4. geometrianomenclatura

17
1 Introdução à Engenharia Naval Geometria e Nomenclatura do Navio Introdução à Engenharia Naval O que são a Embarcação, o Navio e o Barco ? Barco (termo não técnico) - construção flutuante e estável, alongada e simétrica, estanque e robusta, habitável e móvel, destinada a deslocar-se na superfície das águas. Embarcação – “barco” de pequena dimensão, muitas vezes de convés aberto, geralmente apto a navegar apenas em águas protegidas. Exs: embarcações de pesca, recreio. Navio – “barco” de dimensão média ou grande, geralmente apto para navegar em viagens transoceânicas, de cabotagem ou em rios e lagos de grandes dimensões. Exs: navios porta-contentores, navios-tanques e navios militares. Submarino - navio militar, de pesquisa ou de investigação científica, que quando necessário pode prescindir controladamente da sua flutuabilidade para imergir por períodos mais ou menos prolongados.

Upload: edmilsonsantosdesouza

Post on 28-Aug-2015

216 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

nomeclatura navio

TRANSCRIPT

  • 1Introduo Engenharia Naval

    Geometria e Nomenclatura doNavio

    Introduo Engenharia Naval

    O que so a Embarcao, o Navio e o Barco ? Barco (termo no tcnico) - construo flutuante e

    estvel, alongada e simtrica, estanque e robusta,habitvel e mvel, destinada a deslocar-se nasuperfcie das guas.

    Embarcao barco de pequena dimenso, muitasvezes de convs aberto, geralmente apto a navegarapenas em guas protegidas. Exs: embarcaes depesca, recreio.

    Navio barco de dimenso mdia ou grande,geralmente apto para navegar em viagenstransocenicas, de cabotagem ou em rios e lagos degrandes dimenses. Exs: navios porta-contentores,navios-tanques e navios militares.

    Submarino - navio militar, de pesquisa ou deinvestigao cientfica, que quando necessrio podeprescindir controladamente da sua flutuabilidade paraimergir por perodos mais ou menos prolongados.

  • 2Introduo Engenharia Naval

    O que so os Veculos e Estruturas Marinhas ?

    Estruturas Marinhas - conjunto de estruturaspredominantemente metlicas e flutuantes, dotadas dereduzida ou nenhuma mobilidade, que operam emmares e oceanos com vista, sobretudo, prospecoe explorao de petrleo e gs natural.

    Veculo marinhos - veculos submersveis no-tripulados operados por controle remoto ou commisso pr-programada muito utilizados na indstriade prospeco e explorao de petrleo e gs natural,na construo de infra-estruturas submarinas e naexplorao dos fundos marinhos.

    Os navios, embarcaes, estruturas marinhas, eveculos marinhos constituem o objecto central deinteresse do Engenheiro Naval.

    Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 1

    O Casco do navio o conjunto de componentes que formam oinvlucro exterior do navio.

    O casco divide-se em quatro zonas, por vezes difceis de distinguir: fundo do navio: a parte inferior

    do casco, costado: a parte lateral do casco, encolamento: a zona de ligao

    do fundo ao costado (curva, rectaou em quinado),

    convs: a parte superior do casco.

  • 3Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 2

    importante definir a superfcie docasco na ossada que a superfcieque est por dentro da chaparia docasco e por fora das estruturasinternas.

    esta superfcie que serrepresentada no plano geomtricoatravs de interseces feitas complanos.

    Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 3 A proa do navio a zona da frente do navio quando este se move do

    modo usual (em marcha avante). A popa do navio a zona de trs do navio quando este se move do

    modo usual (em marcha avante). Quando se olha para vante, o costado situado do lado esquerdo

    chama-se bombordo e o do lado direito estibordo. As regies, em geral curvas, da proa e popa do costado so

    designadas amuras e alhetas, respectivamente.

  • 4Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 4 A zona do navio que coincide com o plano de simetria designa-se

    meia-nau.

    A zona do navio que coincide com o meio do comprimento do naviodesigna-se meio-navio.

    A zona estrutural do navio coincidente com a proa diz-se a roda daproa.

    A zona estrutural do navio coincidente com a popa diz-se a volta dapopa.

    A carena (ou querena) do navio, ou obras-vivas, a parte do cascoimersa na gua.

    A parte no-imersa do casco designa-se por obras-mortas.

    Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 5

    Proa - A parte deVante do navio

    Popa - A parte deR do navio

  • 5Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 6

    Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 7

  • 6Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 8 As estruturas longitudinais e horizontais que dividem o navio, no

    sentido vertical, chamam-se pavimentos.

    O pavimento principal, exposto ao tempo, e que se estende a todo ocomprimento do navio, designado convs.

    Poder existir, contudo, um convs principal, o estruturalmente maisrobusto, e um convs superior.

    Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 9 Os pavimentos abaixo do convs so ditos cobertas, se o seu

    comprimento fr suficientemente extenso, e bailus ou plataformas,se no for o caso.

    O pavimento mais baixo, existente em quase todos os navios, oduplo-fundo.

    Os pavimentos acima do convs superior chamam-se tombadilhos outoldas.

  • 7Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 10 As estruturas verticais que subdividem internamente o casco do

    navio nos sentidos transversal e longitudinal chamam-se anteparas. O mesmo nome tm as divisrias verticais dentro da superestrutura. Tanques so os compartimentos do navio utilizados no transporte

    de lquidos. Pores so os compartimentos do navio utilizados para o transporte

    de mercadorias, compreendidos entre o pavimento do duplo-fundoe o convs.

    Paiis so os espaos do navio usados para o aprovisionamento devveres e artigos necessrios ao seu servio.

    Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 11 Superestrutura uma

    construo que se ergue sobre opavimento do bordo livre,geralmente o convs do navio.

    Castelo uma superestruturaque formada peloprolongamento da borda donavio (a vante ou a r).

    Casotas so construesfechadas acima do convs queno so superestruturas.

    Rufos so construes estreitasacima do convs por ondepassam alguns dos sistemas debordo.

  • 8Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 12 Os elementos de subdiviso que se referiram dividem o navio em

    zonas homogneas, isto , zonas onde as operaes ou ossistemas a implantados concorrem para um fim parcial: Espaos de carga, Casa das Mquinas, Pique tanques, Duplo-fundo, Superestrutura.

    Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 13 Escotilhas so aberturas

    praticadas nos pavimentos parapassagem da carga do navio,mquinas ou equipamentos.

    A parte do aro da escotilha abaixodo pavimento chama-se contra-braola. A parte de cima chama-sebraola.

    A braola fechada superiormentepela tampa da escotilha.

    Vigias so pequenas aberturascirculares no costado ousuperestrutura do navio.

  • 9Introduo Engenharia Naval

    Nomenclatura do Navio - 14 A borda falsa o prolongamento do costado para proteco do

    convs. A borda falsa substituda pela balaustrada nos tombadilhos ou

    quando o convs esteja suficientemente alto para que o mar no oenxovalhe.

    Aberturas de resbordo so aberturas na borda falsa cuja finalidade o escoamento de gua embarcada no convs.

    Portas de mar so pequenas portas montadas na borda falsa paraescoamento da gua.

    Portals so os locais borda, servidos por escadas, por onde seentra e sai do navio.

    Buzinas so aberturas na borda falsa, geralmente proa e popa,para passagem dos cabos de amarrao ou reboque.

    Introduo Engenharia Naval

    Geometria do Navio - 1 Existem trs planos de

    referncia caractersticospara o navio:

    Plano Base Plano de Simetria (ou de

    Mediania) Plano Transversal

    A interseco do plano basecom o plano de medianiadefine a linha base.

    A linha base uma recta horizontal no plano de simetria eintersecta a linha de construo na perpendicular a meio navio.

    A linha de construo a interseco do plano de simetria com aface superior da quilha.

  • 10

    Introduo Engenharia Naval

    Geometria do Navio - 2 Consoante o tipo de quilha do

    navio, a linha de construo :

    a interseco da facesuperior da chapa-quilhacom o plano de simetria,

    a interseco com o planode simetria da face superiorda chaparia do fundo que seliga quilha-barra,

    a interseco com o planode simetria de uma rectaque passa pelo cantoinferior do alefriz da quilha(recorte na quilha paraencaixe da primeira tbuado forro exterior).

    Introduo Engenharia Naval

    Geometria do Navio - 3 Comprimento entre perpendiculares o maior dos comprimentos

    definidos da seguinte forma: 96% do comprimento total da embarcao medido sobre uma

    linha de gua traada a 85% do pontal mnimo de construo, Comprimento, sobre aquela linha de gua, entre a face de vante

    da roda de proa e o eixo da madre do leme. Perpendiculares de referncia so rectas do plano de simetria

    perpendiculares ao plano base. Perpendicular a vante (PPAV) a perpendicular que passa pelo

    extremo a vante do comprimento entre perpendiculares. Perpendicular a r (PPAR) a perpendicular que passa pelo

    extremo de r do comprimento entre perpendiculares. Perpendicular a meio (PPAM) a perpendicular que passa pelo

    meio do comprimento entre perpendiculares.

  • 11

    Introduo Engenharia Naval

    Geometria do Navio - 4

    A figura abaixo indica as principais dimenses caractersticas donavio.

    Introduo Engenharia Naval

    Geometria do Navio - 5 Boca na ossada a distncia mxima medida face exterior das

    balizas, na seco mestra. Boca fora do forro a distncia mxima medida superfcie

    exterior do forro do casco, na seco mestra. Boca mxima a distncia mxima extrema, medida na seco

    mestra, incluindo os verdugos ou outros dispositivos fixos deproteco lateral.

    Pontal de construo a distncia vertical medida na secomestra do navio entre a linha base e a linha recta do vau.

    Imerso a uma dada flutuao a distncia vertical de qualquerponto da linha de construo ao plano dessa flutuao. Imerso a r a imerso na perpendicular a r. Imerso a vante a imerso na perpendicular a vante. Imerso mdia a imerso na perpendicular a meio.

    Calado a imerso mais a espessura da chapa quilha ou quilhabarra.

  • 12

    Introduo Engenharia Naval

    Geometria do Navio - 6 Para alguns navios de menor dimenso, como rebocadores,

    arrastes, etc, o dimetro do hlice elevado e h necessidade de onavio ter caimento de traado.

    Nestas condies, a linha de construo no coincide com a linhabase

    Introduo Engenharia Naval

    Geometria do Navio - 7

    As interseces de planos transversais com a superfcie na ossadageram seces transversais (balizas de traado).

    As interseces de planos longitudinais com a superfcie na ossadageram seces longitudinais (cortes longitudinais).

    As interseces de planos horizontais com a superfcie na ossadageram linhas de gua (figuras de flutuao).

    seco longitudinal que passa pelo plano de simetria chama-seperfil do navio.

  • 13

    Introduo Engenharia Naval

    Geometria do Navio - 8

    O plano geomtrico surgepor representao conjuntade seces do navio, emgeral:

    21 balizas de traado

    12 linhas de gua

    7 cortes longitudinais

    As balizas de traado e aslinhas de gua podem ouno ser equidistantes.

    Os cortes longitudinais soequidistantes.

    Introduo Engenharia Naval

    Geometria do Navio - 9

    As balizas de traado constituem oplano transversal.

    As linhas de gua constituem oplano horizontal.

    Os cortes longitudinais constituemo plano longitudinal.

    Estes trs tipos de linhas devemser, em geral, suaves, isto ,devem estar desempolados.

  • 14

    Introduo Engenharia Naval

    Geometria do Navio - 10 A finura da carena do navio

    expressa atravs dos coeficientesde finura: Coeficiente de finura total

    Coeficiente de finura da figurade flutuao

    Coeficiente de finura da secomestra

    Coeficiente de finura prismtico

    iBLV

    cff

    b..

    fmp LA

    Vc

    iBA

    cfm

    m

    ff

    ff BL

    Ac

    Introduo Engenharia Naval

    Geometria do Navio - 11

    A finura da carena dosvrios tipos de navios,expressa peloscoeficientes de finura,tem valores diferentesconsoante o tipo denavio:

  • 15

    Introduo Engenharia Naval

    O Deslocamento Leve - 1 Chama-se deslocamento do navio, numa determinada linha de

    flutuao, ao peso da gua deslocada pela carena limitada poressa linha de flutuao.

    O deslocamento do navio varivel com a linha de gua a queeste flutua.

    O deslocamento leve o deslocamento correspondente ao naviocompleto com todos os seus pertences, mas sem os consumveis,carga e passageiros a bordo.

    O deslocamento leve operacional, ligeiramente superior aodeslocamento leve constructivo, corresponde a este mais oslquidos em circulao na maquinaria e os lquidos no aspirveisnos tanques.

    Introduo Engenharia Naval

    O Deslocamento Leve - 2 Os pesos que fazem parte do deslocamento leve do navio so:

    casco e acessrios, equipamentos e mquinas do convs, aparelhos de carga e manobra, aparelhos e apetrechos de navegao, equipamentos elctricos e electrnicos, mobilirio e apetrechamento, palamente, utenslios e ferramentas, sobressalentes de bordo, mquinas principais e auxiliares e respectivos

    encanamentos, armamento (nos navios de guerra), lastro permanente (se houver).

  • 16

    Introduo Engenharia Naval

    Porte Bruto e Porte til

    Este contm as seguintes parcelas: combustveis, leos de lubrificao, gua de reserva de caldeiras, gua potvel, mantimentos e outras provises,

    munies (nos navios de guerra), tripulao e suas bagagens, gua de lastro, carga, passageiros e suas bagagens.

    O Porte Bruto (deadweight) a soma de todos os pesos variveisdo navio.

    O Porte til ou de carga (cargo deadweight) nos navios mercantescorresponde soma dos pesos da carga e dos passageiros comas suas bagagens.

    Introduo Engenharia Naval

    Porte Prprio e Deslocamento Carregado

    O Porte Prprio corresponde ao peso do conjunto de pesosnecessrios para que o navio esteja em condies de cumprir asua misso, isto , em condies operacionais.

    O Deslocamento Carregado corresponde ao peso do navioquando este se encontra completamente carregado e prontopara o servio a todos os respeitos.

    O Porte til somado ao Porte Prprio igual ao Porte Bruto.

    O Deslocamento leve somado ao porte bruto igual aodeslocamento carregado.

  • 17

    Introduo Engenharia Naval

    Links Interessantes

    http://www.ship-technology.com

    http://www.deltamarin.com

    http://www.fsg-ship.de