7 alyson noël the immortals eternal flame

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The Immortals

Eternal Flame A estória de Damen

Alyson Noël

Sinopse:

É um conto da série The Immortals que mostra como foi

quando Damen conheceu Evangeline (Ever) pela primeira vez.

Comunidade Traduções de Livros

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=25399156

Tradutora: Mari

http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=967936724784771627&rl=t

Colaboração na tradução: Renata Mallmann

http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=7007178818492852022

Page 3: 7 alyson noël the immortals eternal flame

“No minuto que ouvi minha primeira história de amor que eu comecei

a olhar para você, não sabendo o quão cego eu era.

Os amantes não se encontram finalmente em algum lugar.

Eles encontram-se cada um em seu tempo.”

- Rumi.

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Paris, França.

8 de Agosto de 1608

Eu fecho meus olhos e encosto-me contra o encosto de veludo almofadado e fecho os

olhos aos sons dos cascos batendo com força contra o paralelepípedo. O som dos cascos

trotando mantêm uma perfeita harmonia com o som das rodas da charrete, proporcionando o

som mais doce do que qualquer sinfonia que eu já ouvi.

É um som de escape.

É um som de adeus.

Um som que sempre serviu para acalmar-me no passado,dando-me a garantia

necessária de que investigações não desejadas e suspeitas de novos conhecimentos alertados

logo desapareceram – permitindo uma breve pausa em um novo local, antes que eu tenha que

me mudar novamente.

Eu sou um cigano.

Um nômade.

Um vagabundo.

Um mendigo.

Eu sou um que vagueia incessantemente – embora nem sempre por escolha.

As coisas que outros tomam como garantia – um endereço permanente, uma família,

um grupo de amigos próximos e confiáveis – não são coisas para a minha espécie.

Eu cometi esse erro antes, aprendi minha lição da maneira mais difícil. Tentando

convencer a mim mesmo que estava tudo bem, ficar em um só lugar – somente para ser

acordado no meio da noite pelo fogo das tochas, a multidão armada com espadas, e a histeria

crescendo como o som de um motor.

Um erro que eu não cometerei mais.

Eu recolho as bordas de ouro da cortina para o lado, espiando pela janela a pequena

praça olho para cima para a manta do céu tão escuro, tão deslumbrante, tão cheio de um

aglomerado de estrelas brilhantes eu lembro-me da caixa de jóias da Drina – enorme, forrada

de seda com um monstruoso aglomerado de jóias sortidas somente as melhores que o

dinheiro pode comprar.

Minha mente se enche de pensamento dela – seu cabelo vermelho fogo, a pele branca

cremosa, o surpreendente verde esmeralda de seus olhos e o sorrio frio e selvagem – fazendo

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uma beleza tão incrível, tão sedutora, que durante anos, séculos na verdade, parecia

suficiente.

Mas não mais.

Agora minha única esperança é me livrar todos os últimos vestígios dela.

Reduzir aquela menina com quem passei a maior parte da minha vida a uma memória

pequena, e distante que prefiro apagar.

Embora, com toda a justiça, não foi Drina que mudou. Ao longo dos anos que

passaram, ela continuou exatamente a mesma – não diferente da menina que eu resgatei de

um orfanato séculos atrás.

Avarenta.

Consumista.

Egoísta.

Consumida por um conjunto de necessidades e demandas tão profundas que parece

não ter fim – mantendo a parte mais voraz de seu apetite reservado apenas para mim.

Embora seja verdade que eu a desejei também, nestes dias, já não posso encontrar isso

em mim.

Minha carruagem vira para a direita, mas a vista continua a mesma – ela permanece

constante e eterna, como eu.

O sol nascendo e se pondo fielmente, como a lua e as estrelas seguem tão brilhantes

quanto fizeram no dia do meu nascimento há um pouco mais de duzentos anos atrás. Na

exibição da natureza eu me encontro nunca tendo tempo suficiente para o constante milagre

verdadeiro da mesma.

Um lapso da minha parte,espero remediar, assim que eu estiver livre desse lugar.

Meu motorista diminui o ritmo, um sinal que estamos chegando, não posso evitar de

não me preocupar se alguns dos convidados da festa de hoje, nenhum dos meus assim

chamados-amigos, vão perceber o quanto eu mudei – que eu não sou nem de perto o mesmo,

reconhecidamente uma pessoa vaidosa e superficial que eles costumavam conhecer.

Algo mudou – algo que eu não consigo definir. É como se a velha maneira de fazer as

coisas – a velha maneira de ver as coisas – a velha maneira de ser – já não funciona.

Deixando-me sem escolha se não ir em frente, na direção de uma coisa que eu quero

descobrir – seja lá o que for.

A única, indescritível, coisa indefinível que detém uma importância muito maior do

que qualquer coisa que eu já tenha conhecido.

Como o brilho da doca que acena para um marinheiro à porta, é o que me faz seguir

em frente – me mantém agarrado à esperança.

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***

Meus cavalos relincharam e bateram seus cascos com força contra a calçada – um

rápido aceno através da cortina, uma rápida passada de mão sobre os cabelos e colete, dentro

do meu bolso um pequeno pacote que eu trouxe para a minha hostess, aceno para o meu

motorista, e seguimos em direção a entrada, ensaio silenciosamente:

Adeus.

Arrivederci.

Au revoir.

Auf Wiedersehen*.

*Em todas essas línguas, ele esta dizendo “adeus,” “tchau.”

Palavras que já disse tantas vezes, em tantas línguas, você pensaria que estaria muito

melhor praticado ate agora.

E apesar de eu não ter ficado em Paris o tempo suficiente para levantar suspeitas

indevidas sobre a origem da minha fortuna, ou por nunca ter mudado de aparência, ou

envelhecido – os dois inquéritos são sempre um inevitável combustível para minha fuga –

estes dias me encontro inquieto, entediado, ansioso para mover-me em direção a esse destino

incalculável que certamente nos aguarda.

Um empregado uniformizado abre a porta e me conduz para dentro de uma casa de tão

grande escala e opulência que poderia abrigar facilmente mil nobres confortavelmente.

E pouco antes de fazer meu caminho através de uma extensão de piso de mármore

brilhante, onde eu vou sem problemas me misturar a dança dos acenos, sorrisos e beijos

dupla face, dando o tipo de saudações facilmente esquecíveis que são sempre necessárias em

situações como esta, eu faço uma pausa por um momento, para absorver a energia.

Sintonizando na cacofonia de cada indivíduo, escutando seus pensamentos mais íntimos –

antes de focá-la em favor da minha anfitriã do outro lado da sala. Um extravagante vestido

longo, rudemente julgadora com uma propensão para o excesso de vinho tinto e um gosto

pela fofoca do tipo mais mal-intencionada - no momento em que eu olho para ela, no

momento em que ouço as palavras rancorosas que a em sua cabeça, eu não posso entender

por que eu pensei que ela fosse minha amiga.

Eu realmente espero que a pequena caixa de veludo seja de seu agrado, curvo-me

diante dela com o braço esticado, sabendo que ela lança um olhar sagaz para a jóia aninhada

dentro da caixa, quanto ao meu estado permanente não passou despercebido.

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Nada que uma rápida mudança no mapa de acentos não possa ser remediada, ela

pensa, dirigindo um rápido e calculado sorriso para mim. Vendo a mesma coisa que ela

sempre vê quando olha em direção a mim – uma fonte inesgotável de charme, riqueza e boa

aparência que ela esta determinada a usar a seu favor. Tendo ouvido os rumores sobre o meu

carinho por coisas bonitas e jovens – ela me coloca ao lado de Daphne na mesa – uma

morena bonita, com lindos olhos escuros um sorriso de flerte que teria sido o suficiente para

e divertir em qualquer outra noite – mas não nessa noite.

Não importa o quão perfeitas e desejáveis as mulheres jovens e solteiras podem ser,

não há uma entre elas que possa prender a minha atenção.

Ainda assim, eu libero a minha mente da minha anfitriã e me foco em Daphne,

passando movimento de acenos e sorrisos e sincronizando a minha espirituosa resposta,

assim como um bom ator com um bom roteiro. Divertindo-me em contar o numero de vezes

que sua mão faz carinho no meu braço (trinta e sete até o momento), contando cada prato de

comida elaborado que eu simplesmente empurro caminho adentro (ate agora já foram quatro

– incluindo a sopa). Sabendo que a cada prato servido e limpo eu estou mais perto do adeus –

que é a verdadeira razão do por que estou aqui.

“Monsieur?”

A voz passa através dos meus pensamentos – o som é tão luminoso, tão melódico, tão

lírico, faz com que os pelos do meu pescoço fiquem completamente arrepiados.

“Monsieur?” Ela repete, mas a minha resposta fica presa na minha garganta. Nunca

antes na minha vida eu vi olhos tão azuis, cabelos tão dourados, pele tão suave, cremosa e

convidativa que eu daria qualquer coisa para me pressionar contra ela.

Nunca na minha vida eu vi algo tão extraordinário quanto ela.

“Pardon.” Ela se curva, as bochechas ficando com um tom rosa mais lindo que eu já vi

e ela se afasta do meu lugar. Confundindo o meu silencio com presunção, arrogância e

vaidade – dando um olhar para o corte das minhas roupas, o brilho dos meus botões, a escala

completa da minha ridícula ornamentação opulenta, e julgando-me o tipo de pessoa de alta

posição que nunca pode se esperar que fale com pessoas tão simples quanto ela.

“Pardon, moi,” eu digo, o meu Frances, não sendo a minha língua nativa saindo

forçado da minha boca. Segurando a sua mão, sentindo a pele dela tão quente, tão – elétrica –

enquanto a seguro contra a minha, estou tentado atrasar, a nunca deixá-la ir. Incapaz de me

parar eu murmuro, “Quem é você?” Observo o jeito que ela olha para a minha anfitriã, seu

blush se aprofundando quando ela abaixa a cabeça. Sabendo que estou lhe causando

embaraço e, possivelmente, um problema também, me arrependo de ter falado.

“Eu sou Evangeline, senhor.” Ela encontra o meu olhar timidamente, enquanto tenta

livrar-se do meu aperto em sua mão. “Posso tirar o seu prato, por favor?” Ela levanta o

queixo, olhando para mim de uma maneira que faz com que um fluxo de calor tranqüilo

passe por mim. Mas como eu poderia tentar, eu não consigo desviar o olhar, parece que não

consigo abandonar a sensação da sua pele.

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“Damen, por favor.” Daphne se intromete, cutucando a minha manga com a ponta de

uma adaga, sua pontuda unha – me tirando do transe fazendo com que meu mundo cai na

escuridão. “O que Drina diria se visse você cortejando uma servente assim?” Seus olhos

movem-se em cima de mim, cruel, brilhando, ter convenientemente esquecido Drina apenas

um momento atrás, quando foi ela quem procurou a minha atenção, mas todos ficam muito

felizes por recordar agora, em uma tentativa de colocar essa garota – essa linda e

extraordinária garota – em seu lugar.

“Drina está na Hungria,” eu digo, tentando forçar meu olhar a sair daqueles olhos

azuis claros e dourados que se esconderam nos confins de seu gorro. Cuidadosamente

tomando nota de cada detalhe de seu rosto, sua estatura, suas maneiras, as inflexões na voz,

para que eu possa gravá-los na memória e nunca mais ter que viver mais um segundo sem

eles. “Nós tomamos caminhos separados,” eu adiciono, sabendo que essa informação será um

grande escândalo, mas falou mesmo assim, já não me importando com isso.

Eu não disse para eles – eu disse para a garota.

Evangeline.

O nome mais perfeitamente poético que eu já ouvi.

Meu olhar segue o seu caminhar ao redor da mesa. Ela abaixa o olhar para suas

calejadas mãos dizendo-me que ela cresceu utilizando-as para satisfazer as ordens dos meus

supostos amigos – embora a inclinação de seu queixo e testa mostrem uma pitada de

inteligência e força que todos eles escolheram não ver.

Incapazes de verem por debaixo do uniforme de empregada, que pouco a favorecem e

que foi forçada a usar, o gorro branco que pouco serve para esconder o volumoso cabelo

loiro dourado eu sei que estar por baixo dele – eles estão impressionados com as coisas

poucas da vida – status, dinheiro, classe social – as mesmas coisas que eu possuo em

abundancia – a única razão pela qual fui convidado a vir aqui.

Falhando de enxergar o que eu vejo – incapazes de ver alem do exterior desse

pensamento glorioso – eles permanecem frustrantementes cegos para a mesma coisa que para

mim brilha tão claramente:

Está garota – está empregada – está Evangeline – é a personificação de tudo o que eu

tenho procurado.

Ela é o meu destino.

Minha razão de ser.

E agora que eu a encontrei, eu não tenho mais razão para partir. Não quanto tudo o

que eu procurei – tudo o que eu preciso – esta bem aqui.

Eu volto a sentar-me na minha cadeira, me sentido mais em casa do que nunca me

senti na vida. Recuperando-me rapidamente para papel como convidado de um jantar

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encantador, que faz com que a minha anfitriã sorrir e acenar com aprovação, e Daphne

inclina-se para mim e entender o meu braço mais uma vez.

Existem repercussões por confraternizar fora da própria classe - e agora que eu

pretendo ficar por aqui, não terei escolha a não ser jogar contra essas regras.

Ou pelo menos por agora de qualquer jeito.

Mas amanhã eu irei encontrá-la.

Amanhã e eu Evangeline vamos acidentalmente nos encontrar.

E de novo no dia seguinte.

E então no outro.

As coincidências iram se repetir ate que eu tenha a chance de conhecê-la melhor - para

ganhar a profundidade da confiança necessária para oferecer-lhe a única coisa que eu não

ofereci a ninguém, em um tempo muito longo:

O elixir da vida eterna.

Meus olhos se atrevem a encontrar os dela mais uma vez, e eu tomo um breve

momento para deslizar para dentro de sua cabeça. Precisando da garantia que não sou só eu –

que ela também se sente assim – que ela também sente esse maravilhoso formigamento e

calor e a linda promessa que nos prende. Um fenômeno que não temos maneira de explicar é

tão diferente de qualquer coisa qualquer um de nós já experimentou antes.

E então, tão rapidamente, eu estou fora – evitando o meu olhar e voltando para a festa.

Risadas, bebidas, fingindo fazer parte juntamente com o restante deles - ao mesmo tempo

profundamente consciente de que minha vida mudou para sempre, irreversivelmente alterada.

Que a partir desse momento – nada – nada mesmo – jamais será o mesmo.