4ª edição - o espectro

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O ESPECTRO Núcleo de Ciência Política - ISCSP UL 4ª EDIÇÃO - 20 de Janeiro de 2014 A Política do Desporto Globo, 8 Donos do Mundo Os Donos do Mundo é o título qué faz alusao ao conjunto dé péssoas é lobbiés, ao conjunto dé minorias é élités qué répréséntam désdé ha muito témpo présénças fulcrais ém qualquér sistéma político. Estés sao capazés dé comandar, inévitavélménté, o futuro do mundo. ECONOMIA, 3 CINEMA LONDRES A balada da descultura CULTURA, 9 POLITICAS EXTERNAS Do pacifismo GLOBO, 7 OPINIAO Viemos do Nada GLOBO, 7 ENSINO SUPERIOR Os politécnicos e o crescimento regional EDUCAÇAO, 5 Núcleo de Ciência Política Núcleo de Ciência Política Núcleo de Ciência Política - ISCSP ULisboa ISCSP ULisboa ISCSP ULisboa hp://www.ncp-iscsp.com/ publicidade

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O ESPECTRO Núcleo de Ciência Política - ISCSP UL 4ª EDIÇÃO - 20 de Janeiro de 2014

A Política do Desporto Globo, 8

Donos do Mundo

Os Donos do Mundo é o tí tulo

qué faz alusa o ao conjunto dé

péssoas é lobbiés, ao

conjunto dé minorias é élités

qué répréséntam désdé ha

muito témpo présénças

fulcrais ém qualquér sistéma

polí tico. Estés sa o capazés dé

comandar, inévitavélménté, o

futuro do mundo.

ECONOMIA, 3

CINEMA LONDRES

A balada da

descultura

CULTURA, 9

POLI TICAS

EXTERNAS

Do pacifismo

GLOBO, 7

OPINIA O

Viemos do Nada

GLOBO, 7

ENSINO SUPERIOR

Os politécnicos

e o crescimento

regional

EDUCAÇA O, 5

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02 | 20 Janeiro 2014

O ESPECTRO

EDITORIAL

A équipa do jornal O Espectro está prontá párá continuár á désénvolvér é trazér-vos mais do qué témos vindo a construir com gosto é muita dédicaça o. No ano passado ésté projécto énfréntou pérí odos conturbados, passando por détérminadas altéraço és é, com muita luta é éntréga dé todos foi possí vél concrétizar ésta plataforma, ésta voz, ésté sonho qué dévé orgulhar todos os éstudantés dé cié ncia polí tica. Esta équipa dé éxcélé ncia tém vindo a créscér todos os dias. A ja méncionada éntréga é paixa o sa o détérminantés para qué inu méras surprésas surjam ésté ano. Contudo, témos a obrigaça o dé agradécér por toda a força, crí ticas é acompanhaménto continuado por parté dos nossos léitorés qué nos té m vindo a contribuir sémpré para a élaboraça o do nosso mélhor. Em nomé dé toda a équipa quéro déséjar-vos um pro spéro ano novo, préénchido dé amor, térnura é carinho, bém como dé muita sau dé é votos dé éspérança para aquélés qué vivém situaço és dé maior alvoroço nas suas vidas. No passado dia 5 dé Janéiro, os portuguésés na o viram soménté partir um méro jogador dé futébol. Eusé bio da Silva Férréira foi a maior glo ria portuguésa dé futébol alguma véz vista a actuar ém Portugal, pélas corés do séu clubé - Sport Lisboa é Bénfica – mas també m pélas corés da nossa bandéira é cultura qué chégaram ao Mundo. O futébol na o sérvé apénas para sé dar uns pontapé s numa bola. Sérvé para muito mais. Ténho a conscié ncia qué o éspí rito dé éntréajuda, companhéirismo é harmonia na o sé apréndém com as vicissitudés qué cada um dé no s éncontra diariaménté. O futébol é uma éscola, é cultura é arté. Exprésso désta forma, as minhas condolé ncias a maior glo ria do futébol portugué s, o mélhor jogador do mundo dé todos os témpos. Na mémo ria fica um étérno proféssor qué, por via da sua humildadé é honéstidadé, tantas liço és déu a comunidadé é provou qué um futébolista valé muito mais do qué sé diz. Dé no s para vo s, ténham uma boa léitura.

André Henrique Rodrigues

FICHA TÉCNICA

Coordenação Adriana Corréia é André Hénriqué Vice-Coordenação Joana Lémos Coordenador de Entrevistas e Reportagens Adriana Corréia Revisão Adriana Corréia é Cristina Santos Editor Isa Rafaél é Joa o Miguél Silva Plataformas de Comunicação André Cabralé José Salvador Cartaz Cultural Joa o Miguél Silva Redação Adriana Corréia André Cabral Gonçalo Sérpa Joana Lémos Joa o Silva Luí s Francisco Sousa Marta Férnandés Rocio Ruiz Susana Amador Tiago Sousa Santos

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ECONOMIA

O P I NI ÃO d e A D R I A N A C O R R E I A

H o m e n s e M u l h e r e s : q u e I g u a l d a d e ? ascéndér ou até mésmo impédidas dé o fazér téndo ém conta a sua forté ligaça o a ésféra privada é ao facto das a réas dé prédomina ncia féminina térém crité rios diféréntés dos crité rios dos homéns qué démonstram sér muito importantés é causam muito impacto na ésféra pu blica. Por outro lado, témos outra quésta o: os pré mios. Os désignados pré mios sa o um dos factorés qué mais préjudica a désigualdadé, uma véz qué a mulhér é aquéla qué sé ausénta para tomar conta dos filhos quando éstés ésta o doéntés para dar assisté ncia a famí lia, é a mulhér qué tira a licénça dé matérnidadé ou é a mulhér qué sai mais cédo do trabalho para ir buscar os filhos a éscola. Todos éstés moméntos ém qué a mulhér na o trabalha sa o obviaménté déscontados no sala rio. Logo, os homéns acabam por récébér mais no final do mé s por uma quésta o dé ménor résponsabilidadé familiar. Continua assim a assistir-sé a um modélo, na o dé paridadé (ápesár dá Lei dá Páridáde e do sistemá de quotas qué o Estado décidiu impléméntar no Dia rio da Répu blica ém 2006) mas ainda dé ségrégaça o dé papé is séxuais éntré homéns é mulhérés. Como altérar ésta ségrégaça o? Mudança

dé méntalidadés.

E do sénso comum qué quando falamos ém discriminaça o éntré gé néros séxuais, pénsamos dé imédiato na clara distinça o qué éxisté éntré mulhérés é homéns ém va rios aspéctos do quotidiano. Muitas délas sa o considéradas infériorés facé aos homéns, uma véz qué sa o élés qué sé éncontram mais ligados a s cié ncias "pesádás" e á cárgos de topo e de lideránçá. As mulhérés sa o téndéncialménté ligadas a s cié ncias sociais é ao mundo da béléza, da publicidadé é do markéting é no “auxí lio” ou "assisté ncia" a tércéiros ém trabalhos dé maior résponsabilidadé (secretá riás ou enfermeirás, por exemplo). Falo dé éstéréo tipos criados péla sociédadé é na o ém pénsaméntos, mais ou ménos, féministas ou machistas. Para alé m da discriminaça o social é réméténdo um pouco para o mércado dé trabalho, téndo ém conta qué tém vindo a sér um téma bastanté discutido nos u ltimos témpos facé a conjuntura écono mica é social ém qué vivémos, déparamo-nos com a discriminaça o salarial. A discriminaça o salarial na o é nada mais, nada ménos do qué uma "diférénça monéta ria atribuí da com valorés supériorés para um gé néro séxual é com

valorés infériorés ao gé néro séxual oposto". Facé a discriminaça o salarial ésta podé dévér-sé, éntré outros factorés, ao ní vél dé sindicalizaça o, ao baixo nu méro dé mulhérés nas mésas dé négociaça o é aos cargos dé topo sérém maioritariaménté ocupados por homéns. Ha ménos mulhérés intéréssadas ém

DR

O P I NI ÃO d e A D R I A N A C O R R E I A

D o n o s d o M u n d o

Coméço ésté péquéno désabafo téndo como référé ncia José Gomés Férréira é o documénta rio “Donos do Mundo”. Todos no s éstamos éstupéfactos com o caminho qué Portugal tém pércorrido é as déciso és tomadas para o “bém” (dizém élés) do nosso péquéno paí s. Os mércados, os parcéiros éuropéus, os banquéiros, os économistas é tantos outros lobbiés répréséntam, désdé ha muito témpo, présénças fulcrais ém qualquér sistéma polí tico qué sé prézé como tal. Désdé os jogos variados dé intéréssé, a s chantagéns ou a s élités - todos éstés éléméntos o intégram. Todavia, quém ténta combatér ésté sistéma é ésta rédé dé lobbiés é fortéménté atacado é convidado a sair dé ondé quér qué éstéja. Pérgunto-mé: Séra qué alguma véz irémos conséguir vivér num modélo justo ém qué as péssoas possam vivér dé forma igualita ria? Chégo

a conclusa o qué talvéz o probléma na o éstéja no modélo da sociédadé vigénté mas sim ém quém o constitui. Référindo novaménté José Gomés Férréira “quém govérna Portugal na o é o Govérno ném somos no s (portuguésés)”. Quém réalménté govérna é toda ésta rédé qué na o é facilménté détéctada é idéntificada. Méncionando a tí tulo dé éxémplo os préços praticados nos nossos consumos ba sicos, como a a gua ou a luz, éstés tornam-sé insusténta véis ém comparaça o com outras réalidadés. Para alé m disso, as nossas importaço és na o dévém traduzir altos préços no consumo portugué s. E nécéssa rio uma opinia o pu blica é uma força populacional mais forté para po r térmo a alguns déstés abusos éscabrosos. Talvéz séja nécéssa rio coméçarmos a tér uma posiça o mais agréssiva, talvéz na o nos basté um dia dé maniféstaça o, talvéz éstés dias ténham dé sér pércépcionados

pélo pro prio patronato como impréscindí véis para uma mudança éstrutural. Na o basta mudar a forma mas o contéu do dé Portugal. E éssa mudança passa pélo pro prio Govérno é por todas as médidas qué té m sido éféctuadas, pélo Présidénté da Répu blica qué nada tém contribuí do para a défésa da sua pa tria é, péla maioria dé no s qué témos vindo a acéitar ésté rumo dé forma submissa. A poupança é o invéstiménto, na o so individual mas també m pu blico, tivéram québras significativas. Uma incapacidadé généralizada dé pénsar num futuro, com événtuais pérspéctivas ménos boas, na o foi gérada por quém éscolhémos para govérnar o nosso paí s. Na o arranja mos um Plano B. Mas ainda éstamos a témpo dé o concrétizar.

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O ESPECTRO

DR

Dépois da altéraça o dos crité rios dé candidatura a bolsas dé doutoraménto é po s-doutoraménto qué lévaram a uma diminuiça o no nu méro dé candidaturas apréséntadas a Fundaça o para a Cié ncia é Técnologia (FCT), chégam agora a pu blico os dados référéntés a s atribuiço és das réspéctivas bolsas. Estas sa o alvo dé protésto por parté da Associaça o dé Bolséiros dé Invéstigaça o Ciéntí fica (ABIC) dévido a réduça o dra stica dé invéstiménto qué é classificada como “uma razia” ségundo déclaraço és désta mésma instituiça o. Dos 3416 candidatos para bolsas dé doutoraménto, apénas 298 conséguiram récébér a bolsa. No caso dos po s-doutoraméntos, so 233 ciéntistas obtivéram apoio éntré 2305 candidaturas. Estés nu méros sa o dos mais baixos da u ltima dé cada nos térmos dé bolsas qué sa o éntrégués é contrastam com o invéstiménto féito nos u ltimos anos, ja qué foram dadas 2031 bolsas dé doutoraménto é 914 bolsas dé po s-doutoraménto so no ano dé 2007. Dévido a todos éstés factorés a ABIC prépara-sé

para réalizar um protésto junto da sédé da FCT no dia 21 dé Janéiro a s 15 horas, réivindicando contra uma “polí tica dé désinvéstiménto é

dé abdicaça o dé défésa dos intéréssés nacionais ém détriménto das opço és ditadas ém ésféras intérnacionais”. Estés dados apréséntam muitas déscidas ém rélaça o a 2012 mesmo contábilizándo as bolsas atribuí das pélo novo programa dé bolsas dé doutoraménto da FCT. Programa ésté qué atribuiu 431 bolsás de doutorámento géridas pélas univérsidadés é céntros dé invéstigaça o das

mais divérsas a réas, com a funça o dé éscolhér os alunos bénéficia rios déstas ajudas. Somando éstés nu méros, conséguém sér contabilizados

729 bolsás átribuí dás, nu mero abaixo das 1198 bolsas éntrégués ém 2012. No caso das bolsas dé po s-doutoraménto atribuí das régistou-sé uma québra na ordém dos 65%, uma pércéntagém qué causa indignaça o a todos os candidatos. Todos éstés résultados mostram qué Portugal na o ésta intéréssado numa mélhoria significativa das invéstigaço és qué sa o

lévadas a cabo no nosso paí s. Podé-sé acéitar qué éxista uma ligéira diminuiça o no invéstiménto féito dévido a crisé écono mica qué léva a uma conséquénté réduça o dos custos, mas num paí s qué na o é muito désénvolvido técnologicaménté é qué nécéssita dé dar um é nfasé maior na qualidadé do qué na quantidadé das produço és, o dinhéiro tém qué sér canalizado para as invéstigaço és ciéntí ficas qué proporcionam éssa tal qualidadé qué muitos subséctorés da économia portuguésa ja énténdéram como o caminho a prosséguir. Como nota final, déixo o séguinté réparo: o qué ira acontécér a s candidaturas qué na o foram apoiadas é aos réspéctivos ciéntistas qué as désénvolvéram? Pois bém, para fugirém ao désémprégo téra o qué sair do paí s é procurar outras altérnativas dé trabalho, ja qué Portugal na o lhés conségué dar uma plataforma para séguirém o séu futuro é téntar désénvolvér a nossa cié ncia, umas das principais basés dé progrésso é désénvolviménto dé um paí s.

O P I NI ÃO d e G O N Ç A LO S E R PA

C o r t e n o P r o g r e s s o

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04 | 20 Janeiro 2014

O ESPECTRO

DR

O P I NI ÃO d e T I AG O SO U SA SA N TO S

O s P o l i t é c n i c o s e o c r e s c i m e n t o r e g i o n a l

O énsino supérior polité cnico tém vindo a sér muitas vézés déscrédi-bilizado quér por pérsonalidadés polí ticas, quér mésmo pélos pro -prios alunos qué, atravé s do pro-césso dé candidaturas a ésté grau dé énsino, mostram a avérsa o dé todo um paí s a éstés éstabéléci-méntos. Quando vérificamos qué, désdé o jovém dé 18 anos ao Min-istro da Educaça o, éxisté uma linha contí nua qué assombra as institui-ço és ém causa, importa quéstionar as razo és para tal insucésso é dé-

scrénça. O Ensino Supérior Polité c-nico diféré (ou pélo ménos dévia) do Ensino Supérior Univérsita rio por oférécér aos alunos a oportun-idadé dé prosséguirém os séus és-tudos numa vérténté mais pra tica, aproximando-os assim do mércado dé trabalho. No éntanto, ésta vérténté pra tica é laboral dos In-stitutos Polité cnicos ténté a désvanécér com o témpo. Em Por-tugal, facilménté vérificamos qué os cursos lécionados por tais insti-tuiço és ém muito coincidém com a oférta das aclamadas Univér-sidadés, o qué condiciona a partida o sucésso dos considérados “forastéiros”. Na o podém compétir é mésmo assim batém-sé para tal. Como tudo sé torna clarividénté

quando sé récorré a éxémplos pra ticos, véjamos o caso dé Sé-tu bal. A capital dé distrito do maior désérto portugué s conta apénas com uma instituiça o dé énsino supérior pu blico: o Insti-tuto Polité cnico dé Sétu bal (IPS). Séria dé éspérar um grandé fluxo dé jovéns adultos dé Sétu -bal para aquéla instituiça o é um réjuvénésciménto da régia o. Es-pérava-sé qué o préço mais atra-tivo das propinas aliciassé

aquélés qué na o conséguém su-portar os mais dé mil éuros das Univérsidadés é um désénvolvi-ménto écono mico suportado pé-los quadros formados pélo Polité cnico. No éntanto, o qué tanto sé éspérava na o é o qué sé vérifica. O Instituto Polité cnico dé Sétu -bal continua a quérér concorrér com instituiço és da ta o béla Lis-boa é a confrontar-sé olhos nos olhos com o Ensino Univérsi-ta rio. Na o sé parécé uma éstra-té gia via vél, ném séquér parécé uma éstraté gia ém si mésmo. Saindo do désérto é régréssando a réalidadé nacional, mais pro-priaménté a réalidadé do Ensino Polité cnico, parécé-mé qué algo

dévé sér féito. As instituiço és déséspéram péla mudança. As cidadés apontam o dédo a cén-tralizaça o opérada péla capi-tal. Lisboa prospéra! Esta na altura das cidadés mais pé-quénas munirém-sé dos séus pro prios instruméntos para sé aproximarém do désénvolvi-ménto qué tanto alméjam é os Polité cnicos dévém fazér parté disso. A formaça o sémpré gérou crésciménto, sémpré foi a basé

do progrésso té cnico é ciéntí fi-co das émprésas é ném assim sé aprovéita a componénté pra tica qué as Univérsidadés na o té m é qué ém téoria ésta a cargo dos Polité cnicos. E com éstas prémissas ém ménté qué éscrévo é qué proponho uma aproximaça o déstas institui-ço és a réalidadé dos mércados dé trabalho das diféréntés régio és. Nésté séntido aprovéitar os quadros lo-calménté formados para as émprésas localménté sédiadas parécé o mais lo gico. Mas tudo isto nécéssita dé uma mudança dé paradigma por parté das diréço és das és-colas ém quésta o. A mudança

EDUCAÇA O

tém dé pérmitir uma altéraça o dos cursos qué éstas éscolas oférécém, dé modo a ajusta -los a s nécéssidadés déssas més-mas émprésas. Na o véjo outro caminho para os Polité cnicos. Mais uma véz régrésso ao désérto. Mais uma véz o éxém-plo facilita-mé a éxpréssa o. Olhémos novaménté para Sé-tu bal é para o Instituto Polité c-nico local. Como cidadé costéira qué é , a capital dé dis-trito possui énquanto éx-lí bris émprésarial o séu porto. O Por-to dé Sétu bal tém vindo a crés-cér, tanto ém infra-éstruturas como ém moviméntaça o dé cargas é atividadé écono mica. Aprésénta uma éntrada éstra-té gica na Péní nsula Ibé rica é um po lo dé désénvolviménto para as cidadés énvolvéntés. Ainda assim na o éxisté no dis-trito uma Instituiça o dé Ensino Supérior qué lhé fornéça quad-ros té cnicos. Séria dé éspérar uma altéraça o da oférta curricular do IPS, qué énglobassé a criaça o dé cursos como dé Gésta o Portua ria, dé Engénharia Naval, dé Pilot-agém dé Navios éntré tantos outros, qué mélhor sérviriam o intéréssé da émprésa é da régia o. Esta travéssia no désér-to torna-sé numa viagém ém va o. Os atuais cursos parécém tér mais fama, émbora o provéito séja pouco. Navégando para o plano nacional a bordo désté navio a véla, ém témpos dé vénto para-do, poucos sa o os Polité cnicos qué sé éspécializaram ém a ré-as qué a sua régia o tém capaci-dadé dé désénvolvér. Cursos fécham, instituiço és déclaram dificuldadés dé fun-cionaménto, os jovéns fogém para as grandés cidadés é nada é féito para qué a compétiça o éntré o Ensino Supérior Polité cnico é o Ensino Supérior Univérsita rio findé. Sa o diféréntés as désignaço és, sa o sémélhantés as abordagéns é assim é difí cil créscér.

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O ESPECTRO

DR

EDUCAÇA O

O P I NI ÃO d e LU Í S F R A N C I S C O S O U SA

P r o f e s s o r e s

Por éntré as nossas a nsias natalí cias é constantés réviravoltas qué a nossa vida nacional é péssoal léva, houvé um ponto qué mérécé uma “avaliaça o anual”. Na o mé réfiro ao govérno dé Pédro Passos Coélho ou a ausé ncia dé Cavaco Silva pois para tal ja éxistém muitos dispostos a coméntar é com muito mais convicça o qué éu. Réfiro-mé sim a atitudé déplora vél dos proféssorés ao longo do ano dé 2013, noméadaménté no qué diz réspéito a avaliaça o dos proféssorés. O priméiro motivo pélo qual tal atitudé foi déplora vél é dévido a éssé ncia, ao “qué quér dizér um proféssor na o fazér tal prova?”. Um proféssor récusar-sé a fazér tal prova démonstra uma falta dé réspéito para com a sua pro pria profissa o é com o péso qué acarrétam na sociédadé. Isto é um proféssor a admitir abértaménté qué é pior na sua arté do qué pénsamos é qué na o sa o assim ta o importantés como témos achado qué sa o. Sér avaliado na o é um ataqué a honra péssoal dé ningué m mas é sim, simplésménté, uma avaliaça o pério dica para garantir o bom funcionaménto da sociédadé é do sistéma éducativo. Récusar sér avaliado é um ataqué dirécto a confiança dos pais é da sociédadé num sistéma qué sé récusa a dar provas do séu bom funcionaménto. E, quando algué m na o quér démonstrar algo é porqué tém algo a éscondér. O ségundo motivo foram os méios usados é os arguméntos énvérgados para déféndér tais déciso és. Os méios, nada mais foram qué puras barbaridadés, éxacérbaço és da nossa falta dé progrésso civilizacional é mostras dé como o homém ainda é , na sua éssé ncia, um sér animalésco é réprimido no qual a raza o ainda na o é uma éntidadé supréma. Em todos os jornais désdé O Sol até ao Dia rio dé Noticias, vémos rélatos dé proféssorés a bloquéarém as éntradas para impédir os séus colégas dé éntrarém, a quéimarém provas, a éspézinharém téstés, a batérém com mésas é cadéiras éntoando ca nticos dé “Vérgonha, Vérgonha” é da cé lébré “ Gra ndola Vila Moréna”. Uma imagé tica qué rélémbra as tribos africanas apo s uma

caçada, a volta da foguéira ou até mésmo as canço és das tribos zulus com o objéctivo dé téntar pérsuadir o séu oponénté da conténda. Outro ponto a réalçar é um dos arguméntos qué, na minha pérspéctiva, consagra-sé o mais tra gico com o qual mé déparéi ao fazér alguma pésquisa sobré ésté assunto. “A poéira ainda na o asséntou, nésté préciso moménto ha maniféstaça o é téntativa dé invasa o do Ministé rio da Educaça o. Mas é possí vél afirmar qué ém muitos locais dé norté a sul, do intérior ao litoral, a prova na o sé réalizou… Dévido a grévé, a préssa o dos piquétés, porqué fizéram barulho, porqué convéncéram os colégas, porqué invadiram as salas… Porqué usaram todos os méios ao séu dispor para, dé facto, véncér a batalha” sa o as palavras a qué mé réfiro é qué mé déixam éstupéfacto. O voca bulo dé guérra é militarismo, o arcaí smo dé filosofias agréssivas dé puro fascismo ou dé utopia comunista tais como “invasa o! Grévé, barulho, préssa o! Véncér a batalha!”. Um voca bulo na o

digno dé uma sociédadé démocrata. Outro qué transmité uma inocé ncia é ingénuidadé incompréénsí vél é : “ Eu ja fui avaliada na univérsidadé, o éstado dépositou ém mim confianças para éducar”. Estou no ségundo ano dé um curso dé tré s é o Estado ém mim apénas dépositou préocupaço és é rugas. Achar qué por concluirmos um curso (méio pago pélo Estado) témos dé tér um émprégo no Estado, garantido pélo Estado, sém qualquér fiscalizaça o é admitirmos a nossa total inutilidadé como sérés individuais, é toda a filosofia hégéliana do na o valor do indiví duo é é acharmos qué tudo dévé sér-nos dado, indépéndéntéménté dé quém no s somos. Os proféssorés no décorrér dé um ano éxtrémaménté polé mico, no qual tinham a possibilidadé dé récupérar alguma da dignidadé qué ésta nobré profissa o tém pérdido com o passar do témpo, apénas conséguiram dénégrir ainda mais o séu nomé, déféndidos por um grupo dé contéstata rios irriso rios qué iradaménté aplaudé ésta parada dé déboché é infantilidadé.

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06 | 20 Janeiro 2014

O ESPECTRO

DR

GLOBO

O P I NI ÃO d e S U SA N A A M A D O R

D o P a c i f i s m o

éxisténtés no intérior do Exé rcito. No antigo quartél do Exé rcito Nacional foi construí do um céntro cultural. A Costa Rica tornou-sé, assim, num paí s livré dé conflitos. Tévé um avanço significativo a ní vél da sau dé é da éducaça o.

Com os cortés nas déspésas militarés, o orçaménto podé dar mais aténça o a a réas como a sau dé é a éducaça o. A éspérança mé dia dé vida situa-sé nos 78 anos, é a taxa dé alfabétizaça o é dé 96,3%. A ní vél éxtérno, a Costa Rica tém apostado no multilatéralismo é na diplomacia ém todas as fréntés, optando por uma via dé résoluça o dé conflitos muito diférénté da comum. O papél pacifista costa-riquénho tém sido réconhécido péla comunidadé intérnacional. O Tribunal Intér-Américano dos Diréitos Humanos é a Univérsidadé para a Paz, impléméntada péla ONU, situam-sé na capital costa-riquénha, San Juan. També m o

Panama , séguindo o éxémplo da Costa Rica, aboliu o séu éxé rcito ém 1989. No éntanto, a Amé rica Latina continua a sér um local dé muita instabilidadé, o qué podé trazér éntravés a prossécuça o da via pacifista costa-riquénha. Quando paí sés circundantés sé éncontram a braços com guérrilhas armadas é problémas com o narcotra fico, é difí cil para a Costa Rica mantér-sé abstraí da dé problémas transfrontéiriços naquéla régia o. Por énquanto, vé -sé a Costa Rica como um éxémplo a séguir, como um avanço para a Humanidadé. E a éminé ncia dé uma possibilidadé qué podé sér plausí vél num futuro, ém qué sé privilégié a diplomacia sobré o récurso a s armas.

Numa das zonas mais insta véis do mundo éncontra-sé o priméiro paí s do mundo sém éxé rcito, a Costa Rica. Dé acordo com o Happy Planet Index, este e també m o paí s ondé as péssoas sa o mais félizés. Aprésénta mais résérvas naturais é préténdé déixar dé sér dépéndénté do carva o até 2021, dé forma a adoptar uma forma dé énérgia mais limpa. Ha 65 anos qué a Costa Rica dissolvéu o séu éxé rcito. No dia 1 de Dezembro de 1948, o Présidénté Férrér anunciava a dissoluça o do Exé rcito Nacional, pois considérava qué a ségurança do paí s conséguia sér asségurada pélo corpo policial. Esta décisa o acontécéu dépois dé um pérí odo ém qué a Costa Rica sé viu énvolvida num conflito dé guérrilhas,

Viémos do nada. Saí mos da gruta é subimos a montanha. Déscémos ao valé, passa mos o rio é conquistamos o outro lado. Invénta mos a roda. Doméstica mos animais é métémo-los ém jaulas. Da gruta fizémos casa, da casa fizémos aldéia, da aldéia fizémos cidadé, das cidadés fizémos Estado é dé Estado fizémos civilizaça o. Cria mos réligio és é culturas. Invénta mos a Médicina, as cié ncias éxactas, as cié ncias sociais. Construí mos castélos é as armas para lutar por élés. Invénta mos ma quinas é fomos subjugados por élas. Invénta mos o comboio, o carro, o avia o. Cria mos odés, épopéias, poémas é livros maiorés qué o Homém. Cria mos o Blués, o Sporting. Invénta mos o computador, fomos a Lua, é cria mos a intérnét. Condénsar, num para grafo, os grandés avanços é invénço és, o progrésso maior disto qué é a Humanidadé é um ésforço

impossí vél porqué a Humanidadé ja foi capaz dé grandés é gloriosos féitos. Dizér “apénas uns” vai résultar no érro dé ficar alguma coisa por dizér. E ficou. Mas adianté. Uma das caractérí sticas primordiais da condiça o humana é a sua pérféctibilidadé. No s ésta vamos vivos é sauda véis vivéndo com o pouco das priméiras sociédadés. Mas o homém quis mais. E quér sémpré mais. Foi capaz dé évoluir, dé criar, dé déstruir, dé invéntar, dé désénvolvér, dé tudo. Com tanto progrésso é com tanta margém para o progrésso, o facto dé éxistirém ainda crianças com fomé, adultos a sérém cénsurados é idosos sém cuidados dé sau dé na o faz séntido. E absolutaménté contradito rio o élévado éstado dé désénvolviménto dé uns paí sés é o dé atraso dé outros,

as éxcéléntés condiço és dé algumas péssoas é a misé ria dé outras. A naturéza éstabélécéu-nos a todos iguais, é no s instituí mos a désigualdadé.

A éxplicaça o da -nos Rousséau: “(…) sé vémos um punhado dé ricos é podérosos no topo das grandézas é da fortuna, énquanto a multida o végéta na obscuridadé é na misé ria, é porqué os priméiros so apréciam o qué désfrutam quando os outros disso ésta o privados, é qué, sém mudança

dé éstado céssariam dé sér félizés so porqué o povo déixava dé sér miséra vél”. Esté éra para sér um téxto sobré Ariél Sharon. Pénséi dépois nas suas ví timas, é qué, por éstas, na o mé ia dar ao trabalho dé mé focar na pérsonalidadé dé um assassino. Os séus actos contra os homéns sa o crimés contra a humanidadé. Por isso, éscrévi sobré ésta, dé uma manéira géral, ambí gua é abstracta é qué décérto ficara a dévér a qualidadé. Mas a vérdadé é qué o homém invéntou a linguagém para sé podér quéixar. Pérdoém-mé a auda cia dé altérar témas, mas na o pérdoém, nunca, a Sharon é aquélés qué, como élé, pintam no livro glorioso da Humanidadé as pa ginas mais négras a cor dé sangué.

O P I NI ÃO d e J O ÃO S I LVA

E s t e e ra u m t e x t o s o b r e A r i e l S h a r o n

20 Janeiro 2014 | 07

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GLOBO

O P I NI ÃO d e J O A N A L E M O S

A p o l í t i c a d o d e s p o r t o

Jogos Olí mpicos tém dé, no fim, démonstrar um saldo positivo é isso é évidénté ém paí sés como a China, éntré outros, pélas va rias histo rias é téstémunhos dé atlétas sancionados pélos maus résultados nas va rias provas. “Nuncá misturár futebol e polí tica” é o qué sé aconsélha mas é quasé impossí vél na o pénsar qué os partidos fazém um aprovéitaménto polí tico dos moméntos dé glo ria désportiva aparécéndo nos moméntos-chavé para congratular é para dar a cara

como patrocinador do ésforço dos atlétas ém prova ganhando témpo dé anténa é visibilidadé. Apésar dé parécér maldoso é até maquiavé lico, é quasé impossí vél na o pénsar qué as u ltimas afirmaço és é louvorés do PSD, CDS é PS sé résumiam a vér quém ganhava 6 milho es de compáixo es, 6 milho és dé votos. Instintivaménté, as massas apércébém-sé da importa ncia do désporto é dos Jogos Olí mpicos para um paí s, na o précisando dé sér vérsados ém Cié ncia Polí tica ou mésmo ém Sociologia, mas apénas séntindo a humilhaça o do fracasso quando os séus compatriotas pérdém, criando atitudés é comportaméntos advérsos a quém os véncéu, ou séntindo glo ria é

supérioridadé quando saém véncédorés dé uma prova. Séntém qué o séu povo é , dé uma forma ou outra é, pélo ménos ém cérto aspécto, supérior ao séu véncido. E por isto mésmo, qué ao longo dos anos muitos grupos qué sé ocupam dé fazér frénté aos régimés qué considéram pouco démocra ticos, corruptos ou insénsí véis aos apélos é a s nécéssidadés das massas, como tém ocorrido no Brasil dévido ao déspésismo ém ésta dios qué contrasta com a pobréza é falta dé polí ticas

pu blicas qué mélhorém a vida das populaço és. Embora a Carta Olí mpica proí ba a maniféstaça o organizadas dé opinio és polí ticas, sa o va rios os grupos qué ao longo dos anos té m aprovéitado éstés moméntos dé grandé visibilidadé média tica para fazérém valér a sua voz é para mostrarém ao mundo qué os paí sés qué acolhém os Jogos té m fragilidadés qué na o podém sér éncobridas com médalhas/lugarés dé po dio é coroas dé louro. O u ltimo dos éxémplos vém da Ru ssia, ondé no pro ximo dia 7 dé Févéréiro coméçara o os Jogos Olí mpicos dé Invérno, ém Sochi, qué apésar dé térém ménos visibilidadé qué os Jogos Olí mpicos dé Véra o té m

uma grandé importa ncia para o paí s ondé as clivagéns, muitas vézés ocultas, qué proliféram péla Ru ssia é pélos paí sés vizinhos, qué va o désdé os diréitos humanos a ténso és militarés com naço és vizinhas déspértaram. Um dos casos mais “gritantés” é o da léi anti-gay aprovada ainda no passado ano, qué puné com prisa o é sob éscrutí nio da polí cia todos aquélés qué sé atrévérém a fazér qualquér tipo dé propaganda homosséxual a ménorés. Isto na o so lévantou uma onda dé protéstos a ní vél nacional como ainda a ní vél intérnacional, pondo ém causa o nomé do paí s quando ésté mais précisa qué élé séja glorificado é quando é nécéssa rio mantér a ordém para lévar a bom porto os Jogos Olí mpicos. O Ministro do Désporto Russo chégou mésmo a admitir ém pu blico qué ésta léi, dé Junho dé 2013, dévéria tér sido aprovada apénas dépois da réalizaça o dos Jogos Olí mpicos, téméndo na o so o impacto, qué diz tér sido impossí vél dé calcular, qué causou no Ocidénté mas també m o préjuí zo polí tico qué podéra trazér. Afirmou qué “a Ru ssia ésta a ganhar força ém divérsas a réas, inclusivé no désporto (…) ningué m quér isso”, dando a énténdér qué o Ocidénté préténdé uma Ru ssia fraca, sém notoriédadé. O Présidénté do Comité Olí mpico Intérnacional, Thomas Bach, tém criticado os boicotés é os apélos a maniféstaço és, noméadaménté no séu discurso na ONU quando afirmou qué “contradizém o éspí rito do désporto”. Mas o qué parécé ésquécér-sé é qué ésta, tal como todas as édiço és antériorés, énvolvém ambiço és polí ticas mésmo qué séjam inconsciéntés é, como tal, é impossí vél dissociar éstas duas diménso és qué, séja para o bém, como acontécéu no Mundial dé Rugby ém ’95, ou para o mal, como no famoso Massacré dé Muniqué

A polí tica actual dépéndé do éspécta culo para sobrévivér é cada paí s tém o diréito dé démonstrar a sua vitalidadé é força polí tica no grandé moménto désportivo qué sa o os Jogos Olí mpicos, ondé tém a oportunidadé dé ganhar notoriédadé ém va rias modalidadés désportivas. Quanto mais médalhas, maior a força média tica. Na polí tica, é como afirma o socio logo do désporto, Anto nio da Silva Costa, “as maniféstaço és rituais sa o importantés porqué élas pérmitém a actualizaça o dos mitos qué agrégam o povo é criam a sua idéntidadé, na o déixando qué déla sé désvinculé”. E importanté ganhar, é importanté marcar na o so présénça, mas mais importanté, um lugar no po dio qué dé a s massas um motivo dé orgulho no séu sistéma polí tico qué é aquélé qué acaba por criar as condiço és para os vito rias é a quém dévém éstar gratos por élévarém a Naça o. Os mitos ligam-sé a éspérança é no désporto, assim como na polí tica, a éspérança é fulcral é sonhar é positivo porqué como réitérou Anto nio da Silva Costa, “o désporto tém uma funça o do tipo uto pico pélo qué ajuda os indiví duos a éxpréssarém as poténcialidadés qué a réalidadé téima ém suprimir fazéndo-os séntir mélhor consigo mésmo”. Pércébé-sé o porqué dé o désporto sér na o so “o o pio do povo” mas també m muito mais podéroso qué a polí tica, séndo por isso qué ésta o utiliza para fazér passar a ménsagém qué lhé é béné fica. A pro pria polí tica é um jogo, como o confirmam as va rias téorias dos jogos, pélo qué é fa cil vér todas as sémélhanças ém térmos dé téntativa dé conquistar rétornos positivos das acço és dé cada actor, tanto nos atlétas como nos polí ticos. Todo o ésforço posto péla classé polí tica na organizaça o dos

08 | 20 Janeiro 2014

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Ru ssia na o réspéita as suas ambiço és séparatistas é os déséjos da criaça o dé um Estado isla mico no Ca ucaso Norté é qué ésté totalitarismo da Fédéraça o Russa no qué concérné a autodétérminaça o dos povos tém dé sér suprimido. Estés sa o alguns dos éxémplos qué éxplicam facilménté o uso do désporto como um méio para alcançar um fim polí tico,

ém ’72, sé compléméntam é éxplicam. As ténso és militarés do Ca ucaso norté sa o també m motivo dé alarmé para a prossécuça o déstas olimpí adas é o éxémplo foi dado ainda ém 2013, quando ém Volvogrado uma mulhér qué sé pénsa pérténcér a grupos isla micos éxtrémistas é séparatistas sé féz éxplodir lévando consigo vidas inocéntés.

Os éspécialistas ém éstraté gia apontam éstés aténtados como téntativas dé boicoté é témém sérém apénas améaças dé um ataqué ém larga éscala. Ainda qué nénhum dos grupos éxisténtés ténha réclamado o sucésso do aténtado, a vérdadé é qué sé sabé qué sa o éstés qué actuam para manchar o nomé russo é qué aprovéitam o émbalé média tico para mostrar ao mundo qué a

tanto dos paí sés é grupos insurgéntés qué téntam impédir a ascénsa o do podér da Ru ssia, como da pro pria poté ncia qué ténta réssurgir apo s o colapso qué ditou o fim da Guérra Fria é qué rélémbram qué toda a acça o humana é uma acça o polí tica.

CULTURA

Pérdéu-sé a éspérança. O cinéma Londrés na o téra a oportunidadé dé réssuscitar ao tércéiro dia, ao tércéiro mé s ou ao tércéiro ano. Ném énquanto cinéma, ném énquanto outro formato qualquér, qué nos possibilité consumir aquilo dé qué hojé ém dia témos fomé, sém nos apércébérmos, péla fomé do pa o qué nos suplanta a nécéssidadé da cultura. O Cinéma Londrés, qué éncérrou a cérca dé um ano, foi um dos éspaços mais conhécidos qué ajudou a compo r o panorama do féno méno do sé culo XX dos cinémas urbanos lisboétas. Agora, virado o sé culo, vai ajudar a compo r o panorama dé um dos maiorés féno ménos do sé culo XXI, a oriéntalizaça o do comé rcio intérnacional. Modérnicés. Na o é qué mé causé grandé chaticé vér o éspaço a abrir novaménté énquanto uma loja

dé produtos asia ticos afinal, ondé acharí amos no s alicatés, couvés, piaçabas é rí mél para os olhos, tudo confinado no mésmo éspaço, sém os aborréciméntos das filas das grandés supérfí ciés comérciais sé na o numa loja dos chinésés? Da jéito, pois da . E o cinéma faz falta. Pois faz. No qué ficamos? No Pragmatismo ou na nécéssidadé? O Cinéma Londrés foi um dos

bons sí mbolos da cultura portuguésa é da modérnidadé da arté, quando ainda éra considérado modérno vér um filmé. Féz parté daquélé léqué dé élité cinématogra fico composto por salas como o Estu dio 444 ou o Caléidosco pio, qué nos anos 70 se encárregávám quáse com éxclusividadé dé mostrar filmés aos portuguésés. Foram os primo rdios da familiarizaça o com o cinéma é

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A B a l a d a d a D e s c u l t u ra

as origéns consérvam-sé. Ou assim, pélo ménos, dévéria sér. Quém o matou? Apostaria no capitalismo por mais vérmélho qué isso possa soar. O gosto pélo dinhéiro é pélo consumo ém détriménto do gosto pélos costumés é péla tradiça o, pélo simbolismo é por tudo o résto qué faria dé no s mais sauda véis énquanto indiví duos, léva indiréctaménté a tristézas désta ordém. O dinhéiro qué sérvé para révitalizar bancos é para gastar ém supérfí ciés comérciais é o mésmo, logo, na o podé chégar para tudo. E uma quésta o dé préféré ncias. So gostava qué na o déixa ssémos morrér o qué é nosso com a mésma vontadé qué na o déixamos morrér o qué na o é . Assim morré a idéntidadé, aos poucos, sém ningué m lhé dar muita importa ncia .

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10 | 20 Dezembro 2013

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O P I NI ÃO d e RO C I O R U I Z

N u e va l e y Fe r n á n d e z

600.000 €. La nuéva léy és adéma s un claro ataqué hacia los movimiéntos socialés qué han surgido én él paí s désdé qué coménzara la crisis écono mica én él an o 2008 y hacia las movilizacionés socialés qué a travé s dé éllos sé han llévado a cabo én los diféréntés puntos dél térritorio éspan ol. Algunos dé los artí culos dél antéproyécto ma s criticados son los rélativos a lo coméntado antériorménté, al inténto dé criminalizacio n y dé pénalizacio n écono mica dé aquéllas pérsonas qué son socialménté activas y qué tanto moléstan al gobiérno dél Partido Popular como llévan démostrando désdé qué llégaran al gobiérno él pasado an o 2011. Como éjémplo dé éllo ésta n la pénalizacio n dé la puésta én marcha dé los conocidos como

“éscrachés” qué podra n sér considérados como faltas gravés, así como tambié n puédén sér considéradas dé ésté modo las maniféstacionés frénté al Congréso, aunqué los parlaméntarios no sé éncuéntrén réunidos én ésé moménto, o tambié n él hécho dé qué pérsonas qué sé manifiéstén con gorra o con préndas qué tapén parté dé su

rostro puédan sér sancionadas tambié n dé ésta forma. Es évi-dénté con todo éllo, y éstos son tan solo algunos éjémplos, dél inténto dé réprésio n qué él go-biérno préténdé llévar a cabo contra aquéllos qué luchan én las callés por finalizar con él ré gimén oprésivo y antisocial qué él partido popular ésta réa-lizando désdé qué llégara al po-dér.

Parécé qué ésté viérnés sé va a llévar a cabo la aprobacio n dél nuévo Antéproyécto dé Léy so-bré Séguridad Ciudadana én él pro ximo Conséjo dé Ministros qué sustituira a la conocida co-mo “léy Corcuéra” qué sé apro-bo én 1992 y qué toma él nom-bré dél ministro socialista qué llévo a cabo la léy én ésé mo-ménto José Luis Corcuéra. Esté hécho, débido al conténido claraménté réprésivo dél qué consta él nuévo antéproyécto, ha supuésto un gran maléstar én amplios séctorés socialés éspan olés. La antigua léy Corcuéra qué sé préténdé dérogar constaba dé 39 ártí culos, el áctuál constá de 55. Lá ánterior preveí á tán solo 10 infrácciones cátálogádás como muy gravés, miéntras qué él nuévo antéproyécto duplica ésta cifra hasta llégar a las 21, las cualés éstara n pénalizadas con multas dé éntré 30.000 y

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Podemos considerar a religião islâmica como uma religião violenta? Qualquér réligia o éxisténté na o préténdé foméntar a violé ncia é a réligia o isla mica na o é éxcépça o. No Alcora o, livro sagrado dos muçulmanos, na o éxisté nénhuma nota vocacionada para o uso da violé ncia, antés pélo contra rio. O grandé probléma ésta na intérprétaça o qué os fundaméntalistas fazém da Sunna (tudo o qué Proféta féz, dissé ou conséntiu é qué sé tornou léi). Dépois dé uma batalha, Maomé dissé aos séus Companhéiros qué éstés tinham dé réalizar, a partir daquélé moménto, uma luta intérior ém busca da fé pérféita (jihad). Poré m, os fundaméntalistas é os

térroristas intérprétam-na como guérra’, mais conhécida como ‘A Guérra Santa’ qué préténdé impor é déféndér o Isla o atravé s do uso da força. Quais são as origens do fundamentalismo islâmico? Podémos éncontrar a origém da palavra fundaméntalismo, no iní cio do sé culo XX, nas crénças protéstantés nos EUA. O fundaméntalismo isla mico tévé o séu boom no sé culo XX, a partir dé 1928, com a criaça o da Irmandadé Isla mica cujo fundador foi Hassan al Banna. Esta organizaça o tinha como principal objéctivo rééducar a populaça o égí pcia (qué, ségundo o séu fundador, éstava a désviar-sé do

vérdadéiro caminho da réligia o isla mica) é, mais tardé, édificar no Egipto um Estado Isla mico no qual a Shari’a fossé a léi oficial. Existe alguma diferença entre terroristas islâmicos e fundamentalistas islâmicos? Existé é é bastanté importanté distinguirmos éssés dois. Enquanto os térroristas isla micos sa o considérados fundaméntalistas, éstés podém na o sér térroristas. Ao déféndérém os fundaméntos da fé isla mica, na o déféndém igual é obrigatoriaménté o uso da violé ncia. Os Budistas no Sri Lanka com Dharmapala sa o um éxémplo fulcral do pacifismo ao ní vél da propagaça o réligiosa. Ja os térroristas isla micos té m objéctivos méraménté polí ticos como o dérrubé do modélo ocidéntal é a criaça o dé um govérno isla mico mundial. Quais são os principais grupos terroristas islâmicos? Os mais importantés é mais conhécidos sa o: Al- Qaéda, Hamas (Paléstina), Hézbollah (Libano), Brigadas dé Ma rtirés Al- Aqsa (Pálestiná) e Jihád Islámicá (Sí riá). Como são vistos os terroristas islâmicos por outros muçulmanos? Muitos déstés térroristas sa o vistos como Ma rtirés no

mundo isla mico pois da o a sua vida por Allah (Déus), da o o corpo é a vida, ém actos dé amor ou coragém, péla réligia o. Mas claro qué també m éxistém muçulmanos qué réprovam duraménté as médidas éxtrémistas utilizadas. O número de crentes islâmicos tem tendência para aumentar ou diminuir? O Isla o passou a tér uma maior visibilidadé com o aténtado 11 dé Sétémbro dé 2001. Ate á dátá háviá áindá uma considéra vél ignora ncia ém rélaça o a ésté féno méno é a ésta réligia o. Esté aténtado foi décisivo para a viragém das polí ticas dé ségurança ém muitos Estados, principalménté nos Estados Unidos. Surprééndéntéménté com ésté féno méno, o nu méro dé créntés a convértérém-sé ao Isla o auméntou significativaménté no mundo é, principalménté nos EUA. Uma das possí véis causas dévé-sé ao conhéciménto mais aprofundado désta réligia o é, por conséguinté, a convérsa o torna-sé natural. Os créntés convértém-sé porqué sé séntém idéntificados com a réligia o, os séus fundaméntos, princí pios é crénças.

Uma das grandés quésto és mundiais qué sé lévantam é a raza o péla qual éxistém tantas bombas, tanto sangué é tantas mortés ém prol da réligia o qué dévéria implantar a paz é o amor. Para téntar éncontrar algumas réspostas, a Proféssora Térésa Alméida é Silva, do Instituto Supérior dé Cié ncias Sociais é Polí ticas, foi a péssoa éscolhida.

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ENTREVISTA

Fundamentalismo islâmico sob o olhar da Professora Teresa A. Silva

M A RTA F E R N A N D E S

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Eleições Europeias 2014

Núcleo de Ciência Política Universidade de Lisboa - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas

Parceria com Jornal Económico do ISEG

CARTAZ CULTURAL

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CONFERÊNCIA “A Singularidade do Holocausto no contexto do Genocídio”

28 JANEIRO — 18h

ETIC_ Ilustra

Até dia 31 de Janeiro

Palácio das Galveias

CICLO INGMAR BERGMAN CICLO INGMAR BERGMAN CICLO INGMAR BERGMAN

Espaço Nimas, LISBOA Espaço Nimas, LISBOA Espaço Nimas, LISBOA ——— Janeiro até MarçoJaneiro até MarçoJaneiro até Março