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5 - Classes sociais e 5 - Classes sociais e estrutura social estrutura social Os indivíduos que constituem a classe dominante possuem, entre outras coisas, uma consciência, e é em consequência disso que pensam; na medida em que dominam enquanto classe e determinam uma época histórica em toda a sua extensão, é lógico que esse indivíduos dominem em todos os sentidos, que tenham, entre outras, uma posição dominante como seres pensantes, como produtores de idéias, que regulamentem a produção e a distribuição dos pensamentos de sua época; as suas idéias são portanto, as idéias dominantes de sua época.”

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Page 1: 5 - Classes sociais e estrutura social “Os indivíduos que constituem a classe dominante possuem, entre outras coisas, uma consciência, e é em consequência

5 - Classes sociais e 5 - Classes sociais e estrutura socialestrutura social“Os indivíduos que constituem a classe

dominante possuem, entre outras coisas, uma consciência, e é em consequência disso que pensam; na medida em que dominam enquanto classe e determinam uma época histórica em toda a sua extensão, é lógico que esse indivíduos dominem em todos os sentidos, que tenham, entre outras, uma posição dominante como seres pensantes, como produtores de idéias, que regulamentem a produção e a distribuição dos pensamentos de sua época; as suas idéias são portanto, as idéias dominantes de sua época.”

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6. Luta de classes6. Luta de classesPonto essencial: todos os grupos são

classes sociais? não ..a história das sociedades cuja estrutura

produtiva baseia-se na apropriação privada dos meios de produção pode ser descrita como a história das lutas de classeCLASSES EM SI:

conjunto de membros de um

sociedade que são identificados por

compartilhar determinadas

condições objetivas, ou a mesma situação

no que se refere à propriedade dos

meios de produção

CLASSES PARA SI:

classes que se organizam

politicamente para a defesa consciente de seus interesses, cuja

identidade é construída também do ponto de vista

subjetivo

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6. LUTAS DE CLASSE6. LUTAS DE CLASSEDado que as classes dominantes sustentam-

se na exploração do trabalho daqueles que não são proprietários nem possuidores dos meios de produção – a relação entre elas não pode ser outra, senão conflitiva, ainda que apenas potencialmente.

A consciência de classe conduz, na sociedade capitalista, à formação de associações políticas (sindicatos, partidos) que buscam a união solidária entre os membros da classe oprimida com vistas à defesa de seus interesses e ao combate aos opressores

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7. A economia 7. A economia capitalistacapitalista

A unidade analítica mais simples da sociedade capitalista e a expressão elementar de sua riqueza é a mercadoriamercadoria, , forma assumida pelos produtos e pela própria força de trabalho, e composta por dois fatores:

a)a)Valor de usoValor de usob)b)Valor de trocaValor de troca

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7. A economia 7. A economia capitalistacapitalistaa) Valor de uso: a mercadoria tem

a propriedade de satisfazer as necessidades humanas, sejam as do estômago ou as a fantasia, servindo como meio de subsistência ou de produção. Por ser útil, ela tem um valor de uso que se realiza ou se efetiva no consumo, enquanto o que não se consome nunca se torna mercadoria.

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7. A economia 7. A economia capitalistacapitalistaValor de troca: mede-se a quantidade de

“substância” que ela contém, o trabalho, o tempo socialmente necessário – todo trabalho executado com grau médio de habilidade e intensidade em condições normais relativas ao meio social dado.

O cálculo do valor de troca é feito segundo o tempo de trabalho socialmente necessário gasto na sua produção em uma sociedade e em um período dados.

Abstrai-se o valor de uso da mecadoria: sobra o trabalho.

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7. A economia capitalista 7. A economia capitalista – a mercadoria trabalho– a mercadoria trabalho O sistema capitalista é aquele no qual se

aboliu da maneira mais completa possível a produção com vistas à criação de valores de uso imediato, para o consumo do produtor: a riqueza só existe agora como processo social que se expressa no entrelaçamento da produção e da circulação: leia-se MERCADO.

O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO: valor dos meios de subsistência requeridos para produzir, desenvolver, manter e perpetuar a força de trabalho, ou seja, tudo o que é necessário par que o trabalhador se reproduza de acordo com suas habilidades, capacitação e nível de vida.

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7. A economia capitalista 7. A economia capitalista – a mercadoria trabalho – – a mercadoria trabalho –

As relações capitalistas implicam na existência do MERCADO, onde também a FORÇA DE TRABALHO é negociada por um certo valor entre o trabalhador livre e o capital. A força de trabalho é a única mercadoria que pode produzir mais riqueza do que seu próprio valor de troca

A sociedade capitalista baseia-se na ideologia da igualdade, cujo parâmetro é o mercado. De um lado, está o trabalhador que oferece ao mercado sua força de trabalho, de outro, o empregador que a adquire por um salário. A idéia de equivalência na troca é crucial para a estabilidade. Os homens aparecem como iguais diante da lei, do Estado, no mercado, etc. e assim eles vêem ai mesmos.

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7. A economia capitalista 7. A economia capitalista – a mercadoria trabalho – – a mercadoria trabalho –

Tempo de trabalho necessário: período no qual se dá a reprodução do trabalhador e no qual gera o equivalente ao seu salário.

Tempo de trabalho excedente: período em que a atividade produtiva não cria valor para o trabalhador mas para o proprietário do capital

Mais-valia: razão entre o tempo de trabalho necessário e tempo de trabalho excedente.

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O salárioO salárioO salário é o valor da força de trabalho,

considerada como mercadoria. Como a força de trabalho não é uma “coisa”, mas uma capacidade,inseparável do corpo do operário, o salário deve corresponder à quantia que permita ao operário alimentar-se, vestir-se, cuidar dos filhos, recuperar as energias e, assim estar de volta ao serviço no dia seguinte.

Enfim, o salário deve garantir a reprodução da condições de subsistência do trabalhador e sua família

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Lógica de produção da mais-Lógica de produção da mais-valiavalia

Custo de um par de sapatos na jornada de trabalho de três horas

Meios de produção - 120 +Salário 30 150

Custo de um par de sapatos na jornada de trabalho de nove horas:

Meios de produção 120 x 3 = 360+Salário 30 390

Repetindo essa operação cada dia, o capitalista desembolsará 150 e o resto será uma mais-valia, pela qual o capitalista não paga equivalente algum. É sobre essa modalidade de troca entre o capital e o trabalho que se funda a produção capitalista.•Uma coisa é o valor da força de trabalho, isto é, o salário, e outra é o quanto esse trabalho rende ao capitalista. Esse valor excedente produzido pelo operário é o que Marx chama de MAIS-VALIA

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7. A economia capitalista 7. A economia capitalista – a mercadoria trabalho– a mercadoria trabalho

A sociedade capitalista baseia-se na ideologia da igualdade, cujo parâmetro é o mercado. De um lado está otrabalhador que oferece no mercado sua força de trabalho, de outro, o empregador que a adquire por um salário. A idéia de equivalência na troca é crucial para a estabilidade da sociedade capitalista. Os homens aparecem iguais diante da lei, do Estado, no mercado, etc..

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8. O papel revolucionário da 8. O papel revolucionário da burguesia - burguesia -

“A burguesia cumpriu então, um papel revolucionário. Sua ação destruiu os modos de organização do trabalho, as formas de propriedade no campo e na cidade; debilitou as antigas classes dominantes como a aristocracia feudal e o clero, substituiu a legislação feudal, e eliminou os impostos e obrigações feudais, as corporações de ofício, o sistema de vassalagem que impedia que os servos se transformassem nos trabalhadores livres e mesmo o regime político monárquico nos casos em que sua existência representava um obstáculo ao pleno desenvolvimento das potencialidades da produção capitalista. Essa dimensão revolucionária da ação burguesa não se esgota....

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9 – A transitoriedade do 9 – A transitoriedade do modo de produção modo de produção capitalistacapitalistaAo mesmo tempo que cresce essa “massa da humanidade absolutamente ´”despossuída” aumenta também sua concentração em grandes centros industriais, sua capacidade de organização e de luta e a consciência de sua situação social. É ao proletariado que Marx e Engels atribuem o papel de agente transformador da sociedade capitalista.

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10 – Trabalho, alienação e 10 – Trabalho, alienação e sociedade capitalistasociedade capitalistaFundamento da alienação: o

trabalho.Estranhamento entre o

trabalhador e a produção.Três aspectos da alienação:

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10 – Trabalho, alienação e 10 – Trabalho, alienação e sociedade capitalistasociedade capitalistaA) O TRABALHADOR É O TRABALHADOR É

ALIENADO EM RELAÇÃO ÀS ALIENADO EM RELAÇÃO ÀS COISASCOISAS

o trabalhador relaciona-se com o produto do seu trabralho como algo alheio a ele, que o domina e lhe é adverso, e relaciona-se da mesma forma com os objetos naturais do mundo externo

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10 – Trabalho, alienação e 10 – Trabalho, alienação e sociedade capitalistasociedade capitalistaO TRABALHADOR É ALIENADO O TRABALHADOR É ALIENADO

EM RELAÇÃO A SI MESMOEM RELAÇÃO A SI MESMOA atividade do trabalhador A atividade do trabalhador

tampouco está sob seu tampouco está sob seu domínio, ele a percebe como domínio, ele a percebe como estranha a si próprio, assim estranha a si próprio, assim como sua vida pessoal e sua como sua vida pessoal e sua energia física e espiritual, energia física e espiritual, sentidas como atividades que sentidas como atividades que não lhe pertencem.não lhe pertencem.

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10 – Trabalho, alienação e 10 – Trabalho, alienação e sociedade capitalistasociedade capitalistaO trabalhador é alienado em relação ao O trabalhador é alienado em relação ao

sentido do trabalhosentido do trabalho..a vidaa vida genérica ou produtiva do ser

humano torna-se apenas meio de vida para o trabalhador, ou seja, seu trabalho – que é a atividade vital consciente e que o distingue dos animais – deixa de ser livre e passa a ser unicamente um meio para que sobreviva.

O trabalho é um sacrifício de vida.O que produz para si mesmo é o salário.O que produz para si mesmo é o salário.

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ConclusãoConclusão O capitalismo se desenvolveu e tornou-se tão

complexo que, hoje, não é mais possível vermos tão nitidamente a divisão das classes como propôs Marx. Por exemplo, surgiu o capitalismo financeiro e, recentemente, as empresas virtuais. E também não há como compreendermos os comportamentos dos indivíduos apenas de acordo com o critério de propriedade dos meios de produção, pois as sociedades criaram outras formas de classificação. Entretanto, ainda existem as camadas que visivelmente não têm propriedade de meios de produção – ou propiredade alguma – e, em função disso, nenhum ou quase nenhum poder político e prestígio social, o que mantém a questão da propriedade como elemento importante na análise sociológica. Isso nos remete a uma outra visão sobre as classes sociais e a desigualdade. (Sarandy, 2001).

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A perspectiva visionária de Marx A perspectiva visionária de Marx quanto ao alcance do poder pelos quanto ao alcance do poder pelos proletariados está contida nas proletariados está contida nas principais propostas do Manifesto. principais propostas do Manifesto. São elas:São elas:1. Expropriação da propriedade

fundiária e emprego da renda da terra para as despesas do Estado.

2. Imposto fortemente progressivo.3. Abolição do direito de herança.4. Confisco da propriedade de todos

os emigrados e rebeldes.

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5.Centralização do crédito nas mãos do Estado e com o monopólio exclusivo.

6. Centralização de todos os meios de comunicação e transporte nas mãos do Estado;

7. Multiplicação das fábricas nacionais e dos instrumentos de produção, arroteamento das terras incultas e melhoramento das terras cultivadas, segundo um plano geral.

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8. Unificação do trabalho obrigatório para todos, organização de exércitos industriais, particularmente para a agricultura.

9. Unificação dos trabalhos agrícola e industrial; abolição gradual da distinção entre a cidade e o campo por meio de uma distribuição mais igualitária da população pelo país.

10. Educação pública e gratuita a todas as crianças; abolição do trabalho das crianças nas fábricas, tal como é praticado hoje. Combinação da educação com a produção material.