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RECOMENDAES, SELEO E USO DE RESPIRADORES

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PROGRAMA DE

PROTEO RESPIRATRIA Recomendaes, Seleo e Uso de Respiradores

Presidente da RepblicaFernando Henrique Cardoso

Ministro do TrabalhoPaulo Paiva

FUNDACENTRO PresidenteHumberto Carlos Parro

SuperintendenteJos Gaspar Ferraz de Campos

Assessoria de Comunicao SocialJos Carlos Crozera

RECOMENDAES, SELEO E USO DE RESPIRADORES

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PROGRAMA DE

PROTEO RESPIRATRIA Recomendaes, Seleo e Uso de RespiradoresCOORDENADOR TCNICO: MAURCIO TORLONI EQUIPE TCNICA: EDUARDO ALGRANTI ANTONIO VLADIMIR VIEIRA DELCIR JOS PACFICO MENDES

CATALOGAO NA FONTE: DB/FUNDACENTROT637p Torloni, Maurcio Programa de proteo respiratria: recomendaes, seleo e uso de respiradores/ coordenao de Maurcio Torloni; (colaborao de) Eduardo Agranti, (et. al.). So Paulo: FUNDACENTRO, 1995. 52 p. Publicao baseada na ANSI Z88.2-1992 American National Standart for Respiratory Protection e no Code Federal Regulations, Title 29 1910.1001. 1. Proteo respiratria Programa 2. Proteo respiratria Normas e recomendaes 3. Respiradores, seleo e uso Equipamento de proteo I. Agranti, Eduardo II. Vieira, Antonio Vladimir III. Mendes, Delcir Jos Pacfico IV. ttulo CDU 614.894(083.96) CIS Ti Zua

Consultor contratado pelo Ministrio do Trabalho com recursos do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

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NDICES PARA O CATLOGO SISTEMTICO1. Proteo respiratria - Programa 2. Proteo respiratria Normas e recomendaes 4. Programa Proteo respiratria 5. Normas e recomendaes Proteo respiratria 6. Equipamentos de proteo Respiradores, seleo e uso 614.894 (083.96) Ti Zua**

614.894 (083.74) : (083.12)* Ti Zah Vymc** (083.96) 614.894* Zua Ti** (083.74) : (083.12) 614.894* Zah Vymc Ti** (083.12) : (083.74_ 614.894* Vymc Zah Ti**

APRESENTAOEsta publicao divulga prticas aceitveis para usurios de respiradores; fornece informaes e orientao sobre o modo apropriado de selecionar, usar e cuidar dos respiradores, alm de conter os requisitos para o estabelecimento e melhoria de um PROGRAMA DE RESPIRAO RESPIRATRIA. As recomendaes abrangem o uso de equipamento de proteo respiratria suja finalidade a de dar proteo contra a inalao de contaminantes nocivos do artigo e contra a deficincia de oxignio na atmosfera do ambiente de trabalho. O contedo dos Anexos procura auxiliar a compreenso do texto principal e dar informaes pormenorizadas de como cumprir alguns dos requisitos recomendados num programa de proteo respiratria. No Anexo 7 apresentamos a I.N. N 1, de 11/04/1994, que torna obrigatrias as recomendaes contidas nesta publicao. Esta publicao baseada na ANSI Z88.2-1992 AMERICAN NATIONAL STANDART FOR RESPIRATORY PROTECTION e no CODE FEDERAL REGULATIONS, TITLE 29 1910.1001 Apendix C Qualitative and Quantitative Fit Testing Procedures Mandatory.

AGRADECIMENTOSAgradecemos a colaborao dos membros da Comisso de Proteo Respiratria indicada pela SSST do MTb. LUIS CARLOS E. OSRIO SSST/MTb CARLOS APARCIO CLEMENTE FORA SINDICAL LUIS ANTONIO VALENTE DIESAT ANSIO MAGALHES FERREIRA SESI SIDENEO WALTER T. RIOS ANIMASEG

SUMRIO **

Classificao Universal Decimal. Classificao do Centre International dInformations de Scurit et dHygine du Travail.

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1. RECOMENDAES PARA IMPLANTAO DE UM PROGRAMA DE PROTEO RESPIRATRIA, SELEO E USO DE RESPIRADORES. 11 1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 1.5. Objetivo 11 Prticas permitidas 11 Responsabilidades do empregador 11 Responsabilidades do empregado 11 Programa mnimo aceitvel de uso de respiradores

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2. ADMINISTRAO DO PROGRAMA DE USO DE RESPIRADORES PARA PROTEO RESPIRATRIA. 14 2.1. Introduo 14 2.2. Qualificaes 14 2.3. Responsabilidades

14 15

3. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ESCRITOS

3.1. Procedimentos operacionais para uso de respiradores 15 3.2. Procedimentos operacionais para uso em situaes de emergncia e de salvamento 16 4. SELEO, LIMITAES E USO DE RESPIRADORES 17

4.1. Fatores que influem na seleo de um respirador 17 4.2. Seleo de respiradores para uso rotineiro 17 4.3. Seleo de respiradores para uso em atmosferas IPVS, confinados ou atmosferas com presso reduzida 19 4.4. Operaes de jateamento 21 5. OUTROS FATORES QUE AFETAM A SELEO DE UM RESPIRADOR 5.1. 5.2. 5.3. 5.4. 5.5. 5.6. Plos faciais 21 Necessidade de comunicao 21 Viso 21 Problemas de vedao dos respiradores 21 Uso de respiradores em baixas temperaturas Uso de respiradores em altas temperaturas 22 23 22 21

espaos

21 22

6. TREINAMENTO

6.1. Treinamento para empregados 6.2. Freqncia do treinamento 6.3. Registros 23 7. ENSAIOS DE VEDAO 24 7.1. 7.2. 7.3. 7.4.

Requisitos de um ensaio de vedao 24 Problemas de vedao e alternativas 25 Consideraes sobre o ensaio de vedao Registros dos ensaios de vedao 25 25

25

8. MANUTENO, INSPEO E GUARDA

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8.1. Limpeza e higienizao 26 8.2. Inspeo 26 8.3. Substituio de partes e reparos 26 8.4. Guarda 26 8.5. Qualidade do artigo para as mscaras autnomas e os respiradores de linha de aro comprimido 26 ANEXOS 29 30 33

ANEXO 1 DEFINIES

ANEXO 2 MONITORAMENTO DOS RISCOS RESPIRATRIOS

ANEXO 3 SUGESTO DE PROCEDIMENTOS PARA LIMPEZA E HIGIENIZAO DE RESPIRADORES 34 ANEXO 4 RECOMENDAES PARA VERIFICAO DA VEDAO NO LOCAL DE TRABALHO 35 ANEXO 5 PROCEDIMENTOS PARA REALIZAO DOS ENSAIOS DE VEDAO QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS 36 I Ensaio qualitativo com vapor de Acetato de Isoamila (leo de banana) 36 II Ensaio qualitativo com aerossol de soluo de Sacarina 39 III Ensaio qualitativo com fumos irritantes 42 IV Procedimentos para ensaio quantitativo de vedao 44 ANEXO 6 AVALIAO MDICA DE TRABALHADORES CANDIDATOS A UTLIZAO DE EQUIPAMENTOS INDIVIDUAIS DE PROTEO RESPIRATRIA 48 ANEXO 7 MTb, SSST INSTRUO NORMATIVA N 1, DE 11 DE ABRIL DE 1994 49

1.

RECOMENDAES PARA IMPLANTAO DE UM RESPIRATRIA. SELEO E USO DE RESPIRADORES.

PROGRAMA

DE

PROTEO

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1.1. OBJETIVO Apresentar recomendaes para a elaborao, implantao e administrao de um programa de como selecionar e usar corretamente os equipamentos de proteo respiratria. No ANEXO 1 esto definidos os termos tcnicos utilizados. 1.2. PRTICAS PERMITIDAS No controle das doenas ocupacionais provocadas pela inalao de artigo contaminado com poeiras, fumos, nvoas, fumaas, gases e vapores, o objetivo principal deve ser minimizar a contaminao do local de trabalho. Isto deve ser alcanado, tanto quanto possvel, pelas medidas de controle coletivo (por exemplo: enclausuramento, confinamento da operao, ventilao local ou geral, ou substituio de substncias por outras menos txicas). Quando as medidas de controle no so viveis, ou enquanto esto sendo implantadas ou avaliadas, devem ser usados respiradores apropriados, em conformidade com os requisitos apresentados a seguir. 1.3. RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR

1.3.1. Fornecer o respirador, quando necessrio, para proteger a sade do trabalhador. 1.3.2. Fornecer o respirador conveniente e apropriado para o fim desejado. 1.3.3. Ser responsvel pelo estabelecimento e manuteno de um programa de uso de respiradores para proteo respiratria, cujo contedo mnimo est no item 2. 1.3.4. Permitir ao empregado que usa o respirador deixar a rea de risco por qualquer motivo relacionado com o seu uso. Essas razes podem incluir, mas no se limitam s seguintes: a) falha do respirador que altere a proteo proporcionada pelo mesmo; b) mau funcionamento do respirador; c) deteco de penetrao de artigo contaminado dentro do respirador; d) aumento da resistncia respirao; e) grande desconforto devido ao uso do respirador; f) mal estar sentido pelo usurio do respirador, tais como: fraqueza, tosse, espirro, dificuldade para respirar, calafrio, tontura, vmito, febre;

g) lavar o rosto e a pea facial do respirador, sempre que necessrio, para diminuir a irritao da pele; h) trocar o filtro ou outros componentes, sempre que necessrio; i) descanso peridico em rea no contaminada. 1.3.5. Investigar a causa do mau funcionamento do respirador e tomar providncias para sanla. Se o defeito for de fabricao, o empregador dever comunic-lo ao fabricante e a SSST (Secretaria de Segurana e Sade no Trabalho). 1.4. RESPONSABILIDADES DO EMPREGADO

1.4.1. Usar o respirador fornecido de acordo com as instrues e treinamento recebidos. 1.4.2. Guardar o respirador, quando no estiver em uso, de modo conveniente para que no se danifique ou deforme.

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1.4.3. Se observar que o respirador no est funcionando bem, dever deixar imediatamente a rea contaminada e comunicar o defeito pessoa responsvel indicada pelo empregador nos Procedimentos operacionais escritos (ver item 3). 1.4.4. Comunicar pessoa responsvel qualquer alterao do seu estado de sade que possa influir na sua capacidade de usar o respirador de modo seguro. 1.5. PROGRAMA MNIMO ACEITVEL DE USO DE RESPIRADORES

1.5.1. Administrao do programa O empregador deve atribuir a uma s pessoa a responsabilidade e a autoridade pelo programa de uso de respiradores. Essa pessoa deve possuir conhecimentos de proteo respiratria suficientes para administrar de modo apropriado o programa. A responsabilidade do administrador pelo programa inclui o monitoramento dos riscos respiratrios, a atualizao dos registros e a realizao das auditorias (ver item 2.3.). 1.5.2. Procedimentos operacionais escritos Em toda empresa onde os respiradores forem necessrios devem existir procedimentos operacionais escritos cobrindo o programa completo de uso de respiradores. Alm de existir, esses procedimentos devem estar sendo cumpridos. 1.5.3. Limitaes fisiolgicas e psicolgicas dos usurios de respiradores Cabe a um mdico determinar se uma pessoa tem ou no condies mdicas de usar um respirador. O contedo e a freqncia desse exame mdico esto especificados no Anexo 6. Com a finalidade de auxiliar o mdico na sua avaliao, o administrador do programa deve inform-lo sobre: a) tipo de respirador para uso rotineiro e de emergncia; b) atividades tpicas no trabalho; condies ambientais, freqncia e durao da atividade que exige o uso do respirador; c) substncias contra as quais o respirador deve ser usado, incluindo a exposio provvel a uma atmosfera com deficincia de oxignio. 1.5.4. A seleo do(s) tipo(s) de respirador(es) deve ser feita, considerando-se: a) a natureza da operao ou processo perigoso; b) o tipo de risco respiratrio (incluindo as propriedades fsicas, deficincia de oxignio, efeitos fisiolgicos sobre o organismo, concentrao do material txico, ou nvel de radioatividade, limites de exposio estabelecidos para os materiais txicos, concentrao permitida para o aerossol radioativo, e a concentrao IPVS estabelecida para o material txico); c) a localizao da rea de risco em relao rea mais prxima que possui artigo respirvel; d) o tempo durante o qual o respirador dever ser usado; e) as atividades que os trabalhadores desenvolvem na rea de risco; f) as caractersticas e as limitaes dos vrios tipos de respirador;

g) o Fator de Proteo Atribudo para os diversos tipos de respirador conforme tabela 1. TABELA 1

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FATORES DE PROTEO ATRIBUDOSTIPO DE COBERTURA DAS VIAS RESPIRATRIAS TIPO DE RESPIRADOR PURIFICADOR DE AR DE ADUO DE AR: MSCARA AUTNOMA (b) (DEMANDA) LINHA DE AR COMPRIMIDO (DEMANDA) TIPO DE RESPIRADOR PURIFICADOR DE AR MOTORIZADO DE ADUO DE AR: LINHA DE AR COMPRIMIDO DE DEMANDA COM PRESSO POSITIVA FLUXO CONTNUO MSCARA AUTNOMA (CIRCUITO ABERTO FECHADO) DE DEMANDA COM PRESSO POSITIVA OU = (d) = = PEA SEMIFACIAL (a) 10 PEA FACIAL INTEIRA 100

10 100 10 100 TIPO DE COBERTURA DAS VIAS RESPIRATRIAS PEA PREA FACIAL CAPUZ SEM SEMIFA INTEIRA CAPACETE VEDAO CIAL FACIAL (e) 50 1000(c) 1000 25

50 50

1000 1000

= 1000

= 25

Observaes sobre a Tabela 1:

a) Inclui a pea quarto facial, a pea semifacial filtrante e as peas semifaciais de elastmeros. b) A mscara autnoma de demanda no deve ser usada para situaes de emergncia, como de incndios. c) Os Fatores de Proteo apresentados so de respiradores com filtros P3 ou sorbentes (cartuchos qumicos pequenos ou grandes). Com filtros classe P2, deve-se usar Fator de Proteo Atribudo 100, devido s limitaes do filtro. d) Embora os respiradores de presso positiva sejam considerados os que proporcionam maior nvel de proteo, alguns estudos que simulam as condies de trabalho concluram que nem todos os usurios alcanaram o Fator de Proteo 10.000. Com base nesses dados, embora limitados, no se pode adotar um Fator de Proteo atribudo de 10.000 para esse tipo de respirador. Para planejamento de situaes de emergncia, onde as concentraes dos contaminantes possam ser estimadas, deve-se usar um Fator de Proteo Atribudo no maior que 10.000. e) Ver definio no Anexo 1.

NOTA: O Fator de Proteo Atribudo no aplicvel para respiradores de fuga. Para combinao de respiradores, como por exemplo, respirador de linha de artigo comprimido equipado com um filtro purificador de artigo, o Fator de Proteo a ser utilizado o do respirador que est em uso. 1.5.5. Treinamento Cada usurio de respirador deve receber treinamento (e reciclagem), que deve incluir explanao e discusso sobre: a) o risco respiratrio e o efeito sobre o organismo humano se o respirador no for usado de modo correto; b) as medidas de controle coletivo e administrativo que esto sendo adotadas e a necessidade do uso de respiradores para proporcionar a proteo adequada;

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c) as razes que levaram seleo de um tipo particular de respirador; d) o funcionamento, as caractersticas e limitaes do respirador selecionado; e) o modo de colocar o respirador e de verificar se ele est colocado corretamente no rosto; f) o modo correto de usar o respirador durante a realizao do trabalho;

g) os cuidados de manuteno, inspeo e guarda, quando no estiver em uso; h) o reconhecimento de situaes de emergncia e como enfrent-las; i) as exigncias legais sobre o uso de respiradores para certas substncias (ver anexo 7).

1.5.6. Ensaio de vedao Antes de ser fornecido um respirador para uma pessoa, ela deve ser submetida ao teste de vedao para verificar se aquele respirador proporciona boa vedao no seu rosto (ver item 7). Aps este teste preliminar, toda vez que for colocar ou ajustar o respirador no rosto ela deve fazer a verificao da vedao (ver ANEXO 4). 1.5.7. Manuteno, inspeo e guarda A manuteno deve ser realizada de acordo com as instrues do fabricante e obedecendo a um procedimento que garante a cada usurio um respirador limpo, higienizado e em boas condies de uso. O usurio deve examinar o respirador antes de coloc-lo, para verificar se est em boas condies de uso. O respirador deve ser guardado em local conveniente, limpo e higinico (ver item 8). 1.5.8. Respiradores de fuga Onde for distribudo respirador de fuga devido a riscos potenciais em uma emergncia, os usurios dessa rea de risco devem ser treinados no seu uso. As pessoas que no realizam tarefas nessa rea, ou os visitantes, devem receber instrues breves sobre o seu uso. Para estas pessoas, no obrigatrio o treinamento detalhado e o exame mdico para verificar sua compatibilidade com o respirador. 2. 2.1. ADMINISTRAO DO PROGRAMA DE USO DE RESPIRADORES PARA PROTEO RESPIRATRIA INTRODUO A responsabilidade e autoridade pelo programa de uso de respiradores para proteo respiratria devem ser atribudas a uma s pessoa. prefervel que seja da rea de Higiene Industrial da prpria empresa, da Medicina do Trabalho ou do departamento de Engenharia de Segurana. Nas empresas onde essas reas ou departamentos no existem, o administrador do programa pode ser uma pessoa qualificada responsvel pela superviso da fbrica. 2.2. QUALIFICAES Para assumir as responsabilidades da administrao do programa, a pessoa deve ter conhecimentos de proteo respiratria, bem como conhecer e estar atualizada no que se refere s publicaes e aos regulamentos legais vigentes relativos. 2.3. RESPONSABILIDADES As responsabilidades do administrador do programa devem incluir:

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a) medies, estimativas ou informaes atualizadas sobre a concentrao do contaminante na rea de trabalho, antes de ser feita a seleo do respirador, e periodicamente durante o uso de respiradores, com a finalidade de garantir que o respirador apropriado est sendo usado; b) seleo do tipo ou classe de respirador apropriado que proporcione proteo adequada para cada contaminante presente ou em potencial; c) manuteno de registros e procedimentos escritos de tal maneira, que o programa fique documentado e permita uma avaliao da sua eficcia;

d) avaliao da eficcia do programa, atravs de uma auditoria. O programa, por mais abrangente que seja, de pouco valor se no for mantido e executado conforme foi planejado. Portanto, alm ter acompanhado o seu desenvolvimento, ele deve ser avaliado periodicamente para verificar se: a) os procedimentos contidos no programa atendem os requisitos dos regulamentos legais vigentes aplicveis e os padres aceitveis da indstria; b) o programa executado reflete os procedimentos operacionais escritos. Para ser objetiva, a auditoria deve ser realizada por uma pessoa conhecedora do assunto, no ligada ao programa nem ao seu administrador. A lista de pontos a serem verificados deve ser preparada e atualizada, quando necessrio, e deve abranger as seguintes reas: a) administrao do programa; b) treinamento; c) avaliao mdica; d) ensaios de vedao; e) amostragem do artigo e classificao do risco; f) seleo e distribuio do respirador;

g) uso; h) limpeza, manuteno e inspeo; i) j) fontes de artigo respirvel; guarda dos respiradores;

k) prontido para emergncias; l) problemas especiais.

A avaliao mdica, quando realizada, pode incluir ensaios biolgicos conduzidos periodicamente para verificar se o usurio do respirador est sendo protegido adequadamente. Os requisitos de um programa de avaliao mdica devem ser determinados por um mdico de sade ocupacional. As falhas ou deficincias detectadas durante a auditoria devem ser corrigidas. A situao encontrada durante a auditoria deve ser documentada, inclusive os planos para correo das falhas observadas, bem como os prazos para sua correo. 3. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS ESCRITOS

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O empregador deve estabelecer procedimentos operacionais para o uso correto dos respiradores em situaes de rotina e de emergncia. Cpias destes procedimentos devem estar disponveis para que os usurios as possam ler. O empregador deve ler e revisar estes procedimentos periodicamente ou quando necessrio. Os mesmos devem conter os elementos a seguir: 3.1. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA USO ROTINEIRO DE RESPIRADORES Os procedimentos operacionais devem ser escritos e cobrir o programa completo de uso de respiradores para proteo respiratria. Devem incluir, no mnimo: a) treinamento dos usurios; b) ensaios de vedao; c) distribuio dos respiradores; d) limpeza, guarda e manuteno; e) inspeo; f) monitoramento do uso;

g) monitoramento do risco; h) seleo; i) 3.2. poltica da empresa na rea de proteo respiratria.

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA USO EM SITUAES DE EMERGNCIA E DE SALVAMENTO Embora no seja possvel prever todas as situaes de emergncia e de salvamento para cada tipo de operao industrial, pode-se prever muitas condies nas quais ser necessrio o uso de respiradores. Pode-se chegar escolha de respiradores apropriados para uma situao concreta, pela anlise cuidadosa dos riscos potenciais devidos a enganos na conduo do processo industrial ou a defeitos ou falhas no funcionamento. Os procedimentos escritos para emergncia ou salvamento devem: a) definir os provveis respiradores a serem usados, considerando os materiais e as substncias utilizadas, os equipamentos, a rea de trabalho, o processo e as pessoas envolvidas em cada operao; b) com base nesta anlise preliminar, verificar se os respiradores disponveis podem proporcionar a proteo adequada quando os usurios tiverem que entrar no ambiente da rea potencialmente perigosa. Existem situaes em que as limitaes do respirador podem impedir que os usurios entrem em uma atmosfera IPVS (por exemplo: ambientes onde haja o risco potencial de atmosferas inflamveis ou explosivas); c) selecionar o respirador apropriado e distribu-lo em quantidade adequada onde possam ser necessrios para uso nas situaes de emergncia ou salvamento; d) esses respiradores devem ser mantidos, inspecionados e guardados de modo que sejam facilmente acessveis e estejam em condies de uso quando necessrio. O procedimento deve ser revisto por pessoa que esteja familiarizada com o processo em particular ou com a operao. Deve-se levar em conta as ocorrncias passadas que exigiram o uso de respiradores para situaes de emergncia e de salvamento, e as

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conseqncias que resultaram do seu uso. Devem ser levadas em conta falhas do respirador, falta de energia, ocorrncia de reaes qumicas no controlveis, fogo, exploso e falhas humanas. Tambm devem ser identificados os riscos potenciais que podem resultar do uso desses respiradores para emergncia e resgate. 4. 4.1. SELEO, LIMITAES E USO DE RESPIRADORES FATORES QUE INFLUEM NA SELEO DE UM RESPIRADOR

4.1.1. Atividade do usurio Na seleo de um respirador deve ser levada em conta a atividade do usurio (por exemplo: se permanece continuamente na rea de risco ou no, durante o turno de trabalho, ou se o trabalho leve, mdio ou pesado) e a sua localizao na rea de risco. 4.1.2. Condies de uso do respirador importante considerar na seleo o tempo durante o qual ele deve estar sendo usado. Cada tipo de respirador tem suas caractersticas que o torna apropriado para uso rotineiro, no-rotineiro, emergncias ou resgate. 4.1.3. Localizao da rea de risco Na seleo deve-se levar em conta a localizao da rea de risco relativamente a reas seguras que possuam artigo respirvel. Isto permite planejar a fuga na ocorrncia de uma emergncia, a entrada de pessoas para a realizao dos servios de manuteno ou reparos ou para as operaes de resgate. 4.1.4. Caractersticas e limitaes dos respiradores muito importante levar em conta, tambm, as caractersticas fsicas e funcionais dos respiradores, bem como as suas limitaes. 4.1.5. Caractersticas da tarefa As condies do ambiente e o nvel de esforo exigido de um usurio de um respirador podem reduzir drasticamente a vida til do respirador. Por exemplo: em casos de extremo esforo, a autonomia de uma mscara autnoma fica reduzida pela metade, ou mais. 4.2. SELEO DE RESPIRADORES PARA USO ROTINEIRO

4.2.1. Uso de respiradores aprovados Somente devem ser usados respiradores aprovados. Qualquer modificao, mesmo que pequena, pode afetar de modo significativo o desempenho do respirador. 4.2.2. A seleo de um respirador exige o conhecimento de cada operao, para determinar os riscos que possam estar presentes e, assim, selecionar o tipo ou a classe de respirador que proporcione a proteo adequada. 4.2.2.1. Etapas para identificao do risco A natureza do risco respiratrio deve ser determinada do seguinte modo: a) determinar o(s) contaminante(s) que possa(m) estar presente(s) no ambiente de trabalho; b) verificar se existe limite de tolerncia, ou qualquer outro limite de exposio, ou estimar a toxidez do(s) contaminante(s). Verificar se existe a concentrao IPVS;

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c) verificar se existem regulamentos ou legislao especfica para o (s) contaminante(s) (por exemplo: asbesto, slica, etc.). Se existir, a seleo do respirador fica dependente dessas indicaes; d) se existir o risco potencial de deficincia de oxignio, medir o teor de oxignio no ambiente; e) medir ou estimar a concentrao do (s) contaminante(s) no ambiente; f) determinar o estado fsico do contaminante. Se for aerossol, determinar ou estimar o tamanho da partcula. Avaliar se a presso de vapor da partcula ser alta na mxima temperatura prevista no ambiente de trabalho;

g) verificar se o contaminante presente pode ser absorvido pela pele, produzir sensibilizao da pele, ser irritante ou corrosivo para os olhos ou pele; h) se o contaminante vapor ou gs, verificar se conhecida a concentrao de odor, paladar ou de irritao da pele. 4.2.2.2. Etapas para seleo do respirador O respirador apropriado deve ser selecionado conforme o seguinte procedimento: a) se no for possvel determinar qual o contaminante txico potencialmente presente no ambiente, ou a sua concentrao, considerar a atmosfera IPVS. Continuar no item 4.3; b) se no existir limite de exposio ou valores de orientao disponveis, e se no puder ser feita a estimativa da toxidez, considerar a atmosfera IPVS. Continuar no item 4.3; c) se existir limite de exposio ou orientao disponvel para o contaminante, siga-a; d) se a atmosfera for deficiente de oxignio, o tipo de respirador selecionado depender da presso parcial de oxignio, da presso ambiente e da concentrao dos contaminantes que possam estar presentes. Continuar no item (e) e de 4.3.1 at 4.3.4; e) se a concentrao medida ou estimada do contaminante for considerada IPVS, continuar no item 4.3; f) dividir a concentrao medida ou estimada de cada contaminante pelo limite de exposio ou valores de orientao para obter o Fator de Proteo Requerido. Se mais de uma substncia estiver presente, considerar os efeitos sinrgicos. A partir da tabela i, selecionar um respirador ou tipo de respirador que possua Fator de Proteo Atribudo maior que o Fator de Proteo Requerido. Se o respirador selecionado for do tipo purificador de artigo, continuar no item g); g) se o contaminante for somente gs ou vapor, escolher o filtro qumico adequado. A concentrao mxima de uso do filtro qumico escolhido. Continuar no item m). Se o contaminante for um aerossol, continuar no item h); h) se o contaminante for base de tinta, esmalte ou verniz, contendo solvente orgnico, escolher filtro combinado: filtro qumico contra vapores orgnicos e filtro mecnico classe P1; i) se o contaminante for um agrotxico contendo veculo orgnico, usar filtro combinado: filtro qumico contra vapores orgnicos e filtro mecnico classe P2; se o contaminante for um agrotxico contendo veculo gua, usar, somente, filtro mecnico classe P2; j) se o contaminante for um aerossol mecanicamente gerado (por exemplo, poeiras e nvoas), usar filtro classe P1*; k) se o contaminante for um aerossol termicamente gerado (por exemplo, fumos metlicos), usar filtro classe P2*; l) se o contaminante for uma aerossol que contenha asbesto ou slica cristalizada, ver Anexo 7; (*) Se o aerossol for se substncia altamente txica ou de toxidez desconhecido, dever ser selecionado um filtro classe P3.

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m) se o contaminante um gs ou vapor com fracas propriedades de alerta, recomendado o uso de respiradores de aduo de artigo. Se estes no puderem ser usados por causa da inexistncia de uma fonte de artigo respirvel, ou por causa da necessidade de mobilidade do trabalhador, o respirador purificador de artigo poder ser usado, somente quando: o respirador possuir um indicador confivel de fim de vida til que alerte o usurio antes de o contaminante comear a atravessar o filtro; existir um plano de troca de filtro que leve em conta a vida til do filtro, bem como a desorpo (a no ser que a substituio seja diria), a concentrao esperada, o modo de usar o tempo de exposio forem estabelecidos, e que o contaminante no possua um Limite de Tolerncia Valor Teto. 4.3. SELEO DE RESPIRADORES PARA USO EM ATMOSFERAS IPVS, ESPAOS CONFINADOS OU ATMOSFERAS COM PRESSO REDUZIDA

4.3.1. Atmosferas IPVS Um local considerado IPVS quando: a) a concentrao do contaminante maior que a concentrao IPVS, ou se suspeita que ela esteja acima do limite de exposio IPVS; b) um espao confinado com teor de oxignio menor que o normal (20,9% em volume), a menos que a causa da reduo do teor de oxignio seja conhecida e controlada; c) o teor de oxignio menor que 12,5%, ao nvel do mar, ou; d) a presso atmosfrica do local menor que 450mmHg (equivalente a 4240m de altitude) ou qualquer combinao de reduo na porcentagem de oxignio e presso reduzida que leve a uma presso parcial de oxignio menor que 95mmHg. 4.3.2. Respiradores para uso em condies IPVS na presso atmosfrica normal O respirador que deve ser usado em condies IPVS provocadas pela presena de contaminantes txicos, ou pela reduo do teor de oxignio, como descrito nas condies a), b) e c), em 4.3.1, a mscara autnoma de demanda com presso positiva, ou uma combinao de um respirador de linha de artigo comprimido com cilindro auxiliar para escape. Enquanto o trabalhador estiver no ambiente IPVS, uma pessoa, no mnimo, deve estar de prontido num local seguro, com o equipamento pronto para entrar e efetuar o resgate, se for necessrio. Deve ser mantida comunicao contnua (visual, pela voz, telefone ou outro sinal conveniente) entre o trabalhador que entrou no ambiente IPVS e o que est de prontido. Enquanto permanecer na rea IPVS, o usurio deve estar com cinturo de segurana e cabo que permita a sua remoo, em caso de acidente. Devem estar tambm previstos outros recursos. 4.3.3. Consideraes sobre os espaos confinados. Os espaos confinados so causa de numerosas mortes e de srias leses. Portanto, qualquer espao confinado com menos que 20.9% de oxignio deve ser considerado IPVS, a menos que a causa da reduo do teor de oxignio seja conhecida e controlada. Esta restrio imposta porque qualquer reduo do teor de oxignio , no mnimo, uma prova de que o local mal ventilado. Pode ser possvel entrar sem o uso de respiradores em espao confinado que contenha de 16% at 20.9% em volume de oxignio ao nvel do mar, somente quando se conhece e compreende a causa da reduo do teor de oxignio e se tem certeza de que no existem reas mal ventiladas nas quais o teor de oxignio possa estar abaixo da referida faixa. No se conhecendo a causa do baixo teor de oxignio, e se ela no for controlada, a atmosfera do espao confinado deve ser considerada IPVS. 4.3.4. Presso atmosfrica reduzida.

RECOMENDAES, SELEO E USO DE RESPIRADORES

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A presso atmosfrica, quando reduzida, pode levar a presso parcial de oxignio ppO2 a valores baixos, mesmo mantendo a concentrao em 20,9%. Por isso, quando se realizam trabalhos em presso atmosfrica reduzida, deve-se definir a concentrao de oxignio em termos de presso parcial de oxignio e no em porcentagem em volume. 4.3.4.1. Definio de deficincia de oxignio IPVS envolvendo presso atmosfrica reduzida. Deve ser considerada uma condio IPVS, quando a presso parcial de oxignio igual ou menor que 95mmHg. Essa deficincia de oxignio pode ser causada: pela reduo da presso atmosfrica at 450mmHg (equivalente a uma altitude de 4240m), ou pela combinao da diminuio da porcentagem de oxignio e da presso atmosfrica. A tabela 2 indica as condies em que devem ser usadas as mscaras autnomas e os respiradores de linha de artigo comprimido combinados com cilindro auxiliar para escape. 4.3.4.2. Definio de deficincia de oxignio no IPVS Um ambiente onde a presso parcial de oxignio est entre 95 e 122mmHg deve ser considerado uma atmosfera com deficincia de oxignio, mas no IPVS. Esse ambiente pode afetar de modo adverso pessoas com pequena tolerncia a nveis reduzidos de oxignio, ou pessoas no aclimatadas desempenhando tarefas que requeiram grande acuidade mental ou tarefas de atenuar esses efeitos. A tabela 2 indica as condies nas quais recomendado o uso desses respiradores. Deve ser considerada qualquer condio mdica adversa que afete a tolerncia de um indivduo a nveis reduzidos de oxignio. Para esses indivduos pode ser recomendvel o uso de respiradores de aduo de artigo a partir da presso parcial de oxignio mais elevada que os valores indicados. Esta deciso deve ser tomada durante o exame mdico que antecede a atribuio daquela tarefa. TABELA 2 EFEITOS COMBINADOS ALTITUDE E PORCENTAGEM DE OXIGNIOA (a) RESPIRADORES RECOMENDADOSALTITUDE (m) PRESSO (mmHg) OXIGNIO NO AMBIENTE (%) PPO2 (mmHg) TEOR DE OXIGNIO ABAIXO DO QUAL EXIGIDO O USO DE RESP. DE ADUO DE AR (c) O2 % PPO2 mmHg TEOR DE OXIGNIO ABAIXO DO QUAL EXIGIDA MSCARA AUTNOMA (d) OU COMBINAO LINHA DE AR COM CILINDRO AUXILIAR O2 % PPO2 mmHg

NVEL DO MAR757 1500 2270 3030 3287 4240

760694 632 575 523 474 450

20,920,9 20,9 20,9 20,9 20,9 20,9

160145 133 121 110 99 94

16

122

12,513,7 15 16,5 18,2