52848001 construcao civil icms

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Construo Civil - Confeco de Material Fora do Canteiro de Obra Incidncia de ICMS e IPI Claudia Marchetti da Silva*Avalie este artigo

Elaborado em 08/2005. O presente estudo tem o intuito de analisar a tributao do ISS, ICMS e IPI considerando como ramo de atividade a construo civil e as mercadorias que so fabricadas fora do canteiro de obra, tais como pr-moldados, estruturas metlicas entre outras.

1. Confeco material fora do local da obra e instalao/montagem na na obra - Incidncia de ISS/ICMS/IPIA princpio convm destacar a legislao pertinente ao tema. 1.1. Da definio de servio de construo civil pela Lei Complementar 116/03 "Art. 1 O Imposto Sobre Servios de Qualquer Natureza, de competncia dos Municpios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestao de servios constantes da lista anexa, ainda que esses no se constituam como atividade preponderante do prestador. (...) Itens da lista classificados como construo civil e, portanto, passveis de deduo de material aplicado: "7.02. Execuo, por administrao, empreitada ou subempreitada, de obras de construo civil, hidrulica ou eltrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfurao de poos, escavao, drenagem e irrigao, terraplanagem, pavimentao, concretagem e a instalao e montagem de produtos, peas e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de servios fora do local da prestao dos servios, que fica sujeito ao ICMS)." " 7.05. Reparao, conservao e reforma de edifcios, estradas, pontes, portos e congneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos servios, fora do local da prestao dos servios, que fica sujeito ao ICMS)." "7.19. Acompanhamento e fiscalizao da execuo de obras de engenharia, arquitetura e urbanismo." Obs.: Neste item no h deduo de material Fica claro, desde j, que todos os servios citados na lei so caracterizados como construo civil, excetuando o fornecimento de mercadorias produzidas fora do canteiro da obra, o que abre um precedente para o fisco estadual. Analisaremos a frente se o fornecimento destas mercadorias esto no campo de incidncia do ICMS ou ISS. 1.2 Necessidade de inscrio estadual "Construo Civil - Inscrio Estadual A construtora, apesar de no ser contribuinte do ICMS, obrigada a inscrever-se no Estado, para fins formais. Porm, o simples fato de possuir inscrio no a transforma em contribuinte. Se a empresa de construo civil tem contrato de empreitada ou de subempreitada para executar uma obra e adquire mercadoria de terceiros: portas, janelas, cimento, esquadrias, lambris, tijolos, o fornecedor de material recolher o ICMS. J quando a construtora aplicar essa mercadoria em obra de construo civil, mesmo que produza mercadoria, desde que no prprio local da obra, estar sujeita apenas ao ISS. Poder at mesmo montar maquinrio para produo de pr-moldados ou de qualquer outra mercadoria; se isso ocorrer dentro do canteiro de obra, haver incidncia somente do ISS" - Saiba mais sobre do site www.pfe.fazenda.gov.br 1.3 Incidncia do ICMS/ISS na viso do fisco estadual paulista.

necessria a ocorrncia cumulativa de quatro requisitos para a caracterizao como obra de construo civil e para afastar a incidncia do ICMS: a) o fornecimento de mercadoria deve decorrer de contrato de empreitada ou de subempreitada; b) o servio executado deve caracterizar-se como de engenharia civil; c) que a mercadoria fornecida tenha sido produzida no canteiro de obras; e d) a manuteno, junto a cada um dos servios, de um profissional devidamente habilitado pelo CREA. Manifestou-se o fisco a respeito em Resposta de Consulta n 653/2001 de 5 de setembro de 2002: "Assim, uma vez preenchidos esses requisitos legais de construo civil, na qualidade de empreiteira ou subempreiteira, se produzir fora do canteiro de obras, ao dar a sada para a obra estar sujeita incidncia do ICMS, porm se prestado o servio diretamente no canteiro de obras, o fornecimento do material, se constante do custo inicial da obra, e empregado diretamente obra ser caso de ISS." Citemos como exemplo a definio dada no "Saiba mais Sobre" no site do Posto Fiscal Eletrnico (http://www.pfe.fazenda.gov.br)que se encaixa ao modelo de fornecimento de esquadrias. " Estruturas Metlicas Quando empresa contratada para construir a cobertura de determinada obra e assume total responsabilidade por isso, caracteriza-se o servio de engenharia civil; no caso, incide o ISS, exceto sobre o material que a empresa produzir fora do canteiro de obra. Se uma empresa, porm, apenas fornecer a estrutura para a empresa responsvel pela construo, incidir o ICMS." Ainda, na mesma RC citada acima: " Uma vez constituda legalmente, existindo o contrato de empreitada repassado ao de subempreitada, o ICMS incidir somente sobre as mercadorias que tiverem procedncia externa ao canteiro de obras, aquelas que nele forem transformadas em bem imvel no so objeto de ato de comrcio e esto fora do campo de incidncia do ICMS. (...) A prestao de servios uma vez contida na Lista de Servios de forma expressa, se preenchidos todos requisitos legais do tipo jurdico estabelecido pela legislao pertinente e abordados no corpo desta resposta, estar no campo de incidncia do ISS, registre-se que o legislador s excluiu da incidncia do ISS a mercadoria fornecida se produzida fora do canteiro de obras, no o servio." Caso semelhante o relatado por este contribuinte que obteve a resposta a consulta publicada sob o n 713/2002 de 28 de fevereiro de 2003. Fornecimento de banheiros prontos, fabricados por estabelecimento industrializador fora do local da obra - Incidncia - Informa a Consulente que contratada por proprietrios de obras ou por empresas de construo civil para exercer sua atividade principal, a "(...) fabricao de banheiros prmodulados (...)", que abrange "medies no local da obra, projetos, acompanhamento de todos os servios de engenharia necessrios sob responsabilidade da qualidade do produto final (...)". - Segundo a Consulente, os banheiros so fabricados "(...) fora do canteiro de obras (...)", com "(...) dimenses e caractersticas prprias (...)" que permitam a sua incorporao obra para a qual "(...) foram projetados exclusivamente (...)". - Esclarece que a "(...) Empresa se dedica a construes de grande porte pelo sistema de prmoldados, havendo impossibilidade fsica e tcnica de serem produzidas as peas de montagem da edificao no prprio local da obra, valendo-se, portanto, de suas instalaes, onde dispe dos recursos necessrios confeco dos pr-moldados, transportando-os, depois, para finalizao do projeto (...)". - Alega ainda que "(...) as peas transportadas servem, apenas, para a obra a que se destinam especificamente, no possuindo valor individualizado para comercializao (...)". Nesse sentido, informa que as unidades dos banheiros fabricados "(...) no so transferidas

separadamente para o contratante, independente da construo do edifcio no seu todo, no podendo, com isso, sofrer incidncia do ICMS. (...)". - Por derradeiro, a Consulente indaga o seguinte: "1) Nessas condies supra citadas a construo de banheiros prontos exclusivamente para integrao de um determinado imvel, projetado com caractersticas, design e demais especificaes para o imvel projetado, submete-se a incidncia do ICMS ou ISS?" Assim se pronunciou o fisco - texto resumido: "Preliminarmente necessrio examinar o conjunto de normas que regem a atividade de construo civil para que seja possvel determinar, com preciso, se a atividade desenvolvida pela Consulente pode, de fato e de direito, ser considerada como prestao de servio de construo civil para fins de aplicao da legislao do ISS, ou se, do contrrio, deve ser ela considerada como um processo de industrializao atravs do qual se fabrica produtos (ou bens mveis), cuja circulao na condio de mercadoria sujeita-se incidncia do ICMS. (...) Assim, conclui que a "(...) construo civil atividade que se exerce sobre o imvel, assim considerado o solo e o a que ele se agrega de modo que no se possa retirar sem destruio, modificao, fratura ou dano. (...)" (ISS na Construo Civil, 1 edio, 1998, editora RBB, pgs. 45 a 47)." Cita a manifestao do clebre jurista Pontes De Miranda a respeito do conceito de bem imvel: "(...) Os bens imveis ou so coisas imveis ou outros objetos de direito que o sistema jurdico tem por imveis. So coisas imveis os prdios (praedia), isto , o solo, com o subsolo e o espao areo, rvores, frutos pendentes, a semente lanada terra, os edifcios e construes, que se no possam remover sem destruio, modificao, fratura, ou dano (ligao corporal), e o que, embora seja despregvel sem alterao do imvel, e aparea, exteriormente, como coisa, esteja ligado ao solo, em conexo corporal que se baseie, pelo menos, na gravidade e tenha sido colocado para perder a sua individualidade (...). (...) O bem imvel faz ento um todo, sendo que o terreno o ncleo; sem le no se pode pensar em edificao, ou outro bem, que possa ser tido como objeto de direito em separado. O edifcio parte integrante do prdio. Bem assim, os muros, os canais, os canos, as manilhas; (...)" (Tratado de Direito Privado, Parte Geral, Tomo II, Bens. Fatos Jurdicos, 3. edio, Editor Borsoi, Rio de Janeiro, 1970, pgina 32)." Neste trecho o fisco paulista tenta convencer que o servio de construo civil a atividade que agrega ao solo bens irremovveis, no a fabricao , fora da obra - e portanto fora do solo de peas etc. Veja: "Logo, para fins de aplicao da legislao tributria, somente quando a obra for executada no prprio imvel sobre o qual ser incorporada a edificao nova ou reformada a j existente que se pode consider-la como resultante da prestao de servio de construo civil. Tanto assim que, para fins da tributao do ISS, nos termos do artigo 12 do Decreto-Lei 406/68, somente no caso do servio de construo civil considera-se como local da prestao aquele onde for prestado o servio, e no "(...) o do estabelecimento prestador ou, na falta de estabelecimento, o do domiclio do prestador (...)", como no caso dos demais servios tributados. Disso decorre que a obra de engenharia civil executada em local diverso do local do imvel onde a edificao ser fixada no pode ser considerada como resultante da prestao de servios de construo civil. Se assim no fosse, no haveria necessidade de excepcionar a tributao do ISS sobre o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador do servio de construo civil fora do local da prestao, sujeitando esse fornecimento tributao exclusiva do ICMS, tampouco seria necessrio excepcionar o local da prestao, no caso da construo civil, em relao ao local onde se consideram prestados os demais servios (estabelecimento do prestador). A propsito, ao se cogitar a hiptese de se considerar o estabelecimento do prestador como local da prestao do servio de construo civil, seria necessrio aceitar como verdadeira a concluso absurda de que o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador do servio dentro do seu estabelecimento, mas fora do local da obra, estaria sujeito tributao exclusiva do ISS, ao passo que o fornecimento de qualquer mercadoria produzida pelo prestador do servio fora do seu estabelecimento, incluindo aquelas produzidas dentro do canteiro de obras, estaria sujeito tributao exclusiva do ICMS."

Buscando mais argumentos cita uma deciso do Superior Tribunal de Justia: " (...) Quanto matria de fundo, prende-se a controvrsia legitimidade da cobrana do ICM pela atividade da empresa apontada devedora. Pela deciso recorrida, sobre os blocos produzidos em local diverso da obra, incide o imposto. Possuindo valor econmico, no deixam de ser mercadoria at a efetiva utilizao na obra em construo. At ali podem ser alienados, pagando o tributo. Est assim fundamentado o acrdo (fls. 123/124): 'Identificando-se como empresa prestadora de servios a terceiros, seus clientes, e, nesse ramo, atuando como empreiteira de obras encomendadas por aqueles, evidente que o material por ela produzido (no caso, os blocos de cimento), ao ser fornecido para a construo (que no de sua propriedade, como tambm no o o terreno, ao qual vai aceder), sai de sua propriedade e entra na propriedade do cliente (dono da obra, ou do terreno, etc.), configurando, pois, evidente fato gerador do ICM, tanto assim que - como apodtico - o preo da empreitada seria menor se no fosse o fornecimento tambm do material (que no fator imprescindvel para a prestao do servio de empreitada), porque nele j est embutido o da alienao dos blocos, que, por isso mesmo, podem e devem ser considerados autnticas mercadorias. O que se extrai, predominantemente, da doutrina e da jurisprudncia, a propsito do conceito de sada, como fato gerador do ICM (desde os ancestrais deste tipo de tributo), a idia de mudana ou passagem de mo. Assim, a operao (econmica ou juridicamente relevante, para fins de pagamento desse imposto) que consiste na circulao da mercadoria, traz consigo a idia de troca de propriedade ou posse, passando de mo em mo, at chegar no consumidor final. Ora, na hiptese vertente, no pode subsistir a menor entre dvida de que, saindo os blocos das mos do fabricante (a empreiteira), passaro, ao chegarem no local da obra, s mos do dono desta ou do terreno ao qual vo aceder e onde se imobilizaro. Houve portanto, desenganada circulao de mercadoria (visto que os blocos, evidentemente, no so cedidos gratuitamente, mas com fins lucrativos comerciais)." (...)" (RESP N 44.853-0-SP-Registro N 94/006261-3; 2 T., Relator Min. Hlio Mosimann; j. 26/04/95; DJ 22/05/1995, pg. 14389) Finaliza ponderando: "Portanto, no se pode cogitar a hiptese de incidncia do ISS sobre operaes em questo em razo do destino dos banheiros prontos e da preponderncia da obrigao de fazer, pois os banheiros so fabricados no estabelecimento da prpria Consulente, e portanto, em local diverso do imvel a ser edificado. Neste caso, os eventuais servios prestados como decorrncia do fornecimento dos banheiros sujeitam-se incidncia do ICMS, e no do ISS, por fora do disposto na alnea "b" do inciso IX do 2 do art. 155 da Constituio Federal de 1988, no 2 do artigo 8 do Decreto-Lei n 406/68, do inciso IV do artigo 2. da Lei Complementar n 87/96 e da alnea (a) do inciso IV do artigo 1 do RICMS/2000, j que no esto abrigados nos itens 32 e 34 da referida Lista de Servios. Para que fique claro o entendimento do fisco paulista cito mais uma manifestao na RC 46/01 "A construtora, como empresa de construo civil que produz, mesmo que sob encomenda, mercadorias fora do canteiro de obras (fato gerador do ICMS), contribuinte do ICMS. O produto encomendado se destina a ser repassado a terceiro por meio da aplicao na obra de construo civil que executa, por administrao, empreitada ou subempreitada, e no ao consumo ou uso final da adquirente (empresa de construo civil). No mesmo sentido, Resposta de Consulta n 653/2001 e 218/97: "(...) cabe dizer, com relao atividade desenvolvida pelos associados do Consulente, este rgo Consultivo j teve oportunidade de deixar assente que, na construo civil, somente ocorre a incidncia do ICMS no fornecimento de mercadoria produzida pelo prestador fora do local da prestao de servio. Excetuada essa hiptese, e desde que a empresa de construo civil se limite, to-somente, consecuo de obras de engenharia civil, por administrao, empreitada ou subempreitada com fornecimento de materiais adquiridos de terceiros, referida atividade encontra-se submetida hiptese de incidncia do ISS, de competncia municipal, por se tratar de servio previsto na Lista de Servios anexa Lei Complementar n 56/87." 1.4 A posio da doutrina e de algumas decises judiciais a respeito da incidncia do ISS/ICMS

O ilustrssimo Professor Hugo de Brito Machado, em parecer emitido para empresa de banheiros pr - moldados, datado de 11 de outubro de 2000, manifesta a sua interpretao da legislao em vigor no que diz respeito tributao da atividade principal da Consulente. Nesse sentido, o renomado Professor desenvolve uma argumentao baseada, principalmente, em dois conceitos bsicos: - a destinao para o consumo por meio da comercializao o elemento essencial para se determinar o alcance do termo "mercadoria" para fins tributrios; - o uso do critrio da preponderncia fundamental na determinao da tributao de negcios jurdicos que envolvam operaes mistas, onde a prestao de um servio e o fornecimento de mercadorias so partes integrantes de uma s transao comercial. Com base nesses conceitos, argumenta que: "(...) Os banheiros em anlise, apesar de construdos fora do local da obra, tm dimenses e caractersticas tcnicas (tais como tubulao, energia, iluminao) que apenas permitem a sua incorporao ao imvel para o qual foram projetados. Um hotel, por exemplo, inteiramente construdo por uma construtora. Os quartos, corredores, salas, elevadores, etc., tudo feito no local da obra. Os banheiros, contudo, so construdos pela Consulente, em regime de empreitada, com os respectivos terminais de energia eltrica, gua e esgoto. Terminada a construo dos banheiros, estes so transportados at o local da obra e nesta so incorporados. So feitas as conexes de gua, luz e esgoto e definitivamente o banheiro torna-se parte indissocivel do imvel para o qual foi projetado. Em vista disso, inteiramente impossvel o aproveitamento desses banheiros em outra obra. Tanto assim que o contrato celebrado entre a consulente e os tomadores de seus servios prev a hiptese de embargo da obra, devendo a consulente ser indenizada no montante equivalente s unidades produzidas e em fase de produo, ao custo dos materiais importados para aplicao no projeto do contrato, ao valor do custo de projeto das unidades ainda no produzidas etc. Essa indenizao decorre do fato de que referidos banheiros no tm qualquer valor econmico seno para o tomador do servio. No podem, por isso, serem vendidos ou revendidos, mas to somente utilizados na obra para a qual foram projetados. No so, inequivocamente, mercadorias. (...)" E conclui: "(...) Os banheiros, porque construdos por empreitada e destinados exclusivamente a integrar determinado imvel, nico ao qual suas dimenses, design e demais especificaes atendem, no so mercadorias. Sua produo configura servio de construo civil, submetendo-se incidncia do ISS. A entrega e o auxlio na fixao do banheiro obra fazem parte do contrato de empreitada, consubstanciando a parte final da execuo do servio na construo civil. No h circulao de mercadoria, no se podendo cogitar, por conseguinte, de incidncia de ICMS. (...)". H decises do Superior Tribunal de Justia que colacionam deste mesmo entendimento: Veja: "Processo REsp 247595 / MG ; RECURSO ESPECIAL 2000/0010685-2 Relator(a) Ministro JOS DELGADO (1105) rgo Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA Data do Julgamento 11/04/2000 Data da Publicao/Fonte DJ 15.05.2000 p. 145 RT vol. 781 p. 208 Ementa TRIBUTRIO. RECURSO ESPECIAL. ICMS. CONSTRUO CIVIL. MONTAGEM E TRANSPORTE DE PR-MOLDADOS. CONTRATO DE EMPREITADA GLOBAL. NO INCIDNCIA DO TRIBUTO. PRECEDENTES. 1. Recurso Especial interposto contra v. Acrdo que julgou procedentes embargos execuo fiscal opostos pela recorrida, objetivando desconstituir crdito cobrado pela recorrente proveniente da ocorrncia de fato que considera gerador do ICMS. 2. No h fornecimento (no sentido de comercializar) aos seus contratantes de peas prmoldadas produzidas pela empresa a fim de aplic-las especificamente nas edificaes contratadas. Apenas as transporta, aps confeccion-las, a fim de mont-las no local da obra, de acordo com o projeto previamente estabelecido. 3. Empresa que se dedica a construes de grande porte pelo sistema de pr-moldados, havendo impossibilidade fsica e tcnica de serem produzidas as peas de montagem da

edificao no prprio local da obra, valendo-se, portanto, de suas instalaes, onde dispe dos recursos necessrios confeco dos pr-moldados, transportando-os, depois, para finalizao do projeto. As peas transportadas servem, apenas, para a obra a que se destinam especificamente, no possuindo valor individualizado para comercializao e que no so transferidas separadamente para o contratante, independente da construo do edifcio no seu todo, no podendo, com isso, sofrer a incidncia do ICMS. 4. A Egrgia Segunda Turma do Superior Tribunal de Justia assentou que "na construo civil pelo sistema de pr-moldados, sob regime de empreitada global, em que a empresa construtora produz as peas a serem montadas em edificao especfica, sem comercializ-las individualmente, transportando-as para o local da obra, no incide o ICM cuja base de clculo para a cobrana inexistente" (REsp n 40356/SP, Rel. Min. Peanha Martins, DJ de 03/06/1996). 5. Evidente o direito da empresa recorrida em no recolher o ICMS quando da montagem de pr-moldados, com produo prpria das peas a serem montadas, sem que as mesmas sejam comercializadas individualmente, por se tratar, in casu, de contrato de empreitada onde se almeja a execuo de toda a obra. 6. Recurso desprovido" "TRIBUTRIO - ICM - CONSTRUO CIVIL - EXECUO EM REGIME DE EMPREITADA GLOBAL - FORNECIMENTO DE PR-MOLDADOS - BASE DE CLCULO INEXISTENTE TRIBUTAO INDEVIDA - PRECEDENTE: RESP. 40.356-SP, D.J. DE 03.06.96.- Na construo civil, sob o regime de empreitada global, a utilizao de peas pr-moldadas fabricadas pela empresa construtora, para serem montadas em edificao especfica, sem comercializ-las individualmente, inexiste base de clculo para incidncia do ICM. - Recurso especial conhecido e provido." 1.5 Caracterizao de industrializao Define o Regulamento do IPI (Decreto 4.544/02) "Art. 4 Caracteriza industrializao qualquer operao que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentao ou a finalidade do produto, ou o aperfeioe para consumo, tal como: I - a que, exercida sobre matrias-primas ou produtos intermedirios, importe na obteno de espcie nova (transformao); (...) Pargrafo nico. So irrelevantes, para caracterizar a operao como industrializao, o processo utilizado para obteno do produto e a localizao e condies das instalaes ou equipamentos empregados. (...) Art. 5 No se considera industrializao: (...) VIII - a operao efetuada fora do estabelecimento industrial, consistente na reunio de produtos, peas ou partes e de que resulte: a) edificao (casas, edifcios, pontes, hangares, galpes e semelhantes, e suas coberturas); b) (...) c) fixao de unidades ou complexos industriais ao solo;" fato que a reunio de insumos aplicados aos pr moldados, estruturas metlicas etc, constituem em espcie de transformao. No entanto, ocorrendo tal hiptese no local da obra fica descaracterizado o fato gerador por ordem do art. 5 do RIPI. A construtora que fabricar tais peas dentro do estabelecimento "industrial", argumento que justificaria a incidncia de IPI na fabricao. Cito a manifestao do fisco em RC n 713/02: Nessa linha, conforme o inciso III do artigo 4 do Regulamento do IPI, aprovado atravs do Decreto n 4.544/2002, "(...) caracteriza industrializao qualquer operao (...) que consista na reunio de produtos, peas ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autnoma, ainda que sob a mesma classificao fiscal (montagem); (...)", sendo que, de acordo com o pargrafo nico desse mesmo artigo, "(...) so irrelevantes, para caracterizar a operao como industrializao, o processo utilizado para obteno do produto e a localizao e condies das instalaes ou equipamentos empregados (...)". Alm disso, segundo o inciso VIII do artigo 5 do RIPI/2002, "(...) no se considera industrializao: (...) a operao efetuada fora do estabelecimento industrial, consistente na

reunio de produtos, peas ou partes e de que resulte: (...) edificao (casas, edifcios, pontes, hangares, galpes e semelhantes, e suas coberturas) (...)". Sendo assim, para efeito de aplicao da legislao do ICMS, a elaborao de qualquer produto executada pelo prestador de servios dentro do seu estabelecimento, ainda que por encomenda do seu cliente para atender necessidade especfica deste, considerada industrializao. Conseqentemente, o produto resultante deve ser considerado como industrializado, assumindo a condio de mercadoria a partir do momento em que posto em circulao para o consumo, assim caracterizado pela transferncia da propriedade de um bem mvel, a ttulo oneroso e com fim lucrativo comercial, promovida por estabelecimento industrial ou comercial atravs da entrega do bem, objeto de sua atividade econmica, ao consumidor, que, mediante pagamento do preo acordado, passa a deter a propriedade sobre esse bem." 1.6 Concluso De todo o exposto, conclui-se que, numa viso fiscalista e preventiva, a empresa de construo civil que produz mercadorias fora do canteiro de obra deve ser contribuinte do ICMS, incidindo sobre o valor a ser atribudo pelo fornecimento de tais mercadorias. A preparao do solo, montagem, instalaes eltricas e hidrulicas continuam no campo de incidncia do ISS, devendo emitir nota fiscal de servio sobre tais valores. Desta forma passaria a recolher: - Diferencial de alquota de mercadorias oriundas de outros Estados - ICMS sobre o regime de substituio tributria na prestao de servio de transporte tomado Podendo se creditar - ns ltimos 05 anos - de todos os insumos adquiridos, combustvel, transporte tomado e ativo imobilizado (respeitando as normas pertinentes matria), devendo efetuar o calculo e respectivo dbito tambm deste perodo. No que tange ao IPI, seguindo esta mesma esteira, pratica o fato gerador do IPI industrializao na espcie transformao - e portanto est sujeita ao pagamento do imposto, devendo ser feito sob a alquota aplicvel conforme classificao fiscal dada ao produto (necessrio realizar pesquisa na Tabela de Incidncia do IPI). Pelo princpio da no cumulatividade, poder se creditar dos insumos que tenham o IPI destacado na nota fiscal de venda. Em contraposio, pode optar por no se inscrever como contribuinte de ICMS/IPI, ficando sujeita a autuao fiscal de ambos entes pblicos. Todavia, caso isso ocorra, h argumentos para fundamentar uma defesa passvel de vitria jurdica.Leia mais: http://www.fiscosoft.com.br/a/2x0l/construcao-civil-confeccao-de-material-fora-do-canteiro-deobra-incidencia-de-icms-e-ipi-claudia-marchetti-da-silva#ixzz1JJkqjLzk

STJ - RECURSO ESPECIAL: REsp 195880 MG 1998/0086865-8Resumo: Tributrio. Icms. Construtoras. Operao Interestadual. Diferencial de Alquotas. Decreto-lei null406/68. Relator(a): Ministro MILTON LUIZ PEREIRA Julgamento: 07/05/2001 rgo Julgador: T1 - PRIMEIRA TURMA Publicao: DJ 01.10.2001 p. 163

Andamento do processo

EmentaTributrio. ICMS. Construtoras. Operao Interestadual. Diferencial de Alquotas. Decreto-lei 406/68. 1. Fixou-se a orientao da Primeira Seo no sentido de que as empresas de construo civil no esto sujeitas ao ICMS ao adquirir mercadorias em operaes interestaduais. 2. Multifrios precedentes. Smula 83/STJ.

3. Recurso no conhecido

AcordoVistos e relatados estes autos, em que so partes as acima indicadas: Decide a egrgia Primeira Turma do Superior Tribunal de Justia, por unanimidade, no conhecer do recurso, nos termos do voto do Senhor Ministro Relator, com as ressalvas do ponto de vista do Senhor Ministro Humberto Gomes de Barros, na forma do relatrio e notas taquigrficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Votaram de acordo com o Senhor Ministro Relator os Senhores Ministros Jos Delgado, Garcia Vieira e Humberto Gomes de Barros. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Francisco Falco. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Jos Delgado.

Veja

STJ - RMS 9630 -MG (REVJMG 153/477), RMS 8334 -SE (LEXSTJ 134/80, RSTJ 133/160, RJADCOAS 1/50), RESP 226685 -PR, RESP 224498 -MG, RMS 9630 -MG (REVJMG 153/477), AgRg no RESP 262059 -SP , ERESP 149946 -MS

Referncias Legislativas LEG:FED DEL:000406 ANO:1968 LEG:FED SUM:000083 (STJ)

Sucessivos RESP 175165 CE 1998/0038260-7 DECISO:08/05/2001 DJ DATA:08/10/2001 PG:00164

Decises que citam REsp 195880 MG 1998/0086865-8Agravo Regimental no Recurso Especial Agrg no Resp 187957 Sp... Recurso Especial Resp 595773 Mt 2003/0177430-0 (stj) Agravo Regimental no Recurso em Mandado de Segurana Agrg... Recurso Especial Resp 595773 Mt 2003/0177430-0 (stj)

Inteiro TeorProcesso: Julgamento: 28/09/2004 rgao Julgador: 2 Turma Cvel Classe: Agravo

28.9.2004 Segunda Turma Cvel Agravo - N. - Campo Grande. Relator Agravante Proc. Est. Exmo. Sr. Des. Divoncir Schreiner Maran. Fazenda Pblica do Estado de Mato Grosso do Sul. Waleska Assis de Souza.

Agravado Advogados RELATRIO

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Encalso Construes Limitada. Vladimir Rossi Loureno e outro.

O Sr. Des. Divoncir Schreiner Maran Estado de Mato Grosso do Sul, na ao declaratria contra si proposta por Encalso Construes Ltda., agrava da deciso que antecipou a tutela, determinando-lhe que no efetuasse lanamentos fiscais e exigisse o pagamento de ICMS, inclusive o diferencial de alquota interna, em relao s operaes de transferncia de bens da matriz ou outras filiais da agravada para a filial sediada neste Estado, bem como em relao aquisio de insumos em outros Estados. Sustenta no ser cabvel a concesso de tutela antecipada nas aes declaratrias. Afirma no estarem presentes os requisitos do artigo 273 do Cdigo de Processo Civil, j que no estaria presente a prova inequvoca da verossimilhana da alegao, no estando igualmente presente a referida verossimilhana, bem como o fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao. Ainda, haveria perigo de irreversibilidade da medida, j que, estando impossibilitado de lanar, poderia decair do seu direito. No que chamou de "mrito", defende que a legislao, notadamente a Constituio Federal, distingue as operaes internas e interestaduais segundo a qualidade do destinatrio das mercadorias, incidindo a alquota interestadual se ele for contribuinte do imposto, devendo a diferena, ou seja, a alquota interna, ser cobrada pelo Estado em que est domiciliado o adquirente. Diz que a legislao do ISS estabeleceria que o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de servios, fora do local da prestao dos servios, sujeita-se ao ICMS. Afirma estar a agravada agindo de m-f, vindo a insistir na incidncia do ICMS. Prequestiona os dispositivos que entendeu pertinentes e, ao terminar, pede a concesso do efeito suspensivo ao recurso, a ser provido ao final, "revogando-se" a antecipao dos efeitos da tutela. O recurso foi recebido apenas no efeito devolutivo. A agravada apresentou resposta, rebatendo a pretenso recursal, e ao terminar, pediu o noprovimento do agravo. O Juzo a quo prestou suas informaes, vindo os autos conclusos. VOTO O Sr. Des. Divoncir Schreiner Maran (Relator) Inicialmente, no h dizer que no seria cabvel a antecipao da tutela nas aes declaratrias. Nada h de incomum em antecipar a tutela nessas aes como em outras. Simplesmente se antecipam os efeitos da sentena. Agora, se esto presentes os requisitos para se antecipar a tutela, isso ser a seguir analisado. Pois bem! Resta saber se esto presentes os requisitos do artigo 273 do Cdigo de Processo Civil. Ao contrrio do que afirmou o agravante, a prova inequvoca da verossimilhana da alegao se entrelaa com o prprio direito em discusso, at porque ele no negou que a controvrsia diz efetivamente respeito s operaes de circulao de mercadorias descritas pelo Juzo de primeiro grau, quais sejam, transferncias de bens da matriz ou de outras filiais para a filial da agravada

sediada neste estado, bem como aquisio de insumos. Logo, resta saber se tais operaes, ao menos num juzo prvio, prprio desta fase, so fatos geradores do ICMS -discusso travada nos autos. Nesse aspecto, tenho que agiu com acerto o Juzo de primeira instncia ao ponderar que, a princpio, as mercadorias adquiridas pelas empresas de construo civil, a serem utilizadas nas obras por elas construdas, no esto sujeitas ao pagamento do diferencial de alquota do ICMS, sujeitando tal operao tributao exclusiva do ISS. Reitero o entendimento do STJ colacionado por aquele Julgador s f. 222-223 (TJMS), in verbis : "A jurisprudncia deste Superior Tribunal de Justia consolidou entendimento no sentido de que a aquisio interestadual de produtos ou mercadorias, para aplicao nas construes civis, no sofre a incidncia da alquota diferenciada de ICMS" (AROMS 15184/MT -1 Turma -rel. Min. Francisco Galvo -j. 04.12.2003 -DJU 22.03.2004, p. 196). "Recentes arestos indicam a orientao firmada neste sodalcio no sentido da inexigibilidade do diferencial de alquota do ICMS sobre as mercadorias adquiridas de outro Estado da Federao por empresa de construo civil para utilizao em suas obras. Precedentes: AGRAGA 456.341/MS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJU 06.10.2003; AGA 435.851/PE, Rel. Min. Luiz Fux, DJU 19.05.2003" (AGREsp 260577/MG -2 Turma -Rel. Min. Franciulli Netto -j. 03.02.2004 -DJU 28.06.2004, p. 218). De outro norte, bem sabido que no constituem fato gerador do ICMS as transferncias de equipamentos, mercadorias e produtos entre a matriz e suas filiais situadas em outros Estados, porquanto no ocorre a transferncia da propriedade entre os estabelecimentos do mesmo contribuinte, incidindo a Smula 166 do STJ. Assim, de se reconhecer que est presente a verossimilhana da alegao, e a prova inequvoca disso se extrai do prprio contexto da matria em discusso, ao menos da maneira em que fora abordada neste caso. J quanto ao fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao, ele advm da prpria exigncia, em tese, indevida do tributo, o que atravancar as diversas obras realizadas pela agravada, seno aumentado demasiadamente o seu custo, sendo certo que a possvel repetio de indbito no afasta o perigo de dano, ainda que possa minor-lo. Ademais, o agravante se prende ao fato de que a medida pode se tornar irreversvel em decorrncia da decadncia do direito de efetuar o lanamento tributrio. Porm, possui o prazo de cinco anos para lanar, sendo induvidoso que a ao ter o seu desfecho resolvido antes desse prazo, considerando inclusive o seu atual estgio, sem contar que, pela regra do artigo 173, I, do CTN, somente em 2005 que se iniciar a contagem do prazo decadencial. Alis, no me afigura justo, ainda que exista entendimento contrrio, permitir que o Estado continue autuando a agravada, com as danosas e constrangedoras conseqncias da resultantes, enquanto tudo evidencia, ainda que numa anlise superficial, a ilegalidade de seus atos. Tudo ponderado, at desnecessrio tecer maiores comentrios sobre as demais alegaes do agravante, pois cedem lugar ao aqui defendido. Inclusive, quanto aos diversos dispositivos prequestionados f. 22, no se pode cogitar de violao, salvo quanto clusula primeira do Convnio ICMS 71/89, vulnerao essa legtima perante o norte jurdico adotado. Posto isso, nego provimento ao recurso. DECISO Como consta na ata, a deciso foi a seguinte:

PROVIMENTO NEGADO. DECISO UNNIME. Presidncia do Exmo. Sr. Des. Horcio Vanderlei Nascimento Pithan. Relator, o Exmo. Sr. Des. Divoncir Schreiner Maran. Tomaram parte no julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores Divoncir Schreiner Maran, Horcio Vanderlei Nascimento Pithan e Tnia Garcia de Freitas Borges. Campo Grande, 28 de setembro de 2004. Segunda Turma Cvel ym

28.9.2004 Segunda Turma Cvel Agravo - N. - Campo Grande. Relator Agravante Proc. Est. Agravado Advogados - Exmo. Sr. Des. Divoncir Schreiner Maran. - Fazenda Pblica do Estado de Mato Grosso do Sul. - Waleska Assis de Souza. - Encalso Construes Limitada. - Vladimir Rossi Loureno e outro.

EMENTA - AGRAVO DE INSTRUMENTO -AO DECLARATRIA -POSSIBILIDADE DE ANTECIPAO DA TUTELA -REQUISITOS PRESENTES -ICMS -CONSTRUTORA -RECURSO NO PROVIDO. perfeitamente possvel a antecipao da tutela nas aes declaratria, desde que estejam presentes os seus requisitos. Evidenciando-se, num juzo perfunctrio, orientado pelos precedentes do STJ, a ilegalidade da exigncia do diferencial de alquota de ICMS nas aquisies interestaduais de produtos ou mercadorias por construtora para aplicao nas construes civis, bem como a exigncia de referido tributo nas transferncias de equipamentos, mercadorias e produtos entre a matriz de uma empresa e suas filiais situadas em outros Estados (Smula 166 do STJ), de se reconhecer a presena da verossimilhana da alegao. O fundado receio de dano irreparvel ou de difcil reparao se evidencia na possibilidade de a exigncia do tributo obstaculizar o andamento das obras, bem como aumentar seu custo, no afastando tal requisito a possvel repetio de indbito. A remota possibilidade de o fisco decair do direito de lanar no enseja a irreversibilidade da medida. A C R D O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os juzes da Segunda Turma Cvel do Tribunal de Justia, na conformidade da ata de julgamentos e das notas taquigrficas, negar provimento. Deciso unnime.

Campo Grande, 28 de setembro de 2004. Des. Horcio Vanderlei Nascimento Pithan - Presidente Des. Divoncir Schreiner Maran - Relator

TJ determina iseno de ICMS construtoraExtrado de: Tribunal de Justia de Alagoas - 23 de Abril de 2009

A Segunda Cmara Cvel do Tribunal de Justia de Alagoas (TJ/AL) decidiu, por unanimidade de votos, determinar que o Estado de Alagoas se abstenha de exigir o recolhimento da diferena de alquota do Imposto Sobre Circulao de Mercadoria e Prestao de Servios (ICMS) de uma empresa de construo civil. O julgamento aconteceu na sesso desta quinta-feira (23). A Apelao Cvel foi interposta pela Construtora e Incorporadora Borella Ltda, contra o Estado de Alagoas e visava a reforma integral da sentena proferida pelo juiz da 17 Vara Cvel da Capital - Fazenda Pblica Estadual. A empresa alega que, como atua no ramo da construo civil, no participa da produo e comercializao dos produtos, definindo-se como prestadora de servio e contribuinte apenas do imposto municipal ISS - Imposto Sobre Servios de qualquer natureza. O relator do processo, desembargador Alcides Gusmo da Silva, explicou em seu voto que a contrutora tem por objetivo o exerccio da atividade de construo civil, a realizao de incorporaes imobilirias e a compra e venda de imveis por conta prpria, no realizando atos de comercializao ou repasse de mercadorias. "A compra de materiais ou produtos, em outros Estados, para construo civil por partes das construtoras, para serem usados na prpria obra, como ocorre neste caso, no configura circulao de mercadoria, mas to somente aquisio de insumos e, por isso, no h a ocorrncia do fato gerador do ICMS", explicou o desembargador-relator. Participaram do julgamento os desembargadores Estcio Luiz Gama de Lima e Pedro Augusto Mendona de Arajo.

Decreto 5141/96 | Decreto n 5.141 de 25 de janeiro de 1996 da BahiaDeclara a nulidade dos atos administrativos que menciona e d outras providncias. Citado por 5 O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuies, e considerando que atravs de instrumentos de ?Confisso de Dvida e Garantia de Pagamento por Cesso de Direitos?, firmados em 04 de maro de 1991, o ento Governador Nilo Augusto Moraes Coelho

confessou, em nome do Estado da Bahia, dever CONSTRUTORA E PAVIMENTADORA SRVIA LTDA. as quantias de Cr$ 1.127.988.017,06 (hum bilho, cento e vinte e sete milhes, novecentos e oitenta e oito mil, dezessete cruzeiros e seis centavos) dadas como oriundas da execuo de servios contratados com o DERBA - Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia; e de CR$ 2.156.146.127,26 (dois bilhes, cento e cinquenta e seis milhes, cento e quarenta e seis mil, cento e vinte e sete cruzeiros e vinte e seis centavos) que teria, supostamente, resultado da execuo de servios contratados com a EMBASA - Empresa Bahiana de gua e Saneamento - S.A.; considerando que pelas clusulas 4.1 a 4.4 dos referidos instrumentos o ento supra mencionado Governador do Estado, em garantia do pagamento dos mencionados valores, encargos financeiros, multas, mora e demais obrigaes no especificadas, declara ceder e transferir CONSTRUTORA E PAVIMENTADORA SRVIA LTDA., em carter irrevogvel e irretratvel, todo direito e ao sobre os crditos que se faam conta do Governo do Estado da Bahia junto ao Banco do Brasil S.A. provenientes da arrecadao do Fundo de Participao dos Estados - FPE e/ou aqueles oriundos de sua participao no ICMS e no IPVA, outorgando ainda CONSTRUTORA, atravs de procuraes por instrumentos particulares, poderes para receber tais recursos da referida instituio financeira bem como do BANEB ou da Secretaria da Fazenda; considerando a inexistncia de motivo, pressuposto de fato e de direito indispensvel validade das referidas ?confisses de dvida?, eis que o Estado da Bahia no portava - como no porta - a qualidade de devedor da CONSTRUTORA E PAVIMENTADORA SRVIA LTDA., porquanto no havia figurado como parte ou mesmo como terceiro interveniente nos contratos de obras ou de prestao de servios a que tais instrumentos se referem, nem assumira em tempo algum, ou sob qualquer forma, as obrigaes ali eventualmente contradas pela EMBASA e pelo DERBA, entidades dotadas de personalidade jurdica, autonomia administrativa e financeira, que no se confundem com o Estado da Bahia, nem com o Governo do Estado; considerando que a Constituio Federal em seu art. 167, inciso IV, e a Constituio do Estado da Bahia, em seu art. 161, inciso X, vedam expressamente a vinculao da receita de impostos a rgo, fundo ou despesa, salvo excees em que no se subsumem as hipteses referidas; considerando que o art. 100, da Constituio Federal, preservando os princpios da isonomia, da impenhorabilidade e da indisponibilidade dos bens pblicos, sujeita os pagamentos devidos pela Fazenda Pblica Federal, Estadual e Municipal ordem cronolgica de apresentao dos respectivos precatrios, proibindo a designao de casos ou de pessoas nas dotaes oramentrias e nos crditos adicionais abertos para este fim; considerando que a vinculao da receita estadual aos crditos supostamente constitudos nos instrumentos de confisso de dvida, viola frontalmente tais preceitos constitucionais; considerando que a Lei Estadual n 4.821, de 04.01.1989, na qual se pretendeu lastrear as confisses de dvida referidas, no se aplica s hipteses em exame, alm de padecer de irremedivel vcio de inconstitucionalidade, seja por no ter sido observado no respectivo processo legislativo o ?quorum? qualificado de que trata o art. 76, da Constituio do Estado da Bahia, seja por afrontar, em seu contedo, os artigos 167, IV e 100 da Constituio Federal; considerando, finalmente, que a Administrao Pblica, no exerccio do poder de autotutela, tem o dever de anular os seus prprios atos quando eivados de vcios insanveis porque deles no se originam direitos, competindo, ainda, ao Governador do Estado zelar e proteger o errio, especialmente defendendo-o dos atos ilcitos e das despesas irregulares ou ilegais, R E SOLVE Art. 1 - Fica declarada a nulidade dos ?Instrumentos de Confisso de Dvida e Garantia de Pagamento por Cesso de Direito? celebrados entre o Governo do Estado da Bahia e a CONSTRUTORA E PAVIMENTADORA SRVIA LTDA, em 04 de maro de 1991, registrados no Cartrio do 1 Registro de Ttulos e Documentos sob n.s 36.300 e 36.301, do Livro E-220 em 06 de maro de 1991, bem como das procuraes outorgadas referida empresa para receber junto ao Banco do Brasil valores resultantes da quota-parte do Estado da Bahia no Fundo de Participao dos Estados - FPE. Citado por 5

Art. 2 - A Procuradoria Geral do Estado, no exerccio de suas atribuies constitucionais e legais, adotar as providncias necessrias preservao dos direitos e interesses do Estado da Bahia, inclusive perante terceiros, em decorrncia dos atos ora declarados nulos. Art. 3 - Revogam-se as disposies em contrrio. PALCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 25 de janeiro de 1996. PAULO SOUTO Governador DECRETO N 5.141 DE 25 DE JANEIRO DE 1996 Declara a nulidade dos atos administrativos que menciona e d outras providncias. O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuies, e considerando que atravs de instrumentos de ?Confisso de Dvida e Garantia de Pagamento por Cesso de Direitos?, firmados em 04 de maro de 1991, o ento Governador Nilo Augusto Moraes Coelho confessou, em nome do Estado da Bahia, dever CONSTRUTORA E PAVIMENTADORA SRVIA LTDA. as quantias de Cr$ 1.127.988.017,06 (hum bilho, cento e vinte e sete milhes, novecentos e oitenta e oito mil, dezessete cruzeiros e seis centavos) dadas como oriundas da execuo de servios contratados com o DERBA - Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia; e de CR$ 2.156.146.127,26 (dois bilhes, cento e cinquenta e seis milhes, cento e quarenta e seis mil, cento e vinte e sete cruzeiros e vinte e seis centavos) que teria, supostamente, resultado da execuo de servios contratados com a EMBASA - Empresa Bahiana de gua e Saneamento - S.A.; considerando que pelas clusulas 4.1 a 4.4 dos referidos instrumentos o ento supra mencionado Governador do Estado, em garantia do pagamento dos mencionados valores, encargos financeiros, multas, mora e demais obrigaes no especificadas, declara ceder e transferir CONSTRUTORA E PAVIMENTADORA SRVIA LTDA., em carter irrevogvel e irretratvel, todo direito e ao sobre os crditos que se faam conta do Governo do Estado da Bahia junto ao Banco do Brasil S.A. provenientes da arrecadao do Fundo de Participao dos Estados - FPE e/ou aqueles oriundos de sua participao no ICMS e no IPVA, outorgando ainda CONSTRUTORA, atravs de procuraes por instrumentos particulares, poderes para receber tais recursos da referida instituio financeira bem como do BANEB ou da Secretaria da Fazenda; considerando a inexistncia de motivo, pressuposto de fato e de direito indispensvel validade das referidas ?confisses de dvida?, eis que o Estado da Bahia no portava - como no porta - a qualidade de devedor da CONSTRUTORA E PAVIMENTADORA SRVIA LTDA., porquanto no havia figurado como parte ou mesmo como terceiro interveniente nos contratos de obras ou de prestao de servios a que tais instrumentos se referem, nem assumira em tempo algum, ou sob qualquer forma, as obrigaes ali eventualmente contradas pela EMBASA e pelo DERBA, entidades dotadas de personalidade jurdica, autonomia administrativa e financeira, que no se confundem com o Estado da Bahia, nem com o Governo do Estado; considerando que a Constituio Federal em seu art. 167, inciso IV, e a Constituio do Estado da Bahia, em seu art. 161, inciso X, vedam expressamente a vinculao da receita de impostos a rgo, fundo ou despesa, salvo excees em que no se subsumem as hipteses referidas; considerando que o art. 100, da Constituio Federal, preservando os princpios da isonomia, da impenhorabilidade e da indisponibilidade dos bens pblicos, sujeita os pagamentos devidos pela Fazenda Pblica Federal, Estadual e Municipal ordem cronolgica de apresentao dos respectivos precatrios, proibindo a designao de casos ou de pessoas nas dotaes oramentrias e nos crditos adicionais abertos para este fim; considerando que a vinculao da receita estadual aos crditos supostamente constitudos nos instrumentos de confisso de dvida, viola frontalmente tais preceitos constitucionais; considerando que a Lei Estadual n 4.821, de 04.01.1989, na qual se pretendeu lastrear as confisses de dvida referidas, no se aplica s hipteses em exame, alm de padecer de irremedivel vcio de inconstitucionalidade, seja por no ter sido observado no respectivo processo legislativo o ?quorum? qualificado de que trata o art. 76, da Constituio do Estado da Bahia, seja por afrontar, em seu contedo, os artigos 167, IV e 100 da Constituio Federal;

considerando, finalmente, que a Administrao Pblica, no exerccio do poder de autotutela, tem o dever de anular os seus prprios atos quando eivados de vcios insanveis porque deles no se originam direitos, competindo, ainda, ao Governador do Estado zelar e proteger o errio, especialmente defendendo-o dos atos ilcitos e das despesas irregulares ou ilegais, R E SOLVE Art. 1 - Fica declarada a nulidade dos ?Instrumentos de Confisso de Dvida e Garantia de Pagamento por Cesso de Direito? celebrados entre o Governo do Estado da Bahia e a CONSTRUTORA E PAVIMENTADORA SRVIA LTDA, em 04 de maro de 1991, registrados no Cartrio do 1 Registro de Ttulos e Documentos sob n.s 36.300 e 36.301, do Livro E-220 em 06 de maro de 1991, bem como das procuraes outorgadas referida empresa para receber junto ao Banco do Brasil valores resultantes da quota-parte do Estado da Bahia no Fundo de Participao dos Estados - FPE. Citado por 5 Art. 2 - A Procuradoria Geral do Estado, no exerccio de suas atribuies constitucionais e legais, adotar as providncias necessrias preservao dos direitos e interesses do Estado da Bahia, inclusive perante terceiros, em decorrncia dos atos ora declarados nulos. Art. 3 - Revogam-se as disposies em contrrio. PALCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 26 de janeiro de 1996. PAULO SOUTO Governador *Retificado por haver sado com incorreo. No Decreto N 5.141 publicado no D.O.E. de 26.01.96: ONDE SE L: ...de que trata o art. 76, da Constituio do Estado da Bahia... LEIA-SE: ... de que trata o art. 25, da ento vigente Constituio do Estado da Bahia...

Construtora no deve diferena de ICMSExtrado de: Direito Pblico - 16 de Dezembro de 2009

O julgamento de um recurso repetitivo no Superior Tribunal de Justia (STJ) deve beneficiar as empresas do ramo da construo civil. A Primeira Seo do STJ pacificou o entendimento de que as empresas de construo civil no esto obrigadas a pagar o diferencial de alquotas do ICMS na aquisio de mercadorias em operaes interestaduais para uso nas obras que executam. O caso julgado envolve a empresa Concreto Amorim, que atua no ramo de construo e incorporao de imveis no Estado de Alagoas. O Estado sustenta que a empresa tem a obrigao tributria de pagar a diferena de alquota do ICMS, quando nos demais Estados da federao esta for menor que a do Estado de Alagoas. As turmas do STJ j vinham julgando, nos ltimos anos, no sentido de que ilegtima a cobrana do ICMS sobre operaes interestaduais realizadas por empresa de construo civil, na aquisio de bens necessrios ao desempenho de suas atividades fim. Segundo esse entendimento, a empresa est sujeita ao pagamento da diferena do imposto apenas quando revende as mercadorias a terceiros. De acordo com o advogado Cid de Castro Cardoso, do escritrio Jairo e George Melo Advogados Associados, que defende a Concreto Amorin, a empresa no poderia estar sujeita ao recolhimento do ICMS, mas somente do ISS, pois os produtos adquiridos em outras unidades da federao, segundo Cardoso, no se destinavam transferncia mercantil. "Todos os produtos adquiridos so empregados para a execuo das obras da empresa", diz Cardoso. (LC) Valor Econmico

Construtora isenta de pagar diferena de ICMS de insumoExtrado de: Consultor Jurdico - 30 de Novembro de 2010

Empresas de construo civil, ao adquirirem insumos, esto isentas de pagar a diferena do Imposto sobre a Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS) cobrado pelo estado onde ser construdo o empreendimento. O entendimento da 1 Turma do Superior Tribunal de Justia, que decidiu que a Fazenda de Pernambuco no pode cobrar da Construtora OAS a diferena das alquotas interestaduais e internas do tributo do estado. No cabe cobrana de diferena de ICMS na aquisio de insumos de outros estados... Justia isenta OAS de pagar ICMS

No cabe cobrana de diferena de ICMS na aquisio de insumos de outros estados por e...Extrado de: Superior Tribunal de Justia - 30 de Novembro de 2010

A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justia (STJ) decidiu que o estado de Pernambuco no pode cobrar da Construtora OAS Ltda. a diferena das alquotas interestaduais e internas do Imposto sobre a Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS) relativa aquisio de materiais em outras unidades da federao, para utilizao como insumos na construo civil em obra realizada no estado. Justia isenta OAS de pagar ICMS Construtora isenta de pagar diferena de ICMS de... ver as 4 relacionadas A empresa impetrou mandado de segurana contra a cobrana praticada pela Secretaria de Fazenda de Pernambuco, alegando ofensa a seu direito lquido e certo de no recolher diferena de alquotas de ICMS na aquisio de insumos. A construtora fundamentou o pedido na sua condio de empresa contribuinte de ISS, e no de ICMS. A defesa alegou ainda no estar adquirindo os materiais para comercializao, e sim para utilizao em sua atividade fim os chamados insumos. O Tribunal de Justia de Pernambuco (TJPE), por maioria de votos, negou o pedido. Mencionou que no desconhece a jurisprudncia pacfica do STJ no sentido de que as empresas de construo civil que adquirem materiais para empreg-los como insumos, e no para comercializ-los, no so contribuintes do ICMS, mas apenas do ISS. Entretanto, no teria sido apresentada cpia do contrato social ou outro documento hbil que provasse que a empresa no promove circulao de mercadorias. A construtora alegou que a ausncia do contrato social no corresponderia a uma falha na produo de provas, mas sim a uma irregularidade processual, j que o contrato social ou estatuto da pessoa jurdica deveria acompanhar a procurao dos seus advogados, e a prova do legtimo mandato necessria constituio e ao desenvolvimento vlido e regular do processo. A defesa entendeu que o mandado de segurana possua, ento, uma irregularidade processual. Dessa forma, deveria ter sido observado o artigo 13 do Cdigo de Processo Civil (CPC), o qual assevera que, verificando incapacidade processual ou irregularidade de

representao das partes, o juiz deve assinalar prazo para que seja sanado o defeito, o que no teria ocorrido no caso. O relator do recurso em mandado de segurana, ministro Luiz Fux, mencionou em seu voto diversos precedentes do STJ no sentido de que a incapacidade processual ou a irregularidade na representao decorrente da falta de juntada do contrato social ou dos atos constitutivos da empresa ensejam a suspenso do processo para que seja concedido prazo para a parte solucionar o defeito, conforme previsto no artigo 13 do CPC. O ministro tambm mencionou o entendimento consolidado pela Primeira Seo do Tribunal segundo o qual as empresas de construo civil, ao adquirirem bens necessrios ao desenvolvimento de sua atividade fim, no so contribuintes do ICMS, no podendo ser compelidas ao recolhimento de diferencial de alquota de ICMS cobrada pelo estado destinatrio. A Primeira Turma acompanhou o voto do relator para, reformando o acrdo estadual, determinar que o estado de Pernambuco abstenha-se de exigir o recolhimento de diferencial de alquota de ICMS nas operaes interestaduais de aquisio de insumos para utilizao na atividade fim da Construtora OAS. Autor: Coordenadoria de Editoria e Imprensa

Construtoras no devem diferencial de ICMS sobre operaes interestaduaisExtrado de: Superior Tribunal de Justia - 30 de Dezembro de 2009

Em mais um julgamento pelo rito da Lei dos Recursos Repetitivos (Lei n. 11.672/2008), a Primeira Seo do Superior Tribunal de Justia (STJ) pacificou o entendimento de que as empresas de construo civil, ao adquirirem em outros estados materiais a serem empregados como insumos nas obras que executam, no podem ser compelidas ao recolhimento de diferencial de alquota de ICMS cobrada pelo estado destinatrio. O processo foi relatado pelo ministro Luiz Fux. Construtora no recolhe diferencial de alquota de I... Unio pode cobrar crditos rurais cedidos pelo Banc... ver as 5 relacionadas O recurso julgado foi interposto pelo Estado de Alagoas contra acrdo do Tribunal de Justia estadual. A Fazenda alagoana sustentou que houve violao do artigo 4, da Lei Complementar n 87/96, que submete as empresas sistemtica do diferencial de alquotas de ICMS nas operaes interestaduais de aquisio de mercadorias e insumos utilizados em obras de construo civil. Para o Tribunal de Justia, ao utilizarem as mercadorias adquiridas em outros estados como insumos em suas obras, as construtoras no esto sujeitas ao diferencial de alquota de ICMS do estado destinatrio, uma vez que essas empresas so, de regra, contribuintes do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza, de competncia municipal. Citando vrios precedentes, o relator reiterou que as empresas de construo civil, quando adquirem bens necessrios ao desenvolvimento de sua atividade-fim, no so contribuintes do ICMS. Da a impossibilidade de cobrana de diferencial de alquota de ICMS das empresas de construo civil que adquirem mercadorias em estado diverso para aplicao em obra prpria. Segundo o ministro, consequentemente h de se qualificar a construo civil como atividade de pertinncia exclusiva a servios sujeita incidncia de ISS. Assim, quaisquer

bens necessrios a essa atividade, como mquinas, equipamentos, ativo fixo, materiais e peas, no devem ser tipificados como mercadorias sujeitas a tributo estadual. Autor: Coordenadoria de Editoria e Imprensa

Construtora no ter que pagar diferena de ICMSExtrado de: Poder Judicirio do Rio Grande do Norte - 03 de Maro de 2009

Empresa construtora que adquira material em outro Estado destinado utilizao em suas obras no deve pagar o diferencial do ICMS. Essa deciso est expressa em liminar concedida pelo desembargador Caio Alencar em Mandado de Segurana impetrado pela construtora Vecon Ltda contra esse tipo de cobrana por parte da secretaria de Tributao do Estado. A construtora alega que est realizando obra de esgotamento sanitrio no municpio de Macaba, necessitando para tanto adquirir materiais oriundos de outros Estados e que o Fisco estadual lhe est cobrando o diferencial da alquota de ICMS no patamar de 3%. A empresa alega que os produtos so para uso direto na obra, o que no configuraria o fato gerador do imposto que a circulao da mercadoria. Diante disso, a empresa requereu medida liminar para suspender a cobrana que considera abusiva. O relator, desembargador Caio Alencar, diante de jurisprudncia tanto do TJ como dos Tribunais Superiores concedeu a liminar determinando secretaria de Tributao que deixe de exigir o recolhimento da diferena da alquota de ICMS relativo aquisio de materiais e produtos provenientes de outros Estados e destinados utilizao exclusiva em obras que esto sendo executadas pela construtora Vecon. Mandado de Segurana n 2009.002025-0.NO INCIDNCIA DO ICMS NA CONSTRUO CIVILTexto publicado em 29/03/2007, s 14:46

Dr. Schubert de Farias Machado* SUMRIO: 1. A posio dos Estados. 2. Invalidade do convnio ICMS 71/89. 2.1. Invalidade formal. 2.2. Invalidade material. 3. O preo do servio e a base de clculo do ISS. 4. Invaso de competncia. 5. A jurisprudncia. 6. Peculiaridade da questo no Distrito Federal. 7. A Lei Complementar 87/97. 8. Concluso. 1. A posio dos Estados. Com a Constituio Federal de 1988, os Estados passaram a exigir o pagamento do diferencial de alquotas do ICMS, nas operaes interestaduais com os materiais adquiridos pelas empresas de construo civil. Fundamentaram a exigncia no art.155, 2, VII, "a" e VIII, da CF/88, por considerarem as empresas de construo civil contribuintes do ICMS e consumidoras finais dos produtos que adquirem para empregar nas obras. O Convnio ICMS n 71, de 22.08.89, corporifica essa orientao, determinando: "Acordam os Estados signatrios e o Distrito Federal em firmar entendimento de que nas operaes interestaduais de bens e mercadorias destinados a empresas de construo civil, para fornecimento em obras contratadas que executem sob sua responsabilidade, e em que ajam, ainda que excepcionalmente, como contribuintes do imposto, aplica-se o disposto na letra "a" do inciso VII e, se for o caso, no inciso VIII, do 2, do artigo 155, da Constituio Federal. 2. Invalidade do convnio ICMS 71/89.

Esse convnio, todavia, desprovido de validade jurdica, tanto do ponto de vista formal, como do ponto de vista material, como se passa a demonstrar. 2.1. Invalidade formal. O art. 34, do ADCT da Constituio Federal de 1988, em seu 8, disse que na omisso do legislador complementar, os Estados poderiam, mediante convnio, viabilizar a instituio do ICMS, estabelecendo normas gerais a respeito desse imposto. Em seu 5, todavia, recepcionou toda a legislao anterior, no incompatvel com o novo sistema constitucional tributrio. Assim, aquela atribuio de competncia aos Estados, para suprirem a omisso do legislador complementar, h de ser entendida em termos: s abrange o estritamente necessrio implantao do imposto sobre os servios de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicao, visto como no atinente circulao de mercadorias j existia legislao perfeitamente compatvel com a nova Constituio. Por isto mesmo temos sustentado a inconstitucionalidade do referido convnio, por no terem sido os Estados autorizados a tratar, mediante tal instrumento, de matria concernente ao imposto sobre operaes relativas circulao de mercadorias. 2.2. Invalidade material O convnio em tela inconstitucional tambm sob o aspecto material. As empresas de construo civil no eram contribuintes do ICM, como no o so do ICMS. (conf. Schubert Machado in Informativo Dinmico IOB - out/89). A instituio deste ampliou o campo de incidncia do imposto, que passou a abranger algumas prestaes de servios, mas no modificou a tributao das operaes de circulao de mercadorias. Por isto que o Professor IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, tratando do fato gerador do ICMS, afirma que "... no concernente s operaes relativas circulao de mercadorias no houve alterao no novo texto,..." (Sistema tributrio na Constituio de 1988, Saraiva, SP, 1989, pg.21O). Deste modo, as operaes tpicas das empresas de construo civil permanecem sob mesmo regime jurdico. Submetem-se nica e exclusivamente tributao municipal pelo ISS. No so tais empresas contribuintes do ICMS. E no que pertine ao tributo municipal, tem-se de ter em conta a lista de servios de que trata a Lei Complementar n 56, de 15.12.87, onde so relacionados, no item 32, os servios de construo civil. Certamente no nos estamos referindo s situaes em que a empresa de construo civil tambm fabricante ou comerciante de materiais de construo. Por outro lado, as empresas de construo civil no so "consumidor final" dos materiais que utilizam em sua atividade fim. O rigor terminolgico aqui de notvel importncia, e impe que se no esquea a distino entre consumo e insumo. Ocorre o consumo pela utilizao de um bem para a satisfao de necessidade pessoal de algum, que neste caso recebe o nome de consumidor. J o insumo, por seu turno, acontece quando da utilizao de um bem na produo de outros bens, ou na prestao de servios. Tal utilizao, que no satisfaz diretamente nenhuma necessidade, no configura um consumo, mas um insumo desse bem. A empresa de construo civil, salvo a situao excepcional antes referida, utiliza os bens que adquire na prestao de servios. No pode, pois, ser considerada como consumidor. Muito menos consumidor final, eis que o qualificativo final refora a idia de que se trata da ltima etapa na circulao econmica do bem, deixando fora de dvida o significado acima adotado. certo que uma empresa pode dedicar-se construo civil e, simultaneamente, negociar com materiais de construo, ou at mesmo fabric-los. Este, porm, no o caso aqui estudado. Cogitase, aqui, apenas dos casos em que a atividade de construo civil a nica desenvolvida pela empresa. Nestes casos, as mercadorias (materiais de construo) adquiridas so destinadas, exclusivamente, prestao de servios. 3. O preo do servio e a base de clculo do ISS. O valor das mercadorias empregadas em suas obras pelas construtoras integra, de forma direta, o preo do servio, embora no integre a base de clculo do ISS, por fora do estabelecido no art. 9, 2, letra "a", do Decreto-lei n 4O6/68, dispositivo que, mesmo no tendo tido sua redao expressamente adaptada pela Lei Complementar n 56/87, posto que se reporta aos itens 19 e 2O da lista de servios, h de ser interpretado como reportando-se aos itens 32, 33 e 34, da nova lista de servios, aprovada pela mencionada Lei Complementar.

O fato de que o valor das mercadorias, como afirmado acima, no integra a base de clculo do ISS, no quer dizer que possa tal valor ser alcanado pelo ICMS. A operao est legalmente tratada como uma s, vale dizer, sujeita apenas a um tributo, que o ISS. O 1, do art.8, do Decreto-lei n 4O6/68, expresso a esse respeito. 4. Invaso de competncia. A cobrana do ICMS feita s construtoras, mesmo limitada diferena entre as alquotas internas e interestaduais, consiste em evidente invaso de competncia dos Estados sobre os Municpios. No se pode admitir a interpretao de um dispositivo constitucional que leve a insupervel conflito com outro dispositivo da prpria Constituio. A melhor interpretao , induvidosamente, aquela que os harmoniza. A Constituio confere aos Municpios a competncia para tributar os servios de qualquer natureza (inclusive os de construo civil). Logo, no se pode admitir a interpretao de outro dispositivo da Constituio que implique invaso, pelos Estados, dessa competncia. Alm de configurar inadmissvel invaso, pelos Estados, de competncia tributria dos Municpios, a exigncia do questionado diferencial de alquota representa verdadeira distoro no sistema do imposto, que se fosse devido pelas empresas da construo civil teria de incidir sobre o valor agregado, posto que se estas fossem contribuintes, suportariam o imposto nas sadas, creditando-se do imposto relativo s entradas. 5. A jurisprudncia Os Tribunais de Justia dos Estados adotaram posies divergentes sobre a questo. Em alguns prevaleceu a tese das empresas construtoras, sendo repudiada a cobrana do diferencial de alquota do ICMS, sobre os materiais adquiridos para emprego na atividade de prestao de servio de construo civil. Assim decidiram os Tribunais do Mato Grosso, Pernambuco e Cear (Pleno do TJ-MT no MS n 05-Capital, j.13.09.90; Pleno do TJPE no MS n 2031-0/90-Recife, j.22.11.91 DJ Pe de 11.02.92, pg.05; e Pleno do TJ-CE no MS n 2.751-Fortaleza, j.11.06.92). Em outros, saiu vitoriosa a tese do fisco, admitida a cobrana daquele diferencial, conforme decidiram o Tribunal do Distrito Federal e da Paraba (Cons. Especial do TJ-DF no MS 2.857, DJU III de 27.04.94, pg.4.429 - Rep.IOB de Jurisp. n.11/94 p.207). O Superior Tribunal de Justia, apreciou essa questo e tem decises que apontam em sentidos opostos. A Segunda Turma do STJ, em Recurso Ordinrio em Mandado de Segurana, confirma deciso do Tribunal do Distrito Federal, e adota o entendimento que admite a validade da cobrana do diferencial de alquotas do ICMS, com base nos fundamentos que passamos a resumir: (a) "o art.34, 8 do ADCT/88 prev a possibilidade de regular-se em Convnios Especiais a instituio do Imposto"; (b) "em face do art. 8 , do DL 406/68, com a ressalva do n 32, as empresas de construo civil foram consideradas contribuintes do ICM, sendo que hoje, so consideradas contribuintes do ICMS"; e (c) as empresas de construo civil inscritas que so no cadastro de contribuintes, ao adquirirem mercadoria em outros Estados, o fazem na condio de comerciante, sendo, portanto, contribuintes do tributo (d) no existe a apontada invaso da competncia tributria do municpio, posto que, "no caso do DF sua competncia abrange a legislao sobre a matria tributria estadual e municipal, uma vez que o DF ao mesmo tempo juridicamente um Estado e Municpio." (STJ 2 T., ac. un. no RMS n 3.778-9-DF, DJU II de 14.08.95. pg.24.007 - Rep. IOB de Jurisp. 19/95 p.337)) A Primeira Turma do STJ, em Recurso Especial julgado em 25 de outubro de 1995, reforma deciso do Tribunal da Paraba, adotando a tese oposta, e ao nosso ver mais acertada, segundo a qual: "No lcito aos Estados, modificar, atravs de convnios, o DL 406/66, para - em operaes interestaduais - submeter as empresas de construo civil ao tratamento previsto no Art. 155, VII, a da Constituio Federal." (REsp 62.589-PB, DJU II de 27.11.95 - pg.40.850 - Rep. IOB de Jurisp. 02/96 p.32). Do voto do eminente Relator Ministro Humberto Gomes de Barros, destacamos: "Isto significa: os servios relacionados na Lista anexa ao DL 406/68 constituem fatos geradores do ISS - no do ICM. Os servios das empreiteiras da construo civil esto previstos no Item 32 a Lista, assim: "Execuo por administrao, empreitada ou subempreitada, da construo civil, de obras hidrulicas e outras obras semelhantes e respectiva engenharia consultiva, inclusive servios auxiliares ou complementares (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador do servio fora do local da prestao dos servios, que fica sujeito ao ICMS)."

A teor do Item 32, a atividade de construo civil geratriz do ISS. O ICM incide, apenas, sobre o fornecimento de mercadorias fabricadas pelo construtor, fora do local onde se executa a edificao. Na hiptese destes autos, no se cuida em mercadoria fabricada pela construtora. Trata-se de material adquirido de terceiros, para aplicao nas obras em edificao." 6. Crtica jurisprudncia do STJ. Melhor o entendimento da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justia, por duas razes especiais, a saber: Reafirma a impossibilidade de um convnio firmado entre os Secretrios de Fazenda dos Estados o que est disposto em leis recepcionadas com o carater de Lei Complementar, esclarecendo que a excepcional autorizao constante do 8 do art.34, do ADCT, no permite que os convnios tratem de matria outra, alm daquela estritamente necessria implementao da nova abrangncia do ICMS, qual seja, a prestao dos servios de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicao. E reconhece a condio das empresas de construo civil de no contribuintes do ICMS, sendo que "Na hiptese do prestador de servios adquirir mercadorias de terceiros para emprego na obra, ficar ele SUJEITO APENAS AO ISS." (BERNARDO RIBEIRO DE MORAES, Doutrina e Prtica do Imposto Sobre Servios, So Paulo, RT, 1975, pg.250). O entendimento adotado pela Segunda Turma do Superior Tribunal de Justia est a merecer reparos, data vnia. Nenhum dos quatro argumentos, acima resumidos, pode prevalecer. O 8, do art. 34, do ADCT da Constituio Federal de 1988, no autorizava a celebrao do convnio ICMS 71/89, como j foi neste estudo demonstrado. A ressalva do n 32, da lista de servios apenas diz respeito aos materiais produzidos pela empresa construtora fora do local da obra. No aos que ela adquire para emprego na construo. Naqueles justifica-se a cobrana do ICMS para evitar que empresas de construo civil viessem a funcionar como verdadeiras indstrias de materiais de construo, os mais diversos, como cimento, ferragens, e tantos outros, com significativa evaso do imposto. A empresa dedicada construo civil, que no indstria de materiais de construo, prestadora de servios. Por isto contribuinte do ISS. No do ICMS. A construtora estar inscrita, por exigncia das leis estaduais, no Cadastro de Contribuintes desse imposto de todo irrelevante. No a inscrio que faz da empresa contribuinte. O fato de ser a empresa contribuinte que torna obrigatria sua inscrio naquele cadastro. Mais frgil ainda o argumento fundado em situao peculiar do Distrito Federal. Com ele vem o STJ confirmando decises do Tribunal de Justia do Distrito Federal, que afirma inocorrer invaso, pelo Estado, de competncia do Municpio, porque "no caso do DF sua competncia abrange a legislao sobre a matria tributria estadual e municipal, uma vez que o DF ao mesmo tempo juridicamente Estado e Municpio". A condio singular do Distrito Federal na composio da Federao Brasileira, no lhe confere o direito de fazer incidir o ICMS sobre as operaes sujeitas unicamente incidncia do ISS, contrariando dispositivos expressos da Lei Complementar que disciplina essa questo a nvel nacional (DL-406). Alm disto, se pudesse o Distrito Federal cobrar o imposto, no caso, exercitando a competncia municipal, teria de cobrar ISS, e no ICMS, impostos cujas sistemticas de apurao so inteiramente distintas. No est o ISS sujeito ao princpio da no cumulatividade, e no tem, por isso, alquotas diferenciadas entre as operaes internas e interestaduais, sendo descabido falar-se em diferencial de alquota nestas operaes. Finalmente, mesmo que se admitisse tal anomalia, aquele fundamento seria aplicvel apenas nos casos oriundos do Distrito Federal. 7. A Lei Complementar 87/96 de decisiva importncia, finalmente, observar que a Lei Complementar 87, de 13 de setembro de 1996, determina a no incidncia do ICMS sobre as "operaes relativas a mercadorias que tenham sido ou que se destinem a ser utilizadas na prestao, pelo prprio autor da sada, de servio de qualquer natureza definido em lei complementar como sujeito ao Imposto sobre Servios, de competncia dos Municpios, ressalvadas as hipteses previstas em lei complementar;" (art.3, V).

Para os que adotam a tese prevalente na Primeira Turma do STJ, a Lei Complementar n 87/96 limitouse a confirmar o regime jurdico em vigor, sem alterao substancial neste particular. Para os que, com a Segunda Turma daquele Egrgio Tribunal, entenderam que o Convnio ICMS 71/89 revogara o Decreto-lei n 406, induvidosa a concluso de que a Lei Complementar 87/96 restabeleceu o regime daquele Decreto-lei, sendo certo, portanto, que as empresas de construo civil no so contribuintes do ICMS. Referida Lei Complementar, que poderia ter alterado o tratamento dessa matria, a nosso ver confirmou o disciplinamento da Lei Complementar anterior, na medida que determina a no incidncia do ICMS sobre as operaes com os materiais de construo, quando utilizados na prestao do servio de construo civil. 8. Consideraes finais. Assim, razovel esperarmos venha a ser uniformizada a jurisprudncia, no Superior Tribunal de justia com a prevalncia do entendimento adotado pela Primeira Turma, especialmente em razo do que vem de ser estabelecido pela Lei Complementar n 87/96, que de qualquer sorte resolveu a questo, seja pela revogao do questionado convnio, para os que o consideravam vlido, ou pela confirmao expressa do regime jurdico albergado pelo Decreto-lei n 406, para os que entendiam desvalioso aquele convnio. Considerando-se, por fim, que se trata de uma questo constitucional, a deciso definitiva do STJ, certamente comportar o apelo extremo para a Corte Maior, a quem cabe dar a ltima palavra em torno da interpretao da norma do art.155, 2, inciso VII, alnea "a", e inciso VIII da Constituio Federal. *Nota sobre o Autor: Dr. Schubert de Farias Machado advogado em Fortaleza/CE. Nota CPC: Recurso Especial n. 595.773 - Mato Grosso RELATOR MIN. LUIZ FUX. TRIBUTRIO. ICMS. EMPRESAS DE CONSTRUO CIVIL. MERCADORIAS ADQUIRIDAS. OPERAES INTERESTADUAIS. NO INCIDNCIA. JURISPRUDNCIA CONSAGRADA NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA. 1. assente na Corte que "as empresas de construo civil no so contribuintes do ICMS, salvo nas situaes que produzam bens e com eles pratiquem atos de mercncia diferentes da sua real atividade, como a pura venda desses bens a terceiros; nunca quando adquirem mercadorias e as utilizam como insumos em suas obras. H de se qualificar a construo civil como atividade de pertinncia exclusiva a servios, pelo que 'as pessoas (naturais ou jurdicas) que promoverem a sua execuo sujeitar-se-o exclusivamente incidncia de ISS, em razo de que quaisquer bens necessrios a essa atividade (como mquinas, equipamentos, ativo fixo, materiais, peas, etc.) no devem ser tipificados como mercadorias sujeitas a tributo estadual' (Jos Eduardo Soares de Melo, in Construo Civil - ISS ou ICMS? in RDT 69, pg. 253, Malheiros)" (ERESP 149946/MS, Rel. Min. Jos Delgado, DJ 20/03/2000). 2. Consequentemente, inadmissvel a reteno, pelos Estados, do diferencial de alquotas relativo operaes interestaduais efetuadas por empresa de construo civil para aquisio de mercadorias sem objetivo de comercializao. Precedentes do Eg. STJ. 3. Recurso Especial desprovido.

CONSTRUO CIVIL

STJ define recolhimento de alquota de ICMS

Empresas de construo civil, ao adquirirem em outros estados materiais a serem empregados como insumos nas obras que executam, no podem ser compelidas ao recolhimento de diferencial de alquota de ICMS cobrada pelo estado destinatrio. Esse foi um dos entendimentos pacificados em mais um julgamento pelo rito da Lei dos Recursos Repetitivos da 1 Seo do Superior Tribunal de Justia. Citando vrios precedentes, o relator do recurso, ministro Luiz Fux, explicou que as empresas de construo civil, quando adquirem bens necessrios ao

desenvolvimento de sua atividade-fim, no so contribuintes do ICMS. Da a impossibilidade de cobrana de diferencial de alquota de ICMS das empresas de construo civil que adquirem mercadorias em Estado diverso para aplicao em obra prpria. Segundo o ministro, h de se qualificar a construo civil como atividade de pertinncia exclusiva a servios sujeita incidncia de ISS. Assim, quaisquer bens necessrios a essa atividade, como mquinas, equipamentos, ativo fixo, materiais e peas, no devem ser tipificados como mercadorias sujeitas a tributo estadual. O recurso julgado foi apresentado pelo Estado de Alagoas contra acrdo do Tribunal de Justia alagoano. A Fazenda sustentou que houve violao do artigo 4, da Lei Complementar 87/96, que submete as empresas sistemtica do diferencial de alquotas de ICMS nas operaes interestaduais de aquisio de mercadorias e insumos utilizados em obras de construo civil. Para o Tribunal de Justia, as construtoras que adquirem material em estado instituidor de alquota de ICMS mais favorvel, ao utilizarem essas mercadorias como insumos em suas obras, no esto sujeitas ao diferencial de alquota de ICMS do estado destinatrio, uma vez que essas construtoras so, de regra, contribuintes do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza (ISQN), de competncia dos municpios. Com informaes da Assessoria de Imprensa do STJ. Resp 1.135.489

Consideraes acerca da jurisprudncia formada em torno do conceito de insumos na sistemtica da nocumulatividade da contribuio ao PIS e da COFINSElaborado em 06/2010. Pgina 1 de 2 Carlos Marcelo Gouveia Nota do artigo: 3,0 1 votoParte superior do formulrio

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A Receita Federal entende que a no-cumulatividade consistiria em mera tcnica de abatimento modulvel a critrio do legislador ordinrio e que o conceito de insumos passveis de gerar crditos dentro dessa nova sistemtica de recolhimento da Contribuio ao PIS e da COFINS seria similar ao do IPI. I Notas Introdutrias Nos ltimos anos verificou-se a manifestao da nsia arrecadatria do governo federal a partir do manejo das Contribuies Sociais, que ganharam maior relevncia em funo de no se vincularem regra da repartio das receitas tributrias. Assim que o aumento da arrecadao devido incidncia dessa espcie tributria no atraiu a necessidade de diviso com os demais entes da federao brasileira. A onerosa contrapartida no se fez presente ao errio federal, ainda que em detrimento dos Estados e dos Municpios. Nesse cenrio que adveio a majorao de alquotas da Contribuio ao PIS e da COFINS, perpetrado por medidas provisrias posteriormente convertidas nas Leis n. 10.637/02 e 10.833/03, cujo intuito consistiu como no poderia deixar de ser em terras tupiniquins no aumento da carga tributria e consequente elevao da arrecadao federal. Ao argumento de que se tratava, na verdade, de uma adequao do arqutipo normativo das exaes em comento s necessidades do setor empresarial, foi vinculado ao aumento de alquotas a sistemtica da no-cumulatividade, fazendo crer ao mais ingnuo contribuinte que a carga tributria manter-se-ia estvel. A modificao no arqutipo normativo da Contribuio ao PIS e da COFINS, no entanto, gerou divergncias em relao sua aplicao na prtica, motivando a edio de inmeras normas infralegais pela Receita Federal do Brasil com o objetivo de dirimilas, invariavelmente restringindo a eficcia da sistemtica da no-cumulatividade aplicada ao recolhimento das aludidas exaes. Assim que se consignou posicionamento no sentido de que consistiria em mera tcnica de abatimento modulvel a critrio do legislador ordinrio e de que o conceito de insumos passveis de gerar crditos dentro dessa nova sistemtica de recolhimento da Contribuio ao PIS e da COFINS seria similar ao do Imposto sobre Produtos Industrializados.Textos relacionados Prescrio: fluncia do prazo na pendncia de processo administrativo tributrio ISS e construo civil: os efeitos do julgamento do Recurso Especial 1.117.121/SP para o setor ISS: base de clculo dos servios prestados por notrios e registradores O princpio da legalidade nos concursos ISS: indedutibilidade dos insumos (materiais) utilizados nas prestaes de servios. Inconstitucionalidade da LC 116/2003

O posicionamento fazendrio j era at esperado, na medida em que se trata do maior interessado no aumento da arrecadao promovido pela majorao de alquotas da Contribuio ao PIS e da COFINS, que certamente torna-se mais significante caso seja limitado o amplo direito creditrio dos contribuintes. O intrigante que se verifica a validao, especialmente pelos Tribunais Regionais Federais, dado que a questo

ainda no foi apreciada pelas Cortes Superiores, da interpretao dada pela Receita Federal do Brasil. O presente trabalho objetiva, portanto, contrapor os argumentos adotados pela segunda instncia de julgamento para validar as restries impostas a no-cumulativa da Contribuio ao PIS e da COFINS ao consistente entendimento doutrinrio formado em torno do tema, de forma a revelar as inconsistncias presentes no posicionamento jurisprudencial at o momento dominante e auxiliar a conduo da problemtica perante as Cortes Superiores. II Regime Jurdico da Contribuio ao PIS e da COFINS Em apertada sntese, destaca-se que o regime jurdico da Contribuio ao PIS e da COFINS sofreu sensvel modificao com o advento das Leis n. 10.637/02 e 10.833/03, as quais instituram sistemtica de incidncia diferente daquela at ento regulada desde a concepo dessas exaes, veiculada pelas Leis Complementares n.s 07/70 e 70/91 e pelas Leis n.s 9.715/98 e 9.718/98. A incidncia cumulativa deu lugar incidncia no-cumulativa para determinados contribuintes, em regra aqueles sujeitos apurao do Imposto sobre a Renda com base no lucro real, com a fixao, pelos novos Diplomas Normativos, da possibilidade de desconto de crditos acumulados nas hipteses legalmente previstas, destacando-se os bens e servios utilizados como insumo na prestao de servios e na produo ou fabricao de bens ou produtos destinados venda. A despeito de inicialmente a no-cumulatividade ter sido atrelada ao arqutipo normativo da Contribuio ao PIS e da COFINS no mbito legal, a modificao do regime jurdico respectivo ganhou concretude apenas posteriormente, com a edio da Emenda Constitucional 42/2003, a qual inseriu ao artigo 195 da Constituio Federal o pargrafo 12, prevendo que "a lei definir os setores de atividade econmica para os quais as contribuintes incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, sero nocumulativas". Ao regulamentar em especial o que poderia se entender como insumo para o exerccio do direito de crdito da Contribuio ao PIS e da COFINS, foram editadas pela Secretaria da Receita Federal, atual Receita Federal do Brasil, as Instrues Normativas 247/2002 e 404/2004, as quais estipularam que o seu conceito deveria contemplar, na fabricao ou produo de bens destinados venda, apenas "as matrias primas, os produtos intermedirios, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alteraes, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades fsicas ou qumicas, em funo da ao diretamente exercida sobre o produto em fabricao", e na prestao de servios, "os bens aplicados ou consumidos na prestao de servios". Assim que, da anlise da legislao de regncia do tema, luz das regras infralegais, a apurao de crditos da Contribuio ao PIS e da COFINS apenas dar-seia de forma vlida quando da efetiva incorporao do insumo ao processo produtivo de fabricao e comercializao de bens ou prestao de servios, no que se torna semelhante s diretrizes estipuladas a esse respeito pelo artigo 164 do Decreto n. 4.544/02, aplicveis ao Imposto sobre Produtos Industrializados. Restou limitado, portanto, o pleno direito ao creditamento dos contribuintes. III Cenrio Jurisprudencial A restrio ao direito de crditos da Contribuio ao PIS e da COFINS foi levada apreciao do Poder Judicirio, com enfrentamento direto das Instrues Normativas SRF n.s 247/2002 e 404/2004. As causas foram submetidas, em grau recursal, ao crivo dos Tribunais Regionais Federais, aonde as regras infralegais encontraram guarida pois

estariam em consonncia com as Leis n.s 10.637/02 e 10.833/03. Dado o fator tempo, que se sabe ser longo quando aplicado ao trmite processual, as Cortes Superiores ainda no se manifestaram a respeito da validade desse posicionamento jurisprudencial. Colhe-se dos julgados firmados no mbito da segunda instncia a adoo de entendimento segundo o qual a no-cumulatividade atrelada ao regime jurdico da Contribuio ao PIS e da COFINS consiste em mera tcnica de abatimento, diferente daquela sistemtica vinculada apurao do ICMS e do IPI, na medida em que inexiste para aquelas a dico constitucional que prescreve a necessidade de compensao do "que for devido em cada operao com o montante cobrado nas anteriores". [01] Por essa razo, a no-cumulatividade aplicada s Contribuies Sociais traduziria apenas um direito de crdito apurado com base em alguns encargos definidos pela legislao, representando, sob essa ptica, um verdadeiro favor fiscal, livremente moldvel pelo legislador ordinrio. Seguindo a trilha desse raciocnio, convencionou-se considerar o conceito de insumo como sendo aquele descrito pela legislao do Imposto sobre Produtos Industrializados, assim considerado como todo bem que se aglutina ao processo de transformao da qual resultar a mercadoria industrializada, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades qumicas ou fsicas, em funo da ao diretamente aplicada ao produto em fabricao. De forma mais especfica Contribuio ao PIS e COFINS, o conceito de insumo deveria ser entendido, nesse contexto, como sendo representado apenas pelos elementos efetivamente inseridos/aplicados na produo de mercadorias, na comercializao de produtos ou na prestao de servios. Assim, no haveria direito ao creditamento apurado, por exemplo, sobre despesas com o transporte de mercadorias (frete) ou com o convnio mdico pago em favor dos funcionrios, haja vista tratar-se de custo administrativo, e no operacional. De forma concreta, o Tribunal Regional Federal da 1a. Regio, ao apreciar essa questo, asseverou que "os produtos de limpeza, desinfeco e detetizao tm finalidades outras que no a integrao do processo de produo e do produto final, mas de utilizao por qualquer tipo de atividade que reclama higienizao, no compreendendo conceito de insumo, que tudo aquilo utilizado no processo de produo e/ou prestao de servio, em sentido estrito, e integra o produto final". [02] O Tribunal Regional Federal da 3 Regio, por sua vez, explicitou entendimento no sentido de que "a adoo do princpio da no-cumulatividade para o PIS e a COFINS no significa dizer que todas as despesas da empresa, estejam ou no relacionadas s suas atividades, podem gerar crditos, sem nenhuma limitao. Nessa medida, podem ser abatidos na etapa seguinte apenas os crditos previstos na legislao de regncia do PIS e COFINS no-cumulativos", sendo que, nesse contexto, "insumo tudo aquilo que utilizado no processo de produo e, ao final, integra-se ao produto, seja bem ou servio. Desse modo, a vigilncia e a limpeza, a publicidade, o aluguel e a energia eltrica no so insumos dos prestadores de servios". [03] O Tribunal Regional Federal da 4 Regio, por fim, consignou acerca do tema que "as leis que instituram o PIS e a COFINS no cumulativos apenas autorizam a apropriao de crditos calculados em relao a bens e servios utilizados como insumos na fabricao de produtos destinados venda, sem explicitar qual o alcance desse termo. Isso no significa, porm, que se possa caracterizar como insumo todos os elementos, inclusive os indiretos, necessrios produo de produtos e servios, como mo de obra a energia eltrica. Embora o sistema de nocumulatividade das contribuies seja distinto do aplicado aos tributos

indiretos, como o IPI (...), entendo que em relao aos insumos h semelhana de tratamento, na medida em que somente pode ser assim considerado o que se relaciona diretamente atividade da empresa, com restries, portanto". [04] Em oportunidade diversa, asseverou que "h de se reconhecer que as embalagens de acondicionamento utilizadas especificamente para transporte das mercadorias industrializadas no se enquadram na definio de insumos (...) porquanto tais embalagens no foram utilizadas no processo de industrializao e transformao do produto final". [05] No obstante o exposto, cabe transcrever o seguinte trecho decisrio que sintetiza as premissas ora abordadas: [06] "Quanto controvrsia especificamente estabelecida nesta ao, temos que fazer as seguintes consideraes: a) a regra da no-cumulatividade estabelecida para as contribuies sociais pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003, diverge daquela previso constitucional originria (IPI e ICMS), depende de definio de seu contedo pela lei infraconstitucional, no se extraindo do texto constitucional a pretendida regra de obrigatoriedade de deduo de crditos relativos a todo e qualquer bem ou servio adquirido e utilizado nas atividades da empresa (...); b) estando as regras da no-cumulatividade das contribuies sociais afetas definio infraconstitucional, o conceito de insumo para definio dos bens e servios que do direito a creditamento na apurao do PIS e COFINS deve ser extrado no inciso II do artigo 3 das Leis n. 10.637/02 e 10.833/03, (...) no havendo direito de creditamento sem qualquer limitao para abranger qualquer outro bem ou servio que no seja diretamente utilizado na fabricao dos produtos destinados venda ou na prestao dos servios."Em resumo, observa-se que o posicionamento jurisprudencial ora examinado pressupe como vlida a possibilidade de regulamentao da sistemtica da no-cumulatividade pelo legislador ordinrio quando aplicvel Contribuio ao PIS e COFINS, inclusive de forma a restringi-lo, sendo pertinente concluir, co