4 – acessibilidade a edificações€¦ · desenho arquitetônico data:out/2017 fl. 49 4 –...

14
Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 49 4 – Acessibilidade a Edificações 4.1 Introdução A norma brasileira NBR 9050 (2004) fixa critérios exigíveis para o projeto e detalhamento de espaços físicos destinados a portadores de necessidades especiais. Segundo a NBR 9050 (2004) “todos os espaços, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos que vierem a ser projetados, construídos, montados ou implantados, bem como as reformas e ampliações de edificações e equipamentos urbanos, devem atender ao disposto nesta Norma para serem considerados acessíveis.” Seguem abaixo outras colocações da referida norma: “Edificações e equipamentos urbanos que venham a ser reformados devem ser tornados acessíveis.” “Em reformas parciais, a parte reformada deve ser tornada acessível.” “As edificações residenciais multifamiliares, condomínios e conjuntos habitacionais devem ser acessíveis em suas áreas de uso comum, sendo facultativa a aplicação do disposto nesta Norma em edificações unifamiliares. As unidades autônomas acessíveis devem ser localizadas em rota acessível.” As entradas e áreas de serviço ou de acesso restrito, tais como casas de máquinas, barriletes, passagem de uso técnico etc., não necessitam ser acessíveis.” 4.2 Pessoas em Pé A Figura 4.1 apresenta as dimensões físicas mínimas a serem consideradas para pessoas se deslocando em pé com ou sem o uso de algum equipamento de auxílio de deslocamento (órtese).

Upload: dodieu

Post on 16-Apr-2018

215 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 49

4 – Acessibilidade a Edificações

4.1 Introdução

A norma brasileira NBR 9050 (2004) fixa critérios exigíveis para o projeto e detalhamento

de espaços físicos destinados a portadores de necessidades especiais.

Segundo a NBR 9050 (2004) “todos os espaços, edificações, mobiliário e equipamentos

urbanos que vierem a ser projetados, construídos, montados ou implantados, bem como as

reformas e ampliações de edificações e equipamentos urbanos, devem atender ao disposto

nesta Norma para serem considerados acessíveis.”

Seguem abaixo outras colocações da referida norma:

“Edificações e equipamentos urbanos que venham a ser reformados devem ser tornados

acessíveis.”

“Em reformas parciais, a parte reformada deve ser tornada acessível.”

“As edificações residenciais multifamiliares, condomínios e conjuntos habitacionais devem

ser acessíveis em suas áreas de uso comum, sendo facultativa a aplicação do disposto

nesta Norma em edificações unifamiliares. As unidades autônomas acessíveis devem ser

localizadas em rota acessível.”

As entradas e áreas de serviço ou de acesso restrito, tais como casas de máquinas,

barriletes, passagem de uso técnico etc., não necessitam ser acessíveis.”

4.2 Pessoas em Pé

A Figura 4.1 apresenta as dimensões físicas mínimas a serem consideradas para pessoas

se deslocando em pé com ou sem o uso de algum equipamento de auxílio de deslocamento

(órtese).

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 50

Figura 4.1 – Dimensões de referência para pessoas se deslocando em pé (NBR 9050, 2004)

4.3 Pessoas em Cadeira de Rodas

Neste caso várias dimensões mínimas devem ser levadas em consideração tomando-se o

caso de deslocamentos em linha reta (Figura 4.2), transposição de obstáculos (Figura 4.3),

área de manobra sem deslocamento (Figura 4.4) e área de manobra com deslocamento

(Figura 4.5).

Figura 4.2 – Dimensões de referência para cadeiras de rodas em linha reta (NBR 9050, 2004)

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 51

Figura 4.3 – Dimensões de referência para transposição de obstáculos (NBR 9050, 2004)

Figura 4.4 – Dimensões de referência para áreas de manobra sem deslocamento (NBR 9050, 2004)

Figura 4.5 – Dimensões de referência para áreas de manobra com deslocamento (NBR 9050, 2004)

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 52

Segundo a NBR 9050 (2004) “objetos tais como corrimãos e barras de apoio, entre outros,

devem ter seção circular com diâmetro entre 3,0 cm e 4,5 cm e devem estar afastados no

mínimo 4,0 cm da parede ou outro obstáculo”. A Figura 4.6 ilustra esta situação.

Figura 4.6 – Dimensões de referência para corrimãos (NBR 9050, 2004)

4.4 Simbologia e Sinalizações

Segundo a NBR 9050 (2004) os símbolos são “representações gráficas que, através de

uma figura ou de uma forma convencionada, estabelecem a analogia entre o objeto ou a

informação e sua representação. Todos os símbolos podem ser associados a uma

sinalização direcional.”

A Figura 4.7 ilustra os símbolos internacionais de acessibilidade que podem ser usados em

edificações. Existe a obrigatoriedade da orientação à direita dos símbolos.

Figura 4.7 – Símbolos internacionais de acessibilidade (NBR 9050, 2004)

Esta sinalização, segundo a norma, deve ser usada nos seguintes locais quando

acessíveis, ou seja, salvo as recomendações facultativas para as áreas de acesso restrito

(casa de máquinas, barriletes, dentre outros).

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 53

a) entradas;

b) áreas e vagas de estacionamento de veículos;

c) áreas acessíveis de embarque/desembarque;

d) sanitários;

e) áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio, saídas de emergência;

f) áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas;

g) equipamentos exclusivos para o uso de pessoas portadoras de deficiência.

“Nas portas deve haver informação visual (número da sala, função etc.) ocupando área

entre 1,40 m e 1,60 m do piso, localizada no centro da porta ou na parede adjacente,

ocupando área a uma distância do batente entre 15 cm e 45 cm. A sinalização tátil (em

Braille ou texto em relevo) deve ser instalada nos batentes ou vedo adjacente (parede,

divisória ou painel), no lado onde estiver a maçaneta, a uma altura entre 0,90 m e 1,10 m”

(NBR 9050, 2004), conforme as Figuras 4.8 e 4.9.

Figura 4.8 – Sinalização visual e tátil nas portas (NBR 9050, 2004)

Figura 4.9 – Detalhe da sinalização tátil em “mm” (NBR 9050, 2004)

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 54

Segundo a norma é facultativo porém desejável a colocação de sinalização tátil em

corrimãos que atendam as seguintes diretrizes:

a) anel com textura contrastante com a superfície do corrimão, instalado 1,00 m antes das

extremidades, conforme Figura 4.10;

b) sinalização em Braille, informando sobre os pavimentos no início e no final das escadas

fixas e rampas, instalada na geratriz superior do prolongamento horizontal do corrimão.

Figura 4.10 – Detalhe da sinalização tátil (NBR 9050, 2004)

Os degraus e escadas “devem ter sinalização visual na borda do piso, em cor contrastante

com a do acabamento, medindo entre 0,02 m e 0,03 m de largura. Essa sinalização pode

estar restrita à projeção dos corrimãos laterais, com no mínimo 0,20 m de extensão” (NBR

9050, 2004), localizada conforme Figura 4.11.

Figura 4.11 –Sinalização em escadas (NBR 9050, 2004)

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 55

A sinalização tátil deve obedecer as dimensões indicadas na Figura 4.12.

Figura 4.12 – Detalhe da sinalização em escadas em “mm” (NBR 9050, 2004)

Para o rebaixamento de calçadas, escadas e alerta junto à porta do elevador devem ser

usadas as especificações respectivamente das Figuras 4.13, 4.14 e 4.15.

Figura 4.13 – Detalhe da sinalização em rampas (NBR 9050, 2004)

Figura 4.14 – Detalhe da sinalização em escadas (NBR 9050, 2004)

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 56

Figura 4.15 – Detalhe da sinalização em elevadores (NBR 9050, 2004)

A porta de acesso às áreas de resgate deve ser identificada com sinalização em material

fotoluminescente ou ser retroiluminada conforme indica a Figura 4.16.

Figura 4.16 – Área de resgate para pessoas com deficiência (NBR 9050, 2004)

4.5 Rampas

A inclinação de rampas deve ser calculada da seguinte forma:

𝑖 =ℎ. 100

𝑐

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 57

onde:

i é a inclinação em percentual

h é a altura do desnível

c é o comprimento da projeção horizontal, conforme a Figura 4.17.

Figura 4.17 – Exemplo de dimensionamento de rampas

As rampas devem ter inclinação segundo o disposto na Tabela 1.

Tabela 1 – Níveis de inclinação para rampas (NBR 9050, 2004)

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 58

Ainda segundo a norma “No início e no término da rampa devem ser previstos patamares

com dimensão longitudinal mínima recomendável de 1,50 m, sendo o mínimo admissível

1,20 m, além da área de circulação adjacente”, conforme Figura 4.18.

Figura 4.18 – Patamares para rampas (NBR 9050, 2004)

Para os corrimãos devem ser usadas as dimensões especificadas na Figura 4.19.

Figura 4.19 – Dimensões de corrimãos para rampas (NBR 9050, 2004)

4.6 Circulação Interna: Corredores e Portas

Segundo a NBR 9050 (2004) “os corredores devem ser dimensionados de acordo com o

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 59

fluxo de pessoas, assegurando uma faixa livre de barreiras ou obstáculos. As larguras

mínimas para corredores em edificações e equipamentos urbanos são:”

a) 0,90 m para corredores de uso comum com extensão até 4,00 m;

b) 1,20 m para corredores de uso comum com extensão até 10,00 m; e 1,50 m para

corredores com extensão superior a 10,00 m;

c) 1,50 m para corredores de uso público;

d) maior que 1,50 m para grandes fluxos de pessoas, conforme aplicação da fórmula

apresentada adiante.

As portas, inclusive de elevadores, devem ter um vão livre mínimo de 0,80 m e altura

mínima de 2,10 m conforme a Figura 4.20.

Figura 4.20 – Dimensões mínimas para portas (NBR 9050, 2004)

Ainda segundo a NBR 9050 (2004) “As portas de sanitários, vestiários e quartos acessíveis

em locais de hospedagem e de saúde devem ter um puxador horizontal, associado à

maçaneta. Deve estar localizado a uma distância de 10 cm da face onde se encontra a

dobradiça e com comprimento igual à metade da largura da porta” conforme ilustra a Figura

4.21.

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 60

Figura 4.21 – Dimensões para portas com revestimento (NBR 9050, 2004)

4.7 Sanitários

A NBR 9050 (2004) permite a utilização de uma série de disposições para as bacias

sanitárias conforme a Figura 4.22.

Figura 4.22 – Disposições para as bacias sanitárias (NBR 9050, 2004)

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 61

Devem ser previstas barras de apoio lateral segundo as dimensões ilustradas na Figura

4.23.

Figura 4.22 – Disposições para barras de apoio lateral (NBR 9050, 2004)

A altura da bacia deve ser de 0,45m, o acionamento da descarga deverá estar a 1,0m e a

papeleira a 0,50m do piso acabado. As dimensões mínimas para o sanitário podem ser

vistas na Figura 4.23.

Para os lavatórios devem ser atendidas as especificações constantes na Figura 4.24.

Figura 4.23 – Dimensões mínimas para o sanitário (NBR 9050, 2004)

Desenho Arquitetônico data:out/2017 fl. 62

Figura 4.23 – Dimensões mínimas para lavatórios (NBR 9050, 2004)

Projeto 04:

Realizar uma visita técnica a uma edificação qualquer (preferencialmente espaços de uso

comum, públicos ou privados) e avaliar a aplicabilidade da norma nestes locais.

Preparar um relatório técnico e apresentar, em grupo, os resultados oralmente em sala de

aula (a apresentação deverá ser dividida entre os membros de cada grupo de modo que

todos tomem a palavra).

Projeto 05:

Realizar um projeto parcial (plantas) de uma clínica de geriatria contendo quatro salas de

consulta acessíveis, sala de fisioterapia, sala de pequenos procedimentos, copa, dois

sanitários (masculino e feminino) para público em geral, dois sanitários para portadores de

necessidades especiais (masculino e feminino), recepção e sala de espera.

Considerar um terreno retangular de dimensões 13 m x 29 m para implantação da clínica.

Levar em consideração o atendimento a TODAS as disposições normativas de

acessibilidade relacionadas à NBR 9050 (2004) apresentadas nesta apostila.

Prever uma calçada de 2,70 m de largura com rebaixamento (rampa) e sinalização de

acordo com o previsto em norma.

Utilizar uma diferença de nível de 0,70 m entre a sarjeta e a sala de recepção.