6ª tarefa - 2ª parte

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PRÁTICAS E MODELOS DA AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES - O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA BE: METODOLOGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO (CONCLUSÃO) Ana Luísa S. Fernandes - sessão 6 - 13/12/09 1/5 Análise e comentário crítico à presença de referências a respeito das BE nos relatórios da IGE Para a realização deste trabalho, optei por seleccionar o ano de 2008/2009. Depois de consultar diversos relatórios, escolhi uma escola de cada uma das direcções regionais e, no caso da DREC, seleccionei a minha própria escola que foi também foi objecto de inspecção pela IGE no ano lectivo anterior (ver tabela no final). Uma grande parte dos relatórios das escolas que consultei não tem quase nenhumas referências à BE, salvo no que respeita à disponibilização de espaços e a projectos, neste caso limitando-se apenas a informar que a mesma faz parte da RBE, sem quaisquer juízos de valor ou apreciação. Até por estes relatórios se demonstra que ainda há um longo caminho a percorrer (apesar dos progressos que se têm conseguido) na afirmação da importância da BE para as comunidades educativas em que se inserem. Encontra-se uma ou outra excepção em que se referem as actividades desenvolvidas pela BE que têm repercussões nas aprendizagens dos alunos. Se é verdade que a BE deve alicerçar a importância da sua intervenção no contexto da escola e da comunidade educativa, também não deixa de ser verdade que a avaliação (nomeadamente a da IGE) é um poderoso regulador de práticas. Os relatórios da IGE, ao não darem grande relevância ao papel das Bibliotecas Escolares, não contribuem para uma mudança de atitude dos órgãos de gestão das escolas e da comunidade educativa em geral. Obviamente que não cabe à IGE mudar as escolas, mas decerto que os seus relatórios serão (e naturalmente pretendem ser) importantes para orientar os processos de mudança da escola no sentido da melhoria da qualidade da educação. Depois de ter realizado a tarefa 1, fazendo um cruzamento de informação resultante da auto-avaliação da BE nos seus diferentes domínios com os Campos e tópicos estabelecidos pela IGE, conseguimos perceber como pode e deve ser enquadrada a informação resultante da auto-avaliação da BE nos seus diferentes domínios com os Campos e tópicos estabelecidos pela IGE.

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PRÁTICAS E MODELOS DA AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES - O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA BE: METODOLOGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO (CONCLUSÃO)

Ana Luísa S. Fernandes - sessão 6 - 13/12/09

1/5

Análise e comentário crítico à presença de referências a respeito das BE nos relatórios da IGE

Para a realização deste trabalho, optei por seleccionar o ano de 2008/2009. Depois de consultar diversos relatórios, escolhi uma escola de cada

uma das direcções regionais e, no caso da DREC, seleccionei a minha própria escola que foi também foi objecto de inspecção pela IGE no ano lectivo

anterior (ver tabela no final).

Uma grande parte dos relatórios das escolas que consultei não tem quase nenhumas referências à BE, salvo no que respeita à disponibilização de

espaços e a projectos, neste caso limitando-se apenas a informar que a mesma faz parte da RBE, sem quaisquer juízos de valor ou apreciação. Até por

estes relatórios se demonstra que ainda há um longo caminho a percorrer (apesar dos progressos que se têm conseguido) na afirmação da importância

da BE para as comunidades educativas em que se inserem. Encontra-se uma ou outra excepção em que se referem as actividades desenvolvidas pela BE

que têm repercussões nas aprendizagens dos alunos.

Se é verdade que a BE deve alicerçar a importância da sua intervenção no contexto da escola e da comunidade educativa, também não deixa de

ser verdade que a avaliação (nomeadamente a da IGE) é um poderoso regulador de práticas. Os relatórios da IGE, ao não darem grande relevância ao

papel das Bibliotecas Escolares, não contribuem para uma mudança de atitude dos órgãos de gestão das escolas e da comunidade educativa em geral.

Obviamente que não cabe à IGE mudar as escolas, mas decerto que os seus relatórios serão (e naturalmente pretendem ser) importantes para orientar os

processos de mudança da escola no sentido da melhoria da qualidade da educação.

Depois de ter realizado a tarefa 1, fazendo um cruzamento de informação resultante da auto-avaliação da BE nos seus diferentes domínios com os

Campos e tópicos estabelecidos pela IGE, conseguimos perceber como pode e deve ser enquadrada a informação resultante da auto-avaliação da BE

nos seus diferentes domínios com os Campos e tópicos estabelecidos pela IGE.

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PRÁTICAS E MODELOS DA AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES - O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA BE: METODOLOGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO (CONCLUSÃO)

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Não há dúvida, como é dito no MAABE, que é importante que cada escola conheça o impacto que as actividades realizadas pela e com a BE vão

tendo no processo de ensino e na aprendizagem, bem como o grau de eficiência e de eficácia dos serviços prestados e de satisfação dos utilizadores da

BE. Esta análise, sendo igualmente um princípio de boa gestão e um instrumento indispensável num plano de desenvolvimento, permite contribuir para a

afirmação e reconhecimento do papel da BE, permite determinar até que ponto a missão e os objectivos estabelecidos para a BE estão ou não a ser

alcançados, permite identificar práticas que têm sucesso e que deverão continuar e permite identificar pontos fracos que importa melhorar. A auto-

avaliação da biblioteca deve ainda ser incorporada no processo de auto-avaliação da própria escola, dada a sua relação estreita com sua missão e

objectivos.

É preciso que este processo mobilize toda a escola e a BE desenvolva um trabalho mais sistemático de cooperação com todas as estruturas de

coordenação educativa e supervisão pedagógica; estabeleça parcerias e colabore activamente com os diversos departamentos e com todos os docentes.

É também necessário organizar sistematicamente actividades de formação de utilizadores com todas as turmas, tendo em atenção as necessidades

detectadas; fomentar a aquisição e desenvolvimento de métodos de trabalho e de estudo, estabelecer fortes parcerias, envolvendo-se activamente nos

vários projectos da escola, verificando-se os impactos deste trabalho nas atitudes, competências dos alunos e resultados escolares doa alunos. No

entanto, para que tal aconteça, obviamente que é essencial que a BE Esteja bem integrada no funcionamento global da escola, que a contempla na

formulação e desenvolvimento da sua missão, princípios e objectivos estratégicos e operacionais. Por outro lado, como aliás já tinha dito, a BE deve ser

entendida por todos como um recurso activo ao serviço da escola, facultando serviços de qualidade e articulando actividades/projectos com vista ao

desenvolvimento de competências nos alunos e ao consequente sucesso educativo.

A concretização das finalidades do MAABE é definitivamente algo intrínseco à escola e à comunidade educativa, Contudo, uma melhor articulação

entre as avaliações externas, nomeadamente da IGE, e os processos internos poderia mais facilmente estimular a mudança no sentido da potenciar a BE

na melhoria dos resultados escolares dos alunos e das finalidades da Educação em geral.

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Escola/Agrupamento Referências a respeito da BE Campos de análise/Domínios

Escola Secundária com 3º

Ciclo do Ensino Básico da

Batalha (DRE CENTRO)

“…as suas instalações, agrupadas em 3 blocos, dispõem de biblioteca (integrada na Rede de Bibliotecas escolares)…”

“Destaca-se a biblioteca, integrada na Rede de Bibliotecas Escolares, importante pólo dinamizador de iniciativas e projectos diversos.”

“A biblioteca escolar, integrada na Rede de Bibliotecas Escolares, é um espaço dinâmico, apresentando um plano anual que contempla distintas actividades, designadamente ao nível da difusão da informação, da dinamização/formação de utilizadores, da promoção da leitura e da escrita, do apoio ao desenvolvimento curricular e de iniciativas abertas à comunidade. Procede-se regularmente à avaliação das acções nas diferentes áreas, verificando-se, em geral, uma boa adesão por parte dos utentes, em particular dos alunos do 3º ciclo”.

“Neste âmbito, destacam-se as reuniões com o Órgão de Gestão e os directores de turma, a abertura solene do ano lectivo, os eventos culturais dirigidos à comunidade promovidos pela biblioteca escolar e as actividades abertas ao meio…”

A Escola está aberta a iniciativas inovadoras, sabendo mobilizar os recursos necessários. Merecem destaque os projectos nacionais e internacionais, tais como: Academia Cisco (no âmbito do programa Cisco Networking Academt), Clube Eco-Escolas, ESCXEL – rede de escolas de excelência, eTwinning, Biblioteca Escolar e Desporto Escolar.”…

“A Escola desenvolve actividades de auto-avaliação que têm permitido alguma reflexão sobre práticas internas e implementação de estratégias de melhoria. Os titulares dos cargos e os responsáveis dos clubes, dos projectos e de alguns sectores (p. ex., biblioteca) elaboram relatórios anuais, que são analisados em Conselho pedagógico, donde resultam recomendações com vista à organização do ano lectivo seguinte.”

II – Caracterização da escola

III – Conclusões da avaliação por domínio

3- Organização e gestão escolar

IV – Avaliação por factor

3. Organização e gestão escolar

3.3. Gestão dos recursos humanos e financeiros

3.4. Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

4.3. Abertura à inovação

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da escola

5.1. Auto-avaliação

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Escola Secundária com 3º

Ciclo do Ensino Básico D.

Dinis - Lisboa (DRE LISBOA

VT)

Procura promover nos alunos um maior domínio da Língua Portuguesa através de actividades relacionadas com o respectivo departamento, com a Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos (BE/CRE) e com o Plano Nacional de Leitura.

A escola aderiu a alguns projectos nacionais, sendo de destacar, o Programa da Rede de Bibliotecas Escolares, o Plano Nacional de Leitura e o Plano de Acção para a Matemática…”

IV – Avaliação por factor

2. Prestação do serviço Educativo

2.4. Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

4. Liderança

4.4. Parcerias, Protocolos e Projectos

Agrupamento de Escolas D.

Afonso Henriques –

Guimarães (DRE NORTE)

Procura valorizar outros percursos escolares para os seus alunos, de que é exemplo os Cursos de Educação e Formação, ligados à Informática e ao Comércio (…) Têm ao seu dispor as salas de estudo e de Informática, a Oficina de Informática, a biblioteca, o desporto escolar…”

No âmbito do Plano Nacional de Leitura, a biblioteca disponibiliza temporariamente as obras literárias solicitadas pelas diversas escolas do 1º ciclo. As obras a trabalhar com os alunos, sendo escolhidas no conselho de ano, são igualmente disponibilizadas pela biblioteca.”

“A biblioteca é um espaço bem equipado e organizado e os seus utilizadores usam-na de forma cuidada”

1.4. Valorização e impacto nas aprendizagens

3.3. Gestão dos recursos humanos e financeiros

Agrupamento de Escolas

de Alvalade do Sado -

Santiago do Cacém ( DRE

ALENTEJO )

As aprendizagens desenvolvidas pelas bibliotecas potenciam uma aprendizagem de contornos abrangentes.

O Gabinete de apoio ao aluno e à família, pelo fomento de articulação entre o Agrupamento, as famílias e as entidades sociais, e a Biblioteca Escolar, pelo serviço de utilidade pública, no incentivo da leitura e dos saberes, despontam como inovações.

De mencionar a responsabilização dos alunos do 1º Ciclo pela gestão das

III - Conclusões da avaliação por domínio

3. Organização e gestão escolar

4. Liderança

IV – Avaliação por factor

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bibliotecas escolares e das maletas pedagógicas.

As Bibliotecas (EB1/JI e EB2,3 de Alvalade do Sado e EB1/JI de Ermidas) incluídas na Rede de Bibliotecas Escolares, dinamizam um conjunto de actividades potenciadoras das aprendizagens dos alunos e enquadradas na estrutura curricular, que contribuem para o desenvolvimento do Plano Nacional de Leitura. Revelam-se o Projecto Ler+, de que são escola piloto, a Feira do Livro, a vinda de escritores, a apresentação de peças de teatro,a divulgação de escritores junto do comércio local, o jornal “Pé de Letra”, o blogue, a escrita criativa, os guiões de leitura e de suporte às visitas de estudo, os boletins informativos e o “Problema do Mês” em articulação com o grupo disciplinar de Matemática. Junto das restantes EB1/JI, desenvolvem actividades de apoio à leitura, com as maletas pedagógicas e as bibliotecas itinerantes.

De salientar… a Biblioteca da Escola sede, pela sua abertura ao exterior

De relevar, o Projecto “Rosto de Esperança”, de geminação com uma escola de Timor, e as actividades promovidas pela Biblioteca Escolar (Feira do Livro, a Semana das Bibliotecas, o Livro Repórter e o Escritor do Mês).

Pontos fortes

As actividades dinamizadas pela biblioteca e a sua repercussão nas aprendizagens dos alunos;

1.2. Participação e desenvolvimento cívico

3.3. Gestão dos recursos materiais e financeiros

4.3. Abertura à inovação

4.4. 4.4. Parcerias, Protocolos e Projectos

V – Considerações finais

Escola Secundária Tomás

Cabreira – Faro (DRE

ALGARVE)

É composta por…. Biblioteca/Centro de Recursos…

No entanto a escola já se suporta em processos avaliativos para elaborar parte do planeamento e da gestão da sua actividade, em áreas específicas como a biblioteca e a selecção de uma oferta educativa diversificada.

II – Caracterização da escola

III – Conclusões de avaliação por domínio

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da escola