6ª cnferência estadual de saúde do ceará 20 a 23.09.2011 - participação e controle social -...
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6ª Conferência Estadual de Saúde
20 a 23 setembro 2011 Fortaleza - Ce
Todos Usam o SUS!Todos Usam o SUS!SUS na Seguridade SocialSUS na Seguridade Social
Política Pública, Política Pública, Patrimônio do povo Patrimônio do povo
brasileirobrasileiro
Política de Saúde na Seguridade Social: Integralidade/ Universalidade/ Equidade Participação da Comunidade e Controle
Social
Gestão do SUS: Financiamento, Pacto pela Saúde e Relação Público x Privado, Gestão do Sistema, do Trabalho e da Educação em Saúde
Acesso e Acolhimento com Qualidade: um Desafio para o
SUS
Participação da Comunidade e
Controle Social
Participação da Comunidade e Controle Social
De que Participação
estamos falando?
Participação e Controle Social
Possuem Significados distintos na luta pelos direitos sociais
Possuem interdependência e conteúdos políticos relacionados
Produzem sentido se caminham juntos
Participação e Controle Social
Controle social não é sinônimo de Controle social não é sinônimo de
participação, mas também não participação, mas também não
ocorre sem que se exerça a ocorre sem que se exerça a
participaçãoparticipação
O QUE É PARTICIPAR? É tomar parte Fazer parte Ter parte
“ a prova de fogo da participação não é o quanto se toma parte mas como se toma parte” (BORDENAVE)
Participação da Comunidade
Compreendendo a a participaçãoparticipação Processo Processo onde homens e mulheres se onde homens e mulheres se
colocam como sujeitos políticos:colocam como sujeitos políticos: Têm consciência cidadãTêm consciência cidadã Exercem a cidadaniaExercem a cidadania Buscam contribuir para processos de Buscam contribuir para processos de
mudanças mudanças Lutam por conquistasLutam por conquistas Fortalecem a democraciaFortalecem a democracia
“Só há participação política efetiva
quando existe democracia
participativa, quando o cidadão pode
"apresentar e debater propostas,
deliberar sobre elas e, sobretudo,
mudar o curso da ação estabelecida
pelas forças constituídas e formular
cursos de ação alternativas" (FILLA BATTINI, 1993).
Participação Social
Compreendendo a a participaçãoparticipação Processos participatórios que indicam Processos participatórios que indicam
organização:organização:
Expressam necessidades e demandas;Expressam necessidades e demandas; Defendem interesses comuns;Defendem interesses comuns; Traçam objetivos sociais, políticos, Traçam objetivos sociais, políticos,
econômicos; econômicos; Buscam influir de forma direta junto ao Buscam influir de forma direta junto ao
poder público.poder público.
Para compreender a Participação
Déc 60/70
Início séc.XXBrasil 50/60
Participação Social
Década 70/80 – CEF
Universalização de direitos
• Participação ComunitáriaCategoria Comunidade
• Participação PopularCategoria Povo
• Participação SocialCategoria Sociedade
• Conversão Perversa Neoliberalismo
Década de 90
A Participação Comunitária A participação comunitária - surge no início do
século XX, compondo a ideologia e a prática dos centros comunitários norte-americanos.
…."comunidade” significa um agrupamento de pessoas que coabitam num mesmo meio ambiente,
….compartilham o que se deveria chamar de condições ecológicas de existência, independente dos fatores estruturais ou conjunturais que lhes dão origem. (Carvalho, 1995:16).
Participação Comunitária
Anos 50 – período desenvolvimentista –contradições geradas pelo crescimento econômico
…. processo de industrialização impõe novas exigencias – modernização, formação tecnica especalizada
….aumento da inflação, ….arrocho salarial, movimentos reivindicatórios da classe
operária por melhores condições de vida e trabalho, entre outros.
Participação - envolve as comunidades na realização de atividades cujo trabalho da população tem direção desejável para o sistema; deixa intocada a estrutura de classes e as relações de produção e de dominação.
Participação Popular
Na ditadura
....novos movimentos sociais, de caráter estritamente político - mantem vínculos teóricos e práticos com as experiências sociais no campo da participação social
Categoria comunidade é substituída pela categoria povo – segmento da população excluído, marginalizado ou subalternizado no seu acesso a bens, serviços essenciais (Carvalho, 1995:21)
Participação PopularAnos 70
....movimentos sociais lutam por liberdade e democracia
....mobilização contra a ditadura e por liberdade politica + saturação da política repressiva = processo de abertura
....população alijada social, econômica e
politicamente das decisões do Estado.
mobilização pela luta contra o Estado, pelas melhorias sociais conquistadas, e o acesso conseguido via pressão, via movimento organizado.
Participação significa luta e contestação.
Participação Social
Década de 80
Categoria central não é mais "comunidade", nem "povo", mas a "sociedade".
Participação não é mais grupos excluídos (comunidades empobrecidas / carentes ou povo marginalizado), mas sim o conjunto da sociedade, formado por diversos interesses e projetos, conformando a disputa pelo poder do Estado.
Objetivo - universalização dos direitos sociais, a
ampliação do conceito de cidadania e a interferência da sociedade no aparelho estatal.
Participação Social
Anos 1990 ....projeto de participação social ancorado menos na
politização das demandas sociais e na ampliação de sua presença no espaço público e mais no “ativismo civil voltado para a solidariedade social” (Paoli, 2002)
....“visão de sociedade civil reduzida a recurso gerencial”(Nogueira, M Aurelio, 2004, p. 59)
Participação social nas políticas públicas - não como ampliação do espaço político do debate, mas como ampliação dos canais de cooperação dos atores sociais - antídoto à burocratização, à ineficiência e à corrupção que marcavam as políticas sociais brasileiras
Participação Social brasileira
A participação social, no Brasil, se institucionaliza na esteira do processo de democratização do país, incluindo-se no arcabouço jurídico-legal do Estado e interferindo nas estruturas de representação da sociedade.
A inclusão da participação social como princípio teórico-prático no arcabouço jurídico-legal do Estado diz respeito diretamente ao processo constituinte e a Constituição Federal de 1988, que representaram a intenção de ampliação e execução dos direitos sociais.
Consulta Pública Audiência Pública Colegiados Públicos Assessorias
Externas; Denúncia Pública Reclamações
relativas ao funcionamento dos serviços públicos – “Caixas de Sugestões”
Ouvidorias Conselhos Gestores
de Políticas Públicas.
Instrumentos processuais de participação:
1988: MARCO NO TRÂNSITO PARA ....
superação do assistencialismo campo dos direitos universalização dos acessos responsabilidade estatal ampliação do protagonismo dos
usuários descentralização político-
administrativa participação da população.
1988 – Participação na Seguridade Social Brasileira1988 – Participação na Seguridade Social Brasileira
Concepção de Controle Social Carvalho, 1995
Estado controlando a sociedade
Sociedade complementando o Estado
Sociedade combatendo o Estado
Sociedade participando das decisões do Estado (nova relação Estado-Sociedade)
Significado do Conceito Controle Social monitoramento, fiscalização ou análise minuciosa
poder, domínio ou autoridade sobre alguém ou algo
num confronto, articular-se para dominar (situação) ou impedir a vantagem de um (adversário); dominar
exercer ação restritiva sobre; conter, regular
Utilização sob diferentes óticas e a serviço de interesses antagônicos
CF/1988 – Faz inversão
reforça a visão da participação social da sociedade civil sobre o Estado, na perspectiva de sua democratização
Controle popular sobre os governantes e o aparato burocrático do Estado
CF/1988 – amplia conceito de democracia
Aponta limites da democracia representativa e propõe novos instrumentos de democracia participativa
Propõe gestão democrática das ações públicas, com interferência da sociedade civil na agenda de prioridades do governo
Controle Social democrático
Conjuga: democracia representativa: representação
parlamentar (vereadores, deputados e senadores) que tem como função legislar, mas também fiscalizar as ações do poder executivo
democracia participativa ou democracia direta: representação de organismos da sociedade em
canais que permitam o acompanhamento, monitoramento, fiscalização das ações públicas diretamente pelos cidadãos
Requisito para exercício do controle social: a participação
Controle Social democrático:
poder compartilhado por meio da participação dos cidadãos na formulação e avaliação da execução das políticas pelo executivo e pelas organizações não governamentais
participação nas decisões construídas e materializadas no e pelo Estado - expressão do controle social na perspectiva da mudança e não da conservação;
Controle Social democrático:
partilhar poder para assegurar a participação pressupõe:
1. socializar informações;
2. garantir os recursos necessários ao exercício da participação: financeiros, materiais,humanos;
3. publicizar os espaços e recursos públicos;
Novo conceito de Controle Social
....supõe a existência de espaços públicos para que este controle da sociedade sobre o Estado possa se realizar
..... debate público e disputa entre diferentes interesses e projetos políticos são vocalizados pelos múltiplos sujeitos que deles participam
Desafio construção interesse público -ampliar canais de participação da sociedade civil na elaboração, implementação e fiscalização das políticas públicas é importante a construção do interesse público
Interesse público
....não é ponto de partida mas ponto de chegada
....é processo de construção política de sujeitos coletivos organizados, ativos e participativos
●....supõe publicização do Estado e da sociedade
Espaços públicos....
....instâncias deliberativas
....permitem o reconhecimento e dão voz a novos sujeitos e temas
....não são monopolizadas por qualquer ator social ou político, nem pelo próprio Estado
....refletem a pluralidade social e política
Relação público-privado
....exige nova relação Estado/sociedade civil, estatal/privado, governo/cidadãos
Novas formas de interlocução pública, enfrentamento de conflitos, negociação, pactuação permanente
Modalidades e Instrumentos de Controle SocialNo poder Legislativo:1. Comissões Permanentes podem "receber petições, reclamações,
representações de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas“ - espaço para fiscalização e denúncia dos cidadãos (art. 58, IV da CF)
2. Tribunal de Contas: órgãos auxiliares do Poder Legislativo na
fiscalização das contas e ações do executivo art. 74 da CF: "qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União"
Modalidades e instrumentos de Controle SocialNo Judiciário: Ministério Público cabe ao MP zelar pelo cumprimento dos
direitos constitucionais assegurados ao cidadão; qualquer indivíduo pode denunciar o não cumprimento dos direitos ao MP
No Executivo e Sociedade Civil Os Conselhos e as Conferências forma mais direta de controle social prevista
na Constituição. espaço político de tomada de decisão, de
formulação de regras e normas, elaboração de formas de regulação dos direitos sociais
Participação Social
Gestão das Políticas Sociais
Entretanto...
Apesar dos avanços democráticos, permanecem as duas concepções de controle social até hoje
Disputa política permanente entre as duas visões e práticas de controle social nos diferentes espaços públicos
Marco Legal da Participação e do Controle Social na Política Social
Direito conquistado a partir da Constituição de 88 - em duas instâncias formais, que são também espaços de luta: as conferências e os conselhos.
Conselhos de Políticas e de direitos
Mecanismo de Democratização do poder na perspectiva de estabelecer novas bases de relação Estado-Sociedade – introdução de novos sujeitos políticos
Inovação na Gestão das Políticas Sociais
Espaço tenso, contraditório
Finalidade: Estabelecer parâmetros de interesse público para o governo (os conselhos não governam)
Exigências: Democratização das informações e transparência no processo governamental
Condições Históricas que demarcam o debate atual dos Conselhos de Política e de
Direitos
- Origem e Implementação dos Conselhos -
Proposta de conselhos
Implementação dos Conselhos
Conjuntura de Redemocratização do país
Cenário de regressão dos direitos sociais, de destruição das conquistas dos trabalhadores em nome da defesa do mercado e do capital.
Estava nascendo o
SUS...
Processo Nacional
Constituinte...
Projeto Reforma
Sanitária...
Consolidando o
SUS...
Receituário Neoliberal
Projeto privatista
de Saúde...
Década de 80: Década de 90:
Deslocamento do Significado dos Conceitos
Sociedade Civil – reduzida ao Terceiro Setor Gestão Social Pública – Responsabilidade da Sociedade Participação Social – Participação Cidadã, Solidária, Voluntariado Cidadania – Retorno ao conceito liberal (Direitos Sociais) Cidadão Pobre/Consumidor
Principais polêmicas:
Individual X ColetivoLutas Corporativas X Lutas SociaisÊnfase no local X Articulação do local com o nacionalConsenso/ Harmonia X Interesses da
maioria da populaçãoPrivado X PúblicoCidadão Consumidor X Cidadão de Direitos
Conselhos: algumas questões a serem enfrentadas
Poder público não tem respeitado as deliberações dos Conselhos e Conferências;
Leis que regulamentam os conselhos não têm sido cumpridas;
Dinâmica dos conselhos com ênfase na burocratização das ações;
Falta de infra-estrutura e de divulgação da reuniões; Ausência de definição orçamentária; Falta de conhecimento da sociedade civil organizada sobre
os conselhos Fragilidade da representação da sociedade civil; Distorções na representação e eleição das entidades dos
segmentos de usuários e trabalhadores; Representantes da sociedade civil eleitos se distanciam das
bases e defendem interesses particulares da sua organização
Cultura política presente ao longo da história brasileira.
Conselhos: algumas questões a serem enfrentadas: Desrespeito à paridade e à deliberação; Governo – pauta agenda e fragiliza a autonomia dos
Conselhos; Sonegação de informações - orçamento público; Frágil organização de trabalhadores como mediadores
de direitos; Entidades sociais ocupando vagas de usuários; Baixo protagonismo coletivo dos usuários; Nomeação dos representantes da sociedade civil pelo
executivo, e não por eleição em fórum próprio; Mudanças unilaterais e manipulação nas regras da
eleição; Presidências impostas (nos conselhos de assistência
social forte presença das primeiras damas)
Proposições para o fortalecimento dos Conselhos de Políticas e de direitos: Articulação entre os diferentes sujeitos que atuam
nos Conselhos através da criação de Fóruns de Políticas Sociais nos Estados e Municípios;
Articulação entre os diversos conselhos de política e de direitos na elaboração das propostas afim de evitar a fragmentação e segmentação das políticas públicas;
Retorno constante e permanente dos conselheiros às suas bases;
Estabelecimento de canais de interlocução dos Conselhos com a Sociedade, através de boletins informativos, jornais, entre outros;
Construção de Planos Regionais com ampla participação da sociedade civil organizada e dos conselhos municipais;
Cumprimento das deliberações das conferências municipais, estaduais e nacionais, com definição de prioridades;
Proposições para o fortalecimento dos Conselhos de Políticas e de direitos: Criação e/ou consolidação de Fóruns de Conselhos
nas diversas regiões; Criação de conselhos gestores de unidades em todas
as Instituições, com vista a democratização das mesmas; Constituição de assessoria aos Conselhos, escolhida
pelos conselheiros; Realização de Cursos de Capacitação Política para
Conselheiros da Sociedade Civil na perspectiva crítica e propositiva;
Estabelecimento de código de ética para os conselheiros a fim de por em pauta o debate dos valores e compromissos que movem a atuação dos mesmos, reforçando a importância da defesa de interesses coletivos;
Conselhos de Seguridade Social em todas as instâncias de governo
Luta pela revogação da extinção do Conselho Nacional de Seguridade Social.
"É preciso voltar brutalmente a atenção para o presente tal como é, se se quer transformá-lo“
(Gramsci)
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Conselho Nacional de Saúde
site: www.conselho.saude.gov.br
(61) 3315-2151/3315-2150 Ruth Ribeiro Bittencourt Conselheira Nacional de Saúde [email protected]