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Manual da OrdeMCoordenadores: Carlos Eduardo Witter Lcio Teixeira dos Santos

Processo Penal

Sumrio Princpios do Processo Penal Inqurito Policial Ao Penal Jurisdio e Competncia Citao e Intimao Questes e Processos Incidentes Priso e liberdade Provisria Provas Sentena Nulidades no Processo Penal Recursos Aes de Impugnao Autnomas Procedimento

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PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO PENALConceito: a origem da palavra vem do latim principium, que significa origem, comeo. So realmente os pontos de partida (alicerces do direito), so preceitos que se verificam sem prvia demonstrao, so equivalentes a normas jurdicas, ocupam um lugar importantssimo no processo de interpretao e aplicao do direito, por isso devem ser aplicados em primeiro lugar. Eles se apresentam de forma expressa ou de forma implcita. Tendo em vista que, o processo penal se constri em torno dos princpios, muitas vezes esses derrubam a prpria lei. Podem surgir da conjugao de dois ou mais princpios constitucionais. 2. Princpios constitucionais do Processo Penal - expressos formalmente 2.1. Princpio da presuno de inocncia (estado de inocncia, no culpabilidade): por este princpio, todo ru (acusado) considerado inocente at a sentena condenatria se tornar definitiva (transitar em julgado) art. 5, LVII da CF. 2.2. Princpio da ampla defesa: todo acusado faz jus a utilizar todos os meios de defesa em direito admitido, tais como autodefesa (se defender pessoalmente), defesa tcnica (por advogado), o direito de se manifestar sempre por ltimo, dentro do processo. art. 5, LV da CF. 2.3. Princpio da plenitude da defesa: por este princpio, no Tribunal do Jri deve ser garantido ao acusado o direito de defesa plena (completa, absoluta, perfeita). Ex. direito da defesa mudar/ alterar na sua tese defensiva, e tal fato no viola o princpio do contraditrio - art. 5, XXXVIII, a da CF. 2.4. Princpio favor rei ou favor libertatis (in dubio pro reo): sempre que o magistrado tiver dvida razovel no que tange a condenao do ru (culpado ou inocente), deve julgar em favor do acusado. Um exemplo claro deste princpio ocorre quando o magistrado absolve com base no art. 386, VII do Cdigo de Processo Penal (inciso inserido pela lei 11.690/08.) 2.5. Princpio do contraditrio: (diga o autor, diga o ru) art. 5, LV da CF. Toda vez que uma parte apresenta uma alegao sobre os fatos ou provas,

dentro de um processo, tem a parte contrria o direito de rebater, para que se mantenha um equilibro dentro da relao acusao e defesa. Todo ru tem direito a defensor, no podendo ficar em um processo judicial sem a presena do advogado (constitudo, dativo ou pblico). 2.6. Princpio do juiz natural: por este princpio todo acusado deve ser processado e julgado por juiz competente (competncia essa estabelecida na Constituio Federal e na lei). Este princpio veda a criao de juiz e de tribunal de exceo (poder escolher o magistrado que vai julgar determinado caso) - Art. 5, LIII da CF. 2.7. Princpio da publicidade: todos os atos do processo devem ser pblicos, ou seja, acessveis a todos que queiram ver (direito de informao), salvo os casos que a prpria Carta Magna veda a publicidade Art 5 , XXXIII e LX da CF. 2.8. Princpio da proibio das provas ilcitas: no processo penal so s admitidas provas obtidas por meios lcitos, legais, ou seja, proibida prova adquirida por meios ilegais. art. 5, LVI da CF. 2.9. Princpio da economia processual: o Estado deve assegurar a maior celeridade possvel na realizao dos atos processuais, a fim de economizar tempo s partes. O referido princpio esta preconizado, na Lei n. 9.099/95 no seu art. 62 art. 5, LXXVIII da CF. 2.10. Princpio do devido processo legal: os processos devem se desenrolar de acordo com as regras da lei art. 5, LIV da CF. Ele composto de vrios princpios constitucionais, tais como a ampla defesa e o contraditrio. 3. Princpios constitucionais do Processo Penal implcitos 3.1. Princpio do duplo grau de jurisdio: assegurada a parte de um processo, o direito de uma nova anlise da causa, por intermdio de um recurso, a ser analisado por uma categoria de jurisdio mais alta. 3.2. Princpio da iniciativa das partes: a jurisdio inerte, logo o juiz no pode iniciar a ao sem a provocao das partes. O titular da ao penal pblica o MP, segundo o art. 129, I da CF. Na ao penal privada (igualmente na subsidiria da pblica) o ofendido o seu titular. (art. 29 e 30 da CPP). 3.3. Princpio da identidade fsica do juiz: segundo este princpio o juiz que acompanha a produo de provas deve julgar a causa, no processo penal se aplica este princpio segundo o art. 399, 2 do CPP (texto trazido com Lei 11.719/08), bem como no jri (os jurados que acompanham a produo de provas devem julgar o feito). 3.4. Princpio da oficialidade: cabe ao Estado a funo precpua e obrigatria em se verificar a existncia de um delito, e por via de conseqncia a correta aplicao da punio cabvel. Somente rgos oficiais esto investidos neste mnus, tais como MP (promover a ao penal pblica e fiscalizar a aplicao da lei), polcia judiciria (investigar art. 144, 1, I, II, IV, 4 da CF), Poder Judicirio (deve julgar aplicao do direito ao caso concreto). 3.5. Princpio da intranscendncia: por este princpio, a ao penal no poder passar da pessoa do ru, ou seja, da pessoa que foi atribuda prtica delituosa art. 5, XLV da CF. 3.6. Princpio do promotor natural: o ru tem o direito de ser acusado por Promotor ou Procurador imparciais, que devem zelar pela aplicao correta da lei, designados pela lei.

3.7. Princpio da verdade real: o magistrado, por fora deste princpio, tem o dever de buscar a verdadeira histria ocorrida (a realidade dos fatos), no devendo admitir a verdade formal trazida pelas partes. Existem situaes, que acabam sendo excees a aplicao deste princpio, como por exemplo, exibir provas no plenrio do jri, que no tenham sido comunicada parte contrria antes de 3 dias. (art. 475 do CPP) 3.8. Princpio do impulso oficial: o juiz deve sempre dar movimento ao penal (depois iniciada pelos titulares da ao penal - MP e ofendido) at o seu trmino, nunca permitindo que ela pare de forma ilegal ou gratuita. 3.9. Princpio da comunho da prova: a prova pertence somente ao processo (a prova no de ningum), mesmo que produzida por um a das partes, todos podem se valer da mesma para a busca da verdade real. LINK DA ORDEM 1

INQURITO POLICIAL1. Conceito: procedimento administrativo, de carter inquisitivo e cunho investigatrio, presidido pela Autoridade Policial Judiciria (delegado de polcia de carreira art. 144 4 da CF), constitudo de diligncias investigatrias, realizadas pela polcia judiciria, para a apurao dos indcios de autoria (autor do crime) e materialidade delitiva (crime). Portanto, a finalidade precpua do I.P achar INDICIOS DE AUTORIA e MATERIALIDADE DELITIVA, para fornecer os elementos necessrios para o titular da ao penal (seja o MP ou o particular, conforme o caso) poder promover a mesma. O art. 144 da Carta Magna (CF)- menciona acerca da segurana pblica, disciplinando os rgos policiais (polcia federal, polcia rodoviria federal, polcias civis, polcias militares, polcia ferroviria federal e corpos de bombeiros militares). Nota: segundo o art. 129, VII da CF, diz que a funo institucional do Ministrio Pblico o exerccio do controle externo da atividade policial, na forma das respectivas leis complementares. Logo, analisando os dois dispositivos, conclui-se que a autoridade policial preside o I.P, embora as diligncias investigatrias possam ser acompanhadas pelo representante do MP, que detm o controle externo da polcia. Apesar da presidncia do inqurito policial ser do delegado de carreira (autoridade policial judiciria), cabe ressaltar, que existem outras investigaes que podem ser presididas por outros tipos de autoridades, conforme determinao legal, por exemplo; Regimento Interno dos Tribunais dispem como deve ser realizada a investigao do juiz - Comisses Parlamentares de Inqurito art. 58, 3 da CF. 2. Caractersticas 2.1. Discricionariedade: art. 14 do CPP discricionariedade ao delegado quanto ao deferimento de diligncias, ou seja, o mesmo no obrigado a deferir as diligncias que forem solicitadas pelo indiciado ou pelo ofendido ou por seu representante legal. Porm, as diligncias requisitadas (requisitar tem o sentido de requerimento lastreado em lei, ou seja, no significa ordem) pelo juiz ou pelo Ministrio Pblico

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art. 13, II do CPP, o delegado ser obrigado a realiz-las. 2.2. Inquisitoriedade: no h contraditrio (diga o autor, aps...... diga o ru) e no h ampla defesa (poder se valer de todos os meios defesa em direito admitido) 2.3. Dispensabilidade: (art.12 do CPP sempre que servir de base) no sendo fase obrigatria par apurao do crime, ou seja, quando o titular da ao penal possuir provas suficientes e idneas, dos indcios de autoria e de materialidade delitiva para que possa oferecer a denncia ou a queixa, o I.P ser dispensvel. Outro dispositivo que demonstra que o I.P dispensvel o art. 46, 1 do CPP, que determina o prazo para o MP oferecer a sua denncia nos casos em que dispensar o I.P. Na mesma linha de raciocnio, temos o art. 39, 5 do CPP, que demonstra outra hiptese em que o I.P ser dispensado. Portanto, est claro que o I.P dispensvel. 2.4. Indisponibilidade (IN = NO; logo, in + disponvel = I.P NO est disposio de seu titular, delegado no arquiva Inqurito Policial art. 17 do CPP). Somente o MP pode pedir para o juiz arquivar o I.P, uma vez que o juiz de ofcio e nem delegado podem arquivar o I.P. Nota: ENTO, QUEM ARQUIVA I.P ? O JUIZ A REQUERIMENTO DO MINISTRIO PBLICO . 2.5. Sigiloso: (art.5, X, LVII da C.F. e 20 do CPP) no que tange ao sigilo este no atinge ao MP, que pode acompanhar os atos investigatrios (art. 15, III, da Lei Orgnica do Ministrio Pblico), nem ao Judicirio. O problema reside quanto possibilidade de que a prpria parte e seu advogado tenham acesso aos autos do I.P. Como sabido o Estatuto da OAB Lei 8.906/94, art. 7, XIV, menciona o direito dos advogados examinarem em qualquer repartio policial, mesmo sem procurao, autos de flagrante e de inqurito, findos ou em andamento, ainda que conclusos autoridade, podendo copiar peas e tomar apontamentos. Caso seja negado este direito ao advogado caber Mandado de Segurana. Agora, caso seja decretado sigilo em segredo de justia (ou seja, foi decretado judicialmente o sigilo das investigaes), o advogado no poder acompanhar os atos procedimentais. Visa preservar o interesse pblico ao invs do individual. Mas esta posio, que veda ao advogado acesso aos autos do I.P, declarado sigiloso em segredo de justia, vem sendo veemente rechaada pelos tribunais. Exemplos de diligncias sigilosas at para o advogado: a) as diligncias de interceptao telefnica; b) a infiltrao de agentes da inteligncia ou da polcia, em tarefas de investigaes das aes praticadas pelo crime organizado (Lei. 9.034/95, art. 2, V). 2.6. Pea Informativa 2.7. Valor probatrio relativo: por possuir contedo informativo (possui valor probatrio relativo, pois a provas no so colhidas com aplicao dos princpios constitucionais do contraditrio e da ampla defesa. 2.8. Procedimento Administrativo: no processo; trata-se de um procedimento administrativo persecutrio (art. 6 do CPP traz um roteiro) 3. Conceitos relevantes 3.1. Indiciamento: a atribuio da prtica de uma infrao a uma pessoa, no I.P, desde que tenham indcios suficientes de ser ela a autora do crime. 3.2. Vcios: no contaminam a ao penal, mera irregularidade (no gera nulidade no processo penal). Logo, um vcio que ocorre na fase do I.P no anula a ao penal, apenas pode gerar invalidade e a ineficcia do ato viciado. Ex: um vcio no auto da priso em flagrante gera o relaxamento da mesma. 3.3. Curador: segundo art.15 do CPP (ser nomeado curador ao menor) com o advento do novo Cdigo Civil, que reduziu a idade para se atingir a maioridade absoluta, alguns doutrinadores passaram a entender que tal dispositivo perdeu a sua finalidade, mas tal entendimento ainda no pacfico. 3.4. Autoridade: delegado de polcia de carreira 3.5. Interrogatrio: o delegado realizar o

interrogatrio do indiciado nos termos dos arts. 185 e ss. do CPP. O delegado sempre dever conceder o direito constitucional do indiciado permanecer calado (direito de silncio - art. 5, L XIII da CF). 3.6. Incomunicabilidade: art. 21 do CPP (convenincia da investigao ou interesse da sociedade), mximo por 03 dias, no absoluta (exceto para juiz, MP e advogado) a corrente doutrinria predominante e o que se observa na prtica, alegam que tal dispositivo no foi recepcionado, ou seja, foi revogado pelo art. 136, 3, IV da C.F. Segundo o art. 5, LVIII da CF, diz o civilmente identificado no ser submetido identificao criminal, salvo nas hipteses previstas em lei. Tendo em vista que, a norma em tela de eficcia contida, abriu espao pra lei infraconstitucional estabelecer algumas situaes em que mesmo a pessoa portadora da cdula de identidade esteja obrigada a submeter-se a identificao criminal. 3.7. Identificao criminal: as leis n 10.054/00, art. 3 (Lei da Identificao Criminal - identificao digital e datiloscpica) e 9.034/95, art. 5 (Organizao Criminosa), so leis que trazem exceo ao art. 5, LVIII da C.F. (identificao civil). 4. Formas de Instaurao do Inqurito Policial 4.1. Ao Penal Pblica Incondicionada OFCIO pelo delegado (pea portaria); REQUISIO do Juiz ou do MP; REQUERIMENTO do ofendido ou de seu representante legal ; FLAGRANTE DELITO (pea auto de priso em flagrante) 4.2. Ao Penal Pblica Condicionada REPRESENTAO do ofendido ou de seu representante legal arts. 5, 4 e 24 ambos do CPP) REQUISIO do Ministro da Justia (crimes do art. 73, b, do CP; art. 145, pargrafo nico do CP, arts. 23,I c.c.art. 40, I a, da lei de Imprensa) 4.3. Ao Penal Privada REQUERIMENTO do ofendido ou de seu representante legal (arts. 5, 5 e 30 ambos do CPP). Na hiptese de morte ou ausncia judicialmente declarada do titular, o direito de queixa passa a ser do cnjuge, ascendente, descendente ou irmo (art. 31 do CPP). Nota: o art. 35 do CPP (revogado pela lei (9.520/97), bem como no foi recepcionado pela nossa Carta Magna sem eu art. 226, 5, em razo de tal situao, a mulher casada poder requerer a instaurao do I.P, mesmo sem a outorga do marido. ART. 5, 2 CPP - indeferimento do requerimento de abertura de inqurito cabe recurso para o chefe de Polcia. 5. Encerramento do Inqurito: com relatrio minucioso do delegado de polcia (ART. 10, 1 do CPP), contendo classificao do crime. O delegado no poder manifestar a sua opinio nos eu relatrio final, ou qualquer juzo de valor. Deve, porm, indicar as testemunhas que no foram ouvidas art. 10, 2 do CPP bem como as diligncias que no foram feitas deve, tambm justificar a classificao legal do fato. Nota: o MP no obrigado a seguir a classificao dada pelo Delegado de Polcia Nota: nos crimes de ao penal privada, os autos do inqurito sero remetidos ao juzo competente, aguardaro a iniciativa do ofendido ou do seu representante legal, ou sero entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado (cpias art. 19 CPP) O DELEGADO REMETE O RELATRIO AO JUIZ COMPETENTE (art. 10, 1 do CPP) E ESTE POR SUA VEZ ABRE VISTAS AO MP (SE O CRIME FOR DE NATUREZA PBLICA) QUE PODE: a) Denunciar (caso entenda elementos suficientes a denncia indcios de autoria e certeza da materialidade do crime); b) Requisitar novas diligncias (art. 16 do CPP); c) Requerer a extino da Punibilidade (por exemplo no caso da prescrio); d) Requerer o arquivamento; (O MP vai requerer o arquivamento, quando o I.P quando faltar indcios de autoria ou faltar materialidade delitiva ou a falta dos dois). 6. Arquivamento: somente o juiz pode arquivar o inqurito policial a requerimento do MP. O juiz no concordando com o requerimento do MP de

arquivamento remete os autos do inqurito ao Procurador Geral de Justia (art. 28 do CPP), que poder: a) Designar outro membro do MP para oferecer a denncia; b) Manter o entendimento de arquivamento (neste caso o juiz ser obrigado a arquivar o I.P art. 28 do CPP); c) Oferecer a denncia. 6.1. Artigo 28 do CPP: tambm cabe a utilizao do art. 28 do CPP no caso de ocorrer a hiptese da suspenso condicional do processo. Segundo disposto no art. 89 da Lei n. 9.099/95, em qualquer tipo de crime com pena mnima igual ou inferior a 01 ano, for o ru primrio e de bons antecedentes, far jus a suspenso do processo, por um perodo de 2 a 4 anos. Quem o titular para oferecer a suspenso MP, mas quando ele se recusa a oferecer e, o magistrado no concorda, pode aplicar por analogia o art. 28, e remeter o processo ao Procurador Geral de Justia, para que este decida se vai ou no oferecer este benefcio smula 696 do STF. 6.2. Recurso: a) da deciso que arquiva o inqurito policial no cabe recurso; b) despacho que arquiva inqurito nas contravenes dos arts. 58 e 60 do Decreto Lei n. 6.259/44, caber = RESE; c) despacho que arquiva inqurito que apura Crimes contra economia popular ou Sade Pblica = o juiz obrigado a recorrer de ofcio.(art. 7 da Lei n. 1.521/51). 6.3. Desarquivamento: aps o arquivamento, o inqurito somente poder ser desarquivado no caso de novas provas (art. 18 do CPP e smula 524 do STF). 7. Inqurito no JECRIM: a lei.9.099/95, nos seus arts. 69 e 77, 1 dispe que o Inqurito Policial ser substitudo por um simples boletim de ocorrncia circunstanciado, lavrado pelo delegado de polcia, chamado de TC ou Termo Circunstanciado. Logo, aps ser lavrado o TC este ser remetido ao JECRIM, que tem como competncia para o julgamento os CMPO (crime de menor potencial ofensivo = contravenes e os crimes onde a pena mxima no ultrapasse 2 anos, cumulada ou no com multa.) 8. Prazo para concluso do I.P: a) art. 10 CPP ru preso - 10 dias (prazo improrrogvel) e ru solto - 30 dias (prazo prorrogvel); b) Crimes Contra Economia Popular (L n. 1.521/51, art. 10, 1)- ru preso - 10 dias (prazo improrrogvel) e ru solto 10 dias (prazo improrrogvel); c) Lei de Drogas (Lei 11.343/06, art. 51) ru preso 30 dias (prazo prorrogvel) e ru solto 90 dias (prazo prorrogvel); d) Justia Federal (Lei n. 5.010/66, art. 66) ru preso 15 dias (prazo prorrogvel) e ru solto 30 dias (prazo prorrogvel) LINK DA ORDEM 2

AO PENAL1. Conceito: para o professor Guilherme de Souza Nucci, ao penal: o direito do Estadoacusao ou do ofendido de ingressar em juzo, solicitando a prestao jurisdicional, representada pela aplicao das normas de direito penal ao caso concreto (Manual de Processo Penal, p. 164). Portanto, ao penal meio pelo qual se pede ao Estado-juiz a aplicao do direito penal a uma situao concreta. 2. Princpios Gerais da Ao Penal Pblica ou Privada 2.1. Princpio da presuno de inocncia (estado de inocncia, no culpabilidade): por este princpio, todo ru (acusado) considerado inocente at a sentena condenatria se tornar definitiva (transitar em julgado) art. 5, LVII da CF. 2.2. Princpio do contraditrio: (diga o autor, diga o ru) art. 5, LV da CF. Toda vez que uma parte apresenta uma alegao sobre os fatos ou provas, dentro de um processo, tem a parte contrria o direito de rebater, para que se mantenha um

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equilibro dentro da relao acusao e defesa. Todo ru tem direito a defensor, no podendo ficar, dentro de uma ao penal, sem a presena do advogado (constitudo, dativo ou pblico). 2.3. Princpio da publicidade: todos os atos do processo devem ser pblicos, ou seja, acessveis a todos que queiram ver (direito de informao), salvo os casos que a prpria Carta Magna veda a publicidade - Art 5 , XXXIII e LX da CF. 2.4. Princpio do devido processo legal: os processos devem se desenrolar de acordo com as regras da lei art. 5, LIV da CF. Ele composto de vrios princpios constitucionais, tais como a ampla defesa e o contraditrio. 2.5. Princpio da intranscendncia: por este princpio, a ao penal no poder passar da pessoa do ru, ou seja, da pessoa que foi atribuda prtica delituosa e, to pouco a sua pena aplicada. 2.6. Princpio da verdade real: o magistrado, por fora deste princpio, tem o dever de buscar a verdadeira histria ocorrida (a realidade dos fatos), no devendo admitir a verdade formal trazida pelas partes. Existem situaes, que acabam sendo excees a aplicao deste princpio, como por exemplo, exibir provas no plenrio do jri, que no tenham sido comunicada parte contrria antes de 3 dias. (art. 475 do CPP) 2.7. Princpio da ampla defesa: todo acusado faz jus a utilizar todos os meios de defesa em direito admitido, tais como autodefesa (se defender pessoalmente), defesa tcnica (por advogado), o direito de se manifestar sempre por ltimo, dentro do processo art. 5, LV da CF. 3. Espcies de ao penal: conforme diviso subjetiva (de acordo titularidade para exercer o direito de ao), a ao penal ser, o artigo 100, caput do CP deixa clara tal diviso: Art. 100, caput do CP A ao penal pblica, salvo quando a lei, expressamente, a declara privativa do ofendido. 3.1. Pblica: se subdivide em: a) incondicionada; b) condicionada. 3.2. Privada: se subdivide em: a) ao penal privada exclusiva, b) ao penal privada personalssima, c) ao penal privada subsidiria da pblica. 4. O advogado na ao penal: o advogado s poder abandonar o processo por motivo imperioso, bem como dever comunicar previamente ao juiz, sob pena de receber uma multa que pode variar de 10 (dez) a 100 (cem) salrios mnimos art. 265, caput do CPP (alterado pela Lei. 11.719/08). Com advento dessa nova lei, se o advogado justificar que no poder comparecer na audincia, o juiz poder adiar a mesma. Cabe ao advogado trazer ao juiz a prova de tal impedimento, at a data da audincia, sob pena do magistrado no adiar a audincia e ser nomeado um defensor substituto, ainda que provisoriamente ou s pra efeito do ato. - 1 e 2 do art. 265 do CPP. Ateno: advogado precisa de procurao no processo penal? A constituio do advogado independer de procurao (mandato), se o ru o indicar no dia da audincia do seu interrogatrio. Nos demais casos, ou seja, se o defensor for constitudo antes da audincia do interrogatrio ou depois dever juntar um mandato, por exemplo, se o defensor foi contrato na fase do inqurito para fazer um pedido de liberdade provisria dever paresentar junto com o pedido uma procurao dada pelo acusado. 5. Condies da Ao Penal 5.1. Legitimidade para agir: trata-se da verdadeira legitimidade ad causam, ou seja, o juiz deve sempre averiguar se as partes so realmente legtimas para ocuparem o plo ativo (quem pretende punir) e o plo passivo (quem defende o direito de permanecer livre) de uma ao penal. 5.2. Possibilidade jurdica do pedido: que a histria (fatos) contada pela acusao seja realmente um crime. 5.3. Interesse de agir: est representado pelo trinmio, NECESSIDADE (o princpio do

devido processo legal deve sempre ser aplicado na ao penal) + ADEQUAO (a acusao, seja o MP ou ofendido, deve sempre promover a ao penal seguindo as regras do CPP) + UTILIDADE. Quando faltar qualquer uma das condies da ao penal o juiz dever rejeitar a exordial (denncia ou queixa-crime) nos termos do art. 395, II do CPP (texto atualizado com a Lei 11.719/08). Tal dispositivo, no menciona as condies da ao com mesma nomenclatura. Tais condies da ao penal so chamadas de genricas por alguns doutrinadores.

a) Da deciso que rejeita denncia: o recurso o RESE recurso em sentido estrito art. 581, I do CPP. CUIDADO! no JECRIM da deciso que no recebe a denncia ou a queixa-crime caber o recurso de APELAO no prazo de 10 dias lei n. 9.099/95, art. 82; b) Da deciso que admite ou no admite o assistente de acusao: no cabe recurso. Porm, da deciso que no admite o assistente cabe mandado de segurana (lembrem-se mandado de segurana uma ao constitucional). 4. Assistente de acusao: na ao pblica (condicionada e incondicionada), a vtima ou seu representante legal, ou, na ausncia do ofendido o cnjuge, ascendente, descendente e irmo podero atuar como assistente de acusao do MP. O assistente ser admitido no processo at o trnsito em julgado da sentena e receber o processo no estado que se encontrar. art. 269 do CPP. O MP sempre ser previamente ouvido antes do juiz tomar sua deciso, se admite ou no. 5. Ao Penal Pblica 5.1. Ao Penal Pblica Incondicionada in = no + condicionada= ao penal titular MP que no depende de uma condio para oferecer a sua petio inicial chamada denncias precisa ter indicios de autoria + materialidade delitiva 5.2. Ao Penal Pblica Condicionada= ao penal titular MP que depende de uma condio para oferecer a sua petio inicial chamada denncia precisa ter indicios de autoria + materialidade delitiva + a condio exigida pela lei penal. 5.2.1. Conforme art. 24 do CPP: Nos crimes de ao penal pblica, esta ser promovida por denncia do Ministrio Pblico, mas depender, quando a lei exigir, de requisio do Ministro da Justia, ou de representao do ofendido ou de quem tiver qualidade para represent-lo. Portanto, existem situaes que o Cdigo Penal determina que o MP deve se sujeitar a condies para poder oferecer a sua denncia. So as chamadas condies especficas, tais como a representao do ofendido e a requisio do Ministro da Justia. 5.2.2. Representao do ofendido: sempre que o tipo penal disser...somente se procede mediante representao...significa que a lei penal exige uma autorizao da vtima para que o MP possa oferecer a sua denncia. Portanto, a representao do ofendido uma autorizao que a vtima fornece para que o MP tenha legitimidade par oferecer a sua denncia. 5.2.3. Caractersticas da representao: a representao pode: a) ser escrita ou oral, feita ao juiz, ou ao MP, ou ao delegado (autoridade policial), pode ser exercida pessoalmente ou por procurao com poderes especiais (poderes especiais = nome do ru e dizer qual o fato criminoso); b) conter todas as informaes que possam servir para apurao do fato e da autoria (art. 39, 2 do CPP); c) se a representao do ofendido apresentar elementos que permitam o MP oferecer a promover a ao penal, dever oferecer a denncia no prazo mximo de 15 dias, bem como dispensar a realizao do I.P. 5.2.4. Prazo da representao do ofendido: 6 meses, decadenciais, a partir do dia que vier a saber quem o autor do crime, art. 38 do CPP. 5.2.5. Retratao da representao: cabvel at o oferecimento da denncia, conforme interpretao a contrario senso do art. 25 do CPP. 5.2.6. Requisio do Ministro da Justia: alguns crimes exigem que o Ministro da Justia pratique um ato poltico chamado requisio, para que o MP possa oferecer a sua denncia. 5.2.7. Prazo para requisio do Ministro da Justia: tendo em vista que o CPP foi omisso sobre esse assunto, boa parte da doutrina considera que o prazo para o Ministro oferecer a sua requisio ser a te o crime prescrever. 5.2.8. Retratao da requisio do Ministro da Justia: no cabe retratao da requisio, uma vez que o CPP nada mencionou.

AO PENAL PBLICA1. Princpios da Ao Penal Pblica a) Intranscendncia: por este princpio, a ao penal no poder passar da pessoa do ru, ou seja, da pessoa que foi atribuda prtica delituosa e, to pouco a sua pena aplicada; b) Obrigatoriedade ou legalidade: o MP tendo em suas mos os indcios de autoria e materialidade delitiva (os dois elementos necessrios da ao penal) DEVE oferecer a sua denncia. O referido no aplicado na hiptese dos crimes de menor potencial ofensivo CMPO, onde o MP poder oferecer ao ru, antes de aviar a denncia, a aplicao da pena restritivas de direitos transao penal; c) Indisponibilidade da ao penal: por esse princpio o MP (titular da ao penal pblica) no poder desistir da ao penal, uma vez oferecida denncia. Mais uma vez, a regra sofre excees. No caso da aplicao do art. 89 da lei n. 9.099/95 sursis processual o MP oferece em sua a denncia proposta de aplicao do benefcio da suspenso condicional do processo; d) Oficialidade: o rgo oficial investido no mnus de propor a ao penal pblica o Ministrio Pblico art. 129, I da CF. AO PENAL PBLICA = ao penal TITULAR MP que vai oferecer a sua petio inicial chamada DENNCIA. O MP, segundo disposto no CPP em seu artigo 257, incisos I e II, tambm alterado pela Lei 11.719/08, tem a funo de promover a ao penal pblica de forma privativa, bem como fiscalizar a execuo da lei. 2. Denncia: a petio inicial nas aes penais pblicas. Como petio inicial possui requisitos para ser elaborada pelo MP, previstos no art. 41 do CPP, a saber: 2.1. Requisitos da denncia: a) narrar todos os fatos com suas circunstncias, LEMBREM o ru no processo penal se defende dos fatos, logo os mesmos devem ser narrados na petio inicial de forma clara e com todas as suas circunstncias para que o ru possa exercer, o seu direito constitucional da ampla defesa e do contraditrio; b) qualificao do acusado ou esclarecimentos pelos quais possa identific-lo quando o ru no possuir toda qualificao completa (dados incompletos) ser submetido a uma identificao fsica, qual seja a identificao datiloscpica (exame das digitais prevista na lei n. 10.054/00), conforme disposto o art. 259 do CPP; c) classificao do tipo penal o MP, aps narrar os fatos, informa qual a definio jurdica que ele atribu a situao. Cumpre lembrar que, o MP ao oferecer a denncia no fica vinculado ao tipo penal descrito no relatrio do delegado e, to pouco o juiz ou a defesa ficam vinculados a essa classificao dada pela acusao TAL SITUAO NO TEM PREJUZO AO RU, POIS ESSE SE DEFENDE DOS FATOS!; d) arrolar as testemunhas de acusao esse requisito no obrigatrio. Portanto, a acusao no esta obrigada a arrolar testemunhas. O que obrigatrio o momento que as testemunhas de acusao devem ser arroladas que no caso na denncia, sob pena de perder o direito de produo de prova testemunhal. 2.2. Prazo para a denncia: 05 dias ru preso e, 15 dias ru solto - art. 46, caput do CPP o referido prazo comea a ser computado a partir do dia que o rgo do MP recebe os autos do inqurito policial. Obs. 1: Quando o MP dispensa o I.P: neste caso o prazo para oferecer a denuncia ser contado a partir da data que o MP tiver recebido a representao ou as pea de informao art. 46, 1 do CPP. Obs. 2: A DENNCIA PODE SER ADITADA A QUALQUER MOMENTO ANTES DA SENTENA esse aditamento pode versar sobre: incluir novos crimes ou novos rus, correo de dados ou informaes. 3. Recursos cabveis

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6. Ao Penal Privada: ao penal privada= ao penal titular ofendido (querelante) que pode oferecer a sua petio inicial chamada queixa-crime s precisa ter indicios de autoria + materialidade delitiva ru = querelado 6.1. Princpios da Ao Penal Privada a) Princpio da intranscendncia: por este princpio, a ao penal no poder passar da pessoa do ru, ou seja, da pessoa que foi atribuda prtica delituosa e, to pouco a sua pena aplicada. b) Princpio da oportunidade ou discricionariedade: o titular da ao penal privada ofendido oferece a sua queixa-crime (possuindo indcios e materialidade) se quiser. Portanto, facultada a propositura da ao penal por parte do querelante (ofendido). Princpio da disponibilidade uma vez iniciada ao penal, o querelante se quiser poder desistir do prosseguimento da ao penal. Ou ainda, poder desistir da propositura da co penal. c) Indivisibilidade: ou o querelante entra com a queixa-crime contra TODOS os RUS ou no entra contra ningum. art. 48 do CPP 6.2. Caractersticas da ao penal privada 6.2.1. Procurao com poderes especiais: o advogado do querelante precisa de procurao com poderes especiais para poder oferecer a queixa-crime os poderes especiais so o nome do querelado e o fato criminoso. 6.2.2. Aditamento da queixa-crime: possvel pelo MP, desde que realizada no prazo de 30 dias aps o oferecimento da queixa-crime, quando o juiz abrir vistas ao MP para decidir se adita ou no queixa crime - ter um prazo de 03 dias art. 46, 2 do CPP. Obs: durante a ao penal se o MP julgar necessrio mais esclarecimentos e documentos complementares ou novos elementos de convico dever requisit-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionrios que devem ou possam fornec-los.- art. 47 do CPP. 6.2.3. Prazo da queixa-crime: 6 meses, decadenciais, a partir do dia que vier a saber quem o autor do crime, art. 38 do CPP. 6.2.4. Requisitos da queixa-crime: so os mesmos para o oferecimento na denncia, ou seja, so os previstos no art. 41 do CPP. 6.2.5. Menores de 18 anos, mentalmente enfermo ou retardado mental: recebero um curador especial, nomeado pelo juiz de ofcio ou a requerimento do MP, se ofendido no possuir representante legal ou colidirem os interesses deste. 6.3. Espcies de ao penal privada a) Ao penal privada exclusiva: o titular pode ser o ofendido (querelante - vtima) ou seu representante legal ou na ausncia ou falecimento da vtima poder o cnjuge, ascendente, descendente, irmo oferecer petio inicial da ao penal privada chamada queixa-crime; b) Ao penal privada personalssima: o titular somente pode ser o ofendido (querelante - vtima), logo se a vtima vier a falecer ningum mais poder oferecer petio inicial da ao penal privada chamada queixa-crime; Obs: hoje somente o crime do art. 236 do CP ao penal privada personalssima. c) Ao Penal Privada Subsidiria da Pblica: prevista no art. 5, LIX da Constituio Federal, ocorre quando o MP perde o prazo para oferecer a denncia, nos crimes de natureza pblica, nasce o direito constitucional do ofendido, de iniciar uma ao pblica, por intermdio de uma queixa-crime. Mas, apesar da ao ter se iniciado por uma queixa-crime (pelo particular), ela continua sendo uma ao de natureza pblica. Nesse tipo de ao, o MP poder aditar a queixa-crime, repudiar a queixa-crime e oferecer uma denncia substituta, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e no caso de negligncia do querelante, poder retomar ao de volta, voltando a ser o titular (art. 29, CPP). 6.4. Institutos da Ao Penal Privada: so causas extintivas da punibilidade aplicveis ao

penal privada (art. 107, IV e V do CP), quais sejam a) Decadncia: o ofendido perde o direito de propor a ao penal privada, tendo em vista que no a intentou dentro do prazo legal 6 meses a partir do conhecimento da autoria. b) Renncia: ato unilateral (s depende da vontade do querelante), que deve ocorrer antes da ao penal o fendido abre mo de oferecer a sua queixa-crime. Ela pode ser tcita ou expressa c) Perdo: um ato bilateral, ou seja, PERDO = vontade do querelante de PERDOAR + vontade do querelado de ACEITAR o perdo. Deve ocorrer durante a ao penal at o trnsito em julgado. Pode ser tcito, expresso. O prazo para o querelado dizer se aceita ou no o perdo de 03 dias. Obs: o silncio do querelado (ru) = aceite do perdo tcito. d) Perempo: causas esto previstas no art. 60 do CPP o ofendido perde o direito de continuar na ao penal privada, por negligncia do querelante. um instituto que s se aplica na ao penal exlusivamente privada. 7. Casos de rejeio da denncia ou da queixa: art 395 do CPP (atualizado pela Lei 11.719/08 a referida lei revogou o pargrafo nico desse art.): a) for manifestamente inepta (falta dos requisitos do art. 41 do CP); b) faltar pressupostos processuais (requisitos necessrios para a validade e existncia da ao penal, como por exemplo, a inexistncia de juiz suspeito) ou condio para o exerccio da ao penal; c) faltar justa causa para o exerccio da ao penal (falta de uma das condies da ao penal, gera a falta de justa causa, como por exemplo, falta de interesse de agir) 8. Ao Civil ex delicto (arts 63 a 68 do CPP): direito de indenizao pelos prejuzos advindos do crime. NOVIDADE !!! O JUIZ PODE ARBITRAR UM VALOR MNIMO, A TTULO DE INDENIZAO, NA SENTENA CONDENATRIA DO RU: o pargrafo nico do art. 63, acrescido pela Lei 11.719/08, prev que, aps o trnsito em julgado da sentena condenatria, a execuo poder ser feita no valor determinado pelo o juiz na sua sentena, como determina o art. 387, IV do CPP. O inciso IV, do referido artigo foi alterado pela lei em epgrafe, logo, a nova redao dada a esse inciso determina que o juiz deve fixar na sentena condenatria o valor mnimo para a reparao dos danos causados pela infrao. A ao civil ex delicto proposta na esfera cvel. 8.1. Faz coisa julgada no cvel (no cabe ao civil): a absolvio pelo artigo 386, inciso I do CPP (ficar provada inexistncia do fato) do CPP ou nos termos do artigo 65 do CPP legtima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exerccio regular do direito do mesmo cdigo. 8.2. No faz coisa julgada no cvel (cabe ao civil ex delicto): art. 67 do CPP: a) despacho que arquivou inqurito ou peas de informao; b) deciso que extinguiu a punibilidade; c) a sentena absolutria que decidir que o fato imputado no constitui crime. LINK DA ORDEM 3

competente; e) Unicidade: a jurisdio uma s em si prpria e nos seus fins, ou seja, ela pertence ao Poder Judicirio; f) Nulla poena sine judicio: por esse princpio veda qualquer chance de ser aplicada uma sano penal sem interveno do juiz, ou seja, sem processo. Esse princpio aplicado exclusivamente jurisdio penal. 2. Competncia: so os limites da jurisdio, ou seja, o espao onde uma autoridade judicial pode aplicar o direito. Segundo o professor Tourinho Filho pode-se conceituar a competncia como sendo o mbito, legislativamente delimitado, dentro do qual o rgo exerce o seu Poder Jurisdicional (Manual de Processo Penal, p.240). Portanto, o mesmo que dizer que h determinao legal para que cada juiz exera sua jurisdio dentro de certos limites, relativos a grupos especficos de litgios. A Constituio Federal, as Constituies Estaduais, o Cdigo de Processo Penal e as Leis de Organizao Judiciria determinam a distribuio da competncia. Segundo preceitos constitucionais, a distribuio de competncia encontra-se expressamente prevista segundo a estrutura do Poder Judicirio. A Constituio Federal determina a competncia e as atribuies do Supremo Tribunal Federal (art. 102), a do Superior Tribunal de Justia (art. 105), da Justia Federal (art. 108: Tribunais Regionais Federais; art. 109: Juzes Federais), das Justias Especiais (art. 114: Justia do Trabalho; art. 121: Justia Eleitoral; art. 124: Justia Militar) e das Justias Estaduais (art. 125). Nota: o art. 69 do CPP determina que a competncia deve ser fixada atentando-se para o lugar da infrao, o domiclio ou residncia do ru, a natureza da infrao, a distribuio, a conexo ou continncia, a preveno e a prerrogativa de funo, pela a conexo e a continncia, apesar no serem formas de delimitao da competncia, mas so critrios de modificao da mesma. Em relao competncia trs so os aspectos a serem obedecidos na delimitao do exerccio do poder jurisdicional: a natureza da relao de direito (ratione materiae), a qualidade da pessoa do ru (ratione personae) e o territrio lugar (ratione loci). O juiz no tem condies fsica e mentais, para julgar todas as causas, por isso, de acordo com a determinao da nossa Carta Magna, lei infraconstitucional, inclusive de normas de organizao judiciria, lhe permitido conhecer algumas causas especficas. 2.1. Competncia pelo lugar da infrao: o nosso CPP estabelece vrias regras para determinar o lugar competente LUGAR (se o crime vai ser julgado em SP ou SBCampo ou Santo Andr etc.). Por essa competncia determina a comarca (foro) competente. Quando um crime ocorre a primeira competncia que deve ser demarcada a competncia do lugar ( ratione loci). a) Crime consumado: o art. 70 do CPP determina que a competncia, de uma forma geral, ser determinada pelo lugar onde o crime se consumou. (ratione loci). O Nosso diploma legal processual penal adotou como se observa a teoria do resultado; b) Crime tentado: como nem todo crime se consuma, a luz do art. 14, II do CP, quando o crime for tentado, o lugar competente ser onde foi praticado o ltimo ato de execuo da infrao parte final do art. 70 do CPP. 2.2. Competncia em razo do lugar: uma competncia relativa, uma vez que ela pode ser prorrogada, caso no seja argida no momento oportuno. Nota: a smula 200 do STJ orienta que o juzo federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso o lugar onde o delito se consumou. a) JECRIM: o lugar competente ser onde o crime foi praticado, conforme determina o art. 63 da Lei n 9.099/95. Percebe que o juizado especial adotou teoria da ubiqidade;

JURISDIO E COMPETNCIA1. Jurisdio: a palavra jurisdio tem origem do latim jurisdictio(juris: direito; dictio: dizer. o direito que o juiz tem de dizer sobre o direito sempre que for provocado pela parte. o Estado que outorga (delega) poderes ao juiz para falar do direito. A jurisdio no pode ser fragmentada, mas seu exerccio sim. 1.1. Princpios da Jurisdio a) Indeclinabilidade da prestao jurisdicional: (in = no + declinvel = que no pode recusar), o magistrado no pode recusar a julgar os casos que lhe so distribudos; b) Improrrogabilidade: mesmo que as partes entrem em um acordo, um magistrado no pode invadir a competncia de outro; c) Indelegabilidade: a jurisdio indelegvel, ou seja, um juiz no pode transferir seus deveres (jurisdio) para outro juiz. d) Juiz natural: segundo art. 5, LIII da CF ,ningum poder ser processado e nem julgado seno por juiz

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b) Execuo do crime iniciada no Brasil e se consumada no estrangeiro: a competncia ser do lugar onde foi praticado o ltimo ato de execuo no Brasil (art. 70, 1 do CPP); c) Crimes consumados na divisa de duas ou mais comarcas: o lugar competente ser determinado pela preveno (art. 70, 3 do CPP); d) Crime consumado ou tentado em territrio, cujo limite incerto entre duas ou mais comarcas: o lugar competente tambm ser determinado pela preveno (art. 70, 3 do CPP); e) Homicdio (crime material): o lugar competente ser onde o homicdio foi praticado (local da ao ou da omisso). Por exemplo, se crime foi praticado em Santos, mas a vtima veio a falecer em So Bernardo, o lugar competente ser Santos. Existem alguns doutrinadores entendem de forma diversa; f) Crime qualificado pelo resultado: tambm ser competente o lugar onde se deu o resultado qualificador; g) Crimes continuados e permanentes, praticados em duas ou mais reas de jurisdio: a competncia determinada tambm pela preveno, conforme preconiza o artigo 71 do Cdigo Processual Penal; h) Competncia pelo domiclio ou residncia do ru: foro subsidirio; i) Quando no for conhecido o lugar da infrao: aplica-se a regra subsidiria para determinar a competncia em razo do lugar, qual seja, o lugar do domiclio ( o local onde o acusado tem o nimo de permanecer de forma definitiva) ou residncia do ru art. 72 do CPP. Logo, quando no h certeza sobre o lugar do crime, deve utilizar a regra subsidiria para determinar o lugar competente. Por exemplo, se o ru tem domiclio em SP e, no se sabe o lugar onde o crime ocorreu, o lugar competente para julgar esta infrao penal ser SP, onde o acusado reside; j) Caso o ru tiver vrias residncias: considerarse- seu domiclio qualquer uma delas (preveno), art. 72, 1 do CPP; k) Ao penal privada: o querelante pode escolher onde ir promover a ao penal privada, entre o lugar (foro) da infrao do crime ou no lugar do domiclio ou residncia do ru (art. 73 do CPP). Obs: a inobservncia da competncia em ratione loci gera nulidade relativa 2.3. Competncia em ratione materiae: ser determinada pela lei de organizao judiciria, salvo a competncia privativa do jri (as aes que versam sobre crimes dolosos contra a vida, onde h um juiz competente para a instruo e outro para o julgamento (jurados) art. 5, XXXVIII, d, CF/88). Serve para determinar a Justia competente. A competncia em razo da matria pode ser analisada sob dois prismas: (i) Justia comum estadual (julga todos os crimes que no forem da justia federal ou especial competncia residual) e federal (os crimes previstos na CF no seu art. 109, IV, V, V-A, VI, IX e X); (ii) Justia especial, segundo determinao da Carta Magna vigente: a) Militar: segundo o art. 124 e pargrafo nico da CF, competente para processar e julgar crimes militares prprios (so aqueles previstos no cdigo militar). Serve para afastar a regra geral do lugar, ou seja, quem vai determinar a competncia a matria e no o lugar que o crime consumou. Por exemplo, um crime militar deve sempre ser julgado pela justia militar, e nem todos os lugares existem a justia militar, portanto, s vezes, a infrao no pode ser julgada no local onde ocorreu. e, b) Eleitoral: determina que a justia eleitoral deve julgar os crimes eleitorais e seus conexos (art. 121 da CF) Obs. 1 : a competncia em razo da matria serve para afastar a regra geral do lugar, ou seja, quem vai determinar a competncia a matria e no o lugar que o crime consumou. Por exemplo, um crime militar deve sempre ser julgado pela justia Militar, e nem todos os lugares existem a justia Militar, portanto, s vezes, a infrao no pode ser julgada no local onde ocorreu.

Obs. 2: a outra forma de analisar a competncia em razo da matria, primeiro determinando a competncia em razo do lugar com base nas regras acima mencionadas e depois de encontrado o lugar (comarca) determina-se o juzo competente. a) Competncia privativa das varas do jri: os crimes dolosos contra a vida tentados ou consumados so da competncia do Jri. So crimes da competncia do jri homicdio, infanticdio, suicdio (induzimento, instigao e auxlio), aborto (art. 5, XXXVIII da CF). Obs. 1: A competncia para o processo e julgamento de latrocnio do juiz singular e no do Tribunal do Jri (smula 603 STF); Obs. 2: latrocnio no da competncia do jri, pois um crime contra o patrimnio com evento morte; Obs. 3: crimes militares prprios cometidos contra civis, aps advento da EC 45/2004, manteve a competncia do jri para o julgamento desses crimes. 2.4. Competncia por prerrogativa de funo (ratione personae): tambm chamada competncia originria, uma garantia que se d em razo do cargo que determinadas pessoas ocupam dentro do poder pblico. No pode ser prorrogada, logo, gera nulidade absoluta a sua inobservncia (art. 84 a 87 do CPP). Existem algumas pessoas que ocupam determinados cargos de relevncia poltica dentro do poder pblico, possuem prerrogativa da funo para serem julgados, ou seja, s podem ser processados por determinados tribunais essa competncia esta atinente a pessoa do ru sua qualidade. Portanto, a competncia em razo da pessoa no importa o lugar do crime e nem a sua matria, pois, estas pessoas (presidente, senadores, juizes, governadores), s podem ser julgadas em determinados tribunais. Por exemplo, um juiz de So Paulo comete um crime no Amap, dever ser julgado em So Paulo, em razo da pessoa. Obs: a smula 702 do STF traz uma exceo regra acima mencionada, ou seja, no caso de determinar o foro privilegiado do prefeito, necessrio saber a matria do crime, ou seja, precisa saber qual o crime (matria) que o ru cometeu, para poder determinar o tribunal competente para julg-lo. Portanto, se o prefeito praticar um crime da competncia da justia estadual comum dever ser julgado no TJ e, no caso de crime federal no TRF, no caso de crime eleitoral no TRE. a) STF: compete processar e julgar, originariamente, nas infraes penais comuns, o Presidente da Repblica, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus prprios Ministros e o Procurador-Geral da Repblica (art. 102, I, b, CF/88) e nas infraes penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da Unio e os chefes de misso diplomtica de carter permanente (art. 102, I, c, CF/88); b) STJ: compete processar e julgar, originariamente, nos termos do art. 105, I, a, da CF: nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justia dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municpios e os do Ministrio Pblico da Unio que oficiem perante tribunais; c) Tribunais Regionais Federais (TRF): so competentes para o processo e o julgamento dos juzes federais da rea de sua jurisdio, includos os da Justia Militar e da Justia do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade e dos membros do Ministrio Pblico da Unio, ressalvada a competncia da Justia Eleitoral (art. 108, I, a, CF/88); d) Tribunais Estaduais (TJ): compete o julgamento dos juzes estaduais e do Distrito Federal e Territrios, bem como dos membros do Ministrio Pblico, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competncia da Justia Eleitoral (art. 96, III, CF/88). Ainda em relao aos Tribunais Estaduais, preceitua o artigo 125 da Carta Magna que aos Estados, observados os preceitos constitucionalmente firmados, incumbe a organizao de sua Justia e que a competncia dos tribunais ser definida na Constituio do Estado, sendo a lei de organizao judiciria de iniciativa do Tribunal de Justia (art. 125, 1, CF/88). Obs: como a competncia por prerrogativa de

funo esta atinente ao cargo ou funo que a pessoa ocupa ou exera, pode-se afirmar que, a mesma no alcana os crimes perpetrados aps a cessao definitiva do exerccio funcional, conforme determina a Smula 451 do STF. O STF por intermdio das ADIns 2.797-2 (DOU de 26.09.2005) e 2.860-0 (DJU 19.12.2006) por maioria dos votos declarou inconstitucional os 1 e 2 do art. 84 do CPP. 2.5. Competncia por distribuio: ocorre quando na mesma circunscrio judiciria existir mais de um magistrado competente, no podem as partes escolher o juiz, portanto, a competncia nessa situao ser determinada pela distribuio, que nada mais que, um sorteio, art. 75 do CPP. Normalmente quem realiza esse sorteio so os computadores do cartrio distribuidor de cada frum. Por intermdio desse meio de determinar a competncia chega-se ao juzo competente (vara, seo judiciria etc.) 2.6. Competncia por preveno: ocorre quando existirem dois ou mais juzes igualmente competentes ou com jurisdio cumulativa, aquele que tiver antecedido aos outros na prtica de algum ato do processo ou at mesmo na fase do inqurito policial (ex. decretar a priso temporria de algum, restituio de coisas apreendidas), art. 83 do CPP. Obs: relativa a nulidade decorrente da inobservncia da competncia penal por preveno(Smula 706 do STF). 3. Conexo e Continncia (art. 76 a 82 do CPP): a conexo e continncia so formas modificativas da competncia, ou seja, pela conexo e pela continncia se muda o juiz natural. 3.1. Conexo: so duas ou mais infraes praticadas que se vinculam por liame, nexo, algo em comum que autoriza a reunir todos os crimes em um nico processo, caso ache mais fcil de se apurar a verdade real dos fatos (art. 76 do CPP). 3.1.1. Espcies de conexo a) Intersubjetiva: (i) intersubjetiva por simultaneidade art. 76, I do CPP: so vrias pessoas que cometem ao mesmo tempo, no mesmo lugar, infraes diferentes, ex. vrias pessoas saqueando o mesmo mercado, sem ao menos se conhecerem; (ii) intersubjetiva por concurso art. 76, I do CPP : so vrias pessoas que cometem crimes, em conluio, mas em lugar e tempo distinto, mas os referidos crimes possuem um nexo, um vnculo, por fora de um liame; (iii) intersubjetiva por reciprocidade - art. 76, I do CPP: pessoas que cometem infraes penais umas contra as outras. Ex. o crime de rixa. b) Objetiva: o liame nessa situao entre as infraes, est na motivao do crime (art. 76, II do CPP), ou seja, haver conexo quando as infraes so praticadas uma para facilitar ou ocultar outra, ou para conseguir impunidade ou vantagem para outra; c) Conexo instrumental: prevista no inciso III, do art. 76 do CPP, ocorre quando a prova de um crime interfere na prova de outro. 3.2. Continncia: segundo Fernando Capez, na continncia no possvel a ciso em processos diferentes, porque uma causa est contida na outra. Pela continncia o juiz obrigado a reunir todos os crimes em nico processo (art. 77 do CPP). Obs: No viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atrao por continncia ou conexo do processo do co-ru por prerrogativa de funo de um dos denunciados (Smula 704 do STF) 3.3. Reunio dos crimes por conexo ou continncia (art. 78 do CPP): a) concurso de jurisdio especial x justia comum: prevalecer a especial; b) jri x outro rgo de jurisdio: prevalecer o jri; c) concurso de jurisdies diversas categorias: prevalecer a mais alta, de maior graduao; d) concurso de crime eleitoral x justia comum: prevalecer a eleitoral por ser uma justia especial. Obs: o art. 79 do CPP traz o rol das situaes, que mesmo que haja a reunio por conexo ou por continncia dever separar os processos separao obrigatria, como por exemplo, a ciso no procedimento do jri.

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LINK DA ORDEM 4

CITAO E INTIMAO1. Citao: o chamamento do ru para vir se defender em ao. Somente, o acusado pode ser citado. Nota 1: a) o ru inimputvel deve ser citado na pessoa do seu curador; b) o menor de vinte e um anos deve ser citado pessoalmente; c) a falta da citao acarreta nulidade insanvel do processo, imposio constitucional. Gera nulidade do art. 564, III, e do CPP. Nota 2: fica afastada a falta ou defeito da citao quando o ru comparece ao juzo e interrogado. 2. Espcies de citao 2.1. Real: feita na pessoa do prprio acusado atravs de mandado e pode ser: 2.1.1. Citao por mandado: ocorre quando o ru mora na Comarca processante. Possui as seguintes caractersticas: a) requisitos intrnsecos da citao por mandado (art. 352 do CPP): a falta de qualquer um dos requisitos intrnsecos acarreta na impossibilidade do regular conhecimento da citao, provoca a nulidade desta e, por conseguinte do processo; b) requisitos extrnsecos da citao por mandado (art. 357 do CPP): so aqueles cumpridos pelo oficial de Justia no ato da citao. Ex: leitura do mandado, entrega da contra f, certido do oficial que cumpriu o mandado. Notas: a) Citao do militar (art. 358 do CPP): faz-se atravs do chefe do respectivo servio; b) Citao do funcionrio pblico (art. 359): notificao do funcionrio e de seu chefe do dia e hora da data da audincia; c) Citao do ru preso (art. 360): o ru preso ser citado pessoalmente, (mandado de citao + ofcio requisitrio constando o dia e hora que o ru dever ser apresentado ao Frum, para audincia). 2.1.2. Citao por precatria (art. 353 do CPP): quando o ru estiver fora do territrio da jurisdio do juiz processante. Seus requisitos esto descritos no art. 354 do CPP. Notas: a) Carter itinerante: o juiz competente verificando que o ru encontra-se em outra comarca, ou seja, fora de sua jurisdio, remete ao juiz deprecado os autos para realizao da diligncia, por itinerante pode ser remetido a variadas comarcas para cumprimento; b) possvel a expedio de carta precatria telegrfica em caso de urgncia (art. 356 do CPP); c) a doutrina vem admitindo a interpretao progressiva, onde vislumbra a expedio de precatria por fax, telefone, telegrama, telex e outro meio que permita o reconhecimento da autenticidade da carta precatria, desde que preenchidos os requisitos do art. 354 do CPP). 2.1.3. Citao por carta rogatria (arts. 368 e 369): ocorre quando o ru estiver no territrio estrangeiro. Se o endereo for conhecido, ser citado por carta rogatria, suspendendo-se o prazo prescricional. Porm, se o ru estiver em lugar no sabido ser citado por edital (aplica-se a regra do art. 361 do CPP), com o prazo de 15 dias. 2.2. Ficta: realizada atravs de citao por hora certa ou por edital. Presume-se que o ru tenha tomado conhecimento da acusao. 2.2.1 Citao por hora certa: admitida quando o ru se ocultar para evitar ser citado, o oficial de justia vai fazer uma certido informando a ocorrncia, bem como realizar a citao por hora certa. A referida citao por hora certa seguir as regras contidas nos art. 222 a 229 do Cdigo de Processo Civil. Uma vez completada a citao por hora certa e o ru no comparecer em juzo, serlhe- nomeado um defensor dativo. (art. 362, caput e pargrafo nico CPP, alterado pela 11.719/08). 2.2.2. Citao por edital: quando o acusado no for localizado, ser citado por edital com o prazo de 15 dias. Notas: a) tendo o acusado sido citado por edital, mas no tendo comparecido em juzo e nem constitudo advogado, acarretar na suspenso do processo e do prazo prescricional (art. 366 do CPP), sendo possvel a produo antecipada

de provas urgentes e possvel decretao da priso preventiva, desde que presentes os requisitos do art. 312 do CPP; b) a Lei 11. 719/08 revogou os pargrafos 1 e 2 do art. 366 do CPP; c) revelia do ru devidamente citado: o processo segue sem a presena do ru que for citado ou intimado e no comparecer e nem justificar ou quando mudar de endereo no comunicar ao juzo (art. 367 do CPP). 2.2.3. No JECRIM: segundo o art. 66 da Lei n. 9.099/95, em seu pargrafo nico No encontrando o acusado para ser citado, o Juiz encaminhar as peas existentes ao juzo comum para adoo do procedimento previsto em lei. 2.3. Formao completa do processo: o processo ser considerado formado por completo quando realizada a citao do acusado. A lei supra mencionada tambm alterou o texto do caput do art. 363 e revogou os incisos I e II. Porm, foi acrescido a esse dispositivo os pargrafos 1 e 4. Quando o acusado no for encontrado ser citado por edital, e uma vez comparecendo o ru que foi citado o processo seguir as regras do art. 394 do CPP (o referido artigo trata dos procedimentos). 2.4. Circunduo: ato pelo qual se julga nula ou de nenhuma eficcia a citao. Quando a citao anulada, fala-se que h citao circunduta. 3. Intimao: ocorre quando o ru toma conhecimento dos atos do processo. Segue as regras da citao. A intimao tambm pode ocorrer em audincia, por despacho na petio e pelo escrivo, via postal (A.R. ou qualquer outro meio idneo). No possvel intimao por edital de testemunha. possvel a intimao do ru por edital. Nota 1: segundo art. 370, 4 do CPP, MP e defensor dativo devem ser intimados pessoalmente. Nota 2: a intimao do advogado constitudo por via de publicao deve conter o nome do acusado sob pena de nulidade. art. 370, 1 do CPP

ramo do direito, diferente do penal (extrapenal). 5. Efeitos obrigatrios ou facultativos 5.1. Obrigatrios (necessrios): so referentes ao estado civil das pessoas conforme determina o art. 92 do CPP so aquelas que obrigam o juiz da esfera penal suspender o curso do processo penal, at que a questo prejudicial seja resolvida na esfera cvel. luz do dispositivo 94 do mesmo diploma legal, a suspenso pode ser decretada por requerimento das partes ou de ofcio pelo juiz. Este prazo de suspenso pode ser indefinido, segundo determina o artigo 116, I do CP enquanto no resolvida, em outro processo, questo que dependa o reconhecimento da existncia do crime - curso da prescrio ficar suspenso. A controvrsia apresentada tem que ser sria e fundada como prev a lei, e no apenas um meio de retardar o processo ou provocar tumulto processual. O juiz criminal tem de analisar a relevncia da controvrsia alegada, ou seja, decidir se realmente h razo para a mesma). Notas: a) Estado civil das pessoas: complexo de suas qualidades, i.e., refere-se, assim, cidadania (no domnio do Direito Constitucional), famlia (casado, solteiro, parentesco e afins) e capacidade (normais e enfermos mentais, menores e maiores); b) Sria e fundada: sria quando a controvrsia no foi produzida de forma artificial, precria. Fundada deve obrigatoriamente apresentar um alicerce no ordenamento e na prova apresentada. A controvrsia deve ser sobre o estado das pessoas e que tenha ele influncia na existncia da infrao. 5.2. Facultativos: so assuntos diversos do estado civil das pessoas, segundo art. 93 do CPP essas questes prejudiciais podem ou no juiz, a seu critrio e necessidade, suspender o curso da ao penal at a soluo da questo prejudicial na outra esfera. Essa suspenso tambm pode ser decretada de ofcio pelo juiz ou a requerimento das partes. Exemplos de prejudiciais facultativas, a verificao do direito de propriedade nos crimes de furto, estelionato etc., da posse, no de esbulho possessrio e invaso de domiclio; de prestao de contas no delito de apropriao indbita. O magistrado, somente, deve suspender o processo se a questo de difcil soluo, caso contrrio, ele prprio deve conhecer incidenter tantum da questo prejudicial. Nota: do recurso cabvel quando for determinando a suspenso do processo pelo juiz caber o RESE (recurso em sentido estrito art. 581, XVI do CPP). Mas, da deciso que nega a suspenso no cabe recurso, ou seja, a parte dever argir este assunto novamente em preliminar de apelao. 6. Questo prejudicial no inqurito policial: no h questo prejudicial na fase do inqurito policial. Lembre-se, para haver a questo prejudicial tem como pressuposto a existncia de uma ao penal. 7. Atuao do MP quando o crime for de natureza pblica: o Ministrio Pblico deve promover a ao civil prejudicial ou prosseguir na que tiver sido iniciada, com a citao dos interessados (art. 92, pargrafo nico). Nota: o juiz deve marcar o prazo da suspenso, que pode ser razoavelmente prorrogado, se a demora no for imputvel parte (art. 93, 1, CPP). Mesmo artigo, ainda, preconiza que expirado o prazo sem que o juiz cvel tenha proferido deciso, o juiz criminal deve fazer prosseguir o processo, retomando sua competncia para resolver, de fato e de direito, toda a matria da acusao e defesa. Ao contrrio do que ocorre na situao do artigo 92, no h necessidade de que a sentena transite em julgado para que cesse a suspenso do processo penal, a lei menciona apenas palavra deciso e no ao trnsito em julgado. 8. Sentena na esfera cvel: tem fora vinculante na justia penal, quando concluir pela no existncia de uma infrao penal. Se a deciso transitada em julgado de prejudicial civil, se em processo penal fizer desaparecer elementos constitutivos do crime

QUESTES E PROCESSOS INCIDENTES1. Questo prejudicial art. 92 a 94 do CPP: toda controvrsia que aparece no curso da ao penal (controvrsia pode ser penal ou extrapenal) e deve ser julgada antes do crime, ou seja, so assuntos secundrios que obrigam o juiz a resolver primeiro esse assunto para depois julgar o crime (mrito). As questes prejudiciais so assuntos de grande importncia, atrelados ao direito material, que precisam ser decididas antes do crime (questo principal). Portanto, devem ser objeto de um processo parte (processo incidental) e, conseqentemente, interferem no processo quebrando a normalidade do procedimento. A questo prejudicial uma barreira ao exerccio da ao penal. 2. Prejudicialidade: segundo Magalhes Noronha prejudicialidade ...questo jurdica, que se apresenta no curso da ao penal, versando elemento integrante do crime e cuja soluo, escapando da competncia do juiz criminal, provoca a suspenso daquela ao (Curso de direito processual penal, p.57). 3. Diferenas das questes preliminares e das prejudiciais: ambas devem ser julgadas antes do crime (mrito ou seja antes da questo principal). Possuem algumas diferenas, tais como: a) as questes preliminares so referentes ao direito processual, enquanto as questes prejudiciais so sempre referentes ao direito material, ou seja, ao mrito; b) as questes prejudiciais podem ser solucionadas na esfera penal ou extrapenal (cvel etc. conforme a sua natureza), enquanto as questes preliminares devem ser sempre solucionadas na esfera penal. 4. Questes prejudiciais homogneas e heterogneas 4.1. Questes prejudiciais homogneas: a questo prejudicial pertence mesma rea do direito da questo prejudicada, ou seja, pertence ao direito penal (ex. exceo da verdade no caso dos crimes de calnia ou difamao de funcionrio pblico em razo das suas funes). 4.2. Questes prejudiciais heterogneas: so assuntos secundrios pertencentes a outros ramos do direito, ou seja, a prejudicialidade referente a um

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descrito na denncia, tornando atpicos os fatos atribudos ao acusado, tal sentena tem fora vinculante que deve ser aceita como verdade pelo juiz criminal, desaparecendo, assim, a justa causa para ao penal. 9. Incidente de Falsidade (art. 145 a 148 do CPP): um processo que corre em apartado que serve para averiguar se um documento falso ou no. 9.1. Caractersticas: a) pode ser argida de ofcio pelo juiz (art. 147 do CPP) ou pela parte ou procurador com poderes especiais (art. 146 do CPP); b) deve ser argida por escrito. Posteriormente, o magistrado da ao principal ir mandar autuar em apartado e abrir um prazo de 48 horas para parte contrria contestar ou no a referida impugnao; c) podero ser realizadas diligncias necessrias por ordem do juiz, uma das diligncias que o juiz costuma determina so as percias; d) recurso cabvel: da deciso que acolhe ou no o incidente de falsidade caber RESE recurso em sentido estrito art. 581, XVIII do CPP; 9.2. Procedimento (art. 145 do CPP): a) aps, realizada a impugnao, mandar autuar o incidente em apartado (fora do processo); b) abrir um prazo de 48 h para parte contrria se manifestar; c) abrir um prazo de 3 dias, sucessivamente, para as partes apresentarem provas sob suas alegaes; d) posteriormente, o juiz se entender necessrio vai determinar a realizao de diligncias; e) juiz julga desta deciso cabe recurso em sentido estrito; f) aps, o trnsito em julgado, o magistrado determinar o desentranhamento do documento, bem como ir remet-lo juntamente com incidente ao MP. Nota: a deciso que julga o incidente de falsidade no faz coisa julgada par posterior ao cvel ou penal. 10. Medidas Assecuratrias (arts. 125 a 144 do CPP) atualizado com a nova Lei 11.435/06: so instrumentos que facilitam a reparao do dano sofrido pela vtima de um crime. Podem ser: seqestro, hipoteca legal e arresto. 10.1. Seqestro (art. 126 do CPP): caber seqestro dos bens imveis adquiridos com proventos da infrao. Indcios suficientes para a convico de que o imvel foi adquirido com o produto do crime. 10.1.1. Pedido (art. 127 do CPP): pode ser feito pelo: a) ofendido; b) MP; c) Delegado (representao); d) Juiz (de ofcio). Nota: realizado, o seqestro dever ser inscrito no Cartrio de Registro de Imveis. Em juzo, ser autuado em apartado para que no prejudique o bom andamento da ao principal (art. 129 do CPP). 10.1.2. Oposio de embargos (art. 130 do CPP): pode ser requerida pelo: a) terceiro prejudicado que adquiriram de boa-f; b) acusado, alegando que o bem no produto do crime. Nota: estes embargos somente sero julgados aps o julgamento do crime. 10.1.3. Levantamento do sequestro (art. 131 do CPP): a) se a ao penal no for proposta no prazo de 60 dias, contado a partir da data que for aperfeioar o seqestro, ou seja, da efetivao (e no da inscrio junto ao cartrio de registro de Imveis); b) se o terceiro a quem tenha sido o transferido o bem prestar cauo idnea; c) se for extinta a punibilidade ou absolvido o agente. Nota: transitada em julgado a sentena condenatria, o juiz, de ofcio ou a requerimento do interessado determinar a avaliao e leilo pblico dos bens e, o que no couber ao lesado e/ou terceiro de boa-f ser recolhido ao tesouro nacional (art. 133 do CPP). 10.1.4. Seqestro de bens mveis de origem ilcita (art. 132 DO CPP): caber nas mesmas condies do art. 126 do CPP (bens mveis de origem ilcita) desde que no caiba a Medida de Busca e Apreenso prevista no art. 240 do CPP. Nota: o seqestro pode ser requerido nas fases: a) do inqurito policial ( a nica medida assecuratria que cabe nesta fase); b) da ao penal. A hipoteca

legal e o arresto s cabem em ao penal. 10.2. Hipoteca legal (art. 134 do CPP): caber sempre que houver certeza da infrao e indcios da autoria. Recair sobre bens imveis de origem licita. 10.2.1. Ao pedir a especializao, o ofendido dever (art. 135 do CPP): a) estimar o valor do dano civil; b) designar e estimar o valor do(s) imvel(eis) que dever(o) ficar hipotecados. 10.2.2. O juiz mandar: a) proceder o arbitramento do valor da responsabilidade civil; b) avaliar o(s) imvel (eis) Nota 1: tal avaliao e arbitramento ser feita por perito nomeado, onde no houver avaliador judicial. Nota 2: o juiz somente autorizar a inscrio da hipoteca legal do(s) imvel(eis) que bastem para garantir a responsabilidade civil. Nota 3: o ru que oferecer cauo: a) em dinheiro; b) em ttulos da dvida pblica pela cotao da Bolsa: o juiz poder deixar de mandar inscrever a hipoteca legal. 10.2.3. Realizada, a hipoteca legal dever: a) ser inscrita no Cartrio de Registro de Imveis; b) ser autuada em apartado para que no prejudique o bom andamento da ao principal. 10.2.4. O pedido de hipoteca legal e arresto podem ser feitos pelos: a) ofendido e herdeiros do ofendido; b) Ministrio Pblico: quando o ofendido for pobre ou no caso do interesse da Fazenda Pblica. 10.3. Arresto: tendo em vista que o procedimento de hipoteca legal ser lento (pois pode o requerido/ru participar), o artigo 136 do CPP permite o arresto dos bens imveis, que ser revogado se em 15 dias no for promovido o processo de inscrio da hipoteca legal. Caber caso o ru no tenha bens imveis suficientes ou s tenha bens mveis (tambm tem que ter indcios da autoria e certeza da materialidade)- art. 137 do CPP. Nota: s cabe arresto de bens mveis que puderem ser penhorados, segundo determinao do CPC. 10.3.1. Ser autuada: em autos apartados para que no prejudique o bom andamento da ao principal. Nota: as garantias do ressarcimento do dano tambm alcanaro as despesas processuais e penas pecunirias, mas sempre dando preferncia a reparao do ofendido. 11. Concluso: bens imveis produto de infrao cabe seqestro, se so de origem lcita cabe hipoteca legal, bem como cabe arresto de bens mveis lcitos (penhorveis na esfera cvel). E, para evitar a demora da hipoteca legal, possvel pedir a antecipao da restrio, sendo que o meio tambm chamado arresto. 12. Excees (art. 95 a 111 do CPP): trata-se de defesa indireta oposta por qualquer das partes, visando extinguir o processo ou prorrogao do curso do processo. Podem ser: a) Peremptrias (ex.: exceo de coisa julgada ou de listispendncia): so aquelas que quando acolhias pelo juiz, extinguem o processo (pem fim); b) Dilatrias (ex: incompetncia ou suspeio): estas excees quando acolhidas pelo juiz, visam, apenas, prorrogar o curso do processo (dilatar), retardando a deciso de mrito. Dividem-se em: (i) exceo de suspeio, previstas no artigo 254 do CPP (amigo ntimo, inimizade capital etc......). Elas esto relacionadas a situaes, onde exista no processo um vnculo do julgador com uma das partes ou um vnculo com assunto discutido no processo e (ii) exceo de impedimento, apesar delas no estarem, expressamente, mencionadas no rol do art. 95 do CPP, com este nome impedimento elas esto elencadas nos artigos 252 e 253, ambos do CPP. Notas: a) o rol de hipteses de suspeio previsto no art. 254 do CPP vlido para todas as pessoas participantes do processo (ex: juzes de todas as instncias, membros do Parquet e outras pessoas que intervm no processo peritos, jurados, intrpretes, serventurios ou funcionrios da justia; b) uma parte da doutrina (Nucci, Capez, Tourinho Filho, etc) afirma que o assistente de acusao pode argir exceo de suspeio, pois tem interesse em ver a ao julgada por um magistrado no suspeito. Em contrapartida, segundo o professor Mirabete, o assistente de acusao no pode argir exceo, pois no esta mencionada, esta possibilidade no rol taxativo do artigo 271 do CPP. Entretanto, o art. 256 do mesmo diploma dispe que no ser declarada a suspeio: a) quando a parte

injuriar o juiz; b) quando a parte de propsito der motivo para cri-la. 12.1. Denominao:a) Excepto: aquele contra se alega a exceo; b) Excipiente: aquele que alega a exceo. 12.2. Procedimento: quanto exceo, o magistrado: a) pode aceit-la: remetendo os autos ao seu substituto legal; neste caso o juiz ir sustar o andamento do processo, mandar juntar a petio do excipiente, com os documentos que a instruam e, por meio de despacho, declara suspeito e, logo aps remete os autos ao juiz substituto (art. 99 do CPP); b) pode rejeit-la: neste caso, o magistrado determina a autuao da suspeio em apartado, em seguida d a sua resposta (que poder ser instruda e acompanhadas de rol de testemunha) e, logo aps a exceo ser remetida Tribunal (ou Cmara Especial, no caso do Estado de So Paulo) competente (art. 100 do CPP), dentro de 24 horas. Nota: o relator, se entender pela improcedncia da exceo pode rejeitar a suspeio liminarmente. Por outro lado se entender pela importncia e/ou relevncia do pedido, determinar a citao das partes e determinar dia e hora para inquirio da testemunhas. 12.3. Julgamento: depois da instruo ser julgada a exceo (art. 100, 1 do CPP): a) se improcedente a suspeio, o processo continua normalmente; b) se a suspeio julgada procedente o juiz afastado do processo, o processo ser remetido para o primeiro magistrado substituto sucessivo, obedecendo-se, assim o princpio do juiz natural bem como todos os atos presididos pelos magistrados so nulos. Notas: a) o juiz dever pagar custas, quando por erro considerado inescusvel (art. 101 do CPP); b) a lei no menciona a possibilidade de exceo de suspeio contra delegado de policia, mas ocorrendo motivo legal, tm elas o dever de declarar-se suspeitas. art. 107 do CPP. 12.4. Recursos: exceo de suspeio julgada procedente no cabe recurso e no cabe HC. Exceo suspeio julgada improcedente no cabe recurso e no cabe HC. 13. Incompetncia do juzo: ausncia de capacidade funcional (art. 95 e regulada pelos arts. 108 e 109 do CPP). Dever ser argida sempre que qualquer das partes achar o juzo incompetente (em razo do lugar ou em razo da matria ou em razo da pessoa). O juiz pode reconhec-la de ofcio, seja absoluta ou relativa (esta somente em penal), determinando a remessa ao magistrado competente (art. 109 CPP). A parte pode argi-la mediante exceo declinatoria fori. 13.1 Incompetncias absoluta e relativa: no h para argio da incompetncia absoluta do juzo, (em razo da matria, da pessoa) esta pode ser a qualquer momento, bem como pode ser reconhecida de ofcio pelo juiz a qualquer tempo. A argio da incompetncia relativa (em razo do lugar) deve ser feita at a defesa prvia, sob pena de ocorrer precluso e, conseqentemente a prorrogao da competncia. Notas: a) a exceo de incompetncia pode ser oposta oralmente ou por escrito; b) o juiz vai autuar a exceo em apartado (fora do processo), depois ser ouvido o MP (exceto quando o MP for o excipiente). 13.2. Procedimento: a) Julgada improcedente: o processo ter continuao; b) Julgada procedente: os autos sero remetidos para o Juzo competente, desde que tenha sido declinado o juzo. Nota: conforme jurisprudncia dominante, somente os atos decisrios sero considerados nulos quando do reconhecimento da incompetncia do juzo, seja ela relativa ou absoluta (art. 567 CPP). Ada Grinover afirma que, na incompetncia absoluta, todos os atos so nulos, isto em vista da Constituio Federal. No h suspenso do processo. 13.3. Recursos: a) Julgada improcedente: no cabe recurso, mas cabe HC; b) Julgada procedente: cabe RESE (art. 581, III do CPP).

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14. Litispendncia: ningum pode ser julgado duas vezes (principio do non bis in idem). 14.1. Elementos que identificam a demanda, impedindo a litispendncia: a) partes; b) causa de pedir (fato criminoso) e c) pedido Notas: a) tem que ser idnticos os trs elementos para ser argida a litispendncia; b) no h suspenso do processo. 14.2. Recursos: a) Julgada improcedente: no cabe recurso, mas cabe HC; b) Julgada procedente: cabe RESE (art. 581, III do CPP). Nota: se a litispendncia foi declarada de ex officio pelo juiz, cabe o recurso de apelao (art. 593, II do CPP). 15. Coisa Julgada: transitada em julgado uma deciso, impossvel novo processo pelo mesmo fato. 15.1. Coisa julgada formal: reflete a imutabilidade da sentena no processo onde for proferida impedindo nova discusso na mesma ao. 15.2. Coisa julgada material: existe a imutabilidade da sentena que se projeta fora do processo, obrigando outro juiz de outro processo acatar tal deciso. 15.3. Momento da propositura: a coisa julgada pode ser proposta quando houver identidade de demanda entre a ao proposta e uma outra, j decidida por sentena transitada em julgado (mesma coisa, mesmo autor e ru e mesmo fundamento jurdico do fato). 15.4. Recursos: a) Julgada improcedente: no cabe recurso, mas cabe HC; b) Julgada procedente: cabe RESE (art. 581, III do CPP). 16. Ilegitimidade de parte: abrange a titularidade do direito de ao, bem como a capacidade de exerccio. Pode ser: a) Ilegitimidade ad processum (capacidade processual) e b) ilegitimidade ad causam (titularidade da ao). 16.1. Efeitos do reconhecimento: a) ad causam: o processo anulado ab initio; b) ad processum: a nulidade pode ser sanada a qualquer tempo, mediante ratificao dos atos processuais j praticadas. (esta gera nulidade relativa, portanto deve ser argida em momento oportuno). 16.2. Recursos: a) Julgada improcedente: no cabe recurso, mas cabe HC; b) Julgada procedente: cabe RESE (art. 581, III do CPP); c) ambas as excees AS EXCEES QUANDO FOREM JULGADAS IMPROCEDENTES, podero ser argidas novamente em preliminar da apelao. 17. Insanidade mental do acusado (art. 149 a 154 do CPP): quando houver dvida quanto integridade mental do acusado poder ser submetido a exame mdico legal. Nota: para que o sujeito seja considerado inimputvel, necessrio que, em razo da doena mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, seja ao tempo da omisso ou ao completamente incapaz de compreender o carter ilcito de sua conduta. 17.1. Legitimados para requerer o incidente: juiz, curador, defensor, MP, curador, cnjuge, ascendente, descendente, irmo e delegado. 17.2. Nomeao de curador: ser nomeado curador ao acusado quando for determinado o exame, ficando suspenso o processo, se j houver ao penal, salvo quanto s diligncias que possam ser prejudicadas pelo adiamento (estas diligncias podem ser realizadas embora o processo esteja suspenso) - art. 149, 2 do CPP. Ser aberta vistas acusao e defesa para que elaborem quesitos. O juiz tambm pode elaborar quesitos. 17.3. Para efeito do exame: a) acusado preso: ser internado em manicmio judicirio. (hoje em dia chamado de hospital de custdia, mas o texto do CPP ainda usa a expresso manicmio judicirio); b) acusado solto: em caso de requerimento dos peritos ser internado em estabelecimento adequado designado pelo juiz.

Nota: os autos podero sejam entregues aos peritos se no houver prejuzo para a marcha do processo. (art.150, 2 do CPP) 17.4. Prazo para elaborao laudo: 45 dias, salvo se os peritos demonstrarem necessidade de mais prazo. 17.5. Concluso da percia: a) se concluir que ao tempo da infrao o acusado era irresponsvel nos termos do 26 do CP, o processo seguir com a participao do curador (geralmente o advogado); b) se concluir que a doena sobreveio (acontecer, ocorrer, depois de outra coisa) infrao, o processo continuar suspenso at que o acusado se restabelea, salvo quanto s diligncias que possam ser prejudicadas pelo adiamento. Neste caso o juiz poder internar o acusado em manicmio judicirio ou em outro estabelecimento adequado. Notas: a) quando o acusado se restabelecer o processo volta a andar, e o acusado pode reinquirir as testemunhas que prestaram depoimento sem a sua presena; b) o juiz no obrigado a ficar vinculado ao resultado do laudo, podendo divergir; c) o incidente se processa em apartado, aps a apresentao do laudo ser apenso ao processo. 17.6. Se a doena mental sobrevier no curso da execuo penal h duas possibilidades (art. 154 do CPP): a) aplica-se o art. 41 do CP, ou seja, transferese o condenado para o hospital penitencirio, sem alterar a pena, para cumprir o saldo da sua pena; b) a pena ser substituda por medida de segurana, sendo o prazo mximo da internao = o da pena substituda. 18. Restituio de coisas apreendidas (art. 118 a 124 do CPP): os bens que forem apreendidos (seja por diligncias judiciria ou policial) enquanto interessarem ao processo s podero ser restitudas aps o trnsito em julgado, portanto, a contrrio senso, o bens que no mais interessarem ao processo podero ser restitudas pelo delegado ou pelo juiz, a qualquer momento. As coisas apreendidas servem para o esclarecimento da autoria e da existncia do crime. 18.1. Coisas apreendidas que no sero restitudas aps o trnsito em julgado (confisco): luz do art. 119, os instrumentos do crime cuja utilizao, fabricao, alienao, uso, porte ou deteno caracterize fato ilcito, etc.(art. 91, II do CP) no sero, mesmo aps o trnsito da sentena, devolvidos ao acusado, salvo o interesse do terceiro de boa-f e o lesado, sero confiscados em favor da Unio. Nota: da deciso do delegado que denegar o pedido de restituio de coisa apreendida caber mandado de segurana, desde que presentes os requisitos que autorizam a restituio. 18.2. Requisitos para a restituio: a) se a coisa no estiver sujeita ao confisco; b) se no houver dvida quanto a seu legtimo proprietrio (direito do reclamante); c) quando a apreenso da coisa no foi realizada em mo de terceiro de boa-f. Notas: a) obrigatria a oitiva do MP quando o pedido de restituio for realizado ao juiz; b) em caso de dvida quanto o real proprietrio da coisa o reclamante dever demonstrar prova da propriedade da coisa, no prazo de 05 dias. Caso o magistrado no consiga resolver esta dvida, dever remeter a discusso da propriedade do bem para a esfera cvel. A coisa ser ficar sob a responsabilidade (guardada) de um depositrio ou do terceiro de boaf. 18.3. Prazo mximo para realizar o pedido de restituio de coisa apreendida: so de 90 dias, aps o trnsito em julgado da sentena condenatria ou absolutria, que o reclamante deve fazer o pedido de restituio do bem, sob pena do bem ser perdido em favor da Unio e ser determinado o seu leilo. 18.4. Bens deteriorveis: esses bens sero devolvidos ao terceiro de boa-f que os detinham no momento da apreenso ou sero avaliados e, posteriormente vendidos em leilo e depositado o dinheiro auferido. - 5, art. 120 do CPP. LINK DA ORDEM 5

aventa apenas duas formas de priso: a decorrente de flagrante delito e a por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciria competente. Todavia, a doutrina classifica a priso em: a) priso pena (definitiva): aquela decorrente de sentena condenatria transitada em julgado; b) priso civil (coercitiva): em decorrncia de no pagamento de penso alimentcia e depositrio infiel; c) priso disciplinar: militar e administrativa; d) priso processual ou cautelar ou provisria: no busca castigar, tem como finalidade permitir o bom andamento da ao principal; e) priso especial: s cabe antes da condenao definitiva (ex: jurados, inscritos no livro de mrito, diplomados etc.(art. 295 do CPP). 1.1. Dia e horrio para a efetuar priso: a priso poder ser realizada em qualquer horrio e a qualquer dia, mas se esta tiver que ser efetuada no domiclio do ru, essa priso dever ser efetuada respeitando a regra constitucional do art. 5, XI inviolabilidade do domiclio. Quando a priso for em flagrante, poder ser realizada a qualquer dia, a qualquer horrio, mesmo dentro da residncia do ru. Agora, quando a priso for determinada por ordem do juiz, a priso no domiclio do ru no poder ser noite, somente no perodo das 6hs s 18hs. Art. 283 do CPP dispem nesse sentido. 2. Espcies de priso processual ou cautelar ou provisria: 2.1. Priso em flagrante (arts. 301 a 310 do CPP e art. 5, LXI, da CF): a palavra flagrante (do latim flagrare), significa queimar. Conforme a doutrina predominante definem a priso em flagrante como a priso do indivduo no momento de maior certeza visual da prtica da infrao penal. Por esta espcie de priso, qualquer do povo poder e as autoridades policiais e seus agentes devero prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito (art. 301 do CPP). 2.1.1. Sujeito ativo do flagrante: a pessoa que efetua a priso, pode ser: a) facultativo: qualquer um do povo pode prender em flagrante; b) compulsrio/obrigatrio: autoridade policial e seus agentes policiais devero prender em flagrante. 2.1.2. Sujeito passivo de flagrante: o sujeito detido em flagrante delito, pode ser qualquer pessoa, salvo: a) menores de 18 anos; b)quem comete crime de menor potencial ofensivo; c) quem socorre a vtima e delito de trnsito; d) Presidente da Repblica; e) membros do Congresso Nacional; f) Deputados Estaduais; g) juzes e membros do MP Nota 1: os membros do Congresso Nacional, os Deputados Estaduais e os juzes e membros do MP podero ser autuados em flagrante no caso de crimes inafianveis. Nota 2: o advogado somente poder ser preso em flagrante, por motivo de exerccio da profisso, em caso de crime inafianvel (art. 7, 3 do estatuto da OAB). 2.1.3.Espcies de flagrante: o artigo 302 rol taxativo: a) prprio ou real (art. 302, I e II do CPP): o agente est cometendo a infrao ou acaba de comet-la; b) imprprio ou quase-flagrante (art. 302, III do CPP): o agente perseguido, em situao que faa presumir ser o autor da infrao; c) flagrante presumido ou ficto (art. 302, IV do CPP): agente encontrado, logo aps, com instrumentos, armas, objetos ou papis que faam presumir ser ele o autor da infrao. Nota 1: nos crimes permanentes est sempre o agente em flagrante delito, enquanto no cessar a permanncia.(art. 303 do CPP). Ex. trfico de entorpecentes Nota 2: h outras espcies de flagrante citados pela doutrina: so eles: a) flagrante esperado: no h provocao para o crime. A polcia captura o agente ao executar a infrao. Nestes casos admite-se a priso em flagrante; b) flagrante retardado (diferido): uma espcie de ao controlada, ou seja, o agente deixa de efetuar a priso em flagrante no momento da ocorrncia, nos crimes praticados pelas organizaes criminosas (art. 2, II da Lei n 9.034/95, lei do Crime Organizado).Tambm conhecido por muitos

PRISO E LIBERDADE PROVISRIA1. Priso: o art. 5 , LXI da Constituio Federal

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doutrinadores como a chamada ao controlada, que surgiu na lei do crime organizado. Segundo essa lei a ao controlada tambm pode se dar, pela infiltrao, mediante autorizao do juiz, de agentes da polcia ou agentes da inteligncia. Nota: entrega vigiada: tambm considerada, por alguns doutrinadores, como uma espcie de ao controlada, prevista expressamente, no art. 53, II da Lei 11.343/06 Lei de Drogas.; c) flagrante preparado ou provocado: aquele em que o agente induzido prtica de um crime. Trata-se de crime impossvel, no podendo ser autuado em flagrante. Nesse sentido, o enunciado da smula 145 do STF: no h crime quando a preparao do flagrante pela polcia torna impossvel a sua consumao; d) flagrante forjado: ocorre quando a polcia ou particular inserem provas falsas de um crime inexistente. No h neste caso crime consumado ou tentado, portanto, impossvel priso em flagrante. Nota 3: a) flagrante em crimes de ao privada: s ocorrer a requerimento do ofendido ou de seu representante legal; b) flagrante em crimes de ao condicionada pblica: a priso est condicionada representao; c) flagrante na lei n 9.099/95: o agente assina o TC (Termo Circunstanciado) e posto em liberdade aps assumir o compromisso de apresentar-se no JECRIM. 2.1.4. Auto de priso em flagrante: com a alterao legislativa trazida pela lei 11.449/07, o art. 306 passou a dispor que a priso de qualquer pessoa e o local onde se encontre sero comunicados imediatamente ao juiz competente e famlia do preso ou a pessoa por ele indicada. 1o Dentro em 24h (vinte e quatro horas) depois da priso, ser encaminhado ao juiz competente o auto de priso em flagrante acompanhado de todas as oitivas colhidas e, caso o autuado no informe o nome de seu advogado, cpia integral para a Defensoria Pblica. 2o No mesmo prazo, ser entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da priso, o nome do condutor e o das testemunhas. 2.1.5. Contedo do auto de priso em flagrante: o auto de priso em flagrante dever conter as declaraes do condutor, declaraes das testemunhas, interrogatrio do preso, assinatura de todos os participantes, inclusive do escrivo que lavrou o auto. Notas: a) nos termos do artigo 317 do CPP, a apresentao espontnea do acusado no impede a priso em flagrante; b) caso o acusado no souber, no puder ou no quiser assinar o recibo ser assinado por duas testemunhas que tenham ouvido a sua leitura na presena deste. (Cuidado o art. 304 do CPP foi alterado pela lei. 11.113/2005). 2.1.6. Nota de culpa: a comunicao escrita ao acusado do motivo da priso, o nome do condutor e testemunhas. 2.1.7. Prazo para entrega da nota de culpa: 24 horas da priso (art. 306 2do CPP). Nota: o acusado passar o recibo na nota culpa. Caso no souber, no puder ou no quiser assinar o recibo ser assinado por duas testemunhas. 2.2. Priso temporria: como sabida, a priso temporria no est prevista no CPP e, sim foi criada pela lei 7.960/89. Possui como finalidade auxiliar a polcia, na fase da investigao, a achar indcios de autoria e/ou materialidade delitiva de alguns crimes considerados graves. S pode ser decretada na fase do Inqurito Policial. 2.2.1 Hipteses de cabimento (art.1 da lei 7.960/89): a) quando imprescindvel para investigao; b) quando o indiciado no tiver residncia fixa ou houver dvida quanto a sua identidade; c) quando houver prova de autoria ou participao do indiciado nos crimes de homicdio doloso, seqestro ou crcere privado, roubo, extorso, genocdio, trfico de drogas etc. 2.2.2. Prazo: 5 dias, prorrogveis por mais 5. A prorrogao somente ocorrer se o juiz demonstrar a extrema necessidade (art. 2, caput, da lei n. 7.960/89).

Nota: nos crimes de Hediondos e Assemelhados (Trfico, Tortura e Terrorismo), o prazo da priso temporria de 30 dias, prorrogveis por mais 30 (art. 2, 4, da lei 8.072/90). 2.2.3 Pode ser decretada: a) a requerimento do MP ou b) por representao da autoridade policial (necessrio ser ouvido o MP, no pode ser decretada de ofcio pelo juiz) art. 2, 1. Notas: a) o juiz deve decidir em 24 h em deciso fundamentada (art. 93, IX da CF), a partir do recebimento da representao da autoridade policial ou do requerimento do MP (art. 2, 2, da lei 7.960/89); b) a pessoa que vai presa temporariamente deve ficar separada dos demais presos (art. 3, da lei 7.960/89); c) o mandado deve ser expedido em duas vias uma destinada ao preso (uma via funciona como nota de culpa); d) no trmino da priso temporria deve o preso ser posto imediatamente em liberdade, independentemente d