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PRESTO VELOCE 8 / MAR 9 / MAR FORTISSIMO Nº 3 — 2018

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PRESTOVELOCE

8 / M A R

9 / M A R

F O R T I S S I M O N º 3 — 2 0 1 8

Page 2: 8 / MAR VELOCE - filarmonica.art.br · Almeida Prado, Egberto Gismonti, Sergio Molina e Paulo Bellinati. Sua atuação começou a despertar o interesse da crítica internacional no

Marcos Arakaki, regente

Quaternaglia, quarteto de violões

P R O G R A M A

I N T E R V A L O

GIOACHINO ROSSINI

La gazza ladra: Abertura

Ministério da Cultura eGoverno de Minas Gerais apresentam

PRESTOVELOCE

8 / M A R

9 / M A R

CAMARGO GUARNIERI

Encantamento

CAMARGO GUARNIERI

Sinfonia nº 2, “Uirapuru”EnérgicoTernoFestivo

Concerto AndaluzTiempo de BoleroAdagioAllegretto

JOAQUÍN RODRIGO

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Celebramos, em 2018, os 150 anos

de falecimento de um dos mais

importantes compositores líricos

da história: Gioacchino Rossini. Sua

música descreve alegria, humor e

leveza incomparáveis. Uma de suas

aberturas mais populares traduz essa

ironia e felicidade que caracterizam

a obra do compositor italiano.

A tradição do violão na cultura musi-

cal brasileira é intensa. A obra de

Villa-Lobos, por exemplo, confere

ao instrumento um espaço inusi-

tado na música erudita do século

XX. Assim como no Brasil, a música

espanhola, principalmente no opus

Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra F i larmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argen-tina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro

regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.

Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi tam-bém Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é Regente Emérito. Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inú-meras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello.

Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escandi-návia, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras.

Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.

FABIO MECHETTI

Diretor Artístico e Regente Titular

de Joaquín Rodrigo, revela também

uma afinidade especial com o violão.

No concerto desta noite associamos

uma das peças mais importantes

de Rodrigo com a excelência repre-

sentada pelo quarteto Quaternaglia,

intérprete do seu Concerto Andaluz.

Essa característica nacionalista

continua expressa nas obras de

Camargo Guarnieri, combinando a

pulsão rítmica que define a música

brasileira com a melancolia presente

na alma de nosso país. A todos, um

bom concerto.

FABIO MECHETTI

FOTO

: EU

GÊN

IO S

ÁVIO

CAROS AMIGOS E AMIGAS,

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FOTO

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MARCOS ARAKAKI

QUATERNAGLIA

Quaternaglia Guitar Quartet tem sido aclamado como um dos mais importan-tes quartetos de violões da atualidade, tanto pelo alto nível de seu trabalho camerístico como por sua importante contribuição para a ampliação do reper-tório. Em 25 anos de atuação, o grupo – formado pelos violonistas Chrystian Dozza, Fabio Ramazzina, Thiago Abdalla e Sidney Molina – vem estabelecendo um cânone de obras originais e arranjos audaciosos, o que inclui a colaboração com compositores como Leo Brouwer, Almeida Prado, Egberto Gismonti, Sergio Molina e Paulo Bellinati.

Sua atuação começou a despertar o interesse da crítica internacional no final dos anos 1990, após a obtenção do Ensemble Prize no Concurso Internacional de Violão de Havana e da participação em importantes séries de violão e música de câmara nos Estados Unidos.

FOTO

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OPP

IDO

A discografia do Quaternaglia inclui sete CDs – entre eles o Antique, ganhador do Prêmio Carlos Gomes – e um DVD gravado ao vivo.

O quarteto já se apresentou em quinze estados norte-americanos, em Portugal, Espanha, Austrália, Cuba, Uruguai e Argentina e em dezessete estados bra-sileiros, além de ministrar masterclasses e palestras a convite de instituições como Universidade Yale, Jacobs School of Music e Conservatório de Coimbra. O grupo foi solista de orquestras conduzidas por Isaac Karabtchevsky e Leo Brouwer na Sala São Paulo, Theatro da Paz e Teatro Nacional de Cuba.

Compositores brasileiros dedicaram quase cinquenta obras ao Quaternaglia, que gravou 25 delas. O quarteto também é reconhecido pela excelência de suas inter- pretações de Villa-Lobos e Leo Brouwer, bem como por performances especiais de renascença e música espanhola.

Radicados em São Paulo, os músicos do Quaternaglia utilizam três violões de seis cordas e um violão de sete cordas especialmente construídos pelo luthier brasileiro Sérgio Abreu.

Regente Associado da Filarmônica, Marcos Arakaki colabora com a Orques- tra desde 2011. Sua trajetória artís- tica é marcada por prêmios como o primeiro lugar no Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes (2001) e no Prêmio Camargo Guarnieri (2009). Foi semifinalista no Concurso Internacional Eduardo Mata (2007).

O maestro foi regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), bem como titular da OSB Jovem e da Sinfônica da Paraíba. Dirigiu as sinfô-nicas do Estado de São Paulo (Osesp), do Teatro Nacional Claudio Santoro, do Paraná, de Campinas, do Espírito Santo, da Paraíba, da Universidade de São Paulo, Filarmônica de Goiás, Petrobras Sinfônica e Orquestra Experimental de Repertório. No exterior, regeu as filar-mônicas de Buenos Aires e da Univer-sidade Autônoma do México, Sinfônica de Xalapa, Kharkiv Philharmonic da Ucrânia e Boshlav Martinu Philharmonic da República Tcheca.

Arakaki tem acompanhado importan-tes artistas do cenário erudito, como Pinchas Zukerman, Gabriela Montero, Sergio Tiempo, Anna Vinnitskaya, Sofya Gulyak, Ricardo Castro, Rachel Barton Pine, Chloë Hanslip, Luíz Filíp, Günter Klauss, Eddie Daniels, David Gerrier, Yamandu Costa.

Natural de São Paulo, é Bacharel em Música pela Universidade Estadual Paulista, na classe de Violino de Ayrton Pinto, e Mestre em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts. Participou do Aspen Music Festival and School, recebendo orientações de David Zinman na American Academy of Conducting at Aspen. Esteve em master-classes com Kurt Masur, Charles Dutoit e Sir Neville Marriner.

Seu trabalho contribui para a formação de novas plateias, em apresentações didáticas, bem como para a difusão da música de concerto em turnês a mais de setenta cidades brasileiras. Atua como coordenador pedagógico, professor e palestrante em projetos culturais, instituições musicais e universidades.

QUARTETO  DE  VIOLÕES Chrystian Dozza, Fabio Ramazzina, Thiago Abdalla, Sidney Molina

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Referências

Para assistir

Orquestra del Teatro

La Fenice – Daniel

Harding, regente –

Acesse: fil.mg/rladra

Para ler

Lauro Machado Coelho

– A ópera clássica

italiana (História

da Ópera) – Editora

Perspectiva – 2003

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,

2 clarinetes, 2 fagotes,

4 trompas, 2 trompetes,

3 trombones, tuba,

tímpanos, percussão, cordas.ROSSINIG I O A C H I N O

L A G A Z Z A L A D R A : A B E R T U R A

Pesaro, Itália, 1792 – Paris, França, 1868

1817 / 10 minutos

Filho do trompista municipal de

Pesaro (Marche, Itália), Rossini ini-

ciou, aos doze anos, a composição de

alguns quartetos que lhe renderam,

pela visível influência haydniana,

a alcunha de il tedeschino (o ale-

mãozinho). Vinte anos depois, em

1824, quando Beethoven apresentou

em seu último concerto vienense

a Nona Sinfonia e a Missa Solemnis,

os empresários exigiram que, no

intervalo, uma cantora oferecesse

ao público uma ária de Rossini, o

músico mais conhecido e idolatrado

do seu tempo. Cinco anos mais tarde,

rico e célebre, o compositor italiano

abandonava definitivamente a ópera

para viver em Paris seus próximos

39 anos, como um bon vivant dedi-

cado sobretudo à culinária.

No final do século XVIII, na Itália da

Restauração, a ópera tornara-se a

verdadeira paixão nacional, e os ita-

lianos exigiam títulos novos a cada

temporada. Rossini acumulava qua-

lidades adequadas a essa velocidade

de trabalho alucinante: inspiração

melódica excepcional, exuberante

técnica de improvisador e um ins-

tinto teatral infalível. O segredo do

criador de O barbeiro de Sevilha re-

side na incomparável vivacidade de

sua música, de uma verve inédita,

concretizada em recursos sem ante-

cedentes à época, como os crescendi

de efeito irresistível – um tema, a

princípio apenas esboçado, caminha

em repetições de intensidade cres-

cente até um fulgurante estrondo

orquestral. Ainda mais admirável é

sua capacidade de escrever delicadas

e cativantes melodias, expressivas de

afetos como a melancolia, a tristeza

e outros sentimentos afins do gosto

pré-romântico. Tais recursos fazem de

Rossini o compositor mais original do

primeiro Romantismo italiano, fugindo

do convencionalismo de seus ilustres

predecessores, Cimarosa e Paisiello.

Seu sucesso deve muito à rapidez

com que transcrevia a inspiração

para a pauta. E ele teve a sabedoria

de não se levar demasiadamente a

sério: “Eu tinha facilidade e pode-

ria ter feito alguma coisa...” afirmou,

mais tarde, a Wagner. Grande autor

cômico, Rossini sabia tirar partido

de situações absurdas dos libretos:

“Deem-me uma lista de lavande-

ria e eu a porei em música”, dizia.

Exemplo típico de ópera semisséria,

alternando elementos trágicos e

cômicos, La gazza ladra baseava-se

em um fato real: o julgamento de

uma criada, injustamente acusada

de furto. Depois de sua condenação

à morte, descobriu-se que as joias ti-

nham sido apanhadas por uma pega,

ave que costuma roubar objetos e

levá-los para seu ninho. Apesar desse

libreto pouco plausível, a ópera tor-

nou-se mais um retumbante sucesso

na carreira do compositor. A alegre

Abertura consolidou-se como peça

isolada de concerto e, confirmando

sua popularidade, foi incluída por

Stanley Kubrick na trilha sonora de

seu filme Laranja Mecânica. Inicia-se

com brilhante rufar de tímpanos

(dois personagens são soldados que

retornam da guerra) e mostra uma

cintilante orquestração, de brilho

e habilidade ímpares, colorindo as

irresistíveis melodias. Um crescendo

tipicamente rossiniano conduz à

conclusão de grande efeito teatral.

Instrumentação

Paulo Sérgio Malheiros dos Santos Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

Para ouvir CD Rossini – Aberturas

de óperas cômicas –

Royal Philharmonic

Orchestra – Evelino

Pidò, regente –

Mediasat Group S.A.

Espanha/Brasil – 2006

Editora Breitkopf & Härtel

com a Filarmônica

Primeira apresentação

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Referências

Para ler

Norton Dudeque –

História do Violão –

Editora da Universidade

Federal do Paraná –

1994

Para ler

Jean & Brigitte Massin

– História da Música

Ocidental – Nova

Fronteira – 1997

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,

2 clarinetes, 2 fagotes,

4 trompas, 2 trompetes,

cordas.RODRIGOJ O A Q U Í N

C O N C E R T O A N D A L U Z

Sagunto, Espanha, 1901 – Madri, Espanha, 1999

1967 / 24 minutos

O gênero Concerto mereceu espe-

cial atenção por parte de Joaquín

Rodrigo. O compositor valenciano

dedicou quinze obras do gênero a

eminentes instrumentistas de seu

tempo, do quilate de um Gaspar

Cassadó (violoncelo), Nicanor Zaba-

leta (harpa) e James Galaway (flauta),

por exemplo. No caso do violão, os

nomes não são menos expressivos:

por sugestão de Regino Sainz de la

Maza, Rodrigo compôs o Concerto de

Aranjuez (1939) e, a pedido do mais

influente violonista do século XX,

Andrés Segovia, escreveu a Fantasia

para um fidalgo (1954), baseada em

temas do guitarrista espanhol do

século XVI, Gaspar Sanz.

Em 1967, o violonista Celedonio

Romero encomendou a Rodrigo,

para o seu quarteto – o célebre

Los Romeros –, uma obra com or-

questração sui generis para a épo-

ca, um concerto para quatro vio-

lões com acompanhamento de

orquestra. Rodrigo compôs então

o Concerto Andaluz.

O Concerto de Rodrigo foi a primeira

grande obra escrita para essa instru-

mentária e rapidamente se incorporou

ao repertório do violão, inspirando

o aparecimento de outras, como

o Concierto Italico de Leo Brouwer

ou o Concerto para Quatro Violões

e Orquestra de Ronaldo Miranda.

Sua estreia se deu pelo próprio quar-

teto Los Romeros com a Sinfônica

de San Antonio regida por Victor

Alessandro, em novembro de 1967,

na cidade de San Antonio, Texas,

nos Estados Unidos. O grupo Los

Romeros, conhecido como Familia

Real de la Guitarra, continua tendo

importante atuação, especialmente

no cenário da música espanhola.

Diferentemente de outras compo-

sições de Joaquín Rodrigo, onde

há uma construção neoclássica,

nesta o compositor insere direta-

mente elementos da música fol-

clórica andaluza, citando temas

populares autênticos, além de es-

quemas rítmicos característicos

e suas atmosferas. Este Concerto

pode ser entendido, segundo pala-

vras do musicólogo norte-ameri-

cano Nicolas Slonimsky, “como uma

evocação poética da Andaluzia,

com seus sons, suas luzes, a fra-

grância de suas flores. Os ritmos

espanhóis vibram nos bosques

andaluzes e as cores instrumen-

tais brilham no sol mediterrâneo,

como a música das guitarras res-

soa no ar”. O Concerto Andaluz é

composto de três movimentos:

no primeiro, Tiempo de Bolero, o

compositor evoca bailes popula-

res, onde os instrumentos de cor-

das da orquestra imitam a percus-

são das castanholas. O segundo

movimento – Adagio –, como de

costume em outras obras de

Rodrigo, é o mais extenso e onde

o compositor expõe temas mais

amáveis; destaca-se aí uma cadên-

cia para os quatro solistas. A obra

se encerra com um vibrante e vigo-

roso Allegretto, que utiliza duas

formas de danças do Flamenco:

a Sevillana e o Zapateado.

Instrumentação

Para visitar

www.joaquin-rodrigo.

com

Editora Schott Music

Representante:

Barry Editorial

Celso Faria Violonista, Mestre em Performance Musical pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.

Para ouvir CD Rodrigo Complete

Orchestral Works, v. 2.

– Asturias Symphony

Orchestra – Maximiano

Valdés, regente –

Entre Quatre Guitar

Quartet, violões –

Naxos – 2002

Para assistir

Korean Chamber

Orchestra – HeeJun

Choi, regente –

Los Romeros, violões –

Acesse: fil.mg/randaluz

com a Filarmônica

Primeira apresentação

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Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,

corne inglês, 2 clarinetes,

clarone, 2 fagotes,

contrafagote, 4 trompas,

2 trompetes, 3 trombones,

tuba, tímpanos, piano,

celesta, cordas

GUARNIERIC A M A R G O

E N C A N T A M E N T O

Tietê, Brasil, 1907 – São Paulo, Brasil, 1993

1941 / 7 minutos

Encantamento é uma peça curta,

originalmente escrita para violino

e piano e transcrita posteriormente

para grande orquestra. A obra alterna

partes contrastantes que apresen-

tam, na introdução e no final, uma

melodia melancólica e lenta, inter-

calada por um tema sincopado de

caráter vibrante. Foi composta a

partir de uma encomenda da Divisão

de Música da União Panamericana

de Washington D. C.

Na década de 1940, Camargo Guar-

nieri mantinha estreito contato

com instituições norte-america-

nas empenhadas em promover as

produções musicais brasileiras do

século XX. No Brasil, o investimento

de recursos públicos para tal fina-

lidade era reduzido. O suporte à

divulgação da atividade de nos-

sos artistas no exterior não era

prioridade do governo brasileiro.

Em contrapartida, os consulados

norte-americanos mostravam-se

bastante ativos na promoção de

artistas latino-americanos. Após o

prêmio recebido por seu Concerto

nº 1 para violino e orquestra, através

da Fleischer Music Collection da

Filadélfia, o compositor paulista

passou algumas temporadas na

América do Norte com o intuito de

divulgar sua música.

Camargo Guarnieri não considerava

que o desenvolvimento de uma pro-

dução nacional representasse, pura

e simplesmente, a culminância da

cultura musical de uma dada socie-

dade, mas vinculava tal produção

à exigência de sua circulação em

âmbito mundial, com reconhecimento

por parte de um público diversifi-

cado, incluindo o meio artístico e

intelectual. A referência ao nacional

tornava-se um marco irrefutável e

não excluía a possibilidade de tornar

a sua música e a cultura brasileira

mais conhecidas no exterior, seja por

meio de sua atuação como regente,

seja por participação em concursos

de projeção internacional, ou para

atender a encomendas por parte

de instituições estrangeiras, como

é o caso de sua obra Encantamento.

A composição foi dedicada a Louis

Charles Seeger (1886-1979), musi-

cólogo norte-americano que atuou

como chefe da Divisão de Música

da União Pan-Americana. Seeger

mantinha especial interesse pela

música produzida na América do Sul

e tornou-se interlocutor de Camargo

Guarnieri, de grande valia para seu

intuito de divulgar sua música na

América do Norte.

A despeito da extensa produção de

peças de cunho nacionalista ao longo

de sua carreira, Camargo Guarnieri

enfrentava dificuldades no que con-

cerne à recepção de sua obra por

um grande número de ouvintes,

mais habituados a encadeamentos

melódicos e harmônicos menos

densos e mais repetidos. Todavia,

o compositor resistia em modificar

seu estilo de composição em função

desse limite.

Camargo Guarnieri sintetizou sua

concepção como “nacional”, assim

expressando-se na Gazeta Musical e

de Todas as Artes: “Sou e quero ser

um compositor nacional do meu

país. Se cada ser humano tem uma

responsabilidade sobre a terra, a

do músico será, certamente, a de

contribuir, na medida de sua capa-

cidade, para o enriquecimento da

música universal, entendida esta

como a soma das diversas músicas

nacionais”.

Instrumentação

Cesar Buscacio Professor do Departa-mento de Música da Ufop, Bacharel em Piano pela UFMG, Doutor em História pela UFRJ e pós-Doutor em Musicologia pela EPHE Paris.

Referências

Para ouvir

CD Caramelos

Latinos – Simón

Bolívar Symphony

Orchestra of Venezuela

– Maximiano Valdés,

regente – Dorian

Recordings – 1995

Última apresentação

13/12/2012

Fabio Mechetti, regente

Editora Editora da Osesp

Para ler

Flávio Silva (org.) –

Camargo Guarnieri, o

tempo e a música – RJ,

Funarte/SP, Imprensa

Oficial – 2001

Para ler

Marion Verhaalen –

Camargo Guarnieri:

expressões de uma

vida – Editora da USP/

Imprensa Oficial –

2001

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Referências

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés,

corne inglês, 2 clarinetes,

clarone, 2 fagotes,

contrafagote, 4 trompas,

3 trompetes, 3 trombones,

tuba, tímpanos, percussão,

piano, cordas.

S I N F O N I A N º 2 , “ U I R A P U R U ”1945 / 30 minutos

Camargo Guarnieri teve sua trajetó-

ria musical iniciada na terra natal,

a cidade de Tietê, estado de São

Paulo. Posteriormente, transferiu-

se para a capital paulista, onde sua

relação mais direta com os ideários

do nacionalismo musical começou

a ser tecida, sobretudo por meio do

contato com seus mestres Ernani

Braga e Sá Pereira. Ambos tendiam

claramente a uma produção musi-

cal nacionalista, articulada às suas

pesquisas sobre o acervo folclórico-

cultural do Brasil. A partir de 1928,

Camargo Guarnieri manteve es-

treito e fértil contato com Mário de

Andrade, literato e musicólogo que

se tornara um porta-voz do movi-

mento nacional das artes no Brasil.

A década de 1940 foi bastante pro-

missora para Camargo Guarnieri

no que tange ao seu reconheci-

mento profissional. Diversas de

suas obras foram premiadas no

Brasil e no exterior.

Em 1945, Guarnieri escreveu sua

segunda sinfonia, que foi dedicada

a Villa-Lobos, recebendo o subtítulo

de Uirapuru, em menção ao bailado

de Villa-Lobos composto em 1917.

Conta a lenda que o Uirapuru, deus

do amor – pássaro da Amazônia

que se transformava em um belo

índio disputado pelas índias que o

encontravam –, quando cantava,

calavam-se todos.

A Sinfonia Uirapuru recebeu o Prê-

mio Reichold, segundo lugar entre

cerca de oitocentas obras enviadas

a um Concurso Internacional em

Detroit, com o intuito de escolher a

“Sinfonia das Américas”. Contudo,

a Sinfonia Uirapuru teve sua estreia

somente em 8 de março de 1950,

sob a direção do próprio Guarnieri,

frente à Orquestra Municipal de

São Paulo. Posteriormente, Eleazar

de Carvalho a regeu em Cleveland

e em Paris, com a Orquestra da

Radiodifusão Francesa, obtendo

grande receptividade por parte do

público e pela crítica internacio-

nal. Eleazar escreveu a Guarnieri

que, após sua apresentação em

Cleveland, retornou ao palco cinco

vezes para agradecer os aplausos,

e que, em Paris, também a crítica

musical francesa reagiu com gran-

de entusiasmo.

Esta Sinfonia, composta de três

movimentos, enfatiza, por meio

de seu brilho orquestral, a intensa

brasilidade característica da obra

de Guarnieri. No primeiro movi-

mento (Enérgico), um tema inicial

é apresentado, seguido de um de-

senvolvimento que realça outros

dois temas que dialogam entre as

cordas e os metais. O segundo mo-

vimento (Terno) apresenta um cará-

ter intimista e afetuoso por meio

de uma linha melódica introduzida

pelo corne inglês e densificada, pou-

co a pouco, pelo corpo orquestral.

Já o terceiro movimento (Festivo)

enfatiza um caráter bastante ritma-

do, com destaque para as síncopes

e as frases que remetem a temas

nordestinos, com forte presença

dos instrumentos de percussão.

Foram muito poucos os composito-

res que disponibilizaram, no campo

musical brasileiro, obra de tama-

nha envergadura e representativi-

dade. Ao longo de sua larga trajetó-

ria, Guarnieri compôs nada menos

que sete majestosas sinfonias.

Instrumentação

Para ler

Cesar Maia Buscacio

– Americanismo e

nacionalismo musicais

na correspondência de

Curt Lange e Camargo

Guarnieri (1934-1956)

– Editora Ufop – 2010

GUARNIERIC A M A R G O

Tietê, Brasil, 1907 – São Paulo, Brasil, 1993

Cesar Buscacio Professor do Departa-mento de Música da Ufop, Bacharel em Piano pela UFMG, Doutor em História pela UFRJ e pós-Doutor em Musicologia pela EPHE Paris.

Para ouvir

Orquestra Sinfônica

Municipal de

Campinas – Benito

Juarez, regente

Acesse: fil.mg/guirapuru

Editora Editora da Osesp

com a Filarmônica

Primeira apresentação

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ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

Diretor Artístico e Regente Titular

Regente Associado

Fabio Mechetti

* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal assistente substituta ***** músico convidado

Primeiros Violinos

Anthony Flint – Spalla

Rommel Fernandes –

Spalla associado

Ara Harutyunyan –

Spalla assistente

Ana Paula Schmidt

Ana Zivkovic

Arthur Vieira Terto

Bojana Pantovic

Dante Bertolino

Joanna Bello

Roberta Arruda

Rodrigo Bustamante

Rodrigo M. Braga

Rodrigo de Oliveira

Segundos Violinos

Frank Haemmer *

Hyu-Kyung Jung ****

Gideôni Loamir

Jovana Trifunovic

Luka Milanovic

Martha de Moura Pacífico

Matheus Braga

Radmila Bocev

Rodolfo Toffolo

Tiago Ellwanger

Valentina Gostilovitch

Violas

João Carlos Ferreira *

Roberto Papi ***

Flávia Motta

Gerry Varona

Gilberto Paganini

Juan Díaz

Katarzyna Druzd

Luciano Gatelli

Marcelo Nébias

Nathan Medina

Violoncelos

Philip Hansen *

Robson Fonseca ***

Camila Pacífico

Camilla Ribeiro

Eduardo Swerts

Emília Neves

Lina Radovanovic

Lucas Barros

William Neres

Contrabaixos

Nilson Bellotto *

André Geiger ***

Marcelo Cunha

Marcos Lemes

Pablo Guiñez

Rossini Parucci

Walace Mariano

Flautas

Cássia Lima *

Renata Xavier ***

Alexandre Braga

Elena Suchkova

Oboés

Alexandre Barros *

Públio Silva ***

Israel Muniz

Moisés Pena

Clarinetes

Marcus Julius Lander *

Jonatas Bueno ***

Ney Franco

Alexandre Silva

Fagotes

Catherine Carignan *

Victor Morais ***

Andrew Huntriss

Francisco Silva

Trompas

Alma Maria Liebrecht *

Evgueni Gerassimov ***

Gustavo Garcia Trindade

José Francisco dos Santos

Lucas Filho

Fabio Ogata

Trompetes

Marlon Humphreys *

Érico Fonseca **

Daniel Leal ***

Tássio Furtado

Trombones

Mark John Mulley *

Diego Ribeiro **

Wagner Mayer ***

Renato Lisboa

Tuba

Eleilton Cruz *

Tímpanos

Patricio Hernández

Pradenas *

Percussão

Rafael Alberto *

Daniel Lemos ***

Sérgio Aluotto

Werner Silveira

Harpa

Cleménce Boinot *

Teclados

Ayumi Shigeta *

Gerente

Jussan Fernandes

Inspetora

Karolina Lima

Assistente

Administrativa

Débora Vieira

Arquivista

Ana Lúcia Kobayashi

Assistentes

Claudio Starlino

Jônatas Reis

Supervisor

de Montagem

Rodrigo Castro

Montadores

André Barbosa

Hélio Sardinha

Jeferson Silva

Klênio Carvalho

Risbleiz Aguiar

Marcos Arakaki INSTITUTO CULTURAL FILARMÔNICA

Governador do Estado de Minas Gerais

Fernando Damata Pimentel

Vice-governador do Estado de Minas Gerais

Antônio Andrade

Secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais

Angelo Oswaldo de Araújo Santos

Secretário de Estado Adjunto de Cultura de

Minas Gerais João Batista Miguel

Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público — Lei 14.870 / Dez 2003

Conselho

Administrativo

Presidente emérito

Jacques Schwartzman

Presidente

Roberto Mário Soares

Conselheiros

Angela Gutierrez

Arquimedes Brandão

Berenice Menegale

Bruno Volpini

Celina Szrvinsk

Fernando de Almeida

Ítalo Gaetani

Marco Antônio Pepino

Marco Antônio Soares da

Cunha Castello Branco

Mauricio Freire

Octávio Elísio

Paulo Brant

Sérgio Pena

Diretoria Executiva

Diretor Presidente

Diomar Silveira

Diretor Administrativo-

financeiro

Estêvão Fiuza

Diretora de Comunicação

Jacqueline Guimarães

Ferreira

Diretora de Marketing

e Projetos

Zilka Caribé

Diretor de Operações

Ivar Siewers

Equipe Técnica

Gerente de

Comunicação

Merrina Godinho

Delgado

Gerente de

Produção Musical

Claudia da Silva

Guimarães

Assessora de

Programação Musical

Gabriela de Souza

Produtores

Luis Otávio Rezende

Narren Felipe

Analistas de

Comunicação

Marciana Toledo

Mariana Garcia

Renata Gibson

Renata Romeiro

Analista de Marketing

de Relacionamento

Mônica Moreira

Analistas de

Marketing e Projetos

Itamara Kelly

Mariana Theodorica

Assistente de

Marketing de

Relacionamento

Eularino Pereira

Assistente de Produção

Rildo Lopez

Equipe Administrativa

Gerente Administrativo-

financeira

Ana Lúcia Carvalho

Gerente de

Recursos Humanos

Quézia Macedo Silva

Analistas

Administrativos

João Paulo de Oliveira

Paulo Baraldi

Analista Contábil

Graziela Coelho

Secretária Executiva

Flaviana Mendes

Assistente

Administrativa

Cristiane Reis

Assistente de

Recursos Humanos

Vivian Figueiredo

Recepcionista

Meire Gonçalves

Auxiliar Administrativo

Pedro Almeida

Auxiliares de

Serviços Gerais

Ailda Conceição

Rose Mary de Castro

Mensageiros

Bruno Rodrigues

Douglas Conrado

Sala Minas Gerais

Gerente de

Infraestrutura

Renato Bretas

Gerente de Operações

Jorge Correia

Técnicos de Áudio

e de Iluminação

Pedro Vianna

Rafael Franca

Assistente Operacional

Rodrigo Brandão

Fortissimo

O Fortissimo está

indexado aos

sistemas nacionais

e internacionais de

pesquisa. Você pode

acessá-lo também

em nosso site.

Março nº 3 / 2018

ISSN 2357-7258

Editora Merrina

Godinho Delgado

Edição de texto

Berenice Menegale

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SEJA AMIGO DA FILARMÔNICA

O ANO TODORestaurantes

NO CONCERTO...

AGENDADIAS 1 E 2, 20h30 Allegro e Vivace

DIAS 8 E 9, 20h30 Presto e Veloce

DIA 11, 11h Juventude

DIA 17, 18h Fora de Série / Itália

DIAS 22 E 23, 20h30 Allegro e Vivace

Seja pontual. Cuide da Sala Minas Gerais.

Desligue o celular (som e luz).

Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.

Traga seu ingresso ou cartão de assinante.

Não coma ou beba.

Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.

Se puder, devolva seu programa de concerto.

N A C A P A

Nos dias de concerto, apresente seu

ingresso em um dos restaurantes parceiros

e obtenha descontos especiais.

Março / 2018

Faça silêncio e evite tossir.

Evite trazer crianças abaixo de 8 anos.

Rua Pium-í, 229Cruzeiro

Rua Juiz de Fora, 1.257Santo Agostinho

Gioachino Rossini

Foto: Carjat

Contribuições diretas ou incentivadas são sempre bem-vindas. As incentivadas podem ser abatidas no IRPF do ano seguinte.

Informe-se! (31) 3219-9029 / [email protected]/amigos

FOTO

: DAN

IELA

PAO

LIEL

LO

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/ filarmonicamgRua Tenente Brito Melo, 1.090 - Barro Preto

CEP 30.180-070     | Belo Horizonte – MG

(31) 3219.9000  | Fax (31) 3219.9030

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DIVULGAÇÃOAPOIO CULTURAL

Sala Minas Gerais

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