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Tópico Especial * Aluna do Curso de Mestrado Interinstitucional da Universidade de São Paulo- USP- Bauru e Universidade Estadual de Londrina - UEL. ** Aluno do Curso de Mestrado Interinstitucional da Universidade de São Paulo- USP- Bauru e Universidade Estadual de Londrina - UEL. *** Professor titular do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru- USP; Coordenador dos Cursos de Pós-graduação em Ortodontia, ao nível de Doutorado e Especialização da Faculdade de Odontologia de Bauru. **** Professor Associado de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo-FOB-USP. ***** Professor Associado da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. Marise de Castro Cabrera * Carlos Alberto Gregório Cabrera ** José Fernando Castanha Henriques *** Marcos Roberto de Freitas **** Guilherme Janson ***** Palavras-chave: Má oclusão. Elásticos Intrabucais. Elásticos Intermaxilares. Resumo O propósito deste trabalho consiste em descrever as aplicações e indi- cações dos elásticos utilizados em Ortodontia. A falta de referências normativas quanto à magnitude de força liberada pelos elásticos, nos levou a pesquisar o compor- tamento de elásticos de diferentes marcas, diâmetros e espessura. Desde sua introdução em 1893, os elásticos intermaxilares têm sido uma ferramenta indispensável para o tratamento ortodôntico e tem como principal característica a versatilidade e criatividade em sua aplicação, obrigando o profissional a efetuar um adequado planeja- mento conhecendo seus efeitos, vantagens e desvantagens. Este trabalho objetivou avaliar e medir a força dos diversos elásticos utili- zados em Ortodontia com o intuito de estabelecer a magnitude de for- ça liberada por cada tipo de elásti- co. Após a análise dos resultados chegou-se a conclusão de que os elásticos sofrem uma variação de força entre os diversos diâmetros, espessuras e sobretudo marcas, onde conclui-se que os resultados obtidos funcionam somente como referência, e para uma força ade- quada se faz necessário o uso do dinamômetro de precisão. INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA O objetivo do tratamento orto- dôntico é devolver as característi- cas de normalidade à oclusão. É fundamental definir as metas tera- pêuticas na qual pode-se conseguir conhecendo as Seis Chaves para a Oclusão Perfeita 1 , preconizada pelo Dr. Lawrence F. Andrews 2 em 1970. É importante também definir a estratégia de tratamento, os dis- positivos mecânicos e acessórios que poderão ser empregados para se obter o sucesso. Muitas vezes, o tratamento requer alterações na posição das bases ósseas, o que nem sempre se Marise de Castro Cabrera Elastic in Orthodontics: Behavior and Clinical Application Elásticos em Ortodontia: Comportamento e Aplicação Clínica R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 8, n. 1, p. 115-129, jan./fev. 2003 115

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Tópico Especial

* Aluna do Curso de Mestrado Interinstitucional da Universidade de São Paulo- USP- Bauru e Universidade Estadual de Londrina - UEL. ** Aluno do Curso de Mestrado Interinstitucional da Universidade de São Paulo- USP- Bauru e Universidade Estadual de Londrina - UEL. *** Professor titular do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru- USP; Coordenador dos Cursos de Pós-graduação em Ortodontia, ao nível de Doutorado e Especialização da Faculdade de Odontologia de Bauru. **** Professor Associado de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo-FOB-USP. ***** Professor Associado da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP.

Marise de Castro Cabrera *Carlos Alberto Gregório Cabrera **José Fernando Castanha Henriques ***Marcos Roberto de Freitas ****Guilherme Janson *****

Palavras-chave:Má oclusão. Elásticos Intrabucais. Elásticos Intermaxilares.

ResumoO propósito deste trabalho consiste em descrever as aplicações e indi-cações dos elásticos utilizados em Ortodontia. A falta de referências normativas quanto à magnitude de força liberada pelos elásticos, nos levou a pesquisar o compor-tamento de elásticos de diferentes marcas, diâmetros e espessura. Desde sua introdução em 1893, os elásticos intermaxilares têm sido uma ferramenta indispensável para o tratamento ortodôntico e tem como principal característica a versatilidade e criatividade em sua aplicação, obrigando o profissional a efetuar um adequado planeja-mento conhecendo seus efeitos, vantagens e desvantagens. Este trabalho objetivou avaliar e medir a força dos diversos elásticos utili-zados em Ortodontia com o intuito de estabelecer a magnitude de for-ça liberada por cada tipo de elásti-co. Após a análise dos resultados chegou-se a conclusão de que os

elásticos sofrem uma variação de força entre os diversos diâmetros, espessuras e sobretudo marcas, onde conclui-se que os resultados obtidos funcionam somente como referência, e para uma força ade-quada se faz necessário o uso do dinamômetro de precisão.

INTRODUÇÃO E REVISÃO DELITERATURA

O objetivo do tratamento orto-dôntico é devolver as característi-cas de normalidade à oclusão. É fundamental definir as metas tera-pêuticas na qual pode-se conseguir conhecendo as Seis Chaves para a Oclusão Perfeita1, preconizada pelo Dr. Lawrence F. Andrews2 em 1970. É importante também definir a estratégia de tratamento, os dis-positivos mecânicos e acessórios que poderão ser empregados para se obter o sucesso.

Muitas vezes, o tratamento requer alterações na posição das bases ósseas, o que nem sempre se

Marise deCastro Cabrera

Elastic in Orthodontics: Behavior and Clinical Application

Elásticos em Ortodontia: Comportamento e Aplicação Clínica

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alcança, por diversos motivos, tornando-se necessário mas-carar esta discrepância através de compensação dentoalveolar, a qual requer movimentações dentárias nem sempre favorá-veis, tanto para a função e esta-bilidade, quanto para o perfil do paciente.

A primeira menção sobre a ancoragem extrabucal, data de 1800 por Cellier13, com o ob-jetivo de previnir a luxação da mandíbula quando de extrações no arco inferior (BARTON5). Posteriormente em 1875, Kingsley28 aplicou força extra-bucal diretamente sobre os den-tes ântero-superiores. Porém com a introdução dos elásticos intermaxilares propostos por Baker4, a utilização a ancora-gem extrabucal foi esquecida devido à maior praticidade na sua aplicação, favorecendo a estética. Assim a ancoragem de Baker4, tornou-se popular.

A aplicação dos elásticos in-termaxilares para promover a correção da discrepância maxilo-mandibular, tornou-se o método preferido pelos profissionais da época. A sua ação recíproca pare-cia oferecer um meio seguro para estabelecer uma relação oclusal adequada, embora provocasse uma inclinação mesial exagerada nos dentes inferiores. Atualmente as correntes admitem claramente que o efeito de tais elásticos não passa de compensação da má oclusão de Classe II.

Posteriormente, por volta de 1907, Angle3, que até então uti-lizava a ancoragem extrabucal e afirmava a sua grande eficiência, passou a fazer o uso dos elás-ticos intermaxilares sugeridos por Baker4, utilizando ocasional-mente a ancoragem extrabucal somente como auxiliar da anco-ragem intermaxilar.

Por quarenta anos ou mais a ancoragem extrabucal foi

raramente utilizada, até que em 1936, Albin Oppenheim33 reintroduziu o seu uso, quando então se conheceu o primeiro relato sobre o tratamento da má oclusão de Classe II, 1ª divisão. Obteve sucesso na correção de Classe II e desta forma a an-coragem extrabucal tornou-se amplamente difundida e utili-zada. Os profissionais da época passaram, então, a empregá-la associada ao aparelho fixo e sua principal função era de reforço de ancoragem.

Brodie10, em 1938, após a divulgação da técnica radiográ-fica por Broadbent9, realizou a primeira avaliação cefalométrica de tratamentos ortodônticos fi-nalizados e observou que gran-de parte das mudanças ocorridas eram devidas as crescimento e desenvolvimento e que os me-lhores resultados foram obtidos durante a fase de crescimento ativo do paciente.

Kloehn27, introduziu a modi-ficação da ancoragem extrabucal como forma de tratamento para as más oclusões de Classe II 1ª Divisão, preconizando a tração cervical na contenção do cres-cimento da maxila, permitindo, ao mesmo tempo, o crescimento mandibular espontâneo para frente e para baixo.

Atualmente, vários dispositi-vos com ancoragem intrabucal para distalização dos molares vêm-se destacando, possibilitan-do resultados satisfatórios, re-querendo a mínima colaboração do paciente. Dentre os dispositi-vos intrabucais utilizados como um método alternativo para a distalização dos molares, pode-mos citar os magnetos6,14,15,16,17,

25,30, molas Niti superelásticas7,14, Pêndulo11,12,24, Jones Jig11,12,26,34,35, entre outros. Alguns dispositivos e mecânicas intra e extrabucal associados para a distalização dos molares foram descritos

como: Aparelho Removível com mola digital associado ao uso do aparelho extrabucal22, 23 e Teoria das Dez Horas11, 12.

A despeito dos estudos sobre o efeito do aparelho extrabucal20,21 e do conhecimento do alcance dentoalveolar dos elásticos inter-maxilares, a Ortodontia contem-porânea incluiu a compensação dentoalveolar nos seus objetivos e lança mão da ancoragem in-trabucal intermaxilar, recíproca, obtida com os elásticos.

MATERIAL E MÉTODOA amostra compreende 10

diferentes marcas de elásticos ortodônticos sendo três nacio-nais (Morelli, OASP e Uniden) e sete importados (A’Company, Dentaurum, Masel, New Horizon, Orthodontic Elastic, TP Orthodontic, Unitek ). O diâme-tro dos elásticos testados incluiu 1/8”, 3/16”, 1/4 ” 5/16”, 3/8” e 1/2”, sendo que a força espe-cificada pelo fabricante variou entre leve, médio e pesado.

O dinamômetro de precisão utilizado para medir a quantida-de de força foi o alemão Correx- Haag- Streit A. G. – Bern e a régua para medida do elástico foi da marca trident.

Foi confeccionado uma pla-taforma em gesso ortodôntico Mossoró na qual foi composta por um gancho para apoio dos elásticos e aferição dos mesmos quando distendidos por meio de um dinamômetro de precisão. Nesta plataforma foi fixada uma régua milimetrada por meio de um gancho e foi reproduzido a base do dinamômetro na par-te inferior da plataforma para facilitar o deslize do mesmo. Os elásticos foram inseridos no gancho e distendidos por meio do dinamômetro e verificado a quantidade em milímetros da força liberada para 50 gramas, 100 gramas, 150 gramas, 200

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gramas e 250 gramas e anotados em uma planilha no programa Excel na coluna correspondente à milímetros Após, foram distri-buídos elásticos na parte superior da régua para verificar quantos elásticos foram necessários para proporcionar a magnitude de força (gramas) indicada (Fig. 1, 2, 3). Na prática, este trabalho indicará quantas vezes o elástico

deverá ser distendido através de seu tamanho original para obter a quantidade de força indicada. Este valor foi anotado na coluna correspondente aos elos.

Para aumentar a precisão e confiabilidade, todas estas me-didas foram efetuadas por três examinadores, sendo que um mesmo examinador realizou a mesma medida duas vezes em

intervalo de 30 dias. Após todos os resultados obtidos, foi efetua-da a média das medidas obtidas pelos três examinadores e inse-ridas em uma nova tabela, onde novamente foi feita a média das marcas diferentes dos elásticos e após foram arrendondados os valores obtidos e inseridos na tabela de referência dos elásti-cos (Tab. 1).

DIÂMETRO 1/8” 3/16” 1/4” 5/16” 3/8” 1/2”

Força cm elos cm elos cm elos cm elos cm elos cm elos

Leve

50 1,0 2,0 1,0 1,5 2,0 2,0 1,5 1,5 2,0 2,0 1,5 1,0

100 2,0 4,0 2,0 3,5 4,0 4,5 2,0 2,5 4,0 4,0 2,0 1,5

150 3,0 6,0 3,5 5,0 6,0 7,0 4,0 3,5 7,0 6,5 2,5 2,0

200 3,5 7,0 4,0 6,5 6,5 8,0 5,0 4,5 8,5 8,0 3,0 2,5

250 4,0 7,5 4,5 7,0 7,0 8,5 5,5 6,0 9,5 9,0 3,5 2,5

Média

50 0,5 1,5 1,0 1,5 1,0 1,5 2,0 1,5 2,0 1,5 1,5 1,0

100 1,0 2,0 1,5 2,0 2,0 2,0 2,5 2,5 2,5 2,0 2,0 1,5

150 2,0 3,0 2,0 3,5 2,5 3,0 4,0 3,5 4,0 3,5 2,5 1,5

200 2,5 4,5 3,0 5,0 3,5 4,0 5,5 4,5 5,0 4,5 2,5 2,0

250 3,0 5,5 4,0 6,0 4,0 5,0 7,0 6,0 6,5 6,0 3,0 2,0

Pesada

50 0,5 1,0 0,5 1,0 1,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 1,0

100 1,0 1,5 1,0 1,5 1,5 2,0 3,0 3,0 2,5 2,0 2,0 1,5

150 1,0 2,0 1,5 2,0 2,0 2,5 4,0 4,0 3,0 2,5 2,5 1,5

200 1,5 2,5 2,0 2,5 3,0 3,5 6,0 5,5 3,5 3,0 2,5 2,0

250 2,0 3,0 3,0 3,0 3,5 4,0 6,5 6,0 5,0 3,5 3,0 2,0

TABELA 1Tabela de Referência de Força dos Elásticos Ortodônticos.

FIGURA 1 – Plataforma em gesso utili-zada para a pesquisa.

FIGURA 2 - 3 – Dinamômetro demonstrando que para a obtenção de uma força de 100 gramas de um elástico 5/16 de magnitude médio, foi necessário distendê-lo 2,5cm ou 2 vezes e meio seu tamanho.

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RESULTADOSOs resultados obtidos não se

mostraram constantes. Os elás-ticos sofreram uma variação de força entre as diversas marcas, diâmetros e magnitudes, sendo que quanto mais leve, maior a perda de sua elasticidade logo após a sua distensão, como conseqüência, ocorre a diminui-ção de sua força. Os elásticos coloridos, mostraram apresentar forças semelhantes aos transpa-rentes e a força dos elásticos na-cionais e importados de mesmo diâmetro e magnitude, se mos-traram equivalentes. Conclui-se portanto que os resultados ob-tidos funcionam somente como referência, porém para uma força ideal se faz necessário o uso do dinamômetro de precisão.

DISCUSSÃOA pesquisa sobre os elásticos

do ponto de vista clínico, pode sugerir através da análise dos resultados obtidos, a troca diária dos elásticos de magnitude leve em função da dissipação de suas forças ser maior.

Os elásticos de magnitude média, comportaram-se de ma-neira semelhante aos elásticos de magnitude leves, podendo ser substituídos diariamente, a cada 2 dias, ou quando estes perderem a sua elasticidade; e sempre de forma bilateral, o tempo necessário para que as metas sejam alcançadas.

Foi observado em quase

todos os pacotes de elásticos, que havia elásticos deformados, com corte mais fino ou mais espesso do tamanho original, elásticos cortados ou pequenos segmentos de látex dentro dos pacotes (Fig. 4).

APLICAÇÃO CLÍNICAELÁSTICOS

Os elásticos são constituídos de material a base de elastômero ou seja um polímero com proprie-dades físicas similares às da bor-racha, ou seja substância elástica feita do látex coagulado de várias plantas ou obtida por processos químico-industriais. Existem no mercado diferentes tipos de elás-ticos sintéticos sendo que aqui serão utilizados os módulos cor-rentes19, amplamente conhecidos como Alastik - marca registrada da empresa americana Unitek-CA. A elasticidade, propriedade que apresentam certos corpos de retornar à sua forma primitiva ao cessar a ação, é a propriedade que justifica seu uso na prática ortodôntica. Podem ser esticados e são ordinariamente circulares com a finalidade de agregar obje-tos que deseja-se manter unidos.

Os elásticos constituem ele-mentos ativos da mecanotera-pia. Ao serem estirados, liberam forças que oscilam entre 50g e 500g, na dependência do tama-nho e espessura do elástico, bem como da distância entre os pontos de inserção. A magnitude da força deve ser conferida por intermédio

de um dinamômetro de precisão ou tensiômetro (Fig. 5, 6).

Os elásticos podem ser utili-zados intra e extrabucalmente, sendo os elásticos intrabucais, classificados de acordo com o maxilar envolvido:

- elástico intermaxilar - quan-do localizado em arcos antagô-nicos ou seja a ação e reação se encontram em arcos diferentes;

- elástico intramaxilar - quando localizado no mesmo arco dentário, ou seja a ação e reação no mesmo arco dentário.

Os elásticos são encontrados no mercado em vários tamanhos e apresentam variações na sua espessura, que lhes conferem a designação de leve (L), médio (M) e pesado (P), de acordo com a magnitude da força liberada.

Os elásticos vêm acondicio-nados das indústrias em em-balagens plásticas identificadas geralmente pelo seu diâmetro em polegadas e em milímetros e pela magnitude de força. Algumas marcas nacionais identificam apenas o tamanho em polegadas, enquanto outras identificam o diâmetro em pole-gadas e seu correspondente em milímetros, não identificando a magnitude de força. Nos USA a unidade métrica usada para a identificação das dimensões de um elástico é a polegada (”). Uma polegada corresponde a 2,54 cm ou 25,4 mm do sis-tema métrico decimal. Portanto para transformar o diâmetro de

FIGURA 4 – Amostra de diferentes elás-ticos dentro da mesma embalagem.

FIGURA 5 – Dinamômetros de Precisão. FIGURA 6 - Utilização do dinamômetro.

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polegadas para centímetros, devemos utilizar o valor da po-legada, multiplicar pelo numera-dor e dividir pelo denominador, exemplo: elástico 3/16” = 2,54 x 3 : 16 = 0,48 cm (4,8 mm).

A tabela 2 especifica o diâmetro em polegadas e milímetros e a magnitude dos respectivos elás-ticos utilizados em Ortodontia.

Os elásticos podem ser dis-postos conforme a figura 7.

ELÁSTICOS INTERMAXILARESElásticos Sagitais

De acordo com a disposição nos arcos dentários, os elásticos com efeito predominante no sen-tido sagital podem ter direção de Classe II e Classe III. Os elásticos sagitais promovem efeito orto-dôntico, ou compensação dentá-ria, para mascarar a discrepância basal sagital de Classe II (elásticos de Classe II) ou de Classe III (elás-ticos de Classe III). A mecânica é recíproca, portanto o efeito ocor-re nos dois arcos dentários. Os elásticos aos serem distendidos promovem ações iguais e contrá-rias em suas extremidades, tanto no sentido de Classe II ou Classe III, daí suas resultantes poderem ser ocupadas como elementos de ancoragem ou tração; porém quando se pretende utilizar resul-tantes somente em um dos lados, deverá ser anulado com o auxílio de dispositivos de ação igual e contrária, para evitar efeitos in-desejados. Nos elásticos sagitais, a decomposição da força liberada revela a presença de um vetor vertical, bem menor que o sagital, podendo inclinar o plano oclusal.

DIÂMETROMAGNITUDE DE FORÇA

LEVE MÉDIO PESADO

1/8” (3,2 mm)

3/16” (4,8 mm)

1/4” (6,4 mm)

5/16” (7,94 mm)

3/8” (9,5 mm)

1/2” (12,7 mm)

A - ELÁSTICOS INTERMAXILARES

1) Tendência sagital:

a- elásticos de Classe II e

b- elásticos de Classe III;

2) Elástico para correção da linha média;

3) Elástico transversal;

4) Tendência vertical:

a- Elásticos de intercuspidação;

b- Elásticos vertical de extrusão.

B - ELÁSTICOS INTRAMAXILARES

1) Retração anterior:

a- Fixa;

b- Removível;

2) Liberação de apinhamentos:

a- Braço de força no aparelho extrabucal

b-Elástico removível

c- Módulo corrente

3) Binário de força;

4) Tracionamento.

C - ELÁSTICOS EXTRABUCAIS

1) Ancoragem extrabucal;

2) Tração reversa da maxila.

FIGURA 7 - Quadro descritivo dos elásticos ortodônticos.

TABELA 2Tabela de Referência de Elásticos Ortodônticos

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Quanto maior a inclinação do elástico, maior o vetor vertical em detrimento do vetor horizontal.

O uso dos elásticos interma-xilares apresenta a vantagem de promover pequenos movimentos dentários o que auxilia na mecâ-nica ortodôntica, porém apresen-tam desvantagens; como:

- Mecânica recíproca na qual o efeito ocorre em ambos arcos dentários;

- Presença do componente vertical, e

- Efeito compensatório (efei-to dentário).

Nos elásticos sagitais, a de-composição da força liberada revela a presença de um vetor vertical, bem menor que o sa-

gital, podendo inclinar o plano oclusal. A que a magnitude do vetor vertical sofre influência da inclinação do elástico. Quanto maior a inclinação do elástico, maior o vetor vertical em detri-mento do vetor horizontal.

Elástico Sagital de Classe II O elástico intermaxilar é dis-

posto obliquamente da região posterior inferior até a região an-terior superior. A sua disposição favorece a correção da relação interarcos de Classe II. São utili-zados com aparelhos fixos e têm os seguintes efeitos: propiciam a inclinação dos incisivos superio-res para lingual e dos inferiores para vestibular, movem os dentes

superiores para a distal e os infe-riores para mesial, posicionam a mandíbula para frente, causam força extrusiva nos molares infe-riores e nos incisivos superiores.

No arco dentário inferior, o elástico pode ser instalado a partir dos molares (primeiros ou segundos) ou dos segundos pré-molares. No arco dentário superior, geralmente é instalado em ganchos soldados ou cursores na região mesial dos caninos. Os elásticos mais utilizados são os de espessura 3/16” pesado e mé-dio, 1/8” médio, 5/16” médio. A magnitude da força conferida por intermédio de um dinamômetro de precisão deverá ser de 200 a 250 gramas (Fig. 8 - 15) .

FIGURAS 8 e 9 - Elástico Sagital de Classe II – demonstrando através das setas o efeito dos elásticos.

FIGURAS 10-15 - Aplicação clínica do Elástico Sagital de Classe II.

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Elástico Sagital de Classe III O elástico intermaxilar é dis-

posto obliquamente da região posterior superior até a região anterior inferior. A sua disposi-ção favorece a correção da rela-ção interarcos de Classe III, com inclinação simultânea dos arcos dentários, os incisivos superiores inclinam para vestibular e os inferiores inclinam para lingual. O elástico pode ser instalado a partir dos primeiros molares su-periores e geralmente é instalado em ganchos soldados ou curso-res na região mesial dos caninos inferiores. Os elásticos mais utili-zados são os de espessura 3/16” pesado e médio, 1/8” médio, 5/16” médio (Fig. 16 - 23).

O elástico de Classe III pode ser associado ao uso da placa lábio ativa com a finalidade de promover a verticalização dos molares inferiores. A ação con-trária sobre os molares, poderá levar a uma relação indesejada de Classe II, portanto para evitar esta resultante, é necessária a aplicação de uma ancoragem extrabucal com forças iguais e contrárias às ocasionadas pelos elásticos ligados aos molares superiores (Fig. 24 - 29).

Elástico para Correção daLinha Média

O elástico intermaxilar é dis-posto obliquamente na região anterior dos arcos dentários

(Fig. 30). A sua disposição favorece a correção da linha média por meio da participação de ambos os arcos dentários. Podem ser instalados em gan-chos soldados na distal dos incisivos laterais.

O elástico anterior para cor-reção da linha média pode ser associado ao elástico sagital de Classe II disposto de forma a potencializar a correção da linha média (Fig. 31). Os elásticos mais utilizados são os de es-pessura 3/16” pesado e médio, 1/8” médio, 5/16” médio. A magnitude da força conferida por intermédio de um dinamômetro de precisão deverá ser de 200 a 250 gramas (Fig. 32 - 37).

FIGURAS 16 - 17 – Elástico Sagital de Classe III – demonstrando através das setas o efeito dos elásticos.

FIGURAS 18-23 – Aplicação Clínica do Elástico Sagital de Classe III.

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FIGURAS 24-29 – Aplicação Clínica do Elástico Sagital de Classe III associado ao uso da placa lábio ativa.

FIGURA 30 – Elástico para a correção da linha média. FIGURA 31 – Elástico pra correção da linha média, associado ao elástico de Classe II.

FIGURAS 32-37 – Aplicação clínica do elástico para a correção da linha média associado ao elástico de Classe II.

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Elástico Transversal Em casos onde os molares

apresentem com inclinação pala-tina, pode-se fazer uso do elásti-co transversal.

FIGURAS 40-43 – Aplicação clínica do elástico para Transversal para correção da inclinação palatina dos molares.

FIGURAS 38 e 39 – Elástico para correção da inclinação palatina dos molares.

FIGURAS 44-49 – Aplicação clínica do elástico para intercuspidação.

Os elásticos intermaxilares são dispostos transversalmente entre dois dentes antagônicos que apre-sentam mordida cruzada. A sua disposição favorece a correção da

mordida cruzada com inclinação vestíbulo-lingual de ambos os arcos dentários. No arco dentário superior, o elástico é instalado em acessório soldado na banda por palatino ou colado diretamente nos molares. No arco dentário inferior, geralmente é instalado no gancho do tubo do molar (Fig. 38, 39). Os elásticos mais usados são: 3/16” pesado ou 1/8” médio. A magnitude da força conferida por intermédio de um dinamômetro de precisão deverá ser de 200 a 250 gramas (Fig. 40 - 43).

Elásticos Verticais

Elástico de IntercuspidaçãoA intercuspidação é um pro-

cedimento que constitui parte do estágio da finalização do trata-mento ortodôntico cuja finalida-de é melhorar a relação vertical entre os dentes antagonistas.

Caracteriza-se pelo uso de elásticos intermaxilares com veto-res predominantemente verticais, na qual o resultado final dessa força é um movimento de extru-são dentária. O planejamento da distribuição dos elásticos é muito variado e depende da função, do tipo e direção de movimento a ser realizado. O procedimento de

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intercuspidação posterior deve iniciar com o elástico atado no gancho do primeiro molar infe-rior, seguindo em zigue-zague até envolver o braquete do canino inferior; o mesmo procedimento deverá ser repetido no lado opos-to. A intercuspidação anterior, deverá iniciar envolvendo o bra-quete do incisivo lateral superior, passando pela superfície cervical dos braquetes dos incisivos in-feriores e finalizar encaixando o elástico no braquete do incisivo lateral do lado oposto. O paciente deverá permanecer com a inter-cuspidação por 3 a 10 dias (Fig. 44 - 49).

Elástico vertical de extrusão- para tracionamento de canino

Em pacientes com tendência a mordida aberta ou topo a topo que apresentem uma má oclu-são apresentando os caninos superiores em infraversão ou semi-erupcionados, é importante não inserir precocemente o fio aos caninos, para evitar movi-mentos verticais indesejados dos incisivos e pré-molares, pioran-do sua má oclusão. O elástico intermaxilar 3/8”ou 1/4”médio, em forma de triângulo libera

força entre 100 e 150 gramas com sentido predominantemen-te vertical (Fig. 50-55). A sua disposição favorece a extrusão do canino semi-irrompido ou em infraversão até que possa ser incluído no arco de nivelamento sem causar o efeito indesejado. Pode ser instalado em gancho ou acessório colado no dente a ser extruído e no arco antagônico atados em ganchos no canino e primeiro pré-molar inferior.

Dentre os fatores mecânicos utilizados no tratamento or-todôntico, o uso dos elásticos intermaxilares podem levar a reabsorções radiculares.

A reabsorção radicular parece depender de variáveis anatô-micas como a forma da raiz e da crista óssea18. O movimento dentário executado no tratamen-to ortodôntico, parece ser a maior causa de reabsorção radicular. De acordo com Linge e Linge 29, existe um aumento significante na magnitude da reabsorção no lado onde é utilizado os elásti-cos e sugerem que as forças de vai-e-vem resultantes da junção combinada aos elásticos são responsáveis pela reabsorção radicular dos incisivos. Foi rela-

tado também, que os elásticos de Classe III usados para o preparo de ancoragem pode causar reab-sorção radicular na raiz distal do primeiro molar inferior.

ELÁSTICOS INTRAMAXILARESOs elásticos intramaxilares

são assim denominados porque ambos os pontos de inserção do elástico encontram-se no mesmo arco dentário, o que implica em ação e reação dentro do mesmo arco dentário, não interferindo mecanicamente no arco dentá-rio antagônico. Como exemplo podemos citar os elásticos para retração e os elásticos aplicados em aparelhos removíveis des-tinados ao tracionamento dos dentes retidos.

Elástico para Retração AnteriorRetração fixa

Um módulo corrente é inse-rido em um amarrilho metálico .025mm e é disposto sagital-mente entre dois extremos do arco dentário. A sua aplicação favorece o fechamento dos es-paços no arco dentário, reduzin-do o comprimento e perímetro do arco dentário.

Na região posterior, o elástico

FIGURAS 50-55 – Aplicação clínica do elástico para triangular nos caninos em supra versão, para posteriormente inserí-lo no arco de nivelamento.

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pode ser instalado no gancho do acessório dos molares (pri-meiros ou segundos) e disten-dido duas vezes o seu tamanho original, até a região anterior e fixado em ganchos soldados na região mesial dos incisivos late-rais (Fig. 56-61).

Retração removívelO elástico intramaxilar é dis-

posto sagitalmente entre os dois extremos do arco dentário. A sua disposição favorece o fecha-mento dos espaços, reduzindo o comprimento e perímetro do arco dentário.

Na região posterior, o elástico pode ser instalado no gancho do tubo dos primeiros molares. Na região anterior, geralmente é ins-talado em ganchos soldados na região mesial dos incisivos late-rais (Fig. 56 - 61). Os elásticos mais utilizados são os de calibre 3/16” pesado ou médio, 1/8” ou 5/16” médio. A magnitude de força aplicada deve variar em torno de 200 a 250 gramas.

Ambos métodos introduzem forças leves com fechamento de espaço eficaz, sendo o uso do fio retangular .019”X.025” indica-do por permitir uma liberdade

residual de .003mm ou 6,3450 graus, permitindo desta maneira um melhor deslize dos fios.

Elásticos para Liberação de Apinhamentos

Braço de força no aparelho de an-coragem extrabucal

Mecânica utilizada no arco dentário inferior a partir da anco-ragem superior com a finalidade de liberar apinhamento na região anterior inferior sem a perda de ancoragem. Após a confecção do aparelho extrabucal, é sol-dado um gancho em sua região posterior, na qual os elásticos são atados e distendidos,desde os braços de força do aparelho extrabucal até os braços de for-ça dos braquetes dos caninos inferiores. Desta forma, ocorre a retração parcial dos caninos permitindo a dissipação do api-nhamento (Fig. 62-66).

Elástico removível A retração parcial dos caninos

permite a dissipação do apinha-mento. Nos casos em que se de-seja manter a ancoragem, deve ser indicado o uso da ancoragem extrabucal (Fig. 67-69).

Módulo corrente Recurso utilizado com a

finalidade de distalizar os cani-nos individualmente e dissipar o apinhamento anterior. Um segmento de módulo corrente é disposto a partir do tubo do molar até o gancho do braque-te de translação do canino em ambos os arcos dentários (Fig. 70-72).

Binário de forçasBinário é definido como

duas forças paralelas, de igual magnitude e sentido oposto20. É um recurso utilizado com a finalidade de corrigir girover-sões, através de botões colados na face vestibular e lingual do dente girado e botões soldados nos dentes próximos. Utiliza-se de um segmento de módulo corrente criando um binário de forças para haver a correção da giroversão, para que o dente girado possa ser incluído no nivelamento e alinhamento dos arcos dentários (Fig. 73-75).

Elástico para Tracionamento de Dente Retido

O elástico intramaxilar 3/8” ou 1/4”médio, dispõe-se

FIGURAS 56-61 – Aplicação clínica do uso de retração removível no arco dentário superior e retração fixa no arco dentário inferior e o fechamento dos espaços das extrações.

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FIGURAS 62-66 – Aplicação clínica no uso de ancoragem extrabucal associado ao uso de elástico soldado no braço do aparelho extrabucal.

FIGURAS 67-69 – Aplicação clínica do uso de retração removível no arco dentário superior.

FIGURAS 70-72 – Aplicação clínica do uso de retração removível nos braquetes de translação dos caninos com a finalidade de dis-sipar o apinhamento.

FIGURAS 73-75 – Aplicação clínica do uso do binário de força.

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a partir do aparelho removível até o gancho adaptado no den-te a ser tracionado, com pro-gramação de força entre 100 a 150 gramas. Neste caso, a ancoragem não se restringe ao arco dentário, sendo distribuída também ao palato. A sua dis-posição deve favorecer o tracio-namento do dente em direção à linha do rebordo alveolar. Portanto, tem uma opção mais restrita que os demais elásticos. Sua contribuição limita-se ao dente que recebe a força (Fig. 76-83).

ELÁSTICOS EXTRABUCAISOs elásticos extrabucais

apresentam um ponto de in-serção extrabucal. Isto implica em reação fora da boca, não obstante o efeito desejado seja intrabucal.

Elástico para o aparelho extrabucal

Os elásticos extrabucais são responsáveis pela intensidade ou magnitude de força bem como a efetividade dos apare-lhos de ancoragem extrabucal. Os elásticos fazem a união do arco ou braço externo do apa-relho extrabucal aos locais de apoio da ancoragem. A magni-tude de força empregada varia de força suave de 50 a 250 gra-mas quando se deseja só anco-ragem e forças médias de 400 a 500 gramas para movimentos ortodônticos ou ortopédicos (Fig. 84 - 88).

Elástico para a tração reversa da maxila

Quando acoplada a anco-ragem intrabucal à máscara facial, se têm a finalidade de es-

timular o deslocamento póste-ro-anterior da maxila e do arco dentário superior favorecendo a correção da relação sagital de Classe III (Fig. 89-91).

A ancoragem pesada, com o aparelho expansor fixo dento-muco-suportado, privilegia o efeito ortopédico, em especial quando aplicadas forças inten-sas com magnitude oscilando entre 600 a 1000 gramas, du-rante a fase de contenção da disjunção palatina.

O elástico é distendido sagi-talmente, a partir do gancho sol-dado previamente ao disjuntor até o apoio anterior da máscara facial.

Este tipo de aparelho pode-rá ser substituído por algum período, pela placa lábio ati-va associada ao elástico de Classe III.

FIGURAS 76-78 – Aplicação clínica do uso do elástico inserido no aparelho removível para tracionar o canino.

FIGURAS 79-83 – Aplicação clínica do uso do elástico removível com a finalidade de inserí-lo no arco de nivelamento e alinhamento.

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FIGURAS 84-88 – Aplicação clínica do uso do elástico para a ancoragem extrabucal.

FIGURAS 89-91 - Aplicação clínica do uso do elástico para a tração reversa da maxila.

CONCLUSÃOA aplicação dos elásticos

em Ortodontia tem sido uma ferramenta indispensável para o tratamento ortodôntico e tem como principal característica a versatilidade e criatividade em

sua aplicação, obrigando o pro-fissional a efetuar um adequado planejamento nas disposições dos elásticos conhecendo seus efeitos, vantagens e desvantagens.

A força liberada pelos elás-ticos ortodônticos depende das

variáveis: distância entre os pontos, diâmetro e espessura do elástico, bem como da marca do fabricante, o que exige o uso do dinamômetro para medição da força na escolha do elástico para cada situação clínica.

AbstractIntraoral elastics have been in-dispensable tools of orthodontic treatment. The purpose of this study was to evaluate and mea-sure by force of several diameters of elastic used in seeking an al-ternative method to establish the

magnitude of force liberated by each type of elastic. After the analysis of the results, arrived the conclusion that the elastic suffer a variation of force among the several marks, diameters and magnitudes, where it is ended that

the obtained results only work as reference, and for a precise force you need necessary use of the precision dynamometer.Key words: Malocclusion. In-traoral elastics. Intermaxillary elastics.

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Endereço para correspondênciaMarise de Castro CabreraRua Lamenha Lins- 62Curitiba - Pr - CEP [email protected]

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