7- cada desejo seu

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     Disponibilização: Soryu  Tradução: Sandra Regina

    Revisão Inicial: Ana Lucia Nora  

    Revisão Final: Éli Almeida   Leitura Final: Eli Sales  

    Formatação: Éli Almeida

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    Resumo

    Kallie Young nunca deveria ter se tornado a babá de Nicole e RedJameson. Com certeza viver com duas pessoas ultra-ricas, que são adefinição de “loucamente apaixonados” nem sempre é fácil para umagarota.

    Tornando as coisas mais complicadas, o bad boy local, Hunter

    Reardon, parece ter os olhos postos em Kallie, e está disposto a fazerqualquer coisa para fazê-la sua. Hunter é um famoso escritor eprodutor de cinema, e também mais quente que o sol. Mas ele a quer

    de uma forma que a assusta e excita. Ele quer uma submissa.

    Hunter tem um passado misterioso, que guarda com sigilointransigente. E a insistência de Kallie em quebrar suas paredes podemlevá-la a cometer um pecado imperdoável...

    Cada Desejo Dele é uma história de luxúria, submissão, poder e,finalmente, a história de amor de todos os tempos.

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    Informação da série:

    01–

     Para seu Prazer - Distribuido02 – Sua para Tomar- Distribuido

    03 – Para sua manutenção- Distribuido

    04 - Para Sua Honra- Distribuido05 - Para a Sua Confiança- Distribuido

    06 – Sua Para Sempre- Distribuido

    07 C ada D esejo D ele Lançamento

    08 – Cada Toque Seu

    09 – His Every Move

    10 – His Every Defense

    11–

     His Every Word12 - His Every Choice

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    “A tradução em tela foi efetivada pelo Grupo Pégasus

    Lançamentos de forma a propiciar ao leitor o acesso à obra,

    incentivando-o à aquisição integral da obra literária física ou

    em formato e-book. O grupo tem como meta a seleção,

    tradução e disponibilização apenas de livros sem previsão de

    publicação no Brasil, ausentes qualquer forma de obtenção de

    lucro, direto ou indireto.

    No intuito de preservar os direitos autorais e contratuais

    de autores e editoras, o grupo, sem prévio aviso e quando julgar necessário poderá cancelar o acesso e retirar o link de

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    do código penal e lei 9.610/1998.”. 

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    Série: Para seu Prazer

    07- Cada Desejo Dele

    Kelly Favor

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    Prólogo

    Hunter Reardon estava olhando para Kallie - olhando diretamente emseus olhos - e dizendo-lhe que queria estar no controle de tudo o queacontecesse entre eles.

     — BDSM é sobre poder. —  disse ele, enquanto ela estava sentada no banco do passageiro de seu carro, tentando ouvi-lo.

    Mas é difícil ouvir quando você está confusa e ansiosa, e tambémdominada por sentimentos de desejos, que eram fortes o suficiente parafazer-lhe duvidar de sua própria sanidade.

     — De quem é o poder? —  ela perguntou. —  Seu ou meu?

     — De ambos, é claro.

     — Parece que você precisa estar no meu comando.

    Hunter fez uma pausa, pensando. —  Gostaría de chegar a um acordode antemão sobre exatamente quais são as regras entre nós. Isso nãofunciona, a menos que fique bem claro com antecedência o que queremoscom isso.

    Ela balançou a cabeça. — Esta não é a primeira vez que você propõeeste tipo de negócio para algumas candidatas a namorada. Será que vocêainda vai me chamar de sua namorada ou eu teria algum outro título“escrava”, talvez?

     — Você não seria minha escrava.  —  ele riu.  —  A não ser que vocêqueira ser.

    Kallie odiava o jeito que ele estava falando sobre isso... ela nemsabia como chamar isso. Esta “ proposta” que ele estava fazendo. Pareciafria e calculada e completamente sem romantismo. Quanto mais pensavasobre isso, menos ela gostava.

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     —  Eu não acho que quero estar envolvida em BDSM ou seja lá o queé que você está me pedindo para fazer com você, Hunter.

     —  BDSM não é um segredo sujo, sórdido. O que ele descreve é um

    certo tipo de relação. É uma dinâmica de poder que pode fazer maravilhas,se as pessoas certas estão envolvidas —  Hunter continuou, sua boca sexy securvando em um sorriso.  —   E eu acho que você e eu somos as pessoascertas. Nós nos encaixamos.

     —  Eu não acho que nós o fazemos.

     —  Você sabe que fazemos.  —   ele respondeu.  — Lembra como nosencaixamos na noite passada?

    Kallie lembrava-se. Lembrava muito bem como sentira suas mãosem seu corpo, a forma como ele facilmente havia se encarregado. Podialembrar vividamente da sensação de suas mãos segurando-lhe os pulsossobre a cabeça, e seu peso pressionando contra ela, como ele deslizou suamasculinidade mais profundo em seu interior, em seu lugar mais íntimo.

    Ela balançou a cabeça para trazer-se de volta para a realidade.

     — Eu me lembro. —  ela admitiu.

    Ele sorriu mais largo, como um vitorioso.

     — Mas eu também me lembro do jeito que você me tratou depois. —  disse ela.

    Pela primeira vez na conversa, Hunter parecia um poucodesconfortável. Suspirou e desviou o olhar.

     — Esse é o problema.  —   disse ele.  —  Eu não consegui explicar avocê que nós precisamos que as coisas sejam de uma certa maneira, se éque isto vai funcionar entre nós.

     — Quer dizer, você precisa que as coisas sejam de uma certamaneira. —  ela interrompeu.

    Os olhos e as narinas de Hunter se estreitaram quando virou seuolhar sobre ela mais uma vez.

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     — Você está certa, Kallie. Eu preciso que as coisas sejam de umacerta maneira. Mas logo você vai perceber que a maneira que eu precisodas coisas é a melhor maneira, para nós dois.

     — Bem, acho que você é arrogante e narcisista. É uma loucura pensarque eu quero exatamente a mesma coisa que você, sem nem sequer me

     perguntar.

    Hunter riu.  —  Não é arrogância, é observação. Eu posso olhar emseus olhos e ver o quanto você quer isso. Eu posso assistir a maneira comoseu corpo responde a mim, e sei disso mesmo se você tentar escondê-lo. Naverdade, eu posso ver agora a forma como a sua pele está corada, suatemperatura está alguns graus mais elevada, e seus olhos continuamente

     procuram por mim ao invés de ir para longe. Em outras palavras, você estáincrivelmente atraída por mim, você querendo estar ou não.

    Kallie tentou rir da sua afirmação, mas por dentro estava tantoaterrorizada e animada com a clareza que ele tinha percebido sua excitação.Ela o queria, mas também estava de alguma forma repelindo-o, por seuexcesso de confiança, o seu distanciamento emocional, e sua falta devontade de conhecê-la pela metade.

     —  Nós tivemos uma noite quente, juntos.  —   ela respondeusuavemente.  —  Eu não me incomodo em negar. Mas nós não somos um

     para o outro. Eu não vou ser tratada da maneira como você trata asmulheres em sua vida.

    De repente, ele estendeu a mão e tocou seu antebraço com as pontasdos dedos, levemente explorando sua pele. Apenas o breve contato e aousadia do gesto a excitou além da conta. Instantaneamente, seus mamilos

    estavam duros e rígidos.Seu coração acelerou, e sabendo que ele podia sentir a sua emoção

    de alguma forma fez tudo pior.

     —  Não é sobre o que o seu intelecto lhe diz que está certo.  —  explicou Hunter, sentado ligeiramente para trás e olhando para ela.  —   Ésobre o que seu corpo sabe que você precisa.

     Naquele exato momento, quando estava prestes a admitir que de fato precisava dele, precisava de seu toque, que estaria disposta a ceder e aí

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    então ele iria tocá-la mais uma vez, um sedan preto longo parou logo atrásdeles.

     — Eu acho que é o carro que enviou para me pegar.  —  disse Kallie,

    recuperando a compostura.Brilhou um leve aborrecimento na expressão Hunter, mas ele apenas

    acenou com a cabeça um pouco e sorriu.

     —  Bom, tudo bem então. Acho que nós vamos ter que continuar essaconversa outra hora.

    Kallie não respondeu. Abriu a porta e saiu do carro de Hunter,sentindo seus olhos sobre ela, sabendo que não iria desistir tão facilmente.E percebeu, quando fechou a porta e caminhou até o carro que a estavaesperando por ela, que não queria Hunter Reardon desistindo, ainda.

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    Capítulo 01

     No passeio até a casa de Red e Nicole, Kallie sentou-se na parte detrás do carro e pensou sobre o que Hunter tinha lhe dito.

    Estava confusa, e quando olhou pela janela e viu a paisagem passando por ela, tentou fazer que seus sentimentos fizessem sentido.

    Kallie sabia que queria Hunter mais do que qualquer homem que játinha conhecido. Ele era todas as coisas que achava atraentes, moreno e

     bonito, misterioso e encantador, e, acima de tudo, apaixonado. A maneiracomo ele a havia tocado na noite anterior ainda era tão vívida como setivesse acontecido apenas momentos atrás.

    Mesmo agora, Kallie podia sentir sua pele contra a dela, seus lábiosroçando os seus, suas mãos em seus seios, sua dureza pressionando contraseu lugar mais íntimo. Queimou por ele, uma chama quente que mostravaque ele não poderia ser colocado para fora de sua vida.

    E ela queria se afastar dessa chama, porque sabia que Hunter era umamá notícia.

    Sabia ainda mais agora, depois de ouvir o seu discurso sobre BDSM.

    A única coisa que Kallie realmente sabia sobre BDSM era do tempoda faculdade, quando ela e alguns amigos passaram a noite rindo e lendo

    em voz alta trechos de um romance erótico que alguém tinha trazido paraos dormitórios.

    Ela não tinha tomado a sério o suficiente para questionar, então oconceito da coisa toda parecia bobo e completamente abstrato na época.

    Mas agora, Hunter tinha entrado em sua vida, como se o destinotivesse lhe moldado especificamente para a finalidade de testar seusverdadeiros desejos. Como se a rir daquela noite de volta na faculdade, em

    que achou o livro bobo, teria ela irritado alguns deuses escuros.

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    E esta era a sua punição.

    Se pudesse parar de pensar na noite passada, se apenas os olhos deHunter não a assombrassem, se apenas as mãos não prometessem tocá-la de

    maneiras novas e emocionantes, se não se sentisse como se pudesse gritarde querer ele tão mal.

    A paisagem estava mudando de fora da janela do carro agora, quandose aproximaram da casa de Red e Nicole. Eles estavam em uma área muitorica de Connecticut e era óbvio que todo mundo que viveu por aquirespiravam ar rarefeito.

    Você não poderia mesmo adequadamente descrever como casas, elas

    eram mansões, puro e simples. Os estaleiros eram enormes, as casas eramornamentadas e intimidantes.

    Mesmo que tenha passado seis meses como babá para a famíliaDanvers (que também eram muito bem fora), e mesmo que estava nosHamptons e via muita gente rica e como viviam, Kallie ainda não tinha seacostumado com isso tudo.

    Vinha de uma modesta casa e ainda dividia o quarto com um de seus

    irmãos até que foi para a faculdade. Isso é apenas como era sua família e amaioria das famílias que ela conhecia crescendo.

    A idéia de viver em alguma casa gigante com 20 quartos pareciaabsurda para ela, assim como o fato de que a maioria das pessoas queviviam nessas casas raramente usava ou até mesmo visitavam a maioria dacasa em uma base regular.

    Pelo menos o castelo de Hunter foi um pouco menos ostensivo do

    que essa monstruosidade pensou ela, enquanto passavam uma após a outramansão, cada uma parecendo crescer mais e mais ridícula.

    Por fim, o carro chegou à propriedade Jameson. A única casa quetinha chegado perto de seu tamanho era a de Kane e a de Danielle Wrightnos Hamptons. Mas ela tinha sido a sua casa à noite, e esta foi à plena luzdo dia.

    Agora, como o carro passou pelo portão da frente (onde eles pararam

     brevemente para ter seu ID marcado), Kallie olhou para os quilômetros de propriedade que se estendiam em todas as direções, tanto quanto o olho

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     poderia ver. Foram colinas verdes, uma enorme lagoa, uma floresta, edepois a própria casa, que foi bela e assustadora ao mesmo tempo.

    Eu vou viver aqui, pensou ela, balançando a cabeça em reverência.

    Como poderia se acostumar com essa nova vida? Será que ela queriamesmo se acostumar com isso?

    Finalmente, estacionando na frente da mansão o motorista se virou para ela.

     — Tome seu tempo. Eu só vou sentar aqui e ler o jornal até vocêvoltar.

     — Obrigado.

    O motorista sorriu e abriu os jornais: era o New York Post, e não oTimes. Ele estava lendo as páginas de esportes. De alguma forma, esse

     pequeno detalhe fez Kallie se sentir melhor. Se seu pai tivesse vivido em Nova York, poderia ter sido um motorista de limusine, e iria ter lido a página de esportes no primeiro post a cada manhã.

    Saiu do carro e caminhou até a porta da frente, digitou o código para

    o teclado, e depois usou as chaves que Red tinha dado a ela para abrir a porta.

    Pisando dentro, foi esmagada pela majestade e grandeza da mansão.Sua mão foi para seu peito enquanto ela olhou para o mármore, os tetosabobadados, as janelas enormes e longos corredores que se ramificavam eesticavam para o infinito.

    Eventualmente, ela foi capaz de recuperar seus sentidos. Subiu a

    longa escadaria para o quarto principal e olhou ao redor da sala.

    Red tinha dito a ela para onde ir e o que deveria levar para o hospitalcom ela. Foi para a casa de banho principal e pegou alguns produtos dehigiene pessoal, um pouco de maquiagem para Nicole usar para enfeitar-se

     para quem visitasse o seu quarto de hospital, esse tipo de coisa.

    Em seguida, foi até o armário e pegou uma mala grande de rodas queRed tinha lhe falado.

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    Kallie abriu a mala e colocou-a no chão, em seguida, mudou-se paraa cômoda, onde encontrou muita roupa. Teve que classificar para encontrarroupas leves que Nicole poderia usar confortavelmente durante toda a suaestadia.

    Eles pareciam pensar que ela estaria no hospital por uma semanaantes de voltar para casa.

    O bebê, Riley, provavelmente estaria na UTIN por quase um mês, aotodo.

    Quando puxou as roupas das gavetas e começou a colocá-las namala, começou a sonhar novamente. Seus devaneios tinham uma qualidade

    muito consistente ultimamente, cada um deles envolvidos com Hunter.Kallie novamente tentou livrar seus pensamentos de ontem à noite,

     para não mencionar a forma como ele a tocou esta manhã. Como foi queapenas uma carícia rápida poderia fazê-la sentir mais do que mil beijos denamorados desastrados do passado?

    Ela não sabia, mas sabia o suficiente para perceber que Hunter tinhasobre ela um poder que foi muito além do que era saudável. Kallie mal

    conhecia Hunter, e o que ela sabia sobre o escritor misterioso foi osuficiente para levantar uma série de bandeiras vermelhas que deveria ter

     parado ela em suas trilhas.

    E mesmo assim ela ainda estava esperando por mais, não era?

    Kallie tinha parado de prestar atenção ao que estava fazendo, e então praticamente esvaziou a gaveta da cômoda de Nicole. Foi só quando suamão bateu em algo de borracha e estranho que Kallie voltou assustada à

    realidade.

     — Que diabos? —  disse para a sala vazia.

    Kallie olhou para baixo e seus olhos se arregalaram, quando pegouum chicote pequeno preto com um monte de fios separados pendurados no

     punho. Seu coração estava batendo rápido, de repente, e sentiu como setivesse feito algo errado, intencionalmente mexendo nas coisas particularesde Red e Nicole.

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     Na realidade, porém, ela simplesmente fez exatamente como Red lhe pedira para fazer.

    Eles devem ter esquecido que tinham mantido alguns de seus

     brinquedos... ou qualquer outra coisa... nesta gaveta da cômoda. Kallieexaminou a coisa “o chicote” parecia mais como um gato de nove caudas(que ela só tinha lido sobre isso naquele livro do dormitório da faculdade).Ele era de couro, pequeno, e quando ela bateu de brincadeira contra sua

     perna, não o sentiu muito.

    Ela também notou que havia um lenço de seda preta no fundo dagaveta.

    O lenço parecia ter sido ligado, de tal maneira que deve ter sidousado como uma venda. Kallie pegou na outra mão, sentindo a sensação domaterial contra seus dedos, até mesmo segurando-o diante do nariz paracheirar.

    Havia uma sensação de excitação crescente na sua barriga quandoolhou esses instrumentos, as mesmas coisas que suspeitava que Hunter

     pretendesse usar um dia.

    Ela descobriu que, quando imaginou Hunter colocando-lhe estavenda nos olhos, ou batendo em sua bunda nua com o Gato de NoveCaudas, não era medo que sentia, mas excitação.

    Imediatamente, culpa e vergonha brotou ao lado daquelas outrassensações mais prazerosas, e Kallie devolveu o chicote e a venda a gaveta.Jogou algumas das roupas extras de volta em cima dos itens misteriosos edepois fechou a gaveta, como se batendo uma porta fechada sobre oconceito inteiro de BDSM.

    Quando terminou de embalar a mala, Kallie descobriu que apesar desi mesma, continuou a voltar para o chicote e a venda em sua mente.Encontrou-se imaginando Hunter, peito nu, seus olhos escuros focados nelaenquanto estava deitada de bruços em sua cama, o chicote na mão, vindoem sua direção para fazer o que já sabia.

    Essa imagem não iria deixá-la, não importa o quanto tentou se livrardela.

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    Quando a mala estava finalmente embalada e Kallie acreditava quetinha tudo o que Nicole poderia precisar, seguiu para o térreo e em seguida

     para o carro, onde o motorista estava esperando.

    O motorista saiu e colocou a bagagem no porta-malas, e depoisKallie entrou no carro e começaram a descer a estrada privada, longe damansão.

     Nicole e Red realmente usavam essas coisas, ela percebeu. O quesignificava que talvez - só talvez - não era uma coisa horrível, horrível parase fazer. Afinal de contas, eles tinham uma das melhores relações queencontrou e que se parecia ainda mais feliz do que seus próprios pais.

    Kallie perguntou-se quem sabe não poderia ser um caminho parachegar a Nicole para falar sobre esse assunto.

    Então, você alguma vez gostaria de ser amarrada e chicoteada?Imaginou-se casualmente perguntando quando ela e Nicole saíssem juntasdo quarto do hospital.

    O que provavelmente não seria muito bom, mas ainda assim, talvezhouvesse uma abertura para discutir isso, e se ela percebesse uma abertura,

    Kallie estava determinada que fosse aproveitar.

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    Capítulo 02

     Nicole estava dormindo quando Kallie chegou ao quarto com a mala.Red silenciosamente agradeceu por trazê-la.

    Ele estava claramente exausto. Seus olhos tinham aros vermelhos e bolsas escuras debaixo deles. Estava sentado em uma das cadeiras eolhando para algo em seu telefone.

     — Por que você não vai para casa e descansa?  —  Kallie disse a ele. —  Eu vou ficar aqui com Nicole.

    Red balançou a cabeça. —  Eu quero ficar com ela. Vou cochilar um pouco aqui e depois dormir em casa esta noite.

     — Você tem certeza?

     — 

    Eu tenho certeza. — 

     Ele sorriu para ela. — 

     Sabe de uma coisa? Não há nenhuma razão para você ficar por aqui. Eu tenho este tempocoberto.

    Kallie, mãos entrelaçadas de nervosismo.  —   O que devo fazer,então?

     — Tire alguns dias de folga. Relaxe. Uma vez que Nicole chegue acasa e, em seguida Riley, vai ser mais agitado do que nunca. Então, talvez

    agora seja um bom momento para apenas se divirta e se repor mentalmente.Você já passou por muita coisa nos últimos seis meses.

     —  Mas, eu prefiro ter alguma coisa para fazer.

    Red balançou a cabeça negativamente.  —  Férias, Kallie. Isso é umaordem. Você tem o carro e você pode ir a qualquer lugar que quiser comele. Ir para a cidade e conferir o Museu de Arte Moderna, ir ao cinema,uma livraria, qualquer coisa.

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    Kallie sabia que deveria ser grata pela chance de relaxar e se divertircom a vantagem adicional da segurança no trabalho, mas não estava.Estava com medo de como iria preencher seus dias e noites. Muito tempo

     para pensar tornaria muito mais difícil de resistir à oferta de Hunter

    Reardon.

     —  Certo. —  suspirou, sabendo que Red Jameson não estava prestes amudar de idéia.

    Red assentiu bruscamente, ainda mantendo sua distância profissional(o que ela realmente apreciava, mesmo que às vezes sentisse como se elerealmente não gostasse muito dela).

     —   Eu acho que vou voltar para a casa, por agora.

     —   ela disse,hesitante.

    Ele riu. —  Não é da minha conta onde você vá ou o que você faz emseus dias de folga.

    Kallie virou e saiu, perguntando-se o quanto Red sabia ou suspeitavasobre suas atividades extracurriculares. Ele teria ouvido falar sobre a brigana festa de Danielle, então ele obviamente sabia que ela conheceu umhomem. E então, Nicole lhe tinha dito que Kallie tinha estado em umhelicóptero na noite passada, e Red sabia que ela provavelmente foi tomada

     por alguém com meios para pagar por isso.

    Então, talvez Red soubesse que ela estava saindo com alguém, e estafoi a sua maneira de aprovar tacitamente com isso?

    Kallie supôs que estava lendo demais em sua sugestão de fazer uma pausa e desfrutar a vida por alguns dias.

    Mas não seria tão incrível poder desfrutar estes próximos dias comHunter? Passar algum tempo no castelo, em um quarto escuro, suando egemendo e dando prazer a ele de todas as maneiras possíveis, o deixandofazer o que quisesse com ela no processo?

    Depois a familiar culpa bateu nela, e Kallie pensou que não havianenhuma maneira que poderia ir em frente com o que Hunter sugeriu.Como poderia viver consigo mesma se deixasse algum rico playboy usá-la

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    e abusar dela, deixando-a e descartando-a como um brinquedo velho,quando ele tivesse o suficiente?

    Kallie voltou para o carro e pediu ao motorista para levá-la para casa.

    Ele largou o jornal e sorriu. —  É isso aí. —  disse ela, afastando-se do meio-fio.

    Ele realmente lembrou-lhe de seu pai, que por sua vez fez Kallie pensar em Ohio.

    Ela não tinha estado em contato com ninguém de sua família em diase dias, principalmente porque não queria que eles soubessem o quão infelizestava trabalhando para Danvers.

    Mas agora ela estava feliz, e estava trabalhando para um grandecasal. Além disso, conversando com sua mãe e seu pai pode tomar suamente fora de outras coisas que não queria estar pensando.

    Kallie, hesitante, pegou seu telefone e ligou para casa. Sem esperar por ninguém de modo fixo, poderia atender seu pai, sua mãe, um de seusirmãos (dois dos quais ainda viviam em casa, enquanto os outros trêsmoravam perto e constantemente se visitavam).

    Mas quando alguém finalmente atendeu, era sua mãe, que disse:  —  Olá.

     — Ei, mamãe. Sou eu. —  disse Kallie.

     — Kallie.  —   sua mãe suspirou, soando como se Kallie tivessechamando depois de ter sido libertada da prisão, de uma temporada de vinteanos. —  Eu justamente estava falando de você.

     — De mim?

     — Bem.  —   disse sua mãe, em tom conspiratório de voz.  —   Vocêsabe como Sean tem visto Lydia por um tempo agora...

     — Sim?

    Sua mãe deu um grito.  —  Sean e Lydia vieram para jantar na noite passada e anunciaram o noivado!

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    Kallie ficou em partes igualmente animada e melancólica sobre oanúncio. Imediatamente contou para a mãe o quão incrível foi e comoestava animada por eles, todas as coisas certas que deveria dizer ao ouvireste tipo de notícia.

    Mas no fundo, estava tendo a mesma reação familiar que sentiuquando descobriu acerca da incrível relação vivida por Red e Nicole. Kalliesentiu-se só, sentiu ciúmes, e sentia que de alguma forma estava fazendoalgo errado.

    Sua mãe parecia sentir que tinha ficado otimista com a notícia.

     —  Nós sentimos sua falta, Kal. —  sua mãe disse eventualmente. —  E

    nós queríamos que você estivesse mais perto. — Sinto falta de vocês também.

     — A coisa é. —  sua mãe continuou. —  A vida do pai de Lydia é em Nova York. Então, todo mundo começou a falar, e foi decidido que todosnós estamos indo viajar para Nova York e celebrar esta ocasião emconjunto.

    Kallie endireitou-se no banco de trás.  —  Todo mundo? Você, papaie...

     — Todo mundo. Os meninos, também.

     Naturalmente, nenhum deles era tecnicamente mais um menino, eleseram todos homens.

     — Eu não posso esperar para ver todos. —  Kallie disse a ela.

     — E nós não podemos esperar para vê-la. Estamos tão animados paraver o que você faz, em Nova York, os lugares que você passa o tempo,onde encontra seus amigos.

    Por alguma razão, isto fez Kallie pensar em Hunter mais uma vez.

     — Eu realmente não tenho um monte de amigos aqui, mamãe.

     — Você está cuidando de si mesmo?  —   Sua mãe perguntou, parecendo preocupado.

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     — Eu estou tomando conta de mim. Na verdade, estou indo muito bem.

    Isso não é perfeito, um homem misterioso e bonito quer me tornar

    sua escrava sexual, mãe. Isso não se parece como estou ótima? — Você está gostando de seu trabalho? Essas crianças estão se

    comportando para você?

    Este era o ponto onde poderia ficar complicado, Kallie pensava.

     —  Na verdade, deixei esse trabalho e tenho um novo emprego.

    Uma pausa grave seguiu essa declaração.  — Você tem um novo

    emprego? — Sim. É uma longa história, mas basicamente o primeiro casal com

    quem eu trabalhei me tratava muito mal. E assim eu conheci esse outrocasal, que me ofereceram um emprego e estou trabalhando para eles. Ela sótem um bebê e precisa de ajuda

     — Espere um minuto. Diga-me o que aconteceu, Kallie.

     — É uma longa história. Eu vou lhe dizer mais sobre isso quandovocê vier me visitar. Mas o importante é que estou muito feliz agora, meunovo trabalho é fantástico.

     — Bom, então, se você está feliz, eu estou feliz. Apenas certifique-sede sempre se cuidar e que a mudança para a cidade grande não mude quemvocê é.

     — Mãe.  —   Kallie gritou, sentindo-se como se quisesse morrer devergonha.

     — Isso é a coisa mais clichê. Não deixe que a mudança para a cidadegrande mude quem eu sou?

     — Pode ser clichê, mas é por uma razão. Você vem de uma famíliasimples, com forte moral e você deve se lembrar, querida.

     — Eu vou. Eu te amo.

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    Trocaram despedidas em meio a promessas de combinar horários edatas que a família estaria chegando para a celebração do noivado de Seane Lydia.

    Kallie estava sorrindo quando desligou o telefone, pensando comodeveria se esforçar para telefonar para casa com mais frequência. Mas,então, seu sorriso desapareceu quando pensou sobre o que sua mãe haviadito no fim da conversa.

    Concordar em estar em um relacionamento BDSM clandestino comHunter Reardon seria exatamente o tipo de coisa que sua mãe tinha maismedo. Hunter exemplificou a elite de Nova York, com fome de poder, quenão iria parar em nada até conseguir o que queria. Se viesse a sucumbir às

    suas exigências, então estaria andando longe de tudo que seus pais ahaviam educado a acreditar.

    ***

    Kallie mudou de idéia sobre ir para casa e decidiu seguir o conselhode Red. Então, pediu ao motorista para levá-la por Manhattan, para oMuseu de Arte Moderna.

    Lá, passou uma hora e meia andando, tentando entender o sentidodos espaços cavernosos e bizarros da arte e instalações, teve a sensação deque tudo queria dizer alguma coisa, mas era incapaz de entender o que eraaquilo tudo.

    Em um ambiente particularmente grande e branco com nada, mascom uma mesa e duas cadeiras, uma mulher estranha e intimidante sentou-se em uma cadeira e provocou os espectadores a sentar-se na cadeira emfrente a ela. Havia uma fila de pessoas esperando para fazê-lo. Kallieassistia de uma das passarelas acima, olhando para baixo com fascinaçãono local. Por sua vez, isso era tão completamente banal que não entendia oque era a arte.

    Mas, por outro lado, houve uma excitação no ar com cada nova

     pessoa que ia e tomava o seu lugar através da artista em exposição.Aparentemente, Kallie peercebeu a partir de conversas, a artista feminina

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    estava sentada na mesa durante todo o dia, da manhã até a noite, imóvel,sem falar.

    Kallie perdeu a noção do tempo, caindo em uma espécie de estado

    hipnótico. — Apreciando a exposição?  —  Alguém perguntou logo atrás de seu

    ombro. Kallie assustou-se, virando-se para encontrar Hunter Reardon de pé, não mais que três metros de distância, vestindo jeans escuro de botõesque provavelmente foi uma cortesia de Calvin Klein ou Burberry. Elesorriu para ela.

     — O que você está fazendo aqui? —  perguntou, já passando por ele.

    Ele aproximou-se em um passo ao lado dela, com o corpo relaxado,seu tom confiante.

     — Eu decidi que era hora de continuar a nossa conversa de maiscedo.

     — Como você sabia onde eu estava?

    Hunter não respondeu de primeira. Finalmente, Kallie parou de andar

    e olhou para ele.

    Olharam um para o outro, e por um momento estranhamentedesconcertante, sentiram como se estivessem jogando fora uma arte de

     performance boba, encarando um ao outro como os outros visitantes ao seuredor.

    Ele sorriu. —  Depois que você saiu do meu carro, percebi que não iaser capaz de simplesmente ir embora e esquecer de você. Então eu...

     — Você me seguiu.

     — Fiquei em contato com o seu carro pela cidade. —  Ele sorriu e deude ombros.

     — Isso não é legal, Hunter.  —  Ela balançou a cabeça e começou aandar de novo. Suas bochechas estavam queimando e estava zangada comele, mas também estava sentindo algo mais, algo mais inexplicável do que

    raiva.

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    Admita. Você também gosta do fato de que ele a seguiu.

    Tentou negar a si mesma, mesmo quando percebeu que era verdade.Como explicar a dança das borboletas no estômago, o batimento de seu

    coração, a forma como reagiu imediatamente à proximidade do corpo deHunter?

    Isso não significa que ele é bom para você, disse a si mesma.

    Andou mais rápido, e Hunter manteve-se com ela todo o caminho.Finalmente, saiu do museu, e como estava descendo os degraus, sua mão

     pegou seu pulso, girando-a para ele.

     — Kallie, espere um minuto.  —   Seus olhos escuros penetrantes,como se vissem em sua própria alma.

     — Você não devia ter vindo aqui, Hunter. Eu não posso fazer isso.

     — Por que não?

     — Eu não te devo nenhuma explicação. —  disse a ele.

     — Kallie, eu sei que você quer fazer isso. Está escrito em todo o seurosto. Posso sentir a maneira como você responde quando eu toco em você.

    Ela empurrou seu braço, livrando-se de suas mãos, ao mesmo tempo,desejando que não tivesse feito isso. Odiava como ele estava fazendo tudotão confuso, como ela foi rasgada por tudo o que ele representava.

     — Você não me conhece. Você só quer tentar fazer de mim um ideal,você está tentando me controlar.

    Hunter balançou a cabeça. —  Isso não é verdade.

     —  Não é? Você está me pedindo para concordar com algo que euacho totalmente condenável.

    Eu não quero estar no tipo de relacionamento que você está exigindo,nem ter você me seguindo, me ameaçando.

     — Ameaçando é? —  ele zombou.

    Ela viu que tinha ficado debaixo de sua pele, e por alguma razão,

    gostou. Queria virar a mesa sobre ele pela primeira vez.

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     — Você me entende Hunter.  —   disse olhando-o.  —   Eu não confioem você em tudo. E não vou ser sua escrava sexual tampouco. —  Ela disse,a última parte um pouco mais alto do que o pretendido.

    Havia poucos visitantes nas proximidades, subindo os degraus,olhando para eles com as sobrancelhas levantadas.

     — Ótimo.  —   disse Hunter.  —   Você conseguiu fazer as pessoas pensarem que somos loucos, o que em Nova York é um feito bastanteimpressionante.

     — Eu não me importo. Não estou concordando com nada. Tenho padrões, tenho moral.

    Ele sorriu. —  Eu nunca disse que você não tinha.

     — Você pode pensar que esse tipo de coisa é elegante. Você podegostar da ideia de tomar uma menina de cidade pequena e humilhá-la parao seu entretenimento. Mas eu não sou tão estúpida como você parece

     pensar que eu sou. E não vou ser a sua conquista mais recente e maior.Sinto muito.

    Hunter cruzou os braços.  —  Você e eu temos uma ligação, Kallie.Você sabe e eu sei disso. Todos os discursos do mundo não vão mudar essefato básico.

    Ela odiava que ele via através dela tão facilmente. A verdade era queestava morrendo para ter um outro momento em seus braços.

    Mas pensou em sua família. Eles estariam vindo para Nova York em breve, querendo saber tudo sobre a sua nova vida. Se ela começasse a verHunter, imediatamente começaria a mentir-lhes, porque nunca poderiacontar a ninguém sobre seu relacionamento e o que estava realmenteacontecendo. Estaria vivendo uma mentira. Estaria deixando a cidademudá-la, tão estúpida quanto parecia.

     — Eu não estou mudando minha mente. —  disse ela, finalmente.

    Ele olhou para ela e ela devolveu o olhar sem vacilar. Ela nuncatinha visto um homem tão bonito, tão verdadeiramente lindo, um homemque queria tanto, tanto física como emocionalmente. A necessidade era tão

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    forte que Kallie quase quebrou e lhe disse que faria qualquer coisa que ele pedisse, só por mais uma noite.

    Mas sabia que ceder significaria a total aniquilação de todos os seus

    costumes, tudo o que lhe havia sido ensinado, rebaixando-se puramente defraqueza. Para todos, Kallie sabia, Hunter era o diabo.

     — Eu não vou desistir de nós. —  Hunter disse a ela.

     — Você realmente não tem escolha.

     — Você tem certeza disso? —  perguntou.

     — Completamente certeza.

    Ele sorriu, e seu coração deu um salto. Não vá! Ela quase gritou,quando ele se virou e desceu os degraus do MOMA sem outra palavra.Logo depois, ele se foi.

    Kallie ficou nos degraus, como se tivesse se tornado uma estátua,uma instalação permanente, uma estátua de arrependimento. As pessoas sesentariam para vê-la por horas, discutiriam por que ela parecia tão triste edesesperançada, perguntando se ela já tinha se movido novamente.

    Agora era a sua vez de perguntar se Hunter era realmente o diabo, por que deixar de vê-lo era como sentir que tivessem levado seu anjo daguarda para sempre?

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    Capítulo 03

    Kallie precisava de algumas roupas novas e, ao invés de voltar até acasa dos Hamptons para recolher o que sobrou de suas coisas,simplesmente foi fazer compras na cidade. Agora que estava sendo pagatão bem, descobriu que não poderia ser ruim aproveitar um pouco dissotudo (ainda não tinha dinheiro suficiente para fazer muito alarde mesmo).

    Depois de comprar cerca de 400 dólares em vestuário, voltou para ocarro e pediu para o motorista levá-la para a mansão de Connecticut.

    Ao chegar a casa, informou que não esperava precisar de seusserviços para o resto do dia. O motorista estava muito feliz de ter o resto dodia de folga.

    Kallie passou as próximas horas com uma refeição leve (bagel comatum e uma salada de verduras), nadando na piscina (esforçando-se paramanter seus pensamentos longe de Hunter) e, finalmente, assistir televisãosozinha na enorme sala de estar.

    Eventualmente, começou a cochilar, e depois caiu em um sono profundo no sofá.

    Quando acordou algum tempo depois, Red estava em casa. Entrou na

    sala, a viu ali e apenas sentou-se e enxugando os olhos claros. Ele sorriuclaramente exausto, depois de passar todo o dia e noite no hospital com

     Nicole.

     — Você sabe, você poderia apenas ter escolhido um quarto e irdormir lá. Não pode ser muito confortável dormir neste sofá. —  disse ele.

    Kallie esticou-se e bocejou.  —  Na verdade, foi. Muito confortável.Eu não tinha planejado dormir aqui.

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    Ele olhou para ela, depois para a televisão, onde um filme ruimestrelado por Robin Williams e John Travolta estava rodando.

     —  Como foi seu dia? —  disse. —  Você fez alguma coisa divertida?

     — Fui fazer compras na cidade.

     — Isso é sempre bom.

     — E fui ao Museu de Arte Moderna.

    Ele sorriu para ela. —  Boa escolha.

     — Sim.

    Ele pareceu sentir sua reticência.  —  Pode ser um pouco confuso esem graça se você não está habituado com a coisa moderna.

    Kallie riu.  —  Não foi isso. Eu encontrei com um antigo namoradoque sai, e que era uma espécie de estranho.  —   Imediatamente lamentoudizendo que não sabia porque havia dito aquilo.

    Os olhos vermelhos se estreitaram momentaneamente, mas então suaexpressão se suavizou.

     — Eu sei como é isso. —  disse ele.  —  Mas aqui em Nova York? E ocara era originalmente de Ohio?

    Ela gaguejou e tropeçou seu caminho através de uma explicação.

     — Ele é daqui, com origem nesta área. Honestamente, nem vale a pena falar.  —   Ela olhou em volta, tentando pensar em uma maneira demudar os tópicos. —  E você? Como foi seu dia?

    Ele suspirou, pôs as mãos nos quadris.  —  Longo. Ainda tenho quelidar com o material de trabalho, quando posso, e com o negóciocomeçando a pegar tão rapidamente, está ficando difícil de fazer a partir deum quarto de hospital. E depois há sempre coisas loucas aparecendo donada. —  Ele parecia pensar de volta para algo, sorrindo para si mesmo.

     — O que aconteceu? —  Kallie perguntou. —  Algo engraçado?

     — Bem, o momento é que não é bom. Alguém quer fazer uma

    reportagem de capa sobre mim para a GQ. Normalmente, teria corrido para

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    isso, mas não posso dar o tipo de tempo que normalmente daria, com Nicole e o bebê, e tudo. Então, tive que recusar.

     — Oh, isso é muito ruim. Talvez eles possam adiar e fazer o artigo

    mais tarde?Red encolheu os ombros.  —   GQ realmente queria ter a minha

    história para a próxima edição, que fala sobre as pessoas que tiveramretornos em negócios com o esporte e entretenimento. Então, suponho queagora seria o garoto-propaganda desse tipo de retorno.

     — Há coisas piores pelas quais você poderia ser garoto-propaganda. —  ela respondeu.

     —  Não que eu saiba.  —   Ele se afastou dela.  —  Estou apenas indo para a cama.  —   disse.  — Estou absolutamente morto de cansado e queroestar acordado bem cedo. Como eu já disse, sinta-se livre para pegarqualquer quarto que você quiser.

    Red subiu para a cama, e Kallie decidiu que provavelmente deveriafazer mesmo o que seu chefe disse. Foi arrumar suas coisas em um dosquartos à direita, perto da entrada principal. Decidiu avançar pelo corredor

    em um dos quartos perto da parte de trás da casa.Achou que seria bom ter um pouco de privacidade para uma

    mudança. Ela cresceu em uma casa relativamente pequena, com cincoirmãos, dividindo o quarto enquanto cresciam, e tinha colegas de quartodurante a faculdade. Trabalhando para a família Danvers, tinha muito

     pouco de privacidade. Trina, em particular, sentia-se livre para invadir seuquarto a qualquer momento.

    Então, foi um alívio começar a desembalar suas roupas e coisas nestequarto novo, tão longe da cozinha e da sala de estar, sentia-se como sefinalmente tivesse seu próprio espaço e sua própria vida.

    Adormecendo naquela noite, à deriva, Kallie disse a si mesma que ascoisas honestamente, não poderiam ser melhores.

    E, no entanto, não era um fantasma assombrando. Seu sorriso, seusolhos, o som de sua voz, o toque de sua mão em sua perna, não conseguia

    deixar de pensar nele mesmo agora.

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    Eu disse-lhe para me deixar em paz, para ir embora. E mesmo queminha cabeça me diz que é a coisa certa a fazer, meu coração me diz queestou cometendo o maior erro da minha vida.

    ***

    Quando Kallie acordou na manhã seguinte, levou o seu tempo parasair da cama e ir para o chuveiro. Na verdade, decidiu tomar um banholongo e agradável, que durou cerca de 45 minutos. A água estava quente ereconfortante.

    Fechou os olhos e colocou a cabeça para trás contra a banheira. Aágua batia contra sua pele, e na escuridão de sua mente, o rosto de Hunterapareceu-lhe novamente. Ele sorriu para ela.

    Sentiu uma pontada forte de saudade e tristeza, um sentimento de perda.

    Por que tinha que lutar contra o que Hunter estava lhe oferecendo?

    Então o que, se não era o assunto casamento? Ela era jovem, seu relógio biológico não tinha começado a cobrar ainda, poderia se dar ao luxo de terum caso emocionante, divertir-se com um homem rico, selvagem quesoubesse pressionar todos os botões certos.

    Era realmente apenas sua educação católica, os ensinamentossimples de seus pais e da igreja, que estavam segurando-a de fazer o querealmente queria fazer? Ou talvez fosse apenas sua própria bússola internadizendo-lhe que Hunter Reardon não era nada além de más notícias e umaencarnação de más intenções.

     No meio de seus devaneios, continuou a imaginá-lo, ainda conseguiuevocar as sensações de sua noite juntos. O jeito que ele a tocou, a beijou, asensação dele dentro dela, levando-a exatamente como ele queria, e ao fimexatamente como ela queria também. Abriu os olhos e percebeu que tinhaestado imersa na banheira por sabe-se quanto tempo. A água estava morna,quase fria. Levantou-se para fora da banheira e secou-se, sacudindo os

    restos de suas fantasias.

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    Volte à realidade, Kallie. Esqueça Hunter Reardon e siga em frente já.

    Então escovou os dentes, colocou um pouco de maquiagem, uma

    roupa, escovou os cabelos, e pensou em maneiras de tirá-lo de sua mente.Talvez fosse hora de fazer algo drástico, como entrar em um site de namoroe apenas encontrar algum homem mais viável.

    Tudo o que ela precisava era de um cara legal para tomar seus pensamentos longe de Hunter, uma vez que ele estava virando umaobsessão.

    Finalmente, saiu de seu quarto e fez seu caminho para a sala

     principal, com a intomar um café da manhã e, em seguida, descobrir o quefazer com o resto de seu dia. Imaginou ter a casa solitária a esta hora damanhã, uma vez que Red era um madrugador, que sem dúvida, estariamuito longe, já no hospital, sentado ao lado de Nicole.

    Mas quando chegou a cozinha, encontrou Red no balcão, servindo-sede um café.

     — Hey.  —   disse, surpresa ao vê-lo.  —   Achei que você estaria no

    hospital agora.Ele concordou, adicionando creme para o café.  —   Houve uma

     pequena mudança de planos. Lembra-se do artigo da GQ que eu estavafalando ontem à noite?

     — Sim. —  Kallie disse, vindo mais para a cozinha.

    Red mexeu o café e tomou um longo gole.  —  O escritor insistia emme encontrar por cinco minutos nesta manhã. Queria lançar-me a ideianovamente, e disse que estava na área.

     — Ah, então você está tendo uma reunião de negócios. Devo fazeralguma coisa. —  ela perguntou.

     — Eu poderia montar um lanche para vocês. Bagels, croissants, fazermais café...

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    Red balançou a cabeça negativamente.  —  Eu não quero encorajá-lo.Meu plano é ouvir o que ele tem a dizer e depois educadamente declinar.Simplesmente não tenho tempo para gastar com ele agora.

     — Parece que ele não vai aceitar um não como resposta.

     —  ela riu.

     —  Não, ele não vai. Vou dar-lhe crédito, porém, ele quase me pegoude volta em cima do muro, e ninguém pode me fazer voltar atras uma vezque eu fiz a minha mente.

     — Bem, eu vou ser breve. Ele deveria estar aqui em breve?

     — Ele vai estar aqui a qualquer minuto, mas sinta-se livre para sair. Não é uma reunião ultra-secreta.

    Red voltou sua atenção para o jornal espalhado por todo o balcão eKallie optou por alguns cereais em vez de uma refeição mais elaborada,que estava planejando. Ela realmente estava curiosa e gostaria de ser umamosca na parede para assistir a reunião de Red com este jornalista da GQ.

    Poucos minutos depois, o telefone tocou e era o porteiro de Redavisando que o jornalista havia chegado.

     — Mande-o para cima. —  Red lhe disse.

     Não muito tempo depois, Red foi até a porta da frente receber a pessoa. Podia ouvir Red cumprimentá-lo.

     — Ei, que bom ver você.

    A outra voz era baixa e as palavras inaudíveis, mas Kallie teve umasensação estranha em seu intestino enquanto ouvia da cozinha.

     Não pode ser, pensou ela. É impossível. Sua mente está pregando peças em você.

    E então ela ouviu andando pelo corredor e passando perto em seucaminho para a sala de estar.

     — Gostaria de tomar uma xícara de café? —  Red perguntou.

    O jornalista que se virou no último segundo e olhou para ela foi

    Hunter Reardon. Ele sorriu e Kallie tentou não desmaiar.

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     — Uma xícara de café parece ótimo. —  disse Hunter, sorrindo.

     — Kallie? —  Red perguntou.

    Ela tentou reunir a compostura, mas por um momento, foi incapaz de

    mover-se, ou mesmo responder.

     — Kallie? —  Red perguntou novamente.

    Ela saiu do transe.  —  Imediatamente.  —  disse ela.  —  Como é quevocê prefere?

     — Preto.  —   Hunter respondeu com uma piscadela tímida que Rednão podia ver.

     — Vamos conversar aqui mesmo.  —  Red disse-lhe, instalando-se no balcão da cozinha.

     — Por mim tudo bem. —  disse Hunter.

     — Estou pronto para ouvir.  —  Red disse.  —  E vou tentar manter amente aberta. Mas já lhe disse que agora não é um bom momento paramim.

     — Absolutamente. —  Hunter assentiu, olhando rapidamente em voltae para Kallie.

     — Você tem muitos problemas em sua vida e não precisa de algum jornalista chato te seguindo e adicionando mais alguns.

     — Exatamente. Além disso, preciso passar um tempo com minhaesposa e estar presente na recuperação de meu bebê prematuro. Eles são asminhas prioridades agora. Se pudéssemos adiar algumas semanas ou até um

    mês...

    Hunter balançou a cabeça negativamente.  —  Eu sinto, mas precisaser agora ou nunca.

    Enquanto Kellie servia o café em uma caneca e levou-o até onde eleestava sentado, vestindo um blazer azul escuro e calça jeans, relaxado eformidável, igualmente tão confiante como Red Jameson era.

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     — Como eu disse, Hunter, acho que estamos em um impasse. Euquero trabalhar com você neste artigo, mas não posso sacrificar a saúde daminha família ou a privacidade dela.

    Houve uma pausa estranha e Kallie encheu a caneca, entregando aHunter. Ele tomou-a suavemente dela, as pontas dos dedos roçando ascostas da mão dela, quando aceitou o café.

     —  Obrigado. —  disse suavemente.

     — Fique à vontade.  —   murmurou, seu coração palpitando em seu peito. Podia sentir seu perfume, e o cheiro de seu xampu. Ela amava tudosobre a forma como ele se portava, do jeito que cheirava Por que não podia

    tê-lo?E, além disso, o que diabos ele estava fazendo aqui agora? Não havia

    nenhuma maneira que isso poderia ser uma simples coincidência. Ela sabiaque ele estava tramando algo.

     — Como é que a sua mulher se sente sobre você fazendo esteartigo? —  Hunter perguntou, finalmente.

    Red mexeu-se desconfortavelmente. —  Ela... isso não é importante.

     —  Não é, então?

    Red sorriu como se em reconhecimento da abordagem de Hunter.

     — Eu sou o único que tem a palavra final.

     — Então ela não se opõe à matéria.

     — Ela não é a questão aqui. Eu sou.  —  Red cruzou os braços, mas

    algo em sua linguagem corporal mudou. Kallie não poderia dizer o porquê,mas sentiu que de alguma forma Hunter abriu um código entre eles, talveztrazendo Red para cima do muro novamente.

     — Ok, ok. —  disse Hunter, colocando a caneca para o lado. —  Entãoo que você precisa para fazer isso acontecer? Como posso fazer isso maisfácil para você?

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     — Toda a premissa de seu artigo é passar tempo comigo, para meseguir por um dia ou dois e ver como estou fazendo o meu novo negócio eminha nova vida. Certo? —  Red perguntou.

     — Isso é muito preciso.

     — Eu não posso ter você fazendo isso, enquanto estou gastando tantotempo com a minha esposa.Além disso, isso não seria muito preciso einteressante. No momento, a maioria do meu tempo não é gasto em meunegócio, eu tenho estado sentado no hospital, servindo água e comida paraminha esposa e tentanto algum entretenimento até que possamos passaralgum tempo com o bebê.

    Hunter esfregou o queixo, pensativo. — 

      Talvez nós pudéssemosesticar o cronograma um pouco. —  disse ele. —  Talvez eu possa me tornardisponível para você, e, entretanto, vou me manter ocupado com outrascoisas.

    Kallie estava perto, tentando misturar-se na parede, mas nãoconseguia desligar-se inteiramente da situação.

     — Com o que você iria manter-se ocupado, entretanto?  —   Red

     perguntou.Hunter deu de ombros. Então olhou para Kallie e apontou para ela,

    quase como se tivesse só agora pensado nisso.

     — Ela pode me levar para almoçar ou algo assim, mostrar a propriedade, manter-me ocupado enquanto você gasta tempo com suaesposa e recém-nascido. Mas se tiver um minuto livre para falar, deixe-mesaber e eu vou estar lá. Eu estarei à sua disposição, por assim dizer.

    Pela primeira vez, Red parecia aturdido.  —   Bem, eu não tinha pensado nisso. Kallie, você seria contra? Eu sei que tinha lhe dado algumtempo de férias...

    Ela engoliu secamente. — Eu?

     — Sim, você. —  Hunter riu. —  Eu prometo que não mordo. Faça umfavor a um escritor, hein, e me faça companhia por um dia ou dois até queseu chefe tenha tempo para mim.

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    Red olhou para ela e sentiu seu desconforto. —  Você sabe o quê? Euvou ter que recusar mais uma vez. Prometi a ela o resto da semana de folga,e não posso simplesmente voltar atrás e colocá-la nessa situação agora. Nãoseria justo.

    Kallie percebeu que todo esse cenário era apenas uma desculpa queele inventou para passar tempo com ela. Red poderia ser enganado, masnão ela.

    E era por isso que estava tão surpresa quanto percebeu o que saiu desua boca em seguida.

     — Eu posso fazer isso. —  disse ela.

    Red olhou para ela.  —  Não precisa fazer isso só porque você achaque eu iria ficar desapontado se você dissese que não.

     — Eu só estou fazendo isso porque acho que este artigo vai ser muito bom para o seu negócio, e quero ajudar. Além disso, já estava sem saber oque fazer nas minhas férias.

    Havia um monte de verdade em seu depoimento. Achava que umareportagem de capa da GQ beneficiaria Red, e ajudá-lo a conseguir isso iria

     proporcionar-lhe alguns pontinhos.

    O fato subjacente de que ainda queria passar mais tempo com Hunterfoi apenas algo que ela iria aceitar, mas fingindo não perceber.

    Red sorriu para ela, e Hunter deu um sorriso secreto que ela achou irritante.

     — Bem. —  disse Hunter, voltando-se para Red. —  Parece que fomoscapazes de tornar um compromisso possível. Eu vou ficar por aqui alguns

    dias, ter uma noção de sua vida sem ser um enorme incômodo e, quandotiver tempo, deixe-me saber e nós vamos trabalhar mais em profundidade omaterial para a minha matéria.

    Red riu. — Tenho que dar crédito onde é devido, Hunter. Você é lisocomo petróleo, amigo. Tudo certo. —  Ele levantou-se e apertaram as mãos.

    Ambos estavam mais relaxados agora que tudo tinha sido resolvido.Claro que, para Kallie estava apenas começando.

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    Capítulo 04

    Red partiu para o hospital, dizendo a Hunter que poderia ter algumtempo livre no final da tarde para a primeira parte de sua entrevista.

     — Até então, apenas tente não deixar nossa babá louca. —  Red disse,com um toque de seriedade em seus olhos.

    E então ele se foi, deixando Kallie e Hunter sozinhos.

    Eles estavam parados em frente a entrada juntos, assistindo o carrode Red desaparecer ao longo da colina.

    Kallie estava muito consciente do fato de que Hunter Reardon estavaaqui, sozinho com ela em uma grande mansão com muitos quartos, semsaber o que fazer com ele. Pensou que Hunter poderia ter algumas ideiassobre como fazer uso de um desses quartos bem agora, o que fez seus

    mamilos endurecerem debaixo de sua camisa.

     —  Não tenha ideias.  —  murmurou para ele, quando ele deu-lhe umolhar de soslaio e um sorriso.

     — Eu? Ideias? Minha vida inteira é ideias.  —  disse saindo na frentedela e sorrindo.  —  Então, aonde você quer ir, Kallie? O mundo é nossaostra.

    Ela cruzou os braços. — 

     Eu só estou fazendo isso para Red. Não fizisso para que você e eu pudéssemos sair juntos e jogar de girar a garrafa.

    Esta foi uma mentira deslavada, mas tinha que se proteger. Tinha quetentar permanecer forte, mesmo estando mais fraca do que já tinha sido.Hunter a olhava, e ela mal conseguia olhar para ele. Se fizesse, tinha medoque ele ia ver o queria e precisava em seus olhos.

    Só de estar perto dele era de enlouquecer. Seu magnetismo era

    enervante, sua confiança era irritante, e sua tenacidade foi um completotesão. Tentou lembrar-se de que dar sua atenção para Hunter e tudo o que

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    ele representava teria o potencial de destruir muito mais do que suaautoestima.

    Este homem poderia quebrar seu coração e sua mente de uma só vez

    se não tivesse cuidado. — Seja qual for a razão que você tinha por concordar em passar os

     próximos dias comigo, o fato é que vamos estar vendo muito mais um dooutro. Então, nós podemos muito bem fazer mais do mesmo, Kallie. —  Elese se encostou ao batente da porta da entrada, casual e descontraído, comose fosse o dono da casa.

     —  Não há nada a fazer na maior parte do tempo, Hunter. Você me diz

    onde gostaria de ir. Vou me certificar de que vá. Mas não tente transformarisso em algo mais. Eu sei por que você está fazendo isso, e não vaifuncionar.

     — Oh? Por que estou fazendo isso?

    Ela balançou a cabeça.  —   Não estou sequer me preocupando comessa conversa.

    Ele se endireitou e passou por ela, e por um momento, sua respiraçãoficou presa na garganta, porque tinha certeza que ele ia pegá-la em seus

     braços fortes e beijar seus lábios. E ela queria isso mais do que jamaisousou admitir.

    Mas Hunter estava movendo-se rapidamente por ela agora.  —   Euquero sair, sentir o vento no meu rosto. Você já se sentiu assim, Kallie?

     —  Não é verdade.

     — Vamos, eu quero lhe mostrar uma coisa.

    Ela suspirou. —  Para onde vamos?

     — Lembre-se, você é a pessoa que está me fazendo companhia agora.Estou em uma atribuição de trabalho com o seu chefe, e acho que Redgostaria de saber que você está tentando o seu melhor para ter uma boaatitude.

     — 

    Red sabia por que você está escrevendo este artigo para GQ, émesmo um artigo de verdade?

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     — Certamente é. —  disse ele, fingindo choque com sua sugestão.  — Como você ousa insinuar que estou mentindo sobre minhas credenciais?

     — Eu só estou perguntando se Red sabia que essa coisa toda é um

    ardil para me levar para a cama.Hunter explodiu em gargalhadas. Ele riu tanto e tão forte que seu

    rosto ficou vermelho e deu um tapa no joelho.

     — Kallie, oh meu deus. Você está falando sério?

     — Estou falando sério.  —  disse, de repente, sentindo-se ansiosa.  — Sei que é a verdadeira razão que trouxe você aqui.

    Ele enxugou as lágrimas de riso de seus olhos, ainda rindo, masacalmando.

     — Você é demais.  —  disse ele. Foi recuperando-se de sua explosãode rido.  —   Não é sobre estar na cama com você, Kallie. Eu já fiz isso,lembra? —  Ele veio em direção a ela agora.

    Ela recuou um passo, mas ele estava tão perto, em um movimentorápido como um gato, até que estava quase em cima dela. E a coisa foi que

    ela estava desesperada para estar perto de Hunter mais uma vez, mesmoquando seu cérebro gritou com ela para ficar longe, ela perdeu a vontade delutar.

     — Eu me lembro. —  disse em voz baixa, quase um sussurro.

     — Você se lembra de como foi, quando nossos corpos estavam tãoenrolados que éramos praticamente inseparáveis, e cada parte de vocêestava disponível para mim, e toquei-a de maneira que você nunca foi

    tocada antes? —  Ele olhou-a nos olhos e ela não conseguia desviar o olhar.

     — Sim.  —  disse, incapaz de se afastar dele ou dizer qualquer coisa para distrair a partir da conexão que sentia no momento.

     — Então você sabe que isso não tem nada a ver com você ficar nacama. Essa coisa toda é para provar o que temos entre nós dois, para quevocê possa ver que o que estou oferecendo é real.

     — 

     Não é real. Eu sou apenas outra conquista.

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    Ele balançou a cabeça, triste.  —  É aí que você está errada, Kallie.Você está tão errada quanto a isso.  —  Ele se virou e quebrou a conexão, eela sentiu-se querendo puxá-lo de volta, mas estava muito confisa e tinhamedo de ser tão ousada.

     — Então, nós estamos indo para algum lugar ou não? —   disse,finalmente, como ele estava de costas para ela.

     — Estamos. —  ele disse. — Vamos.

    E assim ela fez.

    ***

    Hunter estava dirigindo e Kallie sentou-se ao lado dele, observandoquando tomou a saída para Hartford.

     — Onde exatamente você está me levando?

     — Eu não vou te levar a lugar nenhum.  —   respondeu ele.  —   Nósestamos indo para algum lugar juntos.

     — Ok, para onde vamos?

     — Você vai ver. —  Ele sorriu.

     — Você nunca pode dar uma resposta clara a qualquer pergunta, pode?

     — Claro que posso. —  Olhou para ela por um segundo rápido.  — Váem frente e me faça uma pergunta agora. Pergunte-me o que quiser e vouresponder.

     —  Não, você não vai.

     — Medo? —  disse.

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     — Tudo bem. —  Virou-se e olhou para ele, seus olhos se estreitandoenquanto considerava a pergunta perfeita. Finalmente, decidiu. —  Por quevocê não quer que eu termine de ler Blue Horizon?

    Ele sorriu lentamente. — 

    Achei que você ia me perguntar sobre isso. — Então você está se esquivando?

     —  Não, eu vou te dizer.  —  Pensou por um momento.  — A coisa é,Blue Horizon foi um sucesso além dos meus sonhos. Quando escrevi esselivro, fiz isso porque...  —  parou por um momento, como se não quisessecontinuar.  —   Bem, escrevi porque alguém muito próximo precisava demim para escrever. E então, quando ele estava pronto, meio que coloquei-o

    em uma gaveta e esqueci. Eu particularmente não tenho tempo para ir procurar um agente e tentar publicá-lo, e isso nunca me ocorreu que eu pudesse fazer, de qualquer maneira.

    Kallie o viu, seu coração bateu mais rápido quando percebeu queHunter foi realmente sincero com ela, pela primeira vez. Estava dizendo aela algo que suspeitava que muito poucas pessoas, se é que alguém sabiasobre ele.

     — Então, como você terminou publicando isso?

     —  ela perguntou.

     —  Não, isso são duas perguntas. Eu estou respondendo a uma pergunta apenas. —  disse a ela.

     — É justo.  —  Ela sorriu, gostando do jogo por algum motivo. Mas,novamente, por que tudo entre eles tem que ser um jogo?

     — Eu só vou dizer que Blue Horizon, de alguma forma, como se pormagia, encontrou o seu caminho para as mãos de um agente e depois umeditor, e consegui um acordo de publicação muito lucrativo.

     — Isso é incrível. —  disse. —  Quero dizer, é como ganhar na loteria,não é?

     — Sim, mas o que ninguém me disse é que o preço para alcançarmeus sonhos foi maior do que imaginava.

    Ela queria perguntar, mas absteve-se. Em vez disso, simplesmente

    assentiu.

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     — O livro foi um enorme sucesso, no entanto.

     — Isso foi.  —   ele concordou.  —   Maior até mesmo do que o meueditor esperava. Nós batemos o número um na lista de best-sellers do New

    York Times, por 15 semanas consecutivas. Nós vendemos milhões decópias, e depois vendemos os direitos do filme para a DreamWorks. Um par de anos depois, o filme saiu e arrecadou mais de 300 milhões de dólaresem todo o mundo.

     — Oh, meu Deus. —  ela suspirou.

     — Eu não tive os 300 milhões pessoalmente, mas meu agente foicapaz de me arranjar uma pequena porcentagem de venda e isso operou

    uma boa mudança, acima de tudo. — Você ainda não respondeu a pergunta original. —  ressaltou.

     — Estou chegando lá, Kallie. Tenha um pouco de paciência.  —  Olhou para ela, e ela ficou emocionada a partir da maneira como seus olhosescuros encontraram os dela, antes de voltar a olhar para a estrada.

     — Ok, eu vou ficar quieta.

     — De qualquer forma.  —   disse, quando o carro alcançou um canto particularmente apertado, e Hunter habilmente manobrou em torno dele e,em seguida, pegou velocidade em uma reta.  — As coisas estavam indoabsolutamente maravilhosas, exceto por uma coisa importante.  —   Sorriu,como se para si mesmo.  —  Eu não conseguia escrever o próximo livro. Onegócio é que eu fui contratado para escrever dois livros, e Blue Horizonfoi tão popular e o final foi tão ambíguo que as pessoas estavam pedindo o

     próximo imediatamente. Ninguém havia falado comigo ou perguntado

    sobre o que era próximo maldito livro. E eu não poderia escrever uma palavra. Nem uma única palavra.

    Olhou para ela de novo, para avaliar sua reação.

     — Isso é obviamente difícil para você. —  disse ela.

     — Eufemismo do ano.  —   ele riu.  —   A pressão era imensa e sócresceu. Financeiramente, socialmente e psicologicamente, toda a minhavida é basicamente ligada para sempre a esse livro que escrevi. E nosúltimos dois anos, tive que aceitar que não vou escrever o próximo. Eu

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    devolvi ao meu editor meio milhão de dólares, que havia recebidoantecipadamente.

    Kallie engasgou novamente. Não podia sequer imaginar receber

    meio milhão de dólares, e muito menos ter que devolvê-lo. — Isso é terrível, Hunter.

     — O dinheiro não é nada. Eu fiz muito dinheiro, o suficiente para memanter uma vida inteira. Estou dirigindo uma empresa de produção desucesso agora, mas isso não impede as pessoas de me pedir sobre BlueHorizon.  —   ele suspirou, como se ainda incapaz de compreender o quetinha acontecido.  —   São as malditas perguntas.  —   disse ele.  —   Cada

    entrevista, cada vez que outra pessoa me reconhece na rua ou alguém emuma festa ouve meu nome, e a primeira coisa que sai de sua boca é:Quando você estará publicando o próximo livro? Quando sairá a sequênciade Blue Horizon?  —   Isso fica muito, muito velho. Parei de ler e-mail defãs. Parei de receber as chamadas do meu agente ou dar entrevistas. Pareitudo isso porque estou tão cansado dessas mesmas perguntas.

     — Eu acho que você respondeu minha pergunta.  —   ela dissesuavemente. —  Você não quer que eu seja outra pessoa perguntando sobre

    o seu próximo livro.

    Ele acenou com a cabeça. Suas mãos agarraram o volantefirmemente.

     — Estou cansado dessa pressão. —  disse. —  Porque agora eu sei quenunca vou escrever outro livro.

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    Capítulo 05

    O resto da viagem foi tranquilo, mas Hunter pareceu perder o bomhumor e cair em um humor sombrio. Kallie entendeu o porquê.Respondendo à sua pergunta, obviamente, tinha retornado para um tempoescuro de sua vida, e agora ela se arrependeu de ter forçado ele para lhe daruma informação tão pessoal.

    Isso simplesmente reforçou a ela por que esta relação nunca poderiasair do chão. Hunter era um homem assombrado por algo em seu passado, enão queria permitir que ninguém chegasse perto dele.

    Agora os dois estavam em locais escuros, ela supunha, ambos perdidos em seus próprios mundos silenciosos de pensamentos, que osdeixaram sozinhos e sem palavras a dizer.

    Kallie disse a si mesma, pela milésima vez, que mesmo que estivesseatraída por Hunter, mesmo que ele tivesse lhe dado a mais sensual eemocionante noite de sua vida, não era um motivo bom o suficiente paraenvolver-se mais profundamente com ele.

    Ele praticamente escreveu para ela que estava danificado. Será queela realmente desejava obter uma experiência de primeira mão de como sairum relacionamento íntimo?

    Aproximando-se à sua direita estava vários tipos de concessionárias,e agora Hunter estava diminuindo a velocidade e virando noestacionamento.

    O grande sinal azul na frente sinalizou a concessionária BallySuzuki, e havia uma enorme vitrine de vidro com dezenas de motocicletas

     polidas e brilhantes por trás dela.

     — O que estamos fazendo. —  ela perguntou, subitamente nervosa.

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    Hunter sorriu.  —   Mencionei que ao longo dos últimos anos,realmente passei a gostar de esportes radicais?

     —  Não, você não disse. Eu mencionei que estou realmente

    interessada em ficar viva o maior tempo possível? — Eu não tenho qualquer desejo de morre, Kallie. Só quero desfrutar

    de um pouco de adrenalina de vez em quando. E motos de corrida são asmelhores, são como um mix de artes marciais e alpinismo.

    Kallie tentou não revirar os olhos. — Parece incrível.

     — De qualquer forma, estou olhando para comprar uma novamotocicleta, possivelmente um modelo Suzuki. Quer vir em um test drivecomigo?

     — De jeito nenhum.

    Ele riu. —  Isso é o que eu imaginava. Vamos. Podemos pelo menosdar uma olhada ao redor do showroom.

     — Tudo bem. —  disse ela.

     — Lembre-se, você concordou em me fazer companhia enquantoespero Red Jameson para conceder-me uma entrevista, por isso espero quevocê mantenha sua promessa e tente sorrir um pouco enquanto você fazisso.

     — Eu posso sorrir.  —   disse, dando-lhe um grande sorriso falso aosair do carro, sentindo-se taciturna e petulante.

    Seguiu Hunter para a concessionária, seus pensamentos vagandoquando ele começou a falar com um dos vendedores. Eles discutiram sobrediferentes marcas e modelos de motos famosas e pareciam estar seentendendo logo de cara. Hunter era encantador, insinuou claramente quetinha dinheiro para gastar, e que também sabia muitas coisas sobre asmotos.

    O vendedor amava o seu entusiasmo e os dois riram e conversaram adistância, enquanto Kallie estava junto e pensava em como estava irritada,de repente, em se tornar acompanhante Hunter.

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    É isso como seria a vida se ela estupidamente concordasse com umromance?

    Seria forçada a passear ao seu lado, quieta, submissa, como uma

    nova gueixa com cabelos loiros e olhos azuis?Eventualmente, fizeram o seu caminho para fora do prédio e o

    vendedor trouxe em torno deles uma monstruosidade grande de cromo azule preto. Bastava olhar para aquela coisa para ficar nervosa, e ainda tinhaque admitir que o pensamento de Hunter ser capaz de lidar com umamáquina tão grande foi um pouco quente.

     — Será que ela vai com você?  —   Kallie mal ouviu o vendedor

     perguntar, quando seu subconsciente saiu de seu devaneio.Hunter riu e balançou a cabeça negativamente. —  Ela é estritamente

    uma moradora da terra, gosta de manter os pés firmemente plantados noconcreto. Você sabe o tipo.

    O vendedor sorriu. — Isso é o que todos dizem. Mas uma vez que elasuba e prove o gosto da velocidade e do motor vibrando, provavelmentevamos ter que arrastá-la para fora dela.

    Hunter olhou para ele.  —   Não mesmo. Acredite em mim, ela é aexceção a essa regra.

    O vendedor levantou uma sobrancelha. —  Se você diz que sim.

     — Eu sou.

    Kallie sentiu uma pontada de agravamento.  —  Eu sou a exceção àregra? O que significa isso?

    Hunter olhou para ela.  —  Isso significa que a maioria das mulheresresiste no início, mas uma vez que testam, ficam ligadas. No entanto, háuma pequena percentagem que simplesmente tem muito medo davelocidade.

     — Se quiser tentar, nós podemos fornecer-lhe um capacete e uma jaqueta de proteção para ajudar a dar um pouco de paz de espírito. —  disseo vendedor.

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    Hunter negou, acenando com a mão.  —   Ela vai esperar aqui. Nãoquer fazer isso, confie em mim.

    O vendedor deu de ombros, finalmente desistindo.  —  De qualquer

    forma, aqui estão as chaves. Leve-a para dar uma volta e depois vamosconversar, ok?

    Quando o vendedor saiu, Hunter voltou para seu carro e abriu o porta-mala pegando um grande capacete e, em seguida, batendo a portacom sua mão livre.

    Kallie estava olhando-o com um sentimento de frustração. Será queele realmente achava que era tão previsível, como poderia saber que ela não

    iria gostar mesmo se nem tentou isso? Mesmo que suspeitasse que eleestivesse certo, ficou perturbada que sua opinião a incomodava tanto.

     — Eu estou pensando que quero tentar montar essa coisa.  —  disse aele.

    Ele já estava prestes a sair com a moto. Uma mão pousada no guidãoesquerdo da moto. Olhou para ela, parando por um momento.

     — Olha, quero pegar a estrada e colocar este bebê através de seusritmos. Não posso fazer isso com você segurando sua preciosa vida,choramingando no meu ouvido.

    Ela ficou mais reta. —  Choramingando? Você não me conhece muito bem, Hunter, ou você nunca diria algo tão idiota. Eu nunca choramingueina minha vida. Eu cresci com cinco irmãos, lembra?

     — Você deve apenas ficar aqui e ler uma revista ou algo assim. Eunão vou demorar.

     — Eu não vou esperar aqui. Eu vou com você.

     — Kallie.

    Ela caminhou em direção à concessionária para encontrar aquelevendedor bajulador.

     —  Não se atreva a sair sem mim, Hunter. —  gritou de volta para ele,

    andando em ritmo acelerado para as portas do showroom, abrindo a porta.

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       — Alguém pode me emprestar um capacete para um test drive?  —  Ela pediu.

    O vendedor veio correndo, dizendo-lhe o quanto ela estava indo para

    amar a saída e que não se preocupasse porque as motos Suzuki eram dasmais seguras do mundo, etc, etc.

    Enquanto isso foi pegar o capacete do tamanho correto para ela.

    Em seguida, deu-lhe o que parecia um barato capacete vermelha, oqual não teria sido sua primeira escolha, mas não se importava. Kalliequeria voltar para Hunter e provar que ele estava errado.

    Ela se dirigiu de volta para fora, e Hunter estava longe de ser visto.

    Ela não podia acreditar. Ele tinha saído e a deixou, apesar do fato deque ela lhe disse que não fizesse isso.

    Por um breve segundo, estava com tanta raiva que não podia verdireito. E então ouviu o som de um motor acelerando atrás dela. Girando,viu Hunter montado na moto, vindo lentamente em sua direção.

     — Eu pensei que você tivesse me deixado aqui. —  gritou por cima do

     barulho do motor.

    Ele rodou ao lado dela e parou, subindo a viseira fumê de seucapacete e olhando-a de cima a baixo.

     — Tem certeza que quer fazer isso, Kallie?

     — Eu estou mais do que certa.

     — Ok, então. Eu vou devagar, prometo.

     —  Não faça nada de diferente por minha causa, Hunter.

     — Suba a bordo. —  disse, lançando seu visor para baixo novamente.Primeiro, colocou o capacete e olhou em volta. Sua cabeça estava pesada eestranha com essa coisa enorme que lhe cobria. Foi um pouco inquietante,mas disse a si mesma que não estava dirigindo, por isso não importava.

    Kallie caminhou atrás de Hunter, uma perna pendurada

    desajeitadamente por cima do banco e depois usou a mão para segurar seuombro, puxando-se montada no veículo pesado de metal.

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    Ele pegou seu pulso, puxando-lhe o braço em volta da cintura. Elaenvolveu seu outro braço em torno de sua barriga, e agora estavasegurando-o com força por trás.

    A posição era estranhamente íntima, e ela foi subitamentedespertada.

    Foi emocionante. Hunter foi emocionante. Ela estava viva, estava bem acordada e seu corpo inteiro estava vibrando juntamente com asvibrações da moto embaixo dela. Mas, por dentro, seu corpo estavavibrando com um tipo totalmente diferente de vibração, estava tonta e feliz

     por estar tão perto de Hunter, sentindo seu corpo, sendo capaz de estar aolado dele, apreciando suas sensações, e sabendo que agora eram apenas os

    dois e nada mais realmente importava.

    Quando ele andou lentamente para frente e começou a ganharvelocidade, ela apertou seu abraço em torno dele um pouco mais. Dentro deseu capacete, estava sorrindo.

    E então eles saíram do estacionamento da concessionária ecomeçaram a dirigir-se ao longo da estrada sinuosa, e Kallie podia sentir ovento contra ela, mas Hunter estava na frente, tendo o peso da resistência

    do vento.

    Ela estava estranhamente protegida, quase mais segura do que játinha se sentido antes em sua vida. Não era possível, e ainda assim sabiaque era muito real em algum nível. Sabia, de repente, que havia muito maisem Hunter do que o bad boy, mais do que um torturador com quem elacorreu mais profundo do que qualquer pessoa que já tenha conhecido.

    É tão errado eu querer mergulhar nessas águas, nadar tanto quanto osolhos podem ver, e depois ir cada vez mais fundo abaixo da superfície, atédescobrir o que está realmente no fundo?

    Eles continuaram na estrada, movendo-se em um ritmo justo, masnada inspirador. Ela poderia dizer que Hunter estava dirigindo devagar,talvez para não assustá-la.

    Ela se inclinou para frente, tanto quanto possível.

    Ele sentiu a mudança de seu peso e se inclinou para trás. — Você está bem? —  gritou de volta, retardando ainda mais.

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     — Sim. —  ela disse. — Vá mais rápido!

     — Assim está bom.

     —  Não, eu quero ir mais rápido!

    Podia senti-lo tremer contra ela, enquanto ele ria do seu pedido. Derepente, ele estava abrindo o acelerador e eles estavam acelerando tãorapidamente que Kallie fechou os olhos por alguns segundos. O vento batiaao redor de seus ombros e cabeça quando ela simultaneamente encolheu-see aumentou seu aperto na cintura de Hunter.

    Quando ela abriu os olhos novamente, eles foram escorrendo poruma rua vazia e tudo era um borrão. As árvores eram apenas faixas verde emarrom, a estrada em si era apenas cinza, como as águas agitadas dooceano. O motor era tão alto em seus ouvidos que não podia sequer pensarem se comunicar com Hunter, a menos que talvez o beliscasse ou algoassim.

    Em vez disso, Kallie observou sua vida e tentou aproveitar o passeio.

    À medida que os minutos passavam, descobriu que sua frequênciacardíaca estava diminuindo um pouco, e foi capaz de olhar e observar omundo ao seu redor de forma mais clara.

    Talvez, pensou ela, essa coisa toda de condução rápida tivesse seus pontos positivos. Foi definitivamente uma corrida, como Hunter tinha ditoa ela que seria. Sentiu-se como uma bateria que tinha sido carregada comforça total. Seus sentidos estavam em alerta, seus olhos eram claros, seus

     pensamentos estavam focados.

    A única coisa que tinha descoberto a partir desta pequena expediçãoera que não poderia dizer que seus sentimentos por Hunter tinhamdiminuído, mesmo um pouquinho. Ela o queria mais do que nunca, queriatocá-lo e estar perto dele como hoje novamente.

    Depois de mais alguns minutos, eles voltaram para a concessionária.

    Hunter dirigiu a moto até onde o vendedor tinha inicialmente adeixado, e depois ficou no lugar com o motor em marcha lenta. Kalliedesceu, e continuou a sentir as vibrações através de suas nádegas e barriga.

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    Foi como sair de um barco e ainda sentir que estava com as pernas no marou algo assim. Ela puxou o capacete e sacudiu o cabelo.

    O motor foi desligado, e Hunter ficou de pé ao lado dela, seu

    capacete sob o braço. — Percebe o sangue fluindo, não é?

    Ela assentiu com a cabeça, ainda recuperando o fôlego.  —  Isso foi...algo assim.

     — Será que você odeia?

    Ela olhou para ele e afastou o cabelo do rosto. —  O capacete me deu

    estática, mas fora isso, foi muito legal.Hunter sorriu. — A cor me surpreendeu.

     — Eu não sou tão normal como você parece pensar que eu sou.

     — Eu nunca disse que era normal.

    Ela podia sentir seu rosto ficar vermelho quando Hunter olhou emseus olhos. Sabia o que significava aquele olhar, era o mesmo que ele tinha

    dado a ela na cama.

     — Talvez você não dissesse isso, mas estava implícito.

     Não muito tempo depois, o vendedor veio e saiu para o check-in emseu test drive.  — Então. —  perguntou, olhando para o sol.  —  Será que elavai bem?

    Hunter assentiu. —  Muito bem. Um dos melhores passeios da minha

    vida. É claro, a maior parte provavelmente em função da minhacompanheira, mas realmente gostei da forma como andou. Vou comprá-la.

    O vendedor olhou temporariamente surpreso. —  Ok, então você estáquerendo financiá-la?

     —  Não. Vou pagar em dinheiro, agora.

    Dito isto, os dois homens começaram a andar na direção da lojaenquanto Kallie ficou lá, sem saber o que fazer. Hunter se virou e olhou

     para ela.  — Você não vem?

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     — Ótimo. Perfeito, na verdade. Até mais. —  Ele desligou o telefone edeslizou no bolso.  —   Red disse que tudo bem. Eu posso levá-la para ohospital às seis horas da tarde, porque ele está pensando em obter algumtempo para fazer a primeira parte da minha entrevista com ele.

     — Bem, talvez eu não queira conduzir o seu carro de volta para a suacasa. —  disse ela friamente.

     — Por que não?

     — Porque eu sei o que você está tentando fazer, Hunter.

    Ele sorriu.  —   Por favor, esclareçam quais são as minhas segundasintenções, Kallie. Estou muito curioso para saber o novo plano diabólicoque estou tramando.

     —  Não zombe de mim. —  disse ela. — Você está tentando me seduzire é transparente.

    Seus olhos escureceram e seu rosto ficou apertado.  —   O que étransparente aqui é que você tem medo de admitir seus verdadeirossentimentos. Mas eu não sou cego. Eu posso ver que você sabe o que nóstemos. Eu posso ver que você está lutando contra suas próprias emoçõesem cada turno.

     — Eu não estou lutando contra nada.  —   ela mentiu.  —   E você écompletamente arrogante e detestável.  —   Ela caminhou de volta para ocarro. —  Não estou indo para casa com você, Hunter. Não vou dormir comvocê novamente. Você me disse o que você quer de mim e eu não vou fazerisso.

    Hunter se aproximou dela enquanto estava no carro com os braçoscruzados.

     — Só me leve para casa, por favor. —  ela disse.

    Ele ficou perto dela, inclinando-se sobre o capô, enquanto esperava pela porta do passageiro.

    Hunter olhou-a firmemente.  —   Eu pensei que estávamos nosdivertindo.

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     — Sim. —  ela concordou. —  Mas, então, você sempre encontra umamaneira de transformar em outra coisa. Por que você está tão empenhadoem levar-me de volta para sua casa?

     —  Nada tem que acontecer na minha casa. Você tem medo que euvou tentar alguma coisa ou forçar você, Kallie?

    Ela olhou em seus olhos. Não tinha medo dele obrigando ela a fazerqualquer coisa. Muito pelo contrário, estava com medo que ela não seriacapaz de resistir a ele se estivessem de volta ao seu lugar, e sabia que acama estava bem no andar de cima. A mesma cama onde ele a tinha levadoa lugares que ela nunca imaginou ser possível.

     — Eu não tenho medo de você.

     —   ela disse, baixinho.

     —   Mas euacho que você é muito manipulador Hunter.

     — Eu só estou tentando passar o tempo com você. —  disse ele. —  Euacho que você gosta de passar o tempo comigo.

     — Você é tão quente e frio.

    De repente, ele se aproximou e colocou a mão em seu pulso,levemente.

     — Eu vou ser mais quente, então. —  disse, em voz baixa. A carga deeletricidade disparou no braço de onde ele tocava.

     —  Não. —  ela sussurrou, afastando-se.

     — Por quê?

    Ela olhou para ele de novo.  —  Você me disse o que você quer demim. Eu não posso ser parte desse tipo de relacionamento. É umaabominação. É contra tudo o que eu acredito.

     — Você tem certeza disso?

     — Sim.

     — Dê-me uma noite, Kallie.

    Ela suspirou e jogou a cabeça para trás e gritou de frustração.  —  Por

    que você é tão persistente?

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     — Porque eu quero você. E quando eu quero algo, vou atrás com todoo meu poder. E nunca quis nada em minha vida tanto quanto eu quero você. —  Ele disse, sem mover um cílio.

     — Se você me quisesse tanto, você iria quebrar uma ou duas de suas pequenas regras para mim.

     — Primeiro, temos que jogar pelas regras antes poder quebrá-las.

    Ela sorriu. Adorava que ele apreciou esta brincadeira entre eles.Podia ver isso em seus olhos. Ele gostou desse torneio verbal de frente paratrás. Kallie nunca tinha lidado com um homem que era tão desafiadorquanto Hunter, e teve que admitir que achou seus avanços lisonjeiros e

    extremamente excitantes.Eu não poderia ter apenas uma noite com ele? Ela se perguntou. Eu

    não poderia estar com ele de novo e ver se há algo lá? Talvez possa levá-loa relaxar algumas de suas regras estranhas para mim.

    E então uma lâmpada acendeu. Ocorreu-lhe que realmente havia umcompromisso aqui, e ela estava orgulhosa de si mesma para descobrir isso.A realização a fez sair em um sorriso.

     — O que você está pensando? —  Hunter perguntou.  —  Eu posso veras rodas girando em sua cabeça.

     — Estou pensando que eu posso ter encontrado uma solução para onosso problema.

     — Eu estou ouvindo.

     — Você tem que estar disposto a fazer concessões.

    Sua testa enrugou-se. —  Eu não gosto dessa palavra.

     — Eu tenho certeza que você a odeia, mas é a única maneira. —  disseela.

    Ele cruzou os braços. — Vá em frente, fale.

     — Eu vou estar com você a partir de agora até que você me leve devolta para o hospital e esta noite, para fazer o que quiser comigo.

    Suas sobrancelhas se ergueram em surpresa. —�