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Captulo 4 FORMAO DO CONTRATO Sumrio: 35. Generalidades. 36. A formao de um contrato. 37. A proposta. 38. Propost a obrigatria. 39. Proposta a ausente. 40. Caducidade da proposta. 41. A aceitao, at os de execuo e de apropriao. 42. Dissenso. 43. Contraproposta. 44. Aceitao tardia. 45. Retratao. 46. Obrigao de aceitar. 47. Contratos mediante correspondncia. 48. Sistema s. 49. Lugar da formao do contrato. 35. Generalidades O contrato consensual torna-se perfeito e acabado no momento em que nasce o vncul o entre as partes. Para sua formao, so necessrias duas ou mais declaraes de vontade que se encontrem emit idas por duas ou mais partes, ou a atuao da vontade de oblato. As declaraes devem ser coincidentes. Se a lei no exige que seja expressa, a declarao da vontade pode ser tcita. Importa, apenas o intercmbio, a concurso, a acordo de v ontades. Por vezes, as declaraes se emitem sem se poder determinar a precedncia, formando-se o contrato instantaneamente. Outras vezes medeia entre uma e outra um lapso de tempo, mesmo entre presentes. Cada declarao de vontade toma, na formao do contrato, denominao peculiar e submetida regras especficas. A declarao inicial, que visa a suscitar o contrato, chama-se proposta ou oferta. Q uem a emite denominado proponente ou policitante. A declarao que lhe segue, indo a o seu encontro, chama-se aceitao, designando-se aceitante ou oblato o declaraste. Proposta e aceitao no constituem negcios jurdicos, classificando-se comoatos pr-negoci ais, de efeitos prefigurados na lei. So, entretanto, declaraes receptcias de vontade, somente eficazes no momento em que chegam ao conhecimento da pessoa a quem se dirigem. O vnculo contratual nasce quando a proposta e a aceitaro se integram. Nos contratos reais, o momento da concluso o da entrega da coisa e nos contratos .solenes o da declarao da vontade no instrumento exigido para sua validade. Bem de ver, no entanto, que o acordo das partes , nas duas hipteses, essencial. Nos cont ratos plurilaterais, quando possvel o conhecimento da aceitao por todas as partes, salvo se a participao de qualquer delas no for substancial, como no seguro de vida . O contrato plurilateral forma-se com a aceitao de todas as partes, se essencial a participao de cada qual. O contrato s se torna perfeito e acabado quando o acordo entre as partes se verif ica quanto a todas as clusulas, principais ou acessrias: 36. A formao de um contrato Um corte transversal no processo clssico e normal de formao de qualquer contrato de certa expresso econmica revela que sucessivos atos se praticam antes que os inter essados o concluam. Os atos preparatrios tendentes direta e imediatamente constituio do vnculo contratua l apetecido comeam pelas negociaes preliminares, ou tratativas freqentemente reduzid as a escrito em um instrumento particular chamado minuta, que pode, ou no, ser as sinada pelos negociadores. A minuta no passa de simples projeto de contrato, sem eficcia vinculante, como sabido. A luz dessas noes elementares, no existe ainda contrato se, nas tratativas, limitase o ajuste a ser documentado, para facilitar,. numa simples minuta. Contrato po r enquanto no existe. A formao de qualquer contrato pode ser precedida de negcios jurdicos tendentes a levla a bom termo em virtude da determinao vinculante de seus dados objetivos e eleme ntos subjetivos. No exame dessas figuras negociais, interessa definir as seguintes vinculaes ou com promissos preparatrios: a) opo; b) contrato preliminar; c) acordo provisrio e preparatrio. A opo o contrato por via do qual se confere a uma das partes a faculdade de criar, por iniciativa prpria, uma relao obrigacional j definida em seus pontos essenciais.' Por esse negcio jurdico, uma das partes se reserva a liberdade de aceitar propos ta, completa e inaltervel, da outra, com tal eficcia que, para formar o contrato s ucessivo, basta declarar a aceitao, necessria no sendo outra manifestao da vontade do proponente ou policitante. Para haver opo, a proposta da outra parte tem de ser em tais termos que a aceitao do optante - isto , daquele que tem o direito potestativo de formar, com a sua acei tao, o contrato - baste concluso imediata do vnculo contratual de que foi compromiss o preparatrio. Deve, por conseguinte, ser completa, precisa, inequvoca e determina da, quer nos pontos principais quer nos secundrios que forem importantes, pois um contrato s se tem por celebrado quando as partes houverem acordado em todas as c lusulas sobre as quais qualquer delas tenha julgado necessrio o acordo, como disse excelentemente o legislador portugus. Sendo a opo a declarao de aceitao de uma proposta firme, bastante por si s para aperfe ar um contrato, no pode ter essa eficcia, e portanto no opo, acordo soldado pela acei tao que tem por objeto unicamente pontos secundrios do contrato que assim se conclu iria. No Cdigo alemo encontra-se, alis, uma regra que traduz com felicidade a soluo p ara os casos de proposta incompleta, a do art. 154, na conformidade do qual o ac ordo das partes sobre alguns pontos particulares no basta para as vincular, mesmo quando seguido de um projeto (minuta) escrito. Algumas legislaes admitem expressamente a vinculao preliminar de pessoas interessadas na estipulao de certos .contratos atravs de um "pacto de contrahendo" em virtude do qual uma dessas pessoas se obriga a prestar seu consentimento para a sua concluso. A esse negcio jurdico designa-se com a expresso promessa unilateral de contrato ou contrato preliminar unilateral. Todo contrato preliminar tem sua causa na preparao de um contrato definitivo, send o, portanto, seu efeito especfico a criao da obrigao de contra-lo. No caso, v. g., da promessa unilateral de venda, obriga-se o promitente-vendedor a prestar seu cons entimento para a realizao do contrato definitivo de venda e compra, se a outra par te o exigir. Ao contrrio do que sucede com a opo, no contrato preliminar necessria a concluso de o utro contrato, o definitivo, com prestao de novo consentimento. Desse modo, s se es trutura um contrato preliminar unilateral quando uma das partes se compromete a concluir outro contrato a este coligado funcionalmente. Na promessa unilateral, a outra parte fica com a liberdade de celebrar ou no o co ntrato definitivo, por isso que s vinculante para o promitente. O contrato preliminar j deve conter os elementos essenciais do contrato definitiv o bem como os que podem influir na vontade e inteno de chegar a este. A 'prtica revela que no iter formativo de um contrato ocorrem entendimentos que r esultam na fixao irrevogvel de determinados pontos ou clusulas do eventual contrato que os negociadores venham a celebrar. Querem. eles ter firmes e inalterveis cert os pontos a cuja discusso no tenham de voltar, se chegarem a um acordo total e del iberarem realizar o contrato. Essa "determinao gradual e progressiva das clusulas de um contrato" em negociao utili zada geralmente na venda do controle acionrio de uma sociedade, no trespasse de u ma empresa, nos negcios que demandam, em suma, demorada apurao de dados ou investig ao tcnica das verdadeiras condies de uma universalidade. do interesse de quem se prop a adquirir um acervo dessa natureza fixar desde logo algumas clusulas do contrat o que est inclinado a concluir, mas, do mesmo passo, da sua convenincia no celebrar imediatamente o contrato, no realizar de logo o negcio, porque quer melhor se inf ormar sobre dados para sua avaliao, vantagem, utilidade, e at mesmo oportunidade. Q ue faz? Estipula diversas condies que integraro o contedo do futuro contrato se este vier a ser concludo. Esses acordos provisrios no obrigam a formao do contrato de cuj o contedo, se concludo, faro parte. Cada qual das pessoas que o firmaram tem a libe rdade de no celebrar o contrato, sem qualquer responsabilidade. Esse comportament o lcito e lgico em razo da eventualidade da vinculao contratual e da provisoriedade d o acordo feito na fase das negociaes preliminares. Tm tais acordos, com efeito, trplice finalidade: a) assegurar aos que o estipulam, liberdade para ulteriores negociaes; b) permitir a fixao irrevogvel de clusula do eventual contrato que decidam tornar pe rfeito e acabado;c) ensejar a interrupo e a inoperncia das negociaes preliminares, ao fazer da finaliz ao do contrato mera eventualidade. Podem os interessados na venda e compra de aes de uma sociedade fixar at, por acord o provisrio e preparatrio, o preo unitrio de cada ao para o caso de virem a celebrar o respectivo contrato, deixando, entretanto, de o concluir porque tenham fracassa do as ulteriores negociaes ou porque o eventual comprador o considerou exagerado e m funo de novos elementos obtidos, ou ainda porque o eventual vendedor, alertado p ara a carga valorativa do controle que detm, repute baixo o preo, e assim por dian te. Tais acordos consubstanciam-se em renncias convencionais ao poder de revogao que tm as partes no curso normal das tratativas ou negociaes preliminares relativamente a determinados pontos ou clusulas do contedo do contrato que esto tentando estipular . Se bem que no estejam previstos no Cdigo Civil, os acordos provisrios e preparatrios so admissveis no contexto da autonomia privada e naquela faixa em que a liberdade contratual se apresenta como a possibilidade de criar concretas espcies de contr ato que no correspondem a um esquema contratual tpico. Admitida essa figura negocial, como irrecusvel, salienta a doutrina, no exame dos seus efeitos, uma caracterstica essencial, tanto mais interessante quando serve para distingui-Ia do contrato preliminar. Tal caracterstica que o nascimento do vn culo obrigacional eventual, s surgindo, realmente, se for concludo o contrato em v ista. Nessa eventualidade reside o trao que a diferencia do contrato preliminar p orque este , ao contrrio, um vnculo, que obriga formao do contrato definitivo. A even lualidade , em sntese, um elemento prprio congnito, peculiar dessa figura existente na fase preparatria de um contrato. De resto, comum fazer preceder proposta de entendimentos destinados sua melhor f ormulao, chamados negociaes preliminares. Debatem os interessados as condies que pode m tornar o contrato vivel, prolongando-as com o objetivo de verificarem se o negci o realmente lhes convm. Chegam, no raro, a elaborar um projeto do futuro contrato, redigindo, de comum acordo, a minuta, que servir de roteiro, para a redao do compe tente instrumento, cujo texto, via de regra, a reproduz. Outras vezes, as negoci aes preliminares registram-se em simples apontamentos, utilizados posteriormente p ara precisar a vontade dos interessados quanto ao contedo do contrato. Seja qual for, porm, a forma que assumam, as negociaes preliminares constituem atividade que, embora no seja propriamente contratual, possui, em certas circunstncias, indiscutv el relevncia jurdica. Tais negociaes no passam, entretanto, de mera tentativa para a realizao de contratos, no se confundindo com as negociaes contratuais propriamente di tas. Por mais completas, no tm fora vinculante. por todos reconhecido que no obrigam. O o bjetivo de cada interessado ao manter esses entendimentos consiste em averiguar se lhe possvel realizar contrato vantajoso. Nenhum deles entretm essas negociaes com o propsito de, para logo, vincular-se ao outro. At se redigem minuta; esto apenas, a elaborar, como observa Messineo, esquema meramente hipottico. Dessas negociaes no lhes advm, por conseguinte, a obrigao de contratar. Mas, se um dos interessados, por sua atitude, cria para o outro a experincia de c ontratar, obrigando-o, inclusive, a fazer despesas para possibilitar a realizao do contrato, e, depois, sem qualquer motivo, pe termo s negociaes, o outro ter o direit o de ser ressarcido dos danos que sofreu. Eis por que tais negociaes nem sempre so irrelevantes. H, em verdade, uma responsabilidade pr-contratual. O dever de indenizar, no caso, explica-se, segundo alguns, pela teoria da culpa "in contrahendo". Aquele que ilaqueado em sua boa-f, frustrado na sua fundada esp erana de contratar, tem direito reparao dos prejuzos sofridos, isto , ao interesse co ntratual negativo - negativertrag interest -, de acordo com a explicao de Ihering. Em sntese: deixando de contratar, age culposamente, o que, at certo ponto, implic a reconhecer que, pelo menos em determinadas circunstncias, as negociaes preliminar es obrigam. Justificam outros a obrigao de ressarcir os danos, nos limites, eviden temente, do interesse contratual negativo, fazendo apelo teoria do abuso de dire ito. Romper caprichosamente as negociaes preliminares seria comportamento abusivo que deve sujeitar o agente ao pagamento de indenizao. No se esclarece, porm, qual o direito exercido irregularmente. Sustenta-se, por ltimo, que a obrigao de indenizardecorre do princpio, expresso em alguns sistemas jurdicos, segundo o qual os inte ressados na celebrao de um contrato devem comportar-se de boa-f, procedendo com lea ldade recproca. Do contrrio, sua conduta considera-se culposa. Aplicam-se, conseqen temente, as regras que disciplinam a culpa extracontratual. Sejam quais forem, porm, as conseqncias que se vinculem frustrao das negociaes preli ares, no devem ser confundidas com a proposta e a aceitao. Estas no so meros atos pr eparatrios do contrato sem carter vinculativo, mas, sim, declaraes de vontades capaz es de formar a relao contratual. 37. A proposta Proposta a firme declarao receptcia de vontade dirigida pessoa com a qual pretende algum celebrar um contrato, ou ao pblico. Para valer, preciso ser formulada em termos que a aceitao do destinatrio baste conc luso do contrato. No deve ficar na dependncia de nova manifestao da vontade, pois a o ferta, condicionada a ulterior declarao do proponente, proposta no no sentido tcnico da palavra. Exige-se que seja inequvoca, precisa e completa, isto , determinada de tal sorte q ue, em virtude da aceitao, se possa obter o acordo sobre a totalidade do contrato. Deve conter, portanto, todas as clusulas essenciais, de modo que o consentimento do oblato implique a formao do contrato. Por outro lado, o propsito de contratar h de resultar do contedo da declarao de vonta de do proponente. No tm, pois, carter de proposta as comunicaes nas quais o declarant e se mostra propenso apenas a realizar contratos, querendo simples aproximao. O co nvite afazer oferta tambm no proposta. Quem o faz, quer, precisamente, receber pro posta, como no caso de algum desejar comprar determinada mecadoria que escreve s c asas fornecedoras, convocando-asa que faam oferta. Suscita-se a proposta. Quem as sim procede fica na posio de oblato, no de proponente. A proposta pode ser indeterminada em alguns pontos. Ao proponente permite-se, po r exemplo, deixar ao arbtrio do oblato a quantidade de mercadoria que lhe oferece por preo unitrio. No imprescindvel, por outro lado, que seja feita a pessoa determinada. Admite-se s eja determinvel. O tipo por excelncia da proposta "ad incertam personam" a oferta do pblico. Alguns escritores consideram-na simples convite afazer oferta, mas pre domina o entendimento de que proposta, se observados os requisitos de sua valida de. O convite a fazer oferta no pr-negocial nem tem relevncia jurdica. 38. Proposta obrigatria A proposta obriga, antes da aceitao, se no for simples oferta, enquanto correr o pr azo da resposta. S , entretanto, obrigatria em trs hipteses: 1) se o contrrio no resul ar dos seus termos; 2) se a natureza do negcio reclama obrigatoriedade; 3) se as circunstncias do caso presumem-na. Afora esses casos, pode a proposta ser irrevogvel por vontade do policitante. Nad a obsta, realmente, que ele prprio se comprometa a no revog-la, se no obrigatria. A n atureza desse compromisso controvertida. A clusula de irrevogabilidade no simples modalidade acessria da declarao de proposta, com ela formando declarao unitria, mas um negcio jurdico unilateral que cria, na fase preparatria do contrato, uma obrigao par a o proponente, por alguns escritores identificada como de renncia revogao.' A mais importante conseqncia da irrevogabilidade da proposta que a morte, ou a inc apacidade superveniente do proponente, no extingue sua eficcia, a menos que a excl uam a natureza do negcio ou as circunstncias do caso. A proposta feita com prazo obrigatria. O prazo pode resultar de termo implcito. 39. Proposta a ausente A oferta pode dirigir-se a quem no tenha condies materiais de dar resposta imediata ao proponente. Nesse caso necessrio determinar o momento de sua eficcia. No ser, ev identemente, o de sua formulao, porque o proponente pode destru-Ia, sem que o oblat o venha a saber de sua existncia. No basta, outrossim, sua expedio, porque declarao r ceptcia de vontade. Necessrio que a pessoa a quem dirigida tome conhecimento do se u contedo. O momento em que se firma deve ser, por conseguinte, da sua recepo pelo eventual aceitante. No h soluo nica para as modalidades de proposta a pessoa ausente, que so: 15 proposta sem prazo; 25 proposta com prazo;35 proposta a que se segue retratao. Deixa de ser obrigatria a proposta se, feita sem prazo a pessoa ausente, decorre tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente. Se o obla to retarda a aceitao, o proponente desobriga-se. Fixado prazo para a resposta, deixa de ser obrigatria se a aceitao for expedida dep ois que expire. Justifica-se plenamente a regra. A determinao de prazo para a acei tao indica que ao proponente s interessa o contrato at o termo final. Se a retratao do proponente chega ao conhecimento do oblato antes de ele ter exped ido a resposta, ou ao mesmo tempo, a proposta no obriga. 40. Caducidade da proposta A proposta a ausente caduca se o proponente morre ou se torna incapaz antes da a ceitao. Algumas legislaes prescrevem, entretanto, que o contrato se forma se o aceit ante ignora a morte do policitante, concluindo-se, ainda, que o bito tenha ocorri do antes da expedio ou da recepo, conforme o sistema adotado. A soluo inaceitvel. Se m a simples aceitao ainda no h contrato, no pode formar-se, se deixou de existir uma das pessoas que nele figuraria como parte. Defunto no contrata. Contrato somente h quando se integram duas ou mais vontades. Quando o contrato j se formou, pela e xpedio da resposta os herdeiros do policitante, ficam obrigados a lhe dar execuo. A proposta a presente sujeita-se, conforme o caso, a diferentes regras. Pode ser feita com ou sem prazo. Se feita com prazo, caduca, se nele no for aceita. Ser f eita sem prazo, aceitao deve ser imediata. Caso contrrio, deixa de ser obrigatria. O proponente no obrigado a mant-la, mas pode tornar eficaz a aceitao tardia, se imedi atamente comunica ao oblato esse propsito. 41. A aceitao, atos de execuo e de apropriaoAceitao a aquiescncia a uma proposta. O aceitante integra sua vontade na do proponente, emitindo declarao expressa, real izando atos que exteriorizam, ou, at, silenciando, quando deveria falar. Quando, por solicitao do proponente, pela natureza do negcio ou conforme os usos, d eve o contrato se formar sem respostas, mas pelo comeo de execuo, a aceitao no consist e numa declarao de vontade, no se justificando o entendimento de que h nesse comport amento uma declarao tcita. A declarao do aceitante precisa, para ser eficaz, chegar ao conhecimento do propon ente, real ou presumido. declarao receptcia de vontade, mediante a qual o oblato ex erce o direito potestativo de concluir o contrato proposto. Vez por outra, a ace itao se expressa atravs de atos de cumprimento .6 O comeo de execuo tem esse significa do. Do mesmo modo, o silncio circunstanciado. Assim, a declarao da vontade, nos con tratos, pode ser tcita quando a lei no a exigir expressa. O conhecimento da aceitao no precisa ser efetivo. Exige-se apenas que seja provvel, presumindo a lei a sua existncia, quando h a probabilidade de t-lo. A aceitao de uma proposta de contrato no se realiza unicamente mediante declarao de v ontade. Verifica-se ainda atravs de significativa atuao ou comportamento do oblato. Os atos de aceitao classificam-se em dois grupos, segundo Larenz: a) atos de execuo; b) atos de apropriao ou utilizao. Com a prtica do ato de execuo na oferta do pblico, o interessado em aceit-la cumpre d e imediato a sua obrigao, concluindo, desse modo, o contrato, como sucede a quem c ompra uma carteira de cigarro em uma mquina automtica, eis que, para receb-la, depo sita antes certa moeda. Quando no se trata de proposta desse gnero, como no caso d e reserva de aposentos num hotel, a aceitao consiste em p-los disposio do policitante . Atravs de um ato de utilizao da mercadoria. que lhe foi remetida sem pedido, tambm s e conclui um contrato por simples atuao da vontade, como no caso de receber algum u m livro que no encomendou e abrir para leitura suas pginas. Sempre que, em tais co ndies, passe o destinatrio do objeto a se comportar como seu proprietrio, ter aceito a proposta de contrato mediante um ato de apropriao 0 interessante, em todas estas hipteses, que a aceitao de proposta para concluso do contrato no uma declarao de vontade, porquanto a atuao, ou comportamento, no se destia a manifestar a outrem a vontade de provocar efeitos jurdicos, tendo apenas uma finalidade diretamente prtica. Dentre as modalidades de aceitao de oferta ao pblico sem declarao de vontade destinad a concluso de um contrato, destaca Larenz o ato de utilizao efetiva da prestao promet ida genericamente, que conduz constituio da relao contratual, por ele mesmo denomina do comportamento social tpico. Nesses casos, a relao independe, para se formar, de uma declarao de quem quer utilizar o servio oferecido, o chamado usurio, sabido, cor no , que no momento inicial da utilizao, "no h ningum que possa receber aquela, nem a quem se possa considerar dirigida". No se trata, em tais circunstncias, da formao de um contrato por ato concludente ou declarao tcita, pois, devendo tal declarao ser re ceptcia, teria de ser feita a um destinatrio, o que, na hiptese, inexiste. As situaes mais correntes de formao do vnculo contratual, atravs de um comportamento s ocial tpico, encontram-se no transporte coletivo e no estacionamento de veculos em parques pblicos. Nem todos aceitam, porm, nesse comportamento o significado de aceitao de contrato. Alguns autores rejeitam a natureza contratual de tais vnculos, inclinando-se para inclu-Ias na categoria das relaes contratuais de fato, delineada por Haupt e desen volvida por Simitis. 42. Dissenso A aceitao produz efeito somente se consistir em adeso plena proposta. As duas decla raes de vontade devem ser coincidentes para que o con trato se forme. Se divergem ou no se ajustam perfeitamente, h dissenso. A divergnci a pode manifestar-se em relao a pontos essenciais ou secundrios. No primeiro caso, ocorre dissenso manifesto e, evidncia, o contrato no se forma, por necessrio que o desacordo se d em relao a condies decisivas do contrato. Se ocorre relativamente ao contedo das estipulaes, ou sua interpretao, d issenso no h. Do dissenso manifesto distingue-se o dissenso oculto, no qual propon ente e aceitante pensam ter concordado sobre proposies em relao s quais realmente dis cordavam. O dissenso manifesto impede a formao do contrato; o dissenso oculto dete rmina a sua invalidade, atingido, como ter sido o consentimento, pelo vcio do erro . 43. Contraproposta A aceitao modificativa se d quando o oblato introduz alteraes na proposta, fazendo-lh e adies ou restries, que impedem a adeso plena. Nesse caso, o contrato no se forma, tr ansformando-se em proposta a resposta ao policitante. Invertem-se os papis: o obl ato passa a ser proponente e "viceversa ". A declarao com adies, restries ou modificaes chama-se contraproposta. No contraproposta a solicitao do aceitante ao proponente para que faa oferta mais va ntajosa. 44. Aceitao tardia A fora vinculante da aceitao atua quando manifestada tempestivamente. A aceitao extem pornea no vincula. Nada impede, todavia, que o proponente a considere, o que depen de do seu mero arbtrio, por j estar vinculado da proposta. Algumas legislaes no admit em a aceitao tardia, disposto que se converte em nova proposta, partida do aceitan te ou oblato. Se a proposta se dirige a ausente, a resposta tem de ser dada em prazo razovel, d eterminado pela lei ou pelo prprio proponente. Fixado o prazo, o oblato deve resp onder antes que se expire, sendo necessrio que expea a resposta tempestivamente. S e feita sem prazo, no possvel determinar rigorosamente at quando deve ser expedida a aceitao, prescrevendo a lei que o proponente se desliga ao decorrer do tempo suf iciente para que a resposta chegue ao seu conhecimento. Varia, assim, conforme o meio de comunicao que deve utilizar segundo os usos. Pode haver atraso, seja na expedio, seja na recepo da resposta. Se expedida fora do prazo ou em tempo que ultrapassa o limite previsto na lei, no tem eficcia. Pode ac ontecer que, embora expedida em tempo hbil, chegue tardiamente ao conhecimento do proponente, por circunstncia imprevista. No ter fora vinculante, mas o proponente f ica obrigado a comunicar a ocorrncia ao aceitante, sob pena de responder por perd as e danos. Nada obsta, por fim, t que se considere a aceitao tardia nova proposta , embora entendam algum escritores que o atraso determina caducidade. 45. RetrataoRetratao a declarao lcita do policitante para obstar os efeitos da proposta. A retrat ao s se torna eficaz ao chegar ao conhecimento do oblato antes de expedida a aceit ao. O conhecimento pelo aceitante necessrio, porque a retratao, tal como a proposta, declarao receptcia de vontade. Seu destinatrio deve receber a comunicao antes de ter a ceito a proposta e expedido a resposta. Se chega depois, ineficaz. Impem-se, entr etanto, distines: 1) a retratao pode chegar depois de conhecida a proposta, mas antes de formado o contrato porque o aceitante no expedira ainda a resposta; 2) a retra tao pode chegar em momento no qual o contrato j se formara. A soluo varia conforme o caso. Se o contrato no se formou, no pode mais se formar, mas o proponente poder se r responsabilizado pelos prejuzos decorrentes da retratao. Esta responsabilidade ex plica-se pela culpa in contrahendo, devendo o proponente indenizar os danos nega tivos, isto , os prejuzos que o oblato sofreu por haver confiado na realizao do cont rato.' No contratual, mas pr-contratual, eis que o contrato no chegou a se formar. Na hiptese de j se ter formado o contrato, a retratao invlida, significando recusa de cumprir o contrato. Responde o proponente pelos danos positivos, resultantes da inexecuo. A responsabilidade ento contratual. A retratao inadmissvel se o proponente se obrigou a manter a proposta por certo pra zo. Tal como a proposta, pode a aceitao ser retratada se chegar ao proponente ante s dela ou com ela. O ilogismo desta regra, flagrante diante do sistema da expedio, justifica-se para dar igual tratamento ao aceitante e ao proponente. , A retratao da aceitao tambm declarao receptcia no sentido de que somente produz efe quando chega ao conhecimento do proponente. 46. Obrigao de aceitar Em princpio, ningum obrigado a aceitar proposta de contrato, mas, excepcionalmente , se admite essa obrigao em duas hipteses que, todavia, no esto isentas de contestao. primeira configura-se pela existncia de um contrato, cuja funo consiste, precisame nte em criar a obrigao de celebrar o contrato definitivo. A segunda verifica-se no s contratos obrigatrios, isto , naqueles em que uma das partes no pode recusar-se a contratar. A obrigao de celebrar o contrato imposta pela lei, no sendo lcita, porta nto, a rejeio da proposta, cujo contedo est, entretanto, prefixado uniformemente, s h avendo obrigao de aceitar a proposta se feita na conformidade de preestabelecido p ara o contrato. NOTA No mbito das relaes de consumo, dispe o Cdigo de Defesa do Consumidor que "toda infor mao ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicao com relao a produtos e servios oferecidos ou apresentados, obriga o forn ecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado" (art. 30). A propaganda, na espcie, torna obrigatrio o contrato e s e o fornecedor se recusar a concretizlo, o art. 35 do Cdigo de Defesa do Consumido r lhe d a alternativa de exigir o cumprimento forado da obrigao, nos termos da ofert a, ou cobrar perdas e danos. 47. Contratos mediante correspondncia H contratos que se formam instantaneamente e contratos nos quais h intervalo entre a oferta e a aceitao. Segundo expresso consagrada pelo uso, os primeiros chamam-se contratos entre presentes; e os outros, contratos entre ausentes. Motivo no h par a conservar essa terminologia. Os progressos da tcnica dos meios de comunicao permi tiram que pessoas separadas por longa distncia celebram contrato como se estivess em frente a frente. Foi necessrio recorrer a uma fico para dar como presentes pesso as que realmente so ausentes. Assim, considera-se presente quem contrata por tele fone ou telex. Em verdade o que importa, para distingui-Ias, a possibilidade ou no de resposta imediata. Nos contratos mediante correspondncia epistolar ou telegrfica tal possibilidade no existe. A proposta e a aceitao declaram-se em momentos distintos e sucessivos. Por isso, interessa determinar o instante preciso em que o contrato se forma, a fim de se saber quando comea a sua eficcia. O problema no est pacificamente resolvido nas legislaes. Em dois sistemas bsicos ence rram-se os critrios adotados: o da informao ou cognio e o da declarao ou agnio. 48. Sistemas Pelo sistema da informao ou cognio, o contrato mediante correspondncia epistolar ou t elegrfica forma-se no momento em que o proponente tem efetivo conhecimento da aceitao de sua proposta. Antes, portanto, que leia a carta ou o telegrama do aceitant e no estar concludo. Alega-se, em seu favor, que evita o absurdo de ficar algum vinc ulado por um contrato sem o saber. Tem, porm, o inconveniente de dificultar a det erminao do exato momento em que o contrato se forma, pois ficaria ao arbtrio do pro ponente procrastin-lo. Ademais, no seria justo deixar o aceitante na ignorncia de q ue o contrato se aperfeioara, o que obrigaria nova comunicao. O sistema da declarao ou agniao diversifica-se em trs teorias: a da declarao propriame nte dita, a da expedio e a da recepo. Pela teoria da declarao propriamente dita, ou da simples aceitao, como outros prefer em design-lo, contrato considera-se formado no motnento em que o oblato declara a vontade de aceitar a proposta. Desde ento, estar perfeito e acabado, independente mente, portanto, de que a resposta seja exipedida ou chegue ao conhecimento do p roponente. A comunicao da resposta no constitui, em suma, requisito da perfeio do con trato. Subordinando, porm, simples aceitao do oblato a perfeio do contrato, o momento em que se verifica no pode ser determinado com exatido, eis que somente o prprio a ceitante o saberia. Alm disso, teria o poder arbitrrio de concluir e desfazer o co ntrato. Ao escrever a carta de aceitao, concluiria o contrato; destruindo-a, o des faria; tudo isso sem que o proponente tivesse sequer a possibilidade de saber o que se passa. Pela teoria da expedio, considera-se formado o contrato quando a aceitao enviada. To rna-se perfeito no momento em que o oblato expede resposta afirmativa. A vantage m do critrio retirar do poder do aceitante a possibilidade de desfazer, a seu tal ante, o contrato, como no sistema da declarao propriamente dita, salvo no caso aut orizado de retratao. Expedida a resposta, o contrato torna-se perfeito, tomando a aceitao cunho objetivo, que no possui no sistema da declarao propriamente dita. Consi dera-se, entretanto, a expedio insuficiente, pois a carta pode extraviar-se e se d esfazer contrato perfeito e acabado por eventualidade dessa ordem. A teoria da recepo obvia esse inconveniente, pois se o contrato s se forma quando o proponente recebe a resposta do aceitante, no necessrio tenha conhecimento do seu .contedo, bastando que esteja em condies de conhec-la, por ter chegado a seu destin o. A teoria da recepo pode ser considerada variante do sistema da cognio, uma vez qu e a lei presuma a reaepo. No momento em que a declarao chega ao destinatrio. 49. Lugar da formao do contrato O contrato entre pessoas presentes forma-se onde elas se encontram. O que se rea liza entre pessoas distantes uma da outra, no lugar em que foi proposto. Interes sa saber onde os contratos se formam, dentre outras razes, para determinar o foro competente e, no campo do Direito Internacional, a lei reguladora. A regra aplica-se tanto aos contratos que se formalizam atravs de correspondncia e pistolar ou telegrfica, considerados, segundo a terminologia clssica, contratos en tre ausentes, como aos contratos por telefone, tidos, por fico legal, como contrat os entre presentes.