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2006 7-1 ufpr/tc405
7 7ADERÊNCIA ENTRE O CONCRETO E O AÇO
7.1 Tipos de aderência A aderência entre o concreto e o aço pode ser obtida:
por adesão (Figura 7.1a);
por atrito (Figura 7.1b); e
mecanicamente (Figura 7.1c)
Figura 7.1 - Tipos de aderência
A aderência mecânica, conseguida através de mossas ou saliências, é a mais eficiente de todas.
A caracterização da superfície de aderência das barras de aços destinados a armaduras
para concreto armado é feita pelo coeficiente de conformação superficial , através ensaio estabelecido na ABNT NBR 7477. Os valores mínimos para este coeficiente, apresentados na ABNT NBR 7480 são estabelecidos em função da categoria do aço. Para a ABNT NBR 6118, a
conformação superficial é medida pelo coeficiente 1. Os valores para este coeficiente são estabelecidos em função do tipo de superfície lateral das barras. As relações entre os coeficientes
e 1, apresentadas pela ABNT NBR 6118, item 8.3.2, são mostradas na Tabela 7.11.
Superfície 1
Lisa (CA-25) 1,00 1,0
Entalhada (CA-60) 1,40 1,5
Nervurada (CA-50) 2,25 1,5
Tabela 7.1 - Relação entre e 1
7.2 Ancoragem de barras tracionadas Seja a Figura 7.2 onde é mostrada a transferência da força normal Rs atuante na barra de
aço para o bloco de concreto. Esta transferência de força é possível devido ao desenvolvimento
de tensões tangenciais de aderência b,x entre a armadura e o concreto.
1 A ABNT NBR 6118, item 8.3.2, define o coeficiente de conformação superficial da ABNT NBR 7480 como sendo b.
As barras nervuradas são, também, referidas como de alta aderência.
concreto
aço
a) b) c)
2006 7-2 ufpr/tc405
Figura 7.2 - Transferência de força normal
Fazendo o equilíbrio de forças atuantes no seguimento de barra dx, tem-se:
)d(AdxuA x,sx,ssx,bx,ss
x,ssx,b dAdxu
x,s
2
x,b d4
dx
dx
d
4
x,s
x,b
x,b
x,s 4
dx
d
Equação 7.1
A solução da Equação 7.1 só é possível se for conhecida a variação de b,x ao longo de x. A solução simplificada (usada em projeto com a introdução de coeficientes de segurança
adequados) consiste em adotar para b,x um valor constante, admitindo as tensões de aderência uniformemente distribuídas ao longo do trecho da barra situado dentro do bloco de concreto (Figura 7.3). Nestas condições tem-se:
unif,b
x,s 4
dx
d
dx4
d unif,bx,s
dx
4d unif,bx,s
x4
unif,bx,s
Equação 7.2
dx
s = Rs / As
b,x
s,x
x
Rs
b,x
dx tensões tangenciais de aderência
tensões normais na barra
As = 2/4
u =
s,x + ds,x
2006 7-3 ufpr/tc405
A Equação 7.2 corresponde a uma reta e a Figura 7.3 mostra o esquema simplificado de transferência de força atuante na barra para o
bloco de concreto (b,unif
é constante e s,x varia linearmente). Em se tratando de valores de projeto (valores de cálculo), o valor da
tensão normal s deve ficar limita a fyd e a força Rs assume o valor de cálculo Rsd.
Figura 7.3 - Comprimento de ancoragem - valores de projeto
Do exposto na Figura 7.3, torna-se possível determinar o comprimento de ancoragem
necessário b,nec para tornar nula, no final da barra, a tensão normal nela atuante, ou seja, o comprimento de ancoragem necessário para que a força atuante na barra possa ser transferida para o concreto. Do diagrama de tensões normais mostrado na Figura 7.3 pode-se estabelecer:
s
sdsx,snec,b
x,s
A
Rx
00x
Introduzindo os valores de b,nec e s na Equação 7.2, tem-se:
nec,bunif,bs
4
unif,b
snec,b
4
Equação 7.3
7.3 Influência da posição da barra A qualidade da aderência varia em função da posição da barra. Barras horizontais situadas
na parte superior de uma viga ou de uma laje têm qualidade de aderência inferior àquelas colocadas na parte inferior. Devido à segregação do concreto fresco, ocorre um acúmulo de água sob as barras horizontais superiores, conforme mostrado na Figura 7.4. Posteriormente, sendo esta água absorvida pelo concreto, vazios serão formados na parte inferior das barras superiores diminuindo, conseqüentemente, a qualidade da aderência. A sedimentação do cimento que ocorre
antes do início da pega e a exudação do excesso de água de amassamento também contribuem para a pior qualidade de aderência do concreto situado na parte superior de uma viga ou laje (Figura 7.4).
Figura 7.4 - Qualidade da aderência - armadura horizontal superior
s = (Rsd / As) fyd
b,unif
x
Rs = Rsd
b,unif
b,nec
tensões tangenciais de aderência
tensões normais na barra
s,x = (4/) (b,unif) x
água acumulada sob a barra
água de exudação
armadura superior
concreto
2006 7-4 ufpr/tc405
A ABNT NBR 6118, item 9.3.1, considera os trechos de barras em boa situação de aderência quando estiverem em uma das posições seguintes:
a. com inclinação maior que 45° sobre a horizontal; b. horizontais ou com inclinação menor que 45° sobre a horizontal, desde que
(Figura 7.5):
para elementos estruturais com h < 60 cm, localizados no máximo 30 cm acima da face inferior do elemento ou da junta de concretagem mais próxima;
para elementos estruturais com h 60 cm, localizados no mínimo 30 cm abaixo da face superior do elemento ou da junta de concretagem mais próxima.
Os trechos das barras em outras posições e quando do uso de formas deslizantes devem ser considerados em má situação quanto à aderência.
Figura 7.5 - Situações de boa e má aderência para armaduras horizontais
Em termos gerais pode-se dizer que as armaduras negativas (armaduras horizontais superiores) de vigas e lajes com altura superior a 30 cm então em situações de má aderência. As armaduras positivas de lajes e vigas (armaduras horizontais inferiores), bem como as armaduras de pilares (armaduras verticais), de modo geral, estão em situação de boa aderência.
Figura 7.6 - Armaduras em situações de boa e má aderência
7.4 Resistência de aderência de cálculo A ABNT NBR 6118, item 9.3.2.1, estabelece que a resistência de aderência de cálculo entre
armadura e concreto na ancoragem de armaduras passivas deve ser obtida pela seguinte expressão:
ctd321bd ff Equação 7.4
sendo:
c
inf,ctk
ctd
ff
boa aderência
má aderência
boa
ad
erê
ncia
pilares vigas ou lajes com h > 30 cm
(h 30 cm só boa aderência)
h > 30 cm
h < 60 cm
boa aderência
má aderência
boa aderência
má aderência
30 cm
30 cm
h 60 cm paralelas
2006 7-5 ufpr/tc405
aderência alta ou nervuradas barras25,2
entalhadas barras40,1
lisas barras00,1
1
aderência má de situações70,0
aderência boa de situações00,12
mm 40 92,0
mm 32 00,13
Na falta de ensaios para a determinação mais precisa do valor da resistência à tração do concreto característica, é permitido pela ABNT NBR 6118, item 8.2.5, o uso das seguintes expressões:
mct,supctk,
mct,infctk,
3 2ckmct,
f 3,1f
MPa em valoresf 0,7f
f 0,3f
Equação 7.5
Sendo fckj 7MPa, as expressões da Equação 7.5 podem também ser usadas para idades diferentes de 28 dias.
Combinando a Equação 7.4 e a Equação 7.5, tem-se:
3 2ck
3 2ckmct,infctk, f 0,21f 0,37,0f 0,7f
c
3 2ck
c
inf,ctk
ctd
f 0,21ff
c
3 2ck
321ctd321bd
f 0,21ff
MPa em ff21,0
f ck3 2
ck
c
321
bd
Equação 7.6
Os valores de c estão mostrados na Tabela [3.7] e para o ELU valem:
isexcepciona scombinaçõe20,1
construção de ou especiais scombinaçõe20,1
normais scombinaçõe40,1
c
Exemplo 7.1: Determinar o valor de fbd para a região superior de uma viga de concreto armado que terá 70 cm da altura.
Considerar: – concreto: C25;
– barra nervurada: 40 mm; e – combinação normal de carregamento - ELU.
Solução: O valor de fbd é determinado pela Equação 7.6. Para 1 deverá ser usado o valor
2,25 que corresponde a barra nervurada; para 2 deverá ser usado o valor 0,7 que corresponde a situação de má aderência, região superior de viga de 70 cm
(ver Figura 7.6); para 3 deverá ser usado o valor 0,92 que corresponde a barra
de diâmetro 40 mm; e para c deverá ser usado o valor 1,4 que corresponde a combinação de normal de carregamento - ELU.
a. Dados
C25MPa 25fck
nervurada barra25,21
aderência má de situação70,02
2006 7-6 ufpr/tc405
mm 40 92,03
normal combinação - ELU40,1c
b. fbd
MPa em ff21,0
f ck3 2
ck
c
321
bd
MPa ,861254,1
92,07,025,221,0f
3 2bd
MPa ,861fbd ◄
Os valores de fbd para situações de boa aderência e barras com diâmetro igual ou menor que 32 mm estão mostrados na Tabela 7.2.
fbd
32 mm (boa aderência) c = 1,40
concreto barras
lisas entalhadas nervuradas
C20 1,11 MPa 1,55 MPa 2,49 MPa
C25 1,28 MPa 1,80 MPa 2,89 MPa
C30 1,45 MPa 2,03 MPa 3,26 MPa
C35 1,60 MPa 2,25 MPa 3,61 MPa
C40 1,75 MPa 2,46 MPa 3,95 MPa
C45 1,90 MPa 2,66 MPa 4,27 MPa
C50 2,04 MPa 2,85 MPa 4,58 MPa
Tabela 7.2 - Valores de fbd1
7.5 Comprimento de ancoragem - valores de cálculo Os valores de cálculo para comprimento de ancoragem de barras, a serem usados em
projetos de estruturas de concreto armado, são obtidos da Equação 7.3 substituindo b,unif por fbd, de tal forma que:
bd
snec,b
f4
Equação 7.7
No caso particular em que a tensão normal s corresponde ao valor limite de cálculo fyd, tem-se:
bd
yd
bf
f
4
Equação 7.8
A ABNT NBR 6118, item 9.4.2.4, define o valor de b da Equação 7.8 como sendo o comprimento de ancoragem básico, necessário para ancorar a força limite As fyd, atuante na barra, admitindo, ao longo desse comprimento, resistência de aderência uniforme e igual a fbd.
Deve ser observado que o valor do comprimento de ancoragem necessário (b,nec da
Equação 7.7) será sempre menor ou igual ao comprimento de ancoragem básico (b da
Equação 7.8) pois s fyd.
ABNT NBR 6118: “9.4.2.4 Comprimento de ancoragem básico Define-se comprimento de ancoragem básico como o comprimento reto de uma barra de armadura passiva necessário para ancorar a força limite As fyd nessa barra, admitindo, ao longo desse comprimento, resistência de aderência uniforme e igual a fbd, conforme item 9.3.2.1.”
1 Para situação de má aderência, multiplicar os valores da tabela por 0,7.
2006 7-7 ufpr/tc405
O comprimento de ancoragem básico é dado por:
bd
yd
bf
f
4
9.4.2.5 Comprimento de ancoragem necessário O comprimento de ancoragem necessário pode ser calculado por:
min,b
ef,s
cal,s
bnec,bA
A
sendo:
= 1,0 para barras sem gancho;
= 0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal
ao do gancho ≥ 3;
= 0,7 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2;
= 0,5 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2 e
gancho, com cobrimento no plano normal ao do gancho ≥ 3;
b calculado conforme 9.4.2.4;
b,min o maior valor entre 0,3b, 10 e 100 mm Permite-se, em casos especiais, considerar outros fatores redutores do comprimento de ancoragem necessário.“
Deve ser observado que a apresentação do comprimento de ancoragem necessário apresentado pelo item 9.4.2.5 da ABNT NBR 6118, aparentemente, difere do estabelecido pela Equação 7.7. No entanto, os dois modos de apresentação são equivalentes, como demonstrado a seguir.
A Equação 7.7 decorre da Figura 7.3 onde é mostrado que:
ef,s
sd
s
sds
A
R
A
R
onde As representa a área da seção transversal efetiva (As,ef) da barra tracionada pela força Rsd. Desta forma, a Equação 7.7 pode ser escrita
ef,s
sd
bdbd
snec,b
A
R
f
1
4f4
Como uma força pode ser sempre representada pelo produto de uma área por uma tensão, para a força Rsd vale:
ydcal,ssd fAR
onde As,cal representa a área a ser calculada (As,cal ≤ As,ef), para que a tensão s atuante na barra tracionada pela força Rsd resulte igual a fyd. Desta forma, tem-se:
ef,s
ydcal,s
bdef,s
sd
bd
nec,bA
fA
f
1
4A
R
f
1
4
ou ainda:
ef,s
cal,s
b
ef,s
cal,s
bd
yd
nec,bA
A
A
A
f
f
4
Equação 7.9
A Equação 7.9 é, portanto, a mesma apresentada pela ABNT NBR 6118, item 9.4.2.5, a
menos do fator .
Desta forma, o valor de b,nec pode ser calculado por:
cm10
10
3,0
maxA
Ab
ef,s
cal,sbnec,b
Equação 7.10
A combinação da Equação 7.7 com a Equação 7.9, resulta em:
ef,s
cal,s
bd
yd
bd
snec,b
A
A
f
f
4f4
de tal forma que, a tensão atuante na barra tracionada fica definida por:
2006 7-8 ufpr/tc405
yd
ef,s
cal,s
s fA
A Equação 7.11
Exemplo 7.2: Determinar o valor do comprimento de ancoragem básico das barras de armadura positiva (armadura inferior) a ser usado em vigas de concreto armado a serem construídas com concreto classe C20 e aço CA-50. Considerar apenas barras nervuradas com diâmetros inferiores a 40 mm e combinações normais de carregamento - ELU.
Solução: O valor de b é determinado pela Equação 7.8, com fbd definido pela
Equação 7.6. Para 1 deverá ser usado o valor 2,25 que corresponde a barra
nervurada; para 2 deverá ser usado o valor 1,0 que corresponde a situação de
boa aderência, região inferior de vigas (ver Figura 7.6); para 3 deverá ser usado
o valor 1,0 que corresponde a barras de diâmetro menor que 40 mm; para c deverá ser usado o valor 1,4 que corresponde a combinações normal de
carregamento - ELU; e para s deverá ser usado o valor 1,15 que corresponde a combinações normal de carregamento - ELU.
a. Dados
C20MPa 20fck
CA50MPa 500fyk
nervurada barra25,21
aderência boa de situação00,12
mm 40 00,13
normal combinação - ELU40,1c
normal combinação - ELU15,1s
MPa 4351,15
500ff
s
yk
yd
b. fbd
MPa em ff21,0
f ck3 2
ck
c
321
bd
MPa 2,49204,1
0,10,125,221,0f
3 2bd
c. b
bd
yd
bf
f
4
4449,2
435
4b
44b ◄
Os valores de b para CA-50, situações de boa aderência e barras com diâmetro igual ou menor que 32 mm estão mostrados na Tabela 7.3.
2006 7-9 ufpr/tc405
b c = 1,40
s = 1,15
32 mm (boa aderência)
CA-50-
concreto Barras
Lisas entalhadas nervuradas
C20 98 70 44
C25 85 61 38
C30 75 54 33
C35 68 48 30
C40 62 44 28
C45 57 41 25
C50 53 38 24
Tabela 7.3 - Comprimento de ancoragem básico - CA-501
7.6 Redução do comprimento de ancoragem
7.6.1 Ganchos das armaduras de tração
Uma das maneiras permitida pela ABNT NBR 6118 para a redução de comprimentos de ancoragem é através do uso de ganchos em armaduras tracionadas (Figura 7.7).
Figura 7.7 – Tipos de ganchos
De acordo com o item 9.4.2.3 da ABNT NBR 6118, os ganchos podem ser:
a. semicirculares, com ponta reta de comprimento não inferior a 2 (Figura 7.7.a) ;
b. em ângulo de 45° (interno), com ponta reta de comprimento não inferior a 4 (Figura 7.7.b) ; e
c. em ângulo reto, com ponta reta de comprimento não inferior a 8 (Figura 7.7.c) .
Para as barras lisas, os ganchos devem ser semicirculares.
O diâmetro interno da curvatura (D) dos ganchos das armaduras longitudinais de tração deve ser pelo menos igual ao estabelecido na Tabela 7.4.
Bitola (mm) Tipo de Aço
CA-25 CA-50 CA-60
<20 4 5 6
20 5 8 -
Tabela 7.4 – Diâmetro dos pinos de dobramento
É importante observar que o uso de ganchos em barras tracionadas é bastante restrito. A
necessária cobertura de concreto (3), no plano normal ao do gancho, praticamente, só ocorre nas extremidades de vigas que terminam em vigas, como mostrado na Figura 7.8. O gancho da
armadura da viga V2, tem, dentro da viga V1, cobertura lateral de concreto maior que 3. Para outras barras da viga V1, posicionadas fora do encontro das vigas, torna-se mais difícil a obtenção do cobrimento exigido pela ABNT NBR 6118.
1 Para situação de má aderência, dividir os valores da tabela por 0,7.
2
D
a)
4
D
b)
8
D
c)
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Figura 7.8 – Ganchos em extremidade de viga
7.6.2 Barras transversais soldadas
Outra maneira permitida pela ABNT NBR 6118 para a redução de comprimentos de ancoragem é através do uso de barras transversais soldadas (Figura 7.9).
Figura 7.9 – Ancoragem com barras transversais soldadas
De acordo com o item 9.4.2.2 da ABNT NBR 6118, a redução de comprimentos de ancoragem é através do uso de barras transversais soldadas poderá ser feita desde que:
a. o diâmetro da barra soldada seja maior ou igual a 60% do diâmetro da barra ancorada
(t ≥ 0,6 ); b. a distância da barra transversal ao ponto de início da ancoragem seja maior ou igual 5
vezes o diâmetro da barra ancorada (≥ 5 ); e c. a resistência ao cisalhamento da solda seja maior ou igual a 30% da resistência da
barra ancorada (0,3 As fyd).
7.7 Diagrama Rsd Conforme mostrada na Figura 7.3, as armaduras necessitam, em sua parte final, de um
determinado comprimento para se fixarem (ancorarem) dentro da massa de concreto. Desta forma o diagrama de tensões normais possível de ser desenvolvido em uma barra de aço destinada a armadura para concreto armado é o mostrado na Figura 7.10.
V2
V1
V2
V1
3
b,nec
≥ 5
b,nec
≥ 5
b,nec
≥ 5
t
b,nec
≥ 5
2006 7-11 ufpr/tc405
Figura 7.10 - Diagrama de tensões normais em barras de aço para concreto armado
Deve ser observado na Figura 7.10 que a tensão normal na barra s só pode atingir o valor máximo fyd se houver espaço suficiente para ancoragem com o desenvolvimento do comprimento
de ancoragem básico b (lado direito do diagrama). Quando o espaço necessário para a ancoragem da barra é restrito (lado esquerdo do diagrama), onde somente o comprimento de
ancoragem necessário b,nec pode ser desenvolvido, a tensão normal s é menor que fyd.
Se as ordenadas mostradas no diagrama de tensões da Figura 7.10 forem multiplicas por As (área da seção transversal da barra) chega-se ao diagrama de força resistente Rsd
1, como mostrado na Figura 7.11 (trocou-se tensão por força).
Figura 7.11 - Diagrama Rsd (esforço resistente de cálculo)
1 A força resistente Rsd é a mesma força mostrada na Figura [5.14] e na Figura 7.3.
s
b,nec b
fyd
início da ancoragem
As
Rsd = As s
b,nec b
Rsd = As fyd
início da ancoragem
As
2006 7-12 ufpr/tc405
Exemplo 7.3: Determinar o diagrama de força resistente de cálculo Rsd para as armaduras negativas (tracionadas) da viga abaixo indicada.
Considerar: – concreto: C20; – barra nervurada: CA-50; – combinação normal de carregamento - ELU; e
– s = fyd (máximo aproveitamento das barras).
Solução: O valor de b deverá ser determinado para cada barra usando a Equação 7.8, com
fbd definido pela Equação 7.6. Para 1 deverá ser usado o valor 2,25 que
corresponde a barra nervurada; para 2 deverá ser usado o valor 0,7 que corresponde a situação de má aderência, região superior de vigas (ver Figura 7.6);
para 3 deverá ser usado o valor 1,0 que corresponde a barras de diâmetro menor
que 40 mm; para c deverá ser usado o valor 1,4 que corresponde a combinações
normal de carregamento - ELU; e para s deverá ser usado o valor 1,15 que corresponde a combinações normal de carregamento - ELU. Os diagramas individuais Rsd (N1, N2 e N3) são obtidos de módulo análogo ao apresentado na
Figura 7.11 usando somente valores b na horizontal e As fyd na vertical. Por se tratar de armadura negativa, os valores das forças deverão ser posicionados "para cima", contrário ao apresentado na Figura 7.11 que corresponde a armaduras positivas ("para baixo"). O diagrama final Rsd corresponde à somatória dos diagramas individuais.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
C20kN/cm 2MPa 20f 2ck
CA50kN/cm 0,50MPa 500f 2yk
nervurada barra25,21
aderência má de situação70,02
mm 40 00,13
normal combinação - ELU40,1c
normal combinação - ELU15,1s
2
s
yk
yd kN/cm 5,43MPa 4351,15
500ff
b. fbd
MPa em ff21,0
f ck3 2
ck
c
321
bd
23 2bd kN/cm 0,174MPa 1,7420
4,1
0,17,025,221,0f
N1 12,5 – 280 cm
2N2 16 – 510 cm
2N3 16 – 620 cm - 2ª cam
A
A N3
N2
N1
Corte AA
2006 7-13 ufpr/tc405
c. b
bd
yd
bf
f
4
63174,0
5,43
4b
cm100mm10081663mm 16
cm80mm5,7875,1263mm 12,5
b
b
d. Diagramas individuais das forças resistentes de cálculo
d.1. 12,5 mm, b = 80 cm
222
s cm ,2314
1,25
4A
kN 53,543,5,231fAR ydssd
d.2. 16 mm, b = 100 cm
222
s cm ,0124
1,6
4A
kN 87,443,52,01fAR ydssd
e. Diagrama Rsd
80 cm
53,5 kN
87,4 kN
100 cm
403,1 kN
349,6 kN
174,8 kN
0 kN
Rsd
100 cm
2N2 2 x 87,4 = 174,8 kN
100 cm
2 x 87,4 = 174,8 kN 2N3
80 cm
1 x 53,5 = 53,5 kN N1
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7.8 Diagrama MRd1 Seja a Figura 7.121, onde são mostradas as solicitações e resistências atuantes em um
trecho de viga de concreto armado de seção retangular sem armadura de compressão.
Figura 7.12 - Esforços e solicitações em vigas de concreto armado
Por se tratar de seção retangular sem armadura de compressão, para a Figura 7.12, são válidas as seguintes expressões:
1cdcd RR
1RdRd MM
Da Figura 7.12 também valem as seguintes expressões:
cdc f85,0
2
ydz
de tal forma que:
sd1cd RR
ybR wc1cd
ybf85,0R wcd1cd
sssd AR
zRzRM sd1cd1Rd
Portanto:
sswcd Aybf85,0
cd
s
w
s
fb
A
85,0
1y
2
ydz
cd
s
w
s
fb
A
7,1
1dz
cd
s
w
s
fdb
A
7,1
11dz
cd
s
w
sz
fdb
A
7,1
11
d
z Equação 7.12
Introduzindo o valor de z na equação de MRd1, tem-se:
1 Esta Figura corresponde à Figura [5.14] do Capítulo [5].
As
s
MSd
esforços resistentes de cálculo
solicitação de cálculo
x
c
c
Rsd
MRd = MRd1 d
bw
Rcd = Rcd1
z h 1
y = 0,8 x
2006 7-15 ufpr/tc405
dAdRzRM zsszsdsd1Rd
dAM zss1Rd Equação 7.13
Admitindo que yd s 10‰1, do diagrama tensão-deformação do aço (Figura [4.5]) pode-se estabelecer:
yds f
cd
yd
w
sz
f
f
db
A
7,1
11
d
z Equação 7.14
dfAM zyds1Rd Equação 7.15
A Equação 7.13 corresponde ao momento fletor resistente de cálculo para barras ancoradas
com b,nec (s < fyd) e a Equação 7.15 corresponde ao momento fletor resistente de cálculo para
barras ancoradas com b (s = fyd). Observar, também, que a Equação 7.13 e a Equação 7.15 estão contidas na Equação [5.18] usada para a determinação de armadura longitudinal de vigas de seção retangular sem armadura de compressão.
O diagrama de momento fletor resistente MRd1 de uma barra, definido pela Equação 7.13 e
pela Equação 7.15, é análogo ao diagrama da Figura 7.11, com ordenada As s z d para
ancoragem b,nec (s < fyd) e ordenada As fyd z d para ancoragem b (s = fyd), como mostrado na Figura 7.13. De modo simplificado pode-se dizer que o digrama de momento fletor resistente MRd1
é obtido do diagrama Rsd multiplicando suas ordenadas pelo braço de alavanca z (z d).
Figura 7.13 - Diagrama MRd1 (momento resistente de cálculo)
Exemplo 7.4: Determinar o diagrama de momento resistente de cálculo MRd1 para as armaduras positivas (tracionadas) da viga abaixo indicada. A viga tem 20 cm de base e 50 cm de altura útil.
Considerar: – concreto: C25; – barra nervurada: CA-50; – combinação normal de carregamento - ELU; e
– s = fyd (máximo aproveitamento das barras).
1 Esta condição para s corresponde aos domínios 2 e 3 da Figura [5.4]. Corresponde, também, às vigas subarmadas
(dúteis, se x observar os limites estabelecidos pela Equação [5.3]).
d
MRd1 = Rsd z =
As s z d
b,nec b
MRd1 = Rsd z =
As fyd z d
início da ancoragem
As
2006 7-16 ufpr/tc405
Solução: O valor de b deverá ser determinado para cada barra usando a Equação 7.8, com
fbd definido pela Equação 7.6. Para 1 deverá ser usado o valor 2,25 que
corresponde a barra nervurada; para 2 deverá ser usado o valor 1,0 que corresponde a situação de boa aderência, região inferior de vigas (ver Figura 7.6);
para 3 deverá ser usado o valor 1,0 que corresponde a barras de diâmetro menor
que 40 mm; para c deverá ser usado o valor 1,4 que corresponde a combinações
normal de carregamento - ELU; e para s deverá ser usado o valor 1,15 que corresponde a combinações normal de carregamento - ELU. O diagrama MRd1 é obtido de módulo análogo ao diagrama Rsd do Exemplo 7.3, com o uso da Equação 7.15 para determinação dos valores dos momentos resistentes de cálculo. Por se tratar de armadura positiva, os valores dos momentos deverão ser posicionados "para baixo", como apresentado na Figura 7.13.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
C20kN/cm 2,5MPa 25f 2ck
CA50kN/cm 0,50MPa 500f 2yk
nervurada barra25,21
aderência boa de situação00,12
mm 40 00,13
normal combinação - ELU40,1c
normal combinação - ELU15,1s
viga da larguracm 20bw
viga da útil alturacm 50d
barra da diâmetrocm 1,6 mm 16
2
c
ckcd kN/cm 79,1MPa 17,9
1,4
25ff
2
s
yk
yd kN/cm 5,43MPa 4351,15
500ff
b. fbd
MPa em ff21,0
f ck3 2
ck
c
321
bd
23 2bd kN/cm 0,289MPa 2,8925
4,1
0,10,125,221,0f
210
A
A B
B
N1 16 – 350 cm
2N2 16 – 750 cm
2N3 16 – 880 cm
N3
BB AA
N3
N2
2006 7-17 ufpr/tc405
c. b
bd
yd
bf
f
4
38289,0
5,43
4b
cm 60mm 608163838b
d. z
d.1. 2 16 mm (seção BB)
222
s cm 02,44
1,6 2
42A
cd
yd
w
sz
f
f
db
A
7,1
11
943,079,1
5,43
5020
02,4
7,1
11z
d.2. 4 16 mm (seção AA)
222
s cm 04,84
1,6 4
44A
885,079,1
5,43
5020
04,8
7,1
11z
d.3. 5 16 mm (seção situada entre 2,1 m e 5,6 m da face interna do pilar esquerdo)
222
s cm 05,104
1,6 5
45A
856,079,1
5,43
5020
05,10
7,1
11z
d.4. Adoção de um único valor para z Deve ser observado, neste exemplo, que para uma variação de armadura de
150% (de 2 barras para 5 barras) a variação de z foi de -9% (de 0,943 para 0,856). Com o objetivo de não perder a linearidade entre os valores de MRd1 para as
diversas combinações de barras, é prática comum no detalhamento de vigas de concreto armado adotar, independentemente do número de barras atuantes na seção transversal de qualquer trecho de viga, um único valor para o braço de alavanca z, ou
seja adotar um único z (z = z d). Para que as condições de segurança não sejam
violadas, adota-se o menor z (menor braço de alavanca, menor fletor resistente MRd1) que justamente correspondente à seção transversal com maior número de
barras, ou seja adota-se o z correspondente à seção transversal mais solicitada (onde atua o máximo momento fletor solicitante de cálculo MSd). Desta forma, o modo
simplificado de determinar o valor de z é através do uso da equação:
cd
yd
w
max,s
zf
f
db
A
7,1
11
165cm05,10A 2max,s
856,079,1
5,43
5020
05,10
7,1
11z
856,0z
e. Diagrama MRd1 para uma barra de 16 mm
222
s cm 01,24
1,6
4A
500,85643,501,2dfAM zyds1Rd
37 kNm
60 cm
2006 7-18 ufpr/tc405
kNm 73kNcm 3742M 1Rd
Existindo barras com bitolas diferentes, para cada uma delas deverá ser desenvolvido o diagrama MRd1.
f. Diagrama MRd1
g. Condição de segurança
1 x 37 = 37 kNm
0 kNm
MRd1
60 cm
60 cm
60 cm
2 x 37 = 74 kNm
2 x 37 = 74 kNm
N1
2N2
2N3
74 kNm
185 kNm
148 kNm
MRd1
MSd,desl
2006 7-19 ufpr/tc405
A viga será segura se, em qualquer seção transversal, for verificada a condição
dddesl,Sd1Rd SRMM
Além do exposto neste exemplo, outras condições para detalhamento de armadura longitudinal de vigas devem ser observadas, como as estabelecidas no item 18.3.2.3 da ABNT NBR 6118.
7.9 Posição relativa entre os diagramas MSd,desl e MRd1
7.9.1 Vãos e apoios intermediários de vigas
Segundo a ABNT NBR 6118, item 18.3.2.3.1, o diagrama MRd1, nos pontos onde a tensão
normal atuante nas barras é nula (pontas das barras), deve ficar afastado de 10 (diâmetro da barra que esta sendo ancorada) do diagrama MSd,desl, (diagrama de momentos fletores solicitantes, deslocado) como mostrado na Figura 7.14.
Figura 7.14 – Posição relativa entre os diagramas MSd,desl e MRd1
Exemplo 7.5: Detalhar a armadura positiva da viga abaixo representada. A viga tem 15 cm de base e 50 cm de altura.
Dados: – concreto: C20; e – barra nervurada: CA-50. Considerar: – somente solicitações normais;
a
b
barra m + 1
barra m + 2
barra m
b
barra m – diâmetro
barra m + 1 – diâmetro
10
b b barra n
barra n + 1
início da ancoragem
final da ancoragem
MSd,desl
MSd
MRd1 barra n
barra n – diâmetro
10 10
10 10
2006 7-20 ufpr/tc405
– viga de seção retangular, sem armadura de compressão e simplesmente tttttttapoiada nos pilares;
- pilares com 20 cm de largura;
– estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (g = 1,4,
tttttttq = 1,4, c = 1,4 e s = 1,15);
- a = d; – armadura transversal (estribos): 6,3 mm; – cobrimento nominal: 3 cm; e – dimensão máxima do agregado: 12,5 mm. Obs.: – peso próprio da viga incluído na carga gk.
Solução: O valor de b é determinado de modo análogo ao do Exemplo 7.2. A determinação da armadura necessária para resistir ao máximo momento fletor
positivo é feita de modo análogo ao do Exemplo [5.1]. O posicionamento das barras é determinado de modo análogo ao mostrado na
Figura 7.14.
a. Diagrama MSd
b. Dados
C20MPa 20fck
normal combinação - ELU40,1c
2
c
ckcd kN/cm43,1MPa3,14
1,4
20ff
nervurada barra25,21
aderência boa de situação00,12
mm 40 00,13
MPa em ff21,0
f ck3 2
ck
c
321
bd
47,25 kNm
84,00 kNm
+
- -
Esc. hor.: 1:0,667 Esc. vert.: 1:20
1,5 m 1,5 m 5,0 m
gk = 30 kN/m
Esc.: 1:0,667
2006 7-21 ufpr/tc405
23 2bd kN/cm0,249MPa 2,4920
4,1
0,10,125,221,0f
CA50MPa 500fyk
normal combinação - ELU15,1s
2
s
yk
yd kN/cm43,5MPa4351,15
500ff
bd
yd
bf
f
4
44249,0
5,43
4b
cm 15bw
cm 50h
cm446-50d (assumido)
cm 3cnom
cm0,63mm 3,6t
cm1,25mm 5,12dmax
2
2
2
min,s cm13,1
cm13,150150015,0
cm86,050155,43
43,1035,0
maxA
2maxs, cm,030501504,0A
kNcm8400kNm84MSd
kNcm2951143,14415272,0M 2lim,1Rd
compressão de armadura de enecessidad há nãoMM
kNcm29511
lim,1Rd
kNcm4008
Sd
kNcm4008MMM 1RdRdSd
c. Armadura longitudinal
OK272,0202,043,14415
40082c
000,1
862,0202,0
s
z
tabela
c
OKcm0,30
cm13,1cm09,5
5,43000,144862,0
4008A
2
22
s
2
22
22
cm25,51025,123
cm57,14
0,12102
cm68,34
25,135,123
2cal,s cm09,5A
2ef,s cm25,5A
d. Verificação de ah e av
cm00,2av
cm00,213
25,1363,020,3215ah
15 cm
6,3 mm
3 cm
10 mm
2 cm 12,5 mm
ah
2006 7-22 ufpr/tc405
cm0,2
cm63,025,15,0d5,0
cm25,1
cm2
maxa
max
v
OK
cm0,2
cm50,125,12,1d2,1
cm25,1
cm2
maxa
max
h
OK
e. Verificação de d
4
0,12
4
25,13
2
0,10,225,1
4
0,12
2
25,1
4
25,13
y22
22
cg
cm56,10,1225,13
2
0,10,225,10,12
2
25,125,13
y22
22
cg
nomtcg cyhd
OKcm44cm81,440,363,056,150d
cm81,44d
cm45da
f. Determinação de MRd1
x
yds
cdws
fA
fdb68,0
xs5,4325,5
43,181,441568,0
xs 862,2
sx 349,0
OK000,1
860,0
204,0
349,0
s
z
c
tabela
x
cd2
wc1Rd fdbM
SdM
21Rd kNcm4008kNcm786843,181,4415204,0M
4
0,12
4
25,13
4
25,13
7868M22
2
5,12,1Rd
kNm62kNcm158625,5
68,37868M 5,12,1Rd
4
0,12
4
25,13
4
0,12
7868M22
2
10,1Rd
kNm26kNcm628225,5
57,17868M 10,1Rd
cg
d
t
cnom
ycg
(ycg + t + cnom)
h
av
2006 7-23 ufpr/tc405
Verificação do valor de z e MRd1 (Equação 7.14 e Equação 7.15)
cd
yd
w
sz
f
f
db
A
7,1
11
d
z
OK860,043,1
5,43
81,4415
25,5
7,1
11z
dfAM zyds1Rd
kNcm7868kNcm801881,44860,05,4325,5M 1Rd (imprecisão de tabela)
A diferença dos valores de MRd1, calculados como funções de c (8 786 kNcm) e de z
(8 801 kNcm), é devida à imprecisão de tabela. Para x igual a 0,349412 (valor mais exato),
c corresponderia a 0,204392 e z seria igual a 0,860234. O valor de MRd1, função de c,
0,204392 x 15 x 44,812 x 1,43 resultaria igual a 8803 kNcm e o valor de MRd1, função de z, 5,25 x 43,5 x 0,860235 x 44,81 corresponderia a 8803 kNcm. Esta imprecisão de tabela será ignorada na seqüência da resolução deste Exemplo.
g. Determinação dos comprimentos de ancoragem
cm44mm4401044mm10,b
cm55mm5505,1244mm5,12,b
h. Diagrama MSd,desl
i. Posicionamento vertical das barras em relação ao diagrama MSd,desl
47,25 kNm
84,00 kNm
a = 45 cm
MSd,desl
MSd
Esc. hor.: 1:66,7 Esc. vert.: 1:20
12,5 mm
12,5 mm
12,5 mm
10 mm
10 mm
62 kNm
Esc. hor.: 1:66,7 Esc. vert.: 1:20
88 kNm 84 kNm
2006 7-24 ufpr/tc405
j. Leque de ancoragem
k. Paralelismo de ancoragem
b = 44 cm
2 10 mm - 310 cm
0
0
1
2
3
1
2 0
1
2
3
0
1
2
b = 55 cm 55 cm
44 cm
10 mm
12,5 mm
Esc. hor.: 1:66,7 Esc. vert.: 1:20
paralelas
10
paralelas
10
0
0
1
2
1
2
3
0
0 1
2
1
2
3
10 mm
12,5 mm
b = 55 cm
b = 44 cm
Esc. hor.: 1:66,7 Esc. vert.: 1:20 55 cm
44 cm
88 kNm
62 kNm
84 kNm
2006 7-25 ufpr/tc405
l. Diagramas MRd1 dos conjuntos de barras
Obs.:
Todas as pontas das barras estão afastadas de uma distância maior ou igual a 10 do diagrama MSd,desl.
O paralelismo de ancoragem existente do lado direito é simétrico em relação ao lado esquerdo.
m. Detalhamento da armadura longitudinal positiva
Para detalhamento da armadura longitudinal negativa ver Exemplo 7.6.
2 N3 - 12,5 mm - 510 cm
1 N2 - 12,5 mm - 400 cm
2 N1 - 10 mm - 310 cm - 2ª cam.
Esc.: 1:66,7
40 cm
15 cm
85 cm
armadura superior (negativa) não
detalhada
armadura inferior (porta-estribo) não
detalhada
cnom = 3 cm
b = 44 cm
2 12,5 mm – 510 cm
1 12,5 mm – 400 cm
2 10 mm – 310 cm
0
0
1
2
3
1
2 0
1
2
3
0
1
2
b = 55 cm 55 cm
44 cm
10 mm
12,5 mm
Esc. hor.: 1:66,7 Esc. vert.: 1:20
paralelas
paralelas
paralelas
2006 7-26 ufpr/tc405
n. Verificações De acordo com o item 18.3.2.4 -c da ABNT NBR 6118, pelo menos 25% da armadura
positiva deve ser estendida aos apoios intermediários. Como duas barras (N3) chegam ao apoio, tem-se:
OK%25%47
4
0,12
4
25,13
4
25,12
A%22
2
apoio,s
De acordo com item 18.3.2.4.1 da ABNT NBR 6118, as armaduras positivas
provenientes do meio do vão deverão estender-se, no mínimo, 10 além da face do apoio. Como a armadura N3 está posicionada 15 cm além da face interna do apoio, o item da
Norma está verificado (10 corresponde a 12,5 cm).
o. Diagramas MSd,desl e MRd1
7.9.2 Balanços
Para os trechos de vigas em balanços, o detalhamento da ancoragem reta requer alguns cuidados especiais. Pela Figura 7.15 pode ser observado que, pelo detalhamento apresentado em 7.9.1, parte da armadura reta ancorada ficaria situada fora da viga.
Figura 7.15 – Vigas em balanço
Embora dispositivos especiais de ancoragem possam ser usados para resolver a situação da armadura mostrada na Figura 7.15, é prática comum a dobra desta armadura para dentro da viga. Para se evitar que trechos expressivos de ancoragem se situem na vertical é conveniente
adotar para b valores não superiores a 25% de b, como mostrado na Figura 7.16 (b contado a
partir da face final do balanço). Como as pontas de barras devem estar afastadas de 10 do
diagrama MSd,desl e a parte dobrada não pode ser maior que d, tem-se para b:
b
b
MSd,desl
MRd1
MRd1
MSd,desl
2006 7-27 ufpr/tc405
d
25,0min10 b
b
Equação 7.16
Se as desigualdades apresentadas na Equação 7.16 não puderem ser verificadas simultaneamente, prevalece os
10 , desde que inferiores a d.
Figura 7.16 – Detalhe de armadura de viga em balanço
O comprimento do trecho reto dobrado (trecho vertical), também, não deverá ser inferior a
10 (Figura 7.16).
Para a definição do diâmetro do pino de dobramento das barras longitudinais que chegam a ponta do balanço deve ser usada a Tabela 7.6, apresentada em 7.13.
Exemplo 7.6: Detalhar a armadura negativa da viga abaixo representada. A viga tem 15 cm de base e 50 cm de altura.
Dados: – concreto: C20; e – barra nervurada: CA-50. Considerar: – somente solicitações normais; – viga de seção retangular, sem armadura de compressão e simplesmente
tttttttapoiada nos pilares; - pilares com 20 cm de largura;
– estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (g = 1,4,
tttttttq = 1,4, c = 1,4 e s = 1,15);
- a = d; – armadura transversal (estribos): 6,3 mm; – cobrimento nominal: 3 cm; e – dimensão máxima do agregado: 12,5 mm. Obs.: – peso próprio da viga incluído na carga gk.
Solução: O valor de b é determinado de modo análogo ao do Exemplo 7.2. A determinação da armadura necessária para resistir ao máximo momento fletor
negativo é feita de modo análogo ao do Exemplo [5.2]. O posicionamento das barras é determinado de modo análogo ao mostrado na
Figura 7.14.
d 10
b 0,25 b
1,5 m 1,5 m 5,0 m
gk = 30 kN/m
Esc.: 1:0,667
2006 7-28 ufpr/tc405
a. Diagrama MSd
b. Dados
C20MPa 20fck
normal combinação - ELU40,1c
2
c
ckcd kN/cm43,1MPa3,14
1,4
20ff
nervurada barra25,21
aderência má de situação70,02
mm 40 00,13
MPa em ff21,0
f ck3 2
ck
c
321
bd
23 2bd kN/cm0,174MPa 74,120
4,1
0,17,025,221,0f
CA50MPa 500fyk
normal combinação - ELU15,1s
2
s
yk
yd kN/cm43,5MPa4351,15
500ff
bd
yd
bf
f
4
63174,0
5,43
4b
cm 15bw
cm 50h
cm446-50d (assumido)
cm 3cnom
cm0,63mm 3,6t
cm1,25mm 5,12dmax
2
2
2
min,s cm13,1
cm13,150150015,0
cm86,050155,43
43,1035,0
maxA
2maxs, cm,030501504,0A
47,25 kNm
84,00 kNm
+
- -
Esc. hor.: 1:0,667 Esc. vert.: 1:20
2006 7-29 ufpr/tc405
kNcm7254kNm25,47MSd
kNcm2951143,14415272,0M 2lim,1Rd
compressão de armadura de enecessidad há nãoMM
kNcm29511
lim,1Rd
kNcm7254
Sd
kNcm7254MMM 1RdRdSd
c. Armadura longitudinal
OK272,0114,043,14415
72542c
000,1
928,0114,0
s
z
tabela
c
OKcm0,30
cm13,1cm66,2
5,43000,144928,0
7254A
2
22
s
22
cm14,34
0,1410 4
(2 camadas)
2cal,s cm66,2A
2ef,s cm14,3A
d. Verificação de ah e av
cm00,2av
cm74,512
0,1263,020,3215ah
cm0,2
cm63,025,15,0d5,0
cm25,1
cm2
maxa
max
v
OK
cm0,2
cm50,125,12,1d2,1
cm25,1
cm2
maxa
max
h
OK
e. Verificação de d
cm00,2
4
0,14
2
0,10,20,1
4
0,12
2
0,1
4
0,12
y2
22
cg
nomtcg cyhd
OKcm44cm37,440,363,000,250d
cm37,44d
cm45da
f. Determinação de MRd1
x
yds
cdws
fA
fdb68,0
xs5,4314,3
43,137,441568,0
sx 211,0
cg
d t
cnom
ycg
h
av
15 cm
ah
3 cm
10 mm
2 cm
6,3 mm
2006 7-30 ufpr/tc405
OK000,1
916,0
131,0
211,0
s
z
c
tabela
x
cd2
wc1Rd fdbM
SdM
21Rd kNcm7254kNcm532543,137,4415131,0M
Verificação do valor de z e MRd1 (Equação 7.14 e Equação 7.15)
cd
yd
w
sz
f
f
db
A
7,1
11
d
z
OK916,043,1
5,43
37,4415
14,3
7,1
11z
dfAM zyds1Rd
OKkNcm5325kNcm551537,44916,05,4314,3M 1Rd
g. Determinação dos comprimentos de ancoragem
cm63mm6301063mm10,b
h. Diagrama MSd,desl
i. Posicionamento vertical das barras em relação ao diagrama MSd,desl (apoio esquerdo)
47,25 kNm
84,00 kNm
a = 45 cm
MSd,desl
MSd
Esc. hor.: 1:66,7 Esc. vert.: 1:20
10 mm 55,3 kNm
47,25 kNm
Esc. hor.: 1:33,3 Esc. vert.: 1:10
2006 7-31 ufpr/tc405
i. Leque de ancoragem e definição de b (apoio esquerdo)
O ponto K corresponde ao ponto final de ancoragem (ponta de barra) das barras que irão cobrir o momento negativo que aparece na ponta do balanço devido ao deslocamento do diagrama MSd.
O valor de b satisfaz a todas as desigualdades da Equação 7.16, ou seja, menor
que 0,25 b (15,75 cm), menor que d (44,37 cm) e maior que 10 (10 cm).
j. Diagramas MRd1 dos conjuntos de barras (apoio esquerdo)
A dobra da barra N1 foi ajustada de 18 para 20 cm (15 cm correspondente a b mais 3 cm de cnom).
20 cm 2 10 mm – 195 cm
2 10 mm – 275 cm (rt.: 255 cm; db.: 20 cm)
0 0
4
3
1
2
4
3
1
2
K
b = 63 cm Esc. hor.: 1:33,3 Esc. vert.: 1:10 b = 63 cm
b = 15 cm
(<25% de b)
paralelas
paralelas
paralelas
10 (10 cm)
10
10 < d
3 cm (cnom) da face final do
balanço
0
4
1
2
3
0 K
b = 63 cm
10 mm 55,3 kNm
47,25 kNm
Esc. hor.: 1:33,3 Esc. vert.: 1:10 b = 63 cm
b = 15 cm
4
1
2
3
2006 7-32 ufpr/tc405
k. Detalhamento da armadura longitudinal negativa
Para detalhamento da armadura longitudinal positiva ver Exemplo 7.5.
7.9.3 Apoios extremos de vigas
Conforme visto em [6.2], a analogia da treliça de Morsh apresenta um conjunto de forças como mostrado na Figura 7.17.
Figura 7.17 – Forças atuantes na treliça de Morsh
Na Figura 7.17 tem-se: MSd momento fletor solicitante de cálculo; Rcd força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido; Rsd força resistente de cálculo atuante na armadura tracionada; VSd força cortante solicitante de cálculo.
Ainda, na Figura 7.17, deve ser observado que:
na região do apoio, a resultante Rsd é função direta da reação de apoio VSd; e
em região afastada do apoio, a resultante Rsd é função direta do momento fletor MSd.
Segundo o item 18.3.2.4-b da ABNT NBR 6118, a força cortante solicitante de cálculo VSd (“externa”) pode ser equilibrada (“internamente”) pelas forças Rcwd (força resistente atuante no diagonal comprimida de concreto) e Rsd (força resistente atuante na armadura tracionada), como mostrado na Figura 7.18.
Figura 7.18 – Equilíbrio de forças no apoio
20 255
60 cm 2ª cam
2 N1 - 10 mm - 275 cm
2 N2 - 10 mm - 195 cm 2 N2 - 10 mm - 195 cm
2ª cam
255
60 cm
Esc.: 1:66,7
armadura inferior (positiva) não
detalhada
armadura superior (porta-estribo) não
detalhada
20
2 N1 - 10 mm - 275 cm
cnom = 3 cm
MSd
Rsd
Rcd
VSd
Rcw
d
Rsd
VSd
a
dtan
2006 7-33 ufpr/tc405
Da Figura 7.18, tem-se:
Sdsd Vd
aR Equação 7.17
ABNT NBR 6118: “18.3.2.4 Armadura de tração nas seções de apoio Os esforços de tração junto aos apoios de vigas simples ou contínuas devem ser resistidos por armadura longitudinais que satisfaçam à mais severa das seguintes condições: a) no caso de ocorrência de momentos positivos, as armaduras obtidas através do
dimensionamento da seção; b) em apoios extremos, para garantir ancoragem da diagonal de compressão,
armaduras capazes de resistir a uma força de tração RSd = (a / d) Vd + Nd, onde Vd é a força cortante no apoio e Nd é a força de tração eventualmente existente;
c) em apoios extremos e intermediários, por prolongamento de uma parte da armadura de tração do vão (As,vão), correspondente ao máximo momento positivo do tramo (Mvão), de modo que:
- As,apoio 1/3 (As,vão) se Mapoio for nulo ou negativo e de valor absoluto
Mapoio 0,5 Mvão;
- As,apoio 1/4 (As,vão) se Mapoio for negativo e de valor absoluto Mapoio > 0,5 Mvão.”
18.3.2.4.1 Ancoragem da armadura de tração nos apoios "Quando se tratar do caso de 18.3.2.4-a), as ancoragens devem obedecer aos critérios da figura 18.3. Para os casos de 18.3.2.4-b) e c), em apoios extremos, as barras das armaduras devem ser ancoradas a partir da face do apoio, com comprimentos iguais ou superiores ao maior dos seguintes valores:
− b,nec, conforme 9.4.2.5;
− (r + 5,5 ); − 60 mm.
Quando houver cobrimento da barra no trecho, medido normalmente ao plano do gancho, de pelo menos 70 mm, e as ações acidentais não ocorrerem com grande freqüência com seu valor máximo, o primeiro dos três valores anteriores pode ser desconsiderado, prevalecendo as duas condições restantes. Para os casos de 18.3.2.4-b) e c), em apoios intermediários, o comprimento de
ancoragem pode ser igual a 10 , desde que não haja qualquer possibilidade da ocorrência de momentos positivos nessa região, provocados por situações imprevistas, particularmente por efeito de vento e eventuais recalques. Quando essa possibilidade existir, as barras devem ser contínuas ou emendadas sobre o apoio.”
As seguintes observações devem ser feitas a respeito dos itens 18.3.2.4 e 18.3.2.4.1 da ABNT NBR 6118:
a. A expressão que aparece em 18.3.2.4-b, ficaria melhor representada se aparecesse como:
SdSdSd NVd
aR
onde: RSd representaria a força (horizontal) de tração solicitante de cálculo (“externa”)
atuante na direção da armadura que chega ao apoio; VSd representaria a força (vertical) cortante solicitante de cálculo (“externa”) atuante
no apoio; NSd representaria a força (horizontal) normal de tração solicitante de cálculo
(“externa”) que poderia atuar na viga;
a corresponderia ao deslocamento horizontal do diagrama MSd (momento fletor solicitante de cálculo); e
d corresponderia a altura útil da viga.
2006 7-34 ufpr/tc405
Desta forma todos os componentes da equação seriam referidos a valores solicitantes de cálculo (“externos”).
Observar que a Equação 7.17 corresponde ao equilíbrio de uma força vertical solicitante (“externa”) por forças resistentes (“internas”). Daí aparecer Rsd
1 (s minúsculo) no lugar de RSd
2 (s maiúsculo). Ambas representam forças atuantes na armadura horizontal, sendo Rsd a correspondente resistência (“interna”) da força
solicitante RSd (“externa”). Pela condição de segurança, Rsd RSd (a resistente tem que ser maior ou igual a solicitante).
A ABNT NBR 6118, ao usar RSd (s maiúsculo), procura representar a solicitação que estará submetida a armadura na região de ancoragem.
b. O r que aparece na expressão r + 5,5 , do item 18.3.2.4.1, corresponde ao raio interno mínimo de curvatura, definidos na Tabela 7.4.
7.9.3.1 Ancoragem reta sem gancho ou barra transversal soldada
A ancoragem reta, sem gancho ou barra transversal soldada, de apoio extremo de vigas de concreto armado pode ser representada pela Figura 7.19.
Figura 7.19 – Ancoragem reta sem gancho
O valor de b,nec é dado pela Equação 7.7 e vale:
bd
snec,b
f4
Por outro lado, RSd da Figura 7.19 pode ser obtido da Equação 7.17 e vale:
SdSd Vd
aR
A tesão s que aparece na equação de b pode ser representada por:
yd
ef,s
Sd
s fA
Vd
a
Introduzindo o valor de s na expressão de b,nec, tem-se:
ef,s
Sd
bd
nec,bA
Vd
a
f
1
4
ou ainda,
yd
Sdef,s
Sd
bdef,s
nec,b
f
V
d
aA
Vd
a
f4
1
A
Equação 7.18
1 R de resultante (força resistente), s (minúsculo) de aço e d de "design" (projeto/cálculo).
2 R (maiúsculo) de força, S (maiúsculo) de solicitação e d de "design" (projeto/cálculo).
RSd
hpil
b,nec
hpil b,nec + cnom
2006 7-35 ufpr/tc405
O item 9.4.2.5 da ABNT NBR 6118, estabelece, para b,nec:
cm10
10
3,0
max
b
nec,b
Equação 7.19
Por outro lado, o item 18.3.2.4.1 da ABNT NBR 6118 define que os comprimentos de
ancoragem, em apoios extremos, devem ser iguais ou superiores a r + 5,5 ou 60 mm. Como o limite de 60 mm (6 cm) é inferior a 100 mm (10 cm) e o maior diâmetro apresentado na Tabela 7.4
corresponde a 8 (raio 4 , r + 5,5 = 9,5 ), a verificação da Equação 7.19 atende, por inteiro, ao estabelecido em 18.3.2.4.1 da ABNT NBR 6118.
Lembrando que:
bd
yd
bf
f
4
tem-se:
cm10
10
f
f
43,0
maxb
bd
yd
nec,b
Equação 7.20
Valores mínimos para b,nec podem, então, serem tabelados, como mostrado a seguir.
b,nec
c = 1,40CA-50
(boa aderência) s = 1,15
concreto barras nervuradas
10 mm 12,5 mm 16 mm 20 mm 22 mm 25 mm 32 mm
C20 13 cm 16 cm 21 cm 26 cm 29 cm 33 cm 42 cm
C25 11 cm 14 cm 18 cm 23 cm 25 cm 28 cm 36 cm
C30 10 cm 13 cm 16 cm 20 cm 22 cm 25 cm 32 cm
C35 10 cm 13 cm 16 cm 20 cm 22 cm 25 cm 32 cm
C40 10 cm 13 cm 16 cm 20 cm 22 cm 25 cm 32 cm
C45 10 cm 13 cm 16 cm 20 cm 22 cm 25 cm 32 cm
C50 10 cm 13 cm 16 cm 20 cm 22 cm 25 cm 32 cm
Tabela 7.5 – Valores mínimos de b,nec para ancoragem de apoio extremo
Somando-se aos valores apresentados na Tabela 7.5, o cobrimento nominal (cnom), têm-se os valores mínimos para a dimensão do pilar (hpil).
A junção da Equação 7.18 com a Equação 7.20, permite:
2006 7-36 ufpr/tc405
yd
Sdef,s
bd
yd
Sd
bdef,s
nec,b
f
V
d
aA
cm10
10
f
f
43,0
Vd
a
f4
1
A
b
Equação 7.21
Exemplo 7.7: Detalhar a armadura positiva da viga abaixo representada. A viga tem 20 cm de base e 60 cm de altura.
Dados: – concreto: C25; e – barra nervurada: CA-50. Considerar: – somente solicitações normais; – viga de seção retangular, sem armadura de compressão e simplesmente
tttttttapoiada nos pilares; - pilares com 20 cm de largura;
– estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (g = 1,4,
tttttttq = 1,4, c = 1,4 e s = 1,15); – armadura transversal (estribos): 6,3 mm; – cobrimento nominal: 3 cm; e – dimensão máxima do agregado: 19 mm. Obs.: – peso próprio da viga incluído na carga gk.
Solução: O valor de b é determinado de modo análogo ao do Exemplo 7.2. A determinação da armadura necessária para resistir ao máximo momento fletor
positivo é feita de modo análogo ao do Exemplo [5.1].
A determinação de a é feita de modo análogo ao do Exemplo [6.7]. Para a verificação da ancoragem de apoio extremo usar a Equação 7.21. O posicionamento das barras é determinado de modo análogo ao mostrado no
Exemplo 7.5.
6,0 m
gk = 20 kN/m
Esc.: 1:0,667
2006 7-37 ufpr/tc405
a. Diagramas MSd e VSd
b. Dados
C25MPa 25fck
MPaemf250
f1 ck
ckv2
9,0250
251v2
normal combinação - ELU40,1c
2
c
ckcd kN/cm79,1MPa9,17
1,4
25ff
nervurada barra25,21
aderência boa de situação00,12
mm 40 00,13
MPa em ff21,0
f ck3 2
ck
c
321
bd
23 2bd kN/cm0,289MPa 2,8925
4,1
0,10,125,221,0f
MPaemff21,0
f ck
c
3 2ck
ctd
23 2
ctd cm/kN128,0MPa28,14,1
2521,0f
CA50MPa 500fyk
126 kNm
+
Esc. hor.: 1:0,667 Esc. ver.: 1:20
84 kN
Esc. hor.: 1:0,667 Esc. ver.: 1:40
2006 7-38 ufpr/tc405
normal combinação - ELU15,1s
2
s
yk
yd kN/cm43,5MPa4351,15
500ff
cm 20bw
cm 06h
cm456-60d (assumido)
cm 3cnom
cm0,63mm 3,6t
cm1,9mm 19dmax
c. Verificação de VRd2
dbf27,0V wcd2v2Rd
kN470542079,19,027,0V 2Rd
2RdSd VV
kN84V max,Sd (o correto seria o VSd,face que é menor que VSd,eixo)
OKVV
kN470
2Rd
kN84
max,Sd
(verificado para VSd,eixo, fica verificado VSd,face)
d. Valor de a Será admitido Modelo I, estribos verticais
dbf6,0V wctdc
kN835420128,06,0Vc
d
d5,0
VV
V
2
da
cmax,Sd
max,Sd
kN84V max,Sd (o correto seria VSd,face)
cm26828384
84
2
54a
cm54acm54d
cm27545,0d5,0a
cm54da
e. Determinação de b
bd
yd
bf
f
4
38289,0
5,43
4b
f. Armadura longitudinal
2
2
2
min,s cm80,1
cm80,160200015,0
cm73,160205,43
43,1035,0
maxA
2maxs, cm,048602004,0A
kNcm60012kNm126MSd
kNcm3952879,15420272,0M 2lim,1Rd
compressão de armadura de enecessidad há nãoMM
kNcm39528
lim,1Rd
kNcm60012
Sd
kNcm60012MMM 1RdRdSd
OK272,0121,079,15420
600122c
2006 7-39 ufpr/tc405
000,1
923,0121,0
s
z
tabela
c
OKcm0,38
cm80,1cm81,5
5,43000,154923,0
60012A
2
22
S
22
cm14,64
25,155,12 5
(2 camadas)
2cal,s cm81,5A
2ef,s cm14,6A
g. Verificação de ah e av
cm00,2av
cm5,413
25,1363,020,3220ah
cm0,2
cm95,09,15,0d5,0
cm25,1
cm2
maxa
max
v
OK
cm3,2
cm3,29,12,1d2,1
cm25,1
cm2
maxa
max
h
OK
h. Verificação de d
4
25,12
4
25,13
2
25,10,225,1
4
25,12
2
25,1
4
25,13
y22
22
cg
cm93,123
2
25,10,225,12
2
25,13
ycg
nomtcg cyhd
OKcm54cm44,540,363,093,160d
cm44,54d
i. Determinação de MRd1
x
yds
cdws
fA
fdb68,0
xs5,4314,6
79,144,542068,0
xs 962,4
sx 202,0
OK000,1
919,0
126,0
202,0
s
z
c
tabela
x
cd2
wc1Rd fdbM
SdM
21Rd kNcm60012kNcm3691379,144,5420126,0M
kNm134M 1Rd
15 cm
6,3 mm
3 cm
2 cm
12,5 mm
ah
cg
d
t
cnom
ycg
h
av
2006 7-40 ufpr/tc405
Verificação do valor de z e MRd1 (Equação 7.14 e Equação 7.15)
cd
yd
w
sz
f
f
db
A
7,1
11
d
z
OK919,079,1
5,43
44,5420
14,6
7,1
11z
dfAM zyds1Rd
OKkNcm36913kNcm3631344,54919,05,4314,6M 1Rd
j. Determinação dos comprimentos de ancoragem
cm48mm4755,1238mm5,12,b
k. Ancoragem de apoio extremo
cm20hpil
cm3cnom
cm17320nec,b
yd
Sdef,s
bd
yd
Sd
bdef,s
nec,b
f
V
d
aA
cm10
10
f
f
43,0
maxVd
a
f4
1
A
b
A Tabela 7.5 mostra que somente barras de 10 mm e 12,5 mm podem ser usadas
como ancoragem de apoio extremo (b,nec 17 cm). A escolha de barras de 12,5 mm para o máximo momento fletor positivo se mostrou correta.
2ef,s cm93,1
5,43
84
d
dA (mínimo de 2 barras de 12,5 chegando ao apoio 2,45 cm2)
2ef,s
ef,s
cm34,5A84d
d
289,04
1
A
25,117
(5 barras de 12,5 mm igual a 6,14 cm2)
Pelos cálculos referentes à ancoragem de apoio extremo, são necessárias 5 barras de 12,5 mm além da face do apoio da viga. Isto significa que todas as barras (5) definidas para o máximo momento fletor positivo deverão ser estendidas até os apoios. Verificações:
OKcm17cm8,1484d
d
289,04
1
14,6
25,1nec,b
OKcm1,14
cm10
cm5,1225,11010
cm1,14289,0
5,43
4
25,13,0
f
f
4
3,0
max
bd
yd
nec,b
2006 7-41 ufpr/tc405
l. Diagrama MSd,desl
m. Posicionamento vertical das barras em relação ao diagrama MSd,desl
n. Leque de ancoragem
126 kNm
Esc. hor.: 1:66,7 Esc. ver.: 1:20
face interna do pilar
a = 54 cm
MSd,desl
MSd
134 kNm 126 kNm
1
2
3
4
5
0
b = 48 cm
0
12,5 mm
Esc. hor.: 1:66,7 Esc. ver.: 1:20
b = 48 cm
1
2
3
4
5
134 kNm 12,5 mm
Esc. hor.: 1:66,7 Esc. ver.: 1:20
126 kNm
2006 7-42 ufpr/tc405
o. Diagrama MRd1 do conjunto de barras
p. Detalhamento da armadura longitudinal positiva
q. Verificação De acordo com o item 18.3.2.4-c da ABNT NBR 6118, pelo menos 33% da armadura
positiva deve ser estendida aos apoios extremos. Como todas as barras chegam ao apoio, o item da Norma está verificado.
5 12,5 mm – 614 cm
paralelas
17 cm 17 cm
1
2
3
4
5
0
b = 48 cm
0
12,5 mm
Esc. hor.: 1:66,7 Esc. ver.: 1:20
b = 48 cm
1
2
3
4
5
face interna do pilar
face interna do pilar
5 N1 - 12,5 mm - 614 cm
armadura superior (porta-estribo) não
detalhada
cnom = 3 cm
Esc.: 1:66,7
2006 7-43 ufpr/tc405
r. Diagramas MSd,desl e MRd1
7.9.3.2 Ancoragem reta com gancho ou barra transversal soldada
A ancoragem reta, com gancho ou barra transversal soldada, de apoio extremo de vigas de concreto armado pode ser representada pela Figura 7.20.
Figura 7.20 – Ancoragem reta com gancho
De acordo com o item 9.4.2.5 da ABNT NBR 6118, o uso do gancho ou da barra transversal soldada, permite uma redução de 30% no comprimento de ancoragem. Se o gancho e a barra transversal soldada forem usados simultaneamente, a redução passa a ser de 50%. Desta forma a Equação 7.21 pode ser escrita como:
yd
Sdef,s
bd
yd
Sd
bdef,s
nec,b
f
V
d
aA
cm10
10
f
f
4
3,0
maxVd
a
f4
1
A
Equação 7.22
sendo:
= 0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal ao do
gancho ≥ 3;
= 0,7 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2;
= 0,5 quando houver barras transversais soldadas conforme 9.4.2.2 e gancho, com
cobrimento no plano normal ao do gancho ≥ 3;
MSd
MSd,desl
MRd1
RSd
hpil
b,nec
hpil b,nec + cnom
2006 7-44 ufpr/tc405
Os valores mínimos para b,nec permanecem os mesmos da Equação 7.21, ou seja, os valores da Tabela 7.5 independem da existência de ganchos ou barras transversais soldadas.
7.10 Armadura transversal na ancoragem Embora as equações de ancoragem tenham sido estabelecidas em função da simplificação
apresentada na Figura 7.3, onde é admitido que as tensões (forças) tangenciais são paralelas ao eixo da barra, a verdadeira distribuição de forças (tensões) na interface concreto-aço tem um aspecto mais próximo do apresentado na Figura 7.21. Nesta interface, as forças (tensões) diagonais de compressão (Rb,diag) atuantes no concreto são acompanhadas por forças (tensões)
transversais de tração (Rb,traç) para o estabelecimento do equilíbrio do elemento
x.
Figura 7.21 - Região de ancoragem - equilíbrio de forças
As forças (tensões) de tração (Rb,traç) são responsáveis pela criação de uma região microfissurada no entorno das barras de aço, conforme mostrado na Figura 7.22.
Figura 7.22 - Microfissuras na região de ancoragem
Nas regiões de ancoragem, microfissuradas como mostrado na Figura 7.22, podem ocorrer rupturas, como mostrado na Figura 7.23. Estas rupturas se configuram:
pela separação ("split") do concreto no plano horizontal que contem as barras (Figura 7.23a);
pela separação do concreto no plano horizontal que contem as barras, acompanhada de fendilhamentos em planos perpendiculares ao de ruptura (Figura 7.23b); e
pela separação do concreto, em forma de cunhas ("notch") individuais (Figura 7.23c).
Figura 7.23 - Tipos de ruptura em regiões de ancoragem
Mostra, ainda, a Figura 7.23, que as rupturas em regiões de ancoragem são devidas, principalmente a:
posição relativa entre as armaduras; e
posição das barras dentro da massa de concreto.
b,traç
b
a) b) c)
x
Rs + Rs Rs
forças aplicadas na barra
Rb,diag
Rb,diag
forças aplicadas no concreto
Rb,traç
Rb,tang = Rs
2006 7-45 ufpr/tc405
As providências a serem tomadas para evitar rupturas nas regiões de ancoragem consistem na adoção de:
cobrimento adequado ( 3) das armaduras de tal forma que a região microfissurada fique interna ao concreto e afastada das bordas (Figura 7.24a);
espaçamento adequado ( 3) entre as armaduras evitando ao máximo a sobreposição de regiões microfissuras (Figura 7.24b); e
armaduras (estribos) que costurem os planos de ruptura ou fendilhamento (Figura 7.24c).
Figura 7.24 - Providências para evitar rupturas em regiões de ancoragem
ABNT NBR 6118, item 9.4.1.1: "À exceção das regiões situadas sobre apoios diretos, as ancoragens por aderência devem ser confinadas por armaduras transversais (ver 9.4.2.6) ou pelo próprio concreto, considerando-se este caso quando o cobrimento da barra ancorada for
maior ou igual a 3e a distância entre barras ancoradas for maior ou igual a 3.”
7.10.1 Armadura transversal para ancoragem de barras de diâmetro menor que 32 mm
ABNT NBR 6118, item 9.4.2.6.1: "Ao longo do comprimento de ancoragem deve ser prevista armadura transversal capaz de resistir a 25% da força longitudinal de uma das barras ancoradas. Se a ancoragem envolver barras diferentes, prevalece para esse efeito, a de maior diâmetro.”
Figura 7.25 - Armadura transversal de barras ancoradas - long < 32 mm
A colocação da armadura transversal, necessária em regiões de ancoragem, normalmente é colocada sob a forma de estribos fechados (Asw,b), como mostrado na Figura 7.25.
3
3
a)
b)
3
c)
b
Asw,b
As
Rs = As x fyd
sb
2006 7-46 ufpr/tc405
Segundo o item 9.4.2.6.1 da ABNT NBR 6118, a equivalência de forças resulta:
sbsw, R4
1R
ou ainda
ydsbywd,bsw, fA4
1fA n
com:
b
b
sn
Desta forma, tem-se:
b,yws
yd
b
s
b
bsw,
f
f
4
A
s
A
Equação 7.23
No caso em que as barras longitudinais e transversais forem constituídas de mesmo material (fyd = fywd,b), tem-se:
b
s
b
bsw,
4
A
s
A
Equação 7.24
O espaçamento entre as armaduras transversais (estribos) deve seguir as mesmas limitações estabelecidas para armadura de cisalhamento (ABNT NBR 6118, item 18.3.3.2).
Exemplo 7.8: Determinar a armadura transversal necessária para a ancoragem de barras de 16 mm.
Considerar: – concreto: C20; – barra nervurada: CA-50; – situação de má aderência;
– cobrimento e espaçamento entre barras menor que 3; – altura útil da viga igual a 50 cm; – combinação normal de carregamento - ELU; e
– s = fyd (máximo aproveitamento das barras).
Solução: O valor de b deverá ser determinado pela Equação 7.8, com fbd definido pela
Equação 7.6. Para 1 deverá ser usado o valor 2,25 que corresponde a barra
nervurada; para 2 deverá ser usado o valor 0,7 que corresponde a situação de
má aderência; para 3 deverá ser usado o valor 1,0 que corresponde a barras de
diâmetro menor que 40 mm; para c deverá ser usado o valor 1,4 que
corresponde a combinações normal de carregamento - ELU; e para s deverá ser usado o valor 1,15 que corresponde a combinações normal de carregamento - ELU. A armadura transversal necessária para ancoragem deverá ser definida pela Equação 7.24.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
C20kN/cm 2,0MPa 20f 2ck
CA50kN/cm 0,50MPa 500f 2yk
nervurada barra25,21
aderência má de situação7,02
mm 40 00,13
normal combinação - ELU40,1c
normal combinação - ELU15,1s
barra da diâmetrocm 1,6 mm 16
viga da útil alturacm 50d
2006 7-47 ufpr/tc405
ancorada barra uma de ltransversa seção da área2,01cm4
1,6
4A 2
22
s
2
s
yk
yd kN/cm 5,43MPa 4351,15
500ff
b. fbd
MPa em ff21,0
f ck3 2
ck
c
321
bd
23 2bd kN/cm 0,174MPa 74,120
4,1
0,17,025,221,0f
c. b
bd
yd
bf
f
4
63174,0
5,43
4b
cm 100mm 0810166363b
d. Asw,b/sb
b
s
b
bsw,
4
A
s
A
/mcm 0,5/cmcm 0,0051004
01,2
s
A22
b
bsw,
◄
considerando armadura transversal constituída por barras de 5 mm, tem-se:
222
bsw, cm 0,24
0,5
4A
cm 40s005,0s
20,0b
b
como o valor de sb deve ficar limitado a 60% da altura útil da viga ou a 30 cm, tem-se:
cm30
cm 30
cm 30506,0
minsb
e. Solução
armadura transversal: 1 de 5 mm a cada 30 cm.◄
7.10.2 Armadura transversal para ancoragem de barras de diâmetro maior ou igual a 32 mm
ABNT NBR 6118, item 9.4.2.6.2: “Deve ser verificada a armadura em duas direções transversais ao conjunto de barras ancoradas. Essas armaduras transversais devem suportar os esforços de
fendilhamento segundo os planos críticos, respeitando espaçamento máximo de 5
(onde o diâmetro da barra ancorada). Quando se tratar de barras comprimidas, pelo menos uma das barras constituintes da armadura transversal deve estar situada a uma distância igual a quatro diâmetros (da barra ancorada) além da excentricidade da barra.”
A colocação da armadura transversal, necessária em regiões de ancoragem, pode ser feita, como mostrado na Figura 7.26.
2006 7-48 ufpr/tc405
Figura 7.26 - Armadura transversal de barras ancoradas - long ≥ 32 mm
Para as barras verticais (Axwy,b), a equivalência de forças longitudinais e transversais resulta:
ydsbywd,bswy, fA4
1fA Equação 7.25
onde:
Aswy,b corresponde a área da seção transversal de uma barra vertical e sua somatória
abrange todas as barras colocadas ao longo do comprimento de ancoragem b (na Figura 7.26 são mostradas apenas quatro destas barras); e
As corresponde a área da seção transversal de uma das barras ancoradas e sua somatória abrange todas as barras que compõem o plano de fendilhamento X (barras 1, 2, 3 e 4 da Figura 7.26).
Para as barras verticais (Axwx,b), a equivalência de forças longitudinais e transversais resulta:
ydsbywd,bswx, fA4
1fA Equação 7.26
onde:
Aswx,b corresponde a área da seção transversal de uma barra horizontal e sua somatória abrange todas as barras colocadas ao longo do comprimento de ancoragem
b (na Figura 7.26 são mostradas apenas duas destas barras); e
As corresponde a área da seção transversal de uma das barras ancoradas e sua somatória abrange todas as barras que compõem o plano de fendilhamento Y (barras 5 e 6 da Figura 7.26).
7.11 Ancoragem de barras comprimidas Não deve haver distinção entre comprimentos de ancoragem de barras tracionadas ou
comprimidas. A única exigência feita pela ABNT NBR 6118, item 9.4.2.1 é que as barras comprimidas devem ser ancoradas sem gancho em suas extremidades.
No caso específico de sapatas e blocos sobre estacas (Figura 7.27), onde nascem pilares, a aplicação direta da Equação 7.10, para ancoragem de barras dentro destas estruturas, não deve
ser feita. É recomendado que o limite mínimo 0,3 b seja aumentado para 0,8 b, de tal forma que:
6
5
4 3 2 1
Plano de fendilhamento X
(barras 1, 2 ,3 e 4) Plano de
fendilhamento Y (barras 5 e 6)
∑Aswx,b – Armadura de costura do plano Y e paralelos
∑Aswy,b – Armadura de costura do plano X e paralelos
barra passante
barra ancorada
2006 7-49 ufpr/tc405
cm10
10
f
f
48,0
maxA
A
f
f
4
b
bd
yd
ef,s
cal,s
bd
yd
nec,b
Equação 7.27
Figura 7.27 – Sapatas e blocos sobre estacas
Exemplo 7.9: Um pilar de seção transversal 25 cm x 50 cm nasce de um bloco de fundação que tem 70 cm de altura útil e será construído com concreto classe C15. Sabendo-se que o pilar necessita 18,05 cm2 de área de armadura de aço CA-50 (barras nervuradas) para resistir às solicitações normais de compressão (ELU), determinar o número de barras de 32 mm necessárias para compor a armadura longitudinal deste pilar. Ao final dos cálculos, apresentar o diagrama Rsd da barra.
70 cm
d b,nec
h0
h
h d b,nec
2006 7-50 ufpr/tc405
Solução: A solução deste problema consiste em se determinar, para as barras do pilar, um comprimento de ancoragem igual ou inferior a 70 cm (altura útil do bloco de fundação). Os cálculos mostrarão que é impossível ancorar barras de 32 mm neste bloco.
O valor de b,nec deverá ser determinado pela Equação 7.27, com fbd definido pela
Equação 7.6. Para 1 deverá ser usado o valor 2,25 que corresponde a barra
nervurada; para 2 deverá ser usado o valor 1,0 que corresponde a situação de
boa aderência (Figura 7.6); para 3 deverá ser usado o valor 1,0 que corresponde
a barras de diâmetro menor que 40 mm; para c deverá ser usado o valor 1,4 que
corresponde a combinações normal de carregamento - ELU; e para s deverá ser usado o valor 1,15 que corresponde a combinações normal de carregamento - ELU.
O diagramas Rsd será estabelecido em função da tensão atuante nas barras (Equação 7.11).
Deve ser lembrado que o concreto C15, aqui usado, é permitido pela ABNT NBR 6118 apenas em obras de fundações.
a. Dados - uniformização de unidades (kN e cm)
C15kN/cm 1,5MPa 15f 2ck
CA50kN/cm 0,50MPa 500f 2yk
nervurada barra25,21
aderência boa de situação0,12
mm 40 00,13
normal combinação - ELU40,1c
normal combinação - ELU15,1s
fundação de bloco do útil alturacm 70d
barra da diâmetrocm 3,2 mm 32
pilar do ltransversa seção da áreacm12505025A 2c
aço do cálulo de aresistêncikN/cm 43,5MPa 4351,15
500
γ
ff 2
s
yk
yd
cálculada armadura de áreacm05,18A 2cals,
gancho em terminar pode não comprimida armadura0,1
bloco do útil altura à limitado ancoragem de ocomprimentcm70nec,b
b. fbd
MPa em ff21,0
f ck3 2
ck
c
321
bd
23 2bd kN/cm 0,205MPa 05,215
4,1
0,10,125,221,0f
c. b
bd
yd
bf
f
4
53205,0
5,43
4b
cm 170mm 1696233553b
2006 7-51 ufpr/tc405
d. Valor mínimo de comprimento de ancoragem (Equação 7.27)
cm70cm136
cm10
cm322,31010
cm1361708,08,0
max
b
nec,b
Como o valor mínimo para b,nec resultou maior que 70 cm (altura útil do bloco de fundação), torna-se impossível a ancoragem de barras de 32 mm neste bloco.
e. Verificação da possibilidade de ancorar barras de 25 mm
cm 133mm 1325253553b
cm70cm106
cm10
cm255,21010
cm1061338,08,0
max
b
nec,b
Como o valor mínimo para b,nec resultou maior que 70 cm (altura útil do bloco de fundação), torna-se impossível a ancoragem de barras de 25 mm neste bloco.
f. Verificação da possibilidade de ancorar barras de 20 mm
cm 106mm 1060203553b
cm70cm85
cm10
cm200,21010
cm851068,08,0
max
b
nec,b
Como o valor mínimo para b,nec resultou maior que 70 cm (altura útil do bloco de fundação), torna-se impossível a ancoragem de barras de 20 mm neste bloco.
g. Verificação da possibilidade de ancorar barras de 16 mm
cm 85mm 848163553b
OKcm70cm68
cm10
cm166,11010
cm68858,08,0
max
b
nec,b
Como o valor mínimo para b,nec resultou menor que 70 cm (altura útil do bloco de fundação), torna-se possível a ancoragem de barras de 16 mm neste bloco.
h. Determinação do número de barras de 16 mm cm 6,1mm 16
222
s cm01,24
6,1
4A
mm 16 de barras de par número ncm01,2nAnA 2sefs,
mc7001,2n
18,0585
A
A
ef,s
cal,s
bnec,b
barras 12n10,90n
barras 12n ◄
Com o valor de n definido, chega-se:
2efs, cm 12,2401,212A
pilar do armadura de acréscimo%3405,18
05,1812,24s
pilar do armadura de taxa%93,11250
12,24
A
A
c
ef,s
2006 7-52 ufpr/tc405
Os valores de b,nec e s, para esta solução, resultam:
cm68
cm10mm100
cm106,11010
cm68205,0
5,43
4
6,18,0
maxcm5612,24
05,18
205,0
5,43
4
6,1nec,b
)sapatadaútilaltura(cm70cm68nec,b ◄
2yd
ef,s
cal,s
s cm/kN6,325,4312,24
05,18f
A
A
i. Diagrama Rsd
kN 5,656,3201,2AR sssd (ver Figura 7.11)
7.12 Barras lisas e barras com alternância de solicitação Segundo o item 9.4.2.1 da ABNT NBR 6118, é obrigatório o uso de ganchos nas
ancoragens de barras lisas tracionadas. Por outro lado, as barras que tenham alternância de solicitação, tração e compressão, não devem ser ancoradas com ganchos em suas extremidades.
7.13 Ancoragem de estribos Segundo o item 9.4.6 da ABNT NBR 6118, a ancoragem dos estribos deve necessariamente
ser garantida por meio de ganchos ou barras longitudinais soldadas.
Figura 7.28 – Ancoragem de estribos
a
a
b
cm5
5
a
t
cm7
10
b
t
t t t
65,5 kN
70 cm 56 cm
2006 7-53 ufpr/tc405
Os ganchos dos estribos podem ser (Figura 7.28); a. semicirculares ou em ângulo de 45° (interno), com ponta reta de comprimento igual a
5 t, porém não inferior a 5 cm; e
b. em ângulo reto, com ponta reta de comprimento maior ou igual a 10 t, porém não inferior a 7 cm (este tipo de gancho não deve ser utilizado para barras e fios lisos)
O diâmetro interno da curvatura dos estribos (Figura 7.28) deve ser, no mínimo, igual ao indicado na Tabela 7.6.
Bitola (mm) Tipo de Aço
CA-25 CA-50 CA-60
t 10 3t 3t 3t
10 < t <20 4t 5t -
t 20 5t 8t -
Tabela 7.6 – Diâmetro dos pinos de dobramento para estribos
7.14 Simbologia específica
7.14.1 Símbolos base
ah espaçamento horizontal mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido no plano da seção transversal
a distância correspondente a decalagem do diagrama de força no banzo tracionado
av espaçamento vertical mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido no plano da seção transversal
bw largura da viga
cnom cobrimento nominal
d altura útil distância da fibra de concreto mais comprimida até o centro de gravidade da
armadura tracionada
dmax dimensão máxima do agregado graúdo
fbd resistência de aderência de cálculo
fcd resistência à compressão do concreto de cálculo
fck resistência à compressão do concreto característica
fckj resistência à compressão do concreto característica aos j dias
fctd resistência à tração do concreto de cálculo
fctk resistência à tração do concreto característica
fctk,inf resistência à tração do concreto característica inferior
fct,m resistência à tração do concreto média
fctk,sup resistência à tração do concreto característica superior
fyd resistência ao escoamento do aço da armadura transversal que atua na região de ancoragem de barras
fyk resistência ao escoamento do aço característica
fywd,b resistência ao escoamento do aço característica da armadura transversal de barras ancoradas
gk valor característico da ação permanente
h altura da viga
hpil dimensão do pilar
h0 menor altura de sapata
b comprimento de ancoragem básico
b,min comprimento de ancoragem mínimo
2006 7-54 ufpr/tc405
b,nec comprimento de ancoragem necessário
m número de barras
n número de barras
r raio interno mínimo de curvatura
sb espaçamento da armadura transversal que atua na região de ancoragem de barras
u perímetro
x abscissa
y altura do retângulo de tensões c
ycg posição do centro de gravidade da seção transversal de um conjunto de barras longitudinais (tracionadas ou comprimidas) em relação à geratriz mais afastada da linha neutra, medida normalmente a esta
z braço de alavanca
Ac área de concreto
As área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada
As,apoio área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada no apoio
As,cal área da seção transversal da armadura longitudinal calculada
As,ef área da seção transversal da armadura longitudinal efetiva
As,max área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada máxima
As,min área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada mínima
As,vão área da seção transversal da armadura longitudinal tracionada no vão
Asw,b área da seção transversal da armadura transversal que atua na região de ancoragem de barras
Aswx,b área da seção transversal da armadura transversal que atua na região de ancoragem de barras, referentes ao plano de fendilhamento y
Aswy,b área da seção transversal da armadura transversal que atua na região de ancoragem de barras, referentes ao plano de fendilhamento x
D diâmetro dos pinos de dobramento
Gk valor característico da ação permanente
Mapoio momento fletor atuante no apoio
Mvão momento fletor atuante no vão
MRd momento fletor resistente de cálculo
MRd1 momento fletor resistente de cálculo referenciado ao binário Rcd1, Rsd1
MRd1,lim momento fletor resistente de cálculo corresponde ao limite de dutilidade da seção
transversal (x = x,lim)
MSd momento fletor solicitante de cálculo
MSd,desl momento fletor solicitante de cálculo deslocado
Nd força normal de cálculo
NSd força normal solicitante de cálculo
Rb,diag força normal diagonal de tração devida à ancoragem
Rb,tang força normal tangente de tração devida à ancoragem
Rb,traç força normal de tração devida à ancoragem
Rcd força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido
Rcd1 força resistente de cálculo atuante na região de concreto comprimido de área bw y
Rcwd força resistente de cálculo atuante na diagonal de compressão da treliça de Morsh
Rd resistência de cálculo
Rs força normal atuante na barra
Rsd força resistente de cálculo atuante na armadura tracionada
RSd força solicitante de cálculo atuante em apoio extremo de viga
2006 7-55 ufpr/tc405
Rsw,b força normal atuante na armadura transversal que atua na região de ancoragem de barras
Sd solicitação de cálculo
Vc força cortante absorvida por mecanismos complementares ao da treliça de Morsh
Vd força cortante de cálculo
VRd2 força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais comprimidas de concreto
VSd força cortante solicitante de cálculo
VSd,max força cortante solicitante de cálculo máxima
coeficiente de minoração para barras ancoradas com gancho na extremidade ou com armadura transversal soldada
v2 coeficiente para cálculo de VRd2
c valor adimensional auxiliar
s valor adimensional que define a tensão de tração referente à armadura As
x valor adimensional que define a posição da linha neutra
y valor adimensional que define a região de concreto comprimido
z valor adimensional que define o braço de alavanca do binário de forças Rcd1, Rsd1
c deformação específica do concreto
s deformação específica do aço à tração
yd deformação específica de escoamento do aço
diâmetro das barras da armadura
diâmetro das barras da armadura longitudinal
t diâmetro das barras da armadura transversal
c coeficiente de ponderação da resistência do concreto
g coeficiente de ponderação para ações permanentes diretas
q coeficiente de ponderação para ações variáveis diretas
s coeficiente de ponderação da resistência do aço
coeficiente de conformação superficial
b coeficiente de conformação superficial
1 coeficiente para cálculo da tensão de aderência da armadura
coeficiente correspondente à conformação superficial das barras na determinação de fbd
2 coeficiente que representa as condições de boa e má aderência na determinação de fbd
3 coeficiente que representa a bitola das barras na determinação de fbd
ângulo
taxa de armadura longitudinal
b,traç tensão normal de tração devida à ancoragem
c tensão à compressão no concreto
s tensão à tração na armadura
s,x tensão à tração na armadura na abscissa x
b,unif tensão tangencial de aderência uniforme
b,x tensão tangencial de aderência na abscissa x
2006 7-56 ufpr/tc405
7.14.2 Símbolos subscritos
apoio apoio
b aderência
cal cálculo
cg centro de gravidade
desl deslocado
diag diagonal
ef efetiva
inf inferior
lim limite
m média
max máximo
min mínimo
nec necessário
nom nominal
pil pilar
sup superior
tang tangente
traç tração
unif uniforme
vão vão
x abscissa
7.15 Exercícios
Ex. 7.1: Complete o quadro abaixo considerando ELU. Forneça os valores de b na forma
n, sendo n um número inteiro e o diâmetro da barra a ser ancorada.
Aço Concreto fbd (MPa) b(boa ader.) b(má ader.)
CA-25 C20
CA-50 C25
CA-50 C30
CA-60 C35
CA-60 C40
Ex. 7.2: Determinar os comprimentos das barras necessárias para resistir o momento fletor solicitante de cálculo (negativo) do apoio B da viga abaixo representada. Detalhar a armadura usando barras de 16 mm.
Dados:
concreto: C20; e
barras nervuradas: CA-50.
Considerar:
somente solicitações normais;
viga de seção retangular, simplesmente apoiada nos pilares;
estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (g = 1,4, q = 1,4, c = 1,4
e s = 1,15);
d = 60 cm;
bw = 18 cm; e
a = d.
Escalas:
vãos: 1 cm = 50 cm (1:50); e
momentos: 1 cm = 20 kNm (1:20).
2006 7-57 ufpr/tc405
Ex. 7.3: Detalhar a armadura longitudinal da viga abaixo indicada.
Dados:
concreto: C20; e
barra nervurada: CA-50.
Considerar:
somente solicitações normais;
viga de seção retangular, simplesmente apoiada nos pilares;
estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (g = 1,4, q = 1,4, c = 1,4
e s = 1,15);
bw = 20 cm;
armadura transversal (estribos): 6,3 mm;
cobrimento nominal: 3 cm; e
dimensão máxima do agregado: 19 mm.
Obs.:
peso próprio da viga desprezível.
Escalas:
vãos: 1 cm = 50 cm (1:50); e
momentos: 1 cm = 20 kNm (1:20).
1,8 m 2,1 m
diagrama de momentos MSd
-
110 kNm
16 mm
B
50 cm
90 cm
20 cm
290 cm 290 cm
Gk = 60 kN
20 cm
2006 7-58 ufpr/tc405
Ex. 7.4: Detalhar a armadura longitudinal da viga abaixo indicada.
Dados:
concreto: C25; e
barra nervurada: CA-50.
Considerar:
somente solicitações normais;
viga de seção retangular, simplesmente apoiada nos pilares;
estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (g = 1,4, q = 1,4, c = 1,4
e s = 1,15);
bw = 20 cm;
armadura transversal (estribos): 6,3 mm;
cobrimento nominal: 3 cm; e
dimensão máxima do agregado: 19 mm.
Obs.:
peso próprio da viga desprezível.
Escalas:
vãos: 1 cm = 50 cm (1:50); e
momentos: 1 cm = 20 kNm (1:20).
Ex. 7.5: Detalhar a armadura de flexão mais econômica (barras de menores comprimentos possíveis) para a viga abaixo indicada.
Dados:
concreto: C25; e
barra nervurada: CA-50.
Considerar:
somente solicitações normais;
viga de seção retangular, simplesmente apoiada nos pilares;
estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (g = 1,4, q = 1,4, c = 1,4
e s = 1,15);
bw = 20 cm;
armadura longitudinal: 16 mm;
armadura transversal (estribos): 6,3 mm;
cobrimento nominal: 3 cm; e
dimensão máxima do agregado: 19 mm.
Obs.:
as barras deverão ser detalhadas aos pares (duas por vez);
o posicionamento da armadura deverá ser, obrigatoriamente, referido à face interna do pilar esquerdo (A);
o carregamento é permanente (cargas atuando simultaneamente) e os valores apresentados são característicos; e
peso próprio da viga desprezível.
A
G2k = 30 kN
160 cm 90 cm
G1k = 60 kN
50 cm
90 cm
20 cm
170 cm 160 cm
20 cm
B
2006 7-59 ufpr/tc405
Escalas:
vãos: 1 cm = 50 cm (1:50); e
momentos: 1 cm = 20 kNm (1:20).
Ex. 7.6: Detalhar as armaduras positivas e negativas (barras de menores comprimentos possíveis) para a viga abaixo indicada.
Dados:
concreto: C25; e
barra nervurada: CA-50.
Considerar:
somente solicitações normais;
viga de seção retangular, simplesmente apoiada nos pilares;
estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (g = 1,4, q = 1,4, c = 1,4
e s = 1,15);
bw = 20 cm;
armadura longitudinal positiva: 16 mm;
armadura longitudinal negativa: 12,5 mm;
armadura transversal (estribos): 6,3 mm;
cobrimento nominal: 3 cm; e
dimensão máxima do agregado: 19 mm.
Obs.:
o posicionamento da armadura deverá ser, obrigatoriamente, referido à face interna do pilar esquerdo (A);
o carregamento é permanente (cargas atuando simultaneamente) e os valores apresentados são característicos; e
peso próprio da viga desprezível.
Escalas:
vãos: 1 cm = 50 cm (1:50); e
momentos: 1 cm = 20 kNm (1:20).
150 cm 90 cm
A
Gk = 40 kN
90 cm
Gk = 40 kN
50 cm
90 cm
20 cm
150 cm 90 cm
20 cm
B
Gk = 40 kN
150 cm 90 cm
A
Gk = 90 kN
90 cm
Gk = 90 kN
50 cm
90 cm
20 cm
150 cm 90 cm
20 cm
B
Gk = 144 kN
2006 7-60 ufpr/tc405
Ex. 7.7: Detalhar a armadura longitudinal da viga abaixo indicada.
Dados:
concreto: C25; e
barra nervurada: CA-50.
Considerar:
somente solicitações normais;
viga de seção retangular, simplesmente apoiada nos pilares;
pilares com 30 cm de largura;
estado limite último, combinações normais, edificação tipo 2 (g = 1,4, q = 1,4, c = 1,4
e s = 1,15);
bw = 20 cm;
h = 65 cm;
armadura transversal (estribos): 6,3 mm;
cobrimento nominal: 3 cm; e
dimensão máxima do agregado: 19 mm.
Obs.:
peso próprio da viga incluído na carga gk.
Escalas:
vãos: 1 cm = 50 cm (1:50); e
momentos: 1 cm = 20 kNm (1:20).
Ex. 7.8: Determinar a altura mínima h do bloco de fundação abaixo indicado. A armadura de compressão necessária para a segurança do pilar (armadura calculada) resultou em 6,0 cm2, porém serão usadas 6 barras de 16 mm.
Considerar:
concreto: C15;
barra nervurada: CA-50; e
combinação normal de carregamento – ELU.
10 cm
h
4 m
gk = 20 kN/m
2 m
Gk = 90 kN
2006 7-61 ufpr/tc405
Ex. 7.9: Um pilar de seção transversal 25 cm x 45 cm, suportado por um bloco de fundação, necessita de 17,42 cm2 de área de armadura longitudinal para suportar a força normal solicitante de cálculo (compressão) que nele poderá atuar. Determinar o número total de barras de 25 mm que o pilar deverá possuir, sabendo-se que o bloco de fundação terá 75 cm de altura útil.
Considerar:
concreto: C15;
barra nervurada: CA-50; e
combinação normal de carregamento – ELU.
Ex. 7.10: O pilar abaixo representado, cujo cálculo da armadura longitudinal de compressão resultou em uma área de aço (As,cal) igual a 14,40 cm2, deverá ser suportado por uma sapata cuja altura não poderá ultrapassar 65 cm. Observadas as regras de ancoragem reta estabelecidas pela ABNT NBR 6118, definir a menor altura possível para a sapata de tal forma que a seção transversal do pilar apresente a menor quantidade de barras (número par).
Considerar:
concreto: C15;
barra nervurada: CA-50;
altura útil da sapata: d = h – 5 cm; e
combinação normal de carregamento – ELU.
Ex. 7.11: Determinar a menor largura possível para o pilar abaixo representado, de tal forma que as armaduras negativas da viga possam nele se ancorar. A armadura da viga, necessária para resistir ao momento fletor solicitante de cálculo, atuante na região próxima do pilar, resultou em 2,12 cm2, tendo sido optado pelo uso de 3 barras de 16 mm.
NSd
10 cm
85 cm
5 cm
pilar
sapata
d = ?
NSd
2006 7-62 ufpr/tc405
Considerar:
concreto: C20;
barra nervurada: CA-50;
cobrimento da armadura: 3 cm; e
combinação normal de carregamento – ELU.
?
MSd 3 16 50 cm
início da ancoragem
armadura comprimida
A A N armadura comprimida
concreto comprimido
2‰ 40 MPa 30 MPa 20 MPa 4‰ 3‰ 2‰ c c = 0c cc to = 0 fck 3,5‰ c0 c 0 s t cs = s cs carga sem carga A’s As Os valores de Rsd e R’sd são determinados da mesma forma (mesmas equações).
Se a armadura (As ou A’s) estiver alongada
(s ou ’s positivo) a força resultante (Rsd ou R’sd) correspondera a força de tração. Caso contrário, a força de compressão.
A figura apresenta somente o caso da armadura As (são mostrados d e Rsd). Para a armadura A’s apareceriam d’ no lugar de d e R’sd no lugar de Rsd.
domínio 5 As armadura para força cortante
fyk s s 10‰ 5% fk,inf fm resistências
densidade de
probabilidade
f = barra n = feixe n = 3
n = f 3
cnom n cnom n n 20 cm 40 cm a b x 30 cm 50 cm y distribuição normal
5% Fgk,inf Fgm ações densidade de
probabilidade
distribuição normal
cbarra cnom
barra
cest cnom
est
barra est cbarra cest 1H 1,8V 51 m 54 m 0 m A B H = 54 m 1 1,8 A Gsk Q1k H = 51 m A Bbar = 30 m Fsd Fnd Hrejei = 51 m A C A B D 2 m 4 m 4 m Gk = 10 kN
(permanente)
Qk = 5 kN (variável)
C A B D 2 m 4 m 4 m 1,4 x 10 = 14 kN 1,4 x 5 = 7 kN MSd,A = -00
kNm MSd,B = -00
kNm MSd,C = -28
kNm MSd,D = -00
kNm
C A B D 2 m 4 m 4 m 1,4 x 10 = 14 kN 0,0 x 5 = 0 kN MSd,A = -00
kNm MSd,B = -14
kNm MSd,C = -28
kNm MSd,D = -00
kNm
C A B D 2 m 4 m 4 m 1,0 x 10 = 10 kN 1,4 x 5 = 7 kN MSd,A = -00
kNm MSd,B = +04
kNm MSd,C = -20
kNm MSd,D = -00
kNm
C A B D 2 m 4 m 4 m 1,0 x 10 = 10 kN 0,0 x 5 = 0 kN MSd,A = -00
kNm MSd,B = -10
kNm MSd,C = -20
kNm MSd,D = -00
kNm
-28 kNm +4 kNm -14 kNm C A B D 2 m 4 m 4 m 1,4 x 10 = 14 kN 1,4 x 5 = 7 kN MSd,A = -00
kNm MSd,B = -00
kNm MSd,C = -28
kNm MSd,D = -00
kNm
C A B D 2 m 4 m 4 m 1,4 x 10 = 14 kN 0,0 x 5 = 0 kN MSd,A = -00
kNm MSd,B = -14
kNm MSd,C = -28
kNm MSd,D = -00
kNm
-14 kNm -28 kNm B C A 4 m 4 m 1,4 x 5 = 7 kN
MSd,A = -0,00 kNm
MSd,B = +8,75 kNm
MSd,C = -10,5 kNm
-28 kNm -14 kNm +8,75 kNm 2‰ c c ’s 1
Dias CPIII e CPIV CPI e CPII CPV - ARI
3 0,46 0,60 0,66
7 0,68 0,78 0,82
14 0,85 0,90 0,92
21 0,94 0,96 0,97
28 1,00 1,00 1,00
Estado Limite Ultimo
Combinações c
Normais 1,40
Especiais ou de Construção 1,20
Excepcionais 1,20
Estado Limite de Serviço 1,00
h z c Rsd s c MSd bw d As Rcd MRd esforços resistentes de cálculo ("interno")
solicitações de
cálculo ("externa")
x C A B D 2 m 4 m 4 m Gk = 10 kN (permanente)
Qk = 5 kN (variável) Mvento,k = 5 kNm Qk = 5 kN Gk = 10 kN 4 m 4 m 2 m D B A C 8 m 3 m q2k = 70
kN/m q1k = 90
kN/m gk = 25 kN/m 8 m 10 m D C B A qk =
50 kN/m gk =
10 kN/m D C B 0,8 8‰ c 3,5‰ Es =
210.000 MPa
h7
3
yd 10‰ s 's s 0,85 fcd 3,5‰ c c 0,7‰ 's encurtamentos
alongamentos
tensões de compressã
o
tensões de tração
fyd fyd s 's s 's yd
2
ccdc
‰211f85,0
b a h
7
4
As’ As s = 10‰ d 3 4a s = yd alongamentos
Aço fyk fyd yd
CA-25 250 MPa 217 MPa 1,035‰
CA-50 500 MPa 435 MPa 2,070‰
CA-60 600 MPa 522 MPa 2,484‰
10,0‰ 2,5‰ 20 cm 5 cm 45 cm 5 cm NSd MSd y NSd s MSd esforços resistentes de cálculo
solicitações de
cálculo
x c 's 0,7‰ c NSd Rsd MRd d' d A's bw As R'sd Rcd s = 10‰ c = 2,5‰ d = 50 cm x linha neutra ’s d' = 5 cm x d = 50 cm c = 0,85fcd =
1,52 kN/cm2
bw = 20 cm y = 7,2 cm Rcd ’s x d s 5 cm 20 cm R'sd 5 cm 20 cm Rsd h - d = 5 cm
h/2 = 27,5 cm
CG Rsd = 262,3 kN
y/2 = 3,6 cm Rcd = 219,1
kN R'sd = 64,3
kN d' = 5 cm + + h/2 = 27,5
cm + + esforços solicitações
7,0‰ 3,5‰ 15 cm 5 cm 40 cm 5 cm NSd MSd 10,0‰ 2,0‰ 20 cm 5 cm 55 cm 5 cm NSd MSd 3,5‰ NSd MSd 3,5‰ 45 cm 5 cm 35 cm 5 cm 20 cm 60 cm 20 cm 80 cm 20 cm 10 cm Nd Md 3,5‰ 3,5‰ 5 cm 3,5‰ 1,75‰ NSd MSd = = = = 10 cm 10 cm = 30 cm 10 cm s c 20 cm 5 cm 40 cm 5 cm NSd MSd s 3,5‰ 20 cm 5 cm 45 cm MSd = 125 kNm
As 5 cm s 3,5‰ MSd 25 cm 5 cm 40 cm 4,0 cm2 As 20 cm 35 cm 20 cm 5 cm MSd 3,5‰ s 25 cm 40 cm As 20 cm 35 cm 20 cm 40 cm 20 cm 65 cm 10‰ 2‰ NSd MSd 5 cm 5 cm 5 m gk = ? kN/m
40
20 20 20 15 Seção Transversa
l (dimensões em cm)
2
cckc
‰211f
deformação elástica
inicial - c0
recuperação da
fluência
recuperação
deformação
elástica
fluência -
cc
t c Corte AA concreto comprimido armadura tracionada
M M A A Corte AA N 1‰ 10 MPa c c t0 t1 duração do carregame
nto: Concreto
Classe de agressividade (Erro! Fonte de referência não encontrada.)
I II III IV
Relação água/aglomerante
em massa 0,65 0,60 0,55 0,45
Classe de concreto (ABNT NBR 8953)
C20 C25 C30 C40
Estado Limite Ultimo
Combinações s
Normais 1,15
Especiais ou de Construção 1,15
Excepcionais 1,00
Estado Limite de Serviço 1,00
Categoria Classificação
CA-25 Barras
CA-50
CA-60 Fios
Superfície 1
Lisa (CA-25) 1,00
Entalhada (CA-60) 1,40
Alta Aderência (CA-50) 2,25
— 2 minutos — 20 minutos — 100 minutos — 3 dias
Categoria
CA-25 1,0
CA-50 1,5
CA-60 1,5
Categoria fyk
CA-25 250 MPa
CA-50 500 MPa
CA-60 600 MPa
Fgm fluência limite de fluência limite de ruptura s = s Es 0,85 fcd 3,5‰ 5% distribuição normal ações densidade
de probabilida
de
armadura para
momento fletor
armadura para
momento fletor
Grupo I fck Grupo II fck
C15 15 MPa C55 55 MPa
C20 20 MPa C60 60 MPa
C25 25 MPa C70 70 MPa
C30 30 MPa C80 80 MPa
C35 35 MPa
C40 40 MPa
C45 45 MPa
C50 50 MPa
corte AA
A A força cortante
momento fletor
t1 Fgk,sup c/fc A d’ c = 3,5‰ c = 2‰ encurtamentos
1 2 4 5 O x x d c linha neutra
x d c s d' s A’s Rcd y bw c = 0,85fcd As y NSd s MSd esforços resistentes de cálculo
solicitações de
cálculo
x c 's 0,7‰ c NSd Rsd MRd d' d A's bw As R'sd Rcd MSd NSd 5 cm 45 cm 5 cm 20 cm c s Rsd bw d s = 10‰ As s = 10‰ y/2 Rsd CG h/2 Rcd R'sd d' NSd (+) MSd (+) h/2 NRd (+) MRd (+) esforços solicitações
d ct NSd Eci 0,9 fctk fctk 0,5‰ ct s = 10‰ ’s = 10‰ As A’s ’s MSd NSd A’s ’s NSd MSd c = 3,5‰
reta a reta 1-2 reta 2-3 reta 3-4 MSd NSd ’s A’s As s =
2,07‰
c = 3,5‰
s = 0‰ c = 3,5‰
As A’s ’s NSd MSd reta 4-4a c = 3,5‰
As A’s ’s NSd MSd reta 4a-5 s c = 2‰
As A’s ’s NSd s = -2‰
reta b domínio 4a domínio 4 domínio 3 domínio 2 domínio 1 50 kNm 100 kNm 150 kNm 200 kNm MRd 2000 kN 15000 kN 1000 kN 500 kN 500 kN NRd (tração)
NRd (compress
ão)
’s x d h 0,7‰ x d c s y s c d' s (+)
’s (+)
y 0,7‰ x d = 50 cm s = 10‰ c = 2,5‰ s = 10‰ c = 2,5‰ c d' s (+)
’s (+)
h y 0,7‰ x d s c