7387241 abelhas resumo livro da luiza

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DEDICATRIAAOS MEUS PAISDe vocs que recebi o Dom mais precioso do universo: A vida. Inspiraramme a certeza de suas presenas e a segurana de seus passos guiando os meus. Carinho de suas vozes, a esperana dos seus sorrisos, o por mim. Se eu pudesse lhes fazer eternos ... eternos eu lhes faria. A vocs, pais, no mais que com justia, dedico este trabalho. conforto de suas lgrimas, o brilho dos seus olhares me fez to grande quanto o amor de vocs

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AGRADECIMENTOSA DEUSGrandes foram as lutas, maiores as vitrias. Sempre estiveste comigo. Muitas vezes, pensei que este momento nunca chegaria. Queria recuar ou parar, no entanto, O Senhor sempre estava presente, fazendo de minha fraqueza, uma fora. No cheguei ao fim, mas ao incio de mais uma caminhada. Por isso, digo: Obrigado.(Isaias 55.10-11)

AOS MEUS PROFESSORES

Ensinar crer, acreditar que se pode contribuir para a formao de um carter e compartilhar de tua prpria existncia. Aos meus professores, pelas lies do saber, pela orientao constante, pela dedicao, pelos elogios que me fizeram, pela compreenso e e, renncias pessoais, por repartirem suas existncias, um agradecimento especial a minha Professora de Portugus Lycia

Nascimento e ao Professor Marcos Magoga, pela valiosa ajuda na reviso deste trabalho, minha homenagem e gratido

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METODOLOGIA

Este trabalho o resultado de onze meses de pesquisa. Procurei fazer tudo de forma clara e compreensiva. Muitas pesquisas foram feitas, em livros, enciclopdias, revistas, internet, e, principalmente com a ajuda de profissionais, professores pesquisadores e especialistas no assunto. Visitei apirios e meliponirios, vi na prtica como tudo funciona e escrevi aqui tudo o que aprendi.

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AUTOR

Luza Camelo Freire, nasceu em Recife/PE, no dia 06 de abril de 1989, atualmente estuda na stima srie do ensino fundamental II. Desde os primeiros anos escolares j demonstrava sua habilidade para a pesquisa, que despertava a ateno da professora. Sempre foi uma boa aluna e elogiada pelos professores. Concluiu em 2001 o nvel intermedirio do curso de ingls.

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SUMRIOPARTE I Introduo Histrico Abelhas sociais Abelhas solitrias Abelhas parasitas A importncia das abelhas A rainha e o vo nupcial A Rainha O vo nupcial Como nascem as abelhas Os zanges As operrias Ciclo evolutivo das abelhas Como trazem o alimento Anatomia das abelhas A cabea O trax O abdome Comunicao das abelhas Comunicao das espcies As abelhas e a polinizao Produtos e alimento das abelhas O mel Sabor e colorao do mel Nutrientes do mel Composio qumica do mel Composies do mel Umidade do mel O plen A gelia real Como conservar a gelia real

01. 01.1. 01.2. 02. 03. 03.1. 03.2. 04. 05. 06. 07. 08. 09. 09.1. 09.2. 09.3. 10. 10.1. 11. 12. 12.1. 12.1.1. 12.1.2. 12.1.3. 12.1.4. 12.1.5. 12.2. 12.3. 12.3.1.

11 12 14 14 15 15 17 17 18 21 22 23 26 27 28 28 30 31 33 33 34 35 35 36 37 37 38 39 40 41 42

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12.4. A prpolis 12.5. Apitoxina O veneno das abelhas 12.6. A cera 13. Apicultura & Meliponicultura 14. Apicultura e a histria 15. O apirio 16. Apicultura migratria ou mvel 17. Criao, vestimenta e utenslios 17.1. Vestimenta 17.2. Utenslios 17.2.1. . Fumegador 17.2.2. Como preparar e aplicar a fumaa 17.2.3. Formo do apicultor 17.2.4. Espanador 17.2.5. Facas e garfos desoperculadores 17.2.6. Pegador de quadros 17.2.7. Centrfugas 17.2.8. Outros equipamentos 18. A colmia 18.1. Tipos de colmia 19. O espao abelha 20. Tela excludora 21. O alvado 22. Escolha do local para o apirio 23. A gua 24. A flora das abelhas com ferro 25. Construes das colmias 26. Incio da criao de abelhas 27. Captura do enxame 28. Manejo das abelhas com ferro 29. A inspeo da colmia 30. O que verificar nas caixas 31. Processo de enxameagem 32. Estrutura dos ninhos

42 44 44 45 45 46 47 48 48 50 50 50 51 51 51 51 52 52 52 53 54 55 55 55 57 58 60 60 61 64 65 66 68 70

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33. Nidificao 34. Desenvolvendo o apirio 35. Alimentao artificial das abelhas 36. Fortalecendo a famlia 37. Multiplicao das colmias 38. Como saber qual a rainha 39. Plantas txicas para as abelhas 40. Doenas das abelhas 41. Inimigos das abelhas 41.1. Formigas 41.2. Aranhas 41.3. Pssaros 41.4. Piolho das abelhas 41.5. Ratos 41.6. Sapos e rs 41.7. Percevejos 41.8. Traas da cera 41.9. Outras abelhas 41.10. Patos e angolinhas 42. O que fazer em casos de acidentes PARTE II 43. Abelhas sem ferro importncia 43.1. Introduo 44. Meliponicultura abelhas s/ ferro 45. Por que criar abelhas sem ferro? 46. Quem so essas abelhas? 47. Instalao do Meliponrio 47.1. Tipos de caixas racionais 48. Ferramentas do dia a dia 48.1. Formo 48.2. Faca, esptula 48.3. Mangueira 49. Escolha do local para criar 50. Escolha da espcie

71 71 72 73 75 76 78 79 81 81 82 82 82 83 83 83 84 84 84 85 87 88 88 90 90 91 93 93 93 94 94 94 94 95

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51. Manejo do meliponrio 51.1. Povoamento do meliponrio 51..2. Captura e atrao de enxames 51.3. Diviso de colnias 51.3.1. Diviso em trigonas 51.3.2.. Diviso de meliponas 51.4. Reviso das caixas 51.5. Coleta e conservao do mel 52. Cuidados gerais 53. Conhea algumas abelhas nativas 53.1. Mirim preguia 53.2. Guaraipo 53.3. Manduri 53.4. Mandaaia 53.5. Ira 53.6. Jata da terra 53.7. Mirim guau 54. Flora das abelhas nativas 55. Abelhas exticas 56. Curiosidades sobre as abelhas 57. Mel & culinria/Receitas 58. Dvidas mais comuns 59. Dicionrio 60.. Concluso 61. Bibliografia

96 96 97 97 99 99 100 101 102 103 103 104 104 104 104 105 105 105 106 109 110 114 121 126 127

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INTRODUOAs abelhas chegaram ao Brasil, atravs dos Jesutas que estabeleceram suas misses no sculo XVIII, nos territrios que hoje fazem fronteira entre o Brasil e o Uruguai e no noroeste do Rio Grande do Sul. Essas abelhas, provavelmente se espalharam pelas matas quando os jesutas foram expulsos dessas regies. Em 1839 o padre Antonio Aureliano mandou vir colmias de Portugal e instalo-as no Rio de Janeiro. Em 1841 j haviam mais de 200 colmias instaladas na Quinta Imperial. Em 1845, colonizadores alemes trouxeram abelhas da Alemanha (as espcies Nigra e Apis mellifera) e iniciaram a apicultura nos estados do Sul. Entre 1870 a 1880, Frederico Hanemann trouxe abelhas italianas (Apis mellifera lingstica) para o Rio Grande do Sul. Em 1895, o padre Amaro Van Emelen trouxe abelhas da Itlia para o nosso Estado, Pernambuco. Em 1906, Emlio Schenk tambm importou abelhas italianas, porm vindas da Alemanha. Com certeza, alm destas, muitas outras abelhas devem ter sido trazidas para o Brasil por imigrantes e viajantes procedentes da Europa, mas, no houve registro desses fatos. bom registrar que atualmente existem no Brasil, muitas abelhas africanizadas. Assim, iniciou-se a apicultura no Brasil, assunto que detalharemos mais adiante, no decorrer de nosso trabalho.

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HISTRICOA Abelha um inseto que pertence a ordem dos himenpteros e a famlia dos apdeos ou apidae. Existem milhares de espcies, entretanto, so conhecidas cerca de vinte mil espcies diferentes. As abelhas do gnero Apis mellifera so as melhores para a polinizao, ajudando a agricultura na produo de mel, gelia real, cera, prpolis e plen. As abelhas so insetos sociais que vivem em colnias. Antes mesmo do surgimento do homem na Terra, elas j existiam. Exerceram importante papel entre egpcios, gregos e romanos. No Egito, existe at hoje a dana tpica chamada Passo da Abelha. Na Grcia elas eram valorizadas no comrcio e na literatura. Tanto que as antigas moedas gregas, numa das faces estampavam uma abelha como smbolo de riqueza. Os romanos veneravam-nas como smbolo de admirao e de defesa de territrio. Por muito tempo na Frana, constitua grande honra receber uma medalha de ouro estampando uma colmia povoada de abelhas douradas. Lus XII, muitas vezes, usava seu pomposo manto real todo bordado de abelhas douradas como sinal de bondade. Como foram desde os primrdios da humanidade, smbolo de defesa, riqueza e tema de escritos do sbio Aristteles, hoje tambm as abelhas continuam sendo produtoras de alimentos naturais riqussimos, essenciais para a humanidade. O mel produzido por estas abelhas acha-se espalhada pela Europa, sia e frica. A apicultura a tcnica de explorar racionalmente os produtos deste inseto e existe desde o ano 2400 aC.. Os egpcios e gregos desenvolveram as rudimentares tcnicas de manejo que s foram aperfeioadas no final do sculo

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XVII por apicultores como Lorenzo Langstroth (que desenvolveu as bases da apicultura moderna). Inseto trabalhador e disciplinado, que convive num sistema de muita organizao. Em cada colmia existem cerca de 60 mil abelhas e cada colnia constituda por uma nica rainha, dezenas de zanges e milhares de operrias. Elas podem ser consideradas de acordo com seus hbitos ou outras convenincias, em trs categorias: sociais, solitrias e parasitas. Em nossa pesquisa apresentamos prioridade as abelhas sociais que segundo cientistas servem de exemplo para o homem. importante sabermos que as abelhas importadas (Apis mellfera) para o Brasil so as abelhas com ferro, as quais, possuem veneno (apitoxina) e as abelhas nativas (abelhas indgenas) so as abelhas sem ferro, estas, so mais dceis e no possuem veneno. As abelhas com ferro produzem mais mel que as nativas, por isso elas so preferidas pelos apicultores. As nativas, ou seja, as que no tm ferro, produzem menos mel e so economicamente inviveis. Aquele que as cria so chamados de meliponicultores, na maioria dos casos, esta criao apenas por hobby. A famlia apidae, a qual pertencem as abelhas, possui duas subfamlias: 1. Meliponinae So sem ferro, as chamadas indgenas, vivem em regies subtropicais e tropicais. Possuem trs tribos: Lestrimellitini, Trigonini e Meliponini; 2. Apinae Encontramos os gneros Apis e Bombus que possuem ferro. No gnero Apis tem quatro espcies, entre elas o Apis Mellifera que a espcie mais utilizada para a produo de mel em todo o mundo. Apesar de nossas abelhas indgenas no possurem ferres, elas no so muito utilizadas para a

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produo de mel, por que, como j dissemos antes, sua produo baixa em relao as abelhas sociais do grupo das africanizadas; Apis Mellifera Adansonii Habitam da frica do Sul at o sul do Saara. So abelhas muito agressivas, polinizadoras e enxameadoras. Foram introduzidas no Brasil por volta de 1956; Apis Mellifera Lingistica Chamadas de Abelhas Italianas, so encontradas na Itlia e no litoral norte da Iugoslvia. So muito mansas, ficam calmas nos favos quando se faz o manuseio, so pouco enxameadoras. Foram introduzidas no Brasil por volta de 1875/1890; Apis Mellifera Mellifera Chamadas tambm de Abelhas do Reino, so encontradas por quase toda a Europa. So muito mansas, mas ficam agitadas durante o manuseio.

1.

ABELHAS SOCIAISSo as que vivem em enxames, em grande nmero de indivduos no

mesmo ninho e onde h diviso de trabalho e separao de castas. As castas so os membros da colmia, normalmente uma rainha, zanges e operrias. Embora sejam a minoria dentre as vrias espcies, este tipo de abelha, trazem em si o que realmente caracteriza a essncia do reino das abelhas. Nossa pesquisa e estudo est voltado para as abelhas sociais.

1.1.

ABELHAS SOLITRIASSo as que vivem sozinhas e morrem antes que seus filhos atinjam a fase

adulta. Constrem ninhos no cho, em fendas de pedras e rvores, em madeira

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podre ou em ninhos abandonados por outros insetos. Normalmente as fmeas fecundadas preparam cuidadosamente o ninho, suprem cada clula com uma quantidade adequada de alimento preparado a base de plen e mel e colocam o ovo sobre essa camada de alimento. A seguir, cobrem cada clula, fecham o ninho por fora e vo embora.

01.2. ABELHAS PARASITASSo um tipo de abelha que se utiliza apenas do trabalho e do alimento que o hospedeiro (abelha) armazenou. Na maioria dos casos, a abelha parasita invade os ninhos, coloca seus ovos nas clulas j prontas e providenciadas pelo hospedeiro e deixa que seus filhos se desenvolvam aos cuidados deste. Em alguns casos, a parasita passa a conviver com o hospedeiro e pode, at mesmo, desenvolver algum tipo de trabalho em conjunto. Um outro tipo de parasitismo interessante encontrado num gnero de abelhas (Lestrimelitta, conhecida popularmente por abelha-limo) socialmente bem evoludas. As espcies deste grupo (duas) constrem seus prprios ninhos, porm, o material de construo so roubados de outros ninhos de espcies afins, como jatitubiba, abelha-canudo, etc. Essas abelhas saem em grande nmero - pois suas colnias chegam a ter milhares de indivduos - invadem o ninho das outras e da levam o material que necessitam. Esses ataques duram, s vezes, vrios dias e acabam morrendo muitas delas. Outro aspecto que essas parasitas passam a defender o ninho conquistado contra pilhagens ou parasitas secundrios enquanto levam o material roubado. As abelhas-limo so to bem adaptadas a este tipo de comportamento que sequer possuem as corbculas (rgo situado no ltimo par de pernas destinado a coleta de plen).

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2. A IMPORTNCIA DAS ABELHASAs abelhas so, sem dvida, os insetos de maior utilidade para o homem. Dizemos, para o homem, porque na natureza todos os seres so teis e tem sua razo de ser, fazendo parte de um contexto geral, no qual o prprio homem tem o seu lugar. Elas vivem em sociedade, so extremamente organizadas e produtivas. Alm de produtora de alimentos, de ser o principal agente polinizador das flores, aumentando a produo de frutos e sementes, a abelha uma educadora. Todas as pessoas, desde crianas at os idosos devem aprender a lidar com as abelhas ou ao menos entender um pouco como vive esta sociedade. Nesse manejo, as pessoas aprendem a se organizar e a trabalhar em cooperativismo, como elas fazem. So Insetos Sociais, porque conseguiram atingir certo grau de desenvolvimento, agrupando-se em comunidades, nas quais existe ntida distribuio dos trabalhos e responsabilidade entre os indivduos. Todos contribuindo para um fim comum: a sobrevivncia do grupo. Polinizao o transporte do plen dos estames de uma flor at a parte feminina de outra; deste modo, obtm-se as sementes que produziro uma nova planta. Em alguns casos, o plen transportado pelo vento, mas h plantas que dependem dos animais, especialmente insetos, para que ocorra a polinizao. As abelhas so um dos insetos polinizadores mais importantes, j que visitam muitas flores. Quando pousam sobre uma flor, seu corpo fica coberto de plen e, ao visitar a flor seguinte, parte do plen se desprende, polinizando a planta. As abelhas so muito importantes para a agricultura. Muitas plantas que cultivamos, e sobretudo as rvores frutferas (ex: macieira) dependem dos insetos para sua polinizao. Algumas vezes, at colmias artificiais so instaladas perto

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das plantaes para favorecer a fecundao e, deste modo, contribuir para a obteno de uma colheita mais rica e abundante. As abelhas, porm, fazem a polinizao das flores e ainda nos fornecem cera, gelia real, mel, plen e prpolis. Todos os produtos so muito aproveitados como alimento natural ou com finalidades medicinais de preveno e cura.

3. A RAINHA E O VO NUPCIAL 03.1. A RAINHAA rainha a personagem central e a mais importante da colmia. Afinal, dela que depende a harmonia dos trabalhos da colnia, bem como, a reproduo da espcie. Seus movimentos so lentos e solenes, sempre circundada por uma corte de operrias que a servem, alimentando-a com a gelia real. A abelha rainha de uma colmia facilmente identificada, por ser ela visivelmente mais longa (maior), o tamanho da rainha quase duas vezes o das operrias e tambm maior que o zango, vive cerca de 3 a 6 anos. No entanto a partir do terceiro e quarto ano a sua fecundidade decai. A sua nica funo, do ponto de vista biolgico, a postura de ovos, j que ela a nica abelha feminina com capacidade de reproduo. Mas a abelha rainha desempenha um importante papel do ponto de vista social: Ela responsvel pela manuteno do chamado Esprito da Colmia, ou seja, pela harmonia e ordenao dos trabalhos da colnia. Consegue manter este estado de harmonia produzindo uma substncia especial denominada ferormnio, a partir de suas glndulas mandibulares que distribuda para todas as abelhas da colmia, a qual impede o desenvolvimento sexual feminino das operrias, impossibilitando-as de se reproduzirem. por esse motivo que em uma colnia tem sempre uma nica rainha. Caso aparea outra rainha na colmia, ambas lutaro at que uma morra.

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Na verdade, a rainha nada mais do que uma operria que atingiu sua maturidade sexual. Ela nasce de um ovo fecundado e criada numa clula especial, diferente dos alvolos hexagonais que formam os favos. A rainha criada numa cpsula chamada realeira, na qual alimentada pelas operrias com a gelia real, produto riqussimo em protenas, vitaminas e hormnios sexuais. preciosamente, esta superalimentao que a tornar uma rainha, diferenciando-a das operrias. A gelia o nico e exclusivo alimento da abelha rainha, durante toda a sua vida. A abelha rainha leva de 15 a 16 dias para nascer e, a partir da acompanhada por muitas operrias, as quais so encarregadas de garantir sua alimentao e seu bem estar. Aps o quinto dia de vida, a rainha comea a fazer vos de reconhecimento em torno da colmia. E a partir do nono dia, ela j est preparada para realizar o seu vo nupcial, quando ento, ser fecundada pelos zanges. A rainha escolhe dias quentes e ensolarados, sem ventos fortes, para realizar o vo nupcial.

03.2. O VO NUPCIALSomente os zanges mais fortes e rpidos conseguem alcana-la aps detectar o ferrormnio. Localizada a princesa, d-se incio cpula. No entanto, os vrios zanges que conseguirem, tero morte certa e rpida, pois seus rgos genitais ficaro presos ao corpo da rainha, que continuar a copular com quantos zanges forem necessrios para encher a sua espermoteca. Em mdia a rainha fecundada por 8 a 10 zanges. Este smen, coletado durante o vo nupcial, ser o mesmo durante toda sua vida. Nesta fase a rainha fica na condio de hermafrodita. O vo nupcial que a rainha faz o nico de sua vida. Ela jamais sair novamente da colmia, a no ser para acompanhar parte de um enxame que

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abandona uma colmia, para formar uma nova. Ao regressar de seu vo nupcial, a rainha se apresenta bem maior e mais pesada. Passar a ser tratada com ateno especial por parte das operrias, que a alimenta com a gelia real e cuidam de sua higiene. Se a jovem rainha for devorada por um pssaro durante seu vo nupcial, sua colmia de origem fica irremediavelmente fadada a extino. Uma ocasio grave quando elas percebem que a me de todas j no tem a mesma energia . Sendo uma famlia forte, decididamente no se permite enfraquecer. Ento concluem que hora de chamar visa uma nova rainha. Numa colmia forte sempre h realeiras (cpsulas onde nascem as abelhas) em construo: uma questo de sobrevivncia no caso de algum acidente acontecer com a rainha. Sendo esta, porm, prolfica, no permitido a estas realeiras desenvolverem-se normalmente (a no ser nestas ocasies especiais). Neste caso, uma rainha cuja energia se acaba sinal para as realeiras seguirem seu curso. Tendo garantida uma ou mais princesas em formao, necessrio eliminar a velha me. Uma abelha comum nunca ferroa uma rainha; ela sequer lhe d as costas. Assim so obrigadas a usar uma maneira formal, uma bola em torno da rainha velha, e ali, vo sufocando-a at a morte; a rainha, compreendendo sua sina, no procura resistir. Terminada esta etapa, comeam a nascer as novas princesas. S pode haver uma rainha na colmia e a primeira que emerge logo procura as outras realeiras para as destruir. Se duas nascem simultaneamente, lutam entre si e vence a que for mais forte. A nica sobrevivente segue seu curso normal, para se tornar mais uma rainha completa. interessante que neste momento toda a famlia dependa de um nico indivduo para sua sobrevivncia. Outra situao diferente quando uma colmia se torna pequena para a populao das abelhas e no h mais espao para trabalhar. Um grupo de operrias comea a construir vrias realeiras onde a rainha levada a depositar ovos fecundados. Passado o perodo normal de incubao a primeira princesa nasce e seu instinto bsico fora a tentar destruir as outras realeiras ainda no abertas.

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A rainha tambm no aceita a presena da princesa, mas as operrias j decidiram que outras princesas devem nascer; e o objetivo no substituir a mestra, e sim dividir a famlia em um ou mais enxames, portanto no permitem as lutas naturais. Depois que as princesas nascem, um grupo de operrias dirige-se aos reservatrios de mel e enchem seus estmagos at no caber mais uma gota. Este grupo, normalmente bem numeroso, prepara-se para partir. Por algum mecanismo desconhecido convocam a rainha para a viagem. Logo sai da colmia uma nuvem de abelhas, a rainha entre elas e alguns zanges. O enxame no vai muito longe. Pousa em alguma rvore ali por perto, e algumas abelhas mais experientes, na qualidade de batedoras, partem em busca de um novo local para habitar. Quando as abelhas escoteiras retornam h um conselho para decidir qual o rumo a tomar. Uma vez tomada a deciso elas partem para um vo mais longo. O enxame pode ainda parar outras vezes. s vezes, o local escolhido no agrada ao grupo, que ento aguarda por ali, para que nova pesquisa seja feita. Se um apicultor tentar colocar este enxame voador em uma caixa, ele poder ou no aceitar a moradia, dependendo das informaes trazidas pelas escoteiras. Enquanto isso, a colmia-me pode decidir por lanar outros enxames, desta vez acompanhados por rainhas virgens, ou ficar como est. Esses enxames posteriores ao primeiro em geral so menos numerosos e tm menos condies de sobreviver. muito comum a colmia ficar com poucas abelhas, chegando perto de se acabar, ainda mais as que contam com apenas uma chance de ficar sem rainha. Quando o grupo encontra o lugar adequado, comea a construo do novo ninho. As abelhas engenheiras escolhem ento o ponto mais central que pode ser chamado de teto; ali, formam um bolo e comeam a gerar calor usando a reserva de mel que trouxeram no papo. As abelhas que ficaram no centro da bola, encarregam-se de produzir a cera e logo possvel visualizar uma fina folha de

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cera vertical se formando. Em seguida, algumas abelhas iniciam a construo dos alvolos hexagonais, de ambos os lados da lmina, seguindo uma intrincada arquitetura que aproveita todos os espaos e ngulos da melhor maneira possvel. Os alvolos so construdos de forma a terem uma leve inclinao para cima, evitando que seu contedo escorra para fora. Na construo dos favos as abelhas encostam-se uma nas outras pelas patas e comeam a secretar e mastigar pequenas escamas de cera, pouco depois, amoldam at completar o favo.

4.

COMO NASCEM AS ABELHASTrs dias aps a fecundao, a abelha rainha comea a desovar, botando

um ovo em cada alvolo. Uma rainha pode botar cerca de trs mil ovos por dia. Durante o seu ciclo, as abelhas passam por quatro etapas muito diferenciadas. So elas: Ovo; Larva; Ninfa; Adulto. Assim, como as borboletas sofrem uma metamorfose, as larvas so muito diferentes dos adultos e seu corpo sofre mudanas muito importantes durante seu desenvolvimento. Os ovos so formados nos dois ovrios da rainha e ao passarem pelo oviduto podem ou no serem fertilizados pelos espermatozides armazenados. Os ovos fertilizados, do origem as abelhas operrias e os dos no fertilizados, nascero os zanges. Este fenmeno (do nascimento dos zanges a partir de ovos no fecundados) conhecido cientificamente como partenognese.

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Portanto, o zango, nasce sempre puro de raa, por originar-se de ovo no fecundado. interessante saber como a abelha rainha determina quais os ovos que sero fertilizados (que daro origem as operrias), e quais os que originaro os zanges. O processo assim: as abelhas constrem alvolos de dois tamanhos: um menor, destinado a criao de larvas de operrias, e outro maior, onde nascero os zanges. Antes de ovular, a abelha rainha mede as dimenses do alvolo com suas patas dianteiras. Constatando ser um alvolo de operria, a rainha, ao introduzir seu abdmen para realizar a postura, comprime sua espermoteca, liberando assim, espermatozides que iro fecundar o ovo que ser depositado no alvolo. Caso a rainha verifique que o alvolo destinado a zanges, ela simplesmente introduz o abdmen no alvolo, sem comprimir sua espermtica, depositando assim, um ovo no fecundado. importante que o apicultor saiba destas diferenas porque, caso o lote de esperma presente na espermtica da rainha se esgote, todas as abelhas nascero de ovos no fecundados, dando origem somente a zanges. Neste caso, o apicultor dever substituir imediatamente sua rainha, para evitar que a colnia desaparea pela falta de operrias, que garantem alimentao, higiene e demais servios da colmia.

05. OS ZANGESOs zanges so abelhas machos, sendo mais largos e fortes que qualquer abelha. No possuem ferro, no coletam plen ou nctar, no produzem cera e no possuem glndulas odorferas. A nica funo dos zanges a fecundao das rainhas virgens.

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Por no possuir rgos de trabalho, o zango no faz outra coisa a no ser voar procura de uma rainha virgem para fecund-la. Eles nascem 24 dias aps a postura do ovo e atingem a maturidade sexual aos 12 dias de vida. Vivem de 80 a 90 dias e dependem nica e exclusivamente das abelhas operrias para sobreviver: so alimentados por elas, e por elas so expulsos da colmia nos perodos de falta de alimento (isso acontece, normalmente no inverno, s vezes eles morrem de fome e frio). Quase duas vezes maiores que as operrias, a presena de zanges numa colmia sinal de que a colnia est em desenvolvimento e de que existe alimento em abundncia. Apesar de no possuir rgos de defesa ou de trabalho, ele dotado de aparelhos sensitivos excepcionais, que pode identificar, pelo olfato ou pela viso, rainhas virgens a dez quilmetros de distncia. Os zanges costumam agrupar-se em determinados pontos prximos s colmias onde ficam a espera de rainhas virgens. Quando descobrem a princesa partem todos em perseguio rainha, para copular em pleno vo, o que acontece sempre acima dos 11 metros de altura. No vo nupcial, uma mdia de oito a dez zanges conseguem realizar a faanha (somente os mais fortes e rpidos). Mas eles pagam um preo alto pela proeza: aps a cpula, seu rgo genital rompido, ficando preso a cmara do ferro da rainha. Logo aps o zango morre.

06. AS OPERRIASSo as fmeas que so no fecundadas porque seu aparelho reprodutor no se desenvolve, fica atrofiado e so e as de menor porte na famlia, embora constituem o maior nmero de populao, podendo situar entre 50 e 80 mil por enxame. Estas abelhas possuem cesta de plen, vescula melfera, glndulas de veneno, odorferas, ferro, etc.

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A abelha operria responsvel por todo o trabalho realizado no interior da colmia, obedecendo a uma rgida distribuio dos servios de acordo com sucessivas transformaes que acontecem em seu organismo no decorrer de suas vidas. As abelhas operrias encarregam-se da higiene da colmia, garantem o alimento e gua de que a colnia precisa coletando plen e nctar, produzem a cera, com a qual constrem os favos, alimentam a rainha, os zanges e as larvas por nascer e cuidam da defesa da famlia. Alm destas atividades, as operrias ainda mantm uma temperatura estvel, entre 33o e 36o c, no interior da colmeia, produzem e estocam o mel que assegura a alimentao da colnia, aquecem as larvas (crias) com o prprio corpo em dias frios e elaboram a prpolis, substncia processada a partir de resinas vegetais, utilizadas para desinfetar favos e paredes e vedar frestas. Resumidamente, as operrias respondem por todo trabalho empreendido na colmia. Elas nascem 21 dias aps a postura do ovo (trs dias a menos que o zango), e podem viver at seis meses, em situaes excepcionais de pouca atividade, mas seu ciclo de vida normal no ultrapassa os 60 dias, pois seu tempo de vida varia de acordo com o clima e a atividade da colmia. Mas apesar de curta, a vida das operrias das mais intensas. E esta atividade j comea momentos aps o nascimento, quando ela executa o trabalho de faxina, limpando alvolos, assoalho e paredes da colmia. Da a denominao de faxineira. A partir do quarto dia de vida, a operria comea a trabalhar na cozinha da colmia, com desenvolvimento de suas glndulas hipofarngeanas, ela passa a alimentar as larvas da colnia e sua rainha. Neste perodo de sua vida, que vai at o 14o dia, so chamadas de nutrizes, essas abelhas ingerem plen, mel e gua, misturando esses ingredientes em seu estmago. Em seguida , esta mistura, que passou por uma srie de transformaes qumicas, regurgitada nos alvolos em que existam larvas. Esta mistura servir de alimento s abelhas por nascer.

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Com o desenvolvimento das glndulas hipofarngeanas, produtoras de gelia real, as operrias passam a alimentar tambm a rainha que se alimenta, exclusivamente, dessa substncia. Elas tambm so chamadas de amas. De nutrizes, as operrias so promovidas a engenheiras, a partir do desenvolvimento de suas glndulas cergenas, o que acontece por volta do seu nono dia de vida. Com a cera produzida por estas glndulas, as abelhas engenheiras constrem os favos e paredes da colmia e fecham as clulas que contm mel maduro ou larvas. Alm desde trabalho, estas abelhas passam a produzir mel, transformando o nctar das flores que trazido por suas companheiras. At esta fase, as operrias no voam. A partir do 21o dia de vida, as operrias passam por nova transformao: elas abandonam os trabalhos internos na colmia e se dedicam a coleta de gua, nctar e prpolis, e a defesa da colnia. Nesta fase, que a ltima de sua existncia, as operrias so conhecidas como campeiras. Tempo de Vida das Operrias1 a 3 dias 3 a 7 dias 7 a 14 dias 12 a 18 dias 14 a 20 dias 18 a 20 dias Fazem a limpeza e reforma polindo os alvolos Alimentam com mel e plen as larvas com mais de trs dias Alimentam as larvas com idade inferior a trs dias com gelia real. Tambm neste perodo, algumas cuidam da rainha Fazem limpeza no lixo da colmia Segregam a cera e constrem os favos Defendem a colmia contra inimigos e contra o apicultor

Atividades Exercidas

desprevenido 21 dias em diante Trazem nctar, plen, gua e prpolis, at a morte

7. CICLO EVOLUTIVO DAS ABELHAS

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TEMPO1 ao 3 dia 3 dia 3o ao 8o dia 8 dia 8o ao 9o diao o o o

OPERRIAOvo Ecloso do Ovo Larva Larva A clula operculada; a larva tece o casulo Pr-pupa Pr-pupa Pupa Pupa Inseto Adulto Incubao e limpeza Comea a alimentar as larvas Alimenta as larvas Alimenta as larvas jovens, produz gelia, faz os primeiros vos para fora Produz gelia real, produz cera, faz os 1 s vos deo

RAINHAOvo Ecloso do Ovo Larva Clula Operculada A larva tece o casulo Pr-pupa Pupa Pupa Inseto Adulto Rainha Jovem Rainha Jovem Vo Nupcial A rainha alimentada

ZANGOvulo Ecloso do Ovo Larva Larva A clula operculada; a larva tece o casulo Tece o casulo Pr-pupa Pr-pupa Pupa Inseto Adulto Vive s para Colmia Vos para Fora Procura rainha para fecundar Procura rainha para fecundar

10 ao 10 dia 11 dia 12o dia 16 dia 21o dia 24 dia 1o ao 3o dia 4 dia 5 dia 5 ao 6 diao o o o o o o

o

o

8o ao 12o dia

A rainha comea a Se acasalar, morre engordar

13o ao 19o dia 21o ao 30o dia 31 diao

reconhecimento Trabalhos de campeira Trabalhos de Campeira Campeira

Inicia a Postura Pe Ovos Pes Ovos

Se acasalar, morre Se acasalar, morre Se acasalar, morre

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31o ao 45o dia 31o ao 45o dia 55o dia 729 ao 1450 diao o

Campeira Coleta Plen e nctar Morre -

Pe Ovos Pe Ovos Pes Ovos Pode voar com todas as abelhas mais velhas, no processo de enxameao. Morre.

Morre -

8. COMO TRAZEM O ALIMENTOElas colhem o nctar das flores com suas compridas lnguas (tambm chamadas de glossas), o produto armazenado em sua vescula melfera (papo de mel) que tambm transporta a gua coletada. Quando retornam colmia as campeiras transferem o nctar que colheram para as (abelhas) engenheiras, e estas, por sua vez, vo retirar o excesso de umidade e transform-lo em mel. Alm do nctar das flores, as campeiras trazem outro importante alimento para a colmia: o plen, conhecido como po das abelhas, que tambm estocado nos favos. As campeiras coletam em suas cestas de plen, situadas nas tbias das patas traseiras. Finalmente, as campeiras coletam a resina que ser transformada em prpolis com o auxlio de suas mandbulas e penugens que transportada nas cestas de plen.

9. ANATOMIA DAS ABELHAS

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O corpo da abelha dividido basicamente em trs partes: CABEA, TORX E ABDOME

9.1.

A CABEA o centro sensorial da abelha porque nela esto seus rgos sensoriais que

lhe permitem saber o que se passa a seu redor. Atravs dos grandes olhos compostos, podem orientar-se em seus vos e distinguir as cores das flores. Nas antenas possuem os sentidos da audio, do olfato e do tato, imprescindveis quando se encontram na escurido da colmia. Pelo cheiro podem reconhecer suas companheiras e detectar seus inimigos. Nas suas duas antenas, esto localizadas as chamadas cavidades oftlmicas, rgos bastante desenvolvidos, que tm a importante funo de captar odores como o de floradas, por parte das campeiras, ou odor de rainhas virgens por parte dos zanges. Os zanges apresentam cerca de 30.000 cavidades oftativas, as operrias cerca de 4000 a 6000 e a rainha cerca de 3000 cavidades. Tambm na cabea est localizado o complexo sistema visual das abelhas que composto por trs ocelos ou olhos simples, situados na parte frontal da cabea e dos olhos compostos, localizados nas laterais da cabea, os quais, so constitudos por milhares de omatdeos, formando um conjunto de olhos interligados. Apesar de fixos, estes olhos so capazes de enxergar bem e a longas distncias. Os zanges apresentam 13.000 omatdeos, as operrias cerca de 6.500 e a rainha, 3000. Ainda na cabea esto localizadas trs importantes glndulas: as mandibulares, que dissolvem a cera e ajudam a processar a gelia real que alimentar a rainha, as hipofarngeanas que funcionam do 5o ao 12o dia de vida da operria e transformam o alimento comum em gelia real. Alm das glndulas e

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dos rgos de sentido, ainda esto situados na cabea das abelhas o bucal e os sacos areos, que se interligam no abdmen. As abelhas e vespas tm dois pares de asas membranosas bem desenvolvidas, sendo o par anterior maior que o posterior. Resumimos abaixo o que faz parte do centro sensorial das abelhas: As Antenas so responsvel pelo olfato; Os Olhos Compostos so localizados na lateral da cabea e so responsveis pela viso da abelha e que so ainda formados por milhares de omatdeos (pequenos olhinhos); Os Olhos Simples (ocelos) - auxiliam na percepo da luz e se localizam na parte da frente da cabea; As Mandbulas - na rainha e no zango servem para abrir as clulas e nas operrias servem para moldar os favos, coletar o prpolis e segurar algo que tenha entrado na colmia; A Glossa (lngua dos insetos) - serve para sugar o nctar das flores. envolvida pelos palpos labiais e maxilares que servem de proteo para a glossa; As Glndulas Salivares e Faciais.

-

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-

-

-

-

9.2.

TRAX

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O trax da abelha formado por trs segmentos: o primeiro, ligado cabea, chama-se Protrax; abdmen, Metatrax. Os rgos de locomoo da abelha esto situados em seu trax: as seis patas, divididas em seis segmentos, e seus dois pares de asas. Tambm esto alojados no trax: o esfago das abelhas e os espirculos (rgos de respirao). Os pares de patas diferem entre si, possuindo cada um deles uma funo diferente. Na primeira parte do trax esto instaladas as patas anteriores, as quais so forradas por plos microscpicos e que servem para limpar as antenas, os olhos, a lngua e a mandbula; Na segunda parte esto as patas medianas que possuem um esporo, cuja funo a limpeza das asas e a retirada do plen acumulado nos cestos das patas posteriores, estas instaladas na ltima parte do trax e que se caracterizam pela existncia das cestas de plen, pentes e espinhos, cuja finalidade retirar as partculas de cera elaboradas pelas glndulas cergenas alojadas no ventre. o centro locomotor da abelha e nele encontramos: a) Trs pares de patas: As patas anteriores onde as abelhas possuem uma estrutura que serve tambm para limpar as antenas e reteno do plen na corbcula (espcie de cesta para armazenar); As patas medianas, nas quais encontramos uma quantidade muito grande de plos que so utilizados para limpar o trax da abelha; As patas posteriores, onde encontramos a corbcula, formado por uma franja de plos nas tbias posteriores; b) Dois pares de asas; c) Glndulas Salivares e Glndulas das Patas. a mediana, Mesotrax; e o terceiro ligado ao

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9.3.

ABDOMEO abdome abriga a maioria dos rgos das abelhas. Nele esto situados a

vescula melfera (que transforma o nctar em mel e ainda transporta a gua coletada no campo para a colmia), o estmago das abelhas (conhecido como ventrculo), seu intestino delgado, as glndulas cergenas (responsveis pela produo de cera) e as traquias ou espirculos (rgos de respirao). No abdome dos zanges est localizado seus rgos reprodutores, constitudo por um par de testculos, duas glndulas de muco e pnis. Exatamente na extremidade do abdmen est localizada a arma de defesa das abelhas: seu temvel ferro. Para a abelha rainha, o ferro nada mais do que um instrumento de orientao que visa localizar as clulas dos favos onde ir ovular, ou ento, de defesa, utilizado para picar outra rainha que porventura, tenha nascido ao mesmo tempo, com a qual, travar uma luta de vida ou morte pela liderana dentro da colmia. importante saber que a rainha s ataca outra rainha, s utilizar seu ferro, contra outra que queira tomar seu trono. Outro ponto interessante que o ferro da rainha liso, aps penetrar e injetar o veneno, ele volta ao seu estado normal, o que no acontece com as operrias. As operrias tm o ferro em forma de serrote, que aps penetrar em algo mais duro, como a pele do homem, fica preso puxando parte dos seus rgos internos, o que ocasiona a sua morte, logo em seguida. Assim, para as operrias, o ferro uma importante defesa, por meio do ferro que as abelhas se defendem, injetando no inimigo uma toxina que, em grande quantidade, pode ser fatal. Basta dizer que uma pessoa picada por mais de 400 ou 500 abelhas tem morte certa. No entanto, o veneno das abelhas, em doses reduzidas e adequadamente administradas, empregado em vrios pases, principalmente nos Estados Unidos e Rssia, no combate a doenas como reumatismo, nevralgias, transtornos circulatrios e vrias outras doenas.

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tambm no abdome que esto localizados os rgos de reproduo femininos: vagina, ovrios (dois), espermateca (bolsa onde a rainha armazena os espermatozides dos zanges que a fecundaram) e a glndula de odor que tem importante papel de possibilitar a identificao entre as abelhas. por causa deste cheiro caracterstico que uma abelha no aceita por uma outra colmia que no seja a sua. Cada abelha tem a sua colmia, saindo e retornando precisamente sempre para o mesmo alvo (entrada do ninho). Desta forma ela nunca erra de casa, pois se isso acontecer, ela ser picada e morta. Esse fato somente no ocorrer se na hora do pouso errado, ela estiver carregada de nctar e plen, neste caso, a abelha muito bem recebida e integrada a famlia (nova colmia). O abdmen o local de armazenamento do corpo da abelha e coberto de plos, nele encontramos: a) Aparelho reprodutor; b) Estmago de mel; c) Estmago verdadeiro; d) Os intestinos; e) Aparelho circulatrio; f) Aparelho respiratrio; g) Aparelho digestivo; h) Gnglios nervosos; i) Glndulas salivares, glndulas de veneno, entre outras;

10.

COMUNICAO E ORIENTAO DAS ABELHASAs abelhas, em sua maioria, so dotadas de processo de orientao

excepcional de comunicao que baseado, principalmente, tendo o sol como referncia. Porm essa comunicao varia de acordo com a espcie da abelha.

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Para retornar colmia, as campeiras aprendem a situar sua habitao assim que fazem os primeiros vos de treinamento e reconhecimento. importante saber que todas as abelhas possuem a rara propriedade de enxergar a luz do sol (que seu referencial mesmo nos dias nublados e encobertos), graas a sua sensibilidade radiao ultravioleta emitida pelo sol. As abelhas, nem sempre utilizam o mesmo sistema de orientao, para guiar suas companheiras em relao as fontes de alimento recm descobertas. Neste caso, quando querem informar sobre a localizao e fontes de alimentos, algumas abelhas campeiras transmitem a informao por meio de um sistema de dana. Quando a fonte de alimento est situada a menos de cem metros da colmia, a campeira executa uma dana em crculo, e, quando a fonte de alimento est localizada a mais de cem metros, a campeira dana em requebrado. Nas duas situaes, a campeira indica a direo da fonte de alimento pelo ngulo da dana, em relao ao por do sol.10.1.

COMUNICAO EM ALGUMAS ESPCIESExistem espcies onde as campeiras chegam com alimento correndo em

ziguezague e produzindo um som que estimula a sada de outras abelhas, e, estas, por suas vez, vo procura da fonte que tenha o mesmo odor do alimento trazido pelas primeiras. Isso ocorre com as abelhas Jata, Mirim e Mosquito. Na espcie Bombus, a coletora chega com o plen e as outras campeiras comem parte deste plen. Depois partem para procurar uma fonte de plen com o mesmo cheiro. As abelhas do gnero Trigonisca, Frieseomelitta, e Duckeola informam sobre a fonte de alimento correndo e batendo nas companheiras, soltando o cheiro do alimento.

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A espcie Ira tambm reparte o alimento produzindo um som caracterstico, e quando em grupo de aproximadamente 50 abelhas j conhece o odor do alimento e o som, este sai em busca de nova fonte. Em espcies de Partamona, a campeira vai at a colmia, estimula a sada de outras campeiras e vai guiando-as at a fonte liberando uma substncia produzida por uma glndula mandibular para orient-las. Outras espcies podem guiar-se apenas pelo som, para indicar a distncia da fonte colmia, como a Melipona, ou ainda, guiar-se apenas pelo odor da amostra de alimento trazida pela primeira coletora.

11. AS ABELHAS E A POLINIZAOPolinizao o transporte do plen dos estames de uma flor at a parte feminina de outra, deste modo, obtm-se as sementes que produziro uma nova planta. Em alguns casos, o plen transportado pelo vento, mas h plantas que dependem dos animais, especialmente de insetos para que ocorra a polinizao. As abelhas so um dos insetos polinizadores mais importantes, j que visitam muitas flores. Quando pousam sobre uma flor, seu corpo fica coberto de plen e, ao visitar a flor seguinte, parte do plen se desprende, polinizando a planta. Elas so muito importantes para a agricultura. Muitas das plantas que cultivamos, e sobretudo as rvores frutferas (a pereira, a macieira, etc), dependem dos insetos para sua polinizao.

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Algumas vezes, colmias so instaladas perto das plantaes para favorecer a fecundao e, deste modo, contribuir para a obteno de uma colheita mais rica e abundante.

12. PRODUTOS E ALIMENTOS DAS ABELHAS 12.1. O MELConhecido desde antigidade, o mel durante muito tempo, era o nico produto doce usado pelo homem em sua alimentao, at ser substitudo gradualmente por acares, como o extrado da cana. o melhor e mais antigo adoante para uso familiar e industrial com mercado (venda) sempre garantido. Mel o produto alimentcio produzido pelas abelhas a partir do nctar das plantas, que vivem sobre algumas espcies vegetais e algumas espcies de abelhas recolhem, transformam, combinam com substncias especficas prprias, armazenam e deixam amadurecer nos favos da colmia. lquido, espesso, pastoso, em geral tm cor amarelada, raramente acastanhada ou avermelhado, excepcionalmente esverdeado. Dos produtos fornecidos pelas abelhas, o mel sem dvida o mais conhecido. Este o produto final da elaborao pelas abelhas do nctar retirado das flores e submetido a transformaes qumicas dentro do seu corpo e depois, j nas clulas, de evaporao, sob a ao do calor e ventilao dentro da colmia. O homem utiliza-se fartamente do mel como alimento, entretanto, sem desconhecer suas qualidades medicinais. O mel, na verdade, o nico produto que contm protenas e diversos sais minerais e vitaminas essenciais nossa sade. ainda um alimento de alto potencial energtico e de conhecidas propriedades medicinais. Alm disso, um

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dos poucos alimentos de reconhecida ao antibactericida, que contm em propores equilibradas: fermento, vitaminas, minerais, cidos e aminocidos. Cada abelha vive em mdia seis semanas. Quando o alimento diminui, todas as atividades so interrompidas e a colmia vive do mel armazenado na poca da fartura.

12.1.1.SABOR E COLORAO DO MELProduto processado a partir do nctar das flores, o mel tem sua cor e sabor diretamente relacionada com a predominncia da florada. Com relao a colorao, h basicamente os mis claros e os escuros. Geralmente, os de colorao clara apresentam sabor e aroma mais suaves que os escuros e por isso so mais apreciados. No entanto, os mis mais escuros so mais ricos em protenas e sais minerais, sendo portanto, mais ricos no ponto de vista nutritivo. Alm de protena e sais minerais, o mel apresenta ainda em sua constituio protenas, enzimas, hormnios, partculas de plen e de cera, aminocidos, dextrinas e um grande nmero de cidos que apresenta o PH do mel, seu grau de acidez 3,9. Mais adiante, no decorrer de nossa pesquisa, mostraremos detalhadamente toda esta composio de vitaminas do mel. Ao contrrio do que muitas pessoas acreditam, a maioria dos mis puros, genunos, acabam cristalizando-se (aucarando) com o tempo. importante esclarecer ainda que as qualidades dependem tambm das espcies produtoras e das matrias primas que empregam. Por exemplo, quando possuem sabor e aromas delicados, provm de nctares de plantas aromticas, como a laranjeira, a accia, etc. Outros, possuem sabor amargo, quando as abelhas visitaram com insistncia flores como os pinheiros. Outro fator que influencia suas qualidades como se extraem os favos.

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quele que escorre sem qualquer presso mais puro e mais claro o chamado mel virgem. Informaremos mais adiante estes detalhes quando chegarmos no item da apicultura (criao de abelhas com ferro) e meliponicultura (criao de abelhas sem ferro).

12.1.2. NUTRIENTES DO MELO mel contm em cada 100 gramas: clcio 04 mg; fsforo 19 mg; ferro 0,7 mg; carbohidratos 75 mg., o que perfaz, um total calrico de 310 calorias. Um indivduo normal deve ingerir hidratos de carbono na quantidade necessria, ou seja, de 67 gramas por quilo de peso corporal ao dia para manter suas atividades. Exemplo: Uma criana precisa em mdia de 150 g de hidrato de carbono ao dia. Cada sach de 7 gramas de mel fornece ao organismo em torno de 31,10 calorias e 7,6 de hidrato de carbono, portanto, o mel um alimento energtico.

12.1.3. COMPOSIO QUMICA DO MELA exata composio do mel : gua: de 12,7 a 27,0% Glicose: de 24,7 a 36,9% Levulose: de 40,2 a 43,6% Sacarose: de 00,00 a 10,1% Cinzas: de 00,03 a 00,09% Efeitos do mel no organismo: Imunolgico Antibacteriano Antiinflamatrio Analgsico e sedativo Hiposensibilizador

12.1.4. COMPOSIES ESPECFICAS DAS VITAMINAS DO MEL

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Vitaminas Vitamina A, Vitamina B (Tiamina), Vitamina B2 (Riboflavina), Vitamina B5 (cido Pantotnico), Vitamina B6 (Piridoxima), Vitamina B (cido Flico), Vitamina C (cido Ascrbico), Vitamina H (Biotina), Vitamina PP (Niaciamina, niacina, cido nicotnico); Sais minerais Clcio, fsforo, enxofre, potssio, cloro, ferro, mangans, cobre, slica, sdio; Enzimas Invertase, diastase, lipase, inulase, glicose-oxidase, catalase e fosfatase cida; Protenas e aminocidos - Prolinas, lisina, cido glutmico, cido asprtico, arginina, cistina, glicina, histidina, isoleucina, leucina, metionina, felilalanina, serina, treonina, triptofano e tirocina. Temos ainda na composio do mel: cetonas e aldedos e os cidos e seus teres.

12.1.5. UMIDADE DO MELA presena de umidade no mel normal, no entanto nele tambm existem levedos que podem ativar a fermentao desde que existam condies favorveis, como: ar e umidade alta. A umidade ideal no mel de 16,8 17%, o que permitir que este possa ser guardado por muitos meses sem perigo de fermentar. Acima de 21% de umidade, o mel fica, sujeito a fermentao em curto espao de tempo, no aceito na comercializao, ou somente com grande desconto no preo, j que, vai depender de desumidificao com perda de peso.

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A umidade alta do mel no depende unicamente de favos operculados ou maduros, mas tambm das condies geogrficas do clima e do nctar, de acordo com a sua origem botnica, e at da prpria linhagem das abelhas. Por exemplo: em regies com elevada umidade do ar, o mel igualmente afetado com uma maior. Para corrigir esta caracterstica do mel, o apicultor deve adotar os seguintes procedimentos:1.

Antes de centrifugar os favos, em caso de existncia de favos ainda no totalmente operculados ou mesmo maduros, recomenda-se mant-los numa sala ou cmara, com circulao de ar quente 35o C, durante 24 horas, afim de reduzir substancialmente o teor de umidade final.

2. Abrir a tampa do tambor ou lata e aquecer em banho-maria a uma temperatura de 40 45oC durante umas 12 horas, mexendo o mel vez ou outra, para ajudar na evaporao da gua. 3. Usar um desumidificador industrial. Centrifugar e processar o mel, sempre em dias secos com baixa umidade. 4. Colher sempre que possvel, favos completamente operculados. Para conhecer e controlar a umidade do seu mel, o apicultor, precisa ter um refratmetro de bolso ou de mesa, instrumento destinado medir o teor de umidade do produto.

12.2.

O PLENConhecido tambm como o po das abelhas, o plen um produto

riqussimo em protenas, vitaminas e hormnios de crescimento, encerrando todos os elementos indispensveis vida dos organismos vivos. Sua importncia tanta que basta dizer que, na falta de plen, as abelhas no sobrevivem. um produto

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to perfeito que, at hoje, o homem no conseguiu elaborar um substituto que pudesse ser fornecido s abelhas. Apesar de ser riqussimo em vitaminas (principalmente A e P), protenas e hormnios, o plen ainda no muito empregado como produto medicinal. No entanto, pesquisadores soviticos asseguram que o plen apresenta ao eficaz nos casos de anemia, regulariza o funcionamento dos intestinos, abre o apetite, aumenta a capacidade de trabalhar, baixa a presso arterial e aumenta a taxa de hemoglobina no sangue. Estudiosos franceses demonstraram que cobaias alimentadas com pequenas doses de plen, acusaram desenvolvimento mais rpido, acelerado e ganho de peso. O plen no remdio, e sim um alimento que fortalece o organismo. INDICAES: a) Fortificante geral para desgaste fsico e intelectual; b) Descongestiona a prstata, rins e fgado; c) Melhora a pele e fortifica os cabelos; d) Estimula o pncreas, combatendo o diabetes; e) Favorece a fertilidade; f) Nos transtornos de gravidez e menopausa; g) Nas afeces orgnicas funcionais (corao, estmago, vescula e digesto).

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12.3.

GELIA REAL um produto natural, secretado pelas glndulas hipofaringeanas das

abelhas jovens (com 3 a 12 dias de vida adulta) e contm notveis quantidades de protenas (43a 48%), lipdeos (8 a 11%), carboidratos, vitaminas, hormnios, enzima, substncias minerais, fatores vitais especficos, substncias biocatalisadoras nos processos de regenerao das clulas que desenvolve uma importante ao fisiolgica. Na colmia, utilizada na alimentao das larvas de abelhas operrias at o terceiro dia de vida, e das larvas dos zanges. Indiscutivelmente na natureza no tem outro alimento to rico e poderoso como a gelia real. Mas, este produto mais conhecido como alimento por excelncia, da rainha. Pode-se dizer que, graas a gelia real a abelha rainha superior, em relao s operrias. A rainha que alimentada com a gelia durante toda sua vida, atinge o dobro do tamanho da operria, possui um aparelho sexual desenvolvido que lhe permite uma fecundao extraordinria e a sua vida longa (chega at a cinco anos), enquanto a vida mdia das operrias de 5 a 6 semanas. um alimento semelhante ao mel. uma substncia fluida e clara, ligeiramente aromtica e adstringente. Sua produo lucrativa, mas depende de conhecimentos especiais. Para o homem, a gelia real tem ao vitalizadora e estimulante do organismo, aumenta o apetite e tem comprovado efeito antigripal. No se conhece, na biologia e medicina, outra substncia com semelhante efeito sobre o crescimento, longetividade e reproduo das espcies. utilizada pelo homem na fabricao de cosmticos para a pele, ajuda no desenvolvimento mental da criana, no tratamento do raquitismo (fraqueza dos

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ossos), regulariza as funes do sistema nervoso, cardiovascular, aparelhos respiratrios, digestivos, rins, fgado e diminui o stress.

12.3.1.COMO CONSERVAR A GELIA REAL Quando pura, guardar na geladeira em frasco escuro e bem fechado. Quando misturada com mel pode ser guardada em ambiente normal, sem colocar na geladeira. Fatores que prejudicam sua conservao: calor excessivo, luz, ar com processamento inadequado. O ar provoca oxidao da gelia real. A melhor tcnica para conservao a liofilizao ou sua transformao em p.

12.4.

PRPOLISConstituda de resinas vegetais que as abelhas coletam de determinadas

rvores, cera, plen e cidos e gorduras, a prpolis uma substncia que as abelhas processam para fechar frestas da colmia, soldar peas e componentes mveis da sua moradia e ainda, diminuir a entrada do alvado nas pocas frias. A prpolis garante a pureza e higiene das abelhas e de seu habitat. As campeiras so obrigadas, ao entrar ou sair da colmia, a passar por um corredor revestido de prpolis, o que um verdadeiro banho desinfetante. Com essa operao de limpeza elas so desinfetadas das bactrias que so destrudas pela prpolis. As virtudes teraputicas desse produto das abelhas so relatadas atravs da histria. Os egpcios a usavam para embalsamar mortos antes de enfaix-los. Sua ao bacteriana ajudou na conservao dos corpos.

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Seu maior interesse para o homem, no entanto, sua ao antibitica e anti-sptica. As abelhas empregam a prpolis para impermeabilizar e envernizar as paredes da colmia. Alm disso, qualquer corpo estranho (pequenos animais mortos, como camundongo) que no consiga remover para fora da colmia, encapado com uma camada de prpolis para impedir ou retardar o processo de putrefao. Dessa forma, o cadver do animal fica mumificado com a camada de prpolis e seu processo de decomposio retardado por vrios anos. Alm de propriedades antibiticas, a prpolis apresenta ao imunolgica, anestsica, cicatrizante e antiinflamatria. Comercialmente, a prpolis vendida em soluo, e em concentraes variveis. O produto foi testado experimentalmente e aprovado em doenas como faringites, cncer de garganta, pulmo e infeces gerais, em diferentes concentraes. Outras doenas comuns que so tratadas com a prpolis: acne, calos, dermatose, verrugas, urticrias, queimaduras, eczemas, furnculos, herpes, amigdalite, faringite, laringite, piorria, aftas, rouquido, cistite, corrimento, prostatite, vaginite, gripe, tosse, bronquite, lcera, halitose, colite, etc. A prpolis, sem dvida, um dos produtos apcolas de maior eficcia, quanto aos princpios ativos transmitidos da planta ao homem. Por ser um produto muito potente, largamente utilizado na Europa, Rssia e Estados Unidos e utilizado muito pouco ainda no Brasil, os estudiosos recomendam o seu uso com cautela, sem exagero e sempre com pouca constncia (mximo de 90 dias), pois a prpolis possui a propriedade comprovada de um antibitico natural. Assim, ela no deve ser usada por perodos longos, apesar de no possuir contra indicaes.

12.5.

APITOXINA - O VENENO DAS ABELHAS

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Apesar de ser um produto letal para o homem, quando aplicado em grandes propores, o veneno das abelhas um consagrado medicamento contra diversos distrbios e afeces. Em pases como Estados Unidos e Rssia, o veneno das abelhas um remdio popular indicado contra vrias doenas. Sem dvida, o tratamento contra reumatismo, base dessa substncia bastante conhecido. Mas a apitoxina, como conhecido o veneno, empregada com sucesso em tratamento contra nefrites e nevralgias, nas afeces cutneas, doenas oftlmicas, na reduo da taxa de colesterol no sangue e contra a hipertenso arterial. No Brasil, a apitoxina praticamente desconhecida. Nos Estados Unidos ela administrada por meio de picadas naturais das abelhas, injees subcutneas, pomadas, inalaes e at mesmo por comprimidos.

12.6.

CERAA cera elaborada pelas abelhas para a construo e manuteno dos favos

(que servem para depsito de mel) de suas colmias, tambm aproveitada pelo homem. Segundo estudos cientficos, a abelha para produzir 1 (um) Kg. de cera consome em mdia 7 a 8 Kg. de mel. Esse material utilizado na fabricao de velas com a vantagem de serem aromticas. Da cera produzida pelas abelhas o homem tambm usa para fabricar lpis de cor, confeco de cosmticos, produtos farmacuticos e odontolgicos, tintas, lentes telescpicas, mobilirio, impermeabilizantes, etc. material de depilao, para fazer

13. APICULTURA & MELIPONICULTURASomente para esclarecer, vamos distinguir a diferena entre apicultor de meliponicultor. A apicultura a criao de abelhas com ferro que so

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importadas, as trazidas para o Brasil, como j vimos no incio de nosso trabalho. E meliponicultor o criador de abelhas sem ferro, que so as nativas (ou indgenas) do Brasil. As abelhas importadas produzem muito mais mel que as nativas, por esse motivo existe no Brasil muitos apicultores, pois no vivel economicamente ser meliponicultor. Existem alguns poucos criadores de abelhas nativas (como: uruu, mandaaia, jandara, etc), alguns deles so pesquisadores, outros colecionadores e tambm por lazer. No descartamos a comercializao do mel dessas abelhas, apenas sua produo inferior s abelhas importadas.

14. A APICULTURA E A HISTRIA o ramo da agricultura que estuda as abelhas produtoras de mel e as tcnicas para explor-las, convenientemente, em benefcio do homem. Inclui tcnicas de criao de abelhas, a extrao e comercializao do mel, cera, gelia real e prpolis. Atualmente, China, Mxico e Argentina so os principais pases exportadores; Alemanha e Japo os maiores importadores. A apicultura uma atividade muito antiga, suas origens esto na pr-histria. So famosos os desenhos descobertos nas cavernas da Espanha, mostrando o homem primitivo colhendo o mel de um enxame, com o auxlio de uma escada de cordas presa ao topo de um barranco. Antigos registros do Egito, Mesopotmia e Grcia descrevem fatos sobre a criao de abelhas. A Bblia faz inmeras referncias ao mel e enxame de abelhas. Portanto, o homem e as abelhas j se conhecem h muitos sculos. A explorao dessa atividade sempre foi feita de forma rudimentar e antieconmica, obtendo-se o mel e a cera em pequenas quantidades, pouco se

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interessando pela vida no interior da colmia. Os enxames eram quase totalmente destrudos no momento da colheita do mel, tendo que se refazer a cada ano. Mas, com o conhecimento adquirido atravs dos tempos, hoje o convvio com a abelha bem diferente. esta modernizao que vamos tentar mostrar para vocs, da melhor maneira possvel, em nosso trabalho. O apicultor a pessoa que se encarrega de cultivar os produtos proporcionados pelas abelhas. As colmias artificiais que o homem fornece s abelhas so muito variadas e tm evoludo com o tempo. As mais rsticas, eram simples troncos ocos ou cestos de vime. Hoje em dia, utilizam-se diferentes tipos de caixas que so muito mais prticas e fceis de manejar. O apicultor sabe qual o melhor momento para colher o mel e que quantidade pode extrair sem prejudicar as abelhas produtoras. Tira unicamente os favos que contm mel maduro e os coloca em uma mquina centrfuga e, em seguida, extrair o mel sem quebrar os favos, os quais, podem ser utilizados novamente. Antes de angarraf-lo, filtra-o para que fique livre dos restos de cera.

15. O APIRIOO progresso do apirio depender, em grande parte, do meio ambiente que ele est instalado, onde vivem e trabalham estes insetos, por isso, caber ao apicultor, o correto manejo das abelhas, para obter resultados positivos no desenvolvimento do apirio.

16. APICULTURA MIGRATRIA OU MVEL quando existe mudana de local dos conjuntos de colmias (apirios), de uma regio para outra, acompanhando as floradas e objetivando a maior e melhor produo de mel e tambm para a prestao de servios de polinizao.

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Nos Estados Unidos, a apicultura mvel praticada por grande nmeros de apicultores que viajam com milhares de colmias, ao longo de centenas de quilmetros, atravs de vrios estados em busca de flores para suas abelhas e tambm para fazer a polinizao. Para o desenvolvimento desta modalidade de explorao altamente especializada, necessrio uma tecnologia adequada, complementada tambm com equipamentos apropriados para facilitar a manipulao das colmias, permitir fcil transporte e proporcionar a necessria resistncia para os constantes deslocamentos das colmias. Os extensos pomares e outras culturas j reclamam a presena urgente de abelhas para manter sua frutificao e qualidade da produo e encontram na apicultura migratria a grande soluo, a exemplo dos pases com agricultura desenvolvida. A nova modalidade de explorao apcola, alm de significar um incentivo para a apicultura industrial, tambm o caminho para possibilitar a prestao de servios de polinizao com abelhas nos pomares e culturas. Apicultura migratria o caminho para atender as necessidades de polinizao dos pomares e culturas para a produo de sementes e frutas. E o Brasil, como um dos principais produtores de alimentos do mundo no pode dispensar a participao das abelhas para garantir a produo. Os outros insetos de polinizao, esto sendo destrudos pela aplicao, cada vez mais intensa e descontrolada de defensivos agrcolas.

17. CRIAO, VESTIMENTA E UTENSLIOSJ mostramos em nosso trabalho, como vivem e do que se alimentam as abelhas. Agora mostraremos como podemos cri-las, de forma que se possa

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aproveitar sua produo excedente de mel, cera, prpolis e gelia real. Isso o que se chama de apicultura racional: a criao de abelhas, com o objetivo de colher a sua produo, sem causar prejuzos a colnia. Mas antes de dominar as tcnicas e manejo de criao das abelhas, o apicultor deve conhecer os equipamentos, ferramentas e, principalmente, a indumentria, a vestimenta com que ir trabalhar. Afinal, criar abelhas no a mesma coisa que criar coelhos ou ovelhas. As abelhas no so animais dceis, elas tratam de defender a sua famlia contra qualquer tipo de ameaa, portanto, so defensivas, e atacam todos os que consideram suspeitos com ferro, pelo qual, injetam veneno na vtima. Assim, para trabalhar com abelhas o apicultor deve, antes de tudo, estar adequadamente vestido, para defender-se de eventuais picadas. Como j falamos no decorrer do trabalho, o veneno das abelhas pode at matar o homem quando aplicado em grande quantidades (por cerca de 400 abelhas).

17.1.

VESTIMENTAA vestimenta bsica composta por uma mscara, um macaco, um par

de luvas e um par de botas. Estas peas podem ser feitas pelo prprio produtor, mas prefervel compr-las, at que o apicultor esteja perfeitamente familiarizado com a atividade. O melhor tipo de mscara a de pano, com visor de tela metlica, pintada com tinta preta e fosca, que permite melhor visibilidade. Esse tipo de mscara sustentado por chapu de palha ou vime e fechada com um longo cardao que amarrado sobre o macaco. As luvas devem ser finas o suficiente para que o apicultor no perca totalmente o tato (fator de importncia na manipulao das abelhas). As luvas de plstico, muitas vezes no so resistentes s ferroadas e tem o inconveniente de no permitir a evaporao do suor das mos, o que dificulta os trabalhos e cujo

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odor pode irritar as abelhas. As luvas de couro fino e brancas, so as mais indicadas. O macaco deve ser construdo de uma nica pea. Ele tambm deve ser largo, folgado o suficiente para no criar aderncia junto ao corpo, o que permitiria a ferroada da abelha. As extremidades do macaco (mangas e pernas) devem ser arrematadas em elstico, para impedir a entrada de abelhas na vestimenta e o tecido deve ser resistente para defender o corpo de ferroadas. O tecido brim bastante utilizado e oferece uma boa proteo. Finalmente, as botas. As melhores so as de borracha, branca, de cano mdio ou longo, sobre o qual ajustada a bainha do macaco. As botas usadas por tcnicos em eletricidade, pode ser um exemplo. Toda a indumentria do apicultor deve ser de cor clara, pois as abelhas so sensveis s tonalidades escuras, especialmente ao preto e ao marrom. As abelhas tm verdadeira averso a estas cores, que provocam o seu ataque. As cores mais indicadas so: o branco, o amarelo e o azul-claro, tons que no as irritam.

17.2. 17.2.1.

UTENSLIOS FUMEGADOR

No s a indumentria que defende o apicultor das ferroadas das abelhas. Um utenslio indispensvel para qualquer tipo de trabalho o fumegador. Sua funo a de diminuir a agressividade das abelhas. um utenslio realmente obrigatrio na apicultura, principalmente com as abelhas africanizadas. Existem diferente tipos e tamanhos de fumegadores. Para quem est iniciando na atividade, o tipo mais apropriado o fumegador de fole manual, constitudo por um fole, como o prprio nome diz, que acoplado a uma fornalha

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dotada de grella, na qual se queima o material que produzir a desejada fumaa. Os de tamanho grande, so preferveis, porque garantem fumaa por maior espao de tempo. Ao contrrio do que algumas pessoas imaginam, a fumaa produzida pelo fumegador no tonteia ou sufoca as abelhas. Na verdade, a fumaa utilizada para criar a falsa impresso de um incndio na colmia. Assim, ao primeiro sinal de fumaa, elas correm e engolem todo o mel que podem, para salvar o alimento em caso de necessidade, em caso de fuga. Isto faz com que as abelhas desviem a ateno do apicultor que pode ento, trabalhar com mais tranqilidade. Alm disso, as abelhas, com seus papos lotados de mel, ficam pesadas e tm mais dificuldade para ferroar.

17.2.2.

COMO PREPARAR E APLICAR A FUMAA

Os materiais mais apropriados para a produo de fumaa so de origem vegetal, como exemplo: serragem grossa. O importante que a fumaa no seja jamais produzida por materiais que possam irritar ou molestar as abelhas, como leo de qualquer natureza, querosene, gasolina e produtos que desprendam odor forte ou mau cheiro. A fumaa deve ser fria e limpa, em resumo, essa fumaa, deve ser usada aos poucos, em pequenas quantidades, para no irrit-las.

17.2.3.

FORMO DE APICULTOR

uma ferramenta praticamente obrigatria e utilizada para abrir o teto da colmia que normalmente soldado caixa pelas abelhas com a prpolis. Serve tambm para separar e desgrudar as peas da colmia.

17.2.4. ESPANADOR

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empregado para remover as abelhas dos quadros da colmia sem feri-las. Normalmente, feito de crina animal. Na falta deste instrumento, alguns apicultores utilizam penas de aves como espanador.

17.2.5.

FACAS E GARFOS

So instrumentos utilizados para destampar os alvolos dos favos, liberando, assim, o mel armazenado.

17.2.6. PEGADOR DE QUADROSTrata-se de uma ferramenta, relativamente til: compostas de duas tenazes de funcionamento simultneo, ela remove facilmente os quadros de colmia, mesmo queles que estejam soldados com prpolis entre si. Alm de facilitar o manuseio dos quadros da colmia, este instrumento diminui o risco de esmagamento das operrias.

17.2.7. CENTRFUGASSo equipamentos destinados extrao de mel sem provocar danos aos favos, que, podero, desta forma, serem reaproveitados. H basicamente dois tipos de centrfugas: a facial e a radial, sendo esta ltima, considerada a mais prtica. No entanto, apesar das vantagens que apresenta, a centrfuga no deve ser adquirida prontamente pelo apicultor no incio. Ela s se justifica em casos de determinados volumes de produo. Uma alternativa para os apicultores iniciantes a aquisio da centrfuga em regime de cooperativa: todos pagam por ela e todos usam.

17.2.8. OUTROS EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS

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A apicultura moderna dispe de diversos aparelhos e ferramentas que auxiliam e facilitam o trabalho com as abelhas. Estes instrumentos, no entanto, so recomendados a apicultores com larga experincia que coletam um grande volume das colmias e j dominam uma certa tcnica e manejo.

18. COLMIAColmia o nome dado ao local em que as abelhas habitam. A apicultura racional nasceu quando o homem desenvolveu o sistema de quadros mveis instalados em colmias. Antes disso, o homem simplesmente colhia o mel das abelhas que viviam em abrigos naturais, como ocos de rvores, fendas de pedras, etc., ou procurava cri-las em caixas rsticas de madeira, cestos de palhas e outros recipientes, entretanto, os resultados no eram dos melhores. A retirada do mel das colmias naturais quase sempre nica, por causa dos estragos provocados colnia, a famlia enxameia ou acaba morrendo. No caso da criao de abelhas em caixas rsticas a produo de mel muito pequena e o produto no de boa qualidade, pois ele obtido espremendose os favos que so recortados e removidos das colmias. Na apicultura racional, este problema foi solucionado com a criao dos quadros mveis. Trata-se de uma inveno bem feita para os apicultores, que surgiu no final do sculo XIX. Mas cada dia, vem sendo aperfeioada para melhor servir a apicultura. A apicultura moderna, racional que permite a produo de grandes quantidades de mel, plen e outros produtos de grande comercializao, comeou com o desenvolvimento desse sistema e consiste em induzir as abelhas a construrem seus favos em quadros dispostos verticalmente na colmia, construda para abrigar a famlia. Esse sistema oferece uma srie de vantagens.

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O sistema de quadros mveis permite que o apicultor inspecione o interior da colmia e intervenha sempre que for necessrio: eliminando favos velhos, controlando focos de pragas (como traas), trocando a posio dos quadros, prevenindo a enxameao. Esse sistema tambm permite a utilizao de lminas de cera alveolada que produzem enormemente o trabalho das abelhas, possibilita o emprego de alimentadores artificiais (que garantem alimento famlia durante o outono e inverno), permite o reaproveitamento dos favos, e, mais importante: a contnua colheita do mel. Alm dessas vantagens, as colmias dotadas de quadros mveis, podem ser fortalecidas com a introduo de um quadro de mel ou de crias de outra colmia. Falaremos sobre esse aspecto mais adiante, no decorrer do trabalho.

18.1. TIPOS DE COLMIASConhece-se hoje, mais de 300 tipos diferentes de colmia que variam em funo de adaptao climtica, manejo, etc., mas todas elas, apresentam a mesma constituio bsica: um fundo, um assoalho, um ninho (que compartimento reservado ao desenvolvimento da famlia), a melgueira (compartimento onde armazenado o mel), os quadros (nos quais so moldados os favos de mel ou de cria) e uma tampa (que reveste toda a colmia). Todas estas peas: assoalho, ninho, melgueiras, quadros e tampa so mveis, podem ser retiradas a qualquer momento, o que facilita o trabalho de interveno do apicultor. Outra vantagem: por ser mvel, esse sistema permite que a colmia receba mais melgueiras na poca de floradas abundantes, aumentando a produo de mel e por outro lado, seja reduzida nos perodos de dificuldade (outono ou inverno). Por causa dessa facilidade de mobilidade, este tipo de colmia (o nico utilizado pelos verdadeiros apicultores) chamado de mobilista.

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Diferentes materiais podem se empregados na construo das colmias: madeiras, fibra de vidro, amianto, concreto, isopor, etc. No entanto, a maioria delas, por razes de praticidade e economia so feitas de madeira, contudo, no s o material das colmias que diferem. Existem muitos modelos de colmias, porm a mais indicada a colmia Langstroth, ou Americana. Idealizada por um dos pais da apicultura, o pastor Lorenzo Langstroth, este tipo de colmia a mais utilizada em todo o mundo e recomendada pela Confederao Brasileira de Apicultura e o Ministrio da Agricultura.

19. O ESPAO ABELHALangstroth desenvolveu sua colmia quando descobriu o que se chama hoje de espao abelha, que o menor espao livre que possa existir no interior de uma colmia para permitir a livre movimentao delas. O espao abelha foi uma descoberta muito importante. Ele a prpria referncia da abelha no interior da colmia. As abelhas vedam, com prpolis, todas as frestas inferiores a 4,8 mm e constrem favos nos espaos superiores a 9,5 mm. Ao descobrir essa caracterstica das abelhas, Langstroth desenvolveu um tipo de colmia, composta por dez quadros que mantm entre si e entre as paredes, a segura distncia de 9mm, em mdia. Isto conseguido com o uso dos quadros de Hoffmann, dotados de espaadores automticos, ou seja, que j mantm o chamado espao abelha, entre si. Por trata-se de um objeto de preciso e exatido, em termos de dimenses e medidas, no aconselhvel ao apicultor iniciante, produzir suas prprias colmias. mais fcil, prtico e econmico adquiri-las j prontas.

20. TELA EXCLUDORA

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Outro importante avano da apicultura racional a tela excludora (na verdade uma chapa perfurada) que no permite, o deslocamento da rainha do ninho para a melgueira, onde poderia depositar seus ovos e comprometer o mel. A tela excludora, instalada entre o ninho e a melgueira, permite apenas e to somente a passagem das operrias do ninho para a melgueira, onde depositaro o mel que, no tempo certo, ser colhido pelo apicultor.

21. O ALVADOO Alvado a porta da colmia. um acessrio regulvel e de grande importncia para a defesa da famlia. Trata-se de um sarrafo que instalado na entrada da colmia, de forma a permitir a entrada e sada das abelhas. Nos perodos de frio, esta porta reduzida, para conservar maior calor no interior da colmia. Nas pocas de floradas ou de calor, esta abertura aumentada.

22. ESCOLHA DO LOCAL PARA O APIRIOO Apirio um conjunto de colmias, devidamente instalado em local preferivelmente seco, batido pelo sol, de fcil acesso, suficientemente distante de pessoas e animais, provocando o isolamento das abelhas. O Apirio, sofrer durante toda sua existncia, a interferncia de fatores do meio ambiente, tais como: temperatura, umidade, chuvas, floraes, ventos, pssaros predadores, insetos inimigos, etc.. O meio ambiente, no qual est instalado o apirio, onde vivem e trabalham as abelhas, ser em grande parte, responsvel pelo progresso ou no, conforme sejam as condies favorveis. Portanto, caber ao apicultor, o empenho da apicultura racional, ou seja, o correto manejo das abelhas, para obter resultados positivos no desenvolvimento do apirio.

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A localizao do apirio um dos fatores mais importantes para o sucesso da apicultura. Vale a pena gastar um pouco de tempo na identificao do melhor local da propriedade para sua instalao. Antes de instalar suas colmias, o apicultor deve levar em conta a disponibilidade de gua e alimentos (floradas) para suas abelhas, procurar proteg-las de ventos fortes, correntes de ar, de muito sol e muita umidade. Contudo, a maior preocupao do apicultor, deve ser com relao a segurana de pessoas e animais. Este ponto muito importante. Naturalmente, o acesso ao apirio deve ser fcil, a fim de economizar tempo e reduzir os trabalhos do apicultor. No entanto, as colmias devem estar distantes 200 a 300 metros, no mnimo, de qualquer tipo de habitao, estradas movimentadas e criaes de animais, afinal, as abelhas so seres muito sensveis a odores exalados por animais e pelo homem e irritam-se com qualquer tipo de movimentao anormal que ocorra nas proximidades da colmia. Para prevenir o ataque de inimigos naturais das abelhas, deve-se manter o gramado do apirio bem limpo, livre de mato e de rvores altas que dificultem o vo das campeiras. A utilizao de protetores antiformigas nos cavaletes importante pois um ataque de formigas a enxames pequenos pode destruir toda a famlia de abelhas. Produtores comerciais de mel, cera e gelia real costumam proteger suas colmias, construindo uma espcie de galpo aberto que abriga o apirio de chuvas fortes e da incidncia direta do sol. Alm de proporcionar uma defesa mais adequada contra as variaes climticas, esse tipo de proteo mais econmico para o apicultor j que aumenta a vida til das caixas. Um apirio deve ter uma distncia de pelo menos cinco quilmetros de outro.

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23.

A GUAAssim como para o homem, a gua tambm, um elemento vital para as

abelhas; ela entra na composio do mel, da cera e da gelia real produzida pela famlia. Por isso, muito importante que tenha gua limpa e em abundncia prxima ao apirio. Caso no exista nenhuma nascente nem um curso dgua prximo ao apirio, o apicultor dever providenciar o seu fornecimento. Esta providncia deve ser tomada antes da instalao das caixas, para no perturbar o trabalho das colnias. Existem vrias formas de transportes da gua at o apirio. Pode-se, por exemplo, canaliz-la at um barril dotado de torneira mantida aberta, de forma a deixar que a gua simplesmente pingue sobre um pano colocado sobre madeira. Pode-se trazer ainda a gua, canalizando-a, atravs de bambus ou tubulaes de forma que ela caia pingando sobre um pano, num ponto prximo ao apirio. No existe, entretanto, uma receita pronta. Tudo vai depender das condies da propriedade, como tambm, da criatividade do apicultor. As abelhas, particularmente, precisam de gua levemente salgada.

24. FLORA DAS ABELHAS COM FERROA flora apcola o que se pode chamar de pastagem das abelhas. das flores que as abelhas recolhem o nctar e o plen, que vo alimentar a colnia. Boas fontes de plen e nctar contribuem para aumentar a produo do apirio. Por isso, sempre que possvel, o apicultor deve cuidar da florada, antes da instalao do apirio. Existem plantas que produzem flores com elevada concentrao de nctar, outras que produzem bastante plen e outras que fornecem igualmente plen e nctar. Infelizmente, no existe o pasto apcola ideal. Uma espcie vegetal de alto

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potencial apcola o eucalipto, pode no se adaptar a propriedade do apicultor. Para o apicultor iniciante, o pasto apcola composto por monocultura deve ser evitado, por proporcionar alimento s abelhas durante uma nica poca do ano. A explorao do pasto apcola de monocultura, s se justifica na atividade comercial, quando o apicultor realiza a chamada apicultura migratria. Neste caso, o produtor, leva suas colmias a pomares ou culturas de florao, transferindo-as para outro pasto assim que termina a florada. A apicultura fixa, praticada principalmente por pequenos produtores, em pequenos stios, hobbistas e por iniciantes mais indicada a explorao do pasto nativo (das floradas da prpria regio). Depois, o apicultor pode fazer a melhoria dessa pastagem, introduzindo variedades de maior valor apcola, desde que se adaptem a sua propriedade. Prximo ao apirio devem ser cultivadas plantas aromticas e medicinais pois seu odor atrai muito as abelhas e diversifica ainda mais as fontes de alimento das colnias. O mais importante, na formao do pasto apcola, que o apicultor procure identificar as espcies mais apropriadas e adaptadas sua propriedade. Mostraremos abaixo uma pequena lista de plantas apcolas:

Nome Vulgar Abacateiro Alecrim Azalia Caf

Nome Cientfico Persea Gratssima Holocalix Glaziovvi

Perodo de Florao* Julho a outubro Maio a agosto Maio a setembro

Coffea Arbica

Agosto a outubro

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Coqueiro Datura Eucalipto Eucalipto Goiaba Hortncia Jambo Jamalo Laranja Milho* Dependendo da Regio

Cocus Nucfera A Belladona E. Grandis E. Viminalis Psidium Guayana Hydrangea sp. Eugnia Malaccensis S. Ambolanum Citrus sinensis Zea mays

Todo o ano Janeiro a fevereiro Fevereiro a junho Janeiro a maio Setembro a dezembro Janeiro a maro Outubro a fevereiro Outubro a dezembro Agosto a novembro Janeiro a maio

25. CONSTRUES DAS COLMIASO tipo mais usual em todo mundo a colmia Langstroth, americana, que se adaptou muito bem no Brasil. Esse tipo de colmia mais espaoso do que os outros e muito favorvel ao nosso clima. No inverno mais rigoroso, pode-se colocar o diminuidor de entrada do alvado (porta da colmia), mas deve ser retirado no vero a fim de que haja maior movimento de entrada e sada das abelhas. A pintura das caixas devem ser com tinta leo (porque ficaro expostas) e em cores claras (como branco, creme, azul-claro, verde-claro) apenas nas partes externas.

26. INCIO DA CRIAO DE ABELHAS

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Pode-se conseguir as abelhas para criao de trs diferentes maneiras: comprando colnias de apicultores comerciais, capturando colmias em estado natural ou atraindo famlias em enxameao para caixas armadilhas. Cada um dos processos apresenta vantagens e desvantagens. Comprar as abelhas, simplesmente, pode ser bastante cmodo. Ocorre que a operao no financeiramente vivel para o produtor que pretende expandir sua criao e o apicultor no tem oportunidade de desenvolver experincias. Mas este sistema bastante prtico e simples. Para os apicultores mais experientes, as abelhas capturadas em caixas (iscas) so as que se desenvolvem mais rapidamente e as mais dceis e fceis de serem tratadas. Eles explicam que isto se deve em razo da ndole mais domesticvel das abelhas que se sujeitam a caixas (iscas). Apesar da falta de comprovao cientfica, o fato que vrios apicultores garantem que as abelhas que aceitam caixas (iscas), so realmente menos agressivas que as capturadas da natureza. A desvantagem deste sistema est justamente na limitao e expanso do apirio, uma vez que no se pode prever quantas colnias podero ser atradas para as caixas (iscas). Pode-se capturar enxames na natureza, removendo famlias inteiras de seu habitat natural, como cupins, troncos ocos de rvores, telhados, pneus, muros, etc. Das trs maneiras, a captura de enxames certamente mais trabalhosa, porm, apresenta vrias vantagens: barata, possibilita rpida expanso do apirio e conseqente aumento de produo e, talvez o mais forte motivo, coloca o produtor em contato direto com as abelhas, proporcionando-lhe uma vivncia que lhe ser muito til no manuseio de suas colmias no dia a dia. Com certeza, na operao de captura de enxames na natureza , possivelmente, a melhor instruo que o apicultor iniciante pode ter.

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Alis, para um bom nmero de apicultores, a captura do enxame a primeira oportunidade de contato com as abelhas. Dando continuidade, mostraremos a seguir como funciona a captura de um enxame.

27. CAPTURA DO ENXAMELocalizada a colmia, a primeira providncia cuidar do material que ser usado na operao: alm da vestimenta completa, o apicultor dever ter mo fumegador; a caixa feita de madeira mais leve que as normais, para facilitar o transporte e com muita ventilao lateral (pode ser do mesmo estilo das aberturas em tela usadas em armrios ou guarda-roupas); quadros vazios (que recebero os favos de cria); quadros com cera alveolada, para completar espaos vazios, barbantes (cordes) ou elsticos de boa qualidade (resistentes) para fixar os favos nos quadros; serragem grossa; faca amolada para cortar os avos; e um borrifador com xarope feito de gua e mel, ou acar; vassourinha de plos macios e brancos; duas bacias com boca larga e panos para cobrirem (onde sero colocadas as sobras ou favos no aproveitados). A captura do enxame deve ser feita, exatamente como se deve trabalhar com as abelhas no apirio: 1. Procurar trabalhar sempre em dias claros ou de sol quentes, se possvel. Nestas condies, um nmero maior de campeiras estar trabalhando na coleta de nctar e plen. Assim, menos abelhas estaro defendendo a colmia, no momento da operao. 2. Fazer o trabalho sempre com a ajuda de um parceiro. Na apicultura toda tarefa feita quatro mos mais fcil de ser realizada.

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3. Fazer o trabalho com pacincia, movimentos calmos, cuidadosos e delicados so indispensveis. Qualquer gesto mais brusco pode irritar as abelhas e tornar impraticvel a tarefa, sem falar nos riscos para sua prpria segurana. Nunca dispense o uso do fumegador e jamais trabalhe sem a vestimenta apropriada (lembre-se que o homem que se acostuma com as abelhas, e no as abelhas que se acostumam com o homem). Com nossa pesquisa para este trabalho, ainda no podemos dizer que estamos prontos para lidar com as abelhas, pois isso vai depender da prtica. Mas vamos mostrar as situaes mais comuns para a captura de enxames: a) Enxames localizados em rvores, beirais, etc. de certa forma, bastante freqente a ocorrncia de enxames em galhos de rvores. Isso ocorre quando uma famlia est enxameando, ou seja, multiplicando a colnia e procurando uma nova moradia. Nesse caso, no se deve perder tempo: aproxime-se do enxame viajante com a caixa completa, contendo os quadros j preenchidos com a cera alveolada e previamente borrifada com xarope de erva-cidreira. Borrife as abelhas com o xarope de gua e mel, para diminuir sua agressividade. Se o enxame for grande, mantenha a metade na caixa, para dar espao s abelhas. Um dos dois parceiros segura a caixa, com seu bojo exatamente sob o enxame. Caber ao outro, a tarefa de sacudir sobre ela o bolo de abelhas, com um golpe rpido. Coloque a tampa da caixa, e tampe a entrada com um pano ou pedao de espuma. Pronto! A est a colmia. Ela agora pode ser instalada em local definitivo, de preferncia sobre cavalete individual. b) Se o enxame estiver em local de difcil acesso, o procedimento diferente. Voc e seu parceiro vo precisar do fumegador (j aceso), da caixa

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contendo quadros vazios, a faca, o espanador e a bacia com pano. Antes de qualquer coisa, dirija a fumaa para a colmia natural, para obrigar as abelhas a sarem de sua moradia. Assim, s ficaro no seu interior, os favos com crias, as abelhas nutrizes (as que ainda no conseguem voar) e a abelha rainha. Enquanto o seu parceiro cuida do fumegador, procure localizar os favos com cria. Se a colmia estiver alojada em cupinzeiro ou tronco de rvore, utilize enxada ou machado para facilitar o acesso aos favos com cria. Eles so a chave da operao, pois, uma vez capturados e transferidos para a sua caixa, vo atrair todas as abelhas da colmia. As crias so uma verdadeira isca. Localizados os favos com crias (que ficam na regio central do ninho), remova-os com a ajuda da faca, recortando-os no maior tamanho possvel. Encaixe estes nos quadros vazios e amarre-os firmemente com o cordo, com a ajuda de seu parceiro. Caso haja favos vazios ou com mel, a distribuio no interior da colmia deve ser: os favos com cria no centro, os favos vazios ou com plen no meio e os com mel nas extremidades. Terminada esta tarefa da transferncia dos favos para sua caixa, remova todos os vestgios da colmia anterior. Lembre-se que os favos com cria so mais preciosos para o apicultor do que os favos com mel. Caso sobrem favos vazios ou com mel, guarde-os na bacia e cubra-os com o pano. Aps esta tarefa, instale sua caixa exatamente no mesmo lugar da colmia original, tomando o cuidado de manter o alvado ma mesma posio da entrada da antiga colmia. Mantenha sua caixa com o enxame capturado neste ponto, at o fim do dia, para capturar o mximo de abelhas campeiras. Antes do anoitecer, tampe o alvado com uma tela para ventilao ou pano ou espuma e transfira sua caixa para o apirio definitivo. Assim comea a criao de abelhas de um apicultor. Sabemos que no nada simples capturar um enxame. Por isso

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que existem cursos que ensinam exclusivamente como executar esta tarefa: a captura de enxames.

28. MANEJO DAS ABELHAS COM FERROO verdadeiro trabalho do apicultor comea aps a instalao de suas primeiras colmias. aqui que comeam as diferenas entre a apicultura racional da pilhagem ou explorao de enxames que vivem em estado natural. O papel do apicultor o de amparar suas abelhas, nos momentos mais difceis, para poder beneficiar-se nos estgios em que as colmias se encontram produzindo muito. Para isso, preciso que se entenda que a colnia vive em constante ciclo: nos perodos de escassez de alimento, a famlia fica estranha, os zanges so expulsos da colmia, cai a postura da rainha e, consequentemente, diminui a produo de mel, plen e cera. nesse momento que entra a ao do apicultor, socorrendo a sua colnia. Ele deve providenciar alimento artificial para sua criao (mostraremos a vocs mais adiante no decorrer do trabalho), reduzir a entrada do alvado nos perodos de frio para auxiliar a manuteno da temperatura ambiente no interior da colmia, fornecer cera alveolada para poupar as abelhas da trabalhosa tarefa de produzir cera, verificar o estado dos quadros, etc. Nas pocas de floradas abundantes, a produo de mel na colnia - desde que tudo esteja correndo bem - muito boa em quantidade e qualidade. Nessa poca, o apicultor poder colher mel para si, sem prejudicar s abelhas. Igualmente cresce a produo de plen, cera, gelia real e prpolis, as quais podem ser explorados, racionalmente, pelo apicultor. A colnia cresce, permitindo que o apicultor promova o desenvolvimento de seu apirio, fortalecendo famlias

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fracas, desdobrando colnias mais vigorosas, aumentando assim, seu apirio e criando novas rainhas para substituir as j velhas, cansadas e decadentes.

29. A INSPEO DA COLMIAPara verificar o andamento dos trabalhos da colmia e interferir nos momentos de necessidade (como por exemplo: fornecer alimento nos perodos de carncia, verificar a conformao dos favos, a postura da rainha, etc), o apicultor deve fazer inspees peridicas. Este trabalho de reviso, como foi dito, deve ser feito pelo apicultor devidamente trajado com sua vestimenta, em dias quentes e ensolarados e, preferencia