4 protocolo de atendimento integral a saude da mulher colombense versao 2012

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    PROTOCOLO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA

    INTEGRAL À SAÚDE DA MULHERCOLOMBENSE

    Colombo-PR

    2012

    SECRETARIA MUNICIPAL DE SA DE

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    EQUIPE GESTORA:

    Prefeito Municipal

    José Antônio Camargo

    Secretária Municipal de Saúde

    Ivonne Cecília Restrepo Solano Busato

    Diretora Administrativa da Secretaria Municipal de Saúde

    Leise Carla D. Ferreira

    Coordenadora Municipal de Atenção BásicaValquíria Clecy Plucheg

    Coordenadora de Saúde da Mulher

    Josiane Lunardon Taverna

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    EQUIPE TÉCNICA:

    Daniel Ignacio da Silva

    Daniela de Lima Keretch

    Danielle de Mello Cherbiski

    Gisley Nery Ferreira

    Helena Takatsuji Johnson

    Helvo Slomp Junior

    José Sebastião da Silva Neto

    Juliana Bertolin Gonçalves

    Osvaldo Tchaikoviski Junior

    Patrícia Ribeiro Bueno

    Rosemeire Francisca de Abreu de Oliveira

    Valquíria Clecy Plucheg

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    AGRADECIMENTOS

     Aos nossos pacientes usuários, por nos

    compelirem positivamente no sentido demelhoria das ações e serviços, e a todos

    os profissionais da rede municipal de

    saúde de Colombo-PR, citados ou não

    aqui, que contribuíram direta ou

    indiretamente para a consecução deste

    documento.

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    SUMÁRIO

    1. APRESENTAÇÃO 72. DIRETRIZES DA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE DA MULHER 8

    3. CONSULTA BÁSICA EM SAÚDE DA MULHER 103.1 ANAMNESE 103.2 EXAME FÍSICO 114. PRINCIPAIS AFECÇÕES EM SAÚDE DA MULHER 134.1 DISTÚRBIOS DO CICLO MENSTRUAL 134.2 TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL 134.3 CORRIMENTO VAGINAL 154.4 VAGINOSE CITOLÍTICA 194.5 VAGINITES ATRÓFICAS 20

    4.6 CERVICITES 204.7 DOR PÉLVICA 214.8 INCONTINÊNCIA URINÁRIA 255. DIREITO SEXUAL E REPRODUTIVO 265.1 INTRODUÇÃO ÀS DIRETRIZES 265.2 DIREITO REPRODUTIVO 275.3 A POPULAÇÃO ALVO 275.3.1 A POPULAÇ O DE RISCO 275.4 AÇÕES EM PLANEJAMENTO FAMILIAR 285.4.1 O ACOLHIMENTO 305.5 A ASSISTÊNCIA À PRÉ-CONCEPÇÃO 315.5.1 O ATENDIMENTO À MULHER/CASAL 315.6 A ASSISTÊNCIA À ANTICONCEPÇÃO 335.6.1 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE MÉDICA 335.6.2 OS MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS 345.7 ATENDIMENTO DE ENFERMAGEM NO PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA À ANTICONCEPÇÃO

    69

    5.8 AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DE PLANEJAMENTO FAMILIAR 695.9 AÇÕES DO PLANEJAMENTO FAMILIAR 70

    6. PREVENÇÃO E CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO 716.1 INTRODUÇÃO 716.2 PREPARANDO A UNIDADE PARA O ACOLHIMENTO DA MULHER 726.3 CÂNCER DE COLO UTERINO – PROMOÇ O DE SAÚDE E PREVENÇ O 746.4 SITUAÇ ES ESPECIAIS 766.5 COLETA DO MATERIAL PARA O EXAME PREVENTIVO DO COLO DOÚTERO

    80

    6.6 NOMENCLATURA BRASILEIRA PARA LAUDOS CITOPATOLÓGICOSCERVICAIS

    82

    6.7 TIPOS DA AMOSTRA  836.8 AVALIAÇÃO PRÉ-ANALÍTICA 83

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    6.9 ADEQUABILIDADE DA AMOSTRA 846.10 DIAGNÓSTICO DESCRITIVO 856.11 AVALIAÇÃO PRÉ-ANALÍTICA E ADEQUABILIDADE DA AMOSTRA 896.11.1 LAUDO CITOPATOLÓGICO 896.12 NOMENCLATURA BRASILEIRA 89

    6.13 CONDUTAS PRECONIZADAS 936.13.1 RESULTADO NORMAL, ALTERAÇÕES BENIGNAS E QUEIXASGINECOLÓGICAS

    93

    6.14 SEGUIMENTO DE MULHERES SUBMETIDAS AO RASTREAMENTO PARACÂNCER DO COLO DO ÚTERO

    105

    6.15 - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO  – SISCOLO

    106

    6.16 - ASSISTÊNCIA EM PATOLOGIA DO COLO UTERINO NA REDE 1086.17 ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS NA PREVENÇÃO E CONTROLE DO

    CÂNCER DO COLO DE ÚTERO

    113

    7. PREVENÇÃO E CONTROLE DE CÂNCER DE MAMA 1187.1 – INTRODUÇÃO 1187.2 - PREVENÇÃO 1187.3- AUTO-EXAME DE MAMA 1197.4 - EXAMES COMPLEMENTARES 1127.5 - ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA 1207.6 – FLUXO 1237.7 - TÉCNICA DE EXAME CLÍNICO DAS MAMAS 124

    7.8 - ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DOCÂNCER DE MAMA 126

    8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 129 ANEXO 1 - POPULAÇÃO FEMININA DE COLOMBO POR FAIXA ETÁRIA E PORIDADES DE RISCO

    130

     ANEXO 2 – PROGRAMAÇÃO DE SAÚDE EM SAÚDE DA MULHER 131 ANEXO 3 – CONSULTA DE ENFERMAGEM EM SAÚDE DA MULHER 134

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    1. APRESENTAÇÃO

    Este protocolo destina-se às equipes de atenção básica da Secretaria

    Municipal de Saúde de Colombo e tem por objetivo padronizar os procedimentos

    necessários para uma assistência adequada à mulher em todas as faixas etárias,

    visando garantir o atendimento integral e os requisitos básicos para promoção de

    atitudes e condutas favoráveis ao desenvolvimento da saúde feminina em um

    contexto de humanização da atenção.

     A atenção integral à mulher em todos os ciclos da sua vida,

    infância/adolescência, na gravidez/pós-parto deve incluir ações de prevenção e

    promoção da saúde, além de diagnóstico e tratamento adequado dos problemas que

    podem ocorrer neste período, como o câncer de colo do útero e câncer de mama,

    não podendo ser olvidadas as violências que acometem as mulheres.

    Deve-se considerar que um serviço resolutivo no atendimento à saúde

    feminina, deverá ultrapassar os aspectos burocráticos e mudar a forma de

    acolhimento a gestante e, para isso, é necessário que o profissional esteja

    capacitado e sensibilizado e, principalmente, que a unidade reorganize seu processo

    de trabalho e altere o fluxo de atendimento.O acompanhamento da Saúde da Mulher deve ser realizado com a

    finalidade de atender às necessidades da mulher, obtendo assim, melhores efeitos

    sobre a sua saúde. O acolhimento requer uma escuta ativa, aberta, sem julgamentos

    ou preconceitos, e que ofereça segurança e possibilite a esta mulher tranquilidade

    para gestar e chegar ao parto com informações, cuidado e de forma saudável, o que

    demonstra ser a atenção integral à saúde feminina a melhor estratégia para a

    prevenção de mortes maternas, abortamentos, nati-mortalidades, óbitos neonatais eseqüelas de intercorrências ocorridas no ciclo grávido-puerperal assim como de

    outras afecções que possam atingir o bem estar de nossa população colombense. 

    Ivon ne Cecília Rest repo So lano

    Secretária Munic ipal de Saúde

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    2. DIRETRIZES DA ASSISTÊNCIA EM SAÚDE DA MULHER

    O atendimento em Saúde da Mulher exige do profissional uma atenção

    especial que ultrapassa os limites da especificidade passando por um olhar maisglobal, com ênfase na prevenção dos agravos e na promoção da saúde integral da

    mulher, sendo muitas vezes necessário seu encaminhamento para outras

    especialidades (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.5).

     A consulta ginecológica muitas vezes é palco onde surgem dúvidas e

    informações íntimas e importantes para a viabilização da atenção integral á saúde

    da mulher. Nesse sentido a consulta ginecológica, além do conhecimento técnico e

    científico, requer empatia, confiança e respeito, garantindo o atendimentohumanizado e acolhendo a mulher em todos os períodos de mudanças físicas e

    emocionais do seu ciclo vital (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.5).

    Figura 1 - Fluxograma de Atendimento à mulher na Unidade Básica de Saúde

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    O cuidado à mulher no SUS inicia antes da sua chegada na UBS. Os

     Agentes de Saúde (ACS) devem estar atentos e preparados para informá-las e

    encaminhá-las as UBS sempre que surgirem questões relativas à sua saúde, de

    maneira geral e em especial à saúde sexual e reprodutiva. Chegando à UBS a

    usuária poderá ser recebida por membro da equipe de saúde ou da recepção. O

    acolhimento deverá ser realizado pelos profissionais da equipe de saúde da UBS

    que farão uma escuta qualificada para identificar a demanda da usuária, encaminhá-

    la ao serviço ou ao setor específico, aumentando assim a resolubilidade e satisfação

    (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.6).

    Os profissionais do acolhimento poderão encaminhar a usuária à

    recepção para agendamento de consulta ou identificar sua chegada para

    atendimento em consulta já agendada com médico de família ou ginecologista, nas

    Unidades Básicas de Saúde sem Estratégia de Saúde da Família (UBS sem ESF)

    ou com enfermeiro. Quando for identificado algum sinal de alerta, poderá ser

    encaminhada a atendimento de urgência/emergência na própria UBS ou em unidade

    hospitalar (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.6).

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    3. CONSULTA BÁSICA EM SAÚDE DA MULHER 

    Na atenção integral à Saúde da Mulher, o profissional de saúde precisa

    ter em mente diversos aspectos pontuais da saúde feminina, que muitas vezes

    passam em branco por não terem sido referidos diretamente pela paciente, tornando

    comprometida a eficiência do atendimento (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.7). Alguns

    dados de anamnese que podem e devem ser observados:

    3.1 ANAMNESE

    Tabela 1. Dados de anamnese a serem observados na consulta

    (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.7).

    Dados Pessoais História Familiar (1o e 2o

    graus parentesco)

     Antecedentes e Doença

     AtualNomeIdadeCorNaturalidadeEstado CivilEscolaridadeProfissãoEndereçoCrença/ReligiãoOrientação sexual

    Neoplasias ginecológicasou não (em especialneoplasia de mama)DiabetesDoençasCardiovascularesDoenças InfecciosasMalformações genéticasGemelaridade Anemia falciforme

    HipertensãoOutras doençascardiovascularesDoenças tromboembólicasDiabetes Hipotiroidismo /HipertiroidismoNeoplasiasDoenças infecciosas(HIV, Sífilis, TB,Hanseníase, Chagas,

    Malária, Dengue,Hepatites, etc)Cirurgias prévias Anemia falciforme

     AntecedentesGinecológicos e

    Obstétricos

    Vida Sexual/Conjugal Hábitos e Costumes

    MenarcaCiclos menstruaisInício Atividade SexualParidade (Gestações,Partos, Cesáreas(especificar motivo) e Abortos – se foi realizadocuretagem.Idade da primeira eúltima gestaçãoData da últimamenstruação (DUM) Amamentação Antecedentes de

    alterações, doenças oucirurgias nas mamas.Métodos contraceptivos

    Freqüência de relaçõessexuaisNumero de parceirosLibidoOrgasmoDispareuniaSinusiorragia

    TabagismoEtilismoUso de drogasUso de medicamentoscontrolados ou nãoFunção intestinal AlimentaçãoPrática de ExercíciosFísicos

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    utilizadosCauterizações e outrasintervenções sobre ocolo uterinoDificuldade para

    engravidar – infertilidade.

    O número de fatores importantes e determinantes para a saúde feminina

    é definitivamente extenso, sendo que cada mulher deve ser escutada e avaliada na

    sua individualidade. A queixa ou causa da visita à US deve ser ouvida com atenção

    aos detalhes. Em saúde da mulher deve-se questionar sempre o período do ciclo

    menstrual em que ocorrem as queixas, ou ainda se elas não têm relação com o ciclo

    e a data da última menstruação (DUM). Outro ponto importante é que toda mulherdeve ser questionada de forma direta sobre leucorréia, ardência ou prurido vaginal e

    dispareunia. (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.8).

    3.2 EXAME FÍSICO

    No que diz respeito ao Exame Clínico, devem ser observados os fatores

     já relatados na anamnese e também aferição dos Sinais Vitais e exame físico

    completo (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.8).Tabela 2  – Dados do exame físico (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.8).

    Exame Geral Exame das Mamas Exame GinecológicoPeso e Estatura (estadonutricional);Pressão arterial;Exame de mucosas, lesõesde pele e distribuiçãodos pelos;Palpação de linfonodos;

    Breve auscultacardiopulmonar;Palpação abdominal;Exame de membrosinferiores(pesquisando edemas,úlceras e varizes)

    Ectoscopia com inspeçãoestática e dinâmica;Palpação de linfonodossupra-claviculares,infraclaviculares eaxilares, bilateralmente,com a paciente sentada

    na mesa de exames;Palpação das mamas,bilateralmente.

    Ectoscopia dos genitaisexternos;Exame especular;Coleta de materialpara examecitopatologico;Teste de Shiller;

    Toque vaginal

    Importante salientar aqui como sendo o toque vaginal etapa indispensável

    do exame físico de toda mulher que chegue para consulta ginecológica,independente da queixa. A avaliação da mobilidade, posição e volume uterinos são

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    cruciais na determinação de grande parte dos diagnósticos e estabelecimento de

    tratamentos. O toque ginecológico, em especial na presença de queixa física, pode e

    deve ser feito mesmo durante a menstruação (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.8).

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    4. PRINCIPAIS AFECÇÕES EM SAÚDE DA MULHER

    4.1 DISTÚRBIOS DO CICLO MENSTRUAL

    Dentre os distúrbios menstruais mais frequentes encontra-se o sangramento

    uterino anormal, uma queixa comum nos consultórios de ginecologia, acometendo

    mulheres de todas as faixas etárias, desde a adolescência até a perimenopausa. O

    sangramento uterino anormal é uma alteração do padrão menstrual normal, é um

    sintoma e não um diagnóstico, por isso, o estabelecimento de sua causa específica

    permitirá o tratamento adequado (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.9).

    PADRÕES NORMA IS DE SANGRAMENTO:

    Quanto à quantidade: em média há perda sanguínea de 40ml (30-70ml) por ciclo.

    Quanto à duração do fluxo: 2-8 dias.

    Quanto ao intervalo dos sangramentos: 21-35 dias.

    Nas Unidades de Saúde da Família, as usuárias com variação do ciclo

    menstrual (hipermenorréia, hipomenorréia, polimenorréia, oligomenorréia,

    metrorragia ou menometrorragia) devem ser encaminhados ao médico ginecologista

    de Referência: US da Mulher (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.9).

    4.2 TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL A Síndrome da Tensão Pré-Menstrual consiste em um conjunto de sintomas

    físicos, psíquicos e comportamentais que ocorrem na segunda metade do ciclo

    menstrual e desaparecem com a vinda da menstruação (FLORIANÓPOLIS, 2006

    p.9).

     A paciente pode ter um ou mais sintomas, com diferentes quadros, intensidades e

    configurações. É necessário caracterizar bem a recorrência dos sintomas em vários

    ciclos diferentes e etapas da vida da mulher. Deve sempre ser questionado sobreidade e forma de início dos problemas, separar e esmiuçar um a um para melhor

    entendimento e tratamento, que por muitas vezes é MULTIDISCIPLINAR

    (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.9).

    IMPORTANTE: Investigar e descartar transtornos de humor e de

    comportamento. Fazer sempre o diagnóstico diferencial.

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    Tratamento

    O tratamento precisa ser individualizado para cada paciente, de acordo com seus

    sinais e sintomas e sua intensidade, sendo realizado de várias maneiras, desde uma

    orientação comportamental (dieta, exercícios, etc.) e utilização de medicação

    quando for indicado (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.10).

    Nas Unidades Básicas de Saúde com Estratégia de Saúde da Família,

    deverão encaminhar para ginecologista de referência (US Mulher com

    Referência/Contra-referência), as usuárias que houver remissão dos sintomas.

    Dieta:  Orienta-se a diminuição no consumo de sal e açúcar. Evitar consumo de

    álcool e cafeína e aumentar consumo de carboidratos e proteínas. O incremento da

    ingesta hídrica é fundamental.

    Exercícios Físicos: dar preferência aos aeróbicos

    Fisioterapia

    Apoio psicológico

    Tratamento medicamentoso

    • Complexos vitamínicos em altas doses (em especial vitaminas D, E e B6)

    • Espironolactona – 200mg VO/d do ínicio dos sintomas até a menstruação

    • Ácido Mefemânico – 250mg 4x/d (ingestão com alimentos) por no máximo 7 dias• Ansiolíticos – Alprazolam (quando indicado)

    • Antidepressivos –  Fluoxetina (Droga de escolha): 20mg por dia durante 10 dias

    (iniciar 10 dias antes da menstruação)  – ou ainda uso contínuo, em pacientes com

    indicação.

    • Bromoergocriptina / Cabergolina (em casos de mastalgia grave) 

    • Analgésicos, Antiinflamatórios 

    • Supressão da Ovulação e Menstruação (contraceptivos contínuos) (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.9).

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    Tabela 3  – Sinais e sintomas de tensão pré-menstrual (FLORIANÓPOLIS, 2006

    p.9).

    Sintomas Físicos Sintomas Psíquicos

    Edema Aumento de pesoDores nas pernas e lombo-sacraDesconforto/Dor abdominalMastalgiaFogachosVertigensPalpitaçõesCefaléia Alterações do sono Aumento da sensibilidade para o frio AcneSede e apetite excessivos, em especialpara docesDistúrbios gastrointestinais(Náuseas, vômitos, constipação ou diarréia)

    Labilidade emocionalDificuldade de concentraçãoIndecisãoEsquecimentos, nervosismo, fadigamentalDiminuição ou aumento da libidoTristeza, desânimo, depressão, chorofácilSensação de irracionalidade,isolamento socialIdéias suicidas, às vezes comtentativas de suicídio ou homicídio Aumento do consumo de bebidasalcoólicasEtc

    4.3 CORRIMENTO VAGINAL

    O aumento do fluxo vaginal, denominado popularmente como “corrimento” 

    ou leucorréia, constitui uma das principais queixas ginecológica em mulheres adultas

    e também em adolescentes. O sucesso na resolução desse problema exige que o

    profissional realize um exame físico e uma abordagem clínica minuciosa, dando

    ênfase às características das secreções vaginais e endocervicais bem como a

    resposta inflamatória produzida (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.11).

    Condições Predisponentes:

    • Hábitos de higiene desfavoráveis 

    • Uso de assentos sanitários públicos sem os devidos cuidados, bancos de bicicletas

    de academia, etc...

    • Relações sexuais sem uso de preservativo 

    • Perspiração local aumentada 

    • Alérgenos (perfumes, geléias contraceptivas, tecidos, sabões, etc.)

    • Agentes infecciosos (mais comuns: gardnerella, tricomonas, cândida)

    • Problemas dermatológicos 

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    Figura 2 _ Fluxograma de atendimento em corrimento vaginal

    (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.12).

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    Orientar sobre os seguintes Cuidados Gerais:

    • Higiene local 

    • Banhos de assento – desencorajar SEMPRE a lavagem vaginal profunda, como

    duchas, etc. Alteram mais ainda o pH vaginal, destroem a flora local e ainda podemlevar microorganismos.

    • Evitar o uso de jeans e roupas muito apertadas 

    • Evitar uso de calcinhas de lycra ou coton, preferindo sempre o algodão 

    • Não ficar muito tempo com o biquíni molhado 

    • Não coçar para evitar ferimentos 

    • Importância do tratamento do parceiro simultaneamente, pois pode haver

    reinfecção nas relações sexuais• As mães devem observar e orientar os cuidados de higiene local e a alimentação

    para melhorar as condições de defesa das crianças

    • Ensinar o uso correto dos medicamentos prescritos, banhos de assento, higiene

    pessoal e familiar.

    • Usar preservativo em todas as relações sexuais

    • Investigar e tratar doenças concomitantes (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.14). 

    4.4 VAGINOSE CITOLÍTICA

    Os sintomas são semelhantes aos da candidíase vaginal, sendo por esta

    muitas vezes, confundida. Os sintomas seriam causados por substâncias irritativas

    oriundas do citoplasma de células intermediárias lisadas pela atividade de bactérias.

    Os critérios diagnósticos da vaginose citolítica são:

    • Ausência de Trichomonas, Gardnerella, Cândida, Mobiluncus, etc.

    • Número aumentado de lactobacilos 

    • Número reduzido de leucócitos 

    • Destruição de alto número de células intermediárias com seus núcleos desnudos

    (citólise)

    • pH vaginal entre 3,5 e 4,5

    • Corrimento branco homogêneo, com prurido e ardência, podendo causar não raras

    vezes disúria e dispareunia. (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.15).

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    Tratamento

    Depois de descartada a presença de candidíase e outras afecções, feito o

    diagnóstico de vaginose citolítica, a intensão é alcalinizar o meio vaginal. Isso é

    conseguido através do uso de óvulos de bicarbonato (feitos em algumas farmácias

    de manipulação) ou ainda com “duchas vaginais” com bicarbonato de sódio durante

    10 dias.

    Em 1 litro de água destilada, a paciente deve dissolver 1 colher de sopa cheia de

    bicarbonato de sódio. Com uma seringa descartável a solução deve ser aplicada via

    vaginal, 1 vez por dia durante pelo menos 10 dias. O médico de família deve

    encaminhar a paciente para ginecologista de referência (US Mulher com

    Referência/Contra-referência) (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.15).

    4.5 VAGINITES ATRÓFICAS

    Surge como decorrência da insuficiência estrogênica em mulheres no

    climatério, no pós-parto ou ooforectomizadas. A mucosa torna-se atrófica, fina,

    pouco resistente aos traumatismos e às bactérias coliformes, que geralmente

    substituem a flora filiforme (lactobacilos) (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.15).

    Tratamento

    Consiste na terapia com reposição hormonal local de estrogênio (Estrógenos

    Conjugados creme vaginal – 1 vez por dia na primeira semana e, após, 2 vezes por

    semana) e uso de lubrificantes vaginais nas relações sexuais (FLORIANÓPOLIS,

    2006 p.15).

    4.6 CERVICITESOs agentes etiológicos mais comuns das cervicites agudas são N.gonorrhoeae,

    Chlamydia trachomatis, herpes simples tipo I e II genital, Mycoplasma e Ureaplasma

    urealiticum (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.15).

    Quadro clínico:

    • Cérvix edemaciada, evertida (ectopia), friável (sangrante) 

    • Exsudato purulento abundante (branco ou amarelado) 

    • Dispareunia e/ou sangramento ao coito.

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    • Na cervicite crônica – cistos ou óvulos de Naboth (pontos brancos, tipo acne sobre

    o colo uterino). (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.15).

    Tratamento:

    Na cervicites agudas os antibióticos são os mais indicados. Sempre tratar o parceiro

    (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.16).

    Tabela 4  –  Tratamento das cervivites de acordo com o agente infeccioso

    (FLORIANÓPOLIS, 2006 p. 16)

    CHLAMYDIA GONOCOCO

    • Azitromicina 1g VO Dose Única; ou • Doxicicina 100mg VO de 12/12 horaspor 7 dias (contra-indicado em gestantesou nutrizes); ou• Eritromicina 500mg 6/6 horas por 7dias.

    • Ofloxacina 400mg VO dose única(contra-indicado em gestantes, nutrizesou menores de 18 anos); ou• Ciprofloxacino 500mg VO dose única(contra-indicado em gestantes, nutrizesou menores de 18 anos); ou• Ceftr iaxona 250mg IM dose única; ou• Tianfenicol 2,5mg VO dose única. 

    Pacientes com cervicites crônicas devem ser encaminhadas para ginecologista

    de referência (US Mulher com Referência/Contra-referência).

    4.7 DOR PÉLVICA

     A dor pélvica é uma queixa frequente em qualquer consultório ou centro de saúde.

    Pode ter muitas formas, muitas causas, muitas abordagens e evoluções diferentes.

    Pode ser aguda ou crônica, de origem ginecológica ou não, o que faz com que seja

    necessária uma abordagem sempre multidisciplinar (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.16).

    Do r pélv ic a ag uda

    É a dor de início súbito e com curta duração, e piora progressiva.

    Pode ser associada a náuseas, vômitos, febre e alterações hematológicas.

    Causas principais:

    • Gestação ectópica 

    • DIP ou abscesso tubo-ovariano

    • Apendicite 

    • Diverticulite 

    • Litíase urinária 

    • Hérnias 

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    • Aneurisma 

    • Torção ou ruptura de cisto ovariano 

    • Obstrução ou isquemia intestinal 

    • Infecção trato urinário alto e/ou baixo 

    • Tromboflebite pélvica / mesentérica 

    • Etc (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.16).

    Diagnóstico

     Anamnese detalhada dirigida:

      Características da dor (Tipo de dor, localização, intensidade, duração,

    irradiação, fatores desencadeadores, de alívio e de agravo)

      Dispareunia?

      DUM?

      Sexualmente ativa?

      Paridade

      Método contraceptivo

      Presença de sangramento?

      Leucorréia?

      História de Infertilidade

      Febre?

      Náuseas/Vômitos/Distensão abdominal

      Disúria / Polaciúria / Urgência

      Uso de analgésicos (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.16).

    Exame físico minucioso:  Ausculta, percussão e palpação abdominal

    criteriosa, avaliar aumento ou diminuição dos ruídos hidroaéreos,

    rigidez/defesa abdominal, dor à descompressão, presença de massas ou

    visceromegalias.

    Exame especular : avaliar aspecto do colo uterino e presença ou não de

    secreções endocervicais.

    Toque vaginal : presença ou não de dor à mobilização, aumento da

    temperatura local, palpação bimanual com verificação do volume e

    consistência uterina e presença de alterações ou massas anexiais.

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    Havendo a suspeita de Abdome Agudo, a paciente deve ser encaminhada

    diretamente à emergência terciária, para realização da rotina hospitalar.

    Descartadas emergências cirúrgicas e encontrada a causa provável da dor

    pélvica aguda, pode ser feita analgesia e tratamento adequado. A principal causa

    ginecológica de dor pélvica aguda é a DIP (Doença Inflamatória Pélvica), mas, na

    maior parte das vezes, a DIP tem início mais insidioso, manifestando-se apenas

    como dispareunia, podendo cronificar e até formar um abscesso tubo-ovariano. A

    infecção é causada por microorganismos diversos, em especial Gonococo,

    Chlamidea e outros anaeróbios. O diagnóstico é feito quando ao exame de toque

    vaginal há uma dor importante à mobilização do colo uterino e palpação de fundo de

    saco vaginal e anexos.

    Tratamento:

    Para DIP leve, sem peritonismo importante ou febre, antibioticoterapia conforme

    quadro abaixo. A DIP grave ou complicada deve ser tratada em nível terciário.

    Esquema 1  – Ceftriaxona 250mg IM em dose única + Doxiciclina 100mg

    VO de 12/12 horas por 14 dias.

    Esquema 2  –  Cefoxitina 2g IM dose única + Probenecida 1g VO dose

    única + Doxiciclina 100mg VO 12/12h por 14 diasEsquema 3  –  Ofloxacina 400mg VO de 12/12 horas por 14 dias +

    Metronidazol 500mg VO de 12/12 horas por 14 dias

    Esquema 4  – Ofloxacina 400mg VO de 12/12h por 14 dias + Doxiciclina

    100mg VO de 12/12h por 14 dias + Metronidazol 500mg VO de 12/12h por

    14 dias.

    Orientações Iniciado o tratamento, a paciente deve retornar para controle em 3 dias ou

    antes de houver piora do quadro.

    Se a paciente for usuária de DIU, este deve ser retirado.

     Algumas medidas como repouso e abstinência sexual devem ser

    recomendadas.

     A paciente deve ser medicada também com sintomáticos, analgésicos,

    antitérmicos e antinflamatórios não hormonais.

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    No caso de verificação de origem ginecológica da dor, se a causa não foi

    esclarecida, a investigação prossegue com solicitação de exames

    complementares (hemograma, BHCG, EPU, Urocultura e USTV) e

    encaminhamento para ginecologista de referência (US Mulher com

    Referência/Contra-referência)

    Do r pélv ic a c rônica

    É a dor pélvica que dura 6 meses ou mais. Pode ser de origem

    ginecológica ou não. A avaliação clínica com anamnese, exame físico e ginecológico

    deve ser minuciosa, conforme os capítulos anteriores, a fim de identificar origem

    provável da dor. Sendo verificada origem ginecológica da dor, nas UBS com ESF a

    paciente deve ser encaminhada para avaliação do médico ginecologista da US

    Mulher (Referência/Contra-referência).

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    4.8 INCONTINÊNCIA URINÁRIA

    Define-se incontinência urinária como toda forma de perda urinária

    involuntária. A causa da incontinência pode ser ginecológica ou não.

    Figura 4 - Fluxograma de Atendimento à mulher com Incontinência Urinária

    (FLORIANÓPOLIS, 2006 p.20)

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    5. DIREITO SEXUAL E REPRODUTIVO 

    5.1 INTRODUÇÃO ÀS DIRETRIZES

     A assistência aos direitos sexuais e reprodutivos de cada um está pautada no

    acesso a orientações e meios para bem planejar a família, proporcionando aatenção necessária tanto perante a opção pela gestação como pelo espaçamento.

     A Secretaria Municipal de Colombo, no que diz respeito aos Direitos sexuais e

    reprodutivos, preconiza a educação continuada assim como a avaliação e o

    monitoramento das variáveis que possam interferir na saúde reprodutiva dos

    casais/mulheres residentes no município, com o intuito à pré-concepção e a

    anticoncepção. Os profissionais de saúde desempenham papel fundamental no

    processo de educação permanente e de assistência à saúde reprodutiva, para aconstrução de atitudes mais saudáveis por parte da população em geral (CURITIBA,

    2005).

     As ações efetivas sobre direitos sexuais e reprodutivos exercem grande

    impacto na morbimortalidade materno-infantil. Permitem a diminuição do número de

    gestações indesejadas, diminuição do número de abortos provocados e melhor

    assistência às gestações em geral e às gestações na população de risco reprodutivo

    (CURITIBA, 2005). A assistência à concepção inclui as orientações no campo da sexualidade e

    do correto reconhecimento do período fértil, bem como das alternativas de

    atendimentos existentes tanto na pré-concepção quanto na atenção ao pré-natal e

    em outras fases (puerperal, ao recém-nascido, entre outros). O resultado dessa

    política, associada à assistência ao pré-natal, parto, puerpério e recém-nascido,

    culmina com a redução das complicações evitáveis durante este período, o parto e o

    puerpério, em decorrência da assistência qualificada e priorizada a todas as etapas,

    que englobam desde a pré-concepção até o puerpério e a criança (CURITIBA,

    2005).

     A assistência à anticoncepção inclui, além das orientações já mencionadas

    para a concepção, informações quanto aos métodos anticoncepcionais, devendo

    constar suas indicações, contra-indicações e implicações de uso, garantindo o

    direito à livre escolha dos mesmos, bem como a assistência necessária ao seu uso.

     A priorização da população definida como de risco reprodutivo no programa

    de planejamento familiar representa, estrategicamente, um avanço na assistência à

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    população feminina e infantil de maior risco para complicações no período

    gestacional, puerperal e neonatal (CURITIBA, 2005).

     A atenção em Direitos Sexuais e Reprodutivos, embora tendo características

    e orientações próprias, não deve estar desvinculada de uma assistência integral à

    saúde da mulher. Sendo assim, deve-se prestar uma atenção voltada também para

    questões como a prevenção de câncer ginecológico, de doenças sexualmente

    transmissíveis ou outros agravos que possam interferir na saúde e qualidade de vida

    dos usuários atendidos (CURITIBA, 2007).

    5.2 DIREITO REPRODUTIVO

     A lei n° 9.263 de 12 de janeiro de 1996, que regula o parágrafo 7° do

    artigo 226 da Constituição Federal do Brasil, considera o Planejamento Familiar

    como o direito de todo cidadão, englobando o conjunto de ações de regulação da

    fecundidade que garanta os direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da

    prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Cabe às instâncias geradoras do

    Sistema Único de Saúde garantir atenção integral à saúde, no que diz respeito à

    concepção e contracepção, através de ações preventivas e educativas, utilizando-se

    métodos e técnicas prescritos após avaliação, acompanhamento clínico e

    orientações prévias sobre os riscos, as vantagens, desvantagens e a eficácia decada procedimento. (CURITIBA, 2005)

    5.3 A POPULAÇÃO ALVO

    Mulheres/casais em idade fértil (15 a 49 anos), com vida sexual ativa,

    residentes no município de Colombo, que compareçam a uma Unidade de Saúde

    solicitando a Assistência aos Direitos Sexuais e Reprodutivos sejam encaminhados

    para esta finalidade.

    5.3.1 A POPULAÇÃ O DE RISCO

    Deverão ser priorizadas mulheres/casais com risco reprodutivo severo,

    conforme critérios a seguir:

      Idade com mais de 35 anos ou menores de 16 anos de idade;

      Baixa escolaridade materna: que não tenha completado a 4ª série do ensino

    fundamental;

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      Antecedentes obstétricos desfavoráveis: abortos, mortes fetais e neonatais,

    baixo peso ao nascer (2.500 g, pré-eclâmpsia, malformações congênitas);

      Doenças crônicas: Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes mellitus, Doença

    Renal, Cardiopatia, Infecção por HIV/AIDS, entre outras;

      Tabagismo, alcoolismo, dependência química;

      Obesidade e desnutrição. (CURITIBA, 2005)

    5.4 AÇÕES EM PLANEJAMENTO FAMILIAR

     As ações de planejamento familiar devem estar voltadas para a

    população em idade fértil, assegurando continuidade no atendimento e avaliação.

     A Equipe de saúde deve estar motivada, treinada e organizada para dar

    assistência à saúde reprodutiva da população, com intervenções preventivas,

    educativas terapêuticas, garantindo um serviço de qualidade . (CURITIBA, 2005)

    Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade

    responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado

    proporcionar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito,

    vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.

    Os elementos fundamentais na qualidade de atenção são: escolha livre de métodos,

    informação completa para os usuários, competência técnica de quem dispensa os

    métodos, boa relação usuário-serviço, acompanhamento adequado e a integração

    do planejamento familiar ao atendimento em saúde reprodutiva (CURITIBA, 2005).

     A ação educativa em planejamento familiar deve ser realizada em

    pequenos grupos, usando metodologia participativa, tendo o objetivo de estabelecer

    um processo contínuo de educação, que vise trabalhar a atenção integral,

    focalizando outros aspectos da saúde reprodutiva, tais como a sexualidade,

    conhecimento do corpo, questões de gênero, vulnerabilidade às doençassexualmente transmissíveis, violência, direitos sexuais e reprodutivos e também

    sobre as diferentes opções anticoncepcionais, de maneira que o usuário seja capaz

    de realizar uma escolha livre e informada.

    Devem ser fornecidas as informações de maneira clara e completa sobre

    mecanismo de ação dos anticoncepcionais, modo de uso, eficácia, efeitos colaterais

    e efeitos não contraceptivos para que o usuário possa ter:

      Capacidade - habilidade de a pessoa reproduzir-se, regular sua fecundidade edesfrutar de uma vida sexual.

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     Segurança - significa que a regulação da fecundidade, a gravidez e o parto

    não levem risco para a saúde, logo a relação sexual não pode ser de alto

    risco.

      Resultado - que no processo reprodutivo, a mulher/casal tenha um filho

    saudável e desejado.

    O principal objetivo destas orientações é possibilitar “o direito de decidir

    quantos filhos quer ter e quando tê-los”. Quando uma pessoa toma uma decisão

    baseada em informações úteis e acuradas, terá realizado uma escolha informada.

    Figura 5 - Fluxograma do planejamento familiar e risco reprodutivo.

    (CURITIBA, 2005)

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    5.4.1 O ACOLHIMENTO

    Por acolhimento entende-se uma atitude positiva do servidor em colocar-se no

    lugar do usuário que procura o serviço de saúde, no qual se responsabiliza pela

    satisfação de suas necessidades.

    Toda a equipe da Unidade Básica de Saúde participa do acolhimento dos

    usuários na Unidade:

      A recepção ou primeiro atendimento é de fundamental importância para o

    desenvolvimento das ações de saúde.

      O profissional (ACS, auxiliar administrativo ou equipe de enfermagem), que

    na maioria das vezes é quem dá o primeiro atendimento, deverá acolher o usuário

    com educação e respeito, disponibilizando as informações corretas a respeito do

    funcionamento do Programa e prestando o atendimento necessário, cada um dentro

    do seu nível de atuação profissional, as ações de saúde devem estar voltadas para

    a população priorizada, assegurando continuidade no atendimento e avaliação.

      A equipe de saúde deve estar treinada e organizada para dar assistência à

    mulher/casal no sentido de intervir oportunamente, tanto preventiva quanto

    educativa e terapeuticamente, garantindo um serviço de qualidade. Para tanto a

    equipe deverá: inscrever precocemente as mulheres/casais com risco reprodutivo;

    avaliar os critérios para agendamento de consulta médica e/ou atendimento de

    enfermagem.

      O atendimento de enfermagem deverá ser priorizado a mulheres/casais com

    risco reprodutivo, realizando a busca ativa aos faltosos.

      A consulta médica deverá atender e encaminhar para referência para

    ginecologista de referência (US Mulher com Referência/Contra-referência)

    mulheres/casais com risco reprodutivo severo; mulheres com idade inferior a 16anos e superior a 35 anos; puérperas;

      Mulheres/casais encaminhados pela equipe de enfermagem após avaliação

    anterior; realizar agendamento; abrir ou dar seguimento ao prontuário do paciente;

    realizar controle periódico e contínuo; referenciar os casos específicos; avaliar as

    ações educativas e assistenciais; registrar as informações importantes no prontuário

    de atenção continuada identificando o risco reprodutivo (CURITIBA, 2005)

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    5.5 A ASSISTÊNCIA À PRÉ-CONCEPÇÃO

     A assistência a pré-concepção tem como objetivo orientar e assistir as

    mulheres/casais em idade fértil que desejam engravidar com o intuito de

    proporcionar uma evolução saudável de uma futura gestação. Ao assistir os casaisa equipe de saúde deverá prevenir, detectar e tratar os fatores que possam interferir

    na fertilidade e na concepção (CURITIBA, 2005)

    5.5.1 O ATENDIMENTO À MULHER/CASAL

     A equipe de saúde deverá, ao assistir os casais, prevenir, detectar e tratar

    fatores que possam interferir na fertilidade e na concepção. Para tanto, toda mulher,

    residente em Colombo, que deseja engravidar e procurar os serviços de saúde domunicípio deverá:

      Ser orientada a anotar o primeiro dia dos seus ciclos menstruais

    subsequentes. Esta atitude diminui significativamente o número de mulheres

    que desconhece a data da última menstruação, comprometendo

    posteriormente o cálculo da idade gestacional;

      Passar por avaliação de enfermagem com aferição dos dados vitais e do

    período pré-gravídico. Aquelas que apresentarem desnutrição, sobrepeso ouobesidade e/ou alterações dos dados vitais deverão ser encaminhadas à

    consulta médica;

      Realizar o exame preventivo de câncer de colo uterino, caso não o tenha feito

    há mais de um ano;

      Adequar sua situação vacinal (rubéola e tétano) após avaliação pela equipe

    de saúde:

      Rubéola: Vacinar todas as mulheres que não tenham sido vacinadasanteriormente; não possam comprovar imunidade anterior por doença

    ou vacina através de documentos confirmatórios (carteira vacinal,

    carteira de gestações anteriores, prontuário médico).

      Tétano: As mulheres que não sabem informar o passado vacinal, fazer

    três doses de TT ou DT com intervalos de 8 semanas; com vacinação

    incompleta (tendo recebido uma ou duas doses de DPT, DT ou TT),

    completando o número de dose para três, obedecendo ao intervalo de

    8 semanas; vacinada com esquema completo, última dose há menos

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    de 5 anos, neste caso não aplicar nenhuma dose; vacinada com

    esquema completo, última dose há mais de 5 anos, aplicar uma dose

    de reforço tão logo seja possível (CURITIBA, 2005).

      Ser avaliada quanto à presença de patologias crônicas que necessitem de

    uso prolongado ou mesmo esporádico de medicação que possa comprometer

    a fertilidade e a concepção;

      Quimioterápicos – provocam alterações das funções ovarianas e testiculares,

    menopausa prematura e azoospermia;

      Lítio – causa ablação da tireóide fetal;

      Antagonistas dos folatos  – aumentam os riscos de malformações do SNC (o

    uso prolongado dos anticoncepcionais hormonais pode acarretar diminuição

    da absorção do ácido fólico);

      Prednisolona;

      Warfarin etc.

    (CURITIBA, 2005)

    Fatores de risco reprodutivos

      Idade materna e/ou paterna avançada.

      Filhos afetados em gestações anteriores.

      Antecedentes de familiares com doenças genéticas.

      Características étnicas especiais. (CURITIBA, 2005)

    Avaliações do risco reprodutivo

     A mulher caracterizada como de risco reprodutivo deverá ter seu desejo de

    engravidar respeitado pelos profissionais de saúde, porém é responsabilidade do

    serviço orientar a mulher/casal sobre riscos presentes na gravidez, tanto para mãe

    como para o bebê. A mulher - com risco reprodutivo - deve ser encaminhada para

    avaliação e acompanhamento médico periódico, para prevenir e tratar possíveis

    complicações. Na presença de doenças crônicas é fundamental o acompanhamento

    para maior controle das mesmas (CURITIBA, 2005).

    Prevenção da obesidade e desnutrição:

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    Para as mulheres de baixo peso, na ausência de doenças associadas,

    recomenda-se a ingestão de alimentos que forneçam energia, indicando, por

    exemplo, a adição de lanches entre as principais refeições (pão, bolacha com

    margarina, etc) e a adição de uma colher de sopa de óleo de soja, farinha de

    mandioca, meio pãozinho e uma porção maior de arroz.

    Recomenda-se ainda a prática de repouso por 20 a 30 minutos no período da

    manhã e da tarde.

    Para as mulheres com sobrepeso, preconiza-se a restrição dos alimentos

    energéticos, orientando o não consumo de açúcares e doces e a redução ou

    eliminação de massas, pão, bolachas, frituras. Recomenda-se ainda a prática de

    caminhadas diárias (CURITIBA, 2005).

    5.6 A ASSISTÊNCIA À ANTICONCEPÇÃO

     A assistência à anticoncepção tem o objetivo de prestar atendimento às

    mulheres/casais em idade fértil que desejam espaçar a gravidez, proporcionando

    informações claras acerca dos métodos anticoncepcionais, bem como o acesso aos

    métodos disponíveis pelo programa, após a escolha e indicação do mesmo

    (CURITIBA, 2005).

    5.6.1 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE MÉDICA

    Os critérios de elegibilidade médica para uso de métodos anticoncepcionais foram

    desenvolvidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1996) com o objetivo de

    auxiliar os profissionais da saúde na orientação das (os) usuárias (os) de métodos

    anticoncepcionais.

    Consiste em uma lista de condições das (os) usuárias (os), que poderiam significar

    limitações para o uso dos diferentes métodos. As (os) clientes devem ser informados(as) de que existem condições médicas que poderiam significar limitações para o

    uso dos diferentes métodos.

     A lista dos critérios de elegibilidade médica divide-se em quatro categorias:

      OMS 1: O método pode ser usado sem restrições.

      OMS 2: O método pode ser usado. As vantagens geralmente superam riscos

    possíveis ou comprovados. As condições da categoria 2 devem ser

    consideradas na escolha do método. Se a mulher escolhe este método, umacompanhamento mais rigoroso pode ser necessário.

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      OMS 3: O método não deve ser usado, a menos que o profissional de saúde

     julgue que a mulher pode usar o método com segurança. Os riscos possíveis

    e comprovados superam os benefícios do método. Deve ser o método de

    última escolha e, caso seja escolhido, um acompanhamento rigoroso se faz

    necessário.

      OMS 4: O método apresenta um risco inaceitável (CURITIBA, 2005).

    5.6.2 OS MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS

    Na indicação do uso dos métodos anticoncepcionais, devem ser consideradas

    as seguintes características:

      Inocuidade, ou seja, ausência de efeitos secundários adversos.

      Eficácia.

      Aceitabilidade.

      Disponibilidade, ou acesso gratuito.

      Facilidade de uso.

      Reversibilidade, ou recuperação total da fertilidade correspondente a

    faixa etária da usuária.

    Existem também fatores individuais e situacionais relacionados aos usuários

    que devem ser considerados à indicação do método contraceptivo:

      Estado de saúde.

      Escolha pessoal.

      Característica da personalidade da mulher e/ou do homem.

      Condições econômicas.

      Fase da vida.

      Estilo de vida.

      Padrão de comportamento sexual.

      Aspirações reprodutivas, entre outros (CURITIBA, 2005).

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    Tabela 5. CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS

    DISPONÍVEIS NA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE COLOMBO

    TEMPERATURA BASAL MÉTODOS DE ABSTINÊNCIA

    Ogino Knauss (Calendário ou “Tabelinha”) 

    Billings (Mucocervical)

    LAM (Amenorréia durante lactação)

    Sintotérmico (abstinência)

    MÉTODOS DE BARREIRA

    Condom  –  Masculino e Feminino Métodos de Barreira (camisinha,

    preservativo)

    DIUT Cu 380

    MÉTODOS HORMONAIS 

    Levonorgestrel 0,15 mg + estradiol 0,03mg comprimido (Ciclo 21)

    Noretisterona 0,35 mg comprimido (Norestin)

    Noregina (enantato de noredisterona) 50mg ml + Valerato de estradiol 5mg ml

    Injetável mensalMedroxiprogesterona 150 mg ml Injetável trimestral

    Levonorgestrel 1,50 mg comprimido (Emergência)

    MÉTODOS DEFINITIVOS

    Laqueadura

    Vasectomia

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    Figura 6 - Taxa de falha de anticoncepcionais (número de gestações para cada

    100 mulheres que usam os métodos durante 01 ano) (CURITIBA, 2005:48)

    Os métodos naturais de anticoncepção englobam todas as técnicas baseadas

    na autoidentificação dos diferentes momentos do ciclo menstrual feminino e

    consequente abstenção de relação sexual com contato genital no período fértil

    (CURITIBA, 2005).

    A. MÉTODO RÍTMICO

    O método, também denominado Ogino-Knaus, calendário ou tabelinha,

    consiste em a mulher (casal) ser orientada a registrar o primeiro dia de cada

    menstruação durante, no mínimo, seis meses, a fim de se estabelecer seu padrão

    menstrual e determinar, com segurança, o período de maior risco para concepção

    (CURITIBA, 2005).

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    TÉCNICA DE USO:

      Verificar o número de dias de cada ciclo - período que engloba o primeiro dia

    do ciclo (primeiro dia da menstruação) ao último dia (dia anterior ao primeiro

    dia da próxima menstruação);

      Anotar o ciclo mais curto e o ciclo mais longo;

      Calcular a diferença entre o ciclo mais curto e o mais longo, para identificação

    das mulheres cuja diferença é maior ou igual há 10 dias, para as quais o

    método é considerado inadequado devido a grandes chances de falha

    (CURITIBA, 2005).

    CALCULAR O PERÍODO FÉRTIL MEDIANTE A SEGUINTE FÓRMULA:

    Início = ciclo mais curto menos 18

    Fim = ciclo mais longo menos 11

      Abster-se de relações sexuais com contato genital no período fértil;

      Orientar que os cálculos sejam refeitos periodicamente, a cada 6 meses,

    determinando-se ajustes na identificação do período fértil. Para tanto, as

    mulheres devem permanecer anotando as datas de início dos ciclos

    (CURITIBA, 2005).

    Figura 7  – Ciclo menstrual nos últimos meses (CURITIBA, 2005)

    Número de dias entre os cic los  

      ciclo mais curto: 24 dias

      ciclo mais longo: 30 dias

      diferença entre os ciclos: 30 - 24 = 6 dias (padrão hormonal adequado para o

    método)

      início do período fértil: 24 - 18 = 6º dia

      fim do período fértil: 30 - 11 = 19º dia

      Orientar abstinência sexual com contato genital no período entre o 6º e o 19º

    dia dos ciclos posteriores. Se o ciclo atual iniciou dia 3 de abril, do dia 8 até o

    dia 21 de abril recomenda-se abstinência (CURITIBA, 2005).

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    CONTRAINDICAÇÃO

      Ciclos menstruais irregulares, com diferença superior ou igual a 10 dias entre

    o ciclo mais curto e o mais longo;

      Pós-menarca, pré-menopausa, pós-parto e pós-aborto imediato e primeiros

    ciclos após o uso de anticonceptivos hormonais;

      Amenorréia;

      Lactação;

      Alteração psíquica que impossibilite o uso adequado do método (CURITIBA,

    2005).

    PRECAUÇÃO: Mulheres de alto risco gestacional (CURITIBA, 2005).

     AVALIAÇÃO INICIAL

      Ensinar a paciente a fazer o cálculo de sua tabela, com base nos 6 a 12 ciclos

    mais recentes;

      Orientar a paciente e/ou casal a abster-se de relações sexuais com contato

    genital no período fértil;

      Alertar que a eficácia depende da participação do casal;

      Cada mulher tem padrão menstrual próprio e o cálculo, portanto, deve ser

    individualizado;

      Algumas circunstâncias podem desencadear ovulações fora do período

    esperado, tais como: doenças, viagens, estresse, depressão, mudança de

    ritmo de trabalho etc. Nesse período, o casal deve ser orientado a tomar

    maiores precauções (CURITIBA, 2005).

    RETORNO

      Avaliar se houve adaptação ao método;

      Esclarecer dúvidas;

      Reforçar as orientações dadas na 1ª avaliação.

    PERIODICIDADE DOS RETORNOS

      Primeiro retorno: 1 mês após avaliação inicial;

      Semestral - para refazer os cálculos do período fértil e reforçar as orientações

    (CURITIBA, 2005).

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    B. MÉTODO DA TEMPERATURA BASAL CORPORA L

    Baseia-se na avaliação das variações da temperatura basal corporal nas

    diferentes fases do ciclo menstrual, com o intuito de determinar o período fértil e

    orientar abstinência sexual, sem contato genital, durante este período.

     A temperatura basal corporal é a temperatura do corpo em repouso. Antes da

    ovulação permanece em nível baixo. Após a ovulação (segunda fase do ciclo) se

    eleva ligeiramente, em virtude da elevação dos níveis de progesterona, e se mantém

    assim até a próxima menstruação (CURITIBA, 2005).

    TÉCNICA DE USO

      A mulher deve registrar a temperatura diariamente, a partir do 1º dia do ciclo,

    num gráfico apropriado;

      O termômetro deve ser colocado na cavidade oral, pela manhã, antes de

    levantar-se e de qualquer atividade, por cinco minutos, preferencialmente

    sempre à mesma hora e após um período de sono de pelo menos 5 horas;

      Orientar para evitar relações, desde o primeiro dia da menstruação até que a

    temperatura se eleve de 0,3 a 0,8 ºC por três dias consecutivos;

      No dia da ovulação observa-se queda da temperatura, seguida de elevação

    nos dias subsequentes (CURITIBA, 2005).

    CONTRAINDICAÇÃO

      Amenorréia;

      Irregularidade menstrual;

      Alterações psíquicas;

      Estresse;

      Sono irregular;

      Pré-menopausa (CURITIBA, 2005).

    PRECAUÇÃO

    Mulheres de alto risco gestacional (CURITIBA, 2005).

     AVALIAÇÃO INICIAL

      Orientar a técnica de uso do método;

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      Solicitar que a paciente elabore o registro da temperatura basal durante um

    ciclo, abstendo-se de relações sexuais sem proteção;

      Caso apresente dificuldade para traçar o gráfico, solicitar que anote os dias

    com as respectivas temperaturas e traga as anotações ao serviço para que,

    com o apoio de um profissional de saúde, possa construir o gráfico;

      Recomendar especial atenção a fatores que possam influir nos valores da

    temperatura basal e registrar sua ocorrência no gráfico (CURITIBA, 2005).

    RETORNO

      Avaliar a qualidade do registro e a capacidade de sua interpretação pela

    paciente;

      Se houver registro e interpretação adequados, orientar o casal sobre

    abstenção de relações sexuais, durante a fase pré-ovulatória do ciclo até a

    manhã do 4º dia depois da elevação da temperatura;

      Caso a paciente retorne apenas com as anotações, fazer o gráfico com ela,

    explicando o procedimento;

      Reforçar as orientações iniciais (CURITIBA, 2005).

    PERIODICIDADE DOS RETORNOS

      Primeiro retorno: 1 mês após avaliação inicial;

      Retornos: Mensais nos primeiros 6 meses de uso do método,

      Retornos anuais (CURITIBA, 2005).

    C. MÉTODO DO MUCO CERVICAL

    Também chamado método de Billings, baseia-se na auto-observação das

    modificações cíclicas do muco cervical durante todo o ciclo menstrual, o que permite

    à mulher/ao casal a identificação do período fértil. O muco cervical, produzido pelas

    criptas cervicais, apresenta-se pegajoso e grumoso no início do ciclo, dando

    sensação de secura na vulva. No período fértil torna-se transparente, abundante

    fluído, elástico, escorregadio, como clara de ovo, dando sensação de umidade e

    lubrificação. O dia do ápice é o último dia com sensação de umidade lubrificante e

    pode ser reconhecido pela mudança posterior para secura ou muco pegajoso

    (CURITIBA, 2005).

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    TÉCNICA DE USO

      Pesquisar diariamente a presença do muco, observando atentamente a

    sensação ocasionada por ele;

      Registrar as informações sobre a menstruação, os dias das relações sexuais

    e as alterações do muco, utilizando os termos pegajoso, turvo, elástico, claro,

    transparente ou escorregadio;

      Interromper a atividade sexual ao menor sinal da presença do muco, após o

    período de secura vaginal que normalmente sucede a menstruação;

      Observar o aumento progressivo do muco que atinge o pico durante a

    ovulação, passando a diminuir a partir dela, por ação da progesterona;

      Permanecer em abstinência por no mínimo 3 dias a partir do pico (ápice),

    podendo reiniciar a atividade sexual no 4º dia (CURITIBA, 2005).

    CONTRAINDICAÇÃO

     Alterações psíquicas graves.

    PRECAUÇÃO

    Mulheres de alto risco gestacional.

     AVALIAÇÃO INICIAL

      Explicar e discutir com a paciente/o casal a técnica de uso;

      Solicitar o registro das características e sensações na vulva durante o ciclo,

    abstendo-se de relações sexuais no primeiro mês, evitando interferência do

    fluído seminal na avaliação;

      Recomendar a observação do muco (aparência e sensação) durante todo o

    dia e fazer o registro à noite. Se no mesmo dia forem observados 2 tipos de

    muco, adotar o tipo de muco indicativo de fertilidade.

      Reforçar

      Que o aspecto e a sensação do fluxo mucoso são mais importantes

    que a quantidade;

      Que o padrão de muco de cada mulher é individual;

      Que nos ciclos menstruais curtos e períodos menstruais longos o muco

    pode aparecer junto com o fim da menstruação;

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      Combinar ambos os métodos.

      Identificar o final do período fértil

      Observar as modificações do muco (4ª noite após o ápice do muco);

      Avaliar as variações da temperatura basal corporal (4 dias após a

    manutenção da temperatura elevada);

      Combinar ambos os métodos ou o que ocorrer por último, para identificar o

    período fértil e abster-se de relações sexuais enquanto ele durar (CURITIBA,

    2005).

    CONTRAINDICAÇÃO

     As mesmas dos demais métodos naturais.

    PRECAUÇÃO

    Mulheres de alto risco gestacional.

     AVALIAÇÃO INICIAL

      Explicar e discutir com a mulher/o casal a técnica de uso do método;

      Fazer as recomendações referentes a cada um dos métodos naturais.

    RETORNO

      Avaliar a quantidade dos registros e a capacidade de interpretação deles;

      Reforçar as recomendações para cada um dos métodos naturais.

      Periodicidade dos retornos

      Semanais durante o 1º mês;

      Quinzenais até o 3º mês;

      Mensais até o 6º mês;

      Trimestrais até o 1º ano;

      Semestrais após o 1º ano (CURITIBA, 2005).

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    E. MÉTODOS DE BARREIRA

    Os métodos de barreira são aqueles que evitam a gravidez por meio do

    impedimento da ascensão dos espermatozóides ao útero. Esse impedimento pode

    ser mecânico, químico ou misto.

    Com a pandemia do HIV/AIDS a indicação do uso desses métodos pelas

    equipes de saúde deve ser considerada em todos os casais/mulheres que procurem

    assistência, quer como método anticoncepcional isolado ou como método associado

    a outros já escolhidos, para a prevenção da DST/AIDS, uma vez que os outros

    métodos anticonceptivos não têm ação preventiva para essas doenças (CURITIBA,

    2005).

    CONDOM MASCULINO

    Também chamado preservativo masculino ou camisinha. Trata-se de um

    envoltório de látex que recobre o pênis durante o ato sexual e retém o esperma por

    ocasião da ejaculação. Oferece proteção contra Doenças Sexualmente

    Transmissíveis. O preservativo masculino faz parte da Farmácia Municipal.

    TÉCNICA DE USO

      Usar o preservativo em todas as relações sexuais;

      Colocar o preservativo antes de qualquer contato do pênis com os órgãos

    genitais femininos;

      Desenrolar o preservativo sobre o pênis ereto, deixando um espaço da

    extremidade sem ar, para o sêmen;

      Se houver necessidade de lubrificação, utilizar substâncias à base de água

    para evitar a ruptura pela fricção;  Proceder a retirada do pênis logo após a ejaculação, enquanto estiver ereto,

    pressionando as bordas do condom contra o mesmo;

      Usar uma única vez e descartar (CURITIBA, 2005).

    CONTRA-INDICAÇÕES

     Anomalias do pênis.

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    EFEITOS COLATERAIS

      Alergia ao látex;

      Irritação vaginal devido à fricção (sem o uso de lubrificantes).

     AVALIAÇÃO INICIAL

      Avaliar o grau de participação masculina na prática do anticoncepcional;

      Explicar e discutir a técnica de uso;

      Insistir na importância do uso a cada relação;

      Recomendar a manipulação cuidadosa do preservativo, evitando o contato

    com unhas longas; não esticar ou inflar;

      Prescrever em quantidade suficiente para o primeiro mês de uso,

    considerando a frequência de relações sexuais (CURITIBA, 2005).

    RETORNO

      Avaliar a regularidade do uso do método;

      Discutir sobre a possível interferência do método na espontaneidade sexual;

      Reforçar as recomendações iniciais.

      Periodicidade dos retornos

      Um mês após a avaliação inicial;

      Anual após o primeiro retorno (CURITIBA, 2005).

    CONDOM FEMININO

    Também conhecido como camisinha feminina ou preservativo feminino.

    Contraceptivo de barreira vaginal, de poliuretano. Recobre a cérvice uterina, paredes

    vaginais e parte da vulva. É mais resistente e durável que o preservativo masculino

    e oferece proteção mais efetiva contra as DST. Pode ser inserido fora do intercurso

    sexual, ficando o seu uso sob o controle feminino (CURITIBA, 2005).

    TÉCNICA DE USO

    Posicionar recobrindo a cérvice uterina, paredes vaginais e parte da vulva. Devido à

    maior área genital recoberta, oferece proteção efetiva contra a transmissão de

    doenças sexualmente transmissíveis (CURITIBA, 2005).

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    CONTRA-INDICAÇÕES

     Anomalias vaginais.

    EFEITOS COLATERAIS

     Alergia.

    DIAFRAGMA

    É um pequeno dispositivo circular de borracha, com bordas firmes e flexíveis, que,

    ao ser colocado na vagina, forma uma barreira física sobre o colo uterino, impedindo

    a ascensão dos espermatozóides ao útero (CURITIBA, 2005).

    TÉCNICA DE USO

      Usar espermaticida nas bordas e no lado côncavo do diafragma;

      Inserir o diafragma um pouco antes da relação sexual, porém não mais que

    seis horas antes da relação sexual;

      Verificar se o diafragma está colocado corretamente, sentindo o colo uterino

    através da sua cúpula, com o dedo indicador;

      Remover o diafragma seis a oito horas após o coito;

      Após o uso, lavar com sabão neutro e água fria e enxugar em toalha de pano

    ou papel. Depois de seco, espalhar amido de milho por toda a superfície e

    guardar em recipiente próprio;

      Verificar se não tem pequenos furos, olhando contra a luz ou colocando água

    na sua concavidade e verificando se não há escape (CURITIBA, 2005).

    CONTRAINDICAÇÃO

      Mulheres que nunca tiveram relação sexual;

      Configuração anormal da vagina;

      Cistocele ou retocele acentuada;

      Retroversão uterina;

      Prolapso uterino;

      Presença de septos, cistos e fístulas vaginais;

      Pós-parto até a 6ª semana;

      Alergia ao látex ou ao espermaticida;

      Alterações psíquicas graves;

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      Cervicocolpites agudas;

      O uso contínuo (acima de 24-36 horas) é contra-indicado, pois há risco de

    infecção geniturinária e choque tóxico (CURITIBA, 2005).

    EFEITOS COLATERAIS

      Irritação da vagina ou pênis;

      Reação alérgica à borracha ou aos espermaticidas.

     AVALIAÇÃO INICIAL

      Ensinar a técnica de uso;

      Determinar o tamanho e o tipo de diafragma a ser utilizado através do exame

    ginecológico;

      Testar, através do toque vaginal, o diafragma posicionado;

      Solicitar que a paciente retire e recoloque o diafragma no consultório e

    verificar, pelo toque, se a colocação está correta;

      Pedir que se locomova por 10 a 15 min, com o diafragma, e verificar se há

    desconforto;

      Colocar e remover o diafragma várias vezes, na primeira semana após a

    consulta inicial, como aprendizagem, fazendo abstinência sexual neste

    período;

      Agendar retorno em uma semana, orientando para que venha com o

    diafragma colocado (CURITIBA, 2005).

    RETORNO

      Verificar se o diafragma está posicionado corretamente, pelo toque vaginal;

      Solicitar que a paciente retire e recoloque o diafragma, verificando a exatidão

    da técnica;

      Repetir a medida do diafragma:

      após cada parto;

      após abortamento;

      variação de peso superior ou inferior a 5 kg;

      após cirurgia vaginal ou perineal;

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      a cada dois anos, rotineiramente (substituir o diafragma por outro

    novo).

      Periodicidade dos retornos

      Primeiro retorno após uma semana da avaliação inicial;

      Segundo retorno 30 dias após;

      Seguimento posterior anual (CURITIBA, 2005).

    F. MÉTODOS HORMONAIS

    Inibem a ovulação, através do bloqueio da liberação de gonadotrofinas pela

    hipófise, modificam o muco cervical tornando-o hostil à espermomigração, alteram o

    endométrio, modificam a contratilidade das tubas - interferindo no transporte ovular -

    e alteram a resposta ovariana às gonadotrofinas (CURITIBA, 2005).

     ANTICONCEPCIONAL HORMONAL COMBINADO ORAL (AHCO)

    Conhecido como pílula. São esteróides isolados ou em associação, com a finalidade

    de impedir a concepção.

    CLASSIFICAM-SE EM:

      minipílulas = progestogênio isolado

      combinada = estrogênio + progestogênio

     – monofásicas

     – bifásicas

     – trifásicas (CURITIBA, 2005).

     AS VANTAGENS PRINCIPAIS SÃO:

      praticidade;

      não interferência no relacionamento sexual;

      diminuição do fluxo menstrual;

      melhora da dismenorréia e da tensão pré-menstrual;

      regularidade do ciclo menstrual;

      diminuição de doenças benignas das mamas;

      regressão dos cistos funcionais ovarianos;

      diminuição da incidência de endometriose e miomatose uterina;

      diminuição da incidência de câncer de ovário e de endométrio;

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      diminuição do risco de doença inflamatória pélvica;

      diminuição do risco de gravidez ectópica e moléstia trofoblástica;

      melhora de doenças como artrite reumatóide, anemia, acne, hirsutismo e

    eczema seborréico (CURITIBA, 2005).

    COMPONENTES DAS PÍLULAS COMBINADAS

    Estrogênio: Etinilestradiol;

    Progestogênios

      Levonorgestrel;

      Noretindrona;

      Acetato de Ciproterona;

      Desogestrel;

      Gestodene (CURITIBA, 2005).

    COMPONETES DAS MINI-PÍLULAS

      Levonogestrel;

      Norestisterona;

      Desogestrel (CURITIBA, 2005).

    TÉCNICA DE USO

      Iniciar no 1º dia do ciclo menstrual;

      Ingerir um comprimido por dia até o término da cartela, sempre no mesmo

    horário;

      ao final da cartela:

      pílula combinada (21 dias de uso): fazer pausa de 7 dias e iniciar nova

    cartela, independentemente do fluxo menstrual.

      minipílula: (35 dias) não deve haver interrupção entre uma cartela e

    outra, nem durante a menstruação (CURITIBA, 2005).

    CONTRAINDICAÇÃO

      Neoplasia hormônio-dependente ou suspeita;

      Câncer de mama declarado ou suspeito;

      Tromboflebite ou doenças tromboembólicas (no presente ou passado);

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      Doença coronariana, doença cerebrovascular;

      Sangramento uterino anormal não diagnosticado;

      Gravidez;

      Hipertensão arterial grave;

      Diabete insulino-dependente;

      Fumante com mais de 35 anos;

      Hepatopatias.

      Doenças cardiovasculares: prótese valvar, hipertensão pulmonar primária ou

    secundária, estenose mitral com fibrilação atrial ou aumento do átrio

    esquerdo, cardiomiopatia, doença cardíaca vascular hipertensiva, Síndrome

    de Marfan e coarctação de aorta complicada;

      Lupus eritematoso sistêmico (CURITIBA, 2005).

    SITUAÇÕES QUE NÃO CONTRAINDICAM O USO DO AHCO MAS EXIGEM

     ACOMPANHAMENTO CRITERIOSO:

      Fatores de risco para tromboembolismo - varizes, imobilização, sobrepeso ou

    obesidade, anemia falciforme;

      Fatores de risco para doença cardiovascular aterosclerótica - tabagismo,

    história familiar, dislipidemia, hipertensão arterial, diabete, obesidade;

      Fatores de risco para doença hipertensiva - antecedentes de toxemia

    gravídica, história familiar, idade avançada;

      Doenças da vesícula biliar, icterícia gravídica anterior e anomalias da

    excreção biliar;

      Cefaléia tipo hemicrânia;

      Insuficiência Renal e Cardíaca;

      Otosclerose;

      Hiperprolactinemia;

      Esclerose em placas;

      Epilepsia, psicose e neuroses graves (CURITIBA, 2005).

    EFEITOS COLATERAIS

      Cefaléia;

      Ganho de peso;

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      Náuseas;

      Vômitos;

      Cloasma;

      Mastalgia;

      Sangramento intermenstrual - principalmente com produtos de baixa dose;

      Acidentes flebíticos ou tromboembólicos;

      Hipertensão Arterial;

      Hepatopatias (CURITIBA, 2005).

    INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

      Medicamentos que comprovadamente diminuem a eficácia dos AHCO:

    carbamazepina, barbitúricos, hidantoína, rifampicina e griseofulvin.

      Medicamentos cuja ação é reduzida pelo AHCO: benzodiazepínicos,

    anticonvulsivantes, metildopa, guanetidina (CURITIBA, 2005).

     AVALIAÇÃO INICIAL

      Investigar CONTRAINDICAÇÃO ao uso de pílulas (Anamnese, exame físico e

    ginecológico);

      Explicar a técnica de uso;

      Esclarecer a ocorrência de pequenos sangramentos intermenstruais durante

    os primeiros meses do uso de pílula combinada de baixa dose. No entanto, se

    o sangramento persistir por mais de 10 dias, procurar o serviço de saúde;

      Orientar para procurar atendimento, se tiver sangramento e/ou dor abdominal

    de causa indeterminada;

      Recomendar que informe o uso de pílula sempre que for à consulta médica;

      Recomendar que em caso de esquecimento de uso procure a Unidade de

    Saúde mais cedo possível para orientação (CURITIBA, 2005).

    RETORNO

      Investigar interferência clínica e/ou condições para CONTRAINDICAÇÃO do

    uso de pílula;

      Avaliar possíveis reações adversas e orientar que, após período de

    adaptação, elas devem desaparecer ou diminuir;

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      Avaliar as condições de uso (regularidade, tolerância, aceitabilidade etc.);

      Avaliar:

      peso;

      pressão arterial;

      exame ginecológico e de mama;

      colpocitológico anual.

      Prescrever a quantidade de cartelas de pílulas necessárias até o próximo

    retorno.

      Periodicidade dos retornos:

      Mensal após avaliação inicial;

      Anual (CURITIBA, 2005).

    ANTICONCEPCIONAL HORMONAL VAGINAL

    É semelhante ao anticoncepcional oral. Deve-se fazer a aplicação de um

    comprimido vaginal ao dia (CURITIBA, 2005).

    ANTICONCEPCIONAL HORMONAL INJETÁVEL

    São anticoncepcionais para uso feminino, que contêm progestogênio isolado ou

    associado ao estrogênio natural, para administração parenteral intramuscular, com

    doses de longa duração (CURITIBA, 2005).

    ANTICONCEPCIONAL INJETÁVEL MENSAL

      Vantagens:

      Alta eficácia;

      Comodidade de aplicação por ser dose única mensal;

      Não interfere com o ato sexual;

      Menor repercussão metabólica que os AHCO, devido ao emprego dos

    estrogênios naturais;

      Preservação de sangramento semelhante ao do fluxo menstrual, ao fim do

    efeito contraceptivo (CURITIBA, 2005).

    COMPONENTES

      Enantato de Noretisterona 50 mg e valerianato de Estradiol 5 mg;

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      Acetato de medroxiprogesterona 25 mg e Cipionato de Estradiol 5 mg; (na

    farmácia municipal – Mesigyna®) (CURITIBA, 2005).

    TÉCNICA DE USO

      Na primeira vez deve ser aplicado entre o 1º e 5º dias do ciclo menstrual;

      Repetir a cada 30 dias;

      Aplicação por via intramuscular, na região glútea ou no braço;

      Recomenda-se não massagear ou usar compressa quente no local;

      É obrigatório o uso de seringas de pequeno volume e de agulhas estéreis e

    descartáveis, agitando-se bem e aspirando todo o conteúdo para

    administração da dose adequada (CURITIBA, 2005).

    CONTRAINDICAÇÃO

      Lactação;

      Gravidez;

      Câncer genital e mamário;

      Hepatopatia;

      Enxaqueca grave;

      Sangramento vaginal sem diagnóstico etiológico (CURITIBA, 2005).

    EFEITOS COLATERAIS

      Alterações menstruais;

      Cefaléia;

      Náuseas e vômitos;

      Mastalgia;

      Aumento de peso (CURITIBA, 2005).

     AVALIAÇÃO INICIAL

      Realizar anamnese, exame físico e investigação de todas as condições que

    contra- indiquem o uso de hormônio;

      Explicar possíveis ocorrências de irregularidade menstrual e outros

    sintomas/sinais;

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    CLASSIFICAÇÃO:

      DIU não medicado ou inerte - não libera substâncias ativas. Não é aprovado

    no Brasil.

      DIU medicado ou ativo - além do polietileno, contém substâncias (metais ou

    hormônios) que exercem ação bioquímica. Os mais utilizados são os de

    cobre.

    O cobre impregna as secreções do cérvix, cavidade uterina e tubas uterinas,

    interferindo no transporte do espermatozóide pelo aparelho genital feminino e influi,

    também, na vitalidade e no transporte do óvulo na trompa (CURITIBA, 2005).

    TÉCNICA DO PROCEDIMENTO

      Orientar detalhadamente a paciente sobre os procedimentos a serem

    realizados;

      Solicitar a paciente que assine o termo de consentimento livre e esclarecido

    para a colocação do DIU.

      Exame ginecológico normal.

      Momento da inserção:

      Preferencialmente durante ou logo após a menstruação (até o 5º dia do

    ciclo).

      Pós-parto - Logo após a dequitação da placenta ou pela histerotomia,

    se o parto for cesariana, ou até 48 horas do parto. Fora desse período,

    deve ser colocado na 1ª menstruação, se a mulher não estiver

    amamentando, ou após 6 semanas do parto, se estiver amamentando

    (CURITIBA, 2005).

      Na amenorréia por lactação ou no uso de outro método contraceptivo, afastar

    a possibilidade de gestação.

      Os diferentes modelos exigem técnicas diferenciadas de inserção.

      Etapas:

      toque vaginal bimanual;

      colocação do espéculo estéril;

      assepsia da vagina e do colo uterino;

      pinçamento do lábio anterior do colo, delicadamente;

      realizar a histerometria (medida < 6 e > 9cm contraindica o uso);

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      colocar o DIU no aplicador (conforme anexo III);

      realizar a inserção de acordo com o modelo;

      remover cuidadosamente a pinça.

    Etapas para a remoção:

      Explicar o procedimento;

      Inserir o espéculo;

      Realizar assepsia da vagina e do colo uterino;

      Apreender os fios do DIU perto do colo uterino;

      Puxar firme e delicadamente para retirar o DIU.

      A reinserção de outro DIU pode ser feita no mesmo momento da

    remoção do anterior (CURITIBA, 2005).

    CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO E CONTRAINDICAÇÃO SEGUNDO A OMS:

    Serão descritos abaixo fatores que, quando presentes, orientam a escolha ou não do

    DIU como método anticonceptivo (CURITIBA, 2005).

    Categoria 4 - Contraindicação absoluta

      Neoplasias malignas do colo ou do endométrio, do ovário e coriocarcinoma;

      Sangramento uterino;

      Suspeita de gravidez;

      Doença inflamatória pélvica - episódio atual ou nos últimos 3 meses, ou

    antecedentes de dois ou mais episódios;

      Malformação uterina;

      Tuberculose pélvica;

      Cervicite purulenta;

      Infecção pós-parto e pós-aborto (CURITIBA, 2005).

    Categoria 3 - Condições onde os riscos habitualmente superam os benefícios

      Sangramento menstrual aumentado;

      Pós-parto entre 3 e 28 dias;

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      Risco aumentado de DST - parceiros múltiplos ou parceiro com parceiras

    múltiplas;

      Risco aumentado de contrair HIV;

      AIDS;

      Doença trofoblástica benigna (CURITIBA, 2005).

    Categoria 2 - Condições em que os riscos são menores que os benefícios

      Idade menor que 20 anos;

      Nuliparidade;

      Anemia ferropriva, anemia falciforme, talassemia;

      Pós-parto e pós-aborto de 2º trimestre (inserção antes de completar 48

    horas);

      Mioma ou outros problemas anatômicos que não alteram a cavidade uterina;

      História de DIP sem gravidez anterior;

      Vaginite sem cervicite;

      Endometriose;

      Dismenorréia severa;

      Doença cardíaca valvular complicada - fibrilação auricular, risco de

    tromboembolismo (CURITIBA, 2005).

    Categoria 1 - Uso sem restrições

      Doenças da mama;

      Cefaléia;

      Epilepsia;

      Idade superior a 35 anos;

      Antecedentes de gravidez ectópica e DIP com gravidez posterior;

      Antecedentes de cirurgia abdominal ou pélvica, incluindo cesariana;

      Hipertensão arterial sistêmica, doenças tromboembólicas, doença

    cardiovascular isquêmica, cardiopatia valvular, doenças hepáticas, obesidade

    e hiperlipidemias;

      Mais de quatro semanas pós-parto sem infecção;

      Após aborto de primeiro trimestre sem infecção;

      Condições que não aparecem em outras categorias.

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     A presença de dois ou mais fatores concomitantes eleva a categoria da

    paciente. Uma adolescente solteira de 15 anos, sem filhos, com história de

    múltiplos parceiros no ano, por exemplo, apresenta dois fatores da categoria 2

    (nuliparidade e idade inferior a 20 anos) e um fator da categoria 3 (risco

    aumentado de contrair DST/HIV/AIDS - múltiplos parceiros). Pertence, portanto,

    à categoria 4 (CURITIBA, 2005).

    REAÇÕES ADVERSAS APÓS A INSERÇÃO

      Dor - afastar perfuração uterina, se persistir deve ser retirado;

      Reação vagal - manter a paciente em decúbito dorsal com a cabeça baixa até

    melhorar;

      Sangramento - fazer compressão. Se abundante, afastar perfuração uterina e

    lesão de vasos;

      Laceração de colo - fazer sutura;

      Perfuração - retirar o DIU;

      Bacteremia transitória - pode desencadear endocardite bacteriana

    (CURITIBA, 2005).

    INTERCORRÊNCIAS DURANTE O USO

      Dismenorréia e dor pélvica;

      Alergia aos componentes;

      Sangramento menstrual exagerado ou prolongado;

      Expulsão (mais frequente nos três primeiros meses);

      Gravidez - intrauterina ou ectópica (CURITIBA, 2005).

     AVALIAÇÃO INICIAL

      DIU deve ser oferecido como uma opção entre outros anticoncepcionais;

      Verificar se a paciente assinou o termo de consentimento livre e esclarecido e

    explicar a técnica de inserção;

      Orientar sobre complicações/intercorrências e enfatizar para procurar

    atendimento se houver sinais/sintomas;

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      A paciente após ser orientada sobre prazo de validade, complicações e índice

    de falha do DIU deve assinar um termo de consentimento livre e esclarecido

    conforme modelo encontrado no anexo.

      O médico que realiza a inserção deve estar treinado para o uso do método.

      Toda a equipe de enfermagem deve estar preparada para atender as

    intercorrências ou referi-las;

      Na Farmácia Municipal encontra-se disponível o T Cu 380 (CURITIBA, 2005).

    SINAIS DE ALERTA

      A paciente deve ser orientada a procurar o serviço de saúde imediatamente,

    caso apresente:

      Atraso menstrual e sintomatologia sugestiva de gestação;

      Sangramento vaginal severo ou irregular e sintomatologia de gestação (há

    risco de ser gravidez ectópica);

      Perda dos fios ou percepção da ponta de plástico do DIU ao toque;

      No relacionamento sexual, sem uso de preservativo, com múltiplos parceiros

    por parte de um dos membros do casal;

      Dor em baixo ventre, febre, comprometimento do estado geral e leucorréia

    (CURITIBA, 2005).

    RETORNO

      Avaliar a adaptação ao método;

      Pesquisar intercorrências ou complicações;

      Avaliar prazo de validade do DIU a partir da data de inserção, para

    substituição: T Cu 380 A - 10 anos (na Farmácia Municipal) (CURITIBA,

    2005).

    PERIODICIDADE DOS RETORNOS

      Primeiro retorno uma semana após a inserção;

      Segundo retorno após a 1ª menstruação depois da inserção;

      Terceiro retorno após três meses;

      E depois, a cada seis meses (CURITIBA, 2005).

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    H. MÉTODOS DEFINITIVOS

    Consiste na realização de procedimento cirúrgico voluntário, masculino ou

    feminino, objetivando a esterilização permanente.

    CRITÉRIOS PARA A REALIZAÇÃ O DE ANTICONCEPÇÃ O CIRÚRGICA

     A esterilização cirúrgica por meio da laqueadura tubária e da vasectomia será

    indicada nos casos em que se caracterizar como a melhor opção, conforme critérios

    definidos pela Secretaria Municipal de Colombo. A portaria 144 do Ministério da

    Saúde, de 20 de novembro de 1997, permite a realização deste procedimento.

    Somente será permitida a esterilização voluntária em homens e mulheres com

    capacidade civil plena e maiores de 25