7 prevenção da poluição e minimização da quantidade de resíduos pdf

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MANUSEIO DE PRODUTOS QUÍMICOS Capítulo 7 Prevenção da Poluição e Minimização da Quantidade de Resíduos René Peter Schneider*; Rosa de Carvalho Gamba*; Leny Borghesan Albertini** * Laboratório de Microbiologia Ambiental, Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, Av. Professor Lineu Prestes, 1374, CEP 05508-900, Cidade Universitária, São Paulo, Brasil. ** Laboratório de Resíduos Químicos, Universidade de São Paulo, Av. Trabalhador Sancarlense, 400, CEP 13566-590, São Carlos SP, Brasil. Referência bibliográfica deste documento: SCHNEIDER, R.P.; GAMBA, R.C.; PERES, B.M.; ALBERTINI, L.B. Manuseio de Produtos Químicos. Capítulo 7 Prevenção da Poluição e Minimização da Quantidade de Resíduos. São Paulo: ICBII USP, 2011. 15 p. São Paulo: ICBII USP, 2011. 15p. Manual da Rede PROSAB Microbiologia para o Saneamento Ambiental. Área: Métodos Básicos. Disponível em: <http://www.prosabmicrobiologia.org.br/rede/protocolos>. Acesso em: xx/yy/zzzz (dia/mês/ano). Documento original 01/08/2011 Revisão: São Paulo 2011 Rede PROSAB Microbiologia para o Saneamento Ambiental

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Manuseio de Produtos Químicos

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  • MANUSEIO DE PRODUTOS QUMICOS Captulo 7 Preveno da Poluio e Minimizao da

    Quantidade de Resduos

    Ren Peter Schneider*; Rosa de Carvalho Gamba*;

    Leny Borghesan Albertini**

    * Laboratrio de Microbiologia Ambiental, Departamento de Microbiologia, Instituto de

    Cincias Biomdicas, Universidade de So Paulo, Av. Professor Lineu Prestes, 1374,

    CEP 05508-900, Cidade Universitria, So Paulo, Brasil.

    ** Laboratrio de Resduos Qumicos, Universidade de So Paulo, Av. Trabalhador

    Sancarlense, 400, CEP 13566-590, So Carlos SP, Brasil.

    Referncia bibliogrfica deste documento:

    SCHNEIDER, R.P.; GAMBA, R.C.; PERES, B.M.; ALBERTINI, L.B. Manuseio de

    Produtos Qumicos. Captulo 7 Preveno da Poluio e Minimizao da Quantidade de

    Resduos. So Paulo: ICBII USP, 2011. 15 p. So Paulo: ICBII USP, 2011. 15p. Manual da

    Rede PROSAB Microbiologia para o Saneamento Ambiental. rea: Mtodos Bsicos.

    Disponvel em: . Acesso em:

    xx/yy/zzzz (dia/ms/ano).

    Documento original 01/08/2011

    Reviso:

    So Paulo

    2011

    Rede PROSAB Microbiologia para o Saneamento

    Ambiental

  • PROSAB MICROBIOLOGIA

    RESUMO

    SCHNEIDER, R.P.; GAMBA, R.C.; PERES, B.M.; ALBERTINI, L.B. Manuseio de

    Produtos Qumicos. Captulo 7 Preveno da Poluio e Minimizao da Quantidade de

    Resduos. So Paulo: ICBII USP, 2011. 15 p. Protocolo da Rede PROSAB Microbiologia.

    rea: Mtodos Bsicos.

    Este captulo oferece sugestes para ajudar a minimizar o impacto ambiental de laboratrio

    com a otimizao de operaes laboratoriais, atravs de processos laboratoriais modificados

    que reduzem a poluio na prpria fonte. O sistema de inventrio para auxiliar no

    planejamento de compras e a reciclagem de produtos e tambm na a conscientizao do

    descarte lgico e correto.

    Palavras chave: preveno, minimizao, resduos qumicos

  • PROSAB MICROBIOLOGIA

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    1. ACS Sociedade Americana de Qumica 2. FISPQ Ficha de Informaes de Segurana de Produtos Qumicos 3. HPLC High Perfomance Liquid Chromatography

  • PROSAB MICROBIOLOGIA

    SUMRIO

    1. INTRODUO .............................................................................................................. 5

    2. PREVENO DE POLUIO ..................................................................................... 5

    2.1 Minimizao do resduo produzido ................................................................................ 6

    2.1.1 Reduo da Poluio na Fonte ........................................................................................ 6

    2.1.2 Processos Laboratoriais Modificados ............................................................................. 6

    2.1.3 Reduo da Escala de Processos Laboratoriais. ............................................................. 7

    2.1.4 Otimizao de Operaes Laboratoriais ......................................................................... 7

    2.1.5 Operaes Limpas e Cuidadosas Reduzem a Gerao de Resduos. .............................. 7

    2.2 Gerenciamento do Armazenamento de Produtos Qumicos ........................................... 8

    2.3 Reduo de Emisso no Ar ............................................................................................. 9

    2.4 Substitua um Produto Txico por um Produto mais Seguro .......................................... 9

    3. PARA ONDE VAI SEU RESDUO? ........................................................................... 11

    3.1 Reduza a produo de efluentes pelo laboratrio ......................................................... 11

    4. REUTILIZAAO AMBIENTALMENTE CORRETA ............................................... 12

    4.1 Destilao de solventes orgnicos descartados............................................................. 12

    5. REDUO DOS RISCOS AMBIENTAIS ................................................................. 12

    6. ADMINISTRAO EFICIENTE DOS RESDUOS GERADOS .............................. 13

    6.1 Mantenha os tipos de resduos segregados ................................................................... 13

    6.2 Uso seguro do sistema de coleta de esgotos e do sistema de coleta de lixo ................. 14

    6.3 Minimizao de material de laboratrio contaminado quimicamente .......................... 14

    6.4 Capelas, energia e o ambiente....................................................................................... 14

    7. REFERNCIAS ........................................................................................................... 15

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    PROSAB MICROBIOLOGIA

    1. INTRODUO

    O seu laboratrio um laboratrio ecologicamente correto?

    Um laboratrio ecologicamente correto um laboratrio cujos integrantes tm conscincia plena do impacto ambiental de suas atividades e, por conseqncia, procuram minimizar este

    impacto. Como existe uma diversidade muito grande de laboratrios cientficos, no existe

    um padro determinado para definir o que seria um laboratrio cientfico ecologicamente correto.

    As aes seguintes, entretanto, indicam que um laboratrio est seriamente empenhado

    em perseguir boas prticas ambientais.

    Comprometimento dos integrantes do laboratrio com as diretrizes do Laboratrio; Treinamento dos integrantes do laboratrio em segurana qumica e ambiental,

    incluindo mtodos de preveno da poluio e minimizao do resduo produzido no

    laboratrio;

    Prevenir vazamentos e derramamentos de produtos qumicos pelo uso de recipientes secundrios como bandejas de conteno;

    Disponibilizar e consultar as fichas Folhas de Informao sobre Segurana de Produtos Qumicos (FISPQ) sobre os perigos associados aos produtos qumicos em

    uso;

    Procurar substituir produtos perigosos por compostos menos perigosos; Medir a qualidade do ar emitido pelo laboratrio, a quantidade gerada de efluentes

    qumicos e de outros efluentes e o volume de resduo slido gerado;

    Manter bem fechados recipientes de produtos qumicos volteis quando no em uso; Comprar apenas produtos qumicos essenciais aos trabalhos nas quantidades

    necessrias;

    Utilizar produtos qumicos reciclados ou disponibilizados de estoques de outros laboratrios sempre que possvel;

    Revisar inventrios de produtos qumicos periodicamente e disponibilizar materiais em excesso para outros laboratrios;

    Coletar e armazenar resduos qumicos de maneira correta, ou seja, segregando na fonte para facilitar o seu processamento;

    Descartar resduos de uma maneira responsvel, neutralizando os cidos e bases e sempre que possvel tratar resduos qumicos no laboratrio, para evitar que se tornem

    resduo txico que demande tratamento comercial caro e que coloque em risco pessoas

    no associadas ao laboratrio;

    Enviar resduos para reciclagem, sempre que vivel.

    Este captulo oferece sugestes para ajudar a minimizar o impacto ambiental de seu

    laboratrio.

    2. PREVENO DE POLUIO

    Poluio um subproduto da pesquisa. Laboratrios geram poluio quando produzem

    resduos slidos perigosos, evaporam solventes orgnicos em uma capela ou quando

    descartam lquidos txicos ou poluentes atravs da rede de guas residurias.

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    PROSAB MICROBIOLOGIA

    Existem duas categorias de preveno da poluio:

    reduo da produo de resduos no laboratrio; reciclagem.

    A poluio do ar e da gua afeta a sade do indivduo e do ambiente de forma direta e

    indireta. Por exemplo, a emisso de partculas por incineradores ou outros equipamentos de

    combusto pode aumentar os problemas de sade em pessoas com dificuldades respiratrias.

    Uma variedade de mtodos pode ser usada para reduzir a poluio do ar, da gua e da terra.

    Esta seo apresentar tcnicas para prevenir a poluio causada por produtos qumicos

    perigosos no laboratrio. A contratao de empresas especializadas na eliminao de resduos

    slidos perigosos custa muito caro para a Universidade. Quando prevenimos a poluio,

    tambm estamos economizando dinheiro.

    2.1 Minimizao do Resduo Produzido

    Pode ser difcil para o laboratrio minimizar a produo de resduo. Por sua prpria natureza,

    a pesquisa freqentemente um processo de investigao de algo, no qual gerado um

    resduo que descartado. Diferentemente de processos industriais, as operaes mltiplas e

    irregulares de um laboratrio de pesquisa so intrinsecamente mais difceis de controlar.

    Apesar disto, existem medidas que podem ser adotadas em laboratrios para prevenir a

    poluio e diminuir a produo de resduos perigosos.

    A gerao de resduos qumicos pode ser reduzida pela reciclagem ou pela recuperao de seu

    valor energtico. A reutilizao benfica exemplificada quando laboratrios usam resduos

    alcalinos para neutralizar cidos descartados e vice versa. Isto no apenas minimiza a

    produo de resduos perigosos, mas cria um produto que pode ser despejado com segurana

    no sistema de esgotos sanitrios.

    Resduos perigosos de solventes tambm so eliminados quando coletados em grandes

    recipientes para posterior combusto. A maioria dos solventes orgnicos descartados na

    Universidade tem um alto valor calorfico e so excelentes combustveis. Na recuperao de

    energia, solventes descartados so misturados com outros combustveis e usados como fonte

    de calor em processos como, por exemplo, a produo de cimento. A destruio dos

    compostos qumicos nestes altos-fornos, que atingem 1650o C, muito eficiente. A cal do

    cimento tambm neutraliza qualquer gs cido que seja produzido.

    2.1.1 Reduo da Poluio na Fonte

    A reduo da poluio na fonte possvel atravs da adoo de prticas e processos para

    prevenir a poluio no local de gerao, por exemplo, modificao de processos,

    aprimoramento de operaes e substituio de materiais. Algumas empresas podem prevenir a

    poluio pela modificao de seus produtos, mas este mtodo nem sempre aplicvel em

    instituies educacionais.

    2.1.2 Processos Laboratoriais Modificados

    A poluio pode muitas vezes ser prevenida ou reduzida pela alterao do processo

    laboratorial que gera os poluentes. Tcnicas modernas de extrao (fase slida ou fluidos

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    PROSAB MICROBIOLOGIA

    supercrticos) produzem quantidades muito menores de resduos devido diminuio

    considervel do volume de solventes usados. Simulaes por computador e modelamento

    matemtico eliminam todo o impacto ambiental quando substituem experimentos

    convencionais. Na sala de aula, computadores e simulao multimdia freqentemente

    permitem a estudantes observar procedimentos mais complexos que aqueles demonstrveis

    em um laboratrio tradicional.

    2.1.3 Reduo da Escala de Processos Laboratoriais.

    Um dos mtodos mais eficazes para diminuir o impacto ambiental de pesquisas acadmicas

    a miniaturizao dos formatos de testes e experimentos, ou seja, passar a conduzir os

    trabalhos em micro escala. Nesse tipo de trabalho, as quantidades de materiais usadas so

    freqentemente reduzidas para 25 a 100 mg de slidos e 100 a 250 L para lquidos comparados com os 10 a 50 g para slidos ou 100 a 500 mL de lquidos consumidos em

    experimentos convencionais. Esta reduo de escala de at 1000 vezes viabilizada por

    inovaes em vidrarias, pelo desenvolvimento de tcnicas microscpicas e por inovaes

    tecnolgicas dos equipamentos de anlise. A reduo da escala de processos laboratoriais no

    reduz ou previne apenas a poluio, mas tambm trs outros benefcios:

    Experimentos de pequena escala custam menos porque consomem menos produtos qumicos;

    Experimentos de pequena escala so mais rpidos; Aquecimento e resfriamento so mais eficazes e precisos em pequenos volumes; A exposio dos pesquisadores aos produtos qumicos reduzida; O risco e a severidade de acidentes so reduzidos; A emisso de vapores menor; Reduo na fonte inclui: modificao de processos, melhoramento de operaes,

    substituio de materiais, modificao de produtos.

    2.1.4 Otimizao de Operaes Laboratoriais

    A poluio pode ser prevenida, otimizando as operaes no laboratrio. Como visto acima,

    tecnologia nova pode ajudar a redesenhar procedimentos laboratoriais para se usar menos

    produtos qumicos, criando menos resduos, prevenindo emisso de vapores e minimizando

    descartes na pia.

    Melhoramentos simples no laboratrio podem prevenir a poluio: minimizar a quantidade de produtos qumicos utilizados, trabalhar de forma limpa com produtos

    qumicos, armazenar produtos volteis em recipientes bem fechados.

    2.1.5 Operaes Limpas e Cuidadosas Reduzem a Gerao de Resduos.

    Evite derramamentos quando pesar ou transferir produtos qumicos entre recipientes. No

    assuma que a emisso de vapores na capela, o descarte de efluentes na pia ou a gerao de

    resduos slidos qumicos so conseqncias irremediveis do trabalho em laboratrio. Estas

    emisses so necessrias para manuseio seguro de produtos qumicos, mas liberaes e

    eliminao de produtos qumicos afetam o ambiente e devem ser minimizados na prtica.

    Procure sempre que possvel adotar medidas de conteno quando estiver manipulando

    produtos qumicos perigosos.

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    PROSAB MICROBIOLOGIA

    2.2 Gerenciamento do Armazenamento de Produtos Qumicos

    Menos melhor.

    A Sociedade Americana de Qumica (ACS) apela aos cientistas que trabalham com produtos

    qumicos a adotar o lema Menos Melhor. mais seguro e ambientalmente correto comprar

    menos, armazenar menos, usar menos e descartar menos. A utilizao de quantidades

    pequenas de produtos qumicos reduz riscos para voc e seus colegas, reduz o risco de

    acidentes ou incndios, consome menos espao e dinheiro e reduz a poluio.

    Compre Menos.

    Compre apenas os produtos qumicos na quantidade que voc necessita no futuro imediato. Se

    a demanda for somente para pequena quantidade de material, procure emprestar o composto

    de outro laboratrio que o utilize em maior quantidade. O conceito de economia de escala na

    aquisio de produtos qumicos para laboratrios de pesquisa muitas vezes ilusrio. A

    economia de custo na aquisio de um lote grande pode ser mais do que compensada pelos

    altos custos de disposio final de produto deteriorado ou dos resduos gerados pelo emprego

    do composto. A disponibilidade de produtos qumicos em grande quantidade tambm pode

    induzir a um consumo mais elevado da substncia, alm do que seria recomendvel pela boa

    prtica de laboratrio. No compre produtos especulativamente. Pequenos recipientes so

    mais fceis de manipular e oferecem menor risco de acidentes e geram menos resduos

    qumicos. No aceite presentes ou amostras de produtos qumicos ao menos que planeje usar

    tudo num futuro prximo. No aceite quantidades maiores do que voc consome. Estas

    prticas diminuem o desperdcio porque boa parte do resduo qumico de uma instituio

    constituda de produtos qumicos deteriorados adquiridos em excesso e jamais utilizados.

    O armazenamento em excesso de produtos aumenta o risco de incndio e de ocorrncia de

    derramamentos ou vazamentos perigosos. Alguns produtos qumicos geram compostos

    reativos ou explosivos. Emisses de vapores podem resultar em risco de sade para os

    integrantes do laboratrio. Armazenamento de quantidades excessivas ocupa espaos

    preciosos e pode violar o cdigo de proteo contra incndio. Estas so boas razes para

    comprar menos, para reavaliar regularmente o estoque de produtos qumicos e disponibilizar o

    excesso, ainda utilizvel, para outros laboratrios.

    Controle do Inventrio de Produtos Qumicos do seu Laboratrio

    Devido documentao desatualizada ou mal estruturada, pesquisadores freqentemente

    relutam a compartilhar compostos qumicos, o que resulta em prateleiras de laboratrios

    carregadas com embalagens com produtos parcialmente usados, sem etiquetas, que sero

    eventualmente descartados como resduo.

    Atualize periodicamente o inventrio:

    Encarregue uma ou duas pessoas com a compra de novos produtos. Estas pessoas devem manter o inventrio atualizado. Alguns laboratrios fazem rodzio peridico destas

    responsabilidades;

    Marque a data de recebimento em cada embalagem de composto qumico; Providencie a identificao correta de cada amostra com qualquer volume que seja; Inclua no banco de dados informaes sobre as reas de armazenamento do laboratrio;

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    PROSAB MICROBIOLOGIA

    Gire o estoque, siga o princpio do primeiro que entra o primeiro que sai; Acompanhe com ateno as datas de validade e tempo de estocagem, especialmente de

    compostos formadores de perxidos e outros produtos qumicos degradveis;

    D baixa no banco de dados de produtos que tenham sido consumidos ou descartados.

    2.3 Reduo de Emisso no Ar

    Emisses fugitivas so a evaporao descontrolada e no-intencional de compostos volteis na atmosfera.

    Uma fonte potencial de poluio a emisso de produtos qumicos volteis no ar. Para

    prevenir a exposio de pessoas a compostos volteis, laboratrios so projetados para incluir

    capela, locais de ventilao, cabines ventiladas, e salas ventiladas. Esses recursos devem ser

    usados com critrio para prevenir emisso excessiva e desnecessria de compostos volteis,

    uma vez que muitos deles no apresentam odor para indicar sua presena. Prticas simples

    podem minimizar a emisso de poluentes no ar.

    Mantenha recipientes de produtos volteis bem tampados, de preferncia com tampas com vedao de teflon ou polietileno;

    Minimize a quantidade de produtos volteis no laboratrio, compre e armazene apenas o que voc precisa no futuro imediato. Disponibilize o excesso para outros laboratrios;

    No armazene produtos qumicos na capela; use uma cabine ventilada. A presso negativa destas cabines pequena o que reduz a quantidade de emisses no ar;

    Conduza experimentos com produtos qumicos volteis no interior de sistemas de conteno sempre que possvel;

    Transfira procedimentos para o interior de uma cabine com luvas no lugar da capela. Esses equipamentos podem ser mais eficientes na preveno de exposio e minimizam a

    emisso de vapores;

    Mantenha as garrafas de coleta de resduos de solvente tampadas todo o tempo, abra-as apenas quando adicionar mais descarte;

    ilegal evaporar produtos perigosos em capelas. Encaminhe o produto para tratamento adequado;

    No descarte gases atravs de sistemas de ventilao a no ser que seja recomendado pelos rgos competentes.

    2.4 Substitua um Produto Txico por um Produto mais Seguro

    Uma das melhores maneiras para reduzir a poluio a substituio de um produto txico por

    uma substncia menos perigosa. Para muitos mtodos laboratoriais existe uma alternativa

    menos nociva ao meio-ambiente.

    Substitua lquidos de cintilao base de tolueno por um coquetel de cintilao no

    inflamvel. Esta mudana reduz o risco de incndio em laboratrios e a exposio de tcnicos

    ao tolueno. Alm disso, misturas baseadas em tolueno devem ser incineradas como um

    resduo txico enquanto que a maioria dos substitutos no inflamveis pode ser descartada na

    pia.

    Outros substitutos. Em um importante estudo, a Diviso de Sade Ambiental e Segurana da

    Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, explorou as oportunidades de diminuir a

    produo de resduos txicos em laboratrios (Ashbrook, Peter C., Cynthia Klein-Banay e

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    PROSAB MICROBIOLOGIA

    Chuck Maier em Determinao, Implementao e Avaliao das Oportunidades de

    Minimizar o Resduo slido Produzido no Laboratrio, 1992). A Tabela 7.1 descreve

    alguns substitutos para produtos qumicos de utilizao freqente.

    Tabela 7.1 Substitutos para produtos qumicos perigosos usados em laboratrios.

    Produtos Perigosos Substituto Seguro Usado para

    Acetamida cido esterico Reduo do ponto de

    congelamento

    Benzeno Xileno ou hexano Solvente

    Perxido de Benzola Lauril perxido Catlise de alguns polmeros

    Tetracloreto de carbono Ciclohexano Teste qualitativo para haletos

    Solventes halogenados Solventes no halogenados Processos de extrao e outras

    aplicaes que envolvam

    solventes

    Dicromato de sdio Hipoclorito de sdio Algumas reaes de oxidao

    Ion sulfeto Ion hidrxido Teste qualitativo para metais

    pesados

    Mistura de cintilao

    baseada em tolueno

    Mistura de cintilao no

    inflamvel

    Estudos usando materiais

    radioativos

    Formaldedo (formalina) Etanol Armazenamento de amostras

    biolgicas

    A soluo sulfocrmica uma mistura de cido sulfrico concentrado e dicromato de

    potssio. Esta soluo usada para limpar vidrarias porque oxida a maioria dos resduos e

    corri uma fina camada da superfcie do vidro, deixando uma superfcie nova e limpa.

    Solues de cido crmico so produtos perigosos, corrosivos e oxidantes fortes, que podem

    reagir violentamente e explodir quando combinados com materiais oxidveis. Contm cromo

    (IV) na forma de cido crmico ou dicrmico, um composto comprovadamente cancergeno

    em humanos.

    Existem muitas alternativas disponveis comercialmente para a soluo sulfocrmica. As

    alternativas foram agrupadas pelo critrio de perigo qumico. Esta informao tambm

    derivada dos estudos da Universidade de Illinois.

    Solues de cidos oxidantes fortes que no contm cromo ou outros metais txicos e

    solues de cidos fortemente oxidativas operam de maneira similar s solues de cido

    crmico.

    Banhos de cido sulfrico ou permanganato de potssio geralmente no so recomendados,

    so muito perigosos e potencialmente explosivos se manuseados incorretamente.

    Evite mercrio e seus derivados. Como o cromo, o mercrio um metal txico que no pode

    ser neutralizado ou destrudo, ao contrrio de muitos outros compostos corrosivos ou

    orgnicos. Como conseqncia, muito difcil e caro descartar mercrio com segurana.

    Mercrio de termmetros ou manmetros um resduo muito comum nos laboratrios de

    Universidades. Embora mercrio lquido possa ser reciclado, o descarte de peas de

  • 11

    PROSAB MICROBIOLOGIA

    termmetro contaminadas com mercrio e dos produtos de limpeza utilizados para remoo

    de mercrio derramado muito caro. Alm disso o local do vazamento de mercrio pode se

    transformar em uma fonte de emisso crnica do metal devido dificuldade de remoo de

    resduos do produto acumulados em frestas de difcil acesso. Para prevenir tais problemas

    procure utilizar termmetros que contem lcool (lquido vermelho), termoelementos e outros

    dispositivos eletrnicos de medio de temperatura ou termmetros revestidos com Teflon

    que contm o mercrio em caso de quebra do capilar.

    Alternativas possveis incluem:

    Se um composto de mercrio especificado para um procedimento, primeiro determine se um substituto menos txico pode ser usado, por exemplo, na maioria dos casos sulfato

    de cobre pode substituir mercrio como catalisador na anlise de Kjeldahl, sem perda na

    recuperao de nitrognio orgnico;

    Reduza a escala do processo para diminuir a quantidade de mercrio usado e descartado; Minimize o volume do resduo gerado pela incluso de mtodos de precipitao ou outro

    tratamento durante o ltimo estgio;

    Compre apenas a quantidade de mercrio e de compostos de mercrio que vai consumir num futuro imediato.

    3. PARA ONDE VAI SEU RESDUO?

    Somando todas suas compras e subtraindo todo o descarte, possvel que a conta no feche.

    Uma maneira para avaliar o impacto de um laboratrio no ambiente conduzir um balano de

    massa. Escolha um produto qumico, tal como um solvente orgnico e determine as

    quantidades adquiridas e descartadas. Se a conta no fechar, tente determinar o destino do

    material desaparecido. Solventes podem evaporar durante o armazenamento, ou ser emitidos intencionalmente ou acidentalmente no ar dentro de capelas ou descartados na pia.

    Um balano de massa de um produto qumico o primeiro passo para avaliar o impacto ambiental do seu laboratrio no ambiente.

    3.1 Reduza a Produo de Efluentes pelo Laboratrio

    Devido a uma grande variedade de processos de degradao qumicos, biolgicos e fsicos, a

    rede de esgotos e as estaes de tratamento so muitas vezes um local mais seguro para

    descarte de resduos qumicos do que sistemas comerciais de tratamento.

    Precaues com o descarte:

    Certifique-se que recipientes com lquidos no estejam vazando; Certifique-se que sistemas que armazenam e transportam guas residurias no

    apresentam vazamentos;

    Conscientize os seus colegas de laboratrio para limitar a descarga de resduos em pias.

    Em nenhuma hiptese descarte resduos lquidos na canalizao de guas pluviais, estas

    canalizaes freqentemente desembocam em corpos aquticos de superfcie, como rios,

    lagos, riachos, etc.

  • 12

    PROSAB MICROBIOLOGIA

    4. REUTILIZAAO AMBIENTALMENTE CORRETA

    Reutilizaco o processamento de resduo de modo que possa ser reciclado. Enquanto a

    reciclagem for vivel, ela deve ser feita de forma a no danificar o ambiente. Por exemplo, a

    destilao de solventes orgnicos descartados requer recipientes para evitar derramamentos e

    vazamentos. Controles adicionais devem ser implementados para minimizar a emisso de

    solventes no ar e prevenir a exposio de pessoas do laboratrio. Riscos de transporte e

    manipulao so minimizados quando a reciclagem ocorre no prprio laboratrio ou prximo

    do ponto da gerao do resduo (no laboratrio ou prdio). Laboratrios de fotografia e

    difratometria de raios-X recuperam a prata do lquido descartado h muitos anos. Existem

    sistemas de recuperao para muitos produtos.

    4.1 Destilao de Solventes Orgnicos Descartados

    Reciclagem de solventes orgnicos por destilao um mtodo usado por vrios laboratrios.

    O xileno pode ser reutilizado no preparo de tecidos. Vrios laboratrios histolgicos

    recuperam seus solventes inmeras vezes com sucesso. Acetona e etanol recuperados podem

    ser usados para enxaguar vidrarias, onde solventes de grau tcnico so satisfatrios. Os

    estudos feitos pela Universidade de Illinois e laboratrios de outras instituies concluram

    que uma proporo importante do material perigoso descartado por laboratrios universitrios

    pode ser reciclado e recuperado. Alguns candidatos incluem solues de corantes de laser em

    metanol e acetonitrila utilizada em HPLC.

    Modernos destiladores com colunas do tipo spinning band so uma alternativa para produzir produtos com elevado grau de pureza. Os controles por microprocessadores tornam a

    operao destes destiladores simples e segura. Cromatografia a gs pode ser usada para

    verificar a qualidade do produto purificado.

    Nem todo o resduo descartado pode ser recuperado e reutilizado. Assim como a cidade tem

    dificuldade de reciclar certos plsticos, a recuperao comercial de resduos de laboratrios

    qumicos muitas vezes antieconmica devido aos pequenos volumes gerados, a falta de

    mercado para certos descartes reciclados e a falta de solues de reciclagem ambientalmente

    corretas.

    5. REDUO DOS RISCOS AMBIENTAIS

    Aps a implementao das medidas de preveno da poluio e da minimizao da produo

    de resduos discutidas anteriormente, existem mais medidas que um laboratrio pode adotar

    para reduzir os riscos para o ambiente. Os resduos que so neutralizados, tratados e

    administrados no laboratrio no esto sujeitos a acidentes e vazamentos que podem ocorrer

    durante o transporte para outro local. O Captulo 8 deste Manual descreve vrios

    procedimentos de tratamento de produtos qumicos no laboratrio, tal como neutralizao de

    cidos e tratamento qumico de produtos txicos.

    A maior parte dos produtos qumicos no-solventes perigosos descartados incinerada por

    empresas privadas licenciadas. Incineradores reduzem riscos ao ambiente pela destruio de

    mais de 99,99% de constituintes orgnicos. Equipamentos complexos de controle da emisso

    de poluentes gasosos instalados nestes incineradores reduzem as emisses a nveis aceitveis

    pelos rgos ambientais.

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    PROSAB MICROBIOLOGIA

    A incinerao direta ou a mistura com materiais combustveis so mtodos de tratamento ambientalmente seguros para descarte de resduos cuja produo no pode ser evitada ou

    diminuda.

    Descartes de cidos e bases neutralizados

    A Comisso de Resduos Qumicos recomenda aos laboratrios neutralizar seus cidos e

    bases. Aps neutralizao, estes resduos podem ser despejados com segurana na pia. Os

    resduos cidos so muito difceis de transportar e manusear. Neutralizao no laboratrio e a

    eliminao atravs do sistema de coleta de esgotos um procedimento muito seguro e

    eficiente de tratamento destes resduos. Consulte o captulo 8 deste manual para

    procedimentos de neutralizao.

    Tratamento de resduos qumicos no laboratrio

    Tratamento qumico de resduos no laboratrio reduz os riscos do transporte e reduz os custos

    da coleta, armazenamento e disposio de resduos qumicos. Se voc rotineiramente produz

    resduo que pode ser tratado, inclua o tratamento do resduo como uma etapa final nos seus

    protocolos. importante ressaltar, porm, que o mtodo de tratamento deve ser seguro, deve

    destruir por completo o resduo-alvo e no deve gerar novos produtos perigosos ou de

    periculosidade desconhecida.

    6. ADMINISTRAO EFICIENTE DOS RESDUOS GERADOS

    Em muitos casos, o resduo pode ser minimizado, mas no eliminado. Como mencionado

    acima, resduo produto de pesquisa, aula e teste. Entretanto, prudente administrar todos os

    resduos produzidos da forma mais eficiente possvel.

    O gerenciamento do resduo qumico mais eficiente quando o pessoal do laboratrio

    mantm tipos diferentes de resduo separados, utiliza o sistema de coleta de esgotos e de

    coleta de lixo com prudncia e colabora para uma coleta eficiente e segura dos resduos.

    6.1 Mantenha os Tipos de Resduos Segregados

    No misture os diferentes tipos de resduo (perigosos e no perigosos) exceto no caso de

    certos solventes orgnicos que so coletados em gales. Quando os resduos de diferentes

    caractersticas e composio so misturados, o tratamento e a eliminao tornam-se muito

    mais complicados porque preciso adotar procedimentos que garantam o manuseio seguro

    dos componentes mais perigosos dos resduos. Por exemplo, produtos qumicos orgnicos

    podem ser incinerados, mas o mercrio no resduo que foi misturado com produtos orgnicos

    no pode ser incinerado.

    Alguns dos princpios devem ser observados:

    No coloque resduo perigoso no lixo comum; No coloque lixo comum em recipientes de produtos qumicos ou de resduo qumico

    txico;

    Armazene solventes orgnicos em recipientes apropriados; Mantendo diferentes tipos de resduos qumicos separados maximiza-se as opes de

    disposio final e reduz-se os custos de descarte;

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    PROSAB MICROBIOLOGIA

    Mantenha separados resduos qumicos txicos, resduos radioativos e resduos biolgicos.

    6.2 Uso seguro do Sistema de Coleta de Esgotos e do Sistema de Coleta de

    Lixo

    Existem muitos produtos qumicos utilizados em laboratrios que podem ser eliminados com

    segurana na pia ou no lixo comum. O uso apropriado destes mtodos previne a manipulao

    desnecessria destes resduos.

    6.3 Minimizao de Material de Laboratrio Contaminado Quimicamente

    Um dos resduos que cresce mais rapidamente o da vidraria contaminada com produtos

    qumicos. Existem vrias maneiras de diminuir o volume de vidraria contaminada. Primeiro

    descarte como resduo perigoso apenas os equipamentos comprovadamente contaminados

    com resduos perigosos. Se suas luvas e a proteo de bancada no foram contaminadas,

    elimine-as pelo lixo comum.

    6.4 Capelas, Energia e o Ambiente.

    Capelas so equipamentos que consomem grandes quantidades de energia. Isso porque uma

    capela em funcionamento remove ar refrigerado do laboratrio, que ser reposto por ar quente

    do exterior que dever ser tratado no sistema de ar condicionado. A gerao e o consumo de

    energia tambm geram poluio.

    Para reduzir ou prevenir a poluio, precisamos conservar energia ao mesmo tempo em que

    garantimos condies de trabalho seguras. Isto realizado pelo emprego consciente de

    capelas.

    Se voc est envolvido em projeto novo ou em uma reforma de um laboratrio, considere a

    instalao de exaustores de bancadas para operaes rotineiras. Estes sistemas freqentemente

    fornecem proteo a um preo baixo, consomem pouca energia e no ocupam tanto espao.

    O desperdcio de energia resulta em poluio desnecessria. Os seus esforos de conservao

    de energia resultaro na diminuio da poluio do meio-ambiente.

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    PROSAB MICROBIOLOGIA

    7. REFERNCIAS

    ASHBROOK, P C.; KLEIN-BANAY, C. MAIER, C. Determinao, Implementao e

    Avaliao das Oportunidades de Minimizar o Resduo slido Produzido no Laboratrio. 1992

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. Norma Brasileira NBR-10.0004

    Resduos slidos - Classificao. Rio de Janeiro: ABNT,. 2004

    BRASIL Conselho Nacional do Meio Ambiente - Resoluo CONAMA 357 de 17 de maro

    de 2005. Dispe sobre a classificao dos corpos de gua e diretrizes ambientais para o seu

    enquadramento, bem como estabelece as condies e padres de lanamento.

    BRASIL Conselho Nacional do Meio Ambiente - Resoluo CONAMA 358 de 29 de abril de

    2005. Dispe sobre o tratamento e a disposio final dos resduos dos servios de sade e d

    outras providncias.

    CENTRO DE VIGILNCIA SANITRIA. Portaria CVS - 21, de 10/09/2008. Critrios

    tcnicos de segurana para o gerenciamento de resduos perigosos de medicamentos em

    servios de sade. So Paulo CVS 2008.

    DECRETO LEI ESTADO DE SO PAULO 8.468 de 8 de setembro de 1976. Dispe sobre a

    preveno e o controle da poluio do meio ambiente.

    1. INTRODUO2. PREVENO DE POLUIO2.1 Minimizao do Resduo Produzido2.1.1 Reduo da Poluio na Fonte2.1.2 Processos Laboratoriais Modificados2.1.3 Reduo da Escala de Processos Laboratoriais.2.1.4 Otimizao de Operaes Laboratoriais2.1.5 Operaes Limpas e Cuidadosas Reduzem a Gerao de Resduos.

    2.2 Gerenciamento do Armazenamento de Produtos Qumicos2.3 Reduo de Emisso no Ar2.4 Substitua um Produto Txico por um Produto mais Seguro

    3. PARA ONDE VAI SEU RESDUO?3.1 Reduza a Produo de Efluentes pelo Laboratrio

    4. REUTILIZAAO AMBIENTALMENTE CORRETA4.1 Destilao de Solventes Orgnicos Descartados

    5. REDUO DOS RISCOS AMBIENTAIS6. ADMINISTRAO EFICIENTE DOS RESDUOS GERADOS6.1 Mantenha os Tipos de Resduos Segregados6.2 Uso seguro do Sistema de Coleta de Esgotos e do Sistema de Coleta de Lixo6.3 Minimizao de Material de Laboratrio Contaminado Quimicamente6.4 Capelas, Energia e o Ambiente.

    7. REFERNCIAS