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4. EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Educação Física é uma das disciplinas formadoras dentro da escola, o
contato pessoal que o professor tem com seus alunos possibilita essa abertura e até
mesmo esse aconchego.
A Educação Física tem um sério compromisso, que se cumprido a risca
colocará o individuo dentro da sociedade, como um sabedor de ótimos resultados
para uma vida toda, que não se pense que a mesma é recreação, que pode sim
estar ligada a ela. Ou mesmo fazer parte dela, mas não podemos reduzir a
Educação Física a essa pequena parte, pois ela tem sua própria importância.
Desde o inicio da existência do homem já se praticava a Educação Física,
não a convencional, mas no seu dia a dia, na caça, na pesca, na luta contra o seu
meio – ambiente, e na homenagem aos Deuses através das danças e ritmos.
A Educação Física em seu contexto histórico vem desde o início servir como
meio de melhorar a condição física do homem, para desempenhar os trabalhos com
maior produtividade.
As primeiras sistematizações sobre as práticas corporais em território
nacional são oriundas da Europa, sob essa forte característica de conhecimentos
médicos e de instrução militar, a ginástica surgiu, a partir da preocupação com o
desenvolvimento da saúde e a formação moral dos cidadãos brasileiros, (DCE, 2008
– p. 38).
Já na década de 30 o esporte começa a ser definido e popularizado com o
objetivo de valorizar a Pátria, através dos esportes, bem como a obrigatoriedade da
prática, até os 21 anos objetivando formar mão de obra para o mercado de trabalho.
No início do século XX, a disciplina torna-se obrigatória nas instituições de
ensino para crianças a partir de 6 anos, e como a história a coloca passa por
momentos de inquietações, pois passa por uma caracterização de formar, até
transformar-se pro força dos objetivos do governo brasileiro em um celeiro de
atletas, na busca de melhores resultados mundiais, e por todos esses anos o caráter
obrigatório da disciplina se mantém em todos os cursos e níveis de sistema de
ensino.
A Educação Física teve uma mudança na década de 70 quando passou a
utilizar métodos tecnicistas centrados na competição e no rendimento (alto nível) do
aluno, porém, foi no final da década de 80 que ela passou a valorizar a formação
integral do aluno, levando em consideração sua individualidade.
Já na década de 90 era poposto que a Educação Física desenvolvesse no
aluno uma formação histórico crítica social, sendo promovido um grande movimento
de renovação para a ela, que reuniu várias proposições acerca de legitimidade
dessa disciplina como campo de conhecimento escolar, (DCE, 2008 – p. 44).
Nesse sentido, de acordo com as DCE’s, a importância da Educação Física
na escola se insere no sentido de garantir acesso ao conhecimento e à reflexão
crítica das inúmeras manifestações corporais, na busca da formação de um ser
humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, no sentido amplo da
palavra.
Sabemos como se aponta na própria DCE’s, que a Educação Física tem
alguns problemas que precisam ser superados, que são responsáveis por
desqualificá-la como área de conhecimento socialmente relevante, tomando-se
como exemplo:
A adoção da teoria da pirâmide esportiva como teoria educacional;
A falta de uma reflexão aprofundada sobre o desenvolvimento da aptidão
física e sua contradição como uma reflexão sobre a cultura corporal;
A banalização do conhecimento da cultura corporal, pela repetição mecânica
de técnicas esvaziadas da valorização subjetiva que deu origem a sua criação;
(DCE, 2009 - p. 50);
Percebe-se então a necessidade que a educação física seja fundamentada
nas reflexões sobre as necessidades atuais de ensino para os alunos, superando
contradições e valorizando a educação como um todo.
Considerando que os objetivos específicos da Educação Física devem estar
claros dentro deste projeto estabelecido pela escola.
A Educação Física introduzirá a formação do aluno à cultura corporal de
movimento, formando o cidadão que vai produzi-la e também transformá-la,
instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, da dança, lutas e ginásticas
em benefício de sua qualidade de vida;
Entender o desenvolvimento de ações educativas voltadas aos jovens,
possibilitando a aquisição de hábitos de vida que favoreçam a prática de atividades
físicas, seja ela competitiva ou de lazer, de forma a estabelecer padrões culturais de
movimentos voltados às turmas absolutamente heterogêneas, no que concerne aos
aspectos motores, afetivos e cognitivos;
Proporcionar atividades corporais diversas que despertam o lúdico e o prazer,
com conhecimentos inerentes a saúde, cidadania e qualidade de vida,
desenvolvendo a crítica dos métodos e regras utilizadas fazendo criar novas
fórmulas de realizar as atividades e cuidar do corpo.
Esta pode e deve ser trabalhada em comum conjunto com outras disciplinas
que permitam entender a cultura corporal em sua complexidade, ela é parte do
projeto geral da escola, e dessa maneira então deve estar fortemente articulada ao
Projeto Político Pedagógico, pois, possui objeto de estudo e ensino próprios, e trata
de conhecimentos importantes na escola, e de maneira alguma deve ser tratada
como um apêndice, e nem ser considerada um modo compensatório pra as
“durezas” da sala de aula. (DCE, 2008 – p. 50).
Sem, no entanto esquecer-se de deixar claro que o objetivo da Educação
Física é além de desenvolver os aspectos físicos e disciplinares, promover a
autoconfiança através dos jogos, danças, lutas, ginásticas e atividades rítmicas,
enriquecendo o acervo motor, assim possibilitando que a criança aprenda a cultura
do movimento.
È por meio dessa cultura que ela descobre as possibilidades de se expressar
com seu corpo e passa reconhecer a importância do movimento na integração e no
relacionamento com seus companheiros de grupo. E por meio dessa participação
social, e da cooperação com os colegas, que a criança passa a praticar princípios
democráticos e uma vivência coletiva.
4.1. Conteúdos por Ano
ENSINO FUNDAMENTAL
6º Ano – 7º Ano
Conteúdos
Estruturantes
Conteúdos
Básicos
Abordagem Teórico-Metodológica
Estudar a origem dos diferentes espeotes e
mudanças ocorridas com os mesmos, no
decorrer da história;
Esporte
Coletivos;
Individuais.
Aprender as regras e os elementos básicos
do esporte;
Vivência dos fundamentos das diversas
modalidades esportivas;
Compreender por meio de discussões que
provoquem a reflexão, o sentido da
competição esportiva.
Jogos e
brincadeiras.
Jogos e
brincadeiras
populares;
Brincadeiras e
cantigas de
roda;
Jogos de
tabuleiro;
Jogos
cooperativos.
Recorte histórico delimitando tempos e
espaços nos jogos, brinquedos e
brincadeiras;
Reflexão e discussão acerca da diferença
entre brincadeira, jogo e esporte;
Construção coletiva dos jogos, brincadeiras
e brinquedos;
Estudar os jogos, as brincadeiras e suas
diferenças regionais.
Dança
Danças
folclóricas;
Danças de
rua;
Danças
criativas;
Danças
circulares.
Recorte histórico delimitando tempos e
espaços, na dança;
Experimentação de movimentos corporais
rítmico-expressivos;
Criação e adaptação de coreografias;
Construção de instrumentos musicais.
Ginástica
Ginástica
rítmica;
Ginástica
circense;
Ginástica
geral.
Estudar os aspectos históricos e culturais da
ginástica rítmica e geral;
Aprender sobre as posturas e elementos
ginásticos;
Pesquisar e aprofundar os conhecimentos
acerca da cultura circense.
Lutas de
Pesquisar e analisar a origem das lutas de
aproximação e da capoeira, assim como
Lutas
aproximação;
Capoeira.
suas mudanças no decorrer da história;
Vivenciar jogos adaptados no intuito de
aprender alguns movimentos característicos
da luta, como: ginga, esquiva, golpes,
rolamentos e quedas.
8º Ano - 9º Ano
Conteúdos
Estruturantes
Conteúdos
Básicos
Abordagem Teórico-Metodológica
Esporte
Coletivos;
Radicais
Recorte histórico delimitando tempos
espaços, no esporte;
Estudar as diversas possibilidades do
esporte, enquanto uma atividade corporal,
como: lazer, esporte de rendimento,
condicionamento físico, assim como os
benefícios e os malefícios do mesmo à
saúde;
Analisar o contexto do Esporte e a
interferência da mídia sobre o mesmo;
Vivência prática dos fundamentos das
diversas modalidades esportivas;
Discutir e refletir sobre noções de ética nas
competições esportivas.
Jogos e
brincadeiras.
Jogos e
brincadeiras
populares;
Jogos de
tabuleiro;
Jogos
dramáticos;
Jogos
cooperativos.
Recorte histórico delimitando tempos e
espaços, nos jogos, brincadeiras e
brinquedos;
Organização de Festivais;
Elaboração de estratégias de jogo.
Recorte histórico delimitando tempos e
Dança
Danças
criativas;
Danças
circulares.
espaços, na dança;
Analise dos elementos e técnicas de dança;
Vivência e elaboração de esquetes (que são
pequenas seqüências cômicas).
Ginástica
Ginástica
rítmica;
Ginástica
circense;
Ginástica
geral.
Recorte histórico delimitando tempos e
espaços, na ginástica;
Vivência prática das posturas e elementos
ginásticos;
Estudar a origem da ginástica com enfoque
específico nas diferentes modalidades,
pensando suas mudanças ao longo dos
anos;
Manuseio dos elementos da ginástica
rítmica;
Vivência de movimentos acrobáticos.
Lutas Lutas com
instrumento
mediador;
Capoeira.
Organização de roda de capoeira;
Vivenciar jogos de oposição no intuito de
aprender movimentos direcionados à
projeção e imobilização.
ENSINO MÉDIO
Conteúdos
Estruturantes
Conteúdos
Básicos
Abordagem Teórico-Metodológica
Coletivos;
Recorte histórico delimitando tempos e
espaços;
Analisar a possível relação entre o esporte
de rendimento X qualidade de vida;
Análise dos diferentes esportes no contexto
social e econômico;
Estudar as regras oficiais e sistemas táticos;
Organização de campeonatos, torneios,
Esporte
Individuais;
Radicais.
elaboração de súmulas e montagem de
tabelas, de acordo com os sistemas
diferenciados de disputa (eliminatória
simples, dupla, entre outros);
Análise de jogos esportivos e confecção de
Scalt;
Provocar uma reflexão acerca do
conhecimento popular X conhecimento
cientifico sobre o fenômeno esporte;
Discutir e analisar o esporte nos seus
diferenciados aspectos:
Enquanto meio de lazer;
Sua função social;
Sua relação com a mídia;
Relação com a ciência;
Doping e recursos ergogênicos e esporte alto
rendimento;
Nutrição, saúde e prática esportiva.
Analisar a apropriação do esporte pela
indústria cultural.
Jogos e
Brincadeiras
Jogos de
tabuleiro;
Jogos
dramáticos;
Jogos
cooperativos.
Analisar a apropriação dos jogos pela
indústria cultural;
Organização de eventos;
Analisar os jogos e brincadeiras e suas
possibilidades de fruição nos espaços e
tempos de lazer;
Recorte histórico delimitando tempo e
espaço.
Danças
folclóricas;
Possibilitar o estudo sobre a dança
relacionada a expressão corporal e a
diversidade de culturas;
Analisar e vivenciar atividades que
representem a diversidade da dança e sues
Dança Danças de
salão;
Danças de
rua.
diferenciados ritmos;
Compreender a dança como mais uma
possibilidade de dramatização e expressão
corporal;
Estimular a interpretação e criação
coreográfica;
Provocar a reflexão acerca da apropriação
da dança pela indústria cultural;
Organização de Festival de Dança.
Ginástica
Ginástica
artística /
olímpica;
Ginástica de
academia;
Ginástica
geral.
Analisar a função social da ginástica;
Apresentar e vivenciar os fundamentos da
ginástica;
Pesquisar e interferência da ginástica no
mundo do trabalho (ex. laboral);
Estudar a ralação entre a ginástica X
sedentarismo e qualidade de vida;
Por meio de pesquisar, debates e vivências
práticas, estudar a relação da ginástica com:
tecido muscular, resistência muscular,
diferença entre resistência e força: tipos de
força; fontes energéticas, freqüência
cardíaca, fonte metabólica, gasto energético,
composição corporal, desvios posturais,
LER, DORT, compreensão cultural acerca do
corpo, apropriação da ginástica pela indústria
cultural entre outros;
Analisar os diferentes métodos de avaliação
e estilos de testes físicos, assim como a
sistematização e planejamento de treinos;
Organização de festiva de ginástica.
Lutas com
aproximação;
Lutas que
Pesquisar, estudar e vivenciar o histórico,
filosofia, característica das diferentes artes
marciais, técnicas, táticas / estratégias,
Lutas
mantém à
distância;
Lutas com
instrumento
mediador;
Capoeira.
apropriação de luta pela indústria cultural,
entre outros;
Analisar discutir a diferença entre lutas X
artes marciais;
Estudar o histórico da capoeira, a diferença
de classificação e estilos da capoeira,
enquanto jogo/luta/dança, musicalização e
ritmo, ginga, confecção de instrumentos,
movimentação, roda e etc.
SUGESTÕES DE CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Na tabela a seguir sugerem-se alguns conteúdos específicos a serem
abordados a partir dos conteúdos básicos. Caberá ao professor, selecionar e/ou
adicionar outros conteúdos, de acordo com a sua realidade regional.
Conteúdos
Estruturantes
Conteúdos
Básicos
Conteúdos Específicos
Esporte
Coletivos Futebol, voleibol; basquetebol; punhobol;
handebol; futebol de salão, futevôlei; rugby,
beisebol.
Individuais Atletismo; natação; tênis de mesa; tênis de
campo; bandminto; hipismo.
Radicais Skate; rappel; fafting; againg; bungee
jumping; surf.
Jogos
e
Brincadeiras
Jogos e
brincadeira
populares
Amarelinha; elástico, 5 marias; paciu no
poço; mãe pega; stop; bulica; bets; peteca;
fito; raiola; relha; corrida de sacos; pau
ensebado; paulada ao cântaro; jogo do pião;
jogo do paus; queimada; polícia e ladrão.
Brincadeiras e
Cantigas de
roda
Gato e rato; adoletá; capelinha de melão;
caranguejo; atirei o pau no gato; ciranda
cirandinha; escravos de a; lenço atrás; dança
da cadeira.
Jogos de Dama; trilha; resta um; xadrez.
Tabuleiro
Jogos
Dramáticos
Improvisação; imitação; mímica.
Jogos
Cooperativos
Futpar; volençol; eco-nome; tato contato;
olhos de águia; cadeira livre; dança das
cadeiras cooperativas; salve-se com um
abraço.
Dança
Danças
Folclóricas
Fandango; quadrilha; dança de fitas; dança
de São Gonçalo; frevo; samba de roda;
batuque; baião; cateretê; dança do café; cuá
fubá; ciranda; carimbo.
Danças de
Salão
Valsa; merengue; forró; vanerão; samba;
soltinho; xote; bolero; salsa; swing; tango.
Danças de
Rua
Break; funk; house; locking; popping; aga.
Danças
Criativas
Elementos de movimento (tempo, espaço,
peso e fluência); qualidades de movimento;
improvisação; atividades de expressão
corporal.
Danças
Circulares
Contemporâneas; folclóricas; sagradas.
Ginástica
Ginástica
Artística /
Olímpica
Solo; salto sobre o cavalo; barra fixa;
argolas; paralelas assimétricas.
Ginástica
Rítmica
Corda; arco; bola maças; fita.
Ginástica de
Academia
Alongamentos; ginástica aeróbica; ginástica
localizada; step; core board; pular corda;
pilates.
Ginástica
Circense
Malabares; tecido; trapézio; acrobacias;
trampolim.
Ginástica
Geral
Jogos gímnicos; movimentos gímnicos
(balancinha, vela, rolamentos; paradas;
estrela; rodante; ponte).
Lutas
Lutas de
aproximação
Judô; luta olímpica; jiu-jitsu; sumo.
Lutas que
mantêm a
distância
Karatê; boxe; muay thai; taekwondo.
Lutas com
Instrumento
Mediador
Esgrima; kendô.
Capoeira Angola; regional.
Relação cultura
Afro Brasileira com
a Educação Física
História da Cultura Afro Brasileira
Danças e Músicas Afros;
Capoeira;
Jogos Recreativos da Cultura Afro-Brasileira;
ENCAMINHAMENTO METODOLOGICO
A Educação Física deve ser trabalhada sobre o viés de interlocução com
disciplinas variadas que permitam entender o corpo em sua complexidade, ou seja,
sob uma abordagem biológica, antropológica, sociológica, psicológica, filosófica e
política, justamente por sua constituição interdisciplinar.
A Educação Física tem a função social de contribuir para que os alunos se
tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, ter autonomia sobre ele e
adquirir mais expressividade corporal consciente.
No ensino fundamental a aula de Educação Física tem como objetivo
desenvolver as manifestações corporais vislumbrando as capacidades física-
cognitiva-social do educando.
Para contextualizar as práticas corporais sem preconceito e sem
discriminação étnico-raciais, o professor deve respeitar as diferenças culturais e
sociais do educando , proporcionando uma educação igualitária e democrática.
Em sua prática pedagógica, ao problematizar a sua atuação profissional, o
professor deve delimitar questões necessárias e importantes, que levem em
consideração o registro organizado das atividades escolares colaborando para a
compreensão das manifestações corporais.
Para tanto é essencial conhecer bem a cultura que envolve a realidade em
que a escola está inserida, sem perder de vista a dimensão universal dos
conhecimentos a que os alunos têm direito.
É tarefa do professor mediar situações conflitantes que envolvem a
corporalidade por meio do diálogo e da reflexão, com argumentos que favoreçam o
esclarecimento dos sujeitos envolvidos no processo educativo. O corpo deve ser
reconhecido de modo ético em experiências que contribuam para o desenvolvimento
humano.
No ensino médio, devemos adotar metodologia que permita ao educando
ampliar a sua visão de mundo por meio da cultura corporal, superando a perspectiva
do tecnicismo e da esportivização das práticas corporais. Por sua vez, conforme a
concepção crítico-superadora o conhecimento deve ser transmitido ao educando
levando-se em conta o momento político, histórico, econômico e social em que está
inserido.
Dialeticamente, os conteúdos serão apresentados de forma simultânea, o que
deve mudar é a amplitude do conhecimento sobre cada conteúdo. Sendo abordados
tanto na primeira como na terceira série do ensino médio, mudando apenas o grau
de complexidade que o educador fará entre os conteúdos e elementos articuladores.
Ao trabalhar a Educação Física sob esta perspectiva, estaremos superando
formas anteriores de concepção e atuação na escola pública, considerando objetos
de análise e crítica de reorientação/transformação.
Dessa forma, pensar a Educação Física a partir de uma mudança significa
analisar a insuficiência do atual modelo de ensino, que geralmente não contempla a
diversidade de manifestações corporais produzidas socialmente pelos diferentes
grupos humanos.
A Educação Física de modo mais abrangente está voltada a uma consciência
crítica, em que o trabalho constitui categoria de análise e é princípio fundamental da
disciplina nas diretrizes curriculares.
A organização e sistematização dos conhecimentos sobre as práticas
corporais possibilitam a comunicação e o diálogo com as diferentes culturas.
Dessa forma, a possibilidade do educando de ampliar sua visão de mundo por
meio da cultura corporal, é consistente, pois ele pode superar a perspectiva pautada
no tecnicismo e na desportivização das práticas corporais.
Ao considerar cada possibilidade de ensino, o professor deve elaborar opções
e possibilidades de atividades, para que o educando possa sistematizar esse
conhecimento, é preciso levar em conta aquilo que o aluno traz de conhecimento,
acerca do conteúdo proposto.
Continuando a caminhada acerca destes conteúdos propostos, precisamos
tornar o aluno consciente dos novos desafios que se apresentam como uma
oposição ao papel da educação, e conseqüentemente da Educação Física na
escola, trabalhar sob a perspectiva destes contextos sociais nos leva a desenvolver
posicionamentos positivos que nos possibilitem realizar esses enfrentamentos
sociais: a educação ambiental; prevenção ao uso indevido de drogas; relações
étnico-raciais; sexualidade e a violência na escola; são desafios que precisam ser
combatidos, com o envolvimento do educando em atividades/produções que lhes
dêem a oportunidade de conhecer, apreender e refletir sobre estes contextos e
desafios sociais.
Trabalhando o conteúdo de dança, seja ele fragmentado em dança escolar,
folclórica ou criativa, dentro de suas inúmeras possibilidades educacionais, temos a
oportunidade de fazer nascerem os primeiros relacionamentos do sujeito com ele
próprio, com outras pessoas e com grupos, com tudo que se encontra a sua volta,
da mesma maneira ao trabalharmos os conteúdos de esporte/lutas (futsal, handebol,
esgrima, judô, etc.) que torna o contato físico essencial, as possibilidades de
enfrentamento perante as causas da violência gratuitas e inexplicada que se
apresentam: o porquê?; Quais são as razões, que nos levam a essas ações?; O que
precisa ser feito para mudar?; Como podemos enfrentar tal situação?, são pequenas
ações que podem tornar nosso educando um ser social capaz de enfrentar esses
desafios, a aplicação de conteúdos que levem a discussão sobre uso indevido de
anabolizantes e doping, por exemplo, causas, conseqüências, etc., pode tornar o
educando conhecedor/consciente das ações da droga no nosso organismo, e a
valorização da qualidade de vida, nesse ponto envolvendo ações como: trabalho,
educação, meio em que se vive ( meio ambiente), saúde, também podem
desenvolver no educando essa concepção de mundo melhor.
Para combater esses desafios também se apresentam possibilidades através
de projetos em contra-turno como o Viva-Escola, aqui representado pela dança, o
Segundo–Tempo, vôlei, futsal, handebol e dança, e os projetos de sala de apoio
(direcionados as 5ª séries), CELEM, no ensino de outra língua estrangeira,
valorizando culturas diferentes, no nosso caso Espanhol e a sala de recursos, onde
é feita uma adequação curricular, respeitando as necessidades individuais de cada
educando.
A partir deste momento podemos sistematizar a aplicação dos conteúdos e
atividades propostas através das mais variadas possibilidades pedagógicas: aulas
expositivas; teórico-práticas; utilização de vídeos; utilização de materiais didáticos;
atividades lúdicas; jogos pré-desportivos; trabalhos, debates; festivais; jogos pré-
desportivos; etc.
A utilização de recursos midiáticos como: TV-Pendrive; laboratórios de
informática contribuem para o enriquecimento do conteúdo e desafios pedagógicos
trabalhados com os alunos;
Nosso trabalho é desmistificar formas arraigadas e não refletidas em relação
às diversas práticas e manifestações corporais historicamente produzidas e
acumuladas pelo ser humano, (DEC, 2009 – p. 75).
AVALIAÇÃO
A avaliação em Educação Física tem características e dificuldades comuns
aos demais componentes curriculares, mas também apresente peculiaridades. A
avaliação deve servir pra problematizar a ação pedagógica e não apenas atribuir um
conceito ao aluno. A partir dessa observação optou-se em utilizar a concepção
progressista: o professor, orientador da aprendizagem, faz diagnostico, considera a
capacidade de aprendizagem do aluno, e se auto-avalia; o aluno, sujeito da
aprendizagem, é mais crítico e também se auto-avalia, a avaliação é contínua, e
serve para a reorientação do processo (Ludke e Mediano, 1992). Permeando essa
nova concepção da Educação Física, conceito de “cultura corporal” de movimento,
há uma exigência de melhoria, nos procedimentos de avaliação, a essas melhorias
podemos atribuir, sob recomendação, determinados conceitos:
A avaliação deve ser:
Contínua, compreendendo as fases, que se convencionou, denominar
diagnostica ou inicial, formativa e somativa;
Deve englobar os domínios cognitivos, efetivos ou emocionais, sociais e
motor;
Referir-se as habilidades motoras básicas, ao jogo, esporte, dança, ginástica
e práticas de aptidão física;
Referir-se a qualidade dos movimentos apresentados pelo aluno, e aos
conhecimentos a eles relacionados;
Referir-se aos conhecimentos científicos propostos pelo programa de ensino;
Deve operacionaliza-se na aferição da capacidade do aluno expressar-se,
pela linguagem escrita e falada, sobre a sistematização dos conhecimentos relativos
à cultura corporal de movimento, e da sua capacidade de movimentar-se nas formas
elaboradas por essa cultura.
Os processos avaliativos incluem aspectos informais e formais, concretizados
em observação sistemática/ assistemática, e anotações sobre o interesse
participação e capacidade de cooperação do aluno:
Auto-avaliação;
- Trabalhos e provas escritas;
- Testes para avaliação qualitativa e quantidade de habilidades e capacidades
físicas;
- Seminários e debates acerca dos conteúdos trabalhados;
- Resolução problemática propostas pelo professor;
- Elaboração e apresentação de coreografias de dança criativa, folclórica, popular,
etc.;
- Exercícios ginásticos e de condicionamento do corpo através da ginástica;
- Táticas e técnicas de esportes coletivos, etc.
É importante informar ao aluno quais são os momentos de avaliação formal, e
quais aspectos serão avaliados e transformados em conceitos. A avaliação deve ser
sempre realizada, na medida em que serve para problematizar a ação pedagógica,
reorientar o processo de ensino e facilitar a auto-avaliação do professor. Da mesma
maneira, a atribuição de conceito do aluno é útil situá-lo em relação aos seus
progressos e a exigências institucionais e culturais.
Ao relacionarmos esses determinados instrumentos de avaliação, faz-se
necessário deixar claro cada critério observado em relação aos próprios, podendo
ser colocados em porcentagens reais, observando-se a prática do professor,
exemplo:
(70%) atividades práticas/físicas, a participação dos alunos nos conteúdos
selecionados e propostos para as aulas;
(20%) conhecimentos adquirido-definidos através dos conteúdos
apresentados com embasamento teórico, visando a melhoria da aptidão e
envolvimento prático;
(10%) organização, resolução de problemas, criatividade do aluno, perante os
conteúdos proposto-apresentados;
Considerar aulas práticas possíveis para cada semestre sugerido, observando
aulas teóricas em sala de aula/laboratório de informática ou biblioteca;
Apresentação de trabalhos: dividida em parte teórica e parte prática,
considerando o conteúdo sugerido;
Atividades no caderno, sendo trabalhado o conteúdo como forma de
discussão, pesquisa e apresentação de atividades;
Avaliações práticas, considerar o conhecimento das modalidades trabalhadas
em quadra/prática;
Avaliações teóricas com consulta, realizadas de acordo com o conteúdo
trabalhado e sugerido no planejamento, principalmente ligados aos cuidados com o
corpo e organização;
A recuperação paralela é um dos mecanismos que a escola e os educadores
possuem para atender à diversidade de características e ritmos de aprendizados dos
alunos, observados os critérios e responsabilidades de produção dos mesmos:
A recuperação paralela ao período letivo será realizada no momento mesmo
em que for detectada a deficiência do aluno e deve ser entendida como uma
conseqüência do processo de avaliação continuada;
A recuperação será proporcionada mediante a atribuição de tarefas e
trabalhos ou práticas, específicos/ ou já atribuídos sendo repetidos e novamente
realizados para a solução das deficiências apresentadas pelo aluno;
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