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5G Américas Séries de estudos TIC para o Desenvolvimento: As TIC em Desastres Naturais na América Latina

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5G Américas Séries de estudos TIC para o Desenvolvimento: As TIC em Desastres Naturais na América Latina

ÍNDICE

Índice ............................................................................................................................................. 2

Preâmbulo ..................................................................................................................................... 3

Introdução ..................................................................................................................................... 4

As TIC e Desastres Naturais ........................................................................................................... 8

o ciclo original de gestão de desastres e uma interpretação atual ........................................ 10

Perdas Totais e Seguradas em todo o mundo (1980-2013) .................................................... 12

Perdas econômicas em relação ao tamanho da economia (PIB) por grupo de renda, 1990-

2013 ......................................................................................................................................... 13

Desastres Naturais e as TIC na América Latina ........................................................................... 16

Frequência de catástrofes causadas por fenômenos naturais selecionados na América Latina

e no Caribe, 1970-2014 ........................................................................................................... 16

O Caribe e as TIC como Ajuda aos Desastres Naturais ................................................................ 22

Implementação das TIC em Desastres Naturais .......................................................................... 26

Argentina faz uso da tecnologia para prevenir catástrofes naturais ...................................... 26

Brasil ativa sistema de alerta SMS para desastres naturais no Paraná ................................... 28

Aplicativos par Smartphones alertam sobre terremotos na Costa Rica ................................. 30

As TIC auxiliando em casos de incêndios florestais no Chile .................................................. 32

México: mensagens de texto alertam sobre incidentes climáticos ........................................ 35

Olhando para o futuro... ............................................................................................................. 38

Termo de responsabilidade ......................................................................................................... 40

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PREÂMBULO

A América Latina é uma região onde realidades muito diferentes convergem em vários setores da sociedade. Os desafios do futuro incluem não apenas o trabalho de reduzir as diferenças em termos de desenvolvimento econômico, mas também atingir uma série de metas que envolvem a saúde, educação, segurança pública, estabilidade democrática e muitas outras áreas.

Essas metas também incluem a adoção de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Esse desenvolvimento é horizontal, ou seja, permite uma convergência entre os trabalhos realizados por diferentes setores para potencializar e melhorar a qualidade de vida das populações dessa região.

A BrechaCero.com nasceu com esse enfoque, especialmente no uso de redes sem fio. BrechaCero.com é um blog da 5G Americas que dissemina e promove essas iniciativas. O blog, de acesso gratuito, apresenta informações sobre as várias iniciativas, tendências e serviços que estão usando a tecnologia para melhorar a vida do povo latino-americano. Além disso, o blog apresenta colunas e entrevistas de analistas e profissionais do setor.

As atividades da BrechCero.com também incluem a produção de vários documentos que analisam temas específicos. Esses documentos divulgam informações detalhadas sobre o uso da TIC para potencializar o desenvolvimento de vários setores verticais e representam uma fonte de consulta permanente.

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INTRODUÇÃO

A América Latina é composta por um grande número de países que possuem características semelhantes. Do ponto de vista econômico, esses mercados estão localizados dentro do grupo dos emergentes mundiais, além de contar com padrões culturais e sociais que se assemelham. Mesmo assim, existem diferenças pontuais entre essas nações, tornando-as únicas.

Embora os diferentes países que compõem a região tenham diferentes desafios geográficos, a possibilidade de catástrofes constitui um alerta constate. As autoridades da região adotaram diferentes estratégias para enfrentar os desafios materiais deste tipo de evento. Entre elas podemos destacar as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), que geram uma oportunidade para melhorar a qualidade de vida de diferentes modos.

Os desastres naturais ocorrem espontaneamente, causando danos materiais à infraestrutura, habitações e à população. A capacidade dos governos de prevenir ou reagir de forma rápida e ordenada a desastres que não podem ser antecipados é fundamental para ajudar os cidadãos afetados a recompor suas vidas de maneira efetiva.

De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR), “o desastre é um evento repentino e imprevisto que causa danos, perdas e cessação temporária de atividades em uma determinada área e afeta grande parte da população”1. O órgão classifica os desastres em dois grupos: aqueles que são causados por fenômenos naturais e aqueles derivados de atividades humanas”2.

Este tipo de desastre gera impactos negativos nas áreas afetadas em todos os sentidos. Desde perda de vidas, lesões corporais, perda de bens, danos à infraestrutura local e até a interrupção de serviços essenciais. Da mesma forma, é comum que esses eventos afetam a ordem pública e o comportamento social; impulsionado principalmente por uma degradação das condições de habitação e de trabalho, levando a uma deterioração da qualidade de vida.

1 Em “Impacto de desastres na América Latina e no Caribe, 1990 - 2013”. Pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR). Em http://www.unisdr.org/files/48578_impactodesastresamericalatinacaribe.pdf 2 Em “Impacto de desastres na América Latina e no Caribe, 1990 - 2013”. Pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR). Em http://www.unisdr.org/files/48578_impactodesastresamericalatinacaribe.pdf

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Desta forma, as diferentes catástrofes naturais podem atrasar significativamente os trabalhos do setor público de aumentar o desenvolvimento social. Esses tipos de eventos obrigam as autoridades a realocarem recursos destinados a melhorar as condições de vida para a reconstrução da área afetada.

De acordo com o UNISDR no “Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres 2015-2030”3 , “mais de 700 mil pessoas perderam a vida, mais de 1,4 milhões sofreram lesões e cerca de 23 milhões ficaram desabrigadas” durante desastres naturais4. O relatório também revela que “mais de 1,5 bilhão de pessoas foram afetadas por desastres de diversas maneiras, sendo que mulheres, crianças e a população vulnerável foram afetadas desproporcionalmente”5.

O estudo também observa que “entre 2008 e 2012, 144 milhões de pessoas foram deslocadas por desastres”6. Além disso, “as informações existentes indicam que, em todos os países, o grau de exposição de pessoas e bens aumentou mais rapidamente em proporção com a queda de vulnerabilidade”7

Para reduzir os níveis de exposição e vulnerabilidade, o setor público deve implementar um trabalho preventivo multissetorial. Isto significa que deve as autoridades devem considerar e planejar para futuros desastres, adotando diferentes abordagens para trabalhar em conjunto com a população.

Nesse cenário, as TIC são apresentadas como um dos setores que podem melhorar a vida dos cidadãos afetados por catástrofes. Seja do ponto de vista preventivo, utilizando a tecnologia para antecipar grandes tempestades ou terremotos, ou para orientar a população durante o desastre, organizar equipes de resgate e comunicar ao reunir recursos fundos para ajudar os afetados.

3 Em “Marco de Sendai para Redução do Risco de Desastres 2015-2030”. Nações Unidas. Em http://www.eird.org/americas/noticias/docs/Sendai-Framework-for-Disaster-Risk-Reduction-2015-2030.pdf 4 Em “Marco de Sendai para Redução do Risco de Desastres 2015-2030”. Nações Unidas. Em http://www.eird.org/americas/noticias/docs/Sendai-Framework-for-Disaster-Risk-Reduction-2015-2030.pdf 5 Em “Marco de Sendai para Redução do Risco de Desastres 2015-2030”. Nações Unidas. Em http://www.eird.org/americas/noticias/docs/Sendai-Framework-for-Disaster-Risk-Reduction-2015-2030.pdf 6 Em “Marco de Sendai para Redução do Risco de Desastres 2015-2030”. Nações Unidas. Em http://www.eird.org/americas/noticias/docs/Sendai-Framework-for-Disaster-Risk-Reduction-2015-2030.pdf 7 Em “Marco de Sendai para Redução do Risco de Desastres 2015-2030”. Nações Unidas. Em http://www.eird.org/americas/noticias/docs/Sendai-Framework-for-Disaster-Risk-Reduction-2015-2030.pdf

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No entanto, também devemos lembrar que a infraestrutura dos diferentes serviços associados às TIC e às telecomunicações é frequentemente afetada neste tipo de catástrofe. Essa situação exige um esforço duplo do setor, que, além de implementar o serviço em benefício da população, também precisa realizar trabalhos preventivos para restabelecer seu funcionamento.

Isso é muito importante, pois “o acesso à informação é essencial em todas as etapas derivadas de uma emergência. No caso de grandes catástrofes, o acesso à informação é tão importante quanto a disponibilidade de água potável, comida ou abrigo, crucial para salvar vidas”8. Neste contexto, as TIC, especialmente as tecnologias móveis que, por sua alta penetração de serviços, permitem alcançar uma maior gama da população, são apresentadas como uma grande oportunidade para difundir informações com rapidez e precisão na comunidade. Da mesma forma, os serviços de banda larga móvel aumentam a oportunidade de levar informações à população.

Para desenvolver iniciativas baseadas nessas tecnologias efetivamente, precisamos de uma boa conectividade para os serviços de banda larga. A possibilidade de acessar serviços de telecomunicações, sem dúvida potencializa as opções de transmitir informações de maneira eficiente. Para isso, as autoridades devem oferecer condições favoráveis para a implantação das tecnologias, incentivando o desenvolvimento da banda larga em cada mercado.

Portanto, as políticas públicas destinadas a aumentar a cobertura dos serviços de banda larga e incentivar a adoção das TIC são de suma importância. Conforme explicado anteriormente, as tecnologias sem fio são ainda mais importantes nesse sentido, porque suas características oferecem uma maior cobertura populacional, aumentando as possibilidades ao acesso.

Dentro dessas tecnologias, a LTE se destaca devido à sua capacidade de suportar aplicações robustas e transmitir dados em tempo real. Para esse tipo de tecnologia se desenvolver adequadamente no mercado, as autoridades precisam criar as condições necessárias para sua evolução. A disponibilidade de espectro de rádio para serviços de banda larga móvel, bem como a redução de obstáculos burocráticos na implementação de redes de telecomunicações fixas e móveis, são aspectos especialmente importantes. 8 Em “As TIC e a prevenção de desastres naturais”. Por Javier de Pedro Carracedo. http://sinae.gub.uy/wps/wcm/connect/pvsinae/d4063783-e7a5-471e-b121-749136764083/Las+TIC+en+la+prevencion+de+desastres+naturales.pdf?MOD=AJPERES&CONVERT_TO=url&CACHEID=d4063783-e7a5-471e-b121-749136764083

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Essas iniciativas são necessárias para aumentar a adoção desse tipo de tecnologia no mercado. Além disso, os governos devem reduzir impostos sobre dispositivos de acesso e componentes de infraestrutura são necessários para facilitar o acesso da população e, consequentemente, aumentar a abrangência das informações e os sistemas de alerta de desastres naturais.

De acordo com dados da Ovum, divulgados pela 5G Americas, a América Latina encerrou o 1T17 com 699 milhões de linhas móveis, das quais 140 milhões foram conexões LTE. Espera-se que até o final de 2017 a região registra 171 milhões de conexões usando essa tecnologia, representando uma participação de mercado de 24%.

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AS TIC E DESASTRES NATURAIS

A prevenção de ou reação a um desastre natural numa determinada área pode ser muito mais eficiente com a incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), através de aplicativos móveis, programas de comunicação ou informativos para a população.

Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), “os desastres são o resultado de uma combinação de dois fatores: a) fenômenos naturais capazes de desencadear processos que causam danos físicos e perda de vidas e bens e b) a vulnerabilidade das pessoas em assentamentos”. 9 Esses fenômenos tendem a alterar as condições de vida dos habitantes, a mudar a estrutura das cidades, afetar os meios de produção e, portanto, a economia.

O órgão enfatiza que os desastres naturais afetam a população de diferentes formas. “Enquanto alguns se originam em fenômenos violentos ou inesperados, como terremotos, outros são de evolução lenta, como as secas”10. No entanto, a Comissão enfatiza que “eles têm um efeito negativo sobre as sociedades e as economias e, dependendo da intensidade e da duração, podem afetar o fornecimento de alimentos ou serviços essenciais à população”11.

Neste contexto, qualquer país está exposto a eventos naturais que podem impactar negativamente no desenvolvimento socioeconômico. No entanto, nessas situações um alto nível de vulnerabilidade populacional também deve estar presente para que isso se torne um desastre. Ou seja, os países com o maior número de pessoas com necessidades básicas não atendidas correm maior risco de sofrer em um desastre natural.

De acordo com a Plataforma Mundial para a Redução e Recuperação de Desastres (GFDRR, em inglês), do Banco Mundial, “cada desastre é único, mas cada um traz ações individuais e governamentais em níveis distintos, que de forma diferente

9 Em “Manual para Avaliação de Desastres”. Por CEPAL. Em http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/35894/S2013806_es.pdf?sequence=1 10 Em “Manual para Avaliação de Desastres”. Por CEPAL. Em http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/35894/S2013806_es.pdf?sequence=1 11 Em “Manual para Avaliação de Desastres”. Por CEPAL. Em http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/35894/S2013806_es.pdf?sequence=1

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teria resultado em menos mortes e danos. A prevenção é possível, e este relatório examina o que é necessário para realizá-la de forma econômica”12.

Este último ponto deve ser identificado pelos governos da América Latina, por que a maioria dos países dessa região é emergente e, portanto, grande parte de sua população está em situação vulnerável. Em outras palavras, a possibilidade de um evento natural violento na região tornar-se um desastre natural é maior.

A fim de lidar com as perdas que as catástrofes naturais causam, os governos normalmente tenham planos para administrar o risco de desastres. Em geral, os países têm leis e departamentos criados para responder a este tipo de evento. Segundo a ONU, “o conceito de defesa civil surgiu após o bombardeio de áreas civis na Primeira Guerra Mundial e, em 1935, o Ministério do Interior do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte criou um Serviço de Defesa Civil”13.

Esta abordagem foi mantida até depois da Segunda Guerra Mundial, e os órgãos de Defesa Civil passaram a proteger a população de novas ameaças, como inundações, terremotos e tempestades. Eles também são atentos a alguns atos de guerra, como uma catástrofe nuclear ou ataque terrorista. Estes órgãos passaram a influenciar a gestão do risco de desastres, para auxiliar a população durante este tipo de evento.

Para garantir uma resposta eficiente para esse tipo de evento, que tendem ser espontâneos, cada governo deve implementar um alto nível de treinamento através dos órgãos responsáveis. Em paralelo com a evolução desses órgãos, os governos também criaram várias leis para estes eventos, tanto para prevenção de desastres quanto para administrar os recursos necessários para auxiliar a população.

Durante o ano de 1975, “foi apresentado o chamado ciclo de gestão de desastres, adotado como um conceito pragmático em que as atividades para reduzir o risco e garantir a preparação, resposta e recuperação foram delineadas como quatro fases

12 Em “Perigos naturais, desastres evitáveis. A economia da prevenção efetiva” Pelo Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento/Banco Mundial. Em https://www.gfdrr.org/sites/default/files/publication/peligros-naturales-desastres-evitables-2010.pdf 13 Em “Rumo ao desenvolvimento sustentável: O futuro da gestão de riscos de desastres. Relatório de Avaliação Global sobre Redução de Risco de Desastres”. Pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR).

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de um processo cíclico”14. No gráfico a seguir, podemos observar quais são os ciclos para a gestão de desastres.

O CICLO ORIGINAL DE GESTÃO DE DESASTRES E UMA INTERPRETAÇÃO ATUAL15

No final do século anterior, a maioria dos países desenvolvidos, assim como alguns emergentes, tinham diferentes regulamentos e leis para a administração de riscos e desastres. Os países mais desenvolvidos apresentam melhores resultados ao implementar seus planos de contingência. Eles mudaram da gestão de emergências para a administração em grupos de desastres.

Essas iniciativas foram refletidas em vários países emergentes. Eles foram auxiliados por “algumas organizações multilaterais, como a Comissão Europeia (ECHO), o PNUD (Diretoria para a Prevenção e Recuperação de Crises) e o Banco

14 Em “Rumo ao desenvolvimento sustentável: O futuro da gestão de riscos de desastres. Relatório de Avaliação Global sobre Redução de Risco de Desastres”. Pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR). 15 Em “Rumo ao desenvolvimento sustentável: O futuro da gestão de riscos de desastres. Relatório de Avaliação Global sobre Redução de Risco de Desastres”. Pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR).

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Mundial (GFDRR)”16. Além disso, essas instituições “criaram unidades especializadas que combinavam funções de gestão de emergências e medidas para recuperação pós-desastre com atividades destinadas a reduzir o risco de desastres”17.

Neste contexto, o UNISDR implantou o Quadro de Ação Hyogo (HFA, em inglês), um plano internacional aprovado em Janeiro de 2005 por 168 Estados membros das Nações Unidas em Kobe, no Japão. O objetivo deste documento é reduzir as perdas humanas e materiais causadas por desastres. Sua aplicação serviu para melhorar, consolidar e legitimar a gestão dos riscos de desastres a nível global.

Os três objetivos estratégicos do HFA refletem implicitamente a lógica do ciclo de gestão de desastres. Sua principal função é de fortalecer as instituições encarregadas de responder a esses eventos que, a partir da implementação de vários mecanismos, buscam minimizar a perda de vidas, de bens e da infraestrutura nacional.

A adoção destes tipos de programas, instituições e procedimentos ajudou a reduzir as perdas econômicas em termos relativos, principalmente nos países desenvolvidos. No entanto, embora os países emergentes não apresentam as maiores perdas econômicas em termos absolutos, eles enfrentam mais dificuldade na fase de recuperação pós-desastre.

Os países desenvolvidos mantenham procedimentos e investimentos preparativos que garantem os investimentos necessários para efetivamente reduzir as perdas associadas com desastres e aumentar o prazo de recuperação. Além disso, as populações desses países possuem um sistema de assistência social mais robusto. A situação é oposta nos países emergentes, embora os países com maior exposição a esse tipo de ameaça estão melhor preparados para esse tipo de contingência.

De acordo com a CEPAL, “existe uma inter-relação entre o grau de impacto e os problemas presentes nos países em diversas áreas (sociais, políticas, ambientais, de saúde, financeira ou outras), o que pode prejudicar a capacidade de resposta e

16 Em “Rumo ao desenvolvimento sustentável: O futuro da gestão de riscos de desastres. Relatório de Avaliação Global sobre Redução de Risco de Desastres”. Pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR). 17 Em “Rumo ao desenvolvimento sustentável: O futuro da gestão de riscos de desastres. Relatório de Avaliação Global sobre Redução de Risco de Desastres”. Pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR).

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resiliência afetando negativamente o progresso”18. Com uma gestão de risco adequada, os governos conseguem antecipar esses problemas e reduzir seus efeitos negativos. .

PERDAS TOTAIS E SEGURADAS EM TODO O MUNDO (1980-2013)19

De acordo com a UNISDR, “o risco de perdas econômicas causadas por ciclones aumentou 265% na OCDE, 181% na África subsaariana e 150% em todas as outras regiões desde 1980. O aumento foi maior em países de alta renda (262%) do que nos países de renda média/alta (165%), de renda média (152%) e de baixa renda (155%)”20. De acordo com o gráfico abaixo, com dados do Munich Reinsurance, as perdas seguradas atingiram uma média anual de US$ 200 bilhões em 2012.

Do mesmo modo, quando as perdas econômicas absolutas são ajustadas às receitas geradas por país, a situação é mais desfavorável para os emergentes. Esta

18 Em “Manual para Avaliação de Desastres”. Por CEPAL. Em http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/35894/S2013806_es.pdf?sequence=1 19 Em “Rumo ao desenvolvimento sustentável: O futuro da gestão de riscos de desastres. Relatório de Avaliação Global sobre Redução de Risco de Desastres”. Pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR). 20 Em “Rumo ao desenvolvimento sustentável: O futuro da gestão de riscos de desastres. Relatório de Avaliação Global sobre Redução de Risco de Desastres”. Pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR).

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situação mostra que vários países precisam aumentar seus programas de previsão, infraestrutura, serviços sociais e desenvolvimento econômico.

PERDAS ECONÔMICAS EM RELAÇÃO AO TAMANHO DA ECONOMIA (PIB) POR GRUPO DE RENDA, 1990-201321

As TIC têm uma presença importante entre os diversos setores afetados pela gestão de desastres. As suas funções variam desde alertas antecipados, com funções que variam da coleta e processamento de dados de vários canais, e alertas para a população através de diferentes meios de comunicação, até e a coleta e gestão de dados após a catástrofe, onde a tecnologia, comunicação e conectividade são fundamentais para mitigar possíveis perdas.

Desta forma, as TIC são parte necessário do sistema para conduzir um programa nacional de gestão de desastres. A população precisa ter acesso à tecnologia para otimizar o trabalho dos órgãos nacionais encarregadas com a gestão de desastres. Mais especificamente, a população precisa de alguma conexão à Internet, o que permite ter mais informações sobre possíveis eventos críticos.

21 Em “Rumo ao desenvolvimento sustentável: O futuro da gestão de riscos de desastres. Relatório de Avaliação Global sobre Redução de Risco de Desastres”. Pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR).

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Assim, os governos devem assegurar que a maioria da população esteja conectada a serviços de banda larga. Isso também serve para levar implementar planos de contingência, com a possibilidade de notificar simultaneamente um grande número de cidadãos, e planos que permitem recompor as comunicações em áreas afetadas.

Assim, maior conectividade em cada um dos mercados seria um elemento crucial no processo de gestão de risco. Nesse sentido, os governos, além de prepararem suas instituições e programas para estes eventos, devem incentivar a implementação de redes de telecomunicações oferecendo serviços de banda larga sem fio.

A banda larga permite oferecer cobertura com um investimento menor, ou seja, a banda larga móvel consegue atingir áreas mais distantes dos grandes centros urbanos de maneira mais rápida. Tecnologias como a LTE também têm oferecem altas velocidades de download de dados e uma conectividade robusta, facilitando não apenas o acesso da população, mas também de dispositivos conectados para monitorar diferentes elementos da natureza.

Em outras palavras, a inclusão da Internet das Coisas (ou IoT, por sua sigla em inglês) amplia o universo de dados monitorados pelos órgãos encarregados de alertar a população de desastres naturais. Estes sistemas também podem ser úteis para coletar informações durantes os trabalhos de oferecer assistência à população.

No entanto, para facilitar o acesso à banda larga sem fio, cada governo deve disponibilizar espectro de rádio para os diferentes agentes do setor. Ou seja, é necessário liberar as radiofrequências recomendadas pela UIT para o desenvolvimento de serviços de banda larga móvel (um total de 1960 MHz por mercado até 2020).

Além disso, é importante reduzir a carga tributária no setor das telecomunicações. Isso se refere às cargas tributárias sobre os componentes que fazem parte da rede, e aqueles que pesam sobre os dispositivos de acesso. Ambas as medidas são necessárias para aumentar a penetração dos serviços de banda larga móvel no mercado.

Por outro lado, as autoridades também devem facilitar a implantação de redes de telecomunicações nos diferentes mercados. A burocracia para a implementação

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deste tipo de infraestrutura deve ser reduzida para oferecer a segurança jurídica exigida pela indústria ao fazer investimentos dessa magnitude.

Ou seja, o trabalho dos governos para melhorar seus processos de gestão de desastres deve também incentivar o setor de telecomunicações. As políticas destinadas a melhorar as condições de comunicação são cruciais tanto para prevenir desastres quanto para responder às suas consequências.

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DESASTRES NATURAIS E AS TIC NA AMÉRICA LATINA

Os diversos países da América Latina apresentam características culturais e socioeconômicas similares. De modo geral, eles fazem parte do grupo de países emergentes e tendem a ter zonas vulneráveis que são mais suscetíveis a catástrofes, especialmente os desastres naturais.

Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), “os desastres são o resultado de fenômenos naturais que desencadeiam processos que causam danos físicos e perda de vidas e bens, enquanto perturbam o cotidiano de comunidades e indivíduos e a atividade econômica dos territórios afetados”22. Quando acontece esse tipo de evento, é essencial já contar com procedimentos, regulamentos e organizações capazes de mitigar as consequências.

Desde o terremoto de Manágua (Nicarágua) em Dezembro de 1972, a CEPAL trabalhou em mais de “90 estimativas dos efeitos sociais, ambientais e econômicos dos impactos de catástrofes em 28 países da região”23. Em todos os desastres avaliados pelo órgão supranacional, até 2011 foram registrados “aproximadamente 310.000 mortes e 30 milhões de pessoas afetadas, a um custo de 213.000 milhões de dólares, baseado em preços de 2000”24.

A maioria destes desastres tem origem climática ou geofísica, resultando em outras perdas associadas aos riscos extensivos, isto é, são eventos de pequena escala, mas causam muitos danos. Este tipo de fenômeno contribuiu para “mais da metade da perda de vidas humanas e 90% das pessoas afetadas (115 milhões)”25.

FREQUÊNCIA DE CATÁSTROFES CAUSADAS POR FENÔMENOS NATURAIS SELECIONADOS NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE, 1970-201426

22 Em “Manual para Avaliação de Desastres”. Por CEPAL. Em http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/35894/S2013806_es.pdf?sequence=1n 23 Em “Manual para Avaliação de Desastres”. Por CEPAL. Em http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/35894/S2013806_es.pdf?sequence=1n 24 Em “Manual para Avaliação de Desastres”. Por CEPAL. Em http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/35894/S2013806_es.pdf?sequence=1n 25 Em “Diretrizes e recomendações para a implantação do Quadro Sendai para a Redução do Risco de Desastres no Setor Agrícola e Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e no Caribe”. Pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR). Em http://www.unisdr.org/files/50526_lineaminetos061016.pdf 26 Em “Diretrizes e recomendações para a implantação do Quadro Sendai para a Redução do Risco de Desastres no Setor Agrícola e Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e no Caribe”. Pelo

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De acordo com a UNISDR, a maioria das catástrofes que afetam a região estão relacionadas ao clima. É importante lembrar que no índice de risco climático global de 2015, 5 países da América Latina e Caribe estão entre os 10 países mais suscetíveis a estes eventos. Além disso, o órgão enfatiza que “entre 1975 e 2000, a população que vive em extrema pobreza representa 68% das mortes causadas por desastres”27.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), entre 2005 e 2012 as catástrofes naturais tomaram 240 mil vidas na América Latina, e afetaram mais de 57 milhões de pessoas. Em termos materiais, a região sofreu um prejuízo de US$ 85 bilhões nesse período28.

Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR). Em http://www.unisdr.org/files/50526_lineaminetos061016.pdf 27 Em “Diretrizes e recomendações para a implantação do Quadro Sendai para a Redução do Risco de Desastres no Setor Agrícola e Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e no Caribe”. Pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR). Em http://www.unisdr.org/files/50526_lineaminetos061016.pdf 28 Em “ Proteção do Desenvolvimento conta Desastres O apoio da PNUD ao Quadro de Ação Hyogo. Pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas.

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O PNUD trabalha em 23 países da região, onde menos 5 sistemas de alerta preventivo foram implantados (inclusive no Haiti). Além disso, atividades como programas de gestão de riscos urbanos, colaboração com o desenvolvimento de órgão institucionais para a gestão de desastres e apoio para a elaboração de regulamentações foram desenvolvidas em outros 9 países da América Latina.

Do ponto de vista da agência, as autoridades e os cidadãos devem assumir o compromisso de se protegerem contra esses eventos catastróficos. Para isso, eles devem se tomar medidas preventivas que contemplam uma grande variedade de fatores socioeconômicos e ambientais. Além disso, esse trabalho deve incluiu vários setores, focando no desenvolvimento humano sustentável.

De acordo com o PNDU, existem três fatores centrais na prevenção de riscos: o conhecimento e comunicação de risco; a redução de risco; e a gestão de riscos residuais. Com esses fatores, os países podem planejar as medidas necessárias para evitar os riscos e implementar mecanismos para mitigá-los.

As TIC estão presentes como fator crítico em várias dessas medidas, ajudando a preparar a população para enfrentar desastres. Ou seja, “na gestão de riscos, a tecnologia é um fator de grande relevância. Desde seu uso para fins técnicos e científicos para o conhecimento, previsão e prognóstico de ameaças, torna-se um aliado de grande valor”29.

De acordo com as etapas propostas pelo PNDU para conhecimento e comunicação de risco, os dispositivos conectados podem disseminar em tempo real todas as

29 Em "As TIC e a gestão de risco de desastres". Por Mario Fernández Arce e Alfredo Chavarría Córdoba. Em http://www.prosic.ucr.ac.cr/sites/default/files/recursos/cap8_2012.pdf

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alertas das agências encarregados de informar a população, usando diferentes aplicativos móveis para manter os cidadãos informados de qualquer evento de risco.

Durante o trabalho de redução de risco, as TIC também podem manter a conectividade das equipes de resgate e ajudar os cidadãos com os procedimentos necessários para evitar problemas ainda maiores. Quando a pior fase do desastre passou, os governos podem usar as TICs para coletar, classificar e organizar a ajuda humanitária vindo de outros setores, e os sistemas de monitoramento aumentam a transparência na distribuição de doações.

Ou seja, devido à complexidade da gestão destes eventos, “é possível dizer que o uso de tecnologias é amplo e inclui muitas áreas e fatores. A instrumentação e muitas outras técnicas utilizadas em campo como a geologia, meteorologia, geodésia, hidrologia, sismologia, vulcanologia, física, geografia, oceanografia e até mesmo a engenharia civil, informática, química e comunicação, são úteis”30.

Da mesma maneira, a banda larga seria necessária para a transmissão massiva de dados, melhorando a comunicação e a coleta de informações. Além de permitir a comunicação entre diferentes organizações do mundo inteiro, a banda larga também viabiliza uma troca de informações essenciais para prevenir e antecipar eventos catastróficos.

As redes sociais também contribuem para o trabalho das agências que trabalharam para prevenir e responder a desastres. Em relação à prevenção, as TICs são muito úteis para atingir um número muito grande de pessoas e disseminar informações antes do desastre ocorrer. A durante a fase de mitigação de perdas, as TICs podem ser usadas para organizar o envio de assistência e coletar doações.

Portanto, a Internet é “um recurso de grande relevância no que diz respeito aos sistemas de alerta para ameaças em diversos âmbitos, incluindo o global, e provou ser útil para ações cruciais como a disseminação de mapas interativos, identificando e buscando as vítimas e desaparecidos e reunindo famílias durante

30 Em "As TIC e a gestão de risco de desastres". Por Mario Fernández Arce e Alfredo Chavarría Córdoba. Em http://www.prosic.ucr.ac.cr/sites/default/files/recursos/cap8_2012.pdf

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emergências”31. As TICs criam redes de comunicações em emergências, que geralmente são de grande ajuda a nível nacional, regional e global.

Os serviços de banda larga permitem disseminar informações imediatamente para uma grande parte da população, e as agências encarregadas de gerenciar os riscos conseguem receber um feedback com informações da população afetada. No entanto, essas funções podem ser reduzidas se as redes foram afetadas pelo desastre, por isso é importante que os governos tenham planos de contingência para mantê-las ativas e melhorar a comunicação em áreas afetadas.

Por outro lado, os serviços móveis são uma das ferramentas mais versáteis e adaptáveis devido às suas próprias características. A banda larga sem fio é útil para a transmissão de informações por parte da população afetada, ou através de dispositivos de monitoramento remoto. Essas informações são disponibilizadas para as autoridades responsáveis pela gestão de risco de desastres, e permitem tomar decisões apropriadas em cada situação específica.

É importante ressaltar que a operação dos serviços móveis requer a manutenção de sua infraestrutura durante o desastre natural. “A União Internacional das Telecomunicações (UIT) apoia o desenvolvimento de protocolos nacionais para a restituição imediata dos serviços básicos de comunicações às suas condições anteriores ao evento. No entanto, isso representa desafios pontuais, e recomenda-se o uso de estações terrestres de emergência, que atendem à necessidade de comunicação durante emergências em janelas de tempo restritas”32.

As autoridades devem considerar como os serviços móveis podem melhorar as condições de trabalho durante um evento dessa natureza. É por esta razão que, durante a fase preventiva, é essencial desenvolver estratégias para garantir a conectividade.

Neste contexto, a disponibilidade de espectro de rádio para serviços de banda larga móvel é um fator muito importante, especialmente o espectro na banda de 700 MHz , necessária para a implantação de serviços LTE e que oferece maior cobertura em áreas rurais e outras regiões afastadas dos grandes centros urbanos.

31 Em "As TIC e a gestão de risco de desastres". Por Mario Fernández Arce e Alfredo Chavarría Córdoba. Em http://www.prosic.ucr.ac.cr/sites/default/files/recursos/cap8_2012.pdf 32 Em "As TIC e a gestão de risco de desastres". Por Mario Fernández Arce e Alfredo Chavarría Córdoba. Em http://www.prosic.ucr.ac.cr/sites/default/files/recursos/cap8_2012.pdf

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Por sua vez, a banda de 2.500 MHz é uma alternativa para o desenvolvimento desta tecnologia de acesso em cidades densamente povoadas.

As autoridades também precisam reduzir a burocracia para a implantação de redes de telecomunicações. As operadoras precisam de regras claras para desenvolver suas infraestruturas e garantir a eficiência. É importante ressaltar que os países da região possuem regras pouco claras para a instalação destas redes, gerando incerteza e desconfiança entre os investidores.

Por outro lado, o desenvolvimento eficiente do setor também requer a redução da carga tributária sobre os componentes de redes e dispositivos de acesso, garantindo assim o acesso da população a essas tecnologias. Com a redução tributária, seria possível reduzir o preço dos terminais, tornando-os mais acessíveis para a população e aumentando sua adoção. A possibilidade de uma maior parcela da população ter acesso a, por exemplo, smartphones, seria uma política importante para divulgar informações sobre eventos que podem se tornar desastres naturais.

As autoridades também devem incentivar a implantação de aplicativos destinados a informar a população sobre possíveis desastres naturais. O desenvolvimento de habilidades técnicas, em eventos como hackathons, pode ser uma forma de acelerar o desenvolvimento desses aplicativos. Esses aplicativos são ferramentas positivas por que aproveitam do fato que as pessoas já conhecem os serviços móveis, e podem ser usadas para disseminar informações sobre possíveis eventos catastróficos.

Desta forma, a crescente penetração dos serviços de banda larga móvel e sem fio seria uma alternativa eficiente para melhorar a atuação das autoridades durante desastres naturais. As opções disponíveis para coletar, analisar e distribuir informações nas etapas preventivas, e de auxiliar e recompor as áreas afetadas, são fatores críticos durante esse tipo de evento, e são estratégicas cruciais para garantir um nível de conectividade que cobre a maior parte da população.

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O CARIBE E AS TIC COMO AJUDA AOS DESASTRES NATURAIS

Todo ano, cada um dos países e regiões que compõem a América Latina e o Caribe enfrentam diferentes catástrofes naturais. Eles são de intensidades variadas e provêm de fenômenos diferentes que geralmente causam danos materiais e humanos significativos. A região do Caribe possui características muito específicas.

A região sofreu catástrofes de relevância mundial, como foi o caso do terremoto no Haiti em 2010, e também passou por diversos furacões que punem a região todos os anos, e cada desastre natural apresenta fatores muitos específicos. De acordo com a CEPAL, esses eventos tomaram 227.965 vidas humanas entre 1972 e 2010 e afetaram mais de 6 milhões de pessoas33.

Por outro lado, os Estados do Caribe se veem obrigados a gastarem grandes somas de dinheiro na reconstrução e com a assistência humanitária devido a esses fenômenos. Para administrar essas despesas, o Caribbean Catastrophe Risk Insurance Facility (CCRIF) foi criada pela Caricom foi criada em 2007, com ajuda do Banco Mundial. Desde sua criação, a agência contribuiu com mais de US$ 69 milhões, distribuídos para 10 países do Caribe em menos de 14 dias da ocorrência de alguma catástrofe34.

As catástrofes naturais estão presentes nas diferentes políticas TIC supranacionais do Caribe. Em seu plano de ação TIC e como objetivo para a evolução da comunidade evolua como parte da Sociedade da Informação, uma das metas estabelecidas pela CARICOM foi a recuperação dos vários desastres naturais.

A Associação das Organizações Nacionais de Telecomunicações do Caribe (CANTO) também mantém um plano de recuperação em desastres (ou Plano de Recuperação em Desastres, PRD). O plano destaca práticas internacionais para garantir que, quando afetadas por algum desastre, as operações de seus membros estão fora do ar pelo menor prazo possível. O objetivo é oferecer mais segurança para seus clientes, funcionários e partes interessadas.

O PRD das telecomunicações está focado na mitigação, preparação, resposta e reabilitação deste tipo de fenômeno. Do mesmo modo, a CANTO está trabalhando

33 Em "Estimativa dos efeitos de desastres na América Latina, 1972-2010". Por Omar Bello, Laura Ortiz e Joseluis Samaniego. CEPAL. Em http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/37104/S2014127_es.pdf?sequence=1 34 En Caribbean Catastrophe Risk Insurance Facility (CCRIF) http://www.ccrif.org/content/about-us

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para implementar todos os regulamentos e acordos internacionais relevantes para melhorar os procedimentos da recuperação de desastres naturais.

Como pode ser visto, existem diferentes organizações transnacionais com planos específicos para lidar com os desastres naturais. Do mesmo modo, as diversas catástrofes no Caribe causam perdas humanas e materiais significantes. De acordo com as Nações Unidas, o caso emblemático do terremoto no Haiti em 2010 deixou 222.570 vítimas e US$ 7.754 bilhões em danos materiais35.

Esta situação levou organizações como a Cruz Vermelha Internacional a implantar sistemas de ajuda especiais para as populações de locais afetados. Após esse evento catastrófico, a organização desenvolveu uma ferramenta baseada em um leitor de código de barras e um software que pode ser instalado em um laptop. Essa solução reduziu a verificação de cada pessoa de três minutos à dois segundos, melhorando muito os processos de distribuição de assistência36.

Enquanto estava no país, a Cruz Vermelha Internacional, com a ajuda da Universidade de Washington em Seattle, implantou um conjunto de aplicativos para telefones celulares que permitem registrar os beneficiários, coletar de dados, registrar fotografias, vídeos e coordenadas de GPS e obter dados do leitor de código de barras, e armazenar essas informações na nuvem. O aplicativo mudou radicalmente como as pessoas trabalham dentro da Cruz Vermelha, melhorando o processo de distribuição de ajuda37.

Outro evento natural que causa catástrofes no Caribe são os Furacões. Na luta contra as perdas sofridas por empresas da região, a Digicel lançou um produto de Recuperação de Desastres como Serviço (DRaaS) para aumentar a segurança dos dados de pequenas e médias empresas em caso de perda física da informação.

A solução é baseada em nuvem e os clientes podem proteger informações vitais usando um sistema de recuperação e replicação de dados. Dessa forma, as empresas contam com proteção de dados em tempo real de qualquer ambiente em nuvem físico ou virtual nos centros de dados Digicel Tier III hospedados no Caribe. Os funcionários dessas empresas conseguem acessar suas áreas de trabalho em

35 Em "O terremoto no Haiti deixou um saldo de 222.570 mortes e US $ 7.754 milhões em perdas". América Economia. https://www.americaeconomia.com/politica-sociedad/politica/terremoto-en-haiti-dejo-un-saldo-de-222570-muertos-y-us7754m-en-perdidas 36 Em "A Cruz Vermelha trabalha para aprender sobre o potencial das TIC". Brecha Cero. Entrevista com Lorenzo Violante http://brechacero.com/la-cruz-roja-trabaja-en-aprender-del-potencial-de-las-tic/ 37 Em "A Cruz Vermelha trabalha para aprender sobre o potencial das TIC". Brecha Cero. Entrevista com Lorenzo Violante http://brechacero.com/la-cruz-roja-trabaja-en-aprender-del-potencial-de-las-tic/

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questão de minutos, garantindo a continuidade dos negócios em aplicações empresariais críticas.

A solução é muito importante para essas empresas, pois viabiliza a recuperação rápida das companhias que usam esse recurso após o desastre. A solução foi desenvolvido para as pequenas e médias empresas, que dificilmente desenvolvem suas próprias infraestruturas de recuperação de desastre. Agora, essas conseguem proteger seus dados rapidamente, e conseguem reiniciar suas atividades num prazo muito menor.

Estas iniciativas são apenas dois exemplos das múltiplas intervenções realizadas por operadoras e organizações de ajuda no Caribe para combater os desastre naturais. Isso mostra que qualquer trabalho do setor público para incentivar a criação de aplicativos que podem ajudar a população seria ainda mais importante.

Como pode ser visto, os serviços de banda larga representam uma oportunidade de ajudar a população, especialmente com a disseminação rápida de informações. Por esta razão, os governos devem manter planos de contingência para reconstituir a infraestrutura afetada por algum catástrofe.

Neste contexto, é importante destacar os serviços móveis, que são uma ferramenta versátil durante esse tipo de evento. A banda larga sem fio é uma ferramenta útil para comunicar-se com a população e informá-la de situações de perigo. A tecnologia seria uma fonte de informação para os governos, que podem desenvolver planos de contingência melhores.

Para ter um impacto real na sociedade, os governos devem adotar políticas que incentivam o desenvolvimento da tecnologia banda larga. E as políticas que aumentam o espectro de rádio disponível são cruciais para melhorar a conectividade da população.

As autoridades também precisam estabelecer uma agenda para licitações futuras, ou seja, as operadoras podem planejar de acordo com os mercados onde terão oportunidades de obter mais espectro. Outro fator importante é a necessidade de harmonizar o espectro utilizado na região, aproveitando das economias de escala das novas tecnologias desenvolvidas pelo setor.

Por outro lado, as autoridades devem reduzir as barreiras burocráticas na implantação de redes de telecomunicações incentivar a conectividade móvel.

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Outro passo importante seria a redução da carga tributária sobre a infraestrutura e os terminais de acesso.

Basicamente, as opções políticas para aumentar a conectividade no mercado teriam repercussões positivas para as ações tomadas para ajudar a população durante catástrofes naturais. Por isso, os planos de recuperação de desastres naturais também devem incluir a implementação das TIC e, mais importante ainda, as múltiplas opções que apresentam para auxiliar a população durante esse tipo de evento.

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IMPLEMENTAÇÃO DAS TIC EM DESASTRES NATURAIS

As TIC podem ajudar as autoridades e a população durante a ocorrência de desastres naturais e temos muitos exemplos de sua utilidade. Esses exemplos levam em conta as diferentes características de cada região, onde a tecnologia complementa a prevenção.

A seguir, Brecha Zero apresenta uma série de exemplos mostrando como as TICs foram utilizados na prevenção de catástrofes e artigos demonstrando as principais discussões do setor:

ARGENTINA FAZ USO DA TECNOLOGIA PARA PREVENIR CATÁSTROFES NATURAIS

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são uma ferramenta fundamental para prevenir as catástrofes naturais. De acordo com as Nações Unidas (ONU), nos últimos 20 anos, 90% dos desastres globais foram causados por inundações, tempestades, ondas de calor e outros eventos relacionados ao clima.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação produtiva da Nação (MINCYT) lançou em Dezembro passado uma convocação para o projeto estratégico “Tecnologia para a prevenção de catástrofes”. O objetivo é obter uma resposta rápida na gestão de desastres, além do acesso gratuito a uma grande quantidade de dados sobre as condições atmosféricas, que são de interesse público e especialmente ao setor agrícola.

Para realizar a iniciativa, um consórcio público-privado foi criado com a participação do Serviço Meteorológico Nacional (SMN), o Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica (CONICET) e a INVAP-FRONTEC (FRICS). O consórcio será responsável por um sistema de monitoramento e alerta para a detecção precoce de eventos atmosféricos de alto impacto para a agricultura e a população.

A Agência Nacional de Promoção Científica e Tecnológica está encarregado pelo investimento necessário para realizar o projeto, com até 80% dos recursos disponibilizados pelo do Fundo Setorial Argentino (FONARSEC), com financiamento do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD-Banco Mundial). O restante do investimento virá do CAPP.

Para lidar com desastres naturais, o Ministério da Ciência tem duas linhas de trabalho: melhorar o sistema de os alertas e agilizar a resposta do Estado a situações de desastre natural. Uma vez concluído o projeto, será possível avançar

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em ambos os sentidos, através de técnicas avançadas de modelagem numérica por conjuntos e informações em tempo real de todo o território nacional.

A iniciativa de usar a tecnologia para evitar desastres é parte de um dos doze projetos estratégicos do MINCYT, que trabalha para criar empregos e melhorar da qualidade de vida da população. Com a sua implementação, o Ministério está fornecendo serviços de ciência e tecnologia a outros órgãos públicos, coordenando institutos de pesquisa com o setor privado e financiando ações alinhadas às necessidades da população.

O principal investimento do programa será destinado à aquisição de um sistema de super computação que dará um salto em termos da capacidade tecnológica para a produção de previsões. Desta forma, será possível produzir previsões melhores e obter uma estimativa da incerteza inerente a cada uma delas. Essa informação pode então ser comunicada corretamente e será disponibilizado aos tomadores de decisões.

Para desenvolver esta iniciativa, o consórcio público e privado colocará em operação um centro de cálculo operacional de alta capacidade no serviço Meteorológico Nacional e instalará um novo sistema de assimilação de dados e previsão numérica por conjuntos de dados em alta resolução. Além disso, outra equipe será alocada no Centro de Pesquisa Marítima e Atmosférica (CIMA), com o objetivo de acelerar previsões usando dados de satélite e radar processadas usando o software da INVAP.

Este tipo de iniciativa é importante para o trabalho de prevenção do governo. No entanto,este tipo de informação também deve ser fácil e rápido de acessar para a população.

Nesse sentido, um aplicativo móvel poderia ser a solução, por ser simples de distribuir para a maioria das pessoas, distribuindo alertas sobre possíveis desastres naturais e aumentando sua capacidade de reação. Aplicativos também podem ser produzidos parar orientar seus usuários no decorrer de uma catástrofe.

Contudo, as autoridades incentivem o setor de telecomunicações para assegurar que esses aplicativos cheguem à população. O aspecto mais importante é a disponibilidade do espectro de rádio, que é necessário para a evolução do setor de banda larga móvel. Também é importante manter a equidade na concessão desse patrimônio escasso entre as diferentes operadoras do mercado.

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Por outro lado, os governos devem reduzir os obstáculos burocráticos na implantação de infraestrutura para impulsionar a indústria móvel e incentivar o desenvolvimento de aplicativos móveis que podem auxiliar a população durante uma catástrofe. Da mesma forma, a redução de impostos sobre componentes de redes móveis e dispositivos de acesso também poderá impulsionar a penetração de serviços móveis, aumentando o impacto que os aplicativos podem proporcionar.

Dessa maneira, é óbvio que as TIC são extremamente úteis para as autoridades e a população, e facilitam os trabalhos de preparação para um catástrofe natural. Além disso, seria importante democratizar o acesso aos dados para incentivar o desenvolvimento de aplicativos úteis em catástrofes naturais, garantindo que a população terá acesso mais rápido às informações necessárias. Além disso, a população também precisa da conectividade necessária para acessar esses aplicativos.

BRASIL ATIVA SISTEMA DE ALERTA SMS PARA DESASTRES NATURAIS NO PARANÁ

A adoção de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) em benefício da sociedade oferece várias alternativas, desde planos de conectividade complexos até soluções simples e focadas. Entre as soluções mas simples são aquelas que conseguem ajudar a população no momento de enfrentar diferentes catástrofes.

No Brasil, através de uma iniciativa conjunta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Centro Nacional de Gestão de Riscos e Desastres (CENAD), e o Ministério da Integração e a Defesa Civil, cinco municípios do Paraná poderão se inscrever no novo sistema que alerta sobre riscos como inundação, tempestades, perigo de deslocamento de terras, entre outros.

O CENAD foi criado em Fevereiro de 2005 para administrar as ações estratégicas de preparação e resposta a desastres naturais no território Brasileiro. O Centro é coordenado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério de Integração Nacional e possui uma estrutura específica para gerenciar, monitorar e operar a situação durante qualquer crise no Brasil. O Centro possui uma equipe de analistas de sistemas, engenheiros, geólogos, meteorologistas, químicos e assistentes sociais, entre outros profissionais.

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A iniciativa levada adiante pelo CENAD e a Anatel alerta usuários de telefones celulares através de SMS sobre possíveis desastres naturais. Os municípios contemplados pelo serviço de alerta serão: Prudentópolis (48.792 habitantes), Santo Antônio do Sudoeste (18.893 habitantes), Querência do Norte (11.729 habitantes), Rondon (8.996 habitantes) e Salto do Lontra (13.689 habitantes).

Assim, as populações desses municípios serão alertados através de SMS antes da ocorrência de um desastre natural. A expectativa é que o sistema esteja disponível para todo o país antes do final do ano. O serviço de SMS é pago e operado pelas empresas de telecomunicações, sem nenhum custo para o cidadão, nem para o governo.

Para o teste inicial, um grupo de usuários de telefonia móvel que vivem nessas cidades receberão uma mensagem com o seguinte conteúdo: "A Defesa Civil Nacional informa: novo serviço gratuito de envio de SMS com alertas em áreas de risco. Para inscrever-se, responda ao numero 41099 com o CEP de interesse”. Adesão ao serviço é opcional. No final do registro, o usuário recebe uma mensagem informando que o celular está apto a receber alertas e recomendações de Defesa Civil. Também será possível cancelar o serviço por meio de uma mensagem SMS.

Os órgãos de defesa civil de cada estado e município estão orientados a fornecer informações mais detalhadas e responder às dúvidas da população. Além disso, uma campanha publicitária será realizada nessas cidades.

A iniciativa é importante para estes locais, onde estão localizadas 20 cidades de Santa Catarina onde vivem mais de 500 mil habitantes. Nessas zonas, ocorrem eventos meteorológicos com perigo de acidentes, como vendavais, inundações, chuvas intensas e granizo.

As chuvas, principalmente nas regiões do Sudeste e do Sul, são causas frequentes de acidentes naturais. Em 2015, por exemplo, houve uma grande inundação em Santa Catarina, que resultou em mais de 100 mortes. Na região de Serrana do Rio, houve uma série de deslizamentos de terra e inundações em Janeiro de 2011.

Nestas circunstâncias, a possibilidade de receber um aviso antes da hora pode ser crucial para reduzir não só os danos materiais que as pessoas sofrem, mas também para salvar vidas. Por isso o serviço de alerta é tão importante em áreas onde o clima pode complicar a vida dos habitantes.

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Por outro lado, a iniciativa também precisa de um trabalho conjunto dos setores público e privado. O trabalho conjunto desses setores para melhorar a qualidade de vida da população é uma notícia muito boa para esse tipo de projeto. No entanto, além da colaboração por SMS, também precisam de medidas que permitam a conectividade com estes serviços móveis no país.

A cobertura dos serviços móveis nos municípios afetados é fundamental para garantir que os usuários conseguem receber as alertas antes de qualquer mudança climática que pode ter um efeito sobre suas vidas. Por isso, precisamos de uma política previsível para disponibilizar o espectro de rádio para serviços móveis e banda larga móvel, como meio de apoiar o desenvolvimento do setor.

Da mesma forma, é essencial acelerar os processos para a implantação de redes de telecomunicações, para que a indústria possa implantar os serviços rapidamente nesses municípios. Os usuários também precisam de acesso a dispositivos conectados, que requer uma redução na carga tributária cobrada sobre esses terminais.

Nesse cenário, a iniciativa brasileira deve melhorar as condições de vida dos habitantes que recebem essa alerta, que podem se preparar para qualquer situação de clima adversa. Mesmo assim, para ter uma influência mais positiva, os serviços móveis também devem oferecer uma cobertura adequada.

APLICATIVOS PAR SMARTPHONES ALERTAM SOBRE TERREMOTOS NA COSTA RICA

A Rede Nacional de Sismologia UCR-ICE (RSN) da Costa Rica implantou um aplicativo para smartphones que distribui informações em tempo real sobre a atividade sísmica do país. Chamada RSN, o sistema está disponível para sistemas operacionais iPhone e Android, nas lojas virtuais de ambos os sistemas.

O aplicativo consiste em um mapa que mostra os últimos terremotos com sua respectiva magnitude (Mw) em diferentes cores. Aqueles representados em verde são inferiores a 3,5 Mw, laranja são terremotos entre 3,6 Mw e 4,9 Mw e terremotos maiores que 5,0 Mw são mostrados em vermelho. A informação pode ser de vital para os usuários que recebem as alertas e o sistema também pode registrar as zonas que já passaram por este tipo de catástrofe natural.

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De acordo com a Subsecretaria de Telecomunicações (SUTEL) da Costa Rica, no final de 2014 o mercado contava com 7,1 milhões de linhas móveis em operação; o que representa uma penetração de 147% da população. Desse total, cerca de 4,2 milhões também tinham acesso à Internet móvel. Em outras palavras, mais de metade das linhas ativas no país tinham acesso à Internet através de um dispositivo móvel.

Desta forma, o aplicativo seria uma oportunidade para uma grande parte da população da Costa Rica de acessar essas informações, principalmente pela possibilidade de usar o aplicativo em qualquer smartphone. Isto é um grande passo em direção à massificação da informação, que pode ser importante para muitas decisões cotidianas da população.

O aplicativo oferece um mapa com a opção de ver os terremotos do dia ou os terremotos da última semana. Os usuários também podem procurar os últimos dez terremotos em uma lista. A lista permite pesquisá-los por data de ocorrência. Além dos terremotos mais recentes, a ferramenta apresenta as últimas notícias publicadas no site da RSN. Estas notícias incluem dados sísmicos para a semana, o índice sísimico de cada mês, relatórios sobre sismicidade vulcânica e notícias especiais, como relatos de erupções do vulcão Turrialba nos últimos meses.

No entanto, é importante que manter uma base sólida de serviços móveis para garantir que o aplicativo tenha um impacto real sobre a população. Assim, é importante implementar regras claras para a construção de redes móveis.

Outro ponto importante é a disponibilidade do espectro de rádio para as operadoras. Esse fator é importante por que o espectro é necessário para oferecer serviços de banda larga móvel mais robustos, como os serviços oferecidos pela LTE. A faixa de frequência de 700 MHz é muito importante nesse sentido, por que possui características técnicas adequadas para fornecer cobertura de serviços sem fio em locais rurais e oferecer um sinal melhor dentro de edifícios e residências.

Os smartphones também devem ser acessíveis para garantir que uma grande parcela da população tem acesso às informações, já que esses dispositivos representam o principal meio de acesso ao aplicativo. Para conseguir isso, é importante reduzir a carga tributária sobre esse tipo de dispositivo.

Isso aumentaria o número de pessoas com acesso ao aplicativo, reduzindo assim a lacuna de acesso à informação. Também é importante criar condições igualitárias dos alertas de movimentos sísmicos, permitindo salvar vidas e reduzir acidentes.

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Observamos que o RSN foi criado através de um acordo entre a Seção de Sismologia, Vulcanologia e Exploração Geofísica da Escola Central-Americano de Geologia da Universidade de Costa Rica (UCR) e os departamentos de Ameaças e Escutas Sísmicas e vulcânicas do Instituto Costarriquenho de Eletricidade (ICE). Seu objetivo é desenvolver conhecimento científico sobre a geodinâmica interna da Terra e transferi-la para a sociedade costarriquenha. O sistema usa a didática e à ação social para incentivar a aplicação do conhecimento em planos de gestão de riscos, organização territorial e sistemas de emergência na Costa Rica.

Anteriormente, em 1970, a Escola Central-Americano de Geologia da UCR abriu um curso de Geofísica, e em 1971 adquiriu seu primeiro equipamento sismológico, composto por três estações sismográficas e um acelerômetro. Quase simultaneamente, os estudos sismológicos foram iniciados pelo ICE.

Em 1982, o RSN foi criado como parte de um programa de colaboração institucional para a observação sismológica do país. Inicialmente, o programa envolveu o Departamento Geologia da ICE, a Seção de Sismologia, Vulcanologia e Exploração Geofísica da Escola Central-Americano de Geologia (UCR) e o programa de pesquisa vulcanológica da Faculdade de Geografia da Universidade Nacional (UNA). No entanto, este último deixou o programa em Julho de 1983, e hoje o RSN é constituído pelo ICE e pela UCR.

A criação de um aplicativo móvel é uma iniciativa interessante que ajuda a atingir os objetivos estabelecidos pelo RSN. Para ter o impacto esperado de forma mais eficaz e eficiente, as operadoras precisam de condições apropriadas para implementar redes de banda larga de alta velocidade que alcancem todo o território costarriquenho.

AS TIC AUXILIANDO EM CASOS DE INCÊNDIOS FLORESTAIS NO CHILE

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) não só suportam os diferentes setores de um país, elas também oferecem apoio em situações de emergência. As comunicações se tornam uma ferramenta fundamental em áreas que sofreram qualquer tipo de catástrofe, oferecendo mais oportunidades para ajudar a população.

Durante o final de Janeiro e o início de Fevereiro de 2017, grande parte do território do Chile foi afetado por diversos incêndios. De acordo com o Centro Nacional de Coordenação de Incêndios Florestais no Chile, houveram 56 casos de

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incêndios florestais no dia 6 de fevereiro, dos quais 44 foram controlados e outros 6 se extinguiram. No entanto, ainda havia 6 focos onde as autoridades trabalhavam para acabar com o incêndio.

A luta contra incêndios é um trabalho que requer a coordenação de várias partes da administração pública. Isso varia desde a prevenção por meio de anúncios, até a implantação de guardas de parques, e os trabalhos de bombeiros, voluntários e até mesmo das forças armadas. Esses trabalhos também incluem uma série de setores fora da esfera governamental, como organizações não governamentais ou a Cruz Vermelha.

Outras áreas governamentais também contribuem para coordenar e aumentar a ajuda prestada às populações em áreas afetadas. Essa ajuda depende da infraestrutura de comunicação. Em outras palavras, a informação é uma ferramenta indispensável para que os departamentos de bombeiros conheçam e combatam os focos de incêndio, e para informar as equipes de resgate de quais áreas podem ser acessadas.

A Subsecretaria de Telecomunicações do Chile (Subtel) manteve um sistema de monitoramento constante da infraestrutura desse tipo de serviço nas áreas onde ocorreram incêndios. Um plano de contingência também foi desenvolvido com a participação das operadoras, para restabelecer as comunicações nas áreas afetadas. Além disso, foram disponibilizados SIMs e telefones móveis e via satélite, nos vários centros que acolheram as vítimas, tudo parte de um trabalho que contou com a assistência do setor privado.

A Subtel entregou equipamentos de telefonia móvel aos bombeiros voluntários da cidade de Talcahuano, com o objetivo de apoiar o trabalho que desenvolviam na luta contra incêndios florestais na Região de Biobío. Além disso, 50 chips pré-pagos foram entregues para os voluntários, além de três telefones por satélite para apoiar comunicações de funcionários que trabalham fora das áreas de cobertura móvel.

Por outro lado, o Ministro dos Transportes e Telecomunicações começou a trabalhar em um projeto para oferecer roaming entre empresas em zonas de emergência. O objetivo da iniciativa é de manter a conectividade se uma das empresas é afetada e não consegue atender seus clientes. Esta iniciativa já está em discussão no parlamento.

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Nessas circunstâncias, as telecomunicações melhoram o trabalho dos bombeiros e dos trabalhadores de resgate. A possibilidade de compartilhar informações é crucial para realizar um trabalho coordenado entre as diferentes instituições designadas para apagar os incêndios, que conseguem monitorar o progresso de diferentes unidades de trabalho e modificar as estratégias à medida que avançam sobre o fogo.

Do ponto de vista da população, o acesso às redes de telecomunicações durante uma a catástrofe oferece vários benefícios. Por um lado, serve para alertar os habitantes sobre o avanço do fogo, e as pessoas conseguem prever eventos de maior magnitude e evacuar a área de maneira organizada. Por outro lado, os serviços móveis permite comunicar-se com membros da família fora das áreas afetadas, tranquilizando-as sobre seu estado de saúde.

Observamos que o mercado móvel chileno tem redes LTE nas bandas de espectro AWS (1.700/2.100 MHz), 2,6 GHz e 700 MHz. Essa última banda foi entregue por licitação e os vencedores foram obrigados a cumprir metas como: conectividade obrigatória em 1.281 locais isolados e 13 rotas num total de 854 quilômetros em 18 meses, e o serviço público de transmissão de dados com acesso à Internet, isentos de pagamento por dois anos, em 503 Estabelecimentos Educacionais Municipais e/ou Subsidiados. Essa foi a forma encontrada de facilitar a implantação da banda larga sem fio, particularmente em áreas rurais e longe de grandes centros urbanos, com o objetivo de aumentar o acesso para a população.

É importante observar que o mercado móvel do Chile teve uma penetração do serviço LTE de mais de 26% no segundo trimestre de 2016, ou seja, é um dos mercados com maior penetração desse serviço na América Latina. Em outras palavras, as medidas tomadas para disponibilizar o espectro tiveram efeitos positivos para a conectividade de banda larga sem fio nesse país.

Como pode ser visto, as tecnologias sem fio são uma ótima oportunidade para ajudar a população em caso de desastres. No caso chileno, a rápida reação das autoridades e a colaboração das operadoras ajudou a manter as equipes de resgate e a população afetada conectada durante os incêndios.

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MÉXICO: MENSAGENS DE TEXTO ALERTAM SOBRE INCIDENTES CLIMÁTICOS

Os serviços móveis podem ser de grande ajuda em diferentes atividades cotidianas, e muito além da comunicação entre usuários. Os dispositivos também podem funcionar como fonte de informação diante de possíveis fenômenos climáticos.

A Comissão Nacional da Água (Conagua) do México implementou um projeto de prevenção e proteção da população contra fenômenos hidrometeorológicos. Enviando mensagens de texto, o órgão informa os usuários sobre o desenvolvimento e a localização de ciclones em diferentes áreas do território nacional. Informações localizadas são enviadas para as áreas que apresentam o maior risco de serem afetadas pelos referidos fenômenos.

A implantação tem a participação da AT&T, a operadora encarregada de desenvolver sistemas eficazes de alerta prévio que permitem tomar previdências contra eventos meteorológicos intensos. O objetivo do Conagua é enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e propõe uma abordagem conjunta envolvendo agências governamentais, o setor privado e a sociedade.

A Conagua procura reduzir os riscos gerados pelos ciclones. Para isso, a agência trabalha intensamente para fortalecer suas capacidades técnicas e de previsão, e emitir avisos mais precisos. De acordo com a agência, os melhores resultados são obtidos ao informar as populações localizadas em áreas estratégicas diretamente, através de mensagens de texto específicas em seus telefones celulares.

Assim, a Conagua planeja enviar informações que permitam conhecer o desenvolvimento e localização de fenômenos hidrometeorológicos que podem ter algum tipo efeito em determinada área do território nacional. No momento, apenas os clientes da AT&T poderão acessar este serviço.

A operadora já teve experiência com o envio de mensagens de texto durante um desastre natural em Outubro de 2015, quando mais de 1.570.000 mensagens SMS foram enviadas com 8 textos diferentes para informar os usuários de Jalisco, Colima, Nayarit e Michoacán sobre a evolução do Ciclone Patricia, e nenhum vitima foi registrado.

O procedimento do serviço é simples: uma vez que o aviso é emitido pelo Serviço Meteorológico Nacional, um departamento da Conagua, a AT&T envia mensagens de texto (SMS) preparadas pela autoridade que ajudam a reduzir os riscos para

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seus usuários. Através do sistema, a operadora pode monitorar a trajetória do fenômeno e determinar quem está nas áreas de risco. Assim, é possível informar os usuários com antecedência usando mensagens preventivas e informativas emitidas pela autoridade.

Esta é uma iniciativa interessante para usar as tecnologias sem fio como meio de prevenir e alertar a população, especialmente porque a informação é uma ferramenta indispensável diante desse tipo de fenômeno meteorológico. Para a população, isso permite tomar decisões rápidas, prevenindo danos ou até mesmo salvando suas vidas.

Embora seja um sistema simples que use SMS para enviar informações, a tecnologia precisa evoluir para garantir que a maioria da população tem acesso ao sistema. Em outras palavras, a existência de um aplicativo que funciona com a banda larga móvel permitiria o envio mais rápido de informações a um grande número de pessoas, aumentando as chances de salvar vidas na ocorrência de um evento catastrófico.

Dessa maneira, o uso da banda larga móvel permite evoluir a ideia inicial desenvolvida pela Conagua. É um processo natural de evolução pelo qual a maioria das aplicações dos serviços móveis passam. Com a implementação do aplicativo, criamos um canal onde a instituição consegue receber feedback dos usuários que vivem nas áreas afetadas.

No entanto, para viabilizar esse tipo de evolução, é necessário que haja forte apoio das autoridades mexicanas no setor de telecomunicações. A disponibilidade de espectro de rádio para melhorar os serviços de banda larga móvel e as novas tecnologias, como o LTE, são medidas indispensáveis para criar condições adequadas de desenvolvimento.

Outro ponto importante a ser considerado é a instalação de redes nos vários municípios do país. Para isso, o governo precisa reduzir os obstáculos para a entrada do equipamento necessário para a instalação da rede. Os terminais de acesso também são uma peça chave. A redução da carga tributária sobre os smartphones seria uma política positiva, estimulando a renovação de terminais no país.

Em resumo, a política da Conagua baseada no acesso a informações meteorológicas disponibilizadas para usuários através de SMS é altamente importante para salvar vidas e reduzir possíveis danos. Contudo, a evolução

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coerente dos serviços móveis requer a criação de um sistema para serviços de banda larga móvel à curto prazo.

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OLHANDO PARA O FUTURO...

A América Latina tem projetos em diferentes níveis que tenham como meta aproveitar das TICs para prevenir e responder para desastres naturais. Os projetos adotam diferentes abordagens, criando um cenário positivo na região para o uso da tecnologia durante estes tipos de eventos.

As TICs representam uma ferramenta importante nas diferentes etapas implementadas pelas autoridades para administrar as catástrofes. Os serviços de banda larga, que oferecem acesso à informação em tempo real à população, permitem avaliar a extensão dos danos e iniciar a campanha de ajuda humanitária, são especialmente importantes.

Para que a tecnologia seja efetiva, é necessário adotar políticas para aumentar a conectividade no país. Devido à sua capacidade de rapidamente fornecer conectividade em áreas rurais e longe dos centros urbanos, a banda larga móvel é apresentada como uma solução eficaz para as autoridades para a coleta e disseminação de informações.

Nesse cenário, a administração pública deve criar incentivos para a implementação da banda larga móvel. É essencial liberar mais espectro de rádio, especialmente para aproveitar de tecnologias como a LTE ou outras tecnologias ainda melhores.

O governo também precisa reduzir os obstáculos burocráticos que existem para a implementação dessa infraestrutura, facilitando a instalação de redes de telecomunicações. Desta forma, as operadoras conseguem implementar novas tecnologias de acesso de maneira rápida e eficiente e melhorar acesso às informações geradas pelas autoridades responsáveis.

As autoridades também devem adotar políticas para massificar o uso de terminais de acesso. A redução da carga tributária sobre dispositivos móveis é uma medida apropriada para aumentar a penetração de smartphones, criando meios para distribuir mais alertas, disseminar informações sobre como prosseguir durante uma catástrofe natural ou como ajudar outras pessoas.

Da mesma forma, as iniciativas que incentivam o desenvolvimento de aplicativos criam mais opções para a população no caso de uma catástrofe. A criação de um ecossistema de aplicativos móveis que informa a população e permite enviar

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algum tipo de feedback às autoridades é importante para o trabalho de todos os envolvidos nesse tipo de evento.

Em outras palavras, as autoridades devem adotar uma estratégia abrangente que não só facilite o uso do espectro, mas também apoia maior penetração de terminais e diferentes dispositivos para a coleta de dados. A estratégia também deve incentivar o desenvolvimento de aplicativos móveis para manter a população informada. A conectividade garante mais preparação antes de um possível desastre natural.

As iniciativas adotadas na América Latina para reduzir o impacto das catástrofes são concretas, e muitas vezes incluem as TICs. No entanto, essas iniciativas devem ser acompanhados por estratégias que incluem o setor privado e que permitem aumentar a conectividade, facilitando acesso às informações necessárias.

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