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MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL MARCOS MAURICIO CAPELARI CLÓVIS MARZOLA “MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL” BAURU 2002 1

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MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLAMANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

MARCOS MAURICIO CAPELARICLÓVIS MARZOLA

“MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO MAXILO FACIAL”

BAURU2002

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MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLAMANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

AUTORES

MARCOS MAURÍCIO CAPELARI1. Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial.

2. Professor dos Cursos de Especialização em Cirurgia e TraumatologiaBuco Maxilo Facial da APCD Regional de Bauru.

3. Membro do Corpo Clínico do Hospital de Base da Associação Hospitalar de Bauru.

CLÓVIS MARZOLA1. Professor Titular Aposentado da Faculdade de Odontologia de Bauru da USP.

2. Professor Titular da UNIP de Bauru.3. Professor dos Cursos de Especialização em Cirurgia e Traumatologia

Buco Maxilo Facial da APCD Regional de Bauru.4. Membro Titular Praticante do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia BMF.

5. Membro Titular da Academia Brasileira de Odontologia.6. Membro da Academia Mundial de Ciência e Tecnologia.

7. Membro da Academia Pierre Fauchard.8. Professor "Honoris Causa" da UNIGRANRIO.

9. Life Fellow of the International Association of Oral and Maxillofacial Surgeons.10. Fellow of the International College of Dentistry.

11. Prêmio "Antonio de Souza Cunha" pela melhor contribuição à literatura especializada pôr 4 vezes pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia BMF.

12. Membro do Corpo Clínico do Hospital de Base da Associação Hospitalar de Bauru.13. Autor de 5 livros de Cirurgia já em sua terceira edição pela segunda editora.

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AGRADECIMENTOS

A todos nossos alunos de graduação e pós-graduação,pelo incentivo, apoio e carinho com que nos animaram

sempre a seguir em mais essa empreitada.A todos esses anônimos pesquisadores nosso agradecimento

sincero e, a mais profunda demonstração de amor pôr tudoque fizeram nos animando.

Aos Profs. Drs. João Lopes Toledo Filho,Cláudio Maldonado Pastori,

Daniel Luís Gaertner Zorzetto,João Lopes Toledo Neto e

Cássia Omagari,pelo carinho e incentivo nos levando à confecção

de mais esse manual didático.

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CONTEÚDO

Introdução ..................................................................................................... 006Grupos Farmacológicos e Indicações Terapêuticas de Interesseem Cirurgia e Traumatologia BMF .............................................................. 007Adesivo Tissular .......................................................................................... 007Adesivo Transdérmico ................................................................................. 008Adsorventes Intestinais (Antidiarréicos / Antidisentéricos) ........................ 009Alcalinizantes ............................................................................................... 010Analgésicos .................................................................................................. 010Anestésicos Locais ....................................................................................... 018Anovulatórios (Anticoncepcionais) ............................................................. 019Ansiolíticos e Tranqüilizantes ...................................................................... 020Quimioterápicos Antianaeróbios ................................................................. 021Antimicrobianos, Antibacterianos e Antibióticos ........................................ 022Antiulcerosos Dérmicos ............................................................................... 082Anticinetóticos e Antieméticos .................................................................... 083Antienxaqueca .............................................................................................. 085Anticoagulantes ............................................................................................ 086Anticonvulsivantes (Antiepilépticos) ........................................................... 088Antiinflamatórios ......................................................................................... 089Antimicóticos ............................................................................................... 098Anntineuríticos, Antinevrálgicos, Neurotróficos e Neurotrópicos .............. 103Antiplasmínicos ........................................................................................... 108Anti-sépticos Bucais .................................................................................... 109Antiparasitários (Miíase) ............................................................................. 110Antitoxiplásmóticos ..................................................................................... 111Antiviróticos ................................................................................................ 113Coagulantes .................................................................................................. 115Colírios ......................................................................................................... 117Descongestionantes Nasais (sistêmicos) ....................................................... 118Descongestionantes Nasais (Tópicos) .......................................................... 121Estimuladores e Repositores da Secreção Salivar ....................................... 124Fórmula Manipulada .................................................................................... 126Hormônios Supra-renais (sistêmicos e tópicos) Corticosteróides ............... 127Imunossupressores ....................................................................................... 132Inalantes ....................................................................................................... 132Miorrelaxantes ............................................................................................. 134Mucolíticos .................................................................................................. 136Pomadas Oftálmicas ..................................................................................... 137Protetor Labial ............................................................................................. 138Protetor Solar ............................................................................................... 139Queratolíticos ............................................................................................... 141

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Vitaminas ..................................................................................................... 141Hemostípticos .............................................................................................. 149Antianêmicos antimicrocíticos ..................................................................... 150

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INTRODUÇÃO

A despeito do que se encontra convencionalmente na literatura odontológica, com enfoque em FARMACOLOGIA, como: “Guias, Manuais Práticos, Roteiros, etc, para o Dentista”, ou seja, uma literatura voltada exclusivamente a classe odontológica, com respeito a um tema sobremaneira amplo, dinâmico, indivisível e universal, o propósito deste manual é aquele de proporcionar, não somente ao Cirurgião-Dentista, atuante na área da Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial, mas também àqueles profissionais da odontologia que se dispõem a exercer plenamente o Título de “CIRURGIÃO-DENTISTA” e, não somente dentista, subsídios para que possam se nortear diante da vasta e mutável: “TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA”.

Há que se entender que é impossível se reportar à FARMACOLOGIA, sem que se a inter-relacione outras disciplinas tais como a FISIOLOGIA, PATOLOGIA, BIOLOGIA, BIOQUÍMICA, HISTOLOGIA, MICROBIOLOGIA, enfim a um TODO, e indivisível organismo, o CORPO HUMANO. Desta premissa surge a primeira e inquestionável dificuldade que o Odontólogo ou o Estomatólogo encontra diante desta temática, pois , não obstante o mesmo possua formação acadêmica constante em grade curricular em todas as referidas áreas, é indiscutível que o enfoque, a ênfase e o direcionamento dados às Disciplinas Básicas nos Cursos de Graduação de Odontologia e de Medicina, profundamente se diferem. Tal dificuldade se impõe principalmente, na já discutida e, de certa forma pejorativa, colocação de que o “cirurgião-dentista” não consegue enxergar o paciente como um “todo”, normalmente “alfinetada” por uma minoria inescrupulosa e antiética, porém existente, de profissionais da área médica, que em inúmeras vezes coloca o CD numa posição subalterna à do médico. Esta discriminação profissional enrustida se manifesta principalmente quando o CD se envereda pela Especialidade da Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, quando a convivência com a classe médica é mais intensa e altamente relacionada . Desta vivência nasce a necessidade do CD-BMF de se equiparar e corresponder às expectativas não somente dos colegas médicos, mas de todo um corpo clínico e uma instituição Hospitalar, com a qual ele necessariamente convive. Paradoxalmente, este aspecto deletério do contexto do CD-BMF dentro das Instituições Médico-Hospitalares, o induz a um aprimoramento científico profissional, uma vez que atua em áreas limítrofes do corpo humano, a face e suas estruturas, onde existem controvérsias quanto à competência de atuação, se do Otorrinolaringologista, se do Cirurgião Plástico, ou se do CD-BMF, embora haja um campo de atuação bem definido e demarcado, onde ele e somente ele, o CD-BMF, pode e tem habilitação para atuar.

Daí a necessidade do respeito mútuo imperar na convivência ética CD-Médico, uma vez que ÉTICA é um conceito de conduta e moral que transcende categorias profissionais correlatas ou não e, sim, deve nortear o bom relacionamento de EQUIPES, uma vez que em SAÚDE, médicos e CD-BMFs devem se complementar e não competir.

O intuito deste preâmbulo é o de colocar a necessidade de que o CD se aprofunde nas áreas básicas, das quais em questão se enfoca a farmacologia, já que o

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paciente visto como um todo , requer do profissional não somente conhecimento das drogas a serem por ele prescritas, mas as prescritas por outros profissionais e, suas correlações, enfim o que ele pode e deve prescrever e, tudo aquilo que deve conhecer.

Isto posto, a dificuldade subseqüente ao se redigir um manual de um tema sobre o qual compêndios são publicados, inevitavelmente aparece. O prisma pelo qual se abordará o assunto visa objetividade na apresentação, sem que com isto se perca a profundidade, ou seja, importante se fazer atentar com olhos de ”CLÍNICO” e, não de “FARMACOLOGISTA”, não confundindo pragmatismo com superficialidade, uma vez que o texto é direcionado ao CIRURGIÃO. Ao se ler o presente texto deve-se ter em mente que o “Livro de Cabeceira”, consultório, clínica, cadeira odontológica, ambulatório, centro cirúrgico, etc..., ainda é o DEF-Dicionário de Especialidades Farmacêuticas, que será a linha mestra sobre a qual se desenvolverá o tema, de tal forma que além dos conceitos e informações expostos, uma diretriz objetiva de consulta ao DEF poderá ser estabelecida.

GRUPOS FARMACOLÓGICOS E INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS DE INTERESSE EM CIRURGIA TRAUMATOLOGIA

BUCO-MAXILO-FACIAL

As drogas serão agrupadas simultaneamente de acordo com a forma pela qual atuam no organismo, com o quadro clínico apresentado pelo paciente (sinais, sintomas, patologias e síndromes) nas quais forem indicadas ou contra-indicadas as suas utilizações, além de um breve bulário com informações sobre os medicamentos. Eles serão apresentados pelo nome comercial, oficial ou genérico das substâncias que o compõem, dando-se ênfase e exemplificando com os principais e, mais freqüentemente utilizados, dado à gama imensa e dinâmica de drogas comercializadas. As publicações do DEF são bienais, devendo portanto o profissional estar sempre atento as novas edições, atualizando e informando-se das possíveis inclusões ou exclusões de fármacos à disposição no mercado.

ADESIVO TISSULAR

Em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, por vezes o cirurgião se depara com áreas cruentas e hemorrágicas, devido à lacerações de mucosas e tegumentos, nas quais pode haver perda de substância, onde a aproximação das bordas da ferida pela sutura é inviável. Nestas circunstâncias o uso de adesivos tissulares pode auxiliar na hemostasia, quando a hemorragia for capilar ou em “lençol”, não havendo grandes vasos envolvidos, além de promover oclusão da ferida, favorecendo assim a cicatrização, pela proteção oferecida pelo tamponamento nestas áreas de solução de continuidade dos meios internos com o ambiente.

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TISSULCOLFIBRINOGÊNIO HUMANO,

APROTININA BOVINA,TROMBINA HUMANA

Indicações: hemostasia, vedamento ou aderência em tecidos e promotor de cicatrização de feridas.

Contra-indicações: hipersensibilidade à proteínas bovinas. Utilização em mucosa nasal, pela possibilidade de reações alérgicas e anafilactóides graves e tromboembolia.

Reações adversas: reações alérgicas e anafilactóides.Posologia e administração: a critério profissional. Somente para uso

cirúrgico.

ADESIVO TRANSDÉRMICO

A utilização de Estrógenos para Hormonoterapia, em pacientes do gênero feminino, visando reposição hormonal, no climatério ou menopausa, ou em pacientes submetidas a histerectomia (remoção cirúrgica de útero e ovários), ou ainda outras patologias nas quais a produção de hormônios femininos esteja comprometida, é bastante comum. A menopausa é a fase que se refere à parada da função menstrual, que caracteriza o início do climatério, que ocorre por volta dos 45 aos 50 anos, sendo acompanhada pela diminuição da produção de progesterona e estrógenos associados ainda ao aumento das gonadotrofinas e modificações funcionais da tireóide. Nesta fase, cerca de 80% das mulheres queixam-se de sintomas bucais, dentre outros, tais como queimação, ardor, glossites, glossodinias, alterações do paladar, dificuldade de tolerar próteses e, sensação de “boca seca” (xerostomia). Assim, alterações atróficas da gengiva e da mucosa, podem ocorrer, sendo a manifestação clínica denominada muitas vezes de “gengivite descamativa”. Esta manifestação clínica inespecífica apresenta sinais de eritema, ulceração e descamação do epitélio. Este termo é apenas descritivo, de uma entidade clínica sem etiopatogenia específica ou definida podendo ser uma manifestação localizada, primária ou frustrada de doenças como o líquen plano, pênfigo vulgar, penfigóide benigno de mucosa ou mesmo de um eritema multiforme. Portanto, dificuldades existem quanto ao tratamento e solução deste problema, enfatizando-se o valor do diagnóstico clínico apoiado em exames complementares. Apesar da dependência do epitélio vaginal aos estrógenos já ter sido demonstrada, o mesmo não acontece com o epitélio bucal, cujos resultados são conflitantes, pois a reposição com estrógenos nem sempre leva ao sucesso aqueles casos de atrofia do epitélio bucal.

O tratamento com pomadas à base de estrógenos, estrógenos associados a progesterona e placebo, aliviaram os sintomas de certos pacientes, alterando os aspectos atróficos do epitélio, no entanto, tal resultado parece estar relacionado mais com simples e repetidas massagens, independentes da associação medicamentosa utilizada. Assim, após os 40 anos, dado a queda de estrógenos e modificações da queratinização da

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mucosa bucal, as mulheres parecem ser mais suscetíveis ao fumo, desenvolvendo alterações na mucosa bucal, além de alterações osteoporóticas na maxila e mandíbula. A forma de administração da reposição ou regulação hormonal nestas pacientes é variada, podendo ser por via transcutânea, ou seja, através de adesivos aplicados sobre a derme da paciente, além das vias enterais e parenterais convencionalmente utilizadas, via oral ou ainda por injeções intramusculares aplicadas com intervalos de tempo variáveis.

CLIMADERM 7 DIASESTRADERM TTS

MENORESTESTRADIOL

Indicações: hormonoterapia.Contra-indicações: o aspecto que diz respeito ao CD-BMF contra-indica

procedimentos cirúrgicos em pacientes sob terapia de reposição hormonal (TRH) que está associada a um aumento relativo no risco de desenvolvimento de tromboembolismo venoso, a trombose venosa profunda, ou embolismo pulmonar. Se possível, o estrogênio deve ser descontinuado pelo menos quatro semanas antes de cirurgias associadas a risco aumentado de tromboembolismo, ou utilização de medidas profiláticas de prevenção, administradas a critério do médico assistente envolvido, habitualmente, o Ginecologista.

ADSORVENTES INTESTINAIS(ANTIDIARRÉICOS/ANTIDISENTÉRICOS)

Fato comum durante antibioticoterapia prolongada, tanto quando realizada por via enteral ou parenteral, é a ocorrência de distúrbios gastrintestinais, tais como as diarréias, ocasionados pela alteração da flora bacteriana intestinal, influenciada pelo poder bactericida ou bacteriostático do quimioterápico empregado (efeito colateral). Quando descartada a possibilidade de que tal intercorrência não tem um fundo infeccioso do trato gastrintestinal, sendo puramente relacionada à utilização de antibacterianos, pode-se lançar mão dos absorventes intestinais cuja atuação está no restabelecimento da flora bacteriana intestinal saprófita.

FLORAXSaccharomyces cerevisiae

Indicações : tratamento de diarréias.

FLORATILSaccharomyces boulardii-17, liofilizado

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Indicações: adjuvante no tratamento da diarréia produzida por antibioticoterapia ou quimioterapia.

Contra-indicações: não são conhecidas até o momento.Interações medicamentosas: não deve ser administrado juntamente com

agentes fungistáticos e fungicidas, por possibilidade de antagonismo e inativação do produto, anulando seu efeito terapêutico.

Posologia e modo de usar: no caso de pacientes sob tratamento com antibióticos e quimioterápicos, administrar FLORATIL (100 A 200 mg) um pouco antes desses agentes.

ALCALINIZANTES

Considerando-se que o meio fisiológico tem o seu pH neutro, ou seja, na escala de 0-14, em torno de 7, existem situações, como no diabetes, onde predispõe-se à uma acidose patológica a ser compensada pela administração de drogas alcalinas, ou seja, com pH acima de 7. Ainda em circunstâncias nas quais um meio alcalino dificulta a sobrevivência de microrganismos patogênicos com tropismo ou compatíveis com meios ácidos, à exemplo das infecções fúngicas orais. Além disto, parece que a alcalinização do meio bucal, também, atua como fator coadjuvante no tratamento sintomático da hipossialia (xerostomia).

BICABORNATO DE SÓDIO

Indicações: na cetoacidose do diabético descompensado, para restaurar o equilíbrio ácido/básico como antiácido (gástrico); como alcalinizante de cavidade oral em quadros de candidíase aguda e, como coadjuvante, associado ou não ao cloreto de sódio, no tratamento sintomático das xerostomias.

Posologia e modo de usar: à critério do médico assistente, quando de uso sistêmico, ou diluído em água para bochechos, como colutório, após dieta e higiene oral, quando em uso tópico.

LEITE DE MAGNÉSIA DE PHLLIPS

HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO

Indicações: excetuando-se a cetoacidose, tem as mesmas indicações do bicabornato de sódio, sendo que nos quadros de candidíase em hipertensos é aquele mais indicado por não predispor à crises hipertensivas durante sua utilização.

ANALGÉSICOS

As drogas analgésicas, antiinflamatórias e antipiréticas constituem um grupo heterogêneo de compostos, geralmente não relacionados quimicamente, embora a

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maioria seja ácida orgânica, que, apesar disto, têm em comum certas ações terapêuticas e efeitos colaterais. Assim uma classificação de drogas analgésicas e antiinflamatórias é complexa e controversa, uma vez que todo analgésico tem um potencial antiinflamatório, e vice-versa. Pode-se de maneira didática dividir-se em dois grupos, as drogas com efeito antiinflamatório mais acentuado e, as drogas com potencial analgésico mais exacerbado, estas que podem ter efeito sobre SNC ou atuação periférica, sendo classificadas como opiódes ou não-opióides, cujo mecanismo de ação também distingüe-se dos antiinflamatórios propriamente ditos, ou seja, os antiinflamatórios não-esteróides (AINEs).

Nesta seção, serão enfocados os analgésicos propriamente ditos, opiódes e não-opióides.

O termo opióide é aqui utilizado para designar um grupo de drogas semelhantes à morfina (composto puro do ópio que contém mais de 20 alcalóides distintos, cuja denominação foi dada em homenagem à Morfeu (o deus grego dos sonhos), em diferentes graus, no que concerne às suas propriedades. Os opióides ou agonistas opióides são empregados principalmente como analgésicos, embora possuam muitos outros efeitos farmacológicos. Sua maneira de ação tem a ver com a interação com diversos receptores que parecem estar intimamente relacionados, compartilhando com algumas propriedades de determinados peptídios de ocorrência natural, as encefalinas, as endorfinas, além das dinorfinas. Estes peptídios opióides endógenos parecem funcionar como neurotransmissores, moduladores da neurotransmissão ou neuro-hormônios, cuja participação nos processos fisiológicos ainda não foi de todo esclarecida. As moléculas precursoras e os peptídios delas originados não ficam confinados ao sistema nervoso central (SNC), estando distribuídos pelo organismo de maneira específica, explicando assim a ação das drogas opióides principalmente sobre o SNC, porém não exclusivamente sobre ele.

Dentre os analgésicos não-opióides a aspirina é o protótipo, por essa razão, tais compostos costumam ser designados drogas tipo aspirina. Com a elucidação do mecanismo de ação destas drogas, foi possível entender porque drogas tão heterogêneas possuem as mesmas atividades terapêuticas básicas e, freqüentemente, os mesmos efeitos colaterais. A atividade terapêutica das drogas tipo aspirina depende da inibição de uma via bioquímica definida, responsável pela biossíntese das prostaglandinas e dos autacóides relacionados. O termo autacóide deriva do grego autos “auto” e akos “agente medicinal ou remédio” designando diferentes substâncias descritas variavelmente como hormônios locais, agentes autofarmacológicos, além de outros termos semelhantes.

A inibição da biossíntese das prostaglandinas está relacionada com a interrupção da biossíntese dos produtos do ácido araquidônico, pelas diversas vias de seu metabolismo, inibindo prostaciclina, tromboxano A2, leucotrienos, cicloxigenases 1 e 2 (COX 1 e COX 2).

Uma das limitações das drogas semelhantes à aspirina é sua incapacidade de inibir o metabolismo do ácido araquidônico pelas lipoxigenases. Na verdade, a inibição das cicloxigenases poderá ocasionar um aumento da síntese de leucotrienos, por aumentar a quantidade de ácido araquidônico disponível para sofrer a ação das

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lipoxagenases. A despeito disto, ainda existe o conceito atual de seletividade na inibição de COX 1 e COX 2, mesmo por parte dos antiinflamatórios propriamente ditos (AINEs). Concluindo-se daí o porquê do efeito principal destas drogas ser a analgesia, em detrimento de seu baixo poder antiinflamatório.

ÁCIDO ACETIL SALICÍLICO (AAS)ASPIRINA

Indicações: analgésico, antitérmico e antiinflamatório. Os salicilatos promovem o alívio da dor, tanto por sua ação periférica, como pelo seu efeito ao nível do sistema nervoso central. Como inibidor da síntese de prostaglandinas no tecido inflamado, impede a sensibilização dos receptores da dor ao estímulo mecânico ou à ação de substâncias químicas. O AAS inibe a agregação plaquetária, interferindo na primeira fase do processo de coagulação sangüínea, reduzindo ou mesmo impedindo a formação do tampão plaquetário indispensável para o início da formação posterior do coágulo, aumentando o tempo de sangramento (Ts), efeito este, que justifica seu emprego na profilaxia dos distúrbios trombóticos coronariano e cerebral, inspirando cuidados nos pacientes com indicação cirúrgica, devido ao risco aumentado de hemorragias severas. São necessários exames laboratoriais prévios (coagulograma completo como o Ts-Tempo de Sangramento, Tc-Tempo de Coagulação, Tp-Tempo de Protrombina, Ttpa-Tempo de Tromboplastina Parcialmente Ativada, Contagem de Plaquetas, Prova do laço-Rumpel-Leede-função plaquetária)e, se necessário, a suspensão prévia do medicamento, porém sob supervisionamento do cardiologista assistente.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos salicilatos, último trimestre da gravidez, dispepsias, lesão da mucosa gástrica, lesão hepática grave, hemofilia, púrpuras, leucemias sob tratamento quimioterápico, discrasias sangüíneas, uso de anticoagulantes e suspeita de dengue.

Interações medicamentosas: interage com o álcool, probenecida, anticoagulantes, sulfinpirazona, sedativos, metotrexato e sulfoniluréias.

Posologia: adultos, de 3.000 a 6.000mg/dia, fracionados em seis vezes(4/4 horas); crianças, 50 a 500mg até 3 vezes ao dia, de acordo com idade e peso. Como antiagregante, usualmente 100mg ao dia.

CIBALENA AÁCIDO ACETIL SALICÍLICO,

PARACETAMOL,CAFEÍNA

Indicações: analgésico e antipirético.Informações técnicas: trata-se da associação de dois analgésicos, o AAS e

o Paracetamol e, um analéptico, a cafeína. A associação de dois analgésicos permite que propriedades positivas de ambos sejam somadas as negativas diminuídas. O

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Paracetamol é um analgésico particularmente útil no controle da dor que acompanha os distúrbios da musculatura esquelética, além de sua perfeita tolerância, ao lado da completa ausência de fenômeno irritativo sobre a mucosa gástrica ou sobre a musculatura lisa do tubo digestivo, ao contrário do AAS que é altamente irritante da mucosa do trato gastrintestinal. Embora um tanto mais lento que o AAS, o paracetamol é mais duradouro e persistente.

Posologia: 1 a 2 comprimidos 3 x ao dia (acima de 14 anos).

CODEIN

FOSFATO DE CODEÍNA

Indicações: a codeína é um analgésico derivado do ópio usado para o alívio da dor moderada.

Contra-indicações: em casos de diarréia associada à colite pseudomembranosa causada por cefalosporina, lincomicina ou penicilina, ou ainda quando provocada por envenenamento. Alergia à codeína ou a outros opiódes. Nos casos de depressão respiratória, especialmente em presença de cianose e excessiva secreção brônquica. É contra-indicado quando há dependência à drogas, inclusive etilismo, nas instabilidades emocionais ou quando da tentativa de suicídio, condições onde há aumento da pressão intracraniana, arritmia cardíaca, convulsão, função hepática ou renal prejudicada,inflamação intestinal, hipertrofia ou obstrução prostática, hipotireoidismo, cirurgia recente do trato intestinal ou urinário.

Posologia: Adultos: 30mg (de 15 a 60 mg) a cada 3 ou 6 horas, com um limite de administração de até 120 mg/dia. Crianças: 0,5 mg/Kg /peso corporal a cada 4 a 6 horas.

DIMORF

SULFATO DE MORFINA

Indicações: analgésico sistêmico, utilizado para o alívio da dor aguda que não responde a nenhum outro analgésico narcótico sistêmico.

Contra-indicações: pacientes alérgicos à morfina ou outros opiódes, bronquite asmática crônica e aguda ou obstrução das vias aéreas superiores, com depressão ou insuficiência respiratória, arritmia cardíaca, aumento da pressão intracraniana e cerebroespinhal, danos cerebrais, tumor cerebral, alcoolismo, delirium tremens, convulsões. Nos casos em que há problemas de coagulação causados por terapia anticoagulante ou desordens hematológicas e, quando na dependência à analgésicos opiódes.

Superdosagem: caracterizada pela depressão respiratória com ou sem depressão concomitante do SNC. Conduta: assegurar e manter as vias aéreas livres,

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auxiliando a ventilação com oxigênio e/ou sistema de ventilação assistida ou controlada. O antagonista narcótico Naloxona é o antídoto específico.

Posologia: Adultos: 15 a 30 mg a cada 4 horas. Crianças: 0,3 a 0,6 mg/Kg.

Atenção: pode causar dependência física e psíquica.

DIPIRONADIPIRONA SÓDICA (ANADOR)

OU MAGNÉSICA (MAGNOPYROL)

Indicações: analgésico e antipirético.Contra-indicações: dipirona não deve ser usada em pacientes com

intolerância conhecida aos derivados pirazolônicos, ou portadores de determinadas doenças metabólicas, como porfiria hepática ou deficiência congênita da glicose-6-fosfato desidrogenase. Como os demais analgésicos, não deve ser utilizada em altas doses ou por períodos prolongados sem acompanhamento do paciente.

Precauções: o uso de dipirona em casos de amidalite ou qualquer outra afecção da bucofaringe deve merecer um cuidado redobrado. Esta afecção preexistente pode mascarar os primeiros sintomas de AGRANULOCITOSE (angina agranulocítica), ocorrência rara, mas possível, quando se faz uso da dipirona. Seu uso deve ser evitado no primeiro trimestre e nas últimas 6 semanas de gestação e, mesmo fora destes períodos, poderá ser administrada a gestante em casos de absoluta necessidade. Em caso de aleitamento materno, a dipirona passa para o leite materno, porém desconhecem-se ocorrências de efeitos prejudiciais ao lactente. Pacientes com asma ou infecções respiratórias crônicas, bem como com hipersensibilidade a qualquer tipo de substância, podem desenvolver choque. Em pacientes com distúrbios hematopoéticos, as dipironas poderão ser administradas sob controle do médico assistente. São necessários cuidados em pacientes com pressão arterial sistólica abaixo de 100 mmHg ou com condições circulatórias instáveis (ex.: deficiência circulatória incipiente associada ao enfarto do miocárdio, lesões múltiplas ou choque recente). Usar com cautela em pacientes idosos, com obstrução pilórica ou intestinal, ou ainda com as funções metabólica, renal ou hepática debilitadas.

Advertências: interromper imediatamente o uso surgindo manifestações alérgicas na pele, como prurido e placas eritematosas, se houver algia na faringe ou qualquer anormalidade na boca ou garganta.

Interações medicamentosas: deve-se evitar o uso concomitante de álcool. No caso de pacientes fazendo uso de ciclosporina (imunossupressor, (ex.: em transplantados fazendo uso desta droga), pode ocorrer uma diminuição no nível da ciclosporina. Produtos contendo dipirona não devem ser administrados a pacientes sob tratamento com fenotiazínicos, como a Clorpromazina (neuroléptico e antipsicótico, ex.: em PMD-Psicose Maníaco Depressiva, quando controlada com tal droga), pois pode ocorrer hipotermia grave.

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Reações adversas: em pacientes sensíveis, independente da dosagem, a dipirona pode provocar reações de hipersensibilidade. As mais graves embora raras, são anafilaxia (choque) e discrasias sangüíneas, tais como agranulocitose, leucopenia, trombocitopenia, anemia hemolítica e meta-hemoglobinemia, além de casos relatados de aplasia medular, que são sempre quadros muito graves, daí em alguns países haver sérias restrições e, até mesmo proibição da sua utilização. Quadros de reações de hipersensibilidade afetando a pele (urticária), a conjuntiva e a mucosa nasofaríngea , podem evoluir para reações cutâneas bolhosas, extremamente graves, com risco de vida, com envolvimento de mucosa tais como a Síndrome de Stevens-Johson ou a Síndrome de Lyell. Ocasionalmente, principalmente em pacientes com histórico de doença renal preexistente, ou em caso de superdosagem, foram relatados distúrbios renais transitórios com oligúria ou anúria, proteinúria e nefrite intersticial. Podem ser observadas crises asmáticas em pacientes com predisposição a tal condição. Em pacientes com deficiência de protrombina, a dipirona pode agravar a tendência à hemorragia.

Posologia: Adultos: (solução oral) utilizar 30 a 60 gotas de 6/6 horas. Crianças: de 3 a 37 gotas, de acordo com peso e idade, até 4 vezes ao dia.

Superdosagem: os cuidados devem ser os classicamente utilizados, como a lavagem gástrica, monitorização das funções vitais com terapêutica de suporte, quando necessário e, eventualmente, diurese forçada e diálise, uma vez que dipirona é dialisável, ou seja, trata-se de emergência médica a ser encaminhada aos cuidados de médico assistente em pronto-atendimento.

DOLOXENE-A

NAPSILATO DE PROPOXIFENO,ÁCIDO ACETILSALICÍLICO

Indicação: alívio de dores leves e moderadas.Contra-indicação: hipersensibilidade ao propoxifeno e ao AAS.Ação: a associação dos dois princípios ativos da droga tem efeito

sinérgico, ou seja, proporciona analgesia maior do que aquelas produzidas por ambas as drogas administradas isoladamente.

Contra-indicação: hipersensibilidade aos componentes do medicamento.Advertências: o napsilato de propoxifeno pode causar uma diminuição da

capacidade mental e/ou física, necessárias para realização de tarefas potencialmente arriscadas, tais como dirigir automóvel ou operar maquinaria, especialmente durante os primeiros dias de tratamento. Seu efeito depressivo sobre o SNC poderá ser cumulativo com o de outro depressor desse sistema, incluindo o álcool, devendo o paciente ser devidamente alertado. O propoxifeno isolado ou em combinação com outros depressores do SNC pode ter efeitos tóxicos ou até mesmo fatais em caso de superdosagem, principalmente em pacientes com história prévia de distúrbios emocionais ou de tentativa de suicídio, bem como uso de indevido de tranqüilizantes, álcool ou outras drogas ativas no SNC. Deve-se ter cautela ao se prescrever propoxifeno

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em doses elevadas a tais pacientes. Devido à presença da AAS na composição, doloxene-a deve ser prescrito com cautela na presença de úlcera péptica.

Dependência à droga: têm sido relatados sintomas de dependência psicológica e física, que quando ocorre é qualitativamente idêntica à da codeína, embora seja quantitativamente menor e, o seu uso não substitui a morfina nos casos de dependência a esta droga.

Posologia: Adultos: 1 cápsula por via oral de 4 em 4 horas.

DÓRICOTYLENOL

PARACETAMOL

Indicação: analgésico e antitérmico.Contra-indicação: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.Características: o paracetamol atua predominantemente na inibição da

síntese de prostaglandinas no SNC e, também, no bloqueio dos impulsos dolorosos ao nível periférico. Como antitérmico age no centro hipotalâmico regulador da temperatura, provavelmente através da inibição da síntese de prostaglandinas, resultando em vasodilatação periférica e perda de calor.

Precauções: deve ser administrado com cautela durante a gestação e lactação, além de casos de insuficiência renal e/ou hepática grave.

Interações medicamentosas: a administração com alimentos retarda a absorção do fármaco. Interage com anticoagulantes cumarínicos e cloranfenicol. Evitar utilização concomitante com substâncias hepatotóxicas, inclusive o álcool, devido a seu potencial hepatoxicidade, que também pode ser aumentado pela administração de altas doses dos seguintes fármacos: barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, rifampicina e sulfinpirazona.

Reações adversas: a administração prolongada e/ou em doses altas pode provocar disfunção hepática e discrasias sangüíneas, havendo relatos de êxito letal devido a fenômenos hepatotóxicos. Reações de hipersensibilidade podem ocorrer também com o uso do produto.

Posologia: 500 a 1.000 mg de 3 a 4 vezes ao dia, não ultrapassando 8 comprimidos em 24 horas.

Superdosagem: esvaziamento gástrico por aspiração e lavagem. O antídoto é a N-acetilcisteína.

LISADOR

DIPIRONA, ADIFENINA E PROMETAZINA

Indicação: analgésico, antiespasmódico e antitérmico.

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Propriedades: a associação de um analgésico, a dipirona, um espasmolítico, a adifenina, e um anti-histamínico, a prometazina, permite a potencialização dos efeitos terapêuticos analgésico-espasmolíticos da droga.

Posologia: Lisador gotas: 30 a 60 gotas de 6/6 horas.

TRAMAL

CLORIDRATO DE TRAMADOL

Indicações: controle da dor de intensidade moderada a severa, de caráter agudo, subagudo e crônico.

Contra-indicações: hipersensibilidade ao cloridrato de tramadol; intoxicações agudas por álcool, hipnóticos, analgésicos e psicofármacos em geral; pacientes em tratamento com: inibidores da MAO, antidepressivos tricíclicos, antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina, neurolépticos e drogas ou situações que baixam o limiar para convulsões (carbamazepina, trauma encefálico, desordens metabólicas, abstinência a álcool e drogas).

Informações técnicas: o mecanismo de ação do tramal não é completamente conhecido, mas sabe-se que ele pode-se ligar aos receptores opióides u e também, inibir a recaptação da norepinefrina e serotonina. Seu mecanismo de atuação é similar ao das endorfinas e encefalinas, agindo nos receptores ao nível de células nervosas, levando à diminuição da dor.

Precauções e advertências: deve ser utilizado com cuidado nas seguintes situações: hipersensibilidade aos opióides,pacientes idosos e com insuficiência respiratória, história prévia de convulsões,dependência de opióides,pressão intracraniana aumentada,além do rebaixamento de consciência de origem não estabelecida. Seu uso durante a gestação e amamentação tem indicação bastante restrita. Pacientes sob tratamento com Tramal devem ser alertados quanto à realização de atividades que exijam atenção, como operar maquinária ou dirigir veículos, particularmente quando utilizado concomitantemente com bebidas alcoólicas, devido à possibilidade de potencialização dos efeitos indesejáveis de ambas as drogas.

Interações medicamentosas: mesmo recebendo as doses recomendadas, casos de convulsão já foram relatados em alguns pacientes. Há um risco aumentado de convulsões quando administrado concomitantemente com antidepressivos (amitriptilina, nortriptilina, selegilina, amoxapina, clorgilina, fluoxetina, sertralina, fluvoxamina imipramina, moclobemida, etc.) e neurolépticos (sulpirida, clorpromazina, clorprotixeno, flupentixol, haloperidol, pimozida, risperidona, etc.). Depressores do SNC tais como codeína, difenidramina, hidrocodona, meperidina, talidomida, morfina, etc, têm seus efeitos potencializados quando no uso concomitante com Tramal. Outras drogas tais com o antifúngico Cetoconazol e o antibiótico eritromicina, podem inibir o metabolismo do tramadol.

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Posologia: Adultos e jovens com mais de 14 anos de idade de 50 mg a 100 mg, quando necessário pode-se repetir a cada 4-6 horas, não devendo exceder doses de 400 mg/dia.

TYLEX

PARACETAMOLFOSFATO DE CODEÍNA

Descrição: é a combinação de duas drogas já descritas, que combinam os efeitos analgésicos de uma substância química com ação central, a codeína, com os de paracetamol, com uma ação predominantemente periférica, apresentando uma distribuição uniforme a quase todos os tecidos do organismo.

ANESTÉSICOS LOCAIS

O presente subtítulo que engloba os anestésicos locais, regionais e tópicos, encontra-se descrito detalhadamente no volume ANESTESIOLOGIA do autor.

ANESTÉSICOS GERAIS

Muito embora o CD-BMF não utilize drogas anestésicas gerais inalantes ou injetáveis, importante se faz o conhecimento de sua ação e, as possíveis interações medicamentosas com os medicamentos por ele rotineiramente utilizados.

Das drogas anestésicas inalatórias, as mais freqüentemente utilizadas são o Halotano, Etrane, Isoflurano e o Sevorane. A importância do conhecimento de que droga foi selecionada pelo Médico Anestesiologista, se deve ao fato que os anestésicos inalatórios Halogenados, Halotano, Halothano e Fluothane, possuem elevado risco de interação medicamentosa com a adrenalina e noradrenalina, que devem ser somente empregadas com extrema cautela, senão evitadas durante a anestesia geral, uma vez que o uso simultâneo pode induzir sérias arritmias cardíacas como taquicardia ventricular ou fibrilação. Portanto em caso de planejamento cirúrgico onde se deseja infiltração anestésica com vaso constrictor derivado da adrenalina ou noradrenalina, para diminuição do sangramento trans-cirúrgico e facilitação da hemostasia, há que se planejar com o Anestesista previamente, para a seleção da droga anestésica geral mais adequada e, comunicá-lo durante os momentos de utilização das soluções anestésicas com o vaso constrictor citado, para que se faça uma monitoração do paciente mais acurada à nível de Oxímetro/pulsímetro e Cardioscópio, instrumentos estes que revelam possíveis quadros de arritmia cardíaca. Nestas intercorrências de arritmias trans-operatórias, as drogas mais freqüentemente utilizadas como antiarrítmicos são a Amiodarona e a xilocaína, esta também administrada por via endovenosa. Outro fator importante a saber, é que na associação de anestésicos locais com gerais, quando bem

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indicada, diminui a quantidade de anestésico geral a ser utilizada pelo Anestesista, o que favorece a recuperação do paciente após o término da operação, retornando-o à consciência num tempo mais curto, diminuindo-se assim o tempo anestésico empregado, além de uma analgesia pós-operatória nos procedimentos cirúrgicos de curta duração.

ANOVULATÓRIOS(ANTICONCEPCIONAIS)

Além da sua utilização em hormonoterapia os estrógenos e suas associações são amplamente usados como anovulatórios na anticoncepção e na regulação de ciclos menstruais, apresentando os mesmos processos metabólicos e fisiológicos, com as idênticas intercorrências a serem consideradas pelos cirurgiões.

GYNERA

GESTODENO + ETINILESTRADIOL

MERCILON

DESOGESTREL

ETINILESTRADIOLMICRODIOL

DESOGESTREL/ETINILESTRADIOL

NORDETTE

LEVONORGESTRELETINIESTRADIOL

Indicações: contracepção hormonal oral e controle de irregularidades menstruais.

Contra-indicações: a exemplo da terapêutica aplicada em Hormonoterapia, como medida de precaução, em casos de cirurgias programadas, deve haver a interrupção da medicação, pois segundo conhecimentos atuais não se pode excluir a possibilidade de que a tomada de contraceptivos hormonais esteja associada a um aumento de risco de doenças tromboembólicas venosa e arterial. Com relação à trombose arterial (ex.: apoplexia, infarto do miocárdio) parece aumentar o risco relativo quando concomitantemente existem outros fatores, tais como intenso consumo de cigarro (15 ou mais cigarros por dia), idade mais avançada, hipertensão,

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hipercolesterolemia, obesidade, diabetes, pré-eclampsia, tratamento contraceptivo combinado prolongado por vários anos.

Interações medicamentosas: a administração simultânea e regular de outros medicamentos tais como a hidantoína, rifampicina ampicilina, fenoximetipenicilina, tetraciclina, neomicina, cloranfenicol, sulfonamidas, nitrofurantoína, barbitúricos, fenilbutazona, meprobamato, analgésicos contendo fenacetina e pirazolona, clorpromazina, diidroergotamina e cordiazepóxido, reduz a eficácia contraceptiva aumentando a incidência de sangramento intermenstrual, fato este a ser relatado e orientado ao paciente quanto aos devidos cuidados a serem observados, quando da necessidade de associação destas drogas, muitas delas de uso rotineiro do CD-BMF, aos contraceptivos.

ANSIOLÍTICOS E TRANQÜILIZANTES

São drogas freqüentemente utilizadas como medicação pré-anestésica, para atos cirúrgicos em pacientes com grau de excitabilidade exacerbado, nos quais se deseja a elevação do patamar de sensibilidade à dor, tornando o limiar de tolerância e sensibilidade às sensações dolorosas mais altas, quando se utilizam as anestesias locais, ou como MPA (Medicação Pré-Anestésica) em anestesia geral.

DIENPAX

DIAZEPAN

VALIUMDIAZEPAN

Indicações: agitação, ansiedade patológica, crises convulsivas, sedação, espasmos musculares, pela sua ação ansiolítica, sedativa, miorrelaxante e anticonvulsivante, atuando como depressor do SNC, provavelmente facilitando a ação inibitória do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA).

Contra-indicações: hipersensibilidade aos benzodiazepínicos, miastenia gravis , glaucoma de ângulo estreito, gravidez; na insuficiência respiratória, em razão do efeito depressor dos benzodiazepínicos, não obstante, nos casos de hipoxia onde a ansiedade agrava o quadro, poderia ter sua indicação, ou ainda em pacientes dependentes de outras drogas, inclusive o álcool, exceto em crises de abstinência.

Posologia: Adultos: de 5 a10 mg 2vezes ao dia. Crianças: de 2,5 mg três vezes ao dia.

ANTAGONISTA DOS RECEPTORES H2 DE HISTAMINA

Os antagonistas dos receptores H2 de histamina atuam como protetores gástricos, na associação medicamentosa antibióticos/antiinflamatórios/analgésicos/etc.,

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utilizadas pelo CD-BMF rotineiramente e, indiretamente como broncoprotetores, em casos de risco de broncoaspiração em anestesia geral, para pacientes susceptíveis.

ANTAK

RANITIDINA

TAGAMET

CIMETIDINA

Descrição: ambas as drogas atuam como antagonistas específicos dos receptores H2 da histamina, inibindo a secreção basal ou estimulada de ácido gástrico, tanto através da redução de volume da secreção, como de seu conteúdo em ácido e pepsina.

Indicação: tratamento de úlceras do trato gastrintestinal e, nas condições nas quais haja conveniência na redução da secreção gástrica e da produção de ácido, tais como, antes da anestesia geral em pacientes propensos à aspiração ácida, diminuindo o risco de dano pulmonar quando por ventura ocorrer (Síndrome de Mendelson), ou ainda como protetor gástrico concomitante ao uso de antibioticoterapia e antiinflamatórios, devido a atividade citoprotetora, exercendo um efeito benéfico na manutenção da integridade da barreira mucosa gástrica.

Posologia: Adultos: Antak: 150 mg de12/12 horas. Tagamet: 400 mg 2 x ao dia.

QUIMIOTERÁPICOS ANTIANAERÓBIOS

Os antibacterianos anaerobicidas têm aplicação específica, além das genéricas, em BMF, especialmente para infecções peculiares do trato Buco-Maxilo-Facial, tais como as pericoronarites, nas quais os germes freqüentemente encontrados são anaeróbios e, a quimioterapia antibiótica pode ser indicada com espectro estreito, direcionada a tais microrganismos especificamente. Assim, quimioterápicos e não antibióticos, com espectro antimicrobiano estreito direcionado somente para anaeróbios podem ser indicados.

FLAGYL

METRONIDAZOL

Indicações: tratamento de infecções causadas por bactérias anaeróbias como Bacteroides fragilis e outros bacteróides, fusobacterium sp., Clostridium sp., eubacterium sp., e cocos anaeróbios; além de tricomonicida, amebicida, giardicida.

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Contra-indicações: hipersensibilidade ao metronidazol ou derivados imidazólicos. Na amamentação.

Advertências: o metronidazol pode interferir com alguns tipos de dosagens séricas, como as de TGO, TGP, DHL, triglicérides e glicose hexoquinase. Recomenda-se a monitorização da contagem leucocitária diferencial em pacientes com história de discrasia sangüínea ou recebendo altas doses e/ou tratamento prolongado com metronidazol. Em casos de leucopenia deve-se avaliar a relação risco/benefício da continuidade do tratamento.

Interações medicamentosas: a administração simultânea de drogas que induzem enzimas microssomais hepáticas, tais como a fenitoína ou o fenobarbital, pode acelerar a eliminação do metronidazol, resultando em níveis plasmáticos reduzidos, em contrapartida drogas que venham a diminuir a atividade destas enzimas, tais como a Cimetidina, podendo prolongar a meia-vida do metronidazol. A associação com anticoagulantes orais (warfarina) pode potencializar o efeito anticoagulante e o risco hemorrágico, resultado do retardo do catabolismo hepático do anticoagulante.

Reações adversas: podem ocorrer alterações gastrintestinais como náusea, gosto metálico desagradável, anorexia, cólica abdominal, vômito, diarréia e constipação, entre outras.

Posologia: Adultos: 400 mg de 8/8 horas, durante 7 dias. Crianças: 7,5 mg/Kg, 3 x ao dia, durante 7 dias.

SECNIDAL

TECNID

SECNIDAZOL

Informações técnicas: o princípio ativo secnidazol, é um derivado sintético da série dos nitroimidazóis, possuindo as mesmas características farmacológicas inerentes aos Imidazóis, tal como o metronidazol, no tocante as indicações, contra-indicações, interações medicamentosas, etc...

ANTIMICROBIANOS

ANTIBACTERIANOS

ANTIBIÓTICOS

A antibiose, ou seja, o conceito de que substâncias produzidas por um ser vivo possam matar outro ser vivo, é tão velha quanto à ciência da microbiologia. A antibioticoterapia já era desenvolvida, sem ser reconhecida como tal, pelos chineses, há mais de 2.500 anos, quando utilizavam as propriedades terapêuticas da coalhada mofada

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de soja aplicada em carbúnculos, furúnculos e infecções similares. Assim, durante séculos, a literatura médica registrou descrições de efeitos benéficos em infecções, da aplicação de elementos do solo e várias plantas, cuja maioria provavelmente derivava de mofos e bactérias formadoras de antibióticos.

A era moderna da quimioterapia da infecção começou com a utilização clínica da Sulfanilamida em 1936 e, a “idade áurea” da terapia antimicrobiana iniciou-se em 1941 com o advento das Penicilinas, quando este derivado foi produzido em escala industrial, e tornou-se disponível para o uso clínico.

Atualmente, os antibióticos estão entre as drogas mais usadas na terapêutica médica, o que paradoxalmente os colocam, também, entre as mais inadequadamente utilizadas, resultando deste uso generalizado, o surgimento de patógenos resistentes aos antibióticos, criando a necessidade contínua e freqüente de novas drogas. Observa-se, então, o dinamismo caracterizado pelo surgimento constante de novos desafios, seguidos de investigação, descoberta e produção de novas drogas.

Por definição, os antibióticos são substâncias produzidas por diferentes espécies de microrganismos, bactérias, fungos, actinomicetos, que suprimem o crescimento de outros microrganismos (efeito bacteriostático), podendo até mesmo destruí-los (efeito bactericida). Os antibióticos diferem entre si quanto suas propriedades físicas, químicas e farmacológicas, espectros antibacterianos e mecanismo de ação.

A classificação e o agrupamento das drogas antimicrobianas podem ser realizadas por diversos métodos, porém todos são falhos, devido às exceções e os imbricamentos. Deste modo, os antibióticos podem ser classificados em 7 grupos distintos:

1. drogas que inibem a síntese das enzimas ou as ativam, a fim de provocar a ruptura das paredes celulares bacterianas, causando perda de viabilidade e, freqüentemente, lise celular. Pertencem a esse grupo as penicilinas e cefalosporinas, que são estruturalmente similares e, drogas não similares, como a vancomicina, bacitracina e drogas imidazólicas antifúngicas.

2. drogas que atuam diretamente sobre a membrana celular do microrganismo, afetando sua permeabilidade e, causando extravasamento de compostos intracelulares. Neste grupo, encontram-se os detergentes (polimixina e colistimetato) e as drogas antifúngicas poliênicas (nistatina e anfotericina B), que se ligam aos esteróis da parede celular.

3. drogas que afetam a função dos ribossomas bacterianos, causando inibição reversível da síntese protéica e, portanto atuando como bacteriostáticos. Enquadram-se aqui o cloranfenicol, as tetraciclinas, eritromicina e clindamicina.

4. drogas que se ligam à subunidade 30 S dos ribossomas, alterando a síntese protéica, ocasionando morte celular. Pertencem a este grupo os aminoglicosídios.

5. drogas que afetam o metabolismo dos ácidos nucléicos. Destacam-se aqui a rifampicina, que inibe a RNA polimerase dependente do DNA e, as quinolonas (ácido nalidíxico e congêneres) e o metronidazol, que inibe a síntese de DNA.

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6. os antimetabólitos, que incluem o trimetropim e as sulfonamidas,que bloqueiam etapas metabólicas específicas essenciais para os microrganismos.

7. análogos do ácido nucléico, tais como vidarabina e aciclovir, que se ligam a enzimas virais essenciais para a síntese de DNA, impedindo assim a replicação viral.

No momento atual, o mecanismo preciso da ação de algumas drogas antimicrobianas ainda é desconhecido sendo provável que novas categorias venham a surgir, à medida que sejam elucidados mecanismos de ação mais complexos.

O resultado terapêutico favorável, na antibioticoterapia é influenciado por diversos fatores, porém, basicamente o êxito depende de se conseguir um nível de atividade antibacteriana no local da infecção, que seja compatível com uma concentração antibiótica suficiente para inibir as bactérias, de maneira que se desvie o equilíbrio em favor do hospedeiro.

Quando é testada a atividade antimicrobiana de uma nova droga, em geral se define um padrão de “sensibilidade” e “resistência”, contudo, infelizmente, esse espectro de atividade pode, dinamicamente variar de maneira considerável, pois os microrganismos desenvolvem uma série de engenhosas alterações que lhe permitem sobreviver na presença de antibióticos. O desenvolvimento da resistência pode envolver uma alteração genética estável e hereditária de geração em geração e, embora a mutação seja a causa mais freqüente de resistência às drogas antimicrobianas, pode também, ser adquirida através de transferência de material genético de uma bactéria para outra, por transdução, transformação e conjugação.

A seleção ideal e racional dos antibióticos para o tratamento de doenças infecciosas é um processo complexo que demanda um julgamento clínico adequado e conhecimento profundo de fatores farmacológicos, microbiológicos, fisiológicos e de patologia. A despeito desta gama considerável de fundamentos a serem ponderados, a decisão para o uso de antibióticos é muitas vezes tomada de maneira leviana, sem considerar o m.o. infectante potencial ou as características farmacológicas da droga, além de inúmeras vezes processos patológicos distintos, como infecção e inflamação isolada, serem grosseiramente confundidos, comprometendo a eficácia da terapia. Quando um antibiótico é indicado, objetivo é escolher uma droga que seja relativamente ativa para o(s) mais provável (is) m. o. (s) e, que tenham o menor potencial de ocasionar toxicidade ou reações alérgicas no indivíduo a ser tratado.

Nem sempre é possível contar com luxo da identificação definitiva de uma infecção bacteriana, antes de iniciar-se o tratamento, não obstante a instituição ideal da antibioticoterapia necessite da identificação do agente infectante. Impõe-se então uma suposição plausível, que determinem quais os mais prováveis m.o.s. responsáveis pela infecção, compatíveis com o quadro clínico apresentado e, o conhecimento amplo de patologias prováveis envolvidas. O método mais valioso para a identificação imediata da bactéria é o exame da secreção ou líquido corpóreo infectado, pelo corante Gram, que auxilia a reduzir a lista de patógenos potenciais, permitindo escolha mais racional da terapêutica antibiótica inicial. Isto, em algumas situações pode não ser de grande valia, pois a identificação da morfologia do organismo infectante pode não ser o suficiente para uma conclusão diagnóstica bacteriológica específica, podendo a escolha

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de um antibiótico de curto espectro ser inadequada. Deve dessa maneira o clínico se nortear indicando cobertura antibiótica ampla, enquanto se aguarda o isolamento e a identificação do microrganismo. Todo tratamento baseado em diagnóstico de suposição, impõe a realização de cultura e antibiograma, antes da instituição da farmacoterapia. Se o paciente já estiver recebendo antibiótico, deve-se adicionar beta-lactamase aos meios de cultura ou usar outros mecanismos para a remoção dos antibióticos “dispositivos para remoção de antibióticos”.

A profilaxia de infecções com antibióticos, ou seja, a quimioprofilaxia, é primariamente utilizada com três finalidades:

1. para proteger pacientes hígidos contra aquisição ou invasão de m.o.s. específicos aos quais estão expostos.

2. em tentativas de evitar infecções bacterianas secundárias em pacientes portadores de outras patologias.

3. para prevenir endocardite em pacientes com lesões valvulares ou estruturais do coração que se submetem a procedimentos dentários, cirúrgicos ou outros que produzam elevada incidência de bacteremia.

A quimioprofilaxia para evitar infecções de feridas, após procedimentos cirúrgicos, tem provocado considerável controvérsia. Existem vários estudos clínicos bem controlados que apóiam o emprego de drogas antimicrobianas profiláticas em certos procedimentos cirúrgicos. Em contrapartida existem correntes que contra-indicam o uso contínuo de drogas após o procedimento cirúrgico. Na prática, entretanto, a diretriz a ser seguida deve ser norteada pelo bom senso, ou seja, há que se verificar o tipo de procedimento cirúrgico, se limpo, se contaminado, se sujo e contaminado, ou ainda das condições do hospedeiro, além da possibilidade ou não de higiene e curativos da ferida cirúrgica. Ainda podem existir outros fatores peculiares a cada caso, que impliquem em comprometimento do sucesso do ato operatório realizado.

Dos quimioterápicos e antibióticos mais utilizados com antibacterianos, pode-se destacar:

FLUORQUINOLONAS

São isósteros das quinolonas, como ácido nalidíxico, consideradas quinolonas de segunda geração, a exceção do lomefloxacino, tido como de terceira geração. As fluorquinolonas são bactericidas com atividade antipseudomonas, atuando contra microrganismos gram-negativos em geral e gram-positivos, tais como os Staphylococcus e Streptococcus, sendo ativas contra ampla variedade de microorganismos aeróbios, com amplo espectro antiinfeccioso. Entretanto, são geralmente inativas contra bactérias anaeróbias atuando intracelularmente inibindo a unidade A da enzima DNA-girase, essencial para a síntese do DNA bacteriano. Os microorganismos não desenvolvem resistência a elas rapidamente, mas há resistência cruzada entre elas, excetuando-se com o ácido nalidíxico. A principal indicação das fluorquinolonas é no tratamento de infecções bacterianas do trato urinário, atuando também, em infecções sistêmicas causadas por microorganismos sensíveis a elas.

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CIPROFLOXACINO

CIPRO

CIPROXIL

CINOFLAX

CIPROCIN

CIFLOX

PROCIN

PROFLOX

QUINOFLOX

Informações técnicas: a ciprofloxacina é um antibiótico sintético quinolônico que tem mecanismo de ação decorrente do bloqueio da função da DNA-girase, bloqueando o metabolismo bacteriano, uma vez que informações vitais não podem mais ser lidas a partir do cromossomo bacteriano. A resistência à ciprofloxacina não é mediada por plasmídeos, desenvolvendo-se lentamente e em estágios. A ciprofloxacina não apresenta resistência paralela com os demais antibióticos, não compreendidos no grupo dos quinolônicos, assim ela pode ser eficaz contra bactérias resistentes a outros antibióticos, como beta-lactâmicos, aminoglicosídios, penicilinas, cefalosporinas, tetraciclinas, macrolídeos, sulfonamidas e trimetoprima ou derivados do nitrofurano. A ciprofloxacina pode ser utilizada em associação com outros antibióticos, como a Azlocilina, ceftazidima, Meezlocilina, Beta-lactâmicos, porém a associação mais comum, por ampliar o espectro de atuação da terapêutica antibiótica aplicada, atingindo anaeróbios, é com o Metronidazol e a clindamicina.

Indicações: infecções complicadas e não-complicadas causadas por microorganismos sensíveis à ciprofloxacina, no tratamento de infecções bacterianas do trato urinário, ósseas, da pele e tecidos moles e, do trato respiratório, como as sinusites, especialmente as causadas por Gram-negativos.

Contra-indicações: hipersensibilidade às quinolonas, na gravidez e lactação, em distúrbios neurológicos, insuficiência hepática e renal, lactentes, crianças e adolescentes, pois é muito possível que possam causar lesões na cartilagem articular de organismos imaturos.

Interações medicamentosas: reduz a biotransformação hepática e depuração da cafeína e da teofilina; pode aumentar o efeito nefrotóxico da ciclosporina; alcalinizantes urinários como bicabornato de sódio e citratos, podendo reduzir sua

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solubilidade na urina causando cristalúria ou nefrotoxicidade, antiácidos contendo alumínio, cálcio e magnésio, sucralfato ou sulfato ferroso reduzem sua absorção. A nitrofurantoína pode antagonizar seu efeito antibacteriano e, a probenicida pode diminuir sua secreção tubular renal, vindo a interagir com fenitoína, o que pode elevá-la a nível tóxico ou reduzir o controle de convulsões. Pode ainda intensificar a ação da warfarina e, a metoclopramida acelera sua absorção.

Posologia: para infecções ósseas, da pele e tecido mole e trato respiratório, as doses recomendadas são de 500 a 750 mg de 12/12 horas durante 7 a 14 dias.

GATIFLOXACINO

TEQUIN

Informações técnicas: o princípio de atuação da gatifloxacina é idêntico ao das fluorquinolonas em geral, porém diferentemente de algumas e, sua atividade antibacteriana não é afetada pelos inibidores da síntese protéica ou do RNA, não requerendo divisão celular. Apresenta-se como antiinfeccioso bactericida de amplo espectro.

Indicações e contra-indicações: são praticamente as mesmas da ciprofloxacina.

Interações medicamentosas: além das apresentadas pelo ciprofloxacino, pode aumentar a concentração plasmática da digoxina.

Posologia: dose única V.O ou IV. de 400 mg, por 7 a 10 dias.

LEVOFLOXACINO

LEVAQUIM

TAVANIC

Informações técnicas: a levofloxacina é um agente antibacteriano sintético de amplo espectro, para administração V.O ou E.V., que quimicamente é o isômero levógiro (isômero-L) do racemato ofloxacino, um agente antibacteriano fluorquinolônico. O mecanismo de ação é idêntico ao dos outros derivados quinolônicos, envolvendo a inibição do complexo DNA-girase (topoisomerase bactericida IV), uma enzima necessária à replicação, transcrição, restauração e recombinação do DNA. O isômero-L produz mais ligações de hidrogênio e, portanto complexos mais estáveis com a DNA-girase do que o isômero-D; microbiologicamente, isto se traduz numa atividade antibacteriana 25 a 40 vezes maior para o isômero-L , do que para o isômero-D.

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Indicações e contra-indicações: espectro de ação e interações medicamentosas, são as comuns aos derivados quinolônicos.

Posologia: as doses recomendadas são de 250 a 500 mg, de 12/12 ou 24/24 horas, por um período de 7 a 14 dias, dependendo do tipo e severidade da infecção e da sensibilidade do patógeno.

LOMEFLOXACINO

MAXAQUIN

Informações técnicas: é considerada uma quinolona de terceira geração, seu mecanismo de ação é o mesmo das demais quinolonas, porém tem vida mais longa do que as outras fluorquinolonas e, por isto, é administrada uma vez por dia.

Indicações e contra-indicações: microbiologia, farmacocinética, dinâmica e interações medicamentosas, são as mesmas dos derivados fluorquinolônicos.

Posologia: 400 mg ao dia, por via oral, durante 7 a 10 dias.

MOXIFLOXACINO

AVALOX

Informações técnicas: a ação bactericida resulta da interferência com as topisomerases II e IV, enzimas estas, essenciais que controlam a topologia do DNA e tomam parte na replicação, reparação e transcrição do mesmo. Portanto, o mecanismo de ação é similar e comum aos derivados quinolônicos, no entanto o devido a peculiaridades da sua composição química, apresenta uma maior atividade contra bactérias Gram-positivas.

Indicações, contra-indicações, interações medicamentosas, etc., são similares aos outros derivados fluorquinolônicos.

Posologia: 400 mg ao dia, durante 7 a14 dias.

NORFLOXACINO

CHIBROXIN

FLOXACIN

FLOXINOL

NORACIN

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QUINOFORM

RESPEXIL

UROSEPTAL

Informações técnicas: por atingir concentrações altas apenas na urina e baixa no plasma, tem indicação e, seu uso maior é, no tratamento de infecções do trato urinário.

Contra-indicações e interações medicamentosas, já foram descritas em outros derivados das quinolonas.

Posologia: 400 mg de 8/8 ou 12/12 horas.

OFLOXACINO

FLOXSTATOFLOX

OFLOXAN

Informações técnicas: suas ações são semelhantes às do norfloxacino, embora possa ter indicação também para infecções do trato respiratório, da pele e tecidos moles. Seu uso está restrito a hospitais.

Contra-indicações, interações medicamentosas, etc., não fogem a regra das quinolonas.

Posologia: de 200 a 400 mg de 12/12 horas, durante 5 a 10 dias.

PEFLOXACINO

PEFLACIN

Informações técnicas: suas ações são semelhantes às do norfloxacino, e seu uso é restrito a hospitais.

Indicações, contra-indicações, interações medicamentosas, etc., seguem a regra das quinolonas.

Posologia: 200 a 400 mg de 12/12 horas , durante 5 a 10 dias.

PENICILINAS

São derivados do ácido 6-aminopenicilânico, que por terem o anel beta-lactâmico, são conhecidas também, junto com as cefalosporinas, como antibióticos beta-

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lactâmicos. São inativadas por hidrólise e pelas enzimas acilases e beta-lactamases. As penicilinas mais antigas, como a benzilpenicilina, são extraídas de culturas de Penicillium chrysogenum e, as mais recentes são semi-sintéticas, obtidas mediante a incorporação, por via sintética, de grupamentos químicos especiais. A alta eficácia e baixa toxicidade, fazem delas a classe de antibióticos mais usados e, parecem não ser teratogênicas, embora nem todas tenham sido submetidas a estudos na gravidez. Sua ação antibacteriana (a maioria tem ação bactericida) se deve à inibição da enzima transpeptidase, que catalisa a biossíntese da última etapa da formação da parede celular, que como resultado, devido a forte pressão interna da bactéria, promove a ruptura da parede e expulsão do citoplasma bacteriano, com subseqüente morte do m.o.

Assim as penicilinas e outros beta-lactâmicos matam somente as bactérias em crescimento, sendo irracional administrar concomitantemente a penicilina que é bactericida, bacteriostáticos, como clindamicina, cloranfenicol, eritromicina, sulfonamidas ou tetraciclinas. Os principais efeitos adversos das penicilinas são as reações de hipersensibilidade. A resistência dos m.o.s. às penicilinas limita o seu espectro de ação, tornando-se resistentes por um ou mais dos seguintes mecanismos:

1. inativação por beta-lactamases bacterianas;2. permeabilidade diminuída da célula bacteriana à penicilina, o que

impede o antibiótico de atingir as proteínas ligantes apropriadas;3. alteração nas proteínas ligantes a penicilinas que impedem a ligação à

penicilina e,4. tolerância.Do ponto de vista clínico, o mecanismo de resistência adquirida mais

importante é a produção de enzimas (beta-lactamases) inativantes, por estafilococos e bactérias Gram-negativas. As beta-lactamases estafilocócicas podem ser transferidas de uma bactéria para outra por transdução e, são consideradas penicilinases verdadeiras porque inativam as moléculas de penicilinas, mas não as de cefalosporinas, embora algumas penicilinas, a cloxacilina, a dicloxacilina, a meticilina, a nafcilina e a oxacilina, sejam resistentes às penicilinases estafilocócicas.

Contra-indicações:1. hipersensibilidade às penicilinas, cefalosporinas, cefamicinas ou

penicilamina;2. gravidez e lactação e,3. insuficiência renal.Precauções:1. pacientes intolerantes a uma penicilina, podem ser a outras;2. pacientes intolerantes a cefalosporinas, griseofulvina ou penicilamina,

podem também ser intolerantes à penicilinas e,3. em tratamentos prolongados com penicilinas, podendo ocorrer

superinfecção por fungos ou bactérias.Efeitos adversos:1. reações de hipersensibilidade, que vão desde erupções cutâneas até o

choque anafilático;

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2. pacientes hipersensíveis a uma penicilina são a todas e, também às cefalosporinas;

3. anemia, trombocitopenia, púrpura trombocitopênica, eosinofilia, leucopenia e, agranulocitose;

4. mononucleose infecciosa;5. náusea, vômito e diarréia;6. colite pseudomembranosa;7. erupções maculopapulares eritematosas e, urticária e,8. em tratamentos prolongados, superinfecção por microrganismos

resistentes.Interações medicamentosas:1. doses altas por via endovenosa podem causar alterações hemostáticas e

interferir na coagulação, se tomadas concomitantemente com heparina ou anticoagulantes orais;

2. beta-bloqueadores podem aumentar o risco e gravidade de reações anafiláticas;

3. cloranfenicol diminui-lhes o efeito e aumenta a sua própria meia-vida;4. probenicida diminui sua secreção tubular e prolonga seus níveis

sangüíneos e,5. a associação com quimioterápicos bacteriostáticos é inócua, podendo

interferir com o efeito bactericida das penicilinas.O tratamento da superdosagem ou hipersensibilidade, consiste na

administração de anti-histamínicos e corticosteróides sistêmicos, porém nas reações anafilactóides graves impõe-se tratamento de emergência imediato, com epinefrina parenteral, oxigênio, adrenocorticóides intravenosos e tratamento das vias aéreas, incluindo a intubação.

AMOXICILINA

AMOXIL

AMPLAMOX

CIBRAMOX

HICONCIL

NOVOCILIN

NOVOXILPENVICILIN

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VELAMOX

Informações técnicas: trata-se de uma penicilina semi-sintética, cuja estrutura é semelhante, quase idêntica a da ampicilina, que a exemplo desta possue espectro de ação amplo e bactericida, porém apresentando vantagens, quanto a melhor absorção no trato gastrintestinal, menor predisposição a diarréias e a presença de alimento não interfere tanto na sua absorção. É ácido-resistente, mas sofre inativação por efeito das beta-lactamases produzidas por várias bactérias.

Indicações: tratamento de infecções bacterianas causadas por germes sensíveis à ação da amoxicilina; infecções da pele e tecido mole, do trato respiratório, tais como faringites, otites e sinusites.

Contra-indicações: as comuns as penicilinas.Interações medicamentosas: além das já citadas, o alopurinol aumenta o

risco de acidentes cutâneos.Posologia: Adultos: de 750 mg a 1,5 g diariamente divididas em 3

tomadas (8/8 horas). Crianças: 20 a 40 mg/kg/dia, administradas de 8/8 horas, durante 7 a 10 dias.

AMPICILINA

AMPICIL

AMPIFAR

AMPLACILINA

AMPLOFEN

BINOTAL

GRAMCILINA

RESPICILIN

TOTACILIN

Informações técnicas: trata-se de uma penicilina semi-sintética com ação bactericida de amplo espectro de ação, muito maior que o da benzilpenicilina, sendo ativa contra certas bactérias Gram-negativas aeróbias, além do espectro de gram-

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positivos sensíveis, como estafilococos, estreptococos e pneumococos. No entanto, sofre inativação por efeito das beta-lactamases produzidas por várias bactérias. Pode ser utilizada por via oral, intramuscular e endovenosa.

Indicações: em infecções por microrganismos sensíveis; tratamento de infecções da pele e tecidos moles, abcessos, endocardite bacteriana (terapêutica e profilaxia) , infecções do trato bucofaríngeo e respiratório, septicemia bacteriana.

Contra-indicações: além das comuns as penicilinas, em infecções por vírus do grupo herpes.

Efeitos adversos: além dos já citados, lesões da pele, incluindo a síndrome de Stevens-Johnson.

Interações medicamentosas: além das comuns as penicilinas, podem diminuir a eficácia dos anticoncepcionais orais contendo estrogênio.

Posologia: Adultos: de 500 mg a 1 g de 6/6 horas. Crianças: de 50 a 100 mg/kg/dia, em tomadas divididas de 6/6 horas.

AMPICILINA BENZATINA

AMPIZAM

AMPLOTAL

BENZOTAL

BINOTINE

BIO-PEN

DURAPEN

OPTACILIN

Informações técnicas: constitui forma de depósito da ampicilina, por se tratar de um sal pouco solúvel em água, conferindo assim, a base benzatina, uma ação mais prolongada ao antibiótico; sendo comercializada somente em associação com a ampicilina sódica, na proporção de 5:1, normalmente.

BENZILPENICILINA

MEGAPEN 1, 5 E 10 MILHÕES DE UIPENICILINA G POTÁSSICA 5.000.000 E 10.000.000 UI

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Informações técnicas: é uma penicilina natural, ácido-lábil, produzido elo Penicillium chrysogenum, ativa in vitro contra a maioria das bactérias Gram-positivas (exceto os estafilococos produtores de beta-lactamase), cocos Gram-negativos e bactérias anaeróbias (exceto o grupo de Bacteroides fragilis), além de espiroquetas e certos bacilos Gram-negativos. Apresenta-se como antibiótico bactericida de espectro estreito, porém com alto índice quimioterápico e preço baixo, sendo ainda utilizado pelas vias oral, intramuscular e intravenosa, embora por via oral seja absorvida errática e incompletamente (cerca de 15 a 30%), sofrendo destruição pelo suco gástrico, tendo seu uso seguro quando administrado pelas outras vias.

Indicações: por via oral: tratamento de erisipelas, faringites bacterianas, gengivoestomatite ulcerativa necrosante, infecções de pele e dos tecidos moles, pneumonia, profilaxia de febre reumática. Por via parenteral: além das já citadas, possui uma gama maior de atividade pela sua melhor absorção e confiabilidade na administração, sendo indicada para abcesso cerebral, actinomicose e, diversos tipos de meningites e pneumonias.

Contra-indicações: as comuns às penicilinas.Interações medicamentosas: além das já citadas, pode interagir com

outras drogas nefrotóxicas como o captopril, diuréticos poupadores de potássio, enalapril, lisinopril e, outros medicamentos que contêm potássio ou suplementos de potássio. Quando tomados concomitantemente com a benzilpenicilina potássica por via parenteral tendem a promover o acúmulo de potássio sérico, podendo causar hiperpotassemia, sobretudo em pacientes com insuficiência renal. A colestiramina e o colestipol podem retardar ou diminuir sua absorção. Sucos de frutos ácidos e outras bebidas ácidas podem inativá-la.

Posologia: Adultos: por via oral a dose recomendada é de 1.600.000 a 3.200.000 UI/dia, de 6/6 horas. Por via parenteral a dose preconizada é de 1.200.000 a 24.000.000 UI/dia em tomadas divididas, a cada 4 horas. Crianças: por via oral: 40.000 a 80.000/kg/dia, divididas em 4 tomadas. Por via parenteral: 100.000 a 250.000 UI/kg/dia, em tomadas divididas a cada 4 horas.

BENZILPENICILINA BENZATINA

BENZETACIL

LONGACILIN

PENICILINA G BENZATINA

Informações técnicas: constitui forma de depósito da benzilpenicilina, sendo pouco solúvel em água e, por isto é administrada a intervalos mais longos que essa. É administrada apenas por via intramuscular.

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Indicações, contra-indicações e interações medicamentosas: as mesmas da benzilpenicilina.

Posologia: Adultos: 1.200.000 UI em dose única. Crianças: 50.000 UI/kg em dose única.

BENZILPENICILINA PROCAÍNA

BENAPEN

CIBRAMICINA

DESPACILINA

ISACILIN

LINFOCILIN

PENICILINA G POTÁSSICA + PROCAÍNA

WYCILLIN R

Informações técnicas: consiste forma de depósitos da benzilpenicilina, que são pouco solúveis em água, apresentando nível sérico terapêutico prolongado, por isto, pode ser usado com intervalos mais longos entre as administrações.

Indicações, contra-indicações e interações medicamentosas: são as mesmas da benzilpenicilina, porém devido a presença da procaína, pode ocorrer sensibilidade com outros anestésicos locais do tipo éster.

Posologia: Adultos e Crianças: 600.000 a 1.200.000 UI por dia em uma ou duas tomadas, durante 10 a 14 dias.

CARBENICILINA

CARBENICILINA

Informações técnicas: é uma penicilina semi-sintética bactericida de amplo espectro, cuja atividade contra Gram-positivos e cocos Gram-negativos é consideravelmente menos intensa que a da ampicilina ou benzilpenicilina, porém seu espectro de ação contra os bacilos aeróbios Gram-negativos é mais amplo que o da ampicilina. Sua maior vantagem clínica sobre a ampicilina e a benzilpenicilina é sua

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atividade contra as cepas de Pseudomonas aeruginosa. Atua também como inibidora da agregação plaquetária. É usada somente por via parenteral, pois é lábil no suco gástrico.

Indicações: tratamento de infecções causadas por cepas sensíveis de Pseudomonoas aeruginosa (tem efeito sinérgico com a gentamicina ou tobramicina), infecções da pele e tecidos moles, do trato genitourinário, meningites, abcessos cerebrais, septicemia bacteriana.

Contra-indicações: as comuns as penicilinas.Interações medicamentosas: além das já citadas, os antibióticos

aminoglicosídios, principalmente a gentamicina e tobramicina, produzem efeito sinérgico, mas devem ser administrados separadamente, pois se misturados são inativados pela carbecilina. Os anticoagulantes cumarínicos ou indandiônicos, heparina ou agentes trombolíticos podem aumentar o risco de hemorragia quando tomados concomitantemente. Os antiinflamatórios não-esteróides, especialmente o ácido acetilsalicílico, o diflunisal, outros salicilatos, outros inibidores da agregação plaquetária ou sulfimpirazona podem aumentar o risco de hemorragia quando administradas concomitantemente a carbecilina.

Efeitos adversos: além dos já citados, distúrbios hemorrágicos associados com tempo de sangramento e de protrombina, sobrecarga de sódio.

Posologia: adultos: 4 a 8 g/dia, divididas em tomadas de 6/6 horas; crianças: 50 a 200 mg/kg/dia em tomadas divididas de 6/6 horas.

DICLOXACILINA

DICLOXACILINA

Informações técnicas: é uma penicilina bactericida de espectro estreito, ativo contra determinados cocos Gram-positivos, incluindo a maioria de cepas de estreptococos beta-hemolíticos, pneumococos e estafilococos. Apresenta atividade antibacteriana intrínseca menor e espectro mais estreito que a benzilpenicilina, porém é resistente às beta-lactamases e ao suco gástrico.

Indicações: no tratamento de infecções sensíveis a droga, profilaxia de endocardite bacteriana, infecções por estafilococos, da pele e dos tecidos moles e, sinusite.

Contra-indicações e interações medicamentosas: são aquelas já descritas nas demais penicilinas.

Posologia: Adultos, 1 hora antes ou 2 após as refeições, 1 a 2 g/dia, divididas de 6/6 horas. Crianças: 12,5 a 25 mg/kg/dia, de 6/6horas.

FENOXIMETILPENICILINA

MERACILINA

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ORACILIN

PENCILIN V

PENICILINA V

PEN-VE-ORAL

Informações técnicas: esta penicilina também é conhecida como penicilina V, obtida inicialmente por via biossintética e, hoje é por via semi-sintética. Seu espectro de ação é estreito, embora seja bactericida, sua atividade contra bactérias Gram-positivas é comparável à da benzilpenicilina, sendo entretanto menos ativa contra as bactérias Gram-negativas. É inativada pela beta-lactamase, porém por ser estável no suco gástrico, é ativa por via oral. Quando administrada em dose equivalente às da benzilpenicilina proporciona concentrações plasmáticas 2 a 5 vezes maiores.

Indicações e contra-indicações são semelhantes a da benzilpenicilina.Interações medicamentosas: além das mencionadas anteriormente, pode

diminuir a eficácia dos anticoncepcionais orais e aumentar a tendência à hemorragia. A neomicina por via oral pode diminuir sua absorção.

Posologia: Adultos: 125 a 500 mg de 6/6 horas. Crianças: 25 a 50 mg/kg/dia, divididas em tomadas de 6/6 horas.

METAMPICILINA

GRAMCILINA

PRAVACILIN

Informações técnicas: é forma latente mais estável da ampicilina e, em conseqüência, suas ações e usos, indicações, contra-indicações, interações medicamentosas e posologia são semelhantes.

OXACILINA

OXACILINA

STAFICILIN-N

Informações técnicas: é uma penicilina semi-sintética, bactericida de espectro estreito, aparentado da dicloxacilina e, utilizada como alternativa ao uso desta,

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sendo resistente à beta-lactamase e estável ao no suco gástrico, podendo ser utilizada também por via oral.

Indicações: além das mencionadas nas dicloxacilinas, podem ser utilizadas em tratamentos de infecções estafilocócicas, principalmente as causadas pelo S. aureus, septicemia, profilaxia de endocardite bacteriana.

Contra-indicações e interações medicamentosas: são as mesmas das dicloxacilinas.

Posologia: Adultos, 500 mg a 1g de 4/4 ou 6/6 horas. Crianças: 50 a 100 mg/kg/dia, em tomadas divididas em 6/6 horas.

CEFALOSPORINAS

As cefalosporinas são derivados do ácido 7-aminocefalosporânico, cujos mecanismos de ação e demais propriedades são análogos aos das penicilinas. São bactericidas de amplo espectro, com alto índice quimioterápico. Embora as estruturas químicas das cefalosporinas sejam semelhantes às das penicilinas, é baixa a hipersensibilidade cruzada entre elas. No entanto, deve-se evitar o uso de cefalosporinas em pacientes que apresentarem reações de hipersensibilidade imediata (urticária, broncoespasmo, angioedema ou anafilaxia) às penicilinas, devendo estes pacientes ser tratados com antibióticos que não possuam anel beta-lactâmico.

As cefalosporinas são classificadas em primeira, segunda, terceira e quarta gerações, grupos estes, que são divididos por espectro bacteriano. Ao progredir da primeira à quarta geração, amplia-se o espectro contra germes Gram-negativos, ocorre perda de eficácia contra microrganismos Gram-positivos, aumenta a eficácia contra m.o.s. resistentes e sobe o custo. Dentro de cada grupo o que diferencia, principalmente, é a farmacocinética, sendo que aqueles da primeira e segunda geração não são considerados antibióticos de primeira escolha para o tratamento da maioria das infecções, preferindo-se antibióticos igualmente ativos e menos dispendiosos.

Contra-indicações:1. hipersensibilidade às cefalosporinas;2. gravidez e lactação e,3. insuficiência renal.Precauções:1. pacientes intolerantes a uma cefalosporina, podem ser também a outras;2. pacientes intolerantes a penicilinas e seus derivados podem também ser

às cefalosporinas;3. tratamentos prolongados podem favorecer superinfecção por fungos ou

bactérias e,4. por serem nefrotóxicas, devem ser usadas com cautela na insuficiência

renal.Efeitos adversos:1. reações de hipersensibilidade, como erupções cutâneas

maculopapulares;

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2. pirose, anorexia, náusea, vômito, diarréia, glossite, dor abdominal, flatulência, dispepsia, colite;

3. dor no local da injeção intravenosa ou tromboflebite após administração intravenosa;

4. eosinofilia, neutropenia transitória, linfocitose, leucocitose, leucopenia, trombocitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica;

5. hipotensão, febre, dispnéia e pneumonia intersticial e,6. superinfecção, principalmente por Pseudomonas, candida e

enterococos.Interações medicamentosas:1. agentes bacteriostáticos podem interferir com sua ação bactericida;2. agentes nefrotóxicos, como antibióticos aminoglicosídios, colistina,

polimixina B e vancomicina aumentam a probabilidade de nefrotoxicidade;3. diuréticos de alça potentes podem aumentar a possibilidade de

toxicidade renal e,4. a probenicida aumenta e prolonga seus níveis plasmáticos, inibindo

competitivamente a secreção tubular renal.

CEFALOSPORINAS DE PRIMEIRA GERAÇÃO

Informações técnicas: as cefalosporinas de primeira geração têm espectro antibacteriano semelhante, apresentando atividade satisfatória contra bactérias Gram-positivas e atividade modesta contra alguns m.o Gram-negativos. Possui indicação em infecções leves e moderadas do trato respiratório, trato urinário, da pele e estruturas da pele e ósseas causadas por m.o.s. sensíveis nas quais os antibióticos preferenciais são ineficazes ou não são tolerados. Podem estar associadas com aminoglicosídios. São drogas alternativas às penicilinas antiestafilocócicas ou antiestreptocócicas, em pacientes alérgicos às penicilina para infecções como artrite séptica, endocardite causada por Staphylococcus aureus e Streptococcus viridans e osteomielites. São também utilizadas na profilaxia antimicrobiana em procedimentos cirúrgicos.

Indicações:1. tratamento de infecções causadas por bactérias sensíveis, de feridas por

queimaduras, ósseas e das articulações da pele e tecidos moles;2. bacteremia e endocardite;3. tratamento de infecções do trato respiratório, tal como as sinusites que

não respondem a outros medicamentos e,4. profilaxia pré-operatória, quando a contaminação for considerada de

alto risco.

CEFADROXILA

CEFADROXIL

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CEFAMOX

DROCEF

Posologia: Adultos: 1 a 2g/dia, em 2 tomadas de 12/12 horas. Crianças: 30mg/kg/dia, em tomadas divididas a cada 12 horas.

CEFALEXINA

CEFALEN

CEFALEXIN

CEFALEXINA

CEFAPOREX

CEPOREXIN

KEFLEX

Posologia: Adultos: 1 a 4 g/dia, fracionados em quatro tomadas, de 6/6 horas. Crianças: 25 a 50 mg/kg/dia, em 4 tomadas, de 6/6 horas.

CEFALOTINA

CEFALIN

CEFALOT

CEFALOTINA

KEFLIN NEUTRO

Informações técnicas adicionais: embora seja inativada pelas beta-lactamases das bactérias Gram-negativas, é altamente resistente às beta-lactamases estafilocócicas. A via de administração é exclusivamente parenteral.

Posologia: Adultos: 4 a 12 g/dia, fracionadas de 6/6 horas. Crianças: 80 a 160 mg/kg/dia, em tomadas divididas de 6/6 horas.

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CEFAZOLINA

CEFAMEZIN

KEFAZOL

Informações técnicas adicionais: inativada também pelas beta-lactamases. Apresenta propriedades superiores às cefalotinas, tais como ligação mais alta às proteínas, volume mais baixo de distribuição e velocidade mais lenta de eliminação, que concorrem para que atinja concentrações séricas mais altas e mais prolongadas. Possue também administração exclusiva por via parenteral.

Posologia : Adultos: de 1,5 a 8 g/dia, divididas em tomadas de 6/6 ou 8/8 horas. Crianças: 25 a 50 mg/kg/dia em 3ou 4 tomadas.

CEFALOSPORINAS DE SEGUNDA GERAÇÃO

Informações técnicas: são antibióticos bactericidas de amplo espectro de ação, semelhantes ao das cefalosporinas de primeira geração, por via oral, no entanto, mais ativas contra bactérias Gram-negativas, não obstante manifestarem atividade ligeiramente menor ou variável contra a maioria dos cocos Gram-positivos. São antibióticos estáveis frente à penicilinase estafilocócica e à betalactamase. Ao contrário das cefalosporinas de primeira geração, que embora se distribuam na maioria dos tecidos e fluidos orgânicos, mas não atingem concentrações terapêuticas no líquor, mesmo na presença de inflamação, as de segunda geração (exclusivamente a cefuroxima) penetram as meninges inflamadas e atingem concentrações no líquor adequadas ao tratamento de meningites bacterianas. Tal fato é de suma importância para o CD-BMF, quando na profilaxia antibiótica de reduções cruentas de fraturas de frontal, especificamente, quando a abordagem cirúrgica se fizer pela incisão bicoronal “SCALP”, onde há um risco potencial de infecções das meninges, via veias emissárias, que transfixam calota craniana, colocando em íntimo contato couro cabeludo (onde a incisão é realizada) e as meninges.

Indicações:1. tratamento de infecções de feridas por queimaduras, ósseas e das

articulações, da pele e tecidos moles, do trato respiratório e do trato urinário;2. tratamento de bacteremia, meningite e pneumonias e,3. profilaxia pré-operatória durante certos procedimentos cirúrgicos.

CEFACLOR

CECLOR

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CECLOR AF

FACLOR

PLECOR

Informações técnicas adicionais: constitui alternativa às associações eritromicina/sulfisoxasol, sulfametoxazol/trimetoprima e amoxicilina/clavulonato de potássio para otite média aguda e sinusite aguda, causada por cepas resistentes de microrganismos. Produz reações semelhantes à doença do soro. É administrada por via exclusivamente oral.

Posologia: Adultos: 250 a 500 mg de 8/8 horas. Crianças: 6,7 a 13,4 mg/kg de 8/8 horas.

CEFOXITINA

CEFOXITINA SÓDICA

MEFOXIN

Informações técnicas adicionais: na verdade trata-se de uma cefamicina altamente resistente às betalactamases, cuja via de administração é exclusivamente parenteral. Possui espectro de ação antibacteriano amplo contra germes patogênicos Gram-positivos e Gram-negativos, aeróbios e anaeróbios.

Posologia: Adultos: 1g de 6/6 ou 8/8 horas, ou ainda em caso de infecções mais graves pode ser usada 2g de 4/4 horas ou 3g de 6/6 horas. Crianças: 80 a 160 mg/kg/dia de 4/4 ou 6/6 horas.

CEFPROZILA

CEFZIL

Informações técnicas adicionais: é uma cefalosporina utilizada pela via oral. Embora apresente discretas alterações de fosfatase alcalina e bilirrubinas, não é necessária a redução da dose na insuficiência hepática. Em pacientes com disfunção renal grave, reduzir a dose pela metade ou substituir por antibiótico que não possua nefrotoxicidade. Pacientes com fenilcetonúria, devem ser alertados de que o cefprozil contém 28mg de fenilalanina para cada 5 ml.

Posologia: de 250 a 500 mg de 12/12 horas.CEFUROXIMA

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ZINNAT (CEFUROXIMA AXETILA)

ZINACEF (CEFUROXIMA SÓDICA)

Informações técnicas adicionais: é a única cefalosporina de segunda geração que penetra adequadamente o líquor, por isto, dentre as parenterais, parece ser a mais útil clinicamente, sobretudo na profilaxia pré-operatória ou tratamento das meningites causadas por patógenos comuns. Não causa hipoprotombinemia nem reação semelhante à provocada pelo dissulfiram. As vias de administração são tanto oral,como parenteral.

Posologia: Cefuroxima sódica: Adultos: de 750mg a 1,5g, de 8/8 ou 6/6 horas. Crianças: 30 a 100mg/kg/dia, divididos em 3 a 4 doses, sendo a dose de 60mg/kg/dia, normalmente satisfatória. Em caso de terapia única nas meningites bacterianas, pode ser usado em adultos 3g IV de 8/8 horas; em crianças, 150 a 250 mg/kg/dia IV divididos em 3 a 4 tomadas. Cefuroxima axetila: Adultos: 250 a 500 mg de 12/12 horas, ou 1.000mg em dose única. Crianças: 20 a 30 mg/kg/dia divididas em 2 doses.

CEFALOSPORINAS DE TERCEIRA GERAÇÃO

Informações técnicas: Geralmente são menos ativas que as cefalosporinas da primeira e segunda geração contra cocos Gram-positivos, mas são mais potentes contra as Enterobacteriaceae (Citrobacter, Escherichia coli, Enterobacter, Klebsiella, Morganella, Proteus, Providencia, Salmonella, Serratia e Shigella), incluindo as cepas produtoras de beta-lactamases. Em sua grande maioria, apresentam alto grau de estabilidade na presença de beta-lactamase, manifestando excepcional atividade contra mais amplo espectro de bactérias Gram-negativas, incluindo cepas produtoras de penicilinases. Em geral, as cefalosporinas de terceira geração não oferecem vantagens clínicas sobre as da primeira geração para infecções (outras que não a meningite) causadas por bactérias Gram-positivas, porém, são quimioterápicos de escolha para algumas infecções, como, por exemplo, meningite causada por bactérias Gram-negativas entéricas, todavia, custam mais que outros antibióticos, mas apresentam menor toxicidade e maior eficácia. Estas cefalosporinas manifestam sinergismo com os aminoglicosídios (amicacina, gentamicina, netilmicina ou tobramicina) contra certas cepas suscetíveis e resistentes de Pseudomonas aeruginosa e outras Enterobacteriaceae. As cefalosporinas de terceira geração são utilizadas nas seguintes circunstâncias:

1. quando as bactérias são resistentes a outros antibióticos, menos onerosos (penicilinas, cefalosporinas mais antigas), mas são sensíveis a uma cefalosporina de terceira geração;

2. quando, sendo igualmente eficazes, são preferíveis aos aminoglicosídios por causa da ototoxicidade e da nefrotoxicidade;

3. em determinadas infecções graves, em lugar de antibióticos menos onerosos e,

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4. na suspeita de infecções causadas por bactérias possivelmente produtoras de beta-lactamases.

Impõe-se uso judicioso destas cefalosporinas, uma vez que os microrganismos desenvolvem rapidamente resistência a elas.

Indicações:1. tratamento de infecções de feridas por queimaduras, ginecológicas,

intra-abdominais, ósseas e das articulações, da pele e tecidos moles;2. tratamento de escolha das seguintes infecções pediátricas causadas por

Hemophilus influenzae tipo b: artrite séptica, bacteremia, epiglotite aguda, meningite, osteomielite e pneumonia;

3. tratamento de bacteremia, pneumonia.

CEFETAMET PIVOXILA

GLOBOCEF

Informações técnicas adicionais: esta cefalosporina bactericida de amplo espectro, foi obtida por latenciação: a cefetamet, que é ativa, foi quimicamente transformada em éster inativo; este é suficientemente lipofílico em pH neutro, o que permite sua absorção passiva do trato gastrintestinal; hidrólise posterior libera o antibiótico ativo, portanto, a cefetamet pivoxila é um pró-farmaco, uma pró-cefalosporina. Além das indicações clássicas das cefalosporinas de terceira geração, esta pode ser indicada para tratamento ou profilaxia de infecções do trato respiratório, tais como sinusite, rinofaringites, faringoamigdalites, bronquites e infecções do trato urinário. Tem como via de administração, a via oral.

Posologia: adultos: 500 mg de 12/12 horas, durante 7 dias; crianças: 10 mg/kg de 12/12 horas, durante 7 dias.

CEFIXIMA

CEFNAX

PLENAX

Informações técnicas adicionais: trata-se de antibiótico bactericida de amplo espectro, que apresenta alta atividade contra S. pyogenes, S. pneumoniae e todos os bacilos Gram-negativos, incluindo as cepas produtoras de beta-lactamase, no entanto, tem pouca atividade contra estafilococos e nenhuma contra Pseudomonas aeruginosa. A via de administração exclusiva, é a oral. Também, além das indicações já mencionadas, podem ser usadas no tratamento de infecções do trato respiratório superior e inferior, genitourinárias e gonocócicas.

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Posologia: adultos: 400 mg em dose única diária ou de 12/12 horas, durante 7 a10 dias; crianças: 8 mg/kg, uma vez ao dia ou em duas tomadas de 12/12 horas, durante 7 a 10 dias.

CEFODIZIMA

TIMECEF 1,0 E 2,0

Informações técnicas adicionais: é uma cefalosporina derivada da cefotaxima, cujo grupamento R intensifica a atividade antibacteriana, especialmente contra as Enterobacteriaceae e, o grupo R’aumenta a atividade contra germes Gram-positivos. A via de administração é exclusivamente parenteral. Suas indicações são as já descritas.

Posologia: 1 a 2 uma vez ao dia, ou 1g de 12/12 horas.

CEFOPERAZONA

CEFOBID

Informações técnicas adicionais: é uma cefalosporina com amplo espectro de ação bactericida resistente à degradação por betalactamases, o que permite incluir no seu espectro de ação patógenos Gram-positivos, gram-negativos e anaeróbicos, com especial atenção para sua ação contra Pseudomonas aeruginosa. Alcança níveis terapêuticos em todos os fluidos e tecidos corporais testados, dentre eles, estão os líquidos ascítico e cerebro-espinhal (em pacientes com meninges inflamadas); amídala palatina; membrana mucosa sinusal; osso; etc... Está associada a hipoprotombinemia e, ocasionalmente, hemorragia, e com reação semelhante à do dissulfiram, quando a cefalosporina é ingerida com álcool. Além das indicações já mencionadas anteriormente, pode ser utilizada na profilaxia de infecções pós-operatórias em pacientes submetidos a cirurgias abdominais, ginecológicas, cardiovasculares, ortopédicas e buco maxilo facial. Sua via de administração é exclusivamente parenteral.

Posologia: Adultos: 2 a 4 g/dia fracionada em tomadas iguais de 12/12 horas, podendo em casos de maior gravidade ser aumentada a dose em até 8g/dia e/ou a freqüência de administração ser reduzida para 8/8 horas. Crianças: 100 a 150 mg/kg/dia, fracionadas em tomadas iguais de 8/8 ou 12/12 horas.

CEFOTAXIMA

CEFOTAXIMA SÓDICACLAFORAN

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Informações técnicas adicionais: além das peculiaridades inerentes as cefalosporinas de terceira geração, devido a sua alta penetração no líquido cefalorraquidiano na presença de inflamação, atingindo concentrações terapêuticas para vários patógenos, tem sido a medicação de escolha para o tratamento de meningite em adultos e crianças. Tem como via de administração exclusiva, a parenteral.

Posologia: Adultos: 1 a 4 g/dia em 2 ou 3 aplicações, podendo em casos de gravidade e risco, ter sua dose aumentada para até 10g/dia. Crianças: 50 a 100 mg/kg, em 2 ou 3 aplicações.

CEFPODOXIMA PROXETIL

ORELOX

Informações técnicas adicionais: esta cefalosporina tem um tropismo para o trato respiratório superior e inferior, sendo indicada particularmente para infecções destas regiões. A sua via de administração é exclusivamente oral.

Posologia: Adultos: 200 mg de 12/12 horas. Crianças: 8 mg/kg/dia, divididas em duas tomadas de 12/12 horas.

CEFTAZIDIMA

FORTAZ

KEFADIM

TAZIDEN

Informações técnicas adicionais: nesta cefalosporina, R é expansão do grupo R da cefotaxima; apresenta estrutura zwitteriônica, como as cefalosporinas de quarta geração. A cadeia lateral carboxílica reduz sua atividade contra os cocos Gram-positivos, mas aumenta sua atividade contra Pseudomonas aeruginosa, e em associação com um aminoglicosídio, é a cefalosporina de terceira geração mais útil no para o tratamento de meningite causada por este patógeno, visto apresentar excelente penetração no líquor na presença de inflamação e atingir concentrações terapêuticas adequadas. Esta cefalosporina apresenta uma característica sui generis, dentre as de terceira geração, por ser anaerobicida. A via de administração é exclusivamente parenteral.

Posologia: Adultos: 1 a 6 g/dia, fracionada em tomadas iguais administradas de 8/8 ou 12/12 horas. Crianças: 20 a 100 mg/kg/dia, fracionadas em 2 ou 3 tomadas.

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CEFTRIAXONA

CEFTRIAX

CEFTRIAXONA SÓDICA

ROCEFIN (INTRAMUSCULAR E INTRAVENOSO)

TRIAXIN

Informações técnicas adicionais : nesta cefalosporina, o grupo R aminotiazólico é igual ao da cefotaxima. Sua maior vantagem, sobre as outras cefalosporinas de terceira geração, é a apresentar meia-vida longa, permitindo esquema posológico de dose única diária. A sua passagem para o líquido cefalorraquidiano (LCR), ou seja, sua penetração no líquor, atravessando as meninges inflamadas, faz com que em pacientes adultos com meningite, a administração de 50 mg/kg, produza, em 2 a 24 horas, concentrações no LCR muitas vezes superiores às concentrações inibitórias mínimas requeridas pela grande maioria dos germes causadores de meningite. A via de administração é exclusivamente parenteral.

Posologia: Adultos: 1 a 2 g uma vez ao dia, ou fracionada a cada 12 horas, porém podendo se estender a dosagem máxima de 4g. Crianças: 50 a 100 mg/kg/dia, tomadas em doses iguais divididas de 12/12 horas.

CEFALOSPORINAS DE QUARTA GERAÇÃO

Informações técnicas: Esta classe de cefalosporinas apresenta estrutura zwitteriônica, isto é, são íons dipolares: com carga negativa no ácido carboxílico do núcleo e carga positiva no nitrogênio do anel lateral do grupamento R”, o que contribui para penetração mais rápida nas membranas das células de germes Gram-negativos. A baixa afinidade pela maioria das betalactamases do tipo I resulta na degradação enzimática significativamente reduzida em comparação com outras cefalosporinas, isto se dá pela presença do grupamento R, igual ao da cefotaxima, que por ser volumoso, impede a aproximação das enzimas ao anel beta-lactâmico, o que lhes confere estabilidade diante das beta-lactamases, e aumenta a sua atividade contra bactérias Gram-negativas. A introdução de um grupo de amônio quaternário resulta no aumento da potência contra germes Gram-positivos. Comparadas às cefalosporinas de terceira geração, apresentam afinidade acentuadamente reduzida pela beta-lactamase e permeabilidade à membrana externa da parede celular bacteriana aumentada. Seu espectro de ação assemelha-se ao das cefalosporinas de terceira geração, mas são mais ativas contra estafilococos, enterococos, Citrobacter sp., algumas Enterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosa. Em suma, apresentam espectro mais amplo de atividade

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antibacteriana e são menos sensíveis à hidrólise por beta-lactamases do que as de terceira geração.

Indicações:1. tratamento de infecções do trato respiratório;2. tratamento de infecções complicadas do trato urinário;3. tratamento de infecções da pele, estruturas cutâneas, ósseos e tecidos

moles;4. tratamento de septicemia/bacteremia e,5. tratamento de infecções em pacientes neutropênicos /

imunocomprometidos.

CEFEPIMA

MAXCEF

Informações técnicas adicionais: devido ao seu amplo espectro de atividade bactericida contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, esta cefalosporina pode ser utilizada como monoterapia antes da identificação do (s) patógeno(s). Embora tenha ação anaerobicida para uma variedade de cepas, em pacientes sob risco de infecções mistas de aeróbios-anaeróbios, particularmente se bactérias não-sensíveis à cefepima estiverem presentes, terapia inicial concomitante com um agente antianaeróbio é recomendada antes que o patógeno seja identificado; uma vez que estes resultados estiverem disponíveis, a terapia concomitante com a cefepima e outros agentes antiinfecciosos pode ou não ser necessária, dependendo da suscetibilidade do microrganismo. A via de administração é exclusivamente parenteral.

Posologia: Adultos: 500 mg a 2g de 8/8 ou 12/12 horas. Crianças: 50mg/kg de 8/8 ou 12/12 horas, durante 7 a 10 dias.

CEFPIROMA

CEFROM

Informações técnicas adicionais: embora, a exemplo da cefepima e outras cefalosporinas, tenha o grupamento R igual ao da cefotaxima, apresenta espectro de ação extremamente amplo, incluindo cepas bacterianas resistentes à cefotaxima e ceftazidima, sendo altamente ativa em concentrações baixas contra grupos de bactérias Gram-negativas aeróbias em que ocorre freqüentemente resistência a cefalosporinas; é também extremamente ativa contra estreptococos beta-hemolíticos e estafilococos sensíveis à meticilina. Em suma, seguindo a regra, manifesta in vitro maior grau de atividade que outras cefalosporinas contra bactérias Gram-negativas, mas menor atividade contra cocos Gram-positivos. Quando associada com antibióticos aminoglicosídios, manifesta ação sinérgica contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, sinergismo este,

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também exercido especialmente contra estafilococos resistentes à meticilina, quando associa-se a cefpiroma com o ofloxacino ou a vancomicina.

Posologia: Adultos, 1 a 2 g de 12/12 horas.

BETA-LACTÂMICOS NÃO-CLÁSSICOS

São antibióticos que contêm anel beta-lactâmico, embora diferindo estruturalmente das penicilinas e/ou cefalosporinas em uma ou mais características fundamentais, bem como em propriedades biológicas. A obtenção de tais drogas se faz por fermentação ou preparação por síntese parcial ou total.

AMOXICILINA + CLAVULONATO DE POTÁSSIO

AMPLAMOX AC

CLAVOXIL

CLAVULIN

NOVAMOX

Informações técnicas: trata-se de uma associação na qual se obtém um sinergismo entre duas drogas distintas, que muda e amplia o espectro de ação das drogas quando comparadas a sua ação individual. Assim, a amoxicilina, já descrita, é protegida pelo ácido clavulânico da degradação enzimática produzida pelas beta-lactamases, ampliando o seu espectro de ação para incluir as bactérias normalmente resistentes a ela e outros antibióticos beta-lactâmicos. Isto se deve, pois, o ácido clavulânico produzido por Streptomyces clavuligerus, que apresenta estrutura aparentada à das penicilinas, quando usado na forma de sal de potássio, é inibidor das beta-lactamases, atuando como molécula “suicida” ligando-se irreversivelmente aos centros ativos das beta-lactamases bacterianas e inativando-as. Manifesta boa atividade contra as beta-lactamases mediadas por plasmídeos clinicamente importantes e freqüentemente responsáveis pela transferência de resistência a fármacos. Apresenta-se, portanto, como antibiótico bactericida de amplo espectro.

Indicações: tratamento de infecções bacterianas dos tratos respiratório e urinário, feridas por queimaduras, infecções da pele e tecidos moles, ossos e articulações, profilaxia de procedimentos cirúrgicos tais como os gastrintestinais, da cabeça e pescoço, otorrinolaringológicos e buco maxilo faciais.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula, gravidez e lactação e insuficiência renal e hepática.

Interações medicamentosas: são as mesmas apresentadas pelas penicilinas e seus aparentados.

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Posologia: Adultos: 1g de 6/6 ou 8/8 horas durante 7 a 10 dias. Crianças: 30 mg/kg de 6/6 ou 8/8 horas.

AZTREONAM

AZACTAM

Informações técnicas: é o primeiro antibiótico beta-lactâmico monocíclico sintético. Possui espectro antibacteriano específico e estabilidade frente à beta-lactamase, apresentando alta resistência a elas, atuando apenas contra microrganismos Gram-negativos aeróbios. O mecanismo de ação é similar ao de outros antibióticos beta-lactâmicos, inibindo a biossíntese da parede celular bacteriana. Tem seu uso apenas como alternativo aos aminoglicosídios ou cefalosporinas de terceira geração.

Indicações: é utilizado somente como agente de segunda escolha; tratamento de infecções causadas por bactérias gram-negativas aeróbias; infecções da pele e das estruturas cutâneas, cistite, infecções das vias urinárias, ginecológicas, ósseas , das articulações e septicemia.

Contra-indicações: hipersensibilidade ao aztreonam ou aos antibióticos beta-lactâmicos; gravidez e lactação; cirrose hepática; insuficiência renal e hepática.

Interações medicamentosas: é quimicamente incompatível com o metronidazol, nafcilina sódica e vancomicina, quando diluído no mesmo frasco para infusão intravenosa ou na mesma seringa.

Posologia: Adultos, 1 a2 g de 8/8 ou 12/12 horas. Crianças: 30 a 50 mg/kg, de 6/6 ou 8/8 horas.

IMIPENEM + CILASTATINA

TIENAM IM E IV

Informações técnicas: o imipenem é um carbapenem, cuja fórmula química é uma variação das penicilinas clássicas, sendo um derivado monoidratado do N-formimidoil da tienamicina, antibiótico isolado de Streptomyces cattleya. Este carbapenem é o antibiótico bactericida de espectro mais amplo atualmente disponível, ativo contra grande variedade de microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos, aeróbios e anaeróbios. Resiste às beta-lactamases, mas quando administrado isoladamente, é biotransformado pela enzima renal desidropeptidase I. O mecanismo de ação é semelhante ao dos outros antibióticos beta-lactâmicos. Por não ser absorvido no trato gastrintestinal , sua via de administração é exclusivamente parenteral, intravenosa e intramuscular. O objetivo da associação com a cilastatina, análoga estrutural do imipenem, é o de inibir a desidropeptidase I renal, bloqueando assim a biotransformação renal do imipenem, aumentando substancialmente sua concentração no trato urinário.

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Na associação imipenem+cilastatina, ambos os fármacos aparecem na proporção ponderal de 1:1. Sua utilização esta restrita ao ambiente hospitalar.

Indicações: tratamento de infecções ginecológicas, intra-abdominais, ósseas e articulares, da pele e dos tecidos moles, do trato respiratório e urinário; tratamento de endocardite e septicemia bacteriana, e particularmente no tratamento de infecções polimicrobianas e mistas aeróbias-anaeróbias, assim como na terapêutica inicial anterior à identificação do organismo causador da infecção, isto devido ao seu espectro bactericida excepcionalmente amplo, envolvendo uma gama extraordinariamente diversificada de patógenos.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da associação; gravidez e lactação; insuficiência renal; distúrbios do sistema nervoso central; devido à utilização de cloridrato de lidocaína como diluente, nas infusões IM, é contra-indicada em pacientes com hipersensibilidade a anestésicos locais do tipo amida e, em pacientes em choque ou bloqueio cardíaco.

Interações medicamentosas: foram relatadas convulsões generalizadas em pacientes que receberam ganciclovir e Tienam. A mistura no mesmo frasco ou recipiente com aminoglicosídios pode inativar ambos e, na necessidade de associação com outros antibióticos, devem ser administrados em locais diferentes. Por ser bactericida de amplo espectro, deve se evitar associações com outros antibióticos.

Posologia: Adultos: de 250 a 1.000 mg em intervalos variáveis de acordo com a gravidade da infecção, de 6/6 ou 8/8 ou 12/12 horas. Crianças acima de 3 meses: 15 mg/kg a intervalos de 6 horas, sendo que a dose total diária não exceda 2 g.

MEROPENEM

MERONEM

Informações técnicas: é um carbapenem de amplo espectro bactericida, diferindo do imipenem em dois radicais químicos, dos quais o grupo metil do C1, possui maior resistência à diidropeptidase I renal do que o imipenem e o substituto no grupo C2 aumenta sua atividade contra Pseudomonas aeruginosa e outras bactérias Gram-negativas, além de reduzir a ação pró-convulsiva relativa ao imipenem. Atua contra todas as bactérias aeróbias, fastidiosas e anaeróbias, é estável frente às beta-lactamases e cefalosporinases de germes Gram-positivos e gram-negativos, mas não às metalo-beta-lactamases, sendo discretamente menos ativo do que o imipenem contra estafilococos e enterococos. A exemplo do imipenem, devido ao amplo espectro de ação, é usado em grandes variedades de infecções bacterianas como monoterapia, mas pode ser associado a glicopeptidícos e aminoglicosídios. Possui ampla penetração e distribuição nos tecidos e fluidos corporais, inclusive no líquido cefalorraquidiano. A via de administração é a parenteral.

Indicações: infecções do trato respiratório superior, do trato urinário, ginecológicas, cutâneas, meningite, septicemia e, infecções em pacientes imunodeprimidos.

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Contra-indicações: hipersensibilidade ao fármaco ou à penicilina, carbapenêmicos e outros beta-lactâmicos, crianças menores que 3 meses, gravidez e lactação.

Interações medicamentosas: a probenicida compete com o meropenem pela secreção tubular ativa, inibindo a excreção renal, aumentando a meia-vida e a concentração plasmática daquele em 38% e 56%, respectivamente.

Posologia: Adultos: 505 mg a 2 g de 8/8 horas. Crianças: 10 a 40 mg/kg de 8/8 horas.

PIPERACILINA + TAZOBACTAM

TAZOCIN

Informações técnicas: é uma associação formada por um antibiótico semi-sintético, a piperacilina sódica e, por um inibidor da beta-lactamase, o tazobactam sódico, de uso exclusivo intravenoso e/ou intramuscular, ambos derivados da penicilina. A piperacilina inibe a síntese das paredes celulares das bactérias Gram-positivas, Gram-negativas e anaeróbias, já o tazobactam amplia o espectro da piperacilina, portanto, a associação produz um antibiótico bactericida de amplo espectro.

Indicações: infecções do trato respiratório, urinário, da pele e suas estruturas, ginecológicas, osteoarticulares, infecções bacterianas em neutropênicos, septicemia e infecções polimicrobianas.

Contra-indicações: sensibilidade à associação ou a quaisquer penicilinas e/ou cefalosporinas, ou inibidores da beta-lactamase, gravidez e lactação e crianças com menos de 12 anos.

Interações medicamentosas: a administração concomitante de probenicida aumenta a meia-vida da associação e diminui a depuração renal; a tobramicina diminui a AUC, a depuração renal e a recaptação urinária; pode haver inativação de aminociclitóis; a piperacilina associada ao uso de vecurônio prolonga o seu efeito bloqueador neuromuscular.

Posologia: a dose recomendada é de 4,5 g de 8/8 horas, porém dependendo da gravidade e da localização da infecção, pode ser administrada de 2,25 a 4,5 g a cada 6 ,8 ou 12 horas.

SULBACTAM + AMPICILINA

UNASYN

Informações técnicas: é um inibidor irreversível das beta-lactamases que ocorre em organismos penicilino-resistentes, embora pareça ser menos potente que o ácido clavulânico contra diversas beta-lactamases tais como as estafilocócicas. Porém, como o sulbactam sódico se liga às proteínas ligadoras de penicilinas, algumas cepas

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tornam-se ainda mais suscetíveis à combinação do que aos antibióticos beta-lactâmicos isolados, caracterizando explicitamente um sinergismo acentuado. A combinação sulbactam+ampicilina é ativa contra um amplo espectro de bactérias Gram-positivas e Gram-negativos e anaeróbios (incluindo Bacteroides fragilis). A associação pode penetrar no líquido cefalorraquidiano na presença de meningite bacteriana. A via de administração é exclusivamente parenteral.

Indicações: infecções do trato respiratório, incluindo sinusite, otite média e epiglotite, pneumonias bacterianas, infecções do trato urinário; septicemia bacteriana, infecções da pele e tecidos moles, ósseas e das articulações, além de seu uso no pré-operatório para reduzir a incidência de infecções em ferimentos pós-operatórios.

Contra-indicações: alergia à penicilina; afecções hemorrágicas; insuficiência cardíaca e renal, fibrose cística; doença gastrintestinal ativa; mononucleose infecciosa.

Interações medicamentosas: as mesmas das ampicilinas quando isoladas.Posologia: Adultos: 1,5 a 3 g de 6/6 horas. Crianças: 150 mg/kg/dia , em

doses fracionadas de 6/6 horas.

TICARCILINA + CLAVULONATO DE POTÁSSIO

TIMENTIN

Informações técnicas: a ticarcilina é uma penicilina semi-sintética, cujas propriedades e características são semelhantes às das demais penicilinas, sendo antibiótico antipseudomonal de amplo espectro contra bactérias Gram-positivas, cocos Gram-negativos e apresenta espectro maior que o da ampicilina contra bacilos Gram-negativos. Já o clavulonato de potássio associado na formulação, atua inibindo, como já mencionado, as beta-lactamases, expandindo assim a atividade da ticarcilina, para incluir as cepas suscetíveis de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, e até as anaeróbias.

Indicações: tratamento de infecções ósseas e das articulações; infecções do trato biliar; infecções intra-abdominais causadas por anaeróbios; tratamento de pneumonia; septicemia bacteriana; infecções da pele e tecidos moles; infecções do aparelho geniturinário.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da associação, gravidez e lactação, distúrbios gastrintestinais, menores de 12 anos de idade e disfunção renal grave.

Interações medicamentosas: a probenicida administrada concomitantemente retarda a excreção renal da ticarcilina, mas não retarda a do ácido clavulânico, reduz a secreção tubular renal, elevando, assim, as concentrações séricas e prolongando a meia-vida sérica do antibiótico.

Posologia: 200 a 300mg/kg/dia em tomadas divididas cada 4 a 6 horas.

ANFENICÓIS

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Nesta classe de antibióticos encontram-se o cloranfenicol e seus análogos sintéticos, que são antibióticos de amplo espectro, porém com ação bacteriostática, podendo no entanto ser bactericidas se utilizados em altas concentrações.

O seu mecanismo de atuação baseia-se na propriedade de lipossolubilidade, atravessando a membrana da célula bacteriana e se ligando reversivelmente à subunidade 50 S dos ribossomos bacterianos, impedindo assim a transferência de aminoácidos às cadeias peptídicas crescentes, por inibição da enzima peptidiltransferase, o que impede a formação da ligação peptídicae, portanto, a biossíntese protéica, o que lhe confere o efeito antibacteriano.

CLORANFENICOL

CLORANFENICOL

QUEMICETINA

FARMICETINA

SINTOMICETINA

Informações técnicas: foi isolado primariamente do Streptomyces venezuelae, porém hoje é obtido por síntese. É ativo contra grande variedade de bactérias, Gram-positivas, Gram-negativas, aeróbias e anaeróbias, riquétsias, clamídias, espiroquetas e micoplasmas. Por ser muito tóxico e causar discrasias sangüíneas graves e fatais (anemia aplástica, anemia hipoplástica, trombocitopenia e granulocitopenia), deve ser reservado para infecções graves em que antibacterianos menos tóxicos são ineficazes ou contra-indicados. Não devem ser empregadas no tratamento de infecções triviais, infecções que não as indicadas, nem na profilaxia de infecções bacterianas. Portanto trata-se de antibiótico bacteriostático de amplo espectro. As vias de administração são a enteral, parenteral e tópica, na forma de pomadas, solução otológica e colírio.

Indicações: tratamento de infecções do trato respiratório, intra-abdominais, ósseas, abcessos, antraz, brucelose, peste bubônica, pústula, septicemia bacteriana; tratamento tópico de infecções oculares superficiais, blefarite bacteriana, blefaro-conjuntivite, conjuntivite bacteriana aguda, ceratite bacteriana e certoconjuntivite bacteriana, tratamento tópico de infecções superficiais otológicas, tratamento tópico de úlcera dérmica, profilaxia e tratamento de infecções bacterianas da pele, inclusive nos curativos pós-operatórios.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos anfenicóis; gravidez e lactação; depressão da medula óssea; insuficiência renal; na aplicação ótica, com a membrana timpânica perfurada.

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Interações medicamentosas: pode potencializar os efeitos depressores da medula óssea de anticonvulsivantes hidantoínicos, medicamentos que causam discrasias sangüíneas, outros depressores da medula óssea ou radioterapia; pode interferir na eficácia dos anticoncepcionais orais contendo estrogênio, quando utilizados concomitantemente; inibe a biotransformação de ciclosfosfamida, clorpropamida, dicumarol, fenitoína, fenobarbital, tolbutamida, antagoniza os efeitos da eritromicina e lincosamidas; diminui a resposta hematológica dos sais de ferro; reduz a absorção da hidroxocobalamina; reduz o efeito das penicilinas; pode intensificar o efeito hipoglicemiante das sulfoniluréias; o paracetamol pode intensificar os seus efeitos; a rifampicina pode reduzir os seus níveis séricos.

Posologia: Adultos: via enteral e parenteral: 50 a 100 mg/kg/dia fracionadas de 6/6 horas. Crianças: 50 a 75 mg/kg/dia divididas de 6/6 horas. Via tópica, no olho, 1 a 2 gotas instiladas no saco conjuntival, 3 a 4 vezes ao dia, no canal do ouvido, 2 a 3 gotas cada 6 a 8 horas.

TIANFENICOL

GLITISOL

FLUIMUCIL BIÓTIC

FLOGOTISOL

Informações técnicas: é obtido pelo método de modificação molecular de planejamento de fármacos, sendo análogo ao cloranfenicol, dele divergindo estruturalmente na troca de um grupo metilsulfonila por um nitro. Sua atividade assemelha-se à do cloranfenicol, entretanto, é igualmente eficaz e mais altamente ativo contra algumas cepas de Haemophilus e Neisseria. Suas indicações, contra-indicações, efeitos adversos e interações medicamentosas são semelhantes às do cloranfenicol, com quem apresenta resistência e sensibilidade cruzada. Contudo, algumas espécies resistentes ao cloranfenicol podem ser sensíveis ao tianfenicol. Seu poder depressor reversível da medula óssea dose-dependente é maior do que o do cloranfenicol. O tianfenicol é usado pelas vias enteral, parenteral e também na forma de supositório, além de sua utilização tópica ser indicada para deposição do conteúdo do frasco-ampola no interior dos seios paranasais (maxilares), após irrigação e anti-sepsia dos antros, na terapêutica clínica preparatória para cirurgia de fechamento de comunicações buco sinusais, especificamente o Fluimucil Biótic, pois se apresenta na forma livre como Acetilcisteinato de tianfenicolglicinato, possuindo assim radical derivado da N-acetilcisteína, mucolítico potente, tanto de ação sistêmica, como tópica, associando, portanto as ações mucolíticas, descongestionantes e antibacterianas, na mesma droga.

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Posologia: Adultos: via oral: 1,5 g/dia, fracionadas em 3 tomadas; crianças, 25 a50 mg/kg/dia. Via parenteral: (IV ou IM) 750 mg de 8/8 ou 12/12 horas. Via tópica: 250mg em cada aplicação, 1 a 2 vezes ao dia.. Crianças, 25 a 30 mg/kg/dia.

TETRACICLINAS

Informações técnicas: As primeiras tetraciclinas foram isoladas de culturas de espécies de Streptomyces, e melhoradas as suas propriedades a partir de processos semi-sintéticos, ou mesmo algumas foram obtidas por síntese total. São antibióticos, geralmente bacteriostáticos nos níveis sangüíneos atingidos clinicamente, interferem na síntese de proteínas bloqueando a ligação do aminoacil tRNA (RNA de transferência) ao complexo ribossômico mRNA (RNA mensageiro). Esta ligação reversível ocorre principalmente na subunidade ribossômica 30 S dos microrganismos sensíveis. As tetraciclinas apresentam muitas características comuns, as substituições da estrutura básica determinam as diferenças em ações farmacológicas. Geralmente estes antibióticos são divididos em 3 classes: de ação curta (8 a 9 horas); de ação intermediaria (12 a 14 horas), não disponíveis no Brasil; e de ação longa (16 a 18 horas). Embora apresentem amplo ecpectro de ação, diversas bactérias são resistentes à elas, e a resistência a uma tetraciclina geralmente implica em resistência a todas.

Indicações: devido ao espectro amplo de ação possui indicação para uma gama ampla de patologias que vão do simples tratamento de Acne vulgaris, passando por infecções do trato genitourinário, respiratório superior e inferior, brucelose ,bouba, sífilis gengivoestomatite necrosante aguda, peste bubônica, infecções intra-abdominais, até septicemia bacteriana. Enfim, indica-se para o tratamento de infecções cujos germes sejam sensíveis à elas.

Contra-indicações: hipersensibilidade às tetraciclinas; gravidez e lactação; crianças abaixo de 12 anos; e na insuficiência renal, exceto doxiciclina e minociclina.

Interações medicamentosas:1. podem potencializar os efeitos dos anticoagulantes cumarínicos;

diminuir a eficácia dos anticoncepcionais contendo estrogênios;2. podem aumentar a biodisponibilidade de digoxina; produzir efeitos

fotossensibilizantes aditivos com outros medicamentos fotossensibilizantes;3. podem reduzir parcialmente o efeito anticoagulante da heparina;4. podem interferir com o efeito bactericida das penicilinas o bicabornato

de sódio e outros produtos alcalinizantes;5. podem diminuir sua absorção por alteração do pH gástrico; cátions

divalentes ou trivalentes (ex.: Fe++, Mg++, Zn ++, Ca ++, Al+++);6. podem quelar as tetraciclinas, formando complexos não absorvíveis,

por isso, não devem ser administrados junto com antiácidos, catárticos contendo tais cátions, leite ou laticínios, ou preparações minerais e vitamínicas, o colestipol ou colestiramina e,

7. podem impedir sua absorção a teofilina podendo aumentar a incidência de efeitos gastrintestinais adversos.

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DOXICICLINA

DOXICICLINA

PROTECTINA

VIBRAMICINA

Informações técnicas adicionais: ao contrário de outras tetraciclinas, sua absorção não é afetada pela ingestão concomitante de alimentos e leite, pois sua afinidade pelo cálcio é baixa. Mesmo sendo antibiótico bacteriostático de amplo espectro, apresenta certas vantagens farmacocinéticas sobre as outras tetraciclinas, sendo mais ativa contra alguns microrganismos. Sua desvantagem é seu alto custo.

Interações medicamentosas: além das já citadas comuns às tetraciclinas de maneira geral, os barbitúricos, carbamazepina ou fenitoína podem diminuir suas concentrações séricas devido à indução da atividade enzimática microssômica.

Posologia: Adultos: via oral: dose inicial de 200 mg, e 100 mg de 12/12 horas.

MINOCICLINA

MINODERM

MINOMAX

Informações técnicas adicionais: apresenta similaridade quase absoluta com a doxiciclina.

Posologia: Adultos: via oral, dose inicial de 200 mg,e 100 mg de 12/12 horas.

OXITETRACICLINA

TERRAMICINA

Informações técnicas adicionais: é uma tetraciclina natural, isolada de Streptomyces rimosus, cujas propriedades são semelhantes às da tetraciclina, mas seu custo e consideravelmente mais alto. Contra-indica-se em pacientes com insuficiência renal.

Posologia: via oral , intravenosa ou intramuscular, 1 a 2 g/dia divididas de 6/6 horas, ou quando parenteral, 500 mg a 1 g/dia , fracionadas de 12/12 horas.

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TETRACICLINA

AMBRA-SINTO T

HARTICICLIN

INFEX

STATINCLYNE

TETRACICLINA

TETREX

TETRACICLINA POMADA E POMADA OFTÁLMICA

Informações técnicas adicionais: é a tetraciclina mais amplamente utilizada, principalmente por ser mais barata, sendo indicada como antibiótico bacteriostático de amplo espectro e agente antiacne.

Indicações: além das já mencionadas, pode ser usado no tratamento de amebíase extra-intestinal associada ao metronidazol, tratamento de úlcera dérmica, tratamento de infecções oftalmológicas, tais como blefarite bacteriana, blefaro-conjuntivite, conjuntivite bacteriana, ceratite bacteriana e ceratoconjuntivite bacteriana.

Posologia: Adultos: via oral: 250 a 500 mg de 6/6 horas. Via intravenosa ou intramuscular: 250 a 500 mg de 12/112 horas, ou no máximo 500 mg de 6/6 horas; via tópica, na conjuntiva, fina camada de pomada.

POLIPEPTÍDIOS

Informações técnicas: a atividade antibacteriana destes antibióticos está intimamente relacionada com sua estrutura química, variação, ainda que diminuta, freqüentemente resulta em alteração acentuada de suas propriedades biológicas. Ademais, mesmo apresentando estruturas químicas diferentes, o mecanismo de ação é o mesmo na inibição do crescimento bacteriano. Dentre os polipeptídios, a teicoplanina e a vancomicina são glicopeptidícos.

BACITRACINABACIGEN

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BACITRACINA ZÍNCICA + SULFATO DE NEOMICINA

CICATRENE

DERACETIN-PED

DERMASE

NEBACETIN

NEOTRICIN

Informações técnicas adicionais: é uma mistura de antibióticos polipeptídicos produzidos por uma cepa de Bacillus subtilis e B.licheniformis, porém seu maior componente é a bacitracina A. Atua inibindo a formação das cadeias lineares do peptidoglicano, que são os componentes principais da parede celular da célula bacteriana, sendo ativa contra a maioria das bactérias Gram-positivas, incluindo estafilococos e estreptococos, mas os microrganismos Gram-negativos são, em sua maioria resistente. A sua ação é bactericida, não sendo significativamente absorvida quando aplicada por via tópica, por isso, pode ser usada durante a gravidez e lactação. Por ser altamente nefrotóxica, deve-se evitar sua administração sistêmica. Comumente é associada a corticosteróides e/ou a outros antibióticos pouco absorvíveis, como a neomicina e polimixina B, para ampliar seu espectro de ação antimicrobiana. A sua via de administração é a tópica.

Indicações: infecções oftalmológicas e da pele causadas por bactérias Gram-positivas sensíveis. Pode, também, ser utilizada como pomada antibacteriana e lubrificante nos tamponamentos nasais anteriores, das reduções cruentas de fraturas nasais.

FUSAFUNGINA

LOCABIOTAL

Informações técnicas: é antibiótico depsipeptídico isolado de culturas de Fusarium lateritium. Exerce ação antimicrobiana estritamente local e, apresenta também propriedades antiinflamatórias. Mostra-se ativa em infecções causadas por estreptococos do grupo A, estafilococos, pneumococos, alguns germes anaeróbios, Candida albicans e Mycoplasma pneumoniae.

Indicações: tratamento de infecções e inflamações do trato respiratório superior e dos brônquios, tais como sinusite, rinite,faringite, amidalite, laringite, traqueíte e bronquite.

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Contra-indicações: hipersensibilidade à fusafungina e crianças com idade inferior a 30 meses.

Posologia: na forma de aerosol, 4 inalações 4 vezes ao dia pela boca e/ou em cada narina , durante 10 dias.

GRAMICIDINA

OMCILON-A “M”

ACETONIDO DE TRIANCINOLONA,SULFATO DE NEOMICINA, GRAMICIDINA, NISTATINA

Informações técnicas: é antibiótico isolado do Bacillus brevis, podendo ser obtido a partir da tirotricina, da qual é um dos principais componentes. Suas ações são semelhantes às da bacitracina e da tirotricina, sendo demasiadamente tóxica para administração sistêmica. É utilizado em associação com outros fármacos para tratamento de infecções por via tópica.

POLIMIXINA B

CONJUNTIN

ELOTIN

LIDOSPORIN

MAXITROL

OFTICOR

OTOSPORIN

OTOSYNALAR

TERRAMICINA COM SULFATO DE POLIMIXINA B

Informações técnicas: é um dos componentes de um grupo de polipeptídios aparentados isolados de culturas de cepas de Bacillus polymyxa. Exerce seu efeito bactericida por interagir com componentes fosfolipídicos nas membranas

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citoplásmicas de bactérias sensíveis, afetando, a integridade osmótica da membrana celular e alterando sua permeabilidade, o que acarreta o extravasamento do conteúdo celular. Seu espectro de ação restringe-se as cepas bacterianas Gram-negativas, especialmente Pseudomonas aeruginosa, dentre outras. A exemplo de outros polipeptídios, seu uso sistêmico é limitado por ser extremamente nefrotóxica e neurotóxica. Também, é utilizada em associações com outros antibióticos pouco absorvíveis e/ou corticóides para tratamento de piodermatoses primárias e secundárias.

Indicações: por via tópica, no tratamento de infecções oftalmológicas, otológicas e dermatológicas, normalmente associada a neomicina, bacitracina, gramicidina, oxitetraciclina, dexametasona, hidrocortisona, fluocinolona ou lidocaína., nas formas de pomadas (tópica ou oftálmica), colírios e soluções otológicas.

TEICOPLANINA

TARGOCID

Informações técnicas: é um glicopeptídico produzido por cepa de Actinoplanes teichomyceticus. Atua inibindo a síntese de peptidoglicano da parede celular das bactérias Gram-positivas. Aparentada estruturalmente à vancomicina, tem duração de ação mais longa e pode ser administrada pelas vias intramuscular e intravenosa, porém não é absorvida por via oral. Sua ação é bactericida.

Indicações: como alternativa à vancomicina no tratamento de infecções graves causadas por germes Gram-positivos em que não se podem usar outros quimioterápicos; profilaxia e tratamento de endocardite bacteriana e peritonite associada à diálise peritoneal crônica ambulatorial; tratamento de infecções ósseas e das articulações, de pele e tecidos moles, e de infecções respiratórias.

Contra-indicações: hipersensibilidade à teicoplanina ou vancomicina; gravidez e lactação; insuficiência renal.

Interações medicamentosas: as soluções de teicoplanina e aminoglicosídios são incompatíveis e não devem ser misturadas antes da injeção.

Posologia: Adultos: via parenteral: 400 mg inicialmente, seguida de 200mg de 12/12 horas. Crianças: 6 mg/kg de 12/12 horas.

TIROTRICINA

Informações técnicas: consiste em mistura constituída principalmente por gramicidina e tirocidina, ambas antibióticos polipeptídicos. É ativa contra bactérias Gram-positivas, isoladas ou em associação com outros fármacos, sobretudo antimicrobianos, é usada por via tópica no tratamento de infecções da pele e da boca. Por ser extremamente nefrotóxica e hepatotóxica, não tem indicação de uso sistêmico, e não deve ser instilada nas cavidades nasais ou cavidades fechadas do organismo.

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VANCOMICINA

CLORIDRATO DE VANCOMICINA

VANCOCINA

Informações técnicas: trata-se de um glicopeptídio anfotérico tricíclico isolado de cultura de Nocardia (Streptomyces) orientalis, ativa primariamente contra cocos Gram-positivos, sendo altamente eficaz contra Staphylococcus aureus e S. epidermidis, atuando também contra estreptococos e enterococos, porém sendo inativa contra bacilos Gram-negativos e micobactérias. Por não apresentar relação química com outros antibióticos, não ocorre resistência cruzada. O mecanismo de ação sobre a parede celular bacteriana é o comum aos polipeptídios. Na sua farmacodinâmica, é um antibiótico bactericida para a maioria dos microrganismos Gram-positivos e bacteriostático para os enterococos.

Indicações: por via oral, tratamento de colite pseudomembranosa associada a antibióticos, diarréia associada a antibióticos, enterocolite estafilocócica; por esta via não é eficaz no tratamento de outras infecções sistêmicas. Por via intravenosa, tratamento de infecções estafilocócicas em pacientes onde os beta-lactâmicos são contra-indicados ou não responde a eles, infecções ósseas e pré-operatórias, abcesso cerebral, endocardite bacteriana, meningites estáfilo e estreptocócicas, septicemia bacteriana, profilaxia de endocardite bacteriana.

Contra-indicações: hipersensibilidade à vancomicina; gravidez e lactação; insuficiência renal; história de perda de audição ou surdez.

Interações medicamentosas: o AAS e outros salicilatos, ácido etacrínico, parenteral, aminoglicosídios, anfotericina B parenteral, bacitracina parenteral, bumetanida parenteral, cefalosporinas, ciclosporina, cisplatina, furosemida parenteral ou plimixinas podem aumentar o seu potencial para nefrotoxicidade e/ou ototoxicidade; anti-histamínicos, buclizina, fenotiazínicos, meclozina ou tioxantênicos podem mascarar os sintomas de ototoxicidade; colestiramina antagoniza a vancomicina por via oral.

Posologia: Adultos: via oral: 125 a 250 mg de 6/6 horas. Por via intravenosa: 500 mg de 6/6 horas. Crianças: 50 mg/kg/dia, em tomadas divididas a cada 6 horas. Por via intravenosa: 10 mg/kg de 6/6 horas.

MACROLÍDIOS

São antibióticos produzidos a partir de espécies de Streptomyces, com um traço químico comum característico, de uma lactona macrocíclica, de onde advém o nome Macrolídico. Estes antibióticos são bacteriostáticos e eficazes somente contra microrganismos que se dividem ativamente; em concentrações elevadas ou contra germes altamente sensíveis poderão ser bactericidas. O mecanismo de sua ação se dá por ligarem-se reversivelmente às subunidades 50 S dos ribossomos bacterianos 70 S ou

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próximo do sítio P ou doador, de modo a bloquear a ligação do tRNA a este sítio; isto impede a translocação dos peptídios do sítio aceptor A ao sítio doador e, em conseqüência, a síntese protéica subseqüente é inibida. Não se ligam, todavia, aos ribossomos 80 S dos mamíferos, o que explica em parte sua toxicidade seletiva. Os sítios de ligação dos antibióticos macrolídicos se sobrepõem aos dos anfenicóis e lincosamidas; portanto, a ligação de um destes antibióticos ao ribossomo bacteriano poderá inibir a atividade do outro. Por isso, estes antibióticos não devem ser utilizados concomitantemente.

AZITROMICINA

AZIMIX

AZITRAX

AZITROMICINA

AZITROMIN

AZITROXIL

CLINDAL AZ

NOVATREX

OCTAVAX

SELIMAX

ZITROMAX

Informações técnicas: trata-se de um macrolídico aparentado estruturalmente à eritromicina, obtido por semi-síntese, sendo o primeiro membro da classe de antibióticos denominados azalídios. Diferencia-se da eritromicina por possuir um membro a mais no grupo lactona e um átomo de nitrogênio que lhe confere um caráter afofílico e, facilita sua passagem através das membranas celulares e sua concentração nos tecidos. A expansão da lactona macrocíclica e a presença do átomo de nitrogênio como parte do anel lactônico são responsáveis pelas melhores características farmacológicas e microbiológicas da azitromicina. Seu espectro de ação é mais amplo frente aos microrganismos Gram-positivos, sua difusão tecidual é mais rápida e mais

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elevada e sua meia-vida biológica é mais prolongada do que a de outros macrolídicos. Essas propriedades possibilitam que o tratamento de infecções com a azitromicina se reduza a apenas três dias. É muito mais estável em meio ácido do que a eritromicina. Possui um espectro de ação semelhante ao da eritromicina, porém é menos ativa contra estreptococos e estafilococos, mas tem maior atividade do que esta contra alguns patógenos Gram-negativos, e apresenta igual atividade contra alguns microrganismos da família Enterobacteriaceae. Tem também atividade contra o protozoário Toxoplasma gondii, causador da toxoplasmose. Seu mecanismo de ação é igual ao da eritromicina. Seu metabolismo se dá à nível hepático, sendo excretado na bile, nas formas íntegra e de metabólicos, o que lhe permite ser utilizado mesmo na presença de insuficiência renal.

Indicações: tratamento de infecções do trato respiratório inferior (bronquite, pneumonia); do trato respiratório superior (sinusite, faringite, tonsilite); infecções odontoestomatológicas; infecções de pele e tecidos moles; e infecções genitais.

Contra-indicações: hipersensibilidade à azitromicina e ou macrolídicos; gravidez e lactação; insuficiência hepática.

Interações medicamentosas: pode aumentar os níveis de digoxina; alcalóides do esporão de centeio podem acelerar o ergotismo; antiácidos reduzem sua concentração máxima.

Posologia: Adultos: via oral: 500 mg/dia, durante três dias consecutivos as doses devendo ser administradas pelo menos uma hora antes ou duas depois das refeições. Crianças: 10mg/kg/dia, durante três dias consecutivos, devendo ser administradas pelo menos uma hora antes ou duas depois das refeições.

CLARITROMICINA

CLAMICIN

CLARITROMICINA

HELICOCID

KLARICID

LAGUR

Informações técnicas: é derivada da eritromicina dela diferindo pela presença do grupo metoxila em vez de hidroxila na posição 6 do anel lactônico. Essa substituição impede a degradação e aumenta a biodisponibilidade deste antibiótico semi-sintético, em comparação com a eritromicina, que é degradada em meio ácido, dando produtos tóxicos responsáveis pelos efeitos adversos gastrintestinais. Além disto, é mais potente que a eritromicina contra muitos microrganismos sensíveis a este antibiótico

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natural. A claritromicina penetra melhor as membranas externas das bactérias Gram-positivas do que a eritromicina, sendo de natureza mais básica, o que aumenta a atividade contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Sua potência equivale a duas a quatro vezes à da eritromicina. Age também sobre o Toxoplasma sp. Quando isolada ou associada com pirimetamina. É amplamente distribuída nos tecidos e líquidos orgânicos, atingindo concentrações altas na mucosa nasal, amídalas e pulmões.

Indicações: tratamento de infecções da pele e tecidos moles; tratamento de infecções do trato respiratório inferior e superior, principalmente sinusite maxilar aguda e infecções nasais; tratamento, em associação com outros antibióticos bacterianos, do complexo Mycobacterium avium em pacientes com AIDS.

Contra-indicações: hipersensibilidade à claritromicina e outros macrolídicos; insuficiência renal grave; gravidez e lactação; crianças menores de 12 anos de idade.

Interações medicamentosas: aumenta significativamente a área sob a curva concentração-tempo (AUC) quando tomada concomitantemente com carbamazepina ou teofilina; interage com a warfarina, acarretando possivelmente hemorragia anormal; diminui a concentração sérica máxima, abaixa a AUC e reduz o tempo para atingir a concentração máxima da zidovudina.

Posologia: Adultos: via oral: 250 a 500 mg de 12/12 horas durante 7 a 14 dias.

DIRITROMICINA

DYNABAC

Informações técnicas: trata-se também de um derivado da eritromicina, cujas divergências químicas são discretas nuanças do anel macrolídico, é pois, azalídio, como azitromicina e roxitromicima. É um antibiótico sistêmico com espectro bacteriano amplo, ativo contra a maioria das cepas de microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. Seu mecanismo de ação é semelhante ao da eritromicina, porém seu perfil farmacocinético é melhor, pois seu grau lipofílico explica seu maior volume de distribuição e sua melhor penetração tecidual, permitindo concentrações teciduais altas e prolongadas com posologia conveniente de uma dose por dia. A exemplo da azitromicina, possui metabolização hepática, onde ocorre sua excreção, cerca de 81 a 97 %, e outros restantes, 3 a 19% (+/_ 10%) por via renal.

Indicações: no tratamento de infecções do trato respiratório superior (rinites, sinusites, faringites, amidalites) e, inferior (bronquites e pneumonias); tratamento de infecções de estruturas tegumentares causadas por Staphylococcus aureus, S. epidermis e S. pyogenes (Estreptococos beta-hemolíticos do grupo A).

Contra-indicações: hipersensibilidade a antibióticos macrolídicos; gravidez e lactação; insuficiência hepática; crianças menores de 5 anos.

Interações medicamentosas: pode diminuir a depuração hepática da teofilina, acarretando aumento nas concentrações séricas desta; sendo um derivado da

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eritromicina podem reagir com as seguintes drogas: ácido valpróico, alfentanila, anticoagulantes, astemizol, bromocriptina, carbamazepina, ciclosporina, digoxina, disopiramida, ergotamina, fenitoína, hexobarbital, levostatina, terfenadina,, triazolan, warfarina; antiácidos ou anti-histamínicos H2 diminuem sua absorção e sua biodisponibilidade.

Posologia: Adultos: via oral: 500 mg uma vez ao dia, junto com alimentos ou dentro de uma hora após a refeição, durante 7 a 14 dias.

ERITROMICINA

ERIBIOTIC

ERIFLOGIN

ERITROMICINA

ERITREX

ERITRIN

ERITROFAR

ILOBRON

ILOCIN

ILOSONE VO OU SOLUÇÃO TÓPICA

ILOTREX

KANAZIMA

LISOTREX

ORTOCICLINAPANTOMICINA

PLENOMICINA

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STIEMYCIN

TROZYMAN

Informações técnicas: é obtida por fermentação de cultura de uma cepa de Streptomyces erythreus. Consiste em mistura que contém aproximadamente 90% de eritromicina A, cerca de 10% de eritromicina B e traços de eritromicina C. O espectro de ação da eritromicina é relativamente amplo, sendo ativa contra a maioria dos germes Gram-positivos e alguns Gram-negativos, actinomicetos, micoplasmas, espiroquetas, clamídias, riquétsias e micobactérias atípicas. É utilizada como fármaco alternativo no combate a várias infecções para as quais os quimioterápicos de eleição são penicilinas ou tetraciclinas, quando estas são contra-indicadas ou não toleradas, ou os pacientes são hipersensíveis a elas. Diversas cepas de microrganismos mostram-se resistentes à eritromicina, e os mecanismos de resistência são principalmente, a diminuição da ligação do antibiótico ao seu local alvo e a redução da permeabilidade da parede celular bacteriana à eritromicina. A sua farmacodinâmica apresenta a peculiaridade de ser antibiótico bacteriostático de amplo espectro, porém podendo ser bactericida em concentrações altas.

Indicações: tratamento de infecções oftalmológicas, genitourinárias, de pele e tecidos moles, do trato respiratório superior (sinusites, rinites) e inferior (pneumonias, bronquites); sífilis; septicemia bacteriana; endocardite bacteriana; febre reumática; profilaxia de conjuntivite do recém-nascido(neonatal) e, tratamento de Acne vulgaris.

Contra-indicações: hipersensibilidade à eritromicina; gravidez e lactação, insuficiência hepática; porfiria.

Interações medicamentosas: altera a depuração da azatioprina; pode inibir a biotransformação da carbamazepina, potencializando os seus efeitos; pode deslocar o cloranfenicol e as lincosamidas da ligação às subunidades 50 S dos ribossomos bacterianos ou impedir esta ligação, antagonizando os efeitos destes antibióticos; aumenta as concentrações plasmáticas da ciclosporina. Pode aumentar o risco de nefrotoxicidade e intensificar o efeito da digoxina; aumenta a concentração plasmática da disopiramida; inibe a biotransformação da ergotamina e aumenta o vasoespasmo; interfere com o efeito bactericida das penicilinas no tratamento da meningite ou em outras situações em que é necessário efeito bactericida rápido; pode prolongar excessivamente o tempo de protrombina e aumentar o risco de hemorragias, especialmente nos idosos, quando tomadas concomitantemente com a warfarina; pode diminuir a depuração hepática da teofilina, resultando em aumento nas concentrações séricas da teofilina e/ou toxicidade; inibe a biotransformação do triazolan , aumentando sua concentração plasmática; outros medicamentos hepatotóxicos podem aumentar o potencial para hepatotoxicidade; outras drogas ototóxicas com doses altas de eritromicina em pacientes com insuficiência renal, podem aumentar o potencial para ototoxicidade.

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Posologia: Adultos: via oral: 250 a 500 mg de 6/6 horas, podendo atingir até 4g/dia, fracionadas; crianças, 30 a 50 mg/kg/dia, fracionadas em 4 doses tomadas de 6/6 horas, podendo em infecções graves a dose ser dobrada. Via intravenosa: 1 a 4g/dia. Crianças: 15 a 50mg/kg/dia. Aplicação tópica, uma ou duas vezes por dia.

ESPIRAMICINA

ROVAMICINA

Informações técnicas: consiste em mistura de três antibióticos macrolídicos isolada de culturas de Streptomyces ambofaciens, com espectro de ação antibacteriano semelhante aos da eritromicina e clindamicina, sendo bacteriostática nas concentrações séricas, mas podendo ser bactericida nas concentrações teciduais. O seu mecanismo de ação é pela inibição da síntese protéica por ligar-se à subunidade 50 S dos ribossomos bacterianos e interferir com a translocação. Os microrganismos desenvolvem resistência a este antibiótico, inclusive resistência cruzada entre espiramicina e eritromicina. Farmacodinamicamente é um antibiótico antibacteriano e toxoplasmicida. É amplamente distribuída a todo organismo, atingindo concentrações altas nos pulmões, amídalas, brônquios e seios da face, e sua biotransformação é hepática , sendo excretada pela bile.

Indicações: tratamento de infecções bacterianas causadas por germes sensíveis e tratamento da toxoplasmose, como alternativa à pirimetamina.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos macrolídicos; disfunção hepática; gravidez e lactação.

Posologia: Adultos: via oral: 1g de 8/8 horas, podendo ser aumentada a dose até 2 a 4 g/dia fracionadas em duas a três tomadas.

MIOCAMICINA

MECACIN

MIDECAMIN

Informações técnicas: é antibiótico macrolídico bacteriostático semi-sintético isolado de cultura de Streptomyces mycarofaciens, que manifesta atividade contra Staphylococcus aureus, até contra cepas resistentes à eritromicina, como os macrolídicos em geral, atuando inibindo a síntese protéica.

Indicações: tratamento de infecções do trato respiratório causado por germes sensíveis.

Contra-indicações: hipersensibilidade à miocamicina; gravidez e lactação; insuficiência renal e hepática.

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Interações medicamentosas: pode inibir a ação bactericida de cefalosporinas e penicilinas; antagoniza os efeitos das lincosamidas; pode aumentar os níveis séricos da carbamazepina e da ergotamina; anticoncepcionais orais podem causar icterícia e prurido.

Posologia: via oral, 30 a 45 mg/kg/dia, de 12/12 horas.

ROXITROMICINA

FLOXID

ROTRAM

ROXITROM

ROXITROMICINA

RULID

Informações técnicas: é um derivado semi-sintético da eritromicina, diferindo desta em apenas um grupamento químico e um átomo de oxigênio. Seu espectro de ação é semelhante ao da eritromicina, sendo tão ativa ou ligeiramente menos, que esta, e seu mecanismo de ação é igual.

Indicações: tratamento de infecções por germes sensíveis; em otorrinolaringologia (no trato respiratório superior- sinusites, faringites) , pneumologia e dermatologia (infecções da pele e tecidos moles).

Contra-indicações: hipersensibilidade à macrolídicos; gravidez e lactação; insuficiência hepática.

Interações medicamentosas: aumenta as taxas plasmáticas de bromocriptina e ciclosporina; alcalóides do esporão do centeio podem causar manifestações de ergotismo; possíveis interações com os antagonistas da vitamina K, warfarina, disopiramida, digoxina, midazolam, teofilina e terfenadina.

Posologia: Adultos: via oral: 300 mg/dia, em duas tomadas. Crianças: 5 a 8 mg/kg/dia.

AMINOCICLITÓIS

Informações técnicas: esta classe inclui tanto os antibióticos aminoglicosídios, que contêm um aminoaçúcar, como os antibióticos que possuem um ciclitol ou aminociclitol, mas não aminoaçúcar. Em sua maioria são preparados por fermentação, a partir de várias espécies de microrganismos, principalmente Streptomyces e Micromonospora, e alguns são produtos semi-sintéticos, obtidos por

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modificação molecular de outros aminociclitóis. O mecanismo de ação desta classe de antibióticos está relativamente bem esclarecido, são transportados ativamente através da membrana celular bacteriana, unindo-se irreversivelmente a uma ou mais proteínas receptoras específicas com a subunidade 30 S dos ribossomos bacterianos e interferindo com o complexo de iniciação entre o RNA mensageiro e a subunidade 30 S, causando assim leitura errada do DNA; disto resulta biossíntese de proteínas não-funcionais, impossibilitando a síntese de proteínas e causando morte celular. A despeito de outros antibióticos que interferem com a síntese protéica serem apenas bacteriostáticos, os aminociclitóis são bactericidas, ignora-se a causa disto. O seu uso indiscriminado resultou no surgimento de cepas resistentes, resistência esta, devida a : alteração do ribossomo, diminuição da captação do antibiótico e inativação enzimática dos quimioterápicos, sendo esta a mais importante. Os aminociclitóis são ativos contra bacilos Gram-negativos e alguns Gram-positivos, mas não exercem atividade contra os microrganismos anaeróbios. São indicados no tratamento de infecções sistêmicas graves em que antibacterianos menos tóxicos são ineficazes ou contra-indicados, não se indicando seu uso rotineiro no tratamento de infecções estafilocócicas, pois existem antibacterianos menos tóxicos. São antibióticos amplamente utilizados em associações com outros antibióticos, para o tratamento de determinadas infecções, pelas seguintes razões: obter efeito antibacteriano sinérgico; impedir o surgimento de bactérias resistentes aos antibióticos; e expandir o espectro antimicrobiano.

As seguintes associações são as mais empregadas:1. amicacina, gentamicina, netilmicina, sisomicina, tobramicina, com

penicilinas como a carbecilina, ou cefalosporina, para infecções por Pseudomonas aeruginosa , em pacientes imunocomprometidos leucopênicos febris, ou não;

2. estreptomicina ou gentamicina com benzilpenicilina, ampicilina ou vancomicina, contra enterococos;

3. aminociclitol com penicilina resistente à beta-lactamase ou vancomicina contra Staphylococcus aureus;

4. aminociclitol ativo contra pseudomonas com quimioterápico eficaz contra o grupo de Bacteroides fragilis, ex. a cefoxitina, clindamicina, cloranfenicol, metronidazol, penicilina ativa contra pseudomonas e,

5. aminociclitol ativo contra pseudomonas com outro antibiótico, quando se deseja ampliar o espectro antimicrobiano.

Indicações: no tratamento de infecções intra-abdominais (peritonite), ósseas e das articulações, da pele e tecidos moles, do sistema nervoso central, do trato biliar e urinárias; pneumonia, septicemia; a estreptomicina é usada no tratamento de brucelose, peste bubônica e tuberculose.

Contra-indicações:1. alergia aos aminociclitóis;2. gravidez e lactação;3. miastenia grave;4. parkinsonismo;5. deterioração do oitavo nervo craniano e,6. desidratação ou insuficiência renal.

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Precauções:1. durante o tratamento com aminociclitóis é preciso fazer teste de

audiograma, determinação da função renal, determinação da função vestibular, determinação da concentração sérica do aminociclitol e exame de urina tipo 1;

2. os pacientes geriátricos podem correr o risco de toxicidade renal por causa da diminuição da função renal do idoso e,

3. deve-se evitar o uso concomitante de outros medicamentos nefrotóxicos ou ototóxicos.

Interações medicamentosas:1. dois ou mais aminociclitóis, administrados concomitantemente, podem

aumentar o potencial para ototoxicidade, nefrotoxicidade e bloqueio neuromuscular; pode ocorrer perda da audição e esta progredir até surdez, geralmente permanente;

2. neomicina oral pode potencializar a ação dos anticoagulantes cumarínicos;

3. ácido acetilsalicílico e outros salicilatos, ácido etacrínico, anfotericina B parenteral, bacitracina parenteral, bumetanida parenteral, cefalotina, ciclosserina, cisplatina, furosemida parenteral, manitol ou vancomicina podem aumentar o potencial para ototoxicidade e/ou nefrotoxicidade; à despeito de se necessitar às vezes da associação entre um aminociclitol e vancomicina na profilaxia da endocardite causada por estreptococos, no tratamento de infecções estafilocócicas resistentes ou nos pacientes alérgicos à penicilina, deve-se então, manter vigilância apropriada;

4. anestésicos gerais da classe dos hidrocarbonetos halogenados, transfusões maciças de sangue contendo citratos, agentes bloqueadores neuromusculares ou suxametônio, podem intensificar o bloqueio neuromuscular, resultando em fraqueza prolongada do músculo esquelético e depressão ou paralisia respiratória;

5. antibióticos beta-lactâmicos podem inativá-los em pacientes com insuficiência renal;

6. anti-histamínicos, buclizina, fenotiazínicos, meclozina ou tioxantênicos, podem mascarar os seus sintomas de ototoxicidade;

7. hipnoanalgésicos podem causar efeitos depressores respiratórios centrais aditivos, podendo resultar em aumento ou prolongamento da depressão ou paralisia respiratória e,

8. polimixinas parenterais podem aumentar o potencial para nefrotoxicidade e/ou bloqueio neuromuscular, resultando em fraqueza do músculo esquelético e depressão ou paralisia respiratória.

AMICACINA

AMICACIL

AMICACINAAMIKIN

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BACTOMICIN

NOVAMIN

Informações técnicas adicionais: é um derivado acilado semi-sintético da canamicina A, cuja modificação molecular protege os grupos hidroxila e amino das enzimas que inativam os aminociclitóis. Embora seja altamente resistente à inativação enzimática, é sensível a duas enzimas, a acetiltransferase e a enzima adenililante. Mesmo assim, é preferida para o tratamento inicial de infecções causadas por bactérias Gram-negativas aeróbias resistentes a outros aminociclitóis, pois seu espectro de atividade antimicrobiana é o mais amplo da classe.

Posologia: Adultos e crianças: vias intramuscular e intravenosa: 15 mg/kg/dia, em tomadas iguais de 8/8 ou 12/12 horas, sendo que a dose total não deve exceder 1,5g/dia.

ESPECTINOMICINA

TROBICIN

Informações técnicas adicionais: contém o grupo actinamina, isolada de cultura de Streptomyces spectabilis. É Segunda escolha no tratamento de gonorréia, causada por patógeno penicilino-resistentes ou em pacientes alérgicos à penicilinas.

Posologia: Adultos: via intramuscular profunda: 2g em dose única ou 2g de 12/12 horas. Crianças: 40mg/kg/dia.

ESTREPTOMICINA

ESTREPTOMICINA

Informações técnicas adicionais: é isolada de cultura de Streptomyces griseus, cuja atividade bactericida se exerce contra grande variedade de bactérias Gram-negativas aeróbias e certas micobactérias. Hoje é pouco usada pois existem aminociclitóis mais eficazes e agentes tuberculostáticos mais seguros (etambutol, isoniazida e rifampicina).

Posologia: Adultos: via intramuscular: 20 a 40 mg/kg/dia. Crianças: 15 a 25 mg/kg/dia em tomadas divididas de 12/12 horas.

FRAMICETINA

FRAMICETINA

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Informações técnicas adicionais: é também conhecida por neomicina B, produzida por cepas de streptomyces fradiae ou S. decaris. Suas ações são semelhantes às da neomicina, sendo utilizada por via tópica no tratamento de infecções oftalmológicas, dermatológicas e otológicas, principalmente associada com a gramicidina.

GENTAMICINA

AMPLIGEN

AMPLOMICINA

GARAMICINA

GENTAMICINA(CREME, TÓPICA, POMADA OFTÁLMICA, INJETÁVEL)

GENTAPLUS

GETAXIL

SEPTOPAL(PÉROLAS EM FIO CIRÚRGICO C/ 4,5 MG/PÉROLA)

GARASONE(SOLUÇÃO OFTÁLMICA – GENTAMICINA + BETAMETASONA)

Informações técnicas adicionais: consiste em mistura de três antibacterianos aparentados, extraídos de culturas de Micromonospora purpurea, empregada no tratamento de infecções causadas por bactérias Gram-negativas, cuja associação com benzilpenicilina ou ampicilina exerce efeito sinérgico contra os enterococos.

Posologia: Adultos: vias intramuscular ou intravenosa: 6 a 7,5 mg/kg/dia, em tomadas divididas de 8/8 horas. Crianças: 3 a 5 mg/kg/dia, divididas de 8/8 horas. Via tópica, pode ser usada em vários preparados dermatológicos e oftálmicos, tanto isolados, como em associação. Ainda há as pérolas de gentamicina em fios cirúrgicos, que são utilizados em lojas cirúrgicas infectadas, com germes isolados sensíveis à gentamicina, porém relutantes ao tratamento exclusivamente sistêmico, amplamente usadas em ortopedia.

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NEOMICINA

NEOMICINA(COLÍRIO E POMADA)

NEOMICINA + BACITRACINA

BACIGEN

CICATRENE

DERMACETIN-PED

DERMASE

NEBACETIN

NEOTRICIN

NEOMICINA + DEXAMETASONA

DECADRON COLÍRIO

DERMOGEN

DEXACORT

DEXAVISION

NEOCORTIN

OUTRAS ASSOCIAÇÕES

BETNOVATE-N(NEOMICINA + BETAMETASONA)

DRENISON N

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(NEOMICINA + FLUDROXICORTIDA)

ESPERSON N(NEOMICINA + DESOXIMETASONA)

LOCORTEN N(NEOMICINA + FLUMETASONA)

NEOCINOLON(NEOMICINA + ACETONIDO DE FLUOCINOLONA)

OTOSPORIN(NEOMICINA + HIDROCORTISONA + POLIMIXINA B)

Informações técnicas adicionais: é o aminociclitol mais tóxico, produzido a partir da fermentação de Streptomyces fradiae, utilizado com maior freqüência topicamente para tratar de infecções da pele, olho e ouvido, comumente associado a outras drogas . por via oral é utilizado para se obter efeitos antibacterianos locais. Não se utiliza neomicina por via parenteral para infecções sistêmicas devido ao seu alto grau de nefrotoxicidade e ototoxicidade.

Posologia: via tópica, para infecções oftalmológicas, 1 a 2 gotas de colírio, em cada olho de 12/12 ou 8/8 horas. Em infecções dermatológicas, fina camada de pomada uma a duas vezes ao dia.

NETILMICINA

NETROMICINA

Informações técnicas adicionais: é derivada da sisomicina, obtida por via semi-sintética; como a amicacina, não sofre biotransformação pela maioria das enzimas inativantes de aminociclitóis.

Posologia: vias intramuscular ou intravenosa, adultos, 4 a 6,5 mg/kg/dia, divididas em tomadas de 8/8 ou 12/12 horas; crianças, 6 a 7mg/kg/dia, de 8/8 horas.

TOBRAMICINA

TOBRAMINA

TOBREX(COLÍRIO OU POMADA OFTÁLMICA)

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TOBRAMICINA + DEXAMETASONATOBRADEX

(SOLUÇÃO OFTÁLMICA OU POMADA OFTÁLMICA)

Informações técnicas adicionais: é um complexo produzido por Streptomyces tenebrarius, cuja atividade antimicrobiana e várias outras propriedades são semelhantes às da gentamicina. A maioria dos microrganismos Gram-positivos, com exceção de Staphylococcus aureus, é resistente à tobramicina.

Posologia: Adultos: vias intramuscular ou intravenosa: 3 a 5mg/kg/dia, em 3 tomadas divididas de 8/8 horas. Crianças, 6 a 7,5 mg/kg/dia, em 3 tomadas de 8/8 horas. Via tópica, um centímetro da pomada no olho afetado 2 a 3 vezes ao dia, ou a cada 3 ou 4 horas em infecções mais graves ou uma a duas gotas da solução no olho afetado a cada 4 horas, ou em casos mais graves, 2 gotas no olho afetado de hora em hora.

LINCOSAMIDAS

Informações técnicas: As lincosamidas são agentes bacteriostáticos, porém em concentrações elevadas ou quando utilizadas contra microrganismos altamente sensíveis, podem ser bactericidas. O mecanismo de ação se pauta na ligação exclusiva às subunidades 50 S dos ribossomos bacterianos e impedem a formação da ligação peptídica, inibindo assim a síntese protéica. A possibilidade de m.o.s. desenvolverem resistência às licosamidas é eminente, inclusive a resistência cruzada. As lincosamidas têm uso limitado devido aos seus graves efeitos adversos, principalmente a colite pseudomembranosa, ocasionada pela toxina secretada por cepas de Clostridium difficile, quadro este, apresentado também por ampicilina e cefalosporinas, que pode ser fatal. Por esta razão elas são reservadas para as infecções graves em que os agentes antimicrobianos menos tóxicos não são apropriados; em contrapartida o tratamento da colite pseudomembranosa utiliza-se a vancomicina. O espectro de ação das lincosamidas é relativamente amplo, sendo ativas contra a maioria das bactérias Gram-positivas e diversas Gram-negativas anaeróbias. A clindamicina é mais potente que a lincomicina. As bactérias Gram-negativas aeróbias , na maioria são resistentes.

Contra-indicações:1. hipersensibilidade às lincosamidas ou doxorrubicina;2. gravidez e lactação;3. patologia gastrintestinal e,4. insuficiências renal e hepática grave.Interações medicamentosas:1. podem antagonizar o efeito de antimiastênicos sobre o músculo

esquelético;

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2. podem causar efeitos depressores respiratórios centrais aditivos dos hipnoanalgésicos opióides, possivelmente acarretando depressão ou paralisia respiratória aumentada ou prolongada;

3. anestésicos gerais inalantes ou agentes bloqueadores neuromuscular, resultando em fraqueza do músculo esquelético e depressão ou paralisia respiratória;

4. antidiarréicos adsorventes intestinais podem diminuir a absorção das lincosamidas quando estas são administradas concomitantemente por via oral;

5. antidiarréicos antiperistálticos (como opiáceos, difenoxilato, loperamida), podem prolongar ou piorar a colite pseudomembranosa por retardar a eliminação da toxina;

6. o cloranfenicol ou eritromicina pode deslocá-las da ligação às subunidades 50 S dos ribossomos bacterianos ou impedir essa ligação, antagonizando seu efeito.

CLINDAMICINA

DALACIN-C(VIA ORAL, INJETÁVEL E CREME VAGINAL)

Informações técnicas adicionais: derivado semi-sintético da lincomicina, sendo mais ativa e com menos efeitos adversos que esta. A sua farmacodinâmica determina um antibiótico antibacteriano e antiprotozoário.

Indicações: tratamento de infecções intra-abdominais, ósseas e das articulações, da pele e tecidos moles, do trato genitourinário; tratamento de Acne vulgaris, actinomicose, malária, infecções do trato respiratório superior e inferior; septicemia; toxoplasmose do sistema nervoso central, úlceras dérmicas.

Posologia: Adultos: via oral: 150 a 450 mg de 6/6 horas. Via parenteral, intravenosa e intramuscular: 600 mg a 1,2g/dia de 6/6 ou 8/8 horas, podendo se estender para até 1, 2 a 2,7 g/dia igualmente fracionadas as doses. Crianças: 8 a 20 mg/kg dia, de 6/6 ou 8/8 horas. Via parenteral: 15 a 40 mg/kg/dia de 8/8 ou 6/6 horas.

LINCOMICINA

FRADEMICINA

LINCOMICINA

LINCO-PLUSMACROLIN

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Informações técnicas adicionais: é obtida a partir de culturas de Streptomyces lincolnensis, que atualmente foi substituída por agentes antibacterianos mais seguros e mais eficazes, sendo considerada obsoleta com relação ao seu derivado a clindamicina.

Indicações: é utilizada no tratamento de infecções graves causadas por cepas sensíveis de estafilococos, estreptococos e pneumococos.

Posologia: Adultos: via oral: 500 mg de 6/6 ou 8/8 horas Via intramuscular ou intravenosa: 600 mg a 1g de 8/8 ou 12/12 ou 24/24 horas, dependo da gravidade da infecção. Crianças: 30 a 60 mg/kg/dia, 6/6 ou 8/8 horas. Via intramuscular ou intravenosa: 10 a 20 mg/kg/dia de 12/12 ou 8/8 horas.

RIFAMICINAS

As rifamicinas foram primeiramente isoladas do actinomiceto chamado então de Streptomyces mediterranei, porém reclassificado como nocardia mediterranea. As rifamicinas fazem parte de complexo de aproximadamente 5 antibióticos diferentes, dos quais os mais importantes são as ansamicinas. São ativas contra bactérias Gram-positivas, o Mycobacterium tuberculosis e o M. leprae.

RIFAMICINA

RIFOCINA COLÍRIO

RIFOCINA SPRAY

RIFOCORT (RIFAMICINA + PREDNISOLONA)

Informações técnicas: é antibiótico antibacteriano de amplo espectro semi-sintético derivado da rifamicina S, podendo ser obtido também diretamente de certos mutantes de Nocardia mediterranea. É ativa contra os microrganismos Gram-positivos e alguns Gram-negativos, e também contra M. tuberculosis. Sua ação é bactericida.

Indicações: tratamento de infecções causadas por germes sensíveis Gram-positivos, principalmente estafilococos, sempre em associação com outros quimioterápicos e Gram-negativos.

Contra-indicações: hipersensibilidade às rifamicinas; icterícia; gravidez e lactação; insuficiências hepática e renal.

Efeitos adversos: náusea ,vômito, erupção cutânea, coloração vermelho-alaranjada da urina.fezes, saliva, escarro, suor e lágrimas, elevação da bilirrubina e/ou das transaminases.

Posologia: via intravenosa (desaconselhada), adultos: 500 mg a 1g/dia; crianças, 10 a 30 mg/kg/dia, igualmente fracionadas. Via tópica, pulverizar a área

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afetada a cada 6 a 8 horas (aerossol) ou instilar 2 gotas no conduto auditivo, 2 a 3 vezes ao dia (solução otológica), ou fazer 3 a 4 aplicações ao dia nas partes infectadas (pomada dermatológica).

RIFAMIDA

RIFOCINA M

Informações técnicas: derivado da rifamicina B, com atividade contra M. tuberculosis e várias outras bactérias.

Indicações: tratamento de processos específicos por M . tuberculosis , em associação com outros quimioterápicos; tratamento por infecções por germes Gram-positivos (estafilococos, estreptococos, pneumococos), sempre em associação com outros quimioterápicos; tratamento de infecções por germes Gram-negativos.

Contra-indicações: hipersensibilidade às rifamicinas; icterícia; gravidez e lactação; insuficiência hepática grave; obstrução total dos ductos biliares.

Interações medicamentosas: reduz a eficácia, por diminuir a concentração sérica, de anticoagulantes, anticoncepcionais orais, antidiabéticos orais, glicósidos digitálicos.

Posologia: via parenteral, 300 a 450 mg de 8/8 ou 12/12 horas; crianças: 6 a 30 mg/kg/dia, de 8/8 ou 12/12 horas.

RIFAMPICINA

RIFALDIN

RIFAMPICINA

RIFAMPICINA + ISONIAZIDA

Informações técnicas: este antibiótico semi-sintético possui características similares as demais Rifamicinas, com mecanismo de ação comum a todas elas, ou seja, inibe a biossíntese do RNA bacteriano por ligar-se fortemente à subunidade beta da RNA polimerase dependente do DNA, impedindo a ligação da enzima ao DNA, bloqueando assim a iniciação da transcrição do RNA e, por conseqüência, a síntese do RNA em bactérias sensíveis. Atua como antibiótico de amplo espectro.

Indicações: tratamento da tuberculose, hanseníase, meningite tuberculosa, tratamento de infecções microbacterianas atípicas, sempre em associação a outros quimioterápicos; tratamento de infecções causadas por espécies de Staphylococcus, em associação com vancomicina intravenosa.

Contra-indicações: hipersensibilidade à rifamicina; gravidez e lactação; alcoolismo; insuficiência renal; porfiria; menores de um mês de idade.

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Interações medicamentosas:1. pode aumentar a biotransformação de anestésicos gerais

hidrocarbônicos por inalação (exceto isoflurano), acarretando risco maior de hepatotoxicidade;

2. acelera a biotransformação e reduz a eficácia, por diminuir a concentração sérica, de anticoagulantes cumarínicos e indandiônicos, anticoncepcionais orais contendo estrogênios, azatioprina, carbamazepina, cetoconazol, ciclosporina, cimetidina, clofibrato, cloranfenicol, corticosteróides, corticotropina, dacarbazina, dapsona, diazepan, digitoxina, digoxina, disopiramida, doxiciclina,estrogênios, fenitoína, glicósidos digitálicos, haloperidrol, hexobarbital, metoprolol, propanolol, quinidina, sulfoniluréias, tiroxina, trimetoprima, warfarina, verpamil, xantinas;

3. pode reduzir a meia-vida e aumentar a atividade leucopênica da ciclofosfamida;

4. pode intensificar os efeitos adversos da etionamida;5. aumenta a degradação hepática da levotiroxina; álcool ou paracetamol.6. pode aumentar a incidência de hepatotoxicidade induzida pela

rifampicina e a sua biotransformação; cetoconazol oral, isoniazida ou miconazol parenteral podem aumentar o risco de hepatotoxicidade; depressores da medula óssea podem aumentar os efeitos leucopênicos e/ou trombocitopênicos; dissulfiram inibe a sua biotransformação e pode causar o seu acúmulo e,

7. outros fármacos hepatotóxicos podem aumentar o potencial para hepatotoxicidade.

Posologia: Adultos: via oral: 600 mg de 12/12 horas. Via intravenosa, mesma dose que na via oral. Crianças: 10 mg/kg de 12/12 horas.

POLIÊNICOS

Os antibióticos poliênicos são produzidos por cepas de Streptomyces, que devido à sua estrutura macrolídica, poder-se-iam estuda-los como subclasse dos antibióticos macrolídicos e, não, como uma classe separada. Não possuem atividade antibacteriana e anti-riquétsias, mas agem contra fungos e leveduras e, por esta razão, estão descritos na seção ANTIFÚNGICOS. Os comercializados no Brasil são anfotericina B, mepartricina e nistatina.

ANTRACICLINAS

Estes antibióticos são derivados da antraquinona, geralmente produzidos por Streptomyces e, são comercializadas no Brasil a daunorrubicina, a doxorrubicina e epirrubicin e, além disso todas são utilizadas como antineoplásicos.

DIVERSOSSão os antibióticos cuja estrutura não é aparentada à de antibióticos já

descritos.

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ÁCIDO FUSÍDICO

VERUTEX

Informações técnicas: possui estrutura esteróide isolada de culturas de Fusidium coccineum, e exercem ação potente contra estafilococos, incluindo algumas cepas resistentes à meticilina e outros antibióticos e, algumas bactérias Gram-negativas são também sensíveis ao ácido fusídico. Atualmente está sendo submetido a ensaios clínicos no tratamento da AIDS; nesta infecção, seu mecanismo de ação é desconhecido. Sua atividade antibacteriana se deve à inibição da síntese protéica, exercendo ações, tanto bacteriostática, quanto bactericida. Farmacodinamicamente atua como antibiótico de ação tópica exclusivamente.

Indicações: tratamento de infecções de feridas por queimaduras, de eritrasma e, de infecções bacterianas menores da pele causadas por estafilococos e estreptococos.

Contra-indicação: hipersensibilidade ao ácido fusídico, gravidez e lactação.

Precauções: não se deve introduzir a pomada nos olhos, pois o fusidato sódico provoca irritação conjuntival.

Posologia: aplicar sobre a área afetada da pele 2 a 3 vezes ao dia, durante 7 dias.

FOSFOMICINA

MONURIL

Informações técnicas: isolada de culturas de Streptomyces fradiae, ativa contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas e, algumas cepas de pseudomonas. Atua como inibidor da enzima piruviltransferase, que catalisa a primeira fase da formação da parede celular bacteriana e causa lise da bactéria. Os microorganismos desenvolvem resistência à fosfomicina rapidamente e, para retardar este processo, é indispensável a associação com outros antibióticos. Na sua farmacodinâmica apresenta-se como antibiótico bactericida de amplo espectro.

Indicações: tratamento de infecções não complicadas das vias urinárias baixas.

Contra-indicações: hipersensibilidade à fosfomicina, lactação e lactentes até 4 kg de peso.

Interações medicamentosas: vários antibióticos (aminociclitóis, cefalosporinas, cloranfenicol, eritromicina, lincomicina, penicilinas, rifampicina, tetraciclinas) exercem efeito sinérgico, sendo que a metoclopramida diminui sua absorção.

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Posologia: Adultos: via oral, 3 g em tomada única.

MUPIROCINA

BACTROBAN

Informações técnicas: isolada de culturas de Pseudomonas fluorescens, manifesta atividade contra a maioria das cepas de estafilococos e estreptococos, bem como contra algumas bactérias Gram-negativas. Atua inibindo a síntese protéica das bactérias ligando-se reversível e especificamente à isoleucil transfer-RNA sintetase bacteriana. Não se observou resistência cruzada da mupirocina com os grupos principais de outros antibióticos. Farmacodinamicamente apresenta-se como bacteriostático e bactericida de amplo espectro.

Indicações: tratamento tópico de várias infecções dermatológicas bacterianas.

Contra-indicações: hipersensibilidade à mupirocina, gravidez e lactação, além de insuficiência renal.

Precauções:1. evitar uso em lesões extensas, pois o veículo macrogol é nefrotóxico;2. não é indicada para uso oftalmológico ou intranasal e,3. caso ocorra sensibilização ou irritação química, deve-se interromper o

tratamento.Posologia: aplicar fina camada do creme sobre a área afetada 3 vezes ao

dia, durante 3 a 5 dias.

ANTIULCEROSOS DÉRMICOS

A ação de fármacos com propriedades antiulcerosas dérmicas é questionada por muitos autores. Com esta finalidade são usadas, as enzimas proteolíticas colagenase e fibrinolisina associada à desoxirribonuclease e o clostebol, um esteróide anabolizante. O uso destes agentes tem por finalidade a remoção do tecido necrótico, exsudatos purulentos, sangue e o acúmulo de fibrina, além de facilitar a cicatrização. Outros métodos de debridação são mais eficazes, contudo, parecem exercer melhor ação nas úlceras com tecido necrótico conjuntivo amarelado. Devem ser suspensos quando a base da úlcera apresenta-se limpa. São usados em associações com tiomersal, cloranfenicol, ou gentamicina. Embora a associação de fibrinolisina com antibióticos seja considerada irracional, muitos produtos são utilizados há anos, pois os resultados clínicos às vezes são controversos. Já o princípio esperado da colagenase, baseia-se na sua atuação durante uma das três fases do processo cicatricial (inflamatória, fibroblástica e de remodelação ou maturação), especificamente a Fibroblástica, na qual há proliferação de fibroblastos e síntese de colágeno, assim o efeito da enzima colagenase interferiria na degradação de possíveis acúmulos de colágeno no processo

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cicatricial, o que teoricamente impediria a formação de cicatrizes hipertróficas e, diminuiria a tendência à formação de quelóides.

As associações com fibrinolisina com antibióticos são:

CAUTEREX COM GENTAMICINA

FIBRASE

GINO CAUTEREX

GINO FIBRASE

PROCUTAN

As associações de fibrinolisina com tiomersal são:

FIBRABENE

As associações de colagenase e protease são:

IRUXOL MONO

As associações de colagenase com cloranfenicol:

IRUXOL

KOLLAGENASECOLAGENASE

As associações de clostebol com neomicina são:

TROFODERMIN CREME E CREME GINECOLÓGICO

ANTICINETÓTICOS E ANTIEMÉTICOS

As drogas anticinetóticas e antieméticas têm aplicação dentro da Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial quando há necessidade de intervenção em regiões próximas a orofaringe, onde estímulos podem provocar náusea e vômitos, em pacientes com limiar de tolerância baixo para tal intercorrências. Além disto, pode ser utilizado

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em pacientes com bloqueio maxilo-mandibular rígido (fio de aço), onde em caso de vômito há o risco iminente de broncoaspiração.

DRAMIN

DIMENIDRATO

DRAMOXINA

DIMENIDRINATO

CLORIDRATO DE PIRIDOXINA

Indicações: anticinetótico e antiemético, atuam na prevenção e tratamento das cinetoses e suas manifestações como os enjôos devidos à viagens marítimas, terrestres e aéreas. Na prevenção de náuseas e vômitos no pré e pós- operatório, além de nas náuseas e vômitos da gravidez.

Contra-indicação: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.Interações medicamentosas: o uso concomitante pode potencializar a ação

dos depressores do SNC. Evitar associação com inibidores da enzima monoaminoxidase.

Posologia : Adultos: 1 comprimido 4/4 horas. Crianças: de 10 a 20 gotas de 6/6 horas.

PLASIL

CLORIDRATO DE METOCLOPRAMIDA

Indicações: distúrbios da motilidade gastrintestinal. Náuseas e vômitos de origem central e periférica (cirurgias, doenças metabólicas e infecciosas, secundárias e medicamentosas).

Contra-indicações: na síndrome de Parkinson e outras doenças extrapiramidais. Em pacientes com antecedentes de hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Não deve ser usado em pacientes epilépticos ou que estejam recebendo outras drogas que possam causar reações extrapiramidais.

Interações medicamentosas: os efeitos da metoclopramida são antagonizados pelas drogas anticolinérgicas e analgésicos narcóticos. Libera catecolaminas em pacientes com hipertensão essencial e, sugere-se que nesses casos deve ser usado com cautela. Pode ser responsável pela dificuldade de controle de alguns diabéticos. Pode diminuir a absorção de drogas que são absorvidas pelo estômago (ex.:

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digoxina) e, acelerar aquelas que são absorvidas pelo intestino delgado (ex.: paracetamol, tetraciclina, levodopa, etanol).

Posologia: Adultos: 1 comprimido 3x ao dia. Crianças: 0,5 mg/kg/dia.

ANTIENXAQUECA

Dado a ampla gama de patologias, sistêmicas e locais, envolvendo o complexo Buco Maxilo Facial, cujo reflexo sintomatológico principal são as dores faciais e cefaléias, cabe ao CD-BMF o diagnóstico diferencial e, o tratamento destas patologias, tanto no aspecto sintomático, quanto curativo, embora muitas vezes o tratamento deva ser multidisciplinar. Envolve por vezes, o neurocirurgião, o oftalmologista, o otorrinolaringologista, o ortopedista, ou mesmo o médico clínico. Nesta seção, enfoca-se o tratamento e o diagnóstico diferencial, pelo quadro sintomatológico apresentado pelo paciente, das enxaquecas, com relação a outras patologias tais como as nevralgias de trigêmeo e glossofaríngea, disfunção crânio-mandibular, sinusites, odontalgias, alterações visuais congênitas e adquiridas (miopia, hipermetropia, etc.), cervicopatias e outras.

MIGRANE

ÁCIDO ACETILSALICÍLICO, CAFEÍNA, METILBROMETO DE HOMATROPINA, TARTARATO DE ERGOTAMINA

Indicação: tratamento das cefaléias de origem vascular, sobretudo enxaquecas. Sendo a enxaqueca uma desordem hereditária de descontrole vasomotor ou dos mecanismos antinociceptivos, responde bem ao tartarato de ergotamina, associado a outras drogas que atuam como coadjuvantes da sua absorção e ação, que abortam a crise ou previnem sua ocorrência. A enxaqueca é uma síndrome com sinais e sintomas variados, podendo ser classificada em comum e clássica. Pode apresentar sinais e sintomas característicos, por se não dizer, patognomônicos, tais como a história familiar, cefaléia recorrente, latejante, acompanhada de náusea, vômitos, fotofobia, fonofobia, com desordem neurológica como aura e, fenômenos visuais (pródromos, escotomas, visões espectrais, “moscas volantes”).

Contra-indicação: afecções vasculares obliterantes, insuficiência coronariana, hipertensão arterial, insuficiência hepática severa e nefropatias. Distúrbios gástricos, hemofilia e, em grávidas no final da gestação.

Posologia: 2 comprimidos nos primeiros sinais da crise e, em casos de insucessos, administrar mais 2 comprimidos de 30 em 30 minutos, no máximo 6 em 24 horas.

PARCEL

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MESILATO DE DIIDROERGOTAMINA,PARACETAMOL, CAFEÍNA

ORMIGREIN

TARTARATO DE ERGOTAMINA, CAFEÍNA, PARACETAMOL, SULFATO DE HIOSCIAMINA, SULFATO DE ATROPINA

Informações técnicas: o tartarato de ergotamina é um alcalóide do ergot que apresenta ação bloqueadora alfa-adrenérgica e, uma potente atividade vasoconstritora, além de antagonista da serotonina. A cafeína é um vaso constritor cerebral que reduz o fluxo sangüíneo cerebral. Um efeito sinérgico é obtido na associação da cafeína com o tartarato de ergotamina. Os alcalóides anticolinérgicos e antiemético de beladona (sulfatos de hiosciamina e atropina) são responsáveis pelo alívio de náuseas e vômitos induzidos pela enxaqueca. O paracetamol é uma substância analgésica e antipirética que alivia a dor de várias origens, incluindo a cefaléia, aumentando o efeito vasoconstritor.

Indicação: tratamento das crises de enxaqueca.Contra-indicações: gravidez, doença vascular periférica oclusiva, doença

cardíaca coronariana, hipertensão arterial grave, disfunção renal ou hepática grave, estados sépticos, hipersensibilidade aos componentes da fórmula, sensibilidade elevada do SNC aos efeitos da cafeína, glaucoma, hipertrofia prostática, obstrução pilórica. Uso profilático.

Posologia: 2 comprimidos aos primeiros sinais da crise e, em seguida 1 comprimido a cada 30 minutos, não ultrapassando a dose máxima de 6 ao dia, e 10 por semana.

ANTICOAGULANTES

Para o CD-BMF a importância do conhecimento das drogas anticoagulantes se faz necessário devido sua ampla utilização pela Ortopedia. Assim, os pacientes politraumatizados que estiverem sob os cuidados de ambas as especialidades, Ortopedia e Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial, devem ser analisados com cautela quanto ao planejamento e, tempo cirúrgico a ser programado, em conjunto ou em tempos distintos.

CLEXANE

ENOXAPARINA SÓDICA

LIQUEMINE

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HEPARINA SÓDICA

MAREVAN

WARFARINA SÓDICA

Indicações: tratamento e profilaxia das afecções tromboembólicas de qualquer etiologia e localização, bem como após um tratamento trombolítico, com estreptoquinase, por exemplo, na coagulação intravascular disseminada, no infarto do miocárdio, na inibição da coagulação ao utilizar a circulação extracorpórea ou a hemodiálise. Profilaxia e terapêutica das hiperlipidemias.

Interações medicamentosas: evitar a administração concomitante de antiinflamatórios não-esteróides ou medicamentos que atuem na coagulação e agregação plaquetária, como por exemplo a ticlopidina. Em tratamentos prolongados, evitar o uso de corticóides.

ANTICOAGULANTES TÓPICOS

Os anticoagulantes tópicos têm sua utilização em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial, como coadjuvantes na regressão de hematomas faciais importantes, no pós-trauma ou pós-cirúrgico, acelerando o processo de reabsorção de coleções de sangue intratecidual, hematomas, ou intersticial e, equimoses. Podem ser associados à aplicação de calor úmido aumentando sua capacidade revulsiva, além de massagem, direcionando o deslocamento destas coleções sangüíneas para as regiões cervical e torácica, uma vez que é sabido que os hematomas são dissipados em planos teciduais profundos, que por sua vez não ocorrem na face, havendo a necessidade de que tal evento se suceda no mediastino (plano profundo mais próximo da face).

HIRUDOID (POMADA E GEL)

Propriedades: Hirudoid contém como substância ativa o ácido mucopolissacárido-polissulfúrico tópico, com propriedades farmacológicas específicas para terapêutica percutânea. O ácido mucopolissacárido-polissulfúrico possui ação anticoagulante ao agir sobre a tromboplastina e trombina, inibindo ou retardando a formação de trombos e seu posterior crescimento. Por outro lado, ao evitar a plasmina e plasminogênio, o ácido mucopolissacárido-polissulfúrico estimula a fibrinólise. Adicionalmente, o ácido mucopolissacárido-polissulfúrico bloqueia as enzimas proteolíticas, inibe a hialuronidase, ativa o fluxo sangüíneo local e a corrente linfática e promove a rápida e segura absorção de hematomas, o que lhe confere características antiinflamatória e antiexsudativa.

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Indicações: processos inflamatórios localizados, varizes, flebites pós-infusão e pós-venóclise, tromboflebites, tromboses superficiais, úlceras varicosas, linfangites, linfadenites, hematomas , mastite e furúnculos.

Posologia: espalhar 5 a 10 cm de pomada ou gel na região afetada com leve fricção.

DOLOBENE GEL

HEPARINA SÓDICA, DIMETILSULFÓXIDO E DEXAPANTENOL

Indicações: edemas, hematomas, luxações e inflamações consecutivas a traumatismo muscular, em tendões, bainhas tendinosas, ligamentos e articulações.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula, pacientes com insuficiência renal ou hepática severa; asmáticos; deficiência no sistema circulatório ou com lúpus eritematoso.

Posologia: deve ser aplicado 1 a 2 x ao dia nas áreas afetadas, espalhando sem friccionar.

ANTICONVULSIVANTES(ANTIEPILÉPTICOS)

A necessidade do conhecimento de drogas anticonvulsivas pelo CD-BMF, diz respeito à enorme gama de interações medicamentosas que tais drogas apresentam com a terapêutica freqüentemente usada pelos cirurgiões, além, da alta incidência de hiperplasias gengivais ocasionadas (gengivite dilantínica), podendo ser confundidas, por profissionais menos avisados, como tumorações bucais.

GARDENAL

FENOBARBITAL

HIDANTAL

FENITOÍNA(DIFENIL-HIDANTOÍNA)

Indicações: controle e supressão das crises epilépticas tonicoclônicas, tipo grande mal, psicomotoras e que possam ocorrer durante ou após neurocirurgias.

Contra-indicações: hipersensibilidade a qualquer anticonvulsivante hidantoínico.

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Reações adversas: os efeitos colaterais mais comuns da fenitoína estão ligados ao SNC. Após tratamentos prolongados, a fenitoína pode ainda causar discrasias sangüíneas, com febre e icterícia, anemia megaloblástica e macrocitose. O uso contínuo de fenitoína leva a um quadro de hiperplasia gengival severa.

ANTIINFLAMATÓRIOS

Como já discutido na seção ANALGÉSICOS, os antiinflamatórios se diferem destes, pelo potencial de analgesia ser suplantado pelo efeito antiinflamatório mais pronunciado destas drogas, referenciadas como Antiinflamatórios propriamente ditos, ou ainda, Antiinflamatórios Não-Esteróides (AINEs). Embora, o princípio de ação seja semelhante, inibindo a síntese de prostaglandinas e seus autacóides, hoje se tem o conceito de que os momentos de interrupção do metabolismo do ácido araquidônico, em seus subprodutos mediadores da inflamação, prostaglandinas, prostaciclina, tromboxano A2, leucotrienos, e mais recentemente as cicloxigenases, com ênfase dada a cicloxigenase 2 ou COX 2, especificamente, torna estas drogas mais eficazes, efetivas e principalmente mais seletivas, eliminando também efeitos colaterais indesejáveis.

BENFLOGIN

CLORIDRATO DE BENZIDAMINA

Informações técnicas: o cloridrato de benzidamina e um fármaco antiinflamatório não-esteróide derivado do indazol, indicado para uso sistêmico ou tópico, possuindo eficácia analgésica, antipirética e anestésica local. A ação antiinflamatória controla os processos exsudativo e produtivo sem inibir ou modificar a reatividade normal do organismo.

Indicações: estados inflamatórios tumefativos e dolorosos no pós-operatório de cirurgia geral, otorrinolaringológica e buco maxilo facial, entre outras; processos inflamatórios tumefativos e dolorosos em ORL, BMF, entre outras, tais como: estomatites, gengivites, alveolites, luxações, fraturas, contusões, hematomas, periartrite, tenossinovites.

Contra-indicações: hipersensibilidade à benzidamina, disfunções renais e hepáticas.

Interações medicamentosas: álcool, AAS, e outros fármacos que provoquem irritação gástrica.

Posologia: Adultos: 1 drágea ou 40 gotas de 6/6 horas. Crianças: 1 gota por kg de peso de 6/6 horas. Gel: aplicar uma fina camada sobre a área afetada 3 vezes ao dia.

ALGIPROFEN

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BI-PROFENID

PROFENIDPROFENID ENTÉRICO

PROFENID RETARD

PROFENID I. V.

CETOPROFENO

CETOPROFENO

Informações técnicas: o cetoprofeno é um antiinflamatório não-esteróide que possui atividade antiinflamatória, antiálgica e antipirética. A sua maneira de ação é pela inibição da síntese de prostaglandinas e tem atividade inibitória sobre a agregação plaquetária.

Apresentação: os diversos produtos com o princípio ativo Cetoprofeno, apresenta-se de variadas formas, como comprimidos de 2 camadas, cada uma contendo 75 mg, totalizando 150mg, nas quais a liberação do princípio ativo a partir da camada interna se sobrepõe à liberação a partir da camada externa, atingindo concentrações plasmáticas superiores àquelas observadas com as cápsulas; comprimidos de 100 mg e 200 mg, que possuem um revestimento gastrorresistente, que evita o contato do cetoprofeno com a mucosa gástrica, possibilitando uma melhor tolerabilidade. Nesta forma de apresentação há uma associação com uma matriz hidrófila (hidroxietilcelulose), que se hidrata no trato intestinal, liberando, de maneira progressiva, o princípio ativo (formas: entérica e retard), cápsulas de 50 mg, ampolas de 100 mg de uso parenteral convencional dos antiinflamatórios, I.M. (intramuscular), ou ainda a opção I.V., além de supositórios de 100 mg e gotas.

Indicações: processos otorrinolaringológicos e Buco Maxilo Faciais, tais como sinusites, rinites, lesões traumáticas como contusões, fraturas, luxações, esmagamentos, algias diversas, pós-operatórios diversos, processos reumáticos como artrite reumatóide, osteoartrite, capsulites, sinovites, tensinovites, tendinites, e ainda processos odontológicos como periodontites, pulpites, pericementites, abcessos, exodontias convencionais.

Contra-indicações: hipersensibilidade ao cetoprofeno, ao AAS ou a outros antiinflamatórios não-esteróides inibidores da síntese de prostaglandinas. Asmáticos, Úlcera gastroduodenal e, Insuficiência hepática e renal grave. Antecedentes de retorragia (para supositórios). Crianças menores de 15 anos, gravidez e amamentação.

Interações medicamentosas: diuréticos, inibidores das enzimas conversoras da angiotensina, inibidores da angiotensina II, antiinflamatórios não-

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esteróides, heparina, ciclosporina, AAS, anticoagulantes orais. Dispositivos intra-uterinos (DIUs), lítio. Metotrexato, zidovudina, anti-hipertensivos (beta-bloqueadores e diuréticos).

Posologia: Adultos: de 150 a 300 mg /dia, em 2 ou 3 tomadas, dependendo da forma de apresentação e via de administração. Crianças: 1 gota/kg de peso de 6/6 ou 8/8 horas.

CATAFLAM

DICLOFENACO POTÁSSICO

Informações técnicas: o diclofenaco de potássio é um composto não-esteróide com propriedades analgésica, antiinflamatória e antipirética, cujo mecanismo de ação envolve a inibição da biossíntese das prostaglandinas, substâncias inter-relacionadas com a fisiopatologia da inflamação, dor e hipertermia.

Indicações: tratamento em curto prazo de quadros agudos associados a estados dolorosos inflamatórios pós-traumáticos, inflamação, dor, tumefação e edema no pós-operatório de cirurgias buco maxilo faciais.

Contra-indicações: úlcera gástrica ou intestinal; hipersensibilidade à substância ativa; crises asmáticas; rinite ou urticária agudas por AAS ou por outros medicamentos com atividade inibidora da prostaglandina-sintetase.

Interações medicamentosas: lítio, digoxina, diuréticos, anticoagulantes, metotrexato, ciclosporina, antibacterianos quinolônicos.

Posologia: Adultos: de 100 a 150 mg /dia em 2 a 3 tomadas. Crianças: 1 gota/kg de peso corporal de 8/8 horas. CATAFLAM EMUGEL para uso tópico pode ser utilizado como adjuvante das outras apresentações, aplicado de 3 a 4 vezes ao dia.

CELEBRA

CELECOXIB

Informações técnicas: o celecoxib é uma nova classe de agentes antiinflamatórios que atua através de mecanismo singular, como inibidor específico da cicloxigenase-2 (COX-2), que é induzida em resposta a estímulos inflamatórios, e leva à síntese e ao acúmulo de prostanóides inflamatórios, em particular a prostaglandina E2, que conseqüentemente causa inflamação, edema e dor. Portanto o celecoxib age como agente antiinflamatório, analgésico e antipirético por bloquear a produção de prostanóides inflamatórios, via inibição da COX-2. Além disto, o celecoxib tem baixa afinidade pela enzima cicloxigenase-1 (COX-1), não tendo efeito sobre prostanóides sintetizados pela ativação desta enzima, não interferindo, portanto, nos processos fisiológicos normais relacionados à COX-1 nos tecidos, particularmente no estômago, intestino, plaquetas e rins.

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Indicações: analgesia em pós-cirurgia buco maxilo facial, entre outras.Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula ou

sulfonamidas. Asma, urticária ou reações alérgicas à AAS ou AINEs (antiinflamatórios não-esteróides), insuficiência renal e ou hepática severa.

Interações medicamentosas: antidepressivos tricíclicos e inibidores da recaptação de serotonina, neurolépticos, inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina), furosemida, fluconazol, lítio, rifampicina, carbamazepina e barbitúricos.

Posologia: 100 a 200 mg, conforme necessário, a cada 4 a 6 horas, não ultrapassando a dose máxima diária de 400 mg.

FELDENE

PIROXICAM

INFLAMENE

INFLAX

PIROXICAM

Informações técnicas: o piroxicam é um agente antiinflamatório não-esteróide que possui também propriedades analgésicas e antipiréticas, inibindo reações características de processos inflamatórios tais como edema, eritema, proliferação tecidual, hipertermia e dor. Interage em vários níveis da resposta imune e da inflamação através: da inibição de prostanóides, incluindo as prostaglandinas, por inibição reversível da enzima cicloxigenase; da inibição da agregação dos neutrófilos; da inibição da migração das células polimorfonucleares e monócitos para a área de inflamação; da inibição da liberação de enzimas lisossomais de leucócitos estimulados; da inibição da formação do ânion superóxido pelo neutrófilo; da redução da produção do fator reumatóide sistêmico e sinovial em pacientes com artrite reumatóide soropositiva.

Indicações: condições que requeiram atividade antiinflamatória e/ou analgésica, dor pós-operatória e pós-traumática.

Contra-indicações: úlcera péptica; hemorragia gastrintestinal; hipersensibilidade à droga; sensibilidade cruzada com aspirina e outros AINEs; distúrbios hepáticos e renais graves; insuficiência cardíaca grave; hipertensão arterial severa; alterações hematológicas graves; diátese hemorrágica; gravidez; lactação; uso concomitante com anticoagulantes; asma, rinite, urticária, angioedema e pólipo nasal, desencadeado por AAS e AINEs.

Posologia: 20 a 40 mg/dia em dose única ou fracionada.

CICLADOL

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BETACICLODEXTRINA PIROXICAM

Informações técnicas: é uma formulação de piroxicam, na qual a substância ativa forma um complexo com beta-ciclodextrina, que é um oligossacarídio cíclico que deriva da hidrólise enzimática do amido comum, graças à particular estrutura química da qual é provida, pode formar complexos de inclusão (“encapsulamento molecular”) com vários fármacos melhorando-lhes as características de solubilidade, estabilidade e biodisponibilidade. Assim, Cicladol apresenta solubilidade elevada em água e uma absorção mais rápida quando comparado ao piroxicam convencional, após administração oral e retal. A melhor solubilidade, estabilidade, aumentam sua biodisponibilidade, níveis plasmáticos e sua meia-vida plasmática, o que torna possível a administração em uma única dose diária. Além disto, Cicladol é geralmente melhor tolerado a nível gastroenteral, do que o piroxicam isolado.

NAPROSYN

FLANAX

NAPROXENO

Informações técnicas: o naproxeno é um agente não-esteróide, que atua como analgésico não-narcótico com ação antiinflamatória e antipirética; exibe a prostaglandina-sintetase, do mesmo modo que outros AINEs.

Indicações: tratamento das condições agudas, atuando como agente antiinflamatório, antiexsudativo, analgésico e antipirético. Em pós-operatório cirúrgicos e em traumatismos, para o alívio dos sinais e sintomas da inflamação.

Contra-indicações: hipersensibilidade ao naproxeno; em pacientes nos quais o AAS ou AINEs, podem desenvolver reações alérgicas.

Interações medicamentosas: anticoagulantes (dicumarol,heparina); hidantoínas; furosemida; lítio; propanolol e outros beta-bloqueadores; probenecida; metotrexato; inibidores da ECA.

Posologia: Adultos: 550 a 1100 mg/dia, de 12/12 horas. Crianças: 2,75 a 5,5 mg/kg de 8/8 horas

ALGI-DANILON

ALGIFLEX

IBUPROFENO

MOTRIN

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IBUPROFENO

Informações técnicas: trata-se de um derivado do ácido propiônico, tal como o naproxeno, indoprofeno, cetoprofeno, que apresenta atividade antiinflamatória, analgésica e antipirética, por ser eficaz inibidor de cicloxigenase responsável pela biossíntese de prostaglandinas.

Indicações: como droga antiinflamatória, especificamente em artrite reumatóide e osteoartrite.

Contra-indicações: hipersensibilidade à droga, gestantes, lactação, úlceras gastrintestinais, sensibilidade cruzada aos AINEs e AAS.

Interações Medicamentosas: hipoglicemiantes orais e Warfarina, furosemida, diuréticos tiazídicos, antagonistas beta-adrenérgicos, captopril.

Posologia: de 1.200 a 2.400 mg/dia, fracionadas de 4 a 6 tomadas.

INDOCID

INDOMETACINA

INDOMETACINA

Informações técnicas: corresponde a derivado do ácido indolacético, possuindo propriedades antiinflamatórias, analgésica e antipirética semelhantes às dos salicilatos, sendo um dos inibidores mais potentes da cicloxigenase produtora de prostaglandinas. Da mesma forma que a colchicina, inibe a motilidade dos leucócitos polimorfonucleares, e como outras drogas a exemplo da aspirina, ela desacopla a fosforilação oxidativa em concentrações supraterapêuticas e diminui a biossíntese de mucopolissacarídios.

Indicações: embora a indometacina seja amplamente usada e eficaz, sua toxicidade freqüentemente limita seu uso, sendo recomendada apenas para os pacientes que não respondem bem a AINEs menos tóxicos. Artrite reumatóide, outros tipos de artrite, inclusive gota aguda.

Contra-indicações: hipersensibilidade à droga, gravidez, lactação, distúrbios psíquicos, epilepsia ou doença de Parkinson, doença renal ou úlceras gastrintestinais, e menores de 14 anos.

Interação medicamentosa: probenicida; furosemida; diuréticos tiazídicos; beta-bloqueadores e AAS.

Posologia: a dose inicial é de 25 mg, administrado 2 a 3 vezes ao dia, podendo ser aumentada semanalmente até atingir dosagem de 100 a 200 mg por dia.

INICOX

MELOXICAM

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MOVATEC

MELOXICAM

Informações técnicas: o meloxicam é um novo agente AINE pertencente à classe do ácido enólico, um derivado de oxicam, que apresenta propriedades antiinflamatórias, analgésicas e antipiréticas, e em comparação a outros AINEs, demonstrou margem terapêutica superior entre dose ulcerogênica e dose antiinflamatória eficaz, pois inibe a biossíntese de prostraglandinas mais intensamente no local da inflamação, que na mucosa gástrica ou nos rins. Tal efeito se deve a uma inibição preferencial da COX-2 em relação a COX-1. Acredita-se que a inibição da COX-2 proporciona os efeitos terapêuticos dos AINEs, enquanto a inibição da COX-1, é responsável pelos efeitos colaterais gástricos e renais.

Indicações: é utilizado como antiinflamatório em todos os modelos clássicos de inflamação, além de ter indicação específica para osteoartrites e artrite reumatóide.

Contra-indicações: hipersensibilidade ao meloxicam, sensibilidade cruzada com o AAS e outros AINEs, ou que desenvolveram distúrbios como asma, pólipos nasais, edema de Quincke ou urticária após seu uso; úlcera péptica ativa, insuficiência hepática ou renal grave; crianças menores de 15 anos; gravidez ou lactação.

Interações medicamentosas: AINEs, AAS, Anticoagulantes orais, ticlopidina, heparina parenteral, trombolíticos, antidiabéticos orais, lítio, metotrexato, contracepção (uso de DIU), diuréticos, anti-hipertensivos (betabloqueadores, inibidores da ECA, vasodilatadores diuréticos), ciclosporina.

Posologia: 15 mg uma vez ao dia.

NIMESULIDA

NISULID

SCAFLAM

NIMESULIDA

Informações técnicas: a Nimesulida é um fármaco AINE, que difere dos outros compostos desta categoria por apresentar um radical sulfonamida em lugar de um radical carboxílico, possuindo também ação analgésica e antipirética. A Nimesulida inibe seletivamente a enzima Cicloxigenase-2 (COX-2), reduzindo a síntese de prostaglandinas relacionadas à inflamação, influenciando também a agregação plaquetária, causando sua inibição. Devido a sua estrutura química, indica um mecanismo no qual o fármaco neutraliza a formação de radicais livres de oxigênio produzidos ao nível da cascata do ácido araquidônico e liberados em grande quantidade

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na origem do processo inflamatório por diversos tipos de células (granulócitos, neutrófilos, macrófagos), sem influenciar a quimiotaxia e a fagocitose.

Indicações: como antiinflamatório clássico.Contra-indicações: hipersensibilidade ao produto, ao AAS, ou aos AINEs;

úlcera péptica ativa; discrasias sangüíneas; disfunção renal ou hepática grave; gravidez e lactação.

Interações medicamentosas: AAS, ácido valpróico, metotrexato, AINEs, fenitoína, lítio, probenecida, ciclosporina, álcool.

Posologia: Adultos: 50 a 100 mg de 12/12 horas, podendo alcançar até 200 mg, 2 vezes ao dia. Crianças: 1 gota/kg de peso, de 12/12 horas. Apresenta-se também na forma gel para aplicação tópica coadjuvante.

TANDREX

OXIFENILBUTAZONA

Informações técnicas: trata-se de um derivado Pirazolônico, tal como a fenilbutazona, a antipirina e a dipirona. Suas propriedades farmacológicas, indicações, contra-indicações, interações medicamentosas e posologia, são as mesmas já discutidas em seus similares (derivados Pirazolônicos).

TENOXICAM

TILATIL

TENOXICAM

Informações técnicas: a substância ativa pertence à classe das drogas AINEs e apresenta propriedades antiinflamatórias, analgésicas e inibidoras da agregação plaquetária, cuja ação baseia-se na inibição da biossíntese das prostaglandinas, podendo atuar na neutralização do oxigênio ativo produzido no local da inflamação, além de ser um inibidor das metaloproteinases humanas (estromelisina e colagenase) que induzem o catabolismo da cartilagem, efeitos estes que explicam, em parte, a eficácia no tratamento das doenças inflamatórias e degenerativas dolorosas do sistema musculoesquelético e articular.

Indicações: dor pós-operatória, doenças inflamatórias e degenerativas dolorosas do sistema musculoesquelético e articular.

Contra-indicações: hipersensibilidade à droga, aos salicilatos e AINEs, principalmente quando estes tenham já induzido sintomas de asma, rinite, ou urticária, gastrite, úlceras gastrintestinais; pacientes com tendência à quelóides, por inibir a colagenase.

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Advertência e precaução: o tenoxicam inibe a agregação plaquetária e pode ocasionar perturbação na hemostasia.

Interações medicamentosas: AAS, AINEs, metotrexato, lítio, hidroclorotiazida, anti-hipertensivos (bloqueadores alfa-adrenérgicos e inibidores da ECA).

Posologia: 20 a 40 mg uma vez ao dia.

VIOXX

ROFECOXIB,MSD

Informações técnicas: é mais um potente inibidor específico, ativo por via oral, da cicloxigenase-2 (COX-2), enzima responsável pela produção de prostaglandinas, que são potentes mediadores biológicos envolvidos em diversas funções fisiológicas bem como em condições patológicas. Duas isoformas de cicloxigenase foram até o momento identificadas: COX-1 e COX-2. A COX-1 é constitutivamente expressa e enzimaticamente ativa em vários tecidos, inclusive o estômago, intestinos, rins e plaquetas. Sugere-se que a COX-1 é responsável pelas funções fisiológicas normais mediadas pelas prostaglandinas, tais como citoproteção gástrica e agregação plaquetária, e está envolvida na função renal, portanto a inibição da COX-1 por inibidores inespecíficos da cicloxigenase (os AINEs), tem sido associada à lesão gástrica e toxicidade renal, incluindo necrose papilar renal. Em contrapartida, a COX-2 é constitutivamente expressa em apenas um número limitado de tecidos, incluindo o cérebro e o rim; é a isoforma indutível da enzima e sua manifestação é exacerbada e desencadeada por estímulos pró-inflamatórios, sendo supostamente responsável principalmente pela síntese de mediadores prostanóides da dor e inflamação.

Indicações: tratamento agudo e crônico dos sinais e sintomas da inflamação e alívio da dor.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.Interações medicamentosas: Warfarina, rifampicina, metotrexato.Posologia: de 12,5 a 25 mg uma vez ao dia.

VOLTAREN

DICLOFENACO DE SÓDIO

Informações técnicas: é um composto AINE com propriedades anti-reumáticas, antiinflamatória, analgésica e antipirética, baseadas na inibição da biossíntese das prostaglandinas.

Indicações: inflamações pós-traumáticas e pós-operatórias dolorosas e edema, como, por exemplo, após cirurgia Buco Maxilo Facial, entre outras.

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Contra-indicações: úlcera gástrica ou intestinal, hipersensibilidade à droga, em pacientes com crise de asma urticária ou rinite desencadeadas pelo AAS ou AINEs.

Interações medicamentosas: lítio, digoxina, anticoagulantes, diuréticos, metotrexato, ciclosporina e antibacterianos quinolônicos.

Posologia e modo de usar: a dose diária é de 100 a 150 mg, divididas em 2 ou 3 tomadas. Além das apresentações por via oral ou parenteral, possui a forma Gel para uso tópico coadjuvante.

ANTIMICÓTICOS

A utilização de antimicóticos pelo CD-BMF, implica principalmente no tratamento das candidíases orais e peribucais, que tratam-se de infecções oportunistas, determinadas por diversos fatores, dentre eles: o uso de próteses acrílicas antigas, mal higienizadas, mal adaptadas, com perda de dimensão vertical, mal acrilizadas (tempo de polimerização insuficiente que causa liberação tardia de monômero, com conseqüente irritação e acidez da mucosa em contato, meio propício a proliferação da Candida albicans, utilização de antibioticoterapia prolongada (que desequilibra a flora bacteriana competitiva), queda de resistência imunológica do paciente pela utilização de drogas (ex. imunossupressores em transplantados), ou ainda por patologias imunodepressoras (ex. AIDS).

Ainda é oportuno citar o uso dos antimicóticos ou antifúngicos, no tratamento sistêmico e local da Blastomicose, que normalmente tem como porta de entrada a cavidade bucal, manifestando freqüentemente e inicialmente lesões bucais importantes, a terem diagnóstico diferencial definido, com relação aos Carcinomas Espinocelulares (CEC), que por vezes apresentam características clínicas semelhantes, diagnóstico este, a ser determinado por exame anatomopatológico. Além disto, cabe salientar que a blastomicose é uma patologia de envolvimento sistêmico, onde as lesões primariamente diagnosticadas, normalmente estão em cavidade oral, por ser, como já dito, porta de entrada, mas outros órgãos freqüentemente estão envolvidos, sendo os mais comuns, pertencentes ao trato respiratório, os pulmões, o que representa para o paciente um risco de óbito, caso não haja tratamento adequado, este a ser normalmente estabelecido em equipe com um médico clínico, ou pneumologista, ou ainda com outras especialidades a serem determinadas de acordo com os órgãos envolvidos pela infecção, por exemplo, um neurologista, quando possa haver comprometimento de encéfalo.

AMBISOME

ANFOTERICINA B LIPOSOMAL LIOFILIZADA

FUNGIZON

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ANFOTERICINA B

Informações técnicas: A anfotericina B é um antibiótico macrocíclico, poliênico, com atividade antifúngica produzida por Streptomyces nodosus. É uma droga fungistática ou fungicida, dependendo da concentração alcançada nos fluidos corporais e da suscetibilidade dos fungos. Seu mecanismo de ação é parcialmente devido à sua ligação com um esterol (ergosterol) presente na membrana do fungo sensível, que resulta em mudança na permeabilidade de membrana, permitindo vazamento dos componentes celulares. Os liposomas são vesículas esféricas, fechadas, formadas quando certos lipídeos polares, tais como os fosfolipídeos e o colesterol, são dispersos em água; possuem aproximadamente 60 mm de diâmetro, e podem se manter intactos na circulação por períodos de tempo prolongados e se distribuir nos tecidos onde infecções fúngicas ocorrem, se associando preferencialmente com a superfície externa da parede da célula fúngica, e subseqüentemente liberando a droga (anfotericina B).

Indicações: tratamento de micoses profundas e/ou sistêmicas severas; tratamento de infecções fúngicas em pacientes imunodeprimidos (AIDS ou câncer); terapia primária da leishmaniose visceral; candidíase disseminada, aspergilose, mucormicose, micetoma crônico, leishmaniose, meningite criptococócica e blastomicose.

Contra-indicação: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.Cuidados e precauções: quando terapia prolongada for requerida,

avaliações laboratoriais das funções renal, hepática e hematopoiética devem ser realizadas regularmente, pelo menos uma vez por semana, principalmente pelo alto potencial nefrotóxico, da anfotericina convencional.

Posologia e via de administração: doses diárias que variam de 1 a 3 mg/kg, em tratamentos que podem variar de 5 a 42 dias de duração dependendo de cada caso. A via de administração é endovenosa.

CETONAX

CETONIL

CETOZAN

CETOZOL

NIZORAL

CETOCONAZOL

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Informações técnicas: é um derivado imidazólico sintético, com eficácia comprovada em infecções causadas por dermatófilos, leveduras e outros fungos patogênicos, após administração oral. O cetoconazol inibe a biossíntese do ergosterol no fungo e altera a composição de componentes lipídicos na membrana.

Indicações: micoses da pele, couro cabeludo e unhas por dermatófilos ou leveduras; infecções da boca e do trato gastrintestinal por leveduras (candidíase oral, esofagite moniliásica e outras); formas clínicas agudas, crônicas e recidivantes da candidíase vaginal; infecções micóticas sistêmicas, tais como paracoccidioidomicose (blastomicose sul-americana), candidíase sistêmica, histoplasmose, coccidioidomicose e outras.

Contra-indicações: hipersensibilidade conhecida à droga; pacientes com patologia hepática aguda ou crônica; meningites fúngicas, pois o cetoconazol não penetra bem no SNC.

Interações medicamentosas: deve ser administrado durante uma das refeições diárias para absorção máxima, assim a absorção é prejudicada quando a acidez gástrica está diminuída, em pacientes recebendo antiácidos; em pacientes com AIDS e pacientes recebendo supressores da secreção ácida, recomenda-se administrar cetoconazol com bebida à base de cola. A administração concomitante de isoniazida ou indutores enzimáticos, como rifampicina,, com cetoconazol reduz os níveis sangüíneos deste último. Interações potencialmente graves: terfenadina, astemizol, cisaprida, midazolam orais e triazolam; ciclosporina, anticoagulantes, metilprednisolona.

Posologia: de 200mg a 400mg ao dia por períodos que podem variar de 5 dias a 12 meses, dependendo do tipo e gravidade da micose.

FLUCONAL

FLUCONEO

FLUNAZOL

FLUCONAZOL

ZOLTEC

FLUCONAZOL

Informações técnicas: antifúngico oral, triazólico, que age na inibição da síntese de esteróide fúngico.

Indicações: candidíases agudas crônicas ou recorrentes.Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes triazólicos.Interações medicamentosas: as comuns aos imidazóis e triazóis.Posologia: 150mg/semana, por 4 semanas.

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ITRACONAZOL

ITRANAX

ITRAZOL

SPORANOX

TRANAZOL

TRACONAL

ITRACONAZOL

Informações técnicas: é um derivado triazólico sintético ativo em infecções causadas por dermatófilos, leveduras (Candida ssp., incluindo Candida albicans), Paracoccidioides brasiliensis, e uma variedade de outras leveduras e fungos. Em sua ação inibe a síntese do ergosterol em células fúngicas, sendo o ergosterol um componente vital da membrana celular dos fungos, sua inibição tem como conseqüência um efeito antifúngico.

Indicações: tratamento de : candidíase vulvovaginal; pitiríase versicolor, dermatomicoses, ceratite micótica, candidíase oral, onicomicose; e micoses sistêmicas : aspergilose e candidíase sistêmica, criptococose (incluindo meningite criptocócocia), histoplasmose, esporotricose, paracoccidioidomicose, blastomicose e outras micoses sistêmicas e tropicais.

Contra-indicações e interações medicamentosas: seguem via de regra as dos derivados imidazólicos e triazólicos.

Posologia e modo de usar: a biodisponibilidade oral do itraconazol é máxima quando a ingestão se faz imediatamente após uma refeição, visto sua absorção ser mais efetiva quanto maior for a acidez gástrica, o que ocorre subseqüentemente às refeições. Candidíase oral: a dose diária é de 100mg, por 15 dias; nas blastomicoses a dose diária é de 100 a 200 mg uma ou duas vezes ao dia, por 6 meses.

NISTATINA

Informações técnicas: é um antifúngico poliênico isolado do Streptomyces noursei, com ação fungistática e fungicida contra fungos e leveduras. Provavelmente age ligando-se aos esteróis da membrana celular do fungo, com subseqüente alteração da permeabilidade dessa membrana. É usada tanto por via oral quanto topicamente. Não tem efeito sobre a flora normal do intestino. Seu uso limita-se

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ao tratamento de infecções da pele e das mucosas causadas por todas as espécies do gênero Candida.

Indicações: no tratamento de infecções por Candida albicans.Contra-indicações: hipersensibilidade a nistatina.Precauções: não sendo a nistatina absorvida pelo trato gastrintestinal, as

formas de drágeas e suspensão oral não devem ser indicadas em tratamentos sistêmicos.Posologia: 500.000 a 1.000.000 UI 6/6 horas.

DAKTARIN GEL ORAL

MICONAZOL

Informações técnicas: é um derivado imidazólico, com potente atividade contra as diversas espécies de Candida , possuindo também atividade antifúngica contra dermatófilos e outras leveduras. Sua atividade é baseada na inibição da biossíntese do ergosterol na célula fúngica, o que ocasiona necrose e morte celular.

Indicações: tratamento da candidíase da cavidade bucofaríngea.Contra-indicações: hipersensibilidade ao miconazol, disfunção hepática.Precauções, advertências, interações medicamentosas e reações adversas

são as comuns aos derivados imidazólicos.Posologia: aplicar o gel por toda mucosa afetada, em torno de 4 a5 vezes

ao dia, ou após dieta e higiene oral de rotina, por um período aproximado de 7 dias, ou até desaparecerem os sinais e sintomas.

OMCILON-A “M”

ONCIPLUS

ACETONIDO DE TRIANCINOLONA + SULFATO DE NEOMICINA + GRAMICIDINA + NISTATINA

Informações técnicas: trata-se de uma associação de um corticosteróide, dois antibióticos e um antifúngico, de uso tópico.

Indicações: alívio de manifestações inflamatórias e pruriginosas de dermatoses, com probabilidade de se tornarem ou já estarem infectadas por microorganismos sensíveis aos antibióticos e antifúngico da fórmula (cepas Gram-negativas, Gram-positivas e Candidas), queilites actínicas úlceradas e/ou infectadas, queilites angulares por perda de dimensão vertical, queilites angulares traumáticas (pós-cirúrgicas), além da úlcera aftosa recorrente (afta).

Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula, e a pacientes com lesões de tuberculose e infecções virais tópicas ou sistêmicas (p. ex.: Herpes simples ou Zóster), uso oftalmológico.

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Precauções: como em qualquer preparação antibiótica, o seu uso prolongado pode resultar no crescimento de organismos resistentes, incluindo outros fungos que não do grupo Candida. Corticosteróides, além disso, podem aumentar as infecções microbianas.

Posologia: aplicar sobre a área afetada de 2 a 5 vezes ao dia.

ANTINEURÍTICOS

ANTINEVRÁLGICOS

NEUROTRÓFICOS

NEUROTRÓPICOS

Esta seção enfocará drogas que, embora heterogêneas, possuem potencial neuroestimulador no sentido de reabilitação da função normal da transmissão dos impulsos nervosos alterados tanto por distúrbios traumáticos, como patológicos infecciosos, ou ainda de origem idiopática. São drogas que podem ser utilizadas tanto de maneira isolada ou associadas, buscando o efeito individual de cada uma ou seus possíveis sinergismos. Assim pode-se utilizar os efeitos: antiinflamatórios dos AINEs e corticosteróides, dos miorrelaxantes, dos analgésicos, dos reabilitadores de bainha de mielina do axônio das células nervosas ou dos regeneradores neuronais, obtendo-se desta forma ação: antiinflamatória (antineurítica), analgésica (antinevrálgica), cicatricial e neuroreabilitadora (neurotrófica e neurotrópica).

CARBAMAZEPINA

Informações técnicas: Classe terapêutica: antiepileptico, agente psicotrópico e neurotrópico. Como agente antiepiléptico, o espectro de atividade da carbamazepina inclui as crises parciais, crises tonicoclônicas generalizadas, bem como a combinação de ambas. Como agente psicotrópico, provou ter eficácia clínica em distúrbios afetivos, como por exemplo no tratamento da mania aguda, e também na manutenção do tratamento de distúrbios afetivos bipolares (maníaco-depressivo). Do ponto de vista do CD-BMF, tem importância o seu uso como agente neurotrópico, pois a carbamazepina é clinicamente eficaz em vários distúrbios neurológicos, por exemplo, a prevenção de crises paroxísticas de dor em nevralgia idiopática e secundária do trigêmeo e glossofaríngeo, parestesia pós-traumática e nevralgia pós-herpética.

O mecanismo de ação da carbamazepina só foi parcialmente elucidado; assim com o seu uso há estabilização da membrana do nervo hiperexcitado, inibição da descarga neuronal repetitiva e redução da propagação sináptica dos impulsos excitatórios. Considera-se que a prevenção de estímulos repetitivos dos potenciais de

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ação sódio-dependentes na despolarização dos neurônios via bloqueio do canal de sódio voltagem-dependente, pode ser o principal mecanismo de ação.

Indicações: epilepsia. Mania aguda e tratamento em distúrbios afetivos bipolares. Síndrome da abstinência alcoólica. Neuralgia idiopática do trigêmeo e neuralgia trigeminal em decorrência de esclerose múltipla (típica e atípica). Neuralgia glossofaríngea idiopática. Neuropatia diabética dolorosa. Parestesia pós-traumática e nevralgia pós-herpética. Além de Diabetes insípido central, poliúria e polidpsia de origem neuro-hormonal.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Pacientes com bloqueio atrioventricular, história de depressão de medula óssea ou história de porfiria aguda intermitente. Em associação com IMAOs.

Advertências e precauções: agranulocitose e anemia aplástica foram associadas ao uso da carbamazepina. A diminuição transitória ou persistente de leucócitos ou plaquetas pode ocorrer. Deverá ser obtido o valor basal da contagem de células sangüíneas no pré-tratamento, incluindo plaquetas e possivelmente reticulócitos e ferro sérico, também periodicamente. Se durante o tratamento forem observadas reduções ou baixas definitivas na contagem de plaquetas ou de leucócitos, o quadro clínico do paciente e a contagem completa das células sangüíneas devem ser rigorosamente monitorizadas, e deverá ser descontinuado se ocorrer alguma evidência significativa de depressão medular. O estado basal e as avaliações periódicas da função hepática, particularmente em pacientes com história de doença hepática e em pacientes idosos, devem ser monitorados durante o tratamento com a carbamazepina. Os pacientes devem estar orientados sobre os sinais e sintomas tóxicos precoces de um problema hematológico potencial, assim como dos sintomas de reações dermatológicas ou hepáticas, portanto se ocorrerem reações tais como febre, dor de garganta, erupção, úlceras na boca, equimose, púrpura petequial ou hemorrágica, o paciente deverá consultar seu clínico imediatamente.

Interações medicamentosas: agentes que podem aumentar o nível plasmático da carbamazepina: verapamil, fluoxetina, cimetidina, acetazolamida, nicotinamida, antibióticos macrolídeos (eritromicina, josamicina, claritromicina), azóis (itraconazol, cetoconazol e fluconazol); agentes que podem diminuí-lo: fenobarbitona, fenitoína, teofilina, rifampicina, clonazepan, ácido valpróico. A posologia dos seguintes fármacos pode sofrer ajuste conforme exigência clínica: clonazepan alprazolan, corticosteróides, ciclosporina, digoxina doxiciclina, haloperidrol, metadona, anticoncepcionais e anticoagulantes orais.

Reações adversas: leucopenia, trombocitopenia e eosinofilia, leucocitose, linfadenopatia e deficiência de ácido fólico, agranulocitse, anemia aplástica , aplasia de eritrócito pura, anemia megaloblástica e anemia hemolítica.

Posologia: na neuralgia do trigêmeo: 200 a 400 mg por dia, deve ser elevada lentamente até a obtenção de analgesia, em geral de 200mg, 3 a 4 vezes ao dia , podendo atingir até 1.200 mg/dia no máximo. Reduzir então gradualmente a dosagem para o menor nível de manutenção possível; em pacientes idosos, indica-se a dose inicial de 100mg de 12/12 horas.

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CITONEURIN 5.OOOMONONITRATO DE TIAMINA

CLORIDRATO DE PIRIDOXINA

CIANOCOBALAMINA

COMPLEXO B

MONONITRATO DE TIAMINA

CLORIDRATO DE PIRIDOXINA

CIANOCOBALAMINA

Informações técnicas: as vitaminas do complexo B : vitamina B1 (tiamina), vitamina B6 (piridoxina) e vitamina B12 (cianocobalamina), atuam como regeneradores da bainha de mielina do axônio das células nervosas, tanto aferentes, como eferentes, acelerando seu processo de regeneração pós-traumática e atuando como antineurítico e antineurálgico.

Indicações: antineurítico, antineurálgico, como coadjuvante no tratamento de nevralgia de trigêmeo, parestesias , paralisia de nervo facial de origem traumática ou idiopática, nevralgias pós-herpéticas.

Contra-indicações: hipersensibildade à tiamina; pacientes parkinsonianos em uso de levodopa isolada.

Interações medicamentosas: salicilatos, colchicina, aminoglicosídeos, cloranfenicol, anticonvulsivantes, suplementos de potássio, podem diminuir a absorção intestinal da vitamina B12.

Posologia e modo de usar: via oral: 1 comprimido de 12/12 horas durante 30 a 60 dias ou enquanto persistirem os sinais e sintomas. Via parenteral : uma ampola por via intramuscular profunda, diariamente, até o desaparecimento dos sintomas dolorosos. A seguir, uma ampola a cada 2 ou 3 dias.

DEXACITONEURIN

DEXAMETASONAMONONITRATO DE TIAMINA

CLORIDRATO DE PIRIDOXINA

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CIANOCOBALAMINAInformações técnicas: a dexametasona é um glicocorticóide que reduz ou

previne as respostas do tecido aos processos inflamatórios, diminuindo assim a manifestação dos sintomas da inflamação. A tiamina (vit. B1) se combina com o adenosina trifosfato (ATP), formando uma coenzima denominada pirofosfato de tiamina (difosfato de tiamina, cocarboxilase), que é fundamental para o metabolismo dos carboidratos. A carência de tiamina compromete a estrutura e funcionamento do SNP e SNC. A piridoxina (vit. B6) é convertida em fosfato de piridoxal que atua como coenzima em inúmeros processos relacionados com o metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídios. O fosfato de piridoxal age como coenzima na síntese de esfingosina, essencial na formação de esfingolipídios, que por sua vez participam na composição das bainhas mielínicas. A carência de piridoxina provoca alterações na pele e mucosas, no SNC e SNP e na hematopoiese. A cobalamina cronoativa (vit. B12) atua como coenzima em inúmeras funções metabólicas, incluindo o metabolismo de lipídios, carboidratos e síntese de proteínas. A carência de cobalamina determina anemia megaloblástica e alterações degenerativas no SNC e SNP. Doses elevadas de vitaminas B1, B6, B12 exercem efeito antiálgico em casos de neuropatias dolorosas, além de favorecerem a regeneração das fibras nervosas lesadas. Soma-se a isto o potente efeito antiinflamatório da dexametasona.

Indicações: nos processos inflamatórios, neurites e nevralgias.Contra-indicações: hipersensibilidade à tiamina e a procaína, gravidez,

pacientes com história de úlcera péptica, hipertensão arterial, Diabetes, insuficiência cardíaca, bloqueio auriculoventricular, bradicardia e infecção micótica sistêmica.

Reações adversas: a dexametasona pode ocasionar: retenção de água/sódio, edema, caliurese aumentada ou hipocaliemia, hipertensão, insuficiência cardíaca, hiperglicemia, glicosúria, hiperfagia, hiperlipidemia, mobilização do cálcio e fósforo ósseos, retardo do crescimento em crianças, risco de aumento e mascaramento de infecções, retardo na cicatrização, leucopenia, tromboembolismo, aumento da pressão intra-ocular, glaucoma, catarata. A inibição das supra-renais e da hipófise é minimizada pela administração dos corticóides em dose única, pela manhã, ocasião em que ocorre o pico máximo de secreção endógena de corticosteróide. Em caso de tratamento prolongado e/ou altas doses, evitar interrupção brusca, reduzindo gradativamente a posologia.

Posologia: e modo de usar : uma injeção a cada 2 ou 3 dias, por via exclusivamente intramuscular ,de preferência intragluteal profunda. Na maioria dos casos são suficientes 3 injeções. Sempre que possível as administrações devem ser feitas pela manhã, para acompanhar o ritmo circadiano de produção endógena dos corticosteróides.

DEXALGEN

VIT. B12

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DEXAMETASONADIPIRONA

MIONEVRIX

VIT. B1, B6 E B12

DIPIRONA

CARISOPRODOL

Obs.: seguem as indicações e os princípios farmacológicos das substâncias utilizadas individualmente, porém em associação, atuando como antineurítico, antiinflamatório , antiálgico e miorrelaxantes.

SINAXIAL

GANGLIOSÍDEOS:

MONOSIALOTETRAESOSILGANGILOSÍDEO

DISIALOTETRAESOSILGANGILOSÍDEO (GD1A)

DISIALOTETRAESOSILGANGLIOSÍDEO (GD1B)

TRISIALOTETRAESOSILGANGLIOSÍDEO

SYGEN

MONOSIALOTETRAESOSILGANGLIOSÍDEO

Informações técnicas: o princípio ativo, gangliosídeo, contido em Sinaxial e Sygen, pertence a uma família de glicolipídios complexos que são os componentes naturais da membrana celular humana e particularmente da membrana neuronal. Os gangliosídeos são indispensáveis para o desenvolvimento, diferenciação e regeneração neuronal. Demonstra-se que estimulam o processo de reinervação do sprouting neuronal e o da restauração do contato sináptico. Os gangliosídeos exógenos se inserem de forma fisiológica e estável na membrana nervosa. Esta inserção promove uma ativação de enzima de membrana (Na+, K+) ATPase, cuja atividade é essencial no processo de

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condução nervosa. Foi demonstrado também que a administração de gangliosídeos em animais de laboratórios, promove uma marcada atividade antiálgica a nível periférico.

Indicações: neuropatias periféricas; neuropatia tóxica; neuropatias ocupacionais; neuropatia traumática; neuropatias idiopáticas: Paralisia facial (Bell’s Palsy), nevralgia do trigêmeo, paralisia dos nervos cranianos, parestesias idiopáticas ou traumáticas; neuropatia infecciosa: pós-herpética (Herpes Zóster); neuropatias por doenças sistêmicas.

Contra-indicações: desordens genéticas do metabolismo glicolipídico (doença de Tay-Sachs).

Advertências e precauções: raros casos isolados da síndrome de Guillain-Barré foram relatados em pacientes em uso do produto, a despeito de que o tratamento de tal patologia utiliza os princípios ativos dos gangliosídeos.

Interações medicamentosas: não foram relatadas.Posologia: neuropatias crônicas e subagudas: 10 a 40 mg/dia por via

intramuscular, durante 20 a 30 dias. Neuropatias agudas e dolorosas (terapia de ataque): 100mg/dia intramuscular nos primeiros 10 dias de tratamento, e manutenção com 40mg/dia por via intramuscular por mais 2 0 dias.

ANTIPLASMÍNICOS

Os antiplasmínicos podem ser enquadrados na classe dos coagulantes ou hemostáticos sistêmicos que atuam na preservação do coágulo, impedindo desta forma hemorragias trans e pós-cirúrgicas ou secundárias, em pacientes sujeitos a fibrinólise, pós-hemostasia.

IPSILON

ÁCIDO ÉPSILON-AMINOCAPRÓICO

TRANSAMIN

ÁCIDO TRANEXÂMICO

Tanto o ácido tranexâmico como o ácido épsilon-aminocapróico, possuem forte atração pelo sítio de ligação da lisina no plasminogênio e na plasmina, inibindo por competição tanto a ativação, quanto a ação da plasmina. Sua ação, portanto se faz na fase posterior à formação do coágulo ou, mais precisamente, alargando o tempo de dissolução da rede de fibrina. Preserva também o coágulo, tornando a hemostasia mais efetiva, diminuindo riscos de sangramento em cirurgias, traumatismos e discrasias sangüíneas onde a fibrinólise é fator atuante, como p. ex.: nas hemorragias das vias respiratórias e gástricas (epistaxe e hemoptise).

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Indicações: controle e prevenção de hemorragias provocadas por hiperfibrinólise e ligadas a várias áreas como cirurgias otorrinolaringológicas, neurológicas, Buco Maxilo Faciais, e das vias aéreas.

Contra-indicações: portadores de coagulação intravascular ativa, vasculopatia oclusiva aguda e em casos de hipersensibilidade aos componentes da fórmula.

Posologia: a dose deve ser ajustada individualmente, porém recomenda-se com diretriz: adultos: injetável de 500 a 1.000 mg por via EV de 8/8 horas, continuando-se, quando necessário, por mais 3 dias por via oral, na dose de 15 a 25 mg/kg, de 2 a 3 comprimidos de 12/12 ou 8/8 horas.

ANTI-SÉPTICOS BUCAIS

Os anti-sépticos ou colutórios bucais tem sua utilização em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial, como antimicrobianos de ação tópica, atuando tanto de maneira terapêutica em processos infecciosos já instalados, quanto profilaticamente em infecções primárias, secundárias, oportunistas ou pós-operatórias. Assim, nos pós-cirúrgicos com abordagens intra-orais ou solução de continuidade com a cavidade bucal de abordagens extra-orais, locais estes (intra-orais), onde os curativos oclusivos estéreis são inviáveis e, por possuírem variada e farta flora bacteriana potencialmente capaz de desenvolver infecções de origem oportunista ou meramente patogênica, têm seu emprego inquestionável.

ALBOCRESIL

ÁCIDO METACRESOLSULFÔNICO

CEPACAÍNA PASTILHAS

CLORETO DE CETILPIRIDÍNIO, BENZOCAÍNA

CEPACOL SOLUÇÃO OU PASTILHAS

CLORETO DE CETILPIRIDÍNIO

FLOGORAL COLUTÓRIOCLORIDRATO DE BENZIDAMINA

HEXOMEDINE COLUTÓRIO

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HEXAMIDINA, CLORIDRATO DE TETRACAÍNA

LISTERINE ANTI-SÉPTICO BUCAL

TIMOL, EUCALIPTOL, SALICILATO DE METILA, MENTOL

MALVONA SOLUÇÃO OU PASTILHASCLORETO DE CETILPIRIDÍNIO, BENZOCAÍNA,

EXTRATO FLUIDO DE MALVA,MENTOL

PERIOGARD

DIGLUCONATO DE CLOREXIDINA 0,12%

ÁGUA OXIGENADA

PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO A 10 VOLUMES 1:1C/ SORO FISIOLÓGICO

Indicações: tratamento e profilaxia local das infecções bucofaríngeas, tais como faringites, aftas, estomatites, anginas, alveolites, abcessos, e no pós-cirúrgico de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial.

Contra-indicação: pacientes com candidíase oral aguda, pela possibilidade de exacerbação do quadro, devido ao incremento de desequilíbrio da flora bucal, favorecendo a proliferação fúngica em detrimento da população bacteriana, pela diminuição da competitividade. Hipersensibilidade aos componentes dos produtos.

Posologia: o uso tópico dos colutórios e pastilhas anti-sépticas orais, se faz necessário sempre após a dieta enteral do paciente, quando substrato alimentar é oferecido tanto ao hospedeiro, como para os microorganismos nele existentes em sua cavidade oral, não obstante, a higiene oral convencional deva ser rigorosamente observada, uma vez que nos pós-cirúrgicos, a somatória dos atos da Higiene e Fisioterapia Oral (HFO) traduzem, nada mais que, os curativos que a região não permite que sejam executados. Nos casos de infecções, o tratamento deve ser continuado até a regressão total do quadro clínico e sintomatológico exibido pelo paciente; nos casos de profilaxia de infecções pós-operatórias, seu uso deve ser estendido até a cicatrização completa dos tecidos envolvidos, moles ou duros.

ANTIPARASITÁRIOS(MIÍASE)

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As miíases enquadram-se entre as zoonoses que podem acometer o homem na forma de infestações, de interesse ao CD-BMF, na face, e cavidades anexas, boca, nariz e seios paranasais, produzidas por larvas de dípteros (moscas varejeiras), que se apresentam com uma cor azulada ou verde, com um brilho metálico, causando a comumente chamada “bicheira”. O agente causal sempre foi a espécie Cochliomyia homnivorax, Cochliomyia macellaria, ou ainda raramente originário de larvas da Lucilia macellaria. O tratamento tem sido preconizado com diversos produtos de aplicação tópica, tais como : o cloreto de etila, líquido de Dakin (Hipoclorito de sódio a 0,5%), anti-sépticos, soro fisiológico e Tergentol à 10 %, não obstante, o êxito se dá com a remoção cirúrgica completa das larvas e debridamento da ferida cirúrgica, além do tratamento ou profilaxia de infecções secundárias. Mais recentemente, inspirado na terapêutica em animais, na linha veterinária, surgiram adequações posológicas de drogas antiparasitárias de uso veterinário, para a utilização em humanos, por via sistêmica de administração.

REVECTINA

IVERMECTINA

Informações técnicas: a ivermectina, mesmo princípio ativo do IVOMEC, da linha animal, é uma lactona macrocíclica semi-sintética produzida pelo Streptomyces avermitilis. Resulta de uma mistura de diidroavermectina maior que 24% e de menos de 20 % de diidroavermectina B1b. Produz uma maior liberação de GABA (ácido gamaminobutírico) com a conseqüente abertura do canal de cloro ao nível da membrana neuronal do parasita. O GABA liga-se mais fortemente às junções neurônicas dos parasitas, interrompendo o impulso nervoso. O aumento da permeabilidade da membrana ao cloro produz ainda hiperpolarização das células musculares. Como resultado, induz à paralização e morte do parasita.

Indicações: além da miíase em questão, também tem sua aplicação no tratamento da filariose, oncocercose, estrongiloidíase, escabiose, pediculose e larva migrans cutânea.

Contra-indicações: hipersensibilidade ao fármaco; gravidez e lactação; em portadores de afecções do SNC que possam afetar a barreira hematoencefálica; e em crianças com menos de 15 kg.

Interações medicamentosas: administrar com cautela em pacientes fazendo uso de fármacos depressores do SNC.

Posologia e modo de usar: as doses podem variar entre 150 a 400 ug/kg, sendo o usual em adultos, 1 comprimido de 6mg de 8/8 horas, até que se verifique a morte parasitária, e obviamente a interrupção da continuidade do processo cavitário pelas larvas, para que procedimento cirúrgico subseqüente seja estabelecido, como tratamento definitivo, com a enucleação das larvas infestantes mortas.

ANTITOXOPLASMÓTICOS

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A Toxoplasmose é uma zoonose universalmente distribuída, causada por um protozoário intracelular obrigatório da ordem Coccidia, com uma única espécie, o Toxoplasma gondii. Atinge praticamente todas as ordens de mamíferos e aves. Seu ciclo biológico é bastante complexo, havendo as formas biologicamente importantes : oocisto, taquizoíto e bradizoíto (cisto tecidual). Seus hospedeiros definitivos são os felinos que se infecta através da ingestão de carne contaminada com cistos do Toxoplasma gondii. A reprodução sexuada ocorre no trato gastrintestinal dos felinos, culminando com a eliminação fecal de oocistos para o ambiente. Tanto o homem quanto qualquer outro animal adquire a infecção pela ingestão dos oocistos, presentes no solo e vegetais; ou dos cistos presentes nos tecidos de animais infectados. Os taquizoítos são as formas responsáveis pelas manifestações clínicas agudas, havendo transformação para bradizoítos e encistamento tecidual com a cronificação da infecção. A apresentação clínica da toxoplasmose é bastante polimorfa, podendo em sua manifestação benigna, ser autolimitada e assintomática, porém quando sintomática, apresenta-se como doença febril de curso insidioso com sintomas gerais moderados, linfadenopatia generalizada, hepatoesplenomegalia e “rash” cutâneo eventual. A confirmação diagnóstica após a suspeita clínica fundamenta-se em métodos indiretos, imunológicos, já que a demonstração direta do parasita quer por exame anatomopatológico, quer por cultura ou inoculação em cobaia e bastante infreqüente. A técnica imunológica mais usada atualmente é a reação de imunofluorescência indireta, com pesquisa de anticorpos das classes IgG e IgM.

A toxoplasmose tem interesse para o CD-BMF nos diagnósticos diferenciais de patologias bucais, faciais e cervicais acompanhadas de importante enfartamento ganglionar (linfadenopatia) destas regiões; muito embora seja uma patologia sistêmica, com manifestações peribucofaciais freqüentes e de grande importância, o tratamento deve ser conduzido pela clínica Médica.

FANSIDAR

SULFADOXINA + PIRIMETAMINA

DARAPRIM

PIRIMETAMINA

ROVAMICINA

ESPIRAMICINA

Indicações: tratamento das infestações parasitárias, tais como a Malária e a Toxoplasmose.

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ANTIVIRÓTICOS

Os fármacos antivirais tem a sua aplicação em CTBMF voltada para as manifestações do herpes simplex, tanto na primo-infecção herpética, mais comumente incidente na primeira infância, como a GEHA (gengivo estomatite herpética aguda), quanto nas formas recorrentes nas idade subseqüentes a da primo-infecção; além das do Herpes zoster. A primo-infecção herpética é momento no qual o paciente poderá adquirir imunidade permanente ao vírus do herpes, ou estar fadado a desenvolver as recorrências da infecção herpética ao longo de toda a vida. Tais recidivas estão associadas a fatores predisponentes. Assim, em situações de baixa de imunidade orgânica, imunossupressão, estados febris, alterações hormonais no gênero feminino ( ovulação- onde também há oscilação de temperatura corpórea para, em média, +1º C – e menstruação), traumatismos locais e contato com objetos ou indivíduos infectados, podem determinar o aparecimento do herpes recorrente.

Os antiviróticos podem ser utilizados também como medicação coadjuvante no tratamento de nevralgias (ex.: do Trigêmeo) pós-herpéticas, na medida em que sua atuação se faz diretamente sobre o agente etiológico da nevralgia, diferentemente das nevralgias de fundo idiopático, onde o tratamento é sintomático, principalmente.

ACICLOVIR

ZOVIRAX

EZOPEN

ACICLOVIR

Informações técnicas: o aciclovir é um agente antivirótico altamente ativo contra o vírus Herpes simplex (VHS), tipos I e II, e Varicella zoster.

Indicações: tratamento de infecções pelo vírus Herpes simplex na pele e nas mucosas, inclusive herpes genital inicial e recorrente. Supressão (prevenção de recidivas) de infecções recorrentes por Herpes simplex em pacientes imunocompetentes. Profilaxia de infecções por Herpes simplex em pacientes imunocomprometidos.

Modo de ação: o aciclovir, após penetrar na célula infectada pelo vírus, é fosforilado em seu componente ativo, o trifosfato de aciclovir., que age como inibidor e substrato para o DNA- polimerase específico do Herpes, impedindo nova síntese do DNA virótico e a replicação viral, sem interferir com os processos celulares normais.

Contra–indicações: hipersensibilidade ao aciclovir.Posologia: a dosagem recomendada pode variar de 200 a 400 mg por via

oral ou intravenosa, cinco vezes ao dia, com intervalos de aproximadamente 4 horas, omitindo-se a dose noturna, devendo ser usado por cinco dias ou estendido em casos de

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infecções mais sérias; na forma de apresentação Creme, segue-se o mesmo esquema de intervalos de aplicação.

VALTREX

VALACICLOVIR

Informações técnicas: o valaciclovir é o éster L-valina do aciclovir, um agente antivirótico altamente ativo contra o vírus Herpex simplex, tipos I e II, e Varicella zoster.

Modo de ação: o valaciclovir é rápida e quase completamente convertido em aciclovir pela enzima valaciclovir hidrolase, e a partir daí segue a maneira de atuação do aciclovir, convencionalmente.

Indicações: tratamento de infecções pelo vírus Varicella zoster (Herpes Zóster). Valtrex reduz a duração e a proporção de pacientes com dor associada ao Herpes Zóster, o que inclui Neuralgia aguda e pós-herpética (inclusive a de Trigêmeo), acelerando assim a resolução da dor. Tratamento das infecções pelo vírus Herpes simplex na pele e mucosas, inicial ou recorrente incluindo o genital. Valtrex pode prevenir o desenvolvimento de lesões quando administrado no início dos sinais e sintomas da recorrência do herpes simples, eritema, ardor, prurido e início de formação vesicular.

Contra-indicações: hipersensibilidade ao valaciclovir ou ao aciclovir.Posologia: para o tratamento do herpes zóster administra-se 1.000 mg (2

comprimidos de 500 mg) de 8/8 horas, durante 7 dias. Para o tratamento do Herpes simples deve-se administrar 500 mg de 12/12 horas, de 5 a 10 dias, dependendo-se de ser recorrência ou episódio inicial, respectivamente.

FAMVIR TILTAB

FAMCICLOVIR

Informações técnicas: o princípio ativo famciclovir é a forma oral de penciclovir, ocorrendo rapidamente a conversão in vivo. Penciclovir dirige-se às células infectadas pelo vírus, onde é rápida e eficientemente convertido em trifosfato (mediado via timidina quinase induzida pelo vírus), permanecendo nas células infectadas por mais de 12 horas, inibindo a reprodução de DNA virótico.

Indicações: tratamento de infecções agudas por Herpes zoster. Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.Precauções: deve-se dispensar atenção especial a pacientes com função

renal comprometida.Posologia: adultos, 250 mg 8/8 horas, durante 7 dias, por via oral

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FAMVIR P

PENCICLOVIR

Indicações: tratamento do Herpes simplex (herpes labial).Advertências: o creme só deve ser usado em Herpes simplex sobre os

lábios e em volta da boca. Não é recomendado o uso em membranas mucosas. É preciso ter cuidado especial para evitar aplicação dentro ou próxima dos olhos.

Posologia: deve ser aplicado em intervalos de aproximadamente 2 horas, durante 4 dias, no período de vigília do paciente.

COAGULANTES

Da mesma forma que os já citados antiplasmínicos, os coagulantes, tanto de aplicação sistêmica enteral, quanto parenteral, ou ainda tópica, têm a sua aplicação como coadjuvantes no tratamento e profilaxia de hemorragias trans e pós-operatórias, favorecendo a hemostasia. A despeito da possibilidade do uso de tais drogas, o cirurgião não deve negligenciar os princípios básicos da cirurgia, ou seja, os tempos cirúrgicos fundamentais JAMAIS devem ser preteridos com relação a possibilidade do uso dos coagulantes; portanto a seqüência: DIÉRESE, HEMOSTASIA E SÍNTESE, não deve ser desobedecida, muito menos omitida. Embora, uma anamnese bem realizada, possa evitar a grande maioria dos dissabores ocasionados por hemorragias causadas por distúrbios sistêmicos (p.ex.: discrasias sangüíneas, uso de anticoagulantes, história de hemorragias prévias, etc.) apresentados pelo paciente, passíveis de serem detectados em questionamentos na avaliação e planejamento pré-cirúrgico.

ADRENOPLASMA

CARBAZOCROMO, FOSFATO ÁCIDO DE SÓDIO E POTÁSSIO, FOSFATO DE POTÁSSIO MONOBÁSICO, CLORETO DE SÓDIO

GLICOSE MONOIDRATADA

Informações técnicas: o carbazocromo é um produto da oxidação da adrenalina, que embora relacionado quimicamente à adrenalina, não tem efeitos simpatomiméticos, não altera os componentes do sangue, não modifica a pressão sangüínea, nem o volume cardíaco. Controla a hemorragia, diminuindo a permeabilidade capilar, provocando a retração dos capilares lesionados. Atua mantendo a integridade capilar , por ação direta sobre o cemento intercelular. Ainda, auxilia no tratamento da desidratação, corrigem o desequilíbrio eletrolítico através do fornecimento de sódio, potássio, fosfato e cloreto.

Indicações: como hemostático capilar e no tratamento dos choques hemorrágicos e não-hemorrágicos (traumático, cirúrgico, tóxico). No tratamento das

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discrasias sangüíneas que se acompanham de permeabilidade e resistência capilar alteradas.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.Precauções: não sendo vasoconstritor, não tem ação sobre a lesão de

grandes vasos. Deve ser administrado com cautela em pacientes com toxemia, edema periférico e pulmonar, hipertensão, insuficiência cardíaca e renal, e no diabetes.

Posologia: habitualmente administra-se de 250 a 2000 ml nas primeiras 24 horas; na prevenção de hemorragias cirúrgicas, utiliza-se 500 ml na noite anterior e 500 ml antes da intervenção.

DICINONE

ETANSILATO

Propriedades: trata-se de um fármaco angioprotetor e anti-hemorrágico sintético, não relacionado quimicamente com hemostáticos de origem hormonal, vasoconstritores ou antifibrinolíticos, que exerce sua ação sobre o primeiro passo da hemostasia, ou seja, na interação plaqueta-endotélio, fundamental na coagulação, especialmente nos sangramentos provenientes de pequenos vasos, onde a hemostasia cirúrgica apresenta dificuldades. O tempo de sangramento e perda sangüínea, são reduzidos devido ao aumento da adesividade plaquetária e da restauração da resistência capilar.

Indicações: prevenção e tratamento de sangramentos pré e pós-operatórios em todas as cirurgias realizadas em áreas altamente vascularizadas: otorrinolaringologia, plástica, CTBMF, oftalmologia ginecologia, prevenção e tratamento de hemorragias capilares de qualquer origem e localização (epistaxe, gengivorragia).

Contra-indicações: não são conhecidas.Posologia e modo de usar: Adultos, pré-cirúrgico: 1 a 2 ampolas EV ou

IM 1 hora antes do procedimento; durante a cirurgia: 1 a 2 ampolas EV, repetindo-se quando necessário; pós-cirúrgico: 1 a 2 ampolas. Ou ainda 2 comprimidos, repetindo-se de 4/4 ou 6/6 horas, enquanto houver risco de sangramento. O tratamento local é realizado umedecendo-se um tampão de algodão com o conteúdo de uma ampola e aplicando-se na área hemorrágica ou no alvéolo após exodontia. Crianças: a dosagem é a metade da dose adulta.

GELFOAM

ESPONJA DE GELATINA ABSORVÍVEL

Propriedades: é um preparado poroso de gelatina, que usado localmente apresenta ação hemostática. Também pode ser usado embebido em trombina, tornado-se

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mais ativo. O material é absorvível com facilidade em um período médio entre 3 a 5 semanas.

Indicações: hemostático tópico, úlceras pépticas sangrantes, em cirurgia ou sobre lesões cutâneas ou de mucosas sangrantes.

IPSILON

ÁCIDO ÉPSILON-AMINOCAPRÓICO(ANTIPLASMÍNICOS)

TRANSAMIN

ÁCIDO TRANEXÂMICO(ANTIPLASMÍNICOS)

KANAKION

FITOMENADIONA,VITAMINA K, NOVA FÓRMULA MM (MICELAS MISTAS)

Informações técnicas: a vitamina K1 (fitomenadiona) é um fator de pró-coagulação, como componente ativo do sistema carboxilasehepático, a vitamina K1 está envolvida na carboxilação pós-translacional dos fatores de coagulação II (protrombina), VII, IX e X, e dos inibidores de coagulação, proteínas C e S; além de ser um antagonista dos anticoagulantes tipo cumarina, todavia não neutraliza a atividade da heparina, esta sim, antagonizada pela protamina.

Indicações: tratamento e profilaxia de hemorragia resultante de severa hipoprotrombinemia (deficiência de fatores de coagulação II, VII, IX e X), de etiologias variadas, tais como sobredosagem de anticoagulantes cumarínicos, ou hipovitaminose K (p. ex.: icterícia obstrutiva, disfunções hepáticas e intestinais, e após tratamento prolongado com antibióticos, sulfonamidas ou salicilatos).

Posologia: a via de administração é somente a intravenosa, na dose de 10 a 20 mg, 3 horas após deve-se verificar o nível de protrombina e repetir a dose se necessário, porém não ultrapassando 50 mg em 24 horas.

COLÍRIOS

A associação de um antibiótico e um corticóide, como antiinflamatório, ou seu uso isolado, na composição de alguns colírios, é comum em oftalmologia, e de suma importância para o CD-BMF, no tocante a profilaxia de infecções e complicações oftalmológicas nos procedimentos cirúrgicos invasivos das fraturas de zigoma, orbitárias

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ou naso-órbito-etmoidais, a serem prescritos na terapêutica medicamentosa coadjuvante do trauma facial, não obstante, uma interconsulta com a Oftalmologia, possa ser de grande valia, para o paciente, nos casos de lesões oculares mais severas.

BIAMOTIL-D

CLORIDRATO DE CIPROFLOXACINO, DEXAMETAZONA

FENIDEX

CLORANFENICOL, DEXAMETAZONA, CLORIDRATO DE TETRAZOLINA

GARASONE

SULFATO DE GENTAMICINA, FOSFATO DISSÓDICO DE BETAMETASONA

MAXITROL

SULFATO DE NEOMICINA, SULFATO DE POLIMIXINA B, DEXAMETASONA

TOBREX

SULFATO DE TOBRAMICINA

Indicações: tratamento ou profilaxia de infecções bacterianas oftalmológicas, edema de esclera, edema e hematomas subconjuntivais, nos pós-operatórios de fraturas faciais envolvendo órbita ocular.

LACRIMA

DEXTRANO 70, HIPROMELOSE

Indicação: lubrificante oftálmico em ceratoconjuntivites secas, p. ex.: Síndrome de Sjögren; olhos secos, em decorrência, p.ex.: de lagoftalmia ocasionada por paralisia de Nervo Facial (Sinal de Bell).

DESCONGESTIONANTES NASAIS

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(SISTÊMICOS)

Os descongestionantes nasais, e paralelamente, dos seios paranasais, têm sua aplicabilidade em CTBMF, na medida em que nos traumas faciais envolvendo terços médio e superior da face, portanto nariz e seios paranasais ( seios maxilares, seio frontal e células etmoidais), há uma congestão de mucosas nasal e paranasais, pelo edema mucoso e de cornetos nasais, em decorrência do processo inflamatório inerente ao trauma, que induz a uma obstrução nasal respiratória, e de drenagem de secreções e coleções sanguinolentas ou coágulos, à nível nasal ou de antros, que podem estar sujeitos a processos infecciosos secundários pela estagnação de substratos passíveis de proliferação microbiana. Além disto, a utilização sistêmica dos descongestionantes promove um bem estar ao paciente com potencial para apresentar obstrução nasal, com conseqüente respiração bucal reflexa. Têm ainda sua utilização nas crises de sinusopatias agudas ou crônicas, de origem otorrinolaringológica ou odontológica, e como coadjuvantes no tratamento das comunicações buco sinusais e buconasais.

ALLEGRA D

CLORIDRATO DE FEXOFENADINA, CLORIDRATO DE PSEUDOEFEDRINA

Informações técnicas: o cloridrato de fexofenadina é um anti-histamínico não-sedativo, metabólito farmacologicamente ativo da terfenadina, que possui atividade seletiva antagônica aos receptores H1 periféricos. A pseudoefedrina é uma amina simpatomimética eficaz por via oral como descongestionante da mucosa nasal, com alívio da congestão nasal associada às rinites, que produz efeitos periféricos similares àqueles da efedrina e similares também aos efeitos centrais, no entanto em menor intensidade do que as anfetaminas, não obstante, apresente potencial para efeitos colaterais excitatórios. Nas doses orais recomendadas, apresenta pouco ou nenhum efeito pressórico em adultos normotensos.

Indicações: alívio dos sintomas associados aos processos congestivos das vias aéreas superiores, tais como: espirros, coriza, prurido nasal e ocular, e obstrução nasal, comuns em rinites de ordem infecciosa, traumática, e principalmente alérgica.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula. A pseudoefedrina está contra-indicada em pacientes hipertensos ou coronariopatas graves, glaucoma, retenção urinária, ou em pacientes com sensibilidade aos agentes adrenérgicos, ou em tratamento com IMAOs.

Interações medicamentosas: antiácido contendo hidróxido de alumínio e magnésio associado a fexofenadina, causa redução na sua biodisponibilidade. O uso concomitante de pseudoefedrina com drogas anti-hipertensivas que interferem na atividade simpatomimética, como a metildopa, mecamilamina e reserpina, podem reduzir os seus efeitos anti-hipertensivos; e sua associação com agentes

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simpatomiméticos pode provocar efeitos sinérgicos, com reflexos cardiovasculares adicionais.

Posologia e modo de usar: a dose recomendada é de 1 comprimido de 12/12 horas.

CLARITIN-D

LORATIDINA

PSEUDOEFEDRINA

ZYRTEC-D

DICLORIDRATO DE CETIRIZINA

CLORIDRATO DE PSEUDOEFEDRINA

Informações técnicas: no CLARITIN-D e no ZYRTEC-D, os anti-hitamínicos loratidina e cetirizina, substituem, respectivamente, a fexofenadina do produto Allegra D, porém apresentando efeitos similares, com atividade seletiva antagônica à dos receptores H1 periféricos.

Indicações, Contra-indicações, Interações medicamentosas e Posologia, do CLARITIN-D e do ZYRTEC-D, são as mesmas do ALLEGRA D.

FLUVIRAL

PARACETAMOL

CITRATO DE PENTOXIVERINA,MALEATO DE CARBINOXAMINA

NALDECON

PARACETAMOL

CLORIDRATO DE FENILEFRINA

MALEATO DE CARBINOXAMINA

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Informações técnicas: em sua nova formulação, o cloridrato de fenilpropanolamina e o citrato diácido de feniltoloxamina, é substituído pelo paracetamol, com suas propriedades analgésica e antitérmica. O cloridrato de fenilefrina atua predominantemente por ação direta sobre os receptores alfa-adrenérgicos, e em doses terapêuticas apresenta efeito estimulante significativo sobre os receptores beta-adrenérgicos do coração; após administração oral promove vasoconstrição na mucosa nasal aliviando a congestão nasal. O maleato de carbinoxamina possui atividade anti-histamínico sobre os receptores H1 e efeitos discretos como anticolinérgico e sedativo.

Indicações: alívio da congestão nasal associada ao resfriado comum, sinusites e infecções das vias aéreas superiores.

Contra-indicações: em pacientes com hipertensão grave, cardiopatas, em terapia com IMAOs, glaucoma, retenção urinária úlcera péptica, asmáticos em crise, hipersensibilidade aos componentes da fórmula.

Interações medicamentosas: IMAOs, metildopa, mecamilamina, reserpina, alcalóides, álcool, antidepressivos tricíclicos, barbitúricos, e outros depressores do SNC.

Posologia: adultos, 1 comprimido amarelo e um laranja, ao mesmo tempo, de 8/8 horas. Crianças, 0,25 ml/kg, da apresentação líquida do produto, de 6/6 horas.

DESCONGEX PLUS

MALEATO DE BRONFENIRAMINA

CLORIDRATO DE FENILEFRINA

Informações técnicas: a exemplo dos demais descongestionantes nasais sistêmicos disponíveis no mercado atualmente, trata-se da associação de um anti-histamínico e uma amina simpatomimética, cujas indicações, contra-indicações, interações medicamentosas, são similares.

Observação: Cabe salientar que, os três últimos produtos citados, Fluviral, Naldecon e Descongex plus, foram retirados do mercado recentemente, embora figurem no DEF 2000/01, juntamente, com Descon, Dimetapp, Ornatrol Spansule, Sinutab, e outros produtos nos quais em sua fórmula figuravam a Fenilpropanolamina, porém, reeditados com nova fórmula, sem a Fenilpropanolamina, que se tratava de um dos descongestionantes nasais orais mais freqüentemente usados, no entanto devido a seus efeitos colaterais indesejados, teve sua proibição decretada.

DESCONGESTIONANTES NASAIS(TÓPICOS)

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O princípio básico de utilização dos descongestionantes nasais tópicos é semelhante ao dos sistêmicos, ou seja, o de promover a desobstrução das cavidades nasais em ambas as narinas, sem efeito de báscula (desobstrução alternada fisiológica das narinas congestionadas), tornado-as livres, permeáveis e desobstruídas simultaneamente, e por tempo prolongado. Alguns fármacos são associados ao princípio ativo descongestionante, aqui por vasoconstrição na rede capilar de mucosa nasal, com o intuito de promover efeito anti-séptico, mucolítico e antiinflamatório, que evita a formação crostosa e de acúmulo de secreções, sujeitas a processos infecciosos locais, pela ação anti-séptica e de drenagem facilitada pela mucólise das secreções nasais e paranasais, além de potencializar o efeito descongestionante pela atuação tópica de antiinflamatórios (corticóides), que promovem a redução do edema de mucosa e de cornetos nasais.

AFRIN SOLUÇÃO NASAL

CLORIDRATO DE OXIMETAZOLINA

Informações técnicas: o princípio ativo possui atividade simpaticomimética, promovendo constrição da rede arteriolar da mucosa nasal, produzindo assim efeito descongestionante, aumentando a permeabilidade das narinas e conseqüentemente a desobstrução da cavidade nasal.

Indicações: alívio sintomático da congestão nasal e nasofaríngea, decorrentes do resfriado comum, sinusite, alergias do trato respiratório superior; sob a forma de tampão nasal, previamente ao exame intranasal (rinoscopia comum ou óptica), antes de cirurgia nasal, ou intubação anestésica naso-traqueal, com a finalidade de retração de cornetos, para melhor visualização e diminuição dos obstáculos mecânicos representado por edema da mucosa de cornetos nasais; além da diminuição do sangramento durante os procedimentos intranasais, proporcionado pela vasoconstrição.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula, deve ser utilizado com cautela em cardiopatas, hipertensos, hipertireoidianos, diabéticos e associação aos inibidores da monoaminoxidase (IMAOs ).

Posologia: 2 a 3 atomizações em cada narina de12/12 horas.

ATURGYL

FENOXAZOLINA

Informações técnicas: possui como princípio ativo, também um simpaticomimético com ação vasoconstritora na mucosa rinofaríngea. Manifesta uma ação da mesma ordem que os anti-hitamínicos, e analgésica local secundária que reduz a sensação de prurido nasal, característico das rinites; além de não modificar a função

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autodepuradora da mucosa nasal, não comprometendo a drenagem das secreções nasais e sinusais, normais ou patológicas.

Indicações: tratamento de corizas agudas e subagudas; rinites crônicas vasomotoras e sazonais; rinopatias alérgicas, sinusites agudas, subagudas e crônicas, e nas cirurgias rinológicas.

Contra-indicações: glaucoma de ângulo fechado.Precauções: não deve ser usado por tempo prolongado, devido ao risco do

efeito rebote e de rinite iatrogênica. Deve ser utilizado com cautela em casos de hipertensão, cardiopatias e hipertireoidismo, devido a presença de um simpaticomimético.

Interações medicamentosas: não deve ser usado em associação aos IMAOs, devido ao risco de desenvolvimento de crises hipertensivas.

Posologia: Adultos, 2 a 4 instilações diárias de 2 gotas (10mg/10ml – uso adulto). Crianças, 2 a 4 instilações diárias (5mg/10ml – uso pediátrico).

FREENAL

CLORIDRATO DE OXIMETAZOLINA

Informações técnicas: a oximetazolina é uma amina simpaticomimética com ação adrenérgica, derivada da imidazolina, porém, é um agente simpaticomimético incompleto, com ações vasoconstritora e relaxante da musculatura lisa intestinal, desprovido, no entanto, de atividade sobre o miocárdio, a musculatura lisa dos brônquios e vasos da musculatura esquelética, exercendo ação sobre as fibras musculares lisas das arteríolas existentes na mucosa nasal, quando aplicado sobre a mucosa congestionada por processos alérgicos, infecciosos, traumáticos e alterações vasomotoras, reduzindo a vasodilatação responsável pelo edema da mucosa e hipersecreção, desobstruindo e facilitando o fluxo de ar.

Indicações, contra-indicações, interações medicamentosas e posologia, são as da oximetazolina (vide AFRIN).

FLUIMUCIL

N-ACETILCISTEÍNA

RINOFLUIMUCIL

N-ACETILCISTEÍNA

SULFATO DE TUAMINOEPTANO

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ACETETO DE FLUDROCORTISONA

CLORETO DE BENZALCÔNIO

Informações: é um preparado utilizado para o tratamento das lesões inflamatórias das cavidades nasais e paranasais, de origem infecciosa, alérgica ou traumática (ex. fraturas), com produção de secreções mucosas mucopurulentas ou formações mucocrostosas.

Propriedades: a atividade mucolítica da N-acetilcisteína é adicionada nas ações antiinflamatórias da fludrocortisona, descongestionante do tuaminoeptano e anti-séptica do cloreto de benzalcônio, facilitando a desobstrução nasal e alívio dos sintomas.

Indicações: rinites agudas, subagudas e crônicas, com exsudato mucoso, mucopurulento e de formação mucocrostosa; sinusites agudas e crônicas, tratamento clínico pré e pós-cirurgico das comunicações buconasais e bucosinusais, além de outras intervenções cirúrgicas nas cavidades nasais e paranasais.

Contra-indicação: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.Posologia e modo de usar: pode ser usado por instilações nas cavidades

nasais ou por inalação; instilação nasal : 1 a 3 gotas nas crianças 3 a 4 gotas nos adultos, em cada narina, de 8/8 ou 6/6 horas; inalação : 1 a 2 ml por inalação, a 2 vezes ao dia.

RINOSORO E SORINE

CLORIDRATO DE NAFAZOLINA

CLORETO DE SÓDIO

CLORETO DE BENZALCÔNIO

Propriedade: por não conter substâncias vasoconstritoras, não produz hábito, hiperemia reacional (efeito rebote), nem há riscos de rinites medicamentosas.

Indicações: descongestionante nasal e anti-séptico em rinites, sinusites, gripes e resfriados.

Contra-indicação: não há.Posologia: instilação ou nebulização nasal, várias vezes ao dia, a critério

do clínico.

ESTIMULADORES E REPOSITORES

DA SECREÇÃO SALIVAR

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Ao CD-BMF , quando na condição de estomatologista, cabe não somente o reconhecimento e diagnóstico de patologias envolvendo o complexo sistema das glândulas salivares, mas também o tratamento das possíveis afecções benignas destas entidades. Dentre as diversas condições que envolvem as glândulas salivares, as alterações do seu fluxo, ou seja, a secreção salivar, é uma das situações mais freqüentemente encontradas e de prognóstico duvidoso. A secreção salivar sofre variações quantitativas sob influência de diferentes estímulos e condições, podendo apresentar um quadro de diminuição do fluxo salivar, a xerostomia ou hipossialia, ou aumento da secreção salivar, a sialorréia ou hipersialia. Ambas as condições possuem causas fisiológicas e patológicas para o seu desenvolvimento:

Na sialorréia têm-se:1. fisiológicas – pequenas emoções, gravidez, menstruação, erupção

dental, por estimulação reflexa da mastigação ou visualização de alimentos agradáveis.2. Patológicas:2.1 locais- lesões ulcerativas da mucosa bucal (estomatite herpética ou

aftas recorrentes), uso recente de próteses totais, macroglossia, processos inflamatórios-infecciosos de glândulas salivares ou cálculo salivar, obliterando parcialmente o ducto excretor;

2.2 sistêmicas - distúrbio neurológicos como retardo mental, parkinsonismo, neoplasias bucais e drogas.

As condições de hipersialia apresentam desconforto ao paciente, porém a xerostomia acarreta problemas mais sérios (predisposição a infecções bacterianas ou fúngicas, cáries, boca seca, dificuldade para deglutir sólidos, perda do paladar, etc.), além do desconforto também presente; portanto é a situação na qual a intervenção do profissional na terapêutica é mais solicitada. Como causas da xerostomias têm-se:

1. Fisiológicas – sono, menopausa, velhice, conversação prolongada, trabalho mental excessivo, grandes emoções, aumento de temperatura ambiente, pouca ingestão de líquido, medo e ansiedade.

2. Patológicas:2.1 Locais – processos inflamatórios-infecciosos e obstrutivos

glandulares, radiação ionizante, ausência de tecido glandular por anomalia de desenvolvimento;

2.2 Sistêmicas – doenças inflamatória auto-imune como a síndrome de Sjögren, onde a tríade “Xerostomia, ceratoconjuntivite seca e doenças reumáticas autoimunes com poliartrite” são sinais patognomônicos; hipovitaminoses A e B; anemias perniciosa e ferropriva; hipotireoidismo; como resposta a condições patológicas que provocam alterações no fluido ou balanço eletrolítico (desidratação, poliúria por diabete melito e insípido, deficiência cardíaca, uremia e edema); em resposta à perda de líquido como nas hemorragias, diarréia, vômito e estados febris; além de condições que afetam o controle nervoso glandular nos casos de neurocirurgias, neuroses, encefalites, neoplasias cerebrais e drogas, especialmente tranqüilizantes, sedativos, agentes bloqueadores ganglionares e as de uso em anestesia geral, anti-hipertensivos, descongestionantes, antiespasmódicos, psicotrópicos, controladores do apetite, diuréticos e antidepressivos tricíclicos.

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Tanto na hipo, quanto na hipersialia, o tratamento deve ser primeiramente da causa principal, porém especificamente na xerostomia, procedimentos coadjuvantes são necessários para se melhorar o prognóstico do caso. A xerostomia provocada por processos patológicos sistêmicos e radiação ionizante, determina secura das mucosas da boca e dá à língua um aspecto “carnoso” róseo e fissuras nas comissuras labiais. O tratamento coadjuvante indicado nestes casos quase sempre é paliativo e sintomático, no entanto melhora as condições de vida do paciente, e minimiza os problemas causados pela falta do fluxo salivar normal.

FÓRMULA MANIPULADA

Ácido cítrico......................................... 12,5gEssência de limão................................. 20 ml

Glicerina................................................. 01 litro

Informações técnicas: bochechos de glicerina e limão, ou o consumo in natura de frutas cítricas ajudam a aliviar os sintomas e secundariamente estimulam a secreção salivar.

Indicação: xerostomia.Contra-indicações e interações medicamentosas: não existem.Posologia: usar constantemente na forma de bochechos enquanto

persistirem os sintomas.

BICABORNATO DE SÓDIO

(VER ALCALINIZANTES)

SALIVA SINTÉTICA

CARBOXIMETILCELULOSE

SORBITOL

CLORETO DE SÓDIO

Informações técnicas: atuam como lubrificante e umidificante da boca para o alívio sintomático da hipossialia, sem a pretensão da reposição da saliva propriamente dita, já que a composição química desta é muito mais complexa e impossível de ser reproduzida.

Indicações: alívio sintomático das xerostomias.Contra-indicações e interações medicamentosas: não existem.

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Posologia: usar a critério da necessidade do alívio dos sintomas.

PILOCARPINA 2%

CLORIDRATO DE PILOCARPINA

Informações técnicas: a Pilocarpina é o principal alcalóide obtido dos folículos dos arbustos sul-americanos do gênero Pilocarpus. Embora os nativos soubessem, há muito tempo, que mascar folhas das plantas de Pilocarpus causava salivação, as primeiras experiências foram realizadas aparentemente, em 1874 por um médico brasileiro chamado Coutinho. O alcalóide foi isolado em 1875, e logo após as ações da pilocarpina na pupila (ação miótica), assim como no suor e nas glândulas salivares, foram descritas por Weber. A pilocarpina tem uma ação dominante muscarínica, sendo um parassimpatomimético de uso tópico. A princípio é amplamente utilizado na forma de soluções aquosas em colírios no tratamento de Glaucoma, porém seus efeitos secundários de estimulação da secreção das glândulas salivares podem ser aproveitados com benefícios, quando utilizado no local-alvo (cavidade oral) para esta finalidade.

Indicações: estimulador da secreção salivar em quadros de xerostomia, sem resposta ao tratamento do fator causal do quadro.

Contra-Indicações: asmáticos, pois o seu uso pode precipitar severas crises típicas; cardiopatas, devido as ações indesejáveis sobre o sistema cardiovascular; hipertensos e pacientes com tendência à hipoglicemia e hipotensão arterial.

Reações adversas: a saliva normal é hipotônica, e também é o único líquido que contém quantidade de potássio maior que de líquido extracelular, de onde se deriva, porém após a administração da pilocarpina, a composição da saliva tende a aproximar-se da composição do ultrafiltrado do plasma.

Interações medicamentosas: a pilocarpina produz queda na pressão arterial, entretanto, se for precedida por uma dose apropriada de uma droga bloqueadora nicotínica, produz aumento acentuado da pressão; tanto a resposta vasopressora, quanto a pressora são evitadas pela atropina, sendo o último efeito abolido pelas drogas bloqueadoras alfa-adrenérgicas.

Posologia: utiliza-se o colírio de pilocarpina 2%, por via sublingual, 2 gotas a cada 8 horas. É importante a monitorização e aferição da pressão arterial freqüente e sistematicamente, durante o seu uso.

HORMÔNIOS SUPRA-RENAIS

(SISTÊMICOS E TÓPICOS)

CORTICOSTERÓIDES

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Informações técnicas: São esteróides derivados do núcleo ciclopentanoperidrofenantreno. Os glicocorticóides exercem potentes efeitos antiinflamatórios estimulando a biossíntese de macrocortina e da proteína lipomodulina que, por sua vez, inibe a ação enzimática da fosfolipase A2. Deste modo é impedida a liberação do ácido araquidônico e, em conseqüência, não se formam seus metabólitos, como prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos, que são mediadores da inflamação. A ação imunossupressora dos glicocorticóides pode ser explicada pela inibição da quimiotaxia (inibição da síntese de leucotrieno) e pelo efeito antimitótico que, por enquanto, não está completamente esclarecido. A inibição da síntese de prostaglandinas vasodilatadoras ou a potencialização do efeito vasoconstritor da adrenalina resulta, finalmente, em sua atividade vasoconstritora. Os glicocorticóides apresentam atividade mineralocorticóide, ou retentora de sódio, e atividade glicocorticóide, ou antiinflamatória. Os glicocorticóides são administrados por: via sistêmica; inalação local; instilação nasal; aplicação oftálmica; aplicação ótica e aplicação tópica.

Indicações: atuam como antiinflamatórios potentes em processos inflamatórios inespecíficos ou clássicos, como distúrbios reumáticos, tratamento de insuficiência adrenocortical, de choque; distúrbios alérgicos, dermatológicos (p.ex.:dermatite alérgica), do colágeno (quelóides), hematológicos (púrpuras trombocitopênicas idiopáticas), oftálmicos (edema de esclera pós-traumática – pós-cirúrgica), orais (líquen plano), respiratórios (sinusites alérgicas); tratamento de doenças neurológicas ou traumatismos crânio-encefálico, antiinflamatório potente em pós-operatórios traumáticos; além de sua ação imunossupressora.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos glicocorticóides; gravidez e lactação; gastrite e úlcera gástrica; diabetes melito; cardiopatias, insuficiência cardíaca congestiva (devido ao aumento da retenção de líquidos), hipertensão (podem causar retenção de sal e água e aumento da excreção de potássio), insuficiência renal grave; glaucoma; infecções fúngicas ou viróticas sistêmicas; insuficiência hepática,; miastenia grave; osteoporose; síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).

Precauções e advertências: durante o tratamento com glicocorticóides pode ocorrer supressão da função hipotálamo-hipófise-adrenal, induzida de acordo com a dose e duração do tratamento. O restabelecimento ocorre gradualmente após redução da dose e interrupção do tratamento, no entanto após terapia prolongada, a retirada de glicocorticóides deve ser lenta e gradual para evitar a síndrome de retirada: febre, mialgia, artralgia e mal-estar geral.

Interações medicamentosas: pode ocorrer diminuição dos níveis de salicilato, aumento do risco de hipocalcemia com o uso concomitante com digitálicos ou diuréticos, anticolinesterásicos; substâncias que alteram o metabolismo dos glicocorticóides como: rifampicina, barbituratos e difenil-hidantoína; a eritromicina e os estrógenos podem aumentar os efeitos dos corticosteróides, e estes, alterar os efeitos dos anticoagulantes cumarínicos; podem aumentar a depleção de potássio causada pela anfotericina B.

Reações adversas: são relacionadas com a dose e duração do tratamento: aumento da suscetibilidade às infecções, efeitos gastrintestinais, alterações do equilíbrio hidroeletrolítico, balanço negativo do nitrogênio, fraqueza musculoesquelético (miopatia

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e fraturas), fragilidade e afinamento da pele, atraso no processo de cicatrização, acne, alterações neuropsiquiátricas, reações oftálmicas, supressão da função hipotalâmica-hipófise-adrenal, alterações corporais (distribuição cushingóide, aumento de peso e “cara-de-lua-cheia), hirsutismo, amenorréia, diabetes melito, diminuição de crescimento em crianças. Embora possam ser utilizados na terapêutica do Líquen Plano, tanto por via sistêmica ou tópica de administração, os corticosteróides podem induzir reações liquenóides intra-orais em pacientes submetidos a terapêutica prolongada com tais drogas.

CALCORT

CORTAX

DEFLANIL

DENACEN

DEFLAZACORT

Posologia: a dose necessária deve ser individualizada de acordo com a patologia e a resposta do paciente ao tratamento. A dose recomendada inicialmente é de: adultos : 6 a 90 mg/dia; crianças : 0,22 a 1,65 mg/kg/dia.

BETNELAN

CELESTONE

BETAMETASONA

Posologia: pode variar de 0,25 a 8 mg/dia, no adulto, ou 0,017 a 0,25 mg/kg/dia, na criança, à critério necessidade posológica da patologia a ser tratada.

DECADRON

DECADRONAL

DEXAFLAN

DEXAMETASONA

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Posologia: adultos : doses de 0,5 a 8 mg/dia; crianças : de 20 a 300 microgramas/kg de peso/dia.

CORTISONAL

CORTIZOL

FLEBOCORTID

HIDROCORTISONA

SOLU-CORTEF

HIDROCORTISONA

Posologia: as doses variam de acordo com a patologia, situando-se com amplos limites: 35 a 40 mg a 12 a 15g/dia. A dose inicial é de 100 a 500mg, e pode ser repetida em intervalos de 2, 4 a 6 horas.

ARTINIZONA

METICORTEN

PREDNISONA

PREDNISONA

Posologia: adultos: a dose inicial pode variar de 5 a 60 mg/dia; crianças: de 0,14 a 2 mg/kg de peso/dia.

ADVANTAN

DEPO-MEDROL

SOLUPREN

SOLU-MEDROL

METILPREDNISOLONA

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METILPREDNISOLONA

Posologia: 10 a 40 mg, repetida se necessário.

BECLOSOL NASAL SPRAY

DIPROPIONATO DE BECLOMETASONA

Posologia: 2 aplicações em cada narina 2 vezes ao dia (400mcg/dia), ou 1 aplicação em cada narina, 3 a 4 vezes ao dia, não devendo exceder a 8 aplicações.

BUSONID AQUOSO NASAL

BUDESONIDA

Posologia: 1 aplicação em cada fossa nasal, 2 vezes ao dia, ou seja, 200mcg/dia; a dose máxima é de 4 aplicações, 2 vezes ao dia, 800 mcg/dia.

OMCILON-A EM ORABASE

ACETONIDO DE TRIANCINOLONA

Propriedades: A orabase atua como um veículo adesivo para aplicar o princípio ativo nos tecidos orais, além disto, proporciona uma cobertura protetora que pode servir para reduzir temporariamente a dor, associada a irritação oral.

Posologia e administração: aplicar uma pequena quantidade, sem esfregar, sobre a lesão até que se desenvolva uma fina película, de 2 a 3 vezes ao dia, de preferência após as refeições e higiene oral.

OMCILON-A “M”

ONCIPLUS

ACETONIDO DE TRIANCINOLONA

SULFATO DE NEOMICINA

GRAMICIDINA

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NISTATINA

(VER ANTIMICÓTICOS)

IMUNOSSUPRESSORES

Ao CD-BMF importa saber, além dos cuidados convencionais a serem tomados com o paciente imunodeprimido, as interações medicamentosas possíveis entre os imunossupressores (ex.: a ciclosporina) e: ex.: antibióticos ou outros medicamentos com efeitos nefrotóxicos, tais como os aminoglicosídeos e a anfotericina B; a trimetropina que quando administrada simultaneamente, provoca deterioração reversível da função renal; o cetoconazol que aumenta as concentrações plasmáticas da ciclosporina; ao contrário da fenitoína, da rifampicina e da isoniazida as quais reduzem sua concentração sérica. Também, ocorre interação com: ciprofloxacino, melfalan, colchicina, agentes antiinflamatórios não-esteróides, lovastatina, eritromicina, josamicina, doxiciclina, contraceptivos orais, propafenona, bloqueadores do canal de cálcio, barbitúricos, carbamazepina e metamizol.

Outro fator relevante é a predisposição que os pacientes em terapia imunossupressora apresentam para desenvolver processos infecciosos tanto de origem bacteriana, quanto fúngica, ou ainda viral, que paradoxalmente pode levar a necessidade de tratamento antimicrobiano, com os mesmos produtos de interação medicamentosa deletéria. Ainda no caso específico de transplantados que utilizam os imunossupressores, onde o metabolismo das drogas a serem prescritas por ocasião de tratamento com o CDBMF, pode ser realizado à nível do órgão transplantado, o que é contra-indicado, por exemplo, são contra-indicadas drogas de metabolismo hepático para os pacientes transplantados de fígado, ou as de excreção renal, para os transplantados de rim.

CICLOSPORINA BIOSINTÉTICA

CICLOSPORINA

Informações técnicas: a ciclosporina é um potente Imunossupressor utilizado no tratamento de pacientes com transplantes alogênicos de rim , medula óssea, fígado, coração, coração-pulmão e pâncreas.

Indicações: transplantes de órgãos e doenças auto-imunes.

INALANTES

O emprego de inalantes em CTBMF tem como objetivo a utilização do poder revulsivo do calor úmido do vapor, associado a descongestão de mucosas nasais e paranasais promovida por substâncias vasoconstritoras, e o efeito anti-séptico de

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substâncias volatilizadas pelo calor, que penetram por toda as cavidades nasal e paranasal, como coadjuvantes no tratamento de sinusopatias de caráter agudo ou crônico, além de sua utilização pré e pós-cirúrgica nas comunicações buco sinusais e buconasais.

INHALANTE YATROPAN

EFEDRINA

MENTOL

EUCALIPTOL

TINTURA DE BÁLSAMO-DE-TOLU

TINTURA DE ALFAZEMA

TINTURA DE BENJOIM

SULFANILAMIDA GUAIACOLADA SÓDICA

ÁLCOOL

Informações técnicas: as inalações a vapor tem como finalidade a aplicação dos agentes terapêuticos na maior área possível da mucosa das vias aéreas superiores com um mínimo de irritação. Este objetivo é amplamente preenchido pelo Inhalante Yatropan. Nas afecções das vias aéreas superiores têm-se em mira a obtenção de uma vasoconstrição duradoura, mas não acompanhada de modificações patológicas da mucosa nasal. Tal efeito é obtido pela volatilização e arrastamento pelos vapores hidroalcoólicos da efedrina. A ação do Inhalante Yatropan é exercida tanto pelos componentes voláteis da fórmula, como pelo arrastamento pelos vapores hidroalcoólicos da sulfanilamida guaiacolada sódica. Desse modo, obtém-se um efeito vasoconstritor da mucosa nasal e livre penetração nas fossas nasais, paranasais e faringe, dos princípios anti-sépticos constantes da fórmula.

Indicações: tratamento de sinusites e rinofaringites.Posologia e modo de usar: uma colher das de café numa xícara das de chá

de água fervente, para inalação, duas vezes ao dia.

PENETRO INALANTE

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EUCALIPTOL

TERPINOL

MENTOL

ÁCIDO BENZÓICO

Ação terapêutica: a mesma dos descongestionantes nasais, sem provocar rinite alérgica e efeitos colaterais.

Indicações: rinites, sinusites, faringites e laringotraqueítes.Posologia e modo de usar: uma colher das de chá em um pouco de água

fervente, em inalações, 3 vezes ao dia.

MIORRELAXANTES

As drogas miorrelaxantes com uso em CTBMF freqüentemente estão associados a analgésicos, antiinflamatórios e antineurítcos, uma vez que as patologias da área, a necessitarem da sua utilização, vem acompanhadas de inflamação, dor, ou alteração de condução de estímulos nervosos. Portanto, na DCM (Disfunção Crânio-Mandibular), quando em seus estágios iniciais, onde a miosite e mialgia (da musculatura mastigatória) é predominante, a utilização de um antiinflamatório e um analgésico, tem um efeito sinérgico ao do miorrelaxante empregado com a finalidade de diminuir a contratura espástica muscular, decorrente da parafunção exercida pelos músculos nesta fase da doença. Sua utilização parece colaborar na diminuição do tempo de duração de trismos musculares causados por patologias bucais diversas, comumente encontrados nos abcessos, ou pericoronarites. É controversa sua aplicação em DCMs com quadro de luxações da ATM (Articulação Têmporo-Mandibular) recidivantes, uma vez que o miorrelaxamento promovido poderia exacerbar o quadro, e as possibilidades de recidivas aumentarem.

BESEROL

CARISOPRODOL

DICLOFENACO

PARACETAMOL

CAFEÍNA

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Características: possui um miorrelaxante, o carisoprodol; um antiinflamatório não-esteróide, o diclofenaco de sódio que inibe a síntese de prostaglandinas, fonte de sua ação antiinflamatória, analgésica e antitérmica; o paracetamol apresentando ação antitérmica e analgésica, tanto por mecanismo periférico, como central; e a cafeína que estimula o SNC, produz alerta mental, corrigindo a sonolência potencialmente desencadeada pelo carisoprodol, além de potencializar o efeito analgésico central das demais substâncias.

Indicações: miorrelaxante, analgésico e antiinflamatório, na Disfunção Crânio Mandibular (DCM), trismos musculares.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula, úlcera péptica ativa, discrasias sangüíneas, insuficiência cardíaca, renais ou hepáticas graves, hipertensão arterial grave, asmáticos e alérgicos de uma maneira geral ou com crises desencadeadas pelo AAS, gravidez e lactação.

Interações medicamentosas: com o lítio, digoxina, diuréticos, glicocorticóides, AAS, anticoagulantes orais, metotrexato.

Posologia: um comprimido de 12/12 horas, não ultrapassando 10 dias de tratamento.

DORFLEX

ORFENADRINA

DIPIRONA

CAFEÍNA

Indicações: no alívio da dor associada a contraturas musculares decorrentes de processos traumáticos ou inflamatórios, em cefaléias tensionais, trismos musculares, DCM.

Contra-indicações: além das já citadas referentes ao uso da dipirona e cafeína, devido a orfenadrina , o produto deve ser utilizado com cautela em pacientes com taquicardia, arritmias cardíacas, insuficiência coronariana ou descompensação cardíaca.

Posologia: 1 a 2 comprimidos 3 a 4 vezes ao dia.

MIO-CITALGAN

MONONITRATO DE TIAMINA

CLORIDRATO DE PIRIDOXINA

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CIANOCOBALAMINA

PARACETAMOL

CARISOPRODOL

CAFEÍNA

Propriedades: a fórmula do mio-citalgan substitui o diclofenaco sódico do Beserol, pelo complexo B, ou seja, pelas vitaminas B1, B6 e B12, adquirindo assim, propriedades de um antineurítico, em substituição a ação antiinflamatória do diclofenaco.

Indicações: miorrelaxante, antiálgico e antineurítico, trimos, DCM.Contra-indicações: além das já citadas, deve ser contra-indicado também

na Miastenia gravis.Posologia: 1 a 2 comprimidos de 6/6 horas.

SIRDALUD

CLORIDRATO DE TIZANIDINA

Informações técnicas: a tizanidina é um relaxante muscular de ação central, o seu principal local de atuação é a medula espinhal, além de exercer um efeito analgésico central moderado.

Indicações: espasmo muscular doloroso, trismos e DCM.Contra-indicações: hipersensibilidade a tizanidina e na disfunção

hepática.Posologia: 2 a 4 mg , de 8/8 horas.

MUCOLÍTICOS

As substâncias mucolíticas utilizadas em CTBMF, como já exposto, têm a finalidade de fluidificação de secreções mucosas ou mucopurulentas provenientes de rinorréia ou sinusites infecciosas, das fossas nasais e seios paranasais, facilitando sua drenagem e eliminação.

FLUIMUCIL

N-ACETILCISTEÍNA

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Informações técnicas: a N-acetilcisteína fluidifica as secreções mucosas e mucopurulentas das vias respiratórias, mediante mecanismo de lise físico-química, atribuível à presença na molécula de um grupo sulfídrico livre, que interage com as ligações S-S das cadeias mucoprotéicas, provocando a cisão destas e determinando, dessa maneira, uma diminuição da sua viscosidade.

Indicações: sinusites de origem odontológica, otorrinolaringológica, comunicação buco-sinusal e buco-nasal, rinites mucocrostosas e mucopurulentas, além de outras mais afecções do trato respiratório.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Não deve ser administrado por via aerossólica em pacientes em crise de asma. Uso sistêmico em casos de úlcera péptica ativa.

Interações medicamentosas: há incompatibilidade em se misturando na mesma solução a N-acetilcisteína com penicilinas, cefalosporinas de 1a geração, tetracliclinas, anfotericina B, gentamicina, devendo ser, se necessário associação, administradas separadamente; fato este que não ocorre quando a associação é de cefalosporinas de 3ª geração, carbecilina, eritromicina ou tianfenicol. Porém, a administração por via sistêmica simultânea com a cefalexina (1ª geração) e os aminoglicosídeos, diminui a biodisponibilidade destes, em contrapartida, aumenta a da amoxicilina e da doxiciclina. Há incompatibilidade química entre o Fluimucil e a água oxigenada.

Posologia e modo de usar: fluimucil pode ser utilizado por via sistêmica oral ou parenteral (IM ou EV ), ou ainda topicamente por aerossolterapia, instilações nasais, ou deposição direta em seios paranasais. A dosagem em adultos pode variar de 200 a 600mg/dia, podendo estas doses ser dobradas, se necessário.

CARBOCISTEÍNA

CARBOCISTEÍNA

Indicação: fluidificante das secreções das mucosas das vias respiratórias. Trata-se de um tratamento fisiológico de todas as hipersecreções mucosas dos brônquios, das vias aéreas superiores e auriculares médias.

Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula, e em casos de úlcera gastroduodenal.

Posologia: Adultos: 15ml de 8/8 horas. Crianças: 5 ml 3 x ao dia.

POMADAS OFTÁLMICAS

As pomadas oftálmicas têm o seu emprego nos curativos oclusivos nas órbitas oculares submetidas a procedimentos cirúrgicos abertos de redução de fraturas orbitárias, de zigomas e naso-órbito-etmoidais, ou ainda de frontal, quando o acesso é pela abordagem cirúrgica de Brown, em supercílios, pois em todas estas incisões, o contato da pomada utilizada nos curativos é direto com a mucosa conjuntival, e deve ser

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compatível com a sensibilidade da região. A exemplo dos colírios, tais produtos podem apresentar antibióticos e antiinflamatórios em sua composição, com as mesmas finalidades já descritas.

EPITEZAN

VITAMINA A

AMINOÁCIDOS

CLORANFENICOL

Indicações: atua como epitelizador e regenerador dos tecidos oculares, além de profilaxia de infecções oftalmológicas nos pós-operatórios de fraturas de zigoma e órbita ocular.

TOBREX

SULFATO DE TOBRAMICINA

Informações técnicas: contém como princípio ativo a trobramicina, um antibiótico aminoglicosídeo obtido a partir da cultura de Streptomyces tenebrarius, que atua como bactericida. Seu espectro de atuação envolve bactérias Gram-positivas e Gram-negativas.

Indicações: tratamento de blefarites, conjuntivite e ceratites causadas por bactérias sensíveis ao principio ativo. Em CTBMF tem seu uso na profilaxia de infecções oculares pós-operatórias das fraturas de Zigoma e órbitas.

Contra-indicações: sensibilidade aos componentes da fórmula.Posologia: aplicar nas incisões, subpalpebrais, subciliares e trans-

conjuntivais, e conjuntiva da órbita operada e, ocluir com curativo oftálmico (“monóculo”).

PROTETOR LABIAL

Os protetores labiais têm como finalidade de uso, a profilaxia das queilites actínicas, que por sua vez podem se transformar, ao longo do tempo de trauma pela exposição solar, em carcinomas labiais.

CHAPSTICKPROTETOR LABIAL

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P-DIMETILAMINOBENZOATO DE 2-ETILHEXILA

VASELINA, ETC

Indicação: auxilia na proteção dos lábios contra a ação do vento, sol e frio.

CHAPSTICK * 15

PROTETOR SOLAR LABIAL

P-DIMETILAMINOBENZOATO DE 2-ETILHEXILA

2-HIDROXI-4-METOXIBENZOFENONA

VASELINA; ETC.

Indicação: para lábios secos e rachados, protetor solar com FPS (Fator de Proteção solar) 15, auxilia na proteção dos lábios contra a ação do vento e do sol.

SPECTRABAN LABIAL

PROTEÇÃO SOLAR

PRINCÍPIO ATIVO: ESCALOL 507-7,5%

PARSOL 1789-2,5%

Indicação: proteção dos lábios contra os raios UVA e UVB, com FPS 15. Como todo protetor labial, tem a função profilática de queilites actínicas e carcinomas labiais.

Modo de usar: aplicar sobre os lábios quando exposto ao sol.

PROTETOR SOLAR

A finalidade da utilização dos protetores ou bloqueadores solares é a mesma que a dos protetores labiais, diferindo-se apenas da área de aplicação do produto, além de que seu uso pode ser estendido para as regiões de abordagens cirúrgicas faciais expostas ao sol, afim de que durante o processo cicatricial não ocorra o surgimento de marcas aparentes das cicatrizes das incisões em pele, pela ação dos raios solares.

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SPECTRABAN

SPRAY E GEL FPS 20

2-HIDROXI-4-METOXIBENZOFENONA (FILTRO UVA)

HOMOSSALATO E OCTILMETOXICINAMATO

(FILTROS UVB)

SPECTRABAN FPS 15

LOÇÃO CREMOSA

P-DIMETILAMINOBENZOATO DE 2-ETILHEXILA

4-T-BUTIL-METOXIDIBENZOILMETANO

ETC.

SPECTRABAN T

FPS 30

DIÓXIDO DE TITÂNIO 5%

ÓXIDO DE FERRO 0,2%

PARSOL 1789 2,5%

ESCALOL 507-7 7,5%

Indicação: Filtro solar, profilaxia de neoplasias de pele, atenua a ação dos raios solares sobre as incisões faciais em fase de cicatrização, diminuindo a possibilidade de cicatrizes aparentes.

Propriedades: contêm a associação de três filtros solares que proporcionam máxima proteção à pele contra os efeitos dos raios solares, pois filtram as radiações nocivas à pele (UVA e UVB).

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Modo de usar: aplicar sobre a pele quando exposta ao sol.

QUERATOLÍTICOS

Os queratolíticos, como o nome sugere, são substâncias que promovem a lise da proteína tegumentar Queratina, presente em toda a derme e mucosas queratinizadas normais, e em processos proliferativos teciduais benignos ou malignos, formando hiperqueratose ou paraqueratose, ou seja, uma produção excessiva de tal proteína. Algumas lesões benignas de lábios ou regiões peribucais(a exemplo de outras áreas mais do corpo, e a exceção das mucosas), quando de proporções não avantajadas, podem ser tratadas conservadoramente com a aplicação clínica dos queratolíticos. A sua ação se faz pela “cauterização” química com a lise da queratina abundante nestas lesões, que sofrem processo de descamação e posterior cicatrização do local, sem deixar cicatrizes ou marcas, e nem havendo perda de substância tecidual da área afetada.

DUOFILM

ÁCIDO SALICÍLICO 27%

ÁCIDO LÁTICO 5%

Indicação: tratamento de verruga vulgar de pele ou papilomas de pseudomucosas , entre Linha de Klein e limite da pele (“Vermelhão dos Lábios”).

Posologia: aplicar uma camada sobre a lesão uma vez ao dia.

VITAMINAS

Além dos aspectos enfocados nas seções de Antineuríticos e Coagulantes, referentes às vitaminas do complexo B e vitamina K, respectivamente, a importância do conhecimento e indicação das vitaminas pelo CDBMF, se faz na medida em que os tecidos bucais são afetados precocemente no curso de deficiências nutricionais e, geralmente, a queixa principal dos pacientes que sofrem destas deficiências é constituída por sinais e sintomas bucais.

O sistema estomatognático pode, dessa maneira, ser afetado por alterações patológicas produzidas pelo estado de deficiência nutricional, em lábios, língua, gengivas, região jugal, mucosa palatina e dentes, isoladamente, ou em geral de forma simultânea e em graus variáveis.

1. alterações nos lábios – A degeneração e a inflamação da mucosa labial, as queilites, estomatite ou queilose angular, são um sinal importante na deficiência de riboflavina. Estas lesões foram observadas freqüentemente associadas com a pelagra. A queilite angular não é uma manifestação exclusiva da deficiência de riboflavina e não deve ser considerada patognomônica desta doença, pois em alguns casos de anemia

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ferropriva, ela ocorre clinicamente idêntica e desaparece quando se corrige a anemia, o que também se observou, com o desaparecimento de lesões labiais após a administração de niacina, piridoxina, ácido pantotênico, ácido ascórbico, ácido fólico ou vitamina B12. Outros fatores, que não nutricionais, também podem produzir as queilites, e devem ser diferenciadas diagnosticamente, como por exemplo, as queilites causadas por radiações actínicas, cosméticos, antibioticoterapia causando desequilíbrio da flora microbiana bucal, irritação produzida pelo hábito de passar-se a língua pelas comissuras e os lábios, e perda da dimensão vertical no terço médio da face.

2. Alterações na língua – uma grande variedade de alterações, que incluem alterações da cor, tamanho, estrutura e sensibilidade na língua, ocorre como resultado de vários estudos de deficiência nutricional. As alterações de cor variam desde a palidez extrema a um avermelhamento intenso podendo chegar a ser azul púrpura e ainda magenta, porém por si mesmas não são indicativas de uma deficiência específica. Assim, um vermelho escarlate pode caracterizar a pelagra aguda, anemia perniciosa e anemia macrocítica megaloblástica associadas com anemias ferroprivas ou por deficiência de ácido fólico, vitaminaB12 (cianocobalamina) ou ainda, ácido ascórbico (vitamina C); uma língua magenta ocorre nos casos de arriboflavinose e durante a etapa regressiva da pelagra; uma língua cor de “carne” pode indicar deficiências crônicas de vários componentes do complexo B. Assim como as alterações de cor, as alterações topográficas no dorso da língua são variáveis em sua origem, afetando desde as papilas fungiformes às filiformes, apresentando, hipertrofia, achatamento, fusão e atrofia , e respondem bem a complementação com ácido fólico, vitamina B12 e riboflavina. O diagnóstico diferencial das alterações linguais por problemas nutricionais se impõe principalmente diante de neoplasias malignas, glossites do terciarismo luético, úlceras tuberculosas, lesões herpéticas e aftosas, blastomicose, reações adversas a medicamentos, alterações radioterápicas, alergia, discrasias sangüíneas, amígdalas linguais, tiróide lingual, etc.

3. Alterações nas gengivas – são freqüentemente o primeiro sinal de escorbuto e alteração inicial de pelagra. A gengivite do escorbuto responde à administração oral de 500mg de ácido ascórbico (vitamina C) por dia, podendo se associar a vitamina P (rutina ou hespiridina). Na deficiência aguda de niacina a ação protetora do epitélio está diminuída e é comum observar-se a invasão bacteriana por estreptococos proteolíticos, estafilococos ou união fusoespirilar. A estomatite úlcero-membranosade Vincent está associada à estomatite aguda pelagrosa, sendo a niacianamida em dose de 10mg/dia por via oral efetiva para controlar a infecção de Vincent secundária à estomatite pelagrosa, cabendo salientar que a deficiência de niacina não constitui per se um fator contribuinte à estomatite úlcero-membranosa de Vincent. Inflamação gengival e estomatite aftosa combinadas com glossite e anemia macrocítica, tem sido demonstradas como sinais de deficiência de ácido Fólico. A gengiva, mucosa bucal e faríngea e, língua, com coloração avermelhada e com dor aguda, tem estado associada a casos de anemia perniciosa, que por sua vez respondem rapidamente à administração de cianocobalamina (vitamina B12). A deficiência de vitamina K, que se produz como resultado de patologias hepáticas do trato biliar intestinal, assim como , em casos de terapêutica prolongada com Dicumarol, pode

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predispor ao sangramento gengival, o que se observa em alguns distúrbios da coagulação.

4. Alterações na região jugal e mucosa palatina – os transtornos nutricionais que causam distúrbios destas áreas incluem deficiências de vitaminas do complexo B, vitamina C, ferro e riboflavina. As alterações se caracterizam por serem sensíveis, avermelhadas, edemaciadas, parecendo desnudadas, podendo ulcerar e infectar-se secundariamente. A vitamina A tem como função a manutenção da integridade do tecido epitelial especializado. Quando há uma deficiência desta vitamina, as células basais proliferam para produzir um epitélio queratinizado, que é extremamente suscetível à invasão bacteriana. Em estados de deficiência de vitamina A, observam-se o desenvolvimento de hiperplasia e hiperqueratose das gengivas, “leucoplasias” e infecção severa da mucosa bucal. Em estudos realizados em pacientes portadores de câncer bucal, 76% possuíam baixos níveis da vitamina A, sendo considerado a sua deficiência como um fator adjuvante na instalação das neoplasias malignas da cavidade bucal.

5. Alterações nos dentes – a deficiência de vitamina D , está relacionada ao raquitismo e a osteomalácia. As alterações nas peças dentais no escorbuto afetam principalmente a polpa e a dentina, causando hiperemia ,edema, calcificação e necrose. Excetuando-se o flúor, as deficiências dos elementos dietéticos conhecidos atualmente, que ocorrem durante o período de formação do dente, não conduzem a uma suscetibilidade à cárie dental. Já as deficiências de cálcio, fósforo e proteínas, durante o período de desenvolvimento, não são capazes de produzir distúrbios no esmalte, embora possam afetar a dentina e o osso.

VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

VITAMINA A

BETA CAROTENO

BETACAROTENO

Informações técnicas: Trata-se de um carotenóide que atua como precursor da vitamina A.

Indicações: as já mencionadas.Contra-indicações: sensibilidade ao betacaroteno, insuficiência renal e

hepática, hipervitaminose A.Interações medicamentosas: óleo mineral ou neomicina podem interferir

com sua absorção, a vitamina E pode facilitar sua absorção e utilização e reduzir a toxicidade da vitamina A.

Posologia: via oral, às refeições, adultos, 30 a 300 mg/dia, em dose única ou 2 tomadas; crianças, 30 a 150 mg/dia.

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AROVIT

NALFAN

VITAMINA A

RETINOL

Informações técnicas: também encontrado em outra forma como ácido retinóico, é um terpenóide.

Indicações: as já citadas.Contra-indicação: hipervitaminose A.Interações medicamentosas: além das já relatadas, anticoagulantes

cumarínicos ou indandiônicos podem causar hipoprotrombinemia, anticoncepcionais orais podem aumentar sua concentração plasmática.

Posologia: via oral de 5.000 a 10.000 UI/dia, podendo as doses serem adequadas de acordo com a gravidade do quadro de deficiência para até 100.000 UI/dia.

VITAMINA D

ALFAD

ALFACALCIDOL

CALCIJEX

ROCALTROL

CALCITROL

SOLUÇÃO DE VITAMINA D2

ERGOCALCIFEROL

Informações técnicas: a vitamina D pode ser obtida por exposição da pele aos raios solares e também por ingestão de alimentos ou medicamentos que a contenham. A vitamina D atribui-se o controle ativo do mecanismo de homeostase, que por sua vez controla o metabolismo do cálcio, principalmente da mobilização do cálcio ósseo, além de regular a sua absorção intestinal.

Indicações: as citadas.

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Contra-indicações: hipercalcemia, hipervitaminose D, osteodistrofia renal com hiperfosfatemia, gravidez e lactação.

Interações medicamentosas: podem antagonizar o efeito da calcitonina no tratamento de hipercalcemia, podem potencializar os efeitos dos glicósidos digitálicos, resultando em arritmias cardíacas, antiácidos contendo alumínio podem precipitar os ácidos biliares no intestino delgado superior, diminuindo a absorção de vitaminas lipossolúveis, antiácidos contendo magnésio podem causar hipermagnesemia, anticonvulsivantes hidantoínicos, barbitúricos ou primidona podem reduzir seu efeito, preparações contendo cálcio, em doses elevadas, ou diuréticos tiazídicos podem aumentar o risco de hipercalcemia, colestiramina ou óleo mineral podem reduzir sua absorção intestinal, preparações contendo fósforo, em doses elevadas, podem aumentar o potencial para hiperfosfatemia, isoniazida e rifampicina interferem com seu metabolismo.

Posologia: a manutenção diária é de 400 UI/dia, porém para tratamento de deficiência pode a dose atingir a casa de até 200.000 UI/dia.

VITAMINA A+D

ADEDOIS

ADEROGIL D3

AD-TIL

GADUOL

GOTIL-AD

MORRUETIL ORAL

VITAMINAS A+D

Informações técnicas: trata-se da associação de duas vitaminas lipossolúveis para deficiências nutricionais concomitantes.

VITAMINA E

VITAMINA E

EPHYNAL

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VITA E 400

TOCOFEROL

Informações técnicas: é considerado um elemento nutricional essencial, embora não se conheça sua função exata. Atribuem-lhe a intensificação da utilização da vitamina A e supressão da agregação plaquetária, além de outras especulações de sua atividade no organismo.

Indicações: profilaxia e tratamento de deficiência da vitamina E.Contra-indicações: hipersensibilidade a vitamina E, hipoprotrombinemia

devido à deficiência de vitamina K. anemia feropriva.Interações medicamentosas: além das mesmas citadas para vitamina D,

pode prejudicar a resposta hematológica em pacientes com anemia ferropriva.Posologia: para deficiências, 4 a 5 vezes a quantidade dietética

recomendada, 4 a 5 x 20 a 30 mg (UI).

VITAMINA K

(VER SEÇÃO COAGULANTE)

VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS

VITAMINA C

ASCORTIL

CEBION

CETOZONE

CEWIN

CITRINHO

CITROVIT

REDOXON

VI-CÊ

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VITAMINA C

VITASCORB

ÁCIDO ASCÓRBICO

Informações técnicas: atua como coenzima e, sob determinadas condições, como agente redutor e antioxidante. Direta ou indiretamente fornece elétrons a enzimas que requerem íons metálicos reduzidos. Age como cofator para prolil e lisil hidroxilases na biossíntese do colágeno. Participa, também, do metabolismo de ácido fólico, fenilalanina, tirosina, ferro, histamina, norepinefrina e alguns sistemas enzimáticos de fármacos, bem como da utilização de carboidratos; da síntese de lipídios, proteínas e carnitina; da função imune; da hidroxilação da serotonina e, da preservação da integridade dos vasos sangüíneos.

Indicações: as mencionadas nas alterações da cavidade bucal, além de outras de origem sistêmica.

Contra-indicações: não existem, porém algumas precauções devem ser observadas, pois doses altas podem causar anemia hemolítica, aumentar a absorção de ferro nos pacientes com anemia sideroblástica, hemocromatose ou talassemia, pode causar o risco de precipitação de pedras de oxalato em pacientes com hiperoxalúria ou oxalose, ou naqueles com cálculos renais; megadoses podem produzir crise de anemia falciforme e se administradas por via parenteral, causar dano renal grave e oxalose metastática com arritmias cardíacas.

Interações medicamentosas: pode interferir com a interação álcool-dissulfiram, especialmente com uso crônico ou quando tomado em altas doses; aumenta os níveis plasmáticos de etinilestradiol; pode intensificar a toxicidade do ferro tecidual quando tomado com deferoxamina; barbitúricos, primidona ou salicilatos podem aumentar sua excreção urinária.

Posologia: as doses variam dentro de uma gama extensa, podendo da quantidade diária recomendada de 40 a 60 mg, ser aumentada até 500 mg/dia.

ÁCIDO NICOTÍNICO OU

NIACINA

NICOTINAMIDA

Informações técnicas: é rara a deficiência por dieta inadequada, em geral está associada à má absorção em alcoólatras ou dietas especiais em que são abolidas as fontes de vitamina. A quantidade dietética recomendada para adultos é de 13 a 20 mg/ dia. A ingestão excessiva ocasiona rubor facial e do pescoço, urticária, erupções

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cutâneas e distúrbios gastrintestinais. São comercializadas geralmente na forma de associações com outros fármacos, sobretudo complexos vitamínicos.

Indicações: as já mencionadas.Contra-indicações: disfunção hepática, úlcera péptica, hipotensão grave,

predisposição à hemorragia.Interações medicamentosas: pode ter efeito vasodilatador aditivo e causar

hipotensão postural quando tomado concomitantemente com beta-bloqueadores; pode inibir o efeito uricosúrico da probenicida; a isoniazida pode causar sua deficiência por inibir sua incorporação no NAD (adenina dinucleotídio); a levastatina pode aumentar o risco de rabdomiólise e insuficiência renal aguda.

Posologia: Adultos, 300 a 500 mg/dia. Crianças, 100 a 300 mg/dia, em tomadas divididas.

ÁCIDO PANTOTÊNICO

PANTOTENATO DE CÁLCIO

Informações técnicas: é precursor da coenzima A, importante no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios, utilizado também na biossíntese de esteróides, porfirinas, acetilcolina e outras substâncias, e necessário para a função epitelial normal. Não há indicação do ácido pantotênico isolado, sendo comercializado na forma de associações com outras vitaminas, sobretudo as do complexo B.

RIBOFLAVINA

Informações técnicas: também chamada vitamina B2, cujos metabólitos atuam como coenzimas necessárias para a respiração tecidual normal. A quantidade recomendada diária é de 1,3 a 1,7 mg/dia, e a sua hipovitaminose caracteriza-se por alterações da pele e da mucosa, com estomatites, glossites, dermatites, etc.; por ocorrer geralmente em associação com outras deficiências do complexo B, é comercializada em associação com outras vitaminas, especialmente as do complexo B.

VITAMINAS DO COMPLEXO B

(Encontram-se descritas na seção ANTINEURÍTICOS)

FOLATOS

ÁCIDO FÓLICO

ACFOL

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ÁCIDO FÓLICO

ENDOFOLIN

FOLACIN

FOLIN

IBERIN FÓLICO

NORIPURUM FÓLICO

ÁCIDO FÓLICO

Informações técnicas: participa nas funções metabólicas, com seus derivados na forma de coenzimas que agem como portadores de unidades monocarbônicas em diversas metilações, especialmente na biossíntese de metionina, colina, serina, histidina, purinas e pirimidinas e, por extensão, na biossíntese de DNA e RNA.

Indicações: as já descritas.Contra-indicações: não são relatadas.Interações medicamentosas: pode diminuir os efeitos dos

anticonvulsivantes hidantoínicos, como fenitoína; o uso prolongado de adrenocorticóides e analgésicos, o uso de anticonvulsivantes hidantoínicos ou estrogênios (inclusive anticoncepcionais orais) podem aumentar as exigências de ácido fólico; metrotexato, pirimetamina, triantereno ou trimetoprima atuam como antagonistas de folatos por inibir a diidrofolato redutase; este antagonismo é mais significante com doses altas ou uso prolongado; os pacientes que recebem estes medicamentos devem ser tratados com ácido folínico em vez de ácido fólico; sulfas inibem a absorção de folatos.

Posologia: via oral: adultos e crianças: 0,25 a 1 mg/dia.

HEMOSTÍPTICOS

São fármacos com suposto efeito sobre a fragilidade capilar. Alega-se que reduzem a permeabilidade capilar. Por esta pretensa propriedade, são usados como protetores de capilares em ampla gama de distúrbios circulatórios, porém para a maioria deles, é inconcludente a prova de valor terapêutico.

HESPERIDINA

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DAFLON 500

Informações técnicas: é flavanóide encontrado em limões e limas (Citrus sinensis), que tem sido usado no tratamento da fragilidade capilar e, é utilizada em associação medicamentosa indicada como venotônico e vasculoprotetor, em varizes, hemorróidas e hemorragias.

Indicações: as mencionadas.

RUTINA OU RUTÓSIDO/ TROXERRUTINA

VENORUTON

VENALOT

TROXERRUTINA + CUMARINA

Informações técnicas: é flavanóide com propriedades similares à hesperidina.

Indicações: as já mencionadas.

ANTIANÊMICOS ANTIMICROCÍTICOS

Também chamados agentes hematínicos, são fármacos que fornecem ferro ao organismo. O ferro é constituinte normal do organismo humano onde se distribui amplamente na forma tanto inorgânica quanto orgânica, no total de cerca de 3,5 a4,5 g , onde 70% deste total são considerados ferro funcional ou essencial, no desempenho das funções fisiológicas, e ocorre na hemoglobina, mioglobina e enzimas intracelulares, os outros 30% restantes constituem forma de armazenamento, ocorrendo com ferritina ou hemossiderina.

Indicações: profilaxia e tratamento de anemias ferropriva.

FERRIPROTINATO

FISIOFER

FERROMALTOSE

NORIPURUM

FUMARATO FERROSO

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FERRIN

GLUCONATO FERROSO

FERRIN

QUELATO DE GLICINATO DE FERRO

NEUTROFER

SULFATO FERROSO

FER-IN-SOL

SULFATO FERROSO

Das patologias mencionadas nesta seção, onde as alterações da mucosa da cavidade bucal são parte de um problema maior sistêmico, por exemplo as anemias, o tratamento clínico deve ser realizado pelo médico assistente, porém situações nas quais as patologias sistêmicas apresentam exclusivamente sinais e sintomas orofaciais, é perfeitamente plausível que o CD-BMF pratique a terapêutica indicada, como por exemplo, nas queilites, hiperplasias ou hiperqueratoses, de língua ou mucosa bucal, e outras mais, causadas por avitaminose ou hipovitaminose.

Cabe salientar, que a despeito da existência de diversas fórmulas, vitaminas e complexos vitamínicos comercializados, a melhor fonte destes nutrientes encontram-se nos alimentos e numa dieta balanceada, e no que toca às alterações da mucosa da cavidade bucal, a não ser nas situações de deficiência crônica e aguda destes complexos vitamínicos, tais drogas devem ser abolidas, optando-se pela forma natural proveniente das fontes alimentares.

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Endereço dos autores:Faculdade de Odontologia de Bauru da USP

Av. Otávio Pinheiro Brizolla 9-7517012-901 - Bauru - SP

E-mail: [email protected]

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