5 dicas sobre sucesso em concursos

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5 DICAS SOBRE COMO TER SUCESSO EM CONCURSOS Dica 01 – PERSEVERANÇA O caminho é árduo, mas nunca se dê por vencido. Acredite em si. Se você duvidar de sua capacidade nada vai dar certo. Agora, cuidado, não acredite demais em si mesmo, identifique suas dificuldades, dúvidas e procure saná-las. Freqüente um bom cursinho, forme um grupo de estudos, identifique as matérias que você tem menos afinidade e dedique um tempo maior de estudo para elas. Em fim, seja perseverante, estabeleça seus objetivos “concursais” e persiga-o sem medir esforços . Dica 02 – DISCIPLINA Faça aquilo que estiver planejado. Cumpra com o seu planejamento. Estabeleça regras a serem seguidas, tais como: cuidado com o sono, horários pré-estabelecidos de lazer, horários de estudo matéria por matéria. Fazendo dessa forma você evita aquela sensação de frustração, de não cumprir com o que estava planejado para estudar. O bom mesmo é se superar, por exemplo, planejar estudar 4 horas e conseguir 6 horas ininterruptas, é planejar acabar dia tal com o conteúdo programático de determinada matéria e conseguir antecipar esta data. Dica 03 – CONCENTRAÇÃO Mais vale 3 horas de um estudo concentrado, anteriormente planejado, do que 8 horas de estudo disperso, interrompido, sem concentração. Quem nunca leu uma única linha várias vezes e não conseguiu absorver nada. Identifique horários do dia, situações, ambientes e técnicas onde seu poder de aprendizagem é maior. Alguns gostam de estudar nas primeiras horas da manhã, outros rendem mais estudando a noite. Não importa, perceba o que funciona melhor para você e concentre-se. Dica 04 – PLANEJAMENTO Saiba exatamente o dia em que você estará preparado para passar no concurso escolhido. Planeje seu estudo matéria por matéria, planeje suas revisões periódicas, programe resoluções de exercícios. Dica 05 – MOTIVAÇÃO Aqui mora um grande perigo. Já vi muita gente boa ficando no meio do caminho. Desistindo antes de completar o ciclo. Não desanime.

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Técnicas de estudo para concursos.

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5 DICAS SOBRE COMO TER SUCESSO EM CONCURSOS

Dica 01 – PERSEVERANÇA

O caminho é árduo, mas nunca se dê por vencido. Acredite em si. Se você duvidar de sua capacidade nada vai dar certo. Agora, cuidado, não acredite demais em si mesmo, identifique suas dificuldades, dúvidas e procure saná-las. Freqüente um bom cursinho, forme um grupo de estudos, identifique as matérias que você tem menos afinidade e dedique um tempo maior de estudo para elas. Em fim, seja perseverante, estabeleça seus objetivos “concursais” e persiga-o sem medir esforços.

Dica 02 – DISCIPLINA

Faça aquilo que estiver planejado. Cumpra com o seu planejamento. Estabeleça regras a serem seguidas, tais como: cuidado com o sono, horários pré-estabelecidos de lazer, horários de estudo matéria por matéria. Fazendo dessa forma você evita aquela sensação de frustração, de não cumprir com o que estava planejado para estudar. O bom mesmo é se superar, por exemplo, planejar estudar 4 horas e conseguir 6 horas ininterruptas, é planejar acabar dia tal com o conteúdo programático de determinada matéria e conseguir antecipar esta data.

Dica 03 – CONCENTRAÇÃO

Mais vale 3 horas de um estudo concentrado, anteriormente planejado, do que 8 horas de estudo disperso, interrompido, sem concentração. Quem nunca leu uma única linha várias vezes e não conseguiu absorver nada. Identifique horários do dia, situações, ambientes e técnicas onde seu poder de aprendizagem é maior. Alguns gostam de estudar nas primeiras horas da manhã, outros rendem mais estudando a noite. Não importa, perceba o que funciona melhor para você e concentre-se.

Dica 04 – PLANEJAMENTO

Saiba exatamente o dia em que você estará preparado para passar no concurso escolhido. Planeje seu estudo matéria por matéria, planeje suas revisões periódicas, programe resoluções de exercícios.

Dica 05 – MOTIVAÇÃO

Aqui mora um grande perigo. Já vi muita gente boa ficando no meio do caminho. Desistindo antes de completar o ciclo. Não desanime. Encontre motivação nos pequenos progressos. Alegre-se com suas conquistas e esteja preparado para as decepções. Entenda que obstáculos e quedas fazem parte de uma caminhada.

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Aprendendo a fazer concursosWaldir Santos*

O Brasil presencia um excessivo crescimento do número de pessoas dedicadas à disputa por um cargo público. Esse fenômeno sazonal, causado pela proibição legal de contratação no período eleitoral, bem assim pelo descuidado acúmulo de vagas na administração pública, que denuncia a desorganização administrativa com o surgimento de caos localizados, traz ao cenário pessoas não suficientemente informadas a respeito dos meandros da disputa por um cargo público efetivo.

Muitos desses candidatos são profissionais de alto gabarito, com sólida formação técnica, dispostos para o estudo, ou seja, aparentemente futuros servidores. Suas qualidades interessam à administração, que em troca dar-lhes-á a tão sonhada estabilidade, uma aposentadoria um pouco mais digna, e um bom ambiente de trabalho. Esbarram, no entretanto, esse atores do casamento perfeito, num inimigo desconhecido, um fator muito pouco considerado na disputa, e que tem sido a razão da desistência de muita gente: os marinheiros de primeira viagem não sabem fazer concurso, e quando, se persistirem, aprendem, já estão aprovados em alguns concursos, e somente aí se dão conta de quanto tempo perderam, e quanto esforço desperdiçaram. Mas aí, para eles, pouco vai importar, pois a hora será de comemoração.

É voz corrente dizer-se que o concurso é coisa para maratonistas, super-homens, e que disponham de muito tempo para os estudos. É o que ocorre quando o político sagaz espalha sorrateiramente a balela de que somente que tem milhões para gastar poderá ser eleito, afastando a concorrência que preocupa. No caso dos concursos, porém, o que ocorre não advém da astúcia, mas exatamente da desinformação. Quando o concurseiro ainda não aprovado intimida o seu colega com as informações aterrorizantes sobre “o sacrifício que é se preparar para um concurso”, exibe apenas a desinformação que assola a sofrida classe, enquanto busca justificar os seus resultados.

Mas retomemos a linha inicial. Falávamos do concurseiro eventual. Aquele que, sendo formado em área que oferece poucas vagas e em concursos raros (farmácia, química, comunicação, psicologia, turismo, entre outras), acredita que o mais correto é se inscrever apenas na sua área, pois assim suas chances aumentam. Essa atitude traz uma discreta carga de vaidade, do medo de não passar, e lhe tira a oportunidade de aprender a fazer concurso, de adquirir a indispensável experiência. Engana-se quem acredita que “para passar, basta estudar”. Se assim fosse, notaríamos uma conta que não fecha, já que a quantidade de gente que estuda, e seriamente, é muito maior que a de aprovados. Ora, quem cumpre a regra quer o resultado, a recompensa prometida. Onde estaria esse erro, então?

Seria tolice acreditarmos que quem estuda mais sempre aprende mais, já que sabemos que a técnica de estudo, o ambiente, a dosagem, o método de aferição periódica de aprendizagem, o “saber fazer prova”, em lugar de apenas saber a matéria, entre muitos outros fatores, interferem no proveito que se tira das horas dedicadas à preparação. E mais que isso, também é errado supor que quem aprende mais tira notas maiores, já que em seu desfavor contam o nervosismo, o “branco”, a escolha da vaga na cidade mais concorrida, o fato de não se observar que determinada matéria tinha o dobro do peso da outra, o desconhecimento de seus direitos básicos, quando se poderia recorrer ao judiciário etc. Isso pode ser aprendido em poucas horas. Os milhões de brasileiros que fazem concursos não têm idéia de quantos são

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reprovados diariamente por questões que não estão nas provas previstas no edital.Há uma longa lista de fatores que recomenda ao candidato, se quer uma aprovação mais

rápida, como é natural, que não se permita aprender com as didáticas quedas apenas, mas sim com a experiência alheia, encurtando o caminho. Tolo é quem pensa em aprender somente consigo mesmo.

Não estamos pregando, evidentemente, ser tarefa fácil a aprovação nos concursos. Mas podemos garantir que não é o que se pinta. Muitos candidatos se surpreendem, por exemplo, ao saberem que alguns cargos interessantes são disputados por um ou dois candidatos apenas, em concursos poucos divulgados, já que, sendo concurseiros eventuais, são atraídos somente pelos grandes, famosos e tradicionais concursos do INSS, PRF, Bacen, SRF, Tribunais Federais, CEF, Petrobrás etc, em que, com a ajuda da grande mídia, centenas de candidatos, muitos deles apenas números, disputam uma vaga.

Também não é do conhecimento da maioria o fato de que, em muitos concursos dos quais candidatos com chances correm devido ao número de vagas, quando são anunciadas 3 ou 4, acabam sendo chamadas centenas de pessoas. Há muitos exemplos disso nos TRTs, TREs e TRFs.

Para encurtar a conversa, concluiremos, sem medo de errar, dizendo que informação e técnica contam, muitas vezes, muito mais que o conhecimento, desde que este atinja o mínimo para não eliminar o candidato. Quem já passou em concurso sabe do que estamos falando.

* Waldir Santos é Professor, Advogado da União e Conselheiro da OAB-BA. E-mail: [email protected].

O VINHO E OS CONCURSOS PÚBLICOS

Em viagem recente, tive a oportunidade de visitar o Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, e aprender um pouco mais sobre o vinho. Como se sabe, o país tem se notabilizado por um grande progresso na qualidade de seu vinho.

Para aperfeiçoar a qualidade de nosso vinho, uma das providências foi diminuir a produção de uva por hectare. Antes, produzia-se de 20 a 25 mil quilos por hectare e, para se ter um bom vinho, reduziu-se a produção para a faixa de 10 a 13 mil quilos de uva por hectare. A iniciativa funcionou: o vinho ficou melhor.

Para diminuir a produção de uva, os viticultores cortam parte dos cachos em formação. Em média, de cada três cachos dois são cortados. E o corte se justifica, pois os nutrientes e a força da parreira precisam ser direcionados. Se a parreira tiver que dividir seus nutrientes para três cachos, a uva fica menos doce, mais fraca, com menos qualidade. Além disso, quando os cachos ficam juntos, diminui a incidência de luz solar sobre eles e... eles ficam mais fracos. Para que haja mais luz, chega-se a cortar as folhas que ficam perto dos cachos.

Depois de muitos e muitos concursos, com várias reprovações e, depois, vários primeiros lugares, comecei a me lembrar do assunto, enquanto o técnico em viticultura e enologia, Stevan Arcari, funcionário da Casa Valduga, explanava o tema. Era a manhã de um belo feriado e eu caminhava com ele pelos vinhedos.

A administração do tempo do concursando é como fazer a uva e o vinho ficarem melhores. Se você quiser uma boa qualidade de estudo, e sucesso na produção do vinho, quer dizer, na sua produção nas provas,

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vai precisar fazer uns cortes. Ao cortar as atividades supérfluas (os cachos extras...) e ao organizar bem as atividades indispensáveis, você estará direcionando os “nutrientes” de que seu estudo precisa para dar certo. Você vai precisar cortar algumas folhas para que o “sol” do tempo e da concentração ilumine seus livros, sua mente e sua aprendizagem. Aparentemente, você estará perdendo produção, fazendo menos, mas será como o vinhedo que abaixa de 25 para 10 toneladas de uvas por hectare: as uvas que surgem são melhores.

Anos atrás, o vinho brasileiro era discriminado e “reprovado”; depois que os produtores tiveram coragem de melhorar a qualidade e fazer os cortes recomendados, nosso vinho passou a ganhar prêmios e medalhas no exterior. O Merlot Premium 99, da Valduga, ganhou nove medalhas! E você ganhará as suas, seus justos prêmios e aprovações, nomeações e cargos, a partir do tempo em que se organizar. Claro que, até colher as uvas, leva algum tempo, mas – como se sabe – concurso público não é para passar, mas até passar.

Outro dado relevante é que o vinho brasileiro é apontado com um dos melhores do mundo para evitar problemas cardíacos. A dose recomendada pela Organização Mundial da Saúde – OMS para que o consumo de vinho faça bem ao corpo é a de aproximadamente 300 ml por dia. Nessa dose, ele ajuda até mesmo ao fígado. Por outro lado, o consumo excessivo é causa de cirrose e de outros problemas de saúde, de grande parte das internações hospitalares, dos acidentes de trânsito e de uma série de tragédias, como perda de carreiras pelo alcoolismo, problemas familiares, separações e divórcios. Como se sabe, a única diferença entre o veneno e o remédio é a dose. O consumo de vinho na dose correta contribui para sua saúde; em excesso, pode se transformar em vício e causar tragédias. É preciso responsabilidade, pois.

E a administração do seu tempo demanda o mesmo cuidado. É preciso esforço para alcançar sua aprovação, o vencimento certo, o status, a aposentadoria, a bela carreira pública, a chance de fazer diferença no país. Mas este esforço tem que respeitar limites para que o remédio não envenene sua qualidade de vida. Não adianta estudar tanto que você não agüente o longo e trabalhoso processo de preparação.

Há atividades que não podem ser esquecidas: o sono na medida certa, alguma atividade física, algum lazer e o tempo para você aproveitar seu parceiro amoroso e sua família. Tentar eliminar estas atividades é contraproducente. Outro cuidado é separar algum tempo para sua relação com Deus. Algum tempo para ajudar o próximo e, em especial, pelo menos cinco minutos por dia, quando você pára, respira, não pensa em nada senão em como você está, onde quer chegar, onde pode acertar, onde errou e pode melhorar. Uma das inteligências é saber lidar com seu próprio eu, é conseguir ficar sozinho e se sentir bem. Claro que você pode usar estes cinco minutos para ouvir uma música e relaxar. O importante é que são só cinco minutos, mas cinco minutos que vão fazer seu organismo, sua mente e a qualidade de sua vida melhorar.

Nunca pense que a solução é só estudar. O candidato mais produtivo não é o que estuda mais, mas sim o que estuda melhor. Com um pouco de esforço, você poderá organizar sua vida de modo a estudar o máximo possível, mas mantendo um mínimo de sanidade e equilíbrio. Um candidato que faz isso rende mais no estudo e não “surta” nem desiste no meio do caminho.

Outro dado sobre vinho. Perguntei ao técnico, que em breve se formará em nível superior em viticultura e enologia, se era realmente verdade que nosso vinho é melhor para o coração do que os vinhos estrangeiros. Seria só marketing ou o que o Brasil tem é de fato melhor?

A resposta foi espetacular. As substâncias que ajudam o coração e diminuem o risco de enfartes são os polifenóis; dentro dos polifenóis, há o grupo dos estilbenos (o mais famoso dos estilbenos é o resveratrol). Os estilbenos são absorvidos pela corrente sanguínea e transformam o LDL (colesterol ruim) em HDL (colesterol bom). Este tipo de polifenol é a principal defesa natural que a uva cria para proteger-se dos fungos. E, como o Brasil tem um sério problema de fungos, nossa uva tem mais estilbenos que as uvas e os vinhos produzidos na maioria das outras regiões vitivinícolas do mundo. Dessa forma, o fungo, que é um drama para o viticultor, torna nosso vinho mais especial. Se o produtor brasileiro conseguir fazer o fungo não destruir a produção de seu vinhedo, a uva bem cuidada que sair do vinhedo será a melhor para a saúde do que aquelas uvazinhas plantadas em lugares sem tantos transtornos e dificuldades.

Mais uma vez o concurso. As dificuldades por que você está passando, hoje, podem ser comparadas aos fungos: vão dar um trabalho extraordinário, vão exigir esforço, fé, persistência, garra. Em compensação, você terá no sangue o equivalente emocional aos polifenóis das uvas. As dificuldades que não o vencerem vão transformá-lo em alguém mais forte, mas experiente, mais capacitado. Quando você chegar ao seu grau de maturidade para passar nas provas, verá que parte do candidato mais sério, organizado e preparado em que se transformou é fruto das dificuldades que exigiram sua melhora.

Esse breve texto é um estímulo para você continuar se esforçando. Organize bem seu tempo, de modo que haja “nutrientes” para alimentar seu projeto de carreira; saiba dosar seu tempo para que as coisas funcionem como remédio, e não como veneno, e, por fim, lembre-se de que as dificuldades apenas estão moldando um vinho, digo, um candidato mais forte e especial.

Quando passar, além de me mandar um e-mail pelo site (Menu/Fale com William Douglas), para que eu me alegre com, junto e por você, sugiro uma semana de descanso em Bento Gonçalves – RS. Merecidamente.

Willian Douglas

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Concurso público sem mistérioProfessores participantes de bancas examinadoras revelam as últimas tendências em provas e mostram como garantir a vaga

Leila Souza LimaNão basta “comer” os livros, passar horas sobre apostilas ou nas salas dos cursinhos para passar em concursos públicos. Conhecer o estilo de aplicação das provas e estar atento às últimas mudanças nos exames, como novas questões e formas de abordagem, é fundamental para conquistar o passaporte para a tão sonhada estabilidade do cargo público. Macetes e segredos são passados pelos próprios professores que participam de bancas examinadoras, a partir de observações em áreas, como a fiscal e jurídica – algumas das mais procuradas. É só anotar direitinho as dicas e embarcar rumo à aprovação.

Presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac) e integrante de bancas examinadoras na área jurídica, o professor Sylvio Motta destaca que as jurisprudências (interpretações judiciais) têm peso cada vez maior nos exames. “O candidato deve estar atualizado, principalmente, quanto às decisões dos tribunais superiores”, diz Motta.

A dica é reforçada pelo juiz Cláudio Brandão, também integrante de bancas examinadoras e professor da Emerj (Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro) e Amperj (Associação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro). Segundo ele, as decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça) são muito exigidas nas provas de Direito Adminsitrativo e Direito Constitucional. “É preciso estar atento às mudanças na Constituição e às leis ordinárias. É uma forma de verificar se o profissional está ou não estagnado”, resume o juiz.

Brandão observa ainda que o conhecimento em Língua Portuguesa tem sido decisivo nos últimos concursos. “O profissional de Direito deve se expressar com clareza e simplicidade, e não exercitar a vaidade. Nem mais no próprio meio essa linguagem rebuscada é aceita. Ao se dar uma setença, é preciso mostrar a razão da decisão daquela forma”, diz. Resumo: o velho juridisquês está definitivamente fora de uso – dica válida para outras áreas, como finanças.

Provas testam iniciativa prática

Professor de Direito Penal e Direito Processual Penal de graduações e pós-graduações e chefe de gabinete da Corregedoria Geral Unificada das Polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros do Estado Rio de Janeiro, o delegado Wagner Ramos Pereira destaca que as últimas provas na área de segurança inauguraram uma nova forma de cobrança. Objetivo é testar se candidatos são capazes de tomar decisões, principalmente no caso de delegados.

“Percebemos que a função de delegado é solitária como atuador penal. Nos plantões da madrugada, em especial, ele tem que aplicar seu conhecimento, de acordo com a situação. Tivemos que passar a elaborar questões que exigem raciocínio jurídico sobre casos práticos”, explica Wagner. Segundo ele, provas exigem soluções para os “problemas”.

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Maratona de estudos em dupla dose

Elas só não estão juntas na hora de dormir e no café da manhã. A contadora Andréa Grucci Maya, 26 anos, e a administradora Cynthia Peixoto, 32, conheceram-se no curso Cia dos Módulos, ficaram amigas e hoje passam grande parte do dia juntas, estudando para concursos públicos. A fórmula, segundo elas, funciona como injeção de ânimo na hora em que a “pilha” cai.

“Quando isso acontece, uma dá força à outra, e aí a gente continua a estudar”, conta Andréa. A próxima missão das duas, que já foram aprovadas em mais de um concurso, é conquistar suas vagas como fiscais da Receita Federal, que recebem salário mensal em torno de R$ 5 mil.

Depois do café da manhã, Cynthia e Andréa seguem para o Centro do Rio, onde assistem às aulas no cursinho preparatório. Após três horas seguidas, primeira pausa vem para o almoço, às vezes, nas próprias dependências do curso. “Tem que ter determinação e disciplina. Diria que meu trabalho hoje é estudar”, diz Cynthia.

Lazer e exercícios ajudam a manter baterias ligadas

Após o almoço, as duas procuram uma sala vazia e recomeçam a maratona. “São seis horas por dia de estudo. A gente pára, toma café ou água e volta rapidamente. Fui até ao homeopata, que me receitou um floral para estimular a concentração. É preciso cuidar da saúde também. Essa rotina reflete no emocional”, lembra Andréa, que faz musculação para ajudar na resistência.

Para Cynthia, ter tempo para o lazer também é importante. “Sempre que estou de bobeira, estudo. Mas não deixo de ir ao cinema e ao teatro. Tem que ter a hora de relaxar também”, pondera a candidata.

Português: prova de fogoFalta de preparo na disciplina é armadilha contra os candidatos e conhecimento, cada vez mais exigido

Nos chamados concursos meios – Judiciário, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Detran (Departamento Nacional de Trânsito) e outros –, não houve mudanças radicais, mas algumas observações merecem destaque. O que passou a definir essas seleções nos últimos tempos foi o conhecimento do Português, segundo o professor Mauro Lasmar, da Academia do Concurso Público.

Essa é a pedra no sapato de muitos candidatos que, ao longo de sua formação, não foram incentivados à prática da leitura, interpretação e escrita. Nesse caso, só se consegue recuperar a defasagem no ensino com o auxílio de um professor. A maior parte dos cursos oferece disciplinas em módulos. Língua Portuguesa é uma das matérias mais procuradas e costuma lotar as salas de aula.

Além dessa disciplina, as matérias de Direito Constitucional, Direito Administrativo devem estar na ponta da língua. Candidatos precisam procurar ser informar também através dos estatutos de servidores das esferas municipal, estadual e federal.

TJ (Tribunal de Justiça); TRE (Tribunal Regional Eleitoral); TRT (Tribunal Regional do Trabalho); e TRF (Tribunal Regional Federal) são órgãos que oferecem vagas em Nível Superior e salários médios de R$ 1.200 a R$ 1500. Em Nível Médio (2º Grau) – Caixa e Banco do Brasil, por exemplo –, a média salarial é de R$ 1 mil, mas é possível ascender através de concursos internos. Em processos seletivos, como IBGE e Detran, os vencimentos ficam abaixo da faixa de R$ 1 mil.

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Estilos diferentes de cobrança tornam alguns exames mais difíceis que outros

Estar prevenido quanto à forma como as bancas examinadoras elaboram as provas é outro fator importante na fase de preparo para concursos. Nas provas do Centro de Seleção e Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cesp-UNB), organizadora de concursos como o do TCU (Tribunal de Contas da União) e Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), abertos recentemente, as questões têm um complicador que derruba muitos candidatos: são cinco afirmações para que se marque certo ou errado. Cada uma vale 0,2. O problema é que, se o aluno erra uma delas, invalida uma opção marcada corretamente, ou seja, perde pontuação.

“Se chutar errado, o candidato pode anular uma questão respondida corretamente. Na dúvida, é melhor deixar em branco”, aconselha o professor Sylvio Motta.

Maioria é de múltipla escolha simples

A verificação nos exames da Esaf (Escola de Administração Fazendária) é mais fácil: as questões são de múltipla escolha simples. No estilo assinale a opção correta, oferece cinco respostas. Se o candidato erra, não perde pontos. “É o mesmo sistema usado em concursos organizados pela Fundação João Goulart e pelo Cesgranrio”, explica Mauro Lasmar, coordenador pedagógico da Cia dos Concursos.

Confira dicas de preparação para o concurso da PetrobrasEspecialistas alertam que prioridade deve ser dada aos conhecimentos específicos.Candidatos têm entre um e dois meses para se preparar, dependendo do cargo.MARTA CAVALLINI Do G1, em São Paulo entre em contato

A Petrobras lançou no dia 15 de abril o edital do concurso público para 2.611 vagas para 60 cargos que exigem níveis de escolaridade médio e superior. Os candidatos aos cargos de advogado, auditor, inspetor de segurança e técnico de perfuração de poços terão praticamente um mês para estudar – a prova é no dia 18 de maio. Já os candidatos aos demais cargos terão menos de dois meses para se preparar – o exame é em 8 de junho.

 

Professores ouvidos pelo G1 chamam a atenção para o peso dado à prova de conhecimentos específicos tanto para cargos de nível médio quando superior, pois é classificatória e eliminatória. 

 

Já a prova de conhecimentos básicos é de caráter apenas eliminatório, ou seja, será usada para critério de desempate e para eliminar o candidato caso ele zere em alguma das disciplinas, e o número de pontos para boa parte dos cargos tem peso equivalente a ¼ da prova objetiva. Os ¾ restantes do peso são da prova de conhecimentos específicos.

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O peso dado às questões específicas também é maior - o número de pontos para as perguntas varia de 1,3 a 3,0. Já na prova de conhecimentos básicos é de 1,0 a 1,5.

Para o coordenador geral do curso preparatório Siga Concursos, Carlos Alberto de Lucca, a idéia é selecionar quem já está realmente preparado para assumir o cargo.

 

“Muitas funções são técnicas e a empresa quer privilegiar quem já domina os conhecimentos de sua área”, diz. O conteúdo programático das provas de conhecimentos específicos têm relação direta com área de formação dos candidatos, tanto em relação ao nível médio quanto superior.

Ele alerta, no entanto, que o candidato não deve deixar de estudar as matérias básicas, principalmente língua portuguesa, que vem em terceiro lugar nos critérios de desempate, abaixo da idade igual ou superior a 60 anos e da prova de conhecimentos específicos.

 Preparação

O professor ressalta que o tempo dedicado às disciplinas não pode ser dividido de forma homogênea. “A proporção é de um para quatro, por exemplo, uma hora para as matérias básicas e 4 horas para as específicas.”

Já a professora de técnicas de estudo do curso preparatório Central de Concursos Norma Paixão recomenda que o candidato alterne durante os estudos as disciplinas de que não gosta com as que mais gosta. No primeiro caso, ele deve enfocar os estudos mais nos exercícios do que na teoria.

Ela aconselha o candidato a alternar as matérias durante o estudo – não ficar mais do que duas horas na mesma disciplina, e entre uma e outra dar um intervalo de 15 a 30 minutos. O ideal, segundo ela, é alternar matérias mais práticas com as mais teóricas. “Se não der uma pausa pode prejudicar o rendimento, a concentração e fixação do conteúdo”. Para ela, o ideal é parar de 5 a 10 minutos a cada uma hora de estudo.

De Lucca recomenda que em relação aos conhecimentos específicos os candidatos estudem com base nos livros usados durante a formação escolar.

Ele recomenda também fazer as provas anteriores da Fundação Cesgranrio, organizadora do concurso, principalmente as disciplinas básicas (português, inglês, matemática e informática). Norma diz que é importante estudar o aspecto teórico das disciplinas e aplicá-los depois nas provas anteriores, de preferência da mesma organizadora do concurso.

Norma aconselha ainda a começar a prova pelas disciplinas que o candidato julgar mais fáceis e depois priorizar a prova de conhecimentos específicos, por ter maior peso e número de questões. Mas faz um alerta: os candidatos que não tiverem aproveitamento mínimo de 60% no total de pontos das duas provas serão eliminados.

 

 Outras etapas

Norma lembra que os candidatos a advogado e auditor devem se preocupar também com a prova discursiva, que terá duas questões. “Nessa etapa os concorrentes devem escrever com coesão, coerência, clareza e objetividade, sem se esquecer também da correção gramatical.”

Ela salienta também que os cargos de inspetor de segurança júnior e técnico de perfuração e poços júnior terão prova de capacitação física. “É preciso se programar para ter condicionamento físico para o exame. Já vi vários alunos

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dedicados que foram bem nas provas objetivas serem reprovados nessa etapa. É preciso se preparar para as duas etapas”.

 Provas anteriores

As provas anteriores com gabaritos do concurso realizado em 2006 para cerca de 1,2 mil vagas em 72 cargos podem ser encontradas no site da Fundação Cesgranrio (clique aqui para acessar os exames).

Outros dois concursos foram realizados pelo Cespe/UnB, um em 2007, para 163 vagas (clique para acessar as provas), e outro este ano, para 989 vagas (clique aqui).

Dicas para o concurso da Polícia Federal - Parte IV

 Imprimir o texto completo por  José Anastácio

(18/01/2002)

Resolvi dedicar esta aula para solucionar a questão de concurso público que deixei para os leitores testarem seus conhecimentos na minha última aula (Dicas para o concurso da Polícia Federal – Parte III). Assim decidi porque a referida questão traz temas interessantíssimos e muito solicitados.

Discorrerei na forma que comentamos as questões no nosso livro de Questões Comentadas de Direito Administrativo e Constitucional, de modo que os leitores possam sentir-se como se estivessem em uma sala de aula.

A questão é a seguinte:

05. João, aposentado no cargo de analista judiciário do STF, após aprovação em concurso público, foi admitido, no ano em curso, para o cargo de oficial de justiça do TJDF. O servidor do TJDF incumbido de examinar o ato de admissão de João considerou-o ilegal. Seu chefe, no entanto, reviu o ato praticado pelo subordinado e considerou legal a admissão de João.

1) O poder de que se utilizou a chefia para rever o ato praticado pelo subordinado caracteriza poder hierárquico.

2) Se, na situação em apreço, decorridos dez anos da concessão da aposentadoria de João, descobrir-se que foi utilizada certidão de tempo de serviço falsa, a administração, haja vista o tempo decorrido, não poderá anular a referida aposentadoria.

3) Caso a acumulação dos proventos da inatividade com os vencimentos do cargo efetivo seja considerado legítima, em face

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da aplicação imediata das normas constitucionais, o valor decorrente desse somatório, nele incluídas as vantagens de caráter pessoal, não poderá ultrapassar o que, em espécie, for pago a ministro do STF.

4) A admissão de João deverá ser considerada legítima. Ele, no entanto, deverá optar pelos proventos da aposentadoria ou pelos vencimentos do novo cargo efetivo. Se, por outro lado, João fosse aposentado do Banco do Brasil, ele poderia acumular a aposentadoria com os vencimentos do cargo efetivo, independentemente de qualquer opção.

5) Ao entrar em exercício no novo cargo, João deverá ser submetido a estágio probatório de três anos. Somente após avaliação de desempenho e aprovação no estágio probatório João adquirirá estabilidade. Nessa hipótese, João somente poderá perder o cargo em virtude de sentença judicial com trânsito em julgado ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

Hely Lopes Meirelles (1994:105) traz a seguinte definição de poder hierárquico:

"Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. Poder hierárquico e poder disciplinar não se confundem, mas andam juntos, por serem os sustentáculos de toda organização administrativa." – grifo acrescido.

Em que pese o autor referir-se apenas ao Poder Executivo, o poder hierárquico também existe na estrutura administrativa dos Poderes Judiciário e Legislativo.

A própria questão em exame retrata um exemplo de poder hierárquico na estrutura administrativa do Poder Judiciário. Dessarte, melhor seria se, em vez do termo Executivo, fosse utilizada a expressão Administração Pública.

Nesse sentido, oportuna a lição de Diógenes Gasparini (2001:51):

"Do exposto, nota-se, sem grande esforço, que a hierarquia é peculiar ao Poder Executivo e que existe na União, nos Estados-Membros, no Distrito Federal, nos Municípios e nas entidades da Administração Pública indireta. Não existe no Judiciário e no Legislativo, enquanto Poderes Judiciário e Legislativo, mas sim nas estruturas administrativas existentes no interior dos órgãos que lhes dão sustentação (Secretarias, Diretorias). Esses órgãos podem e devem ser estruturados segundo o princípio da

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hierarquia."

A primeira afirmativa, portanto, é verdadeira.

A assertiva 2 é falsa, porquanto não incide na espécie o art. 54 da Lei n. 9.784, de 1999,que prevê o prazo decadencial de cinco anos para a Administração anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para o interessado.

É que o prazo decadencial de cinco anos não se aplica aos atos praticados com comprovada má-fé. No caso em tela, ao valer-se de certidão de tempo de serviço falsa para obter aposentadoria, não há qualquer dúvida que houve má-fé do interessado.

Vejamos o que diz o citado dispositivo:

"Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativo de que decorram efeitos favoráveis para os destinatário decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé."

O item 3 é falso pois, conforme o Supremo Tribunal Federal já decidiu, o art. 29 da EC 19/98 não é auto-aplicável, vale dizer, depende de lei de iniciativa conjunta do Presidente da República, do Presidente da Câmara dos Deputados, do Presidente do Senado Federal e do Presidente do Supremo Tribunal Federal, como previsto no art. 48, inciso XV, da Constituição Federal.

Cabe destacar também que foi trazido outro assunto no referido item, qual seja, a inclusão ou não, das vantagens pessoais para fins de cálculo do teto da remuneração do servidor público, prevista no art. 37, XI da CF.

O Supremo Tribunal Federal possuía jurisprudência pacífica no sentido de não se incluir as denominadas vantagens pessoais no cálculo do teto remuneratório. Nesse sentido: RE 185.842-7, in Informativo STF n. 69, DJ 02.02.97 e RE 194.100, in Informativo STF n. 68, DJ 22.4.97. As vantagens pessoais são aquelas que não são recebidas indiscriminadamente pelo simples exercício do cargo, mas sim em razão de uma condição individual do servidor, como, por exemplo, o adicional por tempo de serviço.

Ocorre, contudo, que a Emenda Constitucional n. 19, de 1998, alterou a redação do inciso XI do art. 37, incluindo expressamente no teto constitucional as vantagens pessoais:

"XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

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Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal." – grifou-se.

Diante disso, o Supremo Tribunal Federal deverá rever seu posicionamento, visto que a nova redação do inciso XI não deixa qualquer dúvida quanto à inclusão das vantagens pessoais no cálculo da remuneração do servidor para fins de teto salarial.

Não obstante isso, aqueles servidores que, antes do advento da EC n. 19, de 1998, já possuíam vantagem pessoal incorporada à sua remuneração, não poderão ter seu valor reduzido sob o pretexto de ter sido ultrapassado o teto. É que os servidores nessa situação têm direito adquirido às referidas vantagens, e nem mesmo uma emenda constitucional pode suprimi-los.

Nessa linha é o ensinamento de Diógenes Gasparini (2001:174), do qual nos valemos mais uma vez:

"O art. 29 da EC n. 19/98 assevera que ‘Os subsídios, vencimentos, remuneração, proventos da aposentadoria e pensões e quaisquer outras espécies remuneratórias adequar-se-ão, a partir da promulgação desta Emenda, aos limites decorrentes da Constituição Federal, não se admitindo a percepção de excesso a qualquer título.’ Mediante essa regra quis o constituinte derivado ajustar às novas regras a situação dos agentes públicos que antes da promulgação dessa Emenda recebiam vencimentos, remuneração, proventos e quaisquer outras espécies remuneratórias além do teto por ela criado. Embora tenha sido essa a pretensão, cremos que o alcance dessa regra está restrito aos subsídios, remuneração, proventos das aposentadorias e pensões e quaisquer outras espécies remuneratórias percebidas ilegalmente, pois se auferidas legalmente, ainda que seu somatório seja superior ao mencionado teto, não podem ser reduzidas, vez que consubstanciam direito adquirido, intocável por emenda constitucional, submissa aos limites impostos pela Constituição da República."

O item 4, por seu turno, é verdadeiro, visto que se João fosse aposentado do Banco do Brasil (sociedade de economia mista, cujos empregados são regidos pela CLT e aposentam-se pelo INSS) não incidiria a vedação do art. 37, § 10 da Constituição Federal, verbis:

"§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos

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acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração."

Note-se que o dispositivo veda a percepção simultânea apenas quando os proventos forem em razão de aposentadoria em cargo público, custeada diretamente pelo Tesouro (art. 40 da CF). Destaca-se jurisprudência sobre o assunto do STJ:

"SERVIDOR PÚBLICO. CUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS.O recorrente, aposentado do Banco do Brasil, foi aprovado em concursopúblico para o cargo de Oficial de Justiça, sendo, porém, impedido detomar posse. A Turma entendeu que é possível a cumulação de valoresatinentes à aposentadoria oriunda de emprego público com vencimentosde cargo efetivo assumido por meio de concurso público e determinou àsautoridades coatoras que efetivem a investidura do impetrante no cargopara o qual foi nomeado. Precedente citado do STF: Ag Rg no RE248.534-SP, DJ 17/12/1999. RMS 11.165-SP. (RMS 2011165, Relator Ministro Fernando Gonçalves, julgado em 5/6/2001)."

O servidor estável, além das hipóteses mencionadas no item 5, também poderá perder o cargo "mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.", conforme dispõe o art. 41, § 1o, III da CF, bem como na hipótese do § 4o do art. 169 da CF, que prevê a perda do cargo pelo servidor estável caso os limites com despesas de pessoal, estabelecidos no art. 19 da Lei Complementar 101 de 2000 (estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências), sejam superados. Destaca-se o artigo 19 e seus incisos.

"Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:

I - União: 50% (cinqüenta por cento);

II - Estados: 60% (sessenta por cento);

III - Municípios: 60% (sessenta por cento)."

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Gabarito: 1 – "C"; 2 – "E"; 3 – "E"; 4 – "C"; 5 – "E".

Aproveito a oportunidade, nesta minha última aula direcionada especificamente para o concurso da Polícia Federal, para desejar uma boa prova para todos.

Frase para Reflexão

"Se sabe organizar as coisas, você saberá desfrutá-las. A muitos sobra tempo de vida já tendo acabado a felicidade."

(Baltasar Gracián – in A Arte da Prudência)

* * *

Dicas da OAB-RJ

Fase 1

Na primeira fase há a prova de múltipla-escolha que merece algumas recomendações:

1. Apesar de haver provas anteriores no site da OAB, muitos caem no mito "é só pegar as provas, decorar que sempre vai cair igual", entretanto, às vezes o destino é cruel e pode (segundo Murphy "deve") cair diferente logo naquela prova que você vai fazer, após a faculdade, quando todos da sua família (até o seu cachorro!!) vão te cobrar: "ora você não estudou 5 anos para ser advogado?". Daí que qualquer falha é fatal!!!

2. Próximo ao dia da prova tive a idéia de separar os assuntos que mais caem em cada matéria e o curioso é que apesar das matérias serem extensas havia certa regularidade em relação aos assuntos sendo que algumas matérias a quantidade de assunto a ser visto é mínimo(como administrativo).

3. Infelizmente as únicas matérias que não seguiram essa regularidade foram penal, civil e processo.Mas para quem acompanhou um pouco na faculdade, não terá sido em vão os anos de estudo...

4. Para alegria de todos um alerta: "quem pegou esse material emprestado passou" e se você passar passe uma mensagem no "contatos".

Matérias:

1) Deontologia:

Lei 8906

artigos: 1, 2 , 3, 4, 5 §1 e §3, 7(?) XIX §2, 10, 11 (compare com) 12, 15 §1 e §3, 20(?), 23, 24, 28(!),29(!), 30(!), 32,34(?),41

Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e OAB(vem depois da lei nos CPCs da Saraiva)

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art.2parágrafo único, 6 e 37

PS: O símbolo "?" significa que pode haver dúvida em cair, já o símbolo "!" significa certeza

2) Constitucional

1. Poder Constituinte 2. Naturalização (art.5 LI, LII, 12 e 15) 3. Controle de Constitucionalidade 4. Comparação entre estado, município e DF (art 25, 29 e 32) 5. Processo legislativo (art.59 a 69) 6. Remédios constitucionais (HC,MS,HD,MI e ação popular) art.5 LXVIII,LXIX,LXX,LXXI,LXXII,LXIII 7. Poder legislativo(art.44) 8. Definição de Constituição do prof José Afonso da Silva (prova de março/98) 9. Intervenção(art.34) 10. Crime de responsabilidade do Presidente da República(art. 51 I,52 I e 85) 11. CPI (art.58 §3) 12. art.5 caput

(todos os artigos citados são da constituição)

  3) Direito Administrativo

1. Poder de polícia 2. Anulação e revogação de ato administrativo 3. Desapropriação 4. Contratos administrativos 5. Ato administrativo 6. Comparação entre empresa pública e sociedade de economia mista 7. Classificação dos bens públicos 8. Licitação (só caiu as fases)

4) Direito Comercial

1. Sociedades Comerciais (responsabilidade) 2. Títulos de crédito 3. Contratos comerciais 4. Falência 5. Sociedade Anônima (diferença entre ação e debênture, dividendos) 6. Concordata

5) Direito Tributário

1. Competência 2. Retroatividade da lei tributária 3. Suspensão do Crédito Tributário 4. Diferença entre imunidade e isenção

6) Direito do Trabalho

1. Suspensão do contrato de trabalho 2. Interrupção do Contrato de Trabalho 3. Jornada de trabalho (somente as exceções: art.57 a 76 e 224 a 352, todos da CLT) 4. Recursos Trabalhistas (Tipos e as funções) 5. Aviso Prévio (quando cabe) 6. Efeitos do não comparecimento da reclamante ou reclamada à audiência 7. Testemunha 8. Alteração do contrato de trabalho 9. Redução de trabalho com aviso prévio

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10. Culpa recíproca 11. Suspensão por mais de 30 dias 12. Prescrição

7) Lei do estrangeiro

(por incrível que pareça sempre cai no módulo de Internacional)

1. Documento de viagem 2. Diferença entre deportação, expulsão e extradição 3. Pedido de naturalização (processo e competência)

Carta Rogatória

Dicas da OAB 2 fase

Parabéns você passou para a segunda fase da prova da OAB-RJ!!! E por incrível que pareça agora é mais fácil ainda, não há qualquer mistério e neste instante você vai precisar de menos esforço.ACREDITE!!!

A prova é composta de um pedido para criar uma peça processual típica da área que você escolheu ou um parecer sobre um tema proposto e mais cinco perguntas. É bom observar que só a peça vale 5 pontos e cada questão vale 1, isto significa, a priori, que devemos dar mais atenção à peça que propriamente às perguntas, entretanto não aconselho a fazer isso. A razão é muito simples: como a OAB-RJ permite que se leve doutrina para realização da prova, se o teu autor preferido não responde às questões, é uma excelente hora de abandoná-lo e de dizer que ele não é tão bom assim. Lembre-se: mais vale uma boa estratégia.

1. Leia toda a prova e tenha atenção em verificar qual é a peça pedida e qual assunto, mas não faça. 2. Leia cada pergunta e comece a buscar nos índices dos teus livros onde está a resposta e anote a

página e o livro. Normalmente, às vezes, um artigo ou até uma súmula responde a questão proposta (é comum se responder até com a súmula, logo mantenha teus códigos sempre atualizados, visite a página da AMPERJ ou as páginas dos Tribunais Superiores.

3. Agora faça a peça processual pedida. (deixei para depois porque são 5 pontos valiosos!!!) 4. Neste instante transcreva as respostas da tua doutrina preferida!

Mas qual a razão da inversão?A estratégia é simples. A confecção da peça é extremamente cansativa e com certeza depois de algumas horas esquentando a cabeça, meditando nos aspectos processuais e materiais da questão, ninguém, mesmo estando bem preparado teria condições de procurar em qualquer código ou doutrina as respostas corretas. Com certeza não se iria "enxergar" nada, eis o porquê da boa estratégia, primeiro achar as respostas, depois fazer a peça.Qual doutrina levo?Alguns dias antes da prova pegue algumas provas específicas da tua área seja com amigos que já prestaram o exame ou até na própria página da OAB e tente ver se encontra as respostas pelo índice. Um bom índice é um instrumento fundamental de qualquer livro, um verdadeiro guia dos cegos. Se ele responder todas as perguntas ou parte mas que outro complete, leve-o. Para quem fez trabalho como eu, levei tanto os livros de direito do trabalho, de processo do trabalho como os de processual civil (não esquecer que se aplica as regras de processo civil, em caráter subsidiário, para o processo do trabalho; como também se aplica analogia em processo penal com as regras de processo civil, etc)Como faço a peça?Clique em peças

Dicas gerais

Talvez seja uma das maiores dificuldades dos estudantes de Direito a elaboração de peças, principalmente na obtenção de "modelos" que são o terror de nossos professores. Entretanto, não há grandes dificuldades, há sites que tem modelos bons como o neófito que sempre me auxiliaram.

Mas existe uma fórmula geral que está no Código de Processo Civil no art.282 e como veremos nos links ao lado servem para todos os tipos de peça, exceto parecer que tem uma diagramação própria.

Peças Postulatórias

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As iniciais seguem o seguinte esquema:

1- Para quem é endereçado (art.282 - A petição inicial conterá: ...I- O juiz ou tribunal, a que é dirigida;); é importantíssimo saber as regras de competência. Pule 8 linhas no mínimo(é o espaço reservado para o "despacho" do juiz deferindo ou não a inicia)l.

2- A qualificação das partes (art.282 II -os nomes,prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu) sendo que se coloca os nomes das partes em caixa alta. Importante não esquecer os endereços e ainda a localização do escritório do advogado do autor. Trata-se de elemento imprescindível (art.39 I do CPC) sendo que a indicação do nome do escritório, endereço e telefone colocados ao rodapé ou cabeçalho de formulários já formatados não substitui a referência no corpo da peça (obedeça ao nome fornecido no enunciado, pois qualquer identificação da prova é considerado fraude e isto vale para qualquer concurso). É normalmente nesse ponto que se "rotula" a peça inicial. Pela experiência, o erro na classificação da peça vale dois pontos, o que é suficiente para uma reprovação. Não que isso vá causar problemas na prática pois o que vale é a liberdade das formas. Logo, quanto a questão das ações nominadas vale a regra, observa-se o índice do código de processo, se encontrar o nome ótimo, se não encontrar chame de ação inominada.

3- Dos fatos e do Direito (art.282 III - o fato e os fundamentos do pedido) - normalmente há a quebra em duas seções distintas primeiro se narrando o caso concreto e depois apontando os fundamentos jurídicos. É a chamada causa de pedir. Talvez seja um dos pontos em que mais ocorrem erros pois antes mesmo dos "fatos" e dos "fundamentos jurídicos" há questões que devem ser argüídas antes da causa principal e que se forem procedentes impedem a aprecição do mérito: são as questões prévias, que se dividem em prejudiciais se tiverem natureza de direito material(exemplo: numa ação de alimentos se nega a paternidade; ou decadência) ou preliminares(exemplo maior a prescrição).

4- Ex positis, REQUER (art.282 IV, o pedido com as suas especificações). Trata-se de outro elemento importante, não esquecendo de pedir a condenação do réu em 20% para o pagamento de honorários advocatícios.Normalmente se pede também a citação do réu sob pena da ficta confessio(revelia)

5- Dá se a causa o valor de X (art.282 V do CPC). Só há o alerta de que há algumas causas cujo o valor é definido em lei como nas ações locatícias.

6- Protesta por todos os meios de prova admitidos em juízo (art.282 VI do CPC). Há críticas para quem usa esses termos pois a lei determina que a parte descrimine as provas e que se não fizer é caso de preclusão consumativa.

Dentro desse esquema básico deve-se sempre levar em conta as condições da ação (legitimidade das partes que se insere no ítem 2 acima; interesse de agir que é o binômio necessidade e utilidade está no ítem 3 acima e possibilidade jurídica do pedido, que está no ítem 4), além dos pressupostos processuais como o juízo competente(ítem 1), partes com capacidade postulatória e demanda regular.

O processo penal tem algumas peculiaridades como a necessidade da Justa Causa que é condição da ação penal, ou seja, suporte probatório mínimo de provas materialidade e de indícios de autoria. O Habeas Corpus é sempre feito em próprio nome em favor do terceiro que sofre a coação (e não em nome de quem sofre a coação), ou seja, se fulano sofre a coação e você é nomeado advogado dele, faça a petição em sue nome em favor de fulano e não "fulano representado por seu advogado X...).

Peça Contestatória

Talvez a peça contestatória seja a mais simples pois tem todos os elementos contidos na inicial no próprio enunciado da questão. A aparente simplicidade guarda dentro de si algumas peculiaridades e veremos o porquê.

Segue o mesmo esquema da peça postulatória com todos os seus ítens dentro do art.282 do CPC, entretanto algumas diferenças e alertas:

1)Para quem se dirige a peça. Óbvio que para a mesma pessoa que recebeu a inicial. Entretanto cabe a questão: será ela competente? Essa competência é absoluta ou relativa? Como foi alertado na peça postulatória há o problema das questões incidentes, alertando que a incompetência relativa só pode ser argüída na peça contestatória sob pena de preclusão.

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2)Não esquecer de mencionar o número do processo e nome do escrevente que é uma peculiaridade do RJ.

3)Qualificação das partes. Como não há necessidade de palavras inúteis não se repete o nome do autor da ação (só do réu da ação que é quem escreve a contestação), mas se coloca o endereço do advogado do réu da ação.

4)Fatos e do Direito. Aqui se torna mais importante as questões incidentais que devem ser argüídas antes do mérito e que causam bastante impressão no examinador, como a prescrição ou decadência e demais falhas processuais. Para os fatos há a defesa direta, ou seja, nega-se o fato e autoria, e para os fundamentos sempre se busca "a outra corrente doutrinária". De qualquer forma, mesmo que sejam os argumentos contraditórios entre si, pelo princípio da eventualidade, tudo deve ser questionado sob pena de preclusão.

5)Pedido da contestação. Será que a contestação tem pedido? Sim tem e é a litigância de má-fé do art.17 do CPC que serve para todos os processos (exceto para o processo penal)

6)O mesmo "protesto por todos os meios de prova admitidos no Direito".

No processo penal ter cuidado apenas em caso de Tribunal do Júri, pois há duas fases, se antes da pronúncia se trata de Defesa Prévia, se depois e recebido o libelo acusatório, a peça é contrariedade do libelo (já caiu!!)

Peça Recursal

A peça recursal tem algumas peculiaridades e apesar de ser simples pois é peça de encaminhamento dos fundamentos (estes estão em peças separadas que são as razões), só há alguns detalhes que devem ser observados:

1- Juízo a que é dirigido. Nem sempre vai direto para o juízo da causa principal como primeiro juízo de admissibilidade para depois ir para o segundo grau. Podemos citar o agravo de instrumento no cível que vai direto para o segundo grau, sendo que o juiz toma conhecimento ao enviar o pedidos de explicações podendo ou não mudar a sua decisão(juízo de retratação).

2- Da mesma forma que a contestação preza por não utilizar palavras inúteis, a qualificação completa das partes só se dará se for necessária e como no caso do recurso quando interposto direto para o segundo grau, como no exemplo acima. No RJ há a necessidade de se indicar o número da ação principal e o nome do escrevente.

3- Já os fatos e fundamentos só serão necessários nas razões como peça separada e que é dirigida, em regra, para o segundo grau de jurisdição. O que é causa de pedir de um recurso? É aquilo que motivou o próprio recurso, ou seja, a decisão desfavorável, o prejuízo somente, sem maiores explicações sobre se tem ou não o direito, isto porque o que se pede é admissão do recurso e sendo notório o prejuízo não importa se tem razão ou não. Outro detalhe que é observado e pedido neste tipo de peça é se foi recolhido as custas corretas (para quem fizer a área trabalhista há peculiaridades).

4- O pedido é a reforma da decisão ou, caso embargos, o esclarecimento de algum ponto obscuro da decisão.

Cuidado com a data!!! A razão é simples: o recurso será recebido se interposto a tempo, ou seja, tem que ser tempestivo. Normalmente os enunciados evidenciam isto mais aqui está sendo colocada a razão.

Parecer

Talvez seja a mais simples de todas as peças, pois guarda mais semelhança com uma dissertação. Vamos ao esquema:

1 - Coloca-se o título"Parecer" em caixa alta e no meio.

2- Coloca-se uma Ementa, que é um resumo, e esta ocupa o lado direito do papel (normalmente é escrito em todo o lado direito). Neste pequeno resumo há três frases bastante curtas sendo que a primeira é resumo do enunciado, a segunda traz os fundamentos pró e contra e na terceira a solução que mais interessa. Cabe lembrar que parecer é uma peça de opinião, logo desde que tenha uma lógica e que atenda aos interesses de quem lhe traz o problema cabe qualquer resposta.

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3- Introdução. Se reproduz a questão formulada.

4 - Desenvolvimento. Se coloca todos os fundamentos sobre a questão suscitada.

5- Conclusão. Aqui se defende um dos pontos de vista e antes de datar se coloca a seguinte expressão "S.M.J este é o nosso parecer".

COMO PLANEJAR E ORGANIZAR O ESTUDO

A ideia de que chega assistir às aulas para se saber a matéria não é verdade. É necessário estudar em casa, copiar os apontamentos das aulas, saber consultar os manuais ou outros livros auxiliares.Não devemos estudar apenas para as disciplinas de que mais gostamos, nem devemos estudar só nas vésperas das avaliações, mas se não houver outra alternativa, existem algumas regras que poderão tornar uma noite de estudo relativamente bem sucedida.Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes dos testes, porque, devido à falta de tempo e consequentes ansiedade e insegurança, começa a ter-se dificuldades de concentração e de memorização para organizar toda a informação estudada.Se fores capaz de estabelecer horários de estudo adequados e organizar os teus momentos de estudo, obterás melhores resultados escolares, porque terás tempo para organizar e rever as matérias estudadas. Desta forma, vais sentir-te mais confiante e seguro dos teus conhecimentos quando tiveres avaliações.Antes de organizares os teus momentos de estudo reflecte sobre o ambiente de estudo que seria ideal para ti:

Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo melhor sozinho/com amigo/em grupo? Estudo melhor sob pressão ou atempadamente? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento? Preciso de um intervalo de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas horas/sem

interrupção?

REGRAS PARA UMA NOITE DE ESTUDOS

É impossível estudar numa noite tudo o que devias ter estudado durante um determinado período de tempo.Estuda cada tema da matéria em profundidade. Passa só ao seguinte quando achares que já dominas bem o anterior. É preferível saberes bem partes da matéria do que saberes pouco sobre muitas.Para conseguires memorizar com sucesso, usa a repetição. Pode ser uma boa ideia recitares a matéria alto.Gasta alguns minutos a escrever aquilo de que te lembras mas que tens receio de vir a esquecer.

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HORÁRIO DE ESTUDO

Na tua agenda podes ter um horário onde defines a que horas e que matérias deves estudar durante a semana.Face ao tempo livre que resta depois das aulas, deves decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a actividades de lazer (ver TV, ouvir música, etc.). Deves assinalar se cumpriste o teu plano de estudo. Se não conseguires cumpri-lo deves compensar com um período de estudo maior em outro dia. Também é importante que tenhas um calendário das avaliações para saberes sempre quais as disciplinas em que irás ser avaliado e poderes planear o teu estudo em casa. Deves colocar este calendário num local onde não seja possível esqueceres-te dessas datas. Por exemplo, colado na parede em frente à tua secretária, colado no dossier ou caderno. Vê o exemplo que se segue.

MANTER ATENÇÃO

Talvez tu também sejas um daqueles alunos que se queixa de falta de atenção e concentração durante o estudo e aulas. É importante teres um local destinado exclusivamente ao estudo, que seja confortável e com boa iluminação. Ter todo o material necessário no local de estudo antes de começares a estudar é muito importante, para não te estares constantemente a levantar e a interromper a tua concentração. Assim, deves ter perto de ti os livros, os cadernos, o dossier, as canetas, os dicionários, qualquer coisa para ir trincando ou chupando se fores daqueles que estão sempre a interromper o estudo para ir comer, etc. Não deves ter perto de ti tudo aquilo que já sabes que te distrai, como o rádio, a televisão, os livros de BD, os jogos de computador, entre outros. Para evitares ser interrompido por outras pessoas podes colocar um aviso na porta para não seres incomodado. Na sala de aula deves evitar fazer barulho, falar com colegas ou estar a "sonhar acordado". Por outro lado, deves procurar manter o interesse pela matéria participando na aula

COMO TIRAR APONTAMENTOS NAS AULASUtilizar um caderno, de preferência de folhas soltas, que poderá ser organizado de acordo com o trabalho desenvolvido em aula e fora dela;As folhas devem ser divididas em duas colunas de modo a facilitarem o tratamento e retenção da informação:Reservar esta coluna para completar fora da aula

Reservar esta coluna para a tomada de notas em aula

Completar este espaço com novos exemplos, com definições, novas referências, citações, notas de leituras feitas, esquemas, críticas…

Registo dos apontamentos que vão sendo retirados ao longo da aula, organizando-os em grupos que permitam já uma estruturação da informação. Poderão ser atribuídos títulos às estruturas/grupos que forem sendo criados.

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Espaço destinado ao trabalho de compreensão e de revisão de modo a haver uma integração dos conhecimentos.Esforçar-se por apreender rapidamente o essencial do que é dito e tentar seguir o fio condutor da aula que vai sendo explícitado à medida que esta vai decorrendo. Deve-se evitar registar tudo o que é dito, concretamente as repetições e os diversos exemplos apresentados sobre um determinado conteúdo;Organizar as informações recolhidas em esquemas. Sempre que possível, estruturar essas informações, seguindo o percurso feito desde o primeiro momento de tomada de notas. Esta fase de esquematização é essencial para a retenção de informação;No caso de se perder uma informação, deixar um espaço em branco que se completará depois;Utilizar um código de abreviaturas para os termos que surgem de um modo mais recorrente;A tomada de notas favorece a aprendizagem porque:- a escrita permite um tratamento mental e visual da informação;- a atenção selectiva na aula favorece a retenção da informação.

Leitura na diagonal

É um tipo de leitura rápida, em que o objectivo é procurar uma informação específica ou identificar as ideias principais de um texto, que te vai permitir organizar melhor o teu estudo.

Leitura crítica

É um tipo de leitura mais pormenorizado, em que se procura distinguir e relacionar ideias e conceitos.

Leitura estética ou de prazer

Faz-se por entretenimento ou simplesmente para apreciar o estilo e talento de um autor.As estratégias mais importantes que nos ajudam a compreender e a reter o que estudamos passam por:

Uma leitura eficaz; saber identificar as ideias principais, organizá-las e relacioná-las

com as anteriores; Colocar notas na margem do texto;

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clarificar; sublinhar; parafrasear; resumir.

Uma leitura eficaz;

Leitura que permite uma aprendizagem eficaz Faz uma leitura na diagonal, isto é, dá uma vista de olhos pela matéria para teres uma ideia geral da informação que contém. Em seguida lê atentamente os conteúdos referentes à informação que te interessa, sublinhando e tomando notas nas margens do livro ou numa folha de caderno.Escreve as definições dos conceitos que consideras essenciais para compreenderes a matéria.Escreve perguntas e respostas que julgues importantes, para te facilitar a aquisição dos conhecimentos.Anota todas as dúvidas que tiveres e tenta esclarecê-las junto dos professores, pais, colegas ou consultando bibliografia específica que possa ajudar-te a clarificar essas questões.Não passes de uma parte para a outra de um texto sem que a primeira esteja bem compreendida. Não te esqueças que existe normalmente um fio condutor num texto.

saber identificar as ideias principais, organizá-las e relacioná-las com as anteriores;

É importante identificar as ideias principais de um texto, quer seja de Português, de História ou Geografia, pois pode ser uma vantagem para o estudo das matérias escolares. Os textos que tens de estudar não são todos como os de Português, onde é necessário identificar as situações, as personagens e as acções. Nos textos expositivos é importante que sejas capaz de relacionar e organizar as ideias e os conceitos expressos nos textos das diferentes disciplinas. Estes textos podem fazer apelo a diferentes pontos de vista, sendo importante não só compreenderes as razões inerentes a cada um deles, como formulares o teu próprio ponto de vista.

Colocar notas na margem do texto

Para evidenciar a estrutura de um texto, poderás tomar notas na sua margem. Podes escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, etc.A colocação de notas nas margens pode-te ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificares as partes que estás a estudar.Podes ainda colocar setas, ou outros sinais gráficos, para relacionar ideias que se encontram dispersas nos textos.Podes também utilizar a margem para colocares comentários teus relacionados com o que estás a ler.Na margem ou sobre as frases ou palavras que não compreendeste podes colocar um ponto de interrogação, para não te esqueceres de esclareceres a tua dúvida e para uma mais fácil identificação da mesma.

classiificar;

Não deves tentar decorar as palavras exactas de um texto, quando não as compreendes. Deves sempre tentar compreender o que estás a ler, clarificando as palavras ou os conceitos que

não conheces. Depois de identificares as palavras que não compreendes, deves tentar inferir o seu significado

através do contexto ou usar outros elementos do texto, como gráficos, figuras, mapas ou imagens que o acompanhem. Se mesmo assim não conseguires, recorre a outras ajudas, nomeadamente consultando um dicionário ou perguntando a outra pessoa.

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O clarificar vai ajudar-te a reter e a compreender melhor as matérias que estudares.

sublinhar;

A maior parte das pessoas conhece a estratégia de sublinhar os aspectos importantes com cores, mas poucas sabem como e quando a devem utilizar.São várias as vantagens do sublinhar:

Ajuda-te a estar mais atento, facilitando a elaboração de resumos e esquemas. Permite fazer revisões em menos tempo. Ajuda-te a desenvolver a capacidade de análise, facilitando o processo de aprendizagem. Serve para te chamar a atenção e reforçar os aspectos principais dos textos, salientando

visualmente os aspectos importantes do texto do acessório, facilitando a sua compreensão.

parafrasear;

O pafrasear consiste em repetires por palavras tuas o texto que acabaste de ler, tendo como principais vantagens:

Ajuda-te a reter melhor a informação lida; Ajuda-te a compreender melhor os textos; Facilita-te na elaboração dos resumos; Promove a focalização da atenção e concentração no conteúdo programático a estudar.

resumir.

O resumo consiste em escrever por palavras tuas, de uma forma sintética e com sentido, as partes essenciais de uma determinada matéria.São várias as vantagens de fazeres eficazmente um resumo:

Facilita a aprendizagem; Melhora as tuas capacidades de expressão oral e escrita; Ajuda na organização da matéria; Permite uma melhor memorização e assimilação da matéria; É uma forma de seleccionares informação importante; Aumenta a tua capacidade de concentração. Facilita a reorganização dos teus conhecimentos; Permite revisão mais fácil da matéria; Ajuda à integração e à prática do conjunto das restantes técnicas de estudo, também disponíveis

neste site como, por exemplo, o sublinhar.

Dicas para elaboração de um resumo

O resumo deve ser elaborado em folhas soltas porque facilita-te a junção de novos apontamentos bem como a respectiva reorganização.Deixa espaço suficiente entre as linhas e margens largas de ambos os lados para poderes acrescentares ou alterares coisas.Lê primeiro o texto e inicia o resumo apenas depois de perceberes a sua estrutura.Sublinha as ideias principais do texto antes de efectuares os resumos.O resumo deve ser um texto curto e preciso.Deve ser feito por palavras tuas, utilizando sinónimos, excepto quando for importante fazer uma citação. É o esforço efectuado na elaboração de bons resumos que facilita a aprendizagem.Deve conter as ideias principais do texto que pretendes resumir.Deve estabelecer uma sequência clara das ideias.Anota os números de capítulos e páginas na margem dos resumos para poderes voltar rapidamente a essa informação, no caso de teres alguma dúvida.

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Escreve a definição de palavras novas sempre que estas apareçam.Utiliza símbolos matemáticos ou estenografia para poupares tempo e espaço. Por exemplo: ex(exemplo), i.e(isto é), pq(porque), tb(também), qq(qualquer), feliz/(felizmente), +-(mais ou menos), etc.Depois de teres o resumo feito lê-o para verificares se está compreensível.Não te esqueças que deves elaborar resumos que sejam compreensíveis a uma releitura, mesmo passado bastante tempo.

Orientação para o Estudo. Grande parte do sucesso escolar de uma criança é decorrente da existência de hábitos de estudo definidos. Para a formação destes hábitos é necessário que se implemente gradualmente comportamentos saudáveis, que pela repetição sistemática, passam a fazer parte do dia a dia do estudante. Visualize as vantagens de orientar seus filhos desde cedo, para uma formação de bons hábitos e atitudes e colherá bons frutos, observando um crescimento intelectual e maior facilidade na sua aprendizagem. Veja abaixo algumas orientações básicas:

Estabeleça um horário de estudo,crie uma rotina semanal, onde seu filho realizará as suas tarefas. Considere também as atividades extra-curriculares, como natação, inglês, etc...Monte um calendário em que ele tenha tempo para tudo, principalmente para o estudo. Ajude seu filho a cumprir os horários. Estudar sempre na mesma hora determinará a criação do hábito. Sua atitude firme e serena o levará a perceber sua determinação e a importância deste momento. Lembre-se: nada de exarcebações, não transforme esta situação em um campo de batalha, a hora de estudar não deve se tranformar em hora de sofrimento.

Estabeleça um local de estudo tranqüilo, onde não circulem pessoas, onde haja silêncio (sem TV ou rádio), que tenha uma escrivaninha que permita uma posição correta e que conte com uma iluminação adequada.

É importante que ele arrume o seu próprio local de estudo, deixando por perto tudo o que vai usar: régua, lápis, ... A sua mesa deverá ter o mínimo de coisas em cima, só o estritamente necessário (sem brinquedos, roupas,...).

As lições devem ser feitas, preferencialmente,no mesmo dia em que foram passadas, assim evita-se o acúmulo de tarefas e, com a memória fresca, as explicações da professora ainda podem ser lembradas e o que foi passado no quadro ainda está visível na sua mente.

Se houver dúvidas na resolução, explique com suas próprias palavras. Faça com que repita em voz alta para demonstrar que entendeu. Se a dúvida persistir, comunique à professora através da agenda no dia seguinte.

Não permaneça à seu lado no momento em que estiver fazendo suas lições. Na sala de aula isto não acontece e ele precisa aprender a trabalhar de forma mais independente possível.

Elogie sempre seu progresso! Faça-o dormir cedo. Estando bem descansado, ele estará mais propenso a

receber e assimilar os novos conhecimentos do dia seguinte. Procure sempre que necessário a Coordenadora Pedagógica de sua escola.

Não cultive dúvidas.

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Como Passar em Concursos

Todo projeto, para ser bem sucedido, precisa de uma estratégia planejada. Isso serve também para os:

Concursos públicos Vestibulares Testes supletivos Testes de seleção de pessoal

Todos não passam de mais "jogos", que precisamos saber jogar. Entretanto, ler sobre como ser bem sucedido em concursos, não significa que teremos sempre êxito. Isso acontece porque, mesmo advertidos, pecamos em algumas orientações simples:

Escolhendo a vaga apenas pelo salário que oferece Não estudando corretamente as matérias (por falta de tempo, achar que "já

sabe demais", ou dedicando-se mais às matérias erradas) Lendo superficialmente o edital Não possuindo os requisitos exigidos (estar aquém do grau de exigência

intelectual ou física necessárias) Não adquirindo apostilas e livros necessários

Contudo, alguns cuidados são indispensáveis. Muitas pessoas bem preparadas não são bem sucedidas em seleções justamente por não observarem esses pontos.

ESCOLHA

A fase de decidir para qual curso, ou cargo, concorrer é uma das mais importantes nesse tipo de processo. Uma escolha mal feita pode detonar todo o projeto, logo de início. Às vezes, nem é interessante ser candidato, muito mais

porque está cada vez mais difícil pagar as taxas de inscrição.

1. SALÁRIO A necessidade de salário é bem particular para cada um. A exigência é bem menor para aqueles em início de carreira (que precisam ainda ganhar experiência) ou desempregados, do que para os com muitas obrigações e dependentes. Mas, em geral, precisamos analisar qual a remuneração mínima que podemos aceitar (incluindo o salário indireto - benefícios, comissões e gratificações). Muitas pessoas ainda utilizam o antigo critério de só se candidatarem a vagas que garantam uma remuneração, no mínimo, 50% superior a que já possuem, quando na realidade a crise econômica mundial não está permitindo mais a escala financeira que muitos sonham ou merecem. Dependendo da situação, manter o mesmo poder aquisitivo, ou até trocá-lo por uma maior estabilidade, já é lucro. É importante lembrar que, conforme o regime de trabalho, os impostos (imposto de renda na fonte, previdência social e fundo de garantia) podem levar boa parte do salário bruto. Às

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vezes um salário menor com menos descontos é tão atraente quanto o que se ganha hoje. Outro fator primordial é o índice de reajuste da categoria, ao qual o salário está associado, para evitar que a maior parte da sua remuneração direta seja engolida pelo tempo. No geral, concorrer a vagas apenas pelo alto salário oferecido pode levar a sucessivos fracassos em concursos, uma vez que a competição é muito mais acirradas nesses casos

2. NÚMERO DE VAGAS Ao contrário do que muita gente pensa, quanto menos vagas existirem para uma categoria, melhor. Isso acontece porque a maioria dos concorrentes prefere disputas "mais fáceis", para cargos com muitas vagas. O resultado é justamente o inverso: Quanto mais vagas, maior a procura

3. CONCORRÊNCIA Já o grande número de candidatos à vaga é desestimulante, pois aumenta a probabilidade de existirem concorrentes mais bem preparados. Também é interessante verificar a relação de "Número de vagas X Concorrentes", para analisar proporcionalmente o que significa aquele número de candidatos. Processos seletivos pouco divulgados e de órgaos pouco conhecidos também tendem a ter baixa concorrência

4. EXIGÊNCIAS A tendência é o aumento do nível de exigência para as classificações. Por outro lado, o crescimento da concorrência no mercado de trabalho e a escassez de vagas disponíveis, fazem com que os seletores possam escolher mais rigorosamente entre a mão-de-obra disponível. Noções de Informática e inglês, por exemplo, devem se tornar comum. Assim, é frustrante tentar um concurso que exige muito além da sua capacidade (como acontece em concursos da área de fiscalização, jurídica, seleções para embaixador e em algumas provas para cursos internacionais). Para diminuir esse problema, é interessante manter-se atualizado, estudando constantemente, e com bastante antecedência da data das provas. Esse princípio também vale para os exames que aferem a capacidade prática ou física do candidato. Não adiante entrar numa seleção para a qual você não tem condições de passar nos testes de aptidão no computador ou nos 100m rasos, por exemplo. O nível de escolaridade exigido determina fortemente o grau da concorrência que se vai ter. Entrar em seleções que exijam apenas o segundo grau, quando já se ganhou toda a experiência de um curso universitário pode fazer a diferença do candidato

5. BENEFÍCIOS Os benefícios de uma função agregam valor real ao salário. Em muitos casos, superando até o próprio salário base. Para tal, deve-se somar o valor dos tickets alimentação, parcela do plano de saúde paga pela empresa, cesta básica, ajuda de custo, ajuda de transporte, gratificações e adicionais. Mas, atenção: é importante saber se os benefícios serão incorporados à remuneração em caso de licenças e aposentadoria. Caso contrário, o

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salário, quando inativo, não justificará todos os anos dedicados àquele trabalho. O salário indireto também pode ser perdido a qualquer momento. A forma de aposentaria é um forte diferencial. Quando a empresa oferece complemento ou equiparação salarial do aposentado em relação ao ativo, é o ideal. Recolher FGTS pode diminuir os rendimentos mensais, mas são uma poupança forçada para necessidades futuras. A maior ou menor estabilidade (risco de perder o emprego) e a ajuda educacional (em cursos e reciclagens profissionais) devem tamém ser considerados como benefícios

6. CARGA HORÁRIA Mesmo que a tendência seja a redução cada vez mais das horas trabalhadas, a carga horária semanal não é um benefício considerável, ainda mais as demais vantagens não forem supridas. Em outras palavras, não devemos ir atrás de trabalhar pouco, em detrimento de outras vantagens

7. VOLUME DE TRABALHO Semelhantemente à carga horária, o volume de trabalho só deve ser considerado se excessivo ou estressante. Mas, não tenha medo de trabalhar muito. Geralmente, a melhor remuneração está associada a uma maior responsabilidade

8. NATUREZA DO CARGO Cada pessoa possui um perfil e aspirações individuais. Trabalhar ou estudar por muito tempo, em alguma coisa para a qual não se tenha a menor vocação, pode ser martirizante. Portanto, nem só salário e vantagens são importantes no cargo pretendido

9. OBJETIVO DA EMPRESA Como faremos parte do mesmo barco, quando ingressarmos na carreira, é interessante pesquisar a solidez da organização e o futuro do próprio produto que ela produz, para evitar tomar a canoa errada

10. EXIGÊNCIAS DE CURRÍCULO As exigências de cursos e treinamento que as empresas fazem nem sempre excluem um candidato que não se enquadre 100% nas especificações. Dependendo do rigor da seleção, das intenções da empresa e até do nível dos outros candidatos, esses critérios podem ser mais ou menos flexíveis. Ou seja, não ter determinado curso não significa que o candidato está fora da concorrência. Algumas contratações demoram tanto tempo para serem efetuadas que o candidato tem condições de fazer o curso mesmo após ter prestado o concurso

ANÁLISE DO EDITAL

Uma etapa muitas vezes menosprezada pelo concorrente é a análise do edital de Seleção. Ele não só define a taxa de inscrição e datas dos testes, como

estabelece todas as regras do jogo. Portanto, é interessante ler com muita atenção o edital, para saber:

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1. PONDERAÇÃO Qual o peso de cada matéria. A ponderação das notas das provas define quais as matérias que se deve estudar mais. Podemos até escolher o cargo, ou curso, para o qual concorrer pelo que mais valoriza as matérias onde se é mais forte. Na ponderação, também ficamos sabendo qual a prova que teremos de fazer com maior atenção. Em algumas seleções, são pontuado o currículo (cursos), experiência na área (tempo de serviço), feitos testes práticos e de resistência física

2. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO A fórmula pela qual será computada as notas, complementa a noção que se precisa ter sobre o que é mais importante para os avaliadores. A fórmula geralmente valoriza determinadas matérias, comparando o número de questões acertadas com aquelas incorretas. Sempre, quanto mais se acerta e menos se erra, melhor. O programa do que é exigido em cada matéria deve ser considerado à risca

3. CRITÉRIOS DE DESEMPATE No edital, também ficamos conhecendo quais serão os pontos fortes quando atingirmos uma nota igual a de outros candidatos. Normalmente, os critérios de desempate valorizam as pessoas de maior idade e que obtiveram maior nota nas provas de conhecimentos específicos. Assim, os candidatos de idade avançada podem até levar vantagem. Os deficientes físicos já saem ganhando nesse item, pois são sempre reservadas vagas exclusivamente para eles

4. CRITÉRIOS DE DESCLASSIFICAÇÃO Atenção para os procedimentos que podem desclassificar sumariamente o candidato, como utilizar calculadoras, portar livros na hora da prova e, principalmente, atingir o ponto de corte.

PREPARAÇÃO

A Preparação para o concurso é muitas vezes completamente desconsiderada:

1. MATERIAL DIDÁTICO Deve-se reunir os apostilas e livros necessários para cumprir todo o programa exigido. A falta de investimento nesta fase é fatal. Se você compra exatamente a mesma apostila que a maioria dos concorrentes comprou, não estará aumentando em nada suas chances de passar na frentes deles. Estudar sem o material didático necessário para passar é insuficiente. Dê preferência a livros e boas apostilas especializadas no assunto. Se possível, conseguir cadernos de exercícios é muito útil. Preferencialmente, contendo provas dos concursos anteriores. Mesmo que os teste mudem de ano para ano, ao menos tem-se uma idéia do formato adotado nas perguntas

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2. CURSOS Um bom curso preparatório é importante, principalmente para as matérias de conhecimentos específicos ou técnicas, que não sejam dominadas suficientemente. O curso é mais um recurso para se superar os demais candidatos, servindo também para disciplinar o estudo. Mas, atenção: fazer um curso apenas não garantirá sua vaga - é indispensável estudar

3. ESTUDO Por mais que se conheça um assunto, deve-se sempre relembrar o que se sabe. Fazer um concurso sem estudar, é um total desperdício. Deve-se procurar tempo (até no horário do almoço), para se preparar o melhor possível. Serão alguns meses de sacrifício, mas as recompensas poderão ser para o restante da vida... E, tempo é uma questão de prioridade (interesse) - acabar um namoro por falta de tempo é apenas uma desculpa, quando não gostamos realmente da pessoa. Quem ama, sempre arrumará tempo para a pessoa amada. Mesmo antes da publicação do edital, pode-se comparar o que estão exigindo os concursos similares, e ir se atualizando naquela matéria. Saber a instituição que elaborará os testes é indispensável. Cada uma possui um "estilo" e grau de exigência próprios, que podem nortear os esforços de estudo. Mas, é essencial "saber estudar". Um estudo proveitoso é aquele feito:

Em um horário específico Com ambiente propício Com todas as necessidades básicas supridas (sono, alimentação,

descanso e preocupações) Seguindo o roteiro de: "Entendimento", "Resumo", "Exercícios" e

"Fixação" (não adianta entender todo o assunto, sem fazer uma síntese do que se aprendeu, praticando e decorando o que precisa ser decorado).

Sem seguir todos esses passos, o candidato corre o risco de, na hora da prova, se saber a matéria, mas não se lembrar da regra; ou recordar a regra, mas não saber aplicá-la. Fazer o maior número possível de exercícios, preferencialmente resolvendo questões de concursos anteriores é muito importante*Faça os testes cronometrando o tempo, para aprimorar sua rapidez de resolução

DIA DA PROVA

1. LOCAL Visite com antecedência o local aonde os teste serão realizados. Muitas pessoas se perdem ou vão para locais errados, atrasando-se ou até não conseguindo realizar a prova. Trace minuciosamente o roteiro que vai seguir de casa até o local de testes, para evitar atropelos

2. HORÁRIO Outra questão onde seu nervosismo pode lhe trair é quanto ao horário da

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prova. Sempre saia com antecedência de casa, para estar cedo no local dos testes. Os horários de máximo de chegada e de fechamento dos portões devem ser observados. Assim como, a hora de encerramento. Todos constantes no edital. Como a tendência é exigir muito em pouco espaço de tempo, não se desligue do tempo, mas faça as provas com atenção

3. ALIMENTAÇÃO Evite comer demais, ou mal, antes da prova, para não sofrer congestões ou disenterias. Também não faça a prova com fome. Algumas pessoas se precavém levando lanches e água mineral, para evitar imprevistos na hora do teste

4. MATERIAL Confira o que é necessário levar para a prova, antes de sair de casa. Tanto os documentos e canetas, exigidos no edital, como os objetos de sua necessidade, como guarda-chuva e relógio (para cronometrar o tempo da prova) - de preferência o mesmo que utilizou para os exercícios*Caso o edital não permita telefones celulares, bips, etc, é importante atentar para não ser desclassificado

NA HORA DA PROVA

1. TEMPO Controle o tempo de resolução da prova, de acordo com o tempo total disponível e o grau de dificuldade encontrado nas questões: Resolva primeiramente (dedicando mais tempo) a prova com mais peso para a pontuação final. Em cada prova, deixe as questões mais difíceis para o final. Não se esqueça de considerar o tempo para, ao final, fazer a revisão geral das respostas, preenchimento da folha de respostas e revisão desse preenchimento

2. REVISÃO Alguns pontos podem ser "salvos" na última hora, justamente na revisão, ao final da resolução de todas as questões. Confrontando o que foi solicitado com o sua resposta, para evitar o erro muito comum) de marcar a questão correta, quando o que se pedia era a incorreta

3. FOLHA DE RESPOSTAS Também é frustrante preencher incorretamente a folha de respostas ou deixar de passar para ela uma questão que se sabia a resposta correta

A idéia é conseguir uma boa colocação. O período de validade do concurso e a prorrogação desse prazo, o remanejamento de candidatos, o aparecimento de novas vagas, desistências ou desclassificação de concorrentes, com o tempo, serão os fatores de "sorte" que se encarregarão de reclassificar o candidato.

Boa Prova

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Dicas para concursos

DICAS PARA OS COLEGAS QUE QUEREM PASSAR:

Mando em anexo meus resumos em arquivo, fruto de 18 meses de estudos no intuito de colaborar com todos aqueles que querem passar em algum concurso público. Só para você entender a sistemática deles, a medida que ia aprendendo fazia um resumo. Cada vez que via coisas novas, ou que algo modificasse na lei, e deixasse de ser verdadeiro, eu mudava no resumo. Com isto ele ficou bem redondo e atualizado.

O conselho que dou é o seguinte:SOBRE OS RESUMOS:-mantenha eles em arquivos e impressos ( todos);-cada vez que estudar um assunto em livros ou em aulas, por exemplo, MANDADO DE SEGURANÇA, vá no resumo e complemente ou modifique em um papel e coloque junto. A cada 10 dias vá no computador e atualize os resumos, inserindo junto no mesmo assunto. Com isto, você terá um resumo sempre atualizado e é só reimprimir;SOBRE METODOLOGIA DE ESTUDOS:-até uns 50 dias antes da prova, estude por livros e apostilas, relendo os mesmos tanta quantas vezes for necessário. Além disso, leia os resumos de cada matéria, com todo o programa pelo menos uma vez por semana . Com isto, seu cérebro se acostumara com tantas informações ao mesmo tempo; -faça exercícios de provas passadas da ESAF diariamente, em folhas de rascunhos para não pintar a apostila. Com isto poderá responder várias vezes; -faça no cursinho ao menos o módulo das provas aos finais de semana, que agora mudou, e terá provas somente aos sábados de manhã e a tarde será corrigida. Custará 100,00 por mês. No mínimo 5 horas por dia você tem que estudar a matéria em casa.-quando chegar o edital, faça as especializadas no cursinho, pois além de reforçar, você poderá saber com os colegas se algo mudou por exemplo em tributário, constitucional, etc-faltando uns 50 dias para a prova, estude apenas os resumos, que estarão atualizados, na sua cabeça , e resolva exercícios, além de ir para o cursinho. Se possível já negocie no seu serviço umas férias para este período, ou simplesmente, aposte em você e arranje um atestado médico por stress e falte o máximo ao serviço.-diariamente você deve fazer exercícios de no mínimo 3 matérias diferentes e ler 1 resumo ( por exemplo constitucional). Com o tempo, você verá quais tópicos ainda tem duvidas e aí sim, procure nos livros somente aquele tópico.-marque diariamente na tabela de PROGRAMAÇÃO, quais matérias estudou e quantas horas estudou. Temos um hábito ruim de estudar mais o que sabemos mais, e temos um hábito pior ainda de mentir para nós mesmo sobre o tempo que estudamos. Se você marcar diariamente e uma vez por semana analisar o que marcou, terá surpresas sobre o seu desempenho;-estude desde hoje, não espere o edital. SÓ EXISTE DOIS TIPOS DE ALUNOS , O QUE PASSA E O QUE DESISTE. NUNCA SE ESQUEÇA DISTO. Também nunca se esqueça que é um projeto a longo prazo, que dependerá de você . Se estudar só no cursinho e 1 hora por dia em casa, pode levar 4 anos. Se estudar no cursinho e 5 horas diárias, pode levar 2 ou 3 anos. Eu estudei 18 meses, 9 horas por dia em casa e mais 4 horas diárias de cursinho. Levei 18 meses de estudo. Lógico que existem os gênios, mas isto é outra história....

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-não pare, pois cada parada a perca é muito grande. Na realidade iniciei meus estudos em setembro de 2000, mas parei 6 meses. Se não tivesse parado, tinha entrado já no concurso passado. É melhor ser uma tartaruga, do que um coelho.-sempre que possível, se inscrevam em outros concursos da ESAF para se habituarem a fazer prova e testar seus conhecimentos. É muito importante isto.-não desviem o foco.-principalmente, ESTUDEM BASTANTE

Do mais , BOA SORTE NOS SEUS ESTUDOS. VALE A PENA.

ELE É SHOWMuitos alunos, conteúdo extenso e tensão pré-vestibular pedem profissional específico.Cursinho exige professor carismáticoCONSTANÇA TATSCH

É manhã de sexta-feira. Faz frio. Começa a faltar fôlego para acompanhar a aula de biologia sobre doenças virais. Até que vem o berro: "Acorrrrrrrrrrrrda!" Os olhos se arregalam e o coração dispara. Pronto. Todos os alunos estão atentos novamente.Ser professor não é tarefa fácil. Mas ser professor de cursinho é para poucos. As salas, lotadas, chegam a ter 150 adolescentes, muitas vezes, desesperados para passar no vestibular. E o tempo é curto para poder repassar toda a matéria dada no ensino médio."Se não tiver descontração, não rola", afirma o professor do CPV Luis Ricardo Palermo, após uma representação barulhenta sobre a decapitação dos reis franceses durante a revolução -o ápice foi a guilhotina, quando a classe quase veio abaixo. "Professor de cursinho é o professor que deu certo. Tem um algo a mais. Você tem que ser bem preparado, porque o aluno cobra muito, e tem que ter uma veia teatral. Especialmente para ter a coragem de encarar até 200 alunos."Vocação artística é o que não falta ao professor de literatura e redação do Anglo Maurício Soares Filho, também formado em artes cênicas. "Chego e tenho que criar um campo magnético, quase uma interação palco/platéia. Preciso fazer aquecimento vocal, estar bem e me desligar do meu outro mundo. Saio exaurido. Cada aula é um momento intenso e me sinto muito mal se ligo o piloto automático. Busco sempre o frescor da emoção."Limites"Lindo! Rebola!" É ao som desses gritos que o professor do Anglo Gian Paolo Dorigo entra na sala. A turma do fundão puxa uma música. Todos cantam. Ele arruma o microfone, separa o giz. Os alunos batem com as mãos nas carteiras e com os pés no chão. Mas, quando ele começa a explicar a matéria, silêncio. "Tolero a bagunça no começo para o aluno extravasar, depois seduzo pelo discurso. É um acordo que se estabelece: enquanto eu estou fazendo meu mapa, nem ouço, mas enquanto eu falo, eles prestam atenção."O professor de história do Objetivo Marco Antonio Jacob é bastante popular entre os alunos, mas exige disciplina. "A aula pode ser descontraída sem ser bagunçada. Eles me vêem como um irmão mais velho, um amigo, mas nunca deixei de colocar limites."Para o estudante Bruno Rosa Athayde, 23, é preciso ter uma didática especial para dar aula em cursinho. "Os professores passam bastante conteúdo, sem ser aquela aula chata. É muita matéria, e tem muita tensão, o próprio aluno se cobra muito. Se passarem de maneira informal, fica mais fácil", afirma. A admiração que sente por essa equipe já mudou os rumos de Bruno. Ele ainda não sabe qual curso irá fazer, mas tem uma certeza: quer ser professor de cursinho.

Comunicação com aluno deve ser diferente"Um desafio monstruoso." É assim que a professora de didática da Faculdade de Educação da USP Mônica Appezzato Pinazza define a necessidade do professor de cursinho de preparar os alunos para o vestibular. Para a especialista, o tipo de linguagem, de comunicação e a forma como trabalhar os conteúdos são diferentes."É esperado dele uma comunicação absolutamente ágil. Os jovens estão muito sintonizados em um propósito e, nesse aspecto, a comunicação fica favorecida. Por outro lado, esse profissional obrigatoriamente precisa ter instrumentos de comunicação diferentes. Ele tem que criar artifícios." Entre esses artifícios estão a relação mais aberta, as gírias, as piadas, as palavras mais chulas. "São truques de aproximação."Pinazza considera necessário o ritual de chegar, dar uns minutos para o aluno brincar e só depois entrar com o conteúdo. E ainda por cima fazer essa transição sem rupturas.

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Encarar tantos estudantes e dar tanto conteúdo em tão pouco tempo é um trabalho atípico. "Pode ter professores muito bons que eventualmente não consigam dar conta de uma condição tão particular", diz a professora.Para conseguir fazer o espetáculo dar certo e o aluno entrar na faculdade almejada, esse profissional conta com dons especiais. "O professor está em um campo que fica entre a arte e a ciência", afirma.

Entretenimento não se sobrepõe ao ensino, dizem profissionaisAinda que os professores de cursinho abusem de uma veia artística para conquistar a atenção dos alunos, esses recursos não podem ser usados indiscriminadamente."Cada aula é um espetáculo, mas compartilho desse preconceito contra a "aula show". Isso tem que ser contextualizado e precisa ficar claro que minha função é de professor e estou lá para ensinar, e não entreter", afirma o professor Maurício Soares Filho.As regras são simples: as ferramentas têm que ser usadas em prol da matéria e o tempo de brincadeira não pode superar o tempo de estudo."Quem entra brincando o tempo todo, dando pouca matéria, dura dois meses", completa a professora de literatura e análise de texto do Objetivo Maria de Lourdes da Conceição Cunha, conhecida como Lu.Segundo ela, os estudantes têm clara a finalidade de estarem ali: passar no vestibular que nada mais é do que entrar na melhor universidade possível. "O aluno de ensino médio ainda é imaturo, vai para a escola porque o pai mandou. Diferentemente do aluno de cursinho, que sabe o que quer."Outro fator determinante, além da cobrança por resultados, é o nível do estudante. Muitos alunos têm conhecimentos sólidos sobre certas matérias ou já passaram outros anos estudando e exigem domínio dos assuntos tratados."A grande diferença é que no cursinho seu aluno é mais velho. Facilita e diferencia ao mesmo tempo, porque ele é mais rodado, e alguns são muito bons", afirma o professor de história Gian Paolo Dorigo.

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Dicas para o concurso da Polícia Federal - Parte IV

 Imprimir o texto completo por  José Anastácio

(18/01/2002)

Resolvi dedicar esta aula para solucionar a questão de concurso público que deixei para os leitores testarem seus conhecimentos na minha última aula (Dicas para o concurso da Polícia Federal – Parte III). Assim decidi porque a referida questão traz temas interessantíssimos e muito solicitados.

Discorrerei na forma que comentamos as questões no nosso livro de Questões Comentadas de Direito Administrativo e Constitucional, de modo que os leitores possam sentir-se como se estivessem em uma sala de aula.

A questão é a seguinte:

05. João, aposentado no cargo de analista judiciário do STF, após aprovação em concurso público, foi admitido, no ano em curso, para o cargo de oficial de justiça do TJDF. O servidor do TJDF incumbido de examinar o ato de admissão de João considerou-o ilegal. Seu chefe, no entanto, reviu o ato praticado pelo subordinado e considerou legal a admissão de João.

1) O poder de que se utilizou a chefia para rever o ato praticado pelo subordinado caracteriza poder hierárquico.

2) Se, na situação em apreço, decorridos dez anos da concessão

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da aposentadoria de João, descobrir-se que foi utilizada certidão de tempo de serviço falsa, a administração, haja vista o tempo decorrido, não poderá anular a referida aposentadoria.

3) Caso a acumulação dos proventos da inatividade com os vencimentos do cargo efetivo seja considerado legítima, em face da aplicação imediata das normas constitucionais, o valor decorrente desse somatório, nele incluídas as vantagens de caráter pessoal, não poderá ultrapassar o que, em espécie, for pago a ministro do STF.

4) A admissão de João deverá ser considerada legítima. Ele, no entanto, deverá optar pelos proventos da aposentadoria ou pelos vencimentos do novo cargo efetivo. Se, por outro lado, João fosse aposentado do Banco do Brasil, ele poderia acumular a aposentadoria com os vencimentos do cargo efetivo, independentemente de qualquer opção.

5) Ao entrar em exercício no novo cargo, João deverá ser submetido a estágio probatório de três anos. Somente após avaliação de desempenho e aprovação no estágio probatório João adquirirá estabilidade. Nessa hipótese, João somente poderá perder o cargo em virtude de sentença judicial com trânsito em julgado ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.

Hely Lopes Meirelles (1994:105) traz a seguinte definição de poder hierárquico:

"Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. Poder hierárquico e poder disciplinar não se confundem, mas andam juntos, por serem os sustentáculos de toda organização administrativa." – grifo acrescido.

Em que pese o autor referir-se apenas ao Poder Executivo, o poder hierárquico também existe na estrutura administrativa dos Poderes Judiciário e Legislativo.

A própria questão em exame retrata um exemplo de poder hierárquico na estrutura administrativa do Poder Judiciário. Dessarte, melhor seria se, em vez do termo Executivo, fosse utilizada a expressão Administração Pública.

Nesse sentido, oportuna a lição de Diógenes Gasparini (2001:51):

"Do exposto, nota-se, sem grande esforço, que a hierarquia é peculiar ao Poder Executivo e que existe na União, nos Estados-

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Membros, no Distrito Federal, nos Municípios e nas entidades da Administração Pública indireta. Não existe no Judiciário e no Legislativo, enquanto Poderes Judiciário e Legislativo, mas sim nas estruturas administrativas existentes no interior dos órgãos que lhes dão sustentação (Secretarias, Diretorias). Esses órgãos podem e devem ser estruturados segundo o princípio da hierarquia."

A primeira afirmativa, portanto, é verdadeira.

A assertiva 2 é falsa, porquanto não incide na espécie o art. 54 da Lei n. 9.784, de 1999,que prevê o prazo decadencial de cinco anos para a Administração anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para o interessado.

É que o prazo decadencial de cinco anos não se aplica aos atos praticados com comprovada má-fé. No caso em tela, ao valer-se de certidão de tempo de serviço falsa para obter aposentadoria, não há qualquer dúvida que houve má-fé do interessado.

Vejamos o que diz o citado dispositivo:

"Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativo de que decorram efeitos favoráveis para os destinatário decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé."

O item 3 é falso pois, conforme o Supremo Tribunal Federal já decidiu, o art. 29 da EC 19/98 não é auto-aplicável, vale dizer, depende de lei de iniciativa conjunta do Presidente da República, do Presidente da Câmara dos Deputados, do Presidente do Senado Federal e do Presidente do Supremo Tribunal Federal, como previsto no art. 48, inciso XV, da Constituição Federal.

Cabe destacar também que foi trazido outro assunto no referido item, qual seja, a inclusão ou não, das vantagens pessoais para fins de cálculo do teto da remuneração do servidor público, prevista no art. 37, XI da CF.

O Supremo Tribunal Federal possuía jurisprudência pacífica no sentido de não se incluir as denominadas vantagens pessoais no cálculo do teto remuneratório. Nesse sentido: RE 185.842-7, in Informativo STF n. 69, DJ 02.02.97 e RE 194.100, in Informativo STF n. 68, DJ 22.4.97. As vantagens pessoais são aquelas que não são recebidas indiscriminadamente pelo simples exercício do cargo, mas sim em razão de uma condição individual do servidor, como, por exemplo, o adicional por tempo de serviço.

Ocorre, contudo, que a Emenda Constitucional n. 19, de 1998, alterou a redação do inciso XI do art. 37, incluindo

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expressamente no teto constitucional as vantagens pessoais:

"XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal." – grifou-se.

Diante disso, o Supremo Tribunal Federal deverá rever seu posicionamento, visto que a nova redação do inciso XI não deixa qualquer dúvida quanto à inclusão das vantagens pessoais no cálculo da remuneração do servidor para fins de teto salarial.

Não obstante isso, aqueles servidores que, antes do advento da EC n. 19, de 1998, já possuíam vantagem pessoal incorporada à sua remuneração, não poderão ter seu valor reduzido sob o pretexto de ter sido ultrapassado o teto. É que os servidores nessa situação têm direito adquirido às referidas vantagens, e nem mesmo uma emenda constitucional pode suprimi-los.

Nessa linha é o ensinamento de Diógenes Gasparini (2001:174), do qual nos valemos mais uma vez:

"O art. 29 da EC n. 19/98 assevera que ‘Os subsídios, vencimentos, remuneração, proventos da aposentadoria e pensões e quaisquer outras espécies remuneratórias adequar-se-ão, a partir da promulgação desta Emenda, aos limites decorrentes da Constituição Federal, não se admitindo a percepção de excesso a qualquer título.’ Mediante essa regra quis o constituinte derivado ajustar às novas regras a situação dos agentes públicos que antes da promulgação dessa Emenda recebiam vencimentos, remuneração, proventos e quaisquer outras espécies remuneratórias além do teto por ela criado. Embora tenha sido essa a pretensão, cremos que o alcance dessa regra está restrito aos subsídios, remuneração, proventos das aposentadorias e pensões e quaisquer outras espécies remuneratórias percebidas ilegalmente, pois se auferidas legalmente, ainda que seu somatório seja superior ao mencionado teto, não podem ser reduzidas, vez que consubstanciam direito adquirido, intocável por emenda constitucional, submissa aos limites impostos pela Constituição da República."

O item 4, por seu turno, é verdadeiro, visto que se João fosse aposentado do Banco do Brasil (sociedade de economia mista, cujos empregados são regidos pela CLT e aposentam-se pelo

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INSS) não incidiria a vedação do art. 37, § 10 da Constituição Federal, verbis:

"§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração."

Note-se que o dispositivo veda a percepção simultânea apenas quando os proventos forem em razão de aposentadoria em cargo público, custeada diretamente pelo Tesouro (art. 40 da CF). Destaca-se jurisprudência sobre o assunto do STJ:

"SERVIDOR PÚBLICO. CUMULAÇÃO DE PROVENTOS E VENCIMENTOS.O recorrente, aposentado do Banco do Brasil, foi aprovado em concursopúblico para o cargo de Oficial de Justiça, sendo, porém, impedido detomar posse. A Turma entendeu que é possível a cumulação de valoresatinentes à aposentadoria oriunda de emprego público com vencimentosde cargo efetivo assumido por meio de concurso público e determinou àsautoridades coatoras que efetivem a investidura do impetrante no cargopara o qual foi nomeado. Precedente citado do STF: Ag Rg no RE248.534-SP, DJ 17/12/1999. RMS 11.165-SP. (RMS 2011165, Relator Ministro Fernando Gonçalves, julgado em 5/6/2001)."

O servidor estável, além das hipóteses mencionadas no item 5, também poderá perder o cargo "mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.", conforme dispõe o art. 41, § 1o, III da CF, bem como na hipótese do § 4o do art. 169 da CF, que prevê a perda do cargo pelo servidor estável caso os limites com despesas de pessoal, estabelecidos no art. 19 da Lei Complementar 101 de 2000 (estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências), sejam superados. Destaca-se o artigo 19 e seus incisos.

"Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:

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I - União: 50% (cinqüenta por cento);

II - Estados: 60% (sessenta por cento);

III - Municípios: 60% (sessenta por cento)."

Gabarito: 1 – "C"; 2 – "E"; 3 – "E"; 4 – "C"; 5 – "E".

Aproveito a oportunidade, nesta minha última aula direcionada especificamente para o concurso da Polícia Federal, para desejar uma boa prova para todos.

Frase para Reflexão

"Se sabe organizar as coisas, você saberá desfrutá-las. A muitos sobra tempo de vida já tendo acabado a felicidade."

(Baltasar Gracián – in A Arte da Prudência)

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