4ª edição do jornal jsitra

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Edição n.º 4, fevereiro de 2014 www.sitra.pt Entrevista Carlos Silva (Secretário-Geral da UGT) ao (em 14 janeiro de 2014) J-SITRA “A UGT está disponível para um compromisso importante no pós-troika”

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Edição n.º 4, fevereiro de 2014

www.sitra.pt

Entrevista

Carlos Silva

(Secretário-Geral da UGT)

ao

(em 14 janeiro de 2014)

J-SITRA

“A UGT está disponível para um

compromisso

importante no pós-troika”

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Edição n.º 4, fevereiro de 2014

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Dina Monte:

Membro do Conselho Geral da UGT do Secretariado Nacional do SITRA e Coordenadora da ação sindical

no Metropolitano de Lisboa

O CONFISCO

DOS COMPLEMENTOS DE REFORMA

A Lei do Orçamento do estado para 2014 no seu

art.º 75º veio suspender, a partir de janeiro deste

ano, o pagamento dos complementos de pensão

vulgarmente conhecidos por complementos de

reforma, dos reformados e pensionistas do Metro-

politano de Lisboa E.P.E. e da Companhia Carris de

Ferro de Lisboa SA.

Independentemente dos trabalhadores que acede-

ram à pensão de velhice por limite de idade, é sabi-

do que uma grande parte dos atuais reformados

foram incentivados pelas empresas a rescindirem

os seus contratos de trabalho ou até a anteciparem

a sua idade reforma.

O propósito, do acionista Estado, era o de reduzir

substancialmente os quadros de pessoal destas

empresas tendo inclusive, nos últimos anos, consig-

nado essa obrigatoriedade de redução nas Leis do

Orçamento do Estado.

Defraudados, enganados, vilipendiados e rouba-

dos, na verdadeira aceção da palavra, é como se

sentem todos estes trabalhadores, com particular

ênfase os que anteciparam a sua idade legal da

reforma tendo como certo que a empresa cumpri-

ria a sua parte para atenuar o efeito das penaliza-

ções.

A insensibilidade social do Governo é de tal forma

que mesmo tendo conhecimento deste facto ape-

nas se limitou a assegurar uma “condição de recur-

sos” de 600 euros, pouco ou nada se importando

que, em alguns casos, a suspensão do pagamento

deste complemento signifique um corte de mais de

50 % do total do rendimento mensal do reformado.

E na tentativa de contornar uma eventual inconsti-

tucionalidade, por violação do “Princípio da Prote-

ção da Confiança” consignado nos números 3 e 4

do art.º 268.º da Constituição da República Portu-

guesa, o Governo pretendeu dar a este corte um

carácter provisório condicionando a retoma do

pagamento destes complementos ao equilíbrio

financeiro das empresas e, mesmo assim, só após a

verificação de três anos consecutivos de resultados

líquidos positivos.

É na verdade uma formulação falaciosa porque a

basta pensarmos nos milhares de milhões de euros

que representam os passivos acumulados destas

empresas, e dos quais não podem ser assacadas

quaisquer responsabilidades aos trabalhadores,

reformados e pensionistas, para facilmente consta-

tarmos que nenhum dos atuais reformados voltaria

a ter o seu complemento reposto, caso se seguisse

estra regra.

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O Estado Português, representado em cada

momento pelos vários Governos, não se pode exi-

mir das suas responsabilidades nesta matéria. As

empresas por si tuteladas sempre descuraram a

sua obrigação de constituir um fundo de pensões

que assegurasse o pagamento dos complementos.

E não foi porque os vários Sindicatos tivessem

negado a negociação de um regime contributivo.

Nos termos da respetivas convenções coletivas os

trabalhadores têm direito a um complemento à

pensão de reforma ou invalidez atribuída pela

segurança social, calculado na base de 1,5 % sobre

a sua retribuição mensal, desde que a soma deste

complemento e o da pensão não ultrapasse aquela

retribuição.

Esta cláusula consta nos Acordos de Empresa, des-

de 1973 no caso do Metropolitano e desde 1975 no

caso da Carris, e os múltiplos conselhos de adminis-

tração que passaram pelas duas empresas sabiam

perfeitamente da sua obrigação de constituir os

respetivos fundos de pensões mas foram adiando

sistematicamente a decisão deixando para as admi-

nistrações seguintes essa incumbência.

Mas as gestões “à vista” apenas no horizonte de

cada mandato ou de cada Governo foram impediti-

vas de uma visão estratégica de longo prazo que

dotasse estas estas empresas com os instrumentos

necessários para o cumprimento das suas respon-

sabilidades sociais.

Em 1989 foi produzida legislação no sentido de

regulamentar os esquemas de proteção comple-

mentares das prestações garantidas pela segurança

social, que passaram a designar-se regimes profis-

sionais complementares, nos quais, nos parece, se

deveriam incluir estes complementos.

Toda esta matéria deveria ter sido ainda harmoni-

zada com os instrumentos normativos comunitá-

rios, nomeadamente, as Diretivas 77/187/CEE e

80/987/CEE, que previam a tomada de medidas

que garantissem os direitos dos trabalhadores, no

âmbito destes regimes complementares, mesmo

em caso de insolvência, encerramento, fusão ou

transferência da empresa.

Assim, caberia ao Estado, único acionista destas

empresas, consagrar estes princípios no âmbito da

legislação nacional por forma a acautelar os direi-

tos dos trabalhadores nesta matéria. Não o tendo

feito, não poderá eximir-se da sua responsabilidade

como pretende faze-lo agora com esta suspensão.

O atual Governo tomou posse em meados de 2011,

já lá vão quase 3 anos, e bem sabia, à data, da exis-

tência destes complementos. Aliás, os Acordos de

Empresa do Metropolitano e da Carris foram inte-

gralmente publicados no Boletim do Trabalho e

Emprego em 2009, deles constando as cláusulas

relativas aos complementos.

Se não é por pura má-fé que o Governo vem agora

suspender o seu pagamento, que outro motivo o

terá levado a fazê-lo precisamente em 2014 ano

em que, segundo o mesmo Governo, a troika sairá

de Portugal e os indicadores macro económicos

começam a dar sinais de alguma recuperação? E

ainda no momento em que é sabido que o défice

de 2013 ficará abaixo do estabelecido no memo-

rando?

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Os passivos que comportam, e que tudo indica

ficarão na esfera pública, derivam na sua grande

parte de culpas exclusivas do acionista Estado pela

ausência, de décadas e décadas, de uma verdadei-

ra política integrada de transportes e urbanismo,

pelo não pagamento das indemnizações compen-

satórias, pela nomeação de péssimos conselhos de

administração, pelo endividamento que obrigou

estas empresas a contrair junto da banca para

fazer face a investimentos que deveriam ser da

exclusiva responsabilidade do Estado, etc. etc.

Privatizar lucros e socializar despesas é um princí-

pio e que não podemos aceitar neste caso.

O Metropolitano de Lisboa e a Carris são empresas

que, reconhecidamente, já apresentam lucros ope-

racionais e por isso se tornam tão apetecíveis aos

privados.

É uma visão meramente economicista que leva o

Governo a violar despudoradamente a lei e os

acordos de empresa e denota, como já afirmámos,

uma grande insensibilidade social perante as con-

sequências demolidoras e dramáticas de rotura

social que tais cortes provocaram em muitas famí-

lias.

Decorrem no momento negociações com os Sindi-

catos no sentido de se criar um regime contributi-

vo que permita assegurar o pagamento futuro des-

tes complementos.

Para se gerar a confiança e credibilidade para que

este processo possa ter êxito, é necessário que as

empresas rapidamente se empenhem na constitui-

ção dos respetivos fundos de pensões.

Sem prejuízo da negociação em curso, esperemos

que o Tribunal Constitucional se pronuncie rápida

e favoravelmente no sentido do restabelecimento

dos complementos.

Caso contrário muitos dos ex-trabalhadores destas

empresas entrarão na situação de pobreza ou mes-

mo de exclusão social.

Não esperavam, certamente, no século XXI, serem

tão maltratados aqueles que tanto contribuíram

com o seu esforço e suor para a preservação de um

serviço público cuja qualidade é muito superior à

da média nacional.

Sinceramente, pela não mereciam este tratamen-

to.

Fotos da manifestação de Reformados

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Domingos Barão Paulino

Presidente do SITRA,

Vogal do Conselho de Disciplina da UGT

Tesoureiro da União Geral de Consumidores

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Colaboradores do SITRA

(na sede em Lisboa)

Mónica Miguel e Ricardo Almeida

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Editorial

Alexandre Manuel Correia da Silva (Dirigente)

Secretário Nacional do SITRA

Lisboa e a gestão dos Transportes

Os transportes de Lisboa como o

Metro e a Carris, têm vivido momentos

controversos, nomeadamente as possí-

veis concessões que o actual governo

pretende teimosamente efectuar.

Tendo em vista de que o actual Presi-

dente da Câmara de Lisboa, o Dr. Antó-

nio Costa, pretende assumir a respon-

sabilidade destes transportes, seria

benéfico e transversal para Lisboa a

centralização da gestão na Câmara e

inclusivamente beneficiaria, estou cer-

to, os moradores de Lisboa e arredo-

res.

Por outro lado, estando a gestão sob

responsabilidade da Câmara de Lisboa,

seria com certeza mais benéfica para

os utentes, nomeadamente a mobilida-

de mais centralizada, os serviços racio-

nalizados e claro o preçário dos títulos

nomeadamente os passes e bilhética,

as empresas Metro e Carris sob tutela

do Estado manteriam a um nível equi-

tativo. Caso contrário, nas mãos de um

concessionário, o Estado corre o risco

de perder esses controlo e os únicos

prejudicados serão certamente os

utentes que usufruem destes transpor-

tes.

Lisboa, há muito, que trabalha em

prol da sua população, deslocando-se

de forma rápida, segura e simplificada

com um baixo custo; estes padrões

devem ser assegurados para bem da

população.

Como é sabido existe um árduo braço

de ferro entre o actual Presidente da

Câmara de Lisboa e o governo a fim de

se saber quem assumirá a gestão e os

destinos das empresas Metro e Carris.

Por outro lado, salvo melhor opinião,

os utentes e a população Lisboeta em

geral beneficiaria com a transferência

do Metro e da Carris para a esfera da

Câmara Municipal de Lisboa, inclusiva-

mente evitar-se-ia concessões e asse-

gurar-se-ia o serviço público no que

toca a aumentos sucessivos de bilhe-

teira.

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Paralelamente, temos uma das gran-

des armas de crescimento que deve

ser salvaguardada na cidade de Lis-

boa, refiro-me claramente ao Turis-

mo. Quando os utentes são penaliza-

dos com aumentos, os turistas tam-

bém o são!

Termino dizendo que independente-

mente do que venha a acontecer

com este processo, que prevaleça e

seja salvaguardado os utentes e Lis-

boa em geral.

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Tema: O militante Socialista e o movimento sindical

democrático.

Silvino Correia (Dirigente)

Secretário Nacional do SITRA e Coordenador da Zona Sul

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A minha experiencia dentro do mundo do

trabalho ao serviço da Cidadania.

A vida do homem em sociedade reveste-se de

adversidades e problemas que todos os dias põem

em causa a sua existência democrática. Um dos

problemas é o entendimento que cada um de nós

tem da Democracia, e por consequência, a igualda-

de de condições para todos os cidadãos, que pode

encerrar no seu interior os germes da sua potencial

destruição.

Este perigo, está bem latente na paixão cega e

intransigente, que alguns indivíduos nutrem pela

igualdade literal, que tende a gerar um declínio das

potencialidades de realização do homem democrá-

tico, na tendência para pensar cada vez mais no

curto prazo, na propensão individualista que sepa-

ra os indivíduos uns dos outros, enfraquecendo ou

mesmo eliminando todas as estruturas mediadoras

entre a sociedade civil e o Estado, na tendência

centralizadora e uniformizadora que deixará os

indivíduos indefesos face a um estado crescente-

mente regulamentador da vida do cidadão.

Estes potenciais sinais de doença da Democracia

convivem no entanto, com os que a tornam tão

desejável desde o princípio dos tempos, o sinal de

que ela corresponde quer à exigência de reconhe-

cer a Liberdade do Homem, quer à exigência que é

feita à sociedade em que vivemos de fazer existir a

Liberdade, potenciando a participação de todos os

Cidadãos no exercício do poder.

Aqui, levanta-se também o problema da Liberdade

enquanto palco privilegiado do exercício da Demo-

cracia, entendendo-se a Democracia como o gover-

no do povo, para o povo e pelo povo, significa isto

que o povo, fonte da Democracia, não tem de se

submeter a qualquer autoridade que lhe é imposta

do exterior, mas que as decisões que lhe dizem res-

peito devem estar sobre o seu controlo.

Assim o homem entende-se como livre, o mesmo é

dizer, autónomo, responsável, tendo nas suas pró-

prias mãos o seu próprio destino, não tendo de se

submeter a outrem. É assim que a afirmação da

Liberdade humana cria as condições para a emer-

gência da Democracia.

Este povo, capaz de tomar nas suas mãos o seu

próprio destino, é alguém esclarecido pela razão,

livre de preconceitos, construtor da sua própria

opinião sobre a " coisa pública ", participante da

defesa do interesse colectivo em detrimento dos

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interesses particulares, senhor de uma Soberania e

de uma Cidadania inalienáveis, mas que por força

da delegação dessa Soberania nos seus represen-

tantes se vê confrontado com os limites do exercí-

cio da sua própria Cidadania.

Algumas das bases de construção desta democracia

são o movimento associativo, o movimento sindical

e o movimento partidário, do qual o Partido Socia-

lista é um excelente exemplo.

Locais de participação popular por excelência,

estes movimentos já conheceram melhores dias,

contribuindo todos nós de alguma maneira para a

sua melhor ou pior existência. Dando como exem-

plo Portugal, país europeu que viveu uma revolu-

ção em 25 de Abril de 1974, que libertou os cida-

dãos da opressão de uma ditadura com mais de

quatro décadas, estes movimentos tem conhecido

algumas oscilações.

Durante a ditadura, que tinha como princípios polí-

ticos, a defesa do Estado Forte, o Nacionalismo

Corporativo, o Intervencionismo Social, e o Impe-

rialismo Colonial, o direito à livre associação em

movimentos ou organizações de cariz político, ou

que de alguma maneira se opusessem ao regime

vigente, era negado aos indivíduos, restando as

organizações desportivas, as controladas pelo Esta-

do, ou as controladas pela igreja.

O encerramento de jornais, a ilegalização de parti-

dos políticos, o encerramento de organizações

como por ex. a maçonaria, a censura e a polícia

política, existiam para restringir e controlar, lem-

brando permanentemente aos cidadãos que só

uma coisa interessava, um Estado Forte com o

intuito de desarmar movimentos contrários, a

extinção dos interesses individuais ou de grupo,

passando tudo a ser a bem da Nação e pela Nação.

A revolução de 1974 fez despertar consciências e

acordar paixões, presenciando-se por esses dias

um fervilhar de razões e de causas para os indiví-

duos de agregarem em torno de algo. Nos bairros

surgiram as associações de moradores, preocupa-

das com ruas, a iluminação, os transportes, etc., os

clubes desportivos com as suas sedes encafuadas

às vezes em espaços exíguos, onde a sede funcio-

nava como local de reunião para todos, onde tudo

era livre de se falar, quer fosse de desporto, de

política, ou até da saudosa Amália Rodrigues.

Nesses clubes organizavam-se jogos, para os mais

pequenos as escolinhas de futebol, para os mais

velhos jogos de cartas, dominó e xadrez, organiza-

vam-se sessões de esclarecimento onde os repre-

sentantes eleitos pelo povo, presidentes de junta e

não só, vinham prestar esclarecimentos e ouvir da

voz do povo as suas preocupações e esperanças.

Nas escolas começaram a proliferar as associações

de pais, preocupadas com a educação dos seus

filhos, com as condições das salas de aulas, do

recreio, do acompanhamento das crianças por par-

te de auxiliares, preocupadas com o envolvimento

dos professores, com a alimentação nos bares e

cantinas, com tudo enfim que influenciava o dia-a-

dia dos seus filhos.

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Em todas estas associações os indivíduos acredita-

vam em valores comuns, tais como a liberdade, a

fraternidade, a igualdade, o companheirismo e na

virtude da Democracia e do envolvimento cívico

dos cidadãos, surgindo essas associações como

escolas da Democracia por um lado, e como seus

pilares por outro.

Num outro contexto, temos também os sindicatos

e os partidos políticos. Os sindicatos no período

posterior à revolução, conheceram um significativo

aumentar de número, quer de organizações quer

de sindicalizados, são também locais de participa-

ção quer política quer social, onde os indivíduos se

agregam com o intuito de verem resolvidos, pro-

blemas transversais a todos. Os partidos políticos

formados com o desígnio de um dia exercerem o

poder, emergem por vezes de movimentos associa-

tivos que lhes dão corpo e fundamento.

Nas quase quatro décadas que o nosso país leva de

vivência em Liberdade, em relação à evolução do

movimento associativo pode dizer-se que já conhe-

ceu melhores dias, facto também sentido no inte-

rior dos partidos políticos.

Se no período após revolução a Liberdade, a Igual-

dade, o debelar das diferenças sociais, a melhoria

das condições de vida dos indivíduos e dos seus

próximos, era um poderoso catalisador de associa-

ção uns com os outros, na actualidade e com algu-

mas dessas aspirações conquistadas, temos que o

reconhecimento do poder agregado à associação

de indivíduos em torno de um ideal, está de algu-

ma maneira adormecido, com uma sociedade que

privilegia cada vez mais o isolamento dos indiví-

duos no seu núcleo familiar, onde sentimentos

egoístas imperam, olhando o indivíduo para si, para

o individual, descorando o colectivo, o comum,

como se este mundo competitivo em que nos acos-

tuma-mos a viver, nos compele a interiorizar o eu

em detrimento do nós.

Entretanto convêm lembrar que a nossa Democra-

cia ainda é muito jovem, não estando por isso devi-

damente consolidada.

Quantos de nós continuam ainda a pagar a factura

por teimarem em exercer o seu direito de associati-

vismo e sobretudo por continuarem a teimar em

quererem participar na tomada de decisões que de

uma forma ou de outra os venha a afectar.

O movimento sindical e partidário são disso o

exemplo por excelência, mas, apesar disso, conti-

nuamos aqui presentes, apesar de todos os ata-

ques que individualmente sofremos no nosso local

de trabalho.

No entanto convêm continuarmos atentos, pois se

juntos somos verdadeiramente mais fortes, separa-

dos seremos necessariamente mais fracos, e a

Democracia não é algo que possamos dar por

adquirido, pois à espera estarão sempre aqueles,

que tentarão impor a sua vontade, não pela força

dos seus argumentos, não pela discussão ou nego-

ciação, mas sim pela tirania e pela opressão.

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Assim o papel das associações quer sindicais, quer

partidárias, é fundamental na manutenção de

valores democráticos, de Liberdade e Igualdade,

através da formação cívica e participação dos indi-

víduos na construção de um futuro melhor e isen-

to de desigualdades.

Através da minha actividade sindical, sempre que

se consegue levar uma empresa a cumprir com o

disposto na protecção da paternidade, na protec-

ção ao trabalhador-estudante, no cumprimento

das normas de segurança e saúde, sempre que

através do apoio e informação aos associados se

consegue ultrapassar obstáculos, sempre que por

decisão judicial contribuímos para a reposição da

verdade e da normalidade, estou a dar o meu

humilde contributo para uma cidadania mais forte

e activa.

Não existe uma varinha de condão, que num ela-

borado passe de mágica resolva todos os proble-

mas, por isso exemplos de boas práticas nunca são

de mais, e o continuar de desenvolvimento de

esforços positivos terá necessariamente frutos a

longo prazo. Esta foi, é, e continuará a ser a grande

força que nos une, convictos que estamos a contri-

buir para um amanhã melhor.

Silvino Correia

(Dirigente Sindical e militante do Partido Socialista)

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O combate ao desemprego,

a valorização do trabalho, dos salários e

das pensões e a melhoria do

serviço público em prol dos utentes

devem ser prioridades imperativas de

qualquer Governo.

as pessoas não são números

— CONTRA O EMPOBRECIMENTO —

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UGT REJEITA ALTERAÇÃO

AOS DESPEDIMENTOS APROVADA EM CONSELHO DE MINISTROS

Link: com entrevista de Sérgio Monte

http://www.youtube.com/watch?v=p_uK2dwVmMc&feature=youtu.be

O Governo aprovou hoje em Conselho de Ministros a proposta de alteração aos regimes

dos despedimentos por extinção do posto de trabalho e por inadaptação.

Não conhecendo ainda todos os contornos da proposta que será apresentada à Assembleia

da República, as declarações do Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social,

deixam claro que a mesma fica distante das propostas e reivindicações apresentadas pela

UGT.

A UGT lamenta que o Governo insista numa proposta que mantém critérios subjetivos,

centrados nas necessidades das empresas e não dos trabalhadores, e que resultam numa

excessiva margem de discricionariedade dos empregadores.

Esta é uma alteração que satisfaz em muito as pretensões e os objetivos das confederações

patronais e os objetivos de desregulação e de flexibilização do mercado de trabalho em

que a Troika continua a insistir, como ainda ontem se viu nas declarações do FMI a propósi-

to do encerramento da 10ª avaliação do programa de ajustamento.

Consideramos que esta proposta diminui e precariza ainda mais a proteção dos trabalha-

dores, em nada contribui para um mais eficiente funcionamento do mercado de trabalho,

pode potenciar mais desemprego e comporta riscos de uma segunda inconstitucionalida-

de.

A UGT tudo fará junto dos grupos parlamentares e dos demais atores políticos para garan-

tir que qualquer nova legislação nesta matéria não deixe de acomodar as nossas preocupa-

ções e o pleno respeito pela Constituição e pelo Estado de Direito.

Cada parceiro social assumirá as suas responsabilidades.

A UGT está plenamente consciente que tudo fez para obstar a mais este ataque aos direi-

tos laborais dos trabalhadores.

Não deixaremos de insistir no diálogo e na concertação social. Mas com consequências. E

sem imposições unilaterais.

Secretariado Executivo

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Editorial Zeferino Miguel Rodrigues (Dirigente) Conselheiro Geral do SITRA

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A suspensão dos complementos de reforma dos

reformados do Metropolitano de Lisboa e Carris

O País e os Portugueses estão confrontados com

medidas de austeridade impostas pela Troika para

fazer frente à desorganização financeira na qual

Portugal vive. São medidas que levam muitas famí-

lias ao desespero económico e social.

Seria contra os meus princípios não assumir e mos-

trar a minha total solidariedade com os reformados

do Metropolitano de Lisboa e Carris face à suspen-

são destes complementos.

Esta medida, cega, atinge em média 50% dos venci-

mentos destas famílias; é brutal. As mesmas deixa-

rão de poder assumir compromissos, como o paga-

mento da casa ao banco, o carro, a educação dos

filhos (as propinas), endividar-se-ão ainda mais, a

pobreza agravar-se-á e levará, estou certo, ao fra-

casso ainda mais acentuado da classe média. Dúvi-

das não tenho quanto a este processo. Há clara-

mente falta de sensibilidade social.

A Troika financia capital mas não é soberana e, por-

tanto, nem todos os cortes podem ser cegos. Seria

imperativo que o actual governo PSD/CDS-PP refle-

tisse seriamente sobre o artigo 75 do Orçamento

de Estado e repusesse os complementos de refor-

ma a estas famílias.

Os Portugueses não podem ser considerados pes-

soas quando há eleições e consideradas números

quando se governa.

Uma nota importante sobre a taxa de desemprego

A taxa de desemprego em Portugal desceu para os

15,3%, segundo o Instituto Nacional de Estatística

(INE).

É uma boa noticia e um bom indicador e deve cla-

ramente ser tido em consideração; mas não esque-

cer que há muito trabalho a fazer. É, a meu ver,

uma batalha que o governo PSD/CDS-PP deve com-

bater determinadamente. É um dos grandes pro-

blemas da nossa sociedade.

Todavia, há resultados que devem ser reconheci-

dos e a descida da taxa de desemprego para os

15,3% tem e deve ser lido como algo extremamen-

te positivo.

Zeferino Rodrigues

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Edição n.º 4, fevereiro de 2014

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A taxa de desemprego em Portugal desceu; é

verdade, mas não chega!

É imperativo que os nossos governantes

desenvolvam políticas de crescimento e que

combatam este flagelo que assola a nossa

sociedade.

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Paralela- mente,

temos uma das grandes

armas de crescimento

que deve ser salva-

guardada na cida-

de de Lisboa, refiro

-me clara- mente ao

Turismo. Quando os

utentes são penalizados

com aumen- tos, serviços

racionalizados e

qualidade defi-

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Page 23: 4ª edição do jornal jsitra

Edição n.º 4, fevereiro de 2014

www.sitra.pt

SITRA

Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes

APOIO JURÍDICO AOS SÓCIOS

Os associados dispõem de atendimento e apoio Jurídico em

questões relacionadas com o Direito Laboral.

Por favor, caso necessite, procure um Dirigente do SITRA para o

apoiar e encaminhar para a marcação de uma consulta com o

nosso Advogado!

Editores do Jornal online do SITRA - JSITRA Alexandre Manuel Correia da Silva (Secretariado Geral do SITRA) Zeferino Miguel Rodrigues (Conselho Geral do SITRA)

Colaboradores Dina Monte (Membro do Conselho Geral da UGT, Secretariado Geral do SITRA e Coordenadora dos Dirigentes e Delegados do SITRA no Metropoli-tano de Lisboa) Silvino Correia (Secretário Nacional do SITRA e Coordenador da Zona SUL)

21

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Edição n.º 4, fevereiro de 2014

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SITRA

www.sitra.pt

DA

DO

S

PE

SS

OA

IS

Nome

Morada

Código Postal

Carta/condução nº

Data de emissão/

validade

Data de Nascimen-

B.I. nº

Telefone/Telemóvel

E-mail

Sexo

Nacionalidade

Habilitações Literá-

M F

DA

DO

S

PR

OF

ISS

ION

AIS

Empresa

Morada

Código Postal

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