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8. Controle Social transparência e participação social. 9. Novos arranjos de políticas públicas.

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8. Controle Social – transparência e participação social.

9. Novos arranjos de políticas públicas.

CONTROLE FUNÇÃO ESSENCIAL DA DEMOCRACIAComo os dominados podem se proteger dos dominantes? Como o poder outorgado poderá ser usado em favor dos outorgantes?

SUBIRATS Controle compreende três dimensões:1)a conformidade da atuação administrativa com as normas pré-estabelecidas2)a prestação de contas sobre a aplicação dos recursos públicos 3)a coerência entre objetivos e procedimentos na atuação administrativa

Acountabilitynecessidade de controle de um poder existenteAccountability vertical aquela que os dominados(eleitores) exercem sobre os dominantes(eleitos)

Teoria da agência (assimetria de informação, seleção adversa e risco moral)A teoria do agente-principal, assume que os indivíduos são criativos, mas egoístas e maximizadores de utilidade;Reconhece que nas relações hierárquicas os principais são apenas parcialmente capazes de observar o comportamento dos agentes e portanto, eles fazemface ao problema de “moral hazard” (hidden action).

• Teoria do agente-principal [Stiglitz, Dobbs, Ross,

Grossman & Hart]

• A literatura principal-agente está preocupada com o fato de como um indivíduo, o principal, [o Empregador, o eleitor, etc], pode estruturar um contrato que motive um outro indivíduo, seu agente, a agir no seu interesse (do principal.)

O principal é incapaz de observar diretamente o

esforço do agentehá um problema de hidden action que irá gerar um problema de moral hazard por parte do agente, que deseja maximizar sua vantagem esperada.

• O problema de principal-agente é um tipo de problema que envolve um esforço que não pode ser monitorado e medido diretamente pelo principal e, portanto, não pode ser diretamente recompensado.

• A solução para este tipo de problema está em se requerer algum tipo de alinhamento de interesses de ambas as partes [principal e o agente].

• Em qualquer problema do tipo agente-principal, o

primeiro passo é obter a resposta ótima do agente

a uma dada estrutura de recompensas ou sanções oferecidas pelo principalpapel essencial do controle

Accountability horizontal ações de agências do Estado exercidas sobre outros agentes ou agências, que vão desde a supervisão de rotina até sanções legais como o impeachment quando as ações são qualificadas como delituosas

Produto de uma rede de agências internas ao Estado: poderes executivo, legislativo, judiciário e demais órgãos como ombudsman e fiscalização das prestações de contas

Accountability societalmecanismo de controle não eleitoral, que emprega ferramentas institucionais e não institucionais e se baseia na ação de múltiplas associações de cidadãos, midia, etc. a fim de expor erros e falhas de governo, trazer novas questões para a agenda pública ou influenciar decisões políticas a serem implementadas por órgãos públicos SMULOVITZ E PERUZZOTTI, 2000). Os agentes não possuem mandato para sanções legais, mas apenas simbólicas, ainda que suas ações possam vir a gerar sanções legais.

Implementação de Políticas Públicas

Controle do corpo administrativofoco na discricionariedadedisponibilidade de um espaço de poder que permite ao agente público escolher entre diferentes alternativas de ação ou não-ação.

Discricionariedadeconceito amplo, que compreende:

a)possíveis arbitrariedades ou personalismos na atuação dos agentes públicos;

b)possível margem de liberdade de movimentos que todo agente público possui no exercício de suas funções;

c)margem de liberdade dos agentes públicos situados na periferia quando da aplicação das normas geradas pela administração central

Tipos de poder discricionário

Poder discricionário orientação legal que inclui a extensão da norma, o titular da sua competência e a finalidade pretendida

Conceitos jurídicos indeterminadosvazios legais que são preenchidos por interpretações judiciais sempre à luz da finalidade da norma

Capacidade de juízoflexibilidade do agente público para exercer uma prática criativa e positiva com relação à norma, sem violação das suas finalidades

Violação de normas afastamento da finalidade da norma

SUBIRATSburocracia possui muitos recursos de podercontrole sobre a informação e sobre o uso da sua capacidade profissional, redes de contatos formais e informais, permanência e longevidade na estrutura administrativa, controle do processo administrativo SUBIRATS por isso, não se pode aceitar um controle estritamente hierárquico (top-down), como pretende o modelo weberiano Também deve-se considerar os controles do tipo:a) bottom-upfluxos de informação, por exemplob) de dentro para fora da administraçãono controle dos recursos, bens ou serviços distribuídosc)De fora para dentropressões de grupos por demandas em troca de apoios

AÇAO DA BUROCRACIAi)na formação da agenda: recolhe e processa informações procedente de distintas clientelas com quem mantém contato, analisa e interpreta dados, influindo no reconhecimento dos problemasSUBIRATS/PETERS a burocracia é a fonte essencial da agenda de atuação dos poderes públicos (mais do que KINGDON)

ii)Na formulação:papel mais essencial na geração das alternativas para os temas da agenda ou programas de atuação definidos pelo nível político análise das alternativas e das suas respectivas consequencias

iii)implementação vários problemas

iii)implementação vários problemas

3.1- Políticostendência a estabelecer um conjunto de objetivos excessivamente genéricos, ambíguos, múltiplos e até contraditórios até mesmo para facilitar negociações deixa grande margem de liberdade para os implementadores resultando em:deficit de execuçãoquando não se aplicam as regras ou não se atingem os objetivos; deslocamento de objetivoso objetivo a alcançar é alterado de fatoseletividades involuntáriasquando se discrimina a aplicação do programa ou política a certos indivíduos ou grupos

3.2-excesso de normas

o agente poderá escolher a que mais lhe convenha no momento, ou fazendo interpretações ad hoc em um processo denominado

“ilegalidade útil” ou seja, conveniente ou para membros da organização ou para clientes da política ou pode ocorrer a “ guerrilha pós-legislativa”boicote, absenteísmo, perda de tempo, apatia, etc

Implementação das políticas envolve mais que o triângulo de ferro (políticos, burocratas e grupos de interesses) existem redes, intercâmbios, pressões e negociação

O processo de implementação não corresponde ao ideal top-downINDETERMINAÇÂOOs objetivos são inconsistentes, difusos, os recursos são sempre insuficientes e o controle é superficial e formalista e as condições são desencorajadoras.Respostas da burocracia:i)estabelecem padrões de atuação que limitam as demandas, maximizam a utilização dos recursos e procuram obter da clientela respostas positivas que os legitimemii)modificam seu trabalho ajustando os objetivos aos recursos disponíveis, reduzindo os objetivos ou adequando-os às condições existentes;iii)modificam sua própria definição do serviço a ser prestado, para obter um ajuste entre objetivos e resultados e obter uma reação positiva da clientela do serviço.

Quanto maior a possibilidade da ação discricionária da burocracia, maior a importância do controle

Conselhos nova modalidade de controle público sobre a ação governamental

experiências de inovação institucional que ampliam os espaços de deliberação pública

São estruturas jurídico-constitucionais de caráter permanente com representação paritária entre Estado e sociedade e com amplos poderes de controle sobre a política pública

práticas mais participativas e nova concepção de responsabilização

Inovação dos conselhos

a)dimensão técnico-normativaconselhos setoriais paritários com poderes alocativos, deliberativos e regulatórios

b)ampliação da democraciaatuação em busca da equidade e efetividade

Conselhos

representam interesses coletivos na definição da agenda pública e na formulação e implementação de políticas públicas

diferem de movimentos sociais tem estrutura legalmente definida e institucionalizada e sua razão de ser reside na ação conjunta com o aparato estatal na elaboração e gestão de políticas públicas

Inovação dos conselhos

são canais de participação política, de controle público sobre a ação governamental, de deliberação legalmente institucionalizada e de publicização das ações de governo

Tem poder de agenda e podem interferir nas ações e metas dos governos e em seus sistemas administrativos

são mecanismos de ação coletiva que inserem temas e demandas na agenda governamental para que sejam processados como políticas publicas

tem dimensão jurídica

Conselhos instituições de accountability societal

Problemas

dificuldades de participação relacionada com a intensidade da vida associativa local

controle de recursos insuficiente: tempo, informação, capacidade técnica

desempenho ligado à qualidade do governo municipal (transparência)

REDES relações estreitas, estáveis e informais entre atores e grupos interdependentes com poder relacional que formam sistemas de ação que vão além das organizações.trocas e interações que potencializam seus membros

Novos arranjos de pol´ticas públicas

Intersetorialidadepromoção de ações horizontalmente integradas com base em áreas ou em segmentos da população

superação da fragmentação e da setorializaçãogeralmente temas transversais: mulher, jovem, direitos humanos, etc.

Parceriasvínculos com outros níveis de governo ou com governos de outros municípios, como consórcios intermunicipais Inclusão de novos atores na formulação e implementação de políticas públicas sociedade civilsetor privado lucrativo e terceiros setor, conselhos gestores, etcTrês forças significativas criaram um espaço propício para o surgimento tanto das parcerias :A procura de capacidades à medida que os limites entre as organizações se tornam indefinidos; Recursos escassos e a intensificação da competição por espaço além da crescente necessidade de intervenção na problemática social; e A lacuna entre o que uma organização gostaria de realizar e o que, levando em conta a realidade e seus recursos próprios, pode realizar.

• Governo brasileirobuscou experiências já vitoriosas em outros países, de parcerias com investidores privados, utilizando um modelo mais avançado de contratação administrativa, com maiores garantias de retorno dos investimentos realizados, flexibilização na execução do contrato, repartição de riscos etc. Inglaterra, México, Chile, Portugal e outros países, tendo sido investidos bilhões de dólares em projetos nas áreas de transporte (rodovias, ferrovias, aeroportos, portos), saúde (hospitais), segurança pública (prisões), defesa, educação (rede de escolas) e gestão de patrimônio imobiliário público.

• Lei Federal nº 11.079/2004, que instituiu normas gerais para licitação e contratação de parcerias público-privadas, no âmbito da Administração Pública.

• A parceria público-privada constitui modalidade de contratação em que os entes públicos e as organizações privadas, mediante o compartilhamento de riscos e com financiamento obtido pelo setor privado, assumem a realização de serviços ou empreendimentos públicos.

• A Lei nº 11.079/04 define a PPP como um contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa, sendo a concessão patrocinada o contrato de prestação de serviços ou obras públicas de que trata a Lei 8.987/95, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

• A concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços em que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.

• No projeto PPP, o setor privado fica responsável pelo financiamento total do serviço, incluindo as obras necessárias e só após a disponibilização desse serviço é que começa a receber a remuneração, seja diretamente através dos recursos do Poder Público somente ou combinada com cobrança de tarifa do usuário, como acontece com a forma tradicional da remuneração das concessões. A amortização do investimento somente se inicia quando o serviço ou a utilidade já está disponível, conforme os objetivos traçados no projeto inicial.

• Nessa parceria, o governo especifica o serviço ou obra e um mesmo agente do setor privado desenha, financia, constrói, explora e disponibiliza o serviço para a utilidade pública. Encerrado o contrato de parceria ou no caso de extinção antecipada, a propriedade dos bens, móveis ou imóveis necessários à continuidade dos serviços objetos da parceria serão revertidos para a Administração Pública, independente de indenização.

Novas formas de participaçãoOrçamento Participativo (OP) é um mecanismo governamental de democracia participativa que permite aos cidadãos influenciar ou decidir sobre os orçamentos públicos, geralmente o orçamento de investimentos de prefeituras municipais, através de processos de participação cidadã. Esses processos costumam contar com assembléias abertas e periódicas e etapas de negociação direta com o governo. Muitas prefeituras adotaram a participação popular, como é o caso de Saint-Denis (França), Rosário(Argentina), Montevidéu (Uruguai), Barcelona(Espanha), Toronto (Canadá), Bruxelas (Bélgica), Belém(Pará), Santo André (SP), Aracaju (Sergipe), Blumenau(SC) , Belo Horizonte (MG) e Atibaia (SP), entre outras.

Novas formas de participaçãoOPCom diferentes metodologias em cada município em que o OP é executado, suas assembléias costumam ser realizadas em sub-regiões municipais, bairros ou distritos, em discussões temáticas e/ou territoriais, elegendo também delegados que representarão um tema ou território nas negociações com o governo.Esses delegados formam um Conselho anual que além de dialogar diretamente com os representantes da prefeitura sobre a viabilidade de executar as obras aprovadas nas assembléias, também irão propor reformas nas regras de funcionamento do programa e definirão as prioridades para os investimentos, de acordo com critérios técnicos de carência de serviço público em cada área do município.