67296560-nbr-8214-1983 norma azulejo

11
Copyright © 1983, ABNT–Associação Brasileira de Normas Técnicas Printed in Brazil/ Impresso no Brasil Todos os direitos reservados Sede: Rio de Janeiro Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar CEP 20003-900 - Caixa Postal 1680 Rio de Janeiro - RJ Tel.: PABX (021) 210 -3122 Fax: (021) 240-8249/532-2143 Endereço Telegráfico: NORMATÉCNICA ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 8214 OUT 1983 Assentamento de azulejos SUMÁRIO 1 Objetivo 2 Documentos complementares 3 Definições 4 Condições gerais 5 Condições específicas 6 Inspeção 7 Aceitação e rejeição 1 Objetivo 1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis para a exe- cução, fiscalização e recebimento de revestimento de paredes internas e externas com azulejos. 1.2 Esta Norma se aplica a paredes constituídas por concreto moldado no local, por painéis pré-moldados de concreto e por alvenarias de tijolos maciços cerâmicos, blocos cerâmicos, blocos vazados de concreto simples e blocos sílico-calcáreos. 1.3 Esta Norma não se aplica a revestimento de piscinas. 2 Documentos complementares Na aplicação desta Norma é necessário consultar: NBR 5644 - Azulejo - Especificação NBR 5732 - Cimento Portland comum - Especificação NBR 5736 - Cimento Portland pozolânico - Especi- ficação NBR 5737 - Cimento Portland de moderada resis- tência a sulfatos e moderado calor de hidratação (MRS) e cimento Portland de alta resistência a sulfatos (ARS) - Especificação NBR 6118 - Projeto e execução de obras de concreto armado - Procedimento NBR 6453 - Cal virgem para construção - Especi- ficação NBR 7175 - Cal hidratada para argamassas - Es- pecificação NBR 7200 - Revestimento para paredes e tetos com argamassas - Materiais, preparo, aplicação e manu- tenção - Procedimento NBR 7211 - Agregados para concreto - Especificação 3 Definições Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições das NBR 5644 e NBR 7200 e as definições constantes em 3.1 a 3.4. 3.1 Camada de regularização Camada intermediária aplicada sobre a superfície da parede, com a finalidade de eliminar irregularidades exis- tentes. Palavra-chave: Azulejo 11 páginas Origem: Projeto 02:002.13-054/1983 CB-02 - Comitê Brasileiro de Construção Civil CE-02:002.13 - Comissão de Estudo de Azulejos Procedimento

Upload: cleidson-fonseca

Post on 30-Jul-2015

389 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

norma

TRANSCRIPT

Page 1: 67296560-nbr-8214-1983 norma azulejo

Copyright © 1983,ABNT–Associação Brasileirade Normas TécnicasPrinted in Brazil/Impresso no BrasilTodos os direitos reservados

Sede:Rio de JaneiroAv. Treze de Maio, 13 - 28º andarCEP 20003-900 - Caixa Postal 1680Rio de Janeiro - RJTel.: PABX (021) 210 -3122Fax: (021) 240-8249/532-2143Endereço Telegráfico:NORMATÉCNICA

ABNT-AssociaçãoBrasileira deNormas Técnicas

NBR 8214OUT 1983

Assentamento de azulejos

SUMÁRIO1 Objetivo2 Documentos complementares3 Definições4 Condições gerais5 Condições específicas6 Inspeção7 Aceitação e rejeição

1 Objetivo

1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis para a exe-cução, fiscalização e recebimento de revestimento deparedes internas e externas com azulejos.

1.2 Esta Norma se aplica a paredes constituídas porconcreto moldado no local, por painéis pré-moldados deconcreto e por alvenarias de tijolos maciços cerâmicos,blocos cerâmicos, blocos vazados de concreto simples eblocos sílico-calcáreos.

1.3 Esta Norma não se aplica a revestimento de piscinas.

2 Documentos complementares

Na aplicação desta Norma é necessário consultar:

NBR 5644 - Azulejo - Especificação

NBR 5732 - Cimento Portland comum - Especificação

NBR 5736 - Cimento Portland pozolânico - Especi-ficação

NBR 5737 - Cimento Portland de moderada resis-tência a sulfatos e moderado calor de hidratação(MRS) e cimento Portland de alta resistência a sulfatos(ARS) - Especificação

NBR 6118 - Projeto e execução de obras de concretoarmado - Procedimento

NBR 6453 - Cal virgem para construção - Especi-ficação

NBR 7175 - Cal hidratada para argamassas - Es-pecificação

NBR 7200 - Revestimento para paredes e tetos comargamassas - Materiais, preparo, aplicação e manu-tenção - Procedimento

NBR 7211 - Agregados para concreto - Especificação

3 Definições

Para os efeitos desta Norma são adotadas as definiçõesdas NBR 5644 e NBR 7200 e as definições constantesem 3.1 a 3.4.

3.1 Camada de regularização

Camada intermediária aplicada sobre a superfície daparede, com a finalidade de eliminar irregularidades exis-tentes.

Palavra-chave: Azulejo 11 páginas

Origem: Projeto 02:002.13-054/1983CB-02 - Comitê Brasileiro de Construção CivilCE-02:002.13 - Comissão de Estudo de Azulejos

Procedimento

Page 2: 67296560-nbr-8214-1983 norma azulejo

2 NBR 8214/1983

3.2 Junta

Fresta regular entre dois componentes distintos.

3.3 Junta de assentamento

Fresta regular entre dois azulejos consecutivos.

3.4 Junta de movimentação

Junta intermediária, normalmente mais larga que as juntasde assentamento, projetada para aliviar tensões provo-cadas pela movimentação da parede e/ou do própriorevestimento.

4 Condições gerais

4.1 Materiais

4.1.1 Condições exigíveis

4.1.1.1 Azulejo

Os azulejos devem satisfazer às seguintes condições:

a) devem estar conforme a NBR 5644;

b) a codificação (número e/ou nome do modelo) doproduto deve estar de acordo com a que foisolicitada;

c) os códigos de tonalidade indicados nas emba-lagens de fabricação devem ser idênticos para usono mesmo ambiente;

d) devem estar conforme as dimensões de fabricaçãoindicadas nas embalagens;

e) devem estar conforme a classe indicada nas em-balagens.

4.1.1.2 Cimento

Deve estar conforme a NBR 5732 ou NBR 5736 ouNBR 5737.

4.1.1.3 Cal

Deve estar conforme a NBR 6453 ou NBR 7175.

4.1.1.4 Agregados

Os agregados devem satisfazer às seguintes condições:

a) devem estar conforme a NBR 7211;

b) o diâmetro máximo característico do agregadomiúdo deve ser:

- menor ou igual a 4,8 mm para chapisco;

- menor ou igual a 2,4 mm para emboço e ar-gamassa de assentamento.

4.1.1.5 Água de amassamento

Pode-se empregar água potável retirada de poço oufornecida pela rede de abastecimento público; águas nãopotáveis devem atender ao disposto na NBR 6118.

4.1.1.6 Adesivos1)

4.1.1.7 Material de enchimento de juntas

No enchimento das juntas de movimentação devem serempregados materiais altamente deformáveis, tais comoborrachas alveolares, espuma de poliuretano, manta dealgodão para calafetação, cortiça, aglomerado de ma-deira (com massa específica aparente da ordem de0,25 g/cm3), etc.

4.1.1.8 Selantes

Na vedação das juntas de movimentação devem serempregados selantes à base de poliuretano, polissulfeto,silicone, etc.; em caso de dúvida sobre a qualidade doselante, sua adequação deve ser comprovada por labo-ratório nacional idôneo.

4.1.1.9 Tiras pré-formadas

As tiras pré-formadas eventualmente empregadas emjuntas de movimentação devem ser confeccionadas commateriais resilientes, tais como PVC, elastômeros, etc.;em caso de dúvida sobre a qualidade das tiras pré-for-madas, sua adequação deve ser comprovada por labo-ratório nacional idôneo.

4.1.2 Armazenagem de materiais

4.1.2.1 Azulejos

4.1.2.1.1 Os azulejos devem ser estocados em local planoe firme, ao abrigo das intempéries para que as emba-lagens originais sejam preservadas; as caixas, contendogeralmente de 1 a 2 m2 de azulejos, devem compor pilhascom altura máxima de 2 m.

4.1.2.1.2 Os azulejos devem, de preferência, ser estocadosem grupos, cada um deles caracterizado pelas dimensõesde fabricação, código de tonalidade e classe; os azulejossó devem ser retirados das embalagens originais por oca-sião da imersão em água ou imediatamente antes deserem assentados, quando se recomenda a utilizaçãodo azulejo seco.

4.1.2.2 Aglomerantes

4.1.2.2.1 O cimento e a cal devem ser armazenados emlocais suficientemente protegidos da ação das intem-péries e da umidade do solo, e devem ficar afastados deparedes ou tetos dos depósitos.

4.1.2.2.2 A cal virgem para construção ao ser recebida emobra deve ser imediatamente extinta.

1) Face à inexistência no momento de normas brasileiras relativas a estes produtos, os mesmos podem ser empregados, desde quesatisfaçam ao disposto em 4.3.5, seja comprovada sua adequação por laboratório nacional idôneo e que sua utilização sejaautorizada pela Fiscalização.

Page 3: 67296560-nbr-8214-1983 norma azulejo

NBR 8214/1983 3

4.1.2.2.3 Não se recomenda a formação de pilhas commais de 15 sacos de cimento, quando o período de arma-zenamento for de até 15 dias, e com mais de 10 sacos,quando o período de armazenamento for superior a15 dias.

4.1.2.3 Areia

A areia deve ser estocada em local limpo, de fácil dre-nagem e sem possibilidade de contaminação por ma-teriais estranhos que venham a prejudicar sua qualidade;na armazenagem deve-se evitar a mistura de areias comdiferentes granulometrias.

4.1.2.4 Adesivos

Os adesivos com e sem cimento devem ser armazenadosem suas embalagens originais, hermeticamente fecha-das, em locais secos e frescos, ao abrigo das intempéries.Devem ser seguidas as instruções do fabricante quantoao período máximo de armazenamento.

4.2 Superfície de aplicação

Deve ser convenientemente preparada para o recebi-mento da camada de assentamento ou da camada deregularização; de maneira geral, a superfície a ser reves-tida não deve apresentar áreas muito lisas ou muito úmi-das, pulverulência, eflorescência, bolor ou impregnaçõescom substâncias gordurosas. Os serviços de revestimentosomente devem ser iniciados se:

a) as canalizações de água e esgoto estiverem ade-quadamente embutidas, se for o caso, e ensaiadasquanto à estanqueidade;

b) os elementos e caixas de passagem e derivaçãode instalações elétricas e/ou telefônicas estiveremadequadamente embutidos.

4.2.1 Limpeza

A limpeza da superfície deve ser efetuada conformedisposto em 4.2.1.1 a 4.2.1.3.

4.2.1.1 A remoção de sujeira, pó e materiais soltos podeser efetuada por escovamento ou lavagem com água.Quando necessário deve ser empregada raspagem comespátula ou escova de fios de aço.

4.2.1.2 Para remoção de substâncias gordurosas, pode-se escovar a base com uma solução de soda cáustica(30 g de NaOH para cada litro de água) ou uma soluçãode ácido muriático (concentração de 5 a 10%), seguindo-se com lavagem abundante com água limpa.

4.2.1.3 Para remoção de eflorescência, a superfície deveser escovada e em seguida proceder à limpeza com so-lução de ácido muriático (concentração de 5 a 10%),seguindo-se com escovamento e lavagem abundantecom água limpa.

4.2.1.4 Para remoção de bolor, pode-se escovar asuperfície com uma solução de fosfato trissódico (30 g de

Na3PO4 para cada litro de água) ou com solução de hipo-clorito de sódio (4 a 6% de cloro ativo), seguindo-se comlavagem abundante com água limpa.

4.2.2 Preparo da superfície

4.2.2.1 As superfícies lisas, pouco absorventes ou comabsorção heterogênea de água devem ser preparadaspreviamente ao assentamento de azulejos com arga-massa tradicional ou à execução de camada de regula-rização, mediante a aplicação uniforme de chapisco notraço 1:3 ou 1:4 (cimento e areia, em volume). As super-fícies de concreto podem, opcionalmente, ser picotadas.

4.2.2.2 O desvio de prumo das paredes não deve excederH/600, sendo H a altura total considerada. Caso contrário,deve ser executada camada de regularização sobre asuperfície preparada de acordo com 4.2.1 e 4.2.2.1 e pre-viamente umedecida conforme procedimento descrito em4.2.2.2.1 e 4.2.2.2.8.

4.2.2.2.1 A camada de regularização deve ser executadacom a máxima antencedência possível, com vistas a ate-nuar-se o efeito da retração da argamassa sobre o reves-timento, empregando-se argamassa mista de cimento,cal e areia com traços, em volume, podendo variar de1:1:6 a 1:2:9, no caso de utilização de cal hidratada e1:0,5:6 a 1:1,5:9, quando do emprego de pasta de cal ex-tinta em obra.

4.2.2.2.2 No caso de empregar-se argamassa com traçodistinto ao citado em 4.2.2.2.1, recomendam-se:

a) a relação entre o volume de agregado e o volumede cimento não deve ser superior a 9;

b) as relações (r) entre o volume de agregado e ovolume de aglomerantes devem ser:

2,5 ≤ r < 3,0, no caso de argamassa de cimento ecal hidratada;

3,5 ≤ r < 4,0, no caso de argamassa de cimento epasta de cal.

4.2.2.2.3 Nos locais previstos para execução de juntas demovimentação, devem ser colocados, por ocasião da exe-cução da camada de regularização, elementos removíveis(ripas de madeira, por exemplo) ou elementos que per-maneçam no local, atuando como material de enchimento.

4.2.2.2.4 Na execução da camada de regularização,inicialmente devem ser assentadas taliscas (tacos de ma-deira com aproximadamente 1 cm de espessura) com aargamassa de regularização, de modo a obter-se o prumodesejado; a partir das taliscas externas, e com o auxíliode uma linha bem esticada, devem ser assentadas ta-liscas intermediárias com distanciamento máximo de2,0 m conforme indicado na Figura 1.

4.2.2.2.5 A espessura da camada de regularização deve,de preferência, ser igual ou menor que 15 mm para evitaro aumento das tensões de retração. Havendo neces-

Page 4: 67296560-nbr-8214-1983 norma azulejo

4 NBR 8214/1983

sidade de regularização com maior espessura, esta deveser executada em duas ou mais camadas, obedecendoao seguinte:

a) o acabamento da superfície da camada executadadeve ser adequadamente áspero; se necessário,a superfície deve ser escarificada;

b) a argamassa deve estar adequadamente endu-recida e a superfície deve ser umedecida antes daexecução da camada subseqüente.

4.2.2.2.6 Estando as taliscas assentadas, deve-se lançara argamassa de regularização de modo a constituirem-se as guias ou mestras; a argamassa deve ser bem com-pactada contra a superfície da parede e deve ser lançadaem excesso, sendo em seguida sarrafeada com uma ré-gua de madeira que deve ser deslocada sobre duas ta-liscas consecutivas em movimentos de vai-e-vem.

4.2.2.2.7 Estando executadas as guias, deve-se ir lan-çando entre elas a argamassa de regularização, sempreem excesso e sempre procurando obter o máximo deadensamento da argamassa; o nivelamento final da ca-mada de regularização é obtido com o deslocamento da

régua sobre duas mestras consecutivas, conforme in-dicado na Figura 2.

4.2.2.2.8 O acabamento da superfície da camada de re-gularização deve ser áspero.

4.3 Revestimento

4.3.1 Disposição de assentamento

Quanto à forma de aplicação, os azulejos podem serassentados em diagonal (a), com junta a prumo (b) ouem amarração (c), conforme a Figura 3.

4.3.2 Juntas

4.3.2.1 Juntas de assentamento

4.3.2.1.1 No assentamento dos azulejos, deve-se manterentre os mesmos juntas com larguras suficientes paraque haja perfeita infiltração da pasta de rejuntamento epara que o revestimento de azulejo tenha um relativopoder de acomodação às movimentações da paredee/ou da própria argamassa de assentamento.

4.3.2.1.2 De acordo com as dimensões dos azulejos, de-vem ser mantidas as juntas de assentamento mínimasconstantes na Tabela 1.

Figura 1 - Colocação de taliscas para execução de camada de regularização

Page 5: 67296560-nbr-8214-1983 norma azulejo

NBR 8214/1983 5

1 Guias ou mestras

2 Argamassa lançada entre duas guias

Figura 2 - Detalhe das guias e da execução da camada de regularização

(a) (b) (c)

Figura 3

Page 6: 67296560-nbr-8214-1983 norma azulejo

6 NBR 8214/1983

Tabela 1 - Dimensões mínimas das juntas de assentamento

Unid.: mm

Juntas de assentamento mínimasDimensões dos azulejos

Parede interna Parede externa

110 x 110 1 2

110 x 220 2 3

150 x 150 1,5 3

150 x 200 2 3

200 x 200 2 4

200 x 250 2,5 4

4.3.2.2 Juntas de movimentação

4.3.2.2.1 As juntas de movimentação, longitudinais e/outransversais, devem ser executadas nos seguintes casos:

a) em paredes internas com área igual ou maior que32 m2, ou sempre que a extensão do lado for maiorque 8 m;

b) em paredes externas com área igual ou maior que24 m2, ou sempre que a extensão do lado for maiorque 6 m.

4.3.2.2.2 As juntas de movimentação devem aprofundar-se até a superfície da parede; a junta deve ser preenchidacom material deformável, sendo em seguida vedada comselante flexível, conforme indicado na Figura 4.

4.3.2.2.3 A largura “ ”� da junta (ver Figura 4) deve ser di-mensionada em função das movimentações previstaspara a parede e da deformabilidade admissível do selante;como regra prática, e na inexistência de um dimen-sionamento mais preciso, recomenda-se adotar para asjuntas os valores indicados na Tabela 2 a seguir.

4.3.2.2.4 As juntas de movimentação podem ainda serexecutadas com tiras pré-formadas constituídas por ma-teriais resilientes; essas tiras devem ser colocadas du-rante o assentamento dos azulejos e devem ter confi-guração adequada para absorver as movimentações dorevestimento de azulejo e propiciar estanqueidade àjunta.

4.3.3 Planeza

4.3.3.1 Na verificação da planeza do revestimento de azu-lejo, devem-se considerar as irregularidades graduais eas irregularidades abruptas.

4.3.3.2 As irregularidades graduais não devem superar3 mm em relação a uma régua com 2 m de comprimento.

4.3.3.3 As irregularidades abruptas não devem superar1 mm em relação a uma régua com 20 cm de comprimento;esta exigência é válida tanto para os ressaltos entre azu-lejos contíguos como para os desníveis entre partes dorevestimento de azulejo contíguas a uma junta de movi-mentação.

4.3.4 Alinhamento das juntas de assentamento

Não deve haver afastamento superior a 2 mm entre asbordas de azulejos teoricamente alinhados e a borda deuma régua com 2 m de comprimento, faceada com osladrilhos extremos.

4.3.5 Aderência

O revestimento de azulejo deve aderir adequadamente àparede; para tanto, deve satisfazer às seguintes con-dições:

a) quando o azulejo for submetido a pequenos im-pactos com instrumento rijo, não contundente, nãodeve produzir-se som cavo;

b) sempre que a Fiscalização julgar necessário, con-sideradas seis determinações de resistência deaderência, efetuadas nas condições descritas em6.2, após cura do material utilizado no assenta-mento (28 dias, caso possua cimento), pelo menosquatro valores devem ser iguais ou superiores a0,3 MPa (3,0 kgf/cm2).

4.3.6 Proteção do revestimento ao calor

Os azulejos após assentamento devem ser protegidosde insolação direta ou de qualquer outra fonte de calordurante 72 h.

5 Condições específicas

5.1 Processo convencional de assentamento comargamassa

5.1.1 Preparo da superfície

A limpeza e o preparo da superfície devem ser efetuadosconforme descrito em 4.2.

5.1.2 Produção da argamassa

A argamassa a ser utilizada no assentamento ou nacamada de regularização deve satisfazer ao disposto em5.1.2.1 e 5.1.2.2.

5.1.2.1 Dosagem

Os traços da argamassa de assentamento devem atenderao disposto em 4.2.2.2.1 e 4.2.2.2.2.

Page 7: 67296560-nbr-8214-1983 norma azulejo

\\

NBR 8214/1983 7

5.1.2.2 Amassamento

A argamassa deve ser adequadamente homogeneizadapor meio de amassamento manual ou mecânico,conforme descrito em 5.1.2.2.1 e 5.1.2.2.2. Recomenda-se misturar inicialmente a cal hidratada, ou a pasta de calvirgem extinta na obra, com areia e água em excesso,deixando a mistura em repouso durante pelo menos 72 hantes da aplicação; a adição de cimento deve ser feita naocasião da aplicação da argamassa.

5.1.2.2.1 O amassamento manual da argamassa a empre-gar-se excepcionalmente em pequenos volumes, deveser realizado sobre um estrado ou superfície plana, imper-méavel e isento de contaminação com terra ou qualquertipo de impureza. Misturar a argamassa de cal e areia,previamente preparada, com cimento, de maneira a obter-se cor uniforme; em seguida adicionar aos poucos a águanecessária, prosseguindo-se a mistura até a obtençãode uma massa de aspecto uniforme. Não é permitidoamassar, de uma só vez, um volume de argamassa su-perior ao correspondente a 100 kg de cimento.

5.1.2.2.2 O amassamento mecânico deve ser efetuadoconforme descrito a seguir:

a) a colocação dos materiais na betoneira deve serfeita na seqüência indicada a seguir:

- lançar parte da água e todo volume de arga-massa de cal e areia, preparada previamente,colocando a betoneira em funcionamento;

- lançar todo volume de cimento;

- lançar o resto da água;

b) o amassamento mecânico deve durar, sem inter-rupção, o tempo necessário para permitir a perfeitahomogeneização da mistura, sendo que o tempode amassamento aumenta com o volume da amas-sada, devendo ser tanto maior quanto mais secafor a argamassa; em nenhum caso o tempo deamassamento, após terem sido colocados todosos materiais na betoneira, deve ser inferior a3 min.

5.1.2.3 Tempo de validade da argamassa

5.1.2.3.1 As argamassas não devem ser aplicadas sempreque, após a preparação, decorrer um intervalo de temposuperior ao prazo de início de pega do cimento empre-gado, prazo este que é da ordem de 2,5 h.

5.1.2.3.2 A argamassa pode ser remisturada nos caixõesjunto aos pedreiros, sempre que isso se fizer necessáriopara restabelecer sua trabalhabilidade inicial; este proce-dimento só pode ser efetuado dentro do prazo de iníciode pega do cimento, empregando-se a mínima quantidadede água possível.

5.1.3 Preparação dos azulejos

5.1.3.1 Antes do assentamento, os azulejos devem serimersos em água limpa, utilizando-se um recipiente nãometálico, por um período compreendido entre 15 min e

2 h; após a imersão os azulejos devem ser encos-tadosem uma superfície vertical, de modo a permitir o escor-rimento da água em excesso.

5.1.3.2 Os azulejos destinados ao arremate do revesti-mento devem ser cortado mediante emprego de ferramen-ta com cortante de metal duro ou diamante; não devemser aceitos azulejos com cortes irregulares nas arestas,como aqueles produzidos por torquês. Admite-se a utiliza-ção desta ferramenta para execução de pequenos cortesnos cantos dos azulejos.

Nota: As perfurações devem ser feitas, de preferência, com ouso de ferramentas adequadas.

5.1.4 Assentamento dos azulejos

O assentamento dos azulejos deve ser realizado de baixopara cima, uma fiada de cada vez, conforme descrito em5.1.4.1 e 5.1.4.2.

5.1.4.1 Nas extremidades da borda inferior da parede, to-mando-se como referência a cota prevista para o revesti-mento do piso, devem ser assentados dois azulejos, con-forme descrito a seguir, apoiados sobre calços adequa-damente nivelados, utilizando-se, por exemplo, nível debolha:

a) umedecer a superfície da parede ou da camadade regularização;

b) colocar uma porção de argamassa de assenta-mento sobre a face não vidrada do azulejo, de mo-do que toda a superfície fique em contato com aargamassa, conforme a Figura 5-a);

c) remover com a colher de pedreiro parte da arga-massa existente nas bordas do azulejo, conformea Figura 5-b), tomando-se cuidado para não dani-ficar o vidrado;

d) colocar a borda inferior do azulejo em contato coma parede. Em seguida o azulejo deve ser pres-sionado uniformemente contra a parede, de modoque o excesso da argamassa saia pelas bordasdo azulejo. A espessura da camada de assenta-mento deve ser inferior a 15 mm;

e) se houver necessidade de ajustar o nível do azu-lejo, admite-se a execução de pequenos impactossobre o azulejo com ferramenta não contundente,por exemplo, de madeira ou borracha;

f) as juntas e as bordas do azulejo devem ser limpascom pano úmido;

g) entre os dois azulejos assentados pode ser estica-da uma linha para servir como guia para o posi-cionamento dos demais azulejos dessa fiada, con-forme a Figura 6. Admite-se o emprego de réguade madeira ou metálica para nivelamento da fiada,em substituição à linha esticada, disposta sobreos azulejos-guia.

Page 8: 67296560-nbr-8214-1983 norma azulejo

8 NBR 8214/1983

(a) (b)

Figura 5 - Detalhe da colocação da argamassa de assentamento sobre a face não vidrada do azulejo

5.1.4.2 Para garantir o prumo das fiadas verticais, deve-se colocar, utilizando-se o mesmo procedimento indicadoem 5.1.4.1-a) a g), um azulejo-guia em cada extremidadesuperior da parede, devidamente aprumado e niveladoconforme mostra a Figura 6.

5.1.4.3 Em seguida devem ser assentados os azulejos noespaço compreendido entre os azulejos-guia, uma fiada

de cada vez, tomando-se como referência a linha esticadaou uma régua, empregando-se o procedimento descritoem 5.1.4.1, conforme a Figura 7.

5.1.4.4 As juntas de assentamento e de movimentação,se for o caso, devem ser executadas conforme previstoem 4.3.2.

Figura 4 - Acabamento das juntas de movimentação com material de enchimento e selante

Tabela 2 - Disposições construtivas das juntas de movimentação executadas com selantes flexíveis

Dimensão do painel Paredes internas Paredes externaslimitada pela(s)

junta(s)(A) Largura � da Altura h do Largura � da Altura h dojunta selante junta selante

(m) (mm) (mm) (mm) (mm)

≤ 3,0 8 8 10 8

4,0 10 8 12 8

5,0 12 8 15 10

6,0 12 8 15 10

7,0 15 10 - -

8,0 15 10 - -

(A) Para as distâncias intermediárias, adotar os valores correspondentes ao limite imediatamente superior.

Page 9: 67296560-nbr-8214-1983 norma azulejo

NBR 8214/1983 9

5.1.5.4 O excedente da pasta deve ser removido com panoúmido, assim que iniciar o endurecimento, a fim de evitara aderência da pasta à superfície do azulejo.

5.2 Processo de assentamento com produtos pré-fabricados

A superfície a ser revestida deve estar limpa e preparadaconforme descrito em 4.2.1 e 4.2.2.

5.2.1 Adesivos à base de cimento

5.2.1.1 Preparação dos azulejos

5.2.1.1.1 Os azulejos não precisam ser umedecidos antesdo assentamento; todavia devem ser mantidos à sombraem local bem ventilado.

5.2.1.1.2 O corte de azulejos deve ser efetuado conformedescrito em 5.1.3.2.

5.1.5 Rejuntamento dos azulejos

O rejuntamento dos azulejos deve ser iniciado após trêsdias, pelo menos, de seu assentamento, verificando-sepreviamente, por meio de percussão com instrumentonão contundente, se não existe nenhum azulejo apresen-tando som cavo; em caso afirmativo, devem ser removidose imediatamente reassentados. O rejuntamento deve serrealizado conforme descrito em 5.1.5.1 a 5.1.5.4.

5.1.5.1 Preparar pasta de cimento branco e alvaiade, naproporção 3:1 em volume, caso se deseje rejuntamentona cor branca.

5.1.5.2 Umedecer as juntas de assentamento dos azulejos.

5.1.5.3 Aplicar a pasta de cimento branco e alvaiade emexcesso com auxílio de rodo e/ou espátula.

Figura 6 - Detalhe da execução dos azulejos-guia

Figura 7 - Detalhe da execução do revestimento de azulejo

Page 10: 67296560-nbr-8214-1983 norma azulejo

10 NBR 8214/1983

5.2.1.2 Preparação da argamassa ou adesivo à base decimento

5.2.1.2.1 Preparar a argamassa adicionando-se água aoproduto pré-misturado a seco, na proporção recomenda-da pelo fabricante. Misturar até obter-se uma argamassacom consistência homogênea.

5.2.1.2.2 Manter a argamassa em repouso durante aproxi-madamente 15 min, remisturando-a antes da aplicação.

5.2.1.2.3 O emprego da argamassa deve ocorrer no máxi-mo até 2,5 h após o seu reparo, ou conforme reco-mendação do fabricante, sendo vedada a adição de águaou de outros produtos neste período.

5.2.1.3 Assentamento dos azulejos

O assentamento de azulejos com adesivo à base de ci-mento deve ser efetuado de baixo para cima conformedescrito em 5.2.1.3.1 a 5.2.1.3.5.

5.2.1.3.1 Para a aplicação da argamassa sobre a superfíciea ser revestida, deve ser utilizada desempenadeira metá-lica que possa uma das arestas lisa e outra com dentes.

5.2.1.3.2 Estender a argamassa com o lado liso da de-sempenadeira formando uma camada uniforme de 3 a4 mm, sobre uma área não superior a 1 m2.

5.2.1.3.3 Em seguida, aplicar a desempenadeira com olado denteado sobre a camada de argamassa, formandosulcos que facilitarão o nivelamento e a fixação dos azu-lejos.

5.2.1.3.4 O azulejo, seco e limpo, deve ser aplicado sobrea camada de argamassa, fazendo-o deslizar um poucoaté alcançar a posição de assentamento. Em seguida oazulejo deve ser comprimido manualmente ou aplicando-se pequenos impactos com ferramenta não contundente,por exemplo: de madeira ou borracha.

5.2.1.3.5 As juntas de assentamento e de movimentação,se for o caso, devem ser executadas conforme previstoem 4.3.2.

5.2.1.4 Rejuntamento

O rejuntamento deve ser executado conforme descritoem 5.1.5.

5.2.2 Adesivos sem cimento

No caso da utilização de produtos pré-fabricados, isentosde cimento, devem ser seguidas as instruções do fa-bricante. Recomenda-se, todavia, que o assentamentoseja efetuado, de preferência, de maneira semelhanteao descrito em 5.2.1.

6 Inspeção

6.1 Princípios da inspeção

A execução do revestimento deve ser inspecionada nassuas diferentes fases, verificando-se o disposto nesta Nor-ma, devendo-se dedicar especial atenção ao seguinte:

a) recepção de materiais (cimento, cal, areia, azu-lejos, etc.) e verificação do atendimento às normasexistentes;

b) limpeza da superfície a ser revestida, prumo e pre-paro da superfície;

c) dosagem, mistura e tempo de validade das arga-massas;

d) execução do revestimento, verificação das dimen-sões das juntas;

e) alinhamento das juntas, nivelamento e prumo dorevestimento de azulejo;

f) rejuntamento e limpeza.

6.2 Verificação da resistência de aderência

A verificação da resistência de aderência, conforme pre-visto em 4.3.5, deve ser efetuada de acordo como o des-crito em 6.2.1 a 6.2.4.

6.2.1 Aparelhagem

Para a determinação da resistência de aderência do re-vestimento de azulejo, é necessária a aparelhagem cons-tante em 6.2.1.1 e 6.2.1.2.

6.2.1.1 Equipamento de tração

O equipamento deve permitir a aplicação lenta e progres-siva da carga, possuindo articulação para assegurar aaplicação do esforço de tração simples e dispositivo paraleitura da carga com capacidade igual ou superior a10000 N e resolução igual a 1% do fundo de escala.

6.2.1.2 Suportes

Consistem em placas metálicas de largura e comprimentoiguais aos do corpo-de-prova e espessura não inferior a15 mm, com dispositivo no centro para acoplamento doequipamento de tração.

6.2.2 Corpos-de-prova

6.2.2.1 O corpo-de-prova pode ser constituído por um azu-lejo inteiro ou parte deste assentado, isoladamente, sobreuma parede ou sobre uma base preparada em labora-tório com os materiais constituintes da parede. Esta basedeve possuir dimensões maiores ou iguais a � + 10 cm,sendo � a maior dimensão do corpo-de-prova. No casode se utilizar parte de um azulejo, recomendam-se as di-mensões de 100 x 100 mm.

6.2.2.2 O assentamento do azulejo deve ser efetuado deacordo com o procedimento a ser utilizado em obra.

6.2.3 Procedimento de ensaio

O ensaio consiste na determinação da resistência de ade-rência em seis corpos-de-prova preparados de maneiraidêntica, conforme procedimento descrito em 6.2.3.1 a6.2.3.5.

6.2.3.1 O suporte (placa metálica) deve ser colado à super-fície vidrada do azulejo por meio de adesivo à base deresina epóxi ou similar, de secagem rápida, antes de omaterial de assentamento completar sua cura. O excessode adesivo deve ser removido imediatamente após a co-lagem.

Page 11: 67296560-nbr-8214-1983 norma azulejo

NBR 8214/1983 11

6.2.3.2 O equipamento de tração deve ser apoiado à pare-de ou base preparada em laboratório, independentemen-te de este estar na posição horizontal ou vertical.

6.2.3.3 A carga deve ser aplicada após cura do materialutilizado no assentamento do azulejo, lenta e progres-sivamente, sem interrupções, perpendicularmente ao cor-po-de-prova, de maneira a não introduzir esforços late-rais, até o deslocamento do suporte.

6.2.3.4 Após o deslocamento, a superfície do suporte deveser examinada para verificação de eventuais falhas deaderência entre o adesivo usado e a superfície vidradado azulejo. Caso sejam constatadas falhas desse tipo, oresultado desta determinação deve ser desprezado e oprocedimento repetido em outro corpo-de prova.

6.2.3.5 Caso não haja falha de aderência do adesivo,devem ser registrados:

a) a resistência de aderência, em MPa, calculadapela relação entre a carga necessária para odeslocamento do suporte e a área do suporte;

b) ocorrência dos seguintes fenômenos com asrespectivas incidências percentuais em relação àárea do suporte:

- descolamento entre azulejo e argamassa ou ade-sivo de assentamento;

- descolamento entre a argamassa ou adesivo deassentamento e a parede;

- ruptura da argamassa ou adesivo de assenta-mento;

- ruptura da parede;

- ruptura do azulejo.

6.2.4 Resultados

Para o conjunto de determinações realizadas devem serconsignados os valores individuais da resistência deaderência, em MPa, juntamente com as informaçõesdescritas a seguir:

a) ocorrência do deslocamento e/ou ruptura citadoem 6.2.3.5-b), com as respectivas incidênciaspercentuais em relação à área do suporte;

b) o sinal ≥ (maior ou igual) deve ser acrescentado àfrente do valor da resistência de aderência, quandonão ocorrer o deslocamento total do azulejo (100%da área do suporte).

7 Aceitação e rejeição

7.1 O revestimento deve ser aceito se atender às pres-crições desta Norma.

7.2 O revestimento mal executado, apresentandoqualquer espécie de defeito, deve ser reexecutado oureparado.

7.3 Todo revestimento reexecutado ou reparado deve sernovamente submetido à Fiscalização para inspeção.

7.3.1 O revestimento deve ser aceito se os reparos efetua-dos colocarem-no em conformidade com o disposto nestaNorma.

7.3.2 Em caso contrário, o revestimento deve ser rejeitado.