4ª edição do jornal jsitra
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Edição n.º 4, fevereiro de 2014
www.sitra.pt
Entrevista
Carlos Silva
(Secretário-Geral da UGT)
ao
(em 14 janeiro de 2014)
J-SITRA
“A UGT está disponível para um
compromisso
importante no pós-troika”
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Dina Monte:
Membro do Conselho Geral da UGT do Secretariado Nacional do SITRA e Coordenadora da ação sindical
no Metropolitano de Lisboa
O CONFISCO
DOS COMPLEMENTOS DE REFORMA
A Lei do Orçamento do estado para 2014 no seu
art.º 75º veio suspender, a partir de janeiro deste
ano, o pagamento dos complementos de pensão
vulgarmente conhecidos por complementos de
reforma, dos reformados e pensionistas do Metro-
politano de Lisboa E.P.E. e da Companhia Carris de
Ferro de Lisboa SA.
Independentemente dos trabalhadores que acede-
ram à pensão de velhice por limite de idade, é sabi-
do que uma grande parte dos atuais reformados
foram incentivados pelas empresas a rescindirem
os seus contratos de trabalho ou até a anteciparem
a sua idade reforma.
O propósito, do acionista Estado, era o de reduzir
substancialmente os quadros de pessoal destas
empresas tendo inclusive, nos últimos anos, consig-
nado essa obrigatoriedade de redução nas Leis do
Orçamento do Estado.
Defraudados, enganados, vilipendiados e rouba-
dos, na verdadeira aceção da palavra, é como se
sentem todos estes trabalhadores, com particular
ênfase os que anteciparam a sua idade legal da
reforma tendo como certo que a empresa cumpri-
ria a sua parte para atenuar o efeito das penaliza-
ções.
A insensibilidade social do Governo é de tal forma
que mesmo tendo conhecimento deste facto ape-
nas se limitou a assegurar uma “condição de recur-
sos” de 600 euros, pouco ou nada se importando
que, em alguns casos, a suspensão do pagamento
deste complemento signifique um corte de mais de
50 % do total do rendimento mensal do reformado.
E na tentativa de contornar uma eventual inconsti-
tucionalidade, por violação do “Princípio da Prote-
ção da Confiança” consignado nos números 3 e 4
do art.º 268.º da Constituição da República Portu-
guesa, o Governo pretendeu dar a este corte um
carácter provisório condicionando a retoma do
pagamento destes complementos ao equilíbrio
financeiro das empresas e, mesmo assim, só após a
verificação de três anos consecutivos de resultados
líquidos positivos.
É na verdade uma formulação falaciosa porque a
basta pensarmos nos milhares de milhões de euros
que representam os passivos acumulados destas
empresas, e dos quais não podem ser assacadas
quaisquer responsabilidades aos trabalhadores,
reformados e pensionistas, para facilmente consta-
tarmos que nenhum dos atuais reformados voltaria
a ter o seu complemento reposto, caso se seguisse
estra regra.
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O Estado Português, representado em cada
momento pelos vários Governos, não se pode exi-
mir das suas responsabilidades nesta matéria. As
empresas por si tuteladas sempre descuraram a
sua obrigação de constituir um fundo de pensões
que assegurasse o pagamento dos complementos.
E não foi porque os vários Sindicatos tivessem
negado a negociação de um regime contributivo.
Nos termos da respetivas convenções coletivas os
trabalhadores têm direito a um complemento à
pensão de reforma ou invalidez atribuída pela
segurança social, calculado na base de 1,5 % sobre
a sua retribuição mensal, desde que a soma deste
complemento e o da pensão não ultrapasse aquela
retribuição.
Esta cláusula consta nos Acordos de Empresa, des-
de 1973 no caso do Metropolitano e desde 1975 no
caso da Carris, e os múltiplos conselhos de adminis-
tração que passaram pelas duas empresas sabiam
perfeitamente da sua obrigação de constituir os
respetivos fundos de pensões mas foram adiando
sistematicamente a decisão deixando para as admi-
nistrações seguintes essa incumbência.
Mas as gestões “à vista” apenas no horizonte de
cada mandato ou de cada Governo foram impediti-
vas de uma visão estratégica de longo prazo que
dotasse estas estas empresas com os instrumentos
necessários para o cumprimento das suas respon-
sabilidades sociais.
Em 1989 foi produzida legislação no sentido de
regulamentar os esquemas de proteção comple-
mentares das prestações garantidas pela segurança
social, que passaram a designar-se regimes profis-
sionais complementares, nos quais, nos parece, se
deveriam incluir estes complementos.
Toda esta matéria deveria ter sido ainda harmoni-
zada com os instrumentos normativos comunitá-
rios, nomeadamente, as Diretivas 77/187/CEE e
80/987/CEE, que previam a tomada de medidas
que garantissem os direitos dos trabalhadores, no
âmbito destes regimes complementares, mesmo
em caso de insolvência, encerramento, fusão ou
transferência da empresa.
Assim, caberia ao Estado, único acionista destas
empresas, consagrar estes princípios no âmbito da
legislação nacional por forma a acautelar os direi-
tos dos trabalhadores nesta matéria. Não o tendo
feito, não poderá eximir-se da sua responsabilidade
como pretende faze-lo agora com esta suspensão.
O atual Governo tomou posse em meados de 2011,
já lá vão quase 3 anos, e bem sabia, à data, da exis-
tência destes complementos. Aliás, os Acordos de
Empresa do Metropolitano e da Carris foram inte-
gralmente publicados no Boletim do Trabalho e
Emprego em 2009, deles constando as cláusulas
relativas aos complementos.
Se não é por pura má-fé que o Governo vem agora
suspender o seu pagamento, que outro motivo o
terá levado a fazê-lo precisamente em 2014 ano
em que, segundo o mesmo Governo, a troika sairá
de Portugal e os indicadores macro económicos
começam a dar sinais de alguma recuperação? E
ainda no momento em que é sabido que o défice
de 2013 ficará abaixo do estabelecido no memo-
rando?
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Os passivos que comportam, e que tudo indica
ficarão na esfera pública, derivam na sua grande
parte de culpas exclusivas do acionista Estado pela
ausência, de décadas e décadas, de uma verdadei-
ra política integrada de transportes e urbanismo,
pelo não pagamento das indemnizações compen-
satórias, pela nomeação de péssimos conselhos de
administração, pelo endividamento que obrigou
estas empresas a contrair junto da banca para
fazer face a investimentos que deveriam ser da
exclusiva responsabilidade do Estado, etc. etc.
Privatizar lucros e socializar despesas é um princí-
pio e que não podemos aceitar neste caso.
O Metropolitano de Lisboa e a Carris são empresas
que, reconhecidamente, já apresentam lucros ope-
racionais e por isso se tornam tão apetecíveis aos
privados.
É uma visão meramente economicista que leva o
Governo a violar despudoradamente a lei e os
acordos de empresa e denota, como já afirmámos,
uma grande insensibilidade social perante as con-
sequências demolidoras e dramáticas de rotura
social que tais cortes provocaram em muitas famí-
lias.
Decorrem no momento negociações com os Sindi-
catos no sentido de se criar um regime contributi-
vo que permita assegurar o pagamento futuro des-
tes complementos.
Para se gerar a confiança e credibilidade para que
este processo possa ter êxito, é necessário que as
empresas rapidamente se empenhem na constitui-
ção dos respetivos fundos de pensões.
Sem prejuízo da negociação em curso, esperemos
que o Tribunal Constitucional se pronuncie rápida
e favoravelmente no sentido do restabelecimento
dos complementos.
Caso contrário muitos dos ex-trabalhadores destas
empresas entrarão na situação de pobreza ou mes-
mo de exclusão social.
Não esperavam, certamente, no século XXI, serem
tão maltratados aqueles que tanto contribuíram
com o seu esforço e suor para a preservação de um
serviço público cuja qualidade é muito superior à
da média nacional.
Sinceramente, pela não mereciam este tratamen-
to.
Fotos da manifestação de Reformados
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Domingos Barão Paulino
Presidente do SITRA,
Vogal do Conselho de Disciplina da UGT
Tesoureiro da União Geral de Consumidores
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Colaboradores do SITRA
(na sede em Lisboa)
Mónica Miguel e Ricardo Almeida
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Editorial
Alexandre Manuel Correia da Silva (Dirigente)
Secretário Nacional do SITRA
Lisboa e a gestão dos Transportes
Os transportes de Lisboa como o
Metro e a Carris, têm vivido momentos
controversos, nomeadamente as possí-
veis concessões que o actual governo
pretende teimosamente efectuar.
Tendo em vista de que o actual Presi-
dente da Câmara de Lisboa, o Dr. Antó-
nio Costa, pretende assumir a respon-
sabilidade destes transportes, seria
benéfico e transversal para Lisboa a
centralização da gestão na Câmara e
inclusivamente beneficiaria, estou cer-
to, os moradores de Lisboa e arredo-
res.
Por outro lado, estando a gestão sob
responsabilidade da Câmara de Lisboa,
seria com certeza mais benéfica para
os utentes, nomeadamente a mobilida-
de mais centralizada, os serviços racio-
nalizados e claro o preçário dos títulos
nomeadamente os passes e bilhética,
as empresas Metro e Carris sob tutela
do Estado manteriam a um nível equi-
tativo. Caso contrário, nas mãos de um
concessionário, o Estado corre o risco
de perder esses controlo e os únicos
prejudicados serão certamente os
utentes que usufruem destes transpor-
tes.
Lisboa, há muito, que trabalha em
prol da sua população, deslocando-se
de forma rápida, segura e simplificada
com um baixo custo; estes padrões
devem ser assegurados para bem da
população.
Como é sabido existe um árduo braço
de ferro entre o actual Presidente da
Câmara de Lisboa e o governo a fim de
se saber quem assumirá a gestão e os
destinos das empresas Metro e Carris.
Por outro lado, salvo melhor opinião,
os utentes e a população Lisboeta em
geral beneficiaria com a transferência
do Metro e da Carris para a esfera da
Câmara Municipal de Lisboa, inclusiva-
mente evitar-se-ia concessões e asse-
gurar-se-ia o serviço público no que
toca a aumentos sucessivos de bilhe-
teira.
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Paralelamente, temos uma das gran-
des armas de crescimento que deve
ser salvaguardada na cidade de Lis-
boa, refiro-me claramente ao Turis-
mo. Quando os utentes são penaliza-
dos com aumentos, os turistas tam-
bém o são!
Termino dizendo que independente-
mente do que venha a acontecer
com este processo, que prevaleça e
seja salvaguardado os utentes e Lis-
boa em geral.
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Tema: O militante Socialista e o movimento sindical
democrático.
Silvino Correia (Dirigente)
Secretário Nacional do SITRA e Coordenador da Zona Sul
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A minha experiencia dentro do mundo do
trabalho ao serviço da Cidadania.
A vida do homem em sociedade reveste-se de
adversidades e problemas que todos os dias põem
em causa a sua existência democrática. Um dos
problemas é o entendimento que cada um de nós
tem da Democracia, e por consequência, a igualda-
de de condições para todos os cidadãos, que pode
encerrar no seu interior os germes da sua potencial
destruição.
Este perigo, está bem latente na paixão cega e
intransigente, que alguns indivíduos nutrem pela
igualdade literal, que tende a gerar um declínio das
potencialidades de realização do homem democrá-
tico, na tendência para pensar cada vez mais no
curto prazo, na propensão individualista que sepa-
ra os indivíduos uns dos outros, enfraquecendo ou
mesmo eliminando todas as estruturas mediadoras
entre a sociedade civil e o Estado, na tendência
centralizadora e uniformizadora que deixará os
indivíduos indefesos face a um estado crescente-
mente regulamentador da vida do cidadão.
Estes potenciais sinais de doença da Democracia
convivem no entanto, com os que a tornam tão
desejável desde o princípio dos tempos, o sinal de
que ela corresponde quer à exigência de reconhe-
cer a Liberdade do Homem, quer à exigência que é
feita à sociedade em que vivemos de fazer existir a
Liberdade, potenciando a participação de todos os
Cidadãos no exercício do poder.
Aqui, levanta-se também o problema da Liberdade
enquanto palco privilegiado do exercício da Demo-
cracia, entendendo-se a Democracia como o gover-
no do povo, para o povo e pelo povo, significa isto
que o povo, fonte da Democracia, não tem de se
submeter a qualquer autoridade que lhe é imposta
do exterior, mas que as decisões que lhe dizem res-
peito devem estar sobre o seu controlo.
Assim o homem entende-se como livre, o mesmo é
dizer, autónomo, responsável, tendo nas suas pró-
prias mãos o seu próprio destino, não tendo de se
submeter a outrem. É assim que a afirmação da
Liberdade humana cria as condições para a emer-
gência da Democracia.
Este povo, capaz de tomar nas suas mãos o seu
próprio destino, é alguém esclarecido pela razão,
livre de preconceitos, construtor da sua própria
opinião sobre a " coisa pública ", participante da
defesa do interesse colectivo em detrimento dos
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interesses particulares, senhor de uma Soberania e
de uma Cidadania inalienáveis, mas que por força
da delegação dessa Soberania nos seus represen-
tantes se vê confrontado com os limites do exercí-
cio da sua própria Cidadania.
Algumas das bases de construção desta democracia
são o movimento associativo, o movimento sindical
e o movimento partidário, do qual o Partido Socia-
lista é um excelente exemplo.
Locais de participação popular por excelência,
estes movimentos já conheceram melhores dias,
contribuindo todos nós de alguma maneira para a
sua melhor ou pior existência. Dando como exem-
plo Portugal, país europeu que viveu uma revolu-
ção em 25 de Abril de 1974, que libertou os cida-
dãos da opressão de uma ditadura com mais de
quatro décadas, estes movimentos tem conhecido
algumas oscilações.
Durante a ditadura, que tinha como princípios polí-
ticos, a defesa do Estado Forte, o Nacionalismo
Corporativo, o Intervencionismo Social, e o Impe-
rialismo Colonial, o direito à livre associação em
movimentos ou organizações de cariz político, ou
que de alguma maneira se opusessem ao regime
vigente, era negado aos indivíduos, restando as
organizações desportivas, as controladas pelo Esta-
do, ou as controladas pela igreja.
O encerramento de jornais, a ilegalização de parti-
dos políticos, o encerramento de organizações
como por ex. a maçonaria, a censura e a polícia
política, existiam para restringir e controlar, lem-
brando permanentemente aos cidadãos que só
uma coisa interessava, um Estado Forte com o
intuito de desarmar movimentos contrários, a
extinção dos interesses individuais ou de grupo,
passando tudo a ser a bem da Nação e pela Nação.
A revolução de 1974 fez despertar consciências e
acordar paixões, presenciando-se por esses dias
um fervilhar de razões e de causas para os indiví-
duos de agregarem em torno de algo. Nos bairros
surgiram as associações de moradores, preocupa-
das com ruas, a iluminação, os transportes, etc., os
clubes desportivos com as suas sedes encafuadas
às vezes em espaços exíguos, onde a sede funcio-
nava como local de reunião para todos, onde tudo
era livre de se falar, quer fosse de desporto, de
política, ou até da saudosa Amália Rodrigues.
Nesses clubes organizavam-se jogos, para os mais
pequenos as escolinhas de futebol, para os mais
velhos jogos de cartas, dominó e xadrez, organiza-
vam-se sessões de esclarecimento onde os repre-
sentantes eleitos pelo povo, presidentes de junta e
não só, vinham prestar esclarecimentos e ouvir da
voz do povo as suas preocupações e esperanças.
Nas escolas começaram a proliferar as associações
de pais, preocupadas com a educação dos seus
filhos, com as condições das salas de aulas, do
recreio, do acompanhamento das crianças por par-
te de auxiliares, preocupadas com o envolvimento
dos professores, com a alimentação nos bares e
cantinas, com tudo enfim que influenciava o dia-a-
dia dos seus filhos.
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Em todas estas associações os indivíduos acredita-
vam em valores comuns, tais como a liberdade, a
fraternidade, a igualdade, o companheirismo e na
virtude da Democracia e do envolvimento cívico
dos cidadãos, surgindo essas associações como
escolas da Democracia por um lado, e como seus
pilares por outro.
Num outro contexto, temos também os sindicatos
e os partidos políticos. Os sindicatos no período
posterior à revolução, conheceram um significativo
aumentar de número, quer de organizações quer
de sindicalizados, são também locais de participa-
ção quer política quer social, onde os indivíduos se
agregam com o intuito de verem resolvidos, pro-
blemas transversais a todos. Os partidos políticos
formados com o desígnio de um dia exercerem o
poder, emergem por vezes de movimentos associa-
tivos que lhes dão corpo e fundamento.
Nas quase quatro décadas que o nosso país leva de
vivência em Liberdade, em relação à evolução do
movimento associativo pode dizer-se que já conhe-
ceu melhores dias, facto também sentido no inte-
rior dos partidos políticos.
Se no período após revolução a Liberdade, a Igual-
dade, o debelar das diferenças sociais, a melhoria
das condições de vida dos indivíduos e dos seus
próximos, era um poderoso catalisador de associa-
ção uns com os outros, na actualidade e com algu-
mas dessas aspirações conquistadas, temos que o
reconhecimento do poder agregado à associação
de indivíduos em torno de um ideal, está de algu-
ma maneira adormecido, com uma sociedade que
privilegia cada vez mais o isolamento dos indiví-
duos no seu núcleo familiar, onde sentimentos
egoístas imperam, olhando o indivíduo para si, para
o individual, descorando o colectivo, o comum,
como se este mundo competitivo em que nos acos-
tuma-mos a viver, nos compele a interiorizar o eu
em detrimento do nós.
Entretanto convêm lembrar que a nossa Democra-
cia ainda é muito jovem, não estando por isso devi-
damente consolidada.
Quantos de nós continuam ainda a pagar a factura
por teimarem em exercer o seu direito de associati-
vismo e sobretudo por continuarem a teimar em
quererem participar na tomada de decisões que de
uma forma ou de outra os venha a afectar.
O movimento sindical e partidário são disso o
exemplo por excelência, mas, apesar disso, conti-
nuamos aqui presentes, apesar de todos os ata-
ques que individualmente sofremos no nosso local
de trabalho.
No entanto convêm continuarmos atentos, pois se
juntos somos verdadeiramente mais fortes, separa-
dos seremos necessariamente mais fracos, e a
Democracia não é algo que possamos dar por
adquirido, pois à espera estarão sempre aqueles,
que tentarão impor a sua vontade, não pela força
dos seus argumentos, não pela discussão ou nego-
ciação, mas sim pela tirania e pela opressão.
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Assim o papel das associações quer sindicais, quer
partidárias, é fundamental na manutenção de
valores democráticos, de Liberdade e Igualdade,
através da formação cívica e participação dos indi-
víduos na construção de um futuro melhor e isen-
to de desigualdades.
Através da minha actividade sindical, sempre que
se consegue levar uma empresa a cumprir com o
disposto na protecção da paternidade, na protec-
ção ao trabalhador-estudante, no cumprimento
das normas de segurança e saúde, sempre que
através do apoio e informação aos associados se
consegue ultrapassar obstáculos, sempre que por
decisão judicial contribuímos para a reposição da
verdade e da normalidade, estou a dar o meu
humilde contributo para uma cidadania mais forte
e activa.
Não existe uma varinha de condão, que num ela-
borado passe de mágica resolva todos os proble-
mas, por isso exemplos de boas práticas nunca são
de mais, e o continuar de desenvolvimento de
esforços positivos terá necessariamente frutos a
longo prazo. Esta foi, é, e continuará a ser a grande
força que nos une, convictos que estamos a contri-
buir para um amanhã melhor.
Silvino Correia
(Dirigente Sindical e militante do Partido Socialista)
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O combate ao desemprego,
a valorização do trabalho, dos salários e
das pensões e a melhoria do
serviço público em prol dos utentes
devem ser prioridades imperativas de
qualquer Governo.
as pessoas não são números
— CONTRA O EMPOBRECIMENTO —
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UGT REJEITA ALTERAÇÃO
AOS DESPEDIMENTOS APROVADA EM CONSELHO DE MINISTROS
Link: com entrevista de Sérgio Monte
http://www.youtube.com/watch?v=p_uK2dwVmMc&feature=youtu.be
O Governo aprovou hoje em Conselho de Ministros a proposta de alteração aos regimes
dos despedimentos por extinção do posto de trabalho e por inadaptação.
Não conhecendo ainda todos os contornos da proposta que será apresentada à Assembleia
da República, as declarações do Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social,
deixam claro que a mesma fica distante das propostas e reivindicações apresentadas pela
UGT.
A UGT lamenta que o Governo insista numa proposta que mantém critérios subjetivos,
centrados nas necessidades das empresas e não dos trabalhadores, e que resultam numa
excessiva margem de discricionariedade dos empregadores.
Esta é uma alteração que satisfaz em muito as pretensões e os objetivos das confederações
patronais e os objetivos de desregulação e de flexibilização do mercado de trabalho em
que a Troika continua a insistir, como ainda ontem se viu nas declarações do FMI a propósi-
to do encerramento da 10ª avaliação do programa de ajustamento.
Consideramos que esta proposta diminui e precariza ainda mais a proteção dos trabalha-
dores, em nada contribui para um mais eficiente funcionamento do mercado de trabalho,
pode potenciar mais desemprego e comporta riscos de uma segunda inconstitucionalida-
de.
A UGT tudo fará junto dos grupos parlamentares e dos demais atores políticos para garan-
tir que qualquer nova legislação nesta matéria não deixe de acomodar as nossas preocupa-
ções e o pleno respeito pela Constituição e pelo Estado de Direito.
Cada parceiro social assumirá as suas responsabilidades.
A UGT está plenamente consciente que tudo fez para obstar a mais este ataque aos direi-
tos laborais dos trabalhadores.
Não deixaremos de insistir no diálogo e na concertação social. Mas com consequências. E
sem imposições unilaterais.
Secretariado Executivo
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Editorial Zeferino Miguel Rodrigues (Dirigente) Conselheiro Geral do SITRA
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A suspensão dos complementos de reforma dos
reformados do Metropolitano de Lisboa e Carris
O País e os Portugueses estão confrontados com
medidas de austeridade impostas pela Troika para
fazer frente à desorganização financeira na qual
Portugal vive. São medidas que levam muitas famí-
lias ao desespero económico e social.
Seria contra os meus princípios não assumir e mos-
trar a minha total solidariedade com os reformados
do Metropolitano de Lisboa e Carris face à suspen-
são destes complementos.
Esta medida, cega, atinge em média 50% dos venci-
mentos destas famílias; é brutal. As mesmas deixa-
rão de poder assumir compromissos, como o paga-
mento da casa ao banco, o carro, a educação dos
filhos (as propinas), endividar-se-ão ainda mais, a
pobreza agravar-se-á e levará, estou certo, ao fra-
casso ainda mais acentuado da classe média. Dúvi-
das não tenho quanto a este processo. Há clara-
mente falta de sensibilidade social.
A Troika financia capital mas não é soberana e, por-
tanto, nem todos os cortes podem ser cegos. Seria
imperativo que o actual governo PSD/CDS-PP refle-
tisse seriamente sobre o artigo 75 do Orçamento
de Estado e repusesse os complementos de refor-
ma a estas famílias.
Os Portugueses não podem ser considerados pes-
soas quando há eleições e consideradas números
quando se governa.
Uma nota importante sobre a taxa de desemprego
A taxa de desemprego em Portugal desceu para os
15,3%, segundo o Instituto Nacional de Estatística
(INE).
É uma boa noticia e um bom indicador e deve cla-
ramente ser tido em consideração; mas não esque-
cer que há muito trabalho a fazer. É, a meu ver,
uma batalha que o governo PSD/CDS-PP deve com-
bater determinadamente. É um dos grandes pro-
blemas da nossa sociedade.
Todavia, há resultados que devem ser reconheci-
dos e a descida da taxa de desemprego para os
15,3% tem e deve ser lido como algo extremamen-
te positivo.
Zeferino Rodrigues
Edição n.º 4, fevereiro de 2014
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A taxa de desemprego em Portugal desceu; é
verdade, mas não chega!
É imperativo que os nossos governantes
desenvolvam políticas de crescimento e que
combatam este flagelo que assola a nossa
sociedade.
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Paralela- mente,
temos uma das grandes
armas de crescimento
que deve ser salva-
guardada na cida-
de de Lisboa, refiro
-me clara- mente ao
Turismo. Quando os
utentes são penalizados
com aumen- tos, serviços
racionalizados e
qualidade defi-
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APOIO JURÍDICO AOS SÓCIOS
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questões relacionadas com o Direito Laboral.
Por favor, caso necessite, procure um Dirigente do SITRA para o
apoiar e encaminhar para a marcação de uma consulta com o
nosso Advogado!
Editores do Jornal online do SITRA - JSITRA Alexandre Manuel Correia da Silva (Secretariado Geral do SITRA) Zeferino Miguel Rodrigues (Conselho Geral do SITRA)
Colaboradores Dina Monte (Membro do Conselho Geral da UGT, Secretariado Geral do SITRA e Coordenadora dos Dirigentes e Delegados do SITRA no Metropoli-tano de Lisboa) Silvino Correia (Secretário Nacional do SITRA e Coordenador da Zona SUL)
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DA
DO
S
PE
SS
OA
IS
Nome
Morada
Código Postal
Carta/condução nº
Data de emissão/
validade
Data de Nascimen-
B.I. nº
Telefone/Telemóvel
Sexo
Nacionalidade
Habilitações Literá-
M F
DA
DO
S
PR
OF
ISS
ION
AIS
Empresa
Morada
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SÓCIO Nº
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