica

3.0.00.00.00

4.0.00.00.00

DESPESAS CORRENTES

DESPESAS DE CAPITAL

Total da Unidade:

Total do Órgão:

9) Analise o seguinte Balanço Orçamentário:

Prefeitura Municipal de Xing Ling

BALANÇO ORÇAMENTÁRIO

ANEXO –Nº 12 (Lei 4.320/64)

RECEITA DESPESA

Títulos Previsão Execução Diferença Título Fixação Execução Diferença

Receitas Correntes

Receita Tributária Receita Patrimonial Transferências Correntes Receitas Diversas

Receitas de Capital

Alienação de bens Transferência de Capital

Soma

Déficit

Total

2.900 100 16.300 1.200

3.500

24.000

- 0 -

24.000

2.700 20

18.000 2.000 100 500

23.320

- 0 -

23.320

200 80 -1.700 -800

-100 3.000 680

- 0 - 680

Créditos Orçamentários e Suplementares Créditos Especiais Créditos Extraordinários Soma

Superávit Total

23.500 500

. .

24.000

- 0 -

24.000

22.900 400

. .

23.300 20

23.300

600 100

. . 700 -20 680

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Contabilidade e Orçamento Público 95

EXERCÍCIO SEMESTRAL

Criar um Projeto de Governo Municipal, com previsão para sua execução em 4 anos (PPA), divididos ano a ano (LDO e LOA), que contemplem um dos seguintes segmentos sociais:

a) Saúde;

b) Educação;

c) Lazer;

d) Emprego e

e) Habitação.

PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO

� DETERMINAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

De forma sintética, determina (detecta) o “PROBLEMA” a ser resolvido.

� DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO

De forma analítica (detalhada), traça o histórico da situação problema.

� APRESENTAÇÃO DAS SOLUÇÕES

Consiste da procura de formas e maneiras pelas quais o problema poderá ser minimizado ou até mesmo resolvido. Apresenta-se, nesta etapa, soluções até certo ponto paliativas, porém com o intuito de demonstrar ao administrador, seja ele público ou privado, diferentes caminhos para sanar o problema.

� ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES

O estabelecimento de prioridades significa, que as soluções para o problema proposto deverão correr dentro das disponibilidades dos recursos, escolhidas pela ordem técnica recomendada, ou seja, definir o que se deva fazer primeiro.

� DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS

Definir quais os objetivos que se pretende alcançar em cada prioridade previamente definida.

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Contabilidade e Orçamento Público 96

� DETERMINAÇÃO DE ATIVIDADES PARA A CONCRETIZAÇÃO DOS OBJETIVOS

Definidos os objetivos, como são de caráter amplo, é necessário determinar as atividades a serem desenvolvidas, para melhor atingi-los.

Determinação das atividades consiste no detalhamento de todas as ações que deverão ser implementadas, em cada fase do projeto, ou seja, os passos necessários para a execução do projeto.

� DETERMINAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS, MATERIAIS E FINANCEIROS

É nesta etapa que determinamos o custo real do projeto, detalhando inicialmente o custo dos recursos humanos e dos materiais e em seguida o custo financeiro estimado para cada fase da execução. Se o projeto a ser executado pode ser implantado de maneira gradativa, há que se estimar seu custo a cada etapa finalizada.

Exemplo:

Pretendo atender no ambulatório de especialidades 1000 pacientes, em seu primeiro ano de funcionamento, 2000 no segundo ano, 3000 no terceiro ano e finalmente 5000 no quarto ano.

Deve-se então, estimar o custo para cada ano de atendimento, que deverá contemplar os recursos humanos e materiais em cada fase.

� ELABORAÇÃO DO ORÇAMNETO PROGRAMA – SÓ DA DESPESA

O Orçamento-Programa deve ser elaborado obedecendo aos limites de gastos com pessoal.

Anexo, encontra-se um modelo de orçamento que poderá ser aproveitado com as devidas alterações.

� CONCLUSÃO DO GRUPO SOBRE A VIABILIDADE DO PROJETO

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Início Alteração Inclusão ExclusãoMunicípio: XING LINGPrograma:Código do Programa:Unidade Responsável pelo Programa:Código da Unidade Responsável no.:Objetivo:

Justificativa:

Indicadores

R$Custo Estimado do Programa

PREVISÃO DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES POR EXERCÍCIO2009

PREFEITURA MUNICIPAL DE XING LINGESTADO DE SÃO PAULO

ANEXO II - PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO - PPADESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS/METAS/CUSTOS

METAS/INDICADORES NO EXERCÍCIOIndicadores Unidade de Medida Indice Recente Indice Futuro

JUSTIFICATIVAS DAS MODIFICAÇÕES

2006 2007 2008

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Introdução a Contabilidade e Orçamento Público 98

Início X Alteração Inclusão ExclusãoXING LING

Custo Total Estimado para o Programa:

Código da Função:Função:

Subfunção:

Quantidade Total

ESTADO DE SÃO PAULO

ANEXO III - PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO - PPAUNIDADES EXECUTORAS E AÇÕES VOLTADAS AO DESENVOLVIMENTO

R$R$Custo por Fonte/Categoria Econômica 2007 2008 20092006Despesas Corrrentes R$ R$Despesas de Capital R$R$R$R$

Município:Unidade Executora:Código da Unidade:

Unidade de Medida

Código da Subfunção:Programa:Código do Programa no.:

Projeto:Código do Projeto no.:

2006 2007PREVISÃO DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DO EXERCÍCIO

TIPOS AÇÕES GOVERNAMENTAIS

METAS POR EXERCÍCIO

CUSTO POR EXERCÍCIO

DO PROGRAMA GOVERNAMENTAL

META PPA

2008 2009 META PPA

R$2006 2007 2008

R$ R$ R$ R$2009

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Introdução a Contabilidade e Orçamento Público 99

Início Alteração Inclusão ExclusãoMunicípio: XING LINGExercício:Programa:Código do Programa:Unidade Responsável pelo Programa:Código da Unidade Responsável no.:Objetivo:

Justificativa:

PREFEITURA MUNICIPAL DE XING LINGESTADO DE SÃO PAULO

ANEXO V - PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO - LDODESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS/METAS/CUSTOS PARA O EXERCÍCIO

METAS/INDICADORES NO EXERCÍCIOIndicadores Unidade de Medida Indice Recente Indice Futuro

R$

Custo Estimado do Programa

PREVISÃO DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DO EXERCÍCIO200___

JUSTIFICATIVAS DAS MODIFICAÇÕES

Indicadores

Categoria Econômica ValorDespesas CorrentesDespesas de Capital

R$

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Introdução a Contabilidade e Orçamento Público 100

Início Alteração Inclusão ExclusãoXING LING

Exercício

Projeto:TIPOS AÇÕES GOVERNAMENTAIS

JUSTIFICATIVAS DAS MODIFICAÇÕES

Meta Física para o Exercício Unidade de Medida

Código do Projeto no.:METAS POR EXERCÍCIO

Município:

Unidade Executora:Código da Unidade:

PREFEITURA MUNICIPAL DE XING LINGESTADO DE SÃO PAULO

ANEXO VI - PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO - LDOUNIDADE EXECUTORA E AÇÕES VOLTADAS AO DESENVOLVIMENTO GOVERNAMENTAL

Código do Programa no.:

Função:Código da Função:Subfunção:Código da Subfunção:Programa:

Custo Financeiro para o Exercício R$

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Introdução a Contabilidade e Orçamento Público 101

Início Alteração Inclusão ExclusãoMunicípio: XING LINGPrograma:Código do Programa:Unidade Responsável pelo Programa:Código da Unidade Responsável no.:Objetivo:

Justificativa:

Indicadores

R$Custo Estimado do Programa

PREVISÃO DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES POR EXERCÍCIO2009

PREFEITURA MUNICIPAL DE XING LINGESTADO DE SÃO PAULO

ANEXO II - PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO - PPADESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS/METAS/CUSTOS

METAS/INDICADORES NO EXERCÍCIOIndicadores Unidade de Medida Indice Recente Indice Futuro

JUSTIFICATIVAS DAS MODIFICAÇÕES

2006 2007 2008

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Introdução a Contabilidade e Orçamento Público 102

Início X Alteração Inclusão ExclusãoXING LING

Custo Total Estimado para o Programa:

Código da Função:Função:

Subfunção:

Quantidade Total

ESTADO DE SÃO PAULO

ANEXO III - PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO - PPAUNIDADES EXECUTORAS E AÇÕES VOLTADAS AO DESENVOLVIMENTO

R$R$Custo por Fonte/Categoria Econômica 2007 2008 20092006Despesas Corrrentes R$ R$Despesas de Capital R$R$R$R$

Município:Unidade Executora:Código da Unidade:

Unidade de Medida

Código da Subfunção:Programa:Código do Programa no.:

Projeto:Código do Projeto no.:

2006 2007PREVISÃO DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DO EXERCÍCIO

TIPOS AÇÕES GOVERNAMENTAIS

METAS POR EXERCÍCIO

CUSTO POR EXERCÍCIO

DO PROGRAMA GOVERNAMENTAL

META PPA

2008 2009 META PPA

R$2006 2007 2008

R$ R$ R$ R$2009

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Introdução a Contabilidade e Orçamento Público 103

Início Alteração Inclusão ExclusãoMunicípio: XING LINGExercício:Programa:Código do Programa:Unidade Responsável pelo Programa:Código da Unidade Responsável no.:Objetivo:

Justificativa:

PREFEITURA MUNICIPAL DE XING LINGESTADO DE SÃO PAULO

ANEXO V - PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO - LDODESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS/METAS/CUSTOS PARA O EXERCÍCIO

METAS/INDICADORES NO EXERCÍCIOIndicadores Unidade de Medida Indice Recente Indice Futuro

R$

Custo Estimado do Programa

PREVISÃO DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DO EXERCÍCIO200___

JUSTIFICATIVAS DAS MODIFICAÇÕES

Indicadores

Categoria Econômica ValorDespesas CorrentesDespesas de Capital

R$

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Introdução a Contabilidade e Orçamento Público 104

Início Alteração Inclusão ExclusãoXING LING

Exercício

Projeto:TIPOS AÇÕES GOVERNAMENTAIS

JUSTIFICATIVAS DAS MODIFICAÇÕES

Meta Física para o Exercício Unidade de Medida

Código do Projeto no.:METAS POR EXERCÍCIO

Município:

Unidade Executora:Código da Unidade:

PREFEITURA MUNICIPAL DE XING LINGESTADO DE SÃO PAULO

ANEXO VI - PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO - LDOUNIDADE EXECUTORA E AÇÕES VOLTADAS AO DESENVOLVIMENTO GOVERNAMENTAL

Código do Programa no.:

Função:Código da Função:Subfunção:Código da Subfunção:Programa:

Custo Financeiro para o Exercício R$

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PREFEITURA MUNICIPAL DE XING-LING

� Anexo 2 (4.320/64) – Quadro Demonstrativo da Natureza da Despesa segundo as Categorias Econômicas por Unidade Orçamentária .

Órgão:

Unidade

Orçamentária:

Unidade Executora:

Código Especificação Elemento Modalidade

de Aplicação

Categoria

Econômica

3.0.00.00.00

4.0.00.00.00

DESPESAS CORRENTES

DESPESAS DE CAPITAL

Total da Unidade:

Total do Órgão:

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