4 cienciasdasaude set dez 2010

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ISSN: 1984 - 2848 ESTÁCIO DE SÁ CIÊNCIAS DA SAÚDE Revista da Faculdade Estácio de Sá de Goiânia SESES - GO VOL. 01, Nº 04, Set. 2010 / Dez. 2010

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ISSN: 1984 - 2848

ESTCIO DE S CINCIAS DA SADE

Revista da Faculdade Estcio de S de Goinia SESES - GOVOL. 01, N 04, Set. 2010 / Dez. 2010

Ficha Catalogrfica da Revista

LOPES, Edmar Aparecido de Barra e. Revista de Cincias da Sade. Faculdade Estcio de S de Gois- FESGO. Goinia, GO, v.01, n04, Set. 2010/.Dez. 2010. Nota: Revista da Faculdade Estcio de S de Gois FESGO.

I.Cincias da Sade. II Ttulo: Revista de Cincias da Sade. III.Publicaes Cientificas.CDD 600

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao ( CPI) Faculdade Estcio de S de Gois Catalogao na Fonte / Biblioteca FESGO Jacqueline R.Yoshida Bibliotecria CRB 1901

ESTCIO DE S CINCIAS DA SADEFACULDADE ESTCIO DE S DE GOIS FESGO VOLUME 1, N. 04, Set. 2010 a Dez. 2010 PERIODICIDADE: SEMESTRAL. ISSN: 1984 2848______________________________________________________________________________

ESTCIO DE S CINCIAS DA SADERevista da Faculdade Estcio de S de Gois FESGO Cursos de: GO

Administrao Enfermagem Farmcia Educao Fsica Fisioterapia Recursos Humanos Redes de Computadores______________________________________________________________________________

ESTCIO DE S CINCIAS DA SADEEditor Cientifico:

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Editorao Eletrnica , Coordenao Grfica e Capa e Ltda e Reviso de Texto em Ingls: Edclio Consultoria: Editoria, Pesquisa e Comunicao Ltda Reviso Tcnica: Josiane dos Santos Lima Projeto Editorial, Projeto Grfico, Preparao, Reviso Geral e Capa: Edmar Aparecido de Barra e Lopes

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FACULDADE ESTCIO DE S DE GOIS-FESGO

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Mara Silvia dos Santos

SUMRIO Artigos 09 - 26

Perfil epidemiolgico do cliente com diagnstico de influenza a (H1N1) de um hospital pblico em Goinia GoisRgis Rodrigues Santana Ana Claudia Camargo Campos Carla Giselle de Moura Rodrigues Maria Marta da Silva Thais Taylor de Faria Viviane Aparecida Bruno Incio

28 - 58 59 - 64

Avaliao funcionalMarcelo Jota Rodrigues da Silva Jota

Avaliao das condies bucais e sistmicas de pacientes portadores de sndrome de Down institucionalizados na APAE-Goinia/GoisRodrigo Passos Del Fiaco Tessa de Lucena Botelh Cludio Maranho Pereira

65 - 76

Incidncia de hepatite B na populao da cidade de Goinia-Gois: influncia dos marcadores sorolgicos no prognstico desta infecoAna Flavia Oliveira Magalhes Francielle Poliana de Medeiros Rocha Francielly Eugenio de Assis Claudio Maranho Pereira

77 - 98

Atuao do enfermeiro e sua praxis no processo de captao e doao de rgosA. C. Moreira Ribeiro A. P. Silva Bueno E. S.. Oliveira Adriano Luis Fonseca

99 - 117

Dinamometria e esclerose mltipla reviso da literaturaAdriano Lus Fonseca Juliana Couto Kliver Marin Pedro Ranna Glauco Marques Zanin Daniela R. P. Fonseca

Pesquisas 119 - 126Prevalncia de queixas de pacientes atendidos em acupunturaA. C. S. Ximenes F. G. R. Luz M. M. M. Luz J. R. Mata

127 - 135

Tratamento da lombalgia atravs de meridiano tendineo muscularB. B. Castro M. Nishi, K. Cavalkanti JR. Mata M. M. M. Luz F. G. R. Luz

136 - 142

Instrumentos e procedimentos avaliativos em anatomia humanaFabiana Ribeiro da Mata Joo Roberto da Mata Sara Dayane Santos Mrcio Christian Rodrigues Souza

143 - 153

Enfermagem na capacitao de cuidadores formais e informais de pacientes com Alzheimer

Edson Sidio de Souza Jnior Ddiva Maria Teixeira Neto Eurdice Oliveira da Silva Santos Margareth Oliveira Amncio

154 - 166

Preveno e controle de infeco hospitalar em unidade de urgncia e emergnciaKssio Henrique Rodrigues Corra Valdete Pereira Gleydson Ferreira Melo Francino Azevedo

167 - 172

Tipificao do metabolismo individual e possibilidades farmacolgicas de diminuio dos efeitos colaterais no tratamento da depressoElder Sales da Silva Marc Gingozac Juliana Rodrigues de Sena

173 - 182

Atuao do enfermeiro no lazer e no turismo na melhor idadeDasdores Gonalves da Silva Oliveira Viviana Reis de Araujo Edicssia Rodrigues de Morais Cardoso

183 - 185

Normas para publicao

ARTIGOS

Estcio de S Cincias da Sade. Rev. da Faculdade Estcio de S. Goinia SESES - GO VOL. 01, N 04, 09 26. Set. 2010/Dez. 2010.

PERFIL EPIDEMIOLGICO DO CLIENTE COM DIAGNSTICO DE INFLUENZA A (H1N1) DE UM HOSPITAL PBLICO EM GOINIA GOIS Rgis Rodrigues Santana Ana Claudia Camargo Campos Carla Giselle de Moura Rodrigues Maria Marta da Silva*** Thais Taylor de Faria*** Viviane Aparecida Bruno Incio***Resumo:A influenza A (H1N1) consiste em doena infectocontagiosa, que surgiu de uma mutao no material gentico dos vrus influenza humano, suno e avirio, que se encontravam simultaneamente em porcos. Os primeiros casos da atual pandemia foram relatados em meados de maro de 2009, no Mxico, e em pouco mais de dois meses, a OMS declarou que a mesma havia alcanado o nvel de pandemia. O presente estudo tem como objetivo traar o perfil epidemiolgico do cliente com diagnstico de Influenza A (H1N1) por novo subtipo viral de um hospital pblico em Goinia-Gois, assim como identificar os fatores etiolgicos desta doena. Tratase de um estudo exploratrio-descritivo, retrospectivo, de cunho quantitativo, cuja amostra foi constituda por todos os pronturios de clientes que foram diagnosticados com vrus H1N1, atendidos de junho a dezembro de 2009. A coleta de dados ocorreu atravs de roteiro sobre o respectivo tema da pesquisa. Neste estudo a maioria dos casos de Influenza A (H1N1) acometeram jovens adultos de meia idade, previamente saudveis. Outros casos foram gestantes e pessoas j afetadas por condies crnicas, incluindo pneumopatia, obesidade, cardiopatia e HAS. Os fatores que se relacionaram gnese da doena foram as estaes do ano, a imunidade da populao susceptvel (idade, gestao, presena de comorbidade), a zona de residncia e a ocupao.

Abstract:The Influenza A (H1N1) consists of an infectious disease, which arose from a mutation in the genetic material of human, pig and poultry influenza viruses, which were found simultaneously in pigs. The first cases of the current pandemic were reported in the middle of March 2009, in Mexico, and in a little more than two months, the OMS stated that it had reached the level of a pandemic. The present study aims to measure the epidemic profile of the patients diagnosed with Influenza A (H1N1) by a new virus subtype in a public hospital in Goinia-Gois, as well as to identify the etiological factors of this disease. This is an exploratory descriptive study, retrospective, with quantitative content, the sample of wich was composed from all patient records of those diagnosed with H1N1 virus, examined from June to December 2009. The collection of data was done according to the criteria of the research theme. In this study most cases of Influenza A (H1N1) affected young middleaged adults, who were previously healthy. Other cases were pregnant women and people affected by chronic conditions, including lung disease, obesity, heart disease and Systemic Hypertension. The factors that are linked to the genesis of the disease were the seasons, the immunity of the suceptible population (age, pregnancy, presence of comorbidity), area of residence and occupation.

Palavras-chave:Epidemiologia, Influenza A (H1N1), Enfermagem.

Key-words:Epidemiology, Influenza A (H1N1), Nursing

Enfermeiro Especialista em Terapia Intensiva. Orientador docente da Faculdade Estcio de S de Gois.Brasil Email: [email protected] Biomdica Doutora em Medicina Tropical.Co-orientadora docente da Faculdade Estcio de S de Gois, Brasil. Email: [email protected] Graduandas em Enfermagem pela Faculdade Estcio de S de Gois, Brasil, Email [email protected],; [email protected] ; [email protected] ; [email protected] .

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SANTANA, Rgis Rodrigues; CAMPOS, Ana Claudia Camargo; RODRIGUES, Carla Giselle de Moura; SILVA, Maria Marta da; FARIA, Thais Taylor de; INCIO, Viviane Aparecida Bruno. Perfil epidemiolgico do cliente com diagnstico de influenza a (H1N1) de um hospital pblico em Goinia Gois. Estcio de S Cincias da Sade. Rev. da Faculdade Estcio de S. Goinia SESES GO - VOL. 01, N 04, 09-26. Set. 2010/Dez. 2010.

INTRODUO Epidemiologia cincia que estuda o processo sade-doena em coletividades humanas, analisando a distribuio e os fatores determinantes das enfermidades, danos sade e eventos associados sade coletiva, propondo medidas especficas de preveno, controle, ou erradicao de doenas, fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administrao e avaliao das aes de sade (ROUQUAYROL, 1999).

Esta cincia enquanto ferramenta principal para a sade pblica, instrumenta o enfermeiro a implementar e avaliar o cuidado sade das populaes, bem como a realizao de pesquisas. Ainda tem importante papel nos aspectos de preveno e vigilncia das enfermidades, na avaliao e anlise do impacto de suas aes, permitindo identificar necessidades, riscos, prioridades, melhorar a utilizao dos recursos entre outros (GOMES, 1994). A influenza ou gripe uma doena infecciosa aguda do trato respiratrio, causada pelo vrus influenza, subdividida em trs tipos antigenicamente distintos: A, B e C. Os vrus influenza A, ainda so subdivididos de acordo com antgenos de superfcie inseridos em seu envoltrio, denominados Hemaglutinina (HA) e Neuraminidase (NA). Existem 16 subtipos de HA e 9 de NA, que resultam em 144 possveis combinaes (BRASIL, 2005; GRECO, et al. 2009; MARTINEZ, 2009). A infeco pelo vrus influenza A subtipo H1N1 consiste em doena infectocontagiosa ocasionada por variante do vrus influenza, que surgiu, possivelmente, de uma mutao no material gentico dos vrus influenza humano, suno e avirio, que se encontravam simultaneamente em porcos (SENNA, et al. 2009). Este vrus persiste na populao por mais de 90 anos, tendo sido identificado pela primeira vez entre 1918 -1919, no episdio conhecido como Gripe Espanhola, o qual determinou alta morbi-mortalidade (entre 20 a 50 milhes de mortes em todo mundo). Em 1977, verificou-se um surto de infeco pelo vrus A (H1N1) nos EUA, atingindo principalmente pessoas jovens, com significativa morbidade (GRECO, et al., 2009; FRED, et al. 2009). Os primeiros casos da atual pandemia foram relatados em meados de maro de 2009, no Mxico, em pessoas com manifestaes clnicas que incluam tosse, febre com ou sem sintomas constitucionais, irritao na orofaringe, nusea e diarria. Em pouco mais de

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SANTANA, Rgis Rodrigues; CAMPOS, Ana Claudia Camargo; RODRIGUES, Carla Giselle de Moura; SILVA, Maria Marta da; FARIA, Thais Taylor de; INCIO, Viviane Aparecida Bruno. Perfil epidemiolgico do cliente com diagnstico de influenza a (H1N1) de um hospital pblico em Goinia Gois. Estcio de S Cincias da Sade. Rev. da Faculdade Estcio de S. Goinia SESES GO - VOL. 01, N 04, 09-26. Set. 2010/Dez. 2010.

dois meses, seguindo normas internacionalmente aceitas e alegando a abrangncia da doena e no a aparente periculosidade do vrus, a Organizao Mundial da Sade (OMS) declarou que a gripe suna havia alcanado o nvel de pandemia, situao caracterizada por transmisso inter-humana sustentada e atingindo mais de duas regies do globo terrestre. (FRED, et al., 2009; GRECO, et al., 2009; MACHADO, 2009; MARTINEZ, 2009; NOGUEIRA, 2009; SENNA, et al., 2009). No Brasil, o monitoramento do perfil de transmissibilidade desse novo subtipo viral fez com que o Ministrio da Sade (MS) declarasse a epidemia uma Emergncia de Sade Pblica de Importncia Internacional (ESPII) e a existncia da transmisso sustentada da Influenza A (H1N1) no pas (BRASIL, 2009). A transmisso ocorre de pessoa para pessoa, e pode ocorrer facilmente atravs de inalao de gotculas eliminadas pela tosse ou espirro das pessoas infectadas ou atravs do contato com superfcies que estejam contaminadas com os vrus da influenza e, em seguida, tocar os olhos, o nariz ou a boca. O perodo de incubao varia de 1 a 7 dias, em mdia de 1 a 4 dias e o perodo de transmisso inicia-se 24 horas antes do incio dos sintomas e estende-se at 7 dias aps o incio dos mesmos (GALAS, et al., 2009). A preveno da infeco pelo vrus influenza A (H1N1) requer hbitos regulares de higiene como lavar as mos antes e aps contato com pacientes contaminados, controle de aerossis-perdigotos, incluindo o uso de mscaras, e evitar locais cheios de pessoas (SENNA, et al., 2009). Clinicamente, na maioria dos casos, a doena caracteriza-se pela instalao abrupta de febre alta, em geral acima de 38C, seguida de mialgia, dor de garganta, artralgia, prostrao, cefalia e tosse seca. Podem estar presente diarria, vmitos e fadiga. Entre pessoas infectadas, sndromes clnicas variam desde sintomas respiratrios leves pneumonia e insuficincia respiratria em sua forma mais grave, a Sndrome Respiratria Aguda Grave (SRAG) (GALAS, et al., 2009; PEREIRA, C.; TARANTINO, M., 2009). Os grupos de risco para complicaes compreendem: crianas menores que 5 anos; adultos com idade maior ou igual a 65 anos; gestantes; obesos; imunossuprimidos (infeco pelo HIV, transplantes, medicamentos imunossupressores); adultos e crianas portadores de doenas crnicas como diabetes, cardiopatias, pneumopatias, hepatopatias, doenas neuromusculares, hematolgicas e metablicas; e profissionais da sade (GRECO, et al., 2009; GALAS, et al., 2009).

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SANTANA, Rgis Rodrigues; CAMPOS, Ana Claudia Camargo; RODRIGUES, Carla Giselle de Moura; SILVA, Maria Marta da; FARIA, Thais Taylor de; INCIO, Viviane Aparecida Bruno. Perfil epidemiolgico do cliente com diagnstico de influenza a (H1N1) de um hospital pblico em Goinia Gois. Estcio de S Cincias da Sade. Rev. da Faculdade Estcio de S. Goinia SESES GO - VOL. 01, N 04, 09-26. Set. 2010/Dez. 2010.

O teste laboratorial recomendado pela OMS para a deteco qualitativa do novo vrus da Influenza A (H1N1), a Reao em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (rRTPCR). As amostras clnicas que devem ser coletadas para a realizao do teste so swabs combinados de nasofaringe e orofaringe. Pacientes entubados devem ser submetidos coleta de aspirado nasotraqueal (GALAS, et al., 2009; GREGO, et al., 2009). O tratamento dos casos deve ser realizado preferencialmente com Oseltamivir. A utilizao do medicamento deve ser realizada, no mximo, at 48 horas a partir do incio dos sintomas. A recomendao para adultos a ingesto de 75 mg duas vezes ao dia por 5 dias. Para crianas menores de 40 kg, as doses variam por peso. Paralelamente ao tratamento medicamentoso, devem ser institudas as medidas de suporte clnico ao paciente, segundo a avaliao mdica de cada caso (MACHADO, 2009). A infeco por influenza A (H1N1) requer cuidados gerais, dieta hipercalrica e normoproteica, hidratao das vias areas por intermdio da ingesto frequente de lquidos pela via oral, nebulizao e vaporizao. Pode ser necessrio o uso de antitrmicos e analgsicos para o tratamento da sua sintomatologia (SENNA, et al., 2009). Esta pandemia mostrou que apesar da expanso da vigilncia global, de melhores mtodos diagnsticos e teraputicos e da maior capacidade de desenvolver e produzir vacinas, as doenas infecciosas ainda so importantes e, especialmente imprevisveis (GALAS, et al., 2009; GREGO, et al., 2009). Desta forma, considerando o vrus influenza como patgeno capaz de causar epidemias e pandemias ao longo da histria e o uso da Epidemiologia pelo enfermeiro como instrumento que permite o acompanhamento e a avaliao dos servios de sade, neste estudo pretende-se submeter os dados coletados uma anlise epidemiolgica relacionando os mesmos ao contedo terico cientfico at ento publicado, integrando assim, a pesquisa assistncia. Este estudo trata-se ainda de oportunidade de ressaltar a importncia da deteco precoce, do pronto atendimento aos casos, da adoo de medidas de preveno e controle adequadas, de prover os profissionais de sade e a populao de informaes sobre o atual estgio deste agravo e da incluso de todas as possibilidades para o seu enfrentamento de forma definitiva, cuidadosa, tica e cidad (SENNA, et al., 2009; FRED, et al., 2009).

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SANTANA, Rgis Rodrigues; CAMPOS, Ana Claudia Camargo; RODRIGUES, Carla Giselle de Moura; SILVA, Maria Marta da; FARIA, Thais Taylor de; INCIO, Viviane Aparecida Bruno. Perfil epidemiolgico do cliente com diagnstico de influenza a (H1N1) de um hospital pblico em Goinia Gois. Estcio de S Cincias da Sade. Rev. da Faculdade Estcio de S. Goinia SESES GO - VOL. 01, N 04, 09-26. Set. 2010/Dez. 2010.

OBJETIVOS O presente estudo tem como objetivo traar o perfil epidemiolgico do cliente com diagnstico de Influenza A (H1N1) por novo subtipo viral de um hospital pblico em Goinia-Gois, assim como identificar os fatores etiolgicos desta doena.

MATERIAIS E MTODOS Trata-se de um estudo exploratrio-descritivo, retrospectivo, de cunho quantitativo, realizado em um hospital pblico no municpio de Goinia-Gois. A amostra foi constituda por todos os pronturios de clientes que foram diagnosticados com Influenza A (H1N1) por novo subtipo viral (pandmico), atendidos de junho a dezembro de 2009. A coleta de dados foi realizada nos meses de maro e abril de 2010 e ocorreu atravs de roteiro sobre o respectivo tema da pesquisa. A elaborao do instrumento de coleta de dados embasou-se na ficha de investigao Influenza Humana por Novo Subtipo (Pandmico) (BRASIL, 2009). Para fins de classificao dos pacientes que tiveram o diagnstico de Influenza A (H1N1) confirmado, tomou-se como base o resultado do teste laboratorial recomendado pela OMS para a deteco qualitativa do novo vrus da Influenza A (H1N1), a Reao em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (rRT-PCR), sendo excludos deste estudo os demais pacientes em que tal hiptese diagnstica foi descartada mediante resultado negativo para o mesmo, e os pronturios que no constavam o PCR. O presente estudo segue os princpios ticos e legais que regem a pesquisa em seres humanos, preconizados na Resoluo do Conselho Nacional de Sade N. 196/96, manifestada pela aprovao do Comit de tica e Pesquisa (CEP) do referido hospital.

RESULTADOS E DISCUSSO

A populao estudada constou de 348 pronturios com hiptese diagnstica de Influenza A (H1N1). Destes, 303 (87%) foram descartados e 45 (13%) foram confirmados laboratorialmente atravs do teste de Reao em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (rRTPCR).

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SANTANA, Rgis Rodrigues; CAMPOS, Ana Claudia Camargo; RODRIGUES, Carla Giselle de Moura; SILVA, Maria Marta da; FARIA, Thais Taylor de; INCIO, Viviane Aparecida Bruno. Perfil epidemiolgico do cliente com diagnstico de influenza a (H1N1) de um hospital pblico em Goinia Gois. Estcio de S Cincias da Sade. Rev. da Faculdade Estcio de S. Goinia SESES GO - VOL. 01, N 04, 09-26. Set. 2010/Dez. 2010.

Ao avaliar a ocorrncia dos casos por ms de incidncia, verifica-se que a maior frequncia da doena foi no ms de agosto com 23 casos (51%), seguido pelo ms de setembro com 21 casos (47%) e pelo ms de outubro com apenas um caso (2%), como pode ser visto na figura 1. Este resultado deve-se e/ou pode estar relacionado ao fato de que o inverno no Hemisfrio Sul, inicia-se em junho e envolve os meses de junho, julho e agosto. Na regio Centro-Oeste, este trimestre considerado o menos chuvoso do ano no que se refere distribuio de chuvas caracterizando-se por baixos teores de umidade do ar e quedas acentuadas de temperatura (SIMEGO, 2010).

MS Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro TOTAL

CASOS 0 0 23 21 01 0 0 45

% 0 0 51 47 2 0 0 100

Figura 1 Apresentao dos casos de Influenza A (H1N1) de acordo com os meses de ocorrncia, de junho adezembro de 2009.

Conforme a figura 2, as faixas etrias com maior nmero de casos foram de 21 a 30 anos de idade e de 31 a 40 anos com 15 casos (33%) cada, seguido pelas faixas etrias: 41 a 50 anos com 6 casos (13%); 0 a 10 anos com 4 casos (9%); 11 a 20 anos com 3 casos (7%) e 51 a 60 anos com 2 casos (5%). Sobre esta temtica, GRECO, et al., (2009), revelam que a maioria dos casos acometeram jovens e adultos de meia idade, sendo portanto diferente da influenza sazonal, a qual mais comum entre crianas e idosos. A maior exposio a esse patgeno na populao mais jovem ou a imunidade adquirida em outras epidemias pela populao mais idosa podem ser fatores associados a esse perfil epidemiolgico.

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SANTANA, Rgis Rodrigues; CAMPOS, Ana Claudia Camargo; RODRIGUES, Carla Giselle de Moura; SILVA, Maria Marta da; FARIA, Thais Taylor de; INCIO, Viviane Aparecida Bruno. Perfil epidemiolgico do cliente com diagnstico de influenza a (H1N1) de um hospital pblico em Goinia Gois. Estcio de S Cincias da Sade. Rev. da Faculdade Estcio de S. Goinia SESES GO - VOL. 01, N 04, 09-26. Set. 2010/Dez. 2010.

FAIXA ETRIA

16 14 12 10 8 6 4 2 0

15

15

6 4 3 221 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60

0 a 10

11 a 20

Idade e m anos

Figura 2 Incidncia de Influenza A (H1N1) por faixa etria.

A predominncia dos casos foi no sexo feminino (62%). Dentre os 28 casos do sexo feminino, 03 (11%) eram gestantes, como pode ser visto nas figuras 3 e 4 respectivamente. As grvidas so consideradas como grupo de risco para a Influenza A (H1N1) porque durante a pandemia, dentre as mulheres em idade frtil que apresentaram a SRAG em decorrncia da Influenza H1N1, 22% eram gestantes. Essa maior susceptibilidade deve-se ao fato de que na gravidez a imunidade diminui para que o beb se desenvolva sem ser combatido como um possvel corpo estranho. Outro fator que o tero ao aumentar de tamanho comprime o pulmo, fazendo com que estas estejam mais susceptveis a infeces respiratrias (BRASIL, 2010).SEXO

17 38% MASCULINO 28 62% FEMININO

Figura 3 Distribuio de casos de Influenza A (H1N1) em relao ao sexo.

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SANTANA, Rgis Rodrigues; CAMPOS, Ana Claudia Camargo; RODRIGUES, Carla Giselle de Moura; SILVA, Maria Marta da; FARIA, Thais Taylor de; INCIO, Viviane Aparecida Bruno. Perfil epidemiolgico do cliente com diagnstico de influenza a (H1N1) de um hospital pblico em Goinia Gois. Estcio de S Cincias da Sade. Rev. da Faculdade Estcio de S. Goinia SESES GO - VOL. 01, N 04, 09-26. Set. 2010/Dez. 2010.

Gestantes

3 11% Gestantes No gestantes 25 89%

Figura 4 Representao dos casos de Influenza A (H1N1) em gestantes.

Conforme a figura 5, os nveis de escolaridade com maior nmero de casos foram respectivamente: nvel fundamental com 14 (31%), nvel superior com 08 (18%) e nvel mdio com 04 (9%), sendo que em 19 casos (42%) no especificou-se a escolaridade. Tais resultados demonstram que a incidncia da infeco por Influenza A (H1N1) no parece apresentar relao com o nvel de escolaridade, podendo acometer pessoas de todos os nveis de instruo.

Escolaridade

Nvel superior Nvel mdio Nvel fundamental No especificado 0 5 4

8

14 19 10 15 20

Figura 5 Apresentao dos casos de Influenza A (H1N1) de acordo com a escolaridade.1

1

Quando o nvel referido foi declarado incompleto, se aplicou ao nvel anterior.

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SANTANA, Rgis Rodrigues; CAMPOS, Ana Claudia Camargo; RODRIGUES, Carla Giselle de Moura; SILVA, Maria Marta da; FARIA, Thais Taylor de; INCIO, Viviane Aparecida Bruno. Perfil epidemiolgico do cliente com diagnstico de influenza a (H1N1) de um hospital pblico em Goinia Gois. Estcio de S Cincias da Sade. Rev. da Faculdade Estcio de S. Goinia SESES GO - VOL. 01, N 04, 09-26. Set. 2010/Dez. 2010.

Os municpios com maior nmero de casos foram: Goinia com 28 casos (63%), Catalo com 03 (8%) e Caldas Novas com 02 (5%) casos. Os demais municpios somam 24% dos casos, com um caso em cada. Em relao origem do caso, 42 (93%) eram autctones do municpio de residncia e 03 (7%) no foram especificados. Quanto zona de ocorrncia, 43 (96%) casos ocorreram em zona urbana como pode ser visto nas figuras 6, 7 e 8 respectivamente. A aglomerao populacional nos centros urbanos e as atividades sociais desenvolvidas nos mesmos aumentam a susceptibilidade do contgio de doenas transmissveis, explicando a maior incidncia destas doenas na zona urbana, se comparada zona rural (CARVALHO, 2010).

MUNICPIO Goinia Catalo Caldas Novas Pires do Rio Ap. de Goinia Itapuranga Anicuns So Simo Mineiros Bela Vista Mara Rosa Ivolndia Piracanjuba Trs Ranchos Outra localidade TOTAL

N 28 3 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 45

% 63 8 5 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 100

Figura 6 Distribuio dos casos de Influenza A (H1N1) por municpios de residncia.

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SANTANA, Rgis Rodrigues; CAMPOS, Ana Claudia Camargo; RODRIGUES, Carla Giselle de Moura; SILVA, Maria Marta da; FARIA, Thais Taylor de; INCIO, Viviane Aparecida Bruno. Perfil epidemiolgico do cliente com diagnstico de influenza a (H1N1) de um hospital pblico em Goinia Gois. Estcio de S Cincias da Sade. Rev. da Faculdade Estcio de S. Goinia SESES GO - VOL. 01, N 04, 09-26. Set. 2010/Dez. 2010.

Casos Autctones

50 40 30 20 10 0NO NO ESPECIFICADO SIM

42

0

3

Figura 7 - Representao dos casos de Influenza A (H1N1), se autctone do municpio de residncia.

ZONA

RURAL 2 4%URBANA RURAL

URBANA 43 96%

Figura 8 Incidncia dos casos de Influenza A (H1N1) por zona de residncia.

As ocupaes com maior nmero de casos foram respectivamente: estudante e do lar com 07 casos (16%) cada, seguida pela de vendedor com 05 casos (11%), e por profissionais da sade com 04 casos (9%). As demais profisses somam 22 casos (48%). Estes resultados demonstram que a atividade desenvolvida possa estar diretamente relacionada maior ou menor probabilidade de contrair a doena. No entanto, neste estudo,

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SANTANA, Rgis Rodrigues; CAMPOS, Ana Claudia Camargo; RODRIGUES, Carla Giselle de Moura; SILVA, Maria Marta da; FARIA, Thais Taylor de; INCIO, Viviane Aparecida Bruno. Perfil epidemiolgico do cliente com diagnstico de influenza a (H1N1) de um hospital pblico em Goinia Gois. Estcio de S Cincias da Sade. Rev. da Faculdade Estcio de S. Goinia SESES GO - VOL. 01, N 04, 09-26. Set. 2010/Dez. 2010.

em 31 (69%) dos casos a doena no se relacionava profisso desenvolvida, enquanto em 06 (13%) se relacionava e em 08 (18%) no foi especificado como demonstrado nas figuras 9 e 10.

OCUPAO Estudante 6 Do lar Vendedor Profissionais da Sade (02 mdicos, 01 enfermeiro e 01 odontlogo) Autnomo Borracheiro Comerciante Professor Secretria Auxiliar geral Empresrio Lavrador Cobrador Manicure Empregada domstica Garom Carroceiro Engenheiro civil No especificado TOTAL 5 00

N 7 7 6 1 5 4

% 1 1

9

3 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4

7 4 4 4 4 4 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1

Figura 9 Distribuio dos casos de Influenza A (H1N1) por ocupao.

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Relao da doena com a ocupao

SIM 6 13%

NO ESPECIFICADO 8 18%

NO 31 69%

Figura 10 Representao dos casos de Influenza A (H1N1) quanto relao da doena ocupao.

No que se refere imunizao prvia contra a Influenza Sazonal, 20 (44%) no foram imunizados, enquanto 25 (56%) no declararam como pode ser observado na figura 11. Com base nas recomendaes da OMS, a vacina contra Influenza Sazonal reformulada anualmente mediante avaliao dos dados epidemiolgicos coletados no ano anterior, prevendo assim as cepas de vrus influenza que tero maior chance de causar epidemias no ano subsequente e que devero compor a vacina a ser utilizada no inverno daquele ano. Desta forma, no se pode afirmar que a vacina contra a Influenza Sazonal agiu sobre a incidncia a Influenza A (H1N1) (SBI, 2010).

Imunizao Prvia para Influenza Sazonal25 25 20 15 10 5 0SIM

20

0NO N O ESPEC IF IC A D O

Figura 11 Incidncia dos casos de Influenza A (H1N1) quanto imunizao prvia contra Influenza Sazonal.

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Em relao ao contato prvio com caso suspeito, 02 (4%) tiveram contato, 18 (40%) no tiveram contato e 25 (56%) no especificaram. Quanto ao relato de viagem no perodo de at dez dias antes da manifestao dos sinais e sintomas, 02 (4%) intermunicipal, 20 (44%) no viajaram e 23 (52%) no especificaram como pode ser visto nas figuras 12 e 13 respectivamente. Tais dados demonstram que talvez o contato prvio com casos suspeitos e o relato de viagem no perodo de at dez dias antes da manifestao dos sinais e sintomas no foram to relevantes na infeco do cliente com diagnstico de influenza A (H1N1) deste hospital.

Contato com caso suspeito antes de surgirem os sinais e sintomasSIM 2 4% NO ESPECIFICADO 25 56%

NO 18 40%

SIM NO NO ESPECIFICADO

Figura 12 Distribuio dos casos de Influenza A (H1N1) quanto ao contato com caso suspeito ou confirmadode Influenza Humana por novo subtipo (at 10 dias antes do incio dos sinais e sintomas).

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Viagens

No especificado No viajou Intermunicipal Interestadual 0 Exterior 0 0 5 10 15 20 2 20

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Figura 13 Representao dos casos de Influenza A (H1N1) quanto ao relato de viagem no perodo de at 10 dias antes do incio dos sinais e sintomas.

Na pesquisa, 07 casos (16%) apresentaram algum tipo de co-morbidade, dentre as quais se destacam: pneumopatia em 03 (37%) dos casos, tabagismo em 02 (24%), obesidade em 01 (13%), cardiopatia crnica em 01 (13%) e Hipertenso Arterial Sistmica (HAS) em 01 (13%) dos casos como pode ser analisado nas figuras 14 e 15 respectivamente. Sendo que 3 (7%) apresentaram mais de uma comorbidade. Sobre este aspecto, GRECO, et al., (2009) revelam que pessoas j afetadas por condies crnicas, incluindo doenas respiratrias (principalmente asma), cardiovasculares, diabetes, obesidade e doenas auto-imunes representam um outro grupo mais susceptvel infeco por Influenza A (H1N1).

Pacientes que apresentavam alguma comorbidadeSIM 7 16% SIM NO NO 38 84%

Figura 14 Incidncia dos casos de Influenza A (H1N1) que apresentavam alguma co-morbidade.

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Comorbidades apresentadas3 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0Pneumopatia Tabagismo Obesidade HAS

2

2

Pneumopatia Tabagismo 1 Obesidade HAS

Figura 15 Relao das comorbidades apresentadas nos casos de Influenza A (H1N1).

Conforme a figura 16, os sinais e sintomas mais frequentes foram: tosse em 41 (91%) dos casos, febre em 40 (89%), dispnia em 38 (84%), mialgia em 29 (64%), calafrio em 18 (40%), coriza em 15 (33%), cefalia em 14 (31%), artralgia em 9 (20%), diarria em 8 (18%) e dor de garganta em 6 (13%) dos casos. Estes resultados confirmam o que foi descrito pela literatura, uma vez que, na maioria dos casos, clinicamente a doena caracteriza-se pela instalao abrupta de febre alta, geralmente acima de 38C, seguida de mialgia, dor de garganta, artralgia, prostrao, cefalia e tosse seca, podendo estar presente ainda diarria, vmitos e fadiga (GALAS, et al., 2009; PEREIRA, C.; TARANTINO, M., 2009).

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Frequncia de sinais e sintomas apresentados

Conjuntivite Dor de garganta Diarria Artralgia Cef alia Coriza Calaf rio Mialgia Dispnia Febre Tosse

4 6 8 9 14 15 18 29 38 40 410 10 20 30 40 50

Figura 16 Distribuio dos casos de Influenza A (H1N1) em relao aos sinais e sintomas apresentados.

Como pode ser observado na figura 17, dos 45 casos confirmados, 11 (24,5%) evoluram para bito e 34 (75,5%) para a cura. Os dados atuais mostraram baixa letalidade (0,5%), levando a crer que possa ser menos grave que inicialmente previsto. Entretanto ser necessrio manter a vigilncia epidemiolgica, virolgica e clnica at que se acumulem mais dados, devido a peculiaridades do vrus; ao risco de atingir populaes mais vulnerveis; s limitaes na capacidade dos sistemas locais/nacionais de sade; chegada do inverno no hemisfrio sul; ao aumento das viagens no perodo de frias e disponibilidade de medicamentos e de vacina para todos que deles necessitarem (GRECO, et al., 2009).

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EVOLUO DOS CASOSbito 11 24%

bito CuraCura 34 76%

Figura 17 - Representao quanto evoluo dos casos de Influenza A (H1N1).

CONSIDERAES FINAIS

Neste estudo a maioria dos casos de Influenza A (H1N1) acometeram jovens adultos de meia idade, previamente saudveis. Outros casos foram gestantes e pessoas j afetadas por condies crnicas, incluindo pneumopatia, obesidade, cardiopatia e HAS. Os fatores que se relacionaram gnese da doena foram as estaes do ano, a imunidade da populao susceptvel (idade, gestao, presena de co-morbidade), a zona de residncia e a ocupao. Para que estudos epidemiolgicos sejam mais eficazes e identifiquem as causas da ocorrncia de um agravo e as respectivas populaes de risco, s quais campanhas educativas devem ser periodicamente dirigidas, estes devem basear-se em dados confiveis que identifiquem quem adoece, onde adoece, quando adoece, e em que condies adoece. Desta forma, com este estudo, pretende-se despertar nos profissionais da sade a importncia de um adequado preenchimento das fichas de notificao, uma vez que dados que mereciam ser contemplados com vistas melhoria do sistema de informao e consequentemente s pesquisas, deixaram de ser processados por no terem sido preenchidos.

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Estcio de S Cincias da Sade. Rev. da Faculdade Estcio de S. Goinia SESES - GO VOL. 01, N 04, 28 58. Set. 2010/Dez. 2010.

AVALIAO FUNCIONAL Marcelo Jota Rodrigues da Silva JotaResumo:A avaliao funcional realizada por meio de aplicao de testes selecionados e medidas que fornecem dados que podem ser usados como: informao bsica para estabelecer objetivos orientados para a funo e os resultados almejados da interveno; indicadores das habilidades iniciais do paciente e da progresso em direo a nveis funcionais mais complexos; critrios para decises sobre recolocao do paciente por exemplo, quanto necessidade de intern-lo para reabilitao, oferecer assistncia domiciliar ou servios da comunidade; manifestaes do grau de segurana de um indivduo para realizar uma tarefa em particular e o risco de leso com a execuo continuada dessa tarefa; evidncias sobre a eficincia de uma interveno especfica (mdica, cirrgica ou reabilitadora) na funo.

Abstract:functional assessment is performed through application of selected tests and measures that provide data that can be used as basic information to establish goals oriented to the function and the desired results of the intervention; indicators of initial abilities of the patient and the progression toward the more complex functional levels, criteria for decisions on replacement of the patient - for example, about the need to hospitalize him for rehabilitation, provide home care or community services, demonstrations of the degree of security of an individual to perform a particular task and injury risk with the continued execution of this task, evidence about the effectiveness of a specific intervention (medical, surgical or rehabilitation) in the function.

Palavras-chave:Avaliao funcional, interveno, leso, reabilitao.

Key-words:Functional assessment, rehabilitation. intervention, injury,

INTRODUOA anlise da funo tem por objetivo a identificao de atividades funcionais pertinentes e a medida da habilidade de um indivduo de engajar-se com sucesso nessas atividades. No entanto, a avaliao funcional determina como uma pessoa realiza certas tarefas nas vrias dimenses da vida (O SULLIVAN, 2004, p. 312).

Segundo OSullivan (2004), a avaliao funcional realizada por meio de aplicao de testes selecionados e medidas que fornecem dados que podem ser usados como: informao bsica para estabelecer objetivos orientados para a funo e os resultados almejados da interveno; indicadores das habilidades iniciais do paciente e da progresso em direo a nveis funcionais mais complexos; critrios para decises sobre recolocao do paciente por exemplo, quanto necessidade de intern-lo para reabilitao, oferecer assistncia domiciliar ou servios da comunidade; manifestaes do grau de segurana de um

Professos do Curso de Fisioterapia da Estcio de S-GO.

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indivduo para realizar uma tarefa em particular e o risco de leso com a execuo continuada dessa tarefa; evidncias sobre a eficincia de uma interveno especfica (mdica, cirrgica ou reabilitadora) na funo. Uma avaliao funcional pode ser constituda por vrios itens. Entre os mais citados pela literatura, esto includas questes referentes mobilidade (deambulao em distncias determinadas, mudanas no curso da marcha, levantar e assentar-se em uma cadeira, mudanas de decbito e transferncias), a atividades bsicas de vida diria (vestir-se, alimentar-se, tomar banho etc) e a atividades instrumentais de vida diria (pegar nibus, cozinhar, arrumar a casa e outras), alm de algumas avaliaes que contemplam o desempenho do indivduo no trabalho, no ambiente social e no lazer (GOMES, 2003).

2. MTODOS DE AVALIAO FUNCIONAL

Dentro dos locais de reabilitao foram desenvolvidos vrios mtodos, sendo alguns para uso no prprio local, onde estes foram difundindo-se de um estabelecimento para outro medida que os profissionais se mudavam, com isso os mtodos sofreram muitas modificaes e as fontes originais se perderam. Outros testes foram elaborados com mais rigor e testados em ensaios clnicos, avaliando as propriedades psicomtricas do instrumento e fornecendo, na literatura, documentao sobre sua confiabilidade e validade (O SULLIVAN, 2004, p. 317).

Um instrumento confivel mede um fenmeno de modo digno de considerao, todas s vezes, de forma precisa, previsivelmente e sem variao. Um instrumento com confiabilidade teste e reteste aceitvel estvel e no indica mudanas quando nada ocorreu. As avaliaes de determinado desempenho realizadas pelo mesmo terapeuta devem ser altamente correlacionadas. Os instrumentos devem ter tambm confiabilidade

interexaminadores, ou concordncia entre mltiplos observadores do mesmo evento. Se um paciente em particular examinado por vrios terapeutas no curso do tratamento, ou reexaminado com o passar do tempo para determinar alteraes em longo prazo, a confiabilidade do instrumento de avaliao funcional precisa ser conhecida (O SULLIVAN, 2004). Uma falha no uso clnico da maioria dos tipos de testes e medidas padronizados a tendncia de desconsiderar a confiabilidade interexaminadores. Para usar avaliaes funcionais com mxima preciso: os critrios de pontuao precisam ser definidos claramente e precisam ser mutuamente exclusivos; os critrios devem ser estritamente aplicados a cada

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situao clnica e todos os terapeutas em estabelecimento precisam ser retreinados periodicamente no uso do instrumento para assegurar similaridade (O SULLIVAN, 2004). Validade em uma determinada avaliao funcional um conceito multifacetado e estabelecido de muitos modos diferentes. As questes relativas validade de um instrumento buscam determinar: se um instrumento elaborado para medir a funo verdadeiramente faz o que se propem; quais as aplicaes apropriadas do instrumento e como os dados devem ser interpretados. Primeiro, o instrumento vlido deve ento para se medir o que se prope a medir (validade da apresentao). Outra dimenso essencial se o instrumento de avaliao mede todas as dimenses importantes ou especficas da funo (validade de contedo). Usando-se vrios procedimentos estatsticos, possvel tambm demonstrar o grau com que os itens no instrumento se agrupam para medir conceitos que podem ser rotulados como mobilidade fsica ou interao social (O SULLIVAN, 2004). Se h um padro-ouro (uma medida inquestionvel de um fenmeno, como um teste de laboratrio com valores normativos), ento um novo instrumento (mtodo) pode ser testado como referncia os resultados desse padro. Novos instrumentos de avaliao funcional podem, contudo, ser comparados com instrumentos existentes que sejam medidas aceitveis das mesmas atividades funcionais. O grau de concordncia entre os dois instrumentos ajuda a estabelecer a validade concorrente. Tambm se pode demonstrar a validade concorrente provando que um instrumento corresponde apropriadamente s medidas de outros fenmenos. Esse mtodo particularmente relevante para instrumentos de autoavaliao (O SULLIVAN, 2004). Alm da confiabilidade e da validade, uma medida do estado funcional deve ser: suficientemente sensvel para refletir alteraes significativas no estado do paciente e concisa o bastante para ser til clinicamente (O SULLIVAN, 2004).

2.1.1 NDICE DE BARTHEL (IB)

O IB foi desenvolvido por um fisioterapeuta em 1965, para avaliar o potencial funcional e os resultados do tratamento de reabilitao em pacientes que sofreram um AVC (MAHONEY; BARTHEL, 1965 apud GOMES, 2003). O IB especificamente mede o grau de assistncia exigido por um indivduo, em 10 itens de AVD envolvendo a mobilidade e cuidados pessoais. Os nveis de mensurao esto limitados a independncia completa, ou a necessidade de assistncia. Cada item do

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desempenho avaliado em uma escala ordinal, com nmero especfico de pontos assinalados para cada nvel ou classificao. Um indivduo utiliza-se de ajuda humana para comer, por exemplo, receberia 5 pontos, a independncia para comer receberia um escore de 10 pontos. Uma pontuao global simples, oscilando entre 0 e 100, calculada a partir da soma de todas as pontuaes de itens individualmente, de modo que 0 equivale completa dependncia em todas as 10 atividades, e 100 equivale completa independncia em todas as atividades. (Vide ANEXO 1). O IB tem sido amplamente utilizado na monitorao das alteraes funcionais em indivduos que estejam recebendo uma reabilitao, enquanto internos. Embora no tenha sido completamente avaliadas suas propriedades psicomtricas, o IB tem atingido elevadas correlaes com outras medidas de incapacidade fsica (O SULLIVAN, 1993). Outra forma de classificar o ndice dentro dos nveis de atividade classificando o paciente, com score < 60 pontos, onde considerado um paciente dependente, 60 a 80 pontos, o paciente dito parcialmente dependente, e se > 80 pontos, o paciente independente. Porm a vantagem do indicador de Barthel a sua simplicidade e utilidade na avaliao de pacientes antes, durante e aps o tratamento, embora estudos demonstram que dentro da reabilitao neuropsicolgica o IB no apropriado para analisar o estado de pacientes gravemente incapacitados, com isso pode-se relatar que este ndice no tem uma escala sensvel em seu score para avaliao destes pacientes (O SULLIVAN, 2004).

2.1.2 NDICE DE KATZ

A escala foi proposta por Katz, Ford e Moskowitz, em 1963, e desenvolvida para o uso em indivduos institucionalizados e, posteriormente, adaptada para populaes que vivem na comunidade (KATZ et al., 1963 apud GOMES, 2003). O ndice de Katz construiu-se baseado na premissa de que o declnio funcional e a perda da capacidade para executar as AVD nos pacientes idosos seguem um mesmo padro de evoluo, ou seja, perde-se primeiro a capacidade para banhar-se e, a seguir, para vestir-se, transferir-se da cadeira para a cama e vice-versa e alimentar-se. A recuperao d-se na ordem inversa (KATZ et. al., 1963 apud COSTA, 2003). Ao se aplicar essas escalas, deve-se ter em mente que se o paciente necessita de superviso e/ou ajuda de outra pessoa ele no independente. No entanto, se algum instrumento como bengalas ou andadores utilizado, mas nenhuma ajuda ou superviso so necessrias, o paciente independente (COSTA, 2003).

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JOTA, Marcelo Jota Rodrigues da Silva. Avaliao funcional. Estcio de S Cincias da Sade. Rev. da Faculdade Estcio de S. Goinia SESES GO - VOL. 01, N 04, 28-58. Set. 2010/Dez. 2010.

Para a avaliao das AIVD, e conveniente lembrar que, muitas vezes, o paciente capaz de executar as atividades, mas no as executa por opo, fatores ambientais ou at por questes relacionadas aos papis assumidos durante a vida, como o caso de indivduos do sexo masculino com as tarefas domsticas. Alguns autores j sugeriram que a escala fosse reduzida a cinco itens, eliminando-se lavar a roupa, tarefas domsticas e preparar comida, quando aplicada para o sexo masculino (LAWTON et al., 1982 apud COSTA, 2003). O ndice de Katz para AVD aborda reas como banho, capacidade para vestir-se, usar o banheiro, locomoo, continncia e alimentao. H trs scores possveis para cada um dos itens de acordo com o nvel de dependncia do paciente: independente, necessita de assistncia e dependente1. A avaliao permite um melhor planejamento referente ao tipo de assistncia e tratamento que o paciente de fato necessita. Esta investigao realizada por meio da avaliao de atividades funcionais da vida diria mais complexa como o uso do telefone, viajar, fazer compras, preparar refeies, cuidar da casa, cuidar da prpria medicao e controlar as finanas. Essa escala, apesar de amplamente utilizada, ainda no recebeu uma validao adequada para o uso em nosso meio (O SULLIVAN, 1993).

2.1.3 MEDIDA DE INDEPENDNCIA FUNCIONAL (MIF)

Desenvolvido e aplicado pela Fundao de Pesquisa da Universidade do Estado de Nova York (GOMES, 2003). De acordo com Riberto (2005) a MIF um instrumento capaz de medir o grau de satisfao de cuidados de terceiros que o paciente portador de deficincia fsica exige para realizao de tarefas motoras e cognitivas, verificando o desempenho do indivduo para a reavaliao de um conjunto de 18 tarefas referentes s subescalas de autocuidados, controle esfincteriano, transferncias, locomoo, comunicao e cognio social2. Para qualificar a capacidade funcional no mbito do AVC que teria sido um dos principais alvos de pesquisadores, foram avaliados vrios tipos de situao e diversas modalidades que possam testar o nvel de independncia (RIBERTO, 2005). Esse termo de independncia avaliado usando uma escala de sete pontos, que so subdivididos em: com assistncia e sem assistncia, onde o score final deve ter no

1 2

Vide Anexo 2. Vide Anexo 3.

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mximo 126 pontos (100% de independncia) ou no mnimo 18 pontos (24% de independncia) (RIBERTO, 2005). Descrio dos nveis, segundo Riberto (2005): Sem assistncia (Independente) 7 Independncia Total (Em segurana, tempo normal ou hbil); 6 Independncias Aparelhada ou modificada (Ajuda tcnica ou dispositivo) Com Assistncia (Dependente) 5 Superviso ou Preparao 4 Assistncia Mnima (O paciente realiza mais que 75% da atividade funcional) 3 Assistncia Moderada (O paciente requer mais que contacto fsico e emprega nesta atividade de 50 a75% do esforo necessrio) 2 Assistncias Mxima (Capacidade de executar 25 a 49% da atividade) 1 Assistncia Total (Capacidade de executar menos que 25%da atividade) CUIDADOS PESSOAIS

Segundo Riberto (2005), Alimentao: Verificar se o paciente come em um prato, bebe no copo, no importando os diferentes tipos de comida e talheres. Observando se o individuo tem a capacidade de mastigar e engolir; Higiene: Observar a capacidade de escovar dentes ou dentaduras, pentear cabelos, lavar as mos e rosto, barbear-se. Verificar se possvel oferecer algum tipo de adaptao ou preparao para realizar o ato, olhando sempre o tempo que esta sendo gasto para a atividade; Banho: O ato de lavar, esfregar, enxugar o corpo, ligar o chuveiro podendo alcanar durante o banho a higienizao completa dos membros. So itens que deve ser realizado de forma segura; Vestimenta: Vestir e despir, conseguindo obter roupas no armrio e gavetas. Observar se para realizar a atividade necessrio alguma adaptao para que seja feita de forma segura, verificando o tempo que se gasta para realizar o manejo desses materiais. Como, por exemplo, cuecas, saias, cinto, meias, sapatos, zperes, botes, camisas, coloca e remove prteses ou rteses, soutiens e agasalhos. CONTROLE DE ESFNCTERES

Neste item deve ser verificado o controle de bexiga e intestino. Onde deve ser observado se o ato de forma intencional ou inconsciente. Podendo ser classificados de forma quantitativa numa escala de porcentagem. Onde se tem um nvel de independncia

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completa (75 a 100% da atividade) escala de nvel de seis a sete, portanto deve verificar se faz utilizao de comadre, cateter. A de superviso e preparao sendo escalonado no nvel de cinco a um, classificando da mesma proporo. Dando o valor de 75% se ocorrer algum acidente3 durante uma semana, 50 a 74% ocorrer acidente uma vez por dia, 25 a 49% se a pessoa se molha constantemente, < 25% se a pessoa no tem nenhum controle e se molha constantemente. (RIBERTO, 2005).

LOCOMOO

Observar se para realizar esta atividade o paciente precisa de algum apoio como cadeira de rodas ou rteses, prteses, bengalas, muletas, andadores. Verificar tambm o tempo que se gasta para realizar esta atividade. Escalonando no nvel sete se anda cinquenta metros sem dispositivos auxiliares, escala seis se consegue andar cinquenta metros com uso de rteses e prteses nas pernas, sapatos especiais, bengala, muletas e andadores, verificando se durante o ato ocorre algum risco. Verifica-se na escala cinco se anda menos de cinquenta metros com ou sem dispositivos, porem observar se este ato pode trazer algum risco de segurana, no nvel quatro se for possvel tocar no paciente, nvel trs se ocorrer uma locomoo mnima, nveis dois e um se o paciente no realiza nenhum tipo de esforo fsico para realizar a locomoo (RIBERTO, 2005).

TRANSFERNCIA

Verificar a forma como realiza a transferncia. Escalonando nos nveis sete a seis se durante a transferncia se o paciente consegue aproximar do leito, levantar-se, transferir-se da cama para cadeira, acionar os freios e ajusta pedais da cadeira de rodas. Porem no nvel cinco pode ser observado o uso de adaptaes, onde o tempo de transferncia e acima do razovel. Agora os demais nveis so classificados na mesma sequncia do ndice da tabela de nveis (RIBERTO, 2005).

3

A palavra acidente est sendo usada para designar o descontrole esfincteriano de forma inconsciente durante o ato.

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COMUNICAO

Escalonar usando a tabela de nvel para classificar a comunicao sonora ou visual podendo usar de recursos como escrita, gritos, gestos. Verificar se o paciente utiliza a linguagem com clareza por via oral ou no para a comunicao de expresso (RIBERTO, 2005). COGNIO SOCIAL

Observar-se se o paciente consegue participar de varias situaes sociais, como poder resolver seu problema com o uso da comunicao ou podendo tomar decises seguras financeiras, pessoais. Observar se o paciente consegue realizar algum tipo de sequncia de atividades para ser aplicada ou se consegue solucionar algum problema (RIBERTO, 2005).

2.1.4 AVALIAO DE KENNY PARA OS CUIDADOS PESSOAIS

A avaliao de Kenny para os cuidados pessoais foi desenvolvida por Schoening, Anderson e Bergstrom (1965 apud GOMES, 2003). Esta avaliao usa a observao profissional para a investigao de dependncia de indivduos no desempenho de 17 atividades por seis principais categorias: mobilidade, transferncia, locomoo, vesturio, higiene e alimentao. Cada escala de categoria contm cinco nveis que escalonam o grau de ajuda exigido para a concretizao de uma determinada tarefa. calculada uma pontuao de 0 a 4 para categoria4. Um score global oscilado de zero para o individuo completamente dependente at 24 pontos para o indivduo totalmente independente. Todos os itens tm pesos iguais, havendo prejuzo quanto especificidade do teste (GOMES, 2003). O uso da Avaliao de Kenny para os cuidados pessoais prejudicado pela quantidade de tempo pessoal despendida na observao do desempenho do paciente em um espectro to grande de atividades selecionadas ao longo de todo o dia. A estruturao da categoria locomoo tambm confunde a independncia geral do paciente dependente da cadeira de rodas, com a de um individuo que anda. Ambos os indivduos podem ser completamente independentes em todas as outras atividades de cuidados pessoais; ainda4

Vide Anexo 4.

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assim, o usurio da cadeira de rodas ir sempre receber o score geral menor, a despeito de uma capacidade equivalente para os cuidados pessoais e para a vida independente. No foram achadas publicaes da Avaliao de Kenny para os cuidados Pessoais (O SULLIVAN, 1993).

ANLISE COMPARATIVA ENTRE OS MTODOS DE AVALIAO FUNCIONAL Aps um levantamento bibliogrfico foram estudadas algumas das tcnicas de avaliao funcional existentes, tais como Barthel, Katz, Kenny, e MIF tendo como referncia os estudos realizados pelos seguintes autores Stokes (2001); OSullivan (2004); Umphred (2004); Cacho (2004); Riberto (2005); Gomes (2003) e Costa (2003). A escolha pelo examinador do teste mais adequado deve ser feita levando-se em conta a tarefa que se quer avaliar a populao a ser testada, a qualidade do instrumento em relao ao que realmente se prope medir (validade) e se fidedigno, sequenciado, preciso e sem variaes interaplicadores (confiabilidade). Alm disso, um instrumento de avaliao deve ter a sensibilidade para refletir as alteraes do estado do paciente e deve ser conciso, claro e completo o bastante para ser til clinicamente. Ainda deve representar um quadro geral da funo do paciente (GOMES, 2003). A partir das informaes apresentadas pelos estudiosos acima citados, podemos afirmar que Barthel avalia 10 categorias e tem como vantagem aceitao no mercado, sendo de fcil aplicao, porm existem falhas como: ser pouco descritiva, pouco detalhada e pouco sensvel na pontuao de seu score, onde o paciente pode melhorar em determinada categoria no evoluindo em seu score final. Em Kenny se avalia 6 categorias, subdividindo em 17 subitens tornando-o assim mais sensvel, porm no apresenta avaliao do controle esfincteriano, este, muito importante nas avaliaes de pacientes com AVC, sua pontuao final em score se torna pouco detalhada e confusa, alm da escassez de referncias sobre esta avaliao. Katz apresenta em sua avaliao 6 categorias para AVD e 7 para AIVD assim tornando uma avaliao mais detalhada, porm, seu score medido apenas qualitativamente e seu uso no recebeu uma avaliao adequada no meio profissional (O SULLIVAN, 1993). A principal desvantagem de usar o ndice de Katz em locais de reabilitao sua falha em incluir um item sobre deambulao (O SULLIVAN, 2004). A MIF avalia 6 categorias divididos em 18 subitens abrangendo uma avaliao bem detalhada, sensvel e de fcil aplicao, avaliando o paciente como um todo desde as

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funes bsicas de AVD at a relao em seu meio social, sendo muito utilizada em instituies com grande reconhecimento no pas, como: AACD(Associao de Assistncia a Criana Deficiente), CRER(Centro de Reabilitao e Readaptao Dr. Henrique Santillo), Rede SARAH de Hospitais.

CONCLUSO

A experincia de realizarmos este estudo foi grandiosa, pois nos proporcionou a obteno de conhecimentos de grande relevncia sobre os instrumentos e pela viso crtica obtida e trabalhada verificou-se que a MIF a mais apropriada para utilizarmos nas avaliaes de portadores de AVC, pelas caractersticas citadas na discusso, dando assim mais fidedignidade tanto nas avaliaes quanto nas reavaliaes que iremos realizar em nossos pacientes, sendo um fator muito importante para suporte da quantificao e qualificao da reabilitao e reeducao fsica ps-tratamento. Alm disso, apesar de ser um instrumento simples e de fcil utilizao, necessrio um treinamento adequado para garantir um bom ndice de confiabilidade entre observadores. Sendo importante ressaltar que acometimentos individuais, como no caso, uma lombalgia, podem influenciar o score em alguns itens, exigindo cautela na interpretao dos resultados finais. Sugere-se a necessidade de realizao de mais pesquisas, com estes e outros instrumentos no citados neste trabalho, realizando um estudo de amostragem, de forma que auxiliem a avaliao havendo uma implantao de novos mtodos de avaliao.

REFERNCIAS

ANDR, Charles. Manual do AVC. Revinter ltda: Rio de Janeiro, 1999. BERKOW, Robert. Manual Merck. Traduo: NASCIMENTO, Fernando G. Editorao Eletrnica: Avit's Estdio Grfico Ltda, 2005 on line (http://www.msdbrazil.com/msd43/m_manual/mm_sec6_74.htm) Retirado em: 05/01/2006 CAMBIER, J; DEHEN, H. Manual de Neurologia. 2 ed. Masson do Brasil,1999. COHEN, Helen. Neurocincia para Fisioterapeuta. 2 ed. So Paulo: Guanabara koogan, 2000. COSTA, E. F. A.; MONEGO, E. T. - Avaliao Geritrica Ampla (AGA). Revista da UFG, Vol. 5, N. 2, dez 2003 on line (www.proec.ufg.br) Retirado em: 04/02/2006 DAVIES, Patrcia M. Exatamente no Centro. 1 ed. So Paulo: Monole, 1996.

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DORETTO, Dario. Fisiopatologia Clinica do Sistema Nervoso. Fundamentos da Semiologia. 2 ed. So Paulo: Atheneu, 2001. EKMAN, Laurie L. Neurocincias Fundamentos para Reabilitao. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. GALLO et al., 1995 (traduo para o portugus de Mrcia (http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/r262/anexo2(83).htm) 04/01/2006 Scazufca), on line

GOMES, Gisele C. Traduo, Adaptao Transcultural e Exame das Propriedades de Medida da Escala? Performance-Oriented Mobility Assessment? (POMA) para uma Amostragem de Idosos Brasileiros Institucionalizados. Tese de mestrado defendida na UNICAMP, 2003 on line (http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000314238) GUYTON, Artur C. Tratado de Fisiologia Mdica. Interamericana ltda, 1976. LENT, Roberto. Cem Bilhes de Neurnios: conceitos fundamentais de neurocincia. Atheneu, 2001. MACHADO, ngelo. Neuroanatomia Funcional. 2 ed. So Paulo: Atheneu, 2000. OSULLIVAN, Susan B; SCHMITZ, Thomas J. Avaliao e Tratamento. 2 ed. So Paulo: Manole, 1993. OSULLIVAN, Susan B; SCHMITZ, Thomas J. Avaliao e Tratamento. 4 ed. So Paulo: Manole, 2004. PORTO, Celmo C. Semiologia Medica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. RadpatUNICAMP on line (www.fcm.unicamp.br/.../ minDsc32331+++.jpg) 04/01/2006. RIBERTO, Marcelo. Manual de Orientao Funcional para a Utilizao da MIF (MIF para Adultos) Verso Brasileira. Diviso de Medicina de Reabilitao do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo, 2005. ROWLAND, Lewis P. M. Tratado de Neurologia. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. STOKES, Maria. Neurologia para Fisioterapeutas. 2 ed. So Paulo: Premier, 2001. UMPHRED, Darcy A. Reabilitao Neurolgica. 4 ed. Editora Manole, 2004.

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Figura 1- reas de Brodman Fonte: Netter, F. Interactive Atlas of human anatomy. Ciba Medical Education & Publications.

Figura 2- Polgono de Willis Fonte: Netter, F. Interactive Atlas of human anatomy. Ciba Medical Education & Publications.

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Figura 3 - Hemorragias no Crtex Cerebral Fonte: Radpat-UNICAMP.

Figura 4 - Infarto da Artria Cerebral Mdia (Regio Hipodensa) Fonte: Radpat-UNICAMP.

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ANEXOS

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ANEXO 1Questionrio - ndice de Barthel

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1) Como voc realiza as suas refeies? 10 Independente. Capaz de comer por si s em tempo razovel. A comida pode ser cozida ou servida por outra pessoa. 05 Necessita de ajuda para se cortar a carne, passar a manteiga, porm capaz de comer sozinho. 00 Dependente. Necessita ser alimentado por outra pessoa.

2) Como voc toma seu banho? 05 Independente. Capaz de se lavar inteiro, de entrar e sair do banho sem ajuda e de fazlo sem que outra pessoa supervisione. 00 Dependente. Necessita de algum tipo de ajuda ou superviso.

3) Como voc se veste? (parte superior e inferior do corpo) 10 Independente. Capaz de vestir-se e despir-se sem ajuda. 05 Necessita ajuda. Realiza todas as atividades pessoais sem ajuda mais da metade das tarefas em tempo razovel. 00 Dependente. Necessita de alguma ajuda.

4) Como voc realiza seus asseios? 05 Independente. Realiza todas as atividades pessoais sem nenhuma ajuda; os componentes necessrios podem ser providos por alguma pessoa. 00 Dependente. Necessita alguma ajuda.

5) Como a sua evacuao? 10 Continente. No apresenta episdios de incontinncia. 05 Acidente ocasional. Menos de uma vez por semana necessita de ajuda para colocar enemas ou supositrios. 00 Incontinente. Mais de um episdio semanal.

6) Como a sua mico? Como voc a realiza? 10 Continente. No apresenta episdios. Capaz de utilizar qualquer dispositivo por si s

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(sonda, urinol, garrafa). 05 Acidente ocasional. Apresenta no mximo um episdio em 24 horas e requer ajuda para a manipulao de sondas ou de outros dispositivos. 00 Incontinente. Mais de um episdio em 24 horas.

7) Como voc vai ao banheiro? 10 Independente. Entra e sai sozinho e no necessita de ajuda por parte de outra pessoa. 05 Necessita ajuda. Capaz de se mover com uma pequena ajuda; capaz de usar o banheiro. Pode limpar-se sozinho. 00 Dependente. Incapaz de ter acesso a ele ou de utiliz-lo sem ajuda maior.

8) Como voc realiza as suas transferncias (cama, poltrona, cadeira de rodas)? 15 Independente. No requer ajuda para sentar-se ou levantar-se de uma cadeira nem para entrar ou sair da cama. 10 Mnima ajuda. Incluindo uma superviso ou uma pequena ajuda fsica. 05 Grande ajuda. Precisa de uma pessoa forte e treinada. 00 Dependente necessita um apoio ou ser levantado por duas pessoas. incapaz de permanecer sentada.

9) Como voc realiza a deambulao (locomoo, caminhar)? 15 Independente. Pode andar 50 metros ou seu equivalente em casa sem ajuda ou superviso. Pode utilizar qualquer ajuda mecnica exceto andador. Se utilizar uma prtese, pode colocar a prtese nela e tirar sozinha. 10 Necessita ajuda. Necessita superviso ou uma pequena ajuda por parte de outra pessoa ou utiliza andador. 00 Dependente.

10) Como voc realiza a subida e descida de escadas? 10 Independente. Capaz de subir e descer um piso sem ajuda ou super viso de outra pessoa. 05 Necessita ajuda. Necessita ajuda e superviso. 00 Dependente. incapaz de subir e descer degraus.

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PONTUAO TOTAL: _____________SCORE: Dependente: 60 pontos

Parcialmente Dependente: 60 80 pontosIndependente: 80 pontos Fonte: OSULLIVAN, (2004).

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ANEXO 2ndice de Katz

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A - ndice de atividades rotineiras do paciente -AVD Tentar obter essas informaes com o paciente, caso seja possvel. 1- Tomar banho (esponja, chuveiro ou banheira): (I) No precisa de ajuda. (A) Precisa de ajuda para lavar apenas uma parte do corpo (costas ou pernas). (D) Precisa de ajuda para higiene completa (ou no toma banho). 2- Vestir-se: (I) Pega as roupas e veste-se sem nenhuma ajuda. (A) Pega as roupas e veste-se sem ajuda, com exceo de amarrar os sapatos. (D) Precisa de ajuda para pegar as roupas ou para se vestir, ou fica parcial ou completamente no vestido. 3- Ir ao banheiro: (I) Vai ao banheiro, faz a higiene, e se veste sem ajuda (mesmo usando um objeto para suporte como bengala, andador, cadeira de rodas, e pode usar urinol noite, esvaziando este de manh). (A) Recebe ajuda para ir ao banheiro, ou para fazer a higiene, ou para se vestir depois de usar o banheiro, ou para uso do urinol noite. (D) No vai ao banheiro para fazer suas necessidades. 4- Locomoo: (I) Entra e sai da cama, assim como da cadeira, sem ajuda (pode estar usando objeto para suporte, como bengala ou andador). (A) Entra e sai da cama ou da cadeira com ajuda. (D) No sai da cama. 5- Continncia: (I) Controla a urina e movimentos do intestino completamente por si prprio. (A) Tem acidentes ocasionais. (D) Superviso ajuda a manter controle de urina ou intestino, cateter usado, ou incontinente. 6- Alimentao: (I) Alimenta-se sem ajuda. (A) Alimenta-se, com exceo no caso de cortar carne ou passar manteiga no po. (D) Recebe ajuda para se alimentar ou alimentado parcial ou completamente por meio de tubos ou fluidos intravenosos. Quando o paciente no souber informar, favor anotar que a informao no foi dada por ele. B - Sobre o paciente Atividades instrumentais da vida diria_AIVD As alternativas devem ser escolhidas em relao aos ltimos 30 dias. 1- Telefone: (I) capaz de olhar os nmeros, discar, receber e fazer chamadas sem ajuda. (A) capaz de receber chamadas ou ligar para a telefonista em uma emergncia, mas necessita de um telefone especial ou ajuda para pegar o nmero ou discar. (D) incapaz de usar o telefone (escreva _ no se aplica _ se o paciente nunca recebeu uma chamada ou usou o telefone).

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2- Locomoo fora de casa: (I) capaz de dirigir seu prprio carro ou andar em um nibus ou de txi sozinho. (A) capaz de se locomover fora de casa, mas no sozinho. (D) incapaz de se locomover fora de casa. 3- Compras: (I) capaz de tomar conta de todas as compras, desde que o transporte seja providenciado. (A) capaz de fazer compras, mas no sozinho. (D) incapaz de fazer compras. 4- Preparar a comida: (I) capaz de planejar e preparar uma refeio completa. (A) capaz de preparar pratos simples, mas incapaz de cozinhar uma refeio completa sozinho. (D) Incapaz de preparar qualquer comida. (Se o paciente nunca foi responsvel por preparar uma refeio, pergunte algo como fazer sanduche, pegar uma fruta para comer, etc. Verificar se essas atividades diminuram e marcar da mesma forma.) 5- Trabalho domstico: (I) capaz de fazer o trabalho domstico pesado (exemplo: limpar o cho). (A) capaz de fazer o trabalho domstico leve, mas precisa de ajuda nas tarefas pesadas. (D) incapaz de fazer qualquer trabalho domstico. 6- Medicao: (I) capaz de tomar as medicaes na dose e hora certa. (A) capaz de tomar as medicaes, mas precisa ser lembrado ou algum precisa preparar a medicao. (D) incapaz de tomar sozinho suas medicaes. 7- Dinheiro: (I) capaz de fazer as compras de coisas necessrias, preencher cheques e pagar contas. (A) capaz de fazer as compras de uso dirio, mas necessita de ajuda com o talo de cheques e para pagar as contas. (D) incapaz de lidar com dinheiro. Abreviaes: I = independente, A = assistncia, D = dependente.

Fonte: GALLO et al., (1995).

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ANEXO 3Medida De Independncia Funcional (MIF)

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Medida De Independncia Funcional (MIF)Data Cuidados Pessoais 1 Alimentao 2 Higiene 3 Banho 4 - Vestimenta parte superior 5 - Vestimenta parte inferior Controle de Esfncteres 6 - Esfncter vesical 7 - Esfncter anal Mobilidade/ Locomoo 8 - Subir e descer escadas 9 - Cadeira de Rodas/ Marcha 10 Andador Transferncia 11 - Cama-cadeira de rodas 12 - Cadeira de rodas-cadeira 13 - Cadeira de rodas - vaso sanitrio Comunicao 14 Compreenso (Auditiva, Visual) 15 - Expresso (Vocal No Vocal) Cognio Social 16 - Interao Social 17 - Soluo de problemas 18 Memria Total da Medida de Independncia Funcional (MIF) %

Escore mximo= 126 pontos (100% de independncia) Escore mnimo= 18 pontos (24% total dependncia) Fonte: Riberto ( 2005).

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ANEXO 4Avaliao de Kenny para os Cuidados Pessoais

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Nmero de Unidades

Nome: Locomoo Vestir-se Higiene Pessoal

Data do Surgimento

Data de Idade admio

Transferencia

Tronco(superior) e braos

Tronco (inferior) e pernas

Rosto, cabelo,braos

Programa da bexiga

Programa intestinal

Membros inferiores

Ergue-se e senta-se

Cadeira de Rodas

Move-se no leito

Tronco, Perneo

Andando

Sentado

Escadas

Terapeuta Ocupacional

Alimentao

Fisioterapia

Enfermeira

Higiene

De p

Cdigo de Pontuao 0= Completamente dependente 1 = Auxlio intenso 2 = Auxlio moderado 3 = Auxlio mnimo 4= Independente

Pontuao prevista para a alta

Pontuao da avaliao

Fonte: OSULLIVAN, (1993).

Ps

Mdico

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ANEXO 5Protocolo de Desempenho Fsico de Fulg-Meyer

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Protocolo de Desempenho Fsico de Fulg-Meyer Teste / Pontuao Extremidade Superior I. Reflexos da Extremidade Superior Bceps e/ou flexores dos dedos ( ) Trceps ( ) 0: Nenhuma atividade reflexa presente / 2: Atividade reflexa pode ser observada II. Movimentos Elevao do ombro ( ) Retrao do ombro: Abduo (90) ( ) / Rotao externa ( ) Flexo do cotovelo ( ) / Supinao do antebrao ( ) Aduo do ombro/rotao interna ( ) / Extenso do cotovelo ( ) Pronao do antebrao ( ) 0: No pode ser realizado completamente / 1: Parcialmente realizado / 2: Realizada completamentea. A. Mo coluna lombar ( ) 0: Nenhuma ao especfica realizada / 1: A mo ultrapassa a espinha ilaca ntero-superior / 2: Ao realizada completamente B. Flexo do ombro at 90 ( ) 0: O brao imediatamente abduzido ou ocorre flexo do cotovelo no incio do movimento / 1: A abduo ou flexo do ombro ocorre na fase tardia do movimento / 2: Ao realizada C. Pronao/Supinao antebrao com cotovelo em 90 e o ombro em 0 ( ) 0: Posio correta do ombro e cotovelo no pode ser atingida, e/ou pronao ou supinao no pode ser realizada totalmente / 1: A pronao ou supinao ativa pode ser realizada com uma amplitude limitada de movimento, e em algum momento o ombro e o cotovelo so corretamente posicionados / 2: Pronao e supinao completa com correta posio do cotovelo e ombro D. Abduo do ombro at 90, cotovelo em 0, e antebrao em pronao ( )

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0: Ocorre flexo inicial do cotovelo, ou um desvio em pronao do antebrao / 1: O movimento pode ser realizado parcialmente, ou se durante o movimento o cotovelo flexionado ou o antebrao no pode ser conservado em pronao / 2: Realizado completamente

E. Flexo do ombro de 90 - 180, cotovelo em 0, e antebrao em posio mdia ( ) 0: Ocorre flexo do cotovelo ou abduo do ombro no inicio do movimento / Flexo do cotovelo ou abduo do ombro ocorre durante a flexo do ombro / Realizado completamente F. Pronao/supinao do antebrao, cotovelo a 0 e flexo do ombro entre 30 e 90 ( ) 0: Pronao e supinao no pode ser realizada no todo, ou a posio do cotovelo e ombro no pode ser atingida / 1: Cotovelo e ombro podem ser posicionados corretamente, e a pronao e supinao realizadas em uma amplitude limitada / 2: Realizada completamente III. Atividade Reflexa Normal Biceps, flexores dos dedos e trceps ( )(Neste estgio, que pode atingir 2 pontos, includo apenas se o paciente tive pontuao 6 no item anterior.) 0: 2 a 3 reflexos fsicos so marcadamente hiperativos / 1: um reflexo marcadamente hiperativo, ou 2 reflexos esto vivos / 2: no mais que um reflexo est vivo, e nenhum est hiperativo IV. Controle de punho A.Estabilizar cotovelo em 90, e ombro em 0 ( ) 0: Paciente no pode dorsifletir o punho at 15 / 1: Dorsiflexo realizada, mas nenhuma resistncia aplicada / 2: Posio pode ser mantida com alguma resistncia (leve) B. Flexo/extenso, cotovelo em 90, ombro em 0 ( ) 0: Movimentos voluntrios no ocorrem / 1: No pode mover o punho atravs de toda a amplitude de movimento / 2: No realiza, pequena movimentao C. Estabilizar cotovelo e ombro a 0 ( ) Pontuao semelhante a do item a 1: 2:

D. Flexo/extenso, cotovelo e ombro a 0 ( ) Pontuao semelhante a do item b

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E. Circunduo ( ) 0: No pode ser realizado / 1: Circunduo incompleta ou movimentos de empurrar / 2: Movimento completo, com exatido V. Controle manual A. Flexo em massa dos dedos ( ) 0: Nenhuma flexo ocorre / 1: Alguma flexo mas com amplitude incompleta / Flexo ativa completa (comparada com a mo no afetada) B. Extenso em massa dos dedos ( ) 0: No ocorre extenso / 1: O paciente pode libera ativamente a flexo em massa / Extenso ativa completa 2: 2:

C. Preenso n. 1: Articulao MF estendidas, IFP e IFD fletidas; preenso testada contra resistncia ( ) 0: A posio requerida no pode ser adquirida / 1: Preenso fraca / 2: A preenso pode ser mantida contra relativa resistncia D. Preenso n. 2: Paciente instrudo a aduzir o polegar totalmente, at 0 ( ) 0: Funo no pode ser realizada / 1: O pedao de papel interposto entre o polegar e indicador pode ser retirado atravs de um puxo, mas contra pequena resistncia / 2: O papel firmemente seguro contra um puxo E. Preenso n. 3: Paciente ope a polpa do polegar com a do ndex; uma caneta interposta ( ) A pontuao semelhante ao item da preenso n. 2 F. Preenso n. 4: Paciente pressiona um objeto de forma cilndrica (pode ser pequeno), com a superfcie volar do primeiro dedo contra a do segundo ( ) A pontuao semelhante ao item da preenso n. 2 e 3 G. Preenso n. 5: Uma preenso esfrica; o paciente preensiona uma bola de tnis A pontuao semelhante ao dos itens de preenso n. 2, 3 e 4 H. Velocidade ( ) - 0: > 5 segundos a mais do que no lado no afetado / 1: 2 _ 5 segundos a mais do que no lado no afetado / 2: < 2 segundos de diferena Equilbrio

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A. Sentado sem apoio e com os ps suspensos ( ) - 0: No consegue se manter sentado sem apoio / 1: Permanece sentado sem apoio por pouco tempo / 2: Permanece sentado sem apoio por pelo menos 5 min. e regula a postura do corpo em relao a gravidade B. Reao de pra-quedas no lado no afetado ( ) - 0: No ocorre abduo de ombro, extenso de cotovelo para evitar a queda / 1: Reao de pra-quedas parcial / 2: Reao de pra-quedas normal C. Reao de pra-quedas no lado afetado ( ) - 0: No ocorre abduo de ombro, nem extenso de cotovelo para evitar a queda / 1: Reao de pra-quedas parcial / 2: Reao de pra-quedas normal D.Manter-se em p com apoio ( ) - 0: No consegue ficar de p / 1: De p com apoio mximo de outros / 2: De p com apoio mnimo por 1 min E. Manter-se em p sem apoio ( ) - 0: No consegue ficar de p sem apoio / 1: Pode permanecer em p por 1 min e sem oscilao, ou por mais tempo, porm com alguma oscilao / 2: Bom equilbrio, pode manter o equilbrio por mais que 1 minuto com segurana F. Apoio nico sobre o lado no afetado ( ) - 0: A posio no pode ser mantida por mais que 1-2 seg (oscilao) / 1: Consegue permanecer em p, com equilbrio, por 4 a 9 segundos / 2: Pode manter o equilbrio nesta posio por mais que 10 segundos G. Apoio nico sobre o lado afetado ( ) - 0: A posio no pode ser mantida por mais que 1-2 segundos (oscilao) / 1: Consegue permanecer em p, com equilbrio, por 4 a 9 segundos / 2: Pode manter o equilbrio nesta posio por mais que 10 segundos Sensibilidade I.Exterocepo A. Membro Superior ( ) / Palma da mo ( ) / Coxa ( ) / Sola do p ( ) 0: Anestesia / 1: Hipoestesia/disestesia / 2: Normal II.Propriocepo B. Ombro ( ) / Cotovelo ( ) / Punho ( ) / Polegar ( ) / Quadril ( ) / Joelho ( ) / Tornozelo ( ) / Hlux. ( ) 0: Nenhuma resposta correta (ausncia de sensao) / 1: das respostas so corretas, mas h diferena considervel com o lado no afetado / 2: Todas as respostas so corretas VI. Coordenao/Velocidade: dedo ao nariz (cinco repeties). A. Tremor ( ) - 0: Tremor marcante / 1: Leve tremor / 2: Nenhum tremor B. Dismetria ( ) - 0: Pronuciada dismetria / 1: Leve dismetria / 2: Nenhuma dismetria C. Velocidade ( ) - 0: Atividade realizada > 6 segundos a mais do que no lado no afetado / 1: 2-5 segundos a mais do que no lado no afetado / 2: < 2 segundos de diferena

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Extremidade inferior I.Atividade reflexa (Testado em posio supina) Aquileu ( ) / Patelar ( ) - 0: Nenhuma atividade reflexa 2: Atividade reflexa II.Movimentos A. Posio supina Flexo do quadril ( ) / Flexo do joelho ( ) / Dorsiflexo do tornozelo ( ) 0: No pode ser realizado / 1: Movimento parcialmente realizado / 2: Movimento completo B. Supino: movimento resistido Extenso do quadril ( ) / Aduo ( ) / Extenso do joelho ( ) / Flexo plantar do tornozelo ( ) - 0: Nenhum movimento / 1: Movimentao fraca / 2: Fora aproximada do movimento da perna no afetada C. Flexo do joelho acima de 90 ( ) - 0: Nenhum movimento ativo / 1: O joelho pode ser fletido a partir de leve extenso, mas no ultrapassa os 90 / 2: Movimento completo D. Dorsiflexo do tornozelo ( ) - 0: Nenhum flexo ativa / 1: Flexo ativa incompleta / 2: dorsiflexo normal Quadril em 0 E. Flexo do joelho ( ) - 0: Nenhuma flexo do joelho sem flexo do quadril / 1: Inicia flexo do joelho sem flexo do quadril, mas no alcanar 90, ou flexiona o quadril durante o movimento / 2: Movimento completo F. Dorsiflexo do tornozelo ( ) - 0: Nenhum movimento ativo / 1: Movimento parcial / 2: Movimento completo III.Reflexos normais Flexores do joelho, Patelar, Aquileu ( ) - 0: Dois ou 3 esto marcadamente hiperativos / 1: Um reflexo hiperativo, ou dois so vivos / 2: No mais que 1 reflexo vivo IV.Coordenao/Velocidade. Calcanhar canela (5 repeties) A. Tremor ( ) - 0: Tremor marcante / 1: Leve tremor / 2: Nenhum tremor B. Dismetria ( ) - 0: Pronuciada dismetria / 1: Leve dismetria / 2: Ne