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IC01-RT005 4-126
4.2. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA AID DO EMPREENDIMENTO
Neste capítulo são apresentados os estudos realizados para a Área de
Influência Direta (AID) do empreendimento, contemplando os aspectos dos
meios físico, biótico e socioeconômico.
A AID do empreendimento corresponde ao território no entorno da
área de interferência, a qual pode ser afetada pelos seus potenciais
impactos.
Para potencializar o diagnóstico ambiental, foram adotados dois
limites diferentes de Áreas de Influência Direta, sendo um para os meios
físico e biótico e outro para o meio socioeconômico.
Os estudos relativos aos meios físico e biótico abrangem a área da
sub-bacia do Rio Branco onde está localizado o empreendimento,
extendendo-se por parte do território dos municípios de Praia Grande, São
Vicente e Cubatão.
Os limites da AID para o meio socioeconômico foram baseados na
localização do empreendimento, em questões relacionadas a acessos,
transporte e sistemas viários e em infra-estruturas atingidas.
Na Área de Influência Direta (AID), foram realizados levantamentos
de campo, para o detalhamento e complementação dos dados secundários
obtidos nos estudos da AII, através da análise e integração de investigações
e levantamentos específicos de dados dos meios socioeconômico, biótico e
físico.
Os estudos na AID encontram-se baseados na confecção de mapas na
escala de 1:50.000, abordando temas como: uso e ocupação do solo,
vegetação, geologia, geomorfologia, pedologia, etc.
Estes mapas temáticos foram elaborados a partir do tratamento e
análise de imagens de satélite obtidas por meio do software Google Earth
Pro®, plantas topográficas e levantamentos sistemáticos de campo, tendo
como diretrizes básicas, o disposto nas instruções contidas nos artigos 6º e
9º da Resolução nº 001/86 do CONAMA, adotando as diretrizes constantes
do documento “Orientações para Elaboração da Documentação
Cartográfica”, disponibilizado pela SMA/DAIA.
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Os mapas temáticos foram utilizados para analisar as inter-relações
entre a implantação e a operação do empreendimento, a dinâmica dos
meios socioeconômico, biótico e físico na área de abrangência da AID,
buscando-se identificar, preliminarmente, os setores ou sistemas
potencialmente impactáveis pelo empreendimento.
4.2.1. Caracterização do Meio Físico
A caracterização da AID teve como objetivo principal compreender os
principais aspectos relacionados aos tipos de terreno, relacionando de forma
sucinta as unidades geológicas, geomorfológicas e pedológicas que estão
inseridas na AID, já que no capítulo Caracterização e Análise do Meio Físico
da AII, essas unidades foram descritas de forma detalhada
4.2.1.1. Geologia
O substrato geológico da área de influência Direta (AID) é composto
por coberturas cenozóicas, correspondente a faixa litorânea, mais
especificamente por Sedimentos Marinhos e Mistos (Qm). A localização de
tal ocorrência pode ser observada no Mapa 4.2.1.1-1: Mapa Geológico
da AID.
Essa formação geológica é resultante da evolução de fases tectônicas
combinadas com variações do nível médio do mar e flutuações climáticas
regionais.
Uma breve descrição da unidade litoestratigráfica presente na Área
de Influência Direta (AID) pode ser observada na Tabela 4.2.1.1-1, a
seguir.
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Tabela 4.2.1.1-1: Unidade litoestratigráfica presente na Área de Influência
Direta (AID) do empreendimento.
EON ERA Período Símbolo/Formação
Geológica Litologias
Fan
ero
zóic
o
Cen
ozó
ico
Qu
ate
rnári
o
Ho
loce
no
Qm – Sedimentos
Marinhos e Mistos
Sedimentos atuais e sub-atuais,
incluindo termos arenosos e praiais,
depósitos marinhos localmente,
trabalhados por ação fluvial e/ou
eólica, termos areno-sílticos-argilosos
de deposição flúvio-marinho-lacustre
e depósito de mangue
Fonte: IPT, 1981.
As coberturas cenozóicas correspondem às seqüências sedimentares
inconsolidadas, encontradas nas áreas planas e baixas da Planície Costeira e
no sopé das encostas e são representadas nesta área pela seguinte unidade
geológica:
Qm – Externamente às ocorrências da Formação Cananéia são
encontradas extensas porções de Sedimentos Marinhos e Mistos, atuais e
sub-atuais, localmente retrabalhados por ação fluvial e/ou eólica de origem
flúvio-marinho-lacustre, bem como os depósitos de mangues mais
modernos. As espessuras desses sedimentos variados (arenosos a
argilosos, termos lamosos com elevado teor de bio-detritos orgânicos de
mangue), chegam a alcançar mais de 50 m (Fotos 4.2.1.1-1 a 4.2.1.1-4).
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Foto 4.2.1.1-1: Observa-se porção argilosa, com elevado teor de biotita, em contato com porção arenosa, pertencentes a Formação Sedimentos Marinhos e Mistos.
Foto 4.2.1.1-2: Detalhe da porção mais arenosa
Foto 4.2.1.1-3: Detalhe da porção mais argilosa.
Foto 4.2.1.1-4: Notar a presença de bio-detritos na porção argilosa da Formação.
A seguir é apresentado o Mapa 4.2.1.1-1: Mapa Geológico da
AID.
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Mapa 4.2.1.1-1: Mapa Geológico da AID.
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4.2.1.2. Geomorfologia
A Área de Influência Direta (AID) compreende parte dos municípios
de Cubatão, São Vicente e Praia Grande. A Divisão geomorfológica desta
Área é observada na Tabela 4.2.1.2-1, abaixo:
Tabela 4.2.1.2-1: Divisão Geomorfológica da Área de
Influência Direta (AID).
Província Zona Subzona
Província Costeira Baixada Litorânea ---------------
Serrania Costeira Serra do Mar
A área da AID está inserida na Província Costeira, a qual corresponde
à área do estado drenada diretamente para o mar, constituindo o rebordo
do planalto atlântico (Figura 4.2.1.2-1).
Fonte: Adaptado de ALMEIDA, 1964.
Figura 4.2.1.2-1: Em amarelo, região de domínio da Província Costeira no
Estado de São Paulo.
É em maior parte uma região serrana contínua (Zona Serrania
Costeira/Subzona Serra do Mar), que à beira-mar cede lugar a uma
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sequência de planícies de variadas origens (Zona Baixada Litorânea)
(Figura 4.2.1.2-2).
Fonte: PONÇANO et al., 1981 (modificado).
Figura 4.2.1.2-2: Em amarelo claro (2) observa-se a Zona Baixada
Litorânea. Em marrom (1a) observa-se a Zona Serrania Costeira/Subzona
Serra do Mar.
A zona Serrania Costeira encontra-se dividida em 5 subzonas, das
quais apenas uma encontra-se dentro dos limites da AID, sendo a Subzona
Serra do Mar. São escarpas ora festonadas, ora desfeitas em espigões
lineares digitados. Em certos locais exibem verdadeiros degraus
topográficos, formados por planaltos situados em diferentes níveis. São
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relevos do tipo SERRAS ALONGADAS (251) (Fotos 4.2.1.2-1 e 4.2.1.2-2),
cujos topos perdem altura de modo gradual, de leste para oeste, a partir
das bordas do Planalto Atlântico. A localização de tal ocorrência pode ser
observada no Mapa 4.2.1.2-1: Mapa Geomorfológico da AID.
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Mapa 4.2.1.2-1: Mapa Geomorfológico da AID
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Foto 4.2.1.2-1: Vista da Serra do Mar. Notar as escarpas desfeitas em espigões lineares digitados.
Foto 4.2.1.2-2: Nota-se um degrau topográfico, formado por planalto situado em nível diferente do planalto a sua esquerda.
A zona Baixada Litorânea apresenta sistemas de relevo referentes às
PLANÍCIES COSTEIRAS (121) (Fotos 4.2.1.2-3 e 4.2.1.2-4) e os
MANGUES (123) (Fotos 4.2.1.2-5 e 4.2.1.2-6). A localização de tal
ocorrência pode ser observada no Mapa 8.1.1-1: Mapa Geomorfológico da
AID.
Foto 4.2.1.2-3: Notar os terrenos baixos e planos, próximos ao nível do mar. Ao fundo observa-se a Serra do Mar.
Foto 4.2.1.2-4: Notar a baixa densidade de drenagem da planície costeira, com terrenos planos.
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Foto 4.2.1.2-5: Terrenos baixos, quase horizontais, ao nível de oscilação das marés.
Foto 4.2.1.2-6: Notar o terreno alagadiço, com presença de vegetação típica.
As Planícies Costeiras se desenvolvem sobre um pacote de
sedimentos quaternários, comportando diferenças de espessura. Assim,
tem-se na base sedimentos fluviais relacionáveis à Formação Pariquera-Açu,
que passam por depósitos predominantemente argilosos de ambiente misto,
capeados por depósitos arenosos de origem marinha, referidos à Formação
Cananéia.
Uma breve descrição das formas do relevo presentes na Área de
Influência Direta (AID) pode ser observada na Tabela 4.2.1.2-2, a seguir.
Tabela 4.2.1.2-2: Formas de relevo presentes na Área de Influência
Direta (AID) do empreendimento.
GEOMORFOLOGIA
FORMAS DO RELEVO CARACTERÍSTICA DAS UNIDADES
RELEVOS DE AGRADAÇÃO
Litorâneas
121 – Planícies Costeiras: terrenos baixos e mais ou menos planos, próximos ao nível do mar, com baixa densidade de drenagem, padrão meandrante, localmente anastomosados. Como formas subordinadas ocorrem cordões (praias, dunas, etc)
123 – Mangues: terrenos baixos, quase horizontais, ao nível de oscilação das marés, caracterizados por sedimentos tipo vasa (lama) e vegetação típica. Drenagem com padrão difuso.
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Tabela 4.2.1.2-2: Formas de relevo presentes na Área de Influência
Direta (AID) do empreendimento.
GEOMORFOLOGIA
FORMAS DO RELEVO CARACTERÍSTICA DAS UNIDADES
Relevo Montanhoso
251 – Serras alongadas: topos angulosos, vertentes ravinadas com perfis retilíneos, por vezes abruptos. Drenagem de alta densidade, padrão paralelo pinulado, vales fechados.
Fonte: PONÇANO et al., 1981.
4.2.1.3. Pedologia
Segundo o Mapa Pedológico do Estado de São Paulo, escala
1:500.000 (OLIVEIRA et al., 1999), na Área de Influência Direta (AID) são
identificados três tipos de classes de solo, sendo:
• Cambissolos Háplicos (CX);
• Espodossolos Ferrocárbicos (ES); e
• Gleissolos Sálicos (GZ).
Dentre estes três tipos de classes de solo, verifica-se uma unidade de
mapeamento do CX, uma ES e uma GZ, totalizando três unidades na região,
como pode ser observado no Mapa 4.2.1.3-1: Mapa Pedológico da AID,
sendo:
TIPOS DE CLASSES DE SOLO UNIDADES DE MAPEAMENTO
Cambissolos Háplicos (CX) CX11
Espodossolos Ferrocárbicos (ES) ES1
Gleissolos Sálicos (GZ) GZ2
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Mapa 4.2.1.3-1: Mapa Pedológico da AID
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CX11 – Distróficos com horizonte A moderado e proeminente, relevo
forte ondulado e montanhoso + Latossolos Vermelhos-Amarelos. Distróficos
A moderado relevo forte ondulado. Ambos com textura argilosa. São solos
constituídos por material mineral, que apresenta horizonte A ou hístico com
espessura < 40cm, seguido de horizonte B incipiente (Foto 4.2.1.3-1).
Os Cambissolos da AID estão situados em relevo ondulado.
Apresentam elevada erodibilidade, forte risco de degradação, forte limitação
à trafegabilidade, à qual é aumentada com a pedregosidade e afloramentos
de rocha. São solos pobres em nutrientes e ácidos, apresentando elevados
teores de alumínio. É comum a presença de solos apresentando horizonte
Cr (saprolito) constituído por rocha parcialmente intemperizada a
profundidades inferiores a 1,5m. Geralmente, tais saprolitos apresentam
significativo estado de intemperismo, apresentando consistência branda.
Por serem pouco evoluídos, os Cambissolos apresentam, em geral,
significativos teores de minerais primários facilmente intemperizáveis.
Foto 4.2.1.3-1: Perfil do
solo limítrofe aos limites
norte, leste e sudoeste da
AID, onde se observa a
coloração amarelo-
avermelhado e sua textura
argilosa.
ES1 – Órticos, com horizonte A proeminente e modera. Textura
arenosa + NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos distróficos com horizonte
A moderado. Situam-se em relevo plano, ocupando, geralmente, a parte
frontal da planície. Estão assentados sobre sedimentos arenosos marinhos,
na forma de terraços e cordões de restinga.
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Os Espodossolos Ferrocárbicos são essencialmente arenosos e muito
permeáveis. O mineral predominante é o quartzo, sem ocorrência de
minerais primários intemperizáveis. Ocorrem normalmente em áreas
litorâneas e/ou de várzea, sendo que a baixa capacidade de retenção de
água, condicionada pela granulometria grossa, é compensada pelo regime
de chuvas (Foto 4.2.1.3-2).
Esta unidade é diferenciada por representar uma associação
complexa de solos junto aos Organossolos e Solos de Mangue, que
apresentam limitações devido à oscilação do lençol freático, determinando
insuficiência de oxigênio e risco de toxidez por enxofre. Ocorrem em
planícies fluviais e flúvio-marinhas, e em planícies e cordões de marés,
sobre sedimentos cenozóicos (aluviões, cordões marinhos e praias, flúvio-
marinhos e mangues).
Foto 4.2.1.3-2: Perfil do
solo limítrofe aos limites
leste e sudeste da AID,
onde se observa a textura
arenosa.
GZ2 – Órticos + Gleissolos Tiomórficos indiscriminados +
Espodossolos Ferrocárbicos Hidromórficos com horizonte A proeminente,
moderado e Textura arenosa. Todos apresentam relevo plano.
Os Gleissolos apresentam sérias limitações impostas pela presença de
lençol freático a pouca profundidade. A aeração inadequada aumenta a
resistência da difusão dos gases do solo para a atmosfera e vice-versa,
consumindo rapidamente o oxigênio do solo pelos microorganismos e
plantas.
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Devido à formação em sedimentos aluviais, apresentam geralmente
textura errática ao longo do perfil, às vezes com variações texturais muito
grandes entre os horizontes.
Podem apresentar problemas de trafegabilidade tanto pelo alto lençol
freático, como pelos elevados teores de material orgânico, que diminuem
sua capacidade de suporte. Por estarem situados em várzeas, apresentam
elevado risco de inundação (Foto 4.2.1.3-3).
Foto 4.2.1.3-3: Perfil do
solo limítrofe ao limite
nordeste da AID, onde se
observa a presença de
lençol freático a pouca
profundidade e o elevado
teor de material orgânico.
4.2.1.4. Ruído
No dia 20 de Maio de 2010 foram realizadas avaliações de ruído, no
período diurno, em 08 pontos da área de influência do futuro
empreendimento. Em cada ponto selecionado foram feitas medições de
nível sonoro, com um período de amostragem mínimo de 10 minutos, desde
que o valor do Leq estivesse estabilizado.
As medições de ruído foram feitas com análise estatística dos dados,
sendo anotado, entre outros parâmetros, o Leq (nível equivalente contínuo),
que é o índice de referência legal para o caso em análise, o L90 (ruído de
fundo), e o L10. O Leq representa o nível de ruído que, emitido de forma
constante, apresenta a mesma energia da fonte medida na prática. Pode,
portanto, ser considerado como o “ruído médio”. Já o L90 é o nível de ruído
que é ultrapassado 90% do tempo, sendo denominado “ruído de fundo”.
Finalmente, o L10, é o ruído que é ultrapassado em 10 % do tempo sendo,
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portanto, o nível sonoro máximo, se forem desconsiderados os picos
isolados.
Para a realização dos trabalhos de campo, foram utilizados os
seguintes equipamentos:
1. Medidor de Nível Sonoro: Marca Brüel & Kjær, modelo 2236, com
análise estatística de dados. Com certificado de calibração nº 29.805
(Anexo 12.12), emitido em 08/03/2010, pelo laboratório da CHROMPACK
(pertencente à RBC – Rede Brasileira de Calibração, conforme
credenciamento nº 256, emitido pelo Cgre/Inmetro).
2. Calibrador Acústico: Svan SV 30A, devidamente aferido pelo
fabricante. Com certificado de calibração nº 29.804 (Anexo 12.12),
emitido em 08/03/2010, pelo laboratório da CHROMPACK (pertencente à
RBC – Rede Brasileira de Calibração, conforme credenciamento nº 256,
emitido pelo Cgre/Inmetro).
3. Software dB2XL Type 7692, B&K, para conexão com computador
e análise de resultados.
4. Microcomputador: NEC Versa FC160, conectado ao medidor de
nível sonoro.
5. GPS: Marca Garmim, modelo GPSmap CSx60, com altímetro
barométrico.
Os procedimentos de medição atenderam plenamente os requisitos
da Norma NBR-10.151, sendo que os aparelhos utilizados atendem os
requisitos da IEC 60651 e 60804, sendo classificados como de Tipo 1 (de
precisão).
A escolha dos pontos para essa campanha foi baseada na localização
do empreendimento, buscando locais representativos para os receptores da
área de influência.
O Mapa 4.2.1.4-1 a seguir mostra a localização dos pontos
avaliados, e adiante estão os resultados obtidos.
Os laudos de medição de ruído, com registro gráfico dos mesmos, são
apresentados no Anexo 12.13.
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Mapa 4.2.1.4-1: Localização dos pontos de ruído.
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A seguir são apresentadas as informações de cada ponto monitorado,
tais como localização, níveis de ruído e descrição da área.
Ponto 1
Localização:
Rua Millor Pinto, 480.
Nível de ruído (dB(A))
Leq L10 L90
47,2 50,0 42,0
• Área mista, predominante residencial: padrão de ruído diurno de 55 dB(A).
• Atendimento ao padrão legal.
• A fonte sonora predominante eram vozes nas casas e na rua.
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Ponto 2
Localização:
Rua Marcelo Ribeiro Nogueira, 200.
Em frente a escola (EMEIEF Vila Ema).
Nível de ruído (dB(A))
Leq L10 L90
50,2 52,5 45,5
• Área mista, predominante residencial: padrão de ruído diurno de 55 dB(A).
No entanto, pela presença da escola, poderia ser classificada como área de
escolas: padrão de ruído diurno de 50 dB(A).
• Praticamente atendendo ao padrão para escolas e dentro do padrão para
área mista.
• A fonte sonora predominante eram vozes na rua e o tráfego na via paralela
(R. Padre André de Soveal).
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Ponto 3
Localização:
Rua Padre André de Soveal X Rua Herenita Santana Nascimento.
Atrás da escola (EMEIEF Vila Ema).
Nível de ruído (dB(A))
Leq L10 L90
66,2 68,0 53,0
• Área mista, com vocação comercial: padrão diurno de 60 dB(A). No
entanto, pela presença da escola, poderia ser classificada como área de
escolas: padrão de ruído diurno de 50 dB(A).
• Ultrapassado tanto o padrão recomendado para área escolar, como o
padrão para área mista com vocação comercial, que representa o tipo de
ocupação predominante.
• A fonte sonora predominante era tráfego na R. Padre Soveal,
principalmente de veículos pesados, devido à presença do ponto final de
ônibus.
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Ponto 4
Localização:
Av. Dr. Esmeraldo Soares Tarquínio Campos Filho X R. Dois.
Escola Municipal Nicolau Paal.
Nível de ruído (dB(A))
Leq L10 L90
61,1 63,0 54,5
• Área mista, predominante residencial: padrão de ruído diurno de 55 dB(A).
No entanto, pela presença da escola, poderia ser classificada como área de
escolas: padrão de ruído diurno de 50 dB(A).
• Não atendimento ao padrão legal.
• A fonte sonora predominante era tráfego de veículos e as vozes na escola.
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Ponto 5
Localização:
Rua Flávio Monterio de Castro, 202
Nível de ruído (dB(A))
Leq L10 L90
51,5 52,5 44,5
• Área mista, predominante residencial: padrão de ruído diurno de 55 dB(A).
• Atendimento ao padrão legal.
• A fonte sonora predominante eram vozes na rua e casas.
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Ponto 6
Localização:
Avenida Clodoaldo Amaral, 1471.
Nível de ruído (dB(A))
Leq L10 L90
46,8 48,5 39,0
• Área mista, predominante residencial: padrão de ruído diurno de 55 dB(A).
• Atendimento ao padrão legal.
• A fonte sonora predominante era a fauna (aves) e vozes na rua.
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Ponto 7
Localização:
Rua Cerejeiras, 352.
Nível de ruído (dB(A))
Leq L10 L90
63,8 67,0 50,5
• Área mista, com vocação comercial: padrão diurno de 60 dB(A).
• Não atendimento ao padrão legal.
• A fonte sonora predominante era tráfego de veículos na Av. Brasil.
IC01-RT005 4-151
Ponto 8
Localização:
Rua Julio Prestes de Albuquerque, em frente à Escola Municipal Governador Mário Covas.
Nível de ruído (dB(A))
Leq L10 L90
64,0 67,7 56,5
• Área mista, com vocação comercial: padrão diurno de 60 dB(A). No entanto, pela
presença da escola, poderia ser classificada como área de escolas: padrão de ruído
diurno de 50 dB(A).
• Ultrapassando tanto o padrão recomendado para área escolar, como para área
mista com vocação comercial, que representa o tipo de ocupação predominante.
• A fonte sonora predominante era o intenso tráfego de veículos na R. Julio Prestes.
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4.2.1.4.1. Análise de Dados
A área de influência do empreendimento apresenta ocupação mista,
ainda em formação com muitas áreas a ocupar, apresentando condições
acústicas bastante variadas.
Como a ocupação é esparsa, nas ruas de menor movimento os
padrões normativos são plenamente atendidos, caracterizando condições
adequadas. Já em outros locais, mais próximos às vias de ligação, com
maior movimento de veículos (inclusive linhas de ônibus), o nível de ruído
ambiente já é bem mais significativo, ultrapassando os níveis
recomendáveis para uso residencial na metade dos pontos avaliados.
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4.2.2. Caracterização do Meio Biótico
4.2.2.1. Flora
A caracterização dos aspectos da vegetação na Área de Influência
Direta do empreendimento baseou-se na análise de mapas temáticos,
particularmente no Mapa de Vegetação do Brasil do IBGE e Inventário
Florestal do Estado de São Paulo (Instituto Florestal), da Secretaria do Meio
Ambiente – SMA, fotografias aéreas e em dados obtidos por meio de
incursões a campo (Levantamentos fitofisionômicos).
Conforme citado anteriormente a AID do empreendimento para o
meio biótico, abrange a extensão da sub-bacia do Rio Branco,
compreendendo parte dos municípios de Cubatão, São Vicente e Praia
Grande.
Cubatão
O município de Cubatão abrange uma área de 148 km².
Originalmente, possuía 91 km² recobertos por Mata Atlântica, 24 km² por
matas de restingas e 29 km² por manguezais, sendo o restante formado
por corpos d’água. No decurso de sua ocupação, o município teve
gradativamente descaracterizada grande parte de sua cobertura vegetal.
Tal processo iniciou-se com as atividades agrícolas e extrativistas no
começo da ocupação, avançando de forma mais acentuada nas últimas
quatro décadas, com o desenvolvimento urbano, culminando com a
instalação do pólo industrial. Restam atualmente apenas 10 km² de
vegetação nativa em bom estado de preservação.
Dos 29 km² originalmente cobertos por manguezais, hoje somente
19,2 km² continuam com alguma forma de cobertura vegetal, quase 10
km² foram ocupados para uso urbano, industrial e outros. Dos 19,2 km²
que restaram de mangue, 7,7 km² encontram-se razoavelmente
conservados e 11,5 km² apresentam-se degradados, incluindo áreas onde a
vegetação não é mais característica de manguezal.
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De acordo com o Inventário Florestal do Estado de São Paulo
(SMA,2005), as categorias vegetais de maior ocorrência no município de
Cubatão são:
• Formação Arbórea / Arbustiva-Herbácea de Terrenos Marinhos
Lodosos, comumente denominada “mangue” (1.234,7 ha);
• Floresta Ombrófila Densa Submontana (798,5 ha) e sua
correspondente formação com Vegetação Secundária (4.055,3
ha); e
• Floresta Ombrófila Densa Montana (480,9 ha) e sua
correspondente formação com Vegetação Secundária (1.288,6
ha).
São Vicente
Ainda de acordo com o Inventário Florestal do Estado de São Paulo
(SMA,2005), dentre todas as categorias vegetais ocorrentes no município de
São Vicente as de maiores ocorrência são:
• Floresta Ombrófila Densa Submontana (3.154,6 ha) e sua
correspondente formação com Vegetação Secundária (1.623,2
ha);
• Floresta Ombrófila Densa Montana (1.787 ha) e sua
correspondente formação com Vegetação Secundária (643,5
ha);
• Formação Arbórea / Arbustiva-Herbácea de Terrenos Marinhos
Lodosos, comumente denominada “mangue” (1.574,2 ha); e
• Formação Arbórea / Arbustiva-Herbácea sobre Sedimentos
Marinhos Recentes, comumente denominada “restinga”
(1.008,1 ha).
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Praia Grande
Com base no Inventário Florestal do Estado de São Paulo (SMA,
2005), as categorias vegetais de maior ocorrência no município de Praia
Grande são:
• Formação Arbórea / Arbustiva-Herbácea sobre Sedimentos
Marinhos Recentes, comumente denominada “restinga” (3.152,8
ha).
• Floresta Ombrófila Densa Submontana (2.808,4 ha) e sua
correspondente formação com Vegetação Secundária (1.222,9
ha);
• Floresta Ombrófila Densa Montana (1.139,9 ha) e sua
correspondente formação com Vegetação Secundária (186,7
ha);
• Formação Arbórea / Arbustiva-Herbácea de Terrenos Marinhos
Lodosos, comumente denominada “mangue” (681,1 ha).
A vegetação ocorrente na AID apresenta basicamente as mesmas
características da cobertura vegetal ocorrente na AII. Trata-se de um
mosaico de fragmentos florestais de restinga (Floresta Paludosa, Floresta
Baixa de Restinga, Floresta Alta de Restinga) nos mais variados estádios de
sucessão ecológica, porções de mangue que margeiam os cursos d’água
presentes na sub-bacia e fragmentos florestais de floresta ombrófila densa
submontana e montana, também nos mais variados estádios de sucessão,
entremeados a pequenas áreas com ocupações antrópicas, onde se
encontram áreas sem vegetação natural, recobertas por gramíneas,
utilizadas como pasto e áreas destinadas à agricultura de subsistência.
Os fragmentos florestais ocorrentes na área da planície litorânea
inseridas na AID (Mangue, Caxetal, Floresta Paludosa, Floresta Baixa e Alta
de Restinga), apresentam-se mais degradadas quando comparados aos
fragmentos florestais ocorrentes na área de encosta da Serra do Mar
(Floresta de Transição Restinga–Encosta e Floresta Ombrófila Densa
Submontana e Montana), isso se deve principalmente à pressão antrópica
ocasionada pelo adensamento populacional da planície litorânea.
IC01-RT005 4-156
Para facilitar o entendimento da cobertura vegetal ocorrente na AID
os diferentes ecossistemas foram separados de acordo com a sua ocorrência
na área de estudo.
Mangue
O manguezal é considerado um ecossistema costeiro de transição
entre os ambientes terrestres e marinhos. Característico de regiões tropicais
e subtropicais está sujeito ao regime das marés, dominado por espécies
vegetais típicas, às quais se associam a outros componentes vegetais e
animais.
Este ecossistema está associado às margens de baías, enseadas,
barras, desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras, onde
haja encontro de águas de rios com a do mar, ou diretamente expostos à
linha da costa.
A cobertura vegetal, ao contrário do que acontece nas praias
arenosas e nas dunas, instala-se em substratos de formação recente, de
pequena declividade, sob a ação diária das marés de água salgada ou, pelo
menos, salobra.
A riqueza biológica dos ecossistemas costeiros faz com que essas
áreas sejam os grandes "berçários" naturais, tanto para as espécies
características desses ambientes, como para peixes e outros animais que
migram para as áreas costeiras durante, pelo menos, uma fase do ciclo de
sua vida.
As florestas de mangue formam um ecossistema costeiro intertropical
conhecido pelo seu importante papel ecológico e alta produtividade
primária, sendo caracterizada pela ocorrência de espécies vegetais
lenhosas, adaptadas aos ambientes salinos periodicamente inundados pelas
marés (Hamilton & Snedaker, 1984). Exercem funções primordiais como
berçário, meio nutritivo, centro de multiplicação de numerosas espécies
animais e fonte de recursos naturais para as comunidades costeiras (Prost e
Loubry, 2000).
Os manguezais ocorrem em determinados trechos da AID às margens
dos rios de planície que compõem a sub-bacia do Rio Branco e Piaçabuçu,
IC01-RT005 4-157
principalmente próximo ao canal de São Sebastião e desempenham a
função de mata ciliar destes cursos d’água.
Durante as vistorias de campo foi constatado que a estrutura do
manguezal ocorrente na AID é constituída por densas populações puras da
espécie popularmente conhecida como mangue-vermelho (Rizophora
mangle). Esta espécie é a que mais avança sobre o mar crescendo até onde
o terreno, somente nas marés mais baixas fica descoberto. Observa-se
também, populações da espécie popularmente conhecida como Algodão-da-
praia – Hybiscus pernambucensis, ocupando locais considerados extensões
de mangue.
A altura média do estrato arbóreo gira em torno de 10 m e o DAP
médio em torno de 20 cm. O dossel não é muito denso, podendo variar de
aberto a fechado o que favorece a ocorrência de epífitas, principalmente
bromélias e orquídeas.
A seguir são apresentados alguns registros fotográficos que ilustram
a situação atual dos manguezais ocorrentes na AID do empreendimento.
Foto 4.2.2.1-1: Fisionomia do manguezal presente na AID.
Foto 4.2.2.1-2: Fisionomia no interior do manguezal presente na AID.
IC01-RT005 4-158
Restinga
Os fragmentos florestais de restinga ocorrentes na AID podem ser
observados nas planícies costeiras, entremeadas às ocupações urbanas até
o início da encosta da Serra do Mar, onde ocorre a transição entre a floresta
de restinga e a floresta de encosta.
É importante salientar que os fragmentos florestais de restinga
apresentam uma conectividade direta com os fragmentos de mangue e aos
fragmentos de floresta ombrófila densa sub-montana ocorrentes tanto na
AID como na ADA (mesmo que em pequenos corredores, como é o caso
onde a ocupação antrópica avança até a proximidade para com a encosta
da Serra do Mar) o que proporciona um importante fluxo gênico e um fluxo
de animais silvestres (pequenos mamíferos, répteis e aves) entre os
remanescentes.
Os remanescentes de restinga ocorrentes na AID do empreendimento
são compostos por diferentes fitofisionomias, nos mais diferentes estádios
sucessionais:
• Floresta Baixa de Restinga;
• Floresta Alta de Restinga;
• Floresta Paludosa; e
• Floresta de Transição Restinga-Encosta.
A seguir é apresentado uma breve descrição das fitofisionomias
ocorrentes na AID, baseados em dados obtidos por meio de incursões a
campo (levantamentos fitofisionômicos).
Floresta Baixa de Restinga
A floresta baixa de restinga ocorre em porções menores na AID do
empreendimento, principalmente por se localizar naturalmente em áreas
passíveis de ocupação antrópica, mais para o interior do continente.
Os fragmentos observados vêm sofrendo com o efeito de borda
devido a pressão antrópica ocasionada pelo avanço desordenado da
ocupação humana, apresentando uma fisionomia florestal arbustivo-
arbórea, o dossel geralmente é aberto, com altura média do estrato arbóreo
IC01-RT005 4-159
girando em torno de 6m, e pequena amplitude diamétrica, com indivíduos
apresentando no máximo 10cm de DAP.
As epífitas são comummente observadas nos fragmentos, sendo
representadas por bromélias e pteridófitas terrestres, algumas orquídeas e
líquens, apresentando baixa diversidade e grande quantidade, já as
trepadeiras são raras.
O sub-bosque em muitas das áreas é ausente. A serrapilheira quando
presente apresenta uma camada fina e pouco decomposta.
Dentre as espécies mais comumente observadas nos fragmentos de
floresta baixa de restinga destacam-se:
• Guamirim (Myrcia spp.);
• Gomidesia spp.
• Araçá-da-praia (Psidium cattleyanum);
• Illex spp.;
• Clusia sp;
Observou-se também a ocorrência esparsa de palmáceas:
• Guaricanga (Geonoma spp.);
• Tucum (Bactris setos);
• Brejaúva (Astrocaryum aculeatissimum); e
• Jerivá (Arecastrum romanzoffianum).
A seguir são apresentados alguns registros fotográficos que ilustram
a atual situação dos fragmentos observados.
IC01-RT005 4-160
Foto 4.2.2.1-3: Vista geral da Floresta Baixa Restinga em estádio médio presente na AID.
Foto 4.2.2.1-4: Fisionomia da Floresta Baixa de Restinga na AID.
Floresta Alta de Restinga
A fitofisionomia floresta alta de restinga recobre grande parte da AID
do empreendimento. Em linhas gerais os fragmentos observados
apresentam um bom estado de conservação, principalmente pelo fato de
estarem mais afastados dos centros urbanos e consequentemente sofrerem
menos impactos ocasionados pela antropização das áreas naturais.
Os fragmentos se encontram ao final da planície costeira, nas
proximidades da encosta da Serra do Mar e constituem um mosaico de
vegetação em estádios médio e avançado da regeneração natural.
Os fragmentos florestais estudados apresentam ora fisionomia
arbustivo-arbórea, ora arbórea, com dossel na maioria das vezes fechado e
vegetação arbórea variando de 4m a 12m de altura, com espécies
emergentes alcançando 20m, amplitude diamétrica com indivíduos
apresentando diâmetros variados, entre 6cm e 25cm, com algumas
espécies ultrapassando os 40cm de DAP.
Foram observadas ainda grandes variedades e quantidades de
epífitas e trepadeiras. Dentre as epífitas as espécies mais abundantes foram
as pertencentes às famílias das aráceas, das bromeliáceas e as
samambaias. Além dessas, foram observadas também a ocorrência de
piperáceas, briófitas e pteridófitas.
IC01-RT005 4-161
A serapilheira ora apresentava-se fina, em estado intermediário de
decomposição, ora espessa, com decomposição em estádio avançado.
O sub-bosque observado em todos os fragmentos ocorrentes na AID
estudados são compostos por plantas jovens do estrato arbóreo, arbustos
diversos, bromeliáceas, pteridófitas e aráceas terrestres.
Dentre as espécies florestais mais comumente observadas destacam-
se pela sua importância na dinâmica dos fragmentos florestais:
• Guanandi (Calophyllum brasiliensis);
• Cuvantã (Cupania oblongifolia);
• Tobocuva (Pera glabrata);
• Canela-amarela (Nectandra mollis);
• Embiruçu-da-praia (Eriotheca pentaphylla);
• Ingá-ferradura (Inga sessilis);
• Embira (Dahlstedtia pinnata);
• Tapiá-vermelho (Alchornea triplinervia);
• Santa-rita (Gordonia fruticosa);
• Araticum- cação (Guatteria australis);
• Samambaiaçu (Trichipteris atrovirens);
• Timbuva (Macrosamanea pedicellaris);
• Timbauva (Abarema langsdorfii);
• Maçaranduba (Manilkara subsericea);
• Vapuranga (Marlierea tomentosa);
• Ocotea spp.;
• Caúna (Illex spp.);
• Madioqueira (Didymopanax spp.);
• Pera glabrata;
• Tucum (Bactris setos);
• Brejaúva (Astrocaryum aculeatissimum);
IC01-RT005 4-162
• Palmito-juçara (Euterpe edulis).
A seguir são apresentados os registros fotográficos que ilustram a
atual situação dos fragmentos de floresta alta de restinga ocorrente na AID
do empreendimento.
Foto 4.2.2.1-5: Vista geral da Floresta Alta Restinga em estádio médio presente na AID.
Foto 4.2.2.1-6: Fisionomia da Floresta Alta de Restinga na AID.
Floresta Paludosa
A floresta paludosa ocorre nas áreas que permanentemente se
encontram alagadas na região da planície litorânea da AID, entremeada à
floresta baixa e à floresta alta de restinga.
O dossel dos fragmentos de floresta paludosa observados são
geralmente abertos, o estrato arbóreo é predominante, com altura média
girando em torno 14 m, com árvores emergentes atingindo até 16 m, como
é o caso do Guanandi (Calophyllum brasliensis), do Embiruçu-da-praia
(Eryotheca pentaphylla). O diâmetro médio apresentado é de
aproximadamente 35 cm, com média variação diamétrica.
Os fragmentos de floresta paludosa observados apresentam grandes
quantidades de epífitas principalmente bromélias, representadas por
diversos indivíduos de Tillandsia spp. e Vriesea spp., orquídeas, pteridófitas
e piperáceas.
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Os sub-bosques destes fragmentos são formados principalmente por
espécies jovens do estrato arbóreo, com o predomínio de Caxeta, Guanandi,
Embiruçu-da-praia, Maçaranduba e Peito-de-pomba.
A seguir são apresentados alguns registros fotográficos que ilustram
a atual situação dos fragmentos de floresta paludosa ocorrentes na AID do
empreendimento.
Foto 4.2.2.1-7: Vista geral da Floresta Paludosa em estádio avançado de regeneração natural presente na AID.
Foto 4.2.2.1-8: Fisionomia do interior da Floresta Paludosa em estádio médio de regeneração presente na AID.
Floresta de Transição Restinga-Encosta
A floresta de transição restinga-encosta ocorre em toda a AID ao final
da planície litorânea e nas encostas da Serra do Mar. A vegetação ocorrente
é composta por uma associação entre a vegetação de restinga e a
vegetação da floresta ombrófila densa de encosta.
Pode-se afirmar que os impactos antrópicos neste tipo de vegetação
é mínimo devido a vários fatores, dentre eles o relevo muito acidentado, o
que diminui a pressão antrópica sobre estes fragmentos, portanto,
apresentam um bom estado de conservação.
Os fragmentos inseridos na AID estudados apresentam fisionomia
arbórea, dossel variando de aberto a fechado, com altura do estrato arbóreo
variando de 8m a 13m, com indivíduos emergentes chegando a 15 m de
altura. Apresentam ainda grande amplitude diamétrica, variando de 8cm a
30cm, com alguns indivíduos ultrapassando 40cm.
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As epífitas ocorrem em grande número, e são representadas por
líquens, briófitas, pteridófitas, bromeliáceas, orquidáceas, piperáceas,
aráceas e gesneriáceas, já as trepadeiras são representadas por
leguminosas e sapindáceas.
O sub-bosque ocorrente nos fragmentos estudados apresentam
espécies diversas de bromeliáceas, pteridófitas e aráceas terrestres, plantas
jovens de arbustos e árvores com espécies de mirtáceas e rubiáceas.
As espécies mais comummente observadas nos fragmentos foram:
• Psychotria nuda;
• Amaioua intermédia;
• Guaricangas (Geonoma spp.);
• Tucum (Bactris setosa);
• Didymopanax sp.;
• Tobocuva Pera glabrata;
• Palmito-juçara (Euterpe edulis);
• Jequitibá-rosa (Cariniana estrelensis);
• Pouteria psammophila, e
• mirtáceas diversas.
A seguir são apresentados alguns registros fotográficos da situação
atual da floresta de transição ocorrente na AID.
Foto 4.2.2.1-9: Vista geral da Floresta Transição Restinga - Encosta presente na AID.
Foto 4.2.2.1-10: Fisionomia do interior da Floresta Transição Restinga - Encosta presente na AID.
IC01-RT005 4-165
Floresta Ombrófila Densa Sub-montana
Floresta submontana ou mata de encosta: cobre as encostas da Serra
do Mar até uma altitude de 1200 m; é a porção mais exuberante pela alta
pluviosidade, devida ao efeito orográfico. Os solos são antigos,
intemperizados e rasos (40-60 m), sobre um manta de rochas cristalinas. A
altura do dossel está em torno de 30 m, com árvores que alcançam até 40
m, como o jequitibá rosa. Há muitas palmeiras, onde se destaca o palmito,
samambaias e epífitas. Os grupos característicos, além de leguminosas,
incluem bignoniáceas, lauráceas, meliáceas, mirtáceas, moráceas,
melastomatáceas, sapotáceas.
Os fragmentos florestais de floresta ombrófila densa submontana
ocorrem em grandes porções da AID, principalmente nas encostas das
regiões mais elevadas da Serra do Mar.
Os fragmentos observados se encontram em um bom estado de
conservação e apresenta predominantemente uma fisionomia arbórea,
dossel quase sempre fechado com indivíduos arbóreos variando de 6 m a 18
m de altura e alta amplitude diamétrica; variando de 5 cm a 25 cm de DAP.
As epífitas ocorrem em grande número, e são representadas
principalmente pelas famílias bromeliáceas, araceae e orquidáceaes.
Os sub-bosques ocorrentes nos fragmentos estudados apresentam
espécies diversas de bromeliáceas, piperáceas, rubiáceas além de vastas
concentrações de Heliconea spp. entremeadas as plantas jovens dos
indivíduos arbóreos mais comummente observados.
Dentre as espécies mais comumente observadas nos fragmentos de
floresta ombrófila densa submontana na AID, destacam-se:
• Tapiá (Alchornea triplinervia e Alchornea iricurana);
• Guapuruvu (Schizolobium parahyba);
• Vochysia bifalcata;
• Cecropia spp.;
• Manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis);
• Ficus spp.;
IC01-RT005 4-166
• Açoita-cavalo (Luehea grandiflora);
• Pindaíba (Xylopia brasiliensis);
• Bocuva (Virola oleifera);
• Nectandra sp;
• Sloanea guianensis.
No sub-bosque dentre as espécies observadas destacam-se:
• Jacatirão (Miconia cinnamomifolia);
• Palmito-juçara (Euterpe edulis);
• Mollinedia spp.;
• Psychotria suterella;
A seguir são apresentados alguns registros fotográficos que ilustram
a situação atual dos fragmentos de floresta ombrófila densa submontana
ocorrentes na AID do empreendimento.
Foto 4.2.2.1-11: Vista geral da Floresta Ombrófila Densa sub-montana presente na AID.
Foto 4.2.2.1-12: Fisionomia do interior da Floresta Ombrófila Densa sub-montana presente na AID.
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Floresta Ombrófila Densa Montana
Floresta montana ou mata de altitude: entre 1200 e 1700 m; árvores
baixas e tortuosas, menor riqueza de espécies; ar permanentemente
saturado de umidade pela condensação do vapor d’água dos ventos úmidos
que sopram do mar.
Os fragmentos de floresta ombrófila densa montana são encontrados
em porções menores na AID, situando-se em regiões de altitude mediana
na Serra do Mar, atingindo a linha imaginária que define o limite da AID.
Nos fragmentos observados notou-se uma fisionomia arbórea
composta por indivíduos de menor porte (tanto na altura, com dossel
atingindo 25m, como no diâmetro dos indivíduos) do que os observados na
floresta ombrófila densa sub-montana, por ser o solo que compõe estas
áreas menos profundos, e a quantidade de serapilheira ser menor que a
ocorrente na floresta ombrófila densa submontana.
Nos sub-bosques, as epífitas e as lianas são muito comuns e
abundantes, além de serem repletos de arbustos e espécies herbáceas.
Rubiáceas, piperáceas e aráceas são predominantes nos sub-bosques.
As espécies observadas com maior frequência foram:
• Figueira (Ficus spp.);
• Canjerana (Cabralea canjerana);
• Maçaranduba (Manilkara subsericea);
• Bocuva (Virola bicuhyba);
• Guapeva (Pouteria torta);
• Embiruçu (Pseudobombas sp e Eryotheca sp);
• Ocotea sp.;
• Nectandra sp.;
• Guamirim (Myrcia sp.);
• Cambuis (Eugenia spp.).
A seguir são apresentados alguns registros fotográficos que ilustram
a situação atual dos fragmentos de floresta ombrófila densa montana
ocorrentes na AID do empreendimento.
IC01-RT005 4-168
Foto 4.2.2.1-13: Vista geral da Floresta Ombrófila Densa Montana presente na AID.
Foto 4.2.2.1-14: Fisionomia do interior da Floresta Ombrófila Densa Montana presente na AID.
4.2.2.2. Fauna
Este item apresenta as principais informações ambientais referentes à
fauna ocorrente na área de influência direta – AID do empreendimento em
questão, inserida no Bioma Mata Atlântica.
Encontram-se na Mata Atlântica ecossistemas como Mangue,
Restinga e Floresta Ombrófila Densa, sendo que todas estas fisionomias são
encontradas na AID do empreendimento. A interação entre esses
ecossistemas funciona como uma conexão de fauna, possibilitando o fluxo
gênico, além da reorganização das estruturas ecológicas. Assim, a
denominação Transição Ecológica se aplica a ambientes que se enquadram
nesse contexto, como é caracterizada a AID. (SOS MATA ATLANTICA,
2010).
A AID engloba rios protegidos pelo Parque da Serra do Mar, e rios
inseridos no perímetro urbano das cidades de Praia Grande, São Vicente e
Cubatão, estes últimos são ecossistemas alterados ecologicamente, uma
vez que encontram-se em ambientes altamente urbanizados. Dentre a
fauna aquática destaca-se alguns peixes como o lambari (Deuterodon
iguape) e o robalo (Centropomus sp) (FISHBASE, 2010).
IC01-RT005 4-169
Além de englobar áreas de floresta, a AID também abrange regiões
entre-marés, com organismos adaptados às intensas alterações dos fatores
ambientais, e à vida terrestre. Na fauna marinha estas adaptações estão
presentes no caranguejo maria-farinha, (Ocypode quadrata), pulga-da-
praia, (Pseudorchestoidea brasiliensis), tesourinha do gênero Doru, e alguns
aracnídeos, que possuem maior tolerância à água salgada. (PINHEIRO et
al., 2008).
Salienta-se que essas áreas servem de refúgio à vida marinha,
podendo ser utilizadas por animais migratórios, como muitas espécies de
aves marinhas. Dentre estas, cita-se o albatroz-de-nariz-amarelo
(Thalassarche chlororhynchos), albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche
melanophris), albatroz-de-cabeça-cinza (Thalassarche chrysostoma),
maçarico-branco (Calidris alba), a batuíra-de-bando (Charadrius
semipalmatus) e o pingüim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus)
(SIGRIST, 2009).
Essas áreas representam locais de alimentação e repouso também
para mamíferos marinhos como o leão-marinho (Otaria flavescens) e lobo-
marinho-subantártico (Arctocephalus tropicalis) (REIS et al., 2006).
4.2.2.2.1. Fauna encontrada nas formações vegetais da AID
A descrição da fauna foi realizada no contexto das formações
vegetais, de modo que se pode observar as mesmas espécies ocupando
formações distintas.
Mangue
Nesta formação predominam três espécies florestais. O mangue
vermelho (Rhizophora mangle), que apresenta raízes escoras que ficam
acima do nível da água e ocorrem em locais de maior salinidade. O mangue
preto (Avicennia schaveriana) que cresce em ambientes de menor
salinidade e o mangue branco (Laguncularia racemosa), que produz tufos
de raízes finas horizontais que aumentam a área suporte. (Comitê da Bacia
Hidrográfica da Baixada Santista, 2010).
IC01-RT005 4-170
A fauna invertebrada de manguezais arenosos é composta
basicamente por moluscos, crustáceos e peixes. Entre os moluscos
destacam-se o caracol (Littorina sp.), a ostra (Crassostrea rhizophorae), e
os sururus (Mytella falcata e M. guyanensis), que têm hábito filtrador e
vivem fixados sobre as raízes do mangue. Outros moluscos bivalves vivem
enterrados no sedimento, como a unha-de-velho (Tagelus plebeius) e os
berbigões (Lucina pectinata e Anomalocardia brasiliana) (PINHEIRO et al.,
2008).
Os crustáceos mais comuns são os pertencentes à Ordem Decapoda,
onde há uma grande diversidade de caranguejos e siris de grande porte
como o guaiamu (Cardisoma guanhumi), o uçá (Ucides cordatus), além de
siris do gênero Callinectes (C. danae e C. sapidus) que representam
importante potencial pesqueiro e alimentar ao homem (PINHEIRO et al.,
2008).
Entre os crustáceos de manguezais areno-lodosos destacam-se os
caranguejos-violinistas (Uca sp), maria-mulata (Goniopsis cruentata) e o
caranguejo (Armases rubripes) que pode ser encontrado associado às
bromélias (PINHEIRO et al., 2008).
Entre os camarões de água doce, os pitús (Macrobrachium sp) são os
que dependem de águas salobras para seu desenvolvimento embrionário e
larval (PINHEIRO et al., 2008).
Diversas espécies de peixes também dependem do manguezal para
sua reprodução, proteção e alimento. Entre eles, destacam-se a tainha
(Mugil spp.), o robalo (Centropomus sp.), a corvina (Micropogonias furnieri)
e o espada (Trichiurus lepturus) (PINHEIRO et al, 2008).
Nos manguezais os répteis são representados por algumas espécies
de serpentes não peçonhentas, denominadas cobras-d’água, (Liophis
miliaris e Helicops carinicaudus). O jacaré-de-papo-amarelo (Caiman
latirostris), também pode ser encontrado em áreas estuarinas, onde se
alimenta de caranguejos e peixes.
Entre as aves mais comuns e abundantes em manguezais destacam-
se o guará (Eudocimus ruber), garça-branca-grande (Ardea alba) e garça-
branca-pequena (Egretta thula). Além de aves migratórias como perna-
IC01-RT005 4-171
amarela-pequena (Tringa flavipes), perna-amarela-grande (Tringa
melanoleuca), maçarico (Actilis macularius), batuíra-de-bando (Charadrius
semipalmatus) e o tambarola-cizenta (Pluvialis squatarola) (OLMOS &
SILVA, 2003).
Em relação aos mamíferos, as Lontras (Lutra longicaudis) têm sido
observadas tanto em rios como em mangues, utilizando também lagoas
artificiais. Ratões do banhado (Mylocastor coypus) e capivaras
(Hydrochoerus hydrochaeris) não ocorrem no manguezal propriamente dito,
mas são encontrados nas áreas com influência da água doce.
Restinga
É a vegetação predominante na base da Serra do Mar. Próxima a
praia, a restinga é formada por arbustos de 1,5 a 2,0 metros de altura,
como a jacarandazinho (Dalbergia ecastophyllum) e a aroeira-de-praia
(Schinus terebinthifolius). Segue-se uma zona com árvores de 3 a 5 metros
de altura com o predomínio do araçá (Psidium catleyanum). Mais próximo
do sopé da Serra do Mar, as árvores atingem até 15 metros de altura como
o jerivá (Arecastrum romanzoffianum) e o palmito (Euterpe edulis). (Comitê
da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, 2010)
Na restinga há formações de florestas de caxetal onde predomina a
Tabebuia cassinoides. Os caxetais são áreas importantes para a
manutenção de fauna aquática com diversas espécies de peixes endêmicos,
patos migratórios, tartarugas de água doce e mamíferos como o mão-
pelada (Procyon cancrivorus) e a capivara (Hydrochaerus hydrochaeris)
(Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, 2010).
Assim como os caxetais, também podem ser encontrados na restinga
os guanadizais, onde o guanandi (Calophyllum brasiliensis) é a espécie
dominante. (Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, 2010).
Algumas subdivisões da restinga como a Floresta de Encosta da Serra
do Mar abriga uma grande variedade de vertebrados típicos da Mata
Atlântica, dentre os mamíferos pode-se citar onça parda (Puma concolor),
cateto (Pecari tajacu), muriqui (Brachyteles arachnoides), bugio (Alouatta
fusca), macaco-prego (Cebus apella) e o rato-de-taquara (Kannabateomys
IC01-RT005 4-172
amblyonyx). Entre as aves são encontrados tucano-de-bico-preto
(Ramphastos vitellinus), araçari-banana (Pteroglossus bailloni), gavião-real
(Harpia harpya), o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) e o jacutinga
(Pipile jacutinga). Entre os anfíbios, o sapo de chifre (Proceratophrys boei) e
a perereca-verde-arborícola (Centronella uranoscope) são espécies comuns
(Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, 2010).
Em restingas já alteradas pelo homem ocorrem aves oportunistícas,
como: a coruja-buraqueira (Speotyto cunicularia), o anu-branco (Guira
guira), e o gavião-carrapateiro (Milvago chimachima).
Com relação às áreas de restinga mais conservadas, pode-se
observar répteis como lagarto-verde (Cnemidophorus occellifer) e o jacaré-
de-papo-amarelo (Caiman latirostris), este último em lagoas circundadas
por restingas, onde também podem ser encontrada a perereca-de-capacete
(Aparasphenodon bokermanni).
Também são observadas nessas áreas, alguns exemplares da
avifauna como a rolinha-da-restinga (Columbina minuta), o bacurau-
tesoura (Hydropsalis torquata), a coruja-do-mato (Ciccaba virgata), o
sabiá-da-praia (Mimus gilvus) e o tiê-sangue, (Ramphocelus bresilius), além
de aves migratórias como os irerês (Dendrocygna viduata).
Em relação aos mamíferos os que mais se destacam são: veado-
catingueiro (Mazama gouazoupira), queixada (Tayassu pecari), capivara
(Hidrochoerus hidrochaeris), paca (Agouti paca) e cotia (Dasyprocta
azarae). Dos carnívoros a maior ocorrência é de onça parda, (Puma
concolor), gato-do-mato (Leopardus tigrinus), cachorro-do-mato
(Cerdocyon thous), quati (Nasua nasua), mão-pelada (Procyon
cancrivorus), e gambá (Didelphis marsupialis e D. aurita).
Floresta Ombrófila Densa
A grande heterogeneidade ambiental e extensão da floresta propiciam
a ocorrência de uma elevada riqueza de espécies da flora e da fauna, além
de diferenças regionais em diversidade, e existência de mosaicos de
comunidades vegetais e animais, que variam com as mudanças de latitude
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e gradiente altitudinal. (Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do
Mar, 2008).
Assim sendo, áreas de vegetação Ombrófila Densa apresentam locais
prioritários para a conservação da biodiversidade da herpetofauna, avifauna
e mastofauna, segundo o Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do
Mar (2008).
A principal parcela da AID do empreendimento encontra-se inserida
no Parque Estadual Serra do Mar – Núcleo Itutinga-Pilões, que é
considerada pelo Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar
(2008) área prioritária de manejo.
O Núcleo Itutinga Pilões localiza-se próximo ao complexo industrial
formado por São Bernardo do Campo e Cubatão, e da malha rodoviária do
sistema Anchieta-Imigrantes, por isso é considerado um dos mais
impactados por atividades humanas, e vem sofrendo principalmente com a
poluição atmosférica, que descaracteriza algumas vegetações. Entretanto,
nota-se que apesar das perturbações antrópicas o núcleo é um importante
refúgio à fauna situada no Parque (ARAÚJO, 2009).
Assim essa localidade é representada por algumas espécies da
avifuana, como o araçari-poca (Selenidera maculirostris), surucuá-de-
barriga-amarela (Trogon viridis e Trogon rufus), surucuá-variado (Trogon
surrucura), gavião-pombo (Leucopternis polionotus), tucano-do-bico-verde
(Ramphastos dicolorus), tucano-do-bico-preto (Ramphastos vitellinus).
Em relação aos mamíferos os relatos de ocorrência são das espécies:
anta (Tapirus terrestris), veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus),
macaco-prego (Cebus sp), muriqui (Brachyteles arachnoides), gato-morisco
(Puma yagouaroundi), onça-parda (Puma concolor), macaco bugio (Alouatta
fusca), tatu (Família Dasypodidae) e tamanduá-mirim (Tamandua
tetradactyla).
A herpetofauna local não é muito conhecida, assim como para os
outros grupos existem poucos estudos e informações a respeito. Sabe-se da
ocorrência da jararaca (Bothrops sp) (Fundação Florestal, 2010), e segundo
Costa (2010) há também espécies de cágados endêmicos do sudeste, como
o cágado-de-pescoço-comprido (Hydromedusa maximiliani) e do sul e
IC01-RT005 4-174
sudeste, como o cágado-de-pescoço-comprido (Hydromedusa tectifera).
Com relação aos anfíbios, em 2000 foi redescoberta no Núcleo Itutinga-
Pilões, uma espécie que se acreditava estar extinta, o sapinho
(Paratelmatobius gaigeae). Este não era encontrado há décadas na
natureza e atualmente é considerado como ameaçado pela lista Estadual
(Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar, 2008).
4.2.2.2.2. Relação das espécies da fauna
A seguir apresenta-se a Tabela 4.2.2.2.2-1 com as espécies de
ocorrência na AID, e o respectivo status de conservação de cada espécie de
acordo com Lista Oficial Federal (2008) e Estadual - SP (2008).
Tabela 4.2.2.2.2-1: Lista geral das espécies faunísticas ocorrentes na
AID do empreendimento e o Status de conservação no Estado de São
Paulo (SP) e Federal (MMA). Onde NC: Não Consta; CR: Criticamente em
Perigo; EN: Em Perigo; VU: Vulnerável.
Táxon Nome
Popular Família
Status de conservação
MMA SP
INVERTEBRADOS
Ordem Sorbeoconcha
Littorina sp * Caracol Littorinidae NC NC
Ordem Veneroida
Tagelus plebeius Unha-de-velho Galatheoidea NC NC
Lucina pectinata Berbigão Lucinidae NC NC
Anomalocardia brasiliana
Berbigão Veneridae NC NC
Ordem Mytiloida
Mytella falcata Sururu Mytilidae NC NC
IC01-RT005 4-175
Tabela 4.2.2.2.2-1: Lista geral das espécies faunísticas ocorrentes na
AID do empreendimento e o Status de conservação no Estado de São
Paulo (SP) e Federal (MMA). Onde NC: Não Consta; CR: Criticamente em
Perigo; EN: Em Perigo; VU: Vulnerável.
Táxon Nome
Popular Família
Status de conservação
MMA SP
Mytella guyanensis Sururu Mytilidae NC NC
Ordem Ostreoida
Crassostrea rhizophorae
Ostra Pteriidae NC NC
Ordem Amphipoda
Pseudorchestoidea brasiliensis
Pulga-da-praia Talitridae NC NC
Ordem Dermaptera
Doru sp * Tesourinha Forficulidae NC NC
Ordem Decapoda
Ocypode quadrata Maria-farinha Ocypodidae NC NC
Ucides cordatus Uçá Ocypodidae NC NC
Uca sp * Caranguejo-violinista
Ocypodidae NC NC
Goniopsis cruentata Maria-mulata Grapsidae NC NC
Armases rubripes Caranguejo Gecarcinidae NC NC
Cardisoma guanhumi Guaiamú Gecarcinidae NC NC
Callinectes danae Siri Portunidae NC NC
Callinectes sapidus Siri Portunidae NC NC
Macrobrachium sp Pitú Palaemonidae NC NC
IC01-RT005 4-176
Tabela 4.2.2.2.2-1: Lista geral das espécies faunísticas ocorrentes na
AID do empreendimento e o Status de conservação no Estado de São
Paulo (SP) e Federal (MMA). Onde NC: Não Consta; CR: Criticamente em
Perigo; EN: Em Perigo; VU: Vulnerável.
Táxon Nome
Popular Família
Status de conservação
MMA SP
VERTEBRADOS
Ordem Characiformes
Deuterodon iguape Lambari Characidae NC NC
Ordem Perciformes
Centropomus sp * Robalo Centropomidae NC NC
Mugil sp * Tainha Mugilidae NC NC
Micropogonias furnieri
Corvina Sciaenidae NC NC
Trichiurus lepturus Espada Trichiuridae NC NC
Ordem Anura
Paratelmatobius gaigeae
Sapinho Leptodactylidae NC VU
Proceratophrys boei Sapo-de-chifre Leptodactylidae NC NC
Centronella uranoscope
Perereca-verde-
Centrolenidae NC NC
Aparasphenodon bokermanni
Perereca-de-capacete
Hylidae NC NC
Ordem Squamada
Liophis miliaris Cobra-d’água Colubridae NC NC
Helicops carinicaudus Cobra-d’água Colubridae NC NC
Bothrops sp Jararaca Viperidae NC NC
Cnemidophorus ocellifer
Lagarto-verde Teiidae NC NC
IC01-RT005 4-177
Tabela 4.2.2.2.2-1: Lista geral das espécies faunísticas ocorrentes na
AID do empreendimento e o Status de conservação no Estado de São
Paulo (SP) e Federal (MMA). Onde NC: Não Consta; CR: Criticamente em
Perigo; EN: Em Perigo; VU: Vulnerável.
Táxon Nome
Popular Família
Status de conservação
MMA SP
Ordem Crocodylia
Caiman latirostris jacaré-de-papo-amarelo
Alligatoridae NC VU
Ordem Testudines
Hydromedusa maximiliani
Cágado-de-pescoço-
Chelidae NC VU
Hydromedusa. tectifera
Cágado-de-pescoço-
Chelidae NC NC
Ordem Passeriformes
Mimus gilvus Sabiá-da-praia Mimidae NC NC
Ramphocelus bresilius
Tiê-sangue Thraupidae NC NC
Ordem Piciformes
Ramphastos vitellinus
Tucano-de-bico-preto
Ramphastidae NC CR
Ramphastos dicolorus
Tucano-do-bico-verde
Ramphastidae NC NC
Pteroglossus bailloni Araçari-banana
Ramphastidae NC NC
Selenidera maculirostris
Araçari-poca Ramphastidae NC NC
Ordem Trogonidae
Trogon viridis Surucuá-de-barriga-
Trogonidae NC NC
Trogon rufus Surucuá-de-barriga-
Trogonidae NC NC
Trogon surrucura Surucuá-variado
Trogonidae NC NC
Ordem Cuculiforme NC
IC01-RT005 4-178
Tabela 4.2.2.2.2-1: Lista geral das espécies faunísticas ocorrentes na
AID do empreendimento e o Status de conservação no Estado de São
Paulo (SP) e Federal (MMA). Onde NC: Não Consta; CR: Criticamente em
Perigo; EN: Em Perigo; VU: Vulnerável.
Táxon Nome
Popular Família
Status de conservação
MMA SP
Guira guira Anu-branco Cuculidae
NC NC
Ordem Columbiforme
Columbina minuta Rolinha-da-restinga
Columbidae NC VU
Ordem Caprimulgiformes
Hydropsalis torquata Bacurau-tesoura
Caprimulgidae NC NC
Ordem Strigiformes
Speotyto cunicularia Coruja-buraqueira
Strigidae NC NC
Ciccaba virgata Coruja-do-mato
Strigidae NC NC
Ordem Ciconiiformes
Milvago chimachima Gavião-carrapateiro
Falconidae NC NC
Ordem Falconiformes
Harpia harpyja Gavião-real Accipitridae NC CR
Spizaetus tyrannus Gavião-pega-macaco
Accipitridae NC CR
Leucopternis polionotus
Gavião-pombo Accipitridae NC VU
Ordem Anseriformes
Dendrocygna viduata Irerês Anatidae NC NC
Ordem Craciformes
Pipile jacutinga Jacutinga Cracidae EN CR
IC01-RT005 4-179
Tabela 4.2.2.2.2-1: Lista geral das espécies faunísticas ocorrentes na
AID do empreendimento e o Status de conservação no Estado de São
Paulo (SP) e Federal (MMA). Onde NC: Não Consta; CR: Criticamente em
Perigo; EN: Em Perigo; VU: Vulnerável.
Táxon Nome
Popular Família
Status de conservação
MMA SP
Ordem Ciconiiformes
Eudocimus ruber Guará Threskiornithidae NC EN
Ardea alba Garça-branca-grande
Ardeidae NC NC
Egretta thula Garça-branca-pequena
Ardeidae NC NC
Tringa flavipes Perna-amarela-pequeno
Scolopacidae NC NC
Tringa melanoleuca Perna-amarela-grande
Scolopacidae NC NC
Actilis macularius Maçarico Scolopacidae NC
Charadrius semipalmatus
Batuíra-de-bando
Charadriidae NC NC
Pluvialis squatarola Tarambola-cinzenta
Charadriidae NC NC
Ordem Procellariiformes
Thalassarche chlororhynchos
Albatroz-de-nariz-amarelo
Diomedeidae VU VU
Thalassarche melanophris
Albatroz-de-sobrancelha
Diomedeidae VU VU
Thalassarche chrysostoma
Albatroz-de-cabeça-cinza
Diomedeidae NC NC
Ordem Charadriiformes
Calidris alba Maçarico-branco
Scolopacidae NC NC
Charadrius semipalmatus
Batuíra-de-bando
Charadriidae NC NC
Ordem Sphenisciformes
IC01-RT005 4-180
Tabela 4.2.2.2.2-1: Lista geral das espécies faunísticas ocorrentes na
AID do empreendimento e o Status de conservação no Estado de São
Paulo (SP) e Federal (MMA). Onde NC: Não Consta; CR: Criticamente em
Perigo; EN: Em Perigo; VU: Vulnerável.
Táxon Nome
Popular Família
Status de conservação
MMA SP
Spheniscus magellanicus
Pingüim-de-magalhães
Sphenidae NC NC
Ordem Rodentia
Kannabateomys amblyonyx
Rato-de-taquara
Echimyidae NC NC
Myocastor coypus Ratão do banhado
Myocastoridae NC NC
Dasyprocta azarae Cutia Dasyproctidae NC NC
Agouti paca Paca Cuniculidae NC NC
Hydrochoerus hydrochaeris
Capivara Hydrochaeridae NC NC
Ordem Perissodactyla
Tapirus terrestris Anta Tapiridae NC VU
Ordem Artiodactyla
Pecari tacaju Cateto Tapiridae NC VU
Tayassu pecari Queixada Tayassuidae NC EN
Mazama gouzoupira Veado-catingueir
Cervidae NC NC
Ozotoceros bezoarticus
Veado-campeiro
Cervidae NC CR
Ordem Primates
Brachyteles arachnoides
Muriqui Atelidae EN EN
Alouatta fusca Bugio Atelidae NC NC
Cebus apella Macaco-prego Cebidae NC NC
IC01-RT005 4-181
Tabela 4.2.2.2.2-1: Lista geral das espécies faunísticas ocorrentes na
AID do empreendimento e o Status de conservação no Estado de São
Paulo (SP) e Federal (MMA). Onde NC: Não Consta; CR: Criticamente em
Perigo; EN: Em Perigo; VU: Vulnerável.
Táxon Nome
Popular Família
Status de conservação
MMA SP
Ordem Cingulata
-* -* Dasypodidae - -
Ordem Pilosa
Tamandua tetradactyla
Tamanduá-mirim
Myrmecophagidae NC NC
Ordem Carnivora
Didelphis aurita Gambá-de-orelha-preta
Didelphidae NC NC
Didelphis marsupialis Gambá-comum
Didelphidae NC NC
Cerdocyon thous Cachorro-do-mato
Canidae NC NC
Leopardus tigrinus Gato-do-mato-pequeno
Felidae VU VU
Herpailurus yagouaroundi
Gato-mourisco Felidae NC NC
Puma concolor Onça parda Felidae VU VU
Nasua nasua Quati Procyonidae NC NC
Procyon cancrivorus Mão-pelada Procyonidae NC NC
Lutra longicaudis Lontra Mustelidae NC NC
Otaria flavescens Leão-marinho Otariidae NC NC
Artocephalus tropicalis
Lobo-marinho-subantártico
Otariidae NC NC
* Não foi possível a identificação a nível específico.
IC01-RT005 4-182
Sabe-se que algumas espécies apresentam um grau de adaptação a
um determinado habitat a tal ponto que sua existência está diretamente
relacionada à manutenção deste ambiente ou, pelo menos, da preservação
das características básicas deste, a fim de que propiciem suporte para a
espécie considerada. Por outro lado, ambientes fragmentados e alterados
possibilitam a ocupação de seus habitats por espécies sinantrópicas e/ou
exóticas, desencadeando desequilíbrio ecológico para populações
residentes, quando presentes, ou ocupação de nichos.
Ao mesmo tempo espécies nativas de comportamento generalista,
típicas de áreas abertas, podem expandir seus limites geográficos,
passando a ocorrer também nas áreas sob pressão antrópica. Assim como,
algumas espécies de ambientes florestais, que ocorrem em clareiras
naturais, são capazes de se adaptarem à ambientes abertos antropizados.
Assim sendo, pode-se observar, nesses ambientes, uma
descaracterização ecológica, onde ocorre um aumento de espécies com
características e adaptações elásticas, compreendendo uma maior faixa de
ambientes.
A AID do empreendimento apresenta características diversas, com
ambientes em diversos graus de conservação. Assim sendo, podem ser
encontradas espécies da fauna consideradas generalistas e outras mais
especialistas e sensíveis às perturbações antrópicas.
Neste sentido, ressalta-se a importância das áreas mais conservadas
de mata, em especial as áreas do Parque Estadual da Serra do Mar, que
apresentam potencial para abrigar maior riqueza e diversidade de espécies
da fauna.
IC01-RT005 4-183
4.2.3. Caracterização do Meio Socioeconômico
A AID do empreendimento corresponde ao território no entorno da
área que pode ser diretamente afetado pelo empreendimento, devido à
localização da área, à questões relacionadas a acessos, transporte e
sistemas viários e à infra-estruturas atingidas, os estudos relacionados aos
aspectos do meio socioeconômico da área de influência direta abrangerão
os municípios de Praia Grande e São Vicente.
4.2.3.1. Infra-estrutura Urbana-Social
4.2.3.1.1. Urbanização e Densidade demográfica na AID
Para efeito de comparação entre os dados relativos à densidade
demográfica e infraestrutura urbana e social, foram utilizados dados e
informações referentes ao município de Santos, por ser este o maior e mais
desenvolvido município da Região Metropolitana da Baixada Santista.
Conforme o Plano Diretor de 2006, praticamente todo o município de
Praia Grande está dentro do perímetro urbano, exceto o Parque Estadual da
Serra do Mar e o Parque Estadual Xixová – Japuí, já que ambos não podem
ser urbanizados.
A partir da característica citada anteriormente, podemos dizer que o
município de Praia Grande possui duas densidades demográficas, uma
considerando toda a área do município (145 km²), e outra considerando
somente a área passível de urbanização (61,41 km²).
A população total do município de Praia Grande sobre sua área total
resulta em uma densidade demográfica considerada normal quando
comparada à Santos e mais baixa quando comparada a São Vicente. Porém,
quando feito o mesmo cálculo sobre a área passível de urbanização, a qual
exclui os Parques Estaduais da Serra do Mar e o Xixová - Japuí, esse
número se multiplica, aumentando muito a densidade do município de Praia
Grande, conforme mostra a Tabela 4.2.3.1.1-1: Densidade demográfica
dos municípios.
IC01-RT005 4-184
São Vicente possui uma superfície total de 146 km², dividida em uma
porção de 18 km² na Ilha de São Vicente, outra Continental de 117 km²,
separadas pelo canal dos Barreiros, além de 11 km² de rios e córregos.
Cabe ressaltar que dos 117 km² da Área Continental, 71 km² compõem a
Área de Preservação da Serra do Mar e 6 km² a Área Rural.
Tabela 4.2.3.1.1-1: Densidade demográfica dos municípios
(habitantes/km²).
Ano
PRAIA GRANDE
SÃO VICENTE
SANTOS Sobre área total
Sobre área passível de urbanização
1991 843,82 1.992,41 1.801,90 554,95
2000 1.329,44 3.139,04 2.042,79 1.491,17
2009 1.719,07 4.059,04 2.234,97 1.541,97 Fonte:Seade (2010).
Ressalta-se que as densidades demográficas não levam em
consideração a população flutuante, que perfaz cerca de 300 mil habitantes
nos finais de semana e 1,5 milhão na alta temporada de verão.
Por não haver área rural passível de urbanização em Praia Grande e a
área do município de São Vicente ser extremamente pequena, a expansão
urbana de ambos os municípios se concentrou em áreas adjacentes aos
principais eixos viários (Rodovia Padre Manuel da Nóbrega antiga Rodovia
Pedro Taques / SP-55), no centro da cidade e sua periferia.
Em quase duas décadas a população de Praia Grande dobrou,
enquanto a de São Vicente cresceu moderadamente, como pode ser
visualizado nas Tabelas 4.2.3.1.1-2 e 4.2.3.1.1-3: Crescimento
demográfico e taxa de urbanização dos municípios, e Características
dos municípios, respectivamente. Esse fato deve-se principalmente ao
crescimento da cidade de Praia Grande, onde havia áreas disponíveis para
ocupação, e necessitava de mão de obra para o desenvolvimento do
turismo, houve, então melhora significativa na infraestrutura do município e
na qualidade de vida da população, estimulando a migração de pessoas
IC01-RT005 4-185
residentes em outras cidades da Baixada Santista e até mesmo da Grande
São Paulo, devido a sua proximidade com a capital (72 km).
São Vicente não desenvolveu toda sua potencialidade no turismo,
porém recebeu parcelas do contingente que se retira do setor produtivo,
além de se caracterizar como cidade-dormitório, fornecendo mão de obra
para Santos e Cubatão.
IC01-RT005 4-186
Tabela 4.2.3.1.1-2: Crescimento demográfico e taxa de urbanização dos municípios.
Ano
PRAIA GRANDE SÃO VICENTE SANTOS
Crescimento Demográfico
(%)
Taxa de Urbanização
(%)
Crescimento Demográfico
(%)
Taxa de Urbanização
(%)
Crescimento Demográfico
(%)
Taxa de Urbanização (%)
1991 - 2000 57,55 100 13,36 99,90 - 2,43 99,61
2000 - 2009 29,30 100 9,36 99,95 3,40 99,47 Fonte:Seade (2010).
Tabela 4.2.3.1.1-3: Características dos municípios.
Ano PRAIA GRANDE SÃO VICENTE SANTOS
1991 2000 2009 1991 2000 2009 1991 2000 2009
População Rural 0 0 0 259 138 15 1.659 2.236 2.531
População Urbana 122.354 192.769 249.266 267.186
303.061
331.427 426.762 415.739 429.682
População Total 122.354 192.769 249.266 267.445
303.199
331.581 428.421 417.975 432.213
Saldo Migratório 3.764 5.819 - 2.532 261 - - 4.155 - 2.198 - Fonte:Seade (2010).
IC01-RT005 4-187
4.2.3.1.2. Economia Regional
Os municípios de Praia Grande e São Vicente apresentam o setor de
economia alicerçado principalmente pelo setor de comércio e serviços,
conforme observado nas Tabelas 4.2.3.1.2-1 e 4.2.3.1.2-2: Proporção
de estabelecimentos nos diversos setores da economia dos
municípios, e Vínculos empregatícios nos diversos setores da
economia, respectivamente. Por serem cidades ligadas ao turismo, há
crescentes investimentos e aumento dessas atividades, fortalecendo ainda
mais este setor econômico. Em contrapartida o setor agropecuário é quase
nulo, devido principalmente às características físicas das cidades.
Tabela 4.2.3.1.2-1: Estabelecimentos nos diversos setores da economia
dos municípios (em %).
Ano PRAIA GRANDE SÃO VICENTE SANTOS
2000 2008 2000 2008 2000 2008
Agropecuária 0,06 0,07 0,07 0,15 0,93 0,57
Comércio 29,76 32,95 39,32 41,21 29,30 30,44
Construção Civil 5,98 4,24 3,88 3,31 2,63 2,33
Indústria 3,21 2,83 5,12 4,60 3,37 3,81
Serviços 60,99 59,90 51,61 50,73 63,76 62,85 Fonte:Seade (2010).
Tabela 4.2.3.1.2-2: Vínculos empregatícios nos diversos setores da
economia (em %).
Ano PRAIA GRANDE SÃO VICENTE SANTOS
2000 2008 2000 2008 2000 2008
Agropecuária 0,01 0,01 0,02 0,05 0,80 0,32
Comércio 29,32 31,75 24,61 31,84 18,35 18,79
Construção Civil 9,73 6,34 3,74 4,55 2,71 3,04
Indústria 3,81 4,26 5,59 9,25 4,89 6,03
Serviços 57,13 57,64 66,03 54,30 73,24 71,83 Fonte:Seade (2010).
IC01-RT005 4-188
4.2.3.1.3. Equipamentos Públicos de Saúde e Educação
Em relação aos equipamentos da área de saúde, existem 4 (quatro)
pronto socorros públicos (Hospital Irmã Dulce, Pronto Socorro Quietude,
Pronto Socorro Samambaia e a Santa Casa) no município de Praia Grande.
Além deles há o Centro de Especialidades Médicas Ambulatoriais e Sociais –
CEMAS, o Centro de Especialidades Médicas Infecto Contagiosa – CEMIN,
Ambulatório Médico de Especialidades – AME e 22 Unidades Básica de
Saúde divididas entre os bairros do município.
Foto 4.2.3.1.3-1: Unidade de Saúde da
Família – USAFA, localizado na AID do
empreendimento.
Foto 4.2.3.1.3-2: Pronto Socorro
particular de Praia Grande.
Foto 4.2.3.1.3-3: Centro de
Especialidades Médicas Ambulatoriais e
Sócias – CEMAS.
Foto 4.2.3.1.3-4: Hospital municipal Irmã
Dulce, localizado no município de Praia
Grande.
IC01-RT005 4-189
Foto 4.2.3.1.3-5: Pronto socorro da Santa Casa.
Com base em informações fornecidas pela Prefeitura Municipal de
Praia Grande e São Vicente, embasados pelo reconhecimento realizado em
campo, foram identificados diversos equipamentos públicos municipais de
educação, inseridos na Área de Influência Direta do empreendimento.
No município de Praia Grande existem duzentos e quatro (204)
estabelecimentos educacionais de nível pré escolar, fundamental e básico,
sendo que deste total, 120 são públicos e 84 são particulares. Em São
Vicente este número aumenta um pouco, subindo para duzentos e noventa
e nove (299) estabelecimentos educacionais, sendo 180 públicas e 119
privadas. Já em Santos, a quantidade de escolas aumenta
significativamente, sendo 410 estabelecimentos educacionais, destes 122
são privados e 288 públicos.
Quando da realização de visitorias de campo em dias chuvosos, foi
observado em Praia Grande alguns bairros com problemas de alagamentos,
dificultando o deslocamento de pedestres e automóveis.
Quanto ao ensino superior existem no município de Praia Grande três
instituições, sendo 1 estadual (Faculdade de Tecnologia - FATEC) e 2
particulares (Universidade Santo Amaro - UNISA e Faculdade do Litoral Sul
Paulista - FALS). Em São Vicente há o mesmo número de instituições com
cursos superiores, a Faculdade de São Vicente e Faculdade Integração,
sendo particular e a Universidade Estadual de São Paulo – UNESP. Já em
IC01-RT005 4-190
Santos este número sobe para 8 universidades, sendo 1 estadual e 7
particulares.
Tabela 4.2.3.1.3-1: Número de pré escolas (2008).
Praia Grande Santos São Vicente
Estadual 0 0 0
Federal 0 0 0
Municipal 26 29 99
Particular 43 152 67
Total 69 181 166 Fonte:IBGE (2010).
Tabela 4.2.3.1.3-2: Número de escolas com ensino fundamental (2008).
Praia Grande Santos São Vicente
Estadual 22 23 20
Federal 0 0 0
Municipal 47 44 40
Particular 28 91 33
Total 97 158 93 Fonte:IBGE (2010).
Tabela 4.2.3.1.3-3: Número de escolas com ensino médio (2008).
Praia Grande Santos São Vicente
Estadual 23 26 21
Federal 0 0 0
Municipal 2 0 0
Particular 13 45 19
Total 38 71 40 Fonte:IBGE (2010).
IC01-RT005 4-191
Fotos 8.3.1.3-6 e 8.3.1.3-7: Escola Sérgio Vieira de Mello, localizada na AID do
empreendimento.
Fotos 8.3.1.3-8 e 8.3.1.3-9: Escola Governador Franco Montoro, localizada na AID do
empreendimento.
Foto 8.3.1.3-10: Escola localizada na AID
do empreendimento, no município de Praia
Grande.
Foto 8.3.1.3-11 Detalhe para as áreas
alagadas nas ruas próximas as escolas.
IC01-RT005 4-192
4.2.3.1.4. Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
Tanto o abastecimento público de água quanto o esgotamento
sanitário de Praia Grande e São Vicente são administrados pela Sabesp
(Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Foto
4.2.3.1.4-1) que no ano de 2000, no que se refere ao abastecimento
público de água, atendia 98,18% do município de Praia Grande e 99,44%
de São Vicente. A Tabela 4.2.3.1.4-1: Sistemas e principais
mananciais apresenta os sistemas e mananciais que abastecem os
municípios da Baixada Santista.
Tabela 4.2.3.1.4-1: Sistema e principais mananciais.
Sistema Principais Mananciais Sedes Urbanas
Atendidas
Pilões - Cubatão
Rio Pilões; Ribeirão Passareúva; Rio Cubatão e Canais de Fuga de Henry
Borden
Cubatão; Praia Grande; Santos; São
Vicente.
Mambu Rio Mambu Itanhaém; Peruíbe;
Mongaguá.
Melvi
Ribeirões Guariúma; Lambari e Laranjal;
Córregos do Soldado e da Serraria
Praia Grande
Sistemas Isolados Mananciais Superficiais /
Mistos Bertioga; Guarujá.
Fonte: Agencia Nacional da Água – ANA (2010).
IC01-RT005 4-193
Foto 4.2.3.1.4-1: Reservatório de água da Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo - Sabesp.
O esgotamento sanitário é um grave problema encontrado nos
municípios de Praia Grande e São Vicente. A rede coletora de esgoto não é
suficiente para atender a população residente e flutuante. Apenas 57,64% e
66,72% da população de Praia Grande e São Vicente, respectivamente, são
atendidos. Além deste problema, há também muitas ligações clandestinas
com bocas de lobo, que despejam todo o material irregular no mar,
comprometendo sua balneabilidade.
Ao comparar a abrangência da rede de esgoto dos municípios acima
citados com a cidade de Santos, que atende 94,42% da população,
percebe-se mais claramente a deficiência de saneamento nas cidades de
Praia Grande e São Vicente.
Outro problema que estes municípios enfrentam são as frenquentes
enchentes. Em São Vicente isso ocorre por que há muitos canais que não
são revestidos e sua drenagem é insatisfatória. Já em Praia Grande as
enchentes ocorrem, principalmente, por que a rede de drenagem é
composta por canais abertos e fechados que recebem águas pluviais
provenientes dos bueiros, ultrapassando os limites dos mesmos.
IC01-RT005 4-194
Fotos 8.3.1.4-2 e 8.3.1.4-3: Detalhe das áreas alagadas na AID do empreendimento.
Fotos 8.3.1.4-4 e 8.3.1.4-5: Idem a anterior.
4.2.3.1.5. Resíduos Domiciliares Urbanos
Segundo a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – SEADE,
no ano 2000, o nível de atendimento da coleta de lixo no município de Praia
Grande era de 99,07% e o de São Vicente 99,55%. Porém, foi encontrada
grande quantidade de lixo jogado nas ruas próximas ao empreendimento e
sua AID, conforme ilustrado nas Fotos 4.2.3.1.5-1 e 4.2.3.1.5-2.
IC01-RT005 4-195
Fotos 4.2.3.1.5-1 e 4.2.3.1.5-2: Nota-se a grande presença de lixo jogado
irregularmente na rua, próximo a área do empreendimento.
Até o ano de 2002, os resíduos de São Vicente eram destinados ao
lixão Sambaiatuba e os de Praia Grande ao Lixão Municipal do Jardim
Glória, situado às margens da Avenida dos Trabalhadores, próximo a áreas
densamente povoadas.
Entretanto a área de deposição estava avançando sobre a área de
manguezal, contaminando o lençol freático e os cursos d’água localizados
no entorno. Após a desativação destes lixões, os resíduos dos dois
municípios passaram a ser levados para o Aterro Lara Energia, localizado no
Pólo Industrial de Sertãozinho, na cidade de Mauá.
4.2.3.1.6. Sistema Viário
Os principais eixos viários presentes na AID são constituídos por
diversas rodovias, estradas vicinais, avenidas e ruas que realizam a
interligação da região Metropolitana de São Paulo e os dos demais
municípios da AII ao município de Praia Grande e do perímetro urbano
deste à área onde se pretende implantar o empreendimento.
IC01-RT005 4-196
• SP 150 / SP 160 - SISTEMA ANCHIETA / IMIGRANTES
Via Anchieta - SP 150
A rodovia estadual Anchieta (SP 150) faz a ligação entre a região
metropolitana de São Paulo e a Baixada Santista, passando pelos
municípios de São Paulo, São Bernardo, Cubatão e Santos, no decorrer de
seus 55,9 km de extensão.
Sua construção foi determinada pela crescente elevação do
movimento de cargas e passageiros entre a capital e o porto de Santos. Por
volta de 1920, a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí e a Estrada da Maioridade
(hoje conhecida como Estrada Velha do Mar) começaram a ser insuficientes
para atender à demanda por transporte na região.
A Anchieta foi uma das primeiras rodovias a serem construídas no
Brasil segundo padrões técnicos modernos e rigorosos para a época, tais
como curvas horizontais com raio mínimo de 50m, faixa entre cercas de
20m, pista de 6m, pavimento de concreto.
A primeira parte da rodovia, atual pista ascendente, foi entregue ao
tráfego em 13 de março de 1947, pelo interventor federal em São Paulo,
Macedo Soares. Em 9 de julho de 1953, o então governador Lucas Nogueira
Garcez inaugurou a segunda pista da Anchieta e o trecho da Baixada, entre
as cidades de Cubatão e Santos.
Desde 27 de maio de 1998, a Via Anchieta passou a ser administrada
pela concessionária Ecovias dos Imigrantes, dentro do Programa de
Concessões do Governo do Estado.
• Rodovia dos Imigrantes - SP 160
A Rodovia dos Imigrantes (SP 160) liga a Baixada Santista ao
Planalto, através de 58,54 km, passando pelos municípios de São Paulo,
Diadema, São Bernardo do Campo, Cubatão, São Vicente e Praia Grande.
Sua implantação visou atender o grande fluxo de tráfego entre a
Grande São Paulo e a Baixada, já que a Anchieta estava com sua
capacidade de vazão praticamente esgotada ao final da década de 60.
IC01-RT005 4-197
Para viabilizar a construção da nova rodovia foi criada a DERSA
(Desenvolvimento Rodoviário S.A.), sociedade anônima de capital misto
constituída em 1969. Os estudos e projetos para a construção tiveram início
em seguida, e cinco anos mais tarde era entregue ao tráfego o primeiro
trecho, compreendendo a interligação com a Via Anchieta, no alto da serra
(SP-041). Essa primeira etapa foi inaugurada no dia 23 de janeiro de 1974.
O trecho da serra foi projetado para conter três pistas: pista
ascendente, com três faixas; pista descendente, com duas faixas; e pista
reversível, também com duas faixas. No entanto, somente a pista
ascendente foi construída, tendo sido inaugurada em 28 de junho de 1976.
Na Rodovia dos Imigrantes foram aplicadas tecnologias avançadas de
construção de túneis e viadutos de grandes extensões, sustentados por
pilares de até 100 metros de altura. No trecho da serra, são 16 km de
viadutos e túneis sucessivos, formando uma espécie de "estrada artificial".
A partir de sua entrega ao tráfego, a Imigrantes passou a compor,
juntamente com a Via Anchieta, o Sistema Anchieta-Imigrantes, sob
administração da DERSA.
Como parte do Programa de Concessões do Governo do Estado, o
sistema passou a ser administrado pela concessionária Ecovias dos
Imigrantes, por um período de 20 anos, segundo contrato firmado em 27 de
maio de 1998.
O Quadro 4.2.3.1.6-1 apresenta a localização das praças de
pedágio existentes ao longo do sistema Anchieta SP-150 /Imigrantes SP-
160.
Quadro: 4.2.3.1.6-1: Localização das praças de pedágio – SP-150/SP-160.
RODOVIA NOME PRAÇA DE
PEDÁGIO SENTIDO OPERADORA
SP 150 Rodovia
Anchieta
km 31,1 –
Riacho Grande
Capital -
Litoral Ecovias
SP 160 Rodovia dos km 25,579 - Capital – Ecovias
IC01-RT005 4-198
Quadro: 4.2.3.1.6-1: Localização das praças de pedágio – SP-150/SP-160.
RODOVIA NOME PRAÇA DE
PEDÁGIO SENTIDO OPERADORA
Imigrantes Batistini Litoral
SP 160 Rodovia dos
Imigrantes
km 15,917 –
Diadema
Capital –
Litoral Ecovias
SP 160 Rodovia dos
Imigrantes
km 20,100 –
Eldorado
Capital –
Litoral Ecovias
SP 160 Rodovia dos
Imigrantes
km 32,38 -
Piratininga
Capital -
Litoral Ecovias
Fonte: Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo - DER/SP
Partindo do município de São paulo, o empreendimento pretendido
poderá ser acessado através da Rod. dos Imigrantes SP-250 até o km
58.00, saindo para SP-055 chegando no km 289+200 onde esta localizado
dentro do municipio de Praia Grande.
A rodovia SP-150 possui quatro faixas de rolamento e a SP-160 seis
faixas em maior parte de seu percurso.
Em 2008, na Rodovia SP-150 Anchieta teve um volume médio diário
entre veículos de passeio e comerciais de aproximadamente 12.491 no
sentido Sul e 9.894 no sentido Norte. No mesmo ano na rodovia SP-160
Dos Imigrantes obteve-se valores médios de trafego diário de 30.643 no
sentido sul e 33.673 no sentido sul da rodovia, conforme pode ser
observado nas Tabelas 4.2.3.1.6-1 e 4.2.3.1.6-2.
IC01-RT005 4-199
Tabela 4.2.3.1.6-1: Volumes Médios Diários (VMD) – SP-150.
Posto de coleta VDM 2008
Concessio-
nária Rodovia Denominação Km Sentido Passeio
Comer-
cial Total
Ecovias SP 150 Rodovia Anchieta 31,106 Sul 8.728 3.763 12.491
Ecovias SP 150 Rodovia Anchieta 31,106 Norte 7.170 2.724 9.894
Fonte: ARTESP
Tabela 4.2.3.1.6-2: Volumes Médios Diários (VMD) – SP-160.
Posto de coleta VDM 2008
Concessio-
nária Rodovia Denominação Km Sentido Passeio
Comer-
cial Total
Ecovias SP 160 Rodovia dos
Imigrantes 32,381 Sul 25.516 5.127 30.643
Ecovias SP 160 Rodovia dos
Imigrantes 32,381 Norte 17.664 6.009 33.673
Fonte: ARTESP
• SP-055 – Dr. Manoel Hyppolito Rego - Padre Manoel da
Nóbrega e Cônego Domênico Rangoni
A Rodovia Dr. Manoel Hyppolito Rego, que liga as cidades de Bertioga
e Ubatuba, foi construída a partir de um antigo traçado das praias do Litoral
Norte paulista.
Em 1956, durante o Governo Jânio Quadros, ocorreu à primeira
pavimentação. Na década de 70, foi retificado o seu traçado, sendo
realizadas obras de pavimentação.
A denominação de Rodovia Doutor Manoel Hyppolito Rego foi
realizada através da lei nº 4799, de 25/10/1985.
A rodovia SP-055 interliga importantes eixos rodoviários,
notadamente a SP-160 Rodovia dos Imigrantes, SP-150 Rodovia Anchieta,
IC01-RT005 4-200
SP-125 em Ubatuba, SP-099 em Caraguatatuba, a BR-116 no Distrito de
Pedro Barros, entre outras.
Atualmente a rodovia SP-055 (Dr. Manoel Hyppolito Rego) no trecho
de Ubatuba a Bertioga é administrada pelo Departamento de Estradas de
Rodagem – DER (km 53+60 ao km 292+20), o trecho de Bertioga a Peruíbe
(Cônego Domenico e Padre Manoel da Nóbrega) está sob a administração
da concessionária ECOVIAS (km 292+20 ao km 389+80). O Quadro
4.2.3.1.6-1 apresenta a localização das praças de pedágio existentes ao
longo da rodovia – SP-055 (Cônego Domenico e Padre Manoel da Nóbrega).
Quadro 4.2.3.1.6-1: Localização das praças de pedágio – SP-055
RODOVIA NOME PRAÇA DE
PEDÁGIO SENTIDO OPERADORA
SP 055 Padre Manoel da
Nóbrega
km 279,950
– S. Vicente
Litoral –
Capital Ecovias
SP 055
Cônego
Domênico
Rangoni
km 250,464
- Santos
Litoral –
Capital Ecovias
Fonte: Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo - DER/SP
Partindo do município de São paulo, o empreendimento pretendido
poderá ser acessado através da Rod. dos Imigrantes SP-250 até o km
58.00, saindo para SP-055 chegando no km 289+200 onde esta localizado
dentro do municipio de Praia Grande.
A rodovia SP-055, possui duas faixas de rolamento em maior parte de
seu percurso, em apenas pequenos trechos possui uma faixa a mais voltada
a realização de ultrapassagens.
Em 2008, no trecho da Rodovia SP-055 Cônego Domênico Rangoni
teve um volume médio diário entre veículos de passeio e comerciais de
aproximadamente 12.963 no sentido oeste e 14.391 no sentido leste. No
mesmo ano no trecho Padre Manoel da Nóbrega obteve-se valores médios
IC01-RT005 4-201
de trafego diário de 13.554 no sentido oeste e 10.673 no sentido leste da
rodovia, conforme pode ser observado na Tabela 4.2.3.1.6-1.
Tabela 4.2.3.1.6-1: Volumes Médios Diários (VMD) – SP-055.
Posto de coleta VDM 2008
Concessio-
nária Rodovia Denominação Km Sentido Passeio
Comer-
cial Total
Ecovias SP 055
Rodovia Cônego
Domênico
Rangoni
250,464 Oeste 8.875 4.088 12.963
Ecovias SP 055
Rodovia Cônego
Domênico
Rangoni
250,464 Leste 9.200 5.191 14.391
Ecovias SP 055
Rodovia Padre
Manoel da
Nóbrega
279,95 Oeste 12.063 1.491 13.554
Ecovias SP 055
Rodovia Padre
Manoel da
Nóbrega
279,95 Leste 9.314 1.3 59 10.673
Fonte ARTESP
4.2.3.2. Uso e Ocupação do Solo e Caracterização da AID
Para caracterizar a ocupação e uso do solo no entorno da área do
empreendimento, foram realizadas interpretações em fotografias aéreas
disponíveis para os anos de 1987 (em escala 1:30.000) e 2009 (em escala
1:30.000),juntamente com estudos realizados em campo, onde foram
considerados aspectos relativos à urbanização, zoneamento, equipamentos
sociais, estrutura viária, atrativos turísticos, bairros e loteamentos,
principalmente aqueles situados próximo à área do empreendimento.
As classificações utilizadas para definição do Uso e Ocupação de Solo
para o meio socioeconômico na AID podem ser observadas no Mapa de Uso
e Ocupação de Solo, onde de acordo com o mapeamento realizado na AID
IC01-RT005 4-202
do empreendimento, são apresentadas as seguintes categorias: Áreas
Verdes ou Matas, Campo Antrópico, Recursos Hídricos, Ocupação Antrópica,
Área Urbanizada Predominantemente Residencial, Área Urbanizada
Predominantemente Industrial, Solo Exposto, Viário, Faixa Litorânea, Faixa
de Domínio CPFL/Petrobrás.
• Áreas Verdes ou Matas: refletem as áreas recobertas com
vegetação florestal remanescente, constituindo floresta alta de restinga com
cobertura vegetal em estágios avançado, médio e inicial de regeneração;
floresta paludosa, brejo de restinga, e mangue;
• Campo Antrópico: trata-se nesta classificação das áreas que
sofreram algum tipo de exploração ou interferência humana e encontram-
se, atualmente, desprovidas de uso nobre, caracterizam-se, em geral pela
presença de gramíneas;
• Recursos Hídricos: Nessa classificação estão inseridos os rios,
lagos, áreas alagadas presentes na área de influência direta do
empreendimento;
• Ocupação Antrópica: Aqui se trata de áreas onde existe
ocupação humana, com presença habitações, sem a presença de infra-
estrutura urbana;
• Área Urbanizada Predominantemente Residencial: Área
dotada de infra-estrutura urbana (vias pavimentas, e presença de
transporte e equipamentos públicos), densamente ocupada
predominantemente por usos residenciais, de comércio e serviços
associados ao uso residencial;
• Área Urbanizada Predominantemente Industrial: Área
ocupada predominantemente por usos industriais.
• Solo Exposto: Áreas antropizadas, atualmente sem uso
definido.
• Viário: Rodovias, ruas, estradas de acesso localizadas na AID
do empreendimento.
IC01-RT005 4-203
• Faixa de Domínio CPFL/Petrobrás: Áreas não edificantes,
localizadas abaixo da linha de transmissão pertencente à Companhia
Paulista de Força e Luz e acima do Gasoduto da Transpetro.
• Faixa Litorânea.
4.2.3.2.1 Mapa de Uso e Ocupação do Solo
A área de entorno da área diretamente afetada - ADA do Complexo
Empresarial Andaraguá está localizada nos municípios de Praia Grande e
São Vicente.
Conforme pode ser verificado no Mapa de Uso e Ocupação do Solo,
apresentado no Item 4.2.3.4, as porções norte, noroeste e parte da porção
sudoeste da AID estão recobertas por vegetação, estas áreas em particular
encontram-se mais preservadas devido a diversos fatores, como a
delimitação do Parque Estadual da Serra do Mar e demais unidades de
conservação presentes na área, a relativa dificuldade de acesso e a
topografia mais acidentada.
O eixo de ocupação urbana da AID, em especial no município de Praia
Grande, constitui-se da faixa litorânea e da área de entorno da rodovia SP
055, onde está também localizada a área de estudo.
As porções sul, sudeste e sudoeste, adjacentes a gleba onde se
pretende implantar o empreendimento apresentam-se uniformemente
tomadas por ocupações de caráter residencial, tratam-se de bairros,
principalmente do município de Praia Grande, com baixo a médio padrão
ocupacional, dotados de infraestrutura urbana. Na porção nordeste
adjacente à gleba, encontra-se o perímetro industrial do município de Praia
Grande, onde estão localizadas indústrias como a Tortuga, Latina e
Comercial Gerdal.
IC01-RT005 4-204
Foto 4.2.3.2.1-1: Município de São Vicente – AID do empreendimento.
Foto 4.2.3.2.1-2: Comércio de São Vicente.
Foto 4.2.3.2.1-3: Aspecto de bairro residencial em São Vicente.
Foto 4.2.3.2.1-4: Área industrial próxima à divisa São Vicente/Praia Grande, na AID do empreendimento.
Foto 4.2.3.2.1-5: Aspecto do bairro Jardim Quarentenário em São Vicente, AID do empreendimento.
Foto 4.2.3.2.1-6: Idem anterior.
IC01-RT005 4-205
Foto 4.2.3.2.1-7: Ocupação antrópica irregular às margens do canal de São Vicente.
Foto 4.2.3.2.1-8: Área de uso industrial na AID do empreendimento.
Foto 4.2.3.2.1-9: Acesso principal ao município de Praia Grande, rodovia dos Imigrantes, vista da ponte estaiada sobre o canal de São Vicente ao fundo.
Foto 4.2.3.2.1-10: Aspecto da via Angelina Pretti da Silva, que dá acesso à área do empreendimento a partir do município de São Vicente.
Foto 4.2.3.2.1-11: Área comercial no entorno da ADA.
Foto 4.2.3.2.1-12: Anúncio de condomínio no município de Praia Grande.
IC01-RT005 4-206
Foto 4.2.3.2.1-13: Propagando de empreendimentos imobiliários na orla de Praia Grande.
Foto 4.2.3.2.1-14: Orla de Praia Grande, no bairro Guilhermina, no detalhe edifício residencial em construção.
4.2.3.3. Mercado Imobiliário
Os municípios de Praia Grande e São Vicente, identificados como AID
do empreendimento apresentam características naturais que lhes conferem
elevado potencial turístico.
Em relação à Praia Grande, onde está localizada a área de estudo,
este potencial turístico trouxe ao município relativo desenvolvimento, além
da geração de novos mercados de trabalho. Portanto, a principal atividade
econômica da Estância Balneária de Praia Grande é o turismo, atividade
consolidada no município, que vem investindo para o incremento desse
segmento econômico.
O setor de comércio e serviços está voltado para esta população
flutuante gerada pela atividade turística, até no que influi, por exemplo, no
setor da construção e de serviços públicos. Apesar disso, não possui uma
rede hoteleira de porte como os municípios de Santos e Guarujá devido ao
grande número de condomínios e colônias de férias.
O município apresenta infra-estrutura urbana consolidada, apesar de
não ser de grande porte. Possui centro comercial relativamente diversificado
e empreendimentos comerciais de cunho de lazer, como restaurantes, bares
e lanchonetes.
IC01-RT005 4-207
De uma forma geral, a caracterização do município se dá pela
presença de bairros, onde há uma maior concentração populacional
naqueles próximos à orla e à margem das Rodovias Padre Manoel da
Nóbrega e Via de Acesso a Praia Grande.
O que se verifica em muitas áreas da AID, circunvizinhas ao
empreendimento é a forte tendência de expansão imobiliária, seja aquela
expansão com características de baixo padrão habitacional, inclusive com
ocupações irregulares, localizadas nas áreas adjacentes à SP 055 ou a
expansão imobiliária de no perímetro urbano dos municípios, principalmente
em Praia Grande, estes destinados a atrair veranistas e turismo com
vertente residencial (segunda moradia).
Pode-se também verificar a forte tendência de expansão do mercado
imobiliário (turismo e segunda moradia) por meio da grande quantidade de
edifícios residenciais em construção e anúncios de condomínios verificados
no município.
4.2.3.4. Vetores da Expansão Urbana na AID
Com o objetivo de reconstituir o processo de ocupação na Área de
Influência Direta do empreendimento, foram utilizados registros
aerofotográficos disponíveis para os anos de 1987 (em escala 1:30.000) e
2009 (em escala 1:30.000).
O município de São Vicente, primeiro marco efetivo da colonização
brasileira, fundada em 20 de janeiro de 1532, apresenta, portanto,
características de metropolização e expansão urbana mais consolidadas. O
padrão ocupacional do município mudou pouco nos últimos vinte anos,
intensificando-se a ocupação dos bairros mais afastados do centro,
próximos ao canal de São Vicente e ao rio Piaçabuçu.
O município de Praia Grande, onde está localizada a área de estudo,
se posiciona como um importante local de transformações demográficas,
em especial no que se refere ao componente migratório.
IC01-RT005 4-208
Trata-se de um dos nove municípios da Região Metropolitana da
Baixada Santista e teve seu crescimento populacional privilegiado também
pelo processo de metropolização da baixada.
Embora existam muitos pontos em comum com outras regiões
metropolitanas, especificidades como as características geomorfológicas (é
um território delimitado pela Serra do Mar e pelo Oceano Atlântico, e
formado por ilhas, morros, planícies, mangues e vales); proximidade com o
porto de Santos; com as indústrias de Cubatão; a forte atração como área
turística; e a localização próxima da Região Metropolitana de São Paulo
ajudam a explicar o processo de ocupação e organização populacional.
Em termos populacionais a grande importância, na década de 1990
do município em relação à região foi ocasionada pelas mudanças na infra-
estrutura de Praia Grande neste mesmo período. Com a melhoria de acesso
ao município – a inauguração da Rodovia dos Imigrantes em 1976 e da
Ponte do Mar Pequeno em 1982 –, o ‘turismo de um dia’, com perfil de
baixa renda, esteve bastante presente. Segundo a Agem (2006), o aumento
no número desses turistas, somado ao grande crescimento populacional e
ao quase inexistente saneamento básico, tornaram a balneabilidade das
praias quase impossível, uma vez que os canais de esgoto cortavam as
areias, lançando no mar os dejetos sem qualquer tratamento. Em 1991, por
exemplo, a população de Praia Grande era de mais de 120 mil habitantes,
sendo que apenas 25% dos seus domicílios possuíam rede geral de esgoto.
Essa transformação foi possível também devido ao boom da
construção civil, ocorrido graças a uma série de obras de infra-estrutura,
paisagismo e urbanização que, por sua vez, acabou atraindo milhares de
famílias de baixa renda para o município, em busca dos empregos
oferecidos pelas empreiteiras e construtoras. Em função disso, a chegada
dessa população acabou provocando um imenso inchaço populacional na
região compreendida entre a atual Via Expressa Sul, a Rodovia Padre
Manoel da Nóbrega e a Serra do Mar com o surgimento de bairros extensos,
na sua grande maioria, constituídos por uma população bastante
empobrecida como, por exemplo, o Jardim Quietude, Ribeirópolis, entre
outros.
IC01-RT005 4-209
Neste contexto, a Via Expressa Sul, que corta o município, funciona
como uma espécie de eixo ou marco divisor entre classes sociais distintas,
sendo que as classes sociais de maior poder aquisitivo permanecem
próximas à orla, enquanto que os estratos de média e baixa renda se
distanciam e até mesmo ultrapassavam esse marco divisor, na medida que
não conseguem adquirir unidades residenciais em áreas mais valorizadas,
numa espécie de estratificação social definida por setores distintos.
Comparando a evolução da urbanização na região abrangida pela
AID, conforme demonstrado nos mapas de Uso e Ocupação do Solo é
possível notar que a rodovia SP 055 (a partir do quilômetro 291) e a faixa
litorânea e entre a faixa litorânea e a avenida (acesso à SP 055)
constituíram-se dos principais eixos de ocupação urbana e que em cerca de
20 anos esta ocupação se consolidou nesses eixos, ocupando praticamente
todos os vazios urbanos existentes entre a orla marítima e a rodovia SP
055.
Ainda ao longo da rodovia Padre Manoel da Nóbrega e da avenida Dr.
Roberto de Almeida Vinhas, em direção à serra do mar também houve um
processo de expansão da ocupação urbana e consolidação do perímetro
urbano.
No trecho da SP 055 anterior ao km 291 não houve ocupação
contínua e homogênea de seu entorno direto. Este fato deve-se,
provavelmente, a três principais fatores: a distância maior em relação à orla
marítima; a localização dessas áreas entre dois cursos d’água,
configurando-se em muitos pontos como áreas sujeitas a alagamentos; a
exploração pretérita de alguns trechos para a atividade mineraria, fato que
resultou na degradação de tais áreas.
De uma forma geral, a caracterização do município se dá pela
presença de bairros, onde há uma maior concentração populacional, nas
áreas próximas à orla e à margem das Rodovias Padre Manoel da Nóbrega e
Via de Acesso a Praia Grande.
Neste caso, o vetor de expansão que se dirigiu a Praia Grande foi
determinado pelo processo de redirecionamento populacional dos estratos
IC01-RT005 4-210
de renda média, e pela dinâmica turística das camadas de média e baixa
renda de Santos e São Vicente.
Analisando os registros fotográficos sob as perspectivas de expansão
no entorno do empreendimento, é possível aferir que a região configura-se
em um campo propício para a expansão da mancha urbana tendo como
suas vertentes de urbanização orientadas a oeste e noroeste do perímetro
urbano do município, devido à acessibilidade das áreas livres existentes,
oferecida pela estrutura viária atual.
Os vetores de expansão urbana da AID do empreendimento podem
ser observados nos no Mapa 4.2.3.4-1: Mapa de Uso e Ocupação de
Solo na AID-ano 2009 e no Mapa 4.2.3.4-2: Mapa de Uso e Ocupação
do Solo – ano 1987, apresentados a seguir.
IC01-RT005 4-211
Mapa 4.2.3.4-1: Mapa de Uso e Ocupação de Solo na AID-ano
2009
IC01-RT005 4-212
Mapa 4.2.3.4-2: Mapa de Uso e Ocupação do Solo – ano 1987