50 0,3 casca semente casca semente casca...

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0 1 2 3 4 5 Casca Semente Casca Semente Casca Semente Madeira Mateus II Perry Vidal EC 50 (mg/mL) 0 10 20 30 40 50 Casca Semente Casca Semente Casca Semente Madeira Mateus II Perry Vidal Flavonóides totais (mg EEC/100 g de amostra) 0 5 10 15 20 25 Casca Semente Casca Semente Casca Semente Madeira Mateus II Perry Vidal Fenólicos totais (mg EAG/100 g de amostra) Atividade antioxidante, fenólicos totais, flavonóides e vitaminas em subprodutos de anona Tânia Gonçalves Albuquerque 1,2 , M. Beatriz P.P. Oliveira 2 , Filipa Santos 1 , Helena S. Costa 1,2,* 1 Departamento de Alimentação e Nutrição, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. 2 REQUIMTE-LAQV/Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto *[email protected] A anona é um fruto muito apreciado pelas suas características organoléticas distintas, nomeadamente textura e sabor. Desde 2000, a anona da Madeira foi registada com Denominação de Origem Protegida. Depois da banana, é o fruto mais exportado na Região Autónoma da Madeira. Hoje em dia, a valorização de resíduos e de subprodutos agroalimentares tornou-se uma necessidade, sobretudo quando é possível utilizar estes subprodutos para o desenvolvimento e conceção de novos produtos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antioxidante, teor de fenólicos e de flavonóides totais e os teores das vitaminas C e E, em subprodutos de três cultivares de anona. Madeira Perry Vidal Mateus II Figura 1. Cultivares de Annona cherimola Mill. analisados. Figura 2. Diferentes partes do fruto Annona cherimola Mill. (A) Casca, (B) Polpa, e (C) Semente. A B C As amostras de três cultivares de Annona cherimola Mill. (Figura 1) foram colhidas em diversos locais da Região Autónoma da Madeira. As amostras foram preparadas e separadas em casca, polpa e semente (Figura 2). Atividade antioxidante (DPPH•) 2,5 mL de extrato etanólico + 2,5 mL de solução etanólica de DPPH• (0,004 %, p/v) Tempo de reação = 30 min λ = 517 nm Fenólicos totais 0,1 mL de extrato etanólico + 0,1 mL de reagente Folin Ciocalteau (2 M) + 4,6 mL de água + 0,3 mL de Na 2 CO 3 (2%, p/v) Tempo de reação = 1 h λ = 760 nm Flavonóides totais 0,5 mL de extrato + 2 mL de água + 0,15 mL de NaNO 2 -» agitar -» + 0,15 mL AlCl 3 - » agitar -» + 1 mL NaOH λ = 490 nm Vitamina C total 4 g de amostra + 12 mL de solução estabilizadora + fase móvel -» filtrar Análise por cromatografia líquida com deteção por díodos (λ = 245 nm) Vitamina E Análise por cromatografia líquida de ultra resolução com deteção por díodos (λ = 295 nm) Figura 3. Resultados de atividade antioxidante (A), fenólicos totais (B) e flavonóides totais (C) dos subprodutos de Annona cherimola Mill. analisados. EAG equivalentes de ácido gálhico; EEC equivalentes de epicatequina. A B C 0 2 4 6 Casca Semente Casca Semente Casca Semente Madeira Mateus II Perry Vidal Vitamina C total (mg/100 g de amostra) Ácido ascórbico Ácido desidroascórbico 0,0 0,3 0,6 0,9 1,2 Casca Semente Casca Semente Casca Semente Madeira Mateus II Perry Vidal Vitamina E (α-tocoferol) (mg/100 g de amostra) Com saponificação Sem saponificação Figura 4. Teor de vitamina C (mg/100 g de amostra) dos subprodutos de Annona cherimola Mill. analisados. Figura 5. Teor de vitamina E (mg/100 g de amostra) dos subprodutos de Annona cherimola Mill. analisados. Os resultados obtidos neste trabalho de investigação evidenciam o potencial antioxidante dos subprodutos da anona da Madeira, sobretudo a casca. Os diferentes cultivares de anona estudados apresentam perfis muito semelhantes no que diz respeito aos compostos analisados. Neste sentido, os subprodutos estudados podem constituir uma fonte natural de extratos de valor acrescentado com aplicações em inúmeras indústrias, nomeadamente a alimentar, farmacêutica e/ou cosmética. Este trabalho foi financiado pelo INSA no âmbito do projeto “Compostos bioativos e seus potenciais efeitos na saúde - BioCOMP” (2012DAN730). Tânia Gonçalves Albuquerque agradece a Bolsa de Doutoramento (SFRH/BD/99718/2014) financiada pela FCT, FSE e MEC. De acordo com os resultados obtidos para o ensaio do DPPH, verificou-se que a semente de todos os cultivares analisados apresenta valores de EC 50 superiores em relação à casca, indicando que a semente tem menor atividade antioxidante (Figura 3A). O teor de fenólicos totais variou entre 3,35 0,0 e 19,5 0,1 mg de eq. de ácido gálhico/100 g de amostra, para a semente do cultivar Perry Vidal e para a casca do cultivar Madeira, respetivamente (Figura 3B). Na casca, o teor mais elevado de flavonóides totais (44,7 0,1 mg de eq. de epicatequina/100 g de amostra) foi determinado no cultivar Madeira (Figura 3C). Na casca, o teor de vitamina C total dos diferentes cultivares analisados variou entre 4,45 0,2 e 5,17 0,1 mg/100 g de amostra, para os cultivares Madeira e Perry Vidal, respetivamente (Figura 4). O teor de vitamina E (α-tocoferol) mais elevado foi obtido para a semente do cultivar Mateus II (1,1 0,07 mg/100 g de amostra).

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Page 1: 50 0,3 Casca Semente Casca Semente Casca …repositorio.insa.pt/bitstream/10400.18/3953/1/13EQA...Annona cherimola Mill. analisados. Figura 5. Teor de vitamina E (mg/100 g de amostra)

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)Atividade antioxidante, fenólicos totais, flavonóides e vitaminas em subprodutos de anona Tânia Gonçalves Albuquerque1,2, M. Beatriz P.P. Oliveira2, Filipa Santos1, Helena S. Costa1,2,*

1Departamento de Alimentação e Nutrição, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. 2REQUIMTE-LAQV/Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

*[email protected]

A anona é um fruto muito apreciado pelas suas características organoléticas distintas, nomeadamente textura e sabor. Desde 2000, a

anona da Madeira foi registada com Denominação de Origem Protegida. Depois da banana, é o fruto mais exportado na Região

Autónoma da Madeira. Hoje em dia, a valorização de resíduos e de subprodutos agroalimentares tornou-se uma necessidade, sobretudo

quando é possível utilizar estes subprodutos para o desenvolvimento e conceção de novos produtos. O objetivo deste trabalho foi

avaliar a atividade antioxidante, teor de fenólicos e de flavonóides totais e os teores das vitaminas C e E, em subprodutos de três

cultivares de anona.

Madeira Perry Vidal Mateus II

Figura 1. Cultivares de Annona cherimola Mill. analisados.

Figura 2. Diferentes partes do fruto Annona cherimola Mill.

(A) Casca, (B) Polpa, e (C) Semente.

A B C

As amostras de três cultivares de Annona

cherimola Mill. (Figura 1) foram colhidas em

diversos locais da Região Autónoma da Madeira.

As amostras foram preparadas e separadas em

casca, polpa e semente (Figura 2).

Atividade antioxidante (DPPH•)

2,5 mL de extrato etanólico + 2,5 mL de solução etanólica de DPPH• (0,004 %, p/v)

Tempo de reação = 30 min λ = 517 nm

Fenólicos totais

0,1 mL de extrato etanólico + 0,1 mL de reagente Folin Ciocalteau (2 M) + 4,6 mL

de água + 0,3 mL de Na2CO3 (2%, p/v)

Tempo de reação = 1 h λ = 760 nm

Flavonóides totais

0,5 mL de extrato + 2 mL de água + 0,15 mL de NaNO2 -» agitar -» + 0,15 mL AlCl3 -

» agitar -» + 1 mL NaOH

λ = 490 nm

Vitamina C total

4 g de amostra + 12 mL de solução estabilizadora +

fase móvel -» filtrar

Análise por cromatografia líquida com deteção por

díodos (λ = 245 nm)

Vitamina E

Análise por cromatografia líquida de ultra resolução com deteção por díodos

(λ = 295 nm)

Figura 3. Resultados de atividade antioxidante (A), fenólicos totais (B) e

flavonóides totais (C) dos subprodutos de Annona cherimola Mill.

analisados. EAG – equivalentes de ácido gálhico; EEC – equivalentes de

epicatequina.

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Casca Semente Casca Semente Casca Semente

Madeira Mateus II Perry Vidal

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Ácido ascórbico Ácido desidroascórbico

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Casca Semente Casca Semente Casca Semente

Madeira Mateus II Perry Vidal

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am

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Com saponificação Sem saponificação

Figura 4. Teor de vitamina C (mg/100 g de amostra) dos subprodutos de

Annona cherimola Mill. analisados.

Figura 5. Teor de vitamina E (mg/100 g de amostra) dos subprodutos de

Annona cherimola Mill. analisados.

Os resultados obtidos neste trabalho de investigação evidenciam o potencial antioxidante

dos subprodutos da anona da Madeira, sobretudo a casca. Os diferentes cultivares de

anona estudados apresentam perfis muito semelhantes no que diz respeito aos

compostos analisados. Neste sentido, os subprodutos estudados podem constituir uma

fonte natural de extratos de valor acrescentado com aplicações em inúmeras indústrias,

nomeadamente a alimentar, farmacêutica e/ou cosmética.

Este trabalho foi financiado pelo INSA no âmbito do projeto

“Compostos bioativos e seus potenciais efeitos na saúde -

BioCOMP” (2012DAN730). Tânia Gonçalves Albuquerque

agradece a Bolsa de Doutoramento (SFRH/BD/99718/2014)

financiada pela FCT, FSE e MEC.

• De acordo com os resultados obtidos para o ensaio do DPPH•, verificou-se que a semente de todos os cultivares analisados apresenta valores de EC50 superiores em relação à casca, indicando que a semente tem menor atividade antioxidante (Figura 3A).

• O teor de fenólicos totais variou entre 3,35 0,0 e 19,5 0,1 mg de eq. de ácido gálhico/100 g de amostra, para a semente do cultivar Perry Vidal e para a casca do cultivar Madeira, respetivamente (Figura 3B).

• Na casca, o teor mais elevado de flavonóides totais (44,7 0,1 mg de eq. de epicatequina/100 g de amostra) foi determinado no cultivar Madeira (Figura 3C).

• Na casca, o teor de vitamina C total dos diferentes cultivares analisados variou entre 4,45 0,2 e 5,17 0,1 mg/100 g de amostra, para os cultivares Madeira e Perry Vidal, respetivamente (Figura 4).

• O teor de vitamina E (α-tocoferol) mais elevado foi obtido para a semente do cultivar Mateus II (1,1 0,07 mg/100 g de amostra).