6 descrença no positivismo e novas conceções científicas

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A DESCRENÇA NO PENSAMENTO POSITIVISTA E AS NOVAS CONCEÇÕES CIENTÍFICAS O RELATIVISMO AS CONCEÇÕES PSICANALÍTICAS Módulo 7 Unidade 1 Manual pp. 54-57 Conteúdo estruturante

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História A, 12º ano, módulo 7, unidade 1

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A DESCRENÇA NO PENSAMENTO POSITIVISTA E AS NOVAS CONCEÇÕES CIENTÍFICAS

O RELATIVISMO

AS CONCEÇÕES PSICANALÍTICAS Módulo 7

Unidade 1

Manual pp. 54-57

Conteúdo estruturante

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POSITIVISMO A crença na omnipotência da razão remonta ao séc. XVIII (Iluminismo) – a razão (capacidade do Homem para compreender e explicar os fenómenos) era a via direta para o progresso e felicidade humanas.

Acreditava-se então na existência de um universo ordenado e harmónico, em que os fenómenos se processariam segundo regras determináveis (determinismo). Conhecendo-as, o Homem dominaria a Natureza. É neste contexto de grande otimismo e confiança na Razão e na ciência que surge o Positivismo.

No séc. XIX, A. Comte desenvolveu o Positivismo, segundo o qual apenas os conhecimentos obtidos pela obs. e análise rigorosa tinham valor. A ciência iria, segundo esta doutrina, colocar as sociedades na senda do progresso.

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Corrente que liberta o conhecimento das regras rígidas do racionalismo e do cientismo.

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A DESCRENÇA NO PENSAMENTO POSITIVISTA

Entre o fim do séc. XIX e o princípio do séc. XX, este quadro de racionalidade cai em ruínas. Filósofos, historiadores e homens da ciência conjugam-se para o abalar numa reação antipositivista que assumiu diversas formas:

Na Filosofia, H. Bergson defende haver realidades que não podem ser reduzidas às leis físicas ou matemáticas e escapam, por isso às conceções mecanicistas da Natureza. Para o conhecimento profundo, defende, a par do raciocínio, uma outra via – a intuição (algo comparável ao instinto e ao sentimento artístico que nos revela o que não é aparente).

Na História, a objetividade dos factos é contestada, sendo substituída por uma visão subjetiva e interpretativa do passado, em cujo estudo se projeta, necessariamente, a personalidade do historiador.

Na Física, as descobertas de M. Planck e Einstein revelaram a existência de um mundo regido pela imprevisibilidade, chocando toda a comunidade científica que teve de reconhecer que o Universo era mais instável do que até aí se pensava e a verdade científica menos universal do que se tinha acreditado. Abriu-se uma nova conceção de ciência: o relativismo.

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A teoria da Relatividade (Einstein)

Em 1905, Einstein revolucionou a Física. Na sua Teoria da Relatividade, demonstrou que o espaço, o tempo e o movimento não são absolutos, mas relativos entre si (ex: a massa do corpo depende do movimento) e ao observador: os relatórios não têm apenas 3 dimensões (comprimento, altura e espessura) mas 4, acrescentando a dimensão do tempo.

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RELATIVISMO e CRISE DE CONSCIÊNCIA DO OCIDENTE

O Relativismo é uma nova conceção de ciência, que aceita o mistério, a desordem, a probabilidade como partes integrantes do conhecimento, rejeitando o determinismo racionalista fundado na clareza, na ordem, na previsibilidade de todos os fenómenos.

Embora tal mudança tenha representado, de facto, um avanço, o certo é que contribuiu para abalar a fé na ciência e na sua capacidade para compreender e controlar a Natureza.

A crise do racionalismo agravou, deste modo, a crise de consciência da civilização ocidental, que sentiu ter ruído mais um dos pilares que sustentava o mito do progresso.

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AS CONCEÇÕES PSICANALÍTICAS A crença na estrita racionalidade da mente foi definitivamente abalada pelas descobertas de Freud, que, inspirado no trabalho de Jean Charcot e Josef Breuer, compreendeu que, sob o estado hipnótico, os pacientes se recordavam de pensamentos, factos e desejos que haviam esquecido (reprimido) por serem demasiado penosos ou socialmente condenáveis.

Freud concluiu que existe uma zona obscura, irracional, na mente humana, que o indivíduo não controla e da qual não tem consciência, mas que se manifesta, permanentemente no comportamento – o inconsciente.

Segundo Freud, o psiquismo humano estrutura-se em três níveis distintos:

O consciente (Ego) – pequena parte da mente (“a extremidade visível do iceberg”)

O subsconsciente (Superego) – inibidor do ego com sentimentos de culpa (sexo, sonhos, religião) que podem passar para o consciente

O inconsciente (Id) – camada profunda, rica e significativa mas dificilmente penetrável

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AS CONCEÇÕES PSICANALÍTICAS Esta teoria explicava, também, que as neuroses são resultado do recalcamento, no inconsciente, de recordações, pensamentos desagradáveis e desejos que a pessoa não tinha podido satisfazer no passado, devido a restrições da moral social. Entre todos, os mais graves eram os que resultavam do recalcamento de tendências eróticas e de conflitos emocionais em idade infantil.

Freud criou um novo método terapêutico para tratar as neuroses, assente na interpretação dos sonhos e na livre associação de ideias que deviam fluir naturalmente à mente do doente com a ajuda do médico. Os recalcamentos, trazidos à consciência, eram então analisados e racionalizados, libertando o paciente dos seus complexos e neuroses.

Foi uma revolução nas conceções que definiam o Homem como um ser exclusivamente obediente à razão, capaz de controlar racionalmente todos os seus impulsos através da sua vontade.

Outra ideia de Freud que chocou a sociedade do seu tempo foi a afirmação de que a libido nasce com o indivíduo e se manifesta desde tenra idade

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Freud, o fundador da Psicanálise

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O impacto social das conceções psicanalíticas

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O impacto da Psicanálise na cultura e nos comportamentosComportamentos Comunicação social Emancipação feminina Produção cultural

A valorização do lado instintivo da natureza humana contribuiu para o movimento contestatário do início do século.Escárnio e rejeição contra o código moral vitoriano, considerado repressivo e hipócrita.Comportamentos excêntricos e desafiadores, favorecidos pela sensação de liberdade proporcionada pelas teorias freudianas.

De forma explícita ou velada, a imprensa, o cinema, a publicidade, trouxeram a sexualidade para a ordem do dia.

Derrube de algumas barreiras sociais que sustentavam a desigualdade entre os sexos.

Alteração das relações conjugais.

Música – emergência do Jazz (revolta das emoções contra a repressão das convenções).

Literatura e artes plásticas – surrealismo (poetas e pintores procuraram servir-se do inconsciente no seu processo de conhecimento de si próprios).