5.º congresso do neolítico peninsularcentro de arqueologia da universidade de lisboa 5.º...

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CENTRO DE ARQUEOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA 5.º Congresso do Neolítico Peninsular VICTOR S. GONÇALVES MARIANA DINIZ ANA CATARINA SOUSA eds. estudos & memórias 8

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Page 1: 5.º Congresso do Neolítico PeninsularCENTRO DE ARQUEOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA 5.º Congresso do Neolítico Peninsular VICTOR S. GONÇALVES MARIANA DINIZ ANA CATARINA SOUSA

CENTRO DE ARQUEOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

5.º Congressodo NeolíticoPeninsular

VICTOR S. GONÇALVES MARIANA DINIZ ANA CATARINA SOUSAeds.

estudos & memórias 8

Victor S. Gonçalves • M

ariana Diniz • Ana Catarina Sousa, eds.

Page 2: 5.º Congresso do Neolítico PeninsularCENTRO DE ARQUEOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA 5.º Congresso do Neolítico Peninsular VICTOR S. GONÇALVES MARIANA DINIZ ANA CATARINA SOUSA

estudos & memóriasSérie de publicações da UNIARQ (Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa)Direcção e orientação gráfica: Victor S. Gonçalves

8.GONÇALVES, V.S.; DINIZ, M.; SOUSA, A. C., eds. (2015), 684 p. 5.º Congresso do Neolítico Peninsular. Actas. Lisboa: UNIARQ.

Capa, concepção e fotos de Victor S. Gonçalves. Pormenor de uma placa de xisto gravada da Anta Grande da Comenda da Igreja (Montemor o Novo). MNA 2006.24.1. Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa.

Paginação e Artes finais: TVM designers

Impressão: Europress, Lisboa, 2015, 400 exemplares

ISBN: 978-989-99146-1-2Depósito Legal: 400 321/15

Copyright ©, os autores.Toda e qualquer reprodução de texto e imagem é interdita, sem a expressa autorização do(s) autor(es), nos termos da lei vigente, nomeadamente o DL 63/85, de 14 de Março, com as alterações subsequentes. Em powerpoints de carácter científico (e não comercial) a reprodução de imagens ou texto é permitida, com a condição de a origem e autoria do texto ou imagem ser expressamente indicada no diapositivo onde é feita a reprodução.

Lisboa, 2015.

Volumes anteriores de esta série:

1.LEISNER, G. e LEISNER, V. (1985) – Antas do Concelho de Reguengos de Monsaraz. estudos e memórias, 1. Lisboa: Uniarch.

2.GONÇALVES, V. S. (1989) – Megalitismo e Metalurgia no Alto Algarve Oriental. Uma aproximação integrada. 2 Volumes. estudos e memórias, 2. Lisboa: CAH/Uniarch/INIC.

3. VIEGAS, C. (2011) – A ocupação romana do Algarve. Estudo do povoamento e economia do Algarve central e oriental no período romano. estudos e memórias 3. Lisboa: UNIARQ.

4.QUARESMA, J. C. (2012) – Economia antiga a partir de um centro de consumo lusitano. Terra sigillata e cerâmica africana de cozinha em Chãos Salgados (Mirobriga?). estudos e memórias 4. Lisboa: UNIARQ.

5.ARRUDA, A. M. ed. (2013) – Fenícios e púnicos, por terra e mar, I. Actas do VI Congresso Internacional de Estudos Fenícios e Púnicos, estudos e memórias 5. Lisboa: UNIARQ.

6.ARRUDA, A. M. ed. (2014) – Fenícios e púnicos, por terra e mar, 2. Actas do VI Congresso Internacional de Estudos Fenícios e Púnicos, estudos e memórias 6. Lisboa: UNIARQ

7.SOUSA, E. (2014) – A ocupação pré-romana da foz do estuário do Tejo. estudos e memórias 7. Lisboa: UNIARQ.

Page 3: 5.º Congresso do Neolítico PeninsularCENTRO DE ARQUEOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA 5.º Congresso do Neolítico Peninsular VICTOR S. GONÇALVES MARIANA DINIZ ANA CATARINA SOUSA

INTRODUÇÃO

Apresentação do volumeVICTOR S. GONÇALVES, MARIANA DINIZ, ANA CATARINA SOUSA 14

MEIO AMBIENTE, PAISAGEM, ECONOMIA

Aprovechamiento de los recursos vegetales no leñosos durante 19 las ocupaciones del Neolítico medio (4400-3900 cal BC) en la cueva de Can Sadurní (Begues, Barcelona)

FERRAN ANTOLÍN, RAMON BUXÓ, MANUEL EDO I BENAIGES

Estrategia de recogida de muestras y procesado de sedimento 27 del yacimiento de la Draga. Primeros resultados del análisis de semillas y frutos de la campaña del 2010

FERRAN ANTOLÍN, RAMON BUXÓ, STEFANIE JACOMET

Orígenes de la agricultura en la provincia de Málaga: datos arqueobotánicos 36

LEONOR PEÑA ‑CHOCARRO, GUILLEM PÉREZ JORDÀ, JACOB MORALES MATEOS,

MÓNICA RUIZ‑ALONSO, MARÍA DOLORES SIMÓN VALLEJO, MIGUEL CORTÉS SÁNCHEZ

As flutuações no período Atlântico e as suas implicações sócio -económicas: 44 um projecto de estudo comparativo entre regiões de Portugal, Espanha e Brasil

LUANA CAMPOS, NELSON ALMEIDA, CRISTIANA FERREIRA, HUGO GOMES,

LUIZ OOSTERBEEK, PIERLUIGI ROSINA

Estrategias ganaderas en el yacimiento de la Draga (5200 -4720 cal BC) 48

MARIA SAÑA SEGUÍ

Prácticas agropecuarias durante el Neolítico antiguo y medio 57 en la cueva de Can Sadurní (Begues, Barcelona)

MARIA SAÑA, FERRAN ANTOLÍN, MERCÈ BERGADÀ, LAURA CASTELLS, OLIVER CRAIG,

MANEL EDO, CYNTHIANNE SPITERU

A exploração de recursos faunísticos no Penedo do Lexim (Mafra) 67 durante o Neolítico Final

MARTA MORENO ‑GARCÍA, ANA CATARINA SOUSA

Zooarqueologia e Tafonomia dos sítios neolíticos da Gruta da Nossa Senhora 77 das Lapas e Gruta do Cadaval (Alto Ribatejo, Portugal Central)

NELSON ALMEIDA, PALMIRA SALADIÉ, LUIZ OOSTERBEEK

Evolución de la gestión de la cabaña ovina durante el Neolítico 85 en la cueva del Mirador (Sierra de Atapuerca, Burgos) y sus implicaciones en las características de la ocupación de la cavidad

PATRICIA MARTÍN, JOSEP MARIA VERGÈS, JORDI NADAL

Paisajes neolíticos del noroeste de Marruecos: análisis arqueopalinológico 92 de la Cueva de Boussaria

J. A.LÓPEZ SÁEZ, D. ABEL SCHAAD, Y. BOKBOT, L. PEÑA CHOCARRO, F. ALBA SÁNCHEZ,

A. EL IDRISSI

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Veguillas (Cáceres): un nuevo núcleo de poblamiento neolítico 208 en el interior de la Península Ibérica

PABLO ARIAS, ENRIQUE CERRILLO CUENCA, MARY JACKES, DAVID LUBELL

Aportaciones a la ocupación durante el Neolítico Inicial del piedemonte 218 del Subbético Cordobés: el enclave del Castillo de Doña Mencía (Córdoba)

RAFAEL MARÍA MARTÍNEZ SÁNCHEZ, JUAN FRANCISCO GIBAJA BAO, JOSÉ LUÍS

LIÉBANA MÁRMOL, IGNACIO MUÑIZ JAÉN, ÁNGEL RODRÍGUEZ AGUILERA

La Draga en el contexto de las evidencias de ocupación del lago de Banyoles 228

I. BOGDANOVIC, A. BOSCH, R. BUXÓ, J. CHINCHILLA, A. PALOMO, R. PIQUÉ,

M. SAÑA, J. TARRÚS, X. TERRADAS

O sítio do Neolítico antigo de Casas Novas (Coruche). Leituras preliminares 236

VICTOR S. GONÇALVES, ANA CATARINA SOUSA

A ocupação neolítica da gruta de Ibne Ammar (Lagoa, Algarve, Portugal) 256

RUI BOAVENTURA, RUI MATALOTO, DIANA NUKUSHINA, CARL HARPSÖE, PETER HARPSÖE

La Casa del Tabaco (El Carpio, Córdoba). Un establecimiento neolítico 264 en el interior de un meandro del Guadalquivir

RAFAEL MARÍA MARTÍNEZ SÁNCHEZ

Nuevas aportaciones al Neolítico Antiguo de la Cueva de Nerja (Málaga, España) 273

MARÍA AGUILERA AGUILAR, M.ª ÁNGELES MEDINA ALCAIDE, ANTONIO ROMERO ALONSO

Campo de investigação arqueológica do Castelo dos Mouros, Sintra (Portugal): 280 achado de um vaso neolítico inteiro

MARIA JOÃO DE SOUSA, ANTÓNIO FAUSTINO CARVALHO

MUDANÇA E LEITURAS REGIONAIS

O Neolítico antigo no Ocidente Peninsular: reflexões a partir 287 de algumas lacunas no registo arqueográfico

MARIANA DINIZ

O neolítico na historiografia portuguesa: (alguns) textos e contextos 299

ANA CRISTINA MARTINS

A Pré -História Recente do Vale do Baixo Zêzere 306

ANA CRUZ

A 2.ª metade do V Milénio no Ocidente Peninsular: algumas problemáticas 314 a partir da cultura material

CÉSAR NEVES

Reflexiones sobre los inicios del Neolítico en el sector SO de la Submeseta Norte 323

española a partir de los documentos de La Atalaya (Muñopepe, Ávila)E. GUERRA DOCE, P. J. CRUZ SÁNCHEZ, J. F. FABIÁN GARCÍA, P. ZAPATERO MAGDALENO,

S. LÓPEZ PLAZA

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El yacimiento de «El Prado». Nuevas evidencias sobre la ocupación Neolítica 331 en el Altiplano de Jumilla (Murcia, España)

GABRIEL GARCÍA ATIÉNZAR, FRANCISCO JAVIER JOVER MAESTRE, JESÚS MORATALLA

JÁVEGA, GABRIEL SEGURA HERRERO

Formas y condiciones de la sedentarización en el Alto Guadalquivir. 339 Economia y hábitat entre el IV y el III milenios a.C.

JUAN ANTONIO CÁMARA SERRANO, JOSÉ ANTONIO RIQUELME CANTAL

Novedades en el registro arqueológico de las sociedades 349 tribales neolíticas del Norte de Marruecos

JOSÉ RAMOS, MEHDI ZOUAK, EDUARDO VIJANDE, ANTONIO CABRAL, JOSÉ MARÍA GUTIÉRREZ,

SALVADOR DOMÍNGUEZ ‑BELLA, ALI MAATE5, ADELAZIZ EL IDRISSI, ANTONIO BARRENA,

JUAN JESÚS CANTILLO, MANUELA PÉREZ

Demografìa y control del territorio entre el IV y el III Milenios a.C. 359 en el Pasillo de Tabernas (Almería, España)

LILIANA SPANEDDA, FRANCISCO MIGUEL ALCARAZ HERNÁNDEZ, JUAN ANTONIO CÁMARA

SERRANO, FERNANDO MOLINA GONZÁLEZ, ANTONIO MANUEL MONTUFO MARTÍN

O Neolítico do concelho de Arraiolos: um ponto da situação 369

LEONOR ROCHA, IVO SANTOS

Poblando el Neolítico Antiguo de la depresión del Ebro: 378 la cerámica de La Ambrolla (La Muela, Zaragoza)

MANUEL BEA, FERNANDO PÉREZ ‑LAMBÁN, RAFAEL DOMINGO, PILAR LAPUENTE,

JESÚS IGEA, PAULA URIBE, IEVA REKLAITYTE

Onde é que habitaram? Novos dados sobre a Neolitização retirados 385 do exemplo do Vale do rio Sizandro (Torres Vedras, Portugal)

RAINER DAMBECK, MICHAEL KUNST, HEINRICH THIEMEYER, ARIE J. KALIS,

WIM VAN LEEUWAARDEN, NICO HERRMANN

Prospecciones sistemáticas en la Depressió de L’Alcoi (Alacant ): 397 analizando las colecciones superficiales

SALVADOR PARDO GORDÓ, AGUSTÍN DIEZ CASTILLO, JOAN BERNABEU AUBÁN,

VÍCTOR CHAOS LÓPEZ, LLUÍS MOLINA BALAGUER, MICHAEL C. BARTON

La cronología absoluta de la minería de sílex en Casa Montero (Madrid) 405

SUSANA CONSUEGRA, PEDRO DÍAZ ‑DEL ‑RÍO

CULTURA MATERIAL E TECNOLOGIAS

Los ornamentos en materia ósea del neolítico en el poblado 415 de Los Castillejos de Montefrío

CLAUDIA PAU

A presença da decoração «falsa folha de acácia» nas cerâmicas 419 do Neolítico antigo: o caso do Abrigo Grande das Bocas (Rio Maior, Portugal)

DIANA NUKUSHINA

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Observaciones e hipótesis sobre diversas funciones de los ocres 429 en cinco yacimientos neolíticos de la provincia de Cádiz

ESTHER M.ª BRICEÑO BRICEÑO, M.ª LAZARICH GONZÁLEZ, JUAN V. FERNÁNDEZ DE LA GALA

Minas, joyas y más allá. Minería y producción de adornos de variscita 438 durante el Neolítico en Gavà (Barcelona)

JOSEP BOSCH, FERRAN BORRELL, TONA MAJÓ

La industria lítica y los elementos de adorno del dolmen de Katillotxu I 447

(Mundaka, Bizkaia). Contexto arqueológico y caracterización petrológicaJUAN CARLOS LÓPEZ QUINTANA, AMAGOIA GUENAGA LIZASU,

SALVADOR DOMÍNGUEZ‑BELLA, ANDONI TARRIÑO VINAGRE

Estudio de las cerámicas decoradas del Neolítico Antiguo avanzado 459 del yacimiento de Los Castillejos (Montefrío, Granada)

M.ª TERESA BLÁZQUEZ GONZÁLEZ, JUAN ANTONIO CÁMARA SERRANO,

JOSEFA CAPEL MARTÍNEZ, FERNANDO MOLINA GONZÁLEZ

Los útiles de percusión y la organización del trabajo en la mina de sílex 465 de Casa Montero (Madrid, 5300 -5200 cal AC)

MARTA CAPOTE

Las Cadenas Operativas de fabricación de instrumentos retocados 474 en el conjunto lítico de Casa Montero (Madrid)

NURIA CASTAÑEDA, CRISTINA CASAS, CRISTINA CRIADO, AURORA NIETO

La producción laminar de Casa Montero (Madrid) 480

NURIA CASTAÑEDA, CRISTINA CRIADO, AURORA NIETO, CRISTINA CASAS

La industria lítica del yacimiento de transición al Neolítico 486 de Cueva Blanca (Hellín, Albacete)

JESÚS BARBA, ALBERTO MINGO

La industria lítica tallada en el Llano de la Cueva de los Covachos 492 (Almadén de la Plata, Sevilla). Una aproximación tecnocultural

PEDRO MANUEL LÓPEZ ALDANA, JOSÉ ANTONIO CARO, ANA PAJUELO PANDO

La indústria lítica tallada del Neolítico Final -Calcolítico en el nordeste peninsular. 497 Mundo doméstico versus mundo funerario

ANTONI PALOMO, RAFEL ROSILLO, XAVIER TERRADAS, JUAN FRANCISCO GIBAJA

La Draga. Una aproximación al estilo decorativo. 504 ANGEL BOSCH LLORET, JOSEP TARRUS GALTER

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SIMBOLISMO, ARTE E MUNDO FUNERÁRIO

Novos dados para o estudo dos grandes conjuntos de menires do Alentejo Central 513

ANA LÚCIA FERRAZ

O núcleo Megalítico do Taím/Leandro, o caso de estudo das mamoas 522 4 e 5 do Leandro, concelho da Maia, Porto, Portugal

TOMÉ RIBEIRO, LUÍS LOUREIRO

O Monumento 9 de Alcalar 532

ELENA MORÁN

El neolítico en el corredor Alto Ebro -Alto Duero: dos hallazgos funerarios 540 del Neolítico Antiguo y Reciente en Monasterio de Rodilla (Burgos)

CARMEN ALONSO FERNÁNDEZ, JAVIER JIMÉNEZ ECHEVARRÍA

A arte rupestre esquemática pintada no contexto megalítico 547 da Serra de São Mamede

JORGE DE OLIVEIRA, CLARA OLIVEIRA

Novas e velhas análises da arquitectura megalítica funerária: 557 o caso da Mamoa do Monte dos Condes (Pavia, Mora)

LEONOR ROCHA, PEDRO ALVIM

La cámara megalítica de Chousa Nova 1 (Silleda, Pontevedra): 564 ¿Rotura intencional o colapso?

M.ª JOSÉ BÓVEDA FERNÁNDEZ, XOSÉ IGNACIO VILASECO VÁZQUEZ

Nuevos datos para el conocimiento de los rituales funerarios practicados 571 por las comunidades agropastoriles en la Baja Andalucía. La necrópolis de Paraje de Monte Bajo (Alcalá de los Gazules, Cádiz)

MARÍA LAZARICH, JUAN VALENTÍN FERNÁNDEZ DE LA GALA, ANTONIO RAMOS,

ESTHER BRICEÑO, MERCEDES VERSACI, MARÍA JOSÉ CRUZ

El simbolismo de las hachas pulimentadas neolíticas a través 578

de los documentos arqueológicos de la Submeseta Norte Española. Entre el colectivismo y la individualización

RODRIGO VILLALOBOS GARCÍA

Arte rupestre neolítica: uma primeira abordagem 585 aos abrigos pintados do território português

ANDREA MARTINS

Las Estelas neolíticas con cuernos de la Serra del Mas Bonet 591 (Vilafant, Alt Empordà – Nordeste Peninsular)

RAFEL ROSILLO, ANTONI PALOMO, JOSEP TARRÚS, ÀNGEL BOSCH

Implantación, diversidad y duración del Megalitismo en Andalucía 598

JUAN ANTONIO CÁMARA SERRANO, FERNANDO MOLINA GONZÁLEZ

As presenças de vivos e mortos na área de Belas e Carenque: 610 sincronia e diacronia nos 4.º e 3.º milénios a.n.e.

RUI BOAVENTURA, GISELA ENCARNAÇÃO, JORGE LUCAS

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MESOLÍTICO E NEOLÍTICO ANTIGO. TRANSIÇÕES, MUDANÇAS E SUBSTITUIÇÕES

The «African Mirage» is a delusion indeed. The distribution of the obsidian 623 from Pantelleria rejects a Maghreb route for the neolithization of Iberia

JOÃO ZILHÃO

O Mesolítico e o Neolítico antigo: o caso dos concheiros de Muge 631

NUNO BICHO, RITA DIAS, TELMO PEREIRA, JOÃO CASCALHEIRA, JOÃO MARREIROS,

VERA PEREIRA, CÉLIA GONÇALVES

O Mesolítico e o Neolítico antigo: o caso dos concheiros do Sado 639

PABLO ARIAS CABAL, MARIANA DINIZ

Neolitização da costa sudoeste portuguesa. A cronologia de Vale Pincel I 645

CARLOS TAVARES DA SILVA, JOAQUINA SOARES

A CONCLUIR

Alguns casos de placas de xisto gravadas excepcionais do Sul de Portugal: 662 Anta do Curral da Antinha, Anta Grande da Comenda da Igreja, Anta do Zambujo, Gruta artificial Alapraia 2

VICTOR S. GONÇALVES

MEMÓRIAS RECENTES... 677

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5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR256

Introdução e historial de investigação

A gruta de Ibne Ammar localiza ‑se na Mexilhoeira Pequena ou da Carregação, em Lagoa, no distrito de Faro (Algarve), junto à margem esquerda do rio Arade. Trata ‑se de uma cavidade cársica constituída por um elevado número de salas e corredores, situando ‑se nas bancadas calcárias do Jurássico, sobre o antigo estuário do rio.

A gruta, oficialmente reconhecida por Ibne Ammar (Código Nacional de Sítio n.º 340), fora já referenciada anteriormente, ainda que sob várias outras designações: Cavernas da Mexilhoeirinha (Veiga, 1886), Furna dos Mouros ou Gruta do Algar (Machado, 1948), Gruta da Mexilheirinha (SPE, 1962), Gruta de D. Afonso Henri‑ques (topónimo local anotado em 1964) e Furnas da Mexilhoeira da Carregação (Bentes, 1985 ‑86).

As campanhas efectuadas por Carl Harpsöe surgiram na sequência das recolhas de Manuel Bentes, professor local, que com os seus alunos realizou várias recolhas nas camadas superficiais – alguns dos materiais então encontrados surgiram publicados na década de 1980 (Bentes, 1985 ‑86), sendo novamente revistos no âmbito do Levantamento Arqueológico do Algarve – Lagoa (Gomes, Cardoso e Alves, 1995).

Durante as campanhas de C. Harpsöe realizadas entre 1964 e 1966 foram efectuados trabalhos de levantamento topográfico da gruta, recolhas superficiais no seu interior e escavações localizadas essencialmente nas galerias «p» e «s». Destes trabalhos, para além dos relatórios existen‑tes, apenas surgiu uma publicação acerca dos materiais faunísticos (Costa, 1971).

A primeira planta da gruta, publicada por M. Bentes, não permitia uma legibilidade conveniente da mesma.

A ocupação neolítica da gruta de Ibne Ammar (Lagoa, Algarve, Portugal)1

■ RUI BOAVENTURA2, RUI MATALOTO3, DIANA NUKUSHINA4, CARL HARPSÖE, PETER HARPSÖE

R E S U M O Dão -se a conhecer os resultados preliminares do estudo do espólio neolítico recolhido na gruta de Ibne Ammar durante os trabalhos desenvolvidos na década de 1960 por Carl e Peter Harpsöe. É proposto um contexto crono -cultural para os elementos conheci-dos, devidamente enquadrados nas abordagens e discussões dedicadas ao processo de Neo-litização da região algarvia.

Palavras ‑chave: gruta de Ibne Ammar, Neolítico, Algarve.

A B S T R A C T The work conducted at the cave of Ibne Ammar in the Sixties of the past cen-tury by Carl and Peter Harpsöe is subject of a preliminary revision here, with a focus on the Neolithic occupation. Based on the artifacts collected in the cave a chronological and cultural frame is proposed, within the discussion of the processes of Neolithization in the region of Algarve.Key words: Ibne Ammar cave, Neolithic, Algarve.

«… as cavernas da margem esquerda do rio de Silves, nas proximidades da Mexilhoeira da Carregação, ficam aqui recommendadas para quando alguma vez haja governos n’este paiz, que, comprehendendo o alto interesse que em todas as nações cultas está inspirando o estudo das cavernas, saibam dar por bem empregado o tempo e dispêndio que reclamam estes interessantes trabalhos, que tantas revelações hão ministrado com relação ás raças e ao grau de civilisação das mais remotas nacionalidades, que viveram n’este ultimo retalho occidental da terra.»Veiga, 1886, p. 66

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5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR 257

A OCUPAÇÃO NEOLÍTICA DA GRUTA DE IBNE AMMAR (LAGOA, ALGARVE, PORTUGAL) RUI BOAVENTURA, RUI MATALOTO, DIANA NUKUSHINA, CARL HARPSÖE, PETER HARPSÖE P. 256-263

Fig. 1 Localização da Gruta de Ibne Ammar, no estuário do rio Arade (seg. mapa de C. e P. Harpsöe); Levantamentos gerais e de pormenor da Gruta de

Ibne Ammar: A‑ levantamento de C. e P. Harpsöe com identificação das diversas salas e galerias; B‑ Levantamento de M. Bentes (1985‑86); C‑ Plantas

de pormenor das salas «p» e «s», com a respectiva quadrícula de intervenção dos anos 60.

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5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR258

A OCUPAÇÃO NEOLÍTICA DA GRUTA DE IBNE AMMAR (LAGOA, ALGARVE, PORTUGAL) RUI BOAVENTURA, RUI MATALOTO, DIANA NUKUSHINA, CARL HARPSÖE, PETER HARPSÖE P. 256-263

Contudo, a sua comparação com as plantas mais fidedig‑nas de C. Harpsöe, permite constatar que «FA – Furna Alta» deverá corresponder à área das galerias «o» e par‑cialmente «p», e «FD – Furna dos Dentes» à galeria «p».

Na viragem do milénio, Nuno Bicho e John Lindly (2000 e 2001 – relatórios das intervenções) efectuaram escavações defronte da «entrada nova» da cavidade, bem como algumas recolhas dentro desta. Torna ‑se clara a presença de materiais moustierenses, bem como uma ocupação da Idade do Bronze no exterior da gruta. Algum material atribuído ao Neolítico antigo é identifi‑cado em visitas ao interior da gruta.

No âmbito do projecto «O Processo de Neolitização no Algarve» e da sua dissertação de doutoramento, A. F. Carvalho (2007) revê e estuda os materiais neolíticos depositados no Museu Municipal de Portimão («colec‑ção Bentes»), bem como os decorrentes dos trabalhos dirigidos por N. Bicho. Daí resulta a publicação de uma datação sobre conchas de Ruditapes decussata recolhi‑das, segundo N. Bicho (informação pessoal), na área da galeria anteriormente designada por «n» e «o». Esta aponta para o primeiro quartel do 4.º milénio a.n.e.

Datação pelo radiocarbono por AMS (Bicho e Lindly, s/d; Carvalho, 2007)Amostra: Ruditapes decussataLab: Wk ‑17028δ13C: ‑1,3±0,2%5485±41BP – data corrigida por AMSoares: Correcção: 5105±50BPCalibração: Wk ‑17028 ‑ 5105±50BP – cal BCE, 1 sigma: 3970 ‑3920 (23,6%), 3880 ‑3800 (44,6%); 2 sigma: 4040 ‑4020 (0,7%), 4000 ‑3780 (94,7%) Programa de calibração OxCal 4.1 (Bronk Ramsey, 2001, 2008a e 2009), com as curvas de calibração IntCal09 e Marine09 (Reimer et al., 2009).

O espólio recuperado é passível de ser enquadrado, essencialmente, no Neolítico e Idade do Bronze; além destes, há que mencionar outros que poderão correspon‑der a presenças de época romana, medieval e moderna. Aqui, procura ‑se apresentar, de uma forma preliminar, o espólio recuperado atribuível ao Neolítico.

Pedra lascada

Os materiais em pedra lascada foram obtidos maiori‑tariamente sobre sílex, embora se contabilizem alguns produtos de debitagem em matérias ‑primas não‑‑siliciosas, de grão grosseiro.

Os núcleos, em reduzido número, terão sido destina‑dos à produção de lascas, também representadas no con‑junto.

Destaca ‑se um conjunto significativo de produtos de debitagem laminar, com larguras variáveis em torno dos 12 ‑30 mm, encontrando ‑se escassos retocados, de forma marginal. Frequentemente, as lâminas conservam ainda vestígios de córtex rolado, o que poderá enunciar a utili‑zação de fontes locais de aprovisionamento de matéria‑‑prima. O fragmento de lâmina 621.99.60 apresenta mar‑cas resultantes de possíveis alterações térmicas, tipo potlid (v. Fig. 3). A grande dimensão de alguns produtos, nomeadamente, de uma lâmina fragmentada que atinge os 82,61 mm de comprimento conservado, e de outra, com largura máxima de 29,21 mm, aponta para uma cro‑nologia avançada dentro do Neolítico. Registam ‑se ainda algumas lamelas, fragmentadas.

Por outro lado, entre a pouca utensilagem detectada, não se registam armaduras de projéctil, nomeadamente geométricos e pontas de seta. A ausência da componente microlítica neste conjunto coaduna ‑se com a situação de quase inexistência verificada para vários sítios com ocu‑pação do Neolítico antigo do Algarve ocidental (Carva‑lho, 2007, p. 507).

Pedra polida O conjunto é maioritariamente constituído por enxós

(8) e alguns machados (2), totalizando 12 exemplares, ao incluirmos 3 fragmentos não classificáveis e um ALPNI (artefacto lítico polido não identificado) (v. Fig. 4, 621.91.1). Com a excepção de um machado de anfibolito de secção arredondada, todas as restantes peças foram elaboradas num tipo de rocha máfica, inclusive o refe‑rido ALPNI.

Em geral, são peças de pequenas dimensões, com sec‑ção subrectangular/ovalada e gume bem preservado, apontado para a sua deposição em contextos rituais. O dito ALPNI corresponde a uma peça discóide, total‑mente polida, de secção lenticular com aparentes mar‑cas de uso na aresta e na área central, podendo associar‑‑se a um utilização do tipo «bigorna».

Fig. 2 Equipa de escavação nos anos 60 junto da entrada original.

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5.º CONGRESSO DO NEOLÍTICO PENINSULAR 259

A OCUPAÇÃO NEOLÍTICA DA GRUTA DE IBNE AMMAR (LAGOA, ALGARVE, PORTUGAL) RUI BOAVENTURA, RUI MATALOTO, DIANA NUKUSHINA, CARL HARPSÖE, PETER HARPSÖE P. 256-263

Fig. 3 Indústria lítica talhada de Ibne Amar (Desenhos de D. Nukushina).

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A OCUPAÇÃO NEOLÍTICA DA GRUTA DE IBNE AMMAR (LAGOA, ALGARVE, PORTUGAL) RUI BOAVENTURA, RUI MATALOTO, DIANA NUKUSHINA, CARL HARPSÖE, PETER HARPSÖE P. 256-263

Este conjunto lítico suscita dificuldade na sua atribui‑ção cronológico ‑cultural, sobretudo no que toca às enxós, que poderão não relacionar ‑se com o período neolítico, mas com uma cronologia posterior.

Adornos

Identificamos a presença de 2 fragmentos de pulsei‑ras de Glycymeris glycymeris (v. Fig. 5, 1), 3 contas de concha de Conus sp. e uma concha de Littorina obtu‑sata perfurada (v. Fig. 5, 3). Foram recolhidas centenas de contas discoidais (na proximidade do lago existente no interior da gruta), obtidas a partir de concha, de

pequena dimensão, que formariam um provável colar (v. Fig. 5, 7). Destaca ‑se também a presença de um con‑junto significativo de contas de xisto, pedra verde, osso e (provável) marfim (v. Fig. 5, 6), bem como de um pen‑dente de xisto (v. Fig. 5, 4), que terá sido encontrado na galeria «p»,. Finalmente, há ainda um possível pen‑dente de calcário, talvez reaproveitado de uma caixa cilíndrica (v. Fig. 5, 2).

Cerâmica (v. Fig. 6)

Perante a ausência de dados estratigráficos foi ape‑nas possível registar um pequeno conjunto de cerâmica

Fig. 4 Indústria lítica polida.

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decorada, genericamente atribuível ao Neolítico antigo, o que não obsta à presença de outros recipientes desta cronologia, mais difíceis de isolar no contexto das pro‑duções manuais provenientes do local. O elevado estado de fragmentação e a pequena dimensão dos fragmentos impediram a reconstituição formal da maioria dos recipientes. Naqueles em que tal foi possí‑vel, verifica ‑se, em geral, diâmetros de média a grande

dimensão, correspondentes a vasos e, em menor número, a taças.

As pastas revelam alguma variabilidade, embora gene‑ricamente apresentem grande compactação e um redu‑zido número de elementos não ‑plásticos.

Ao nível das decorações, verifica ‑se a aplicação maio‑ritária de técnica incisa, impressa e combinada (incisa e impressa). Entre as decorações incisas, destacam ‑se os

Fig. 5 Adornos vários de Ibne Ammar.

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motivos em espinha, formados por incisões curtas ou alongadas, bem como a utilização de traços curtos verti‑cais. As impressões apresentam alguma variação, cons‑tituindo em geral puncionamentos de forma ovalada, dispostos em fiadas paralelas à linha do bordo. Em

alguns casos, formam motivos «em espiga» ou em «falsa folha de acácia». Regista ‑se também a aplicação de cor‑dões plásticos decorados.

Alguns recipientes apresentam elementos de preensão e suspensão, nomeadamente asas verticais e horizontais

Fig. 6 Cerâmica decorada incisa e impressa de Ibne Ammar (Desenho de D. Nukushina).

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e pegas mamilares, usualmente junto ao bordo, ou mesmo parcialmente sobre este.

Ibne Ammar no quadro do processo de Neolitização da região algarvia – os comentários possíveis

No que toca à tipologia desta ocupação, para A. Carva‑lho (2007), a topografia da gruta, caracterizada por cor‑redores estreitos e salas de reduzida dimensão, não teria favorecido uma permanência continuada ou encetada por um grupo muito numeroso, pelo que a possibilidade levantada por Gomes e colaboradores (1995) de se tratar de uma necrópole é de colocar sob reserva (apesar do excelente grau de preservação de matéria orgânica ape‑nas alguns dentes humanos foram recolhidos). Por outro lado, uma outra hipótese é sugerida por Carvalho (2007) ‑ a de estarmos perante ocupações neolíticas com vista ao armazenamento («gruta ‑armazém»), tendo em conta a grande dimensão de alguns recipientes da «colecção Bentes», situação também verificada no conjunto cerâ‑mico aqui apresentado, cuja forma foi aqui possível de reconstituir.

Embora de um ponto de vista estilístico uma parte importante do espólio cerâmico recolhido nas escava‑ções da equipa de Carl Harpsoe seja conotável com o Neolítico antigo, a atribuição cronológica é, em muitos casos, reservada, sobretudo se tivermos em conta a pos‑sibilidade de recorrência de decorações impressas e inci‑sas para momentos posteriores.

Ainda que circunstancial, a datação obtida sobre con‑chas recolhidas próximo de um bordo de recipiente atribuível ao Neolítico antigo, ao situar ‑se essencial‑mente no primeiro quartel do 4.º milénio a.n.e., realça o provável distúrbio dos depósitos. Contudo, a presença de determinados elementos, nomeadamente de frag‑mentos de pulseiras de Glycymeris, traz à colação as datações de Castelo Belinho, apenas um pouco mais antigas, mas onde a presença daquelas pulseiras, bem atestada, constitui um caso excepcional ao nível do ter‑ritório hoje português (Gomes, 2010, p. 72). Por outro lado, alguns materiais, nomeadamente uma lâmina e um pendente de calcário, parecem remeter para momentos mais avançados, já da primeira metade do 3º milénio a.n.e. Se acrescentarmos ainda o conjunto importante de materiais atribuíveis à Idade do Bronze já conhecidos (Gomes et al, 1995) e outros ainda inédi‑tos das escavações de dois dos autores (C. e P. Harpsöe), torna ‑se evidente a diversidade de momentos de fre‑quentação deste complexo cársico e dos seus possíveis significados funcionais.

Redondo/Lisboa, Julho 2011 (revisto em Dezembro/11)

1 No texto final a componente gráfica foi amplamente condensada por razões editoriais.

2 PortAnta, Associação de Arqueologia Ibérica; UNIARQ, Centro de Arqueologia da UL; Município de Odivelas. [email protected].

3 Município de Redondo [email protected]

4 Mestranda em Arqueologia, FLUL [email protected]

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