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______________________________________________________________________________________________________ Perfil Nacional sobre a Gestão de Substâncias Químicas – São Tomé e Príncipe 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 3 RESUMO EXECUTIVO ......................................................................................................................... 6 CAPÍTULO I - INFORMAÇÃO SOBRE O PAÍS ................................................................................ 11 1.1. Contexto físico e demográfico ........................................................................................................ 11 1.1.1. Físico-geográfico ......................................................................................................................... 11 1.1.2. Aspectos Demográficos ............................................................................................................... 11 1.2. Estrutura política e geográfica do país ............................................................................................ 16 1.3. Sector industrial e agrícola .............................................................................................................. 17 1.4. Emprego industrial por sectores económicos.................................................................................. 20 1.5. A situação dos Produtos Químicos no contexto geral.................................................................... 21 CAPÍTULO II : PRODUÇÃO, IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E USO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS ............................................................................................................................................ 23 2.1. Importação de Substâncias Químicas ............................................................................................. 23 2.2. Produção e Comercialização de Substâncias Químicas .................................................................. 26 2.3. Uso de Substâncias Químicas por Categorias ................................................................................. 26 2.3.1. Pesticidas e Fertilizantes Agrícolas.............................................................................................. 26 2.3.2. Substâncias Químicas Importadas para Saúde Pública ................................................................ 27 2.3.3. Outras Substâncias Químicas Importadas .................................................................................... 28 2.4. Resíduos Químicos ......................................................................................................................... 28 CAPITULO III: PREOCUPAÇÕES PRIORITÁRIAS RELACIONADAS COM A PRODUÇÃO, IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E USO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS .................................... 30 3.1. Ocorrências relativas a Importação, Comercialização e Utilização ................................................ 30 3.2. Outras ocorrências relativas a comercialização e utilização ........................................................... 30 3.3. Ocorrências relativas a Utilização de Substâncias Químicas.......................................................... 31 3.4. Conclusões e Recomendações ........................................................................................................ 35 3.4.1. Conclusões ................................................................................................................................... 35 3.4.2. Recomendações ............................................................................................................................ 35 CAPITULO IV. INSTRUMENTOS LEGAIS E MECANISMOS NÃO REGULAMENTARES PARA A GESTÃO DE SUBSTANCIAS QUÍMICAS ......................................................................... 36 4.1. Instrumentos jurídicos legais Nacionais que Consideram a Gestão de Substancias Químicas ...... 36 4.2. Descrição resumida de Instrumentos legais chaves na gestão de substancias químicas ................. 38 4.3. Legislações existentes por categoria de utilização compreendendo diversas etapas desde a produção/importação até a disposição ................................................................................................... 39 4.4. Descrição resumida dos procedimentos chaves para o controlo de produtos químicos ................. 40 4.5. Mecanismos não regulamentados para a gestão dos produtos químicos. ....................................... 41 4.6. Comentários/ análise ....................................................................................................................... 41 CAPITULO V – MINISTÉRIOS , AGÊNCIAS E OUTRAS INSTITUIÇÕES NACIONAIS QUE MANEJAM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS ........................................................................................... 42 5.1. Responsabilidades dos Diferentes Ministérios, Agencias e Outras Instituições ............................. 43 5.2. Descrição das autoridades e mandatos ministeriais ........................................................................ 46 CAPÍTULO VI. ACTIVIDADES PERTINENTES DA INDÚSTRIA, DOS GRUPOS DE INTERESSE PÚBLICO E DO SECTOR DE PESQUISA ................................................................... 51 6.1. Descrição das organizações/programas .......................................................................................... 51 6.1.1. As organizações não governamentais .......................................................................................... 51 6.1.2. Organizações e entidades industriais ........................................................................................... 52 6.1.3. Instituições de pesquisa, laboratórios........................................................................................... 53

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______________________________________________________________________________________________________ Perfil Nacional sobre a Gestão de Substâncias Químicas – São Tomé e Príncipe

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INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 3 RESUMO EXECUTIVO ......................................................................................................................... 6 CAPÍTULO I - INFORMAÇÃO SOBRE O PAÍS................................................................................ 11 1.1. Contexto físico e demográfico ........................................................................................................ 11 1.1.1. Físico-geográfico ......................................................................................................................... 11 1.1.2. Aspectos Demográficos ............................................................................................................... 11 1.2. Estrutura política e geográfica do país ............................................................................................ 16 1.3. Sector industrial e agrícola.............................................................................................................. 17 1.4. Emprego industrial por sectores económicos.................................................................................. 20 1.5. A situação dos Produtos Químicos no contexto geral.................................................................... 21 CAPÍTULO II : PRODUÇÃO, IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E USO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS............................................................................................................................................ 23 2.1. Importação de Substâncias Químicas ............................................................................................. 23 2.2. Produção e Comercialização de Substâncias Químicas .................................................................. 26 2.3. Uso de Substâncias Químicas por Categorias................................................................................. 26 2.3.1. Pesticidas e Fertilizantes Agrícolas.............................................................................................. 26 2.3.2. Substâncias Químicas Importadas para Saúde Pública................................................................ 27 2.3.3. Outras Substâncias Químicas Importadas.................................................................................... 28 2.4. Resíduos Químicos ......................................................................................................................... 28 CAPITULO III: PREOCUPAÇÕES PRIORITÁRIAS RELACIONADAS COM A PRODUÇÃO, IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E USO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS .................................... 30 3.1. Ocorrências relativas a Importação, Comercialização e Utilização................................................ 30 3.2. Outras ocorrências relativas a comercialização e utilização........................................................... 30 3.3. Ocorrências relativas a Utilização de Substâncias Químicas.......................................................... 31 3.4. Conclusões e Recomendações ........................................................................................................ 35 3.4.1. Conclusões ................................................................................................................................... 35 3.4.2. Recomendações............................................................................................................................ 35 CAPITULO IV. INSTRUMENTOS LEGAIS E MECANISMOS NÃO REGULAMENTARES PARA A GESTÃO DE SUBSTANCIAS QUÍMICAS......................................................................... 36 4.1. Instrumentos jurídicos legais Nacionais que Consideram a Gestão de Substancias Químicas ...... 36 4.2. Descrição resumida de Instrumentos legais chaves na gestão de substancias químicas................. 38 4.3. Legislações existentes por categoria de utilização compreendendo diversas etapas desde a produção/importação até a disposição ................................................................................................... 39 4.4. Descrição resumida dos procedimentos chaves para o controlo de produtos químicos ................. 40 4.5. Mecanismos não regulamentados para a gestão dos produtos químicos. ....................................... 41 4.6. Comentários/ análise ....................................................................................................................... 41 CAPITULO V – MINISTÉRIOS , AGÊNCIAS E OUTRAS INSTITUIÇÕES NACIONAIS QUE MANEJAM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS........................................................................................... 42 5.1. Responsabilidades dos Diferentes Ministérios, Agencias e Outras Instituições............................. 43 5.2. Descrição das autoridades e mandatos ministeriais ........................................................................ 46 CAPÍTULO VI. ACTIVIDADES PERTINENTES DA INDÚSTRIA, DOS GRUPOS DE INTERESSE PÚBLICO E DO SECTOR DE PESQUISA ................................................................... 51 6.1. Descrição das organizações/programas .......................................................................................... 51 6.1.1. As organizações não governamentais .......................................................................................... 51 6.1.2. Organizações e entidades industriais ........................................................................................... 52 6.1.3. Instituições de pesquisa, laboratórios........................................................................................... 53

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6.2. Resumo das capacidades disponíveis fora do governo ................................................................... 54 6.3. Comentários/ análise ....................................................................................................................... 55 CAPITULO VII. COMISSÕES INTER-MINISTERIAIS E MECANISMOS DE COORDENAÇÃO................................................................................................................................. 56 7.1. Mecanismos propostos e as suas descrições ................................................................................... 56 7.1.1. Comité de gestão de Substâncias Químicas ................................................................................ 57 7.1.2. Sector de Inspecção do manuseamento de Substâncias químicas................................................ 57 7.1.3. Sector de importação e distribuição das substancias químicas (ou importadores) ...................... 58 7.1.4. Sector de sensibilização, vulgarização e formação ...................................................................... 58 7.1.5. Sector de Investigação ................................................................................................................. 58 7.2. Comentários e análises.................................................................................................................... 58 CAPÍTULO VIII – ACESSO E UTILIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES................................................ 60 8.1- Disponibilidade de informações para a gestão de substâncias químicas ....................................... 60 8.2. Localização de informações Nacionais........................................................................................... 61 8.3. Procedimentos para obter informações Nacionais/Locais .............................................................. 63 8.4. Disponibilidade de Publicações Internacionais............................................................................... 63 8.5. Sistema Nacional de troca de informação....................................................................................... 64 8.6. Comentários/ Análises .................................................................................................................... 64 CAPITULO IX. INFRAESTRUTURA TÉCNICA............................................................................... 65 9.1. Visão geral da Infra-estrutura de Laboratórios ............................................................................... 65 9.2. Sistema de Informação e capacidade informática........................................................................... 66 9.3. Visão Geral dos programas técnicos de Formação e Educação..................................................... 66 9.4. Comentários /Analises .................................................................................................................... 66 CAPÍTULO X. VÍNCULOS INTERNACIONAIS ............................................................................... 67 Objectivo................................................................................................................................................ 67 10.1. Legislação nacional em matéria ambiental ................................................................................... 67 10.1.1. Breve caracterização do Quadro Legislativo existente em matéria ambiental .......................... 67 10.1.2. Legislação aprovada e ainda não publicada............................................................................... 69 10.2. Convenções Internacionais de que o país já faz parte................................................................... 69 10.2.1. Convenções de que o país deve fazer parte no âmbito da gestão das substâncias químicas ..... 70 10.2.2. Algumas Convenções da OIT .................................................................................................... 71 10.3. Participação em projectos Relevantes de Assistência Técnica ..................................................... 74 10.4. Comentários /Análise.................................................................................................................... 75 CAPÍTULO XI. SENSIBILIZAÇÃO DOS TRABALHADORES E O PÚBLICO.............................. 77 11.1 Disponibilidade de informação para a gestão de substâncias químicas........................................ 77 CAPÍTULO XII. RECURSOS NECESSÁRIOS E DISPONÍVEIS PARA A GESTÃO DE SUBSTÂNCIA QUÍMICAS.................................................................................................................. 79 Objectivo................................................................................................................................................ 79 Introdução .............................................................................................................................................. 79 12.1. Recursos Disponíveis e Necessários nos Ministérios/Instituições do Governo............................ 80 12.2. Recursos Necessários para que o Governo Cumpra com as Responsabilidades Relacionadas com a Gestão de Substâncias Químicas ................................................................................................. 82 12.3 Comentários / Diagnóstico............................................................................................................. 84 RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................................ 86 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................... 87

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INTRODUÇÃO A Reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em 1989 decidiu reunir a "CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O AMBIENTE E O DESENVOLVIMENTO – CNUCED", para elaborar as estratégias e medidas apropriadas, visando a inversão dos efeitos da degradação do ambiente no mundo inteiro. Em 1992, a CNUCED realizou no Rio de Janeiro/Brasil, a Cimeira da Terra onde os vários Chefes de Estados e de Governos dos países membros da ONU presentes adoptaram o Programa conhecido por ""ACÇÃO 21"" ou "RELATÓRIO DO RIO", criando assim um quadro para a acção sistemática e conjunta requerida afim de efectuar a transição para um desenvolvimento sustentável. O processo da CNUMAD incluiu o estabelecimento de um comité preparatório, aberto aos países membros das Nações Unidas. No que toca as substâncias químicas o Comité propôs as seguintes áreas de trabalho: a) Alargamento e aceleração da avaliação internacional dos riscos químicos; b) Harmonização da classificação e da etiquetagem dos produtos químicos; c) Troca de informações sobre os produtos químicos tóxicos e seus riscos; d) Implementação de programas de redução de riscos; e) Reforço dos meios e capacidades de que cada País dispõe para gerir os produtos químicos; f) Prevenção do tráfego internacional ilícito de produtos tóxicos e perigosos. Com vista a dar um passo decisivo na via do reforço da Cooperação Internacional, 114 Países, sob a égide do Governo Sueco, participaram, em 1994, na "CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE SEGURANÇA QUÍMICA", donde fora criado o "FORUM INTER-GOVERNAMENTAL SOBRE SEGURANÇA QUÍMICA-IFCS", sendo este, um mecanismo destinado a intensificar a cooperação entre os Governos e as partes interessadas no reforço da segurança química, em cumprimento do Capítulo 19 da "ACÇÃO 21". A criação deste mecanismo fora proposto pela Conferência do Rio e as actividades descritas no Capítulo 19, o Fórum, procurará um consenso entre os Governos na elaboração das estratégias para a aplicação do Programa complexo da melhoria da gestão racional das substâncias químicas. Este mecanismo procurará apoiar os países no combate dos riscos químicos através de medidas legislativas e outros meios de prevenção. Objectivos nacionais e as vantagens antecipadas da preparação do perfil nacional O "PERFIL NACIONAL", é um documento de âmbito nacional que tem como objectivo, a avaliação constante dos riscos associados às inúmeras substâncias químicas existentes no País, cuja gestão permite que, qualquer que seja o contexto em que elas sejam usadas, não constitua um risco maior para a integridade física, a saúde dos trabalhadores e para o público em geral, bem como, danificar os bens materiais e o ambiente. A avaliação permite ainda que as substâncias químicas que penetrarem no País sejam classificadas e etiquetadas a partir da origem, conforme as Normas Internacionais, assim como serem

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acompanhadas das fichas técnicas de prevenção, com vista a permitir a tomada de medidas apropriadas e seguras. Infelizmente, hoje no país as substâncias químicas nem sequer são identificadas e avaliadas. É a razão de ser deste documento. O PERFIL NACIONAL trará as seguintes vantagens para o nosso País:

a) Inventariação dos produtos químicos obsoletos (incluindo pesticidas) com vista a sua

incineração, utilizando meios próprios para que os mesmos não venham a causar

catástrofes maiores no nosso País;

b) Elaboração de um plano de necessidades prioritárias para avaliar as capacidades nacionais de gestão dos produtos químicos;

c) Formação de quadros nacionais para fiscalizar a aplicabilidade da legislação sobre os

produtos químicos; d) Reforço da capacidade das estruturas de coordenação para a legislação e elaboração

das fichas técnicas de prevenção bem como a etiquetagem e classificação dos produtos

químicos; e) Criação de um mecanismo de homologação dos produtos químicos importados ou

exportados; f) Criação de uma base informatizada de dados sobre os produtos químicos;

A extensão do PERFIL NACIONAL, compreende a seguinte classificação:

– Produtos químicos agrícolas (Pesticidas, adubos e fertilizantes) – Produtos químicos em uso na Saúde Pública e nos produtos de consumo; – Produtos químicos em uso nos processos industriais; – Produtos petroquímicos (incluindo os produtos refinados); – Produtos químicos de limpeza, pinturas e solventes.

Preparação do perfil nacional O Governo santomense considera que a boa gestão dos produtos químicos exige um eficiente e fiável controlo das informações de ordem científica, técnica, económica e jurídica, tendo em consideração as dificuldades que o País atravessa. É neste contexto que S. Tomé e Príncipe participou nalguns eventos internacionais sobre a segurança química, e tomou conhecimento da decisão da comissão europeia e da Federação Suiça, de patrocinar a elaboração do referido perfil para 15 países em vias de desenvolvimento. Assim sendo, S. Tomé e Príncipe apresentou a sua candidatura e foi seleccionado para elaborar o seu perfil Nacional para gestão dos produtos químicos. O Gabinete do Ambiente, órgão de execução nacional do projecto, em colaboração com a UNITAR encetou imediatamente as demarches com vista a preparação da Reunião de Planificação Nacional. A Reunião de Planificação Nacional serviu para explicar aos participantes os objectivos, as vantagens e os benefícios do referido projecto e seleccionar a equipa de coordenação nacional e o Coordenador Nacional.

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Nesta reunião ficou decidido que a equipa de coordenação nacional será responsável pela recolha de informação e elaboração do 1º. draft do Perfil Nacional após a elaboração dos termos de referência e o cronograma de actividades pelo núcleo de execução do perfil. O Governo santomense, aceitou solenemente a elaboração do PERFIL NACIONAL, tendo constituído uma Comissão Técnica composta pelas seguintes entidades e organismos:

o Ministério de Trabalho e Segurança social o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Centro de Investigação

Agronómica e Tecnológica) o Ministério da Saúde (Centro Nacional de Endemias) o Ministério do Ambiente – Gabinete do Ambiente o Ministério do Planeamento e Finanças (Instituto Nacional de Estatística –) o Ministério do Comércio, Indústria e Turismo (Direcção da Indústria; Direcçaõ

do Comércio) o Ministério da Educação (Instituto Superior Politécnico) o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades

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RESUMO EXECUTIVO 1. Informações gerais sobre a República Democrática de S. Tomé e Príncipe A República Democrática de S.Tomé e Príncipe está situada sobre a linha do Equador, no Golfo da Guiné, Latitudes Norte 1° 44’e Sul 0° 01’ e Longitudes Este 7° 28’ e Oeste 6° 28’. É um arquipélago que tem uma superfície de 1001 km2, banhado pelo Oceano Atlântico, com 261 km de fronteiras marítimas, constituído por duas Ilhas e ilhéus, nomeadamente: a ilha de S.Tomé, com 859 km2, a ilha do Príncipe, com 142 km2 e 4 ilhéus, dos quais apenas o das Rolas é habitado.

O País é de origem vulcânica, com relevo muito acidentado, a 300 km do Ocidente do continente africano. A população é de 137.599 habitantes (Recenseamento Geral da População e Habitação de 2001 - RGPH). Para o ano 2004 as projecções apontam para 146.056 habitantes, enquanto que o ano 2010 o número de habitante atingirá 163.784. Mais de 60% da população concentram-se nas duas das sete áreas administrativas do País, que representam apenas 13,8% do território nacional: são os Distritos de Água-Grande e de Me-Zóchi, onde estão situadas as cidades de S.Tomé, que é a capital e da Trindade, respectivamente. A sua densidade populacional é de 137 habitantes por km2. É na cidade capital onde a densidade da população alcança o valor mais alto, que é de 3.145 habitantes por km2. Em contrapartida, o Distrito de Caué, que detém 26,7% da superfície do País, tem apenas 21 habitantes por km2. A economia do país depende essencialmente da agricultura e tem o cacau como principal produto de exportação. Mas a situação poderá mudar com a mais valia que se espera com a exploração de petróleo, provavelmente irá introduzir uma nova dinâmica no desenvolvimento de outros sectores. 2. Produção, Importação, Exportação e uso de Substâncias Químicas. A República Democrática de S. Tomé e Príncipe é sobretudo importadora de produtos químicos para as suas actividades económicas. Os maiores constrangimentos relativos a gestão dos produtos químicos acentuam-se mais no sector da importação ( escolha de produtos químicos menos tóxicos e eficazes para o uso determinado ), seu armazenamento, seu transporte, sua distribuição, sua utilização e sua eliminação. Para diminuir esses constrangimentos é necessário que todos os sectores e agências implicadas disponham de instrumentos jurídicos, meios humanos e infra-estruturas necessárias para permitir uma gestão sem riscos. Os grupos profissionais para a promoção do sector industrial. etc., e as organizações não governamentais para defesa dos consumidores, protegem os seus interesses, sem toda via terem em conta os riscos inerentes a utilização dos produtos químicos. No quadro da gestão dos produtos químicos. A cooperação entre os ministérios e os sectores não governamentais se limitam a elaboração de textos jurídicos.

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3. Principais problemas da gestão dos produtos químicos. Os principais problemas ligados a gestão dos produtos químicos são relativos a importação, armazenagem, transporte, a distribuição, a utilização e a eliminação. A insuficiência ou a falta de meios de controlo da importação de certos produtos químicos dá lugar a importações ilícitas. Neste caso, podemos destacar o sector informal com a venda ilegal de medicamentos, raticidas e outros produtos químicos. Os problemas que se prendem com o armazenamento e o transporte estão ligados a poluição do ar, do solo e do lençol freático, intoxicação por má manipulação ou falta de conhecimento acerca dos produtos químicos. Na distribuição dos produtos químicos, os problemas resumem- se a uma ineficácia do controle da qualidade desses produtos postos no mercado e uma falta de informação e de sensibilização dos distribuidores sobre os riscos ligados à sua gestão. Quanto a utilização, os problemas se colocam sobretudo nas populações rurais que, nas suas actividades do dia são chamadas, a manipular os fitofármacos na agricultura, os medicamentos e outros pesticidas para se protegerem de certos vectores e doenças. A eliminação de diferentes tipos de lixos coloca já importantes problemas aos poderes públicos e as populações. O problema de eliminação dos produtos químicos e os seus resíduos é mais agudo, por isso necessitam de meios mais adequados. O armazenamento de produtos químicos caducados, proibidos ou deteriorados nos depósitos a espera de eliminação, agrava os problemas de poluição do ar, do solo e das águas. 4. Instrumentos jurídicos e mecanismos não regulamentados da gestão dos produtos químicos. Os mecanismos legislativos e não regulamentados que garantem uma gestão racional e durável dos produtos químicos são quase inexistentes. Neste contexto, é urgente a elaboração e adopção de diferentes instrumentos legislativos e regulamentares para uma melhor gestão dos produtos químicos. Em S.Tomé e Príncipe pode-se destacar a existência de duas propostas de lei:

- Lei sobre a importação, comercialização, fabrico e a utilização de produtos tóxicos e perigosos.

- Decreto regulamentar para a execução da estratégia nacional de tratamento anti – palúdico.

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5. Programas Governamentais e Intergovernamentais de Gestão de Produtos Químicos O Ministério dos Recursos Naturais e Meio Ambiente é encarregado pela orientação, coordenação e de iniciação das acções relativas ao meio ambiente. Neste contexto, ele intervém na aplicação do Protocolo de Montreal sobre as substâncias que empobrecem a camada de Ozono e outras convenções e protocolos que têm a ver com a segurança química. O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural dirige uma vasta gama de programas de gestão de recursos naturais onde são utilizados os produtos fitofármacos que devem obedecer a normas nacionais e internacionais. O Ministério do Trabalho através do programa de desenvolvimento de uma política nacional coerente de saúde e segurança de trabalho deve contribuir para gestão dos produtos químicos no ambiente laboral. Por isso, deve elaborar projectos e disposições regulamentares para evitar ou reduzir os acidentes de trabalho e doenças profissionais, ligadas a má gestão dos produtos químicos no ambiente laboral. O Ministério do Comércio é responsável pela organização, do controle e do desenvolvimento das actividades do comércio interior e exterior dos produtos químicos. O Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação é encarregado das relações internacionais. Assegura o seguimento do processo de ratificação dos acordos e tratados em matéria de produtos químicos. Neste contexto, necessário se torna ,levar a cabo um programa tendo em conta os seguintes aspectos fundamentais: ( i ). Estudo de impacto ambiental antes de instalar uma mega industria em S. Tomé e Príncipe; (ii) Reunião de avaliação e concertação com os industriais; (iii) Estudo de identificação e de avaliação de factores de riscos químicos nas industrias e outros sectores implicados na gestão dos produtos químicos; (iv) A sensibilização e a formação dos parceiros sociais sobre as consequências para a saúde e o meio ambiente dos produtos químicos industriais; (v) Prevenção de catástrofes químicas industriais maiores. 6. Base de dados e capacidades técnicas para gestão dos produtos químicos. A gestão da informação relativa aos produtos químicos em S. Tomé e Príncipe ainda não se encontra bem estruturada. Neste contexto, necessário se torna a criação de uma base de dados nos seguintes Ministérios: No Ministério da Agricultura é pertinente criar uma base de dados sobre os produtos fitofármacos homologados em S. Tomé e Príncipe. No Ministério de Saúde urge criar uma base de dados sobre os medicamentos importados. No Ministério de Trabalho é importante instalar rede de informações sobre a saúde e segurança em ambiente de trabalho.

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No Ministério do Ambiente torna-se necessário criar um mecanismo de coordenação das diferentes bases de dados sobre as substâncias químicas com base nas convenções internacionais relacionadas. Não obstante estas insuficiências, está prevista a criação de um site de segurança química que ajudará em certa medida a difusão de informações nesse âmbito. Em S.Tomé e Príncipe existem capacidades técnicas a nível dos diferentes departamentos, universidades, ONG’S implicadas na gestão dos produtos químicos. Todavia, é necessário um reforço constante das capacidades, de modo a acompanhar a estratégia internacional para gestão dos produtos químicos. 7. A Sensibilização e Informação dos Trabalhos e do Público na Gestão dos Produtos Químicos. A sensibilização e informação dos trabalhadores ultrapassam as competências da inspecção do trabalho segundo as disposições do código de trabalho. Essa actividade só pode ser materializada depois de criada uma equipa pluridisciplinar composta por um médico para problemas laborais; um agrónomo, um especialista em higiene industrial e de um inspector de trabalho. Todavia, o impacto continua ainda imperceptível, tendo em conta o número insuficiente de pessoal que tenha recebido formação específica em toxicologia industrial e em medicina laboral. Outro constrangimento tem a ver com o seu restrito campo de aplicação uma vez que só os trabalhadores regidos pelo código de trabalho ficam abrangidos por esta actividade. Os outros trabalhadores (funcionários e os do sector informal) são raramente tomados em consideração. Estes últimos são confundidos com o grande público. A sensibilização e a informação dos produtores agrícolas são feitas pelas direcções técnicas do Ministério de Agricultura. Os constrangimentos constatados a este nível têm a ver com a falta de pessoal qualificado e a falta de laboratórios funcionais para fazer o controlo de qualidade de produtos fitofarmacêuticos e resíduos de pesticidas nos vegetais e produtos vegetais destinados ao consumo. Até ao momento, a sensibilização e informação acerca dos produtos químicos são feitas de maneira esporádica. 8. Recursos necessários para a gestão dos produtos químicos. Em S. Tomé e Príncipe, até ao momento não existe uma política coerente para gestão global dos produtos químicos devido a insuficiência de meios logísticos. Para os casos extremos, recorre-se a laboratórios mais especializados no exterior, nomeadamente Portugal, Suíça, França, Alemanha etc. Neste capítulo existe uma série de constrangimentos: (i) insuficiência de pessoal qualificado; (ii) falta de centros de informação e de documentos sobre os produtos químicos; (iii) insuficiência de vulgarização de textos regulamentares em vigor ou a adoptar a nível dos outros (importadores, distribuidores, transformadores, utilizadores, legisladores, serviços de controle, etc.) implicados na gestão dos produtos químicos. Todos os domínios da gestão dos produtos químicos são

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confrontados com enormes necessidades a todos os níveis. Face a esta situação, necessário se torna dotar o país de meios humanos e materiais suficientes e de qualidade.

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CAPÍTULO I - INFORMAÇÃO SOBRE O PAÍS 1.1. Contexto físico e demográfico 1.1.1. Físico-geográfico São Tomé e Príncipe é um arquipélago constituído por duas ilhas e ilhéus adjacentes, situado a oeste da costa africana, no Golfo da Guiné. O arquipélago compreende uma superfície total de 1001 km2. A ilha de São Tomé e os seus ilhéus perfazem 859 km2 de superfície e a ilha do Príncipe e os seus ilhéus, 142 km2. As ilhas encontram-se separadas de cerca de 300 Km da costa ocidental da África e situam-se entre os paralelos 1º 45 ' norte et 0º 25 ' sul e os meridianos 6º 26 ' este et 7º 30 ' oeste. São ilhas de origem vulcânica, com um relevo muito acidentado, cujos pontos mais altos são o Pico de São Tomé (2024 m), em São Tomé e o Pico do Príncipe (948m), no Príncipe. O clima é tropical húmido, caracterizado pela existência de duas estações. A estação quente corresponde a estação das chuvas com uma duração de cerca de nove meses, enquanto que a Gravana é a estação seca, de uma duração de quase três meses. Existe, entretanto, uma estação intermediária denominada “Gravanito” que tem lugar transitoriamente, caracterizada por uma diminuição das precipitações e uma elevação da temperatura média do ar. Tendo em conta as características do relevo, existem vários micro-climas. As zonas mais elevadas têm uma grande pluviosidade (7.000 mm por ano), enquanto que as zonas baixas (Norte e Nordeste) registam menos chuvas (na ordem dos 1.000 mm por ano). A temperatura anual ronda, de uma maneira geral, à volta dos 26ºC. Nas regiões costeiras ela é de cerca de 27ºC e de 21ºC nas zonas montanhosas. A humidade do ar é muito elevada, podendo atingir, em alta altitude (Lagoa Amélia por exemplo) uma média de 92% quase todo o ano. Em baixa altitude ela é menos elevada variando entre os 70 e 80% durante o ano. 1.1.2. Aspectos Demográficos O efectivo da população em S.Tomé e Príncipe é de 137.599 habitantes (Recenseamento Geral da População e Habitação de 2001 - RGPH). Para o ano 2004 as projecções apontam para 146.056 habitantes, enquanto que o ano 2010 o número de habitante poderá atingir 163.784. Mais de 60% da população concentra-se num raio de 10 Km da capital do país nas duas das sete áreas administrativas, que representam apenas 13,8% do território nacional: são os Distritos de Água Grande e de Me-Zóchi, onde situam a cidade de S.Tomé, que é a capital e a da Trindade, respectivamente,.. A taxa de crescimento médio anual da população é de 1,6% por ano. A densidade populacional de S.Tomé e Príncipe é de 137 habitantes por km2. No entanto, ela chega a ser grande em algumas localidades (3.000 hab./Km2 no norte e nordeste de São Tomé) - e muito reduzida noutras (20 hab/Km2 no Sul-sudeste de São Tomé e na ilha do Príncipe), derivado do sucessivo fluxo da

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população em direcção às zonas urbanas e péri-urbanas. É assim que na capital, a densidade da população atinge o valor mais alto, que é de 3.145 habitantes por km2 enquanto que o Distrito de Caué, que detém 26,7% da superfície do País, tem apenas 21 habitantes por km2. Línguas Nacionais Falada na ilha de S.Tomé: O Fôrro “Lungua San Tomé” (Língua de São Tomé) é o crioulo utilizado pelo conjunto populacional maioritário dessa ilha, os forros. O Angolar “Lungua n’golá” (língua dos angolares é o dialecto utilizado pelos angolares. Falada na ilha do Príncipe: Lunguiê - Idioma da ilha do Príncipe, cujo substrato é a língua portuguesa, sobretudo no domínio lexical.

Tabela 1. Dados territoriais e populacionais (RGPH–2001)

Divisão administrativa

Total do País 1001,0 137,5

Superficie

em Km2

Densidade da população

(hab/Km2)

Ilha de S.Tomé 859,0

Água-Grande 16,5

Mé-Zóchi 122,0

Cantagalo 119,0

Reg. Aut. do Príncipe

267,0

229,5

105,0

142,0

142,0

Lobata

Ilha do Príncipe

Caué

Lembá

312,3

3144,6

287,7

111,4

42,0

20,6

46,6

144,6

42,0

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

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População Urbana e Rural Considerou-se como população urbana, uma vez que não existe nenhum conceito claramente definido sobre esta matéria, “todas as áreas que possuem uma aglomeração de casas com algumas infra-estruturas, tais como arruamentos, asfaltos, luz eléctrica nas casas e nas ruas, canalização de água, redes de esgotos, e que a actividade económica predominante sejam os serviços e/ou a indústria bem como as capitais Distritais. Para população rural, são todas as situações que não se enquadram com as descritas para a urbana. De acordo com os critérios acima referenciados, 54,5% da população de S.Tomé e Príncipe, reside em áreas classificadas como urbanas, dados de 2001.

Gráfico 1.Distribuição da população são-tomense por meio de residência

Rural45,5%

Urbana54,5%

População em idade de trabalhar entre 15-64 anos A população potencialmente activa entre 15-64 anos de idade representam 53,7% da população total residente (RGPH-2001). Relativamente ao recenseamento de 1991, houve um aumento da população dessa faixa etária. Em 1991 correspondeu a 48,7% do total da população, o que quer dizer que houve um aumento da mão-de-obra e, consequentemente, a maior procura de emprego. Taxa bruta de natalidade A taxa bruta de natalidade é um indicador conjuntural que representa o número médio anual de nascimentos vivos por mil habitantes, no período de um ano. Esta taxa foi de 35,3 filhos por mil habitantes, segundo a estimativa para o ano de 2001. De acordo com a classificação do nível de natalidade, segundo1, a natalidade em S.Tomé e Príncipe situa-se no nível intermédio alto. Esperança de vida A esperança de vida à nascença ou vida média da população representa o número médio de anos que um recém-nascido pode esperar viver durante toda a sua vida, ou seja, é a variável síntese que

1 Dinâmica Natural da População (RGPH 2001), Edição 2003

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avalia a longevidade da população e permite distinguir diferentes níveis de mortalidade. Como tem-se verificado um decréscimo da mortalidade, em particular a infantil em S.Tomé e Príncipe, a esperança de vida ao nascer conheceu uma evolução positiva durante os últimos 60 anos, tendo as pessoas actualmente, quase o dobro de anos de esperança de viver quando nascem (36,4 anos em 1940 e 63,9 em 2001). Portanto, pode-se considerar que a situação de S.Tomé e Príncipe relativamente a este indicador é razoável, tendo em conta que ao nível mundial, a esperança de vida ao nascer é, em média, de 64 anos. Taxa de Alfabetização Os níveis de alfabetização de uma população constituem o reflexo do nível alcançado pelo sistema educativo de um país. Considerou-se como alfabetizada, no recenseamento, toda pessoa capaz de ler escrever numa língua qualquer. Assim, a taxa de alfabetização, de acordo com o RGPH de 2001, é de 70%, sendo 73,9% para os homens e 66,2% para as mulheres. As diferenças entre o meio urbano e rural são notórias, destacando-se o meio urbano com uma taxa de 72,4%, sendo 75,7% para os homens e 69,3% para as mulheres. No meio rural estas taxas atingem 67,1%, com 71,8% para homens e 62,2% para as mulheres. Nível médio de educação da população Os dados do recenseamento de 2001 indicam que 38,3% têm o nível de ensino primário, 23,8% nível secundário básico, 6,1% nível pré-universitário e 0,7% nível superior.

Gráfico 2. Distribuição da população por nível de ensino

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

Primário SecundárioBásico

Pré-universitário

Superior

Taxa de desemprego A taxa de desemprego obtida em 2003 era de 16,4%, traduz um decréscimo de 6,5 pontos percentuais face ao mesmo período do ano 2002. Como indica a tabela.2, nota-se um desequilíbrio significativo entre os sexos, com destaque para as mulheres que são mais afectadas com o desemprego.

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Tabela 2. Evolução da taxa de desemprego por sexo

TOTAL HOMEM MULHER

2000 14,4 12,5 17,8

2001 15,7 9,7 24,9

2002 17,6 12,1 25

2003 16,4 10,2 24,8

TAXA DE DESEMPREGO, %ANO

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Percentagem das mulheres empregadas fora de casa As informações de RGPH de 2001, dão conta que 33,6% das mulheres estavam empregadas fora de casa. Identificação dos diferentes grupos étnicos: De acordo com a Constituição da República Democrática de S.Tomé e Príncipe, todos são-tomenses têm os mesmos direitos e deveres. O Forro2 é o grupo étnico maioritário de S.Tomé, constituído por um lado, de escravos de África que se tornaram livres, sobretudo através de cartas régias portuguesas do século XVI, e por outro lado, de mestiços de casamentos realizados entre brancos e as suas escravas do continente negro. O Angolar3 é um outro grupo étnico de S.Tomé oriundo de várias tribos do litoral de Angola. Teria chegado a S.Tomé depois de ter naufragado em sete Pedras, no ano de 1544. Refugiando na densa floresta tropical no Sul desta ilha, constituiu um quilombo, dedicando-se à actividade de recolecção. A maior parte dos angolares está hoje concentrada em duas cidades dos distritos do país, Neves e São João dos Angolares, dedicando-se sobretudo à pesca. Os naturais da ilha do Príncipe, é o grupo étnico vindo do Sul do continente africano. Os primeiros ou maior parte deste agrupamento a chegar à Ilha pertencia ao grupo linguístico ronga4 (São Indígenas da região que rodeia a antiga cidade de Lourenço Marques actualmente cidade de Maputo). Nota: Em anexo, mapa com a actual divisão administrativa e as cidades distritais onde se

encontram certos grupos étnicos.

2 Santo, Carlos Espírito, Enciclopédia Fundamental de S.Tomé e Príncipe, 2002 3 Santo, Carlos Espírito, Enciclopédia Fundamental de S.Tomé e Príncipe, 2002 4

Costa Alegre, Francisco, Mutété - Cronologia Histórica São-tomensez

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1.2. Estrutura política e geográfica do país Com uma superfície de 1001 km2 S.Tomé e Príncipe está dividido administrativamente em 7 distritos, 18 aglomerações e 593 localidades.

Tabela 3. Distritos de S. Tomé e Príncipe

ÁGUA-GRANDE 16,5 S.TOMÉ 2

MÉ-ZÓCHI 122,0 TRINDADE 5

CANTAGALO 119,0 SANTANA 2

CAUÉ 267,0 S.JOÃO DOS ANGOLARES 2

LEMBÁ 229,5 NEVES 2

LOBATA 105,0 GUADALUPE 4

REGIÃO AUTÓNOMA DE

PRÍNCIPE142,0 SANTO ANTÓNIO 1

Divisão administrativaSuperficies

em Km2Capitais distritais Aglomeração

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Descrição das entidades governamentais e regionais

O governo central dirige a Administração do Estado, coordenando e controlando a actividade dos Ministérios e dos demais Organismos Centrais da Administração, assim como da Região Autónoma do Príncipe e das Autarquias, nos termos da lei. Os órgãos de poder regional e local constituem a expressão organizada dos interesses específicos das respectivas comunidades pelos quais se reparte o povo são-tomense. São órgãos da Região Autónoma de Príncipe a Assembleia Regional e o Governo Regional. A organização dos órgãos locais em cada distrito compreende uma Assembleia Distrital eleita e com poderes deliberativos e um corpo executivo colegial, denominado Câmara Distrital. Responsabilidades do governo central, regional e local nas áreas de saúde e controlo ambiental No que concerne as responsabilidades entre o governo central, regional e local na área de saúde, este relacionamento está estruturado funcionalmente, de acordo com o sistema de saúde nacional. Então, este sistema está constituído por uma estrutura piramidal em consonância com a divisão administrativa do País e que integra dois níveis diferentes: o central e o distrital, como indica a tabela 4. Nível Central: O Ministério de Saúde é encarregue de implementar a política sanitária definida pelo governo com base no Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário. Incumbe o Ministério

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realizar acções nos domínios de planificação, organização, coordenação e controlo na implementação de projectos e programas de saúde. O Hospital Dr. Ayres de Menezes é responsável pela prestação de cuidados de especialidades. Nível do Distrito: Este responsabiliza-se pela prestação de cuidados de base a população e as comunidades e é dirigido pelos delegados distritais. A este nível encontra-se os centros de Saúde Distritais, Hospitais que são dirigidos pelos médicos delegados. Os postos de Saúde dos Distritos são geridos pelas enfermeiras. Encontra-se ainda os agentes de saúde comunitários que trabalham nas comunidades, participando na gestão e definição das prioridades de saúde a nível das comunidades.

Tabela 4. Sistema Nacional de Saúde em S.Tomé e Príncipe (2000)

Medicina, Cirurgia,Hospital Dr. Ayres Gineco-obstétricia,de Menezes (Ref.) ORLR, Radiologia,

Laboratório, Oftamologiae outras Especialidades

Hospital do Distrito Medicina, Cirurgia de Centros de Saúde Distrital urgência, Labotratório,Postos de Saúde Farmácia, CuidadosClínicas Privadas materno infantilPostos de Saúde comuni- Medicamentos e Consultatários

Fonte: Relatório - Estudo sobre a iniciativa 20/20 em S.Tomé e Príncipe (2003)

CentralMinistério de

Saúde

DistritalDelegado do

Distrito

Nível Estruturas Instituições Sanitárias Especialidades

Relativamente ao controlo ambiental, é feito através do Ministério das Infra-Estruturas, Recursos Naturais e Ambiente que representa o organismo da administração central do Estado que através do Gabinete do Ambiente coordena as acções ambientais do País e executa a politica do Estado nesta matéria. 1.3. Sector industrial e agrícola A estrutura industrial de S.Tomé e Príncipe é incipiente. Por isso, este sector não tem desempenhado um papel impulsionador na economia sãotomense. A economia do país depende essencialmente da agricultura e tem o cacau como principal produto de exportação. Mas a situação poderá mudar com a mais valia que se espera com a exploração de petróleo, provavelmente irá introduzir uma nova dinâmica no desenvolvimento de outros sectores.

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Tabela 5. Panorama do sector Industrial e Agrícola - S.Tomé e Príncipe - 2002

Contribuição Números de Principais Sector ao Produto Empregados Produtos em

Interno Bruto, (%) cada Sector

5,1 1 382

31 748

Pedra, areia e pedra britada

Bebidas, sabões, tintas, mobiliários de madeira e de bambú, cerveja,

tijolos

Cacau, Coco, café, Matabala, Banana, Copra,

Pimenta, Mandioca, Fruta

Pão

-27,1

32

Sector Agrícola

-

22,0 30 334

TOTAL

Sector Indústrial/ Manufactureiro

Minério e Extracção

Fonte: Instituto Nacional de Estatística Como indica o quadro 1.A, pode-se verificar que o sector agrícola tem uma contribuição maior do que sector industrial/manufactureiro na composição do Produto Interno Bruto, embora a contribuição deste sector não seja muito expressiva.

Tabela 6. Estrutura do sector Manufactureiro/ Agrícola

Pequenas2 Médias3 Grandes4

Micro-Empresas1 Empresas Empresas Empresas(%) (%) (%) (%)

Sector Agrícola

TOTAL

3,4 8,8 19,4 58,1Sector

Indústrial/manufactureiro

96,6 91,2 80,6 41,9

100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE-STP) – Ficheiro de Unidades Estatística

(FUE)

1 - até 2 trabalhadores 2 - 3 a 5 trabalhadores 3 - 6 a 19 trabalhadores 4 - 20 e mais

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A estrutura apresentada das empresas segundo a sua dimensão, na tabela 6, é a classificação utilizada pelo INE-STP. A partir desta classificação, utilizou-se as informações do Ficheiro de Unidades Estatísticas para identificar as empresas, segundo a sua dimensão que corresponde ao ano 2002. Os dados de sector agrícola, correspondem a uma quantidade aproximada das empresas agrícolas existentes actualmente no país, sobretudo as micro, pequenas e médias empresas. Após a distribuição das grandes empresas agrícolas em pequenas parcelas de terras aos agricultores, efectuado pelo Ministério de Agricultura Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP), não se consegue saber com precisão a quantidade terras distribuídas, bem como os produtos cultivados pelos mesmos agricultores. Por isso, o referido Ministério em colaboração com INE-STP pretendem realizar um recenseamento agrícola, com objectivo de conhecer o universo empresarial agrícola.

Tabela 7. Composição da Produção Agrícola por Região - S.Tomé e Príncipe – 2001

Tamanho das Áreas

Região Produtivas

(# hectáres)

168 926 850 30 334 39 651,71

23 757 650 8 500 16 043,08

9 093 150 2 000 4 847,15

120 179 000 10 234 9 103,58

15 897 050 9 600 9 657,9

Principais ProdutosValor Total do

Cultivo

103 DOBRAS

Número Total de

Trabalhadores

Cacau, Banana,Café, Copra, Matabala,

Mandioca, Ananás, Pimenta

CENTRO

NORTE

SUL

-

REGIÃO AUT. DE PRÍNCIPE

Cacau, Copra, Banana, Coco, Ananás, Pimenta,

Fruta Pão, Café

Cacau, Copra, Café, Banana, Matabala, Fruta

Pão

Cacau, Banana, Matabala, Café

TOTAL

Fonte: Ministério de Agricultura Desenvolvimento Rural e Pescas

Na tabela 7 apresenta-se um panorama dos principais produtos agrícolas do País, embora existam outros cultivos em grandes extensões de terras, como exemplo, os produtos hortícolas e alguns cereais. Importa salientar que o cultivo de cacau é praticado em todas as regiões do país e tem sido durante muito tempo o produto agrícola principal, constituindo a base da economia são-tomense. Com o decréscimo da produção desta monocultura de cacau, e a variação do preço deste produto no mercado internacional, a economia do País fragilizou. Por isso, iniciou-se o processo de diversificação de culturas, destacando-se o cultivo da baunilha e da pimenta.

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Tabela 8. Composição da Produção Industrial por Região - S.Tomé e Príncipe - 2002

1 408

Número Total de Estabelecimentos

Indústrial

TOTAL - 54 047 687 156

265

REGIÃO AUT. DE PRÍNCIPE

Estruturas de portas, janelas e elementos similares metálicos

151 862 3 14

SUL

Mobiliário de madeira, Estruturas de portas,

janelas e de elementos similares

1 833 106 10

909

NORTEBebidas alcoólicas,

Mobiliário de madeira 18 974 621 16 220

CENTRO

Tintas, tijolos, Mobiliário de madeira e de bambú,

Sabão, Estruturas de portas, janelas e

elementos similares metálicos

33 088 098 127

Principais Produtos Valor Total da

Produção

103 DOBRAS

Número de Trabalhadores

Região

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE-STP) – FUE

No sector industrial, como indica a tabela 8, é notório que as empresas industriais não se dedicam a produção de substâncias químicas. Nota-se que estas empresas utilizam as substâncias químicas na fabricação de outros produtos e no acabamento. 1.4. Emprego industrial por sectores económicos A tabela 9 identifica a importância relativa das diferentes indústrias que podem ter implicações na gestão racional de substâncias químicas.

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Tabela 9. Emprego Industrial por Principais Sectores Económicos

S.Tomé e Príncipe - 2002

TOTAL 88 816 68 817 469

Fonte:Instituto Nacional de Estatística

- Resultado nulo

--- Dado confidencial

31

32

Código

ISIC1

- - -

DescriçãoNúmero de

estabelecimentos

Nº de empregados

Valor da produção

(Anual)

103 DBS

Principais Emissões

(Tipos)

161

- - -

Poeiras 269 22115

- - -

25 3 398 694 Solventes

Partículas Metálicas

7 215 36580

- - -

-

343 2 790 797 -

Percloroetileno

Dioxido de Carbono

- -

1 6

186 ---

---

6

63

-

1

-

2

2

-

Produtos Minerais Não Metálicos

Indústria de Metais Basicos

Fabricação de Equipamentos e Máquinaria (Reparação)

Outras Indústrias Manufactureiras

Minério e Extração (Carvão, Petróleo, Gás Natural, Metais, etc,)

Central Eléctrica

Lavagem à seco

36

37

38

39

35Produtos Químicos /Carvão/Gasolina/Plásticos, (Tintas)

Papel e Produtos de Papel34

Indústria Alimentar

Têxtil/Artigos de Vestuários eProdutos de Couro

Madeira e Produtos deMadeira, Impressão

33

-

-

13 -3 868 111

1.5. A situação dos Produtos Químicos no contexto geral Precisamos reconhecer que os produtos químicos não só contribuem para o melhoramento das nossas qualidade de vida quando devidamente aplicados para diferentes fins, como também poderão provocar efeitos colaterais indesejáveis quando a sua gestão desrespeita as determinadas regras técnicas apropriadas para o efeito.

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A utilização dos produtos químicos principalmente os tóxicos e perigosos e persistentes ( pesticidas como DDT, Lindano, Toxafeno, e outros), os PCBs (tais como bifenil policlorado, usado em transformadores eléctricos, equipamentos de refrigeração e materiais de isolamento), os insecticidas, ( Orthene ,Temik, etc.), raticidas ( klerat, Racumin,,etc.) e muitos outros, está associada ao elevado risco para a saúde dos utilizadores bem como ao meio ambiente. De igual modo, foram introduzidos vários reagentes que são utilizados nas análises laboratoriais, farmácias, industrias, fábricas de tintas, etc, dentre os quais podemos destacar os ácidos fortes ( Sulfúricos, clorídicos e nítrico) e ácidos fracos ( bórico, fórmico, cítritico, etc), bases fortes ( hidróxido de sódio, hidróxido de potássio) e bases fracas ( hidróxido de amónio) e sais ( cloretos, sulfatos fluoretos, cianetos, iodetos, dihidros fosfatos, etc) e outras substâncias tais como: Xileno, óxido de chumbo ,etc, indicadores tais como fenolftalina, azul metileno, etc. A situação da gestão desses produtos químicos em S. Tomé e Príncipe é bastante preocupante com a agravante de não existência de qualquer legislação actualizada e aprovada sobre a matéria, ausência de registos e informações precisas e actualizadas sobre os Produtos Orgânicos Persistentes POP’s, DDT, e outros Produtos químicos, relativamente a sua gestão, comercialização, utilização e destruição em S. Tomé e Príncipe e inexistência de um sector nacional de controlo de importação, comercialização, fabricação, a utilização e a destruição desses produtos. Os factos acima referidos, têm permitido uma gestão desses produtos de forma anárquica desrespeitando gravemente as normas e técnicas adequadas, colocando sérios riscos não só a vida humana como ao ambiente de forma geral. Daí, que o objecto deste Perfil, constitui, um instrumento importante no relançamento da actividade específica de regulamentação específica e de tomadas de medidas que proporcionam uma gestão mais racional dos produtos químicos. Tomando em conta as diversidade de aplicação dos produtos químicos, muitos Ministérios tais como, Agricultura, Recursos Naturais e Ambiente, Trabalho, Segurança Social, Saúde, Indústria e o Comércio, Alfândegas, Justiças, Negócios Estrangeiros , Defesa, e muitos outros.

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CAPÍTULO II : PRODUÇÃO, IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E USO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Neste capítulo, são providas informações essenciais sobre a existência de substâncias químicas importadas, assim como a informação sobre a utilização dessas substâncias no País. 2.1. Importação de Substâncias Químicas Na tabela 10 a seguir, são apresentadas as informações relativas somente à importação de substâncias químicas em quantidade e em valor, uma vez que em S. Tomé e Príncipe não se observou a produção e não há exportação de substâncias químicas.

Tabela 10. Importação de Substâncias Químicas (Ano 2003)

Tipo de Substância Produção/ Fabrico Importação Formulação/Embalagem Exportação

Química ton./ano Milhões Dbs ton./ano

Milhões Dbs ton./ano

Milhões Dbs

ton./ano

Milhões Dbs

Pesticidas (consumo NA NA 231,3 4006948,5 NA NA publico, agrícola e na saúde publica) Fertilizantes NA NA 14,5 91913,6 NA NA NA NA Derivados de Petróleo Gasolina NA NA 5354,881 NA NA NA NA Gasoleo NA NA 12374,58 NA NA NA NA JET A-1 NA NA 5478,653 NA NA NA NA Industriais (Utilizados 270,5 5708429,5 NA NA em fabricas de proces samento e manufactu ras) De Consumo Publico NA NA 1451,3 NA NA Outras Substâncias 19,1 279633,6 NA NA Químicas (uso desco nhecido ou misto Total

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

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Tabela 11. Importação de Substâncias Químicas por País

ANO- 2003 DESIGNAÇÃO PAÍSES KGS DOBRAS

AFRICA DO SUL 1400 8239486 GABÃO 11136 243711742

NIGÉRIA 140 3000000 PAÍSES BAIXOS 1100 55809

Produtos Químicos Inorgânicos PORTUGAL 168909 950801729 Total 182685 1205808766

CABO VERDE 190 103498878 DINAMARCA 25 4160573 PAÍSES BAIXOS 489 8210560 PORTUGAL 827 48830760

Produtos Químicos Orgânicos SUÍÇA 5 7338768 Total 1536 172039539

AFRICA DO SUL 28 45456384 CABO VERDE 143 9135360 DINAMARCA 8506 23489901 NIGÉRIA 216 9300000 PAÍSES BAIXOS 8093 811377967 PORTUGAL 7963 797512346 SUÉCIA 4641 5513813 SUÍÇA 6063 92505000

Produtos farmacêuticos TAIWAN 11487 834809474 Total 47140 2629100245

BÉLGICA 9500 54748519 PORTUGAL 35 8677068

Adubos e fertilizantes ZONA NEUTRA 5000 28488033 Total 14535 91913620

AFRICA DO SUL 250 11288748 BÉLGICA 34239 1088731458 FRANÇA 30 11428503 JAPÃO 35 31364656 NIGÉRIA 114 4270000 PORTUGAL 152583 2897565429

Tintas, vernizes e derivados ZONA NEUTRA 67 11496221 Total 187318 4056145015

ANGOLA 134 4585000 BÉLGICA 22176 105913669 DINAMARCA 76 16186994 FRANÇA 2167 66107529 GABÃO 5098 156510200 ILHAS CANÁRIAS 42 1078763 NIGÉRIA 250 9735000 PORTUGAL 18244 515746741 SENEGAL 650 3292572 Óleos essenciais e produtos

de perfumaria ZONA NEUTRA 2009 22026170

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Óleos essenciais e produtos de perfumaria 50846 901182638

AFRICA DO SUL 235 28598514 BÉLGICA 27074 286398319 FRANÇA 1762 26156178 GABÃO 2763 96895500 INDONÉSIA 19968 99234950 JAPÃO 380 36754423 NIGÉRIA 203 2035000 PAÍSES BAIXOS 150 279062

PORTUGAL 1347319 7025266239 Sabões, preparações para lavagens ZONA NEUTRA 673 6748384 Total 1400527 7608366569

BÉLGICA 41 885574 FRANÇA 1 491742 NIGÉRIA 176 3560000 PORTUGAL 27316 200419421

Matérias albuminóides SUÍÇA 522 78272984 Total 28056 283629721

CAMARÕES 6600 67363000 GABÃO 6270 68283600 Pólvora e explosivos,

matérias inflamáveis PORTUGAL 5157 128913784 Total 18027 264560384

BÉLGICA 4 398826 FRANÇA 4 389471 Produtos para fotografia e

cinematografia PORTUGAL 1064 14284878 Total 1072 15073175

AFRICA DO SUL 385 82717565 BÉLGICA 3748 74213042 FRANÇA 632 22652243 GABÃO 1710 29767771 JAPÃO 25 1853323 Produtos diversos das

indústrias químicas PORTUGAL 48057 1154680670

Total 54557 1365884614

Total Geral 1986299 18593704286

* Dados Provisórios

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

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2.2. Produção e Comercialização de Substâncias Químicas No que diz respeito a produção de substâncias químicas, S. Tomé e Príncipe não se pode considerar um produtor, porque não possui fábricas para o efeito. No entanto são feitas certas formulações secundárias que concorrem para a obtenção de alguns produtos químicos, tais como a lixívia, tintas e certos compostos utilizados na agricultura e alguns reagentes nos laboratórios. Temos a assinalar a produção de álcool etílico (C2H5 OH), como um dos subprodutos da destilação da cana-de-açúcar para produção de aguardente de cana. Essa produção não é quantificada, devido ao facto de proliferarem unidades clandestinas de produção por todo o país. Note-se que o objectivo final é a obtenção de aguardente, embora se obtenha o álcool como primeiro produto de destilação, que é outra vez misturado com os produtos das fases subsequentes. 2.3. Uso de Substâncias Químicas por Categorias De acordo com as diversas fontes de informações disponíveis, nomeadamente INE, ex-PNAPAF, empresas agrícolas Monte Café, Bela Vista e Diogo Vaz e a Direcção de Estudos e Planeamento do MADR, Centro de Endemias e empresas privadas, proceder-se-á à elaboração de um quadro elucidativo sobre a utilização das substâncias químicas no País. 2.3.1. Pesticidas e Fertilizantes Agrícolas A tabela 12 a seguir reflecte o tipo e a quantidade de pesticidas e fertilizantes agrícolas utilizados no País nos anos de 1994 a 1996.

Tabela 12. Pesticidas e Fertilizantes Agrícolas

Designação Unidade 1994 1995 1996 1.Fungicidas Sulfato de cobre Kg 117000 4 000 60 000 Calda Bordalesa " - 25 - Cal viva " 97125 54000 Manebe " - 500 - Benlate " - 4 - Agrizeb 80 WP " - 500 - 2.Insecticidas Malatião Lts - 100 - Endosulfan 35 EC " - 100 3000 Orthen 50 Kg - 10 500 Óleo de Verão Lts 2700 - 600 Pirinex " 2000 - - Citowett " 600 - - Glyphosate " - - 500 Aderente " 3600 - 1000

3.Raticidas Klerat Kg 2610 50 4800

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Racumin " - - - Ratak " 3000

4.Herbicidas Gramoxove Lts - - 500 Montana " - - 100 5.Arboricida Arsenito de sódio Lts - - 2000 6.Outras Subst. Químicas Dicophyl 50 EL Lts - 160 - Slug Pellets Kg - 300 -

7.Fertilizantes Sulfato de amonio Kg - 5000 - Ureia " Cloreto de Potássio " - - 80000 Superfosfato " - - -

Fonte : PNAPAF 2.3.2. Substâncias Químicas Importadas para Saúde Pública São inúmeras as substâncias químicas utilizadas em saúde pública, tanto como reagentes, nas formulações químicas como componentes dos medicamentos no tratamento e na prevenção de diversas doenças. A sua utilização obedece a critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde e posto em prática pelos laboratórios centros de saúde distritais.

Tabela 13. Substâncias Químicas utilizadas em saúde pública

Designação Unidade

Kgs Valor(Dbs) Acido Clorídrico 1400 17623780 Acido Fluorididrico 327 7021497 Acido Sulfurico 5044 19284872 Amoníaco ( sol. solida) 20000 105333072 Amoníaco (sol. aquosa) 400 969383 Anti-soros 28 107790 Carbonetos diversos 8065 40398873 Cloranfenicol e seus derivados 450 4583519 Cloreto de amónio 25 1859011 Cloro 889 62298165 Gases raros 500 18000000 Hormonas supra renais 4689 6405682 Iodo 162 1603981 Lixívia de soda caustica 114062 381100866 Medicamentos contendo alcalóides 14395 1.56E+09 Medicamentos contendo vitaminas 25107 7.74E+08 Outras glândulas 48 11089678 Outras vitaminas e derivados 90 12039665

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Outros boratos 150 867381 Outros carbonatos 3800 13285498 Outros sais dos ácidos oxometálicos 1955 39705472 Outros silicatos 90 12220328 Oxicloretos e hidrocloretos 10 19897896 Peroxido de hidrogénio 50 172785 Peróxido de zinco 50 2183256 Sais e hidróxidos de amónio quaternários 100 91459213 Sulfato de alumínio 590 5409120

Vitamina B6 e derivados 39 3627041 Vitamina C e derivados 50 2273862 Vitaminas A e derivados 25 4160573

Fonte – Instituto Nacional de Estatísticas 2.3.3. Outras Substâncias Químicas Importadas Para além das substâncias químicas utilizadas na agricultura e em Saúde Publica existem outras de utilização diversa, tal como nas indústrias e de utilização pública. São apresentadas na tabela 11. 2.4. Resíduos Químicos Neste ponto faz-se alusão à problemática dos resíduos químicos e reportam-se às quantidades produzidas anualmente. Desde logo, pelo facto das brigadas das Câmaras Distritais que procedem à recolha dos lixos domésticos não estarem preparadas para fazer a sua triagem, dificulta a quantificação deste tipo específico de resíduo. No entanto apresentar-se-á um valor estimativo, tendo em conta o conhecimento da equipa de peritos nacionais que elaborou o relatório, sobre esta matéria. A recolha efectuada pelas Câmaras Distritais, nomeadamente Água Grande, Mé-zochi, Cantagalo e Caué, Lembá e Príncipe é estimada em cerca de 67,5 toneladas por ano5. Os resíduos químicos constituem uma percentagem menor relativamente ao resto dos resíduos, que se pode estimar em 30%, ou seja( 20,25 toneladas por ano) se considerarmos que são na sua maioria constituídos pelos remanescentes e produtos químicos deteriorados e restos das lavagens de vasilhames. Outra parte é proveniente dos restos hospitalares. Os resíduos químicos gerados em S.Tomé e Príncipe não são passíveis de comercialização, com excepção das latas de refrigerantes que são reutilizados na fabricação de panelas e utensílios de cozinha numa unidade destinada a esse fim, situada em Ponte Graça. Qualquer quantificação detalhada dos mesmos carece de precisão, para além das quantidades geradas serem irrisórias. Em S.Tomé e Príncipe não se importa qualquer tipo de resíduo, pelo que a tabela 14 ilustra esse facto

5 Abenilde P. dos Santos, Adérito B. Borges – Inventário das emissões de PCDD e PCDF – Junho 2004

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Tabela 14. Geração e Comercialização de Resíduos Químicos

Tipo de Resíduo Químico

Geração (ton./ ano) Exportação

(ton./ ano) Importação (ton./ano)

PVC ND NA NA Vidro ND NA NA

Al ND NA NA Gasoleo ND NA NA Dreche ND NA NA DDT ND NA NA

Total ND NA NA

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CAPITULO III: PREOCUPAÇÕES PRIORITÁRIAS RELACIONADAS COM A PRODUÇÃO, IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E USO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Este capítulo tem o objectivo de fornecer uma panorâmica sobre os problemas associados à produção, o comércio, a utilização e, se possível, as substâncias químicas ou categorias de substâncias químicas que originam essas preocupações. 3.1. Ocorrências relativas a Importação, Comercialização e Utilização Um dos grandes problemas à volta da comercialização e utilização dos pesticidas é a diversidade de importadores, sem que haja um organismo reitor que vele pela sua gestão adequada, desde a sua entrada no País até ao seu último destino. A equipa de peritos nacionais que procedeu à inventariação em S.Tomé e Príncipe, das substâncias químicas que se inserem na categoria dos poluentes orgânicos persistentes (POPs), é peremptória em afirmar “ a sua comercialização interna não obedece a nenhum critério de selecção, nem medidas de segurança. Muitos vendedores, importadores e consumidores/utilizadores não têm conhecimentos técnicos na matéria6”. 3.2. Outras ocorrências relativas a comercialização e utilização Note-se que devido ao aumento constante dos preços dos pesticidas no mercado internacional, a importação dos pesticidas tem vindo a diminuir ao longo dos anos. Factores que também concorrem para esta diminuição são: a acentuada falta de capacidade financeira dos agricultores e a introdução de práticas agrícolas ecológicas, como por exemplo a produção de cacau biológico pelas comunidades da zona Norte da ilha de S. Tomé. A tabela 15, a seguir, apresenta o resumo dos problemas prioritários relacionados com este capítulo. A maior parte dessas preocupações relacionam-se com a poluição ambiental, dos rios e do solo, com a alteração da fauna e da flora e com contaminação humana e animal em geral.

Tabela 15. Descrição das áreas problemáticas

Natureza Cidade/ Breve descrição do problema do problema Região Contaminante/Químico

Poluição S.Tomé Contaminação dos rios e dos lençóis freáticos DDT,

hídrica S. António

com restos dos produtos químicos utilizados Malatião, etc

Santana

na pulverização na luta contra o paludismo e através dos resíduos hospitalares depositados

nas lixeiras situadas perto dos rios

6 Neto, Antónia dos Santos e outros

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Poluição do S.Tomé e

Exposição/Derrame de substâncias químicas ao ar livre Pesticidas

meio ambiente S. António

diversos a designar

Poluição do solo

S.Tomé e Infiltração dos produtos químicos no Pesticidas

S. Antonio solo por armazenamento prolongado e diversos a

em condições inadequadas designar

Mudança de Espécies piscícolas procuram outras aguas

Habitat mais ricas em oxigénio e alimentos, devido

ao lançamento de granadas em certas aguas

S.Tomé marítimas, como pratica piscatória Pólvora, etc

Redução da fauna

Morte de algumas espécies de camarão e peixe devido ao lançamento de restos de produtos petrolíferos ao rio e ao mar

costeira S.Tomé Gasóleo, lubrificante

Contaminação Morte e intoxicação de pessoas por ingerir produtos

humana hortícolas dentro do intervalo de segurança, após a

S.Tomé pulverização Pesticidas agrícolas

Contaminação S.Tomé Ingestão de produtos agrícolas/hortícolas dentro do

animal Príncipe Intervalo de segurança após o tratamento químico

3.3. Ocorrências relativas a Utilização de Substâncias Químicas As unidades fabris actuais são implantadas tendo em conta a protecção do meio ambiente, possuindo em grande parte dos casos tecnologias que permitem reciclar os seus resíduos. Nos países subdesenvolvidos tal não acontece. No caso específico de S.Tomé e Príncipe os resíduos são lançados geralmente para o mar ou para o leito dos rios que depois vão desaguar ao mar. No entanto há a assinalar uma unidade fabril produtora de vasilhames de plástico e engarrafamento de lixívias e detergentes, em Bôbô Forro que recicla os seus resíduos, enquadrada no conjunto das fábricas ecológicas.

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A utilização de substâncias químicas é feita de forma anárquica e perigosa, pelo facto também de, como já foi dito atrás, não existir um organismo reitor, nem os utilizadores possuírem um conhecimento técnico ou mesmo prático nessa matéria. Tal procedimento põe em risco vidas humanas, contamina o meio ambiente chegando em alguns casos à morte por desleixo ou desconhecimento da toxicidade dos produtos. Essas ocorrências não podem ser quantificadas uma vez que não existem condições internas para realização de diagnósticos laboratoriais para o efeito. No entanto é de ressaltar uma prática que tende a cair em desuso, que consistia na elaboração de manuais de utilização de pesticidas agrícolas, baseada nas informações técnicas produzidas pelos fabricantes e fornecidas nos folhetos que acompanham os produtos. Essa tarefa de elaboração e divulgação, estava a cargo dos sectores competentes do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, e ONGs que procediam à vulgarização agrícola. Esse fenómeno denota um relaxamento e baixa de nível científico e técnico a nível nacional, ocasionada pela diminuição da capacidade financeira e do nível académico dos agricultores. Em virtude do problema estar a agravar-se cada vez mais, com acidentes provocados pelo mau uso de substâncias químicas, o Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas em parceria com outros organismos vocacionados para o desenvolvimento do meio rural, tais como A Associação das ONGS (FONG), MARAPA e outros têm em carteira programas para mitigar os efeitos nefastos desse mau uso de substancias químicas. Um dos exemplos a registar que denotam uma das violações mais flagrantes do uso de substâncias químicas em S. Tome e Príncipe é a captura de pescados com explosivos, no mar, nalguns pontos do País. Registou-se também no passado mês de Setembro do corrente ano a eliminação de uma certa quantidade de armamento obsoleto por parte das Forcas Armadas, cujo armazenamento prolongado já vinha constituindo um perigo eminente. Tem-se verificado violações também no que concerne ao consumo de produtos hortícolas contaminados por pesticidas, devido à venda dos mesmos sem prescrever o intervalo de segurança, por parte de agricultores gananciosos ou de ma fé, ou ainda devido a roubos nas plantações quando coincide com os períodos de tratamento com os referidos pesticidas. Reporta-se também a utilização pouco selectiva de pesticidas pelos agricultores, nalguns casos por falta de conhecimento técnico, noutros por falta de recursos financeiros, o que certamente tem dado lugar a casos de resistência das pragas aos pesticidas antes eficientes. O armazenamento dos produtos químicos é feito nalguns casos de forma inadequada, podendo-se encontrá-los muitas vezes misturados com géneros alimentícios, a saber7: Por exemplo nalgumas comunidades na Região Autónoma do Príncipe, em S.Tomé, na roça Fraternidade, comunidade Colónia Açoriana entre outras.

7 Inventariação dos Poluentes Orgânicos Persistentes - Idem

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A utilização de equipamentos de protecção pessoal contra os produtos químicos, tais como máscaras, fatos próprios e até mesmo infra-estruturas adequadas constitui outra insuficiência a enumerar neste capítulo das preocupações prioritárias com o uso de substâncias químicas. Essas preocupações estão esplanadas na tabela 16.

Tabela 16. Preocupações Prioritárias Relacionadas com Substancias Químicas

Areas Problemati Escala do

Nivel de Preo

Capacidade

Disponibili

Substancias Qui Ordem de

cas Problema cupacao

para contro

dade de da

micas especificas Prioridade

lar o proble

dos Estatis

que causam preo

ma ticos cupacao

Contaminacao do ar Local Baixo Baixa Nao existe

CO2,CH4,NO,NO2 4

Contaminacao dos Local, Re Baixo Baixa

Nao existe CH4 5

canais gional Contaminacao maritima Local Baixo Alta

Nao existe Explosivos 2

Contaminacao de aguas

Local, Re Medio Baixa

Insuficiente Salmonelas 3

subterraneas gional

Contaminacao de solos Local Baixo Baixa

Insuficiente

DDT, PCDD,PCDF 5

Residuos quimicos nos

Nacional Baixo Baixa

Nao existe POPs 4

alimentos

Contaminacao de agua Nacional Medio Baixa

Insuficiente Salmonelas 3

potavel Tratamento e Disposicao

Local, Re Medio Baixa

Insuficiente

PCDD,PCDF, CO2 4

de residuos perigosos gional

Saude ocupacional: Nacional Baixo Baixa

Nao existe

Agricultura

Saude ocupacional: Nacional Baixo Baixa

Nao existe

Industrial

Saude Publica Nacional Medio Media Suficiente 2

Acidentes Quimicos: Local Baixo Media Insuficiente 4

Industriais

Acidentes Quimicos: Local Baixo Alta Insuficiente

Combustivel fossil 4

Transporte

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Importacao desconhecida NA NA NA

Nao existe NA

de substancias Quimicas Armazenamento/Confina

Local, Re Baixo Media

Insuficiente DDT 4

mento de substancias gional quimicas obsoletas Suicidio/Envenenamento Local Alto Media

Insuficiente 2

Quimico Contaminantes Organicos

Nacional Alto Media

Insuficiente

PCDD,PCDF, 2

Persistentes

Outros Local Baixo Media Insuficiente

Pesticidas agricolas 4

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3.4. Conclusões e Recomendações 3.4.1. Conclusões A produção, comercialização e utilização de substâncias químicas tende a ser de maior vulto tanto quanto o potencial industrial do País, em causa. A situação industrial de S. Tomé e Príncipe, por continuar a ser ainda embrionária, essa problemática reveste-se de características muito próprias. Não se registou qualquer produção digna de menção, verifica-se que as substancias químicas são todas de importação e a produção de resíduos é em quantidades reduzidas. No entanto, medidas devem ser tomadas no sentido de pôr cobro as anomalias enumeradas atrás. 3.4.2. Recomendações Recomenda-se: 1 – A criação de um organismo reitor que controle a importação, trace as normas para a sua comercialização e utilização. 2 - Fazer legislação adequada, de forma a fazer cumprir as normas estabelecidas e punir os infractores. 3 - A Elaboração de brochuras/folhetos que elucidem sobre a utilização das substâncias químicas. 4 – A concepção de programas de rádio e televisão que apresentem exemplos educativos aos utilizadores potenciais dessas substâncias químicas.

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CAPITULO IV. INSTRUMENTOS LEGAIS E MECANISMOS NÃO REGULAMENTARES PARA A GESTÃO DE SUBSTANCIAS QUÍMICAS Entendemos neste trabalho por substâncias químicas, aquelas de síntese, criados em laboratórios com diversas matérias activas que ganharam grande importância pela sua acção biológica. Esta designação abrange a matéria activa e as preparações comerciais constituídas de uma ou varias substancias activas que são apresentadas sob a forma nas quais elas são disponibilizadas para a utilização. Estes produtos pela sua natureza são capazes de alterar um organismo vivo por meio de mecanismos específicos tais como a destruição de enzimas, bloqueio dos processos vitais, suspensão do funcionamento de diversos órgãos e desencadeamento de lentas evoluções reversíveis ou não e frequentemente fatais. As substâncias químicas, para além dos riscos que apresentam a Humanidade e a natureza em si, são males necessários e até hoje imprescindíveis a seres vivos, quando devidamente utilizados. Por estas razões, o fabrico, manuseamento e a utilização das mesmas devem ser regidas por instrumentos jurídicos (leis, decretos e normas) e regras técnicas previamente estabelecidas, para que os mesmos possam desempenhar o valioso papel na defesa da produção vegetal, da pecuária e da saúde pública e do ambiente. Toda a utilização de Substancias químicas está ligada a riscos para a saúde dos utilizadores bem como ao meio ambiente. Nas condições climáticas e de pobreza dos países em via de desenvolvimento, estes riscos são muito mais elevados que em países industrializados. Não fugindo a regra, em São Tomé e Príncipe tem-se registado alguns casos de intoxicação e até mesmo de morte, que por ignorância, têm passado despercebidos. Esta ignorância traduz-se mo desrespeito de regras técnicas de utilização das substancias químicas pelo facto de não existir uma legislação sobre a gestão destas substancias (Importação, fabrico, exportação, comercialização e utilização). Neste capítulo prevê-se tratar de um panorama sobre os instrumentos jurídicos e mecanismos não regulamentados existentes no País para o manejo de substâncias químicas, incluindo sua implementação e cumprimento, e identificar os seus fortes, fraquezas e vazios. O levantamento de informações através de Inquérito abrangeu os sectores Agrícola, Projectos, Saúde pública, Alfândegas e alguns agentes importadores isolados. Foram inqueridos empresas SODEAP, Santa Margarida e Uba-Budo, Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica (CIAT), Roças Santa Clara e Santy, Sector de vendas de insumos do Projecto Nacional de Apoio a Pequena Agricultura Familiar (PNAPAF), Serviços das alfândegas, Farmácias, Empresa Nacional de Medicamentos (ENAMED), Horticultores de Bom-Sucesso, de Blu-Blu, de Mesquita e de Uba-Cabra. 4.1. Instrumentos jurídicos legais Nacionais que Consideram a Gestão de Substancias Químicas Os resultados deste inquérito nos levou a concluir que em São Tomé e Príncipe a gestão destas substâncias é feita fora do controlo do Estado ou governo. No país desconhece-se a existência de qualquer instrumento jurídico-legal nacional para a gestão de substâncias químicas. Diferentes entidades conhecedoras do efeito destas substâncias optam, voluntariamente, disciplinar a gestão

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das mesmas através do cumprimento das leis e normas provenientes das organizações e instituições estrangeiras apresentadas na tabela 17 .

Tabela 17. Referencias aos Instrumentos Legais existentes que tratam a gestão de Substancias Químicas

Instrumento Legal (Classe, referencia, ano)

Corpos ou Ministérios responsáveis

Categorias de Uso de Substancias Químicas Cobertas

Objectivo da Legislação

Cumprimento

Índex Fitossanitário ( Índex Phitosanitaire Francais) *

ACTA

Pesticidas agrícolas

Fornecer aos utilizadores de pesticidas uma lista de referência sobre substâncias químicas autorizadas e comercializadas em França

Fraco

Índex regional Agro-pesticida ( regional agro-pesticide índex) para Africa

CIRAD CNEARC

Pesticidas agrícolas

Fornecer aos utilizadores de pesticidas uma lista de referência sobre substâncias químicas autorizadas e comercializadas em Africa

Fraco

índice Nacional terapêutico ( de Portugal)

OMS

Substâncias. Químicas de consumo publico

Fornecer aos utilizadores de pesticidas uma lista de referência sobre substâncias químicas autorizadas e comercializadas em Portugal

Fraco

Directivas da FAO * FAO Pesticidas Garantir a gestão eficaz dos pesticidas, compreendendo a homologação, distribuição, a utilização, etc.…

Fraco

Manual de Utilização de Produtos químicos *

BAYER Substâncias. Químicas de consumo publico e Pesticidas

Fornecer aos utilizadores de pesticidas uma lista de referencia sobre substancias químicas autorizadas e

Fraco

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comercializadas em Portugal Garantir a gestão eficaz dos pesticidas, compreendendo a homologação , distribuição , a utilização , etc.…

* são documentos que de acordo com periodicidade da sua publicação chegam ao país Os Instrumentos identificados são: - Índex Phitosanitaire - regional agro-pesticide índex - índice Nacional terapêutico - Directivas da FAO - Manual de Utilização de Produtos químicos 4.2. Descrição resumida de Instrumentos legais chaves na gestão de substancias químicas De acordo com o exposto na tabela 17 onde figuram apenas os instrumentos de carácter internacional e de estrangeiro, os mais utilizados são os Índex Fitossanitários, quer francês quer regional para África, e o Índice Nacional terapêutico proveniente de Portugal. Nos índex estão descritas informações básicas sobre a protecção de plantas, as matérias activas, distribuição de substâncias químicas de acordo as culturas incluindo as doses e concentrações mais eficazes assim como o modo de aplicação. As substâncias descriminadas nestes documentos (Insecticidas, Fungicidas, Herbicidas, Associação de substâncias, etc.) são aquelas homologadas nos países/ regiões de utilização das mesmas. No Índice Nacional Terapêutico Português ligado à saúde existem informações idênticas aos do Index, não de carácter fitossanitário, mas de carácter social (humano e animal). Neste encontram-se informações tais como a identificação de formas de apresentação, caracterização terapêutica, princípio activo, posologia e outros. Estes documentos são utilizados voluntariamente pelos importadores e utilizadores de produtos químicos, cujos mesmos são responsáveis pelo respeito ás informações. Alguns Sectores como o Ministério de Agricultura, através de técnicos capacitados para tal, outrora controlavam a aplicação de normas através de visitas aos campos e armazéns das empresas agrícolas e até a presente data realizam formações práticas aos utilizadores destes produtos. No sector da Saúde nenhum controlo é realizado. O respeito ás substâncias homologadas é, embora num nível não desejado, observado na importação para os Hospitais e Farmácias.

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4.3. Legislações existentes por categoria de utilização compreendendo diversas etapas desde a produção/importação até a disposição Não foi encontrada qualquer legislação sobre a gestão destas substâncias. Apenas podemos salientar a existência das seguintes propostas de leis:

• Lei sobre a importação, comercialização, fabrico e a utilização de produtos tóxicos e perigosos. Esta lei composta por 31 artigos regulamenta a gestão destes produtos na sua globalidade ou seja do fabrico a utilização (anexo 2)

• Regulamento que estabelece as regras relativas ao controlo do mercado lícito de estupefacientes, substâncias psicotrópicas e precursores (anexo 3)

• Decreto regulamentar para a execução da estratégia nacional de tratamento anti-palúdico. Esta proposta visa apenas a regulamentação do procedimento de registo, do aprovisionamento, da importação, da distribuição e da utilização dos medicamentos anti-palúdicos (anexo4).

Não se observou em S.Tomé e Príncipe, fábricas de Substâncias químicas. A importação, por instituições estatais, privadas, mistas e por cidadãos é feita pelos interessados não obedecendo nenhum critério nem formalidades especial. Deve-se salientar que deve existir uma lei portuguesa que regia a importação destas substancias na era colonial. Após vários contactos as instituições nacionais não se confirma o conhecimento desta lei. O Armazenamento é feito normalmente em grande quantidade pelos Importadores e revendedores e em pequena quantidade pelos utilizadores. Portanto encontra-se produtos químicos nos armazéns das Empresas agrícolas, dos Sectores de Saúde (Farmácias e Projectos) das lojas. Pelo facto do armazenamento ser feito, com raras excepções, em lugares improvisados, os produtos são postos em lugares desprovidos de arejamentos, e ou num dos cantos do armazém de materiais de trabalho e em alguns casos lado a lado com produtos alimentares. A localização dos armazéns é dum modo geral na sede das empresas, debaixo das residências e a escassos metros da praia. Na maioria dos armazéns foram encontrados estrados e prateleiras e produtos devidamente rotulados. A distribuição (venda e revenda), internamente, das mesmas substanciais não obedecem nenhuma regra nem medidas adequadas de segurança. Alguns vendedores não têm idoneidade profissional, nem conhecimentos técnicos. O transporte é feito sem qualquer respeito as regras e normas internacionais para o efeito. As supracitadas etapas são geridas, internamente, por directivas da FAO para o efeito e outras normas e regras internacionais para o efeito que por intermédio de pessoas ou instituições as fazem chegar ao País. Instituições e ministérios nomeadamente Agricultura através de sectores capacitados para o efeito dão a conhecer aos intervenientes no processo de gestão das substancias químicas as normas e directivas e zelam pelo o seu cumprimento, mas sem qualquer punição para os transgressores.

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As doses utilizadas são normalmente as aconselhadas no rótulo do produto. Para o caso de substâncias químicos agrícolas algumas doses são modificadas pelo CIAT. Na saúde são aconselhadas as doses prescritas pelos agentes da saúde para as populações. Os pequenos agricultores e os operadores de substâncias químicas nas empresas agrícolas, dum modo geral, por carecerem de formação possuem grandes deficiências na escolha de produtos adequados aos males a combater e na preparação de caldas, o que os conduz ao mau emprego e má dosagem dos produtos. A eliminação de substâncias químicas é pouco frequente em STP devido a relação entre a oferta e a procura ou seja, pelo facto de urgência da sua utilização ser grande para pouca quantidade adquirida/existente no mercado. Por outro lado a descapitalização dos Agricultores é também um dos factores limitativos da utilização. Para uns casos de substâncias deterioradas e ou não identificadas são armazenadas fora do alcance da população para que num futuro próximo sejam destruídas. O processo para a eliminação destas substancias ainda não está definido pelo país. De salientar que o CIAT tem ajudado aos pequenos agricultores na identificação/reconhecimento de algumas substâncias químicas que por qualquer razão perderam a sua identificação. Mas, no entanto a destruição de alguns produtos é processada por enterramento. Também são atirados no lixo e muitas vezes ao ar livre. Algumas destas substâncias são recuperadas e aproveitados pela camada populacional mais vulnerável ou ignorante. Existem regras de carácter internacionais que no país são conhecidas, mas simplesmente ignoradas, devido a falta de controlo da aplicação das mesmas. 4.4. Descrição resumida dos procedimentos chaves para o controlo de produtos químicos Deve ser de salientar neste ponto que devido a ausência de controlo na gestão destas substancias, são utilizadas em S. Tomé e Príncipe substancias cuja utilização é interdita em países fabricantes e desenvolvidos. Quanto a interdição ou limitação da utilização de substâncias químicas, S. Tomé e Príncipe é sempre informado pelas organizações internacionais como a OMS e a FAO. Mas por razões muitas vezes ligadas a ignorância dos importadores e a falta de controlo na importação, todas as substancias interditas internacionalmente que chegam ao país são utilizadas. Como tal salienta-se uma Lista de alguns agrofármacos/ matérias activas utilizadas em S.Tomé e Príncipe, mas cuja comercialização se encontra interdita no âmbito da Convenção de Roterdão (PIC) sobre os Procedimentos de Informação Prévia com Conhecimento de Causa em relação a certos produtos químicos: Aldrin, Aldicarbe Atrasine/Simazine Carbaril Captafol Clordiméforme Daminoside Diniterbe Diuron Dnoc Dieldrin

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DDT Endrin Lindano Pentaclorophenol Monocrothophus (Fontes: Índex Phytosanitaire, 1998); Proveniente da FAO tem-se recebido a listas de estupefacientes e de substancias psicotrópicas sob controlo internacional8 e 9. Estas substâncias são encontradas e ainda utilizadas no país. 4.5. Mecanismos não regulamentados para a gestão dos produtos químicos. Ao longo deste trabalho pode-se notar que poucas acções voluntárias e independentes foram desencadeadas para garantir a boa gestão de substâncias químicas. Entre elas salienta-se:

- a importação e comercialização destas substancias pelo posto ligados/geridos pelo Ministério da Agricultura LAINA, cuja importação sujeita a uma homologação, embora estrangeira. Por outras palavras, as substâncias importadas são as homologadas pelos países que as comercializam. Do mesmo modo processa-se na ENAMED.

- as formações levadas a cabo pelos centros tais como CATAP e CIAT, durante as quais se

sensibiliza os agricultores sobre o uso controlado e o respeito as doses das substancias químicas.

- a interdição de utilização de substancias químicas tóxicas nas zonas onde se produz o

cacau biológico sob a orientação técnica da ONG ADAPPA ligada ao projecto-piloto da cacau biológico.

4.6. Comentários/ análise Atendendo que a gestão de substâncias químicas em S.Tomé e Príncipe não obedece nenhum mecanismo jurídico-legal nacional, pelo facto da inexistência deste, algumas instituições tentaram intervir impondo algumas medidas. De acordo com o exposto na tabela 18 deve-se realçar o papel do Ministério da Agricultura no meio rural e o Ministério da Saúde. Sectores competentes do Ministério da agricultura realizam formações, esclarecimentos, informações e controlo sobre o uso, armazenamento e utilização adequada das substâncias químicos agrícolas. Utilizando como guia as directivas da FAO e as do Índex Fitossanitário, os agentes alertam sobretudo os utilizadores para o cumprimento do estipulado nas publicações citadas. Inspecções e algumas sanções foram aplicadas nas empresas agrícolas estatais, em casos de desacato, antes do desmantelamento das mesmas. De acordo com o mesmo quadro, o nível de cumprimento destas directrizes é fraco. Este facto deve-se a falta de autoridade do estado em fazer com que as leis sejam respeitadas.

8 Liste Jaune des Stupefiants placés sous contrôle International 9 Liste Verte des Substances Psicotropes placés sous contrôle International

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A FAO financiou em 1999 uma consultoria para a elaboração de proposta de leis sobre a gestão de Substancias tóxicas e perigosas, cuja proposta ainda aguarda a aprovação e publicação do governo. Todos agentes importadores e utilizadores de Substancias químicas estão conscientes de que a cadeia de processos de gestão destes produtos deve obedecer normas devidamente legalizadas e controlada pelas entidades competentes. Existe consenso entre os inquiridos, que por se tratar de produtos capazes de provocar grandes distúrbios ao homem e ao meio ambiente, o respeito a normas de utilização de Substancias químicas deve ser controlado e o seu não cumprimento estaria sujeito a sanções severas. A Gestão da Importação, Comercialização e a distribuição, segundo informações e opiniões dos Inquiridos mais lúcidos sobre questões ligadas aos Substancias químicas, deveriam ser actividades centralizadas sobre a responsabilidade do estado. Após a aprovação e publicação das leis actualmente proposta e outras que eventualmente possam surgir, um Centro de Importação de Substancias químicas de carácter estatal, privado ou misto, mas assessorado por instituições estatais detentoras de informações detalhadas sobre estas substâncias, deveria ser criado. Cabe a este centro decidir sobre a importação ou seja a lista das substâncias a serem importadas. A distribuição e a comercialização seriam dirigidas por filiais do referido centro. Estas Filiais poderiam tanto ser de carácter privado como estatal. De igual modo deve haver condutas onde estivessem bem plasmadas as condições de autorização da comercialização assim como devida utilização de substâncias químicas. Os países em via de desenvolvimento, do qual faz parte a República Democrática de São Tomé, devem exigir a homologação de países fabricadores e vendedores de Substancias químicas, assim como observar a de países da região. Finalmente as constatações dos inquiridos lava-nos a afirmar que os intervenientes na gestão das substâncias químicas estão sensíveis e conscientes a problemática existente e estão aguardando o dinamismo do estado ou alguma instituição nacional de direito para a implementação jurídico-legal de normas que gerem as questões ligadas às substâncias químicas no País. CAPITULO V – MINISTÉRIOS , AGÊNCIAS E OUTRAS INSTITUIÇÕES NACIONAIS QUE MANEJAM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS O Capítulo descreve e analisa as atribuições e programas dos diferentes Ministérios , agências e outras instituições governamentais responsáveis, e ao mesmo tempo preocupadas com os diferentes aspectos da gestão de substâncias químicas.

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5.1. Responsabilidades dos Diferentes Ministérios, Agencias e Outras Instituições

Tabela 18. Responsabilidades de Diferentes Instituições e Agências Governamentais no Manejo de Substancias Químicas (PESTICIDAS)

Etapa/ Instituições.

Importação Armazenamento Transporte Distribuição Uso

Min.Rec. Nat. X X Min. Saude X X X X X Min. Agric. X X X X X Min. Trabalho X X X Min. Com. Ind. X Min. Plan. Fin. X Min. Infra-estrutura X X Min. Defesa Min. Justiça X Min. Neg. Estr. X Alfândegas X Emp. Agrícolas X X X X X ENCO Casas Comerciais X X X X ENAPORT X X ENASA X X Emp. Correios X X

A tabela 18 ilustra claramente as responsabilidades das diferentes agências e instituições no manejo de substâncias químicas.

O sector com maior responsabilidade é o Agrícola (Ministério da Agricultura e empresas agrícolas). Isto deve-se ao facto da principal actividade económica de S.Tomé e Príncipe ser a Agricultura.

O Ministério de Saúde tem também uma grande responsabilidade em todo este processo, visto que o mesmo utiliza pesticidas na luta contra o paludismo e alguns reagentes para o centro nacional de endemias e outros laboratórios de analises clínicas..

Os outros sectores apresentados no quadro, embora implicados directa ou indirectamente neste processo, tem responsabilidades menos acrescidas.

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Tabela 19. Responsabilidades de Diferentes Instituições e Agências Governamentais no Manejo de Substancias Químicas (PRODUTOS PETROLÍFEROS)

Etapa/ Instituições.

Importação Armazenamento Transporte Distribuição Uso

Min.Rec. Nat. Ambiente

X X X X

Min. Saude X X X Min. Agric. Min. Trabalho X X X X Min. Com. Ind. X X X X Min. Plan. Fin. X Min. Infra-estrutura X X Min. Defesa Min. Justiça X Min. Neg. Estr. X Alfândegas X Emp. Agrícolas X X X X ENCO X X X X X Casas Comerciais X X X ENAPORT X X ENASA X X Emp. Correios

A tabela 19 mostra que a ENCO (Empresa nacional de combustível e óleo) é a instituição que tem maior responsabilidade neste processo (importa, armazena, transporta e distribui os produtos petrolíferos) O Ministério de Comercio e Industria desempenha um papel muito importante porque ,por um lado, licencia e fiscaliza os postos de abastecimento de combustível, e por outro ,ajuda a ENCO a elaborar políticas de abastecimento de produtos petrolíferos que compram as normas de segurança e de qualidade pré estabelecidas.

Tabela 20. Responsabilidades de Diferentes Instituições e Agências Governamentais no Manejo de Substancias Químicas (SUBSTANCIAS QUÍMICAS INDUSTRIAIS)

Etapa/ Instituições.

Importação Armazenamento Transporte Distribuição Uso

Min.Rec. Nat. X X Min. Saude X X X Min. Agric. X X X X X Min. Trabalho X X X Min. Com. Ind. X Min. Plan. Fin. X Min. Infra-estrutura X X Min. Defesa Min. Justiça X Min. Neg. Estr. X

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Alfândegas X X Emp. Agrícolas X X X X X ENCO Casas Comerciais X X X X ENAPORT X X ENASA X X Emp. Correios X X

Na tabela 20 destaca-se o Ministério de saúde, uma vez que utiliza diferentes reagentes para ser usado nos seus laboratórios e farmácias. Por outro lado, destaca-se o Ministério de Agricultura que usa diferentes produtos químicos nos seus laboratórios de investigação. É de realçar também algumas casas comerciais que importam, armazenam e distribuem os produtos químicos para o sector agrícola e para o consumo público. Relativamente, ao Ministério do Comercio Industria como o país tem o sector industrial pouco desenvolvido. Aí pode-se destacar o fabrico de tintas, cervejas e licores . Todavia, este cenário pode mudar com o arranque do projecto de Zonas Francas e o Petróleo. O Ministério dos Recursos Naturais ao tutelar a política ambiental do país tem aderido determinadas convenções que facilitam o processo de importação, armazenamento, transporte e uso de substâncias químicas.

Tabela 21. Responsabilidades de Diferentes Instituições e Agências Governamentais no Manejo de Substancias Químicas (SUBSTANCIAS QUÍMICAS DE USO PUBLICO)

Etapa/ Instituições.

Importação Armazenamento Transporte Distribuição Uso

Min.Rec. Nat. X X Min. Saude X X Min. Agric. Min. Trabalho X X Min. Com. Ind. X X Min. Plan. Fin. X Min. Infra-estrutura Min. Defesa X Min. Justiça X Min. Neg. Estr. Alfândegas X Emp. Agrícolas ENCO X Casas Comerciais X X X X ENAPORT ENASA X Emp. Correios X

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A tabela 21 destaca as Casas Comercias porque têm maior responsabilidade neste processo. Todavia ,o país precisa de um legislação para facilitar este processo ,envolvendo um maior número de sectores que possam ajudar uma gestão mais racional dos produtos químicos. Neste caso o Ministério do Comércio e Indústria pode criar um mecanismo de homologação dos produtos importados e exportados. 5.2. Descrição das autoridades e mandatos ministeriais A gestão das substâncias químicas é da competência tanto de Ministérios cujo pelouro têm alguma relação com as substancias químicas assim como Direcções de Serviço, empresas, Instituições Policiais e Organismos de Inspecção Nacionais. Ministério dos Recursos Naturais e Meio Ambiente Definir a política Nacional nos domínios dos Recursos Naturais, Meio Ambiente e Energia . Suster e inverter a pronunciada deterioração dos infra-estruturas de captação, adução e distribuição de agua potável, a extensão de poluição química e bacteriológica dos frutos, viveiros e o agravamento da doenças de origem hídrica Assegurar a satisfação das necessidades básicas da população em energia. Assegurar a prossecução de política do ambiente e dos recursos naturais *Gabinete do Ambiente Conceber uma estratégia nacional para o desenvolvimento sustentável mediante a adopção do PNADS e outros planos sectoriais. Avaliar e prevenir os impactos dos planos, programas e projectos sobre o ambiente, mediante um enquadramento legislativo adequado e o estabelecimento de um sistema de controlo sistemático e de monitorização do ambiente. Promover o envolvimento e a participação dos cidadãos, das instituições e das ONG na protecção formulação, e execução da política do ambiente. Estabelecer um quadro de concertação e de coordenação intersectorial para a implementação das acções no domínio do ambiente Contribuir para o reforço da cooperação sub-regional, regional internacional para a gestão racional e integradas dos ecossistemas *Dir Recursos Naturais Elaborar estudos e investigações sobre as características e condições dos recursos naturais do pais sua distribuição territorial e o nível de aproveitamento Analisar estudos e investigações recomendando orientações gerais sobre a utilização dos recursos naturais Ministério das Infra-estruturas

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- Definir a política nacional nos domínios das obras públicas e construção Civil, Infra-estruturas rodoviárias e comunicações de território - Elaborar e aprovar o plano do ordenamento do território, com base no plano físico nacional visando a definição de uma política de distribuição espacial de terras em função da sua vocação agrícola, urbanística, turística e ecológica *Dir. Transportes e Comunicações Assegurar a implementação das infra- estruturas dos transportes marítimos e rodoviários; Promover a criação , implementação e desenvolvimento das transportes marítimos e rodoviários; Estudar e adoptar medidas de prevenção de acidentes e segurança das vias dos meios de transportes; *Enaport (Empresa Nacional administração dos portos) *ENASA (Empresa Nacional de Aeroportos e segurança aérea) *Empresa dos Correios Ministério da Justiça *Gabinete de luta contra a droga *PIC (Policia de Investigação Criminal) Ministério do Trabalho *Direcção do Trabalho - Promover estudos e divulgar medidas sobre a higiene, saúde e segurança no trabalho - Realizar estudos com vista a uma melhor adequação de protecção, higiene no trabalho e propor normas jurídicas para o efeito. *Inspecção do trabalho Assegurar em todo o território nacional, a aplicação das disposições legais relativas aos sistemas de protecção do emprego, higiene e segurança no trabalho e de segurança social. Ministerio dos Negocios Estrangeiros e Comunidades *Direcção de Assuntos Políticos e Económicos Internacionais - Dar o necessário apoio a preparação, negociação, assinatura e adesão a acordos e outros actos internacionais bilaterais e multilaterais ocupando-se da tramitação necessária a sua incorporação na ordem jurídica interna e dando parecer jurídico quando solicitado, sobre questões relativas a respectiva execução. Ministerio do Planeamento e Finanças

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*Direcções das Alfândegas Controlar a entrada e saída de mercadorias no território nacional visando fins fiscais, económicos e de protecção da saúde pública. Promover medidas de protecção da saúde pública em cooperação com os respectivos serviços, no tocante a prevenção de entrada de pessoas, animais ou mercadorias cuja natureza possa por em perigo a saúde dos residentes Ministério de Agricultura Desenvolvimento Rural e Pesca *Direcção da Pecuária Organização de serviços de veterinária de modo a garantir o controlo sanitário dos efectivos animais e a prevenção de doenças infecto – contagiosas. *Direcção de Floresta - Elaborar as disposições legais, dirigir e controlar a sua aplicação no que diz respeito ao fomento, extracção e conservação das florestas, da fauna e flora silvestres. *Direcção de Agricultura - Dirigir tecnicamente todos os aspectos relacionados com a realização de actividades que assegurarem o eficiente desenvolvimento diversificado da agricultura, quer no tocante a cultura permanente com nas culturas anuais *CIAT-STP Luta integrada contra as pragas e doenças das culturas Analise físico- química de qualidade de produtos agrícolas e seus derivados, importados ou á exportação Controlo fitossanitário dos produtos e materiais de origem vegetal Implementação da difusão de medidas de protecção e defesa do meio ambiente contra a poluição e outros factores de desequilíbrio do ecossistema, designadamente contra a ma utilização de produtos agro químicos. *Dir. Pescas Cooperar com outras instituições na realização de controlo de qualidade de produtos pesqueiros e seus derivados através de analises técnicas Cooperar com as laboratórios nacionais e internacionais nos ramos da sua actividade Fixar normas de qualidade de consumo de produção pesqueira através de regulamentos Min. Comercio/Industria/ Turismo *Dir. comercio - Proceder o licenciamento das actividades comerciais - Aplicação e divulgação das normas técnicas correspondentes aos estabelecimentos comerciais.

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Reproduzir e divulgar normas técnicas especificas de cada sector de actividade económica , particularmente no domínio da higiene ,preservação da saúde pública e do ambiente, segurança das instalações e protecção do consumidor. Organizar cursos, conferencias seminários de familiarização das normas técnicas Internacionais a serem observadas na produção e comercialização dos produtos e mercadorias Colaborar nos estudos para elaboração das normas técnicas de qualidade de embalagem , manipulação e armazenagem de bens alimentares *Direcção da Industria Levar a cabo estudos diversos de suporte de políticas industriais ligados ao impacto ambiental vantagens comparativas de exportação e outros *Direcção do Turismo Organizar e estimular acções que se prendem com a prevenção das condições necessárias para o desenvolvimento do turismo, ressalvando o equilíbrio entre o homem e a cultura , o meio ambiente e as actividades económicas. Ministério da Saúde *Direcçao Geral dos Cuidados de Saúde Promover o saneamento do meio e higiene habitação Promover as medidas convenientes de higiene da alimentação e melhoria de nutrição *Centro nacional de Endemias Assegurar o cumprimento das convenções, acordos ou regulamentos sanitários internacionais e a defesa sanitária das fronteiras *Inspecção de saúde Garantir a qualidade dos medicamentos de uso humano e materiais e de produtos sanitários Regulamentar e controlar de acordo com as normas internacionais a importação e utilização de estupefacientes e substancias psicotrópicas que estejam oficialmente autorizadas nos pais. Emitir parecer sobre a autorização de fabrico importação e introdução de medicamentos no mercado. Ordenar a proibição de fabrico importação distribuição e comercialização de medicamentos e de produtos sanitários procedendo a suspensão revogação, ou declaração de caducidade dos alvarás ou autorizações bem como a retirada do mercado ou a apreensão de medicamentos e produtos sanitários quando tal se justifique em nome da protecção da saúde pública. Autorização a instalação e o funcionamento de estabelecimentos que se dediquem ao armazenamento, distribuição, e comercialização de medicamentos de uso humano, veterinário e de produtos sanitários

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Ministério da Administração Interna - Prevenção e repressão da criminalidade Prevenção de catástrofes, calamidades ou desastres e prestação de ajuda as populações e socorro aos sinistradas *Serviço de protecção Civil e bombeiros promover a levantamento e a avaliação dos riscos colectivos de origem natural ou tecnológico *Policia nacional - Defender a legalidade democrática, garantir a ordem e tranquilidade pública e a integridade dos cidadãos e dos seus bens *Policia Fiscal e Aduaneira Fiscalização nos portos e aeroportos, de todos os expedientes de tráfego portuário de bens. Recursos disponíveis para as actividades manuseamento de substância Químicas Os Recursos humanos (técnico e cientifico) disponíveis, já existem em quantidade e qualidade aceitáveis, embora seja necessário implementar a troca de informações e aumentar a eficácia na gestão das substância químicas . Os recursos financeiros disponíveis são escassos a nível nacional. Não existe um orçamento específico afecto a esta área. O nível de destreza do pessoal é ainda de nível geral, carecendo de especializações através de estudos de post.graduaçao, participação nos seminários , ateliers, acesso a base de dados etc. 5.3 Comentário / Análise Tendo em conta que a gestão das substâncias químicas e de carácter multisectorial ,torna-se necessário a existência de uma estrutura de coordenação nacional que na base de uma estratégia nacional, servirá para orientar e fiscalizar a aplicação dos acordos e convenções internacionais, directrizes e resoluções provenientes das organizações internacionais (FAO, OCDE, OIT, ONUDI, PNUMA, OMS), que datam desde a década dos anos 80. A nível nacional também é importante coordenar as actividades ministeriais e ONG vocacionadas para a gestão das substâncias químicas. - Elaborar e aprovar as legislações e regulamentos - Promover a informação, educação e comunicação das estruturas locais, sociedade civil e a população em geral para a problemática da gestão das substâncias químicas

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CAPÍTULO VI. ACTIVIDADES PERTINENTES DA INDÚSTRIA, DOS GRUPOS DE INTERESSE PÚBLICO E DO SECTOR DE PESQUISA Este capítulo versa sobre a descrição e revisão das acções relevantes realizadas pelas organizações e entidades não-governamentais e o papel que elas devem desempenhar no apoio ao manejo de substâncias químicas. É notório ressaltar que as intervenções das referidas organizações ou entidades, conjugadas com o governo numa base legislativa, facilitam o estabelecimento do controlo integral quer na importação, transporte, comercialização, uso, e o armazenamento dos produtos químicos. Em S. Tomé e Príncipe como já se tinha referido, não possui empresas industriais nem organizações que produzem substâncias químicas. Há efectivamente, importação, comercialização, transporte e armazenamento dos produtos químicos, efectuadas por algumas entidades. Por outro lado, não há neste momento nenhuma organização não-governamental que se tem zelado exclusivamente pela gestão racional de substâncias químicas, nem que preste assistência em caso de emergência. Existe por sua vez, organizações não governamentais são-tomense que velem pela defesa do meio ambiente. As actividades desencadeadas pelas supracitadas organizações, são incipientes. Obviamente, elas não têm sido o pólo dinamizador no processo de estruturação de sistema de gestão ambiental. 6.1. Descrição das organizações/programas 6.1.1. As organizações não governamentais Associação de Defesa do Ambiente e Desenvolvimento Rural (ADADER) Caixa Postal: 163, Chácara - S.Tomé – Telefone: (+239) 223754, Fax nº (+239) 221365, E-mail: [email protected] Presidente: Sr. Armindo de Sousa Pontes A “ ADADER” é uma Associação, sem fins lucrativos, constituída por tempo indeterminado, com o objectivo de defender o meio Ambiente e Desenvolvimento Rural. Pretende promover actividades de carácter educativo, informativo e de formação no sentido de que o desenvolvimento se proceda de forma adequada e sustentável, bem como realizações de acções para resolução de problemas ambientais ao nível nacional e nas áreas rurais específicas. Associação dos Distribuidores e Revendedores de Combustível e Óleo (ADRECOL) Caixa Postal: 499, Bairro Quinta St.º António - S.Tomé, Telefone nº 221441 Fax nº 223579, E-mail: [email protected] Presidente: Dr. Guilherme Octaviano A “ADRECOL” é uma Associação não governamental, dotada de personalidade jurídica, que tem como objectivo defesa dos interesses dos distribuidores e revendedores de combustíveis, lubrificantes e outros produtos afins. Tem zelado pela formação ligada ao manuseamento dos extintores, informação sobre a protecção dos equipamentos utilizados na comercialização dos produtos petrolíferos e os seus derivados, assim como a protecção do meio ambiente. Associação Clube da Natureza (ACN) Caixa Postal: 210, Rua Pascoal Amada - S.Tomé, Telefone nº 907660,

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Fax nº 224233, E-mail: Presidente: Sr. Nilton Gonçalves d’Almeida Godinho A “ACN” é uma Associação, sem fins lucrativos, constituída por tempo indeterminado, que tem como objectivo preservar e conservar o meio ambiente. Pretende ter acções participativas junto as comunidades, através da sensibilização e formação, exortando-lhes da necessidade de um maior empenho na defesa da natureza em todas as vertentes. Mar Ambiente e Pesca Artesanal (MARAPA) Caixa Postal: 292, Largo de Bom Despacho, Telefone nº 222792, Fax nº 222792, E-mail: [email protected] Director Adjunto: Sr. João Gomes Pessoa Lima A “MARAPA” é uma organização não governamental, dotada de personalidade jurídica, com objectivo de proteger a orla marítima e diversas espécies em via de extinção. Uma outra actividade desenvolvida pela referida organização é de apoiar os pescadores artesanais e outras pessoas que se dedicam a comercialização do pescado. MARAPA também se engaja na prevenção e defesa do meio ambiente, combatendo todas as práticas resultantes ou não da actividade humana, susceptível de poluir a natureza. S.Tomé e Príncipe Union for Promotion (STEPUP) Vila Dolores - S.Tomé, Caixa Postal: 416, Telefone: 221285 E-mail: [email protected] Director executivo: Sr. Edward S. Seligman A “STEPUP” é uma ONG, voluntária e de utilidade pública com fins não lucrativos, que trabalha com as comunidades rurais nas áreas de Educação, Saúde, Meio Ambiente e Agricultura. Através de acções participativas numa perspectiva de sensibilização, formação, a SETPUP informa as comunidades sobre os cuidados que se deve ter com uso e conservação dos produtos químicos. 6.1.2. Organizações e entidades industriais Centro Nacional de Endemias (CNE) Santo António - S.Tomé, Caixa Postal: 218, Telefone: 221099 E-mail: Directora: Dr.ª Conceição Ferreira O “CNE” é uma Instituição Pública de Pesquisa que define a estratégia de investigação na luta contra todas as doenças endémicas do país. Neste momento, a Instituição debruça-se somente sobre a problemática do Paludismo, por duas fortes razões: Porque é a principal causa de morte neste momento no país Escassez do meio financeiro para intervir noutras áreas. O CNE procede activamente estudos e acções na luta contra o vector do paludismo, baseada numa política nacional, previamente elaborada no quadro do Plano Nacional de Luta contra Paludismo e tutelado pelo Ministério de Saúde. Realiza também actividades de formação dos técnicos em manejos de casos, de educação e de sensibilização da população de cuidados básicos na prevenção contra a referida doença.

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Loja de Abastecimento de Insumos Agrícolas - LAINA – (Direcção de Estudo e Planeamento do Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas) Avenida Marginal 12 de Julho - S.Tomé, Caixa Postal: Telefone 223791 Fax: E-mail: Responsável: Sr. Manuel da Graça José Narciso A “LAINA”, é uma loja pertencente a uma instituição pública, que é responsável pelas actividades de importação, armazenamento e comercialização de pesticidas e fertilizantes para os agricultores. Tem informado aos consumidores sobre algumas medidas técnicas, as praticas de trabalho e de protecção pessoal, relativamente a estes produtos químicos. Fábrica de Tintas S.Tomé S.A. (KAR) Bôbô - Forro, Caixa Postal: 71, Telefone: 224887, Fax: 225485, E-mail: Director: Sr. Izidro Machado Perreira A “KAR” é uma entidade jurídica dotada de autonomia de organização e de decisão, que importa matéria-prima química, que é utilizada no fabrico de tintas. Os produtos são posteriormente comercializados no mercado interno. Existe um processo de autogestão das substâncias químicas, que se vem desenvolvendo pela empresa, numa iniciativa relacionada com os padrões exigidos internacionalmente. Realiza formações na preparação dos trabalhadores nas especializações no manejo destas substâncias químicas e como proceder em casos de acidentes. Importação e Construção Soares Beirão, Lda. (I.C.S.B.) Rua de Município - S.Tomé, Caixa Postal: 147 / 277, Telefone: 221910 Fax: 221093, E-mail: [email protected] Gerente: Sr. Luís Soares Beirão A “I.C.C.B.” é uma empresa que importa substâncias químicas para fabricação de tintas e procede a sua comercialização. Tem esforçado em melhorar os processos sobre uso e manuseamento de substâncias químicas em defesa dos próprios trabalhadores e do meio ambiente em geral. 6.1.3. Instituições de pesquisa, laboratórios Laboratório de Análises Clínicas do Centro Hospitalar (CH) Bairro do Hospital - S.Tomé, Caixa Postal: 373, Telefone: 905469 Fax (), E-mail () Responsável: Sr. Apolinário Aurélio G. dos Santos Este laboratório está equipado para fazer análises clínicas. Procede formação aos trabalhadores do laboratório e com grande esforço tem zelado na protecção dos mesmos, se bem que falta ainda muito para melhorar.

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Radiologia do Centro Hospitalar (CH) Bairro do Hospital - S.Tomé, Caixa Postal: 373, Telefone: 221222/222222 Fax (), E-mail () Responsável: Sr.ª Andreza José da Costa Cardoso Este gabinete de radiologia está equipado com aparelhos para exames de Raio-X. Há uma particular atenção na protecção de saúde dos trabalhadores do referido gabinete ao manusear as substâncias perigosas, com acções de formações para diminuir os riscos dos profissionais da área. Por outro lado, há uma necessidade para diminuir também os riscos tecnológicos dos equipamentos obsoletos, substituindo-os por novos equipamentos. 6.2. Resumo das capacidades disponíveis fora do governo

Tabela 22. Resumo das capacidades disponíveis fora do governo

Área de acçãoInstituto

de pesquisa

IndústriaGrupos

ambientalistas e de cosumidores

SindicatosOrganizações profissionais

Outra ONG (Desenvolvi-mento rural)

Recolha de informação

× × ×

Teste de substâncias

químicas×

Avaliação de riscos

× ×

Diminuição de riscos

× × ×

Análises de políticas

× ×

Formação e Educação

×

Pesquisa sobre

Alternativas×

Monitorização ×

Cumprimento ×

Informação aos

trabalhadores× × ×

Informação ao público

× × ×

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6.3. Comentários/ análise O Ministério das Infra-Estruturas, Recursos Naturais e Ambiente que representa o Governo deveria criar uma articulação institucional com as organizações e entidades, fomentando discussões sobre segurança química, visando a implementação de um Programa Nacional de Segurança Química, definido em função das necessidades e das possibilidades de melhoria da gestão de substâncias químicas. Por isso, o Governo não tem nenhuma política definida para informar as organizações não governamentais no que se refere a gestão dos produtos químicos. Entre as organizações não governamentais na área ambiental, não há uma sequer que se ocupa somente dos produtos químicos. Em todo caso existe uma vontade do governo, coordenado pelo Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, através da Loja de Abastecimento de Insumos Agrícolas (LAINA) pertencente à Direcção de Estudo e Planeamento deste mesmo Ministério que se ocupa das actividades de importação, armazenamento e comercialização de pesticidas e fertilizantes. Esta loja tem por sua vez cumprido com o seu papel de informar aos agricultores sobre as medidas técnicas, as praticas de trabalho e de protecção pessoal, relativamente a estes produtos químicos. As ONG’s também são convidadas a participarem em vários seminários e ateliers realizados pelo Governo, onde têm uma participação activa nas mesmas. Porém as acções das ONG’s ainda não conseguiram influenciar o Governo na tomada de decisão sobre a gestão de substâncias químicas. Nota-se mais, a influência destas organizações no âmbito da protecção do meio ambiente, concernente a extracção de inertes, plantio de árvores, limpeza das praias, dentre outras. Há casos isolados em que elas publicam ocasionalmente revistas ou emitem casualmente programas radiofónicos. Sobre a publicação destaca-se a revista “Actividade Rural” que fazia alusão a cuidados que se deve ter com a segurança no trabalho e enfatizou também algumas medidas preventivas no uso dos produtos químicos agrícolas. O facto de não existir indústrias que fabricam substâncias químicas em S.Tomé e Príncipe, faz com que as iniciativas do sector industrial sejam quase nulas, no quadro de medidas na gestão dos produtos químicos. As ONG’s têm todo direito de apresentar propostas de regulamentos ou de leis, incluindo estes relativos ao controlo de gestão das substâncias químicas ao Governo e de exigir a sua aplicação. Outrossim, não temos conhecimentos de estudos sobre o impacto de produtos químicos na saúde da população, nem sobre o meio ambiente realizados pelas organizações não governamentais ou outras entidades. A inexistência de informações sobre a gestão de substâncias químicas no País, e por não haver um sector coordenador dessas mesmas substâncias, o grau de cooperação entre as instituições estatais e as privadas são incipientes.

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CAPITULO VII. COMISSÕES INTER-MINISTERIAIS E MECANISMOS DE COORDENAÇÃO Como se constatou no capítulo IV deste trabalho, a gestão de substancias químicas na República Democrática de S.Tomé e Príncipe compadece de um défice significativo das legislações a ela atinentes.

Documentos informativos chegam ao país por meio de organizações e programas de carácter internacional como a FAO, PNUD, OMS e também através de projectos ligados a Agricultura e Saúde, que por sua natureza utilizam substâncias químicas. Através de levantamentos feitos ao nível dos Agentes envolvidos na gestão destas substâncias constatou-se que não existe qualquer mecanismo de coordenação e de controlo da gestão das mesmas ao nível estatal. No presente capitulo propõem-se mecanismos para uma gestão na qual participam todos os agentes que intervêm directa ou indirectamente no manuseamento das substâncias químicas ao nível do País. 7.1. Mecanismos propostos e as suas descrições Para uma melhor gestão das substâncias químicas há necessidade da formalização de uma estrutura governamental multisectorial. Para o efeito, propõe-se a seguinte (tabela 23):

Tabela 23. Proposta das Comissões Interministeriais e Mecanismos de Coordenação

Nº Nomes dos mecanismos

Responsabilidades Membros

1

Comité de Gestão de substancias químicas

- capitalizar informações provenientes de organizações e instituições internacionais, regionais e nacionais - elaborar legislações e demais documentos jurídicos ligados ao tema. - efectuar homologação e interdição/ restrição da utilização de produtos. - decidir sobre a importação de substancias químicas - controlar o funcionamento do sector de inspecção

- Ministério da Saúde - Ministério da Agricultura - Ministério da Justiça - Ministério do Ambiente - Ministério do Comércio - Inspecção das Actividades Económicas - e outros indirectamente implicados

2

Sector de inspecção do manuseamento das substancias químicas.

- zelar pelo cumprimento do estipulado nas legislações

- Ministério de Ordem interna - Ministério da Saúde - Ministério da Agricultura - Alfândegas

3

Sector de importação e distribuição das substâncias químicas

- Importação de substancias químicas sob a autorização da Comissão da Gestão e de substancias químicas . - Distribuição das substancias para os postos descentralizados de venda (as farmácias e os locais distritais de venda)

À definir

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4 Sector de sensibilização, vulgarização e formação

- sensibilizar aos consumidores sobre os riscos de má utilização das substancias - zelar pela boa aplicação/utilização - informar a Comissão de Inspecção do manuseamento das substancias químicas. sobre as fraudes detectadas no terreno.

À definir

5

Sector de Investigação - estudar / confirmar a composição química das substancias e as suas percentagens - realizar testes de adaptação das doses aconselhadas pelo país de origem, em S. Tomé. - testar modos de aplicação mais rentáveis e eficazes

- Ministério da Saúde - Ministério da Agricultura - e outros a definir

7.1.1. Comité de gestão de Substâncias Químicas Este comité deve ser de composição interministerial cobrindo todas as classes de substâncias (pesticidas de uso na agricultura, na saúde e de uso publico; fertilizantes; industriais usadas em estabelecimentos de manufacturas e processamentos; petrolíferas e outras). As suas responsabilidades resumem-se nas seguintes:

• Capitalizar informações provenientes de organizações e instituições internacionais, regionais e nacionais

• Elaborar legislações e demais documentos jurídicos ligados ao tema e apresenta-las ao governo ou a quem de direito para a sua aprovação e publicação. Para isso a comissão pode solicitar consultorias.

• Efectuar homologação e interdição/ restrição da utilização de produtos. • decidir (autorizar ou recusar) sobre a importação de substâncias químicas. A Comissão

deve emitir certificado de autorização de importação. • controlar o funcionamento da Comissão de inspecção.

Ele será composto por quadros nacionais de diversos ministérios/áreas implicados directa ou indirectamente na gestão de substancias químicas, de preferência, de formação superior com mais de 5 anos de experiências, como se segue: No que concerne ao mandato legislativo do comité, este deverá ser criado por um documento jurídico do governo com um carácter permanente. 7.1.2. Sector de Inspecção do manuseamento de Substâncias químicas Este sector será estatal e de composição interministerial ou inter-sectorial cobrindo todas as classes de substancias (pesticidas de uso na agricultura, na saúde e de uso publico; fertilizantes; industriais usadas em estabelecimentos de manufacturas e processamentos; petrolíferas e outras).

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A sua responsabilidade é zelar pelo cumprimento do estipulado nas legislações. Cabe aos inspectores fiscalizar todas as etapas da gestão, desde a importação ou fabrico até a aplicação ou utilização. A punição dos infractores é da responsabilidade deste sector. No que concerne ao mandato legislativo do sector, esta deverá ser criada por um documento jurídico do governo com um carácter permanente. 7.1.3. Sector de importação e distribuição das substancias químicas (ou importadores) Este sector será privado ou misto ou/e extensivo a pessoas isoladas cobrindo todas as classes de substancias. As suas responsabilidades são a de importação de substâncias químicas sob a autorização (homologadas pela comissão A) e a distribuição/venda das substâncias para os postos descentralizados de venda (as farmácias e os locais distritais de venda) respeitando o estipulado nas legislações. A este sector pertence armazéns de venda a grosso. 7.1.4. Sector de sensibilização, vulgarização e formação A este sector pertencem todas as ONGs e projectos instituições estatais e privadas que operam sobretudo nos sectores de Agricultura e de Saúde , e que intervêm directa ou indirectamente na utilização/aplicação de substancias químicas. O papel deste sector converge-se nos seguintes pontos:

- Sensibilizar aos consumidores sobre os riscos que advêm da utilização indevida ou de má utilização das substâncias químicas

- Zelar pela boa aplicação/utilização - Informar a estrutura B sobre as fraudes detectadas no terreno.

Este sector utilizará como meios de sensibilização folhetos , fichas técnicas, rádio e a televisão (meios audiovisuais) e formações praticas . 7.1.5. Sector de Investigação Este sector será estatal com as seguintes responsabilidades:

- estudar/confirmar a composição química das substancias e as suas percentagens - realizar testes de adaptação das doses aconselhadas pelo país de origem, em S.Tomé. - testar modos de aplicação mais rentáveis e eficazes

7.2. Comentários e análises A ausência de mecanismos de coordenação nacional proporcionou a realização de acções espontâneas de forma isolada. No entanto, alguns projectos e sectores, têm desenvolvido algumas acções aproveitando ferramentas jurídicas regionais e internacionais ao seu alcance, aplicáveis no contexto nacional (tabela 23).

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A estrutura de coordenação ora apresentada envolve todos os agentes públicos desde os ministérios, serviços, ONGs até aos privados isolados. As responsabilidades são específicas por órgãos e entre estes existe uma total dependência. Nesta estrutura, o mau funcionamento ou a inoperância de qualquer um destes órgãos provoca de imediato o bloqueio na coordenação. Os 5 ministérios identificados nesta estrutura devem reconhecer a sua importância neste processo e relevar dentro das suas atribuições a questão da gestão das substâncias químicas.

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CAPÍTULO VIII – ACESSO E UTILIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES Neste capítulo propõe-se avaliar o acesso e uso de dados/informações, assim como o nível de sensibilização/informação dos trabalhadores e do público em geral em matéria de gestão nacional de produtos. 8.1- Disponibilidade de informações para a gestão de substâncias químicas O governo santomense reconhece que a informação é a pedra basilar para o desenvolvimento e que a fiabilidade e disseminação da mesma, constitui suporte fundamental na tomada de decisões para a gestão mais racional de produtos químicos, tendo em conta a natureza, tipos e qualidades dos mesmos. Infelizmente este reconhecimento não se traduz na prática. A falta de infra-estruturas e mecanismos de congregação destas informações, limitam o conhecimento de normas para a gestão apropriada dos produtos químicos no País. O Instituto Nacional de Estatística (INE), é uma instituição pública que se ocupa do tratamento de dados estatísticos. Entretanto, existem poucas informações sobre os diferentes produtos químicos que são importados. As informações sobre importações destes produtos que na maioria das vezes são feitas sem obedecer as normas internacionais para o efeito, deveriam ser obtidas através dos serviços das alfândegas, mas esta não dispõe de meios informáticos próprios para registos dos mesmos. Os dados disponíveis encontram-se dispersos a nível de sectores públicos e privados que lidam com produtos químicos. O ideal e urgente seria a criação de um banco de dados, coordenado por uma instituição pública, capaz de fornecer toda uma gama de informações de forma a permitir maior divulgação de informações suficientes sobre a produção, importação, comercialização, bem como a prevenção dos riscos profissionais inerentes a esses produtos. Este banco serviria de instrumento de consulta das empresas, pessoas interessadas , as instituições académicas ou de investigação.

Tabela 24. Qualidade e Quantidade de informação disponíveis

Informação Necessária para:

Pesticidas (agrícolas, saúde consumo público)

Substâncias químicas Industriais

Substâncias químicas De consumo

Resíduos químicos

Avaliação do impacto bajo Condições locais

Não existe nenhum estudo

Não existe nenhum estudo

Não existe nenhum estudo

Não existe nenhum estudo

Avaliação de risco (ambiental e Saúde)

Não existe nenhum estudo

Não existe nenhum estudo

Não existe nenhum estudo

Não existe nenhum estudo

Classificação/Etiqueta Em alguns produtos Em alguns produtos Na maioria mas de legalidade duvidosas

Não existe nenhum

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estudo Registros Muito pouco se faz. Muito pouco se faz. Muito pouco se faz. Em alguns

produtos Licenças Não são

concedidas/importação liberal

Não são concedidas/importação liberal

Não são concedidas/importação liberal

Não existe

Autorização Não existe/importação liberal

Não existe/importação liberal

Não existe/importação liberal

Não há informação

Decisões para redução de risco

Não existe acções concretas

Não existe acções concretas

Acções espontâneas Não existe nenhum estudo

Controlo de intoxicações

Não existe acções concretas

Não existe acções concretas

Não existe acções concretas

Não existe qualquer acção neste sentido

Inspecções e auditorias (ambientais de saúde)

Não existe acções concretas

Não existe acções concretas

Não existe acções concretas

Nada se faz

Informações aos trabalhadores

Muito pouco se faz Muito pouco se faz Não existe acções concretas

Muito Pouca

Informação ao Público

Muito pouco se faz Muito pouco se faz Muito pouco se faz Muito pouca

Concernente aos resíduos químicos, algumas informações foram obtidas através dos inventários dos POP’s , PCB, Dioxinas e Furanos realizados pelos consultores nacionais, organizado pelo Ministério dos Recursos Naturais e Ambiente. 8.2. Localização de informações Nacionais Uma grande diversidade de insecticidas (fungicidas, nematicidas, arboricidas, raticidas, anti-lesma, herbicidas e fumigantes) e outros produtos químicos, foi introduzida em S. Tomé e Príncipe por instituições estatais e privadas. De igual modo foram introduzidos, vários reagentes que são utilizados nas análises laboratoriais, farmácias, industrias, fábricas de tintas, etc, dentre os quais podemos destacar os ácidos fortes (sulfúricos, clorídicos e nítrico) e ácidos fracos ( bórico, fórmico, cítrico, etc), bases fortes (hidróxido de sódio, hidróxido de potássio) e bases fracas ( hidróxido de amónio) e sais ( cloretos, sulfatos fluoretos, cianetos, iodetos, dihidros fosfatos, etc) e outras substãncias tais como: Xileno, óxido de chumbo, etc, indicadores tais como fenolftalina, azul de metileno, ,etc. Grande parte dessas informações encontram-se dispersas em várias Direcções ou sectores das instituições estatais e privadas do País ( Ministério da Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural, Ministério do Comércio, Indústria e Turismo, Ministério dos Recursos Naturais e Ambiente, Ministério da Saúde (Direcção de Saúde Pública, Direcção das Farmácias e Centro Nacional de Endemias) , Direcção das Alfândegas, sectores privados ( Empresas agrícolas, casas comerciais, farmácias e lojas) Centro de investigações (CIAT), laboratórios privados e Estatais, instituições académicas , etc.). Os Ministérios, empresas públicas e privadas, agricultores, gestores, instituições académicas, e outros envolvidos na gestão dos produtos químicos devem reforçar os laços de cooperação com

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vista ao fornecimento sistemático de informações sobre os produtos químicos, tendo em conta, a grande dificuldade de acesso a informações sobre os produtos químicos nos referidos sectores.

Tabela 25. Localização de informação Nacional

Classe de informação

Localização Fontes Quem tem acesso Formato

Estatística de importação

INE- poucas informações

Internet, documentações /relatórios elaborados

INE/ qualquer interessado

Boletins

Estatística de uso de substâncias químicas

INE- poucas informações

Dispersos em vários sectores privados e públicos

Acesso limitado Digital

Relatórios de acidentes de transportes

Polícia Nacional Ministério da Saúde

Documentos internos destes sectores

Acesso limitado Papel/Digital

Informação de saúde ocupacional

Não existe informação

Não existe informações Acesso limitado -,-

Estatística de intoxicação

Ministério da saúde INE

Sector de epidemiologia/ M. Saúde

Acesso limitado Papel/Digital

Informação de resíduos perigosos

Dispersos em vários sectores que lidam com produtos químicos

Dispersos em vários sectores

Acesso limitado Papel/Digital

Registo de pesticidas

Não existe um centro especializado para o efeito Dispersos em vários sectores públicos e privados - Algumas no INE

Em vários Ministérios E sectores privados e dispersamente

Acesso limitado Papel/Digital

Registo de substâncias químicas tóxicas

Não existe um centro especializado para o efeito Dispersos em vários sectores públicos e privados

Em vários Ministérios E sectores privados de dispersamente

Acesso limitado Papel/Digital

Inventário de Substâncias químicas existentes

Gabinete do ambiente/1º inquérito - De formas dispersas em vários Ministérios e sectores privados

Gabinete do ambiente/1º inquérito - De formas dispersas em vários Ministérios e sectores privados

Acesso limitado Papel/Digital

Registos de importações

Nas alfândegas Alfândegas, INE Acesso limitado Papel/Digital

No que concerne as informações sobre a saúde ocupacional quase nada se sabe sobre esta matéria, todavia o Governo já tem elaborado o projecto Lei sobre a segurança e a Higiene e saúde no trabalho, aguardando apenas a sua aprovação.

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8.3. Procedimentos para obter informações Nacionais/Locais As informações sobre os produtos químicos são pouco disseminadas. Elas encontram-se dispersas ou mesmo inexistentes e de difícil acesso. O acesso à algumas informações é feito através de várias acções (seminários, palestras, debates públicos, ateliers, etc.) realizados no país. A ausência de orientações no sentido de encaminhar todos os estudos, relatórios, etc, produzidos à Biblioteca Nacional e outros centros especializados de documentação no país fax com que muitos trabalhos realizados sobre os produtos químicos fiquem dispersos em vários sectores, constituindo, assim, um grande constrangimento para o acesso a diversas informações. 8.4. Disponibilidade de Publicações Internacionais Muitas publicações internacionais encontram-se espalhadas nos diversos sectores públicos, privados, instituições académicas, organizações não governamentais, Organizações Internacionais (PNUD, OMS, UNICEF) que operam no país e Meios de Comunicação Social, (televisão, rádio, jornal). Algumas informações internacionais são obtidas via Internet.

Tabela 26. Disponibilidade de Publicações Internacionais

Literatura Localização Quem tem acesso

Documentos de Saúde ambiental (OMS)

Ministérios: Agricultura, Saúde, Recursos N. Ambiente, OMS, PNUD , UNICEF, etc direcções de saúde internet

Acesso limitado

Directrizes da saúde e segurança (OMS)

Sectores/direcções de saúde Acesso limitado

Tarjetas Internacionais de informação sobre a segurança Química/IOMC/CE

Ministérios: Agricultura, Saúde, Recursos N. Ambiente, OMS, PNUD , UNICEF, etc. internet

Acesso limitado

Documentos guia para as Decisões sobre as substâncias químicas ICP (FAO/PNUMA

Ministérios: Agricultura, Saúde, Recursos N. Ambiente, OMS, PNUD , UNICEF, etc

Acesso limitado

Formulários de informação de segurança sobre pesticida/FAO/OMS

Ministérios: Agricultura, Saúde, Recursos N. Ambiente, OMS, PNUD , UNICEF, etc direcções de saúde , internet

Acesso limitado

Documentos da reunião Conjunta FAO/OMS sobre resíduos de pesticidas

Saúde, Recursos N. Ambiente, OMS, PNUD , UNICEF, etc

Acesso limitado

Derictrizes da OCDE para experiência de substâncias químicas

Ministérios: Agricultura, Ministérios: Agricultura, Saúde, Recursos N. Ambiente, OMS, PNUD , UNICEF, internet etc

Acesso limitado

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Príncipios de boa prática de Laboratório

Saúde, Recursos N. Ambiente, OMS, PNUD , UNICEF, etc

Acesso limitado

Rede Mundial de informação sobre produtos químicos PNUMA/OMS

Ministérios: Agricultura, Saúde, Recursos N. Ambiente, OMS, PNUD , UNICEF, internet ,etc,

Acesso limitado

8.5. Sistema Nacional de troca de informação Como foi referido nos capítulos anteriores, a única instituição no país que divulga algumas informações sobre os produtos químicos é o Instituto Nacional de Estatística. Daí a necessidade, de se criar uma rede nacional de trocas de informações em matéria de gestão dos produtos químicos.

Tabela 27. Disponibilidade de Acesso à s bases de dados internacionais

Bases de dados Localização Quem tem acesso

Bases de dados dos serviços de informações químicas

Documentos Ministeriais Internet

Técnicos ligados ao sector Alguns interessados

Rede mundial de informação sobre Produtos químicos

Documentos Ministeriais Internet

Técnicos ligados ao sector Alguns interessados

Bases de dados dos serviços de informação técnica e científica

Documentos Ministeriais Internet

Técnicos ligados ao sector Alguns interessados

8.6. Comentários/ Análises O acesso e uso das informações não é fácil. Como já foi acima referido, estas informações encontram-se espalhadas nos diversos sectores públicos e privados do país. O país não dispõe de publicações científicas para divulgar estudos ou investigações feitas. Esta situação influencia de forma negativa uma maior circulação e divulgação das informações no país. O governo está a envidar esforços no sentido de melhorar a qualidade de dados existentes. Quanto aos dados internacionais não são de fácil acesso devido a dispersão destas informações. A Internet tem sido a forma de acesso mais utilizada. Mas, infelizmente nem todos os sectores dispõem deste meio de pesquisa ou busca de informação. A urgente criação de uma rede de informação em matéria de produtos químicos já se faz sentir para melhor servir os gestores, consumidores, importadores, estudantes e outros interessados. Face as constatações acima feitas, torna-se necessário criar um quadro legal e estruturar os diversos sectores vocacionados para a gestão das substâncias químicas, de forma a dotá-los de meios que permitam um intercâmbio nesse domínio.

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CAPITULO IX. INFRAESTRUTURA TÉCNICA Visão geral da Infra-estrutura Técnica relacionada com a gestão das substancias químicas em STP

Tabela 28. Visão geral da Infra-estrutura de Laboratórios

Instituição Localização Capacidade Analítica

Acreditação Objectivos

CIAT-STP POTO Agro-química Fitopatolgia Entomologia

______ Controlo fitossanitário Controlo de qualidade Analise de solos, agua

ENCO Neves Analises químicas

Petrogal Controlo de qualidade dos produtos petrolíferos

Dir. Pecuária Matadouro Analises bacteriológicas

_____ Controlo de qualidade dos produtos de origem animal Controlo sanitário

Dir. Pesca Largo das Alfândegas

Analises de produtos pesqueiros

_____ Controlo de qualidade dos produtos pesqueiros

Farmácia Epifânio

R. Angola Uso farmacêutico

_____ Elaboração de supositórios, óvulos Preparação de medicamentos

Liceu Nacional S. Tomé Uso didáctico ____ Realização de experiências (química, física, biologia)

ISP Sto António Uso didáctico ____ Realização de experiências (química, física, biologia)

Hospital Central S. Tomé Analises clínicas

_____ Bacteriologia Virologia Parasitologia Hematologia Imunologia

Os laboratórios identificados funcionam com grandes limitações, em termos de equipamentos, reagentes e meios humanos. No entanto, os laboratórios do CIAT, Pecuária, ENCO, Hospital Central são os que apresentam melhores condições, devido a intervenção de projectos de cooperação já executados embora actualmente já se confrontem com limitações de vária ordem assinaladas anteriormente.

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9.2. Sistema de Informação e capacidade informática A maioria dos laboratórios tem capacidade informática limitada, por isso não tem acesso ao sistema de informação de substâncias químicas nem as bases de dados internacionais. 9.3. Visão Geral dos programas técnicos de Formação e Educação Relativamente a este capitulo, constata-se que todos os laboratórios apresentam situação idêntica no que concerne a ausência de programas de Formação e Educação, excepto ENCO que possui cooperação com a Petrogal – Portugal. 9.4. Comentários /Analises Relativamente a situação dos laboratórios existentes no país, que interferem na gestão das substancias químicas, apresentam o seguinte quadro: A existência de pessoal formado , espaço físico disponível e os objectivos definidos em cada instituição, constituem os pontos fortes, enquanto que, os pontos fracos, são: Falta de meios financeiros para aquisição de equipamentos, reagentes para executar e ampliar as actividades a desenvolver Formação complementar dos quadros técnicos Falta de estímulos aos quadros

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CAPÍTULO X. VÍNCULOS INTERNACIONAIS Objectivo Este capítulo tem por objectivo de descrever a participação e o compromisso de São Tomé e Príncipe nas organizações e acordos internacionais relacionados com a gestão de substâncias químicas e identificar as oportunidades para uma abordagem integral a nível nacional. Para uma melhor situação da integração de São Tomé e Príncipe no contexto internacional em matéria do ambiente, faremos uma breve caracterização da situação ambiental no país, com um particular realce para as substâncias químicas. Seguidamente faremos uma breve caracterização do quadro legal existente em matéria ambiental e finalmente abordaremos a participação de São Tomé e Príncipe em acordos e compromissos internacionais. Embora merecedora de uma certa preocupação a situação ambiental em São Tomé e Príncipe pode ainda não ser considerada de muito grave se comparada com a de outras paragens do mundo. Com efeito, o país ainda possui uma reserva considerável de florestas primárias e florestas secundárias de alta qualidade, em formação. Apesar de haver uma tendência para a erosão dos solos com a introdução de algumas práticas agrícolas, o fenómeno ainda pode ser controlado. A qualidade do ar é geralmente boa devido ao reduzido parque industrial. Entretanto, a grande preocupação tem a ver com a situação social da população que conhece níveis de pobreza que se agravam progressivamente. Com 53,8% da população vivendo abaixo do limiar da pobreza, estima-se que seja necessário que a taxa de crescimento do PIB seja de, pelo menos 5% ao ano, para que se possa reduzir de forma significativa a pobreza e o atraso acumulados. O agravamento da situação da pobreza no país, associada a determinadas medidas que o Governo pode tomar em matéria de desenvolvimento, poderão exercer uma forte pressão sobre a sua qualidade e constituírem ameaças potenciais ambiente em São Tomé e Príncipe. 10.1. Legislação nacional em matéria ambiental 10.1.1. Breve caracterização do Quadro Legislativo existente em matéria ambiental Lei Base do Ambiente ( Lei n.º 10/99 ), publicada no Diário da República n.º 15, 5º Suplemento, de 31 de Dezembro, cria o quadro jurídico/legal da gestão do ambiente na República Democrática de São Tomé e Príncipe. Consagra os princípios directamente aplicáveis à salvaguarda do ambiente, destacando os Princípios do Utilizador - Pagador, em que os utentes dos meios e recursos naturais devem pagar pela utilização um preço justo independentemente de causarem ou não deterioração dos referidos meios e recursos e, do Poluidor – Pagador. Relativamente às substâncias poluidoras do ambiente, um destaque especial é dado aos Art. 21.º (Poluição), Art. 22.º (Efluentes) e Art. 24.º (Substâncias Tóxicas). Esta lei é de capital importância para o ambiente, pois enfatiza a competência do Governo, através do seu Ministério tutelar na definição e condução de uma política global no domínio do ambiente para o desenvolvimento sustentável, bem como a implementação das medidas e a adopção dos instrumentos necessários à aplicação da

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presente lei. Indica os demais órgãos responsáveis pela fiscalização, aplicação e controlo da Lei tais como: Ministério Público, Tribunais, Ministério tutelar do Ambiente, outros Ministérios, Câmaras Distritais e/ou Poder Local, Comissão Nacional do Ambiente ( CNA ) e Direcções e Serviços do Estado. É de salientar a criação da Comissão Nacional do Ambiente (CNA) com responsabilidades particulares para a definição de uma política ambiental. Lei da Conservação da Fauna, Flora e Áreas Protegidas ( Lei n.º 11/99 ), publicada no Diário da República n.º 15, 5º Suplemento, de 31 de Dezembro, que visa a conservação dos Ecossistemas ao nível da Fauna e da Flora, assim como das Áreas Protegidas, enquanto património nacional e da humanidade, preconizando a sua utilização social e económica durável, através do estabelecimento de listas de espécies a serem conservadas e da classificação de áreas do território nacional, vocacionadas para a conservação do habitat e da biodiversidade. Destaca-se, entre outras, a importância desta lei pela criação do Conselho de Conservação da Fauna, Flora e Áreas Protegidas, abreviadamente designado CONFFAP, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial de composição multisectorial, com competência para, dentre outras, propor a classificação e desclassificação de espécies, propor políticas de gestão das áreas protegidas, coordenar o conjunto das áreas protegidas, analisar as propostas de classificação das zonas cinegéticas fora das áreas protegidas. Lei das Florestas, Lei n.º 5/2001, publicada no Diário da República nº8 de 31 de Dezembro de 2001 e que cria o regime jurídico das florestas de São Tomé e Príncipe que no futuro virá colmatar muitas das lacunas actualmente existentes, prevendo diversos mecanismos destinados a assegurar o ordenamento florestal, assim como a fiscalização e o funcionamento das actividades relacionadas com a gestão florestal. Decreto-lei sobre Parques Nacionais Ôbôs de São Tomé e do Príncipe, que estatuirá sobre as áreas de preservação permanente, como é o caso dos Parques Nacionais, considerando o interesse científico, botânico e ornitológico das florestas, sua função socio-económica na produção, na regulação dos cursos da água, na protecção dos mananciais hídricos e na preservação da vida silvestre e conservação da biodiversidade. Lei das Pescas e Recurso Haliêutico, Lei n.º 9/2001, publicada no Diário da República N.º 8 de 31 de Dezembro de 2001, e que adopta o quadro jurídico-legal para o exercício da Pesca na RDSTP. A Lei de Pesca e Recurso Haliêutico procede a definição dos princípios gerais da política de conservação, exploração e gestão dos recursos haliêuticos e ambiente aquático sob a soberania e jurisdição de São Tomé e Príncipe, conforme o seu artigo 2º (Objecto do Diploma). Decreto-Lei n.º 63/81, de 31 de Dezembro, publicado no Diário da República, que estabelece as normas jurídicas necessárias à protecção, exploração e gestão dos recursos marinhos da ZEE, a que se refere o Decreto-Lei nº15/78, de 16 de Junho. Entretanto, algumas alterações ao mesmo Decreto-Lei de Dezembro de 1981 são introduzidas pelo Decreto-lei nº2/84, de 6 de Dezembro, que, por sua vez, também procede à actualização das taxas a aplicar por concessão de licença e das multas, em caso de infracção. Decreto-Lei n.º 51/91, de 7 de Novembro, publicado no Diário da República n.º25 de 7 de Novembro, que define as regras de utilização e fixa os princípios gerais e critérios de distribuição das terras que integram o domínio privado do Estado e destinadas a fins agrícolas. Decreto-Lei n.º 59/93, publicado no Diário da República, que aprova o Regulamento Provisório para a Utilização das Florestas.

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Decreto n.º 35/99, de Novembro de 1999, publicado no Diário da República, que aprova o Regulamento sobre a Extracção de Inertes, definindo a areia, o calhau, o calcário e o recife como recursos naturais do Estado e fixando por conseguinte as condições para a permissão da sua extracção em todas as zonas costeiras e rios da RDSTP. Decreto n.º 36/99, publicado no Diário da República n.º 12, de 30 de Novembro, que lança as bases de um sistema de registo obrigatório de resíduos e define competências e responsabilidades, relativamente à gestão dos mesmos. Decreto n.º 37/99, publicado no Diário da República n.º12, de 30 de Novembro, que aprova o Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental. Despacho n.º 1/GMAP/996, de 19/01/99, que interdita o corte de árvores em todo o território nacional. Aviso da Direcção de Pecuária, de 02/01/87, que fixa limites para a saída de pombos e papagaios do País. Lei nº3/91, de 31 de Julho, publicada no Diário da República n.º 21 de 31 de Julho, que estabelece o regime da Propriedade Fundiária, identificando os terrenos do domínio público e privado do Estado e estabelecendo o regime de distribuição e utilização de terras. À luz desta Lei, os terrenos do domínio público do Estado são os correspondentes ao leito dos rios e das águas marítimas, os das ilhotas e mouchões formados junto à costa, os das áreas reservadas a objectivos militares e paramilitares e os ocupados por estradas, caminhos públicos, portos e aeroportos. Entretanto, do domínio privado do Estado são aqueles em que se encontram implantados edifícios públicos; os das explorações agrícolas do Estado, os que tenham sido objecto de nacionalização, os vagos ou desocupados e todos os demais cujos proprietários não sejam entidades privadas. 10.1.2. Legislação aprovada e ainda não publicada

• Lei das Pescas e Ambiente Aquático, que se propõe instituir mecanismos susceptíveis de assegurar a gestão racional dos recursos haliêuticos marinhos, favorecendo o processo de renovação das reservas, tendo em vista as necessidades das gerações vindouras.

• Decreto-Lei sobre o Fundo de Fomento Florestal.

• Regulamento da Caça.

• Decreto-Lei sobre a Conservação das Tartarugas Marinhas.

A apresentação sumária do quadro jurídico legal em São Tomé e Príncipe sobre a matéria ambiental, mostra que o Governo tem feito um certo esforço para regulamentar a utilização dos recursos disponíveis e preservar o ambiente, nomeadamente em matéria de poluição por substâncias que destruem, particularmente os solos. 10.2. Convenções Internacionais de que o país já faz parte

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- Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Montego Bay, 1982), publicada no Diário da República, cujos objectivos principais são de criar uma ordem jurídica completa e nova para os mares e oceanos e, do ponto de vista do meio, estabelecer as regras concretas concernentes às normas ambientais, assim como das disposições de aplicação relativas à poluição do meio marinho.

- Convenção sobre Diversidade Biológica (Rio de Janeiro, 1992), publicada no Diário da

República nº 17/1998, de 30 de Maio, cujos objectivos principais são a conservação da diversidade biológica, promoção da utilização durável dos seus elementos e promoção da distribuição equitativa das vantagens decorrentes da utilização dos recursos.

- Convenção Quadro sobre as Mudanças Climáticas (Rio de Janeiro, 1992), publicada no

Diário da República n.º 17/1998, de 30 de Maio, cujos objectivos principais são de controlar os níveis de emissão para a atmosfera de gases com efeito de estufa, a fim de prevenir toda a alteração climática, que poderá ser grave para o desenvolvimento económico sustentável ou comprometer o futuro da humanidade.

- Convenção sobre o Combate à Desertificação nos Países afectados por seca grave e/ou

desertificação, particularmente em África, (Paris, 1994), publicada no Diário da República n.º 17/1998, de 30 de Maio.

- Convenção para a Protecção da Camada de Ozono (Viena, 1985), em 19/11/2001. - Protocolo de Montreal sobre as Substâncias que empobrecem a Camada de Ozono

(Montreal, 1987), assim como todas as suas emendas: Londres, Montreal, Copenhaga e Beiging, em, em 19/11/2001.

- Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens,

Ameaçadas de Extinção - CITES, (Washington 1973), recentemente.

- Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias Pertencentes à Fauna Selvagem ( Bona, 1979 ), em Outubro de 2001.

10.2.1. Convenções de que o país deve fazer parte no âmbito da gestão das substâncias químicas

- Convenção Internacional para a Prevenção da Contaminação das Águas do Mar por Hidrocarbonetos, de Londres, 1954 e suas emendas de 1962, 1969 e 1971.

- Convenção de Roterdão Sobre o Procedimento de Consentimento Prévio (PIC) com conhecimento de causa aplicável a certos produtos químicos e pesticidas perigosos que são objectos do comércio internacional , Roterdão, 10/Setembro/1998.

- Convenção de Estocolmo Sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POP), Estocolmo, 23/Maio/2001.

- Convenção Internacional sobre a Responsabilidade por Danos Causados por Contaminação das Águas do Mar por Hidrocarbonetos, de Bruxelas, 1969.

- Convenção Internacional sobre a Constituição do Fundo Internacional para Indemnização de Danos Causados pela Contaminação de Hidrocarbonetos, de Bruxelas, 1971.

- Convenção de Basileia sobre o Movimento Transfronteiriço de Resíduos Perigosos e sua Eliminação, de Basileia 1997.

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- Convenção sobre a Preparação, a Luta e a Cooperação em Matéria de Poluição por Hidrocarbonetos - OPRC, de Abidjan, 1991.

- Convenção sobre Poluição Atmosférica Transfronteiriça a Longa Distância, Genebra, 1979.

- Protocolo EMP: Programa de Vigilância da Poluição Atmosférica a Longa Distância, Genebra, 1984

10.2.2. Algumas Convenções da OIT

Título Designação Ano

CONVENÇÕES DA OIT RATIFICADAS POR STP Convenção 17 Indemnização por acidentes de trabalho 1925 Convenção 18 Doenças profissionais 1925 Convenção 19 Igualdade no tratamento(Acidentes de trabalho) 1925 Convenção 81 Inspecção do Trabalho 1947 Convenção 87 Liberdade Sindical e direito de associação 1948 Convenção 88 Serviço de Emprego 1948 Convenção 98 Direito de associação e de negociação colectiva 1949 Convenção 100 Igualdade de remuneração 1951 Convenção 106 Descanso semanal(Comercio e Serviços ) 1957 Convenção 111 Discriminação(Emprego e profissão) 1958 Convenção 144 Consulta tripartida(Normas Internacionais do Trabalho) 1976 Convenção 159 Readaptação profissional e emprego(pessoas inválidas) 1983

CONVENCÕES CUJO PROCESSO DE RATIFICAÇÃO ESTÁ EM CURSO Convenção 105 Abolição do trabalho forçado 1957 Convenção 138 Idade mínima 1957 Convenção 155 Segurança e Saúde dos Trabalhadores 1958 Convenção 182 Sobre as piores formas de trabalho infantil 1976 Convenção 183 Protecção da maternidade 2000 Convenções da oit sobre substâncias químicas (Não ratificadas) Convenção 170

Segurança de Substâncias Químicas no Local de Trabalho

1990

Recomendação 177 Produtos Químicos 1990 Convenção 174 Prevenção dos Maiores Acidentes Industriais 1993 Recomendação 181 Prevenção dos Maiores Acidentes Industriais 1993 Código Prático de Segurança no Uso de substâncias químicas no Local de Trabalho

1993

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Tabela 29. Síntese da participação de STP em Organizações, Programas e Corpos Internacionais

Organização Internacional/

Corpo/ Actividade

Ponto Focal Nacional

(Ministério/(Agência & Ponto de

Contacto)

Outros Ministérios /Agências

Envolvidas

Actividades Relacionadas

Forum Intergovernamental sobre Segurança Química (IFCS)

Adérito Bonfim dos Ramos Borges/ Ministério da Indústria

Ministérios do Ambiente, Saúde

Seguimento das actividades relacionadas com as questões de produtos químicos.

PNUA

Ministério dos Recursos Naturais e Meio Ambiente – Gabinete do Ambiente

PNUD – São Tomé e Príncipe

Acções em prol da protecção do meio ambiente, nomeadamente, Projecto de Elaboração da Legislação Ambiental Nacional

IPCS (Institute of Peace and Conflict Studies)

-

-

-

OMS Ministério da Saúde Políticas de saúde Programa de Vacinação Infantil Luta contra o Paludismo

FAO Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas

Apoio aos Programas de Diversificação Agrícola e Segurança Alimentar

ONUDI Ministério dos Recursos Naturais e Meio Ambiente – Gabinete do Ambiente

No âmbito da Convenção sobre substâncias químicas – Elaboração do Relatório Nacional sobre Poluentes Orgânicos Persistentes.

OIT Ministério do Trabalho e Segurança Social

Programas de Segurança no Trabalho

Banco Mundial Ministério de Economia e Finanças

Ministério da Educação e Cultura Ministério da Saúde

No âmbito da gestão do Fundo japonês para o Desenvolvimento – Projecto PAS (Programa de Apoio Social)

Banco Regional para o Desenvolvimento

Banco Africano de Desenvolvimento –

Ministério de Economia e Finanças Ministério da Educação e Cultura,

MEF - Apoio ao Programa de Ajustamento Estrutural Projecto de Apoio ao Desenvolvimento dos Recursos Humanos INDES - Água e Saneamento de

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Ministério da Saúde, Ministério dos Recursos Naturais e Meio Ambiente INDES

Doenças de origem Hídrica Infra-estruturas Ambiente MEC – Reabilitação e Melhoria de Alguns Estabelecimentos Escolares

OCDE

-

-

-

Comunidades Económicas Regionais

Comunidade Económica dos Estados da África Central

Ministério de Economia e Finanças Ministério do Comércio, Indústria e Turismo

Programa de liberalização das trocas comerciais inter –Estados da sub-região Programa de integração mone

Outros União Europeia Fundo Europeu de Desenvolvimento - Gabinete do Ordenador Nacional do FED UNICEF

Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Ministério da Saúde Ministério da Educação Ministério da Justiça

a) Programa Indicativo Nacional: Sector Rodoviário b) Projecto Regional nos seguintes domínios: - Integração económica - Manutenção da Paz - Transporte - Preservação dos Ecossistemas - ECOFAC a) Programa de Cuidados Primários de Saúde - vacinação - saúde materna - saneamento -nutrição/iodização do sal - iniciativa de Bamako - AIDI b) Educação - Educação Pré-escolar - Ensino Básico c) Protecção da criança - registo de nascimentos - violência doméstica - combate à exploração da criança d) Mulher – Direito da mulher (adaptação à Legislação nacional)

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Tabela 30. Participação em Acordos/Procedimentos Internacionais Relacionados com a Gestão de Substâncias Químicas

Acordos Internacionais Agência Responsável Actividades Nacionais de Implementação

Agenda 21 – Comissão para o Desenvolvimento Sustentável

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Elaboração do Plano Nacional para o Desenvolvimento Durável – PNADD em 1998

Directrizes de Londres do PNUE (Procedimento voluntário)

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

-

Código de Conduta da FAO (Procedimento voluntário)

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

-

Protocolo de Montreal Ministério dos Recursos Naturais e Meio Ambiente – Gabinete do Ambiente

Programa do País Plano de Gestão Fluidos Frigorígenos

Convenção 170 da OIT Ministério do Trabalho Ministério do Trabalho Recomendação da ONU para o Transporte de Produtos Perigosos

-

-

Convenção de Basileia (sobre movimento transfronteiriço de resíduos Pperigosos e sua eliminação)

-

-

Convenção de Londres (Prevenção da Poluição marinha resultante da imersão de lixos e outras substâncias)

-

-

Acordos do GATT/OMC (relacionados com o comércio de substâncias químicas)

-

-

Convenção de Armas Químicas

-

Criação de um Comité Multisectorial

Acordos Regionais/Subregionais

- -

Acordos Bilaterais - -

Outros

10.3. Participação em projectos Relevantes de Assistência Técnica

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Tabela 31. Participação como Receptor em Projectos Relevantes de Assistência Técnica

Nome do Projecto

Agência Financiadora Internacional/Bilateral Envolvida

Ponto Nacional de Contacto

Actividades Relevantes

Assistência Inicial para Habilitar São Tomé e Príncipe a formular o seu Plano Nacional de Implementação da Convenção de Estocolmo sobre os POPs

Fundo Mundial para o Ambiente (GEF) com execução da ONUDI

Ministério dos Recursos Naturais e Meio Ambiente – Gabinete do Ambiente Director do Projecto – Juvêncio de Oliveira

Elaboração do Relatório Nacional sobre Poluentes Orgânicos Persistentes e outras substâncias químicas, nomeadamente: DDT e Pesticidas, Dioxinas e Furâneos e PCB

Projecto: Assistência Inicial para Habilitar São Tomé e Príncipe a formular o seu Plano Nacional de Implementação da Convenção de Estocolmo sobre os POPs. 10.4. Comentários /Análise Análise das capacidades nacionais para implementar os programas internacionais com a estratégia nacional para a gestão racional de substâncias químicas. Relativamente à capacidade de gestão das actividades nacionais e acordos internacionais, das substâncias químicas, podemos dizer que o país encontra-se numa fase inicial de implementação de algumas dessas actividades, daí justificar-se a sua escassez. Com efeito, São Tomé e Príncipe ainda não aderiu nem ratificou muitos acordos e programas internacionais sobre as substâncias químicas. O país ainda precisa aderir a uma série de instrumentos internacionais nessa matéria, embora reconhecendo a sua importância para o desenvolvimento futuro do país, principalmente se tivermos em conta as perspectivas que se projectam para o futuro com a exploração das Zonas Francas dos recursos petrolíferos existentes à nível da nossa ZEE. Tendo em conta que o nível industrial do país ainda é muito insignificante ou mesmo quase inexistente, a utilização dos produtos químicos ainda é de somenos importância. É no sector da agricultura, todavia, que a sua utilização adquire uma maior relevância, no combate às pragas, tanto ao nível das grandes plantações, como o cacau e o café, como também na pequena agricultura hortícola familiar efectuada pelos camponeses. Neste sentido, o volume de transacção de substâncias químicas não atinge proporções alarmantes, embora haja preocupação com o manejo de determinadas substancias químicas pela parte dos pequenos agricultores. Torna-se igualmente preocupante, a comercialização que tem sido feita a nível interno do país, pois as regras não são muito bem estabelecidas e a tutela que, até pouco tempo era bastante eficiente, tem tendência a se desperdiçar, o que pode provocar uma certa anarquia na aquisição de determinados produtos químicos perigosos.

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Coloca-se portanto o problema da coordenação na aquisição dos produtos químicos necessários para o mercado interno. No entanto, como já foi referido anteriormente, não existe uma estrutura nacional de coordenação dos produtos químicos a nível nacional. Não existe, por via disso, uma grande intervenção das agências internacionais na coordenação dos programas químicos no país, uma vez que não existem muitas oportunidades de intervenção dessa agências. Os maiores obstáculos para a implementação dos acordos internacionais tem a ver com a disponibilidade dos recursos humanos no país, suficientemente capacitados, tanto em qualidade como em quantidade. Um outro aspecto tem a ver com os recursos financeiros disponíveis pela parte do país para suportar alguns custos previstos pelo Projecto e que são da responsabilidade do Governo. No entanto, atendendo a necessidade de implementar algumas acções com vista ao desenvolvimento do país, torna-se necessário que o país adira a um maior número de acordos e convenções internacionais, principalmente no que diz respeito às substancias químicas, tendo em conta que a falta de controlo e de protecção pode levar a situações incontroláveis nas quais o país fica sujeito, nomeadamente no que diz respeito ao tráfego de substancias tóxicas e perigosas para a saúde humana ou para o ambiente, de uma forma geral.

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CAPÍTULO XI. SENSIBILIZAÇÃO DOS TRABALHADORES E O PÚBLICO 11.1 Disponibilidade de informação para a gestão de substâncias químicas

Até ao momento não existe um programa específico do Governo direccionado a informar, sensibilizar os trabalhadores par se proteger a sua saúde e preveni-los sobre os riscos de usos irracional dos produtos químicos. Daí que, a real dimensão da situação actual dos impactos negativos desses produtos tóxicos para vida humana são completamente desconhecidos. Em S. Tomé e Príncipe, tem-se registado intoxicações, mortes pelo uso dos produtos químicos. Até a presente ainda não foi aprovada a legislação sobre a gestão dos produtos químicos no País, existindo até ao momento como proposta de lei sobre a importação, comercialização, fabricação e utilização de Produtos tóxicos e perigosos. Muitos produtos químicos tóxicos e perigosos interditos ou de utilização limitada em muitos países industrializados devido ao seu impacto negativo para o ecossistema de forma geral , e particularmente para a saúde têm entrado livremente no País e são usados pela população devido a falta de informação. O Lindano, Carbaryl, captafol, e muitos outros que desde a segunda metade da década de 80 foram interditos em muitos países industrializados, até a presente dada são importados pelo País. A comercialização bem como a utilização interna desses produtos tóxicos são feitas pelas muitas vezes ignorantes na matéria. Basta saber, que existem agricultores/horticultores, que usam fungicidas no combate as pragas e o insecticida para os fungos. A situação mais grave, foi verificada no uso de insecticida Monocrotos (organofosforados extremamente tóxicos, provocando por vezes toxicidade agudas) na pulverização nos tomateiros e outras hortaliças pondo em causa a vida humana. Apesar de existirem algumas instituições do Estado ( Direcção da Agricultura, CIAT, Gabinete do Ambiente, Direcção da Saúde Pública) com técnicos formados para levar ao conhecimento dos agricultores e outras pessoas, os critérios para o uso racional dos produtos químicos, informar sobre os efeitos que provocam ao homem, animal, a saúde, pública, ao meio ambiente, etc. ,infelizmente, estas acções não são feitas de forma coordenadas. Entretanto, a nível do Ministério dos Recursos Naturais e Ambiente tem vindo a desenvolver acções que visam prevenir o público com informações sobre ricos para o meio ambiente, saúde, causados por substâncias químicas, e algumas medidas que devem ser tomadas para se proteger da exposição permanente às substâncias químicas perigosas. Neste capítulo, comparativamente com os outros países como por exemplo Angola e não só os comentários relativamente ao capítulo em epígrafe , são mais amplos tendo em que existem algumas instituições do Estado criadas que dedicam exclusivamente ou se ocupa deste assunto. No nosso País, apenas algumas organizações (Zatonadil , Amigos da Natureza , ADAPA, Liga Ecológica e outras) não governamentais têm realizadas algumas acções de carácter sensibilizador, educativo, formador, com objectivo de não só mudar o comportamento do homem como proporcioná-lo também alguns conhecimentos de forma a permiti-los a gerir melhor a

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problemática da gestão ambiental e preveni-lo dos possíveis perigos que poderão advir duma gestão irracional do ambiente de forma geral. O Estado, através do Ministério dos Recursos Naturais e Meio Ambiente e outros, tem feito algumas acções, mas é preciso mais acções e de forma coordenada.

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CAPÍTULO XII. RECURSOS NECESSÁRIOS E DISPONÍVEIS PARA A GESTÃO DE SUBSTÂNCIA QUÍMICAS Objectivo Obter uma visão geral dos recursos governamentais disponíveis relacionados com a variedade de aspectos da gestão de substâncias químicas (incluindo os recursos financeiros e humanos) e analisar a necessidade de outros recursos. Introdução Em São Tomé e Príncipe não se faz geralmente, um manuseamento muito grande de substâncias químicas, tanto em termos quantitativos como em termos qualitativos. A agricultura é o sector principal da economia do país representando em 1997, cerca de 20% do Produto Interno Bruto do país (Relatório RBM do PNUD – 2004). O sector secundário, incluindo energia e construção, representava 19% do PIB nessa altura, enquanto que a indústria é pouco desenvolvida e representava apenas 4%. do PIB. O sector terciário, com cerca de58%, tem um elevado peso específico no PIB devido essencialmente à importância da Administração Pública (cerca de 23% do PIB), enquanto que sector do comércio e dos transportes é pouco relevante e o turismo continua sendo marginal. A agricultura é baseada essencialmente na monocultura do cacau que tem sido ao longo dos últimos anos, a principal cultura de exportação e sobre a qual repousa a economia do país. No entanto, atendendo aos condicionalismos de ordem climática, com temperatura e precipitação elevadas, a cultura do cacau está exposta ao ataque de diversas pragas que destoem as plantações e interferem na qualidade e no volume do produto. Para fazer face a esse constrangimento, é prática corrente no país, a utilização de substâncias químicas na agricultura.Dessa forma, a agricultura torna-se o principal sector de utilização de substâncias químicas perigosas no país. O sector de saúde é o segundo por ordem de importância no que diz respeito à utilização de produtos químicos no país. Com efeito, o paludismo é o maior problema de saúde pública em São Tomé e Príncipe constituindo a primeira causa de morbilidade e de mortalidade entre as crianças menores de 5 anos. Em 1998, 54% dos internamentos hospitalares deveram-se ao paludismo assim como 4 de cada 10 óbitos (Relatório RBM do PNUD - 2004). Para o combate a esta doença, o Governo teve sempre recurso ao uso de produtos químicos, tanto no combate ao vector como no combate ao plasmódio. Várias substâncias químicas têm sido utilizadas neste processo, sendo de destacar o DDT, o Malthion através da pulverização intradomiciliar com produtos químicos tais como no Permetrina, Deltametrine Alphacypermetrina (Piretóides), Temephos e Actillic (Perimiphos Methyl), Organophosphorados, etc.

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12.1. Recursos Disponíveis e Necessários nos Ministérios/Instituições do Governo Pretende-se com a tabela 32, obter uma visão global da disponibilidade dos recursos existentes ao nível nacional, nomeadamente ao nível dos Ministérios, Agências e outras instituições do Estado que lidam especificamente com a gestão das substâncias químicas.

Tabela 32. Recursos Disponíveis nos Ministérios/Instituições do Governo

Ministério/Agência Responsável

Número de Pessoal Profissional Envolvido

Classe de Competência Recursos Financeiros Disponíveis

(por ano)

do Meio Ambiente • Gabinete do Ambiente

4 Quadros Técnicos

3 Técnicos de Formação superior: - 1 Director - 1 Geógrafo - 1 Biólogo 1 Técnico médio em Biologia

95.883.712 Dbs

da Saúde • Centro Nacional de Endemias (CNE) • Centro Nacional de Educação para a Saúde (CNES)

5 Quadros Técnicos

1 Quadro Superior 1 Quadro Médio

- 2 Biólogos - 1 Médico - 3 Técnicos de Form. média no domínio da saúde 1 Médico 1 Enfermeiro

543.000.000 Dbs

da Agricultura • Direcção Geral da Agricultura • CIAT Loja do PNAPAF Empresas Agrícolas (6)

3 Quadros Superiores 71 pessoas das quais 21

Engenheiros Agrónomos 6 Quadros Superiores 4 Quadros Médios 8 Operadores 7 Administrativo 58 Trabalhadores

240.000.000 Dbs

do Trabalho • Inspecção do Trabalho

8 Quadros Superiores

64.305.500

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do Comércio Inspecção de Actividades Económicas

4 Quadros Superiores

1 Inspector chefe 3 Técnicos Superiores

492.141.000

da Indústria • Direcção Geral de Indústria

7 Quadros Superiores

1 Director 1 Tecnologia Alimentar 1 Conservação Alimentar 4 Químicos

125.000.000

das Finanças Inspecção Geral de Finanças

6 Quadros Superiores

1 Inspector Geral 5 Inspectores Superiores 3 Sub-Inspectores

132.642.050

dos Transportes Direcção dos Transportes

3 Quadros Superiores

1 Director 2 Técnicos

54.197.500

do Ministério do Interior/Defesa

Não especificado Não especificado 16.857.540.236

da Justiça

Não especificado Não especificado 3.897.755.640

das Alfândegas • Direcção Geral das Alfândegas

11 Quadros Superiores

1 Director 1 Inspector Geral 9 Verificadores

292.889.530

das Relações Externas • Direcção Geral da Cooperação

2 Quadros Técnicos superiores

1 Director 1 Técnico Superior

155.088.540

Outros

Não especificado Não especificado Não especificado

N.B: Os valores indicados sobre os Recursos Financeiros Disponíveis para os sectores não são específicos aos programas de gestão de produtos químicos, salvo para o CIAT e o Centro Nacional de Endemias.

Como se pode ver na tabela, os sectores que mais lidam com os produtos químicos são os da agricultura e da saúde. De uma forma geral ao nível do Ministério da Agricultura uma grande parte dos produtos químicos é manuseada pelos trabalhadores agrícolas. No âmbito do Projecto de Distribuição de Terras Agrícolas foram distribuídas parcelas de terras agrícolas a Pequenos Agricultores com o objectivo de a cultivarem e aumentar assim a produção e a produtividade. Dessa forma, os trabalhadores agrícolas, outrora assalariados passaram a ser proprietários e responsáveis pela gestão das suas terras. Nesse contexto, são os próprios a manejarem os produtos químicos de que necessitam para travarem o combate contra as pragas por um lado e aumentar a produtividade dos terrenos, por outro lado.

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Ao nível das Empresas Agrícolas, as chamadas “roças”, agora transformadas em médias propriedades, estas têm sido geridas por um pequeno grupo de nacionais que fazem a sua “gestão”. Geralmente esses médios empresários possuem alguns conhecimentos na área agrícola, conhecimentos esses, baseados fundamentalmente na experiência adquirida ao longo de vários anos de trabalho nessas empresas. Todavia, o seu conhecimento em matéria química é muito limitado, daí que a gestão das substâncias químicas seja limitada principalmente à aquisição (através da importação) dos referidos produtos. O Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica, é o principal actor na gestão dos produtos químicos ao nível do Ministério da Agricultura, na medida em que participa, de forma directa ou indirecta no processo de aquisição, análise e divulgação dos produtos químicos na área da saúde. No que diz respeito ao sector da saúde, prevê-se para os próximos tempos e no âmbito do Programa “Roll Back Malária” uma utilização crescente de produtos químico no combate à doença. É possível que os sectores secundários e terciários, nomeadamente no que diz respeito ao sector das indústrias, comércio e serviços, uma utilização crescente de produtos químicos, tendo em conta a futura exploração do petróleo que se prevê para os próximos anos. Todavia, ainda não é possível estimarem-se as necessidades em recursos do governo, atendendo as improbabilidades que se geram ainda em torno do sector. O preenchimento das colunas da Tabela relativamente aos outros sectores apresentou-se muito difícil por carência de dados. Efectivamente, os sectores não dispõem de informações precisas relativamente à gestão da matéria química, mesmo aqueles que em alguns casos, têm interferência indirecta no processo. 12.2. Recursos Necessários para que o Governo Cumpra com as Responsabilidades Relacionadas com a Gestão de Substâncias Químicas Relativamente ao preenchimento da tabela 33 foram encontradas as mesmas dificuldades porque os sectores não conhecem efectivamente o seu papel no processo de gestão dos produtos químicos, daí não disporem de uma planificação das necessidades dos recursos para os próximos anos. O preenchimento da referida tabela tornou-se então num exercício de propostas que seriam desejáveis existir no país, atendendo ao processo de desenvolvimento em curso e as necessidades que podem acrescer, se houver um crescimento rápido do PIB para os próximos anos com o desenvolvimento do sector petrolífero.

Tabela 33. Recursos necessários para que o Governo cumpra com as Responsabilidades Relacionadas com a Gestão de Substâncias Químicas

Ministério/Agência Responsável

Número/Tipo de Pessoal Profissional necessário

Classe de Competência

Necessidades Financeiras

do Meio Ambiente Gabinete do Ambiente

4 Quadros Superiores

Geógrafo Biólogos Químicos Juristas

Reforço significativo em recursos financeiros para que o Gabinete do Ambiente possa desempenhar o seu papel de Coordenador das

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actividades de gestão das substâncias químicas 100.000 USD/ano.

da Saúde Centro Nacional de Endemias Centro Nacional de Educação Sanitária

5 Quadros Técnicos

1 Quadro Superior 1 Quadro Médio

2 Biólogos 1 Médico 3 Técnicos de Formação média no domínio da saúde Médico Enfermeiro

Reforço das necessidades de financiamento das actividades do Programa “Roll Back Malaria”

1.000.000 USD/ano

da Agricultura Direcção Geral da Agricultura CIAT Loja do PNAPAF Empresas Agrícolas (6)

3 Quadros Superiores 71 pessoas das quais 21

-

Engenheiros Agrónomos 6 Quadros Superiores 4 Quadros Médios 8 Operadores 7 Administrativo 58 Trabalhadores -

Reforço das capacidades do Ministério da Agricultura para as Acções de Seguimento, Fiscalização, Criação e Melhoria das Infra-estruturas técnicas existentes (Laboratórios, Centros de Investigação) e Sensibilização dos Agricultores sobre o uso de Substâncias químicas na agricultura 3.000.000 USD/ano

do Trabalho Direcção Geral de Segurança e Higiene Laboral

Aumento do número de Técnicos para as actividades de Inspecção do Trabalho, principalmente do Sector Privado

1 Jurista 1 Economista

Inspecção das actividades de trabalho nas empresas, comércio e indústria, etc. 50.000 USD/ano

do Comércio Inspecção de Actividades Económicas

Controlo de Qualidade dos produtos importados, nomeadamente, alimentos, agricultura, tintas, etc. 50.000 USD/ano

da Indústria Direcção Geral de Indústria

5 Técnicos Quadros Superiores na área da química

Reforço em recursos financeiros da Direcção da Indústria para actividades de Controlo e Fiscalização. 50.000 USD/ano.

das Finanças Inspecção Geral de Finanças

2 Quadros Técnicos Superiores

1 Economista 1 Jurista

Estatísticas dos produtos, Base de Dados, Actividades de fiscalização.

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20.000 USD/ano dos Transportes Direcção Geral dos Transportes

3 Quadros Superiores

Controlo das aeroportos, portos, inspecção de viaturas, controlo da quantidade das emissões de gases, etc. 30.000 USD/ano

do Ministério do Interior/Defesa

- - Fiscalização da costa, segurança interna do país. 300.000 USD/ano

da Justiça Policia de Investigação Criminal (PIC)

Fiscalização e controlo do trafico ilícito de produtos químicos. 50.000 USD/ano

das Alfândegas Direcção Geral das Alfândegas

1 Quadro Superior Inspectores Verificadores

Criação de Base de Dados, Aplicação do Sistema de Etiquetagem dos produtos Químicos, Controlo da Importação e Exportação dos produtos Químicos. 100.000 USD/ano.

das Relações Externas Direcção da Cooperação

1 Quadro Superior

Juristas Economistas

Vinculos Internacionais, Assinatura de Protocolos e Acordos Internacionais. 30.000 USD/ano

Outros Ordenamento do Território Energia e Água Petróleo, Zonas Francas

Actividades de Planificação, Seguimento das normas, Controlo de Qualidade, Programas de Avaliação de Riscos 100.000 USD/ano

12.3 Comentários / Diagnóstico Até ao momento, não tem havido uma acção forte do Governo relativamente à gestão das substâncias químicas no país. Embora o país não seja industrializado e o sector da indústria ocupar um lugar de somenos importância na economia do país, a gestão das substâncias químicas que tem sido feita nos outros sectores de actividade, não são objecto de uma verdadeira coordenação, nem tão pouco seguem as normas internacionais exigidas para o efeito. Salienta-se que do ponto de vista juridico-legal, existem vazios que é preciso colmatar, de modo a que o Governo possa ter um maior controle sobre a gestão de substâncias químicas circulantes no país, o que não é o caso actualmente. Para que o Governo cumpra, efectivamente com as suas responsabilidades em termos de gestão das substâncias químicas, torna-se necessário uma acção mais determinante no terreno, que passa, fundamentalmente pelo reforço da capacitação dos recursos humanos sobre as substâncias químicas importadas no âmbito da potencialização dos recurso agrícolas do país e atingir a meta da auto-suficiência alimentar.

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Por outro lado, é necessário haver um reforço significativo das capacidades em termos de recursos humanos para fazer o acompanhamento do processo de exploração petrolífera, assim com o transporte de substâncias químicas que terá lugar muito provavelmente no país já na próxima década.

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RECOMENDAÇÕES Por tudo quanto foi anteriormente ilustrado, e pela importância que tem a boa gestão dos produtos químicos, para um desenvolvimento sustentável, pode-se fazer as seguintes recomendações:

� Criar um comité de coordenação para gestão dos produtos químicos � Criar e rever, se for o caso, o quadro legal e regulamentar sobre a gestão dos produtos

químicos. � Assegurar a formação de todas as pessoas implicadas na gestão dos produtos químicos. � Sensibilizar e informar as populações sobre os riscos inerentes a utilização dos

produtos químicos. � Criar um centro de informação química. � Dotar as diversas estruturas já existentes de laboratórios especializados e equipados

com aparelhos apropriados, assim como, se necessário, criar e equipar laboratórios específicos.

� Tornar mais dinâmica a cooperação entre as instituições governamentais. � Reforçar o papel do Ministério do Ambiente na orientação e coordenação das acções

relativas a gestão dos produtos químicos. � Criar um boletim de informação sobre os produtos químicos. � Encorajar as indústrias a terem acesso a novas tecnologias, promovendo contratos de

transferência de tecnologias apropriadas a fim de minimizar a produção de resíduos químicos.

� Reforçar a capacidade técnica de modo a facilitar o controlo de entrada de produtos químicos ao nível das alfândegas.

� Promover a cooperação sub-regional, regional e internacional em matéria de gestão dos produtos químicos.

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