8 benefÍcios da adubaÇÃo orgÂnica
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8 BENEFÍCIOS DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA
Adubo orgânico SIM...mas com ciência!
SUMÁRIO
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1. AS ORIGENS DO MODELO ATUAL DE ADUBAÇÃO - página 21.1 A agricultura sob o prisma cartesiano - página 31.2 Em busca de uma adubação mais eficiente - página 5
OS TIPOS DE ADUBAÇÃO ORGÂNICA - página 7
2. COMO FAZER UM ADUBO ORGÂNICO BEM FEITO - página 103.1 Os 5 padrões de produção de composto orgânico - página 113.2 Os dois maiores valores de um composto orgânico bem feito - página 14
3. É VIÁVEL FAZER O PRÓPRIO ADUBO NA FAZENDA? - página 154.1 Principais dicas - página 17
4. VANTAGENS DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA - página 195.1 Oito benefícios da adubação orgânica - página 20
Existia há menos de cem anos, uma consciência geral, entre os produtores de alimentos, de que a adubação orgânica, de certa forma, era insuperável.
Naquela época, nem se imaginava que, um dia, a ciência agronômica seria completamente arrastada pelas turbulentas águas de um novo e bilionário negócio: o agronegócio.
A revolução industrial, as guerras mundiais e posteriormente o crescimento populacional ocorrido no século XX, foram os precursores do agronegócio, como o entendemos hoje.
A necessidade (e a oportunidade) de produzir alimentos em larga escala, fez surgir uma agricultura digamos, industrial.
AS ORIGENS DO MODELO ATUAL DE
ADUBAÇÃO
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Aos poucos, a visão química da agronomia foi se estabelecendo no campo e nas universidades, fruto dos esforços da indústria para vender seus produtos.
A agricultura sob o prisma cartesiano
Esse novo modelo foi impulsionado pela chamada “Revolução Verde”, sob o argumento (o mesmo usado até hoje) da sua essencialidade para acabar com a fome no mundo.
Como resultado, houve sim, um grande aumento na quantidade de alimentos que passamos a produzir.
No entanto a fome só aumentou, pois o modelo adotado ajudou a concentrar a renda nas mãos de poucos, além de excluir os pequenos do campo.
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Tornou-se óbvio, para qualquer observador mais atento, que o modelo atual de produção de alimentos jamais resolverá o problema da fome no mundo, já que as causas estão muito mais relacionadas com outras questões.
Questões estas como políticas públicas, conflitos internacionais, incompetência generalizada, corrupção na administração pública, desigualdades sociais, etc.
A maioria de nós hoje, tem uma certa dificuldade em enxergar as questões de forma sistêmica ou holística.
Preferimos, em geral, trabalhar com sistemas que podem ser calculados, compartimentalizados e compreendidos através da visão cartesiana e reducionista que nos é ensinada nas escolas e universidades.
Dessa forma, o conjunto das vivências, experiências e tradições dos agricultores, na lida com as plantas e o solo ao longo dos séculos, ficou em grande parte esquecido, atropelado mesmo, pelo novo modelo de produzir alimentos, chamado agronegócio.
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Em busca de uma adubação mais eficiente
Pois bem, talvez tenha sido assim que nos esquecemos da adubação orgânica e adotamos os fertilizantes minerais altamente solúveis.
No entanto, é curioso notar, após algumas décadas de uso, começamos a entender que a adubação estritamente mineral e solúvel não atende mais nossos anseios, tanto na busca por resultados, quanto por sustentabilidade. Por quê?
Uma parte da resposta está no crescimento das doses utilizadas, em função das crescentes produtividades. Os efeitos salinos, acidificantes e supressores da vida do solo, se tornaram críticos e evidentes, nessas novas dosagens.
Foi então que as empresas fabricantes começaram a oferecer novas alternativas, como os fertilizantes de liberação gradual e os organominerais.
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Esses últimos, em tese, além de abrandar a agressividade química ao solo, fornecem um pouco de matéria orgânica junto, o que é essencial para o funcionamento dos solos tropicais.
Pois bem, sabemos que essa busca por uma adubação mais eficiente, passa, necessariamente, pela questão dos custos, para se tornar viável.
Nesse sentido é que começamos a trabalhar, há 10 anos, na possibilidade de o próprio produtor fazer seu adubo na fazenda, a partir de seus passivos ambientais e os dos vizinhos, acrescidos de bons pós de rocha encontrados na região.
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Definitivamente, o solo não é uma mera “sopa de letrinhas”, do tipo NPK etc….e essa simplificação quase sempre nos leva a cometer erros que o tempo acaba por desnudar.
A “adubação orgânica” é um termo genérico, que abriga vários materiais. Vamos aqui classificar de forma simples alguns principais:
1. Materiais orgânicos (dejetos animais, estercos, camas e resíduos vegetais);
2. Adubos organominerais (materiais orgânicos compostados ou não, misturados com fertilizantes minerais);
3. Compostados aleatoriamente (camas de animais, compostagem não controlada);
4. Complexação orgânica de minerais (fertilizantes minerais ligados quimicamente à substâncias orgânicas complexantes);
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5. Biofertilizantes (fertilizante orgânico, conseguido através da digestão anaeróbica de material orgânico);
6. Compostagem aeróbica, microbiana, de condução controlada, acrescida de pós de rocha.
Este último, é o modelo que defendemos, como solução mais adequada para a agricultura tropical.
Cada lavoura, cada solo e cada objetivo final, têm os seus detalhes e, portanto, suas necessidades específicas de adubação.
Por isso, a melhor estratégia deve ser decidida em conjunto: pelo técnico e por quem conhece essas necessidades de perto.
O caminho fácil das “receitas de bolo”, deve e precisa ser evitado, sob pena de se cometerem erros grosseiros.
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Os 5 padrões de produção do composto orgânico
E o que significa um composto orgânico bem feito? Significa que todo o processo seguiu padrões rigorosos de produção. São eles:
1. Escolha e análise de boas matérias primas;
2. Máquinas, equipamentos, pátio e mão de obra adequados;
3. Receita equilibrada (relação C/N, elementos minerais, bioativador, etc.);
4. Análise completa do composto pronto (química, biológica, orgânica, sanitária);
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5. Controle diário de parâmetros (ex.: temperatura, umidade, odor, aeração).
Temperatura aferida após 2 dias de montagem da leira.
Fonte: Instituto Brasileiro de Agroecologia
O composto orgânico bioestabilizado, produzido pela atividade microbiana aeróbica, leva uma série de vantagens, em relação ao uso do material orgânico não compostado.
Esse último apresenta inconvenientes, como umidade excessiva, odor desagradável, necessidade de altas doses, atrai moscas, entre outros.
Além disso, pode conter transmissores de doenças e sementes de plantas invasoras.
No material cru, ou compostado de forma aleatória, os nutrientes minerais podem estar presentes de forma desequilibrada. Alguns deles, como o potássio e o nitrogênio, podem se perder rapidamente.
Mas, em resumo, podemos citar os dois maiores valores de um composto orgânico bem compostado.
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Dois maiores valores de um composto orgânico bem feito
São eles:
● Os teores de ácidos orgânicos, aminoácidos, compostos fenólicos e substâncias orgânicas complexas e variadas, resultantes da atividade microbiana sobre os materiais.
● A própria gama de microrganismos benéficos que ele possui, o que o torna também um poderoso multi-inoculante. Benefício adicional que é perdido, quando, ao ser granulado, o adubo é submetido à altas temperaturas ou acidulação.
Portanto, esse conjunto de inoculantes, acoplado a substâncias orgânicas complexas, altera para melhor a eficiência de absorção dos elementos minerais no solo, na medida em que favorece a ativação biológica do mesmo, ou bioativação.
Consequentemente, a quantidade total necessária de aplicação desses elementos minerais diminui.
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É VIÁVEL FAZER O PRÓPRIO ADUBO NA
FAZENDA?
Fonte: Fazenda Tropical.
Leiras de compostagem na Fazenda Tropical. Montividiu, GO.
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É perfeitamente possível fazermos o próprio adubo na fazenda, a partir dos resíduos que lá geramos.
Existem empresas e consultores especializados nisso. E como em qualquer atividade, os resultados variam do péssimo ao excelente.
Por isso é importante não se iludir com conversas ou com aparências construídas pelo marketing.
O melhor é procurar conhecer melhor os resultados já obtidos pela empresa ou consultor, em outras fazendas.
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Principais dicas
Se você pretende elaborar o composto orgânico maturado na própria fazenda, uma boa dica para se obter um adubo de qualidade para sua lavoura, é não se contentar com o “mais ou menos”.
Se você fizer um adubo em que não confia totalmente, acabará usando junto o adubo comprado, por segurança.
Então os seus custos subirão, ao invés de caírem. Também é bom discutir com seu consultor sobre os eventuais acréscimos minerais a serem efetuados, caso sejam necessários.
Quando fazemos o adubo na própria fazenda, com ciência, com critério, temos uma ferramenta fantástica para impulsionar nosso negócio.
Isso porque, ao mesmo tempo em que reduzimos custos, adquirimos certa imunidade com relação às variações de preço e disponibilidade a que o mercado de fertilizantes está sujeito, todos os anos.
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Também adquirimos maior flexibilidade para produzir um adubo que seja mais adequado para cada situação, em nossa propriedade, além de dar um destino nobre aos resíduos produzidos.
E a possibilidade de produzir o adubo de forma barata, torna viável a aplicação de matéria orgânica em quantidades bem maiores do que se fôssemos comprar um organomineral, por exemplo.
Com isso conseguimos alterar, para melhor, propriedades fundamentais como a CTC, o teor de carbono, a capacidade de absorver e de reter água, a compactação, entre outras.
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De uma forma bem resumida e simplificada, podemos dizer que a adubação orgânica tende a apresentar melhores resultados no campo, quando comparada com as adubações estritamente minerais.
Essa é uma afirmação genérica, reconhecemos. Porém os detalhes e especificidades dessa discussão são longos para esse momento.
Sendo assim, podemos citar e comentar algumas vantagens da adubação orgânica.
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Oito Benefícios da Adubação Orgânica
1) AUMENTA A PRODUTIVIDADE.
São inúmeros os trabalhos científicos que provam essa tese.
Fonte: Instituto Brasileiro de Agroecologia
Frutos de café próximo ao ponto de colheita. Fazenda Cascata. Altinópolis, SP.
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2) REDUÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO.
Isso é muito mais verdadeiro quando fazemos o adubo na fazenda.
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Fonte: Instituto Brasileiro de Agroecologia
Etapa de montagem das leiras no processo de compostagem.
3) MELHORA A FERTILIDADE DO SOLO, AO LONGO DO TEMPO.
Esse fator depende também da quantidade oferecida, o que é função do custo.
Fonte: Instituto Brasileiro de Agroecologia
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Distribuição do pó de rocha na leira de compostagem.
4) REDUZ A INFESTAÇÃO DE NEMATOIDESe de algumas doenças do solo, pela competição gerada entre os organismos, num ambiente favorável.
Fonte: Instituto Brasileiro de Agroecologia
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Fase de montagem das leiras.
5) AUMENTA A CAPACIDADE DE ABSORÇÃO E RETENÇÃO DE ÁGUA NO SOLO.
A matéria orgânica e a atividade dos organismos, se encarregam disso com competência.
Fonte: Instituto Brasileiro de Agroecologia
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Revolvimento da leira, evidenciando o vapor d'água, gerado pela ação microbiana.
6) AUMENTA A POPULAÇÃO E A DIVERSIDADE DOS ORGANISMOS DO SOLO.
É a coisa mais importante que se pode fazer, em solos tropicais.
Fonte: Instituto Brasileiro de Agroecologia
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Distribuição do pó de rocha na leira de compostagem.
7) MELHORA A QUALIDADE DOS ALIMENTOS
e, por vezes, seu preço de venda, dependendo da cultura, como café, HF.
Fonte: Instituto Brasileiro de Agroecologia
Emissão de vapor d'água. Granja Roseira. Serrania, MG.
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8) DIMINUI O USO DE SUBSTÂNCIAS AGRESSIVAS AO HOMEM E AO AMBIENTE.
Menor contaminação das águas e uma nítida diminuição da necessidade de defensivos, muitas vezes tóxicos.
Fonte: Instituto Brasileiro de Agroecologia
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Antonio N. S. TeixeiraDiretor Executivo – IBA
Se você quiser começar uma produção própria de adubo na fazenda, sugiro que mantenha em alta o seu raciocínio livre e independente.
Manter a mente aberta e lúcida, sem as contaminações dos interesses externos, é importante para se chegar a um lugar melhor do que onde já estamos.
Termino com palavras de Antoine de Saint-Exupéry:
“O futuro não é um lugar para onde estamos indo; mas um lugar que estamos
criando. O caminho para ele não é encontrado, mas construído. E o ato de
fazê-lo, muda tanto o realizador, quanto o destino”.
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