5 apostila de eletricista predial
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CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ELETRICISTA PREDIAL
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UNIDADE I - Instalação Elétrica
A energia produzida nas usinas hidrelétricas ou termelétricas é transportada para os
centros de consumo, por um processo chamado transmissão de energia. Nos centros de
consumo, a energia é reduzida em subestações de distribuição, de onde partem linhas de
alimentação para os transformadores em postes ou câmaras subterrâneas, que reduzem mais a
tensão para níveis de utilização direta, em sistema trifásico de 220/127 V ou 380/220 V.
As residências e pequenas indústrias são alimentadas normalmente através de ramais de
baixa tensão, monofásicos, bifásicos ou trifásicos.
A instalação elétrica é a série de condutores, proteções, chaves, caixas, eletrodutos,
aparelhos e demais meios necessários ao suprimento de energia elétrica (para iluminação e força)
no interior do prédio.
UNIDADE II - Projetos de Instalação Elétrica
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O Projeto de Instalações Elétricas é formado de três grupos de desenhos que são
elaborados com base em plantas baixas e corte do projeto de arquitetura:
1. Planta Geral da Instalação;
2. Esquema Vertical;
3. Desenhos de Detalhe;
Os símbolos gráficos do quadro abaixo são utilizados para representar aparelhos,
dispositivos, condutores, circuitos, etc., de uma instalação de luz e força.
Figura 1 - Representações gráficas usuais nos projetos de instalações elétricas.
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Figura 2 - Exemplo de Projeto de Instalação Elétrica de uma residência.
Figura 3 - Exemplo de Esquema Vertical de uma edificação.
UNIDADE III - Sistemas Elétricos de Distribuição
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As companhias concessionárias de distribuição de energia elétrica fornecem a mesma em
baixa ou alta tensão. Normalmente, a energia elétrica somente pode ser utilizada em baixa tensão
(tensão inferior a 600 V. A alta tensão é utilizada em casos de cargas muito elevadas, como
grandes motores de bombeamento, grandes fornos, etc.
A energia elétrica é fornecida em 3 tipos de ramais:
Monofásico – fase e neutro (carga até 4 kW)
Bifásico – 2 fases e neutro (carga de 4 a 8 kW)
Trifásico – 3 fases e neutro (carga maior que 8 kW)
UNIDADE IV - Tomadas e Interruptores
As tomadas são pontos da instalação por onde alimentamos os aparelhos. As tomadas
comuns podem alimentar aparelhos de até 100 W. As tomadas especiais são destinadas a
aparelhos especiais como microondas, chuveiro elétrico, geladeira, etc. De acordo com sua
posição, são classificadas como:
Tomada baixa – instalada a 30 cm de altura do piso;
Tomada média – instalada a 1,20 m de altura do piso, aproximadamente;
Tomada baixa – instalada a 2,10 m de altura do piso.
Já os interruptores são destinados ao comando de ligação e desligamento dos aparelhos
de iluminação, instalados da maneira mais cômoda para que usuário possa utilizar (geralmente
1,20 m do piso e 10 cm de distanciado caixão da porta).
UNIDADE V -Tipos de Instalação Elétrica
A energia elétrica é fornecida pela concessionária através de um ramal que vai até o PC
que é um centro de medição (mais usado em prédios de vários pavimentos). No caso de
residência familiar, o centro de medição constitui-se de somente um quadro onde fica o relógio
(medidor de consumo de energia) e uma chave de desligamento e proteção (chave de faca com
fusível).
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Fig. 4 - Diagrama esquemático da instalação elétrica em uma residência.
UNIDADE VI - Condutores Elétricos
Os fios e cabos são condutores elétricos, ou seja, designados como um corpo formado de
material condutor e destinado primordialmente à condução de corrente elétrica. O cobre e o
alumínio são os dois metais mais usados na fabricação dos condutores elétricos. Ao longo dos
anos, o cobre tem sido o mais utilizado, sobretudo em condutores isolados, devido,
principalmente, as suas propriedades elétricas e mecânicas.
Condutor elétrico: corpo constituído de material bom condutor, destinado à
transmissão da eletricidade.
Fio: condutor sólido, maciço, de seção circular, com ou sem isolamento.
Cabo: conjunto de fios encordoados, não-isolados entre si, isolado ou não,
conforme o uso a que se destina, sendo mais flexível que um fio de mesma
capacidade de carga.
As instalações tubuladas, ou seja, aquelas em que os condutores são contidos em
eletrodutos, são mais comuns e têm como principais vantagens: a) estarem os condutores
protegidos mecanicamente pelos eletrodutos; b) permitirem, com facilidade, a instalação de novos
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condutores ou a substituição dos condutores instalados originalmente: c) apresentarem melhor
aspecto estético, principalmente quando embutidas nas paredes, lajes, vigas e pilares.
Fig. 5 - Quadro dos eletrodutos e os fios termoplásticos que podem conter
UNIDADE VII - Instalação de Luz Elétrica
Os condutores elétricos, fios e/ou cabos, devem suportar a corrente que transportam sem:
a) Causarem excessivo aquecimento;
b) Causarem excessiva queda de tensão (voltagem).
Em 115 V, a queda de voltagem até o aparelho não deve passar de 115 X 0,04 = 4,6 V e
em 220 V, 220 x 0,04 = 8,8 V. Para dimensionarmos um condutor, devemos atender
simultaneamente os dois critérios citados, isto é, atender à pior situação.
VII.1- Algumas Instalações Muito Úteis
Há determinados tipos de instalações simples, porém de grande utilidade para aqueles
que, não sendo especialistas em eletricidade, necessitam de uma instalação rápida e auxiliar para
serviços noturnos ou barracões de obras.
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Fig. 6 - Como instalar interruptores para lâmpadas comuns
Fig. 7 - Como instalar interruptores múltiplos do mesmo circuito.
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Fig. 8 - Instalação de uma gambiarra para iluminação provisória para trabalho noturno
ou iluminação de áreas externas
Fig. 9 - Instalação de tomadas e interruptores
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Fig. 10 - Como identificar o neutro e a fase.
Fig. 11 - Como localizar um fusível defeituoso.
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Fig. 12 - Como ligar um voltímetro ou um amperímetro.
Fig. 13 - Como ligar uma lâmpada fluorescente com starter.
Fig. 14 - Lâmpadas em série e em paralelo.
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Fig. 15 - Ligação de eletrobomba comandada por chaves-bóias
VII.2 - Materiais ElétricosSerá útil sabermos as características dos principais materiais usados em instalações
elétricas para que possamos bem usá-los.
Interruptores
Normalmente são para 250V/6ª
De embutir
Quanto à instalação
De sobrepor
Interruptores
Simples
Duplo
Quanto ao funcionamento Triplo
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Three way
Four way
Fig. 16 - Interruptores de embutir simples, duplo e triplo, de tecla, com placas, também chamados de espelhos marca Silentoque da Pial.
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Fig. 17 - Diversos tipos normais de interruptores e sua instalação
Tomadas
São normalmente para 250/125V e 10/15A quando destinadas a circuitos de iluminação.
Tomadas especiais são fabricadas para maiores capacidades.
De embutir
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Quanto à instalação Monofásica
Tomadas De sobrepor
Bifásica
Quanto à finalidade Trifásica
Comum
Especial
Fig. 18 - Tomadas e sua instalação
Chaves de faca
Dispositivos destinados a efetuar o seccionamento de circuitos de baixa tensão, geralmente conjugadas com fusíveis de proteção. Podem classificar-se como se segue:
a) Monopolares, Bipolares ou Tripolares
b) Base de Louça ou Base de Ardósia
c) Com Fusível de rolha ou Fusível de cartucho
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d) Aberta ou Blindada
Fig. 19 - Chaves de faca com base de louça, para baixa tensão, bipolar, com fusíveis de rolha marca Apollo para 125V.
Fig. 20 - Chaves de faca com base de ardósia, para baixa tensão, tripolares, com fusíveis de rolha marca Apollo para 250V. A da direita não possui fusíveis.
Fusíveis
Dispositivos destinados a proteger os circuitos pela fusão de um elo fusível que interrompe a passagem da corrente pelo aquecimento do elo com a passagem da corrente elétrica. São calibrados para fundirem com determinada corrente.
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Fig. 21 - Três tipos de fusíveis (rolha, cartucho e baioneta)
Condutores elétricos
Classificam-se como se segue:
a) Quanto ao Metal Condutor podem ser: - cobre, alumínio, ferro e Coperweld
b) Quanto à Forma do Metal podem ser: - fio, cabo, cordão ou barra
c) Quanto ao isolamento- isolado, encapado ou nu.
d) Quanto ao emprego:- ao tempo, em eletroduto, subterrâneo, etc.
Fig.22 - Fio de cobre com isolamento termoplástico para 600 volts, bitola 6 AWG Pirastic da Pirelli para uso em eletrodutos e têmpera mole.
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Fig. 23 - Cabo com isolamento termoplástico para 600V, para uso em eletrodutos.
Fig. 24 - Cabo trifásico com isolamento de plástico (cloreto de pólivinil e polietileno) com isolamento para
600V, tipo energia seco.
Fig. 25 - Dois tipos de condutores de cobre nus, um fio e um cabo nu.
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Fig. 26 - Haste de Coperweld (cobre externamente com um núcleo interno de aço) normalmente usada para
ligação à terra. Vê-se um fio nu fixado à haste por um conector.
Fig. 27 - Cordão constituído de dois cabinhos paralelos, normalmente isolados, para 600V.
Eletrodutos
São tubos de diversos tipos, destinados a conterem condutores elétricos que podem neles
ser introduzidos, enfiados. Podem classificar-se como se segue:
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Rígidos metálicos;
Rígidos de plástico;
Rígidos de cimento amianto;
Eletrodutos Dobráveis tipo traquéia de aço;
Flexíveis de aço (conduítes);
Flexíveis de plástico tipo traquéia;
Flexíveis de plástico tipo mangueira;
Os eletrodutos rígidos metálicos são fabricados em varas de 3m, são roscados com o
mesmo tipo de rosca que os tubos galvanizados para água (rosca de bombeiro) e cada vara é
fornecida com uma luva. O diâmetro desses eletrodutos varia de ½” a 6”.
Fig. 28 - Dois tipos de eletrodutos rígidos de ferro esmaltado interna e externamente e galvanizado. São
tubos com ou sem costura.
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Fig. 29 - Conduíte ou eletroduto flexível de aço, geralmente galvanizado.
Fig. 30 - Vários tipos de caixas para eletrodutos.
Luminárias
As luminárias são dos mais diversos tipos e se destinam a abrigar as lâmpadas e produzir
o efeito de iluminação desejados. Segue abaixo alguns tipos:
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VIII - EXECUÇÃO DE INSTALAÇÃO ELÉTRICA
A instalação elétrica utilizando eletrodutos para abrigar os condutores elétricos é a mais
comum em prédios de apartamentos ou de escritórios comerciais. Nas indústrias entretanto, são
usados todos os tipos de instalação conforme conveniência:
Eletrodutos embutidos nas paredes, lajes, vigas, pilares e pisos;
Eletrodutos aparentes, isto é, externos às paredes e estruturas;
Dutos ou eletrodutos subterrâneos;
Canaletas com cabos;
Calhas ou bandejas de cabos;
Poços verticais para cabos, etc.
A instalação em eletrodutos embutidos é executada em três fases:
1. Tubulação (montagem da rede de eletrodutos);
2. Enfiação (introdução dos fios e cabos no interior dos eletrodutos pelas caixas de
passagem e enfiação);
3. Colocação dos aparelhos (montagem das luminárias, tomadas, interruptores, quadros de
proteção, etc.).
Os eletrodutos são embutidos nas paredes no interior de rasgos abertos nas paredes de
tijolo, pelo menos dois dias após sua confecção quando já esteja firme e não mais possa ser
abalada pelo trabalho com a talhadeira.
Os eletrodutos são montados no taipá das lajes logo após seja colocada a ferragem
positiva pelo armador. Os eletrodutos ficam, portanto, sobre os ferros da armação.
Todas as caixas que compõem a rede de eletrodutos devem ser cheias de papel ou
serragem para evitar que penetrem detritos de massa ou concreto nas mesmas, dificultando
posteriormente sua utilização.
Em outras peças estruturais de concreto tais como vigas, pilares, etc., os eletrodutos
também devem ser montados após a colocação da ferragem pelos armadores, tendo-se o cuidado
de não tirar a ferragem de sua posição.
A fase de enfiação dos condutores deve iniciar após a queimação das paredes já
revestidas e deve ser feita de caixa para caixa, introduzindo-se simultaneamente todos os
condutores projetados para tal trecho. É facilitada pela utilização de arame guia, ao qual se
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amarram as pontas de todos os condutores a serem enfiados no trecho. Um ajudante puxa o
arame ao mesmo tempo em que o eletricista vai guiando o conjunto de condutores de outra caixa.
Os condutores não podem ser enfiados um de cada vez, isto seria extremamente difícil.
Como lubrificante, para facilitar o deslizamento dos condutores no interior dos eletrodutos, podem
ser usados: vaselina, talco ou pedra-sabão. Não devem ser usados como lubrificantes materiais
que possam danificar o isolante como a graxa, o óleo e o sabão.
A colocação dos aparelhos é a última parte da execução da instalação elétrica e somente
deve ser feita depois fr concluída a pintura do cômodo.
Os eletrodutos metálicos rígidos podem ser curvados na obra, até o diâmetro de 25 mm (1”),
com o auxílio de ferramenta apropriada como o torno de curvar ou de um “T” de ferro galvanizado
com um cabo ou mesmo uma perna de madeira de 75 mm (3”) com furo para encaixe do
eletroduto.
Devemos ter o cuidado, ao efetuar a curva, de não achatar o eletroduto o que reduziria sua
seção prejudicando a passagem dos condutores quando da enfiação. Quando usamos eletrodutos
rígidos de plástico devemos ter o cuidado de não passar com carrinho de mão sobre o mesmo
porque iremos danificá-lo.
A emenda dos condutores deve ser feita de modo que tenha resistência mecânica, boa
condutibilidade elétrica e isolamento pelo menos igual ao dos condutores. Uma boa técnica
completar a emenda com solda de estanho aplicada com ferro de soldar ou, o que é melhor, com
solda derretida em cachimbos feitos com joelhos de ferro galvanizado, dos usados em
encanamentos de água. Antes de aplicar solda, as pontas de fio são enroladas e untadas com
pasta de soldar ou mesmo breu em pó. Não devemos deixar emendas de fio no interior de
eletrodutos; mas sim dentro das caixas de derivação e enfiação.
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