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Marcus Siviero Sabão Sabonete & Cia PREPARO E FABRICAÇÃO Sabonetes, xampu, condicionadores, cremes, desodorantes, sabão em pó, em pasta, desengordurante, líquido e outros.

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Marcus Siviero

Sabão Sabonete

& Cia

PREPARO E FABRICAÇÃO

Sabonetes, xampu, condicionadores, cremes, desodorantes, sabão em pó, em

pasta, desengordurante, líquido e outros.

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– Editoração de iniciativa pessoal –

Edição elaborada e produzida pelo próprio Autor.

Esta publicação não admite reprodução sob qualquer aspecto ou forma, direitos reservados ao Autor, (Lei nº 5.988, de 14/12/73).

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Apresentação Ao Leitor

A saponificação industrial foi,

e é ainda, um dos maiores e mais sólidos braços da indústria química, tendo aproximadamente a idade da civilização humana. Exerce, ainda hoje, um fascínio quase “mágico” sobre os leigos no estudo da Química e mesmo profissionais do ramo. Enseja sonhos de sucesso com fórmulas segredadas e transmitidas de pai para filho por muitas gerações, cria possibilidades de obtenção de pedras polidas, opacas ou transparentes parecidas com as mais preciosas gemas trabalhadas, são acrescidas dos mais exóticos perfumes, lembrando flores das mais remotas regiões. Publicitariamente são, via de regra, comparadas às estrelas de um céu infinito ou vêm sempre às mãos de mulheres que só podem ser imaginadas em contos de fadas. Fala-se de uma atividade que possui a peculiaridade, raras vezes encontrada em outros setores empresariais, de “nascer” a partir de um “embrião” ou “casulo” industrial. Uma empresa de porte imensurável que pode surgir de um quintal. Apenas por analogia: – quem já ouviu falar

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de indústria petroquímica de “quintal”? ou siderúrgica na garagem de uma casa?

Queremos lembrar ainda, ao caro

Leitor e interessado no ramo, tratar-se aqui de uma das raríssimas indústrias consideradas e entendidas como absolutamente não poluentes, podendo ser montada em qualquer lugar sem interferir com o meio ambiente.

Os gigantescos complexos de

saponificação industrial, que a nível mundial chegam a gerar um número de empregos da ordem de sete dígitos, exibem, com orgulho, fotografias dos tachos e “panelões” onde seus patronos e pioneiros criaram suas primeiras partidas de sabão, conservam os lugares e ambientes fabris que originaram os atuais conglomerados mundiais como museus, mostrando como os “sonhadores” daquele tempo “lambiam” os dedos lambuzados de sabão para determinar o grau de neutralização do que produziam.

É esse, e não outro, o motivo

deste ramo da Química ser conhecido por “Arte e Ciência”, onde a magia da imaginação e a capacidade de aplicar conhecimentos determinam, nessa atividade, o ritmo de crescimento, fornecendo aos consumidores o asseio e a higiene necessários à manutenção da saúde e, de vantagem, acaricia a deliciosa malícia da vaidade saudável, ressaltando e exaltando o belo, razão que por si só, é uma extraordinária mola propulsora desta indústria.

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Esta obra é inteiramente dirigida ao pequeno produtor ou ainda, ao iniciante na Arte/Ciência da saponificação industrial. Não tem, este ensaio, a pretensão de ser um tratado, busca, no entanto, levar, ao Leitor, conhecimento técnico operacional ou seja, ser objetivo, coerente e prático, intenta realmente ser um manual, estar sempre à mão, ficar gasto e até melado por ser manuseado durante o processamento das partidas de materiais, ser chamado de “livrinho”, ser emprestado e não mais devolvido. Verdadeiramente, a expectativa do Autor é a simplicidade de consulta e o máximo de acerto na fabricação dos produtos.

O Autor

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Sumário

Apresentação Ao Leitor.............................. 5 Prefácio Saponificação industrial............... 11 Capítulo I Características físico-químicas dos sabões................................ 17 Capítulo II Funções técnicas e cálculo para processamento industrial.............. 44 Capítulo III Características comerciais dos sabões, tipos e cargas........................ 55 Capítulo IV Viabilidade econômica, industrialização 65 Capítulo V Produzindo o sabão.................... 102 Capítulo VI Pequeno receituário................... 125

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Capítulo VII Procedimentos analíticos.............. 133 Capítulo VIII Sabão básico ou industrial............ 142 Capítulo IX Materiais graxos...................... 161 Capítulo X Derivação dos materiais graxos na indústria cosmética e de toucador..... 177

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Saponificação industrial Referências históricas sobre a origem do sabão1.

Pesquisando a origem do sabão, verifica-se que os povos anteriores à era cristã não o conheciam, somente mais tarde o homem passou a empregar sucos vegetais semelhantes ao sabão e a cinza de madeira. Além disso, logo se concluiu que a urina putrefaciente, em virtude do alto teor de carbonato de amônio2, possui uma ação detergente. Conheceu-se na Roma antiga os fulões, homens estes, com o direito de colocar em praças públicas e ruas, recipientes para coletar urina.

Somente em Plínio, o antigo, na

sua “História Natural”, segundo a qual os antigos germanos seriam considerados os inventores do sabão. Segundo Plínio, esse produto era preparado a partir do sebo de cabras e cinza de madeira, não sendo, no entanto, usado como detergente e sim como ungüento para se tingir cabelos. Plínio refere-se ainda, a sabões moles e duros, donde se conclui que já se conhecia um processo para se transformar sabão de potássio “mole”, em sabão de sódio “duro”.

1 – Versado da tradução de Carlos Burger Júnior da 3ª edição alemã de “Die Seifenfabrikatio” de Dr. Karl Braun, revista por Theodor Klug e publicada por Walter de Gruyter & Co., Berlim, 1953. 2 – A amônia já era conhecida pelos gregos, romanos e persas – do Latim – “Ammoniacu” e do grego “Ammoniakón” , “sal do país de Amon” –

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No primeiro século da nossa era, os romanos devem ter preparado sabão, pois se encontrou nas ruínas de Pompéia1, uma espécie de saboaria.

No início, provavelmente, só se

misturou óleo e cinzas com água, sendo, a massa resultante, usada como pomada. Descobriu-se mais tarde, por acaso, que a pomada era mais eficiente quando se tratava primeiro a cinza com cal e só então se juntava a gordura.

O sabão foi mencionado pela

primeira vez como detergente no século II, pelo médico Galeno, na sua obra “Simplicibus Medicaminibus”, pois a higiene é, na verdade, a cura de muitos males da pele sendo, então, o sabão, considerado um medicamento.

Um posterior desenvolvimento na

preparação do sabão foi, simplesmente, desconhecido até o século XII, quando se encontrou em velhos documentos de corporações em Colônia e Magdeburgo2, segundo os quais a fabricação do sabão ficava sujeita às leis impostas por estas “corporações”.

No século XIV viríamos a saber,

pela primeira vez, de organizações e/ou espécies de sindicatos de saboeiros datados de 1324 Augsburgo, em 1331 Viena,

1 – Cidade da antiga Roma soterrada por uma erupção vulcânica do Vesúvio no ano de 79, juntamente com Herculano e Estábia. 2 – Cidades da Alemanha.

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1336 Praga, 1357 Nurenberg, 1384 Ulmo ou seja, quase toda a Germânia.

Em Veneza1, no século XV, depois

em Savonna e Gênova2, predominava o comércio do sabão, com tal intensidade de captação de recursos que no ano de 1622, na Inglaterra, foi instituído o primeiro monopólio para a indústria saboeira, sendo logo taxada sua produção com elevados impostos.

Nos séculos passados, preparava-

se sabão apenas através de pequenas fábricas, por processos extremamente primitivos. Esse estado de coisas chegou até Leblanc, inventor do processo de obtenção de hidróxido de sódio a partir do cloreto de sódio3, pelo método eletrolítico, o que veio proporcionar um material de alto grau de pureza, agilizando, dessa forma, a preparação do sabão de qualidade superior.

Já naquele tempo, porém, o

saboeiro era, por tradição, logicamente conservador, o que dificultou, em princípio, a divulgação e utilização do novo produto, que, sendo mais puro, tornava tão diferente o modo de operar o processo de saponificação. Aos poucos, no entanto, o saboeiro habituou-se ao novo material, principalmente, porque se

1 – Cidade do norte da Itália, Mar Adriático – Golfo de Veneza –. 2 – Cidades vizinhas no norte da Itália, Mar da Ligúria. 3 – Sal de cozinha.

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conseguia enormes quantidades desse e muito mais barato.

A isso, devemos acrescentar

ainda, o grande impulso na importação de gorduras vegetais, destacando-se que a primeira vez que foi desdobrado em sabão, o óleo de coco, o foi na terceira década do século XIX.

As primeiras informações

técnicas e científicas a respeito do sabão, nos foram transmitidas pelo químico francês Chevreul em 1824, foi ele quem, pela primeira vez, isolou das gorduras, os ácidos graxos e a glicerina.

Por outro lado, a indústria

bélica veio trazer maior importância à saboaria, pois o único meio de se obter glicerina, à época, era por meio da saponificação que, ao desdobrar as gorduras em ácidos graxos que se ligam às bases alcalinas1 deixando livre o glicerol2 deixa, na lavagem final para depuração do sabão superior, como resíduo ou subproduto, a água “glicerinada” para posterior depuração.

O primeiro sabão em grão

separado sobre preparação em pasta foi obtido por Grodhaus, em Darmstadt. Segue-se, então, o sabão de Eschwege3 em 1846, que foi propriamente descoberto ao acaso,

1 – Hidróxido de sódio, de potássio, etc... 2 – Glicerina (termo técnico, álcool propanotriol) 3 – N. A. – Provavelmente nome derivado do Mineralogista Alemão Wilhelm Ludwig von Eschwege, por sua aparência com pedras.

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quando se recuperava material falhado para pô-lo à venda, na mistura dos vários tipos de sabão recuperados eles adquiriam a aparência do mármore1, houve muita aceitação e, logo, este passou a ser produzido intencionalmente.

A partir do século XIX,

assistiu-se a um grande salto na fabricação de sabões com a introdução, principalmente, das gorduras vegetais, como o óleo de amendoim, algodão, soja, oliva, gordura de coco e ainda, o uso do breu, primariamente, utilizado com a finalidade de reduzir significativamente os custos, dando de vantagem, a desodorização parcial dos fortes odores desagradáveis ainda presentes no produto àquela época.

No fim do século XIX o processo

de refino e branqueamento das gorduras já vinha bem adiantado, o que possibilitava uma aparência de melhor qualidade e um produto mais eficiente, tornando patente que técnica e ciência aliadas a arte permitiam um gigantesco salto na industrialização do sabão.

Um fato porém, que levou aos

extremos a capacidade industrial da época e que tornou obrigatório o desenvolvimento tecnológico nos equipos e maquinaria do ramo, foi a introdução do vapor em lugar do fogo direto na confecção do sabão, até a data, a única alternativa viável.

1 – No Brasil é conhecido por “sabão marmorizado”.

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Os meios de segurança foram aperfeiçoados, os equipamentos totalmente transformados, dinamizaram-se todos os métodos de produção, substituíram-se as velhas formas por eficientes processos de transformação do produto liquido em altas temperaturas para lascas secas e prontas para tratamentos ulteriores em laminadores ou compressores contínuos e sucessivos sob efeito de alto vácuo, onde se obtém uniformidade, qualidade e aparência de mercado para o produto final.

Enormemente entravada por

guerras e por falta de alimentos, o que limitou muito o fornecimento de gorduras, a indústria saboeira buscou sucedâneos e sintéticos, o que a levou a outros campos tornando impositivo um controle químico para a execução desses objetivos.

Assim, o velho artesanato,foi

hoje transformado num dos mais importantes braços da indústria química, sendo o pequeno sabão, um cosmético fino, um detergente de grande poder ativo, um produto medicinal, um sabonete perfumado de toucador ou ainda, uma matéria-prima de extrema importância para hospitais, lavanderias, grandes centros industriais e comerciais, deixa ainda na sua sobra a glicerina, indiscutivelmente indispensável nos laboratórios farmacêuticos, na industria de explosivos para mineração e mesmo bélica. Aquelas “pedrinhas” geram muitos milhões de empregos em todo o mundo.

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Capítulo I

Características físico-químicas dos sabões

Esclarecimento: - Tem este trabalho, a direção objetivada à técnica industrial diretamente aplicada, no entanto, existe a necessidade implícita do conhecimento básico da matéria em pauta; para tanto, havemos, obrigatoriamente, que fazer contato com os dados científicos a ela relacionados, ainda que seja superficialmente e sem o caráter de profundidade teórica.

Dedicaremos este capítulo ao estudo dos materiais envolvidos e à compreensão dos fenômenos físicos e químicos que participam destas reações até a obtenção do produto final.

1.1 – Sabões: Características

físicas principais.

O sal metálico de um ácido graxo de cadeia longa é um sabão, sendo o estearato de sódio (C17H35COO-Na+)1 o mais comum exemplar conhecido. O sabão é um eletrólito coloidal que em soluções a baixas concentrações se caracteriza por dispersar íons sódio e o ácido graxo correspondente do mesmo modo que ocorre a uma solução salina ordinária.

Com o aumento da concentração, conhecida pelo nome de “micela”, cresce a

1 – (C17H35COO-Na+), fórmula química de um sabão.

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tendência desta em aglomerar-se esfericamente pela coesão uniformemente distribuída, formando “bolos”. A direção geral é o centro para a cadeia carbônica (apolar) e a superfície do esferóide para o grupo polar onde fica a ligação metálica.

Fig. 1 – Esquema imaginário Essa micela tem as medidas de

uma partícula coloidal, porém, apresenta carga, é por isso, um íon coloidal que traz presa à sua superfície uma grande quantidade de íons positivos, os chamados opostos, reduzindo, portanto, sua carga significativamente.

Pois bem, com o crescimento da

concentração e conseqüentemente à formação da micela, observamos uma acentuada queda na condutividade elétrica por equivalente do eletrólito ou seja, uma mesma quantidade de sabão pode apresentar uma grande quantidade de íons isolados ou um

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número mínimo destes mesmos íons, e isso é a concentração quem determina. Temos, portanto, que para altas concentrações se observa baixa condutividade e para o oposto ocorre o inverso. Em sentido objetivo, temos que; em um recipiente contendo água com sabão em solução dispomos de um “condutor”, com uma pedra de sabão seca, no entanto, temos um isolante fraco.

A concentração de micelas leva

também à redução da pressão osmótica1 da solução, assim é possível se obter o número médio de íons “saponato” na micela ou seja, o peso molecular médio.

A ação de um sabão tem relação

direta e parcial com a capacidade deste em manter uma gordura em suspensão no seu meio físico (solução), parcial porque a gordura age de forma indireta na limpeza, pois quando o sabão retira uma partícula de gordura esta trás agregada a sujidade não gordurosa.

A capacidade de provocar

emulsões é outro fator particular a ser observado. A mistura mecânica de água e óleo é um exemplo de emulsão, a energia consumida para se obter a emulsão é igual a energia de resistência da tensão interfacial da água e do óleo, estas forças sã apolares e elásticas, i. é, cedem, porém, retornam à origem ou seja, uma emulsão não é normalmente estável,

1 – Processo de filtragem de solvente em membrana fechada ao soluto.

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para isso ela é dependente de outros fatores. O sabão é um agente ativo superficialmente, sua molécula é polar e apolar, tem volume concentrado em uma extremidade e afilamento em outra, isso é o suficiente para que esta sirva de “ponte” de ligação interfacial, a parte polar se “liga” à água e a parte apolar (cadeia carbônica) ao óleo reduzindo verticalmente a energia necessária à emulsificação, é esse o fato que esclarece o parágrafo anterior, o mecanismo está detalhado no item (1.4) deste capítulo.

Fig. 2 - Esquema teórico da polarização

1.2 – Características químicas dos sabões. 1.2.a – Lípidos ou lipídios:

Lípidos ou lipídios São nomes dados aos produtos naturais de origem

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animal ou vegetal onde predominam ésteres de ácidos graxos superiores, muito conhecidos pelos nomes de “óleo ou gordura”.

Os ésteres são produtos de

ácidos mais álcool, assim, é possível conhecer o ácido original a ele ligado. Daí separa-se os lípidos em diversos grupos, a saber:

Glicéridos, céridos, fosfátidos

e cerebrósidos.

Glicéridos:

Álcool ► Glicerina = ou C3H5(OH)3

Ácido ► Ácidos graxos =

Superiores

(molécula com mais de 10 carbonos)

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(fórmula geral de um éster constituinte de um glicérido)

Céridos:

Estes são conhecidos como ceras.

Podem ser de origem vegetal ou animal. As suas moléculas são

constituídas de ácidos graxos e áloois superiores.

Existem porém, em menor

quantidade que os glicéridos, deixa de ser interessante para a fabricação dos sabões, exceto como algum aditivo.

Fosfátidos:

Conhecidos como fosfolípidos,

onde se encontra: - glicerina, ácido graxo, ácido fosfórico e amino-álcool.

Cerebrósidos:

Lípidos semelhantes aos

fosfátidos cujas diferenças são: - no lugar da glicerina encontramos glicose, não possui ácido fosfórico. 1.2.b – Ácidos graxos superiores:

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Características principais: -

possuem mais de 10 carbonos na cadeia, sendo esta normal contendo ou não duplas ligações, são monocarboxílicos, possuem número impar de átomos de carbono.

Do ponto de vista físico eles

são insolúveis na água e têm um elevado ponto de ebulição.

Os principais são: Saturados:

Ácido láurico C11H23 - COOH Ácido mirístico C13H27 – COOH Ácido palmítico C15H31 – COOH Ácido esteárico C17H35 – COOH Ácido cerótico C25H51 – COOH

Insaturados:

Ácido oleico C17H33 – COOH (uma dupla) Ácido ricinoleico C17H32OH – COOH (uma dupla) Ácido linolênico C17H29 – COOH (três duplas) Ácido linoleico C17H31 – COOH (duas duplas)

Os glicéridos representam os

óleos e as gorduras naturais e predominam:

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Nas gorduras: - ésteres de glicerina mais ácido graxo saturado.

Nos óleos: - ésteres de

glicerina mais ácido graxo insaturado. Quando há interesse em se obter

de um óleo, uma gordura basta, para tanto, saturar a cadeia carbônica, coisa que veremos à frente como se faz.

Assim, se processa hidrogenando

cataliticamente (H2/Ni) o óleo (um exemplo muito comum é a margarina).

Alguns óleos e gorduras naturais

são: Óleos: - óleo de amendoim, de

oliva, de soja, de algodão, de rícino, de linhaça, de milho, etc...

Gorduras: - toucinho, sebo,

manteiga, gordura de coco, de palmiste, etc...

1.3 – Propriedades dos glicéridos.

1.3.a – Saponificação:

Trata-se da reação dos

glicéridos com carbonatos ou hidróxidos metálicos, os mais comuns são os de sódio e potássio. Com isso se obtém sabão.

Um glicérido reage com uma base

alcalina produzindo glicerina e sais de ácidos graxo superiores.

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O sabão é a mistura desses sais. Um exemplo:

Tripalmitato de glicerina + hidróxido de sódio

Tripalmitina + Sódio = Glicerina + sabão Glicérido + Base = Glicerina + sabão

Numa reação com NaOH (hidróxido de sódio) obtêm-se sabões duros ou sólidos, onde se emprega KOH (hidróxido de potássio) obtêm-se sabões moles ou pastosos.

1.3.b – Índice de saponificação (I.S.).

Para se determinar certas

características de um óleo ou gordura, deve-se submetê-lo a processos analíticos dos quais resultam alguns “índices”. Um desses resultados é o índice de saponificação (I.S.).

O índice de saponificação

(I.S.), é o número de miligramas de hidróxido de potássio (KOH) que são necessários para saponificar completamente um grama de óleo ou gordura.

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O procedimento indicado passa pelo cálculo estequiométrico como segue:

Triestearina Hidróxido de potássio (P.M.790g) (P.M. 56g)

Portanto: P.M.2…………………………P.M.1 X 1000a X a 1g…………………………………I.S. ----► -----► I.S. = 1 X P.M.1 X 1000a x a P.M.2

onde:

P.M.1 = Peso molecular do KOH P.M.2 = Peso molecular do óleo 1000a = Índice p/ obter resultado em miligramas

a = Número de moléculas de KOH I.S. = Índice de saponificação

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Exemplificando:

790g 56g X 1000 X 3 1g I.S. --------► --------► 1g X 56g X 1000 X 3 = I.S. 790g

Portanto: I.S. = 212,7 Deve-se observar que quanto

maior o peso molecular do glicérido menor será o seu índice de saponificação.

1.3.c – Índice de iodo (I.I.):

O índice de iodo (I.I.) é o número de gramas de iodo (I2) capaz de reagir rompendo as duplas ligações em 100g de óleo ou gordura.

| |

C = C + I – I -----► - C – C - | | I - I

O iodo substitui o hidrogênio

assim, um alto índice de iodo denuncia um óleo e não uma gordura.

O índice de iodo avalia o grau

de insaturação do óleo ou gordura.

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É, portanto, claro que o índice de iodo é bastante baixo nas gorduras e ocorre o inverso para os óleos.

Quanto mais ligações duplas na

cadeia molecular, maior será o índice de iodo.

1.3.d – Rancificação:

Trata-se de uma série de reações

complexas que se efetuam em presença do oxigênio (O2) do ar catalisadas por bactérias da atmosfera. Uma característica desta reação é o odor desagradável de ranço. Os óleos, por causa das duplas ligações, são mais facilmente rancificados que as gorduras.

1.4 – Sabões: mecanismos e argumentos.

Como já se verificou, os sabões são ligações de sais de ácidos graxos superiores e uma base alcalina.

São chamados de sabões “duros”

os que possuem sódio na molécula. Exemplificando:

Estearato de sódio Como age um sabão: A molécula de um desses

compostos é como um alfinete meio

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defeituoso. Ela possui uma parte apolar que é capaz de “espetar” num lipídio, possui em outra extremidade uma parte polar que pode interagir (hidrólise) na água.

Aspecto imaginário:

COO-

Na+ -

Fig. 3 – Molécula de dupla polaridade

Uma sujidade geralmente é um

lipídio (gordura ou óleo), às vezes, um hidrocarboneto (óleo mineral), que também são emulsionáveis em maior ou menor grau ou ainda, outras partículas que impregnam o que deve ser lavado são argilosas e totalmente filtráveis ou sais solúveis em água. Logo, é fácil observar que a ação detergente de um sabão tem como atuar no meio a ser tratado, vejamos; - quando falamos em um lípido ou mesmo de um hidrocarboneto estes trazem em suspensão própria, inúmeros tipos de partículas e micro organismos, quando a molécula de sabão entra em contato com estes materiais acaba agindo semelhantemente a uma “bóia” com ganchos ou alfinetes “espetando” a sujeira com o “alfinete” apolar e mantendo a “bóia” polar na água, as inúmeras “bóias” mantém a partícula em suspensão na água que quando escorre leva consigo todo o material suspenso deixando o que foi lavado, apenas molhado.

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Visualização:

Fig. 4 – Partícula em suspensão

mantida por várias “bóias espetadas” É esse mecanismo de limpeza que

recebe o nome de “ação detergente”. O sabão comum foi o primeiro

detergente fabricado pelo homem e é, ainda hoje, o mais difundido e barato, além de ser absolutamente inofensivo à natureza, pois é naturalmente biodegradável.

Há hoje também, os detergentes

artificiais, denominados “tensoativos”, pois estes baixam a tensão superficial da água.

Os mais conhecidos pertencem ou

possuem o grupo –SO3Na (sulfonato de sódio).

Desse grupo, o mais comum é o p-

dodecil-benzeno sulfonato de sódio e a sua fórmula é: C12H35 SO3Na

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1.5 – A formação dos sabões: Os sabões formam-se com mais de

uma base, para tanto, é conveniente se ter contato com as mais comuns.

A montagem de um saponato segue

conforme a equação:

Saponato de potássio R.COOH + KOH ------► R.COOK + H2O ác. graxo potassa sabão de pot. água Saponato de sódio R.COOH + NaOH -----► R.COONa + H2O ác. graxo H. sódio sabão de sódio água

O mesmo que a anterior, porém,

com carbonato de sódio em lugar do hidróxido.

R.COOH + Na2CO3 ----► 2R.COONa + H2O + CO2 ác.graxo c. sódio s.de sódio água gás c.

Nota-se a água presente em todas

as reações com saldo destas. Como se vê nos exemplos acima,

todas as fórmulas partem de ácidos graxos, na prática porém, para se chegar a um ácido graxo deve-se separa-lo da glicerina que é seu meio de origem.

As gorduras não se encontram

puras sob a forma de ácidos graxos como já sabemos, torna-se portanto, necessário que

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se desdobrem estas em ácidos graxos e glicerina e um dos vários processos para esse fim é a própria saponificação completa dessas gorduras ou óleos.

Assim, teremos a transformação e

desdobramento segundo a ordem que se segue na equação:

(R.COO)3C3H5 + 3NaOH ----► 3R.COONa + C3H5(OH)3 éster á. gr. Soda s. Sodio glicerina

Sob a influencia de um

catalisador mecânico, calor, pressão, etc.., essa reação se processa em grande velocidade convertendo-se em saponato de sódio e liberando a glicerina, ficando esta em solução na água de formação do sabão.

Esse tipo de desdobramento, hoje

em dia, é pouco ou nada praticado. Existem outros métodos desde há muito tempo conhecidos. Estudaremos alguns abaixo:

1.5.a – processo de Milly – 1831:

Deve-se processa-lo em

autoclave1 protegida, igualmente, da corrosão em altas temperaturas, no seu interior que deve conter, no máximo, a metade da sua capacidade de conteúdo, os materiais a serem desdobrados, mistura-se pó de zinco ou óxido de zinco ou ainda, os dois ao um só tempo, como agentes de desdobramento (catalisadores), na proporção de 0,5% a 1,0% da gordura. 1 – Caldeira resistente á altas pressões.

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Enquanto se consegue um desdobramento mais eficiente com o óxido de zinco, chega-se a ácidos mais límpidos e claros com o pó de zinco puro. É a provável formação de hidrogênio na elevada temperatura de desdobramento que oferece proteção à massa de material, quando se utiliza pó de zinco finamente dispersado no material, inibindo naturalmente a oxidação.

Vale para o processo de

desdobramento, a lei da ação das massas ou seja, a velocidade da reação é diretamente proporcional à formação de glicerina na caldeira. Esclarecendo ainda, temos que: - quanto maior for o volume de glicerina já isolada, maior será a dificuldade de isolar a que resta ligada ao ácido, chegando a parar o processo quando ocorrer o equilíbrio que é determinado pela lei da ação das massas1.

A obtenção de material de

qualidade superior e muito claro exige gorduras bem filtradas e trabalho intensivo sob vácuo, vapor indireto e temperatura elevada, agitadores rápidos e enérgicos que “abracem” grandes volumes por rotação tornam o processo mais eficiente. Fator de extrema importância é a observação do tempo de duração do tratamento, pois a exposição prolongada ao calor provoca a degeneração dos materiais e acarreta elevadas perdas sem

1 – É uma questão de compensação de potencial e cinética, pois quando a energia cinética é limitada pela pressão a energia potencial restante não age mais.

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possibilidade de recuperação, além, é claro, do alto risco de explosão do sistema.

1.5.b – Desdobramento ácido:

É feito a seco com ácido

sulfúrico de 66° Bé1 na proporção de 4% a 6%, sendo posteriormente, o material, fervido com água de modo a se dispor de água glicerinada com ácido sulfúrico, o óleo agora tingido de preto devido a carbonização das partículas albuminóides, deve ser lavado com vapor seco (250/300°C) pelo processo de destilação.

Os equipamentos por onde se

processa tal operação devem, obrigatoriamente, serem inoxidáveis.

1.5.c – Desdobramento de twitchell:

Segundo o seu inventor Ernest

twitchell é ele aprimoramento do desdobramento ácido, sendo este dividido em duas fases: uma depuração prévia e o desdobramento. Sendo ainda, um processo bastante zeloso e também demorado, pouco acrescentando ao anterior.

1.5.d – Processo fermentativo:

O princípio desse método

consiste em uma mistura de sementes oleaginosas destacando-se a de mamona

1 – Graus Baumé, lidos em um areômetro de Baumé. (densímetro com escala própria)

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(rícino), obtém-se desse modo um desdobramento hidrolítico por efeito de fermentação catalisado por bactérias anaeróbicas, sendo que, apesar de simples, trata-se de processo bastante limitado pela temperatura que deve situar-se entre 25°C e 35°C, o que dificulta o trabalho com muitos tipos de gordura, principalmente as completamente ou quase saturadas. Salienta-se ainda, o fato de que tal método acarreta um grande acréscimo de ácidos graxos livres no produto final o que degrada a qualidade do resultado.

1.5.e – Processo de Krebitz:

Obtido pela saponificação com

3CA(OH)2, hidróxido de cálcio (cal viva), esta, depois de terminada, deve ser lavada com água fervente em molho de 24 horas por duas ou três vezes. Na água recolhida fica a glicerina.

1.5.f – Processo sugerido pelo autor:

Partindo-se de gordura neutra e

bem filtrada na caldeira (que pode e deve ser aberta), adiciona-se água em igual volume e temperatura (85°C a 95°C), provoca-se, então, a emulsão artificial entre a gordura e a água, isso se consegue facilmente com um emulsionante (p. ex. nonil-fenol óxido de etileno a 9,5 moléculas) muito comum no mercado, na proporção de 1% a 1,5% do total de óleo, coloca-se o pó de zinco (melhor do que o óxido), na proporção de 0,5% a 1% do óleo.

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A mistura deve ser processada através de um reciclador de alta pressão de trabalho e isso é facilmente proporcionado por uma bomba centrífuga de vários estágios ou melhor, uma “bomba homogeinizadora”, também se presta ao mesmo fim uma bomba de rotor aberto com a saída estrangulada para aumentar a pressão do sistema. Dessa forma se obtém altíssimas pressões sem nenhum risco (desde que, é claro, a tubulação seja compatível) e grande velocidade de produção, reduzindo a minutos o que se fazia em horas e mesmo dias, restringindo a preocupação com matérias inoxidáveis à tubulação e bomba (alguns detalhes de um reciclador à frente). Nesse processo, a glicerina pode ser diretamente destilada por arraste sob vácuo intenso ou por congelamento e cristalização do produto aproveitável.

Observação importante:

O parágrafo acima é resultado de

ensaios empíricos laboratoriais, não sendo o relato, conclusão de produção a níveis industriais.

Cabe ainda, informar que na

saponificação contínua processada diretamente com gordura integral, na passagem do produto acabado e, ainda líquido e quente, pode-se extrair por arraste sob vácuo intenso, a glicerina. Isso se processa por meio de “spray” que reduz o material sólido a micro partículas e a glicerina em vapor lacrimejante.

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1.6 – Propriedades dos sabões:

Os principais componentes de uma gordura ou óleo ou seja, um éster, são os ácidos graxos superiores e um álcool. Isolando o álcool, temos por ordem aproximada de importância os seguintes ácidos:

Os principais e constantes em todas as gorduras vegetais ou animais são:

• 1 – ácido oléico • 2 – ácido esteárico • 3 – ácido palmítico

Os secundários em constância e com variação de propriedades temos, ainda que fora de ordem:

• 1 – ácido láurico • 2 – ácido mirístico • 3 – ácido ricinoleico • 4 – ácido linoleico • 5 – ácido linolênico • 6 – ácido clupanodônico • E muitos outros ainda de variadas

importâncias.

Do ponto de vista técnico só importam para a fabricação de sabões os ácidos que contenham de 7 a 18 átomos de carbono, os que se situam abaixo ou acima desses valores não entram em cogitação.

A partir dessas informações, estudaremos algumas propriedades comuns aos sabões, referidos estes últimos, aos conhecidos de mercado e não tecnicamente.

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1.6.a – Solubilidade: Em álcool; total, pois as

gorduras são solúveis neste e as bases idem, portanto, pela lógica, o álcool vem a ser um solvente dos sabões. Em hidrocarbonetos no geral os sabões são insolúveis, total ou parcialmente, nesse último caso em quantidades quase imperceptíveis.

Em água.., bem, isso deve ser

discutido, pois é justamente neste detalhe que residem os vários motivos para a utilização dos sabões.

Separando os sabões pelo seu

conteúdo, temos que, os de potássio e de ácidos graxos não saturados são mais solúveis que os de sódio e ácidos graxos saturados; daí os nomes sabão mole (potássio) e sabão duro (sódio).

Os sabões isentos de água são

muito higroscópicos, i. é, absorvem água do meio em que se encontram, do ar p.ex., os de oleato de potássio, chegam a retirar do ar umidade equivalente a 160% do seu peso, os de estearato de potássio até 30%, enquanto que o oleato de sódio chega, no máximo a 12%. O sódio, portanto, produz sabões menos higroscópicos do que o potássio.

A água quente torna a solução de

sabão límpida e transparente, enquanto que fria torna essa mesma solução turva. Na dissolução observa-se, inicialmente, um

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amolecimento ou intumescimento. No início do processo verifica-se que os sabões de ácidos graxos não saturados já dão soluções límpidas, enquanto que os saturados só chegam a isso em vias da ebulição.

O sabão em solução aquosa está

sujeito a hidrólise e, nesse caso, ele separa-se em ácido graxo e álcali livre. O ácido graxo livre, porém, combina-se, imediatamente, com o sabão não decomposto a saponato ácido de sódio, comportando-se como os sais alcalinos de ácidos fracos. Observa-se, então, a seguinte reação:

RNA + HOH = NaOH + RH -----► RH = RNA = RNaRH,

onde (R) é o radical do ácido graxo.

O sabão ácido é insolúvel em

água fria, portanto, um sabão deve turvar-se ao esfriar, é óbvio, pois o sabão contaminado pelo material hidrolizado apresenta as características do sabão ácido. Porém, a adição de álcali livre ou álcool inibe ou até interrompe a hidrólise, sabendo-se que o espumejar de uma solução de sabão consiste em se ter sabão dissolvido em presença de ácido graxo livre ou seja, um sabão ácido; interrompendo essa dissociação, ela não espumará, uma solução alcoólica de sabão não espuma.

Temos também, que os ácidos

caprônico, caprílico, nonílico e ricinólico não espumam, no entanto,

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adicionando-se a esses sabões, um ácido graxo livre teremos espuma em abundância. Fica, portanto, demonstrado que não é necessário soda livre para um sabão espumar e, ainda, que a espuma é um fenômeno físico e não químico, pois o sabão tende a formar membranas que se dilatam e se mantêm e, por isso, encontramos estabilidade na permanência da espuma numa solução.

Concentrando o sabão, este se

contrai a uma geléia com tendências esféricas (ver1.1,cap.I), bem espessa e dura, gelatiniza-se retendo grande volume de água em seu corpo sólido, e, na verdade, é mesmo muito difícil de se eliminar essa água mesmo a temperaturas acima dos 100°C. Essa “geléia” quando cortada não é homogênea, nota-se, nitidamente, num fundo claro veios mais claros e perolados, aqui o saboeiro fala de grão ou de fluxo.

A capacidade de gelatinização do

sabão é uma das características dos colóides (ver1.1,cap.I). Outro aspecto digno de nota é o comportamento do sabão em relação ao sal na solução, o sabão forma uma solução coloidal do tipo gel com dispersão em fase contínua, isso significa um estado de equilíbrio energético no meio físico atuante. Por ser solução do tipo gel, a micela é envolvida por camadas de água caracterizando um agregado estrutural próprio das gelatinas. A adição de sal na solução faz desequilibrar esse estado de energia atuante entre as fases, ele desfaz

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a relação interfacial das macro-moléculas em repouso (sabão/água), o sal age “roubando” a água, formando uma fase diferente e definida com peso específico maior que a da micela original, obrigando esta a flutuar e, por coesão, aglomerar-se num único núcleo que se ajusta esfericamente por força da distribuição gravitacional uniforme no meio líquido. A diferença de potencial elétrico interfacial garante a estabilidade das fases separadas, inclusive da glicerina, pois esta é totalmente polar e solubiliza completamente sem traços de separação na água, mesmo salgada. Assim, se observam no sistema em evidência duas fases; a da micela se concentrando em contrações contínuas e bem definidas em direção ao centro e a da água com o sal e a glicerina em solução nas bordas da caldeira. A glicerina, por sua vez, dissemina-se tão fortemente incorporando-se à água, que se o sal vier a saturar no meio líquido, acabará por depositar-se no fundo sem abrir as fases água/glicerina como fossem estas, uma única fase. O motivo de a micela estar dissociada em bloco da solução leva a última a agir como um sal graxo, formando camadas ao tato (película engordurada) e, logicamente, não fazendo espuma por falta de plasticidade do meio, o que impede a formação de membranas resistentes e estáveis (espuma).

As gorduras chamadas de “grão”,

i. é, com índice de saponificação (I.S.) até 200 suportam uma concentração salina próxima de 6° Bé, acima desse valor o

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equilíbrio se rompe e a solução precipita. Já no caso das gorduras de “pasta”, i. é, com (I.S.) até 260 resistem a concentrações que atingem valores da ordem de 23° Bé (ponto de saturação na água).

As concentrações-limite são,

conforme tabela:

Eletrólito Sabão de coco (I.S.254)

S.de palmiste (I.S.248)

S. sebo (I.S.)

NaOH KOH NaCl

19,10% 26,70% 24,00%

14,20% 19,80% 20,10%

5,10% 7,20% 5,40%

Notar que as soluções alcalinas

agem analogamente à solução de sal, porém, em concentrações diferentes para os limites.

1.7 – Classificação industrial dos sabões:

• a) Sabões em paste, onde se dá uma solidificação de toda a massa do material contido no recipiente. Entre estes estão os sabões preparados a frio com gorduras de pasta ou não.

• b) Sabões de semigrão, onde se dá a

concentração de lixívia limite apenas quando a pasta já se encontra em fase de solidificação.

• c) Sabões de grão, cuja definição

geral é a seguinte:

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• - São todos os sabões preparados por processo de cozimento das gorduras ou ácidos graxos sólidos ou líquidos, que sejam separados das lixívias por sais tecnicamente limpos e contendo no mínimo 60% de ácidos graxos. Entre estes podemos incluir os sabões preparados a partir dos ácidos graxos puros, que são produzidos por empaste por não haver necessidade de separação de glicerina pelo processo de salinização.

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Capítulo II

Funções técnicas e cálculo para processamento industrial

Este capítulo é dedicado às formulações e tabelas de uso prático, cotidiano e imediato, devendo estar sempre à mão para consulta e aplicação dos seus dados com eficiência e rapidez durante o processamento dos materiais.

2.1 – Constantes: 2.1.a – Constante de Baumé (Bé) = 145,88.

Utilizada para determinar o peso específico de soluções aquosas;

P = __145,88__ c = __145,88__ (145,88 – n) (145,88 + n)

onde n = graus Baumé; p = peso específico > água; c = peso específico < água.

2.1.b – Constante de saponificação comercial = 0,0716.

Aproximação por excesso de 0,04%

a 0,5% pela média das gorduras comerciais. Exemplo de utilização: Para neutralizar 100 Kg de sebo,

quanto é necessário de hidróxido de sódio (soda cáustica) comum encontrado no mercado?

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Determina-se o índice de saponificação (I.S.), (ver1.3.b,cap.I).

Supondo que o índice obtido seja

198, teremos: Multiplicando-se o valor obtido

pela constante, o produto será a quantidade já em quilogramas de soda cáustica tecnicamente pura, ou seja:

(I.S.) = 198 pureza do produto = 96%

Assim, procedemos;

198 X 0,0716 = 14,1768---► 14,1768 X 100 = 1417,68---► 1417,68 ÷ 96 = 14,7675, ou 14,80 kg (arredondamento sem risco).

Com esse valor obtido se

determina a concentração da lixívia pretendida.

2.2 – Determinação de lixívias:

O que é a lixívia? Quando dizemos que para

neutralizar uma gordura ou óleo precisamos de 14,80 kg de soda cáustica, como no exemplo acima, devemos entender que essa “soda” não reage com o “óleo” simplesmente sendo adicionada e misturada. As “bases” são materiais alcalinos cujo potencial elétrico positivo é muito alto em relação a um ácido graxo (ácido fraco). Assim, quando entra em contato com um óleo ou

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gordura, a superfície reage com tanta energia que produz uma película (um filme) ao redor das “escamas” secas, como fosse um verniz protetor e não permite a continuação da reação que é interrompida por falta de contato.

Portanto, o modo correto para se

obter uma reação completa, é abaixar esse potencial elétrico e aumentar a superfície de contato entre os materiais. Isso se consegue, simplesmente adicionando água às bases. Ocorre que a água em abundância permite uma reação de ótima eficácia porém, de baixo rendimento pois quanto mais “diluído” o potencial da soda mais lenta será a reação, além disso, o excesso de água produz um sabão de baixa qualidade e quase impossível de ter uma forma definida, pois “vira um mingau”.

Logo, a experiência de longos

anos na produção de sabão, permitiu ao homem definir e quantificar a água conforme o produto que pretende apresentar.

Este aprendeu a produzir o sabão

de grão (cap.1), fabricado com grandes quantidades de água adicionadas em várias etapas até a conclusão do sabão, para obter uma boa reação entre os materiais e, para eliminar a água e ainda aproveitar a glicerina, “salinizava” (colocava muito sal), por meio de várias lavagens do material na caldeira, chegando, por fim ao “grão”, sabão de alta qualidade e ótima durabilidade. Conheceu, também, a

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fabricação dos sabões reduzidos à pasta, produzidos com baixa quantidade de água e reação rápida que, para conseguir que esta seja completa, depende de mecanismos potentes que efetuem uma mistura íntima dos materiais e acabem produzindo sabão de alta qualidade.

E, finalmente, hoje se produz

sabão por meio de equipamentos que recebem e eliminam a água e mesmo a glicerina, se interessar a separação desta do sabão produzido.

Assim, sabemos agora, que a água

é um fator importante na fabricação do sabão e que “lixívia” é apenas uma solução alcalina, logo, iremos aprender abaixo em que quantidades ela melhor se adapta à produção para cada tipo de trabalho. 2.2.a – concentração das lixívias:

Determinar a quantidade de NaOH puro (100%) para o ácido graxo a ser neutralizado (proceder conforme 2.1.b).

Dividir o valor obtido pelo peso

em gramas por litro de NaOH correspondente em graus Baumé (Bé) da tabela (2). O resultado será em litros.

Conforme valor acima, 14,1768 kg

de NaOH (puro), teremos, para uma lixívia forte (38°Bé), conveniente para produzir um sabão de “pasta”:

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Indo à tabela (2) na coluna que lemos (38°Bé), veremos seu correspondente em gramas por litro de solução de NaOH, 441g, portanto:

14,1768 ÷ 0,441 kg ≈ 32,1470 litros de lixívia

Observar que o resultado é fornecido em litros e precisamos trabalhar com (Kg).

Para a obtenção da quantidade em quilos localiza-se na mesma tabela o peso específico correspondente aos 38°Bé e multiplica-se pelo resultado acima, que foi fornecido em litros, assim se obterá os quilos necessários, como segue:

32,1470 X 1,352 = 43,4630 kg de lixívia de 38°Bé 1,352 = peso específico (p.e.) = densidade

Desse modo é possível a determinação da quantidade de lixívia em qualquer concentração para que se neutralize completamente um material graxo determinado.

É claro que os acertos virão apenas com a prática na fabricação, pois, somente depois de pronto e completamente curado um sabão, será possível a quem não está habituado a produzi-lo, verificar prováveis defeitos. Portanto, é aconselhável ao iniciante, produzir o mínimo possível em cada partida até saber, de fato, trabalhar com o sabão.

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TABELAS AUXILIARES Tabela 1 Densidades das soluções de NaCL (sal marinho) SAL-NaCL P.específico SAL-NaCL P.específico

1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 11%

1,0073 g/ml 1,0145 g/ml 1,0217 g/ml 1,0310 g/ml 1,0362 g/ml 1,0437 g/ml 1,0511 g/ml 1,0585 g/ml 1,0660 g/ml 1,0733 g/ml 1,0810 g/ml

12% 13% 14% 15% 16% 17% 18% 19% 20% 21% 22%

1,0886 g/ml 1,0962 g/ml 1,1038 g/ml 1,1115 g/ml 1,1194 g/ml 1,1273 g/ml 1,1352 g/ml 1,1431 g/ml 1,1511 g/ml 1,1593 g/ml 1,1676 g/ml

Na fabricação de sabões

preparados a frio pelo processo de empaste, quando estes são feitos a partir da gordura de coco, palmiste ou babaçu, é interessante a aplicação desta tabela, pois esses materiais permitem grandes quantidades de água com sal sem perder a consistência e a boa aparência final.

Obs. – Esses produtos são sempre

de qualidade inferior aos preparados com alta pureza das matérias primas sem adição de cargas (p.ex.água salgada). Também não se prestam para ser processados em equipamentos de compressão, possibilitam apenas o corte com facas ou arame em mesas próprias.

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Tabela 2 Relação entre graus Baumé (Bé) e a densidade de

concentração das lixívias de NaOH (soda cáustica) e KOH (potassa cáustica) por litro.

Graus (Bé) Dens. P.e. NaOH g KOH g

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34

1,000 1,007 1,014 1,022 1,029 1,037 1,045 1,052 1,060 1,067 1,075 1,083 1,091 1,100 1,108 1,114 1,125 1,134 1,143 1,152 1,163 1,171 1,180 1,190 1,200 1,210 1,220 1,231 1,239 1,252 1,263 1,274 1,285 1,297 1,308

0 6 12 21 28 35 42 49 56 63 70 79 87 95 104 112 123 134 144 156 167 177 188 200 212 225 239 253 266 283 299 316 332 348 364

0 9 17 26 36 46 58 67 78 88 99 109 119 132 143 153 167 178 188 203 216 228 242 255 269 282 295 309 324 338 353 368 383 398 416

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35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55

1,320 1,332 1,342 1,352 1,370 1,384 1,397 1,410 1,424 1,439 1,454 1,469 1,484 1,499 1,515 1,530 1,546 1,563 1,580 1,597 1,615

381 399 420 441 462 483 506 528 553 575 602 629 658 691 721 750

432 449 469 487 506 522 543 563 582 605 631 655 679 706 731 756 779 811 840 870 902

Destacamos as colunas correspondentes aos 38°Bé e 50°Bé porque, com o hábito, o Leitor perceberá que serão as mais usadas para referência prática.

Dispondo da tabela (2) acima e

do peso molecular do óleo ou gordura é possível determinar a quantidade necessária para neutralizar qualquer tipo de graxo disponível.

Na tabela a seguir forneceremos

os índices principais dos mais conhecidos materiais graxos.

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Tabela 3 Índices principais dos óleos e gorduras

mais comuns

Graxos P.e. I.S. I.I. Aparência Obs. Á.esteárico

Oleína Linhaça Ó. Arroz Girasol Milho Soja

Algodão Amendoim Rícino Oliva Palma

B. porco Sebo boi

Sebo ossos Palmiste

Coco breu

0,910 0,900 0,935 0,927 0,925 0,922 0,926 0,925 0,919 0,967 0,917 0,945 0,934 0,947 0,9250,952 0,915 1,08

212 202 193 190 194 190 194 198 197 183 193 207 198 198 190 250 262 178

5 86 188 92 135 119 135 117 99 88 88 58 77 46 55 18 10 0

Branco Oleosa Amarelo Claro

Amarelado Claro Amarelo Amarelo Claro Verde Verde Amarelo Branco Branco Pardo Branco Branco Amarelo

Agulhas Escura Secante Líquido Secante Semi/sec Líquido Líquido Líquido Líquido Líquido Sólido Sólido Sólido Sólido Sólido Sol.bril vítreo

P.e. = Peso específico I.S. = Índice de saponificação I.I. = Índice de iodo

Na tabela acima anotou-se o peso

específico médio de várias amostras, o índice de saponificação mais alto de cada uma das amostras, o índice de iodo mais alto das mesmas amostras e a aparência orientou-se pela cor predominante em temperatura ambiente.

Os materiais tabelados acima têm

predominância absoluta na fabricação de sabões e derivados, sendo reservado a outros que dela não constam algum tipo de trabalho específico ou regiões que escasseiam estes, como, por exemplo, o Japão que se especializou em produzir sabões e sabonetes de óleo de peixe.

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Tabela 4

Quantidades de NaOH e KOH necessárias para neutralizar os principais graxos

(considerar hidróxidos tecnicamente puros)

Materiais graxos I.S. NaOH % KOH % Ácidos graxos do sebo Ácidos graxos do palmiste Ácidos graxos do coco Ácidos graxos do rícino Ácidos graxos da soja Ácido esteárico Oleína Linhaça Arroz Girassol Milho Soja Algodão Amendoim Mamona Oliva Palma Banha (porco) Sebo (bovino) Sebo (de ossos) Palmiste Coco Breu

205 260 266 188 199 212 202 193 190 193,5 191 192 194 193,5 181,5 192 199 195,5 198 191 248 253 178

14,70 18,63 19,06 13,44 14,25 15,18 14,45 13,80 13,60 13,83 13,64 13,70 13,86 13,83 12,97 13,70 14,20 13,96 14,14 13,64 17,70 18,07 12,70

20,50 26,02 26,62 18,80 19,90 21,20 20,20 19,30 19,00 19,35 19,10 19,20 19,40 19,35 18,15 19,20 19,90 19,55 19,80 19,10 24,80 25,30 17,80

2.3 – Peso molecular médio.

O peso molecular médio é facilmente

obtido através do índice de saponificação (I.S.), pois o produto dos dois índices é 56.000. sendo assim, teremos:

(I.S.) X (P.M.) = 56.000 Exemplificando: - A gordura de coco tem o (I.S.) = a 262 segundo a tabela 3, portanto:

(P.M.) = 56.000 ≈ 214 262

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Tabela 5

Peso molecular dos graxos mais comuns

Matéria graxa P.M. Material graxa P.M. Á. graxos – sebo Á. graxos – palmiste Á. graxos – coco Á. graxos – rícino Á. graxos – soja Ácido esteárico Oleína Linhaça Arroz Girasol Milho Soja

273 215 211 298 281 264 277 290 295 289 293 292

Algodão Amendoim Mamona Oliva Palma Banha (porco) Sebo (bovino) Sebo (ossos) Palmiste Coco Breu (claro)

289 289 309 292 281 286 283 293 226 221 315

Tabela com valores aproximados para uso prático

Uma observação importante é que

o (P.M.) é determinado para um radical do glicérido e este está ligado a um álcool tribásico, portanto, temos três radicais, para efeito de cálculo do índice de saponificação (I.S.). O valor obtido na fórmula ou na tabela deve ser multiplicado por (3) no denominador da fórmula do (I.S.), ou considerar apenas uma molécula de hidróxido de potássio.

Conforme o cálculo do (I.S.)

(1.3.b – pág. 20):

I.S. = 1g X 56g X 1.000 X 3 790g ou 264 X 3 = 792 ≈ 790

logo, 1g x 56g X 1.000 X 3 = 212 = I.S. 264 X 3 Desprezar casas decimais.

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Capítulo III Características comerciais dos sabões, tipos e cargas 3.1 – Apresentação

Os sabões são encontrados no mercado de inúmeras formas e as mais comuns são; barras cortadas em medidas cômodas para uso geral, pasta para limpeza de louças e talheres acondicionada em embalagem própria, líquido para fins determinados (sabonete líquido perfumado p. ex.), pó ou micro granulado comumente utilizado para lavagem de roupas ou pisos (não confundi-lo com o detergente em pó), costumam aparecer nas prateleiras de venda com estampas e diversas formas, ainda com belos desenhos e coloridos de várias cores, muito perfumados são conhecidos como sabonetes de toucador, usados, inclusive, para decoração e artesanato decorando e perfumando ambientes, cremosos para barbear, pastas espumosas e mentoladas em tubos utilizados como creme dental, esterificados para alguns tipos de xampus para cabelos. Existem ainda determinados tipos com finalidades especiais que excederiam o objetivo desta apresentação, um exemplo seria o sabão de lítio, utilizado como graxa lubrificante para componentes mecânicos.

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3.2 – Finalidades: Obviamente a principal é a

higiene sendo, ainda, o sabão, usado com fins medicinais servindo de veículo para determinados tipos de drogas, na indústria têxtil para preparação de tecidos que receberão mordentes químicos e posterior tingimento, para remoção de algumas tintas e colas e, também, a fabricação de tintas e colas, desinfecção ambiental, principalmente hospitais e logradouros públicos, tem finalidades plastificantes e adesivas em produtos agrodefensivos, devendo-se, ainda, salientar que o sabão tem larga ação germicida.

3.3 – Evidências comuns:

A que melhor se destaca é a

detergência, provoca ou ajuda a formação de emulsões, normalmente espuma em presença de água e atrito. Não é esse, entretanto, um fator obrigatório, existem muitos tipos de sabão que não espumam, na água hidrolisa facilmente, no aspecto se mostra de acordo com a forma apresentada ou seja, sólido, líquido, pastoso, etc.., geralmente é gelatinoso e pegajoso em qualquer forma e por mais isento de água que esteja, ao tato se demonstra úmido, mesmo que completamente seco, isso se deve ao fato deste ser higroscópico (absorve água da atmosfera ambiente), na verdade, ele até aumenta de peso quando muito exposto ao ar e apresenta na superfície a umidade absorvida, denominada erroneamente de “suor” do sabão, pois este não “sua” de

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dentro para fora, absorve porém, de fora para dentro a água que se observa na sua superfície.

3.4 – Reação industrial e maturação:

Vários processos são utilizados para a fabricação dos sabões. Descreveremos os mais utilizados sem, no entanto, aprofundar o tema, sendo este abordado em capítulo próprio com maior ênfase.

3.4.a Processados a frio:

É fabricado pelo sistema de empaste e misturas de lixívias fortes a frio (temperatura ambiente), reagindo, portanto, exotermicamente (reação que produz calor espontaneamente), atinge um pico de temperatura e volta, então, a esfriar.

Esse sabão é fabricado em pequenos volumes, sendo, por esse motivo, trabalhado em pouco tempo (horas ou mesmo minutos), armazenados em lotes e aguardam finalização da reação, onde se observa algum movimento do material, rachaduras, encolhimento, “suor” superficial (gotas de água e glicerina) gelatinização, enfim, a maturação é o tempo em que se observa a ocorrência da acomodação molecular do produto recém-formado.

3.4.b – Precipitação a quente:

O sabão é produzido com vapor sempre indireto (nos dias atuais não se tem conhecimento de quem produz com vapor

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direto, o que seria até contra-senso), a reação pode ser de empaste, de grão, de semigrão, sob pressão ou processo contínuo.

Reação de empaste: - É o mesmo processo descrito para a saponificação a frio. A utilização do calor tem o objetivo de catalisar a reação com o intuito, exclusivo, de acelerar o processo. Preparação em grão: - O produto é aquecido em grandes quantidades em caldeiras próprias com lixívias fracas e sucessivas até a formação de uma emulsão, a qual fica sob agitação constante e contínua durante horas e mesmo dias. Quando essa massa toma “o ponto”, passa-se cuidadosamente a lavagem com soluções salinas (processo conhecido por salinização). Esse procedimento separa o material em duas partes distintas; uma, o grão, sabão tecnicamente puro, flutua sobre a outra, a sublixívia, a água com sal, excesso de soda e glicerina que deverá ser, posteriormente, separada.

Esse tipo de fabricação está

praticamente em desuso, por ser, extremamente antieconômico, atualmente.

Processo de semigrão: - É uma versão do anterior, apenas que contém algumas gorduras de empaste, é produzido com lixívias fortes e sofre a lavagem (salinização) na fase de pré-formação (pasta em franco intumescimento).

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Processo contínuo: - Fabricação, desdobramento, acabamento e embalagem em um único processo totalmente automatizado. É o mais usado atualmente e com muitas variações mecânicas e procedimentais.

3.5 – Cargas como, quando, onde...

A utilização de cargas na

fabricação do sabão tem como finalidade principal abaixar os custos. Há, entretanto, conseqüências com tendências mais negativas do que positivas nesta prática. O que nos leva a um julgamento de maior profundidade e muito criterioso antes de optar por essa atitude “econômica”. Pois, muitas das vezes, a aparente vantagem não passa de um engodo para o consumidor e mesmo para o produtor, conduzindo o último a prejuízos, as vezes, de difícil reparação, a imagem de mercado por exemplo.

3.5.a – Comentários às cargas:

Água: - De longe, o mais interessante, seria desnecessário dizer que é porque é a mais barata das cargas possíveis de aplicação. No entanto, essa carga vem atrelada a tanta dificuldade, operações e “truques” que se é obrigado a fazer para manter determinados volumes desta no produto que a aparente vantagem pode se transformar num “pesadelo” que assusta, inclusive, o consumidor.

Sal: - Na escala de preços baixos, é

ainda, um dos “campeões”, não deixa de

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ser, entretanto, “campeão” de causar “dores de cabeça”, são muito restritos os sabões que aceitam grandes quantidades deste. Sabe-se, no entanto, que o sabão de coco, por exemplo, suporta até (6) seis vezes o seu volume em água de salmoura ao ponto de saturação (água com 24% de sal dissolvido), isso seria um milagre se o produto não ficasse uma “indecência” comercial, pois a qualidade final seria medíocre. È, extremamente, trabalhoso produzi-lo, verdadeira obra de “artista”, existem, porém, produtores que vêem vantagem nisso. Mas, é claro, que o mercado consumidor atingido deve ser pouco ou nada exigente.

Açúcar: - Tem grande interesse quando

se pretende obter transparência no sabão produzido. Retém muita água, porém, como o sal, estimula a “sudação”1, produz, também, o contato “melado” grudando nas mãos quando segurado e, quando seca a água superficial, ficam os cristais de açúcar agindo como “lixa” ao ser, o sabão, esfregado na pele.

Cloreto de potássio: - Utilizado para

encorpar os produtos em pasta. Também retém água e diminui a eficiência do sabão.

Silicato de sódio: - Se utilizado com

muita moderação (muita mesmo), na fabricação, o sabão melhora sensivelmente em alguns aspectos, o produto fica com

1 – Ver 3.3 neste cap. –

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brilho suave e agradável, aumenta a plasticidade no processamento mecanizado, operando, assim, com melhor rendimento produtivo, acentua o poder de detergência, é, também, um ótimo conservante e fungicida o que otimiza o tempo de estocagem do produto aumentando, por outro lado, o tempo de vida útil deste. As proporções recomendadas devem situar-se entre 1% e 5%, acima desses índices o silicato começa a ser depreciativo, apresenta, a partir daí, efeitos colaterais como a conhecida “barba”, que é resultado da cristalização lenta em forma de agulhas em volta do produto, passa a irritar a pele com o uso, entre outros inconvenientes.

Talco: - Tem baixo custo, porém, torna

o sabão abrasivo e muito pesado, prejudicando o visual do produto acabado e danificando os equipamentos na produção. Na verdade, as desvantagens são bem maiores que as poucas aparentes vantagens.

Amido: - De milho ou mandioca, bem

refinado, é bastante interessante para ser utilizado como carga na fabricação do sabão. Retém quantidades apreciáveis de água e, se bem dosado, melhora consideravelmente a aparência, o rendimento no uso e torna o material mais mecanizável na produção pela plasticidade ampliada (conseqüência da gelatinização quase seca com o sabão). Recomenda-se apenas que, na inserção do amido ao sabão, se tenha muita cautela, pois, se mal colocado, simplesmente estraga a partida

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inteira formando grumos duros impossíveis de serem desmanchados e o sabão parecerá ter sido feito com pedriscos. A melhor forma de dissolver o amido será no óleo ou gordura em temperatura moderadamente quente (suficiente para por o dedo sem queimar), este deve ser colocado completamente seco aos poucos e com batimento contínuo até formar uma espécie de “mingau” bem homogêneo e sem grumos, processa-se, então, a neutralização como se nem existisse o amido no produto. Outra recomendação é que a quantidade seja baixa e a temperatura tenha controle, pois o amido, facilmente carboniza ficando escuro. Na ocorrência de carbonização e escurecimento não excessivamente grave, depois de pronto o sabão, é possível corrigi-lo com peróxido de hidrogênio1 de 130 volumes na proporção de 0,5% da massa total.

Com os comentários acima, fica

evidente entender a necessidade de muita ponderação na hora de optar por uma carga, ainda que se pretenda melhorar o produto e não baixar custos.

Os aditivos farmacêuticos ou com

outras finalidades devem, sem exceção, serem previamente estudados caso a caso e, na eventual utilização, fazer partidas empíricas para diversos testes antes de por tudo a perder por falta de cuidados.

1 – água oxigenada –

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3.6 – Principais tipos de sabão:

Os tipos de sabão podem ser classificados em (6) seis grupos fundamentais, conforme abaixo:

1. Sólidos em barras, material compactado em pedaços firmes e, aparentemente secos, cortados, trafilados, estampados, coloridos e perfumados. Nessa categoria estão os sabonetes de toucador. Há, ainda, a apresentação industrial do material em lascas ou “nudo”, para serem tratados e transformados em sabonetes, normalmente por indústrias fornecem mão de obra de acabamento, mas não produzem o sabão a partir dos graxos e bases.

2. Pó de sabão, material aparentemente seco, solto e volumoso (quando de boa qualidade). Forma pequenos grumos macios mais ou menos esféricos, recebendo, por esse aspecto, o nome peculiar de “microperolado”. Os produtos, verdadeiramente em pó, estão praticamente desaparecidos do mercado, mesmo o sabão, está quase totalmente substituído pelos detergentes, sendo estes, mais eficientes para o uso geral, e são produzidos com mais facilidade e em grande quantidade.

3. Pasta de sabão, aparência gelatinosa, quase sempre transparente, acondicionado em recipientes plásticos fechados, tato pegajoso. São, ainda, costumeiramente coloridos e perfumados, seu uso é restrito à limpeza de louças, talheres e pequenas superfícies.

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4. Líquidos, comumente utilizados como sabonete na limpeza das mãos em locais públicos (banheiros), como hospitais, cinemas, restaurantes, etc.., acondicionados em frascos plásticos para uso direto ou latas para transferência a recipientes próprios para lavatórios. São, normalmente, coloridos e perfumados.

5. Cremosos ou espumosos, pasta de alta

concentração, perfumada ou ainda, mentolada acrescida de aditivos anti-sépticos ou abrasivos, podendo, sua produção, ser dirigida para dentifrícios ou, de outro modo, para cremes de barbear, sendo, normalmente, acondicionada em tubos de compressão manual.

6. Lubrificantes, plastificantes para

inseticidas, veículo para produtos químicos ou farmacêutico, são alguns tipos de sabão produzidos. Entretanto, fogem ao objetivo desse estudo.

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Capítulo IV Viabilidade econômica, industrialização

A indústria de saponificação

conta com matérias-primas relativamente abundantes, exige espaço proporcionalmente reduzido em relação à alta produtividade obtida, requer, entretanto, grande experiência, adquirida em muito tempo de contato com esta técnica e largo conhecimento tecnológico para investir em qualidade e alta produção, duas características que até podem ser obtidas comercialmente através de técnicos especializados, porém, a um alto custo financeiro e grande demanda de tempo, ao contrário do que possa parecer, a verdade é que esse fator é de aspecto bastante positivo do ponto de vista econômico, restringindo e muito, a investida de “aventureiros” ao ramo, possibilitando assim, um mercado equilibrado e previsível.

A automação do parque mecanizado

atual e os sistemas lineares de produção, possibilitam a utilização racional e controlada de mão-de-obra, proporcionando assim, um rendimento altamente compensador e grande flexibilidade financeira entre os custos na origem e os valores atingidos pelos materiais no mercado consumidor.

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Aos mercados de demanda dos produtos dessa indústria, torna-se, logicamente, desnecessária uma abordagem, uma vez que um dos pilares da civilização não deixa de ser, a higiene.

4.1 – Industrialização: 4.1.a – processamento linear

A indústria atual opera largamente apoiada em sistemas dirigidos e condicionais, onde se determina desde o primeiro contato com as matérias-primas (e isso refere-se até mesmo ao conhecimento da existência destas), condições de manipulação, aspectos físicos, viabilidades técnicas, industriais, comerciais, econômicas, etc... Baseados nesses princípios, aprimoram-se os procedimentos dinâmicos e os equipamentos de modo tal, que se possa operar seqüencialmente o produto e com o mínimo contato manual até a saída deste das unidades fabris.

Os equipamentos empregados a

esses processos industriais, serão comentados à medida que se desenvolver o assunto correspondente, e quando necessário se verá um esquema com a idéia aproximada das suas funções.

O processamento industrial

estará sendo descrito em ordem de interesse prático, devendo-se salientar que a orientação adotada visa um sistema vertical e, portanto, poderá ser iniciado

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ou findo em vários estágios um determinado ciclo independente, sendo considerado, este ciclo, uma “indústria” intermediária, como um dos elos de uma corrente.

4.2 – Matérias-primas básicas e periféricas:

Deve-se tratar, inicialmente,

das matérias-primas básicas, pois derivam-se delas os vários produtos de consumo, as secundárias ou periféricas deverão ser comentadas conforme o momento de aplicação, desse modo se tem um contato mais proveitoso com a leitura dos próximos capítulos.

4.2.a - Materiais graxos; obtenção e tratamento Origem vegetal e animal:

a) origem vegetal: - Iniciaremos as considerações a partir das sementes oleaginosas em fase de recebimento para estocagem industrial.

b) Procedência: - Fator de extrema

importância é a procedência das “oleaginosas”, portanto, o momento da compra é decisivo quanto à condução da operação toda. Observações muito importantes são: - a verificação do teor de umidade geral das sementes, quantidade de resíduos estranhos, material já em estado de fermentação (mínimas quantidades contaminam lotes inteiros).

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c) Estocagem: - O material recebido deve, obrigatoriamente, ser estocado em local seco e bem arejado, livre de insetos e, principalmente, roedores, não ficar em contato direto com o piso (deve ser paletizado) e esse piso deve ser, no mínimo, cimentado. O material adquirido deve ser compatível com a produção pretendida, para ficar o menor tempo possível estocado cedendo, depois de completamente limpo, o lugar, espaço para novas partidas. (Esquema de secador prévio e silo de armazenagem pág.72 e 73)

4.2.b – Preparação das sementes para extração:

As oleaginosas, inicialmente, devem ser separadas de resíduos, cascas ou quaisquer impurezas (separador pág.74). Em seguida, serão quebradas em pequenas partículas e, brandamente aquecidas (triturador pág.75). É muito conveniente que sejam laminadas (laminador pág.75), para uma abertura eficiente dos alvéolos celulares que contêm o óleo. Evitar a moagem que produza pó, pois este provoca a dispersão por capilaridade em elevadas proporções, provocando perdas desnecessárias do material na “torta” de extração.

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4.2.c – Extração, solventização ou mecânica?

a) Solventização: - O processo de extração por solventes pode ser contínuo ou não. Nas pequenas instalações costuma-se empregar o sistema descontínuo, i. é, por bateladas ou lotes, onde se dispõe de equipamento apto a executar um “banho” por imersão no solvente escolhido, de uma determinada quantidade de sementes, estas baterão por algum tempo em várias etapas (extrator pág.76), com o solvente sempre limpo até estarem completamente isentas do óleo, serão, então, secas e separadas para comércio próprio (adubos, rações, etc..). Os solventes mais comuns são: - álcool, tricloroetileno, sulfeto de carbono, a hexana, etc..

No Processo contínuo (extrator pág.77), o sistema utilizado é a contracorrente, onde se dispõe o material oleaginoso percorrendo em um sentido e o solvente em sentido oposto. Os equipamentos diferem apenas no modo em que executam essa operação.

Nos dois casos, contínuo ou não, o óleo obtido, que se encontra dissolvido no solvente, é recuperado por destilação, preferencialmente sob vácuo.

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b) Mecânica: - A extração mecânica é o processo mais difundido, desde as pequenas até as grandes unidades extratoras industriais, ainda que na extração de grandes volumes costuma-se usar a extração por solventes do resíduo oleaginoso que fica retido na “torta” de prensagem, este gira ao redor de 5%, o que é muito nas grandes refinarias. No sistema de lotes ou

bateladas, nas pequenas instalações, utiliza-se equipamentos hidráulicos ou de aperto em parafuso, onde o material é esmagado em várias etapas por muitas horas aumentando sempre a compressão sobre este, o óleo escorre para o reservatório e aguarda tratamento ou transporte. O processo é ineficiente, permite perdas enormes, da ordem de 20% para mais e, para diminuir um pouco essa perda, o custo torna-se impraticável. No entanto, essa prática é bastante utilizada nos pequenos sítios ou fazendas ou ainda, nas indústrias artesanais de locais afastados dos grandes centros.

A prensagem contínua é de alto

rendimento e sem riscos (incêndios, caso dos solventes). É praticada em larga escala e considera-se, ainda, que a “torta” de extração é altamente valorizada para produção de ração animal, o que chega a compensar o resíduo oleaginoso que importa em, aproximadamente, 5% do total

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de óleo disponível nas sementes (cozinhador e prensa, págs.78 e 79).

A prensagem contínua não deixa

traços de solventes no material extraído, não havendo, portanto, necessidade de destilação, o que é, na verdade, um processo de alto custo. O produto obtido da prensagem é, acima de tudo, de ótima qualidade, tendo sempre a preferência do consumidor, (Esquema de um Expeller pág.79).

A próxima etapa é o tratamento

do material obtido na extração. Antes, porém, na seqüência dos esquemas à pág. (79) dedicaremos os parágrafos que lá virão, aos comentários sobre a gordura animal.

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Secagem para estocar sementes

Fig. 5 – Processador de secagem prévia

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Estocagem de oleaginosas

Fig. 6 – Silo de armazenagem

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Separação prévia para extração

Fig. 7 – Separador de resíduos por aspiração

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Laminação e quebra de sementes

Fig. 8 – Triturador e laminador

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Extração por etapas

Fig. 9 – Solventizador seqüencial

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Extração contínua

Fig. 10 – Extrator (Sistema Smet)

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Pré-aquecimento das sementes

Fig. 11 – Cozinhador de sementes

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Prensagem contínua de sementes

Fig. 12 – EXPELLER – Extrator contínuo

1. 4.2.d – Gorduras de origem animal:

Tradicionalmente conhecida como “sebo”, é encontrada como subproduto dos abatedouros, frigoríficos, curtumes, aproveitamento de ossos e similares. Tem várias origens, a se destacar: - os bovinos, os suínos, caprinos, peixes, aves e outros de menor importância. Entende-se como sebo, o material gorduroso encontrado, principalmente,na cavidade

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abdominal, rins e epíploo dos ruminantes, nas espécies em destaque neste. (ver fluxograma, pág.83).

Os maiores produtores mundiais

de sebo são a Austrália, América do Sul e Estados unidos da América.

Como o sebo é subproduto de

outro tipo de indústria, trataremos apenas de como se deve exigi-lo para posterior tratamento e como acondiciona-lo nos estoques.

Os índices e análises

mencionados a seguir serão tratados em capítulo próprio. Devemos, entretanto, executa-los, principalmente, quando se produz em larga escala.

As análises de interesse na hora

da compra e recebimento de quaisquer matérias gordurosas são; - amostragem média de cada lote, determinação da textura aparente, determinação dos pontos de fusão e solidificação, determinação do peso específico, título dos ácidos graxos, teor de água, impurezas e cinzas, índice de saponificação, índice de acidez, grau de desdobramento, índice de esterificação, composião da gordura, peso molecular médio, rendimento em glicerina, oxiácidos e ácidos graxos aproveitáveis na saponificação, separação do saponificável na gordura total, determinação do insaponificável, índice de saponificação dos ácidos graxos puros e, por fim, o índice de iodo.

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Considera-se que as análises até a determinação do índice de acidez sejam práticas e de importância capital para a segurança da qualidade do material recebido ou preparado para produzir. De resto, deve-se dar o máximo de atenção, porém, podem ser executadas durante os processos de produção criando condições para adaptação dos métodos aplicados no processamento e para exigir nas próximas aquisições padrões compatíveis com a qualidade pretendida.

Com o recebimento do material

efetuado, devemos proceder a estocagem para posterior utilização tendo em mente que o contato prolongado com o ar e a luz leva sempre qualquer gordura ou óleo, principalmente de origem orgânica, ao “envenenamento” destes no que refere a sua integridade original.

Quando o material recebido

estiver embalado em tambores de ferro, ou como alguns produtores de gordura (material sólido em temperatura ordinária) costumam, em embalagens de filme plástico ou papel (sacos de 50 kg normalmente), deve-se proceder a estocagem em local limpo , seco, fresco e com pouca ou nenhuma iluminação constante no caso dos sacos, colocando-os sobre “pallets” (estrados de madeira ou plástico) e, se tratando de entrega a granel devem existir containeres compatíveis com a estocagem pretendida.

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Quando o fornecimento é a granel, sua estocagem deve ser imediata. Os tanques devem estar bem limpos e, preferencialmente, sem resíduos ou restos da estocagem anterior (usa-se vapor para essa finalidade). Devem, ainda, conter bombas de drenagem ou ficarem em local onde a gravidade possibilite o escoamento natural. Serão , também, providos de sistema de aquecimento interno (serpentinas ou encamisamento para vapor). Devem, principalmente, ser herméticos, com exceção de uma válvula compensadora para o escoamento, esta deve ser regulável para manter uma leve depressão. No caso de estocagem de óleos (material líquido), onde não é necessário o sistema de aquecimento, não é aconselhável o uso de “containeres” (tanques) transparentes ou leitosos, a não ser que estejam enterrados ou em local sem iluminação alguma.

Ainda que os comentários acima

foram dirigidos particularmente ao sebo, gordura de origem animal, principalmente a bovina, por questões de predominância, as análises e cuidados indicados cabem a todas as matérias graxas cuja finalidade precípua seja a saponificação.

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Fluxograma de distribuição do abate

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4.3 – Tratamento dos óleos e gorduras: Tanto faz extrair ou comprar

gorduras, o tratamento é obrigatório. É, também, a fase mais delicada e carente de cuidados para obtenção de um material de características definidas, padrão elevado e, principalmente, constante, isso porque, nada é pior na indústria, do que operar a cada momento com um material diferente para uma mesma finalidade. O quadro agrava-se, e muito, quando a qualidade oscila para baixo no padrão já definido para produção.

4.3.a – Refinação:

Refinação é o nome que se dá ao

conjunto de operações necessárias à obtenção de óleos e gorduras de qualidade superior, isentas de impurezas e características depreciativas, tornando evidentes suas qualificações positivas peculiares, tais como; aroma, paladar, cor, brilho, etc.. Existem alguns óleos em particular que, conforme os cuidados dispensados quando da extração (no caso, sempre mecânica), podem ser, simplesmente filtrados, apenas cuidando que sejam embalados imediatamente em recipientes estéreis. Alguns exemplos são: - azeite de oliva, gordura de coco, óleo de amendoim, óleo de rícino (mamona), estes são conhecidos como “azeites ou óleos virgens”. Observamos, entretanto, que essas, são exceções raras, e o material de extração é exaustivamente selecionado e mais, todo o processamento de extração e

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embalagem é quase “cirúrgico” no que refere a cuidados, porém, o seu valor de mercado sempre justifica tal empreendimento.

O refino completo se processa,

normalmente, em quatro operações básicas, a saber; filtragem, neutralização, clarificação e desodorização. Existe, ainda, um procedimento a parte quando se deseja obter gordura de um óleo. Pratica-se, para essa finalidade, a hidrogenação. Como este capítulo está sendo diretamente dirigido à fabricação de sabões, teceremos comentários às duas primeiras operações ou fases, deixando para capítulo próprio as fases seguintes.

4.3.b – As 4 fases: Depuração ou filtragem

Essa é a primeira operação de refino para uma gordura, mesmo que após as outras fases seja recomendável uma filtragem final com a finalidade de abrilhantamento do óleo obtido. Essa filtragem pode ser executada por três métodos diferentes e um tratamento posterior para a retirada dos materiais dissolvidos.

O primeiro e mais antigo processo, é o da decantação, este é feito em tanque próprio com fundo afunilado. O material descansa por várias horas ou mesmo dias. Assim, os elementos estranhos de maior densidade vão ao fundo e são

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retirados através de válvula própria. Esse procedimento, entretanto, é demasiadamente lento e, também, ineficiente, tanto mais quando o tratamento é dirigido às gorduras que necessitam calor para permanecerem líquidas e com isso as partículas mantêm-se em suspensão indefinida, indo ao fundo apenas as muito pesadas. Esse procedimento acaba por ser, definitivamente, desinteressante para a indústria.

O segundo método, ao contrário,

já atende as exigências bem a contento. Consiste em se fazer a filtragem do produto, que é efetuada em um equipamento conhecido como “filtro-prensa” (esquema do filtro à pág. 88). Este executa a operação em grandes volumes e pode operar em regime contínuo, desde que, é lógico, se disponha de duas unidades, no mínimo, para que sejam alternadas na troca dos elementos filtrantes de um deles.

O terceiro método, é tanto ou

mais eficiente quanto a filtragem. Fala-se da centrifugação. Dispõe-se para tal tarefa, das chamadas “super-centrífugas” (esquema à pág.89), que produzem, ininterruptamente, volumes imensos de material, sendo desligadas apenas vez por outra para uma eventual manutenção. São equipamentos de alto custo, porém, de retorno muito rápido se a demanda for compatível.

O tratamento ulterior da

depuração é considerado uma lavagem do material pré-filtrado. A finalidade dessa

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operação intermediária é retirar do óleo as gomas, mucilagens e as lecitinas (normalmente chamadas de finos), que são materiais inúteis e depreciativos às gorduras, mas de grande valia para as indústrias farmacêutica, alimentícia e cosmética.

Entre os vários sistemas aplicados (vapor saturado, aquecimento a 300°C ou agitação com soluções de ácido sulfúrico), o procedimento predominante atualmente é a “lavagem” ou seja, na proporção de 1% a 2% da gordura total, prepara-se uma solução de sais minerais ao ponto de saturação com qualquer desses materiais; cloreto, bicarbonato, carbonato ou fosfato de sódio ou ainda, cloreto de cálcio, sulfato de alumínio e até, ácido clorídrico.

A temperatura da solução deverá estar em equilíbrio com a do óleo sendo jateada com boa pressão e lentamente em forma de chuveiro sobre a massa de óleo sob agitação intensa por tempo suficiente para se observar uma emulsão aquosa (água em óleo), o que permite um amplo contato superficial entre os materiais. Mantendo-se ainda, a agitação no tanque, deve-se recalcar para uma nova centrifugação, deixando dessa maneira, o óleo pronto para a próxima etapa, a neutralização.

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Filtro prensa

Fig. 13 – partículas ficam retidas nas placas

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Super centrífuga

Fig. 14 – Depuração por centrifugação

Neutralização

Esta é a segunda operação mais importante para obtenção de um óleo refinado. Na verdade, em certas condições, ela é suficiente e supre as próximas duas

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operações. Quando bem conduzida, a neutralização, não só são eliminados os ácidos graxos livres (o que mais deprecia um óleo), como também se obtém as características positivas que, normalmente, se consegue apenas após as próximas operações (neutralizadores págs.92 e 93).

Há mais de uma via para se

neutralizar uma gordura. Estão divididas em processos químicos e físicos, destacando-se entre os químicos a neutralização alcalina e entre os físicos a destilação por arraste com vapor dos ácidos graxos livres, o primeiro procedimento, no entanto, é o mais difundido, por ser o mais prático e o de menor custo operacional.

O método alcalino consiste em

utilizar a soda cáustica (NaOH) dissolvida em água na proporção de 8 a 35% ou seja, entre 10 e 40°Bé (Baumé), conforme a qualidade do óleo a ser tratado. É conveniente a execução de alguns experimentos empíricos com amostras do óleo em processo.

Após efetuados os cálculos e as

observações experimentais chega-se à conclusão da necessidade de uma quantidade pouco acima da obtida nos cálculos. A observação constante e o hábito de calcular as várias alternativas permitirão, ao profissional, conhecer uma espécie de “macete” prático. É que quando se tem lixívia à temperatura de

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aproximadamente 25°C e esta estiver em concentração de 20°Bé (conferir com o areômetro), pode-se aplicar em percentual, exatamente o mesmo número do índice de acidez (AGL) ou seja, o índice de ácidos graxos livres, como segue:

(AGL) Lixívia (20°Bé) 1% 1% 2% 2% 3% 3% Fica claro porém, que se o

índice de acidez ultrapassar muito desses valores, o produto já deveria ter sido recusado na aquisição ou então, dirigido a outros fins, caso contrário, a perda torna-se economicamente irrecuperável. O procedimento seguinte é o mesmo utilizado para a lavagem da operação anterior, sem a necessidade dos sais e mantendo a temperatura ao redor de 60°C.

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Neutralização por lotes

Fig. 15 – Solventização por “chuva”

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Neutralização contínua

Fig. 16 – Processador de alta produção Clarificação e desodorização

Os processos de clarificação e desodorização virão descritos em “materiais graxos” (Cap.IX).

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Um fluxograma de refinação de óleo ou gordura vem detalhado abaixo.

Hidrogenação

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A hidrogenação, como já foi

comentado, é um procedimento paralelo ao refino que amplia, largamente, o leque do consumo industrial de todos os tipos de óleo, possibilitando total flexibilidade de escolha e melhorando sensivelmente a relação custo-rendimento.

Esse processo consiste em baixar

ou eliminar totalmente as duplas ligações na cadeia carbônica dos óleos (material líquido) acrescentando hidrogênio a estas (tornam-se sólidos).

É aconselhável praticar a

hidrogenação após as duas operações primárias de refino acima descritas (filtragem e neutralização), isso por razões simples, evitar ao máximo a contaminação dos catalisadores e obter um produto final de alto padrão de qualidade.

A seguir se descreve

sucintamente o processo de hidrogenação: - Com o óleo em uma autoclave

própria (ver figura pág.97), inicialmente, deve-se proceder à secagem, bastando para tanto a elevação da temperatura (pouco mais de 100°C) sob vácuo durante aproximadamente uma hora (marcar tempo depois de atingida a temperatura desejada), a partir daí adiciona-se o catalisador na proporção de (0,1%), no máximo (níquel em pó), liga-se o agitador e eleva-se a temperatura para um máximo de 130°C (não ir além), abre-se o jato de H2

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(hidrogênio) no fundo do tanque, mantendo a partir de então, circulação de água fria pela serpentina ou encamisamento do equipamento o que irá evitar o superaquecimento na reação (nunca permitir mais do 140°C, o que já é arriscado). Esse procedimento deverá ser mantido até que o ponto de fusão desejado for atingido. Para se conhecer o momento de parada basta verificar, periodicamente, o índice de refração, pois este tem relação direta com o índice de iodo e é mais facilmente obtido.

Para se obter texturas variadas

do material solidificado, costuma-se, na prática, misturar óleo refinado ao óleo hidrogenado em proporções predeterminadas.

Após a hidrogenação é condição

obrigatória a prática da neutralização, antes porém, o produto deve ser filtrado para a recuperação do catalisador e isso se faz na passagem da autoclave para o tanque de neutralização.

É sempre saudável lembrar que o

manuseio de hidrogênio é de altíssimo risco de explosões e sofre rigoroso controle oficial.

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Óleo sendo saturado

Fig. 17 – Processo de hidrogenação

Não devemos a este ponto, considerar o estudo dos materiais graxos esgotado, como porém, a pauta neste compêndio objetiva a saponificação industrial, já dispomos por hora de subsídios suficientes para trilhar com segurança o caminho almejado. Teceremos comentários, portanto, sobre a segunda matéria-prima básica nas linhas a seguir, produtos alcalinos ou bases.

4.4 – bases:

Os próximos parágrafos serão

reservados aos comentários referentes às bases (materiais alcalinos) e, com isso,

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orientar o Leitor para que este obtenha a neutralização dos ácidos graxos produzindo a saponificação e, finalmente chegando ao sabão. Serão considerados os materiais de uso mais comum nas fábricas, suas finalidades, cuidados ou precauções, manipulação e estocagem.

O hidróxido de sódio

É conhecido, na prática, como

soda cáustica, é produto encontrado em abundância no mercado, hoje é produzido, exclusivamente, a partir do cloreto de sódio (sal marinho), este é processado em uma unidade celular ligada a uma fonte geradora de corrente contínua (normalmente de diodos de selênio, silício ou germânio), o material produzido escorre continuamente em soluções concentradas que vão para os “containeres”, caminhões-tanque, tambores e, até navios ou ainda para unidades evaporadoras onde, posteriormente, serão transformadas em escamas ou blocos sólidos e secos cujo teor de pureza chega a 98% de NaOH. Existem hoje, unidades industriais de enorme capacidade de produção, que suprem, até com folga, a demanda.

A estocagem do produto deve ter

critérios, pois trata-se de material que oferece risco a integridade física das pessoas que o manipulam, a terceiros e ao meio ambiente, logo, é norma de segurança a utilização de luvas e óculos protetores e, no mínimo, o acondicionamento a granel deve ser feito em tanques de ferro,

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polietileno resistente, cimento revestido a epóxi, poliéster ou borracha clorada, deve ter bomba de recalque ou ficar em local favorável à ação gravitacional, onde deve-se prever dois tipos de válvulas para cada saída pois uma é de contenção e outra de segurança, se o produto é fornecido em tambores pode até ficar exposto ao tempo, observadas as condições dos invólucros, pintura, vazamentos, etc.., se estiver acondicionado em sacos plásticos (25 ou 50kg), deverá ser estocado em local seco, fresco e arejado, sobre “pallets” de madeira ou plástico.

O hidróxido de potássio

Designada no mercado por potassa

cáustica, é produzido pela eletrólise do cloreto de potássio, é apresentada, comercialmente, em escamas ou líquida em solução a 50%, é bastante higroscópica, é utilizada na fabricação de sabões em pasta ou líquidos. Sua estocagem merece a mesma atenção dedicada ao cáustico anterior.

O carbonato de sódio

Também é conhecido por barrilha leve quando anidro (isento de água), é produzido a partir do sal de amônia e gás carbônico, atingindo alto grau de pureza, até 99% de carbonato de sódio. É menos empregado que a soda cáustica na indústria saboeira, ainda assim, é bem consumido, principalmente, para a fabricação de sabão em pó. Deve ser estocado e manuseado com os mesmos quesitos exigidos pelos alcalinos anteriores.

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Os orgânicos

Para um contato, ainda que superficial, com as bases de uso habitual os comentários levados a efeito acima, oferecem uma visão geral suficiente para se fabricar sabões comerciais. Dados de maior profundidade se obtêm em edições especializadas ou na Farmacopéia brasileira e estrangeira em geral. Carece, entretanto, este trecho do que se vos apresenta, uma abordagem, mesmo que também superficial sobre, pelo menos, à principal base orgânica ligada ao ramo particularizado nesta obra. Assim, cabe-nos referir à trietanolamina.

Base amoniacal cuja fórmula geral é (N(CH2CH2OH)3). É um líquido viscoso, límpido, higroscópico, solúvel em água, glicerina e álcool, é um bom emulsionante, é bastante eficiente na formação de tenso-ativos a partir de ácidos graxos, sendo amplamente empregada na produção de detergentes, cosméticos, cremes de tratamento e outros. Sua estocagem é simples, não exigindo demasiada atenção dede que respeitados os cuidados mínimos necessários que qualquer produto reativo solicita. É fornecida em tambores de ferro ou plástico reforçado, não é muito agressiva, nem muito tóxica ao manuseio devendo, no entanto, evitar-se o contato direto com a pele, olhos e mucosas.

Encerram-se, portanto, os

comentários sobre as matérias-primas

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básicas e fundamentais do produto, restam, entretanto, as secundárias ou periféricas como alguns exemplos a saber; catalizadores, clarificadores, corantes, perfumes, aditivos, sais, etc.., considerando apenas o setor produtivo inicial ou primário, logicamente, não devemos ignorar o setor “agente de ligação” com o mercado consumidor e este absorve embalagens e outros. E, insistindo para que a leitura não se torne exaustiva e monótona, cada produto terá seu lugar de destaque no exato momento de uso na descrição do processo de fabricação, como se o estivéssemos usando de fato e levando em consideração as suas características e propriedades.

O próximo capítulo será dedicado

à fabricação dos vários tipos de sabão, para tanto, procuraremos vivenciar os momentos relativos à leitura das próximas dissertações, de modo que o Leitor participe das experiências apresentadas, tentando criar entre nós (autor e Leitor), uma possibilidade de diálogo, como se o caro Leitor estivesse dentro dos acontecimentos e, virtualmente, fosse parte integrante da narrativa.

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Capítulo V Produzindo o sabão

Adentraremos assim, no pavilhão

fabril imaginário, onde iremos elaborar o produto objeto desta obra; o sabão, com as mais variadas versões possíveis. Para chegarmos a ele, discutiremos várias receitas, teremos contato com muitos equipamentos, optaremos quase sempre, por mais de um caminho para uma única solução, decidiremos qual a melhor opção entre os materiais diversos, cometeremos erros e vamos buscar “concertá-los” com mais de uma alternativa, como se isso, mesmo durante a leitura, nos causasse prejuízos, buscaremos ainda, “saídas” inovadoras ou boas idéias antigas, às vezes, até esquecidas, partiremos para a tentativa e erro, em verdade, compararemos a indústria a uma “salada” original cujo tempero principal é a criatividade e o risco de deterioração está no “ranço” das idéias acomodadas.

Falaremos, inicialmente, sobre as receitas, pois delas extrairemos nossa experiência.

A receita “da vovó” de antigamente, era o sabão de cinzas (potássio). Depois de pronto, “ela” colocava sal de cozinha no sabão “pra ficar bão”, o que se sabe é que assim, “ela”, inconscientemente, trocava as bases; i. é, potássio saía, sódio entrava, isso porém, é história.

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“A vovó” moderna, já tinha outra receita, pois fazia o mesmo sabão, com sódio, a “velha soda cáustica”. Com certeza, as duas receitas são, de fato, “das vovós”, pois ambas são muito antigas, entretanto, “a vovó” que fazia sabão de cinzas pode ser quase “pré-histórica”, porque, “historicamente” a produção do hidróxido de sódio é uma tecnologia considerada “moderna”.

O sabão de potássio fabricado das cinzas é folclórico em quase todo o planeta, “quase” por precaução literária. É sempre lembrado nos “contos” das velhas fazendas e lugarejos interioranos. Porém, partindo da potassa cáustica (hidróxido de potássio), hoje se fabrica ótimos produtos para uso geral.

O “velho” sabão de cinzas foi,

respeitosamente, lembrado com destaque na introdução desta obra “referências históricas...”. Uma observação importante é não confundir “cinzas” com potassa industrial (qualquer apresentação do potássio), utilizada amplamente pela indústria. O sabão de sódio gerou a indústria atual, ele evoluiu e fixou “morada” em nosso cotidiano. As receitas, mesmo as antigas, serão referentes a esse tipo de sabão, “quase sempre...”.

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As receitas Uma antiga: - Sabão em grão de sebo

Hoje, completamente obsoleta,

entretanto, uma verdadeira obra-prima do fim do século IXX, trata-se de um sabão de ótima qualidade, porém, os meios de produzi-lo levariam qualquer empreendimento ao fracasso nos nossos dias.

O sebo tem a preferência na

aplicação, no entanto, seriam aceitas além dele, outras gorduras, como a de palma, por exemplo, deve-se, contudo, evitar as de empaste (I.S. bem acima de 200). Com a gordura preparada no tacho (consideradas, ao menos, as principais análises), inicia-se o cozimento (vapor indireto), com lixívia inicial de, no máximo, 10°Bé, o batedor deverá estar ligado constantemente, após algumas horas (± 3) nota-se a formação da emulsão bem homogênea, adiciona-se, então, outra parte de lixívia, desta vez, no máximo de 15°Bé, o mais lentamente possível (partindo de um tanque lateral superior, em um filete bem fino) mantendo o batimento sem parar, nota-se novamente que a emulsão volta a ficar estável e com aparência mais definida que antes (isso, de 2 a 3 horas depois), nesse momento, ela apresenta um brilho perolado e escorre em grossos filetes na colher de inspeção (madeira, parecida com um remo), coloca-se aí, o restante da lixívia com, no máximo, 20°Bé e deixa-se bater por mais 6 ou 8 horas em

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uma temperatura próxima de 95°C, verifica-se, então, o “ponto”, separando-se pequenas amostras da massa sobre a beirada da caldeira ou sobre uma prancheta de madeira, essa amostragem solidificará como cera “dura”, porém macia, apresentará ainda, uma “auréola ou coroa” com vários tons de vermelho, azul e brilho prateado, desliga-se, então, os equipamentos e o vapor, cobre-se o tacho (evitar o choque térmico) e deixa-se em repouso por 12 a 24 horas,a quantidade de sabão é quem determina o tempo (falando-se de mais de 10 toneladas de material). Assim, ocorrerá a estabilização completa da massa, confirma-se o “ponto” e retifica-se, se necessário for, adicionando soda ou gordura em pequenas porções, dependendo da acidez ou alcalinidade observada, liga-se novamente o batedor e leva-se à fervura o conteúdo do tacho por curto período (30 a 60 minutos) até confirmar a neutralização completa pela nova amostragem.

A partir desse ponto, a tarefa é “salinizar” o conteúdo da caldeira, com uma salmoura de 6 a 8% em fervura, “lava-se” a massa por duas ou três vezes, deixando descansar, a cada lavagem, o tempo necessário à decantar a água carregada de sal e glicerina que será escoada por válvula apropriada. Como já se explicou a “micela” ou “bolo” resultante da lavagem irá ao centro do tacho ficando a cada momento mais firme e limpo, mas, ainda será um “creme” muito espesso, porém, móvel, logo, assim que separada a água de glicerina será possível envasar

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para as formas ou moldes onde o sabão puro tomará forma e solidificará depois de vários dias ou mesmo mais de uma semana. A salmoura da lavagem contendo glicerina, pode ser vendida diretamente aos destiladores, se não houver interesse em destilá-la na própria fábrica. Ao desenformar o sabão, notar-se-á uma tonalidade geral embaçada e, no meio, se verá várias faixas brilhantes de aparência metalizada ou cristalizada e a isso, se dá o nome de fluxo (o embaçado) e grão (o cristalizado).

Logicamente, a própria receita deixa óbvio que ela é totalmente impraticável hoje em dia, principalmente, do ponto de vista econômico, quando, em verdade, é só ele que conta, atualmente. Entretanto, ela é muito útil sob o prisma da didática, esclarece de modo singular, vários detalhes práticos que podem ser aproveitados como base experimental.

Vamos, portanto, comentar esta receita, como se nós a tivéssemos encontrado num “baú” e dela teríamos a pretensão de tirar conhecimentos e formar conceitos atuais para criar um processo eficaz. Ela só, é insuficiente, mas, ainda assim, um bom começo.

Para isso, a análise das transformações físicas ocorridas é mais importante do que a reação química, assim, ácido + base = sal, fim da reação. Como isso ocorreu e por que? é o que nos fornecerá dados para um método alternativo.

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No começo do século XX, a conhecida lei da ação das massas era entendida como um fator absoluto que determinava com total rigidez a marcha de uma reação, isso é uma verdade, desde que não se interfira com ela. O homem, entretanto, pode ser um agente de intervenção e já descobriu que existem outras “verdades” que influenciam esta lei natural e que podem até anula-la em condições artificiais. Vejamos, esta lei se apóia no equilíbrio universal, ela diz : “- Quanto maior a absorção, menor a avidez” ou seja, usando a receita, no início da saponificação a reação deveria ser violenta e no fim, dificultosa e até interrompida. Isso, contudo, não ocorreu, por interferência do conhecimento humano, pois a adição de lixívia fraca no início da reação dificulta o contato superficial em grandes proporções e menos álcali penetra as moléculas de ácidos graxos liberando glicerina, já ao final, a colocação de lixívia forte (20°Bé) compensa a dificuldade natural da reação, logo, a velocidade da reação é a mesma do começo ao fim.

Nós, entretanto, não nos daremos

por satisfeitos sem, pelo menos, praticar uma experiência. O que aconteceria, se nessa caldeira aberta e com sebo quente, nós colocássemos a lixívia em alta concentração de uma única vez?

Devemos relembrar a afirmação de

que, no início, a reação será violenta.

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Mas, a curiosidade é impetuosa e a caldeira é imaginária, portanto, vamos saber até onde vai a violência da reação.

Vamos usar uma lixívia de 38°Bé,

calcular a quantidade em função do sebo disponível ligar o batedor, abrir totalmente a válvula da lixívia e, logicamente, sair rapidamente do recinto.

Depois de muitos minutos de

espera e suspense bem longe daquele local, notaremos que não ocorreu explosão e nem mesmo algum efeito estranho, com cuidado, voltaremos à caldeira, imaginando que a válvula da soda emperrou impedindo a mistura. Porém, o que notamos é algo que, aparentemente, não tem lógica, assim, deduzimos, apressadamente, que essa tal “lei da ação das massas” está completamente errada, e “não sabe o que faz”! Pois, como nós, “que entendemos de tudo”, poderíamos ter nos equivocado..? além de não cumprir a “promessa” de violência, essa “tal lei”, encheu nossa caldeira de pedrinhas de sebo flutuando na solução de soda..! Isso, “é um abuso”..!

Na verdade, o que ocorreu, de

fato, foi uma ação de enorme violência, aliás, tão violenta, que nem mesmo chegou a se concluir.

A explicação lógica é que sendo,

o sebo, um material de menor peso específico do que a lixívia, tende a flutuar nesta. O batedor, porém, não permite a separação em uma linha definida

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entre os dois materiais, pois o braço mecânico não para de agitar o conteúdo do tanque, assim, na lâmina de contato superficial entre os reagentes, a reação ocorre instantaneamente e se contrai na mesma velocidade, mas o braço mecânico, “quebra” a “casca” formada em vários pedaços colocando outra porção dos materiais em contato que reagirão novamente formando nova lâmina que quebrarão em novas lascas.., e assim, até chegar a ponto de ser consumido o sebo em quantidade suficiente para entrar em ação a “lei das massas”, injustamente acusada de ineficiente. As “pedras” que vemos na caldeira são pequenas e muitas ao final, assim, o braço gira e apenas muda-as de lugar porque, por inércia, elas bóiam na soda que não reagiu e o mecanismo não as alcança deixando de exercer ação direta sobre os minúsculos pedaços.

A reação não tem mais como

acontecer, o equipamento pode ficar ligado “ad’eterno” , a soda secará por evaporação e o que existirá na caldeira será um pó mal misturado que irritará a pele quando em contato.

Mas, por que as partículas não

se transformaram em sabão como se previa..? - por pura falta de superfície exposta! Podemos comparar as “pedrinhas” a um “pãozinho” fresco, o contato com a soda “forte” provoca uma reação muito enérgica ao contato entre as faces (soda/gordura), formando, desse modo, uma “casca” de sabão desequilibrado cujo (p.h.) é muito elevado

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(alcalinidade alta), devido o excesso de exposição à lixívia durante a flutuação. Ora.., esse efeito age como escudo para o resto do material, por isso temos uma “casca” alcalina protegendo um “miolo” ácido. Poderíamos até discutir a possibilidade de que, com o “passar do tempo” (meses ou anos), a soda por fim atingiria o miolo, analogamente ao efeito da ferrugem nos metais ferrosos, mas, no caso da soda, isso seria impedido pela formação do anidrido carbônico que consumiria esta antes que “esta” consumisse o ácido graxo do “miolo”.

Poderíamos, todavia, considerar

que tivéssemos, na caldeira, um sebo inferior com muito ácido graxo livre, nesse caso teríamos, no mínimo, muito sabão de péssima qualidade espalhado pelo recinto da caldeira, pois o ácido graxo livre tende a reagir fermentativamente e com facilidade, pelo fato de já estar livre da glicerina, libera, durante o processo, gás de amônia, resultado da fermentação da gordura, onde micro organismos atuaram realizando complexas reações com o oxigênio e o nitrogênio do ar, isso provoca espuma e, portanto, uma superfície peculiar com medidas estratosféricas e que crescem, diretamente proporcionais a ∏ (pi) vezes o cubo da soma do calor fornecido com o calor produzido na reação, essa expansão é contida apenas pela pressão atmosférica que, pouco ou nada representa, contra a força descomunal da reação, a superfície formada ocasiona um contato íntimo

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fantástico entre os materiais (ácido e lixívia) e essa reação, depois de iniciada, não permite interrupção dada a velocidade em que ela ocorre. Tais reações já foram responsáveis por enormes explosões em autoclaves, arrastando fábricas inteiras para o “ar”.

O comentário sobre esta receita

já nos fez ver que a superfície no processo de saponificação, é fundamental. Ela é, sem dúvidas, a principal responsável por uma reação molecular, vamos guardar essa informação.

Outra receita

Sabão de empaste, semiquente 100 kg de gordura de coco ou palmiste 59 kg de lixívia de 38°Bé de NaOH (soda) 40 kg de silicato de sódio neutro ou 100 kg de gordura de coco ou palmiste 62 kg de lixívia de 38°Bé de NaOH (soda) 80 kg de silicato de sódio neutro

Coloca-se na caldeira, a gordura

e eleva-se a temperatura por volta de até 80°C, num recipiente à parte podemos misturar a lixívia ao silicato e, lentamente, adiciona-se à gordura no batedor, que trabalhará até a emulsão se completar, corta-se o calor (vapor no encamisamento), deixa-se bater por mais uma hora ou pouco menos, o clima da região é quem decide, coloca-se nas formas

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agitando, ainda um pouco quando se nota o início da solidificação, esse procedimento é desnecessário se o material for envasado para placas de resfriamento, no segundo caso, o tempo de formação é relativamente curto, poucas horas e até minutos dependendo do equipamento utilizado. Depois as placas serão abertas sobres as mesas de corte em “L” (fig. Pág.XX) e forçadas contra um conjunto de fios ou facas com medidas definidas, formam-se, desse modo as pedras de sabão. Esse sistema de cortes, apesar de antigo, é de uso comum em pequenas instalações, principalmente as rurais e, também, pelos fabricantes de sabão de coco a frio.

Esse é o caso de uma receita bem antiga, no entanto, em prática até os nossos dias, por ser extremamente simples e produz sabões populares baratos.

Dedicaremos os comentários dessa receita à prática dos cálculos necessários e que foram apresentados no (cap. II, funções técnicas..). Vamos, novamente, nos utilizar da participação do Leitor para uma maior assimilação da técnica operacional.

Voltamos então, novamente, à nossa “fábrica” imaginária, onde já se encontra na caldeira, a gordura à espera de neutralização.

Conforme a primeira relação de material da receita, nós dispomos, no batedor, de 100 kg de gordura. Pretendemos, por uma questão de custos,

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independente da qualidade final, que no caso, é pobre nas duas relações, adicionar 40 kg de silicato de sódio neutro na primeira receita e saponificar para obtermos o produto.

Sabendo-se que esta gordura de coco tem um índice de saponificação (I.S.) 253 e vamos trabalhar com uma lixívia de 38°Bé, conforme a receita, podemos ir à tabela 4 (pág.53) e localizaremos lá a quantidade de hidróxido de sódio (NaOH), tecnicamente puro que serão necessários à saponificação de 100 kg de gordura de coco, faremos os cálculos para ajustarmos os pesos correspondentes à solução de 38°Bé, multiplicaremos pelo fator de pureza do produto (100%) e dividiremos pelo fator de pureza comercial (≈98%).

Muito fácil, mas, e se não dispusermos da tabela? Como vamos agir? bem.., nesse caso, a organização prevalece! Nas análises efetuadas para o recebimento do produto consta o peso molecular da gordura, e nós encontramos lá, o número (P.M.221), então continua fácil. Conforme o (Cap. I, 1.3.b – I.S.), iremos proceder o cálculo da seguinte maneira:

(P.M.) = 221 X 3 = 663 de acordo com anotação da (pág.54).

Portanto:

663g-----56g X 1.000 X 3 1g--------I.S. -------► 1g X 56g X 1.000 X 3 = I.S. 663g

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E, por fim, nós obtivemos o índice de saponificação mais “difícil” e menos “conhecido” de todos os fabricantes de sabão, o “incrível” (I.S.253), para a gordura de coco.

Para continuarmos os nossos

cálculos, iremos, agora, ao (Cap.II, funções técnicas...) novamente, e lá, encontraremos no item (2.1.b) a constante de saponificação comercial, i. é, “uma constante prática”, ela é aproximada, porém, muito útil. É a relação que existe entre todos os óleos comuns de mercado e os pesos necessários de hidróxido de sódio tecnicamente puro para a neutralização completa entre eles. Com esses dois dados disponíveis, determinaremos as quantidades de soda indicada, vejamos:

I.S. X 0,0716 = (NaOH)kg --►253 X 0,0716 = 18,11 kg

A partir desse valor

procederemos a compensação para o produto comercial, como segue:

Produto puro 100% Produto comercial 98% logo;

18,11 X 100 = 18,48 kg 98

18,48 kg de soda comercial a 98% neutralizam 100 kg de gordura de coco.

Ainda nos resta reduzir a 38°Bé

esta quantidade de soda. Novamente indo ao (Cap.II), agora no item (2.1.a), lá encontraremos outra constante, esta porém,

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é exata (técnica), a constante de Baumé, e com ela vamos determinar o peso específico da lixívia de 38°Bé, de acordo com a indicação do item referido, devemos utilizar a 1ª fórmula, pois o peso específico procurado, nós sabemos ser maior que o da água, portanto:

__145,88___ = 1,352 aproximadamente 145,88 – 38

Pois bem.., já dispomos de todos

os dados, então vamos proceder os cálculos. Conforme a tabela 2, nós encontramos 0,441 kg de soda pura (considerada seca) por litro de lixívia a 38° Bé que pesa 1,352 kg, portanto:

18,48kg = 41,90 litros, onde: 0,441 41,90 X 1,352 = 56,65 kg 56,65 kg de lixívia, aí está a

quantidade em quilogramas suficiente para neutralizar 100 kg de gordura de coco. Mas, como podemos observar, esse valor não coincide com o da relação de materiais da receita, pois lá lemos 59 kg. Bem, ocorre que nessa receita optamos por silicato como “carga” e isso altera o percentual de soda na receita obrigatoriamente, o silicato de sódio absorve o equivalente a 2,283% de soda (NaOH), aproximadamente 7% de lixívia em concentração de 38°Bé, logicamente, se não fornecermos a quantidade exigida, ele a “roubará” do sabão desequilibrando, assim, o balanço na

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neutralização e por isso nós aplicaremos o percentual correspondente, como segue:

No primeiro caso, 7% de 40 kg de

silicato de sódio correspondem a 2,8 kg, assim:

56,65 kg de soda calculada 2,80 kg p/ compensar o silicato 59,45 kg de soda total Obviamente, houve um

arredondamento de 0,45 kg de lixívia, porém, a esse tipo de receita é um procedimento razoável, pois a qualidade também é “razoável” como já afirmamos.

É claro que a “nossa fábrica”,

produzindo esta receita, dificilmente iria dispor das análises referidas, mas cabe notar que é esse o procedimento correto para a obtenção de padrões de destaque positivo no mercado consumidor.

Uma receita “jovem”; - máximo 130 anos, em

pleno uso

O sabão preparado a frio A preparação desse sabão, é de

uma flexibilidade, verdadeiramente “milagrosa”, esse é o principal motivo de estar ainda hoje em plena propagação industrial, considerando, quase que exclusivamente, o pequeno produtor, é preparado com “mil máscaras”, mas é, fundamentalmente, o mesmo. A fórmula básica é singular; - 100 partes de gordura de coco, se neutraliza com 56 partes de

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lixívia de NaOH a 38°Bé, alguns autores recomendam apenas 50 partes de lixívia, sob a alegação de chegar a um produto mais suave apesar de ficarem alguns ácidos graxos livres, o que, em verdade, para a gordura de coco, não exerce muita influência no produto final.

Qualquer gordura ou óleo

saponifica a frio, a de coco porém, tem a preferência absoluta, pois o preparo e extremamente simples, os estabelecimentos pequenos utilizam um sistema de grande agilidade e quase sem custo operacional.

Quando recebem a gordura de

coco, normalmente em tambores de 200 kg de material, eles, inicialmente, “juram sobre a bíblia” que as análises foram realizadas, então, com um simples fogareiro a gás, fundem completamente a gordura no próprio tambor, depois envasam o conteúdo em um equipamento muito comum nos porões das velhas padarias, conhecidos pelo nome de “amassadeiras ou masseiras”, cuja capacidade de mistura é de, aproximadamente, 300 kg, ligam a máquina e, lentamente, deixam escorrer 100 kg de lixívia a 38°Bé, em menos de 60 minutos o produto está nas formas, desde que não se acrescentem cargas.

O comentário dessa receita, nós

dedicaremos ao comprometimento do “ganha-pão” dos “Gurus do sabão” alinhados nos classificados dominicais “...aprenda a fazer sabão quase de graça...”! esse “quase de graça...” deixa qualquer um na miséria.

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Como já afirmamos, essa fórmula é de grande versatilidade, isso devido ao fato de que a gordura de coco absorve quantidades enormes de salmoura ao limite da saturação (24%) ou seja, com 50 kg de gordura de coco, nós conseguimos, se quisermos, inserir 250 kg de solução de sal a 23°Bé, e isso requer pouquíssimos cuidados e é muito fácil; vejamos o rendimento:

50 kg gordura 25 kg lixívia 250 kg salmoura a 23°Bé 325 kg total de sabão ou quase sabão

Esse é um resultado impressionante e alentador para um consumo popular de poucas exigências no que refere a qualidade.

A estas categorias de sabão, os profissionais “carinhosamente” apelidaram de “água em pé”, o que nada mais é, do que o aperfeiçoamento tecnológico do “ovo de Colombo”.

Agradecendo a “paciência” com o humor dessas linhas, nós iremos agora, produzir uma versão desta receita que fará “corar de inveja” os “Gurus do sabão” apenas pelo preço pago pelo Leitor por este manual.

Vamos então, voltar ao pavilhão

da “nossa fábrica”, para produzir um sabão de coco verdadeiramente industrial, prático e popular, terá a aparência e a qualidade compatíveis com um custo plenamente viável ao consumidor.

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Primeiramente, precisaremos do equipamento, que deve, obrigatoriamente, custar pouco, porque a “nossa fábrica” é nova e com pequena disponibilidade financeira.

Nós usaremos como “tacho” uma “caixa d’água”, essas redondas de plástico reforçado, são ótimas, sua capacidade deve ser de 500 ou 1.000 litros. Mas.., como iremos lidar com o aquecimento? - Lógico, uma caixa d’água não é uma caldeira!

Bem.., uma vez que não se pode “sair gastando” o jeito é não usar calor, assim, economizamos energia e dinheiro e, de “quebra” ganhamos tempo na produção. Fazendo o produto a frio, este livro diz que a “gente” só sai ganhando, vamos ver.

No “tacho” já demos “um jeito”. E o batedor? Ele é um equipamento caro e mais ou menos complexo para “dar um jeito”. Devemos, então buscar outra saída, alguma coisa que parece “esquisita” porém, pode funcionar. No “porão da nossa fábrica” tem uma bomba centrífuga velha, “grandona” e meio desajeitada, usada quando a água era “de poço”. Sua “garganta” de entrada mede umas duas polegadas de diâmetro e a saída por volta de uma e meia polegada, qualquer material líquido ou viscoso que passar por ela, sofrerá uma alta compressão e um movimento intenso, ora..! não é isso o que buscamos com o “batedor”? apenas que, ao contrário de colocarmos o “batedor” no líquido viscoso, este é quem irá até ela, “a bomba batedora”, por meio de tubulação própria

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que deverá ser de ferro para não “arrebentar” com a pressão e o calor produzido no caminho. Ligaremos tudo e providenciamos um desvio na tubulação que retorna ao “tacho”, para quando soubermos que o produto esteja pronto para envase, transferi-lo para as formas.

Pronto, batizaremos o “nosso invento” de “reciclador”, pois o material fica entrando e saindo continuamente (reciclando) através da bomba até ser desviado para a forma. E, tenham certeza, muitos tipos de material são possíveis de se fazer neste “equipamento” (abaixo, um exemplo de reciclador).

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Batimento por reciclagem

Fig. 18 – reciclador com tanque lateral

Agora já podemos produzir o “sabão nosso de cada dia”! Com um fogareiro a gás ou elétrico fundiremos a gordura de coco no próprio tambor, sem, no entanto, aquece-lo demais (lembre-se do “tacho” que é de plástico), aquecesse apenas o suficiente para escoa-lo pelo gargalo da embalagem, passamos o conteúdo

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para o reciclador através de uma peneira ou podemos utilizar a própria bomba para recalcá-lo fazendo passar por um filtro que pode até ser improvisado, o que não é muito difícil, termos assim, 200 kg de gordura no tanque, no inverno ou em regiões frias, não podemos esquecê-la por muito tempo no reservatório sem trabalhá-la, pois ela se solidificará rapidamente.

Num recipiente à parte, já

devemos ter preparados 200 kg de salmoura a 23°Bé totalmente solubilizada sem material sólido decantado no fundo (sal), em outro depósito já dispomos de 100 kg de silicato de sódio neutro misturados com 8 kg de lixívia de soda a 38°Bé, ainda temos, também, 100 kg de lixívia de soda a 38°Bé. Com todo esse material a disposição, o único problema é mistura-los com estabilidade, pois é muito fácil “quebrar” a emulsão e o sabão “talha” como leite que “azeda”. A salmoura e o óleo oferecem uma resistência muito acentuada contra a estabilização da emulsão, ainda que se acrescente o silicato e o hidróxido de sódio, a dificuldade é grande, em verdade, a emulsão é possível, porém a um custo bem alto demandando excesso de tempo e de energia. É preciso outra “saída daquelas...”, viável e muito simples, pois o dinheiro é “curto” e um erro põe tudo a perder.

Existe no mercado, um produto

que mistura água e óleo, trata-se de um poderoso emulsificante sintético o, “nonil fenol de óxido de etileno”, o mais

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indicado, é o de 9,5 moléculas de óxido de etileno, ele é muito eficiente, com 1% do peso do óleo se consegue mais do que um “simples milagre” ele faz o “impossível”, mantém, por tempo quase indefinido uma mistura perfeita da água com o óleo, como o leite. Mais do que isso, ele proporciona uma superfície literalmente “infinita” entre as fases (água/óleo), lembram do que falamos sobre a “superfície”, em verdade, quando se liga a bomba, em questão de minutos e muitas vezes, “em questão de segundos” o material fica pronto sem nenhum risco e nem mesmo apresenta aquecimento, a reação é tão rápida que não há tempo para a “exotermia” (aquecimento espontâneo) se manifestar. O principal, é que o custo desse produto é compatível com a quantidade necessária não representando nenhum acréscimo significativo no custo primário.

Produzir sabão assim, virou um

verdadeiro “carnaval”. Coloca-se tudo no reciclador de qualquer jeito, rapidamente, lentamente, quente, frio, tudo de uma só vez, uma coisa de cada vez, com mistura prévia ou não, na verdade, seria necessário inventar algo inusitado para conseguir errar esse sabão, seria questão de promover uma gincana para achar alguém capaz de dificultar a saponificação.

O resultado é um sabão muito

branco, macio, agradável ao tato e muito durável, se eliminada a salmoura e abaixado o silicato ele será totalmente mecanizável e “briga” de frente com

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qualquer multinacional. Sugerimos aos profissionais uma análise da estrutura cristalina desse produto.

No entanto, cabe uma observação

de suma importância, durante o processo, quando se notar no reciclador, que a emulsão começou a formar um creme suavemente viscoso, deve-se abrir imediatamente a válvula de desvio e, através de uma mangueira ou tubo passa-se o material para as formas se for o caso e, em 30 minutos, no máximo, o material poderá ser cortado.

É muito importante o

acompanhamento da reação para envasar na hora certa, pois antes do “ponto” a mistura não fica homogênea e, depois do “ponto”, a reação ocorre num todo e progride em velocidade uniforme. Se descuidar, ganha-se um bloco redondo de sabão no tanque, nos tubos e, o mais “interessante”, na bomba, porém, nada que um britador não resolva.

Se desejarmos um sabão mais

pobre, essa receita suporta “heroicamente” mais 100 kg de salmoura. O silicato pode ser, simplesmente suprimido, juntamente com o percentual de lixívia. É conveniente não aumenta-lo, pois a quantidade aqui sugerida está já, bem acima da ideal, muito silicato provoca o efeito da “barba” depois de alguns dias, como já informamos.

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Capítulo VI Pequeno receituário* Sabão em pasta

Um produto muito prático de

confeccionar, normalmente produzido sob fervura de vapor indireto, com gorduras e hidróxido de potássio, é fornecido ao mercado consumidor em embalagens plásticas, indicado, principalmente, para limpeza de louças e talheres lavados à mão. Produto fabricado pelo processo de empaste (3.4.b – Cap. III).

• A) Sebo.................44 kg Óleo de algodão......50 kg Lix. de potássio.....39,6 kg – 50°Bé

• B) Sebo.................40 kg

Óleo de coco.........30 kg Óleo de algodão......25 kg Óleo de palma.........5 kg Lix. de potássio.....42,9 kg – 50°Bé

• C) Sebo.................80 kg Soja.................20 kg Lix. de potássio.....39,6 kg – 50°Bé

• D) Ácido esteárico......75 kg Água filtrada........25 kg Trietanolamina.......25 kg

* – As receitas deste trabalho devem ser entendidas apenas como sugestões, não cabendo ao autor ou editores responsabilidade sobre as mesmas.

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(Procedimentos em D) - Neutralizar primeiramente o ácido com a trieta, equilibrar o (p.h.) em 7,5 aumentando a trieta ou acrescentando oleína clara, agitar energicamente com a temperatura ao redor de 80°C, adicionar, então, a água. Produto especialmente indicado para tratar prataria. Pode-se obter melhor resultado baixando-se o (p.h.h) para 6,5 com ácido oxálico.

As gorduras destas receitas

devem ser filtradas e de ótima qualidade, serão escolhidas conforme a região de maior facilidade e produção por motivo de custos. Evitar o excesso de água, pois esta deprecia demasiadamente o produto. Sabão abrasivo

Este sabão pode ser produzido em

pasta como os anteriores ou ainda, sólidos em barras, tendo a preferência, no entanto, os primeiros.

Em pasta Qualquer das receitas anteriores,

acrescidas de pó bem refinado de dolomita ou talco de ótima procedência para limpeza de materiais finos.

Abrasivo sólido Sebo.............100kg Amido seco.......20kg suspensão no sebo Lixívia de soda...43,12, de 38°Bé (NaOh) Dolomita ou talco.16kg

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O abrasivo é incorporado ao material quando este já estiver em fase de solidificação ou seja, uma pasta consistente no misturador.

O produto acima descrito, é

indicado para processamento em extrusoras.

Desengraxantes Trata-se de sabão comum, sólido

ou pasta, aditivado com nonil fenol de óxido de etileno a 9,5 ou álcool ceto estearílico a 10 moléculas de óxido etilenico ou uma soma dos dois, totalizando 1,5% do sabão produzido.

Desengraxante em pasta

Qualquer das receitas de pasta acrescidas de 1,5 a 3% de um dos emulsionantes referidos.

Desengraxante sólido

Sabão aditivado com 1,5 a 3% dos produtos citados na hora de homogeneizar nos compressores (extrusão).

Sabão líquido – Sabonete –

Pode ser utilizado como sabão ou

sabonete dependendo dos aditivos aplicados, será consumido como sabonete em cinemas, hospitais, restaurantes, etc.., sendo explorado também, para uso em máquinas de lavar roupas e para limpeza geral, é, normalmente perfumado.

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Sabonete líquido transparente

• a) Gordura de coco...............50 kg Óleo de rícino................10 kg Lixívia potássica 50°Bé.......28 kg Água filtrada................150 Lt

Depois de neutralizado e frio aditivar com: Ácido cítrico..................0,25 kg Mentol.........................0,25 kg Corante, pasta de 30%..........0,03 kg Perfume........................0,80 kg

São receitas de ótimos produtos e extrema delicadeza para o contato com a pele, não provoca o ressecamento desta.

Sabão líquido p/ roupas (máquinas)

• b) Gordura de coco..............100 kg

Lixívia potássica 50°Bé.......51,20 kg Água quente filtrada.........450 Lt

Bater intensamente (mix), confirmar a

neutralização, deixar esfriar. Depois de frio, com agitação forte adicionar:

Tripolifosfato de sódio.......12 kg Metasilicato de sódio.........10 kg Carbonato de sódio.............4 kg Regular o (p.h.) entre 7,5 e 8,0

(levemente alcalino) com ácido oléico e batimento enérgico.

Aditivar com 1,5 a 2,0 de nonil fenol

(9,5) ou álcool ceto estearílico (10) e se terá um produto de excepcional qualidade.

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Sabão de “borras” (subproduto de refinaria)

Esse é o caso de produto de uso popular de baixa qualidade, porém, devido ao baixo preço de venda é um material de boa demanda.

(soapstock) – Sabão de “borras”

Antecipadamente, deve-se saber do refinador, o percentual de ácidos graxos disponível no material ou então, determina-lo, quando este for pobre (o que sempre é), acrescenta-se de 20 a 50% de uma gordura comum de (I.S. 200 a 250).

O sabão

Borra de soja a 15% á. graxos...100 kg Sebo (bovino)....................30 kg Lixívia 38°Bé NaOH...............21,67 kg

Se preferir, adicionar 0,05 kg de corante em pasta e perfume “barato” 1%.

Produto para extrusão.

Sabão em pó

Produto quase totalmente substituído pelo detergente sintético (p-dodecil benzeno), ocorre ainda, alguma procura em determinadas regiões e há, no mercado em geral, uma confusão generalizada em aceitar o detergente em pó pela designação de sabão em pó, em verdade, estes são incompatíveis e, completamente diferentes, na concepção, coincidindo, apenas, na forma de apresentação e uso.

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• a) Sabão produzido em misturador “pesado”

Forma uma massa de alta consistência e, no batimento, evolui até a secagem transformando-se em pó.

Sebo......................100 kg Lixívia forte, 50°Bé.......28 kg Carbonato de sódio anidro...8 kg

Produto que pode ser aditivado com amido de milho, 15% do peso de sebo, este deve ser misturado e bem homogeneizado à gordura antes de colocar a soda ou carbonato, esta “carga” deixa o sabão menos agressivo.

No reator, quando começar a formação da pasta, adicione:

Sulfato de sódio.......150 kg Metassilicato de sódio...6 kg Tripolifosfato de sódio..6 kg Atenção: - Este produto é fabricado completamente a frio, com exceção do prévio aquecimento leve do sebo (máximo 60°C) para torna-lo líquido. A temperatura subirá espontaneamente durante o processo.

• b) Um detergente sintético popular

Ácido sulfônico............15 kg Água morna filtrada........80 kg Silicato de sódio neutro...60 kg Sulfato de sódio anidro...100 kg Metasilicato de sódio.......5 kg Tripolifosfato de sódio.....5 kg Corante azul.............20 gramas

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Misturar muito bem no batedor (forma um líquido viscoso), adicionar 0,8 kg de ácido sulfúrico fumegante com muito cuidado e lentamente, deixar bater até distribuir bem todo o ácido, desligar o equipamento quando notar início de “empastamento”, espalhar o material cuja espessura da lâmina não ultrapasse 10 milímetros, em um piso liso e muito limpo, em aproximadamente 4 horas o material espalhado estará seco em forma de agulhas (aparência de bolor super desenvolvido) na cor azulada peculiar.

Sabão para cromados

Esse tipo de sabão é aplicado em materiais a serem polidos quando da lavagem.

Utiliza-se qualquer das receitas de sabão em pasta e se adiciona 3% do seu peso total de cera de carnaúba derretida, colocada no óleo antes de ser neutralizado.

Esta receita pode ser aditivada

com 10 ou 15% de talco finíssimo de ótima qualidade.

Sabões de uso veterinário

São sabões consumidos para higiene e tratamento de animais, têm funções bactericida, inseticida, fungicida, etc..

É fornecido líquido ou em barras e basta executar as receitas acima acrescentando os ingredientes fármaco-ativos, por exemplo:

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Até 3% de enxofre, age contra sarna e outras afecções da pele animal.

1% de lindane, age contra piolhos, pulgas e vários outros insetos parasitas.

3% de extrato ou tintura de confrei, age como cicatrizante da pele.

5% de cânfora farmacêutica, age contra dores musculares provenientes de friagem ou traumatismos leves.

6% de formalina a 40%, age com excepcional eficácia como germicida geral.

3% de ácido fênico, age como coadjuvante na secagem de feridas em fase de cicatrização, ótimo bactericida.

5% de verniz “goma-laca” indiano, o “asa de barata” mais 1% de cera de carnaúba(flor de carnaúba), age produzindo brilho e corpo na pelugem do animal de exposição.

Sabonetes

Esse produto merecerá o capítulo

VIII inteiro, desde o “sabão básico” fundamental até os mais sofisticados cremes, pois se trata aqui de um ícone da saponificação industrial.

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Capítulo VII

7.1 - Análises fundamentais 7.1.a – Amostragem média

É deveras importante que a

retirada de amostras obedeça a padrões de uniformidade, pois desse modo se obtém conteúdos fiéis do produto a ser analisado. Deve-se, antes de qualquer coisa, manter suspensão integral da massa total, evitando o depósito de sólidos e água no fundo dos tanques, o que permite que se retire corretamente a amostra que deve ser identificada a cada compartimento de origem.

7.1.b – Determinação da textura

As gorduras e óleos, geralmente,

são fornecidos conforme amostras e o procedimento imediato deve ser; I)Comparar a intensidade da cor (cor de iodo) com uma solução de iodo-iodeto de potássio de igual intensidade de cor e com o número de miligramas de iodo livre contido em 100 ml da solução; II)Em seguida, com uma camada de 25 ml depositada no fundo de um becker, verificar se há turvações. Em caso positivo é provável a adição de água, resíduos, albuminóides ou todos a um só tempo. III)Verificar a viscosidade ao tato, o odor e o paladar, com certa experiência estas simples avaliações

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assumem papel significativo e bastante eficaz para confirmações práticas e imediatas da qualidade de um óleo ou gordura.

7.1.c – Ponto de fusão e solidificação

Com um capilar de vidro em forma

de “U” e diâmetro de 0,5 a 1,0 m/m, aberto nas extremidades, aspira-se a gordura fundida para o interior deste e deixa-se entrar em equilíbrio barométrico; em seguida, coloca-se esse capilar em uma câmara de temperatura controlada a 10°C, por 24 horas, para completa solidificação, amarra-se, então, um termômetro, de forma que a superfície da coluna de gordura de um dos lados do capilar coincida com o bulbo da coluna de mercúrio do termômetro, depois se coloca este conjunto em um tubo de ensaio com 40 m/m de diâmetro e com água suficiente para aquecer o sistema; não permita que a água penetre ao capilar. Aquecer o mais lentamente possível em estufa com porta transparente e iluminação interna para acompanhamento do processo. Quando a gordura do capilar estiver límpida e subir, é tomada a temperatura do termômetro. Este é o ponto de fusão.

O ponto de solidificação se

determina colocando 4 a 5 gramas da gordura em um tubo de ensaio e, arrolhando-se este, com um termômetro através da rolha, coloca-se o sistema montado, de pé em uma solução refrigerante (25g de cloreto de amônio em 100ml de água). A temperatura começará a decair e,

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em um determinado instante, estabiliza para depois cair novamente. Este instante é o que define o ponto de solidificação da gordura.

7.1.d – Peso específico ou densidade

Pode ser diretamente auferido através do areômetro, desde que este seja cuidadosamente inserido no óleo à temperatura de, exatamente, 20°C, senão, para cada grau acima disso, seja adicionado 0,00069 ao número lido, se for abaixo de 20°C, subtrai-se o mesmo valor da constante a cada grau abaixo. Pode-se, também, misturar em vários recipientes água destilada e álcool absoluto (99%) nas proporções que alteram a densidade predeterminada da mistura ou seja, 0,950, 0,951, 0,952.., goteja-se o óleo nas misturas identificadas, uma gota em cada, assim se este afundar em 0,950 e flutuar em 0,951, o peso específico está localizado nessa faixa por menos de 0,0005g da menor ou da maior banda anotada, se ficar parada acima ou abaixo do ponto médio da mistura que pode ser feita em outro recipiente.

7.1.e – Determinação do teor de água

Em cápsula rasa de porcelana com um pouco de areia calcinada, coloca-se 10g de gordura e leva-se à estufa a 105°C até se obter peso constante (aproximadamente 90 minutos). O resultado apresenta a perda a 105°C, incluindo alguns voláteis.

% de umidade + voláteis = perda de peso X 100 peso da amostra

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7.1.f – Impurezas e cinzas Coloca-se num copo 10g de

gordura fundida em banho-maria, adiciona-se 25ml de éter para dissolver esta, mistura-se bem e passa-se por um filtro quantitativo, previamente seco, com tara determinada e umedecido em éter. A solução é recebida do filtro em um balão erlenmeyer, seca-se o filtro a 95°C e pesa-se, o acréscimo de peso é o teor de impurezas.

7.1.g – Percentual de ácidos graxos livres

Referência: método oficial B.S. 684. Nesse método,os ácidos graxos

livres são expressos como ácidos oléicos, em óleos comuns brutos ou refinados.

Pesa-se de 2 a 10 g da gordura

em erlenmeyer de 250 ml conforme a acidez. Acrescentar 50 ml de álcool

etílico 95%, neutralizado com uma solução acuosa de NaOH (0,1 n), usando 0,5 ml de solução etanólica de fenolftaleína a 1%, como indicador.

Aquecer em placa térmica até

apresentar sinais de ebulição. Titular ainda quente com solução

aquosa de NaOH(0,1 n), até coloração rosada persistente por 15 segundos.

Calcula-se:

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% ácidos graxos = V X N X 28,2 onde: P

V = volume em (ml) da solução titulante. N = normalidade da solução titulante. P = peso em gramas da amostra.

7.1.h – Índice de refração

O exame de um óleo ou gordura no

refratômetro substitui com vantagens, o índice de iodo em muitos casos, pela simples rapidez e comodidade.

Um dos aparelhos mais difundidos

é o refratômetro de Abbe, baseado na medida do ângulo limite, utiliza apenas uma gota do material a ser analisado. Dispensa o uso de recipientes prismáticos e visores próprios.

7.1.i – Índice de saponificação

Para o índice de saponificação

(I.S.) ser determinado, é preciso uma solução alcoólica de potassa cáustica N/2 e ácido clorídrico também N/2, pesa-se 2 g de gordura em um erlenmeyer de 200 ml, adiciona-se 25 ml de solução alcoólica de potassa cáustica, fixa-se um tubo longo sobre o balão para servir de condensador. Aquecer por trinta minutos em banho-maria empregando como indicador, fenolftaleína, depois titula-se com ácido clorídrico N/2 até descorar.

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A solução alcoólica de potassa cáustica prepara-se co 28g de hidróxido de potássio em 1.000 ml de álcool neutro.

Calculando:

Admitindo-se que para 25 ml de solução alcoólica corresponda 25,2 ml de ácido clorídrico N/2, teremos:

25ml de potassa alcoólica = 25,2 HCl N/2 Retrotitulando 10,1 HCl N/2 Combinado 15,1 HCl N/2 1 ml HCl N/2 = 0,28 X 15,1 = 0,4228g KOH Amostra = 2,00g (I.S.) = 0,4228g = 0,2114 ou (I.S. = 211) 2

7.1.j – (I.A.) Índice de acidez

Coloca-se 5g de gordura em um copo, dissolve-se em álcool neutro com adição de éter neutro e algumas gotas de fenolftaleína como indicador, titula-se com solução de potassa cáustica N/10 até leve coloração rosada. Dos mililitros consumidos se calculam os miligramas de potassa cáustica e divide-se pelo peso da amostra, e este será o índice.

Para se obter o grau de acidez se calcula através do índice obtido como segue:

I.A. X 0,100 onde: 0,056

0,056 = (gramas de KOH em ml de sol. KOH N/1 Como 0,100 é uma constante = 1,785 0,056

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O grau de acidez(G.A.)é:(I.A.) X 1,785 = (G.A.) Análises principais, sabões 7.1.k – Amostragem

Recolher material do miolo do bloco (usar um tubinho), reduzir a finas lascas, acondicionar em recipiente de vidro ou porcelana hermético, se for pastoso deve ser amassado e homogeneizado e do mesmo modo acondicionado, se for líquido deve ser bem mexido antes de se tirar amostras, o que se faz com o material todo em movimento, separar e acondicionar. Todo o material recolhido deve ser identificado com o lote de origem. 7.1.l – Teor de água

Numa cápsula rasa de porcelana pesa-se 5g de sabão finamente raspado, mistura-se a este uma quantidade definida de areia fina calcinada, pesa-se um bastão de vidro e coloca-se na cápsula. Deixa-se secar então a 105ºC durante 30 minutos, retira-se da estufa e mistura-se a areia e o sabão e coloca-se novamente na estufa a 105ºC por 50 minutos, esfria-se então no secador e se pesa o conjunto novamente. A diferença de peso é o teor de água e materiais voláteis a 105ºC. 7.1.m – Determinação de álcali livre

Pesam-se 5 g de sabão em um erlenmeyer, dissolvem-se em 100ml de álcool de 60%, em banho-maria com o auxílio de um condensador de refluxo,

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adiciona-se ao material dissolvido, uma solução de cloreto de bário a 10%, com o que os ácidos graxos precipitam como sabões insolúveis de bário e os carbonatos como carbonato insolúvel de bário, titula-se sem filtrar com ácido clorídrico N/10, empregando-se fenolftaleína como indicador. O ácido clorídrico deve gotejar lentamente no material e o balão é bem mexido durante a titulagem, e assim que a coloração desapareça a titulagem está pronta.

Para calcular o álcali livre multiplica-se o número de ml de ácido consumido por 0,004 para soda cáustica e por 0,0056 para a potassa cáustica e calcula-se para 100, assim se obtém o álcali em percentual. A fenolftaleína se prepara com 1 g de fenolftaleína em 100ml de álcool anidro. 7.1.n – Determinação de cloreto de sódio ou potássio

Incinerar 5 g de sabão e dissolver o resíduo em água, adicionar a mistura com ácido sulfúrico diluído para decompor os carbonatos, aquecer a 60ºC. Na presença de 1 gota de fenolftaleína neutralizar com KOH N/10, acrescentar, então, 10 goras de uma solução de cromato de potássio (1:10), gotejar uma solução de nitrato de prata N/10 até o precipitado branco ficar levemente avermelhado. Este precipitado de cromato e prata que se forma logo no início da adição da prata permanecerá assim, enquanto o cloro precipita como cloreto de prata.

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O número de ml de solução de prata consumida multiplica-se por 0,00355 para calcular o cloreto, por 0,00585 para o sal de cozinha e por 0,00746 para o cloreto de potássio. 7.1.o – Silicato de sódio, determinação qualitativa

Para se determinar a presença de silicato de sódio no sabão, deve-se dissolvê-lo em água, filtrá-lo em presença de substância de carga insolúvel em água, adicionar ao filtrado ácido clorídrico até reação fortemente ácida e aquecer em banho-maria até a separação dos ácidos graxos completamente, misturar uma quantidade de parafina e deixar esfriar. Quebra-se a casca formada e escorre-se o líquido do interior para um copo e evapora-se até a formação dos flocos de ácido silícico precipitado, o que ocorrerá se no sabão contiver silicato de sódio. 7.1.p – Determinação de talco

O sabão dissolvido em água quente é passado por um filtro e desprezado, o filtro deve ser incinerado em cápsula de porcelana com tara determinada. O aumento de peso da cápsula corresponderá aos materiais insolúveis em água, principalmente o talco.

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Capítulo VIII Sabão básico ou industrial

Definição: Os sais dos ácidos graxos superiores ligados a uma base alcalina são, por definição, um sabão.Isso implica obrigatoriamente na separação da glicerina anteriormente ligada ao ácido graxo. Teremos, então:

Glicérido + álcali = sabão básico + glicerina (cap.I)

Na indústria, porém, o conceito

de sabão básico é de ordem prática: vai de encontro a um material produzido originalmente com a finalidade de derivação conforme interesses técnicos, econômicos ou outros. Deve, portanto, ter características definidas, uniformes e constantes: definidas para garantir a produção, uniformes para garantir a padronização e constantes para garantir a qualidade. A partir dessas informações iremos comentar as variáveis técnicas, práticas e econômicas do produto, processos industriais contínuos ou de partidas (lotes), automação e mão-de-obra.

Como sabemos, as gorduras ou

óleos são glicéridos, i. é, o radical graxo está ligado à glicerina. Quando provocamos a saponificação, esta se separa e fica em suspensão dissolvida na água restante da reação. Podemos salinizar

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(lavar com salmoura) na caldeira a massa total, eliminando assim, o máximo possível da glicerina disponível, deixando o sabão formado, praticamente puro. Esse método porém, quase não é mais utilizado, sendo preferível praticar o desdobramento dos ácidos graxos previamente (cap.I) obtendo-se produtos superiores e com maior facilidade. Os ácidos graxos obtidos têm maior índice de neutralização e limpeza (conseqüência do tratamento) e é prático saponificar os ácidos graxos com lixívias fortes (39ºBé ou +). Em seguida, seca-se o produto obtido nas colunas de vácuo, simples e rápido, o produto sai tecnicamente perfeito.

O interesse econômico crescente

pela glicerina torna esta prática constante pelas grandes usinas, com tanques de desdobramento com capacidade acima de 100 toneladas, saponificando até 20 toneladas/hora em período integral.

Entretanto, em escalas modestas

de produção, ainda porque a glicerina contida no produto acabado com fins de toucador proporciona qualidade incomparavelmente superior, conferindo ao produto um maior valor de mercado, compensando, assim, a desvantagem econômica que se nota. Para produzir sem desdobrar, é muito importante dar toda a atenção à qualidade da gordura, qualquer delas serve, o sebo bovino porém, é usado quase exclusivamente, deve-se proceder às análises prévias(cap.VII) para que a saponificação transcorra sem “ tropeços” e

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a qualidade final seja impecável. O método mais comumente empregado e muito prático é o de empaste a quente com lixívias de médias a altas (25 a 38 Bé ou +), quando se completa a neutralização e com o material ainda quente, pode-se secar em vácuo moderado para não destilar a glicerina.

Existem vários métodos

experimentais onde o sabão básico é produzido continuamente, muitos já foram praticados mesmo antes da II Grande Guerra, obtendo êxito completo desde a saponificação até a retirada da glicerina através de alto vácuo produzidos em torres de destilação e arraste em câmaras de condensação barométrica, no entanto, esses métodos não se propagaram industrialmente devido a limitação tecnológica da época, custo muito baixo da mão-de-obra e, principalmente, a falta de divulgação, por motivos óbvios, logicamente. Devemos considerar que para um complexo industrial já instalado, torna-se difícil investir maciçamente em sistemas inovadores e ainda pouco previsíveis. Devido a estes fatores, nós percorremos o tempo e ainda hoje esses processos são raros na prática, entretanto, a níveis oficinais existem, sistemas altamente produtivos e eficientes para saponificação, desdobramento e refino das gorduras. As pessoas ligadas ao ramo, vez por outra, deparam-se com tais métodos, ou mesmo os criam ou aperfeiçoam os já existentes.

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Obtido o sabão técnico, este deve ser transformado em industrial ou básico. Esta fase é, de fato, a de maior custo imobilizado (equipamento). Inicialmente o produto é bombeado (ver esquema às págs.146 e 147) para uma câmara de vácuo onde instantaneamente elimina o excesso de água, para um compressor aonde, progressivamente, vai sendo esmagado contra as paredes deste até ser expelido por uma peneira com raspadores, afixada à boca de saída do equipamento. No processo conhecido como extrusão, cai sobre um segundo e até um terceiro compressor, sendo que o último contém um cone com temperatura controlada e cortes desenhados para obtenção de barra com perfis variados, sendo esta secionada em tamanhos definidos por cortadores automáticos. Algumas empresas vendem o material apenas processado pelas peneiras de compressão, conhecido comercialmente pelo nome de “nudos” de sabão, um produto muito versátil para as indústrias do ramo de menor porte.

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Processo de acabamento do sabão

Fig.19 – Da fase líquida ao empacotamento

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Processo de secagem contínua

Fig.20 – Bombeamento da fase de saponificação à secagem e extrusão

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Sabonetes de toucador O sabão básico é o ponto de

partida para a fabricação dos sabonetes, que são, na prática, o resultado da preparação desta matéria-prima.

Primeiramente, devemos colorir o

material, para isso é, extremamente importante, que ele esteja puro, sem cor residual ou seja, um branco neve ou, no máximo, levemente acinzentado pérola, disso depende a qualidade dos tons desejados. O procedimento é colocar o material em um misturador (tipo sigma ou rotativo com braço mecânico), sobre este se coloca a quantidade de corante desejada, preferencialmente em pasta, deixa-se o equipamento ligado até se perceber o envolvimento uniforme da cor na massa, deve-se, então, passa-lo por um laminador (calandra), de 3,4 ou 5 rolos (quanto maior o número de passagens, melhor a homogeneização obtida). Os equipamentos de vários rolos possibilitam muitas passagens de uma só vez, tornando o processo eficaz e econômico. É comum se aproveitar a laminação para se inserir aditivos que não sejam voláteis (pós ou pastas medicamentosas, se for o caso, entre outros). Não se deve colocar nesta fase nenhum tipo de perfume, pois as lâminas formadas são muito finas e de grande superfície e ainda relativamente quentes, mesmo com o controle da temperatura provocariam uma evaporação maciça destes. A perfumação é aconselhável que se faça com o produto novamente no

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misturador, com este ligado até a secagem aparente, passa-se então o material para os compressores (extrusão) com as peneiras para formar os nudos (espaguetes). Está então, o processo concluído, ficando o produto em condições de ser transformado em barra, sendo esta cortada e estampada na forma desejada em prensas de pedal ou pastilhadeiras automáticas, isso quem determina, normalmente, é o volume da produção.

Nas grandes fábricas, o processo

é executado seqüencialmente (linear), passando o sabão ainda líquido desde a câmara de vácuo até a ponta da última compressora recebendo os componentes (corantes, perfumes, aditivos,etc) na linha de produção, conforme o estágio de conveniência, saindo a barra com corte automático, acondicionamento ambiental, estampagem, encaixotadoras, palletização e transporte para o mercado consumidor, isso tudo numa velocidade espantosa. Duas receitas para sabão básico

Com ácidos graxos A receita é muito simples, conta

mais a capacidade do equipamento, que deve manter a massa móvel, sendo necessário para este fim, calor suficiente e uniforme no encamisamento durante toda a operação. Contando também com batedores robustos e bem distribuídos no tanque.

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Para cada 100Kg de ácidos graxos de sebo bovino (I.S.205), são consumidos 45Kg de lixívia de hidróxido de sódio de 38ºBé. Com o equipamento ligado injetar lentamente a soda até a neutralização completa, efetuar uma leitura de pH, que deverá estar entre 10,5 e 11 em uma solução a 1% em água destilada a 25ºC, bombeia-se então para o acabamento.

Com gordura integral As mesmas observações anteriores

valem aqui. Para cada 100 Kg de sebo bovino

(I.S.192), são consumidos 42,2 Kg de lixívia de hidróxido de sódio de 38º Bé. Proceder do mesmo modo que na receita anterior.

A estes casos é plenamente

viável a aplicação do sistema de reciclagem, cuidando para que o tipo de bomba e tubulações sejam adequados, pois de outro modo o processo é impraticável (reciclador, pág.151).

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Processo de reciclagem

Fig.21 – Sistema econômico para batimento e mistura de materiais líquidos e viscosos

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O sabonete transparente Produto considerado pela grande

maioria dos especialistas, como sendo uma “obra-prima” na arte da saponificação, a sua elaboração requer os mesmos quesitos que são dispensados aos vinhos nobres, procura-se constantemente deixá-lo o mais parecido possível a uma gema lapidada. A sua perfumação obedece a critérios que uma classe consumidora requintada exige. Os fabricantes costumam segredar receitas particulares e peculiares por tradição. Conseguiu-se assim, a conquista de uma faixa de mercado com características próprias e padrão elevado, tornando compensador produzir este matéria.

Seria pura retórica retomar aqui

as recomendações quanto a qualidade das gorduras e à atenção dedicada a elas no que se refere ao tratamento, portanto vamos à confecção deste tipo de sabão básico.

Transparência: segredo ou técnica?

Devemos, primeiramente, nos

reportar ao fato de que, quimicamente, o sabão é um produto definido, ou seja, um sal, não havendo, portanto, reação que altere este estado de coisas, a não ser a obtenção de outros materiais. Obviamente, nos restam, exclusivamente, alternativas físicas para nos explicar sobre a transparência ou não de um sabão. Para melhor compreender o fenômeno é necessário, antes de tudo, organizar,

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elencando em ordem, as várias possibilidades de influências físicas inerentes ao caso, observando em cada uma, até que grau ela é responsável pela alteração fisiológica referida.

Nós já sabemos que o sabão

quimicamente puro e, perfeitamente equilibrado quanto à neutralização, é branco. Por que? – A composição do sabão comum é a de um ácido graxo superior ligado a um metal, o ácido graxo ideal deve partir de uma gordura, portanto rica em hidrogênio. Um fator foi isolado. O metal de maior incidência é o sódio e nesta ligação, podemos considerar este, como outro fator. Vejamos: – no espectrômetro o hidrogênio reflete a luz branca, o sódio no entanto, é um metal e age como tal, uma característica metálica é o brilho e a reflexão da luz, temos então, um “efeito espelho” em escala microscópica como um fator multiplicativo uniforme, o sódio está ligado ao radical graxo por um átomo de oxigênio e isso oferece ângulo suficiente para refletir vários átomos de hidrogênio da cadeia linear e o branco sobressai facilmente.

Já podemos deduzir que há nesse

fato um percentual de influência significativa. Outro aspecto a ser considerado é o que nós denominaremos por “aeração”.

No decorrer do processo fabril,

a massa obtida sofre agitação e movimentos de toda natureza, isso provoca a

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micronização do ar atmosférico que está em contato com esta, assim, este acaba sendo envolvido em grandes quantidades e dispersado no volume de massa durante o trabalho de acabamento. Isso forma infinitas “cavernas” microscópicas contendo os gases atmosféricos, oferecendo assim um “vazio” físico que permite trânsito livre para a luz com todos os comprimentos de onda, o que provoca novamente o “efeito do branco”, a cor levemente acinzentada é conseqüência da presença do carbono e o perolado seria uma leve metalização (já mencionada) e a presença do ácido esteárico. Temos então, conclusivamente, que a estrutura molecular somada à estrutura física espacial formada pelas “cavernas” oferecem um cenário completo para viabilizar alterações que modificam parte do resultado pretendido. Continuando, se nós utilizássemos o hidróxido de sódio quimicamente puro, sem resíduos, nós obteríamos pontos estruturais na montagem molecular que refletiriam como pequenas “estrelas” microscópicas fornecendo a claridade suficiente para suplantar o reflexo branco que nada é, senão, a palidez dos “espelhos”, provocada pelas impurezas, melhora-se essa condição utilizando-se uma soda conhecida como “soda Bidds” ou microperolada de alto refino e de custo maior, logicamente. Outra observação, esta de caráter experimental, é que o sabão dissolvido em água fria é de aspecto turvo e leitoso, na água quente, porém, torna-se cristalino, quando se repete a experiência som sabão de ácidos graxos não saturados

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(óleos), já na água fria se obtém transparência e se o metal for o potássio e não o sódio se nota que este efeito se acentua. O motivo é que o sabão hidrolisa na água, formando pontes de hidrogênio segundo a seqüência:

RNA + HOH = NaOH + HR/HR + RNA = RNa.RH, onde “R” é o radical, o que nos leva a entender que o ácido graxo, mesmo parcialmente livre, só consegue uma emulsão, ainda que um tanto acentuada e na água quente, a emulsão chega aos limites da solubilidade, mas continua “emulsão”, o óleo não se dissocia na água por simples sobreposição de hidrogênio. Se tivermos a hidroxila o mesmo não ocorrerá, pois (OH) deve se completar para formar água (HOH) e não é possível (H2OH) ou (H3O) pois o oxigênio só possibilita 2 ligações, e isso quer dizer que enquanto a mistura for uma emulsão, o seu aspecto será turvo ou leitoso. Pois bem, se a hidrólise ocorre na água e é o que torna o fator físico indesejável presente, há duas alternativas possíveis: uma é reduzir ao máximo possível a hidrolisação, isso se consegue com a adição de álcool, que em determinadas proporções inibe em muito a hidrólise porém, prejudica a espumação abundante ocultando uma característica positiva do sabão. A outra alternativa é radicalizar, elimina-se a água e pronto, o único “porém” se reserva aos custos, primeiramente, porque a água no sabonete significa carga (peso), mas também o custo da eliminação total da água é alto, mas, se ganha em qualidade. O processo de se

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retirar o máximo de água também impõe condições, uma delas é que, retirada esta, não fique o espaço que era ocupado por ela formando as “cavernas” na massa, assim, a melhor maneira de se suprimir a água é através do processo a vácuo. Um método bastante eficiente é fazer o material passar várias vezes pelas câmaras de vácuo em compressores sucessivos em forma de cascatas (3 ou 4 passagens), um procedimento que proporciona ótima transparência ao produto acabado. Existe ainda, a possibilidade de se montar uma estrutura cristalina artificial formando uma trama entrelaçada à estrutura do sabão. Por analogia, nós teríamos uma espécie de colméia cheia de mel, assim, a refração da luz vai a limites menos distorcivos viabilizando a passagem das ondas luminosas pelo bloco exposto desde que o limite de espessura não ultrapasse o ângulo de refração, observando:

Para se chegar a uma montagem dessa natureza costuma-se utilizar açúcar ou glicose que, por natureza própria, tendem a montar estruturas contínuas e,

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sendo normalmente transparente, permite a fixação dos radicais graxos e não prejudicam a integridade do sabão, desde que em doses determinadas com critério e equilíbrio.

Outro artifício se relaciona aos

radicais ligados ao sódio, é relativamente simples a idéia, consiste em substituir entre 1% e 3% máximo, o sódio por potássio ou uma base orgânica, trietanolamina por exemplo, que é uma base amoniacal de óxido de eteno, tornando-se cuidado de produzir, à parte, a neutralização com ácidos graxos puros na quantidade de base desejada. Coloca-se, então, o material obtido na massa total com a temperatura abaixo dos 60º C, bombeia-se para a câmara de vácuo e o equipamento produz um ótimo resultado.

A esta técnica pode-se

acrescentar 5% do total da massa em glicose preparada, antecipadamente, com 2% desta em peróxido de hidrogênio de 130 volumes (água oxigenada), para, assim, evitar o escurecimento do sabão. É muito importante trabalhar em temperaturas abaixo dos 60ºC.

Como última observação, podemos

colocar que o material graxo mais adequado à esta aplicação é o óleo de rícino (mamona), que, pelas suas características naturais, transmite com muita facilidade transparência ao sabão produzido, o que não significa que outros tipos de gorduras não possam servir.

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Alguns dados do óleo de rícino:

(C17H32OHCOO)3C3H5, Glicérido do ácido ricinólico Óleo incolor, levemente verde

amarelado, odor suave, sabor leve, fracamente picante, é bastante consistente e ganha corpo (engrossa) exposto ao ar, não secante mesmo em forma de finas películas, é por isso, um ótimo lubrificante, abundante em glicéridos do ácido ricinólico, é completamente solúvel em álcool, não dissolve em éter de petróleo, difícil rançar, é muito semelhante ao óleo de coco quanto ao comportamento na saponificação, recebe lixívias fortes a frio sem riscos de não reagir. O seu sabão natural é branco e transparente, suporta, também, altas concentrações salinas.

Características físicas principais:

Ponto de solidificação; de –10 a

–18°C, de seus ácidos graxo; de 2 a –3°C, índice de saponificação (I.S.); de 176 a 183, índice de iodo (I.I.); de 82 a 88, peso molecular médio (P.M.); de 290 a 300.

Uma receita para sabonete transparente

(processo mecânico) Para cada 100Kg de óleo de

rícino, usa-se 39,8kg de lixívia de hidróxido de sódio a 38ºBé, aquecer o óleo até 80ºC e, lentamente, injetar a lixívia em jato fino sem muita pressão, com o

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batedor ligado, quando se completar a neutralização o produto estará totalmente líquido e formará uma fina película na superfície se a máquina parar, em separado, deve-se preparar duas misturas: a primeira é de 5% a 7% do total da massa em glicose de milho adicionada de 2% do seu peso com peróxido de hidrogênio (água oxigenada) de 130 volumes, a segunda é um sabão de trietanolamina com 2% da massa total em ácido oléico, com aproximadamente 30% do seu peso em trietanolamina ou ainda, pode-se aplicar essa quantia em dietanolamina de ácidos graxos de gordura de coco. Este material terá a consistência de uma pasta de cola escorrendo da espátula em fios grossos, quando a temperatura da massa estiver abaixo de 60ºC, com o batedor ainda ligado, colocam-se as duas misturas, sendo a primeira o sabão de trietanolamina. Depois de bem misturada, então se coloca a segunda mistura, deixa-se bater por poucos minutos (5 a 10) e bombeia-se para o equipamento com as torres de vácuo em funcionamento. Antes do bombeamento pode-se colorir o material, o perfume é, normalmente, injetado no segundo estágio de compressão, saem, então, as barras com ótima transparência, que são cortadas e estampadas.

O óleo pode ter sebo de ótima

qualidade misturado, apenas se deve balancear a lixívia correspondente, e pode-se também, fazer esta receita para fôrmas e cortes, bastando para isso se acrescentar em torno de 8% de álcool 96º,

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misturar bem e envasar nas fôrmas, normalmente redondas ou ovais, aguardar a solidificação, efetuar os cortes e deixar maturar, depois se quiser pode-se estampar. O produto está pronto.

Logicamente, não se deve esperar

o mesmo acabamento que se obtém no equipamento sob vácuo. A qualidade, no entanto, é equivalente, apenas o processo é bem mais lento na produção.

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Capítulo IX

Materiais graxos

Aspectos gerais e referências aos principais.

Incidência

As gorduras e óleos incidem em

grandes quantidades na natureza. Em toda porção de matéria vegetal ou animal encontra-se certa quantidade de gorduras em maior ou menor volume. Mesmo nos microorganismos, encontra-se gordura. Um exemplo é o dos fermentos naturais. Nos animais a gordura provém de várias partes do corpo, na região logo abaixo do couro como toucinho, como sebo na cavidade abdominal, como tutano nos ossos, nas cavidades cranianas, no tecido muscular, nervos e ainda que em quantidades menores, consideram-se todas as partes do corpo, pêlos, unhas, na porosidade do próprio osso, como estrutura microscópica das “cavernas” de cálcio.

Em grande ou pequena quantidade

todo animal contém gordura, não há exceção conhecida. Nos vegetais a concentração de gordura é, via de regra, encontrada nas sementes e frutos, ultrapassando muitas das vezes, os 50% do peso destes. Fato a observar-se é que os frutos ou sementes ainda verdes, são muito pobres em gorduras, o amadurecimento destes é que completa a quantidade padrão a cada tipo.

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A agricultura e a pecuária são, ainda, as principais fontes de fornecimento de gorduras. Por maior que seja a produção de gordura, ainda a oferta é bastante menor que a procura, levando deste modo a um constante crescimento aos preços de venda.

A indústria química vem

buscando, sistematicamente, a obtenção de gorduras sintéticas, utilizando, principalmente, o carvão mineral, chegando mesmo, a obter material alimentício largamente consumido no período da II Grande Guerra, sendo ainda hoje bastante difundida para consumo.

As propriedades coloidais é que

vieram a influenciar as opiniões a respeito da formação das gorduras e óleos nos animais. A gordura, inicialmente, ingerida junto com carboidratos, sais, albumina e água, não sofre alterações imediatas na saliva bucal, onde se encontra a ptialina como substância ativa, forma no entanto, juntamente com as outras substâncias uma emulsão (micro-partículas em suspensão neste caso, em meio líquido), a qual sofre uma espécie de “bombardeio” das secreções ácidas do estômago, pâncreas e fígado separando em glicerina e sabões, estes últimos serão absorvidos pelas paredes dos intestinos sob a forma de cristalóides, algum conteúdo dessa gordura é simplesmente armazenado no organismo sob a forma de triglicérides. Nas células é que vem a ocorrer a síntese da gordura a partir da glicerina e do ácido graxo sob o

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efeito de ésteres. As gorduras vão daí ao sangue pela corrente linfática. A gordura é agora reserva alimentar para consumo quando ocorrer esforço físico ou fome. Esta, durante o consumo, se desfaz, decompondo-se em anidrido carbônico (CO2) e água ou seja “combustível” consumido.

Segundo pesquisas de Verworn e

Sachs, cujas informações a respeito foram consultadas em publicações obtidas, tem-se que a formação provável de um óleo segue o seguinte sentido nestas equações:

CO2 + H2O ----► HCHO + O an. Carb. água aldeído fórm. oxigênio 3HCHO ----► C3H6O3 ----► 2C3H6O3 ----► C6H12O6 al. fórm. formose formose glicose 3C6H12O6* ----► + 16H2 ----► C18H36O2 + 16H2O glicose hidrog. es. esteár. água C6H12O6 + 4H ----► 2C3H8O3 ou 2C3H5(OH)3** glicose hid. at. Glicerina 3C18H36O2 + C3H5(OH)3 ---► (C17H35COO)3C3H5 + 3H2O ác.graxo glicerina éster glicérico água

Esta seqüência demonstra a

provável formação da gordura ou óleo nos vegetais não estando ela implícita na formação do mesmo material, nos organismos animais.

Devemos considerar com interesse

a seqüência intermediária onde a partir da glicose (*) mais hidrogênio se obtém ácido

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esteárico e água. Talvez seja este, um caminho à industrialização do ácido esteárico, a glicose é hoje produzida em grande volume a partir do amido de milho e outros. Havemos de notar ainda, não se tratar de um processo de hidrogenação, pois a função do hidrogênio é formar simplesmente água ligando-se ao oxigênio disponível.

Uma segunda observação muito interessante é que havendo glicose em excesso o hidrogênio atua na sua forma atômica formando pontes de ligação ou hidrolisando a glicose na forma de glicerina (**) o que acaba por possibilitar a ligação desta ao ácido esteárico formado. Esta seria também, teoricamente, uma via de acesso industrial na fabricação de glicerina sintética.

O clima interfere com grande influência na formação dos óleos vegetais, observando-se que nos climas tropicais obtêm-se mais gorduras, isto é, cadeia carbônica saturada (hidrogênio), baixo índice de iodo, peso específico elevado e pequenas moléculas, ao passo que nas regiões onde as mudanças climáticas sejam rápidas temos o inverso ou seja, obtemos óleo, cadeia carbônica insaturada, alto índice de iodo, peso específico baixo e moléculas grandes. Características principais

Constituição química

O destaque de maior relevância no aspecto químico dos óleos e gorduras,

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provém do fato de que estes mostram uma concordância impressionantemente grande, isto é, se assemelham demais, por mais diferentes que sejam suas procedências. Todas as gorduras apresentam basicamente três elementos diferentes entre si; - estearina, palmitina e oleína, encontram-se outros ainda, substâncias gordurosas análogas, os corantes e os aromas peculiares a cada fruto, que apenas pelo olfato pode ser possível identificar uma gordura, antes que esta seja tratada e desodorizada.

As gorduras são glicéridos, isto

é, combinação de glicerina com ácidos graxos superiores, formados segundo o processo de formação de sais entre base e ácido. A glicerina é um álcool tribásico C3H5(OH)3 cujos 3 átomos de (H) ligados à hidroxila podem ser mudados ou substituídos por radicais graxos. Estes compostos recebem o nome de triglicéridos, cuja fórmula é:

Onde (R) é o radical de qualquer

ácido graxo. Teoricamente, são possíveis ainda o mono e o diglicérido, conforme se vê;

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O mono e os diglicéridos não são encontrados em goduras frescas, ao que tudo leva a crer que na natureza só a formação de triglicéridos é possível.

Consistência aparente Gorduras: sólidas, cadeia

carbônica saturada, índice de iodo baixo. Óleos: líquidos, cadeia

carbônica insaturada, índice de iodo alto. As gorduras fundem-se, sem

exceção, abaixo dos 100ºC, os óleos em baixas temperaturas solidificam-se em temperatura normal ambiente (14 a 39ºC) os óleos mantêm viscosidade consistente, sendo o óleo de rícino o de maior evidência quanto a este particular.

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Origem o ponto de vista químico Um simples exame analítico vem

demonstrar que toda a gordura de origem animal contém colesterina, e a de origem vegetal contém fitostearina, ambas álcoois da série aromática e ainda que isômeros, têm formas cristalinas diferentes e pontos de fusão diferentes.

Saponificação

Generalizando as gorduras,

podemos separá-las em dois grupos principais, quanto à saponificação.

Primeiro grupo; são as gorduras

de grão, facilmente salinizáveis e cujo índice de saponificação não ultrapassa o número 200.

Segundo grupo; são as gorduras

de pasta ou cola, dificilmente salinizáveis, saponificação facílima inclusive a frio e o seu índice de saponificação fica ao redor do número 250. A este grupo estão ligadas as gorduras de coco, dica, palmiste, babaçu e outras.

Propriedades físicas

As gorduras ou óleos são

insolúveis em água, no entanto, permitem emulsionarem-se com relativa facilidade.

Determinadas gorduras ou óleos

secam ao ar, são os chamados óleos secantes, outras formam uma pasta ou bolo

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com cheiro acre, isto é, rancificam, significando isso, só uma oxidação do material, provocada pelo oxigênio do ar e catalisada por bactérias comuns e influenciada ainda, pela luz.

Conforme já foi demonstrado, uma gordura é a combinação dos ácidos graxos superiores com glicerina, entretanto, há ainda na natureza outras substâncias semelhantes às gorduras. Um exemplo são ceras, onde a diferença fundamental é que em lugar da glicerina encontramos outros álcoois, por exemplo:

Cera de abelha, ácido palmítico ligado ao álcool miricílico com ácido cerotínico livre.

O espermacete apresenta em sua porção líquida as glicéridos, a sólida ao contrário é simplesmente formada por éster palmítico do álcool cetílico monobásico.

Todas as gorduras não saturadas podem passar a saturadas pela adição de hidrogênio, halogênio, cianogênio, oxigênio. Esta propriedade define também a linha entre os óleos secantes e não secantes. A propriedade de secagem dos óleos é tanto maior quando menor for a incidência de ácidos ou ésteres não saturados no referido material.

Todos os óleos ou gorduras naturais, possuem na molécula de ácido graxo um número par de átomos de carbono, reserva-se uma exceção muito restrita para alguns ácidos conhecidos, por exemplo o ácido isovaleriânico.

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Ácidos graxos principais

Ácido esteárico A maior incidência deste ácido

verifica-se nas gorduras de maior dureza, por exemplo, no sebo de carneiro, bovino, ou ainda de cervo. É muito duro e tem ponto de fusão de 69ºC. Cristaliza-se em forma de agulhas brancas e brilhantes de tato untuoso, que se deixam reduzir a pó. No vácuo pode ser destilado sem decomposição, insolúvel em água, porém bastante solúvel em éter e álcool fervente, não tem cheiro nem sabor, no pavio queima como cera, motivo da procura pelas fábricas de velas. Muitas vezes ele é substituído pela parafina.

A obtenção do ácido esteárico

puro se consegue a partir da fervura de sabão duro de sebo com ácido clorídrico até a separação nítida do ácido graxo. Depois de frio, separa-se o bolo de gordura, lava-se, dissolve-se em álcool forte e fervente e deixa-se esfriar a solução. O ácido esteárico cristaliza-se, recristaliza-se até chegar ao ponto de fusão de 69,2ºC.

Ácido oléico

É o ácido graxo de maior

incidência, é parte integrante de todas as gorduras e óleos, na indústria, ele é obtido através da prensagem dos ácidos graxos resultantes do desdobramento. Seu ponto de fusão é 14ºC, oxida facilmente ao

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ar e só é destilável no vácuo, caso contrário se decompõe, possui cadeia carbônica normal passando a ácido esteárico pela redução. A oxidação com permanganato de potássio denuncia a dupla ligação que fica no meio da molécula:

CH3(CH2)7.CH = CH.(CH2)7COOH Grande parte do ácido oléico

produzido é transformado em ácido esteárico por hidrogenação.

Ácido palmítico

Encontrado em grande parte das

gorduras animais e vegetais obtidos pelo mesmo processo que o ácido esteárico (recristalização). Ponto de fusão 62,6ºC, cristaliza-se em forma de escamas de brilho perolado.

Outros ácidos:

São os ácidos ricinólico

(C18H34O3) linoléico (C18H30O2), clupanodônico (C18H28O2) e outros.

Separam-se em 3 grupos

principais, os ácidos encontrados ao lado dos primeiros:

Primeiro grupo: - (CnH2nO2) não

hidroxilados, monobásico do ácido acético. Segundo grupo: a série Cnh2n-2O2,

CnH2n-4O2, C2H2n-6O2, C2h2n-8O2 não hidroxilados, não saturados, monobásicos, dos ácidos

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oléico, linoléico, linolênico, clupanodônico e os correspondentes aos que têm uma, duas, três ou quatro ligações duplas.

Terceiro grupo: do ácido

ricinoléico, hidroxilado, não saturado, monobásico Cnh2n-2O3

Glicerina

Líquido viscoso, adocicado, incolor, muito higroscópico (absorve água), solúvel em álcool e água em todas as proporções, chega a acrescer 50% do seu peso pela simples absorção da umidade do ar, causa sensação de calor ao contato com as mucosas. Peso específico: 1,265g a 15ºC, ponto de ebulição 290°C. É um álcool trivalente, forma três séries de ésteres conforme esterificação a um, dois ou três grupos oxidrila.

Sua constituição química é:

CH2OHCHOHCH2OH ou C3H5(OH)3

Gordura animal Sebo; compõe-se principalmente

de ácido esteárico, ácido oléico e ácido palmítico, seguidos de outros de menor importância, o percentual de cada um depende da origem, é no geral composto de 50% de ácidos graxos saturados, cor branco-amarelada, em temperatura média de 25ºC é meio untuoso, ficando duro e

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quebradiço quando resfriado (menos de 8ºC). Comercialmente é adquirido segundo o chamado “título de sebo” ou seja, o ponto de solidificação dos seus ácidos graxos. No sebo bovino este situa-se entre 43 e 45°C.

O seu índice de saponificação varia de 193 a 202, seu peso específico fica entre 0,943 e 0,953.

Existem ainda o óleo de peixe, de aves e vários outros que iriam além do interesse deste trabalho, entretanto pode-se localizar os índices de maior interesse de vários óleos comuns de mercado na tabela (3,cap.II).

Gorduras vegetais

Estão alinhadas a seguir algumas das principais de consumo.

Óleo de babaçu:

Conhecido e chamado por “óleo”, no entanto, é uma gordura, provém de uma palmeira muito comum nas regiões centro, norte e nordeste do Brasil a “Orbignia speciosa” produz cocos com três ou quatro castanhas com peso médio de 65% de óleo extraído com grande facilidade por prensagem ou solventização, sendo preferível o primeiro método, que fornece uma torta residual de excelente qualidade para rações. Suas principais características físico-químicas são: - Peso específico a 15ºC, 0,924, índice de iodo de 14 a 16, índice de saponificação de 248 a 253, ponto de fusão de 23 a 25ºC.

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Óleo de amendoim: Obtido das sementes de “arachis

hipogea”, que contém em média de 40 a 50% de material graxo e até 30% de proteínas, o óleo refinado é usado na alimentação e indústria farmacêutica principalmente. Características principais: - Densidade 0,912 a 0,915, índice de iodo de 85 a 95, índice de saponificação de 185 a 192.

Óleo de arroz:

Extraído do farelo sobrante das

máquinas de beneficiamento e limpeza da semente “Oriza sativa” cereal conhecido como arroz, é incidente em média de 14% neste material, o melhor método de extração é através de solventes e é utilizado na alimentação, principalmente. Suas características são: - Densidade média 0,918 a 0,928, índice de iodo de 92 a 109, índice de saponificação de 183 a 194.

Óleo de milho:

Óleo obtido de germe de milho

“Zea mayz”, participa em, aproximadamente, 20% do peso de germe chegando em alguns casos a mais de 40% com material tratado. Sua cor é alaranjada, é geralmente extraído sob prensagem e consumido como alimento. Características principais: - Densidade de 0,920 a 0,927, índice de iodo 116 a 130, índice de saponificação de 188 a 193.

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Óleo de rícino (mamona) A (Ricinus communis) fornece por

prensagem, principalmente, de 40% a 55% de óleo muito procurado pelas indústrias farmacêuticas e de lubrificantes e ainda a indústria de combustíveis, por características muito peculiares deste óleo (dados principais,pág.158).

Óleo de soja:

Extraído da “Soja híspida” ao

redor de 20% do peso em matéria graxa, utilizado largamente em alimentação é hoje, com certeza, o óleo mais consumido no mundo. A torta residual é da mesma forma consumida pelo seu alto valor em proteínas e outros nutrientes. Densidade 0,918 a 0,924, índice de iodo 124 a 136, índice de saponificação 190 a 194. Resíduos ou Borra (soapstock):

Trata-se este caso de subproduto

ou residual do tratamento dos óleos e gorduras, no decorrer das várias etapas do processo de refino, o material acumulado como saldo é normalmente aproveitado pelas saboarias. Esse material contém um teor variável de oxiácidos graxos e sabão da neutralização efetuada no material gorduroso: contém ainda sais, álcalis, água, sólidos, ácidos graxos, etc., é normalmente de cor escura ou muito acentuada.

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Operações finais de acabamento

Descoramento Operação realizada com a

finalidade de melhorar a aparência comercial dos óleos ou gorduras, tornando-os límpidos e com a cor original bastante atenuada ou mesmo eliminada.

Este procedimento é executado,

normalmente, com terras clarificantes ou carvão ativado, ou ainda uma mescla dos dois materiais na proporção média de 1% a 3% do óleo a ser clarificado, com a temperatura entre 80 e 110ºC por um período de tempo situado entre 40 e 15 minutos de duração, dependendo do material a ser tratado. Durante o processo são examinadas amostragens do produto até que este satisfaça o padrão exigido. O material é então bombeado por um filtro-prensa ou centrifugado, ficando assim, apto para a desodorização.

Desodorização

É esta a última operação normal

de refino a que um óleo é submetido. O processo consiste basicamente em eliminar os compostos voláteis transmissores de odor aos graxos em geral, costuma-se aplicar para esse fim alto vácuo e corrente de vapor seco (superaquecido) numa seqüência conveniente ou seja, vácuo, vapor e, novamente vácuo, em sistema contínuo. Após a realização desta etapa o material é bombeado através dos filtros de

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papel para serem abrilhantados. No decorrer deste tratamento é favorável e de uso comum a adição de 0,1% a 0,3% de ácido cítrico quando a temperatura estiver abaixo de 70ºC, deixando-se em contato por 30 minutos, podendo então submete-lo ao vácuo final e proceder o abrilhantamento. Este procedimento garante por tempo bastante prolongado a desodorização obtida.

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Capítulo X

Derivações dos materiais graxos na indústria cosmética

Como já observamos nos capítulos

anteriores, a utilização das gorduras vai, nos nossos dias, às raias do imensurável, as aplicações são tantas que é, verdadeiramente, impossível enumerá-las, há, entretanto, um caso particular que está, diretamente, ligado aos interesses e objetivos pretendidos neste trabalho, a referência é dirigida às derivações obtidas dos materiais graxos, óleos e gorduras, com a finalidade de se obter matéria-prima para a produção de cosméticos.

No desdobramento dos vários

materiais graxos, a partir dos glicéridos, céridos, fostátidos e cerebrósidos, obtém-se uma quantidade muito grande de derivados que, por sua vez, são tratados individualmente sofrendo, cada um, ligações com outros materiais que propiciam características próprias ao fim a que se destinam.

Devemos ainda, considerar os

produtos sintéticos, produzidos atualmente em larga escala pela indústria química e que quando utilizados conjuntamente com os primeiros (naturais), multiplicam em várias as possibilidades de obtenção dos produtos de consumo, oferecendo quantidade

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e qualidade, isso sem falar na imensa variedade, favorecendo, portanto, uma infinidade de aplicações para tratamento estético e manutenção da higiene.

Para relacionar vários destes

materiais, nada é melhor do que uma série de receitas, pois se conhece assim, a matéria-prima, o modo, o momento e o lugar que se aplica esta e também se aproveita a própria receita.

Receituário de tratamento e manutenção

estética. A confecção dos materiais

destinados à limpeza e tratamento estético do corpo humano (xampus, cremes, colônias, desodorantes e outros), requer ambiente de trabalho extremamente limpo e os tanques, reatores, tubulações e demais equipamentos devem ser esterilizados a vapor sempre ao se iniciar uma nova partida.

Os tanques e reservatórios

devem, obrigatoriamente, ser de material inoxidável, ou plástico neutro resistente a temperaturas elevadas (acima de 100ºC).

O recinto operacional deve ser

azulejado (branco de preferência) ou receber revestimento acrílico ou epóxi para facilitar a limpeza e isso inclui o piso.

Os operadores devem vestir

capas (jalecos) e, principalmente, toucas. No caso dos que operam com os materiais em

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fase de mistura ou reação, é sempre conveniente o uso de luvas sintéticas (PVC) ou látex ).

A iluminação deve ser eficaz e

as janelas e portas envidraçadas, fechadas e com ventilação indireta ou forçada através de filtros, preferencialmente mantendo a pressão interna levemente superior à externa.

Receitas sugeridas

Xampu líquido transparente para os

cabelos:

1) Lauril-éter-sulfato de sódio 40,0 Cloreto de sódio 4,0 Conservante 0,2 Água 55,8

100,0 2)

Lauril-éter-sulfato de sódio 40,0 Dietanolamina de ác. graxos de coco 6,0 Conservante 0,2 Água 53,8 100,0

3)

Lauril- éter- sulfato de sódio 40,0 Dietanolamida de ác. graxos de coco 3,0 Cloreto de sódio 2,0 Conservante 0,2 Água 54,8 100,0

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4) Lauril-éter-sultado de sódio com 2 moléculas de óxido de etileno 40,0 Cloreto de sódio 4,5 Dietanolamida de ác. graxos de coco 6,5 Conservante 0,2 Água 74,8 100,0

5)

Lauril-éter-sulfato de monoetanolamina40,0 Cloreto de sódio 4,0 Conservante 0,2 Água 55,8 100,0

6)

Lauril-éter-sulfato de monoetanolamina40,0 Dietanolamida do ácido linólico 3,5 Conservante 0,2 Água 46,3 100,0

7)

Lauril-éter-sulfato de amônia 50,0 Diatanolamida de ác. graxos de coco 3,0 Cloreto de sódio 0,5 Conservante 0,2 Água 46,3 100,0

8)

Lauril-éter-sulfato de sódio 40,0 Diatanolamina de ác. graxos de coco 3,0 Resina de condensado de poliglicol e poliamina 5,0 Cloreto de sódio 2,0 Conservante 0,2 Água 49,8 100,0

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Xampu de efeito antiestático (condicionador) 9)

Lauril-éter-sulfato de sódio 40,0 Alquildimetilamoniobetaína de coco 5,0 Reside de consendado de poliglicol e poliamina 5,0 Cloreto de sódio 2,0 Conservante 0,2 Água 48,3 100,0

10)

Lauril-éter-sulfato de sódio 40,0 Dietnolamida de ác. graxos de coco 3,0 Cloreto de sódio 2,0 Proteína animal hidrolisada 5,0 Conservante 0,2 Água 49,8 100,0

Xampu com proteínas

11)

Lauril-éter-suklfato de sódio 25,0 Dietanolamida de ác. graxos de coco 2,0 Resina do condensado de poliglicol e poliamina 3,0 Conservante 0,2 Cloreto de sódio 3,0 Água 66,8 100,0

Uso diário

12)

Lauril-miristil-éter-sulfato de sódio 30,0 Dietanolamida de ác. graxos de coco e aditivos 2,0 Conservante 0,2 Cloreto de sódio 3,0 Água 64,8 100,0

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Xampu contra caspa. Embalagem opaca, sensível à luz. 13)

Lauril-éter-sulfato de sódio 45,0 Dietanolamina de ác. graxos de coco 2,5 Água 10,0 Mistura-se esta primeira fase Magnesiopiriditiun (bactericida) 1,0 Água 2,0 Mistura-se esta segunda fase e adiciona-se à primeira Cloreto de sódio 2,0 Água 37,5 100,0

Xampu próprio para bebês (cabelos ou banho)

14) Mescla éter-sulfato e álcoois graxos 20,0 Metilcelulose ( solução 2%) 80,0 Perfume compatível com as mucosas _____ 100,0

15) Mescla éter-sulfato e álcoois graxos 50,0 Metilcelulose (solução 2%) 50,0 Perfume compatível com as mucosas _____ 100,0

16) Mescla éter-sulfato e álcoois graxos 40,0 Alquildimetilamoniobetaína de coco 5,0 Monoetanolamida de ác. graxo de coco 3,0 Perfume compatível com as mucosas 1,0 Conservante 0,2 Água 50,8 100,0

Banho de espuma para bebês 17)

Lauril-sulfato de trietanolamina 60,0 Trietanolamina 10,0

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Conservante 0,2 Água 29,8 100,0

Xampu para eliminar o laqueado dos cabelos 18)

Mescla de sulfato e álcoois graxos 35,0 Ácido esteárico (estearina) 10,0 Cloreto de sódio 3,0 Trietanolamina 4,0 Água 47,8 Misturar 1ª fase a quente (70ºC) Conservante (depois de esfriar) 0,2 100,0

Xampu creme 19)

Emulsionante não iônico(óleo em água) 4,0 Octyl dodecanol (protetor universal) 2,0 Misturar 1ª fase Composto quaternário de amônia 1,5 Glicerina bi-destilada 5,0 Ácido cítrico 0,5 Água 87,0 100,0

Condicionador 20)

Emulsionante não iônico(óleo em água) 4,0 Octyl dodecanol (protetor universal) 2,0 Misturar primeira fase Composto quaternário de amônia 1,5 Ácido cítrico 0,5 Água 92,0 100,0

21) Monoetanolamida de ác. graxo de coco 1,0 Composto quaternário de amônia 2,0 Misturar 1ª fase

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Glicerina bi-destilada 3,0 Ácido cítrico 0,3 Água 93,7 100,0

Cremes hidratantes (para a pele) 22)

Creme vitaminado (óleo em água) Mono e diglicéridos de ác. graxos superiores + estearato de potássio 16,0 Álcool ceto-estearílico a l2 mol. de óxido de etileno 1,0 Octyl Dodecanol (protetor universal) 12,0 Óleo de gérmen de trigo vitam.(A+D3) 5,0 Éster glicérico de vitamina F 3,0 Misturar 1ª fase Glicerina bi-destilada 5,0 Água 58,0 100,0

23)

Creme vitaminado (água em óleo) Emulsionante (água em óleo) 30,0 Óleo vegetal 10,0 Grandelato R de vitamina E 5,0 Éster glicérico de vitamina F 5,0 Misturar 1ª fase Glicerina Bi destilada 5,0 Água 58,0 100,0

Creme vitamdinado com extrato de placenta (óleo em água) 24)

Mono e diglicéridos dos ácidos palmítico e esteárico 15,0 Álc. ceto-estearílico a l1 mol. óxido de etileno 3,0 Octyl Dodecanol (protetor universal) 10,0

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Óleo mineral (viscoso) 3,0 Óleo de gérmen de trigo 2,0 Placenta líquida lipossolúvel 3,0 Misturar 1ª fase Água 64,0 100,0

Creme não vitaminado com extrato de placenta (água em óleo) 25)

Emulsionante (água em óleo) 30,0 Decyl oleato (protetor gorduroso universal) 7,0 Cera de abelhas (clara) 2,0 Óleo vegetal 6,0 Placenta líquida lipossolúvel 2,0 Misturar 1ª fase Água 53,0 100,0

Creme regenerador (óleo em água) 26)

Mono e diglicéridos de ácidos graxos superiores+ estearato de potássio 12,0 Álcool ceto estearílico a l12 mol. de óxido de etileno 1,0 Octyl Dodecanol (protetor universal) 10,0 Miristato de issopropilo 6,0 Óleo vitamínico 4,0 Placenta líquida lipossolúvel 3,0 Misturar 1ª fase Glicerina bi-destilada 5,0 Água 59,0 100,0

Creme para a cutis com colágeno (óleo em água) 27)

Mono e diglicéridos dos ácidos palmítico e esteárico 16,0

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Álcool ceto-estearílico a 20 mol. de óxido de etileno 3,0 Octyl Dodecanol (protetor universal) 10,0 Misturar 1ª fase 1,2 propilenoglicol 5,0 Água 61,0 Misturar 2ª fase Colágeno 5,0 100,0 Aquecer 1ª e 2ª fases a 80ºC, misturar bem, esfriar a 35ºC e adicionar colágeno batendo intensamente.

creme contra rugas secas (água em óleo) 28)

emulsionante a 30%(água em óleo) 25,0 Decyl oleato (protetor gorduroso universal) 16,0 Éster de um ácido graxo ramificado com álcoois graxos saturados (protetor efeito hidrófobo) 5,0 Vaselina branca 35,0 Cera de abelhas (branca) 10,0 Óleo de gérmen de trigo 3,0 Óleo de gérmen de trigo vitam.(A+D3) 4,0 Extrapon*VC 1,0 Óleo portador de pró-vitamina A 1,0 100,0

Creme com glicerina (óleo em água,gel)

29) Álcool ceto estearílico a 30 mol. de óxido de etileno 13,0 Azeite solúvel em água 20,0 Óleo mineral viscoso 5,0 Misturar 1ª fase Glicerina bi-destilada 20,0 Água 42,0 100,0

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Fundir o material gorduroso em banho-maria a exatamente 95ºC; aquecer a água e a glicerina também a 95ºC, misturar as fases agitando lentamente, esfriar até 60ºC ainda batendo, adicionar o perfume desejado e deixar esfriar completamente sem parar de bater, evitando, porém a aeração (formação de bolsas de ar).É importante obedecer as temperaturas indicadas. O gel é conseqüência direta destas condições operacionais.

Preparados de proteção solar: 30)

Mono e diglicéridos dos ácidos palmítico e esteárico 16,0 Álcool ceto estearílico a 12 mol. de óxido de etileno 3,0 Octyl dodecanol(protetor universal) 10,0 Triglicérido de ácidos caprínico e caprilico 5,0 Óleo portador de pró-vitamina A 3,0 Parsol* MCX 2,0 Misturar 1ª fase Eusolex* 161 (filtro ultravioleta hidrossolúvel) 2,0 Água 59,0 100,0

31) Emulsionante (água em óleo) 30,0 Decyl oleato (protetor gorduroso universal) 15,0 PARSOL* MCX 3,0 Misturar primeira fase Água 52,0 100,0

32)

Emulsionante (água em óleo, tipo brando) 8,0 Novata* Ab (triglicérido) 4,0

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Decyl oleato (protetor gorduroso universal) 8,0 Óleo vegetal 8,0 Vaselina branca 10,0 Parsol* MCX 3,0 Misturar 1ª fase Glicerina bi-destilada 3,0 Magnesiosulfato–7-hidrato (estabilizante) 0,3 Água 55,7 100,0

Desodorante (creme) 33)

Mono e diglicéridos dos ácidos palmítico e esteárico 18,0 Álcool ceto estearílico a 12 mol. de óxido de etileno 1,5 Álcool ceto estearílico a 20 mol. de óxido de etileno 1,5 Decyl oleato 15,0 Bactericida (hexaclorofeno, ex.) 0,5 Misturar 1ª fase Água 63,5 100,0

Transparente em forma de gel: 34)

Álcool ceto estearílico a 30 mol. de óxido de etileno 14,0 Azeite solúvel em água (tensoativos e um álcool) 20,0 Octyl dodecanol (protetor universal) 5,0 Bactericida (nipagin*) 0,5 Misturar 1ª fase Água 60,5 100,0

* Marca registrada

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Fundir 1ª fase em banho-maria a 95ºC, aquecer a água também a 95ºC, misturar com agitação lenta colocando a água aos poucos, esfriar batendo até 60ºC, adicionar então o perfume desejado, continuar agitando até esfriar completamente, cuidando para não aerar (formar bolsas de ar). Observar criteriosamente as temperaturas indicadas, o gel é conseqüência direta destas condições.

Receituário de produtos possíveis de serem feitos domesticamente (produtos de cozinha). RECEITAS DOMÉSTICAS DE DOMOSANITÁRIOS NOTA IMPORTANTE: ESTE PEQUENO RECEITUÁRIO É EMPÍRICO E, DE FORMA NENHUMA, IMPLICA EM RESPONSABILIDADE DO AUTOR QUANTO DE SUA CONFECÇÃO PELOS INTERESSADOS NAS RECEITAS. Formulação p/ fabricação caseira de sabão de coco a frio: INGREDIENTES: Gordura de coco......................1 kg Soda Cáustica (38°Bé)...............0,5 kg Sal de cozinha (23°Bé)..............1 lt Álcool...............................80 ml (Se este item for eliminado, a durabilidade e a qualidade compensam o aumento do custo)

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Fórmula rápida Gordura de coco.......................1 kg Soda cáustica.(lix.38°Bé)...........0,5 kg Sal de cozinha (23°Bé)..............1 lt (também pode ser eliminado) Amido de milho (Maizena)...........0,20 kg (Torna o produto mais suave) Bé = Graus Baumé (confere-se com o areômetro de Baumé, a 25° C)

Na prática é possível conseguir-se uma razoável aproximação destes valores procedendo-se da seguinte forma: Com uma balança confiável Para a soda:

Pesa-se com a maior precisão possível 450 gramas de soda cáustica comercial de ótima qualidade (muitas marcas deste produto são ineficientes), coloca-se em um recipiente graduado até um litro (desses de medir farinha, arroz, óleo, água, etc..), lentamente sobre as escamas da soda deve-se ir colocando água em jato fino (através do bico de um bule de café por exemplo), exatamente em um litro parar de colocar água, se for medido pelo areômetro, o valor que se encontra será muito próximo de 38°Bé. Para o sal:

Da mesma forma que se procedeu para a soda, pesa-se 210 g de sal de cozinha de boa qualidade (refinado é mais fácil, mas sal grosso é o mais comum), colocar no

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recipiente graduado (medidor plástico de cozinha), completar com água até um litro de solução, bater com uma colher até não ser notado mais nenhum sinal de sal sólido na solução, separar e preparar outra dose para completar os dois litros da receita. Obedecer rigorosamente as medidas, ou o produto não sairá perfeito!!

Fazer o sabão agora, é uma verdadeira brincadeira, em uma bacia plástica derrama-se o óleo de coco levemente aquecido (mais ou menos 50° C no máximo, temperatura agradável ao tato), mistura-se o álcool, pega-se o recipiente com soda e mistura-se com a solução de sal e, muito lentamente vai se misturando ao óleo batendo sempre sem parar e com muito cuidado para não espirrar. Quando se notar que a massa está consistente como um “pudim” e já oferece resistência à colher que mexe a mistura, está na hora de envasar nas fôrmas (de plástico ou madeira, evitar vidro e nunca usar alumínio) e deixar curar até o fim, o ideal será acomodar as fôrmas em lugar que mantenha o calor como uma “estufa”, num forno desligado por exemplo e está pronto o sabão, basta esperar algumas horas ou mesmo de um dia para outro e com certeza não se comprará mais os produtos que anunciam no mercado, pois que este fica muito melhor. (No verão fica pronto em 1 dia, no inverno em 2 ou 3) “Rende mais”.

Na segunda fórmula, basta misturar primeiro o amido na gordura sem deixar fazer grumos, em seguida mistura-se a soda

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na solução de sal e lentamente na gordura com amido sem parar de bater. (aconselha-se reduzir a fórmula toda à metade e bater no liqüidificador até a consistência de um mingau bem espesso) (Este sabão fica pronto em poucas horas, “mais ou menos 5 hs.”) “Rende menos porém, dura muito mais”. (Se eliminar a solução de sal, não bater no liqüidificador). NOTAS IMPORTANTES Nunca se deve fazer este material perto de crianças. Usar o fogo estritamente para aquecer a gordura levemente. Nunca, em nenhuma hipótese, deixe aquecer demais a gordura e coloque a soda, pois vai espirrar violentamente, produzir sérias queimaduras e corrosão grave pela soda sobre a pele. Usar luvas de látex ou similar para trabalhar. Muito cuidado com os olhos, é aconselhável o uso de óculos. Se sobrar soda, deixe longe de crianças ou animais domésticos. Nunca utilizar panelas ou objetos de alumínio neste trabalho. Nunca trabalhar com o álcool perto de fogo aceso.

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SABÃO LÍQÜIDO DE GORDURA DE COCO - IDEAL P/ ROUPAS DELICADAS EM MÁQUINA DE LAVAR ROUPAS OU LAVAR LOUÇAS NA PIA. INGREDIENTES: Gordura de coco...................1.000 gr Lixívia potásica à 50° Bé...........470 gr Água filtrada (morna).............2.500 gr Perfume (essência)...................40 gr Álcool comum de farmácia.............80 ml Sumo de limão.....................20 gotas Preparação da lixívia:

Em um recipiente graduado, coloca-se exatamente 760 gr. de potassa cáustica (compra-se em casas de produtos químicos), completa-se um litro com água filtrada, mistura-se com muito cuidado e deixa-se descansar (esta mistura provoca calor, “exotermia”). Separa-se desta solução os 470 gramas que deverão ser misturados à gordura. Procedimento:

Coloca-se a gordura previamente aquecida (calor suficiente para suportar ao tato 50° C aproximadamente), numa vasilha plástica, mistura-se inicialmente o álcool mexendo bastante (nunca fazer isso perto de fogo aceso), muito lentamente, acrescenta-se a lixívia já separada, batendo sem parar, quando formar um mingau bem espesso coloca-se muito devagar a água morna e o perfume (sua preferência) continuando a bater por mais alguns minutos, ao notar que a mistura é estável

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(não separa) pare e deixe descansar, coloque as 20 gotas de limão (só 20 gotas) depois envase em frascos e use quando quiser.

É mais fácil já misturar a solução de potassa à água que se vai acrescer ao produto, se quiser uma reação mais rápida reduza-a à metade e bata tudo em um liquidificador até esta apresentar consistência de um mingau ralo (pouco espesso), se quiser acrescente mais um pouco de água tornando-o mais fraco.

É também, um ótimo produto para

lavagem de louças na pia e é muito delicado para as mãos (não resseca). Pode ser usado com ou sem perfume.

Se quiser um perfume natural e muito agradável, bastante comum na cozinha, descasca-se dois limões grandes um ou dois dias antes de fazer o sabão e deixa-se a casca de molho nos 80 mililitros de álcool que serão usados na fórmula.

Se preferir, faça o mesmo com 12

cravos da Índia, ou até mesmo casca de limão e cravos da Índia juntos. Para a soda:

Pesa-se com a maior precisão possível 450 gramas de soda cáustica comercial de ótima qualidade (muitas marcas deste produto são ineficientes), coloca-se em um recipiente graduado até um litro (desses de medir farinha, arroz, óleo, água,

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etc..), lentamente sobre as escamas da soda deve-se ir colocando água em jato fino (através do bico de um bule de café por exemplo), exatamente em um litro parar de colocar água, se for medido pelo areômetro, o valor que se encontra será muito próximo de 38°Bé. OS CUIDADOS DE FABRICAÇÃO SÃO OS MESMOS DO SABÃO DE COCO.

As receitas que se seguem obedecem ao mesmo procedimento para serem misturadas e acabadas como produto para uso. Sabão de óleo de soja em pasta: P/ lavar louças 50 ml de álcool 900 g de óleo de soja 170 g de potassa cáustica em escamas 200 ml de água filtrada Não colocar sal – Bater no liquidificador Sabão de sebo (ou óleo de soja) em barra: 50 ml de álcool 1000 g de sebo (de açougue) ou óleo de soja 140 g de soda cáustica em escamas 140 ml de água filtrada 100 g de amido de milho (maizena) acrescentar ao óleo e bater bem, antes de tudo. Não colocar sal – Bater no liquidificador

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Amaciante de roupas

Dissolver 40 g de composto quaternário de amôneo em 1 litro de água quente e perfumar a gosto. Sabonete transparente ou (de glicerina) Sebo bovino (ou porco) de boa qualidade 1000 g Lixívia (NaOH 38°Bé) 320 g Álcool neutro 600 ml

Com o sebo quente misturar o álcool, mexer muito bem, aí, aos poucos, misture a soda. Quando notar que formou-se o sabão acrescente perfume de seu gosto, máximo 1,5% do peso total, coloque nas formas e só retire no dia seguinte. (Use tubo de PVC e corte em fatias, ficarão todas com formato redondo, faça uma embalagem bonita). SABÃO EM PÓ DE FABRICAÇÃO DOMÉSTICA Gordura vegetal hidrogenada ou não...500 g Amido de milho.......................300 g Soda cáustica em escamas..............75 g Água.................................90 ml Silicato de sódio....................100 g Carbonato de sódio...................150 g

Misturar a água na soda, bater bem, acrescentar o silicato na solução obtida e mexer até ficar homogêneo, separar. Aquecer a gordura e misturar o amido, bater bem ou colocar no liquidificador, depositar em uma vasilha plástica de boa resistência ao calor, misturar a solução de soda à gordura nesta vasilha, bater

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bem, em seguida jogue o pó de carbonato e não pare de bater.

Para reagir um pouco mais rápido é possível colocar por três minutos no microondas regulado no máximo, tirar e continuar batendo por mais ou menos uma hora, quando começar engrossar deixe descansar por 20 minutos, em seguida de uma revirada bem enérgica na massa e deixe descansar novamente, no dia seguinte estará pronto para quebrar e formar pó.

Este produto pode ser fabricado com sebo animal ou óleo de soja de cozinha, apenas se deve ter mais paciência para bater pois a reação é bem mais lenta. USO GERAL

Sabão de sebo (ou óleo de soja) em barra:

50 ml de álcool 1000 g de sebo (de açougue) ou óleo de soja misturado com 250 gr de gordura hidrogenada. 140 g de soda cáustica em escamas 140 ml de água filtrada Bater no liquidificador

A soda deverá estar previamente em

solução na água obedecendo ao seguinte procedimento:

Coloque num recipiente (vidro ou

plástico) a soda em escamas (140 g), lentamente e, em fino jato, derrame sobre

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ela a água (140 ml), estando em lugar seguro para não derramar ou espirrar, mexa lentamente com uma colher de sopa. Não usar potassa cáustica KOH.

CUIDADO..! ESSA MISTURA PRODUZ CALOR

ATÉ A FERVURA EXPONTANEAMENTE.

IMPORTANTE – NÃO COLOCAR EM CONTATO COM PANELA OU OBJETO DE ALUMÍNIO.

Depois de fria ou morna a solução,

levar o óleo ao liquidificador previamente misturado com o álcool (50 ml), ligar em baixa velocidade e, muito lentamente (muito mesmo), derrame a solução cáustica no copo sem parar de bater. Quando o liquidificador começar a fazer força além do normal na primeira velocidade aumente a rotação com a tampa no lugar. Quando o liquido engrossar bem estará pronto, podendo ser adicionadas umas gotinhas de perfume (que, em outra oportunidade, se ensinará a fazer em casa).

CUIDADO COM OS OLHOS (RESPINGOS) E NÃO

DEIXAR O COPO COM ÁLCOOL PERTO DO LIQUIDIFICADOR, O FAISCAMENTO DO MOTOR PODE INCENDIÁ-LO!

Envasar em potes de “margarina” pequenos para desenformar após vinte e quatro horas ou em uma bandeja plástica ou de vidro para cortar com a faca.

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Sabão de óleo de soja em pasta: P/ lavar louças 50 ml de álcool 900 g de óleo de soja 170 g de potassa cáustica em escamas 200 ml de água filtrada Não colocar sal – Bater no liquidificador

A potassa deverá estar previamente em solução na água obedecendo ao seguinte procedimento:

Coloque num recipiente (vidro ou

plástico) a potassa em escamas (170 g), lentamente e, em fino jato, derrame sobre ela a água (200 ml), estando em lugar seguro para não derramar ou espirrar, mexa lentamente com uma colher de sopa. Não usar soda cáustica NaOH

CUIDADO..! ESSA MISTURA PRODUZ CALOR

ATÉ A FERVURA EXPONTANEAMENTE.

IMPORTANTE – NÃO COLOCAR EM CONTATO COM PANELA OU OBJETO DE ALUMÍNIO.

Depois de fria ou morna a solução,

levar o óleo ao liquidificador previamente misturado com o álcool (50 ml), ligar em baixa velocidade e, muito lentamente (muito mesmo), derrame a solução cáustica no copo sem parar de bater. Quando o liquidificador começar a fazer força além do normal na primeira velocidade aumente a rotação com a tampa no lugar. Quando o liquido engrossar bem estará pronto,

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podendo ser adicionadas umas gotinhas de perfume (que, em outra oportunidade, se ensinará a fazer em casa).

CUIDADO COM OS OLHOS (RESPINGOS) E NÃO

DEIXAR O COPO COM ÁLCOOL PERTO DO LIQUIDIFICADOR, O FAISCAMENTO DO MOTOR PODE INCENDIÁ-LO!

Envasar em potes de “margarina” para

uso geral após vinte e quatro horas.

Sabonete cremoso de óleo de soja com creme de leite e clara de ovos p/ pele seca e quebradiça

SABONETE DE SOJA E CREME DE LEITE COM CLARA DE OVOS

HIDRATANTE NATURAL PARA TRATAMENTO DE

PELE INGREDIENTES: óleo de soja....................900 ml potassa cáustica (escamas)......160 gr Álcool comum.....................80 ml Creme de leite..................150 gr Perfume (dispensável)............10 ml Água filtrada...................200 ml A clara de um ovo fresco

A potassa deverá estar previamente em

solução na água obedecendo ao seguinte procedimento:

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Coloque num recipiente (vidro ou plástico) a potassa em escamas (160g), lentamente e, em fino jato, derrame sobre ela a água (200 ml), estando em lugar seguro para não derramar ou espirrar, mexa lentamente com uma colher de sopa. Não usar soda cáustica NaOH

CUIDADO..! ESSA MISTURA PRODUZ CALOR

ATÉ A FERVURA EXPONTANEAMENTE.

IMPORTANTE – NÃO COLOCAR EM CONTATO COM PANELA OU OBJETO DE ALUMÍNIO.

Depois de fria ou morna a solução,

levar o óleo ao liquidificador previamente misturado com o álcool (80 ml), ligar em baixa velocidade e, muito lentamente (muito mesmo), derrame a solução cáustica no copo sem parar de bater. Quando o liquidificador começar a fazer força além do normal na primeira velocidade aumente a rotação com a tampa no lugar. Quando o liquido engrossar bem estará pronto, podendo ser adicionadas umas gotinhas de perfume (que, em outra oportunidade, se ensinará a fazer em casa).

Depois de pronto o creme (3 horas),

misturar com uma colher inoxidável o creme de leite frio e a clara do ovo; obs. Não aumente a quantidade dos ingredientes, pois a pele ficará oleosa .

CUIDADO COM OS OLHOS (RESPINGOS) E NÃO

DEIXAR O COPO COM ÁLCOOL PERTO DO LIQUIDIFICADOR, O FAISCAMENTO DO MOTOR PODE INCENDIÁ-LO!

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Marcus Siviero – Sabão, Sabonetes & Cia -

F. Fax. (0xx) 11- 4712 – 8364 – C.Postal 1621 – CEP 18.134 – 970 202

Envasar em potes para uso geral logo em seguida, usar 24 horas depois.

Sabonete cremoso de óleo de soja e mel: P/ lavar cabelos

SABONETE DE COCO OU SOJA E MEL HIDRATANTE NATURAL PARA TRATAMENTO DE CABELOS E PELE INGREDIENTES: Óleo de coco ou de soja.........900 ml potassa cáustica (escamas)......180 gr p/ coco ou 160 gr p/ soja Álcool comum.....................80 ml Mel de ótima procedência........100 gr Perfume (dispensável)............10 ml Cera de Carnaúba se desejar brilho.3gr (só 3g)

A potassa deverá estar previamente em

solução na água obedecendo ao seguinte procedimento: Não usar soda cáustica NaOH

Coloque num recipiente (vidro ou

plástico) a potassa em escamas (180g ou 160g), lentamente e, em fino jato, derrame sobre ela a água (200 ml), estando em lugar seguro para não derramar ou espirrar, mexa lentamente com uma colher de sopa.

CUIDADO..! ESSA MISTURA PRODUZ CALOR

ATÉ A FERVURA EXPONTANEAMENTE.

IMPORTANTE – NÃO COLOCAR EM CONTATO COM PANELA OU OBJETO DE ALUMÍNIO.

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Depois de fria ou morna a solução,

levar o óleo ao liquidificador previamente misturado com o álcool (80 ml), ligar em baixa velocidade e, muito lentamente (muito mesmo), derrame a solução cáustica no copo sem parar de bater. Quando o liquidificador começar a fazer força além do normal na primeira velocidade aumente a rotação com a tampa no lugar. Quando o liquido engrossar bem estará pronto, podendo ser adicionadas umas gotinhas de perfume (que, em outra oportunidade, se ensinará a fazer em casa).

Depois de pronto o creme (3 horas),

misturar com uma colher inoxidável o mel frio e a carnaúba derretida; obs. Não aumente a quantidade de carnaúba, os cabelos ficarão “duros” como com laquê.

CUIDADO COM OS OLHOS (RESPINGOS) E NÃO

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RECEITA PARA LAVAR E MANTER CONSTANTEMENTE LIMPA A ALMA.

Esteja sempre rodeado de amigos, distribua toneladas de sorrisos francos, se tem algum inimigo, até esqueça-o se não for capaz de perdoá-lo, mas nunca o odeie, pois você é quem se consumirá pelo ódio.

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Faça, gratuitamente pelo próximo, o bem que de graça recebera, saiba que o conhecimento cresce na exata medida que se o distribui, este se multiplica ao ser dividido, soma ao ser entregue, falta ao ser negado e machuca se for corrompido.

Os sucessos que conquistamos no curto período de uma vida, são somente a somatória de todos os erros cometidos em busca de um objetivo maior.

Só a comunicação é a fonte do saber.

Matéria-prima; - fornecedores onde encontrá-los

As matérias-primas mencionadas neste trabalho são facilmente localizadas em listas telefônicas classificadas ou mesmo na internet, para tanto, basta consultá-las em; – produtos químicos fabricantes e distribuidores, óleos vegetais, gordura animal, abatedouros, máquinas e equipamentos, etc..

Os produtos de difícil acesso didático ou literário poderão ser encontrados para consulta em suas respectivas farmacopéias.

Para conhecimento de maior

profundidade a respeito de determinados materiais, as empresas produtoras, em sua grande maioria, possuem departamentos técnicos e literatura própria especializada.