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DIREITO PENAL CÓDIGO PENAL 1-Dos Crimes Contra A Administração Pública 1.1-Dos crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral (artigo 312 ao 327) 1.2-Dos crimes contra as finanças públicas (artigo 359-A ao 359-H) O homem faz o mal, porque não sabe o que é o bem INTRODUÇÃO Os delitos previstos neste Capítulo só podem ser praticados de forma direta por funcionário público, daí serem chamados de crimes funcionais. Dentro da classificação geral dos delitos, os crimes funcionais estão inseridos na categoria dos crimes próprios, porque a lei exige uma característica específica no sujeito ativo, ou seja, ser funcionário público. Os crimes funcionais, por sua vez, admitem outras formas de classificação, cujos nomes adotados pela doutrina parecem confundir-se com a mencionada no parágrafo anterior. Trata-se, entretanto, de subdivisão feita apenas entre os crimes funcionais: -Crimes funcionais próprios. São aqueles cuja exclusão da qualidade de funcionário público torna o fato atípico. Um exemplo é o crime de prevaricação, pois, provado que o sujeito não é funcionário público, o fato torna-se atípico. -Crimes funcionais impróprios. Excluindo-se a qualidade de funcionário público, haverá desclassificação para crime de outra natureza. No peculato, por exemplo, se provado que a pessoa não era funcionário público, desclassifica-se o delito para furto ou apropriação indébita. TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CAPÍTULO I DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Peculato culposo § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Peculato mediante erro de outrem Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Inserção de dados falsos em sistema de informações Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Excesso de exação § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 1

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DIREITO PENAL CÓDIGO PENAL 1-Dos Crimes Contra A Administração Pública 1.1-Dos crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral (artigo 312 ao 327) 1.2-Dos crimes contra as finanças públicas (artigo 359-A ao 359-H)

O homem faz o mal, porque não sabe o que é o bem

INTRODUÇÃO Os delitos previstos neste Capítulo só podem ser praticados de forma direta por funcionário público, daí serem chamados de crimes funcionais. Dentro da classificação geral dos delitos, os crimes funcionais estão inseridos na categoria dos crimes próprios, porque a lei exige uma característica específica no sujeito ativo, ou seja, ser

funcionário público. Os crimes funcionais, por sua vez, admitem outras formas de classificação, cujos nomes adotados pela doutrina parecem confundir-se com a mencionada no parágrafo anterior. Trata-se, entretanto, de subdivisão feita apenas entre os crimes funcionais: -Crimes funcionais próprios. São aqueles cuja exclusão da qualidade de funcionário público torna o fato atípico. Um exemplo é o crime de prevaricação, pois, provado que o sujeito não é funcionário público, o fato torna-se atípico. -Crimes funcionais impróprios. Excluindo-se a qualidade de funcionário público, haverá desclassificação para crime de outra natureza. No peculato, por exemplo, se provado que a pessoa não era funcionário público, desclassifica-se o delito para furto ou apropriação indébita. TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CAPÍTULO I DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Peculato culposo § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Peculato mediante erro de outrem Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Inserção de dados falsos em sistema de informações Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Excesso de exação § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

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Facilitação de contrabando ou descaminho Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. Prevaricação Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Condescendência criminosa Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Advocacia administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. Violência arbitrária Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência. Abandono de função Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. § 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Violação de sigilo funcional Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave. § 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso

de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública; II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Violação do sigilo de proposta de concorrência Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. Funcionário público Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

Conceito de funcionário público Cargos públicos são criados por lei, com denominação

própria, em número certo e pagos pelos cofres públicos (Lei n. 8.112/90, art. 3º, parágrafo único). Ex.: Presidente da República, Prefeitos, Vereadores, Juízes de Direito, Delegados de Polícia, escreventes, oficiais de justiça etc. A expressão emprego público refere-se ao servidor contratado em regime especial ou da CLT, normalmente para serviço temporário. Ex.: diaristas, mensalistas, contratados. Por fim a expressão função pública abrange qualquer conjunto de atribuições públicas que não correspondam a cargo ou emprego público. Ex.: jurados, mesários de eleições etc.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.

A Lei n. 9.983, de 14 de julho de 2000, alterou a redação do art. 327, § 1º, para ampliar o conceito de funcionário público por equiparação. Em virtude dessa nova redação, podem ser extraídas algumas conclusões: 1) Em relação ao conceito de entidade paraestatal, adotou-se a corrente ampliativa, pela qual se considera funcionário por equiparação aquele que exerce suas atividades em: a) autarquias (ex.: INSS); b) sociedades de economia mista (ex.: Banco do Brasil); c) empresas públicas (ex.: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos); d) fundações instituídas pelo Poder Público (ex.: FUNAI). 2) Passaram a ser puníveis por crimes funcionais aqueles que exercem suas funções em concessionárias ou permissionárias de serviço público (empresas contratadas) e até mesmo em empresas conveniadas,

como, por exemplo, a Santa Casa de Misericórdia. O conceito de funcionário público por equiparação não abrange as pessoas que trabalham em empresas contratadas com a finalidade de prestar serviço para a Administração Pública quando não se trata de atividade típica desta. Ex.: trabalhador de empreiteira contratada para construir viaduto. Por conta desse maior alcance da equiparação, passaram a ser puníveis por crimes como corrupção passiva e concussão médicos (particulares) conveniados com o SUS, que já recebem do Estado pelos serviços prestados e, ao

mesmo tempo, cobram dos pacientes.

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Alcance da equiparação A equiparação do § 1º, em razão do local em que está

prevista no Código Penal — crimes praticados por funcionário público —, só se aplica quando se refere ao sujeito ativo do delito e nunca em relação ao sujeito passivo. Ex.: ofender funcionário de uma empresa pública é injúria, e não desacato. Se o mesmo funcionário, contudo, apropria-se de um bem da empresa, responde por peculato, e não por mera apropriação indébita.

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. CAPÍTULO IV

DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS Contratação de operação de crédito Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa: Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo: I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal; II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei. Inscrição de despesas não empenhadas em

restos a pagar Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Ordenação de despesa não autorizada Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Prestação de garantia graciosa Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída contra-garantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Não cancelamento de restos a pagar Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Oferta pública ou colocação de títulos no mercado Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. EXERCÍCIOS 01-Os crimes funcionais: a) circunscrevem-se ao Código Penal. b) não se aplicam a particular. c) quando impróprios, ausente a condição de funcionário público, a conduta é atípica. d) quando impróprios, ausente condição de funcionário público, opera-se a desclassificação para outro delito. 02-Em relação aos crimes praticados por particular e funcionário público contra a Administração em geral, assinale a alternativa correta: a) O descumprimento, por autoridade administrativa, de sentença proferida em Mandado de Segurança, não configura, sequer em tese, o crime de prevaricação (art. 319 do Código Penal). b) Havendo, no crime de concussão (art. 316 do Código Penal), ameaça explícita ou implícita, são inconciliáveis, no mesmo fato, a existência desse delito e o de corrupção ativa (art. 333 do Código Penal) praticado pelo particular. c) Para sua caracterização, o crime de peculato, na modalidade culposa (art. 312, § 2º, do Código Penal), não reclama a existência de nexo causal entre o comportamento culposo do funcionário e o crime cometido por outra pessoa. d) Se o funcionário deixa de praticar ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem, comete o delito de condescendência criminosa (art. 320 do Código Penal). 03-Bruno, previamente ajustado com Eduardo, subtrai dinheiro de entidade paraestatal, valendo-se da facilidade que lhe proporciona o cargo que nela exerce, circunstância, entretanto, desconhecida de Eduardo. Mais tarde, em local seguro, dividem o produto do crime, quando são surpreendidos pela Polícia e presos em flagrante, sendo apreendido todo o dinheiro subtraído, enfim devolvido à vítima. Entende-se que: a) Bruno e Eduardo cometeram peculato consumado. b) Bruno cometeu peculato e Eduardo cometeu furto, consumados.

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c) Bruno e Eduardo cometeram furto tentado. d) Bruno e Eduardo cometeram furto consumado. e) Bruno cometeu apropriação indébita e Eduardo cometeu furto. 04-Funcionário público A. deixa, propositadamente, a porta do prédio da repartição aberta, sabendo que seu amigo B. irá nele penetrar e subtrair objetos valiosos da Administração. Neste caso: a) A. responderá por peculato-furto e B. por peculato-apropriação. b) ambos responderão por peculato-furto. c) A. responderá por peculato culposo e B. por peculato-furto. d) A. responderá por peculato-apropriação e B. por furto simples. 05-Assinale a alternativa em que são apontados os crimes contra a Administração Pública, praticados por funcionário público: a) Corrupção ativa, contrabando ou descaminho e tráfico de influência. b) Concussão, peculato e prevaricação. c) Facilitação de contrabando e descaminho, violência arbitrária e usurpação de função pública. d) Corrupção passiva, violação de sigilo funcional e desacato. 06-Agentes policiais exigem de pessoa suspeita vantagem indevida, consistente na emissão de dois cheques. Antes do seu pagamento, porém, os cheques são sustados no banco sacado, por ordem do emitente. Nesse caso, aqueles funcionários públicos: a) cometeram o crime consumado de concussão. b) cometeram o crime de concussão, na forma tentada, pois o recebimento da vantagem ilícita não se consumou. c) cometeram o crime de corrupção passiva, porque lhes foi feita a entrega dos cheques. d) não cometeram crime algum, mas mera irregularidade administrativa, tendo em vista que os cheques exigidos foram entregues mas não foram pagos. 07-Um jurado, depois de sorteado pelo Juiz Presidente do Tribunal do Júri para participar de um julgamento, foi aceito pelas partes. Antes de se dirigir para seu lugar no plenário, exige de familiares do réu, que estão ao seu lado, vantagem indevida para não votar em desfavor do acusado. Entretanto, não obtém sucesso em sua investida, pois as pessoas abordadas levam o caso ao conhecimento do Juiz e do Promotor de Justiça, que tomam as providências cabíveis. Como consequência, referido jurado: a) não responde por nenhum crime, pois o fato é atípico, já que não gerou nenhuma consequência. b) responde por extorsão, crime formal, pois, como não assumiu a função não é equiparado a funcionário público, e agiu com o intuito de obter indevida vantagem econômica. c) responde por concussão, pois é equiparado a funcionário público e o crime, por ser formal, se consumou. d) responde por tentativa de concussão, pois não conseguiu a vantagem indevida exigida. e) responde por tentativa de corrupção passiva, pois sua conduta foi levada ao conhecimento das autoridades, impedindo a obtenção da vantagem indevida.

08-Leia as afirmações que seguem: I. Para configuração do crime de corrupção passiva, na modalidade solicitar vantagem indevida, é necessário que a solicitação do funcionário seja correspondida pelo extraneus. II. No mesmo crime, na aceitação de promessa de vantagem pelo funcionário público, é o particular promitente quem tem a iniciativa, e este comete o crime de corrupção ativa. Pode-se dizer que: a) as duas afirmações mostram-se irreais. b) ambas as afirmações se apresentam corretas. c) está errada somente a afirmação I. d) está errada somente a afirmação II. e) a afirmação II é parcialmente correta e a afirmação I é inteiramente certa. 09-Qual o crime praticado pelo funcionário público que exige de um particular indevida vantagem, mediante violência? a) Corrupção ativa. b) Concussão. c) Extorsão. d) Corrupção passiva. 10-Dos crimes praticados por funcionário público contra a Administração em geral, como se tipifica o crime de prevaricação? a) Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. b) Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. c) Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. d) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 11-Policarpo, que exerce a chefia numa repartição pública municipal, surpreendeu o funcionário Belarmino no momento em que ele furtava material do almoxarifado, mas, movido por um sentimento de compaixão, deixou de responsabilizar o subordinado. Que infração penal teria o chefe cometido? a) Favorecimento pessoal. b) Prevaricação. c) Omissão de comunicação de crime. d) Condescendência criminosa. 12-Funcionário público, valendo-se da facilidade que proporciona a ele a qualidade de funcionário público, subtrai, em proveito próprio, bem particular que se encontra na repartição pública e da qual não tem posse. Considerando a assertiva acima, assinale a alternativa correta. a) O coautor não enquadrável no conceito de funcionário público (CP, art. 327) responderá, necessariamente, por crime contra o patrimônio. b) O funcionário e o coautor respondem pelo crime de furto.

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c) Não se trata de crime contra a Administração Pública. d) O coautor não enquadrável no conceito de funcionário público (CP, art. 327) poderá responder por crime contra a Administração Pública. e) Os crimes contra a Administração Pública não admitem a forma culposa. 13-Lépido, exercendo o munus publico de inventariante, tomou para si um computador dos bens deixados pelo de cujus, e do qual tinha posse em razão da referida condição. Lépido cometeu, em tese, o crime de: a) roubo b) desvio de bem. c) apropriação indébita. d) peculato. e) furto qualificado. 14-Assinale a alternativa correta: a) considera-se equiparado a funcionário público para efeitos penais quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. b) o crime previsto no art. 343 do Código Penal, tipificando as condutas de ―Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos ou interpretação‖, aplica-se apenas caso o corrompido exerça a função como titular de específico cargo público, como os peritos oficiais. c) incrimina-se no art. 359-G do Código Penal a conduta de ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura, consumando-se o delito com a prática de qualquer das condutas típicas, desde que concretizado efetivo prejuízo material para a Administração Pública. d) não é punível a calúnia contra os mortos, embora possa sê-lo contra a pessoa jurídica, cuja ofensa reputa-se feita aos que a representam ou dirigem, ou desde que a imputação diga respeito à prática de crime ambiental, previsto na Lei 9.605/98. e) o tipo culposo retratado no § 3º do art. 180 do Código Penal é aberto, pois o legislador especificou os indícios objetivos da culpa, consubstanciados nas expressões ―por sua natureza, pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece‖. 15- Assinale a alternativa que reúne exclusivamente os crimes próprios de funcionário público: a) prevaricação, concussão, corrupção passiva e usurpação de função pública b) peculato, excesso de exação, falsificação de documento público e corrupção ativa c) desacato, peculato culposo, corrupção ativa e prevaricação d) facilitação de contrabando ou descaminho, advocacia administrativa, peculato e tráfico de influência. e) prevaricação, abandono de função, concussão e modificação não autorizada de sistema de informações. 16-O autor de fraude processual tem a pena dobrada se a pratica na pendência de processo: a) civil b) tributário c) penal d) administrativo e) trabalhista

17-Quanto aos crimes contra a administração pública, é INCORRETO afirma que: a) o delito de prevaricação pode ser um crime omisso próprio ou comissivo. b) o delito de concussão é um crime de consumação antecipada. c) o peculato-apropriação exige a posse prévia do bem apropriado pelo agente, o que não acontece no peculato-furto. d) o delito de corrupção passiva exige, sempre, a bilateralidade, ou seja, em todas as suas modalidades, o corruptor também pratica um crime – corrupção ativa. e) o delito de emprego irregular de verbas públicas é uma norma penal em branco. 18-Assinale a alternativa correta: a) A reparação do dano no crime de peculato é possível somente na hipótese de peculato culposo. b) A reparação do dano no crime de peculato é possível tanto na hipótese de peculato culposo como no doloso, mesmo após o trânsito em julgado da sentença condenatória. c) A reparação do dano no crime de peculato é possível somente na hipótese de peculato culposo. d) A reparação do dano no crime de peculato é possível tanto na hipótese de peculato culposo como no doloso, desde que seja anterior à sentença irrecorrível. e) A reparação do dano no crime de peculato é possível somente na hipótese de peculato culposo, desde que seja anterior ao recebimento da denúncia. 19-“C”, funcionário encarregado pelo sistema de informática da Secretaria de Segurança Pública, anotou no banco de dados referente à condenação de seu amigo “G”, em acidente de trânsito, sua absolvição. Com isso, foi expedida, em favor de “G”, certidão negativa de antecedentes, porquanto a mesma se prestava a fins meramente civis. Logo após, “G” acabou absolvido do delito em questão, em revisão criminal, determinando o Tribunal o cancelamento da referida anotação então adulterada por “C”. Cometeu “C” infração penal? Em caso positivo, qual? a) Sim. Inserção de dados falsos em sistema de informação. b) Sim. Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações. c) Sim. Falsidade ideológica. d) Não. A conduta é atípica, em face da decisão judicial posterior de cancelamento. 20-Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício, conduta tipificada no Código Penal, é a definição de: a) Concussão b) Corrupção passiva. c) Corrupção ativa. d) Peculato. e) Prevaricação. 21-Assinale a alternativa que está em desacordo com as regras estabelecidas no Código Penal para os crimes contra a administração pública: a) O particular, estranho ao serviço público, pode ser responsabilizado como partícipe no crime de peculato.

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b) Nos casos de peculato doloso, não extingue a punibilidade a restituição da coisa apropriada no curso da ação penal. c) Para efeitos penais, é considerado funcionário público aquele que exerce transitoriamente função pública. d) No delito de concussão, a consumação só ocorre quando o agente obtém a vantagem indevida. e) Para os condenados por crime contra a administração pública, a norma em vigor condiciona a progressão de regime à reparação do dano ou à devolução do produto do ilícito. 22-No tema de crimes contra a administração da justiça, é correto afirmar que: a) a denunciação caluniosa pode configurar-se com imputação de prática de contravenção. b) para a caracterização do delito de falso testemunho, é indispensável verificar se o depoimento falso exerceu influência na decisão da causa. c) no crime de coação no curso do processo, a consumação ocorre se e quando o agente consegue o objetivo desejado. d) a motivação nobre constitui causa excludente de criminalidade na auto-acusação falsa. e) só configura o delito de favorecimento pessoal o auxílio a criminoso que já tem contra si ação penal em andamento. 23-“Sadam, funcionário público municipal, lotado no departamento de fiscalização de obras, cedendo a pedido de terceira pessoa, deixou, com infração de seu dever funcional, de aplicar multa a construtor que edificava de forma irregular em área urbana”. Nessa hipótese, Sadan cometeu o delito de: a) tráfico de influência b) prevaricação c) concussão d) corrupção passiva e) corrupção ativa 24-Marque a opção correta: a) É equiparado a funcionário público, para efeitos penais, quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. b) Nos crimes ambientais, admite-se a analogia para criminalizar condutas. c) Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. d) O disparo de arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências configura contravenção penal. e) Aquele que falsifica nota fiscal, com objetivo de reduzir tributo, pratica crime contra a ordem econômica. 25-Durante o intervalo, em julgamento perante o Tribunal do Júri da Comarca de Muro Alto, Hércio Viana, integrante do corpo de jurados, impôs como obrigação, e recebeu do advogado de defesa, a quantia de R$ 1.000,00 (hum mil reais), para acolher a tese defensiva. Hércio Viana cometeu crime de: a) Extorsão b) Peculato c) Prevaricação d) Concussão e) Corrupção passiva

26-Assinale a assertiva CORRETA: a) No peculato impróprio, o funcionário público concorre culposamente para o crime de outrem. b) Incorre crime de resistência, se inexiste comportamento agressivo contra o funcionário público. c) O funcionário público somente pode ser sujeito ativo de desacato ser hierarquicamente inferior ao ofendido. d) Pelo princípio da consumação, a denunciação caluniosa absorve a injúria e a difamação. e) A evasão do presídio, com violência contra a coisa e grave ameaça, constitui crime contra a administração pública. 27-Sobre os crimes contra a administração pública: a) o gari que recebe dinheiro do particular, agradecido, no período de natal comete crime. b) o estagiário do juiz que exige vantagem indevida de acusado comete corrupção passiva. c) o particular que paga dinheiro ao funcionário que anteriormente o exige comete corrupção. d) o funcionário público que indiretamente exige vantagem comete crime de corrupção ativa. e) o particular que oferece vantagem a funcionário pelo trabalho já realizado não comete crime. 28-Um oficial de justiça não promove o despejo de pessoa pobre, no prazo estabelecido pelo juiz no mandado, por ficar com pena de seus filhos menores que ficariam na rua. Depois de alguns dias, após constatar que a pessoa providenciou abrigo para seus filhos, o oficial cumpre o mandado. Considerando o não cumprimento do mandado no prazo estabelecido, o promotor acusa o oficial por crime de desobediência. No caso, a acusação: a) deve ser acolhida, pois houve a intenção de contrariar o mandado do juiz. b) está errada, porque a ordem do juiz é injusta e não deve ser cumprida. c) está correta, pois o oficial não pode alterar o prazo conferido pelo juiz. d) está errada, porque no caso o oficial não pode cometer desobediência. e) não deve ser acolhida, se provada a inexigibilidade de conduta diversa. 29-Sobre o crime de peculato, é ERRADO afirmar que: a) não admite forma tentada. b) não existe a forma do peculato-furto culposo. c) é crime próprio. d) o rito processual previsto para a sua apuração é especial, principalmente devido à possibilidade da apresentação da defesa preliminar. 30-Para efeitos penais, considera-se funcionário público quem exerce: a) cargo ou emprego público, mas não função pública transitória. b) cargo, emprego ou função pública, ainda que sem remuneração. c) emprego ou função pública, mas não cargo público remunerado. d) cargo, emprego ou função pública, desde que remunerados. e) cargo ou função pública, mas não emprego público transitório.

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31-O funcionário que patrocina interesse privado perante a administração pública, valendo-se de sua qualidade, comete o crime de: a) tráfico de influência b) exploração de prestígio c) concussão d) advocacia administrativa e) condescendência criminosa 32-Com relação ao crime de peculato é CORRETO afirmar que: a) no caso de peculato culposo, a reparação de dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se o ressarcimento for posterior, reduz de metade a pena imposta. b) sujeito ativo só pode ser o funcionário público, uma vez que, pelo princípio da incomunicabilidade, essa qualidade não se estende a outro concorrente, não exercente de cargo ou função pública. c) a reposição do dinheiro público não descaracteriza o peculato doloso, mas influi na dosimetria de pena por se tratar de desistência voluntária. d) não haveria absorção da falsidade, se esta constitui meio para a prática do desfalque. 33-Aspirina Estrombótica, escrevente da 15ª Vara Criminal, em concurso com dois policiais militares, exigiu vantagem indevida para “relaxar a prisão” de dois agentes que foram presos e autuados em flagrante, portando 98 “cabeças” da substância entorpecente Erytrossilum Coca Lamark, ou cocaína, como é vulgarmente conhecida. Pegunta: a) Ao exigirem a vantagem indevida configurou-se o crime de concussão. b) O crime praticado foi o de extorsão. c) Praticaram o delito de peculato na sua modalidade dolosa. d) Há o concurso de agentes no delito de prevaricação. 34-O chefe de Secretaria da 13ª Vara Criminal, José Bedeu, soube que seu escrevente inutilizou determinado documento que continha requerimento do Ministério Público e, sabendo que referido escrevente passava por sérias dificuldades pessoais de alçada familiar, por indulgência, deixou de levar o fato ao conhecimento do Juiz Titular da Vara. Assinale a opção correta: a) José Bedeu pela nobreza de atitude não praticou crime algum. b) José Bedeu praticou o delito de prevaricação. c) José Bedeu, indubitavelmente, praticou a condescedência criminosa. d) Praticou, no caso em epígrafe, a Advocacia Administrativa. 35-Leia as afirmações que seguem: I – Para configuração do crime de corrupção do crime de corrupção passiva, na modalidade solicitar vantagem indevida, é necessário que a solicitação do funcionário público seja correspondida pelo extraneus. II – No mesmo crime, na aceitação de promessa de vantagem pelo funcionário público, é o particular promitente quem tem a iniciativa, e este comete o crime de corrupção ativa. Pode-se dizer que: a) as duas afirmações se mostram irreais.

b) ambas as afirmações se apresentam corretas. c) está errada somente a afirmação I. d) está errada somente a afirmação II. e) a afirmação II é parcialmente correta e afirmação I é inteiramente certa. 36-Funcionário Público que, no exercício de suas funções, exige para si, a fim de liberar pagamento devido a fornecedor do Estado, um percentual do valor a ser creditado, sob pena de retardar o pagamento, comete o crime de: a) Concussão em sua forma tentada (art. 316, c/c art. 14, II, CP), isso caso o credor não aceite pagar a conta. b) Peculato consumado (art. 312, CP), se o credor aceita a ―oferta‖ e permite que o funcionário público efetue o desconto do valor combinado de seu crédito, mesmo que depois o agente não venha a ter proveito com o produto do crime. c) Concussão consumada (art. 316, CP), sendo irrelevante o fato de que tenha o agente obtido ou não o que exigiu da vítima, já que se trata de crime formal. d) Corrupção passiva própria, porque o ato funcional era, na origem, lícito, vez que o crédito existia. e) Advocacia administrativa (art. 321, CP), uma vez que o agente, valendo-se de sua qualidade de funcionário público, defende interesse privado perante a administração pública. 37-“J” apropria-se da importância pela qual deveria velar, em razão do cargo. Tão logo ajuizada a denúncia, em sua resposta prévia, prova a completa devolução aos cofres públicos do que alcançara: a) Só no peculato culposo a reparação do dano ganha relevo penal. b) No caso – peculato doloso – é possível cogitar-se de arrependimento posterior. c) No peculato doloso, a situação descrita de sorte alguma favorecerá J. d) J deve demonstrar que a reparação promovida espelha motivo idôneo. 38-Quem, na qualidade de funcionário público, exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, pratica: a) concussão b) prevaricação c) excesso de exação d) corrupção ativa 39-“A”, imputável, credor de “B”, comerciante, ante a recusa do devedor de pagar a dívida, mediante violência retira do bolso de “B” a respectiva importância. A hipótese descreve crime de: a) furto b) roubo c) constrangimento ilegal d) apropriação indébita e) exercício arbitrário das próprias razões 40-Relativamente aos crimes funcionais, é INCORRETO afirmar que: a) O excesso de exação configura-se quando o funcionário público exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório, que a lei não autoriza.

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b) O delito de corrupção passiva, previsto no artigo 317 do CP, é um exemplo de crime formal, e na modalidade de realização c) Caracteriza-se o peculato impróprio quando o funcionário público apropria-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em decorrência do cargo por ele exercido. d) O delito de concussão, embora considerado pela doutrina como crime próprio, admite a participação ou, até mesmo, a co-autoria entre o particular e o funcionário público. 41-O funcionário que deixa de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo, comete crime de: a) prevaricação b) omissão funcional criminosa c) condescendência criminosa d) advocacia administrativa 42-Para a ocorrência do crime de prevaricação, é necessário que o agente: a) aja para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. b) deixe de praticar ato de ofício. c) pratique o ato contra disposição expressa em lei. d) obtenha vantagem moral ou econômica. 43-Suponha que João tenha se utilizado de conduta fraudulenta para receber de Maria quantia que esta lhe devia e se negava a pagar voluntariamente. Nessa situação, a) João não cometeu crime. b) João cometeu crime de exercício arbitrário das próprias razões. c) João cometeu crime de estelionato. d) João cometeu crime de furto qualificado pela fraude. 44-Não se pode ser considerado próprio de funcionário público o crime de: a) concussão b) prevaricação c) corrupção ativa d) corrupção passiva 45-Kadjia, gerente de uma empresa pública, apropria-se de determinada quantia em dinheiro que lhe havia sido entregue por seu superior para o pagamento dos empregados. Ante tal fato, pode-se afirmar que Kadjia incorreu no tipo penal denominado: a) prevaricação b) peculato c) apropriação indébita d) concussão 46-Dentre os delitos abaixo arrolados, aponte a alternativa que contém apenas crimes praticados contra a administração da justiça: a) Desacato, motim de presos, sonegação de papel ou objeto de valor probatório. b) Desacato, denunciação caluniosa, falso testemunho. c) Resistência, arrebatamento de preso, exploração de prestígio. d) Favorecimento pessoal, denunciação caluniosa, exercício arbitrário das próprias razões. e) Resistência, patrocínio infiel, exercício arbitrário das próprias razões.

47-Considerando os crimes contra a administração pública, assinale a opção correta: a) O crime de concussão é formal, não se exigindo, para a sua consumação, a efetiva obtenção da indevida vantagem pelo agente. b) No crime de modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações, a ocorrência de dano à administração pública é mero exaurimento, configurando-se assim post factum impunível. c) Configura-se o crime de advocacia administrativa quando o funcionário público patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se de sua função. Em relação à pena aplicada, a legitimidade do interesse patrocinado é indiferente. d) Todos os crimes contra a administração pública admitem a tentativa e a modalidade culposa. 48-Empregado de uma empresa prestadora de serviços exercendo a função de digitador no núcleo de passaportes da Polícia Federal: a) não seria, para efeitos penais, considerado funcionário público. b) seria considerado funcionário público para efeitos penais, apenas, se sujeito ativo do crime. c) seria considerado funcionário público para efeitos penais, apenas, se sujeito passivo do crime. d) para efeitos penais amplos, ou seja, sujeito ativo ou sujeito passivo de crime, seria considerado funcionário público. 49-Em relação aos crimes contra a administração pública, assinale a alternativa INCORRETA: a) na hipótese de crime praticado por funcionário público contra a administração em gera, incide causa de aumento de pena se o autor é ocupante de cargo de direção em fundação instituída pelo poder público. b) praticar, deixar de praticar ou retardar ato de ofício em função de pedido ou influência de outrem constitui agravante especial do crime de corrupção passiva. c) não caracteriza o crime de resistência o ato de permanecer parado sem colaborar para a execução do ato legal. d) para a caracterização do crime de desobediência, não é necessário que o agente atue de forma comissiva. e) no crime de desacato exige-se a presença do dolo de ofender, humilhar ou desprestigiar, com o fim de atingir a dignidade da função do sujeito passivo. 50-Para efeitos penais, considera-se funcionário público quem exerce: a) cargo ou emprego público, mas não função pública transitória. b) emprego ou função pública, mas não cargo público remunerado. c) cargo, emprego ou função pública, ainda que sem remuneração. d) cargo ou função pública, mas não emprego público transitório. e) emprego ou função pública, mas não cargo público transitório.

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GABARITO

01-D 02-B 03-B 04-B 05-B 06-A 07-C 08-C 09-C

10-D 11-D 12-D 13-C 14-A 15-E 16-C 17-D 18-A

19-A 20-C 21-D 22-A 23-D 24-A 25-D 26-B 27-E

28-D 29-A 30-B 31-D 32-A 33-A 34-C 35-C 36-C

37-A 38-C 39-E 40-C 41-C 42-A 43-B 44-C 45-B

46-D 47-A 48-D 49-B 50-C

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