4 - capÍtulo 6 2009.2 propriedades mecÂnicas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA FRANCINÉ ALVES DA COSTA NATAL/RN 2011.1

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    CENTRO DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECNICA

    PROCESSOS DE CONFORMAO MECNICA

    FRANCIN ALVES DA COSTA

    NATAL/RN

    2011.1

  • COMPORTAMENTO MECNICO DOS METAIS

    Prof. Francin Alves da Costa

  • METAIS

    Importncia

    da aula

    Objetivo

    da aula

    I. Conhecer propriedades mecnicas dos

    metais quando submetidos a aplicao

    de carga ou fora;

    II. Associar essas propriedades a

    aplicaes especficas e reais.

    I. Estudar o comportamento tenso -

    deformao dos metais e as

    propriedades mecnicas relacionadas;

    II. Apresentar outras propriedades

    mecnicas importantes.

  • INTRODUO

    A deformao resultante em um componente mecnico

    (material) no deve ser excessiva nem muito menos provocar sua

    fratura.

    O comportamento mecnico de um material reflete a

    relao entre a sua resposta ou deformao a uma carga ou fora

    que esteja sendo aplicada.

    Propriedades mecnicas importantes: resistncia, dureza,

    ductilidade, tenacidade e a rigidez

    Fatores considerados importantes para obteno das

    propriedades mecnicas: natureza da carga aplicada; durao da

    sua aplicao; condies ambientais e a temperatura de operao

  • FF

    Trao

    F

    F

    A0

    Cisalhamento

    F

    F

    Toro

    F

    F

    Compresso

    NATUREZA DA CARGA APLICADA

    Constante ao longo do tempo

    Flutuando continuamente

  • DURAO DA APLICAO DA FORA OU CARGA

    Uma frao de alguns segundos

    Um perodo de muitos anos

    CONDIES AMBIENTAIS

    Normais

    Agressivas

    TEMPERATURA DE OPERAO

    Ambiente

    Elevada

  • O engenheiro estrutural tem a funo de determinar

    as tenses e as distribuies de tenses dentro dos

    componentes ou elementos submetidos a cargas bem definidas.

    Os engenheiros de materiais e metalrgicos

    preocupam-se com a produo e fabricao de materiais

    (componentes) que atendam as exigncias de servios

    conforme previsto pelas anlises de tenso.

    Isto exige a compreenso das relaes entre a

    microestrutura (caractersticas internas) dos materiais e as sua

    propriedades mecnicas.

  • PROPRIEDADES MECNICAS X ENSAIO DE

    TRAO

    Relativamente Simples;

    Permite a avaliao de diversas propriedades mecnicas.

    Ensaio x Normas Tcnicas

    (ASTM e ABNT)

  • PROPRIEDADES MECNICAS X ENSAIO

    DE TRAO

    Desenho Esquemtico de um Ensaio de Trao

  • PROPRIEDADES MECNICAS X ENSAIO

    DE TRAO

  • PROPRIEDADES MECNICAS X ENSAIO

    DE TRAO

  • TE

    NS

    O

    DEFORMAO

    TE

    NS

    O

    DEFORMAO

    PESCOO

    RESISTNCIA

    TRAO

    PESCOO NA

    REGIO

    FRATURADA

    ENSAIO DE TRAO X CURVA TENSO-

    DEFORMAO

    F

    F

    F

    F

  • ENSAIO DE TRAO X CURVA TENSO-

    DEFORMAO

  • CONCEITOS

    = tenso convencional (MPa, Kgf/cm2,

    Kgf/mm2, N/ mm2)

    F = fora (carga) aplicada (N ou lbf)

    A0 = rea da seo reta transversal (cm2, mm2)

    = (li - l0)/l0 = l/l0

    = F/A0

    = deformao relativa, especfica ou

    unitria

    l0 = comprimento inicial da amostra

    li = comprimento instantneo

    Tenso e Deformao

  • ENSAIO DE COMPRESSO

    Usado para conhecer o comportamento de um material

    submetido a deformaes grandes e permanentes:

    Caso de aplicaes de fabricao ou

    Quando o material frgil sob trao

    = F/Ao

    Onde F representa a carga ou fora aplicada paralelamente s

    faces superior e inferior, cada uma com uma rea de Ao

  • CONSIDERAES GEOMTRICAS A

    RESPEITO DO ESTADO DE TENSO

    O estado de tenso uma funo das orientaes dos

    planos sobre os quais as tenses atuam.

  • REGIMES DE COMPORTAMENTO DOS

    MATERIAIS ESTRUTURAIS

    Um material constituinte de uma pea estrutural

    submetida a um conjunto de solicitaes externas pode se

    deformar sob dois regimes de comportamento distintos.

    Regime de Comportamento Elstico: ocorre quando ao se

    retirar de sob a pea o conjunto de cargas deformadoras, ela

    volta inteiramente a forma e dimenses primitivas.

    Elasticidade

    Regime de Comportamento Plstico: ocorre quando ao se

    retirar de sob a pea o conjunto de cargas deformadoras, ela no

    retorna a forma e dimenses primitivas ficando ento

    caracterizada por apresentar deformaes irreversveis

    conhecidas pelas denominaes de deformaes permanentes ou

    residuais.

  • DEFORMAO ELSTICA

    Ten

    so [

    ]

    Plstica

    Deformao [ ]

    Elstica

    COMPORTAMENTO TENSO-DEFORMAO

  • = E

    MDULO DE ELASTICIDADE

    [E]

    GPa 106

    Psi

    Magnsio 45 6.5

    Alumnio 69 10

    Lato 97 14

    Titnio 107 15.5

    Cobre 110 16

    Nquel 207 30

    Ao 207 30

    Tungstnio 407 59

    * 1 psi = 6,90 x 10-3 MPa = 7,03 x 10-4 kg/mm2

    E = mdulo de elasticidade (mdulo de Young)

    Declive da regio

    elstica na curva

    tenso-deformao

    Ele pode ser considerado como sendo uma rigidez,

    ou uma resistncia do material deformao elstica

    DEFORMAO ELSTICA

  • = F/A0Como e = l/l0

    Sabendo que no regime elstico onde as tenses so proporcionais

    as deformaes (Lei de Hooke)

    = E

    Substituindo as duas primeiras relaes nesta ltima encontramos a

    seguinte relao

    l = Fl0/EA0

    1. A lei de Hooke s tem validade e, portanto, s pode ser aplicada para clculo de

    deformaes nas peas estruturais cujo o material se comporta em regime elstico.

    2. A expresso da lei de Hooke apresentada sob a forma l = Fl0/EA0 s pode ser

    diretamente aplicada mediante as seguintes condies:

    * Esforo normal constante em todas as sees reta da pea;

    * rea inicial de seo reta no varivel ao longo do comprimento da pea.

  • = G

    Onde G representa o mdulo de cisalhamento (ou mdulo

    transversal)

  • Anelasticidade (Tempo de recuperao do material).

    E de materiais cermicas > materiais metlicos > materiais polimricos

  • DEFORMAO ELSTICA/COEFICIENTE DE POISSON

    Coeficiente de Poisson () definido como a razo (negativa)

    entre as deformaes laterais (x, y) pela deformao

    longitudinal (ou axial, z) do material;

    Teremos x = y quando o material isotrpico e a tenso

    aplicada for uniaxial (apenas na direo z);

    Os valores de para diversos metais esto entre 0.25 e 0.35;

  • DEFORMAO ELSTICA/COEFICIENTE DE POISSON

    O coef. de Poisson tambm usado na relao entre

    os mdulos de cisalhamento ( G ) e de elasticidade ( E ) de

    materiais isotrpicos, pela relao.

    E = 2G (1 + ) Para a maioria dos metais G 0,4E

  • DEFORMAO PLSTICA

    Materiais Dcteis

    Materiais Frgeis

    R > 0,005

    R = 0,005

  • DEFORMAO PLSTICA

    0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    450

    0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18

    pr-deformao de 0.002

    Teno de ruptura (285MPa)

    trao (368.5MPa)

    Limite de resistncia

    Limite de escoamento (285MPa)

    Limite de proporcionalidade (270MPa)

    Plote tenso x deformao PROB 6.29T

    en

    s

    o (

    MP

    a)

    Deformao

  • DEFORMAO PLSTICA/LIMITE DE

    ESCOAMENTO

    y = tenso de escoamento

    (indica a capacidade que

    um material possui de

    resistir deformao

    plstica quando

    submetido a um

    carregamento)

    Curva a: transio elstico/plstico do metal gradual;

    Curva b: transio elstico/plstico do metal bem definida.

  • DEFORMAO PLSTICA/LIMITE DE

    RESISTNCIA TRAO

    O Limite de Resistncia Trao - LRT, corresponde

    tenso mxima (ponto M) aplicada ao material antes da ruptura.

    (se esta tenso for mantida ocorrer a fratura do material);

    calculada dividindo-se a carga (fora) mxima que a

    submete o material pela rea de seo reta inicial.

  • TENSO E DEFORMAO VERDADEIRAS

    TENSO VERDADEIRA

    Onde:

    Ai = a rea da seo transversal instantnea

    li = comprimento instantneo

    l0 = comprimento inicial

    *Se no h variao de volumeAi.li = A0.l0

    v = F/Ai

    v = ln (li/l0)

    DEFORMAO VERDADEIRA

    * v = ln (A0/Ai)

    Pontos:

    A-Limite de elasticidade

    U- Limite de Resistncia a

    trao

    F-Fratura

  • TENSO E DEFORMAO VERDADEIRAS

    Relao entre Tenso Verdadeira e Convencional

    Relao entre Deformao Verdadeira e Convencional

    As equaes acima so vlidas apenas para situaes at

    a formao do pescoo. A partir deste ponto, a tenso e

    deformao verdadeiras devem ser computadas a partir de

    medies de carga (fora), da rea da seo reta e do

    comprimento til reais.

    v = (1+ )

    v = ln (1+ )

  • TENSO E DEFORMAO VERDADEIRAS

    Durante a formao do pescoo existe um estado de

    tenso complexo na regio do pescoo, devido a existncia

    de componentes de tenso alm da tenso axial;

    Deste modo a curva de tenso correta (axial) x

    deformao deve ser corrigida pela expresso.

    v = k.vn

    correta

    Onde, K e n so constantes

    que dependem do material e

    do tratamento (trmico ou por

    encruamento) dado ao

    material.

  • DUCTILIDADE

    Pode ser expressa como:

    AL% = (lf - l0/l0) x 100

    RA% = (A0 - Af/A0) x 100

    Reduo de rea Superficial:

    Alongamento Percentual:

    Deformao

    Frgil

    Dctil

  • RESILINCIA

    Pode ser expressa atravs do mdulo

    de Resilncia (Ur).

    Ur = 1/2 (e x e) = (e)2/2E

    e

    e

    TENACIDADE

    Corresponde capacidade do

    material de absorver energia at

    sua ruptura.

  • RECUPERAO ELSTICA DURANTE UMA

    DEFORMAO PLSTICA

  • Deformao / Dureza

    OUTRAS PROPRIEDADES MECNICAS

    IMPORTANTES

  • RELAO ENTRE A DUREZA E RESISTNCIA

    LRT(MPa) = 3.45 x HB

  • RELAO ENTRE A DUREZA E TENACIDADE

  • RELAO DA DUREZA COM A MICROESTRUTURA

  • VARIABILIDADE NAS PROPRIEDADES DOS

    MATERIAIS

    Fatores que levam a incertezas nos dados medidos:

    1. Mtodo de ensaio;

    2. Variaes nos procedimentos de fabricao dos corpos

    de prova;

    3. Influncias do operador;

    4. Calibrao dos equipamentos;

    5. Falhas na homogeneidade dentro de um mesmo lote de

    material;

    6. Pequenas diferenas na composio; ou

    7. Outros tipos de diferenas de um lote para outro lote.

  • VARIABILIDADE E DISPERSO NAS

    PROPRIEDADES DOS MATERIAIS

    A B C D

    900

    925

    950

    975

    1000

    1025

    1050

    1075

    1100

    1125

    1150

    1175

    1200

    Te

    na

    cid

    ad

    e K

    IC (MP

    a.m

    1/2)

    Du

    reza

    Hv (

    kg

    f/m

    m2)

    Ligas WC-10%pCo

    4

    6

    8

    10

    12

    Qual a resistncia fratura desta liga?

    Qual a probabilidade desta liga apresentar falhas sob essas dadas

    circunstncias ou condies?

  • FATORES DE PROJETO/SEGURANA

    t = e/N

    Onde t ou adm a tenso admissvel ou de tenso de trabalho,

    e a tenso de escoamento e N o fator de segurana.

    Os valores de N se situam entre 1,2 e 4,0.

    Questes econmicas, experincia prvia, a preciso com que as

    foras mecnicas e as propriedades dos materiais podem ser

    determinadas e, mais importante, as conseqncias das falhas em

    termos de perda de vidas e/ou danos materiais.

  • Exemplo 1

    Um pedao de cobre originalmente com 305 mm de

    comprimento puxado em trao com uma tenso de 276 MPa.

    Se a sua deformao inteiramente elstica, qual ser o

    alongamento resultante ?

    = E. = l / l0

    l = .l0 / E = (276 x 305) / (110 x 103)

    l = 0,77 mm

    Tabela: E = 110 x 103 MPa

  • Exemplo 2Uma tenso de trao deve ser aplicada ao longo do eixo referente

    ao comprimento de um basto cilndrico de lato, que possui um dimetro

    de 10 mm (0,4 pol.). Determine a magnitude da carga exigida para produzir

    uma alterao de 2,5 x 10-3(10-4 pol) no dimetro. A deformao

    puramente elstica.

    li l0

    di

    d0

    z = l / l0 = (li - l0) / l0

    x = d / d0 = (di - d0) / d0

    Dados:

    d = 10 mm = 10-3 m

    d = 2,5 x 10-3 mmz

    x

    y

  • Exemplo 2: cont.

    x = d / d0 = (- 2,5 x 10-3) / 10 = - 2,5 x 10-4

    O sinal - deve-se reduo no dimetro do material.

    z = - x / = - (- 2,5 x 10-4) / 0,34 = 7,35 x 10-4

    Para o lato = 0,34 (Tabela 6.1 - Callister)

    = z.E = (7,35 x 10-4) . (97 x 109) = 71,3 MPa

    Para o lato E = 97 GPa (Tabela 6.1 - Callister)

    F = .A0 = . (d0/2)2. = (71,3 x 106) x (10-2 / 2)2.

    F = 5600 N

  • 6.4 at 6.8, 6.14 at 6.19, 6.22, 6.25 at 6.27, 6.29, 6.31,

    6.33, 6.34, 6.39 at 6.41, 6P1

  • BIBLIOGRAFIA

    William D. Callister Jr., Cincia e Engenharia dosMateriais: uma introduo 5a. Edio, LTC

    Editora, 2000;

    Lawrence H. Van Vlack., Princpios de Cincia eTecnologia dos Materiais, Editora Campus, 1994;

    Donald R. Askeland; Pradeep P. Phul, Cincia eEngenharia dos Materiais, Editora CENGAGE

    Learning, 2008.