4º bimestre plano de desenvolvimento...1. objetos de conhecimento e habilidades no quadro a seguir,...
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Ciências – 6º ano
4º bimestre – Plano de desenvolvimento
O Plano de desenvolvimento apresentado neste bimestre tem o objetivo de explicitar os
objetos de conhecimento e as habilidades a serem trabalhados no bimestre e sua disposição no Livro
do Estudante, bem como sugerir práticas de sala de aula que contribuam para a aplicação da
metodologia adotada.
1. Objetos de conhecimento e habilidades
No quadro a seguir, dispomos os objetos de conhecimento e as habilidades trabalhados em
cada capítulo indicado para o estudo do 4º bimestre. No campo “Habilidades”, inserimos habilidades
da BNCC, habilidades complementares e habilidades complementares que foram contempladas no
Livro do Estudante. As habilidades destacadas em negrito são aquelas consideradas essenciais para a
continuidade das aprendizagens dos estudantes ao longo dos bimestres.
Referência no material didático
Objetos de conhecimento Habilidades
Capítulo 12 O ser humano e a energia
Energia
Reconhecer a importância do uso e da obtenção da energia nas diferentes etapas do desenvolvimento humano.
Identificar as fontes e modalidades de energia obtida/utilizada em cada etapa do desenvolvimento humano.
Associar o desenvolvimento tecnológico ao consumo de energia.
Reconhecer que muitos fenômenos que ocorrem no dia a dia são decorrentes da transformação entre modalidades de energia.
Capítulo 13 Materiais utilizados pelo ser humano
Materiais
Conhecer diferentes materiais utilizados pelo ser humano através do tempo.
Relacionar os períodos da história dos seres humanos com a evolução tecnológica associada ao uso de diferentes materiais.
Conhecer as propriedades dos materiais, suas utilizações e como foram descobertos.
Caracterizar os diferentes estados físicos.
Conhecer as diferentes mudanças de estado e os fatores que favorecem essas mudanças.
Relacionar as mudanças de estado físico com absorção ou liberação de calor.
Capítulo 14 Composição dos materiais
Misturas homogêneas e heterogêneas
(EF06CI01) Classificar como homogênea ou heterogênea a mistura de dois ou mais materiais (água e sal, água e óleo, água e areia etc.).
Caracterizar substâncias puras e misturas.
Conhecer os diferentes tipos de misturas.
Conhecer, diferenciar e caracterizar misturas homogêneas e heterogêneas.
Conhecer o conceito de fases e identificar os seus componentes.
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Referência no material didático
Objetos de conhecimento Habilidades
Capítulo 15 Separação de misturas
Misturas homogêneas e heterogêneas
Separação de materiais
Transformações químicas
(EF06CI02) Identificar evidências de transformações químicas a partir do resultado de misturas de materiais que originam produtos diferentes dos que foram misturados (mistura de ingredientes para fazer um bolo, mistura de vinagre com bicarbonato de sódio etc.).
(EF06CI03) Selecionar métodos mais adequados para a separação de diferentes sistemas heterogêneos a partir da identificação de processos de separação de materiais (como a produção de sal de cozinha, a destilação de petróleo, entre outros).
Reconhecer os diferentes componentes das misturas.
Conhecer os diferentes processos envolvidos na separação das misturas.
Avaliar os diferentes processos para separar os componentes das misturas.
Escolher o processo mais adequado para separar os componentes das misturas.
Capítulo 16 Transformações da matéria
Materiais sintéticos
Transformações químicas
(EF06CI02) Identificar evidências de transformações químicas a partir do resultado de misturas de materiais que originam produtos diferentes dos que foram misturados (mistura de ingredientes para fazer um bolo, mistura de vinagre com bicarbonato de sódio etc.).
(EF06CI04) Associar a produção de medicamentos e outros materiais sintéticos ao desenvolvimento científico e tecnológico, reconhecendo benefícios e avaliando impactos socioambientais.
Conceituar transformações físicas e químicas.
Diferenciar as transformações físicas das transformações químicas.
Conhecer as evidências das transformações físicas e químicas.
Relacionar transformações físicas e químicas que ocorrem em nosso mundo.
Caracterizar uma transformação química.
Compreender e saber representar uma transformação química por meio de uma equação química.
Identificar reagentes e produtos em uma equação química.
Conhecer as implicações químicas em nossa vida e no planeta Terra.
2. Atividades recorrentes na sala de aula
O 4º bimestre do 6º ano representa a conclusão do desenvolvimento anual de estudantes que
iniciaram o Ensino Fundamental – Anos Finais. É importante que neste momento o professor faça um
diagnóstico da evolução da turma quanto à autonomia para a realização de atividades, como:
observação e análise do mundo ao redor, pesquisa, leitura, organização de dados, desenvolvimento
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de hipóteses, etc. Deve-se também diagnosticar o amadurecimento na apropriação de conhecimentos
científicos para a resolução de problemas e raciocínio para buscar respostas a fim de compreender
fenômenos. Para atingir esses objetivos com os estudantes, é importante que o professor aplique
neste bimestre estratégias de reencaminhamento de aprendizagem e de desenvolvimento de
habilidades que eventualmente os estudantes precisem desenvolver, considerando as exigências que
enfrentarão no próximo ano de sua escolarização.
Problematização e levantamento de conhecimentos prévios
O levantamento de conhecimentos prévios é uma estratégia aplicada no início dos estudos de
cada capítulo. Há muitas outras situações em que essa estratégia é adequada. Por exemplo, ao
desenvolver outras atividades, como em saídas de campo (estudo do meio), atividades de pesquisa e
atividades práticas. Em uma atividade prática planejada e executada, é possível averiguar o
conhecimento dos estudantes durante todo processo, mesmo antes do seu início, incluindo as
possíveis conclusões estabelecidas. O professor pode, por exemplo, solicitar aos estudantes que
proponham explicações (hipóteses) para um fato ou fenômeno observado e que será testado no
experimento. Outras indagações também podem ser feitas durante os procedimentos, favorecendo a
participação ativa do estudante, ao construir sua narrativa no processo experimental que está
vivenciando, bem como ao associar conhecimentos prévios com ampliação de novos conteúdos
inseridos na atividade. Essa prática possibilitará ao estudante compreender que a construção do
conhecimento é um processo no qual os conceitos prévios serão continuamente modificados,
ampliados, atualizados.
Filmes e vídeos
Neste bimestre propomos a utilização de dois vídeos como apoio ao desenvolvimento do
conteúdo: O mundo envia lixo, eles devolvem música e A Era do Gelo.
O primeiro é um documentário de 85 minutos de duração sobre uma orquestra que utiliza
instrumentos musicais produzidos com material reciclado. É uma proposta que permite aos estudantes
refletir a respeito do uso sustentável dos materiais que são utilizados de modo geral.
O segundo é um filme de animação que aborda a transição do período Paleolítico para o
período Neolítico.
Por serem vídeos longos, o professor deve atentar para a gestão do tempo (tratada na seção
“Gestão da sala de aula”) ao exibi-lo durante a aula. Uma outra opção é sugerir que os estudantes
assistam a esses vídeos em suas residências.
Para provocar uma reflexão interessante e participativa após a observação do vídeo
audiovisual em aula ou na residência do estudante, é importante associar ao material uma atividade
que permita aos estudantes focar nos pontos importantes da narrativa durante a exibição do filme ou
documentário. Para isso, sugerimos elaborar perguntas ou tópicos que atendam a essa função.
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Outra opção é desenvolver uma atividade como uma roda de conversa com a turma para que
os estudantes possam fundamentar suas opiniões a respeito do tema tratado no vídeo. Para isso será
necessário providenciar material para consulta e tempo para que os estudantes possam se posicionar
sobre as questões referentes ao tema.
É possível ter indicações avaliativas sobre o processo de aprendizagem nas situações propostas
acima, solicitando ao estudante a produção de um relatório individual em que ele apresente sua
narrativa com as explicações/conclusões a que chegou ao fim da atividade.
Adicionalmente, as atividades práticas a serem realizadas neste bimestre podem ser
substituídas por vídeos encontrados on-line, caso a infraestrutura local não permita a realização delas
ou sua repetição para diversas turmas.
Leitura e compreensão de texto
Ao fim deste bimestre, é esperado que os estudantes tenham adquirido maior domínio das
competências de leitura. Estas devem ser trabalhadas continuamente pelo professor durante toda a
formação dos estudantes na Educação Básica, estimulando-os para que adquiram uma “cultura de
leitor”. Assim, a atividade de leitura, nessa fase, deve ser atrativa, lúdica e instigante, provocando os
sentidos, permitindo a imaginação e a criatividade, aguçando a curiosidade dos futuros leitores.
O professor pode, ao longo do trabalho, propor leituras em voz alta pelos estudantes,
sobretudo por aqueles que apresentam maior dificuldade. Leituras adicionais de outras fontes podem
ser selecionadas pelo professor e distribuídas aos estudantes, uma vez que a leitura é uma
competência que requer treinamento para o aperfeiçoamento.
Indicamos neste bimestre a leitura de dois artigos que trazem informações que explicam
alguns conceitos trabalhados. O primeiro artigo, Energia pura, indicado no capítulo 12, auxilia a
compreensão do processo de conversões de modalidades de energia que ocorre no nosso organismo.
No capítulo 16, sugerimos a leitura do artigo A química da digestão, que trata das transformações
químicas que os alimentos sofrem em nosso organismo.
O capítulo 15 propõe a leitura de um livro, estratégia que permite ao estudante ler e fazer
pequenas resenhas, possibilitando ao professor verificar se o processo de leitura e interpretação está
ocorrendo de maneira adequada. É interessante que, nesta etapa da aprendizagem, o professor de
Ciências se alie ao professor de Língua Portuguesa para trabalharem conjuntamente eventuais
deficiências de leitura, minimizando-as ao máximo e evitando sua continuidade no ano seguinte.
Discussão e correção das questões propostas no Livro do Estudante
Muitas situações propostas neste bimestre exigem que os estudantes interpretem esquemas,
ilustrações e infográficos relacionados a diferentes temas, e mesmo ao desenvolvimento de atividades
experimentais. É possível que os estudantes demonstrem dificuldades e que considerem complexa a
compreensão desses recursos, principalmente se tiveram pouco ou nenhum contato com essas
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práticas em anos anteriores. Sugerimos que o professor, quando considerar necessário, leia junto e
explique para estudantes com dificuldade o enunciado de um experimento e as etapas do
procedimento necessário para o andamento do experimento.
A participação de estudantes com habilidade para desenhar pode estimular o envolvimento
da turma na reprodução das ilustrações experimentais propostas nos diversos grupos.
Organização e leitura de informações em tabelas e gráficos
As informações conceituais abordadas neste bimestre são repletas de dualidades e
comparações entre conceitos, como é o caso de “mistura homogênea” e “mistura heterogênea”, por
exemplo, e de “substância pura” e “mistura”. A seleção e organização de dados/informações em
tabelas e a construção dos respectivos gráficos são processos eficientes e muito adequados para
desenvolver determinados conteúdos do bimestre em que são discutidos fenômenos físicos e
químicos.
O gráfico proposto no capítulo 12, por exemplo, pode servir como modelo indicativo das
possíveis dificuldades de interpretação apresentadas pelos estudantes. É importante que o professor
esteja atento para a maneira como eles interpretam o gráfico, identificando as dúvidas decorrentes da
elaboração de tabelas e da construção do gráfico. Se necessário, deve-se esclarecer e coordenar a
leitura do gráfico com eles para reforçar o desenvolvimento dessa habilidade. Sugerimos que o
professor adote essa prática em diversos momentos e, inclusive, que complemente as informações
dos capítulos com novos gráficos. Também consideramos importante que o professor provoque o
deslocamento positivo dos estudantes com dificuldades propondo, em atividades teóricas ou práticas,
a análise e seleção de dados, organizando-os em tabelas e posteriormente produzindo gráficos que
expressem corretamente os dados tabelados.
Atividades práticas
Este bimestre apresenta conteúdos de Química e Física que são mais bem compreendidos com
o desenvolvimento de atividades práticas que permitam observar e aplicar os conceitos estudados. A
seguir, indicamos as propostas de atividades práticas nos capítulos do 4º bimestre.
• Capítulo 12 – É proposta a construção de um forno solar no qual o estudante poderá observar a conversão de energia luminosa (radiação solar) em energia térmica (calor). Com essa abordagem, o professor poderá discutir as interconversões que ocorrem entre as modalidades de energia e as aplicações práticas desse processo.
• Capítulo 13 – A atividade prática sobre evaporação da água permite ao estudante a elaboração de hipóteses com base em suas observações. A discussão deve se pautar por questões que abordem quais são os fatores que influenciam a mudança de estado físico da água, bem como uma interpretação adequada das diferenças que podem ser observadas entre os conjuntos A e B propostos na atividade prática. Se necessário, reforce os princípios básicos da metodologia utilizada quando analisamos variáveis que podem interferir nos resultados observados/obtidos em atividades práticas.
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• Capítulo 14 – A atividade sobre identificação de misturas é ideal para pequenos grupos de estudantes, que manipulam diretamente os reagentes, e demanda pouco tempo de realização. Pode-se ainda sugerir aos estudantes que façam uma expansão e classifiquem outras misturas além das propostas, com a supervisão do professor quanto à segurança dos reagentes misturados. É importante também dar muita atenção à questão relativa ao descarte dos materiais utilizados nas atividades práticas. Para isso, utilize exemplos, como o impacto de descartar água com grande quantidade de sal diretamente no solo.
• Capítulo 15 – A atividade prática propõe a realização de um procedimento de destilação simples, sem a necessidade de vidrarias complexas (como o balão de destilação e o condensador) ou de fogo, permitindo aos estudantes a observação desse importante método de separação de misturas, mesmo em locais carentes de equipamentos encontrados em laboratórios de Química. É importante que, durante a realização da atividade, o professor alerte os estudantes de que, embora a água obtida seja pura, ela não é potável devido à ausência de sais. Beber certa quantidade do líquido obtido poderia trazer risco de disenteria a quem o fizesse.
3. Relação entre a prática didático-pedagógica e o
desenvolvimento de habilidades
A narrativa da unidade 3, Matéria e energia, dá o arcabouço inicial para que os estudantes,
que ingressaram no início do ano no Ensino Fundamental – Anos Finais, se apropriem de conteúdos de
Física e Química que ampliarão sua compreensão do mundo ao redor, como alguns conceitos básicos
sobre: energia, substâncias, misturas, transformações químicas e métodos de separação de misturas.
Para tanto, o Livro do Estudante oferece rica experiência teórico-prática com a qual os estudantes
poderão elaborar e discutir hipóteses com base em observação e experimentação, exercendo o
método científico.
O capítulo 12 oferece uma narrativa adequada à compreensão do desenvolvimento
tecnológico da humanidade, relacionando-o ao consumo de energia desde a Pré-História até o mundo
contemporâneo. Evidencia-se a complexidade do conceito de energia, que, apesar de ser de difícil
definição, pode ser constatada, avaliada e mensurada considerando os efeitos que ocorrem nas
interconversões entre as modalidades de energia. Embora não haja ainda uma definição conclusiva
sobre o conceito de energia, pode-se afirmar generalizadamente que a energia está associada à
capacidade de produzir movimento.
Aparelhos que funcionam utilizando determinadas modalidades de energia podem servir
como modelo para evidenciar as interconversões de energia que ocorrem. O professor pode levar
pequenos aparelhos elétricos que demonstrem a transformação da energia elétrica em outras
modalidades. Um ventilador, por exemplo, opera transformando energia elétrica em: energia cinética
(movimento do eixo e das hélices), energia sonora (som da circulação do vento) e energia térmica
(aquecimento do motor do ventilador). Uma luminária, por sua vez, funciona transformado energia
elétrica em energia luminosa e energia térmica. Pode-se ainda utilizar o tema para a retomada de
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conteúdo dos bimestres anteriores, como o de cadeia alimentar, que aborda a transferência de
energia. Já aparatos didáticos de característica lúdica, como o jogo sugerido Economizando energia
com Rex, podem ensejar uma discussão sobre economia de energia.
O capítulo 13 apresenta uma narrativa histórica da humanidade sob o aspecto do uso de uma
diversidade de materiais. Essa abordagem pode ser aproveitada para que se realizem projetos
integradores com a disciplina de História. O foco científico do capítulo se dá, num primeiro momento,
na maneira de obtenção e composição de diferentes materiais para usos específicos em determinado
período histórico, como a fundição e formação de liga metálica com diferentes metais retirados de
minérios extraídos da natureza. O professor pode buscar apoiar-se em vídeos que mostrem esses
processos na produção de equipamentos e utensílios por fábricas siderúrgicas, por exemplo.
Além disso, o capítulo aborda os estados físicos – sólido, líquido e gasoso – resultantes de
diferentes organizações de partículas (o que precederá os conceitos de átomo e molécula a serem
desenvolvidos em anos posteriores), bem como a transição entre esses estados. O Livro do Estudante
oferece um diagrama, na forma de um mapa conceitual, que representa as mudanças de estado físico
da água. Como apoio, o professor pode mostrar, por exemplo, a fusão de um cubo de gelo. Para
evidenciar o processo de sublimação, pode valer-se de gelo seco em temperatura ambiente. (O gelo
seco é obtido comercialmente em sorveterias, no entanto, seria interessante usá-lo apenas como
demonstração. Não sugerimos o manuseio de gelo seco pelos estudantes. O uso de naftalina como
exemplo não é recomendado devido a sua toxicidade.)
Dando continuidade à observação da matéria, o capítulo 14 aborda a composição e as
características de diferentes materiais. O capítulo é rico em informações experimentais e aplicação dos
conceitos trabalhados. Essa contextualização será muito produtiva se o professor se valer dos
exemplos de maneira prática ao conduzir a aula, inclusive, selecionando alguns para demonstrá-los
aos estudantes, tomando o cuidado, ao fazer essa seleção, de não utilizar elementos que
comprometam a segurança dos estudantes. Adicionalmente, ao trabalhar a atividade prática, o
professor pode complementar a observação por meio de microscópios, se dispuser desse recurso, para
que os estudantes observem as misturas indicadas utilizando o aparelho. Nesse caso, também
sugerimos a observação do leite, por serem misturas heterogêneas.
Uma vez compreendidas as características das misturas, o capítulo 15 terá importante caráter
procedimental a respeito dos métodos de separação de misturas. Alguns deles podem utilizar
elementos simples e ser demonstrados durante a aula, para contextualizar de maneira prática os
conceitos trabalhados enquanto são desenvolvidos teoricamente. No entanto, há métodos que
dependem de aparato laboratorial e/ou que não são recomendados por apresentarem riscos à
segurança dos estudantes, como é o caso dos métodos usuais para a separação de dois líquidos em
uma mistura homogênea. Se o professor dispuser de aparato laboratorial para realizar os
procedimentos de separação listados no capítulo, sugerimos que demonstre e utilize em aula aqueles
que oferecem risco aos estudantes. Mas, mesmo que não seja possível demonstrar ou permitir que os
estudantes realizem algumas separações de misturas, o livro oferece rico conteúdo ilustrado sobre os
métodos a fim de prover essa contextualização. Sugerimos que o professor descreva cuidadosamente
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as imagens de acordo com o procedimento de separação indicado. Para expandir ainda mais essa
contextualização, vídeos que demonstram os métodos de separação podem ser facilmente
encontrados na internet e exibidos aos estudantes. Como mencionado na seção “Atividades
recorrentes na sala de aula”, o capítulo disponibiliza um método simples para a realização do
procedimento de destilação, com o qual os estudantes facilmente observarão o fenômeno,
dependendo muito pouco de vidraria laboratorial especializada.
Por fim, o capítulo 16 conclui o ano letivo abordando as transformações às quais a matéria
pode se submeter. Para facilitar a compreensão das transformações físicas, oferecemos uma tabela
ilustrativa que as contextualiza com exemplos práticos de mudanças na matéria submetida a esse tipo
de transformação. O capítulo 13 deu ênfase às mudanças de estado físico e pode ser retomado
brevemente como revisão e para fornecer mais exemplos e contexto. É importante que o professor,
sempre que possível, interconecte os conteúdos ensinados, mostrando ao estudante a coesão entre
conceitos de diferentes ciências que contribuem com o currículo disciplinar de Ciências na Educação
Básica. Quanto às transformações químicas, o professor pode se valer de exemplos simples e
cotidianos para desenvolver as habilidades associadas ao conteúdo. O capítulo oferece uma riqueza
de exemplos de contextualização para esse fim e, quando possível, o professor pode demonstrá-los
em aula ou mesmo solicitar que os estudantes passem a reparar nesses exemplos fora da classe, como
em suas próprias residências. Por exemplo, a mistura de ingredientes para assar um bolo ou a mistura
de bicarbonato de sódio com uma solução aquosa diluída de ácido acético (como o vinagre). No
entanto, alerte-os de que muitas transformações químicas, se forem reproduzidas, podem trazer riscos
a sua segurança e, portanto, antes de realizá-las, devem conversar com um adulto responsável e contar
com seu auxílio e sua supervisão. Outro assunto importante de ser discutido é o impacto da indústria
química, sob as abordagens apresentadas no Livro do Estudante: a produção de medicamentos,
essenciais para o homem moderno, e a produção de agroquímicos, que podem ser causadores de
grandes impactos ambientais.
4. Gestão da sala de aula
Gestão de conflitos (relações interpessoais)
O último bimestre do 6º ano é um momento em que os estudantes demonstram grande
preocupação quanto ao seu desempenho, por estarem próximos das avaliações finais do ano letivo. É
natural que diante dessas tensões eles exibam uma faceta mais competitiva do que o natural ou sintam
necessidade de demonstrar participação, caso ela esteja sendo utilizada (e sugerimos que seja) como
critério de avaliação. Para minimizar esses conflitos, o professor pode oferecer oportunidades para
que os estudantes sejam avaliados de formas mais abrangentes, como as que são sugeridas neste
Plano de desenvolvimento.
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Sugerimos também que o professor realize ao final do bimestre uma atividade aberta com os
estudantes, na forma de roda de conversa, a respeito de todos os conflitos superados ao longo do ano.
Os estudantes poderão elencar aquilo em que melhoraram e no que precisam melhorar, fornecendo
ainda um bom prognóstico sobre como serão as turmas de 7º ano, que poderá ser utilizado pelo(s)
professor(es) responsável(eis) pela turma no ano seguinte. Após essa discussão, pode-se solicitar ainda
aos estudantes que produzam um breve relatório discorrendo sobre os principais temas tratados na
atividade aberta, e que façam uma avaliação do próprio desempenho ao longo do ano. Sugerimos que,
se dispuser de tempo, utilize essa produção para dar orientação e encaminhamento ao estudante
quanto a seus estudos e participação efetiva no próximo ano letivo.
Gestão do tempo
Embora este bimestre seja muito rico em conteúdos experimentais e atividades práticas, a
execução dessas atividades requer cuidadoso planejamento do professor, uma vez que algumas
atividades poderão ter efeito dispersivo nos estudantes. O professor deve colocar no quadro metas a
serem cumpridas e o tempo estimado para a realização das etapas, prosseguindo com a aula quando
o prazo dado for concluído. Isso desafia os estudantes a serem eficientes no uso do tempo.
É importante também recordar que, por este ser o último bimestre do ano letivo, o professor
não terá à disposição aulas de um bimestre seguinte para ministrar eventual conteúdo não trabalhado
ou realizar a correção comentada de provas. Portanto, sugerimos que se faça um rigoroso cronograma,
antes do início do bimestre, a ser cumprido dentro dos dois próximos meses, dedicando as últimas
aulas à finalização dos objetivos traçados nesse planejamento.
Gestão do espaço
O conteúdo do bimestre, dentro da disponibilidade da escola, terá grande benefício se
realizado em um laboratório de Química. Nesse ambiente, o professor deve cuidar para que haja o
correto armazenamento dos reagentes e vidrarias, bem como atentar para a localização de itens de
segurança (como extintores de incêndio e kit de primeiros socorros). Caso os estudantes realizem eles
mesmos as atividades práticas, as instruções devem ser antecipadamente explicitadas e,
preferencialmente, transcritas no quadro. Trata-se de um ambiente propenso a despertar a
curiosidade dos estudantes, algo muito positivo de se explorar nas atividades. No entanto, o professor
deve fazer uma rigorosa supervisão para evitar que os estudantes firam regras de segurança, uma vez
que o ambiente pode oferecer riscos.
Para os casos em que não haja um laboratório de Química na escola, tivemos a preocupação
de sugerir atividades práticas exequíveis com materiais simples e de fácil aquisição e montagem,
considerando a faixa etária dos estudantes. No entanto, é necessário um planejamento prévio e
preparo maior para a realização dessas atividades práticas na sala de aula. Inclusive, devem-se
considerar possíveis riscos na dinâmica da realização dessas atividades com os estudantes. Por
exemplo: a realização de determinada atividade com os materiais apoiados nas carteiras ou no chão
produz algum risco em sua execução? Se sim, como posso minimizar esse risco?
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Sugerimos que as atividades práticas sejam realizadas com a turma dividida em pequenos
grupos, de maneira a desenvolver o auxílio mútuo e a livre discussão entre pares durante a dinâmica,
atentando-se sempre para possíveis riscos à segurança.
5. Acompanhamento da aprendizagem dos estudantes
O último bimestre do 6º ano é crucial quanto à avaliação, uma vez que será a etapa final do
ano letivo, em que os estudantes terão a oportunidade de demonstrar se houve (ou não) evolução no
desempenho de cada um, concretizada neste bimestre. O professor deve fazer o balanço adequado
entre o oferecimento de diversas oportunidades de avaliação, permitindo que o estudante seja
avaliado de maneira global, em vez de inserir um peso maior para o último bimestre. A seguir,
recomendamos algumas práticas de avaliação que podem contribuir para alcançar esse equilíbrio.
Provas práticas
O professor tem à disposição vários processos de avaliação, não somente “provas teóricas”.
Como exemplo, pode exibir substâncias e misturas aos estudantes, que, convocados um a um,
classificarão essas substâncias. Pode-se ainda realizar avaliações em grupo, propondo que os
estudantes, conjuntamente, discutam e deem soluções (e eventualmente demonstrem) a alguns
temas atrelados ao bimestre, como processos de separação de misturas. As provas práticas têm como
vantagem a possibilidade de correção instantânea, além de serem menos exaustivas ao estudante, que
pode respondê-las mais informalmente. Como o estudante não receberá um documento corrigido
depois, é importante que o professor realize com toda a turma, após a avaliação, a discussão das
soluções esperadas, esclarecendo possíveis dúvidas.
Relatórios de atividades práticas
O volume de atividades práticas propostas ao longo do bimestre permite ao professor a
solicitação de relatórios para cada atividade. O formato pode ser variável, a critério do professor,
dependendo do formato e dos objetivos da atividade prática, mas sugere-se que os estudantes façam
uma breve introdução, descrevendo a proposta da atividade prática, seguida da descrição
metodológica e, por fim, de uma conclusão fundamentada nos resultados obtidos na atividade prática.
Ao estabelecer critérios para avaliação geral do relatório, o professor não deve deixar de incluir a
“adequação” da linguagem científica utilizada. Unidades de medida, por exemplo, devem estar
corretamente colocadas ao lado de seus numeradores. Ao final, se considerar necessário, o professor
pode oferecer à turma um “modelo de relatório” elaborado por ele.
Resolução de questões na classe e na residência do estudante
Questões contidas no Livro do Estudante, ou outras a serem desenvolvidas pelo professor,
podem indicar como está ocorrendo o processo de aprendizagem. É importante que o professor
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identifique nas correções efetuadas como estão se desenvolvendo a linguagem escrita e a adequação
das respostas. Dessa maneira, pode sanar as dificuldades antes de um momento final de avaliação de
maior peso (como uma prova). Questões nas quais os estudantes apresentaram pior desempenho
podem ser reformuladas e substituídas por outras relativas aos temas trabalhados com novo enfoque,
tornando-as mais compreensíveis. Por exemplo, uma pergunta direta como “Descreva o processo de
vaporização” pode ser trocada por “Explique como é possível obter sal de cozinha da água do mar”,
questão que estaria associada a uma atividade prática realizada pelo estudante.
Preparação de tabelas e gráficos
As tabelas e gráficos são formas muito importantes de se apresentarem dados e resultados
nos mais variados setores, sejam eles econômicos, sociais, técnicos, científicos, etc. Portanto,
habilidades e competências relacionadas à seleção de dados, organização de tabelas e interpretação
de gráficos devem ser continuamente instigadas na disciplina de Ciências.
O conteúdo explorado no 6º ano oferece muitas oportunidades para a utilização desses
recursos. Os dois primeiros capítulos, por exemplo, apresentam uma abordagem histórica da evolução
humana quanto ao uso de energia e de diferentes materiais, bem como suas inovações tecnológicas.
Os estudantes podem, por exemplo, pesquisar, selecionar e organizar dados a fim de elaborar gráficos
que apresentem, em escala temporal, o desenvolvimento tecnológico e o uso de recursos energéticos,
complementando informações tratadas no Livro do Estudante, como no gráfico modelo Estágios de
desenvolvimento e consumo de energia, do capítulo 12. Esses gráficos podem ser enriquecidos com
ilustrações referentes a esses aspectos do desenvolvimento humano e, inclusive, desenvolver nos
estudantes habilidades para a produção de infográficos.
A diversidade de características da matéria (por exemplo, os estados físicos) ou de
procedimentos e processos (por exemplo, métodos de separação de mistura e mudanças de estado
físico) permite a construção de tabelas pelos estudantes que podem ser avaliadas não apenas pelos
conteúdos indicados, mas também pela clareza e organização no tratamento dessas informações.
Avaliação-síntese anual
O professor poderá realizar uma avaliação final quanto à evolução do estudante ao longo do
ano. Embora os conteúdos dos primeiros bimestres sejam igualmente relevantes, é importante que o
professor pontue o aprimoramento que os estudantes conseguiram ter ao longo do ano, uma vez que
esse processo requer grande esforço deles. O professor pode ainda avaliar a consolidação de
conhecimento em uma discussão com os estudantes, revendo os principais conceitos-chave
aprendidos ao longo do ano.
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6. Fontes de pesquisa para uso em sala de aula ou para
apresentar aos estudantes
Há diversas fontes de pesquisa confiáveis que podem ser utilizadas para trabalhar conteúdos
de Ciências com os estudantes de Ensino Fundamental – Anos Finais. Veja a seguir algumas indicações.
• Ciência Hoje das Crianças: <http://chc.org.br/> (acesso em: 21 set. 2018).
Este site apresenta inúmeras matérias relacionadas ao tema Ciências em linguagem apropriada
para crianças. Indicado para produzir atividades de investigação, leitura e pesquisa.
• Portal do Grupo de Pesquisa em Educação Química, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQUSP): <http://gepeqiqusp.wixsite.com/gepeq> (acesso em: 21 set. 2018).
Site do Grupo de Pesquisa em Educação Química, que apresenta diversos recursos para o
auxílio no ensino e aprendizagem de Química, como Laboratório Aberto, que permite acesso à escolas
mediante agendamento, cursos, experimentos, etc.
• Portal do Ministério de Minas e Energia: <www.mme.gov.br/> (acesso em: 21 set. 2018).
Site do Ministério de Minas e Energia, com diversas informações a respeito de atividades
ligadas aos recursos energéticos e minerais do Brasil.
• Portal eFísica, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (Ifusp): <https://efisica.atp.usp.br/home/> (acesso em: 21 set. 2018).
O site traz diversos recursos para o ensino e aprendizagem de Física para Ensino Fundamental,
Ensino Médio e Ensino Superior.
• Show de Física, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP): <http://web.if.usp.br/showdefisica/> (acesso em: 21 set. 2018).
O site traz diversas informações sobre o Show de Física, que realiza diversas demonstrações
interativas de fenômenos e processos que contribuem no ensino e aprendizagem de Física.
7. Projeto integrador
Descarte inadequado de medicamentos
Tema O descarte inadequado de medicamentos.
Problema central enfrentado Os riscos ambientais e as ameaças à saúde humana causados pelo descarte inadequado de medicamentos.
Produto final Mostra na escola com apresentações voltadas à comunidade.
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Justificativa
O consumo indiscriminado de medicamentos causa preocupação nas autoridades brasileiras e
nos especialistas da área farmacêutica. No Brasil, existe uma farmácia (ou drogaria) para cada 3 300
habitantes, e o país está entre os dez que mais consomem medicamentos no mundo, segundo dados
do Conselho Federal de Farmácia (Disponível em:
<www.conselho.saude.gov.br/ultimas_noticias/2005/medicamentos.htm>. Acesso em: 27 set. 2018).
O artigo publicado pelo Conselho Federal de Farmácia causa preocupação quanto ao destino
dado aos remédios que são descartados diretamente no ambiente. Uma parcela da população
brasileira não tem acesso à informação sobre o descarte adequado de medicamentos. O hábito de
descartar em lixo domiciliar ou na rede de esgotos é bastante comum e pode ocasionar, por exemplo,
contaminação do solo e das águas de rios, lagos, mares e águas subterrâneas. Isso ocorre porque os
medicamentos contêm substâncias que, aumentadas suas concentrações no ambiente terrestre e
aquático, tornam-se nocivas aos seres humanos e a outros animais.
Portanto, é importante desenvolver uma atividade escolar integrada para conscientizar os
estudantes, suas famílias e demais membros da comunidade escolar a respeito das consequências do
descarte inadequado de medicamentos.
Competências gerais desenvolvidas
• 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
• 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
• 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
• 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
• 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
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Ciências – 6º ano
4º bimestre – Plano de desenvolvimento
Objetivos
• Pesquisar sobre as consequências causadas pelo descarte inadequado de medicamentos no ambiente.
• Realizar entrevistas com a comunidade escolar, registrar e analisar os dados coletados.
• Investigar os hábitos de pessoas da comunidade escolar relacionados ao descarte de medicamentos.
• Produzir apresentações que sintetizem as informações pesquisadas.
• Conscientizar a comunidade escolar acerca dos riscos do descarte inadequado de medicamentos e indicar o destino adequado para esse resíduo.
Habilidades em foco
Componente curricular
Objeto de conhecimento Habilidade
Ciências Materiais sintéticos
Transformações químicas
(EF06CI04) Associar a produção de medicamentos e outros materiais sintéticos ao desenvolvimento científico e tecnológico, reconhecendo benefícios e avaliando impactos socioambientais.
Língua Portuguesa
Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição
(EF67LP21) Divulgar resultados de pesquisas por meio de apresentações orais, painéis, artigos de divulgação científica, verbetes de enciclopédia, podcasts científicos etc.
Planejamento e produção de entrevistas orais
(EF67LP14) Definir o contexto de produção da entrevista (objetivos, o que se pretende conseguir, por que aquele entrevistado etc.), levantar informações sobre o entrevistado e sobre o acontecimento ou tema em questão, preparar o roteiro de perguntar e realizar entrevista oral com envolvidos ou especialistas relacionados com o fato noticiado ou com o tema em pauta, usando roteiro previamente elaborado e formulando outras perguntas a partir das respostas dadas e, quando for o caso, selecionar partes, transcrever e proceder a uma edição escrita do texto, adequando-o a seu contexto de publicação, à construção composicional do gênero e garantindo a relevância das informações mantidas e a continuidade temática.
Matemática
Coleta de dados, organização e registro
Construção de diferentes tipos de gráficos para representá-los e interpretação das informações
(EF06MA33) Planejar e coletar dados de pesquisa referente a práticas sociais escolhidas pelos alunos e fazer uso de planilhas eletrônicas para registro, representação e interpretação das informações, em tabelas, vários tipos de gráficos e texto.
Duração
Cerca de dois meses, dependendo do tempo de preparação e desenvolvimento das atividades
no decorrer das semanas.
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4º bimestre – Plano de desenvolvimento
Material necessário
• Projetor multimídia (se disponível)
• Computador com o programa LibreOffice instalado (se disponível)
• Materiais escolares básicos (folhas, cadernos, lápis, canetas, cartolina, cola, entre outros)
• Materiais de pesquisa bibliográficos e/ou digitais
Perfil do professor coordenador do projeto
Todas as atividades deverão ser coordenadas pelo professor de Ciências e acompanhadas, em
momentos combinados previamente, pelos professores dos componentes curriculares relacionados
aos objetos de conhecimento e às habilidades previstas no projeto − no caso, os professores de Língua
Portuguesa e de Matemática.
O professor coordenador deve incentivar a pesquisa, a reflexão crítica e a discussão. Deve
compreender o papel social da escola para a comunidade escolar e seu entorno, incentivando e
promovendo as articulações e as relações entre a comunidade e os estudantes, estimulando uma
convivência solidária e respeitosa com a intenção de proporcionar melhorias para os envolvidos.
Precisa ter liderança, propondo a organização dos trabalhos e incentivando a solução de problemas
por meio do senso crítico dos estudantes, promovendo assim responsabilidade e autonomia.
O coordenador planejará e organizará o cronograma envolvendo todas as etapas da execução
do projeto. Deve prever possíveis encontros dos estudantes dos diversos grupos para que troquem
informações e programem a sequência dos trabalhos, disponibilizando para isso um tempo de suas
aulas e solicitando que os outros professores envolvidos no projeto façam o mesmo. Também deve
organizar os momentos das atividades que serão desenvolvidas dentro e fora do espaço escolar.
Desenvolvimento
Etapa 1 – Apresentação do projeto e delimitação do problema
O projeto integrador deve ser proposto à turma e pode ser inicialmente apresentado por meio
do levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes. Para isso, podem ser feitas questões
disparadoras com o intuito de introduzir o assunto, estimulando o envolvimento dos estudantes.
Algumas perguntas que podem ser feitas são: Vocês já tomaram ou costumam tomar algum
medicamento? Qual? Lembra-se de por que precisou tomá-lo?; Como os medicamentos ficam
armazenados em sua casa?; Você sabia que os medicamentos têm data de validade?; O que é feito
com os medicamentos que sobraram ou que estão vencidos, ou seja, que ultrapassaram o prazo de
validade?.
Aproveite as colocações dos estudantes para verificar os hábitos de uso e de descarte de
medicamentos. Anote essas percepções a fim de retomá-las nas etapas do projeto.
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Em seguida, deve-se apresentar a proposta do projeto em linhas gerais, propondo aos
estudantes uma investigação sobre o tema.
Etapa 2 – Investigação do hábito de descarte de medicamentos
Orientados pelos professores de Língua Portuguesa e Matemática, os estudantes,
individualmente, devem realizar entrevistas com familiares adultos sobre os hábitos de descarte de
medicamentos em sua residência. A participação dos professores de Língua Portuguesa e de
Matemática é muito importante nesse momento, para garantir que as perguntas estipuladas tenham
redação clara e coerente e permitam dar tratamento qualitativo e quantitativo aos dados obtidos por
meio da pesquisa proposta.
Os objetivos da entrevista são:
• identificar as formas de descarte de medicamentos mais comuns;
• saber se a comunidade escolar conhece os riscos do descarte inadequado de medicamentos.
Os estudantes devem ser preparados para essa atividade. Para isso, eles devem elaborar um
roteiro de entrevista estruturada. Nessa modalidade, o entrevistador tem perguntas previamente
estabelecidas com algumas possibilidades de respostas. Isso facilita a organização e tabulação dos
dados coletados. Os estudantes deverão tomar nota de informações como: nome, idade do
entrevistado, localidade, etc.
A seguir, sugerimos algumas perguntas e respostas:
1. Onde você descarta medicamentos vencidos?
a) Lixo comum.
b) Farmácias.
c) Postos de saúde e hospitais.
d) Esgoto doméstico (pia e vaso sanitário).
e) Outros. Especificar: _________.
2. Os medicamentos podem oferecer riscos às pessoas?
a) Sim.
b) Não.
c) Para respostas positivas, indique os riscos: ____________________.
3. Os medicamentos podem oferecer riscos ao ambiente?
a) Sim.
b) Não.
c) Para respostas positivas, indique os riscos: ____________________.
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4. Você conhece locais onde se recolhem medicamentos no bairro em que reside?
a) Sim.
b) Não.
c) Para respostas positivas, indique o nome do local: ____________________.
As entrevistas efetuadas devem ser registradas no caderno. Os resultados da pesquisa de toda
a turma devem ser reunidos e posteriormente tabulados.
Como sugestão, os dados coletados deverão ser registrados em uma planilha eletrônica,
utilizando o LibreOffice, disponível em: <https://pt-br.libreoffice.org> (acesso em: 25 set. 2018). Os
estudantes devem elaborar gráficos que serão analisados pela turma.
Os estudantes devem refletir sobre o tipo de gráfico mais adequado para representar os
resultados da pesquisa. Podem ser usados gráficos de colunas ou setores, mais fáceis de ser
interpretados pelos observadores (estudantes e comunidade).
Se não for possível o uso de computadores e de programas que realizem essas funções, podem
ser feitas tabelas e gráficos no caderno e/ou no quadro de giz sob a supervisão do professor de
Matemática.
Etapa 3 – Pesquisa sobre o descarte de medicamentos
Após a elaboração dos gráficos e análise dos dados, os estudantes devem escrever um texto
com os principais resultados da pesquisa. A produção do texto deve ter a supervisão do professor de
Língua Portuguesa. Em paralelo, o professor de Ciências dará continuidade às discussões em grupo.
A partir dessa etapa, forme grupos com quatro a cinco componentes cada um.
Como roteiro para a produção do texto, proponha inicialmente aos grupos de trabalho uma
atividade de pesquisa que responda às seguintes questões.
• Quais são os riscos ambientais do descarte de medicamento no lixo comum ou no esgoto?
• De que forma o descarte de medicamentos em locais inadequados pode afetar a saúde dos seres humanos?
• Quais são as maneiras adequadas de descarte de medicamentos?
• Há locais de descarte de medicamentos no bairro ou na cidade onde moram?
O professor de Ciências deve indicar, para a pesquisa bibliográfica: livros, revistas
especializadas, jornais, etc. Se dispuser de recursos digitais, também é possível sugerir sites que
apresentem conteúdo confiável, como páginas de instituições de ensino. Nesse processo, o professor
deve orientar os estudantes sobre como buscar informações em fontes confiáveis. Para esta atividade,
é importante o professor também verificar a melhor opção para o desenvolvimento dessa atividade –
dentro ou fora da escola – considerando os recursos disponíveis.
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Após a pesquisa, deve ser realizada uma roda de conversa, possibilitando que a turma toda
compartilhe as informações reunidas por cada grupo. Essa etapa é importante para que os estudantes
discutam e tirem as dúvidas. Os esclarecimentos devem ser feitos conforme a necessidade.
Esta etapa pode durar algumas semanas, pois nesse período deve ocorrer a produção final do
texto, para que, na etapa 4, os estudantes façam a divisão adequada de tarefas e escolham a melhor
forma de apresentarem todo o trabalho realizado e sintetizado pelos grupos.
Durante o projeto, deverá haver momentos de encontro e diálogo, reunindo os grupos de
estudantes com os professores envolvidos no projeto para as correções e os ajustes necessários, além
da programação das apresentações. Caberá ao professor de Língua Portuguesa revisar, corrigir e
estimular a reescrita do texto, quando necessário. Ao professor de Matemática caberá a
verificação/correção e organização das tabelas e dos gráficos, sugerindo, se preciso, a melhor forma
de apresentação para a comunidade no espaço escolar, no dia marcado para a exposição.
Com a pesquisa, espera-se que os estudantes concluam que o descarte incorreto de
medicamentos pode causar sérias consequências ao ambiente.
Etapa 4 – Apresentação da pesquisa para a comunidade
O objetivo dessa atividade é divulgar para a comunidade o conhecimento desenvolvido pelos
estudantes. Sugerimos que os estudantes e professores envolvidos com os projetos se reúnam para
montar uma “Mostra Cultural na escola” com base nas apresentações criadas para apresentação aos
colegas.
Os estudantes podem produzir cartazes e painéis com os resultados obtidos nas entrevistas e
as informações pesquisadas. Podem também elaborar slides e apresentá-los em projetores multimídia.
Nesse momento é necessário avaliar a possibilidade de oferecer à comunidade os formatos de
apresentação desenvolvidos e fazer os ajustes necessários. Também é preciso viabilizar esse
oferecimento junto à direção da escola, com relação ao espaço e aos recursos escolares já utilizados
na etapa de apresentação aos colegas.
Uma possibilidade é disponibilizar salas de aula da escola em dia e horário que não apresentem
atividades regulares. Cada sala será utilizada para uma apresentação. E as apresentações ocorrerão
em horários específicos, a fim de permitir que os visitantes consigam assistir a todas as apresentações.
Proposta de avaliação das aprendizagens
Para fazer a avaliação das aprendizagens do projeto, deve-se considerar todas as etapas ao
longo de todo o processo, do planejamento ao desenvolvimento e encerramento.
Inicialmente, devem ser avaliadas como ocorreram as interações entre os estudantes, levando-
se em consideração a colaboração entre eles e a capacidade de resolução dos problemas práticos que
surgiram durante o desenvolvimento das atividades.
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4º bimestre – Plano de desenvolvimento
Em seguida, deve-se avaliar a participação dos estudantes tanto nas atividades de
conhecimentos prévios como nas reuniões que planejaram e desenvolveram em todas as etapas, para
selecionar, organizar e formatar os textos finais e a forma de apresentação aos colegas e
posteriormente à comunidade. É importante analisar juntamente com o professor de Língua
Portuguesa a fundamentação escrita do estudante perante à sua fundamentação oral, no
desenvolvimento do roteiro para a entrevista, na coleta e análise de dados (a partir dos textos
elaborados individualmente por eles) e no desenvolvimento e apresentação a partir da atividade de
pesquisa.
É preciso que o professor de Matemática também se manifeste sobre a interpretação de
tabelas e gráficos feitos pelos estudantes e sua coerência com o texto elaborado por eles.
Como um dos objetivos é que a comunidade participe da reflexão sobre o descarte correto de
medicamentos, uma possibilidade é fazer com que os visitantes deixem seus pareceres a respeito do
projeto realizado pelos estudantes sinalizando os pontos positivos e negativos, assim como a sua
importância para o desenvolvimento sustentável.
Propor uma autoavaliação final também é uma ótima alternativa para que reflitam sobre suas
produções, posturas e condutas durante as atividades.
Para saber mais – aprofundamento para o professor
CHAVES, Antonio Marcos Maia. Descarte de medicamentos e seus impactos
socioambientais. 2014. 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Farmácia) -
Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa (PB), 2014.
Disponível em:
<https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/595/1/AMMC22072014.pdf
> (acesso em: 23 set. 2018).
COMISSÃO de Meio Ambiente analisa regras para descarte de medicamentos. Senado
Notícias. Disponível em:
<www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/04/24/comissao-de-meio-ambiente-
analisa-regras-para-descarte-de-medicamentos> (acesso: 23 set. 2018).
Comunicação oral: gênero entrevista. Disponível:
<https://novaescola.org.br/conteudo/3950/comunicacao-oral-genero-entrevista>
(acesso em: 23 set. 2018).
DESCARTE incorreto de medicamentos pode causar danos à saúde e ao meio
ambiente. Portal saneamento básico. Disponível em:
<www.saneamentobasico.com.br/descarte-incorreto-de-medicamentos> (acesso: 23
set. 2018).
Material Digital do Professor
Ciências – 6º ano
4º bimestre – Plano de desenvolvimento
IPEA. Diagnóstico dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde. Brasília, 2012. 60 p.
Disponível em:
<http://ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/120806_relatori
o_residuos_solidos.pdf> (acesso: 23 set. 2018).
SILVA, Bruna Rodrigues da. Descarte residencial de medicamentos e sensibilização
sobre impacto ambiental dos acadêmicos de biologia. 2015. 33 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Licenciatura em Ciências Biológicas) – Centro de Saúde e
Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Patos (PB), 2015.
Disponível em:
<www.cstr.ufcg.edu.br/grad_cienc_bio/tcc_14_2/6_bruna_rodrigues_da_silva.pdf>
(acesso: 23 set. 2018).