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Boanerges B. Castro

O Simbolismo dos Nmeros na Maonaria

Capa

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Boanerges B. Castro

Dados do Livro

O Simbolismo dos Nmeros na Maonaria

O Simbolismo dos Nmeros na MaonariaBoanerges B. CastroBenemrito da Aug.. e Resp.. Loj.. Simb.. Benso di Cavour Or.. de Juiz de Fora - Minas Gerais

3 Edio

Exemplar n

0231

Ir..Gino Loreto IanniLivraria Manica Paulo FuchsSo Paulo, SP 11 5510-0370 setembro de 2002. internet: www.livrariamaconica.com.br

Para uso exclusivo do

Permitida apenas uma nica reproduo, em papel ou arquivo, para segurana.

Boanerges B. Castro Todos os direitos reservados. Meu Ir.., se conhecer algum da famlia do Autor, por gentileza, pea para entrar em contato com esta Livraria.

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Boanerges B. Castro

O Simbolismo dos Nmeros na Maonaria

Capa Dados do Livro Apresentao Os Nmeros na Maonaria e seu Simbolismo O Zero O Nmero Um O Nmero Dois O Nmero Trs Teorema de Pitgoras O Delta Sagrado, Quatro, Cinco e Seis O Delta Sagrado O Nmero Quatro O Nmero Cinco O Nmero Seis Sete, Oito e Nove O Nmero Sete Representao Simblica para o Estudo do Ternrio no Setenrio O Nmero Oito O Nmero Nove Dez, Onze e Doze O Nmero Dez O Nmero Onze O Nmero Doze BibliografiaIndice

Indice

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Boanerges B. Castro

O Simbolismo dos Nmeros na Maonaria

ApresentaoNo decorrer de longos anos de Maonaria, sempre nos implicou o fato de que os Rituais dos trs Graus Simblicos inclussem em suas instrues o estudo dos Nmeros, sem esclarecimentos outros que uma simples smula dos assuntos! Implicou, ainda, o mtodo como tm sido ministradas estas Instrues: uma simples leitura, nenhum comentrio e deixando ressaltar a impresso de que todos se encontram aflitos para se livrarem daqueles textos cabulosos e incompreensveis! Resolvemos, por isto, empreender um estudo srio a fim de lanar um pouco de luz sobre aqueles textos, procurando interpretar o seu simbolismo e oferecer, ao estudante, uma base compreensiva em que ele pudesse se firmar para maiores e melhores interpretaes. No se pode dizer que o nosso trabalho inteiramente original. Tambm no uma simples compilao! um estudo honesto, no qual colocamos parte de nossos escassos conhecimentos sobre o assunto, valemo-nos de Obras Manicas e profanas procurando com tudo isto uma simplificao para a inteligncia dos textos. Muita coisa foi quase que integralmente copiada, mas outras fluram do pouco que sabemos. Cremos que o mrito reside apenas na pesquisa judiciosa que fizemos e na forma como estruturamos os vrios elementos esparsos, dando-lhes uma redao capaz de tornar o assunto compreensvel e til para aqueles que tm necessidade de estud-lo. O Autor

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O Simbolismo dos Nmeros na Maonaria

Convm explicar o emprego de figuras geomtricas e as freqentes aluses aos nmeros, que se vem em todas as escrituras antigas, como nos Puranas, no Livro dos Mortos do Egito e at mesmo na Bblia. No Livro de Dzyan,tal como na Cabala, h duas classes de numerao que preciso estudar: os algarismos,que algumas vezes so simples vus, e os Nmeros Sagrados, cujos valores so conhecidos pelos ocultistas atravs da Iniciao. Os primeiros so meros signos convencionais; os segundos constituem o smbolo fundamental de tudo. Vale dizer: aqueles so puramente fsicos, e estes, metafsicos; existindo entre uns e outros relao igual Matria e o Esprito, os plos extremos da Sabedoria Una. Helena Petrovna Blavatsky A Doutrina Secreta

As criaes mais insignificantes, assim como as de maior porte, no se distinguem entre si por suas quantidades, qualidades, dimenses, foras e atributos, elementos todos procedentes do Nmero? O infinito dos nmeros um fato demonstrado nossa mente, mas cuja prova no pode ser dada em termos fsicos. Dir o matemtico que o infinito dos nmeros existe, mas no demonstrvel. Deus um Nmero dotado de movimento, que se sente mas no se pode demonstrar. Como Unidade d comeo aos nmeros, mas nada tem de comum com eles... A existncia do Nmero depende da Unidade, que, sem um s nmero, engendra a todos... Pois que! Incapaz de medir a primeira abstrao que a Divindade te apresenta, ou de somente compreend-la, esperas ainda sujeitar s tuas medidas o mistrio das Cincias Secretas que emana desta mesma Divindade?... E que sentirias tu se eu te sumisse nos abismos do Movimento, na Fora que se sente, mas no se pode demonstrar-se te acrescentasse que Movimento e o Nmero so gerados pelo Verbo, a Raiz Suprema dos Videntes e dos Profetas, que nos tempos antigos sentiram o Sopro poderoso de Deus, como o testemunha o Apocalipse?! Honor du Balzac

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Os Nmeros na Maonaria e seu SimbolismoNesta stima instruo, completar os conhecimentos de que necessita para avanar na trilha que encetou, ficando de posse do conhecimento da simbologia dos quatro primeiros nmeros: 1- 2- 3 - 4, pela qual ver, como estes nmeros, alm do valor intrnseco, representam verdades misteriosas e profundas ligadas, intimamente, prpria simbologia das alegorias e emblemas que, em nossos Templos, se patenteiam sua vista. (Do Ritual Antigo) A Maonaria, em sua parte esotrica, preocupa-se com os nmeros e seu estudo. Hoje, quando o homem, assoberbado com as preocupaes da vida moderna, reserva quase nenhum ou mesmo nenhum tempo para cogitaes de ordem filosfica, torna-se cada vez mais difcil o estudo dos nmeros e a compreenso da sua simbologia. No obstante isto, a Maonaria recomenda tal estudo e inclui mesmo, como parte obrigatria de seus ensinamentos, a simbologia numrica nas instrues a serem ministradas aos Aprendizes, aos Companheiros e aos Mestres Maons. Esta aprendizagem obrigatria e, diga-se de passagem, ela simplesmente no se faz. No se faz porque, no havendo conhecimento maior, os Rituais limitam-se apenas a dar notcia da simbologia numrica a ttulo de Instruo e, mesmo assim, esta notcia apenas lida em Loja sem maiores comentrios! A incluso de Instruo especialmente dedicada ao estudo dos nmeros, no Ritual do Primeiro Grau, nos leva convico de que a Maonaria acha necessrio o seu conhecimento para que possa o Aprendiz galgar outros Graus mais elevados. Pretendemos aqui analisar, nestas Instrues, alguns aspectos mais obscuros, a fim de que possam se tomar mais compreensveis ao Aprendiz. Deve ficar absolutamente claro, aqui, que no somos autoridades no assunto e nem conhecedores profundos da Cabala nem da interpretao dos Sephirot e, assim, as opinies a serem expendidas representam, apenas, o esforo de estudos por ns feitos sobre o assunto, sem constituir no entanto, um verdadeiro Magister dixit. Recomendamos aos interessados a leitura da Coleo de Jorge Adoum, intitulada Esta a Maonaria, para um conhecimento mais perfeito sobre o assunto. O Ritual do Primeiro Grau recomenda ao Aprendiz familiarizar-se com os quatro primeiros nmeros. Nossa opinio de que o estudo no pode, sob pena de ficar incompreendido, iniciar-se pelo nmero UM, mas antes, pelo ZERO que , como veremos, a fonte originria de toda a escala numrica. Tambm somos de opinio que o estudo do nmero QUATRO no deva ser feito pelo Aprendiz, uma vez que ele importa em consideraes que devero ser do domnio do Grau de Companheiro. Tratemos, pois, de penetrar neste novo campo do simbolismo filosfico da Maonaria:

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O ZeroDiz, o Versculo 2, do Captulo I, do Livro Gnesis, o seguinte: Gen.: I, 2 - A terra porm era sem forma e vazia: havia trevas sobre a face do abismo, e o Esprito de Deus pairava sobre as guas. A primeira dificuldade de interpretao do presente versculo est em sua fase inicial: A terra era informe e vazia. Ora, sem forma e vazia simplesmente eqivale a no existir. A segundo frase nos diz que havia trevas sobre a face do abismo. Mas, que abismo? H que se entender aqui que o abismo era o Espao. Logo, o Espao coexistia com Deus e era anterior Sua manifestao. Diz a terceira frase: e o Esprito de Deus pairava sobre as guas. Outra dificuldade grande, pois, se, como se viu, a terra simplesmente no existia por ser sem forma e vazia, se o abismo era o Espao, que guas eram estas por sobre as quais pairava o Esprito de Deus. Ao que parece, o autor do versculo no tinha uma imagem prpria para dar a idia de que o Esprito de Deus era superior a tudo e, assim, colocou estas guas apenas para dar a entender que aquele Esprito se sobrepunha a tudo. Mas, sem dvida ele j existia e pairava, ento, no NADA! Assim, o NADA no era um vazio absoluto. Nele j existia o Esprito de Deus que ainda no se manifestara. Conclui-se, pois, que o NADA, ou seja o Espao preenchido pelo Esprito de Deus, foi anterior a tudo e dele partiram todas as coisas. O NADA simbolizado na escala numrica pelo ZERO. O ZERO , pois, a representao simblica do Espao absoluto, intangvel e incompreensvel para a mente humana, mas que portava em si o Esprito de Deus, ainda imanifestado, mas que sobre ele, ou nele, pairava. A figura mais apropriada, ento, para nos dar uma idia de Deus o NADA que nos sugere algo sem forma, sem consistncia, sem limites e, portanto, invisvel, intangvel e infinito. Inidentificvel por faltar elementos por ns conhecidos capazes de submet-Lo a uma comparao! No entanto, Ele j existia, pois o Seu Esprito pairava no Espao. Os ocultistas denominam isto o SER no NO SER, isto o ZERO, ou seja, o Espao com todas as coisas ainda latentes que s se tornariam realidade depois que o Esprito de Deus nelas Se manifestasse. A EXISTNCIA palpitava, pois, na NO EXISTNCIA, o SER no NO SER, enquanto a CAUSA sem CAUSA (Deus) envolvia a EXISTNCIA e a Eternidade envolvia o Templo!

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A forma geomtrica do crculo (ZERO) a que mais se presta para nos dar a idia de infinito porque, enquanto qualquer outro tipo de linha traada nos mostra sempre um princpio e um fim, o crculo (ZERO) perfeitamente contnuo. o ZERO que simboliza o Espao, o Absoluto, ainda imanifestado, o princpio latente de todas as coisas, de que provm todos os SEPHIROT (nmeros de que se compe a escala numrica da Cabala) ou seja, deste ABSOLUTO imanifestado que se originam todas as coisas. Na Maonaria, a letra G, que , como veremos, uma modificao do crculo (ZERO) e representa o Grande Arquiteto do Universo, representa o ciclo do Tempo, perpetuamente emanado e, devorado pela Eternidade, imagem da Fora Criadora que se manifesta do estado potencial latente. Em uma ltima palavra, o ZERO o smbolo esotrico que representa, Deus, Criador incriado, a Causa sem Causa, de onde tudo se origina e que ainda imanifestado, paira no Espao Absoluto!

O Nmero UmO primeiro versculo do Captulo 1, do Gnesis, diz: Gen. I,1- No princpio Deus criou os cus e a Terra. Isto significa que a CAUSA sem CAUSA (Deus) se manifesta agora, tornando-se, atravs de Sua criao (o cu e a terra), compreensvel, palpvel e capaz de ser entendido como uma forma real da qual adviro todas as outras formas. Simbolicamente, o Espao Absoluto (o Absoluto imanifestado) representado por um crculo branco (ZERO) traado sobre um fundo inteiramente negro. A primeira manifestao da CAUSA sem CAUSA, cujo Esprito, segundo a descrio bblica, pairava sobre (ou dentro) daquele Espao Absoluto (que era o mesmo Deus ainda imanifestado) simbolicamente representada por um ponto (YOD), situado no centro do circulo (ZERO). Assim, entende-se como o ZERO antecedeu ao UM: Ambos so um s e mesmo Deus, porm o primeiro (ZERO) est em seu aspecto imanifestado, enquanto que o segundo (UM) apresenta-se em plena manifestao em virtude do Pathos da Vontade Divina. Ele (o UM) a UNIDADE em Sua atividade criadora manifestada pelo nmero UM, Raio de Luz Csmica emanado do ZERO para, com ele, formarem todos os outros nmeros! importante atentar-se aqui para a existncia de duas situaes perfeitamente definidas: antes do PRINCPIO e no PRINCPIO. A Bblia fixa, com muita preciso, estas situaes quando declara, textualmente: No princpio.... Temos, pois, de considerar, a partir de agora, no um tempo indefinido, incompreensvel, incompreendido, sem qualquer ponto de balizamento, mas h, a partir de ento, uma definio precisa, um marco inicial de tempo que nos informa quanto se iniciou a formao de todas as coisas, ou seja, no PRINCPIO, quando ento o UM surgiu no centro do crculo (ZERO)

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Diz o Ritual do Aprendiz: O nmero UM, a unidade, o primeiro dos nmeros mas, a unidade s existe pelos outros nneros. Todos os sistemas religiosos orientais comearam por um ser primitivo. Conquanto esta abstrao no tenha, positivamente, uma existncia real, tem contudo um lado positivo, que o torna suscetvel de uma existncia definida: o que os antigos dominavam de Pathos, isto , o desejo ou a ao de sair do absoluto, a fim de entrar no real - considerado por ns concreto. H que se fazer um reparo neste texto quando ele diz que a Abstrao, ou seja o Deus imanifestado (ZERO), teve um Pathos de sair do Absoluto (ZERO) para entrar no Real, como sendo a representao do nmero UM. O reparo no que se refere poca em que a Abstrao sentiu este Pathos, que no ficou esclarecida no texto para indicar que o Pathos se deu antes do PRINCPIO e, s depois deste PRINCPIO que a UNIDADE se manifestou. importante fixar-se este PRINCPIO, porque ele o marco inicial da transio da abstrao para a realidade, do imaterial para o material, do espiritual para o fsico! A manifestao do Absoluto se deu como um raio descido verticalmente do centro do circulo (ZERO) para formar o UM, do qual ento todas as outras grandezas se originaram. Isto o que se chama de Involuo, quando o transcendente desce do Plano Espiritual para tomar-se real no Plano Material. Atingida a parte mais baixa desta Involuo - o reino mineral - o Sopro Divino preside e conduz todas as atividades da matria que, a partir da, comea a elevar-se para estgios menos materializados - vegetal, animal, humano - at voltar, ascendendo sempre, ao Plano Espiritual para novamente integrar-se no Absoluto. A este movimento ascendente que se domina de Evoluo. No s a Mitologia, mas tambm a Bblia esto cheias de exemplos destas descenses e ascenses: Lcifer cai dos cus, Ado cai no Paraso; Prometheu desce do Olimpo e o prprio Senhor Jesus desce do cu. Todos eles, mais cedo ou mais tarde, sobem novamente para junto de Deus! Estas quedas e ascenses so, simbolicamente, representadas pela interao dos nmeros ZERO e UM. O Espao Absoluto (ZERO) precede a Divindade manifestada (UM), que a manifestao da VONTADE DIVINA, a UNIDADE. Esta precedncia representada pelo nmero simblico - 01, onde o ZERO, o Espao Absoluto (o Deus imanifestado) se coloca esquerda do UM, a UNIDADE DIVINA, a manifestao de Deus. O UM o Pai, todo poderoso, Criador do Universo, que se manifesta para dar, com Seu Sopro Divino, Vida e Movimento s coisas materiais. O ZERO colocado esquerda do UM significa a Involuo, a desceno, a queda do imaterial sobre o material comunicando-lhe a chama da Vida, permitindo-lhe o Movimento nas vrias manipulaes de matria nos trs reinos da natureza. o Esprito de Deus manifestando-se no mineral, no vegetal, no animal, involuindo dos pramos do infinito, da imaterialidade do Absoluto, para o campo da matria densa !

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Como ficou dito a Involuo se faz at a forma mais densa - o mineral - e a, o Esprito de Deus, a chama da Vida, trabalha, compe, combina, reage quimicamente, manifesta-se s vezes por fenmenos de radioatividade, para evoluir aos poucos em formas cada vez menos densas, atravs dos indivduos dos reinos vegetal, animal e humano, onde explode em forma mais puras, e em estgios materiais mais sutis, de inteligncia, alma, esprito, numa ascenso constante at coloca-se direita do Pai, isto , o Espao Absoluto onde se travaram todas as refregas da Involuo e da Evoluo, e que se coloca, agora, direita do UM! o 10, nmero cabalstico de transcendental importncia que reflete todos os estgios da Perfeio Absoluta, adquirida, atravs de todas as fases involutivas e evolutivas, isto , atravs de todos os nmeros! Tal a Vida, o Mundo e o simbolismo do nmero UM. De tudo o que foi dito conclui-se que a UNIDADE imaterial, infinita e incognoscvel. O UM a unidade de tudo. Isto posto, compreende-se que tudo foi elaborado e realizado sob os influxos da UNIDADE ABSOLUTA. Ela quem rege a mecnica de toda a fenomenologia. Ela , ento a Lei Divina! por isto que o Ritual afirma que: A Unidade s compreendida por efeito do nmero DOIS; sem este, ela torna-se idntica ao Todo, isto , identifica-se com o prprio nmero. Isto nos conduz ao raciocnio de que a UNIDADE, compreendendo os dois aspectos do Criador - imanifestado e manifestado - s se torna compreensvel quando o segundo aspecto se realiza e, esta realizao d lugar ao aparecimento da matria, presidida pelo nmero DOIS. Sem tal manifestao, a UNIDADE torna-se idntica ao Todo. necessrio ficar bem claro que o ZERO simboliza o Pai imanifestado e que gera o UM, o Filho, aspecto manifestado do mesmo Pai. O nmero simblico desta gerao complexo porque exige uma interpelao e valores entre o ZERO e o UM, cuja compreenso est ainda fora do alcance do Aprendiz. A UNIDADE o Reino de Deus dentro de ns mesmos, ou seja a Sua Lei, que interiormente pressentida por ns, e que atua manifestando-se naquilo a que nos acostumamos chamar de CONSCINCIA. Por isto no h que se aprender a UNIDADE, mas, antes senti-la atravs das vrias apresentaes de nossos atos e dela temos cincia pelo julgamento interior em cada um de ns vulgarmente conhecido como a voz da conscincia! A disperso de nossas atividades tende a afastar-nos da UNIDADE e a ela s poderemos retornar exercitando um Pensamento concentrado, animado por uma sincera Devoo, esclarecido por uma slida Sabedoria e executado atravs de boas e puras Aes. Estes so os caminhos que nos conduziro novamente UNIDADE!

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O Nmero DoisComo vimos, todas as coisas esto integradas e se realizam no UM, mas vimos tambm a transcendentalidade da UNIDADE e, por isto, tudo imperceptvel e imanifestado at que, com o DOIS, tudo se torna real e inteligvel. Segundo o Ritual de Aprendiz o nmero DOIS um nmero terrvel Eis o texto: O nmero dois um nmero terrvel, um nmero fatdico. o smbolo dos contrrios e, portanto, da dvida, do desequilbrio e da contradio. Como prova disso, temos o exemplo concreto de uma das sete cincias manicas - a Aritmtica - em que 2 + 2 = 2 X 2. At na Matemtica o nmero dois produz confuso, pois, ao vermos o nmero 4, ficamos na dvida, se resultado da combinao de dois nmeros pela soma ou pela multiplicao, o que no se d, em absoluto, com outro qualquer nmero. Ele representa o Bem e o Mal; a Verdade e a Falsidade; a Luz e as Trevas; a Inrcia e o Movimento, enfim, todos os princpios antagnicos, adversos. Por isto representava, na antigidade, o inimigo, smbolo da Dvida, quando nos assalta o esprito. E adverte: O Aprendiz no deve aprofundar-se no estudo deste nmero porque, fraco ainda do cabedal cientifico de nossas tradies, pode enveredar pelo caminho oposto ao que deveria seguir. E explica: Esta , ainda, uma das razes pela qual o Aprendiz guiado em seus trabalhos iniciticos: sua passagem pelo nmero 2, duvidoso, traioeiro e fatdico, pode arrastlo ao abismo da dvida, do qual s sair se o forem buscar. Como se v, cheio de cautelas o nosso Ritual, mas no cremos que devamos afastar o Aprendiz do estudo do nmero; antes, devemos gui-lo, aclar-lo, ensin-lo sobre os mistrios porventura existentes, a fim de que ele possa evoluir seus conhecimentos para o nmero seguinte sem soluo de continuidade. Em princpio, no cremos na terribilidade nem na fatidicidade do nmero DOIS; antes, preferimos ver nele a necessidade da manifestao da matria atravs do aparecimento dos contrrios. Se h contrrios e se preferimos ver nestes contrrios o smbolo do BEM e do MAL, temos que convir que tanto um quanto o outro serve para ressaltar os mritos ou os demritos do seu oposto.

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Assim, jamais saberamos o que o BEM, se no conhecssemos o MAL! No conheceramos o Justo se no entendssemos o que Injusto! No apreciaramos a Luz se no provssemos as Trevas! No exercitaramos o Movimento se no estacionssemos na Inrcia! E assim por diante. No h, pois, ao que nos parece, que falar-se em nmero terrvel, em nmero fatdico. Antes, h que se compreender os perigos que envolvem o aspecto negativo dos contrrios e para esta compreenso necessrio se torna conhecimento de seu aspecto positivo. A cautela dos Mestres evitar, aos Aprendizes, os percalos da dvida. O importante no abandonar a UNIDADE, que a Lei Divina. Se, dentro de ns existe o BEM e o MAL, h que nos orientarmos no sentido de equilibrarem-se as suas influncias, colocando-se no crculo da Lei (ZERO), onde no h nem o BEM e nem o MAL, volvendo-nos UNIDADE para podermos dizer: EU SOU UM! O corpo humano, em seu trabalho no emprega mais do que a metade de seus componentes, ou sejam os tomos. Se atravs do Pensamento Concentrado, da Devoo, da Sabedoria e da Ao puder ele estimular a outra metade que queda inerte, haver uma unio consciente e perfeita que levar o homem a dizer: EU SOU! O nmero DOIS nada mais que a dissociao do raio que parte do crculo (o UM partindo do ZERO) em sentido angular, , pois, a DUALIDADE afastando-se da UNIDADE. Sabendo-se que o raio primitivo, o UM, parte do Ponto (YOD) situado no centro do crculo (ZERO), temos, neste ponto a origem de um ngulo cujos lados se afastam, percorrendo a circunferncia at formar um ngulo raso, onde se verifica o maior afastamento dos contrrios. Da, continuando seu movimento, eles vo se aproximando novamente at se unirem em posio oposta quela em que eles se separaram. O ngulo convexo (de 0 a 180 graus) representa a Involuo de todas as coisas que partindo da UNIDADE, descem e se dissociam nos contrrios, enquanto que o ngulo cncavo (de 180 a 360 graus) representa a Evoluo, quando os contrrios se buscam novamente, procurando o equilbrio para, finalmente se reunirem de novo na UNIDADE! Tudo isto pode ser resumido em uma simples frase: O Homem vem de Deus e volta novamente para Deus! Vemos ento que o Aprendiz deve, muito embora assim no o aconselhe o Ritual, estudar e aprofundar-se nos mistrios do nmero DOIS a fim de que possa afastar-se das influncias negativas, aperfeioando-se atravs de uma constante pureza de pensamentos, apoiado em uma devocional concepo religiosa, agindo racionalmente dentro de uma sabedoria pura e praticando aes benficas e meritrias para que, trilhando tais caminhos, possa penetrar em seu prprio Reino Interno, assegurando, conscientemente, a sua volta desejada UNIDADE. Aos Mestres cumpre o dever de assisti-lo, encaminh-lo e assegurar-lhe confiana em seus estudos afim de que ele possa vencer todas as dificuldades. Esta a simbologia do nmero DOIS que dever ser estudada com ateno pelo Aprendiz.

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O Nmero TrsFicou claro, no estudo que at aqui fizemos, que a UNIDADE gera a DUALIDADE e esta constituda pelos contrrios, que se afastam na medida em que cresce o ngulo por ela formado para posteriormente se aproximarem novamente, com diminuio daquele ngulo, at fuso dos dois raios no equilbrio da UNIDADE. Mas a existncia destes dois aspectos contrrios, cumprindo a eternidade do movimento perptuo, nada cria de real. So aspectos metafsicos que no criam nenhuma forma real e nada materializam. Assim, um terceiro elemento h que ser juntado aos dois primeiros para que a Vontade Suprema, expressa antes apenas pela sua manifestao, se materialize com o aparecimento da forma, eis que o ponto (YOD) situado no centro do crculo (ZERO), ou a linha que parte deste ponto (UM) e se divide nos contrrios (DOIS) no constituem um slido com forma definida. A adio de um terceiro elemento, originado pela firmeza do pensamento, por uma elevada devoo, regida por slida Sabedoria e exercitado por louvveis desejos de Aes, cria a forma original que a conseqncia do elemento formado por aqueles propsitos e que liga aqueles dois raios formando o Tringulo que a forma primitiva e perfeita, geradora de muitas outras formas poligonais. o TRS, nmero considerado perfeito porque resulta da soma da UNIDADE com a DUALIDADE, conduzindo ao equilbrio dos contrrios e realizando os propsitos de Deus, que a elevao do homem. Como se ver, no estudo do nmero TRS, o Tringulo o mais importante smbolo manico. Alis no s a Maonaria que cultua o simbolismo desta figura. Outras religies tambm o fazem, principalmente porque a representao simblica perfeita dos TRS aspectos do ABSOLUTO, aspectos estes de absoluta igualdade perfeitamente representada pelos lados do Tringulo eqiltero. Nas religies crists ele representa a Trindade Divina - Pai, Filho e Esprito Santo -; as religies orientais vem nele os trs aspectos do Logos. Em qualquer delas se v a Unidade do Todo, a Dualidade da Manifestao e a Trindade Perfeita. Diz o nosso Ritual do Primeiro Grau que: A diferena, o desequilbrio, o antagonismo que existem no nmero DOIS, cessam repentinamente, quando se lhe ajunta uma TERCEIRA unidade. A instabilidade da diviso ou da diferena, aniquilada pelo acrscimo de uma TERCEIRA unidade, faz com que simbolicamente, o nmero TRS converta em unidade. O que h de importncia a ser esclarecido neste pargrafo do Ritual que a unidade que ele diz dever ser juntada ao nmero DOIS e, ainda, a unidade nova em que ela diz transformar-se o nmero TRS, no , de nenhuma forma, a UNIDADE de que at agora vimos falando. Esta, imaterial e incognoscvel, que se exterioriza simbolicamente no nmero UM, a prpria Lei Divina, cdigo regulador do ABSOLUTO, representado pelo ZERO.

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A unidade preceituada no ritual um marco, uma medida nova, destinada a ser comparada pelas coisas do campo material. A medida justa pela qual o homem deve medir os seus atos materiais e as suas aes espirituais. Prossegue o Ritual: A nova unidade, assim convertida, no uma unidade vaga, indeterminada, na qual no houve interveno alguma; no uma unidade idntica com o prprio nmero, como se d com a unidade primitiva; uma unidade que absorveu e eliminou a unidade primitiva, definida, verdadeira e perfeita. Foi assim que se formou o nmero TRS, que se tornou a unidade da vida, do que existe por si prprio, do que perfeito. Ainda aqui o trecho do Ritual obscuro e de difcil interpretao. Quando ele diz que a nova unidade no uma unidade vaga, indeterminada, na qual no houve interveno alguma ele est dizendo por certo que esta no a UNIDADE Superiora, incognoscvel e infinita, criadora incriada, sem qualquer interveno externa e que por si mesma se identifica com o nmero (UM), antes do Princpio. Ela , segundo o texto, verdadeira, definida e perfeita porque absorveu e eliminou a unidade primitiva (ou seja a UNIDADE). Para se compreender isto necessrio atentar-se para a ltima frase: absorveu e eliminou a unidade primitiva. Da absoro da UNIDADE imaterial pela unidade material advm a esta o carter de verdadeira e de perfeita, mas justamente pelo fato de ser esta unidade definida que foi necessria a eliminao de si mesma, da UNIDADE indefinida. Uma, a UNIDADE incognoscvel infinita; a outra, a UNIDADE definida finita e justamente por isto que houve a eliminao, eis que um infinito no pode estar contido em um finito! Temos ento uma UNIDADE verdadeira e perfeita porque recebeu os influxos da verdadeira e perfeita UNIDADE, e ainda finita porque dela se retirou o carter infinito da UNIDADE primitiva. Constitudo pelos dois contrrios e pela unidade finita e perfeita, o nmero TRS se tornou ento um novo marco unitrio para medir a vida, o que existe por si prprio (ou seja a mesma vida) e do que considerado perfeito no plano material. Continua o Ritual: Eis porque o Nefito v, no Oriente o DELTA SAGRADO, luminoso emblema do Ser ou da Vida, no centro do qual brilha a letra YOD, inicial do tetragrama IEVE. Temos para ns que neste ponto o Ritual peca por impropriedade do exemplo. Ele quer aqui ressaltar a excelncia do tringulo e chama a ateno do Aprendiz para um smbolo manico da mais alta significao e que, este sim, deveria ser silenciado para o Aprendiz, eis que parafraseando o que foi dito a respeito do nmero DOIS, no prprio Ritual, poderamos dizer: O Aprendiz no deve aprofundar-se no estudo deste Delta porque, fraco ainda do cabedal cientfico de nossas tradies, pode enveredar por caminho oposto ao que deveria seguir. Simplesmente nos recusamos a penetrar aqui no estudo do DELTA SAGRADO por acharmos a ocasio imprpria, inoportuna e irrelevante para a compreenso simblica do nmero TRS!

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O Simbolismo dos Nmeros na Maonaria

Continuemos, pois, as nossas consideraes sobre o nmero TRS, sem nos preocuparmos, por enquanto, com o DELTA SAGRADO, voltando antes a nossa ateno para o Tringulo Manico que a base para o estudo daquele excelso smbolo. S depois disto, j no estudo sobre o nmero QUATRO, nos deteremos ento no DELTA SAGRADO. J vimos, linhas atrs, que o ponto e a linha no tm capacidade para comunicar uma forma real. Enquanto aquele sem dimenso, simples e isolado, esta apenas a trajetria do deslocamento daquele pomo quase imaterial. Quando, porm, renem-se TRS linhas e completa-se o Tringulo, este se apresenta com forma superficial perfeitamente compreensvel e verificvel. Aqui, com um pouco de meditao, chegaremos a compreender o fenmeno de transformao do imaterial, do informe, para o aspecto material com forma concreta. Vrias linhas isoladas no nos do qualquer idia de forma, mas, quando TRS delas se renem e firmam um Tringulo, temos uma figura de superfcie perfeitamente clara e definida. O Aprendiz deve meditar sobre este simbolismo que explica como o transcendente, o espiritual, o imaterial, pode, segundo as determinaes de sua Vontade Suprema, manifestar-se e tornar-se perfeitamente claro e compreensvel aos nossos olhos. o que podemos chamar de manifestao do Imanifestado! Na Maonaria, o Tringulo assume um simbolismo de capital e transcendental importncia. , pode-se dizer, o fulcro em torno do qual gira toda a simbologia manica. Tenrio dAlbuquerque, em sua obra: O que a Maonaria, cita Iseckson, Eliphas Levi e Dario Velloso, cujas opinies se completam e combinam para uma explicao sobre o Tringulo. pgina 165, diz ele: O Tringulo Manico o tringulo dos Pentculos cabalsticos, o Tringulo de Salomo dos ocultistas, o Infinito da altura ligado s duas pontas do Oriente e do Ocidente, o tringulo indivisvel, isto , o temrio do Verbo, origem do dogma da Trindade para os magistas e cabalistas. , afinal, um Supremo mistrio da Cabala: imagem simblica do Absoluto, a um tempo emblema da Fora Criadora e da Matria Csmica, o smbolo manico do Livre Pensamento; pela significao literal, simples delta ou tringulo; pela significao figurada, o Equilbrio, a Perfeio; pela significao esotrica, energia da Cabala, Trindade na Mstica e Deus na Teurgia. Toda a Perfeio, em seu mais alto grau, est representada, simbolicamente, na figura mpar do tringulo eqiltero com seus TRS lados e TRS ngulos, matemtica e absolutamente iguais. J os antigos egpcios davam ao tringulo uma interpretao esotrica na qual ele representava a prpria natureza, o germe, a gnesis, a criao e tudo o mais que, por suas prprias qualidades intrnsecas e extrnsecas, capaz de produzir e de manter a vida. A base do simbolismo egpcio assentava-se no tringulo issceles, no qual a linha vertical de seu ngulo reto, simbolizava Osris, o princpio masculino, a linha horizontal representava sis, o princpio feminino e a hipotenusa, que une as duas, era Hrus, resultante da fuso daqueles dois princpios criadores.

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Pitgoras, conhecedor desta simbologia, confirmou-a na demonstrao do teorema por ele proposto de que a soma dos quadrados dos dois lados menores era igual ao quadrado do lado maior, o que pode ser entendido simbolicamente que Hrus o resultado da conjuno de Osris e sis e representa, assim, a vida. Este teorema corresponde em todos os sentidos perfeio preconizada pelo ideal manico e, por isto mesmo, sua representao foi adotada para o Grau Trs da Maonaria constituindo a jia do Past-Master, conhecido como Postulado de Euclides e a quadragsima stima proposio de Pitgoras, por ter sido, como j se viu, provada por ele geometricamente. Na antiga Maonaria egpcia, o que hoje denominamos de Pitgoras, por ter sido, como j se viu, provada por ele sob a forma de uma prancheta triangular negra, de lados perfeita e absolutamente iguais, representando cada um deles a matria, o meio e o germe, elementos vitais que, reunidos, formam a germinao da prpria vida. Nesta prancheta escreviam-se as trs perguntas principais, de cujas respostas muito se interessa a Maonaria para se aquilatar das condies morais do Candidato. So elas: a) Quais so os deveres do homem para com Deus? b) Quais so os deveres do homem para com Humanidade? c) Quais so os deveres do homem para consigo mesmo? Estas trs perguntas (hoje acrescidas de algumas outras) so, tal como os lados do Tringulo, iguais entre si porque as concepes de Deus, Semelhante e Eu, so as componentes que constituem a Unidade Universal. Quando os anseios do Eu se harmonizam com os anseios dos Semelhantes, estes anseios vibram em consonncia com os anseios de Deus. Esta grande verdade j tinha sido declarada pelo Mestre, Senhor Jesus quando disse: Joa X, 30 - Eu e o Pai somos UM. e mais: Joa XVII, 21 - a fim de que todos sejam UM: e como s tu, Pai, em mim e eu em ti, tambm sejam eles um em ns; para que o mundo creia que tu me enviaste. e, ainda: Joa XVII, 22 - Eu lhes tenho transmitido a glria que me tens dado, para que sejam UM, como ns o somos.

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e, finalmente: Joa XVII, 23 - eu neles e tu em mim, a fim de que sejam aperfeioados na UNIDADE, para que o mundo conhea que tu me enviaste a mim e que os amaste como tambm amaste a mim. Agora podemos sentir, depois de conhecermos o simbolismo do nmero TRS, a igualdade das linhas do tringulo, como fcil a interpretao daqueles textos bblicos. O Mestre Jesus tentava explicar o trplice aspecto - o Pai, Ele e eles - da Universidade da UNIDADE! O Mestre Jesus j tinha unido DOIS aspectos, isto , duas das linhas do tringulo - o Pai e Ele - e esta unio formava o UM (Eu e o Pai somos UM) e pedia ao Pai que concedesse a unio do terceiro aspecto, ou a terceira linha - Eles - para que o Tringulo se completasse afim de que todos sejam UM, dizia o Mestre Jesus, mas para isto necessrio se tornava que dada a unio j existente entre os dois primeiros elementos; o terceiro, isto , Eles, fossem aperfeioados na UNIDADE. Este aperfeioamento do Ternrio na UNIDADE , justamente, o Ideal Manico. a Perfeio Manica. , enfim, o perfeito Mestre Maom. Da a responsabilidade do Aprendiz em procurar estudar e penetrar nos mistrios do simbolismo dos nmeros e na simbologia do Ritual Manico. No basta, para ser um Perfeito Maom, que se freqente as reunies e que se cumpra a determinaes do cerimonial. necessrio que se penetre no simbolismo porque nele que est o hermetismo da Maonaria com suas grandes e elevadas lies. No basta, tambm, a simples leitura das Instrues contidas nos Rituais. necessrio que se detenha nelas, procurando, pelo estudo e pela meditao, o seu exato sentido, os sublimes ensinamentos que elas encerram dentro do simbolismo representado nos instrumentos, nas jias e nas alfaias que compem o Templo Manico! justamente por isto que a Maonaria se diz uma sociedade secreta! Os seus segredos esto velados pelo simbolismo e a chave deste simbolismo s pode ser encontrada no estudo profundo, srio e perseverante! O Ritual do Aprendiz Maom tece consideraes menores sobre o nmero TRS e descuida-se de seu aspecto principal que , como vimos, o Tringulo. Para que este estudo no fique incompleto, nos reportaremos quelas consideraes. Conforme a Instruo do Ritual, o nmero DOIS apresenta desequilbrio e antagonismo. Anteriormente j o havia qualificado de terrvel e fatdico, terminando por aconselhar ao Aprendiz para que no se aprofundasse no seu estudo. Pusemo-nos contra este conselho e insistimos mesmo no estudo do nmero DOIS para que o Aprendiz pudesse entend-lo e ver nele tambm a possibilidade da UNIDADE. As palavras do Mestre Senhor Jesus nos mostram que Ele e Deus estavam, apesar de serem DOIS, em perfeito equilbrio, sem antagonismos, sem terribilidade e sem fatidicidade, pois que juntos eram UM!

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Assim, no a simples presena de uma terceira unidade que faz cessar o desequilbrio. Este desequilbrio pode, como ensina o Mestre Jesus, no existir no nmero DOIS. O que a terceira unidade faz converter a unidade dual, inconsistente, vaga e indeterminada, em unidade ternria, perfeita, existente por si mesma, uma unidade de vida enfim! O nmero TRS , pois, o primeiro nmero perfeito e completo e o tringulo , tambm, a forma perfeita que apresenta trs dimenses necessrias para que o objeto tenha forma e esteja, assim, completo. TRS, diz a Instruo, o nmero da Luz, correspondente a Fogo, Chama e Calor. O Maom deve ter em si o Fogo do amor para com tudo o que bom, justo e honesto; deve ter mais a Chama da Vontade para cumprir com pacincia, resignao e determinao, o programa por ele traado para a conquista da Perfeio; deve ter, finalmente, o Calor da Inteligncia e da Sabedoria, para poder distinguir o Bem, o Belo e o Perfeito nas mnimas coisas que se lhe deparam! Amor, Vontade e Inteligncia; constituem o significado dos TRS PONTOS que todo Maom deve ter a honra de apor sua assinatura, colocando-os de maneira a formarem um tringulo de Perfeio. Estende-se o Ritual em consideraes sucintas sobre os principais pontos de vista em que o temrio pode ser apreciado. Ali, nada mais h que citaes de ternrios que se sucedem, desde a antigidade, ora constitudos de elementos materiais, ora ainda de procedimentos temporais; ora, por fim, de concepes cabalsticas ou hermticas, filosficas ou religiosas, que so, para o Aprendiz, de fcil alcance para sua compreenso. Conclumos que na Maonaria Simblica o nmero TRS representa o pice da Perfeio. O maior grau que se pode galgar nesta Maonaria Simblica o Grau Trs, isto a condio de Mestre Maom. Isto quer dizer que ele alcanou o mximo da Sabedoria em todos os seus conhecimentos manicos e tem todos os conhecimentos e segredos que a Maonaria lhe pode oferecer. Supe-se, tambm, que nesta altura ele ostente uma personalidade completa, Justa e Perfeita e, por isto, est isento de vcios e um cultor inveterado das Virtudes! Pela sua condio de possuidor do Terceiro Grau de concluir-se que ele manso e humilde de corao, cordato e fraterno, tem gentileza no trato e cultiva com amor a Humildade. Exercita a Fraternidade em toda a sua extenso e trata seus irmos com urbanidade e zelo, sabendo desculpar os seus erros e relevar as suas faltas. O Mestre Maom , enfim, o homem perfeito e, s assim, poder ele por sua assinatura o respeitvel emblema dos trs pontos que afirmam possuir ele Vontade, Sabedoria e Inteligncia! A ttulo de curiosidade, damos abaixo o desenvolvimento do Teorema de Pitgoras (Postulado de Euclides) de que falamos linhas atrs:

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Teorema de PitgorasTeorema O quadrado da hipotenusa igual soma dos quadrados dos catetos. Demonstrao Este teorema que constitui um dos mais importantes da Geometria Elementar, em virtude da sua grande aplicao, possui muitas demonstraes, sendo uma das mais simples a seguinte:

Considere-se o tringulo ABC, retngulo em B. Quer-se demonstrar que o quadrado ADEC, da hipotenusa AC, equivalente soma dos quadrados ABGF e BCIH, dos catetos AB e BC. Por isso, traa-se por B a perpendicular hipotenusa AC: o p M desta perpendicular interno hipotenusa e seu prolongamento encontra, perpendicularmente, no ponto N, o lado DE, do quadrado ADEC oposto a AC: este quadrado fica dividido pelo segmento MN, em dois retngulos dos segmentos AD e AM, ou AC e AM, e o segundo o retngulo dos segmentos EC, e MC ou AC e MC. As retas BM e AD encontram a reta FG nos pontos K e L e fica assim determinado o paralelogramo ABKL, que equivalente ao quadrado ABGF, por ter a mesma base AB e a mesma altura AX. A paralelogramo ABKL equivalente ao retngulo ADNM; ambos tm a mesma altura AM; basta ento, provar que as bases AL e AD so iguais.19

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Considerem-se, ento, os tringulos ABC e AFL. Estes tringulos so iguais porque tm AB igual a AF, ABC igual a AFL (ngulos retos) e, alm disso, ABC igual a AFI (ngulos complementares de LAB). Ento: AC=AL; mas AC=AD. Logo, AD=AL De modo anlogo, prova-se que o quadrado BCIH equivalente ao retngulo MNEC. Portanto, a soma dos quadrados dos catetos resulta equivalente soma dos retngulos ADNM e MNEC, isto , ao quadrado da hipotenusa.

O Delta Sagrado, Quatro, Cinco e SeisComo Companheiro, deveis prosseguir neste estudo, partindo do QUATRO para chegar, sucessivamente ao CINCO, ao SEIS e mesmo ao SETE. (Do Ritual Antigo)

O Delta SagradoO Ritual determina que ao Aprendiz seja explicado o significado dO DELTA SAGRADO, contra o que nos insurgimos. Agora, depois de aprendidos os mistrios do nmero TRS e quando nos preparamos para estudar o nmero QUATRO, julgamos ser a ocasio prpria para tecermos consideraes, sobre aquele smbolo. Quando nos recusamos a comentar, no Grau de Aprendiz, o simbolismo do DELTA SAGRADO, o fizemos porque achamos que o Aprendiz est ainda muito preso ao Plano Material. Como prova disto, basta lembrarmo-nos de que as provas a que ele se submete so presididas pelos quatro elementos materiais - gua, Ar, Terra e Fogo! Agora, depois de sua elevao ao Grau de Companheiro, depois de que, atravs de Instrues anteriores, ele j se capacitou de que os seus estudos so realizados em um Plano Superior, ou seja, o Plano Espiritual, torna-se mais fcil cogitar sobre o simbolismo daquele respeitvel DELTA SAGRADO. Vamos ao estudo: O DELTA SAGRADO, tambm chamado DELTA LUMINOSO, o tringulo eqiltero que se v no painel situado atrs do Trono do Venervel e que possui, em seu centro, um olho humano ou simplesmente a letra G ou, mais raramente, a letra hebraica YOD que se apresenta graficamente como uma pequena vrgula. O nome DELTA, dado ao Tringulo, vem da quarta letra do alfabeto grego que representada graficamente por um tringulo.

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O Tringulo eqiltero j estudado, representa os trs aspectos da Divindade do Grande Arquiteto do Universo, aspectos estes absolutamente idnticos e iguais e que nos lembram a sua onipresena, oniscincia e onipotncia. No centro do Tringulo v-se desenhado um olho e isto uma verso moderna do simbolismo manico para lembrar, mais rapidamente, que Deus est presente e que Deus v tudo, isto , que o Grande Arquiteto do Universo est sempre presente, vendo todos os nossos atos e todos os nossos pensamentos. Tambm muito comum ver-se no centro do tringulo, em lugar do olho, a letra G que, como j vimos anteriormente, uma modificao do ideograma representado por uma serpente que morde a prpria cauda, sugerindo o eterno movimento, caracterstica de Deus. Mas, ainda hoje, pode-se ver, em algumas Lojas, o Tringulo ostentando em seu centro uma figura mais ou menos parecida com uma vrgula. o YOD, letra cabalstica que significa Deus. Segundo relato histrico inserido no livro Os Templrios de Adelino de Figueiredo Lima, o DELTA SAGRADO foi visto, pela primeira vez, no primeiro quartel do Sculo XII, por Hugo de Payns e mais oito cavaleiros franceses, nas runas do Templo de Salomo, em uma cmara subterrnea. Vamos dar aqui, sobre o DELTA SAGRADO, um pequeno trecho daquele autor, cuja leitura recomendamos: O Tringulo, encontrado no Templo de Jerusalm, era uma figura geomtrica constituda pela juno de trs linhas e a letra YOD, no centro, significava a sua origem divina. Deus presidia os trs reinos da natureza: o mineral, o vegetal, e o animal. O primeiro era a escola dos Aprendizes, o segundo, a dos Companheiros e o terceiro a dos Mestres. No mineral, era Tubalkain, o smbolo primrio; no vegetal, Schilbolet representava o progresso do Aprendiz; e no animal Moabom, que marcava a etapa final do gnero humano como filho que era da putrefao. A viso do Tringulo levou os Templrios a profundas consideraes sobre o simbolismo por ele apresentado e viram a grandiosidade de sua significao como a expresso mxima da Matria Csmica e da Fora Criadora, tendo em seus lados a representao da Alma Solar, da Alma do Mundo e da Vida. A reunio das trs linhas lembrava a Unidade Perfeita representando, no Plano Material, a reunio do Pai, da Me e do Filho, constituintes da Famlia, princpio basilar da Sociedade. J no Plano espiritual, o tringulo simboliza a Mente, a Alma e o Esprito, elementos integrantes do Absoluto. O YOD, que se apresenta no centro do DELTA SAGRADO, a dcima letra do alfabeto hebraico e, talvez, a menor de todas em representao grfica, eis que ele se assemelha a uma vrgula. Esta letra a inicial do Tetragrama IEVE, nome do Absoluto, a expresso mais importante de Deus, digna do mais profundo respeito e venerao. Os hebreus eram proibidos de pronunciar o Seu nome e todas as vezes que a ele tinham de se referir substituam-no por Adonai. O Tetragrama composto das letras YOD-HE-VAU-HE e de notar-se que nele h, apenas, trs letras diferentes ou, sejam o YOD, o HE e o VAU. Isto simboliza, no Plano Material, as trs dimenses dos corpos, ou sejam; o comprimento, a largura e a altura e no Campo Espiritual significam a Grande Evoluo do que existiu, do que existe e do que existir.

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As provas materiais - da Terra, da gua, do Fogo e do Ar - s que foi submetido o Aprendiz, so relembradas, simbolicamente pelas quatro letras do Tetragrama. Embora as demais letras deste Tetragrama tenham a sua significao cabalstica e revelem tambm profundo aspecto simblico, delas no nos ocuparemos aqui, detendo-nos, apenas, na significao do YOD que o objeto do nosso estudo. A letra YOD pode apresentar-se ora como vogal e ora como consoante. No primeiro caso, ela simboliza a manifestao potencial, a durao espiritual e a eternidade do poder criador da Divindade. No segundo caso ela representa a durao material de todas as coisas. Mas, a significao simblica do YOD pode ser traduzida como: Eu sou o que Sou. Esta expresso encontra-se na passagem bblica que narra o encontro de Moiss com o Senhor, no monte Sinai, quando Moiss perguntou-Lhe qual era o Seu nome, a fim de que ele O dissesse ao povo na sua volta. E Deus disse-lhe: Eu sou o que Sou. Representado como uma simples vrgula, ele lembra ser o princpio de todas as coisas e atendendo-se, ainda, ao fato de ser ele a dcima letra do alfabeto hebraico, podemos raciocinar que este nmero, como j vimos, formado pelo UM e pelo ZERO, estando o UM colocado antes do ZERO, ou seja, simbolicamente, a UNIDADE precedendo ao NADA, o que significa ento que o Universo procedeu do NADA! H, ainda, um outro aspecto que pode ser apreciado no simbolismo do YOD, ou seja, o aspecto geomtrico. Com efeito, na Geometria, o YOD representado por uma circunferncia tendo em seu centro um ponto. No simbolismo desta figura o ponto representa Deus, e a circunferncia apresenta o Universo limitado. Esta limitao, dada pela linha da circunferncia, significa o Universo limitado em Deus. necessrio lembrar-se aqui de que embora em nossa conceituao humana o Universo seja considerado sem limites, face infinita grandeza de Deus ele perfeitamente limitado. Este o simbolismo do YOD, o princpio de todos os seres manifestados na Vida Absoluta. A unio do Esprito com a Alma Universal, isto , a unio do Poder de Deus com a sua Criao, harmonizao perfeita entre a Criatura e o Criador, a Justia com a Perfeio! Como se viu, o simbolismo do YOD no simples e isto trouxe certas dificuldades em sua interpretao no decorrer dos tempos e, por isto, aos poucos este smbolo foi sendo substitudo por um outro de forma mais fcil te ser interpretada, ou seja a letra G. Ao que parece, foi a Maonaria Inglesa que fez a substituio do YOD pelo G e isto em virtude de que, sendo o YOD, em ltima anlise a representao simblica, de Deus, sua pronncia se assemelhava, em muito, da palavra GOD, inglesa, que se traduz por Deus. A letra G assume, atualmente, grande importncia na ritualstica e no simbolismo manicos e pode-se dizer mesmo que ela um dos smbolos mais usados no interior de um Templo Manico. As interpretaes que se do a este smbolo variam quase que ao infinito e elas se referem, sempre, a tudo aquilo de bom, de justo e de perfeito que tem o seu nome iniciado com esta letra. Assim, encontramos explicaes para a letra G, tais como: Grande Arquiteto do Universo, Grandeza do Mestre, Glria de Deus, Geometria, Gerao, Gravitao, Gnio, Gnose e muitas e muitas outras que seria fastidioso enumerar. Acontece, porm, que o simbolismo como que uma cincia que no permite divagaes ao saber da fantasia de cada qual. Ele se refere especificamente a determinada coisa ou ser e, s sua interpretao correta pode dar a idia correspondente quilo que est hermeticamente representado. Portanto h que se pesquisar com conscincia e seriedade o significado correto do smbolo.22

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A hiptese aventada, da troca feita pelos ingleses do YOD para G, como uma assimilao de pronncia, aceitvel, mas, preciso ficar bem claro que, neste caso, houve uma feliz coincidncia no s quanto . vocalizao dos sons das duas palavras YOD e GOD - mas, ainda, pelo fato de que, como vimos, em hebraico YOD significa Deus e em ingls, a palavra GOD, tambm significa Deus! A explicao exata, no entanto, para a substituio do smbolo foi, realmente, a dificuldade de interpretao simblica do YOD, principalmente pelos povos ocidentais, e mais, o fato de que a substituio em nada alterou o significado intrnseco do smbolo. Vimos, com efeito, linhas atrs, que na Geometria o YOD era representado por um crculo que tinha um ponto em seu centro e isto com a significao de Deus e sua criao, o Universo. Figuradamente o crculo se representava na Cabala por uma serpente que a prpria cauda e este ideograma era o smbolo de Deus, representado por Seu eterno movimento criador. Quando, nos primrdios do alfabeto, os ideogramas se foram transformando em letras, o exerccio da escrita foi, aos poucos, adulterando os smbolos primitivos. Podemos ver que a atual letra B foi, anteriormente, representada por um retngulo dividido ao meio por uma reta e formando dois quadrados; a letra M era representada por uma linha sinuosa lembrando uma onda do mar; a letra T representavaT se por uma cruz. Assim, a letra YOD, cujo ideograma j se havia transformado de serpente em circulo com um ponto central foi transformando-se paulatinamente na letra G. de supor-se que o constante exerccio da escrita e o costume que iam adquirindo os copistas de lidar com as letras, levou-os, por desleixo ou por pressa, a mutilarem as letras e os smbolos. Assim, ao ter que desenhar um crculo e depois colocar um ponto em seu centro, podemos imaginar, sem esforo, que o escriba iniciava o traado do crculo, partindo da direita para a esquerda e iniciando com um movimento ascendente. Quando terminava o traado do circulo, sem levantar o clamo, traava uma reta at seu centro onde colocava o ponto. Assim a prtica do desenho foi evoluindo e logo j no se preocupavam muito em fechar completamente o crculo, iniciando a feitura da reta que ia para o centro antes mesmo da linha circular se encontrar de todo. Da o aspecto da letra YOD, transformado em letra G. Mudou-se o feitio grfico do smbolo, mas isto no alterou em nada a sua significao simblica. A idia de Deus, ligada indestrutivelmente de oniscincia, trouxe uma nova transformao grfica do smbolo. Esta, sim, foi drstica e vazada na interpretao simplista de uma figura que mais diretamente causasse impacto primeira vista. O G foi substitudo por um olho! A inteno, sem dvida, se baseou na oniscincia Divina traduzida na linguagem popular pelo Deus v tudo! Foi por isto que se colocou dentro do DELTA SAGRADO a figura de olho. A idia, sem dvida brilhante, possuiu um cunho prtico de levar o esprito do observador a alcanar, rapidamente, a idia central da presena de Deus. A imagem de um olho vigilante, sempre aberto, sempre perquiridor conduz o Aprendiz, infalivelmente, ao entendimento de que por trs daquela figura h uma invisvel presena! , alm disto, embora no acreditemos que tenha havido este propsito, uma forma de relembrar o perodo em que o homem, segundo nos relatam os estudiosos, possua apenas um olho no meio da testa.

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Este fato, a par de uma hiptese cientfica, uma realidade mitolgica que pode ser encontrada em vrias passagens da Histria primitiva, principalmente na narrativa feita em a Odissia, na qual Ulisses, o heri grego, em suas andanas, encontra, nas costas da Siclia, uma terra habitada por gigantes que possuam um s olho na testa - os ciclopes - um dos quais, Polifemo, prende a Ulisses e a seus companheiros. A Mitologia faz referncias ainda a outros ciclopes, tais como Brontes que forjava os raios em sua oficina no monte Etna, Esteropes, que os colocava na bigorna e Piracnion que os martelava a golpes de malho. A palavra ciclope formada de ciclos, que significa crculo e ops que se traduz por olhar. O sentido da viso, segundo os cientistas, evoluiu para o aparecimento de mais dois olhos na face do homem e, com isto o olho primitivo regrediu atrofiando-se at o seu completo desaparecimento. rgos que se atrofiaram no so raros no corpo humano. A Cincia nos informa de que houve um perodo em que o homem era hermafrodita, isto , cada indivduo possua todos os rgos masculinos e todos os rgos femininos. A evoluo encaminhou, aos poucos, o homem para a separao de sexos e, ento, progressivamente nasceram indivduos portadores s de rgos masculinos e outros portadores s de rgos femininos. Os rgos que se atrofiaram deixaram, em cada indivduo, seus vestgios. Os mamilos, no homem, so rudimentos de seios que, em pocas remotas tiveram a funo de aleitamento. A prstata hoje um tero rudimentar, mas que, em pocas passadas, esteve em pleno funcionamento. Na mulher, o clitris atualmente um pnis atrofiado que em primitivas eras cumpriu totalmente as funes deste rgo. Vemos, pois, que os rgos rudimentares de que somos portadores so lembranas de eras avoengas. Isto leva os estudiosos a supor que a glndula pineal, situada profundamente no crebro, em sua parte mediana anterior e que desempenha importantssima funo no equilbrio do sistema glandular, apresentando ainda hoje, muitos mistrios no explicados em suas funes, leva a supor, dizamos, que esta glndula pineal seja o resqucio daquele primitivo olho dos ciclopes que se atrofiou com o aparecimento dos olhos faciais! Tudo o que acima foi dito, foi para explicar a existncia deste olho nico, ento existente no homem e que tinha, segundo se supe, propriedades outras, alm de enxergar as coisas materiais. Este olho podia enxergar o mundo Espiritual. Era a terceira viso, que deixou de existir quando do aparecimento dos olhos que hoje temos no rosto. A Teologia afirma, em vrias ocasies, a existncia de seres invisveis aos nossos olhos, seres estes que ela denomina genericamente de anjos; admite, mais, a existncia das almas das pessoas que morreram, habitando outras paragens que no o nosso mundo fsico; a Mitologia nos fala de gnomos e espritos da terra e ainda outras criaturas, invisveis para ns, mas que, s vezes, se revelam para alguns mortais! Se, pois, h estas entidades espirituais e estas criaturas normalmente invisveis, a sua invisibilidade decorre antes da impossibilidade que tm os nossos olhos materiais de v-las, do que mesmo da sua existncia. Acredita-se que os primitivos ciclopes podiam ver, com seu nico olho, estas entidades invisveis aos nossos olhos de hoje! A explicao disto decorre do fato de que os nossos olhos, que nada mais so que rgos captores das vibraes luminosas que as recebem e as enviam ao crebro para sua apreciao, s podem enxergar ondas luminosas de determinado comprimento.

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As cores que conhecemos, em nmero de sete, chamadas cores fundamentais, so vibraes da luz com comprimentos de ondas diferentes que, por isso, sensibilizam de formas diversas a nossa retina e, enviadas ao crebro, atravs do nervo tico, se revelam como vermelho, amarelo; laranja, verde, azul, anil e violeta. Est, no entanto, cientificamente comprovado que alm destas ondas percebidas por nossos olhos h outras que so incapazes de impressionar a nossa retina porque o seu comprimento de onda no sensibiliza os ftons, que so clulas da retina. Assim, as ondas ditas infravermelhas ou as chamadas ultravioletas, no so percebidas pelo olho humano, mas podem ser operadas por determinadas tcnicas em certos aparelhos, que podem ento fazer fotografias, com estes tipos de ondas, de objetos colocados em plena escurido e, portanto, invisveis para ns. H insetos, como as abelhas, que enxergam com a luz ultravioleta, que no percebida pelos olhos humanos. Existem, pois, qualidades de matria que emitem raios luminosos com freqncia vibratria inferior ao infravermelho e superior ao ultravioleta. Este tipo de matria no pode ser percebido pelos olhos humanos. Quem poderia contestar, peremptoriamente, o fato de serem as entidades espirituais, invisveis aos nossos olhos, constituda por este tipo de matria? Anjos, Arcanjos, Serafins, Querubins, Tronos, Potestades, Dominaes, Espritos, Almas, Gnomos, etc. e ele, so, pois, entidades materiais constitudas de matria muito mais sutil, muito mais fina do que o tipo de matria que conhecemos e que afeta ao estado slido, lquido e gasoso. Por esta razo, no so por ns percebidos, no obstante estarem junto de ns, trabalhando conosco, orientando-nos, ensinando-nos a todo o momento! Com uma comparao grosseira, podemos dar uma idia de como este mundo invisvel, apesar de presente junto a ns, no consegue impressionar as clulas fticas de nosso aparelho visual. Suponhamos que nos encontremos em um salo de cinema onde est sendo projetado na tela um filme qualquer. As imagens ali projetadas se movimentam e este movimento perfeitamente acompanhado pelos nossos olhos. Suponhamos ainda que, em dado momento, sem que seja interrompida a projeo do filme, acendam-se todas as luzes do salo. O que acontece? Deixamos, imediatamente de ver as figuras que continuam a ser projetadas na tela, no obstante elas ali continuem a se movimentar como antes. Por que no as enxergamos mais? Porque uma causa exterior, ou seja, a luz, impediu que os nossos olhos captassem aquelas imagens agora de intensidade menor. Isto o que acontece com relao ao mundo Espiritual que nos cerca. Ele existe, est aqui mesmo em torno de ns, mas, nossos olhos so incapazes de reagir s suas vibraes luminosas porque elas ou so menores do que as ondas infravermelhas ou maiores do que as ondas ultravioletas. Em resumo, porque ns no possumos a terceira viso! Esta terceira viso era, segundo se acredita, um atributo normal ao homem primitivo, isto , nos ciclopes. Parece, segundo relatos bblicos, que os homens do tempo de Moiss, apesar de no serem mais ciclopes, tinham ainda, com certa facilidade, o poder de enxergar os entes do mundo espiritual. A Bblia cheia de relatos de aparies de anjos e outras entidades do mundo Espiritual que mantinham palestras, davam conselhos ou exprobravam aos homens. Ainda hoje os espiritistas afirmam que os mdiuns entram em contato visual com as entidades do mundo espiritual. No so todos os mdiuns que tm esta capacidade. Apenas alguns, ditos mdiuns videntes que podem faz-lo. Talvez se possa explicar cientificamente esta possibilidade que tm algumas pessoas de verem os espritos e outras entidades, por uma transitria alterao na qumica dos fluidos corporais que possa predispor a retina a vibrar de forma a perceber as vibraes abaixo ou acima da escala luminosa normal percepo dos olhos da maioria dos humanos.25

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A possibilidade da terceira viso, em ns, o comum dos mortais, deve persistir em estado latente e isto que nos faz perceber a existncia de uma entidade superior por trs da figura do olho desenhada no centro do DELTA SAGRADO. Este olho , sem dvida, um elemento de vigilncia, uma afirmao da vigilncia divina que tudo observa, tudo sabe tudo v e que por isso mesmo obriga ao homem a seguir a sua vontade, vontade esta que emana no Templo Manico, envolvendo a tudo e a todos, fazendo-se respeitada por ser a prpria vontade de Deus! O pensamento filosfico nos ensina que a luz espiritual mais real do que a luz material mas aquela luz s pode ser percebida pela nossa atrofiada terceira viso que, no obstante o seu atrofiamento, inconscientemente a enxerga e obedece. Assim, dentro do Templo, cada Maom um ponto de captao desta misteriosa luz espiritual e, por isto, forma, com os outros Maons que ali se encontram, uma verdadeira Cadeia de Unio na qual todos vibram sob os influxos de uma mesma Vontade Superior e refletem, em conjunto, esta Divina Vontade produzindo os benefcios do amor, da harmonia e da fraternidade que une todos os obreiros da Oficina. Sabemos que os trabalhos de uma Oficina Manica no tm nenhum valor se antes deles no for aberto o Livro da Lei, porque nele est a palavra Divina. Da mesma forma, no olho do DELTA SAGRADO est a presena Divina. Esta presena observa o Maom no s em seu aspecto exterior, mas, ainda em todo o seu ntimo, no recndito de seu corao e no mago de sua alma! YOD, G ou Olho, o smbolo o mesmo, a sua interpretao a mesma, o seu significado o mesmo! Ele lembra a presena de Deus dentro do Templo Manico, em toda a plenitude de Seus atributos divinos de perfeio, igualdade e justia, representados nos fados perfeitamente iguais do Tringulo e, ainda, a Sua oniscincia representada no seu smbolo central! Terminamos aqui as nossas consideraes sobre o significado simblico do DELTA SAGRADO e estamos certos de que no erramos quando nos recusamos a faz-las para os Aprendizes porque, como se viu, estas consideraes se restringem, quase que exclusivamente, ao campo da Filosofa Manica, do hermetismo da Cabala e do transcendentalismo do Plano Espiritual, o que era ento, defeso ao Aprendiz, ligado como estava ainda unicamente aos fenmenos e s manifestaes do Plano Material, incapaz, por isto mesmo, de compreender a beleza e a grandiosidade do Smbolo Sagrado. Estamos certos de que no erramos!

O Nmero QuatroA manifestao do Absoluto, traduzida naquilo que chamamos de Criao, procedeu do interior para o exterior daquele Absoluto, para exteriorizar-se, de maneira objetiva, em tudo o que se compe o Universo. Vimos nos estudos anteriores, a existncia do ZERO, simbolizando o Espao ilimitado, sobre o qual, ou no qual, pairava o Esprito de Deus, ou seja a potencialidade ainda no manifestada. Tal potencialidade a representao do Pai, no qual se encontram todas as possibilidades criadoras.26

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A presena do Pai, representada pelo ponto YOD situado no centro do crculo (ZERO), a primeira diferenciao do Absoluto, preparando-se para iniciar o trabalho da Criao. Do ponto parte um Raio de Luz Csmica, que a manifestao do Pai, simbolizada pelo nmero UM. Vimos, ainda que este Raio de Luz Csmica se dissocia em DOIS raios angulares contrrios que se afastam progressivamente na involuo. Estes DOIS raios representam a Me, ou seja, a Natureza, onde operar a Vontade do Pai. A ao desta Vontade do Pai sobre a Me resultar, simbolicamente. na unio dos nmeros UM e DOIS, para formarem o TRS, representante simblico da TRINDADE que a manifestao perfeita e total. Importante saber-se que e manifestao destes trs primeiros Princpios se verificou apenas no campo metafsico e, assim, no obstante sua verificao, nada existia ainda de material. Para que o trabalho da Criao passasse do terreno da manifestao metafsica para o terreno fsico da materialidade, a TRINDADE emanou de Si, atravs de vibraes diferentes, QUATRO elementos bsicos formao do mundo material. Estes QUATRO elementos, a que a Bblia se refere como Elohim, so divindades para a Teologia. Elohim o plural de Elo, palavra hebraica que significa Deus. Esta palavra empregada na Bblia de duas maneiras diferentes: acompanhada de um verbo no singular, designa o verdadeiro Deus. Neste caso, o plural da palavra um plural por excelncia. Ao mesmo tempo, o singular que o verbo conserva, denota a unidade de Deus. Acompanhada de um verbo ou qualificativo no plural, a palavra Elohim aplica-se, ora aos deuses estrangeiros, ora aos anjos ou aos homens fortes e poderosos. No campo da Fsica, no entanto, podemos conceber estes Elohim como sendo os eltrons que se combinam de diferentes formas constituindo os tomos materiais da grande variedade de corpos qumicos de que se compe o Universo. E interessante verificar-se que os eltrons nada mais so que manifestaes imateriais de fora que se materializa para formar os tomos, A Qumica Filosfica de h muito chamava a ateno para o fenmeno da desmaterializao quando os tomos materiais eram divididos dando origem a eltrons imateriais. Assim, temos hoje comprovada nos laboratrios cientficos aquilo que, ate aqui, tinha sido objeto de nossas cogitaes filosficas. Mas, prossigamos no nosso estudo sobre o numero QUATRO. Os Elohim emanados da TRINDADE foram aqueles a que os antigos denominavam de QUATRO elementos, ou sejam A gua, o Fogo, a Terra e o Ar. Os conhecimentos que hoje possumos nos informam de que a gua nada mais e do que a combinao do Hidrognio com o oxignio; a Terra, uma combusto do Hidrognio com o Oxignio; o Fogo, uma combusto de Hidrognio em presena do Oxignio; a Terra, um complexo de rochas formado das mais variadas combinaes e misturas de sais minerais e o Ar, uma mistura do Oxignio com o Nitrognio. Assim, hoje, no podemos, segundo os conceitos modernos de Qumica, considerar aqueles corpos como elementos. Mas, sob o ponto de vista filosfico, esta conceituao perfeitamente normal para indicar que tais elementos so Foras da Natureza e no componentes dos corpos. sob este aspecto que os temos de considerar em nosso estudo. Infelizmente no podemos hoje aceitar os termos filosficos dos conhecimentos antigos com a mesma conceituao que lhes era atribuda. Por isto seremos forados a esclarecimentos e comparaes que possamos justapor estes conceitos - antigos e modernos - afim de que no seja prejudicada a nossa interpretao. necessrio, porm, que, ainda que s vezes possam parecer absurdos certos conceitos, no devemos perder de vista o fato de que as nossas cogitaes so filosficas e no materiais.27

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Diz a Fsica moderna que Fora tudo aquilo capaz de produzir ou modificar o movimento. J a Filosofia nos ensina que Fora o Esprito que penetra na matria causando nela vibraes. A Energia UNA, procedente do Absoluto, se diversifica e toma aspectos diferentes sendo assim o Esprito, a Vida, etc. A numerologia prefere no ver nos QUATRO elementos os Elohim, isto , no os reconhece como Divindade pois estas so apenas as TRS que formam a TRINDADE em seus TRS aspectos. D-lhes - aos QUATRO elementos - a classificao de Princpios formadores de todos os elementos materiais. Os versculos 26 e 27 do Captulo 1, do Gnesis nos informam que: Gen. 1, 26 - Tambm disse Deus: Faamos o homem nossa imagem, conforme a nossa semelhana: tenha ele, etc., etc. 27 - Criou, Deus, pois o homem sua imagem, imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Segundo o texto bblico o homem a imagem de Deus conforme a Sua semelhana. Isto nos leva a concluir que o homem veio diretamente de Deus e, na Filosofia Manica, como na Cabala, o nmero QUATRO o que simbolicamente traduz esta separao aparente em que o homem sai de Deus. Alis, na Natureza todos os seres vivos provm de outro ser vivo que lhe igual ou semelhante. o ovo ab ovo dos filsofos! Na reproduo agmica vemos uma clula dividir o seu ncleo (cariocinese) e contrair a sua membrana dividindo assim o seu citoplasma para dar lugar ao aparecimento de duas novas clulas iguais. Nos vegetais, assistimos reproduo pelo simples destacar de um de seus galhos que, plantado, dar lugar a um outro vegetal semelhante ao primeiro. Assim, o homem saiu de Deus Sua imagem e conforme a Sua semelhana. Enquanto os nmeros UM, DOIS e TRS, se relacionam com as manifestaes da Vontade Divina no campo da Metafsica, o QUATRO realiza, no mundo material, aquelas manifestaes. O sentimento de Amor que leva o Pai e a Me a conceberem a idia de um Filho, pode ficar apenas no campo das pretenses enquanto a estes trs elementos - Pai, Me e Filho - no se juntar um QUARTO, ou seja, o elemento capaz de tornar material aquela ideao. A Doutrina Secreta nos ensina que o disco simples a primeira figura representativa do espao absoluto, a segunda o disco com um ponto em seu centro, significando a primeira diferenciao da Vontade Divina; a terceira a fase em que o ponto se transforma em dimetro, simbolizando a Me-Natureza, divina e imaculada, no Infinito Absoluto que abrange todas as coisas. A QUARTA fase se verifica quando uma linha vertical, dentro do disco, corta ao meio o seu dimetro e forma uma Cruz que simboliza que a humanidade alcanou a Terra. A Cruz no deve ser encarada, pois, como um smbolo de morte, mas, antes, como o signo do Comeo da vida humana - o desaparecimento do crculo, ficando apenas a cruz, representa a queda do homem na matria! A Cruz, smbolo da Vida, tem seus QUATRO braos representando os QUATRO elementos formadores da matria. O dualismo da Divindade em seus aspectos imanifestado e manifestado est encerrado nos contrrios presentes nos QUATRO elementos.

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Assim, a gua, por sua passividade, por sua placidez e por sua umidade, se antepe ao Fogo, com a sua ebulio, com a sua secura; a Terra, pela sua dureza, pela sua complexidade e por sua extrema densidade, se contrape ao Ar, com a sua leveza, com a simplicidade de seus componentes e por sua mnima densidade. Os ocultistas vem as Trs Unidades Primrias se manifestando na Natureza atravs dos QUATRO elementos e fazem o Fogo, do Ar pelo calor, reao esta que traz a condensao em forma de gua e esta, em presena do Fogo, d lugar formao da Terra. Esta era, ou , a explicao mais razovel que eles encontram para, a formao dos elementos atravs de sua prpria interao! Mais interessante, porm, a considerao filosfica que conduz o problema para a esfera moral onde d ao Fogo os atributos da vontade do ser que se associa ao Ar, representante do pensamento, para darem origem gua, smbolo do desejo e das emoes que se manifestam na Terra como ao e dinamismo. Adentrando-se no pensamento filosfico temos de ver os QUATRO elementos como simples envoltrios fsicos dos Elohim da gua, do Fogo, do Ar e da Terra, entidades imateriais que os governam. Assim h que se fazer urna ntida a diferenciao entre o elemento e a entidade que o comanda. No homem, estas entidades dos QUATRO elementos exercem grande influncia conforme a dominncia que sobre ele exeram. Quando a entidade do Fogo domina o homem ele se torna violento e irascvel, seu temperamento conhecido na Psicologia como sendo bilioso; se so as entidades do Ar que o comandam, ele se mostra com atributos de inteligncia e reflexo, um temperamento dito sangneo; as entidades da gua influem no sentido de tom-lo sensitivo e impressionvel, com um temperamento tipicamente linftico; finalmente, as entidades da Terra outorgam-lhe caractersticas de grande atividade e constncia em suas determinaes. Seu temperamento , ento, nervoso. A luta do homem consigo mesmo deve ser no sentido de dominar os QUATRO elementos inferiores a fim de poder usufruir os benefcios das entidades puras que os governam e transform-los em princpios superiores, de vibraes benficas e harmoniosas que o elevaro, espiritualmente, at aos pramos da UNIDADE onde ele, integrando-se novamente no crculo de onde foi originado, possa dizer, como o disse o Mestre Jesus: Eu Sou! Recomendam os ocultistas que o homem deva exercer a sua inteligncia, simbolizada pelo ponto central do crculo onde se intersectam as duas linhas - horizontal e vertical - que formam os braos da Cruz, a fim de dominar os QUATRO elementos inferiores. Indicam o caminho a ser seguido para esta dominncia como sendo a da extirpao de todas as paixes possessivas e grosseiras at chegar-se impersonalidade, como o meio de se dominar os elementos inferiores da gua; os instintos animais devero ser vencidos para que sejam dominados os elementos do Fogo; uma concentrao perfeita recomendada para a vitria sobre os elementos do Ar e, finalmente, uma vida fsica racional, onde os princpios de higiene do corpo, um comedimento na alimentao e uma respirao adequada, o capacitaro a sobrepor-se aos elementos inferiores da Terra! Simbolicamente, temos o Tringulo como a representao do mundo Divino e o Quadrado a representao do Templo de Deus no homem.

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Muito mais se poderia falar acerca do simbolismo do nmero QUATRO. Ao Companheiro, contudo, parece-nos que basta o que at aqui ficou dito para ter ele uma idia sobre a importncia filosfica do nmero.

O Nmero CincoVimos que os QUATRO elementos, envoltrios das quatro Essncias que os animam, constituem os princpios materiais bsicos de que se formam todas as coisas no nosso mundo fsico. Vimos, ainda, que aquelas Essncias, atuando sobre cada um dos QUATRO elementos podem, no homem, agir de forma a moldar-lhe os tipos no s fsico, mas, tambm seu comportamento temperamental. Quando estudamos o nmero DOIS, verificamos que ele preside os contrrios que buscam, at encontrar, o equilbrio. Equilbrio inrcia, inrcia a, negao da Vida que , por si mesma, vibrante e agitada. Os QUATRO elementos, antepondo-se DOIS a DOIS, conduzem a matria por eles formada, invariavelmente, para o equilbrio, ou seja, para a morte! Em uma conceituao biolgica j foi dito que: A morte o equilbrio entre o anabolismo e catabolismo! Assim, para que um corpo se mantenha vivo no bastam as QUATRO Essncias que presidem os elementos que o formam. necessria a presena de uma QUINTAESSNCIA capaz de evitar que os QUATRO elementos se equilibrem, se neutralizem e morram, enfim! o nmero CINCO que preside a esta Energia capaz de manter em vibrao os elementos primrios. A Bblia nos implica, simbolicamente, no Captulo segundo do Gnesis, o aparecimento desta QUINTA-ESSNCIA. Diz ela: Gen. 11, 6 - Mas uma neblina (AR e GUA) subia da TERRA (pela ao do calor, ou seja FOGO) e regava toda a superfcie do solo 7 - Ento formou o Senhor Deus ao homem do p da terra e lhe soprou nas narinas o flego da vida, e o homem passou a ser uma alma vivente. (Os parntesis so nossos) Vemos, ento, que o homem foi formado com os QUATRO elementos j nossos conhecidos, mas ainda assim, continuava matria inerte, sem vibrao, sem vida. Soproulhe, ento, o Senhor, nas narinas, o alego da vida. O Senhor adicionou s QUATRO essncias contidas nos elementos, mais uma, a QUINTA essncia e, ento, ele (o homem) passou a ser uma alma vivente. A Essncia nmero CINCO o Esprito de Deus, capaz de no permitir que os QUATRO elementos se equilibrem. Assim, enquanto com eles coexistir a QUINTA essncia, a vida estar nele presente e suas foras no sero capazes de se neutralizar DUAS a DUAS.

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Esta Quinta Essncia o hlito, a respirao que mantm a Vida, que permite ao ser manifestar-se como um ser vivo e que une o Esprito de Deus que, simbolicamente, conforme narra a Bblia, lhe foi transmitido atravs de um soro em suas narinas, sopro este que constitui o flego da vida. Feito de barro ele era matria inerte. Recebido o soro do flego da vida, tornou-se uma alma vivente. O simbolismo desta passagem bblica muito grande. Ao afirmar, o texto bblico, que Ento formou o Senhor Deus ao homem do p da terra, est, simbolicamente, afirmando que o corpo material do homem composto dos QUATRO elementos primrios que presidem a formao dos corpos fsicos. Com efeito, sabemos hoje que o corpo humano constitudo de quase 90% de gua. Os 10% restantes so formados de substncias slidas representadas por sais minerais e substncias orgnicas sendo estas, em ltima anlise, constitudas, tambm, por elementos qumicos. Sais minerais e elementos qumicos so, precisamente, os componentes que, em propores adequadas, formam a Terra. Alm disto, a funo orgnica no se realiza sem o fenmeno da oxidao, ou seja, sem a presena do calor, um dos atributos do Fogo e, finalmente, a oxidao necessria s se faz em presena do Ar. Sabemos, tambm, que no basta a simples reunio destes QUATRO elementos para comunicar ao corpo a caracterstica de ser vivo. Com efeito, uma pessoa que acaba de morrer, possui todos os elementos acima enumerados, mas, agora, j no mais ser vivo! H, ento, que se considerar a existncia de um QUINTO elemento capaz de permitir que os QUATRO outros adquiram a condio de vitalidade. Este QUINTO elemento a Energia UNA, o sopro que causa o flego da vida, e que, retirado do homem o transforma em um cadver! Vemos, ento, que o homem vivo formado de CINCO elementos e a sua representao simblica, na Filosofia Manica, o Pentagrama ou Estrela Flamgera, o smbolo do Companheiro Maom. Ela indica que o Companheiro atingiu, em seus estudos, o conhecimento do Plano Astral ou Espiritual. Para alcanar a este Plano teve ele de empreender CINCO viagens e agora consegue apreciar a Verdadeira Luz, a Luz Espiritual e com ela pode perceber novos horizontes de generosos sentimentos que devem ser exaltados e, por isto, despreza o egosmo como um sentimento abominvel A Estrela Flamejante, ainda que no seja to brilhante quanto o Sol, a principal Luz de uma Loja. Sua luz suave e sem irradiaes resplandecentes. Por isto mesmo, no ofusca os olhos do Companheiro que pode trabalhar tranqilo na conquista do novo Plano Espiritual. Ela representa a virtude da Caridade, pois, espalhando luz (ensino) e calor (conforto) nos ensina a praticar o BEM em todos os lugares a que esta Caridade possa alcanar. O simbolismo da Estrela Flamejante, que a representao do homem, tem importncia capital na posio em que a Estrela est disposta. Assim, quando colocada com uma ponta para cima, representa o homem espiritualizado. Nesta posio, as duas pontas inferiores da Estrela representam as pernas afastadas do homem; as duas pontas laterais representam seus braos abertos e a ponta superior representa a cabea. Os QUATRO membros do homem esto assim simbolizados e, tambm, a cabea que os governa como centro das faculdades intelectuais, e que sede da inteligncia, atributo espiritual, e que domina o quaternrio de elementos materiais. Colocada entre as figuras do Sol e da Lua, significa que a inteligncia e a compreenso por ela indicadas procedem da Razo e da Imaginao.

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Representando o homem, considerado como uma miniatura do mundo, ela corresponde ao Microcosmo. Smbolo do Companheiro Maom, ela, com sua ponta voltada para o alto, lembra-o ereto, de cabea erguida para o cu de onde lhe vem a Verdadeira Luz que, encontrar nele vibraes adequadas, preparadas por estudos e meditaes apropriadas, oferece-lhe faculdades especiais, armando-o de novos sentimentos que em contato com as vibraes sutis de um novo mundo espiritual, dantes inteiramente desconhecido para ele, o fazem sentir um novo ser perfeitamente integrado na harmonia do Macrocosmo! A Estrela Flamejante o emblema do gnio que eleva as grandes causas. a imagem do fogo sagrado que abrasa a alma de todo homem que, resolutamente, sem vaidade, sem baixa ambio, vota a sua vida glria e felicidade da Humanidade! Seu simbolismo inicitico se refere ao homem evoludo, possuidor de poderes psquicos, coroado de brilhante inteligncia e cujos trabalhos esto voltados para a especulao de campos superiores. por isto que ela se mostra como uma Estrela Flamejante. O pentagrama simples (no flamejante) , tambm, uma representao do homem, mas de um homem no iniciado que no pode retirar do reservatrio eterno aquelas foras novas que o auxiliem em sua elevao para as esferas mais altas da espiritualidade! O verdadeiro Iniciado acha-se em ntima comunho com as luzes superiores e eternas, pode penetrar, espiritualmente, em outros mundos e possuir, assim, os dons da clarividncia. Colocada com a ponta voltada para baixo, a significao simblica da estrela completamente diferente. Comea por no ser flamejante, pois no distribui luz e nem dispensa dotes de inteligncia. A sua ponta voltada para baixo representa os rgos sexuais do homem, o que vale dizer que se trata de um homem inteiramente materializado, com predominncia do sexo. Voltado para as preocupaes do mundo da matria, esquece-se do mundo do Esprito. um ente atrasado, facilmente corruptvel, egosta, incapaz de praticar aes nobres! Vimos, ento, que o homem formado de CINCO componentes, sendo quatro elementos inertes e um Esprito que vivifica todo o conjunto. Este QUINTO elemento espiritual, que vivifica o homem a representao do poder Criador nos mundos divino, intelectual e material. O corpo fsico do homem colhe informaes do mundo exterior onde ele vive atravs de CINCO sentidos que exercem, cada um deles, influncia sobre pontos essenciais para o conhecimento do Esprito. Assim, o tato influi nas relaes do corpo fsico; o paladar liga-se aos instintos, o olfato relaciona-se com o corpo dos desejos; a audio afeta o corpo mental e a viso estimula a vontade. Estes CINCO SENTIDOS interligam-se s CINCO FUNES da vida vegetativa, ou sejam: respirao, digesto, circulao, excreo e reproduo. O CINCO o nmero que comanda a vida animal em todas as suas manifestaes ficando todo o conjunto vital dominado pela expresso mxima do desenvolvimento do Eu sou! O Companheiro Maom est, pelo seu grau, pela sua idade manica e pelo nmero de pancadas dadas, pelo Venervel, sobre a espada, quando de seu juramento, no ato da Elevao, capacitado a estudar e entender o simbolismo do nmero CINCO.

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O Evangelho de So Joo, em seu Captulo XXV, relata a parbola do Servo fiel que recebeu de seu patro a importncia de cinco talentos para com eles operar durante a viagem que faria o amo. Homem trabalhador e diligente aplicou os talentos em transaes vrias e conseguiu com isto duplicar o seu nmero. Em sua volta, o amo pediu-lhe conta do dinheiro e ele entregou-lhe os dez talentos dizendo-lhe que havia diligenciado para que crescesse o capital que lhe fora confiado. O amo agradeceu-lhe e premiou-lhe chamandoo de servo fiel. Os CINCO talentos da parbola podem ser aplicados, pelo Maom, como sendo os CINCO sentidos que lhe foram confiados pelo Absoluto. Resta diligenciar, atravs de estudos e meditaes, para que eles cresam e rendam cem por cem, conforme fez o servo com os talentos. Ao Companheiro compete este servio. Entregar-se, afanosamente ao estudo de todos os mistrios do grau. Diligenciar, atravs da meditao, para que compreenda o simbolismo da Filosofia Manica a fim de que no seja um simples freqentador de Loja. Os tempos modernos tm feito com que os homens, entregues a um sem nmero de afazeres, se esqueam de sentar-se para meditar um pouco todos os dias. Assim, ele vai-se brutalizando, materializando e esquecendo-se das coisas Superiores. mister diligenciar no sentido de se entregar um pouco ao transcendental afim de que possa burilar o seu esprito e aprimorar os seus costumes. A Maonaria uma escola onde todos tm de aprender alguma coisa todos os dias. Nela, o obreiro diligente tem oportunidade de desenvolver os seus conhecimentos no sentido de poder responder a inmeras questes que se lhe apresentam e que, muitas vezes, exigem-lhe uma resposta imediata. O campo de trabalho do Companheiro Maom o Plano Espiritual. Nele no h mais oportunidade para lavrar a Pedra Bruta, pois que o seu trabalho agora o de cinzelar a Pedra Cbica afim de que ela se apresente sem arestas e perfeitamente capaz de servir grande construo do Templo simblico que a Maonaria, atravs de seus adeptos, se prope a construir em honra do Grande Arquiteto do Universo. Estudo e meditao so as metas que devem nortear o trabalho do Companheiro durante todo o seu tempo de servio!

O Nmero SeisA um observador j experimentado, como deve ser o Companheiro Maom, ressalta, simples vista do nmero SEIS (6), um importante aspecto de seu simbolismo. Com efeito, lembrando-se de que o ZERO representa o Espao Absoluto e, mais, de que o crculo a representao material desse Espao, temos, no SEIS a representao simblica do Microcosmo, ou seja, o homem, cujas limitaes esto representadas no crculo. Ser dotado de inteligncia, o homem um reflexo da Sabedoria do Absoluto. Sua inteligncia tem o dom de mostrar-lhe sua origem e de lembrar-lhe, sempre, de que ele uma criatura de Deus, vindo de paragens elevadas para as quais dever voltar um dia, quando conseguir um desenvolvimento espiritual adequado!

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Tal desenvolvimento, capaz de proporcionar-lhe a ventura de ascender a um Plano Superior, livre de todos os percalos do Plano Material, cria, em sua conscincia um insopitvel desejo de melhorar sua norma de vida, de desenvolver seus sentimentos altrusticos e de ansiar pela ascenso rpida em busca de pramos mais altos! Todos estes propsitos elevados, todo este desejo de ascenso esto, simbolicamente, representados pelo apndice que se v esquerda do crculo que forma o SEIS (6) e que tem o sentido de baixo para cima procurando alcanar o Plano Superior. Esta uma das sutilezas que passam despercebidas para os profanos mas que no deve deixar de chamar a ateno do Iniciado to logo alcance ele a Elevao e se dedique, como exigido aos Companheiros Maons, ao estudo da simbologia dos nmeros. H, ainda, um aspecto simblico muito mais elevado a ser estudado no nmero SEIS. a Estrela de David, emblema do Poder Divino e da fraqueza humana. O Hexagrama, que se encontra suspenso no dossel do Trono do Venervel Mestre de uma oficina Manica, formado por dois tringulos que se entrelaam, tendo um o seu vrtice voltado para cima, enquanto o outro est com o vrtice voltado para baixo. Isto forma uma Estrela de SEIS pontas conhecida como Estrela de David. O tringulo, como se sabe, a representao simblica da Trindade Divina em seus trs aspectos. o Tringulo que est com o vrtice voltado para cima que representa esta Trindade Absoluta. O homem regido por sete Princpios que, na Maonaria, so representados pelos sete componentes de uma Oficina. Destes seis Princpios, trs representam o Ego (a natureza superior do homem) e que conhecido normalmente como alma. Estes trs Princpios so, tambm, representados pelo tringulo de vrtice para cima e correspondem: o Primeiro Princpio, Vontade Espiritual, que ocupa o Plano Espiritual e simbolizada, na Loja Manica, pelo Venervel Mestre; o Segundo Princpio o Amor Intuicional, situado no Plano da Intuio e simbolizado pelo Primeiro Vigilante; o Terceiro Princpio a Inteligncia Superior, ocupa o Plano Mental Superior e tem seu simbolismo no Segundo Vigilante. Estes trs Princpios, conforme ficou dito, so representados pelo Tringulo Superior e simbolizam o Macrocosmo, que o Universo como um todo orgnico, em oposio ao Microcosmo que Ser humano. O homem o reflexo de Deus e, por isto, podemos dizer que o Microcosmo o reflexo do Macrocosmo. Vimos os Princpios que constituem aqueles aspectos superiores que tambm se encontram no homem, representados, simbolicamente, no Tringulo de vrtice para cima e, ainda, nas trs Luzes da Oficina. Vejamos agora os Princpios que agem no homem em seu aspecto microcsmico e as respectivas representaes simblicas pelos Oficiais da Loja: o Quarto Princpio a Mente Inferior, que se desenvolve no Plano Mental Inferior e , na Loja, representado pelo Primeiro Dicono; o Quinto Princpio o das Emoes Inferiores, que se localizam no Plano Astral e representado pelo Segundo Dicono; o Sexto Princpio , finalmente, o correspondente ao Duplo Etrico e situa-se no Cobridor Interno do Templo. Estes aspectos do Microcosmo so representados pelo Tringulo que tem o seu vrtice voltado para baixo. Dissemos, linhas atrs, que os dois Tringulos se entrelaam para formar a Estrela de SEIS pontas.34

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A representao simblica desta Estrela muito importante, pois ela representa as das faces da existncia e conhecidas pelo homem, ou seja: o Mundo Fsico e o Mundo Espiritual. Assim, ela simboliza, com seus dois tringulos entrelaados, a unidade do Esprito e da Matria. , ainda, o smbolo de Deus que reina sobre o Macrocosmo e o Microcosmo. O Hexagrama tem, no seu tringulo de vrtice para cima, a representao do BEM, enquanto que o que tem o seu vrtice para baixo simboliza o Mal. O entrelaamento dos dois tringulos, no entanto, traz o equilbrio e reafirma a sentena de Hermes: O que est embaixo como o que est em cima. Outras representaes so atribudas ain