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A História Secreta das Catástrofes na Antiguidade O Síndrome de Noé A História de Noé e da Arca é a récita primordial da salvação: a Busca original do Santo Graal (a construção da Arca) e a Grande Obra Alquímica. O Dilúvio e outras conotações; o escurecer do Sol, representando o Deus moribundo sacrificado para expiar os pecados da humanidade. Neste sentido, a Arca é o símbolo do Casamento Sagrado Cósmico, onde a chave da passagem para o reino “do rei do passado e futuro” – o Rei Artur/Arca dos Pastores da Arcádia. Actualmente a religião cristã (e os seus movimentos New Age) é o principal movimento propondo vários cenários para o Fim do Mundo, que nós estamos familiarizados. Todavia estes não parecem terem conta que o ponto capital que Jesus ligou o dito Fim do Mundo à história de Noé, confirmando assim o ponto de vista do “Mileneralismo Primitivo”. No Livro de Mateus, Capítulo 24, versículos 37 e 38: “E como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do filho do Homem. Porque, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.” Na história de Noé, a qual Jesus, ligou directamente ao “Final dos Tempos”, um homem era um sábio profético e ele agiu segundo esta revelação duma forma positiva o que permitiu que ele salvasse a sua família e a ele mesmo.

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A História Secreta das Catástrofes na Antiguidade

O Síndrome de Noé A História de Noé e da Arca é a récita primordial da salvação: a Busca original do Santo Graal (a construção da Arca) e a Grande Obra Alquímica. O Dilúvio e outras conotações; o escurecer do Sol, representando o Deus moribundo sacrificado para expiar os pecados da humanidade. Neste sentido, a Arca é o símbolo do Casamento Sagrado Cósmico, onde a chave da passagem para o reino – “do rei do passado e futuro” – o Rei Artur/Arca dos Pastores da Arcádia. Actualmente a religião cristã (e os seus movimentos New Age) é o principal movimento propondo vários cenários para o Fim do Mundo, que nós estamos familiarizados. Todavia estes não parecem terem conta que o ponto capital que Jesus ligou o dito Fim do Mundo à história de Noé, confirmando assim o ponto de vista do “Mileneralismo Primitivo”. No Livro de Mateus, Capítulo 24, versículos 37 e 38: “E como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do filho do Homem. Porque, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.” Na história de Noé, a qual Jesus, ligou directamente ao “Final dos Tempos”, um homem era um sábio profético e ele agiu segundo esta revelação duma forma positiva o que permitiu que ele salvasse a sua família e a ele mesmo.

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Representação medieval da Arca de Noé

O mais importante na história de Noé é que não Há fim do mundo no sentido físico onde a Terra deixa de existir. E Noé não transitou para se tornar um “ser de luz” por causa do Dilúvio. Ele construiu a Arca e sobreviveu ao Dilúvio, para emergir num mundo diferente. Aqui é um final de um Tempo, no sentido que o mundo, antes do Dilúvio, era diferente do que se tornou depois do Dilúvio. A Terra continuou a existir, e Noé e a sua família metafórica (há aparentemente um certo número de Noés sobre todo o mundo) saíram da Arca e se encontraram num mundo completamente diferente, que a aparição de um arco-íris é notado aqui pela primeira vez, a título de prova desta mudança extrema, fundamental da realidade. Cuidadosamente analisada, a história de Noé é cheia de ensinamentos. Esta récita não nos diz que uma força sobrenatural preparou um lugar para Noé; pelo contrário, Noé foi aconselhado a cumprir certas tarefas destinadas a assegurar a sua sobrevivência, sua e da sua família e de alguns animais. Temos algum meio de saber se estamos actualmente naquilo que se chama “Final dos Tempos ?” Naturalmente é impossível de o dizer com uma certeza absoluta, todavia, nós temos aquilo que chamo “Síndrome de Noé” para nos guiar.

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Um “síndrome” é uma constelação de sinais e de sintomas que considerados, no seu conjunto, caracterizam ou indicam uma situação particular. “Como era nos tempos de Noé” pode ser interpretado de várias formas. O que significa este indício ? No Capítulo 6 do Génesis, nós ligamos o primeiro “sintoma”: «Quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a Terra, e lhes nasceram filhas, os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram belas, e escolheram esposas entre elas.» Aqui está sem qualquer dúvida uma declaração forte e cheia de sentido ! Houve especulações sobre a identidade destes “Filhos de Deus” ou “Nefilim”. Mas antes de tratamos deste assunto, examinamos a primeira parte, curiosa, desta declaração que faz alusão a uma multiplicação de homens “sobre a superfície da Terra” como se tal se tratasse dum factor singularmente importante. “Como nos tempos de Noé” parece sugerir que houve um enorme aumento da população. Seria possível que um certo número de população – como sugere nesta nota – teria uma espécie de “massa crítica” que despoletou uma interacção com estes “Filhos de Deus” ? “Havia gigantes sobre a Terra naqueles tempos e também antes quando os Filhos de Deus viveram com as filhas dos homens e que elas deram a luz os seus filhos. Eram os homens potentes dos tempos antigos, dos homens de renome.” Em numerosos mitos e lendas, é a descendência destas uniões que traz a destruição sobre a Terra. Por uma parte, nós podemos supor que é um comentário sobre a miscigenação de duas raças: “portais orgânicos” e humanos providos de uma alma; mas parece que a miscigenação de raças coloca um problema específico: a manipulação de indivíduos de uma grande potência criadora pela utilização de portais orgânicos. Nos nossos dias parece haver uma verdadeira invasão de visitantes “extraterrestres” disfarçados de “aliens”. Isto é repetido nas antigas lendas como sendo uma invasão pelas “almas dos defuntos”. Há um curioso “interesse sexual” para a humanidade da parte destes visitantes, quem vai de acordo com os excessos sexuais da humanidade no seu todo. Será que as duas coisas estão ligadas ? E isto nos leva ao segundo sintoma “O Senhor viu que a malvadez do homem era muito grande sobre a Terra, e que toda a imaginação e intenção do pensamento humano não é mais do que malícia.”

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A passagem revela mais tarde sobre estas afirmações: “A Terra era depravada e pútrida aos olhos de Deus, e o território está cheio de violência (dessacralização, ultrajes, agressões e desejo ávido de poder). E Deus olhou o mundo e viu como degenerado, adulterado e viciado se tornou; como toda a humanidade corrompeu as suas maneiras sobre a Terra e perdeu a sua verdadeira via”

A Bíblia fala frequentemente de gigantes na superfície da Terra

como David contra Golias

Eis as palavras severas. Elas se aplicam a nós nos dias de hoje ? Fulcanelli escreveu: “Previamente por causa da multiplicidade dos conhecimentos científicos, o Homem não consegue viver mais do que à força de energia e de resistência, num ambiente de actividade trepidante, febril e doentia. Criou a máquina que multiplicou por cem os seus meios e a sua potência, mas se tornou o escravo e a vítima […]

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Por outro lado, o que sabe dele mesmo, digamos que da sua origem, da sua essência e do seu destino ? […] Entregue as suas paixões, aos seus desejos e suas fobias, o horizonte das suas esperanças recua definitivamente. Este é o caminho tomado para o abismo. […] Enfim, nós não aprendemos nada ao dizer que a maior parte das descobertas, orientadas à partida para o aumento do bem-estar humano, são rapidamente destronadas do seu objectivo e especialmente aplicadas à destruição. Os instrumentos de paz se transformam em instrumentos de guerra e se conhece bem o papel preponderante que a ciência desempenha nas conflagrações modernas. Tal é então o objectivo final, é o fim da investigação científica; e tal é a também a razão para qual o Homem a persegue nesta intenção criminal, apelando pela justiça divina e se vendo necessariamente condenado por ela.” Mas Noé encontrou a graça aos olhos de Deus. Ele era indubitavelmente aquele que era considerado como “doente” por aqueles que o rodeavam. Ele não estava adaptado, era anormalmente um homem de discernimento e circunspecto num tempo e num lugar onde tudo que era considerado bom para a humanidade tinha sido corrompido, pervertido, baralhado e deformado ao ponto de ficar irreconhecível. Mas Noé “encontrou a graça aos olhos do Senhor”.

Nos textos bíblicos quem são estes irredutíveis Nefilins que

seduzem as filhas dos homens ?

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Na epístola de S. Paulo aos Hebreus, nós lemos: “Possuído pela fé, Noé foi advertido por Deus a propósito de eventos dos quais não havia ainda qualquer sinal de aviso, o teve em conta e diligentemente e com respeito empreendeu a construção da Arca para a salvação da sua própria família. Isto fez que Ele julgasse e condenasse a descrença do mundo, e se tornou herdeiro e possuidor da integridade”. Eis aqui um indício interessante: ser advertido por Deus a propósito de um evento que do qual não há ainda nenhum sinal a avisar. Mas isto não vai de encontro do que dizem muitas seitas que predizem “o Final dos Tempos” e descobrem de cada vez que as suas profecias não valiam nada ? É certo que a récita já nos deu indícios que devem ser descobertos por Noé. Mas a história nos diz também que Noé fora advertido por Deus. É este verdadeiramente o caso ? Ou Noé baseou a sua avaliação sobre uma outra coisa ? Relembremos a nossa citação anterior “havia gigantes sobre a Terra naqueles tempos e também antes quando os filhos de Deus viveram com as filhas dos homens e que elas lhes deram filhos. Estes eram os homens poderosos dos tempos antigos, os homens de renome”. Por outra parte podemos pensar que estes gigantes eram literalmente homens muito grandes; mas se tomarmos em conta as palavras que se seguem: “homens poderosos, homens de renome”, isto poderá significar que estes homens eram “gigantes” também pelos seus actos. Visto que esta passagem descreve em resumo os grandes e os opressores de uma época, nós supomos que este sintoma do síndrome que se deve em primeiro lugar a guerras, actos condenáveis, actos inqualificáveis cometidos por políticos “gigantes” que foram os responsáveis directamente pela situação que reinou neste período. O facto faz que este pequeno parêntesis faça parte da história de Noé, que sugere que estas são as observações feitas pelo mesmo Noé das condições do planeta em termos específicos que lhe dão a ideia que qualquer coisa se está a preparar e que seria o tempo para ele “construir uma arca”. Se consideramos a nossa ideia de um síndrome noutra perspectiva, agir em resposta a um desastre iminente poderá parecer como uma forma de aberração mental, um síndrome que não afecta toda a humanidade, mas define em termos muito específicos o “Noé dos Eleitos” e os “Eleitos” que estão destinados a ver o Final dos Tempos como o Começo de uma nova ordem. E como no tempo de Noé, aqueles que não chegaram a convergência de consciência e reagiram desertando e ridicularizando.

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Ao curso desta busca, o espírito aberto encontra naturalmente numerosas anomalias inexplicáveis em termos de ciência de história padrão, linear. A questão se coloca mais cedo ou mais tarde para se se saber se estas coisas são evidências de uma antiga civilização avançada que tenha desaparecido. E uma vez esta questão colocada, a questão seguinte é: como ela desapareceu e se este fenómeno se poderá repetir ? A Atlântida. É esta a ilha misteriosa que Platão deixou a descrição enigmática, nunca existiu ? Uma questão difícil de ser respondida dada a existência fraca de meios disponíveis para a ciência para penetrar nos segredos dos abismos. Todavia, algumas observações parecem virem apoiar os defensores da existência da Atlântida. “A fé na veracidade das obras de Platão descobre sobre a realidade de agitações periódicas como o Dilúvio Mosaico (de facto é estranho que Fulcanelli designa a destruição da Atlântida por “o Dilúvio Mosaico”. Ou bem que ele faz referência ao Livro do Génesis tal como fosse escrito por Moisés, ou então ele dá um indício) permanente, nós o dizemos que o símbolo escrito e o protótipo sagrado àqueles que não acreditaram que aqueles em que os sacerdotes confiaram a Sólon, nós queremos apenas pedir para nos explicar porque o mestre de Aristóteles quis revelar uma ficção assaz sinistra.

O Dilúvio da época de Noé terá alguma relação com a destruição da

Atlântida relatada por Platão ?

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Sem sombra de dúvida acreditamos que Platão propagou verdades muito antigas, e que por consequência, as suas obras contêm um conjunto de, um corpo de conhecimentos escondidos. Como o seu Número Geométrico ou a sua Caverna que têm a sua significação própria; porque ele não fez o mesmo com o mito da Atlântida ? A Atlântida deveria de ter sido submetida ao mesmo destino que as outras, e a catástrofe que a engoliu encaixam manifestamente na mesma que 48 séculos mais tarde sepultou sobre uma grande profundidade de água o Egipto, o Saara e os países do norte de África; mas com mais sorte que o país dos Atlantes, o Egipto beneficiou de uma elevação do fundo marinho e viu a luz do da após um período de imersão. Quanto a Argélia e a Tunísia com os seus lagos secos e cobertos por uma espessa camada de sal, quanto ao Saara e ao Egipto, onde o solo é constituído na sua grande maioria por areia marinha; estas regiões subiram mais do que as águas que as invadiram e recuperaram vastas extensões do continente africano. As colunas de alguns templos egípcios carregam traços inalienáveis de imersão; nas câmaras hipostilas, as lousas que subsistem mostram que os alicerces foram elevados e deslocados por causa de movimentos oscilantes das ondas; o desaparecimento da cobertura exterior das pirâmides e em geral das juntas de pedra (dos Colossos de Mêmnon que chilreiam), os traços evidentes sobre a esfinge de Gizé, assim como sobre numerosas obras aparentadas a estatuaria egípcia que não tem outra origem.” O que nos diz Platão da Atlântida Um dos temas recorrentes de Fulcanelli é que são os “antigos Gregos” e não os Egípcios que estão na origem da ciência hermética. Um dos fios condutores da série Noah Syndrome é aquele dos “Antigos Gregos” e da sua verdadeira identidade real. Fulcanelli nos aconselha em ter “fé na veracidade das obras de Platão”, o que equivale a nos encorajar a crer na “realidade das agitações periódicas, cujo Dilúvio Mosaico permanece o símbolo escrito e o protótipo sagrado”. O Timeu e o Crítias, escritos por Platão nos meados de 360 a.C. são os únicos testemunhos que mencionam explicitamente a Atlântida.

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Os diálogos são conversas entre Sócrates, Hermócrates, Timeu e Crítias. Aparentemente em resposta a um discurso de Sócrates a propósito das sociedades ideais, Timeu e Crítias se colocam de acordo para distrair Sócrates com uma récita “que não é uma ficção mas sim uma história real.” A história conta que um conflito entre os antigos Atenienses e os Atlantes, 9 mil anos antes da época de Platão. Os conhecimentos dos tempos antigos, aparentemente foram esquecidos pelos Atenienses do tempo de Platão, e a forma do relato da Atlântida na versão que é dada por Platão segue a ideia que este relato foi transmitido a Sólon por sacerdotes egípcios. Sólon transmitiu o relato a Drópidas, bisavô de Crítias e Crítias o recebeu do seu avô também chamado Crítias, filho de Drópidas. Examinemos com cuidado a parte principal da história e omitimos a introdução que descreve a viagem de Sólon e os seus mexericos com os sacerdotes egípcios. “Sobre isto, um dos sacerdotes, que era muito idoso, disse: Oh Sólon, Sólon, vós os Helenos não são mais do que crianças e não existe nenhum homem entre vocês. Sólon exijo-lhes em retorno que é isto que ele queria dizer. Eu quero dizer que dizer, responde ele, que em espírito vós sois todos jovens; sem nenhuma opinião antiga lhes foi transmitida, nem nenhuma ciência branqueada pela idade. E eu vou-te dizer porquê. Houve e haverá sempre grandes destruições da humanidade provocadas por numerosas e diversas causas: as maiores foram provocadas pela água e pelo fogo, outras menos graves por uma infinidade de causas.

Representação da mítica ilha da Atlântida sobre a célebre carta de

Mercator

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E há um relato que vós mesmos conservastes, e segundo a qual, outrora Faetonte, filho de Hélios, pegou nas rédeas do carro do seu pai e como não foi capaz de o levar pelo caminho seguido no trajecto do seu pai, queimou tudo sobre a Terra e ele mesmo foi fulminado por um raio. Agora na forma de um mito, mas isto significa em realidade uma declinação dos corpos que se movem no céu a volta da Terra, e uma grande conflagração de coisas sobre a Terra, que se reproduzem com longos intervalos entre elas; nestas épocas, aqueles que vivem sobre as montanhas, nos lugares mais elevados e secos são mais susceptíveis de serem destruídos do que aqueles habitam perto de rios ou a beira-mar. E esta calamidade o Nilo, nos traz e nos conserva, aquele que é nosso salvador, que nunca nos desiludiu. Quando por outra parte, os deuses purgam a Terra com um dilúvio de água, os sobreviventes do teu país são os guardiões do gado e daqueles que vivem nas montanhas; mas aqueles que como tu, vivem nas cidades, são levados pelos rios para o mar. Tanto que neste país, nem agora nem em momento nenhum, a água flui para os campos, visto que ela tem sempre a tendência para vir de baixo e se elevar; é por esta razão que as tradições preservadas aqui são as mais antigas. O facto é que, por toda a parte onde o frio é extremo no Inverno ou o Verão é extremo, não impede que a humanidade exista; as vezes em grande número, outras vezes em menor número. E tu que se pode produzir que exista no teu país ou no nosso, ou noutra qualquer região não importa a qual e quando somos informados, se há acções nobres ou marcantes, elas estão todas escritas por nós há muito tempo e foram conservadas nos nossos templos” Observemos o facto que as provas actuais sugerem que não há uma prova exacta que o Egipto nunca foi inundado, nem que conheceu um pico pluvioso. Isto nos pode questionar se esta récita provém mesmo da boca de um verdadeiro sacerdote egípcio, plenamente conhecedor dos antigos cataclismos. Se é o caso, ele deve ter o conhecimento do período de fortes chuvas e de um mar pouco profundo no Egipto, por causa do qual a Esfinge e outros monumentos se encontram erodidos e que se depositou uma camada de sala no interior das pirâmides e de outros monumentos.

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É por isto que sugerimos que nos reconciliamos com esta dificuldade, não porque a récita seja falsa (já que Fulcanelli nos aconselha em ter fé nos contos atribuídos a Platão), mas porque o narrador não tem consciência de certas ideias especificamente em relação com o Egipto e que o diálogo foi metido na boca de um sacerdote egípcio a fim de o conservar num contexto de “mania pelo Egipto” da época. Se pode mesmo pensar que se trata de uma “cegueira” deliberada. «Então que logo que tu e as outras nações começaram a conhecer as letras e outras condições requeridas por uma vida civilizada, depois do intervalo habitual, a torrente dos céus, como uma peste, se abate sobre a Terra, não deixa sobre aqueles nem letras, nem educação; é por isso que é preciso sem cessar recomeçar, vós que não conheceis nada do que se passou nos tempos antigos, nem na nossa casa, nem na vossa casa. Quanto as vossas genealogias, como tu, Sólon, tu vens de nós fazer parte, elas não valem mais do que histórias para crianças. E para começar, vós não vos lembreis de um único dilúvio. Mas sim que houve vários outros antes deste; e tu não sabes quanto tempo viveu no teu país a mais bela e mais nobre raça de homens que pôde jamais existir, e que tu mesmo e toda a tua cidade descende de um pequeno núcleo onde algumas dezenas dentre dos que sobreviveram. E estes, não conheces, isto por que houve numerosas gerações, os sobreviventes desta destruição não deixaram escritos depois da sua morte. E como houve um tempo onde houve o maior de todos os dilúvios onde está onde é a cidade que é agora Atenas, foi a primeira na guerra e que foi a melhor governada de todas as cidades e se diz que nela aconteceram os actos mais nobres e que tinha a mais equilibrada de todas, que segundo fala a tradição, abaixo dos céus.»

Representação da Atlântida

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Interrompemos uma nova vez, este diálogo, para fazer notar que é pouco provável que um sacerdote egípcio tenha declarado que os Atenienses eram “a mais bela e nobre raça de homens” ou que eles “tiveram a mais nobre acções” e que tiveram “a mais equilibrada das construções … sob os céus”. Um outro indício dado é que não é o Egipto a fonte das informações. “Sólon estava maravilhado por estas palavras e pediu solenemente aos sacerdotes que o instruíssem exactamente e na ordem sobre o assunto dos cidadãos dos tempos passados. É com prazer que te falaremos, Sólon, disse o sacerdote, tanto para tua edificação como para a edificação da tua cidade, e sobretudo por consideração pela deusa que é patrona, mãe e educadora comum as nossas duas cidades. Ela fundou a tua cidade mil anos antes da nossa e recebeu de Gaia e de Hefesto a semente da tua raça, e de seguida fundou a nossa, cuja construção está inscrita nos nossos registos sagrados como tendo 8 mil anos de antiguidade.” Mais uma vez o sacerdote egípcio, todavia, dá uma maior antiguidade aos gregos do que aos egípcios, um outro indício para que o leitor compreenda que não se trata de uma récita egípcia ! Mas isto não significa que a maior parte não esteja correcta nas grandes linhas, mesmo se as palavras fossem metidas na boca de um sacerdote egípcio num objectivo de “ocultação”. Em verdade, o culto de Ísis, a deusa, é a manifestamente a mais antiga forma de culto no Egipto. Mas tudo isto acabou com a conquista por parte de Narmer: a construção do templo de Hefesto, a relegação da deusa e o abandono do calendário lunar, instituição do culto solar e a instauração do calendário de 365 dias. “No que concerne aos teus concidadãos que existem há 9 mil anos, eu te instruirei brevemente das suas leis e das suas acções mais célebres; quanto aos detalhes disto tudo, nós os percorremos mais tarde a nossa vontade, nos próprios registos sagrados. Se tu comparares estas mesmas leis com as nossas, tu verás que bastantes das nossas leis são a contraparte das vossas, tais como elas eram nos tempos antigos.” Nós vemos naturalmente aqui que há antiguidade nas ligações e comunicações ente os verdadeiros “antigos Egípcios” e os povos do norte. Georges Gurdjieff fez um dia notar que o cristianismo vem do Egipto, uma afirmação que pode sugerir que estava de acordo com a escola Pan-Egípcia. Mas não, se tratou de explicar que o cristianismo não provém do Egipto Histórico, mas sim de um Egipto bem mas antigo do qual não existe traço.

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“Logo de início, há a casta dos sacerdotes que é separada de todas as outras; a seguir há a casta dos técnicos que se ocupam das suas próprias artes e que não se misturam com os outros; também há a classe dos pastores e dos caçadores, bem como a classe dos agricultores; e tu observarás como também os guerreiros são, no Egipto, uma classe à parte de todas as outras classes, e a lei lhes exige que não devem querer mais do que objectivos militares; por outro lado as armas que eles possuem são os escudos e as lanças, estilo de equipamento que a deusa nos transmitiu a partir dos Asiáticos, tudo como na tua parte do mundo onde isto foi transmitido de início a vós.” A nota que o bom funcionamento da sociedade “foi ensinado antes aos Asiáticos” é das mais interessantes; a referência aos “Asiáticos” neste contexto e da parte de um “sacerdote egípcio” historicamente, é extremamente contestável, porque nas numerosas inscrições egípcias dos tempos históricos, os Asiáticos são qualificados sempre como “bárbaros”. Todavia, é verdade que nos tempos históricos, os Egípcios emprestaram aos Asiáticos os seus equipamentos militares e as suas estratégia, mas isto teve lugar bem mais tarde do que vem na récita que o precede não o deixa supor. O debate não está ainda encerrado: Quem eram estes “bárbaros asiáticos ?” ; mas parece que poder-se-ia tratar dos Hititas, dos Hicsos e de outras tribos indo-europeias vindas das estepes em várias vagas. “Em seguida no que concerne a sabedoria, tu observaste como as nossas leis, onde logo a partida, se estudou a ordem das coisas, se compreendendo a profecia e a medicina que dá a saúde, tirando destes elementos divinos o que é necessário a vida humana e a estes se juntam todos os tipos de conhecimentos da mesma ordem ? Toda esta ordem e arranjo, a deusa vos deixou partilhado, assim que ela estabeleceu a vossa cidade, e ela mesma escolheu onde vós nascestes, porque ela viu que o carácter feliz das estações do ano produziria os homens que são os mais sábios. Isto é porque a deusa, que amava tanto a guerra como a sabedoria, escolheu e povoou em primeiro lugar, este sítio que era o mais propício a produzir homens que lhe seriam semelhantes. E é lá que vos estais instalados, tendo leis e outras coisas ainda melhores, e ultrapassastes a humanidade em toda a virtude, e vos tornastes nas crianças e nos discípulos dos deuses.»

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Este muito estranho “sacerdote egípcio” disse e redisse coisas que vão em todo o facto em contradição com o ponto de vista egípcio segundo o qual, eles mesmos são “a mais antiga e mais nobre raça”. Nas palavras que o precedem, ele disse que a deusa deu de início aos Gregos todas as leis sobre a saúde e as coisas necessárias a preservação e ao prolongamento da vida. Os Gregos foram ditos como sendo “os mais sábios dos homens” e aqueles “que são mais parecidos com a deusa” ela mesma. E de novo que eles “ultrapassaram toda a humanidade em virtudes”, isto provavelmente, nenhum sacerdote egípcio teria dito, então é isto que iremos descobrir sem sobre de dúvida que é verdadeiro.

Os antigos Gregos bateram os guerreiros Atlantes numa batalha

todavia esquecida ?

“Numerosas grandes e maravilhosas acções acompanhadas pelo teu país foram escritas nas nossas récitas. Mas uma de entre elas ultrapassa todas as outras em grandeza e em bravura. Por que estas récitas foram sendo de uma força poderosa, que sem ter sido provocada, organizou uma expedição contra toda a Europa e Ásia, e onde na qual a tua cidade encontrou o fim.

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Esta força vinha do Oceano Atlântico, naqueles tempos o Atlântico era navegável, e tinha uma ilha situada em frente do estreito que vós chamais Colunas de Hércules; esta ilha era maior que a Líbia e a Ásia juntas, a qual permitiria aceder a outras ilhas, e a partir delas era possível passar todo o continente que de face encontrava o verdadeiro oceano. Por que este mar está delimitado pelas Colunas de Hércules, não é mais do que uma porta, sendo sabido que a sua entrada é estreita, mas o outro é um verdadeiro mar e a terra que o rodeia pode ser chamada verdadeiramente um continente sem limites. É facto que que sobre esta ilha da Atlântida havia um grande e maravilhoso império que tinha mão em toda a ilha e sobre outras mais, assim como em outras partes do continente; por outro lado os homens da Atlântida submeteram as regiões da Líbia que são limitadas pelas Colunas de Hércules, até ao Egipto e as regiões da Europa até a Tirrenia. Este imenso poder reunido num único império se esforçou uma vez para submeter o nosso país e o teve como toda a região no interior do estreito; e então Sólon, o teu país brilhou sobre toda a humanidade pela excelência do seu mérito e da sua força. Ele se mostrou inultrapassável em coragem e habilidade militar se tornou chefe dos Helenos. A tua cidade era duma coragem sem igual e quando os outros se afastaram dela, obrigados a fazer face sozinhos aos mais extremos perigos, ela desafiou os invasores e triunfou, preservou a escravatura naqueles que ainda não se submeteram e libertará generosamente todo o resto de entre nós que vivem nos limites das Colunas de Hércules.” De TUDO que este “sacerdote egípcio” diz o que o precede é o mas surpreendente e mais significativo. De novo ele atribui a proeminência aos Gregos: eles tiveram os actos mais heróicos de todos os tempos, se diz que eles desafiaram o Império Atlante ! E que este ponto que se sabe todo simplesmente ignorado por aqueles que são apaixonados pela Atlântida ! A Atlântida era o “maldito Império dos Borgs” original ! E mais nesta passagem o indício dado, é que a civilização egípcia antiga – a construção de pirâmides e de outras obras de arquitectura monumental sobre as quais está baseada a imensa moda actual para o Egipto pretendia ser atribuído a Atlântida, esta parte da civilização egípcia que é tão admirada nos nossos dias pela massa de egiptófilos – foi muito provavelmente uma tentativa maldosa de reconstrução do Império da Atlântida !

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“Mas em seguida se produziram violentos terramotos e inundações; e num único dia e numa única noite de desgraça todos os guerreiros foram engolidos em massa pela terra e a Ilha de Atlântida desapareceu nas profundezas do mar. É por esta razão que o mar nestas regiões não é navegável: há um banco de areia causado pelo afundamento da ilha. Eu te contarei brevemente: Oh Sócrates, o que Crítias escutava na sua velhice de Sólon e que nos haveria de contar. E logo que aqui tu nos falaste da tua cidade e dos seus cidadãos, a récita que te repito me vem do espírito e eu a lembrei no meu grande entendimento por qualquer misteriosa coincidência; tu concordarás em praticamente em todos os detalhes da narrativa de Sólon; mas eu não te quero falar deles; porque passou muito tempo e estou demasiadamente esquecido; pensei que teria de início colocar esta narrativa na minha memória e te falarei dela em seguida.”

Pode-se confiar nos escritos de Platão que concernam a Atlântida ?

Nós aqui encontramos outro indício interessante; Crítias vem dizer que Sócrates discutiu coisas que são as mesmas contidas nesta récita e que tudo Sócrates disse lhe disse no dia precedente “concordava praticamente com todos os detalhes com a narração de Sólon”. Aparentemente, esta história foi transmitida pelo intermediário por uma outra via de transmissão.

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“E eu já acedi imediatamente ao teu pedido ontem, considerando que neste género de caso a maior dificuldade é encontrar uma récita que corresponda as nossas intenções, e que uma tal récita seria bem apropriada. É porque, como te disse Hermócrates, ao reentrando na casa, eu imediatamente fiz parte desta récita, de tal forma que me lembrei dos meus companheiros; e depois que eu os deixei, reflectindo na noite eu me lembrei de praticamente tudo. Na verdade, como se diz sabendo, que as lições da nossa infância se mantêm maravilhosamente gravadas na nossa memória; por que eu não sou capaz de me lembrar do discurso de ontem, mas eu ficaria muito admirado de o ter esquecido é o que entendi há muito tempo. Neste tempo lá eu escutei com um interesse pueril, a récita do velho homem: ele tinha muita vontade de ma contar e eu pedi e voltei a pedir que ele repetisse as suas palavras de forma que elas ficassem gravadas no meu espírito de forma de indelével, como o ferro em brasa. Desde que o dia começou no amanhecer, eu rememorei as palavras tal como elas me foram ditas, e as redisse aos meus companheiros no caso de eles terem algum comentário a fazer a mim ou a juntar a récita. E agora Sócrates, para acabar com o meu prefácio, estou pronto para te fazer a récita toda por inteiro. Eu te não darei apenas os títulos dos capítulos bem como os detalhes que me foram comunicados. A cidade e os cidadãos que tu me descreveste em ficção, nós agora os iremos transferir para o mundo real. Será questão da antiga cidade de Atenas e nós supuséramos que os cidadãos que tu imaginaste são nossos verdadeiros antepassados cujo sacerdote falou: eles se harmonizavam perfeitamente e que não haveria nenhuma irracionalidade ao dizer que os cidadãos da República são estes antigos atenienses. Nós dividiremos ao assunto entre nós, segundo as nossas capacidades para executar graciosamente a tarefa que tu nos impuseste. Considerado em seguida, Sócrates, se esta récita corresponde ao que tu esperarias ou se nós deveríamos antes procurar uma outra.” (Platão, Timeu) E nós compreendemos finalmente o que nos diz o segredo da Atlântida: que ela não provém realmente de um sacerdote egípcio, mas que esta récita foi criada para “executar a tarefa que tu [Sócrates] nos impuseste,” e que era envolvida pela ficção de qualquer coisa que era verdade.

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É isto que significa que eles a “fabricaram” ? Certamente que não. Isto significa que tentaram encontrar para esta récita um veículo que assegurasse a sua conservação. Nós concluímos que é de facto de todo possível que esta récita não foi feita a Sólon por um sacerdote egípcio, mas que foi atribuída a um sacerdote egípcio porque naquela época, todo o mundo estava convencido da antiguidade dos egípcios. Tinham já presente então esta inclinação por causa das pirâmides e de outros monumentos. Catástrofes Cíclicas Dos nossos dias, as causas para uma catástrofe cósmica são geralmente atribuídas pelos “pesquisadores alternativos” e por portadores de sabedoria esotérica, a uma mudança dos polos. A mudança dos polos foi descrita como “desastre último” por John White no seu livro criteriosamente intitulado “The Polar Shift”. O facto é que os polos magnéticos da Terra se deslocaram várias vezes e tal já é aceite pelos cientistas. Mas isto não diz nada em relação ao assunto de uma possível inversão do planeta propriamente dita. Isto apenas significa que há inversões do campo magnético da Terra; nós sabemos que o Sol inverte o seu campo magnético regular e ciclicamente sem efeito cataclísmicos evidentes. Então uma simples mudança no pólo magnético não pode corresponder a ideia de uma “inversão de polos” física e literal. Ao fim das contas, o problema principal destas teorias é aquele do “mecanismo de iniciação”. Mas o que mete a máquina em movimento ? A teoria que actualmente é a mais popular é aquela que foi apresentada por Zechariah Sitchin que estudou os mitos dos sumérios, para concluir que eles se referem a um planeta massivo invisível e que, também que todas as récitas mencionam um ciclo de 3600 anos. Para ter a ideia de um “evento iniciador”, é importante que nós incluirmos os dados que já dispomos, a fim de ver se uma mudança de polos está no domínio do possível, e se sim, se este evento é gradual, uniforme, ou bem que ele é súbito e cataclísmico ? Os cientistas aceitam presentemente a ideia de um “ciclo de extinção”. Mas até há pouco eles se esforçavam para se convencerem se longe no passado ou no futuro se este ciclo não poderia afectar a nossa civilização actual.

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Muito recentemente, todavia, cautelosas alusões e tímidos indícios começaram a fazer a sua aparição na consciência do público, um pouco como se tocasse em água com a ponta dos dedos. Mas o debate está animado; em geral, os defensores do “ciclo de extinção” aproximam o assunto do ponto de vista da colecta e apresentação de dados. Os adversários da ideia, quanto a estes, aproximam o assunto ao refutarem os dados disponíveis; segundo eles, os dados e as provas são “inexactos” ou “mal compreendidos”. Eles também têm a tendência de se embalarem e seguirem a personalidade daqueles que apresentam os dados. Não obstante a tudo isto, cada vez mais e mais factos, dados e informações podem ser confirmados e verem a luz do dia.

As catástrofes cíclicas que destruíram civilizações ao longo das

eras têm sem sombra de dúvida uma origem espacial, cometas e outros asteróides vêm chocar com o nosso planeta

Durante os anos 60 do século XX, os russos admitiram a hipótese que poderia haver no nosso sistema solar, não apenas um, mas três corpos planetários além de Plutão. As anomalias no movimento orbital de Neptuno e Urano convenceram muitos dos nossos cientistas que há fortes probabilidades para que uma espécie de um grande corpo existe para além de Plutão e exerce uma forte atracção gravitacional sobre os planetas que se encontram no exterior.

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Nós estamos de acordo com Sitchin para dizer que se há um ciclo definido; uma das explicações mais lógicas é que este ciclo depende de um corpo de aparência planetária que aparece regularmente e de forma previsível. Mas nós dizemos que este corpo não está no interior do sistema solar. “Se o corpo existe e reaparece ciclicamente, porquê que a ciência não sabe nada sobre ele ?” Questiona o leitor céptico. O problema do ciclo deste “suposto retorno” é da maior importância. Nós nos encontramos perante a ideia que o mundo será submetido em breve a grandes alterações geológicas e meteorológicas, sendo que ele não será nada. Se consideramos a possibilidade que isto poderá acontecer, e se nós nos interessamos nos destinatários humanos, então nos incumbe procurar se há ou não uma correlação entre as mudanças geológicas cíclicas do passado e do futuro sobre a Terra, e qual poderá ser este ciclo. Por outro lado, há provas científicas irrefutáveis que o nosso planeta sofreu num passado relativamente recentes cataclismos geológicos: os resultados das análises dos núcleos de gelo e dos anéis de crescimento das árvores.

Platão escreveu que a inversão periódica da rotação do mundo é o

final de uma era e o começo de outra

O eixo da Terra é inclinado actualmente em 23,5 graus. Os primeiros filósofos viam esta inclinação como uma “condição de irregularidade”, e não como algo fixo desde do começo. Anaxágoras de Clazómenas escreveu: “No começo, as estrelas se moviam nos céus como numa cúpula giratória, de forma que o pólo celeste é sempre visível se encontrando na vertical, mas em seguida o pólo tomou uma posição inclinada”. Hesíodo fala da condição cíclica do tempo na sua obra “Os Trabalhos e Os Dias”.

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Ele disse que a raça humana conheceu cinco idades: a Idade do Ouro, a Idade da Prata, a Idade Heróica e a Idade do Ferro. A Idade Heróica é vista por muitos sábios um anexo a um plano anterior, e destinado a fazer parte da história da Grécia. Durante a primeira destas idades, a humanidade viveu sobre o reino de Cronos (ou Saturno), estava em bons termos com os deuses e não era submetida ao duro trabalho, nem ao sofrimento e nem a velhice. Platão escreveu que a inversão periódica da rotação do mundo (e sem dúvida que ele queria falar da “máquina cósmica” inteira, além de apenas o planeta) seria o fim de uma idade e o começo de outra. Ele nos conta que todos os relatos de mudanças no nascer e pôr-do-sol e nos planetas têm a sua origem num único evento sucedido na história cósmica: a usurpação do poder de Cronos por Zeus. “Logo que Deus era pastor, não havia constituições políticas, não tomavam mulheres, e não se geravam crianças; porque todos os homens retomavam a vida da terra sem se lembrarem dos eventos anteriores. No lugar disto eles tinham frutos em abundância, árvores e arbustos; estes não deveriam de ser cultivados e surgiam espontaneamente do solo sem intervenção humana. A maior parte de entre eles se satisfazia ao viver ao ar livre sem ter necessidade de roupas, nem de camas; porque as estações do ano se fundiam uma na outra de forma que ninguém sofria nada, e a erva que brota da terra era um colchão macio.” (Platão, A Política). Mas esta idade termina, os deuses metem fim ao seu reino de bem-estar, e deixaram o governo do mundo a outra coisa “qualquer”. Platão descreve o fim desta idade como uma Mudança dos Polos: “Os deuses das províncias, que tinham reinado sob o domínio do maior deus, souberam imediatamente que se estava a caminho de se produzir um lamento do abandono das suas regiões. Um frenesim passou através do mundo na inversão da sua rotação, sucedido entre o antigo controlo e o novo impulso que fez o começo do fim e o fim do começo. Este choque que coloca em acção um grande abalo que provocará – nesta crise do mundo como na precedente – a destruição das criaturas vivas de todas as espécies. Então depois do período necessário para se restabelecer, houve um alívio pelo menos nos clamores e na confusão, e regressa a calma após a grande mudança, o mundo regressa ao seu percurso ordenado e o prossegue, tendo o controlo e o governo de si mesmo e de tudo que contém”.

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Heródoto parece recorrer a mesma fonte que Platão quando ele reporta: “É assim que num período de onze mil trezentos e quarenta anos, é dito que não havia nenhum deus com forma humana nem antes deste tempo, nem mesmo depois de entre os reis restantes que houve, não há nenhuma relato mencionando uma tal coisa que teria acontecido. Neste tempo, eles disseram que o Sol moveu-se 4 vezes do lugar onde nascia, e que lá onde ele se põe habitualmente duas vezes aí nasceu e no lugar onde ele nasce no presente se pôs duas vezes; e neste entre tempo nada no Egipto mudou no seu estado normal, nada que vem da terra, nada que vem do rio nem nada do que concerne as doenças ou mortes”

Heródoto disse explicitamente que qualquer coisa se produziu

em baixo do sistema solar e que os resultados são cataclismos.

Tanto Heródoto como Platão disseram explicitamente que o fenómeno é de duas naturezas, que qualquer coisa se produz em baixo do Sistema Solar e os resultados sobre a Terra são cataclísmicos. Heródoto diz que ele se produz 4 vezes num período de 11 mil e 500 anos, e Platão diz que é sempre um fenómeno recorrente. As interpretações modernas destas passagens se dividem geralmente em dois grupos: os catastrofistas e os defensores da uniformidade.

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Os catastrofistas sugerem que a descrição que concerne uma alteração terrestre literalmente de 180 graus. Os defensores da uniformidade preferem falar do termo “eras ou idades do mundo” seguindo a “precessão do Zodíaco”. O princípio da uniformidade No seu livro “Principia Mathematica”, Isaac Newton demonstrou que a precessão dos equinócios é devida a forma oblato-esférica da Terra e que por este facto a sua rotação não é um movimento perfeitamente alinhado. Enfim, ele descreveu um círculo muito gradual por relação ao eixo celeste, e segundo Newton o período necessário para completar este círculo é de 26 mil anos. Isto significa que não apenas que o Sol vai nascendo num lugar ligeiramente diferente, mas que o eixo terrestre aponta para uma zona diferente do céu a medida que o tempo passa. Acontece que globalmente, a zona dos céus para a qual aponta o pólo terrestre não contém uma abundância de estrelas visíveis e como tal não permite que se tenha permanentemente uma estrela polar. Não que ocasionalmente, quando há verdadeiramente uma, e mesmo assim ela nunca está de facto “no alinhamento”. Há 12 ml anos, durante o período segundo o qual numerosos ocultistas dizem que uma das estrelas da constelação Dragão, Thuban, era a Estrela Polar, esta estrela era de facto menos polar do que o é agora, se nós termos em conta o decréscimo do ângulo do eixo da Terra. Isto supondo que as observações actuais podem ser extrapoladas para tempos passados. A maioria das especulações de ocultistas e médiuns ligam a mudança dos polos ao Dilúvio de Noé ou a destruição da Atlântida, a civilização tão célebre. Mas o ponto de vista dos defensores da mudança progressiva (uniforme) é igualmente bem representada na literatura ocultista. Sampson Arnold Mackey, um sapateiro de Norwich, Reino Unido, formulou uma grande teoria sobre as idades ou eras do mundo, baseada na sua maioria na teoria de De Louville que fala numa diminuição progressiva do ângulo do eixo da Terra em relação ao plano da elíptica, mas que incorpora também ideias sobre a precessão dos equinócios.

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E é aqui que nós encontramos pela primeira vez que encontramos exprimido pela primeira vez a ideia que a precessão por si mesma é importante, tal como fosse um relógio que conta as horas das eras ou idades do mundo. Mackey supôs que este ciclo processional é de 25 mil anos, aceitou igualmente a diminuição gradual da orientação axial como sendo de um grau todos os seis mil anos. Ele supôs (sobre que base, não sabemos) que em cada fim de ciclo completo o ângulo do eixo da Terra diminui 4 graus. Então serão precisos 4 ciclos precessionais antes de chegarmos a “Idade do Ouro”, época na qual o eixo terrestre estava alinhado com o eixo celeste. Quatro eixos precessionais correspondem a 150 mil anos a partir de agora. Certos que vão alegrar o coração de todo o cientista que rejeita toda a catástrofe num passado distante ou num impossível futuro. Helena Blavatsky adoptou certas ideias de Mackey durante a sua breve contribuição para uma “sociedade secreta” chamada Fraternidade Hermética de Luxor, que ensinou a doutrina de Mackey num ensaio intitulado “The Hermetic Key” escrito por Thomas H. Burgoyne, secretário desta ordem. Todavia, a Fraternidade Hermética de Luxor, aos poucos “ajustou” as ideias de Mackey de forma a adaptá-las aos seus próprios modelo. Eles fizeram passar os 4 graus, para 3’36’’os graus de mudança por ciclo de maneira que que um ciclo completo corresponde a cem percursos. Eles fizeram passar igualmente o ciclo precessional de 25 mil para 25 920 anos assim se aproximando do número original dado por Newton. Mackey acreditou que tinha descoberto, na astrologia a chave da mitologia universal. Todo o seu processo se baseou sobre certas interpretações mitológicas e a Fraternidade Hermética de Luxor pretendeu que ele fosse seu membro, mas bem certo que depois da sua morte. Isto parecia ser prática comum em muitas sociedades secretas: elas procuram se alinhar sobre certas ideias ou pessoas por uma ou outra razão. O que fez esta adopção desta ideia sobre a precessão dos equinócios por parte da Fraternidade Hermética de Luxor, repetida em seguida pelos ocultistas Papus, Barlet, Guénon, Reuss, Kellner e Steiner; o que permitiu assegurar que ela se tornaria uma filosofia fundamental para grupos tais como o Ordo Templi Orientis, a Sociedade Teosófica, a Golden Dawn, etc.

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A maioria das suas ideias são fundadas sobre a ideia de um relógio cósmico graduado, marcando a precessão e seguindo o movimento lento em espiral do pólo terrestre numa larga escala oscilante que inverte a direcção dos polos a cada dois milhões de anos aproximadamente. Um outro movimento do eixo da Terra é a oscilação de Chandler (Chandler Wobble). A oscilação de Chandler, descoberta pelo astrónomo S.C. Chandler em 1891, é uma variação do eixo terrestre em 0,7 segundos de arco sobre um período de 435 dias, é como dizer em cerca de 14 meses. Isto significa que os polos da Terra são balançados a medida que o planeta roda, e descrevem um círculo irregular de 15 – 20 metros de diâmetro. Há igualmente uma nutação, uma acumulação de sub-oscilações, cuja mais importante teve um período de 18,6 anos, e provém das variações da distância da Lua.

No seu Principia Mathematica, Isaac Newton, demonstrou que a precessão dos equinócios se deve a forma oblato-esférica

da Terra

Os cientistas estavam particularmente intrigados pela oscilação de Chandler, porque a sua causa continuava um mistério, bem que ela foi observada desde há um século. O seu período não é mais do cerca de 433 dias, ou apenas 1,2 anos; isto significa que lhe falta este lapso de tempo para completar uma oscilação.

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A amplitude da oscilação é de cerca de 6 metros no Pólo Norte, se calculou que a oscilação de Chandler leva apenas 68 anos se reduzindo ou mesmo desaparecendo, se uma certa força não a redinamiza constantemente. Mas qual é esta força ou qual o seu mecanismo de excitação ? Ao longo dos anos, um certo número de hipóteses foram pensadas: fenómenos atmosféricos, acumulação de água continental (variações nas camadas de neve, escoamento dos rios, nível dos lagos ou capacidade dos lagos artificiais), interacção entre o limite do núcleo terrestre e o manto mas próximo e os terramotos. O pesquisador Michael Mandeville desenvolveu fórmulas e analisou a oscilação de Chandler e sugeriu que ela está a caminho de fazer deslisar progressivamente o lugar dos polos a uma velocidade crescente. A sua conclusão é qualquer coisa de “avançada” nesta mudança, que pode ser uma interacção entre a Terra e o Sol e/ou a Lua. Qualquer que seja a origem deste impulso, parecerá que é o resultado de um aquecimento do interior da Terra e que amplifica a actividade do El Niño e que acelera a actividade sísmica. Catastrofismo Como nós lhe dissemos anteriormente, para se ter uma ideia do “detonador”, é importante fazer uma triagem os dados que nos podemos obter e decidir se uma alteração do pólo é gradual, uniforme ou se ela é súbita e cataclísmica. Existem numerosas descrições de cenários possíveis, mas nenhum de entre eles jamais foi dito na perspectiva de reais dados científicos, até que eu me debrucei nas ideias de Immanuel Velikovsky. John White consagrou uma vintena de páginas as ideias de Velikovsky e em geral ele não as utiliza para sustentar a mudança dos polos que teve lugar no passado e para sublinha que Velikovsky não fez nenhuma previsão sobre eventos futuros deste tipo. Nós podemos supor também que Velikovsky atacou um ponto extremamente sensível para ser caluniado a este ponto. A Polícia do Pensamento Científico se superou para o fazer desaparecer ! Velikovsky foi condenado porque ele negou a estabilidade das órbitas no sistema solar.

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Ao ler a aproximação ponto por ponto de Velikovsky quanto aos eventos do Êxodo presentes na Bíblia como sendo resultado da aproximação de um cometa Vénus, eu conclui que estes eventos eram reflexo, quase palavra por palavra, com aquelas que são descritas no Apocalipse Segundo S. João. O mais interessante é que o Apocalipse foi escrito bastante tempo antes do entusiasmo actual pelas profecias do Final dos Tempos. Este Livro do Apocalipse é o que poderemos dizer, o pai de todas as profecias do Final dos Tempos.

Velikovsky foi condenado principalmente porque ele negou a

estabilidade das órbitas no sistema solar

É verdade que numerosas pessoas reconheceram a evidência nos antigos mitos e lendas. Nós não somos os primeiros. Sitchin não foi o primeiro. E as teorias do encontro da Terra com um cometa não datam de todo de Velikowsky. Em 1882 Ignatius Donnelly, congressista norte-americano do Minnesota, e apaixonado da Atlântida, publicou um livro intitulado Ragnarök, no qual ele pensou que um cometa gigante teria passado muito perto da Terra em tempos recuados. O intenso calor proveniente do cometa teria ateado imensos incêndios que arderam por toda a superfície do globo. Ele acreditava que o cometa teria feito tombar sobre a Terra enormes aglomerados de poeira, provocou terramotos, terraplanou as montanhas e fez começar o período glacial.

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Ele explica mesmo pelo seu cometa, certos milagres contados na Bíblia, sugerem a paragem do movimento do Sol as ordens de Josué é provavelmente uma récita comemorando este evento. Os leitores de Donnelly se deliciaram com as suas descrições do “monstro cego e flamejante” no céu queimando o planeta a temperaturas jamais alcançadas anteriormente e destabilizando o solo por “golpes de trovoada mais forte que todas as trovoadas”. Podendo ter sido inspirado por Donnelly, Camille Flammarion escreveu em 1893 “O Fim do Mundo”, livro no qual conta a colisão fictícia da Terra com um cometa cinquenta vezes maior que a Terra. A prosa brilhante de Flammarion fez imediatamente sensação ! Desde milhares de anos, os comentas são ligados a desastres e desgraças. Eles são os arautos de pestes, sismos, inundações, catástrofes naturais e guerras. De facto a passagem de um cometa é frequentemente seguido de guerras que foram apelidadas de “Espadas do Céu”. A tradição tornou os cometas responsáveis de mortes e destruições, doenças e degenerações, derrotas e dissoluções, morte de reis e quedas de impérios.

Em 1882, Ignatius Donnelly, membro do Congresso dos

Estados Unidos, pensou que um cometa gigante passou muito perto da Terra em tempos recuados

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Se pode afirmar que mais nenhum fenómeno celeste é tão receado de forma tão larga e generalizada. Velikovsky estava convencido que este receio era fundamentado: haveria uma espécie de memória global subconsciente de colisões reais entre a Terra e outros corpos celestes, tão devastadoras que a terrível realidade foi “esquecida” pela consciência colectiva e que apenas subsiste uma “fobia dos cometas”. Em 1857, um astrólogo alemão anónimo previu que um cometa atingiria a Terra no dia 13 de Junho de 1857. A iminente catástrofe se transformou no assunto de conversa de toda a Europa. O astrónomo francês Jacques Babinet tentou assegurar as populações ao afirmar que a colisão entre a Terra e um cometa seria inofensiva. Ele o comparou ao impacto de “um comboio em entrar em contacto com uma mosca”. As suas palavras aparentemente tiveram pouco efeito. O correspondente da revista norte-americana “Harper’s Weekly” em Paris escreveu: “As mulheres abortaram, as colheitas foram negligenciadas; testamentos foram feitos; foram inventadas roupas “anti-cometa”; uma companhia de seguros de vida de cometas fora criada (prémios pagos adiantadamente…) tudo isto porque um criador de almanaques julgou por bem o escrever para a semana que começaria a 13 de Junho: dentro deste período se poderia esperar por um cometa”. Naturalmente, quando o dia nasce na alvorada do dia 14 de Junho, se pôde constatar que não haveria nenhum cometa. O facto é que uma “profecia” feita por um astrólogo aterrorizou milhões de pessoas, sem que ele tivesse a mínima evidência da presença de um cometa nas proximidades do planeta. E este cenário se produziu mais de que uma vez, e mesmo nos nossos dias, quando os membros da seita Heaven’s Gate se suicidaram em massa em resposta aos rumores e prognósticos que circulavam a propósito do cometa Hale – Bopp.

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Immanuel Velikovsky demonstrou de forma convincente que há massas de provas de natureza literária e científica que aconteceram grandes e catastróficas mudanças terrestres ao longo do segundo milénio antes da Era de Cristo, devidas a chuvas de cometas e a uma passagem próxima de Vénus. Ele deu a data de 1450 a.C., mas provas científicas mais recentes mostram que estes eventos aconteceram entre 1628 e 1600 a.C.. Há igualmente provas que tiveram lugar perturbações antes disto, em cerca de 5200 a.C., 8800 a.C. 12400 a.C., 16000 a.C., 19600 a.C., e por extensão lógica a todos os 3600 anos durante um período indefinido e desconhecido.

A Terra é submetida regularmente a impactos de chuvas de

cometas.

E mais, se o último “retorno” aconteceu em 1600 a.C., o seguinte já está atrasado. Os teóricos de Sitchin sobre o planeta Nibirou não tiveram em conta os numerosos relatos literários feitos pelos anciãos a propósito de grandes bombardeamentos de cometas. Velikovsky tentou justificar isto ao sugerir que um planeta Vénus – Cometa teria atrás de si uma “cauda” de calhaus. Parece que Velikovsky e os seus seguidores, assim como Sitchin e os seus seguidores, bem que reconheçam numerosas catástrofes a escala mundial, não reconheceram a verdadeira natureza destes eventos. Velikovsky emitiu a proposição que um planeta Vénus fora de órbita não seria mais do que um evento isolado e não um sintoma indicando um ciclo de longa duração.

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Sitchin está mais próximo da compreensão do ciclo, mas ele omitiu tomar em considerar todas as variáveis na sua solução. Por outro lado, depois de se agarrar a sua ideia que seria apenas a única solução, os seus esforços para ajustar os elementos mitológicos a esta hipótese se tornar quase tão absurdos como os esforços da ciência ortodoxa para os evitar ! A época fulcral, confirmada pela queda das culturas da Idade do Bronze tardia de civilizações no Médio Oriente e outros desastres relatados “de meados deste período”, parece ir de 1644 a.C. até 1628 a.C.. Os núcleos de gelo colectados para amostra mostram que as perturbações começaram em 1644 a.C. (inscritas em 1645 a.C.) e os anéis de crescimento das árvores mostram um pico importante em 1628 a.C., bem que todo o período por inteiro foi facto de perturbações. É aqui que é claro que isto que acontece com intervalos de 3600 anos, como provam as amostras de gelo, “isto” é capaz de provocar períodos prolongados de mudanças terrestres que ultrapassam o nível das mudanças geológicas e climatológicas vulgares e uniformes. Mas os testemunhos míticos e arqueológicos sugerem que tratou de chuvas de asteróides ou de cometas que apareceram quando era demasiadamente tarde. Atribuir toda a evidência das catástrofes cíclicas a um “princípio de uniformidade” segundo o qual se faz frio depois calor e depois frio e depois calor de novo….então que um ciclo que é tão evidente como absurdo. O atribuir a uma “explosão no centro de uma galáxia” é igualmente absurdo. Eu penso que, sobre base nas observações feitas pelos antigos, é que nós procuramos é uma chuva recorrente de cometas que roda a volta do Sistema Solar regularmente, sobre uma órbita de 3600 anos. Por outro lado, parece que este conjunto de cometas agrupados possa parecer uma serpente ardente cuja goela está cheia de dentes aguçados na noite do espaço. É por esta razão que nos textos das pirâmides lhe foi atribuído o nome de spdt, spdw e de spdiphw (com os dentes aguçados). É de facto uma visão aterradora !

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Nós revemos a questão: o que isto que “detona” estas chuvas e se elas começaram em interacção com algum agente exterior ? A partir de estudos científicos sobre a possibilidade do Sol ter uma companheira, de cometas que são empurrados para o sistema solar por uma estrela negra, uma “irmã mas nova” do nosso próprio Sol, que percorre uma órbita dimensionada, muito provavelmente, em milhões de anos. Se se tratar de uma estrela-companheira, a ciência actual demonstrou de forma claríssima que esta estrela deve ter um período muito longo, sem o qual nós a localizaríamos muito claramente nas perturbações orbitais de um certo tipo. De facto, o modelo informático que tem melhor em conta todas as dinâmicas, é aquela que de uma órbita de 27 milhões de anos. E este modelo nos coloca diante de um obstáculo considerável: o período de retornos da Estrela Sombra está relacionado com os períodos de desastres. Manifestamente, um corpo cuja órbita é de 27 milhões de anos não tem qualquer chance de ficar na memória, todavia, uma antiga ciência avançada pode ser capaz de o figurar, se podem lembrar, por exemplo deste evento que poderá então ter sido transmitido pelo intermédio de histórias e lendas fantásticos. Os trabalhos destes especialistas sugerem que a observação de outros sistemas binários vem em sequência do modelo de separação que eles nos deram. Estas estrelas que se vêem aos pares são “sistemas conectados fisicamente e que estas anãs castanhas são ardentes” mas que não são nucleares. E que mais é que elas sempre descansam fora do Sistema Solar, bem que se possa aperceber o quão longe estão de nós e que elas são capazes de interagir com o nosso Sol de formas espectaculares. Nós compreendemos que que não é este Sol gémeo que faz uma “aparição” a cada período de catástrofes, contudo a análise dos cometas periódicos que há longos intervalos, ele se precipita na nuvem de Oort como uma bola de bowling nas filas de pinos, enviando novos aglomerados transladarem em órbita periódica e visto que estes aglomerados seguem as leis da mecânica celeste, eles estabeleceram este período de 3600 anos. Esta ideia recebeu o apoio de certos estudos científicos, ao contrário do planeta Nibirou visitando o interior do Sistema Solar. Se nós nos debruçarmos sobre a mitologia da Mesopotâmia e do antigo Egipto, nós pudemos supor que estas récitas não fazem menção a um “décimo planeta”, mas sim a presença de uma companheira-sombra do Sol, uma estrela abortada classificada como “anã castanha”.

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Parece que também esta hipótese engloba todas as “sub-hipóteses” de numerosos pesquisadores que tentaram tratar dos diversos de problema e do passado da Terra. Sitchin sugeriu que um “décimo planeta” carambola através do Sistema Solar

Para Sitchin, a intervalos regulares, um décimo planeta desconhecido vem cruzar a órbita da Terra causando,

ocasionalmente destruições e dilúvios

A evidência científica não apoia a deia dum corpo celeste do tamanho que ele sugeriu entrando no sistema solar. Todavia, a ciência pode apoiar a ideia de um aglomerado de cometas espalhados no espaço, que regressa com intervalos de 3600 anos. Ao fim das contas, a perspectiva de uma mudança cataclísmica da Terra é praticamente igualmente nefasto tanto num caso como noutro. Sitchin, pensa que este décimo planeta é habitado pelos Announaki/Nefilim (ou nefilim). Ele pretende que eles sejam os nossos criadores e mestres, as suas ideias se incluem muito na forte evidência circunstanciada de uma presença de extraterrestres sobre este planeta. As ideias de Sitchin também pecam por outras razões que nós já mencionamos, bem que ele fez prova de inspiração no textos sumérios, quando afirma que eles se tratam de “intervenções extraterrestres”, e fazem alusão a retorno de qualquer coisa !

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Outros teóricos pensam que a Companheira-Sombra do Sol possua o seu próprio sistema planetário habitável, pátria dos “deuses” míticos do mundo antigo. Esta teoria de uma anã castanha possuir o seu próprio sistema solar, susceptível de atravessar a nuvem de Oort e a cintura de Kuiper e conservar intacto o seu mini-sistema planetário é manifestamente muito problemática. Tudo como Sitchin passa simplesmente ao lado dos problemas colocados por Nibirou que seria a origem da vida sobre a Terra, esquecendo-se que os processos evolucionistas postulados devem se poder aplicar aos dois corpos, o criador da teoria: “As estrelas negras têm planetas e viajam” não toma em consideração o problema fundamental colocado por uma tal ideia. Nós repetimos que os dois grandes temas do mito são a saudade da Idade do Ouro e o terror do mundo desaparecer numa catástrofe mundial. E estas duas ideias estão inextricavelmente ligadas. Nas récitas da Queda depois do Éden e do Dilúvio de Noé, se disse que os grandes corpos celestes perderam todo o seu controlo. É aqui que parece ser uma versão mais “pura” da história que é esta de Amlodhi (ou Hamlet) que faz parte da lenda islandesa. Ele que tem um moinho que permite que se “moa a paz e a abundância”. Mais tarde, num período de declínio, ele mói sal. Para acabar ele não mói mais do que rocha e areia, o que criou um potente turbilhão: o Maelström. Segundo Giorgio de Santillana e Hertha Von Dechende, este mito demonstra a presença de um processo astronómico: a precessão do zodíaco. Se trata do deslizamento do Sol de um signo do zodíaco para outro e segundo estes dois autores, ele determina as “Eras do Mundo”. Eles escreveram: “No presente é tempo de localizar a origem da imagem do Moinho, e também que a sua destruição suposta e o que a aparição do Turbilhão poderá bem significar.”

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Qualquer coisa no espaço atravessa ciclicamente a cintura de

Kupier, arrancando da sua órbita, asteróides que se dirigem então para a Terra

O ponto de partida é na Grécia. Cléomedes (+/- 150 d.C.), falando das latitudes setentrionais, declara (1,7): “Os céus lá em baixo rodam como a mó de um moinho” No Oriente, Al-Farghani retoma a mesma ideia e os seus colegas dão lhe detalhes. Eles nomeiam a estrela Kochab, Beta Ursa Menor como o “eixo da mó” e as estrelas da Ursa Menor: Faz al-rahha (o buraco do eixo) “porque elas representam, podemos dizer que o aro de um anel do eixo” no qual o eixo do moinho roda, tanto que o eixo do equador (o eixo polar) se encontra relativamente próximo da estrela Al-jadi…”. Estas são as palavras do cosmógrafo árabe al-Kazvni. Ideler: comenta: “Koth, o nome vulgar do pólo, designa de facto o eixo da mó superior, móvel que atravessa a mó inferior fixa, e é chamada de “ferragem do moinho”….

A Grande Pirâmide não está alinhada sobre a nossa Estrela Polar, mas sim sobre Alfa do Dragão, que ocupava esta posição no pólo

há 5 mil anos

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O Bhagavata Purana conta que o virtuoso príncipe Dhruva estava destinado a ser a Estrela do Pólo. A virtude do príncipe, que valeu a inquietude dos deuses, merecida de ser mencionada: ele se mantinha em pé sobre uma perna durante mais de um mês. Eis que foi anunciado: “As estrelas e as suas formas rodarão a volta de ti”. Petrónio fez dizer por Trimalquion em Satyricon (39): «Assim a esfera dos céus roda como uma mó e semeia sempre algum desagrado». A ideia que as mós dos deuses moem lentamente e o que resulta geralmente em sofrimento não é estranho aos anciãos.” As nove sinistras deusas que um dia “moeram a farinha de Amoldhi” e que transformaram no presente nesta “rocha estéril e hostil” além do limite do mundo, estão literalmente na casa de Mundlforei (ou Mundilfari, o pai do Sol), elas que rodam a manivela”. “A palavra ‘mundil’ … não é jamais adoptada, na antiga literatura nórdica, para qualificar ou a manivela ou a alavanca que faz rodar a mó móvel. Nós temos aqui um indício que se refere directamente a qualquer coisa que “faz rodar o moinho”. As “nove sinistras irmãs” que nós podemos identificar como a Enéade egípcia que se encontra na “manivela”. O caso está então estabelecido, mas aqui há uma ambiguidade que revela novas profundidades desta ideia. «Moendulle» vem do sânscrito «Manthati», segundo Rydberg: “isto significa balançar, torcer, perfurar… A sua aplicação se refere sempre a produção de fogo por fricção.” E aqui temos a ideia de um sistema estrelar binário orbitando em tandem. Uma “máquina” cósmica, o “trajecto helicoidal do Sol” como o descreveu Fulcanelli. Os autores de Hamlet’s Mill prosseguem os seus esforços ao dizendo: «A identidade do Moinho, nas suas numerosas versões, com os céus, é então universalmente compreendida e aceite.» Mas a partir de lá, parece que ninguém se inquietou com a segunda parte da história, na qual é feita menção igualmente das numerosas versões. Como e porquê se faz que esta mó, que no seu eixo está a Estrela Polar deve ser sempre ser despedaçada ou deslocada ? Logo que o espírito arcaico discerniu a rotação eterna, o que o fez pensar que a manivela poderia sair do seu sítio ? Qual a recordação de eventos catastróficos os quais foram criados por esta história de destruição ? Porquê Wainamoinen deve afirmar explicitamente que um novo moinho deve ser construído ? Porquê Dhruva teve que desempenhar o papel de Estrela Polar, e este por um ciclo determinado ?

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Porque esta récita não concerne de forma nenhuma a criação do mundo. A resposta evidente se encontra nos factos. A Estrela Polar não se desloca, e todos os milhares de anos, é necessário escolher uma nova estrela, cuja posição é aproximadamente a mesma; é bem conhecida que a Grande Pirâmide, se engenhosamente orientada, não está alinhada com a nossa Estrela Polar, mas sim com Alfa do Dragão que ocupou esta posição do pólo há 5000 anos. E é de todo mais difícil para os modernos, imaginar que nestes períodos distantes, que os homens eram capazes de observar um deslizamento tão imperceptível, tanto que entre eles não tinham mesmo conhecimento destes factos. Esta nota a propósito da orientação da Grande Pirâmide sobre a constelação do Dragão perturba o leitor, de facto o alinhamento da Grande Pirâmide com sobre o pólo é constante; o que muda apenas são as Estrelas Polares que mudam por causa do deslizamento da orientação do eixo da Terra. “Todavia a maioria destes mitos são mal interpretados. Se compreendeu como sendo do fim do mundo; o que vem facto ao seu fim é um mundo, no qual se sente uma Idade do mundo. A coerência será restabelecida por esta super abundância de tradições que se vêem a realizar, isto que é facto alusão ao maior dos fenómenos celestes: A Precessão dos Equinócios.” Notou que estes dois autores fizeram aqui ? A parte da sua nota de uma abissal ignorância no que concerne a orientação das pirâmides, eles recorreram ao princípio da uniformidade para explicar o grande mistério mundial da “deslocação” da Estrela Polar. Eles mesmos e de muitos outros autores seguiram a mesma via, pensando que todos os indícios provenientes de antigos monumentos e mitos apenas trataram à medida dos tempos as “Eras (ou Idades) do Mundo” em termos mais ou menos “culturais” e históricos. A Idade do Mundo, para os Hebreus seria a Era de Ram (ou Carneiro N.T.) simbolizada por Abraão entregando o seu filho para o sacrifício e vendo aparecer um carneiro de entre os arbustos e outras alusões semelhantes. A Era de Peixes, a Era de Cristo, era simbolizada por um peixe e de numerosas lendas que advêm daí. No presente, nós supostamente estamos a entrar (ou bem que já estamos nela, dependendo dos psíquicos) na Era de Aquário. Estas descrições mais recentes das “eras”, estão em contradição com as antigas ideias dos Yugas (idades ou eras em sânscrito) e o declínio da moralidade humana. Eu vos quero também sublinhar que se a Precessão do Zodíaco era um bom meio de medir os tempos e as eras do mundo, as opiniões não seria também diferentes sobre o fim de uma e o começo de outra.

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A Era do Mundo para os Hebreus era a Era de Ram (Carneiro), simbolizada por Abraão que entrega o seu filho para o sacrifício

Um meio também «extremamente elegante» de medir o tempo devendo ao menos fazer as suas provas… Mas não o faz; por outro lado o zodíaco foi criado e modificado num período histórico reconhecido e segundo as épocas, ele comportou onze, doze ou treze signos. Ora aqui é que está o problema ? Nesta óptica, não nenhuma, salvo uma tentativa de rejeitar a possibilidade que os anciãos quereriam dizer o que disseram exactamente, mesmo se mais tarde, os interpretes assegurassem que estas récitas não eram mais do que alegorias. Contudo se baseiam nesta Precessão como sobre um relógio gigantesco, com desvios fantásticos pelos costumes arcaicos, uma dúzia de autores, ou mesmo mais, produziram todos do mesmo modo versões diferentes da definição do que era uma “Era do Mundo” e explicaram quando e como começam e como e quando acabam. Tentaram depois ligar todas estas eras a toda a espécie de teorias bizarras, desde da abertura do Portal da Estrelas, até as explosões a escala galáctica e de “monumentos construídos à glória do fim dos tempos”. A resposta mais simples do que isto. Eu penso que estes elementos nos orientam para a ideia que os polos se “deslocam”, fazendo alusão à Precessão. Mas o mais importante no caso da Precessão, é o facto que a Terra oscila.

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E penso que os anciãos tentaram desesperadamente nos fazer compreender nestas histórias que a Terra oscila por uma boa razão e que nos devemos de ter em conta esta oscilação e nós colocamos perguntas sobre as “nove irmãs sinistras” que fazem rodar a manivela a qual aumenta a fricção até que se faça fogo ! Em “Gylfaginnin de Snorri Turlson, autor da Edda em prosa, há uma previsão contida no Canto da Sibila, seguido por um diálogo entre o rei Gylfi e os Aesir (deuses nórdicos), disfarçados de homens. O rei Gylfi perguntou: «Quem chega quando o mundo inteiro ardeu, que os deuses estão mortos e que toda a humanidade desapareceu ? Dizeis vós que cada ser humano continua a viver num ou noutro mundo.»

As civilizações pré-colombianas observaram também o céu,

vigiando com ansiedade o retorno do Grande Ano

A resposta é que há vários mundos para os bons e para os ímpios. De seguida Gylfi pergunta: «É que os deuses estarão vivos, e haverá outra coisa sobre a Terra e nos Céus ?» E a resposta é: «A terra se eleva de novo dos oceanos, verde e bela sem seres semeados. Vidar e Vali estão vivos, porque nem as chamas e nem as chamas de Surt não os fere, e eles vivem no Eddyfield, onde se encontrava outrora Asgard. Existem também os filhos de Thor: Modi e Magni, que possuem o seu martelo; existem também Balder e Hoder que vieram do outro mundo. Todos se sentam e conversam em conjunto. Eles revêem as suas runas e falam dos eventos dos dias antigos. Depois encontram na erva as tábuas de ouro com as quais os Aesir jogaram anteriormente. Duas crianças dos homens serão igualmente salvas das chamas de Surt.

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Os seus nomes: Lif e Lifthrasir e eles se alimentam do orvalho da manhã e deste casal de humanos nascerá uma vasta população que habitará a Terra. E tão estranho que possa parecer, o Sol, antes de ser devorado por Fenrir, dará a luz uma filha que não será menos bela que a sua mãe e que se portará como ela». Uma vez mais os autores de Hamlet’s Mill exprimiram uma opinião prosaica sobre este assunto, afirmando que se trata “apenas de uma metáfora”. E de novo devo exprimir o meu desacordo. Eu não penso que não se trata de “medir o tempo” no sentido de “eras” de cultura ou civilização ou mesmo de influências “psíquicas” ou ocultas; se trata de qualquer coisa muito mais importante: que é o que produz a oscilação e qual poderá ser o seu resultado ? E nós temos a resposta clara na récita de Snorri: «O Sol dará a luz uma filha»… que não se pode produzir a não ser por um “cruzamento” ou Casamento Sagrado. Neste sentido os anciãos poderiam ter suposto, em justo título, que nós nunca lembramos este facto, estaremos na boa via: se nós aprendemos que existe simplesmente uma manivela que faz rodar o eixo, que esta manivela aquece, que o eixo do planeta derrapa, que começou a rodar na vertical, para de seguida oscilar e se deslocar gradualmente para finalmente cair no mar, nós seremos assaz sagazes para o compreender. O indício que eles nos querem fazer crer, é que existe qualquer coisa que existe qualquer coisa lá em baixo, que é a manivela e que nós deveremos de ser capazes de compreender, ao aplicar os princípios da física atómica à mecânica celeste, que é exactamente o que ela faz. As alusões repetidas a «morte e renascimento do Sol» numa espécie de Hierogamia (casamento sagrado, N.T.) cósmica, e o facto é que o Sol dá a luz uma filha ou um Gémeo Celeste, devendo constituir indícios assaz claros para todo aquele que tem atenção a estas coisas. No século III antes da Era Cristã, Beroso popularizou a doutrina caldeia do “Grande Ano” sob uma forma que foi repassada em todo o mundo helénico. A partir destes ensinamentos, o universo é eterno, mas ele é destruído e reconstruido periodicamente em cada “Grande Ano”. O conceito de “Grande Ano” varia conforme as escolas. Mas segundo Beroso, logo que os 7 planetas se reúnam na constelação de Caranguejo, há um Grande Inverno; quando se reunirem na constelação de Capricórnio, no solstício de Verão (é claro que uma oposição astrológica ao Sol está implicada aqui), o universo todo por inteiro é consumido nas chamas.

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Ideias semelhantes tiveram curso na Índia e no Irão, bem como nos Maias e Aztecas. O que deveremos reter destes postulados é o seu carácter optimista inerente: a consciência de normalidade da catástrofe cíclica, a precisão do seu significado, e sobretudo que ela não é nunca jamais a última ! Estas teorias nos dizem que tudo vem em três dias de trevas são necessárias antes do renascimento da Lua, a morte de todos os indivíduos e a morte periódica da humanidade são necessárias. Toda a forma material, pelo simples facto da sua existência no tempo, perde o seu vigor e a sua forma, que não seria mais do que durante um instante. Ela deve regressar ao caos, à orgia, às trevas, à água; ela deve ser reabsorvida na unidade original da qual ela provém e da qual nasceu. O Rei está morto ! Viva o Rei ! É deste modo que as celebrações do ano novo e outras iniciações servem para chamar a atenção do Homem que o sofrimento jamais é o último; que a morte é sempre seguida de ressurreição; que toda a derrota é anulada e transcendida pela vitória final do regresso ao estado do Éden ou de um novo ciclo. Segundo Mircea Eliade, o drama de Tamuz e das outras variantes do mesmo arquétipo, compreendendo Jesus, lembram ao homem que os Justos também sofrem e tornando deste modo estes sofrimentos toleráveis. Tamuz sofre sem ser culpado, foi humilhado, flagelado até fazer sangue; depois aprisionado no fundo de um poço ou no Inferno. É lá que a Grande Deusa o visita e o reanima (nas versões gnósticas tardias corrompidas, é um “mensageiro” que o visita, mas o essencial da história sobreviveu nos protótipos maniqueísta e mandeísta (bem com modificações durante o período de sincretismo greco-oriental). Eu queria sugerir que o drama do deus que morre não é apenas o símbolo da «morte literal do Sol» que se manterá obscurecido durante muito tempo; bem como se trata também do Mistério Cósmico do Hiero Gamos, entre o Sol e a sua Estrela Companheira. No mais profundo dos infernos, durante a sua descida para o caos, o homem foi acordado pela Deusa que lhe leva a boa nova da sua salvação e da sua libertação, e do regresso à Era do Éden da Inocência. Mas qualquer coisa mudou na maneira de ver o mundo. De uma certa forma, a percepção do Final dos Tempos se tornou um terrível castigo.

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Duma certa forma um deus irrompe sobre a cena do mundo, que aniquila a paz do Éden e que tentou o Homem para ele colocasse em si e em apenas em si: «Eu sou o Senhor e que sou um deus inquieto !» E o tempo se tornou linear, e ele profetizou que ele terá um fim definitivo e completo. E desgraçados aqueles que não estiverem do lado do “bom deus” que pretendeu ser o único poder a oferecer a “saudação”. O conceito do final dos tempos, anuncia um renascimento que foi perdido com a introdução do monoteísmo. É então que o Final dos Tempos se transformou no Final do Mundo, para todos, salvo para alguns eleitos que devem ser salvos por um deus único, específico, para irem viver numa qualquer mística Cidade de Deus cujas ruas são pavimentadas de ouro e onde as Huri (virgens perpétuas na visão corânica do paraíso, o seu equivalente masculino são os ghilman, N:T.) com olhos em forma de amêndoa servem tâmaras e vinho em todas as esquinas da rua. E desde então, este deus único, específico, faz passar o espectáculo sob um número incalculável de disfarces. Até a aparição do monoteísmo, um mito foi posto em cena em cada ano: ele descreveria as condições de vida aceitáveis que para elas são: o Tempo é Cíclico. Sim o mundo poderia acabar; mas se acabasse, seria apenas porque chegou “ao final do rolo” e que deveria de ser “rebobinado”. Todos os elementos da história de Noé se encontram nestes mitos: «Como era do Tempo de Noé». (Tradução do artigo “L’Histoire Secrète Des Catastrophes Dans L’Antiquité, escrito por Laura Knight-Jadczyk, e publicado na revista francesa 5000 Ans D’Histoire Mystéryeuse de Junho de 2011)